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Terapêutica por Ácidos - Peeling Químico Dr. Rodrigo Jahara – Fisioterapeuta Pós Graduado em Dermato-Funcional 1 INTRODUÇÃO Segundo (Brody, 2000) na Antigüidade, os egípcios usavam óleos de animais, sal e alabastro para melhorar esteticamente a pele. As mulheres egípcias da Antigüidade banhavam-se em leite fermentado, para amaciar a pele, ainda que não soubessem estavam usando ácido láctico, que é um alfa-hidroxiácido. Mais tarde foram aplicados cataplasmas contendo mostarda, enxofre e calcário. Os turcos usavam o fogo para chamuscar a pele, com a finalidade de induzir uma esfoliação suave. Na Índia, as mulheres misturavam urina com pedra- pomes para aplicar na pele. Na Europa, as ciganas húngaras transmitiam suas fórmulas especiais de geração a geração. PEELING O peeling químico, também conhecido como quimioesfoliação ou dermopeeling consiste na aplicação de um ou mais agentes esfoliantes na pele, resultando na destruição de partes da epiderme e/ou derme, seguida de regeneração dos tecidos epidérmicos e dérmicos. Essas técnicas de aplicação produzem uma lesão programada e controlada com coagulação vascular instantânea, resultando no rejuvenescimento da pele com redução ou desaparecimento das ceratoses e alterações actínicas, discromias pigmentares, rugas e algumas cicatrizes superficiais. [3] PEELING EM DREMATO-FUNCIONAL Vemos, portanto que a terapêutica estética vem despertando interesse há muito tempo, e o uso de ácidos também teve sua importância neste contexto. Na fisioterapia dermato-funcional a terapêutica por ácidos vem se constituindo num importante recurso para o tratamento das diversas disfunções estéticas como por exemplo: estrias, revitalização facial, rugas superficiais, acne, diminuição da oleosidade, manchas hipercrômicas superficiais, seborréia do couro cabeludo, suavização das cicatrizes e nas fotodermatoses. Temos também um papel importante junto ao médico no preparo da pele para realização do peeling médio e profundo realizado pelo dermatologista. ANATOMIA E HISTOLOGIA BÁSICA DA PELE A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano, correspondendo a 3,5 kg de seu peso em um adulto e mede entre 1,5 a 2 m 2 . Recobre o corpo protegendo-o da perda excessiva de água, do atrito, e dos raios ultravioleta do sol. Também recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular sua temperatura [1,2] . A pele se divide em três camadas: epiderme (mais superficial), derme (intermediaria) e hipoderme (mais profunda), sendo esta última não considerada como camada da pele por alguns autores. (FIGURA 3). A superfície da epiderme é marcada por uma rede de sulcos que a dividem em pequenos polígonos, como acontece no dorso das mãos. Correspondem a áreas de elevação da epiderme pelas papilas dérmicas.

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Dr. Rodrigo Jahara – Fisioterapeuta Pós Graduado em Dermato-Funcional

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INTRODUÇÃO Segundo (Brody, 2000) na Antigüidade, os egípcios usavam óleos de animais, sal e alabastro para melhorar esteticamente a pele. As mulheres egípcias da Antigüidade banhavam-se em leite fermentado, para amaciar a pele, ainda que não soubessem estavam usando ácido láctico, que é um alfa-hidroxiácido. Mais tarde foram aplicados cataplasmas contendo mostarda, enxofre e calcário. Os turcos usavam o fogo para chamuscar a pele, com a finalidade de induzir uma esfoliação suave. Na Índia, as mulheres misturavam urina com pedra-pomes para aplicar na pele. Na Europa, as ciganas húngaras transmitiam suas fórmulas especiais de geração a geração.

PEELING O peeling químico, também conhecido como quimioesfoliação ou dermopeeling consiste na aplicação de um ou mais agentes esfoliantes na pele, resultando na destruição de partes da epiderme e/ou derme, seguida de regeneração dos tecidos epidérmicos e dérmicos. Essas técnicas de aplicação produzem uma lesão programada e controlada com coagulação vascular instantânea, resultando no rejuvenescimento da pele com redução ou desaparecimento das ceratoses e alterações actínicas, discromias pigmentares, rugas e algumas cicatrizes superficiais. [3]

PEELING EM DREMATO-FUNCIONAL

Vemos, portanto que a terapêutica estética vem despertando interesse há muito tempo, e o uso de ácidos também teve sua importância neste contexto. Na fisioterapia dermato-funcional a terapêutica por ácidos vem se constituindo num importante recurso para o tratamento das diversas disfunções estéticas como por exemplo: estrias, revitalização facial, rugas superficiais, acne, diminuição da oleosidade, manchas hipercrômicas superficiais, seborréia do couro cabeludo, suavização das cicatrizes e nas fotodermatoses. Temos também um papel importante junto ao médico no preparo da pele para realização do peeling médio e profundo realizado pelo dermatologista.

ANATOMIA E HISTOLOGIA BÁSICA DA PELE A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano, correspondendo a 3,5 kg de seu peso em um adulto e mede entre 1,5 a 2 m2. Recobre o corpo protegendo-o da perda excessiva de água, do atrito, e dos raios ultravioleta do sol. Também recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular sua temperatura [1,2].

A pele se divide em três camadas: epiderme (mais superficial), derme (intermediaria) e hipoderme (mais profunda), sendo esta última não considerada como camada da pele por alguns autores. (FIGURA 3).

A superfície da epiderme é marcada por uma rede de sulcos que a dividem em pequenos polígonos, como acontece no dorso das mãos. Correspondem a áreas de elevação da epiderme pelas papilas dérmicas.

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Há sulcos grandes, como os que ficam na frente das articulações, correspondendo a pregas da derme (linhas de flexão), ou formam cristas papilares que têm a função de impedir o escorregamento, como acontece nas polpas dos dedos e são utilizados, na prática, para identificação pessoal (impressões digitais).

A hipoderme tem a função de apoiar e unir a pele ao resto do corpo.

A pele também tem linhas de tensão (também conhecidas como linhas de Langer ou linhas de fenda), que são estudadas e obedecidas pelos cirurgiões com a intenção de se evitar que cortes cirúrgicos causem cicatrizes muito marcantes. Correspondem ao resultado da direção em que as fibras colágenas e elásticas da derme se dispõem. Com o envelhecimento, as rugas tendem a obedecer à mesma direção dessas linhas.

A pele tem estrutura complexa, o que podemos ver se ampliarmos um pequeno fragmento demonstrado na FIGURA 3; há, ainda, estruturas anexas associadas à pele como pêlos, unhas e glândulas.

FIGURA 3 - Aspecto anatômico da pele e suas camadas.

EPIDERME A epiderme é formada por um revestimento de camadas de células

sobrepostas, onde as células superficiais são achatadas e compõem uma camada córnea rica em queratina (por isso, a pele é classificada como um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Sua espessura varia de acordo com a região do corpo, chegando a 1,5 mm nas plantas dos pés [3, 4].

As células empilhadas não são todas iguais, a camada mais superficial é o estrato ou camada córnea. Mais abaixo, encontram-se as camadas granulosa, espinhosa e basal.

Camadas da epiderme

Segundo alguns autores 3,5 a camada mais superficial é fina, formada por células em forma de placa, os queratinócitos, que correspondem à Camada Córnea, constituída de células mortas e achatadas que se dispõem como placas empilhadas. Para Azulay e Azulay (1999), as células da Camada Granulosa são poligonais, mais achatadas, e têm grânulos grosseiros em seu citoplasma (querato-hialina) que são precursores da queratina do estrato córneo (FIGURA 4).

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A camada lúcida é constituída por um delgado extrato de células achatadas, cujo citoplasma já esta totalmente repleto de filamentos e material eletrondenso. [16]

As células da Camada Espinhosa ou de Malphigi são mais cuboidais, e apresentam projeções citoplasmáticas que ancoram as células umas às outras, dando resistência ao atrito[4,5].

A Camada Basal, também chamada de Camada Germinativa, é formada por células altas, que se dividem por mitose e são as responsáveis por renovar as células da epiderme 3.

MANTO HIDROLIPÍDICO

Estrutura vital para a pele formada pela excreção das glândulas sebáceas e sudoríparas e água. Tem a função principal de evitar a desidratação profunda, de conservar a estrutura da capa córnea e de manter a umidade na superfície córnea. Segundo Jorge Banfi, em artigo publicado na revista Dermato Funcional, de julho de 2003, existe uma estrutura que não tem representação histológica, denominada manto protetor hidrolipídico, que é o resultado do intercâmbio metabólico com o meio e as substâncias elaboradas pela pele. Considera-se como uma estrutura de formação paraepidérmica (junto á epiderme) e que é subdividida em capa gasosa, capa emulsionada e capa córnea. [16]

FIGURA 4 - Camadas da epiderme.

DERME

É o tecido conjuntivo sobre o qual se apóia a epiderme. Possui espessura variável, atingindo o máximo de 3 mm nas plantas dos pés[5].

O limite da derme com a epiderme é formado por saliências, as papilas dérmicas (camada papilar), que correspondem a reentrâncias (cavos) na epiderme (FIGURA 5 e 6) [9].

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FIGURA 5 - Derme e suas estruturas.

A função desta estrutura papilar é a de aumentar a área de contato entre e epiderme e a derme. Desta camada, formada por tecido frouxo, saem fibrilas de colágeno que se ancoram à epiderme, prendendo uma camada à outra, fazendo que estas papilas sejam mais freqüentes nas áreas da pele sujeitas à maior pressão ou atrito (FIGURA 6).

FIGURA 6 - Camada papilar e suas estruturas.

Camadas da Derme

Na derme temos duas camadas, a Camada Papilar ou Derme Papilar que é constituída por tecido conjuntivo frouxo e contém fibrilas especiais de colágeno, que penetram na derme através da membrana basal e prendem a derme a epiderme, é também nessa camada que ocorrem as trocas nutritivas com as camadas mais profundas de epiderme, contém capilares sanguíneos e linfáticos e um grande número de terminações nervosas e a Camada Reticular é formada por tecido conjuntivo denso, é mais espessa que a papilar nela também encontramos os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, e estruturas derivadas da epiderme também chamadas de anexos cutâneos. .

ANEXOS CUTÂNEO

Pêlos, glândulas (sebáceas e sudoríparas) e unhas são as estruturas anexas da pele. São derivadas da epiderme, mas acham-se imersas na derme. Além disto, há diversos tipos de receptores nervosos, que fazem da pele um órgão sensorial. Os pêlos são estruturas delgadas, feitas de queratina que se desenvolvem a partir de uma invaginação da epiderme. As glândulas sebáceas são encontradas praticamente no corpo todo, desembocam na porção terminal dos folículos pilosos, exceto em lábios e genitais (grande e pequenos lábios) onde se abrem diretamente na superfície. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídeos, que deixam a pele oleosa. As glândulas

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sudoríparas são encontradas em todo o corpo, com exceção da glande e lábios, são estruturas tubulosas simples, formando um enovelado com diâmetro de 0,4 mm, imerso na derme. Sua secreção é o suor, um fluido que contém água, sódio, potássio, cloretos, uréia, amônia e ácido úrico[3].

HIPODERME A hipoderme não é considerada anatomicamente parte da pele, é

onde encontramos o tecido adiposo, cuja às células armazenam as gorduras subcutâneas.

FISIOLOGIA DA PELE (FUNÇÃO)17

A pele é um órgão muito mais complexo do que aparenta. A sua função principal é a proteção do organismo das ameaças externas físicas. No entanto ela tem também funções imunitárias, é o principal órgão da regulação do calor, protegendo contra a desidratação. Tem também funções nervosas, constituindo o sentido do tato e metabólicas, como a produção da vitamina D.

Proteção física

A epiderme secreta proteínas e lípidos (a principal, é a queratina) que protegem contra a invasão por parasitas e a injúria mecânica e o atrito. Contra esta também é fundamental o tecido conjuntivo da derme, no qual os fibrócitos depositam proteínas fibrilares com propriedades de resistência à tração e elasticidade, como os colagénios e a elastina. A melanina produzida pelos seus melanócitos protege contra a radiação, principalmente UV.

Protecção da desidratação

Uma das funções vitais da pele é a proteção contra a desidratação. Os seres humanos são animais terrestres, e necessitam de proteger os seus corpos principalmente compostos de água contra a evaporação excessiva e desidratação e o subseqüente choque hipovolémico e morte, que seriam inevitáveis num meio seco e quente. É comum vítimas de queimaduras graves morrerem eletrocutadas de choque hipovolémico (sangue com pouco volume devido à perda de água) se perderem superfície cutânea extensamente. A pele protege da desidratação por dois mecanismos. As junções celulares como tight junctions e desmossomas dão coesão às células da epiderme e a sua superfície contínua de membrana lipídica impede a saída de água (que não se mistura com lípidos).

Regulação da temperatura corporal

A pele também é o principal órgão da regulação da temperatura corporal através de diversos mecanismos:

1- Os vasos sanguíneos subcutâneos contraem-se com o frio e dilatam-se com o calor, de modo a minimizar ou maximizar as perdas de calor.

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2- Os folículos pilosos têm músculos que produzem a sua ereção com o frio (pele de galinha), aprisionando bolhas de ar estático junto à pele que retarda as trocas de calor - um mecanismo mais eficaz nos nossos antepassados mais peludos.

3- As glândulas sudoriparas secretam liquido aquoso cuja evaporação diminui a temperatura superficial do corpo.

4- A presença de tecido adiposo (gordura) subcutâneo protege contra o frio uma vez que a gordura é má condutora de calor.

Como órgão imunitário

A pele é um órgão importante do sistema imunitário. Ela alberga diversos tipos de leucócitos. Há linfócitos que regulam a resposta imunitária e desenvolvem respostas específicas; células apresentadoras de antigénio (histiócitos ou células de Langerhans) que recolhem moléculas estranhas (possíveis invasores) que levam para os gânglios linfáticos onde as apresentam aos linfócitos CD4+; mastócitos envolvidos em reações alérgicas e luta contra parasitas.

Funções metabólicas

As funções matabólicas da pele são importantes. É lá que é fabricada, numa reação dependente da luz solar, a vitamina D, uma vitamina essencial para o metabolismo do cálcio e, portanto na formação/manutenção saudável dos ossos.

Como órgão dos sentidos

Finalmente a pele também é um órgão sensorial, constituindo o sentido do tacto. Ela apresenta numerosas terminações nervosas, algumas livres, outras com comunicação com órgãos sensoriais especializados, como células de Merckel, folículos pilosos. A pele tem capacidade de detectar sinais que criam as percepções da temperatura, movimento, pressão e dor. É um órgão importante na função sexual.

O CICLO CELULAR DA PELE 17

A pele normal produz cerca de 1.250 células por dia para cada cm² e essas células são provenientes de 27000 células; a pele do doente de psoríase produz 35.000 nova células a cada dia para cada cm² e essas células provêm de 52.000 células. A duração normal do ciclo celular da pele é de 311 horas, mas se reduz para 36 na pele psoriática.

PROCESSO DE MATURAÇÃO E REGENERAÇÃO CELULAR Esse processo divide-se em ciclos que podem durar em média de

28 á 30 dias. Ocorrem diversas transformações bioquímicas, que se iniciam na camada basal e terminam no estrato córneo. Durante esse percurso, as células vão se desidratando, perdendo suas atividades, modificando sua estrutura e aparência e transformando-se em substâncias protéicas como a melanina e a queratina. [18]

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HIPERQUERATINIZAÇÃO É quando ocorre um espessamento anormal da epiderme, causado

por disfunção no processo de maturação celular. Os aumentos da produção de queratina com a queda na velocidade da descamação da pele causam um aumento excessivo da epiderme. A essa patologia denomina-se Xerodermia ou Ictiose, que é considerada uma dermatose caracterizada pela secura e aspereza da pele, a qual, por hipertrofia de sua camada córnea, se torna escamosa como a dos peixes. [18]

MELANOGÊNESE Entre a 12ª a 14ª semana de vida intra-uterina, os melanócitos

nascem na crista neural do embrião e difundem-se pela epiderme, são células que sintetizam a melanina que é a responsável pela pigmentação (cor) dos cabelos, olhos e peles.

É um mecanismo de transformações que conta com ajuda da enzima tirosinase, que vai atuar sobre o aminoácido tirosina transformando-o em DOPA (3,4-diidroxifenilalanina), a tirosinase atua novamente sobre a DOPA produzindo a DOPA-QUINONA, que se converte em melanina. Finalizado o processo, esta recebe o nome de grânulo de melanina. [18]

ENVELHECIMENTO CUTÂNEO O envelhecimento e um processo fisiológico que se inicia no

momento do nascimento. Apresenta-se uma série de modificações, como conseqüência do passar do tempo. Os primeiros sinais a serem evidentes ocorrem entre aos 25 e 30 anos e a partir deste momento a evolução é lenta, pois irreversível, sabendo que a pele é o órgão que mais aparenta a idade cronológica de uma pessoa. Histologicamente, este processo afeta tanto a epiderme, como a derme e a hipoderme, dando lugar ao surgimento de uma flacidez cutânea e sulcos, queda dos cabelos, etc...[5]

ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO

CUTÂNEO O envelhecimento é um processo fisiológico que afeta todos os

órgãos do corpo humano, produzindo alterações histológicas características. Ao nível cutâneo produz modificações á nível da epiderme, derme e hipoderme. [5]

FATORES QUE INFLUENCIAM E ACELERAM O

ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

Existe uma série de fatores tanto externos (exógeno) como internos (endógeno), que alteram o processo fisiológico, transformando e alternado as cadeias de ADN (ácido desoxirribonucléico), por criar um desajuste no metabolismo celular.[5]

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Fatores Exógenos Esse processo ocorre pela agressão ambiental como por exemplo:

sol, vento e frio, ambiente contaminado que dificultam a oxigenação do tecido, bebidas com achocolatado, estresse, bebidas alcoólicas e fumo.

Fatores Endógenos Já nesse processo ocorre pela ingestão de poucos nutrientes

(alimentação), doenças como diabetes e transtornos cardiovasculares.

NÍVEIS DE FOTOENVELHECIMENTO (CLASSIFICAÇÃO DE

GLOGAU) Glogau desenvolveu uma classificação para o fotoenvelhecimento

que ajuda a avaliar a lesão actínica dos pacientes com e sem história de hiperatividade das glândulas sebáceas ou da acne. Essa classificação e comparável aos quatro grupos de uma escala fotonumérica, na qual o número 2 representa a lesão solar branda e o número 8 indica lesão grave. [6]

Nível I – Leve (28 a 35 anos)

Nível II – Moderada (35 a 50 anos)

Nível III – Avançada (50 a 65 anos)

Nível IV – Grave (60 a 75 anos)

Ausência de ceratoses

Ceratoses actínicas precoces

Ceratoses actínicas

História de ceratoses actínicas e câncer de pele

Nenhuma cicatriz Cicatrizes suaves Rugas Rugas Pouca ou nenhuma maquiagem

Rugas em estágio inicial

Cicatrizes moderadas de acne

Cicatrizes grave de acne

Poucas rugas Pouca maquiagem Sempre usa maquiagem

Usa maquiagem, mas não disfarça as lesões

Tabela 1- Classificação de Glogau.[6]

LESÕES DERMATOLÓGICAS Lesão é toda e qualquer alteração provocada no nível da pele por

causas físicas, químicas, animadas, psíquicas e até desconhecidas que modificam as características normais da epiderme.[18]

Dentre as lesões, destacam-se: as cicatrizes, os comedões, as manchas hipercrômicas e hipocrômicas, fotodermatoses primárias e secundárias e as lesões malignas sabendo que esta última é de responsabilidade médica.

Cicatrizes Lesões formadas por tecido fibroso que substitui tecido norma após

destruição por trauma ou doença cutânea. [18]

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Comedão Ocorre quando o folículo pilossebáceo não consegue eliminar o

sebo (gordura). Também conhecido como cravo e podem ser abertos ou fechados. [18]

Acne [20]

A acne é uma doença de predisposição genética cujas

manifestações dependem da presença dos hormônios sexuais. Devido a isso, as lesões começam a surgir na puberdade, época em que estes hormônios começam a ser produzidos pelo organismo, atingindo a maioria dos jovens de ambos os sexos.

A doença não atinge apenas adolescentes, podendo persistir na idade adulta e, até mesmo, surgir nesta fase, este quadro é mais frequente no sexo feminino.

As manifestações da doença (cravos e espinhas) ocorrem devido ao aumento da secreção sebácea associada ao estreitamento e obstrução da abertura do folículo pilosebáceo, dando origem aos comedões abertos (cravos pretos) e fechados (cravos brancos). Estas condições favorecem a proliferação de microorganismos que provocam a inflamação característica das espinhas, sendo o Propionibacterium acnes o agente infeccioso mais comumente envolvido.

A doença manifesta-se principalmente na face e no tronco, áreas do corpo ricas em glândulas sebáceas. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, sendo, na maioria das vezes de pequena e média intensidade.

Em alguns casos, o quadro pode tornar-se muito intenso, como a acne conglobata (lesões císticas grandes, inflamatórias, que se intercomunicam por sob a pele) e o acne queloideano (deixa cicatrizes queloideanas após o desaparecimento da inflamação).

O quadro clínico pode ser dividido em quatro estágios:

Acne Grau I: apenas cravos, sem lesões inflamatórias (espinhas).

Acne Grau II: cravos e "espinhas" pequenas, como pequenas lesões inflamadas e pontos amarelos de pus (pústulas).

Acne Grau III: cravos, "espinhas" pequenas e lesões maiores, mais profundas, dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas (cistos).

Acne Grau IV: cravos, "espinhas" pequenas e grandes lesões císticas, comunicantes (acne conglobata), com muita inflamação e aspecto desfigurante.

Rosácea [20]

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A rosácea é uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente os adultos após os 30 anos de idade, sendo mais frequente nas mulheres. A causa é desconhecida. O parasita Demodex folliculorum, presente nos folículos pilo-sebáceos, parece estar envolvido com a doença apenas de forma oportunista. Predisposição pessoal e alterações gastrointestinais também podem ter participação na causa da doença.

Certos alimentos podem piorar o quadro em alguns pacientes (café, bebidas alcoólicas, picles, pimenta e molhos quentes). Além disso, frio e calor intenso, assim como a exposição solar, podem estar implicados na piora das lesões. A pele danificada pelo sol ao longo dos anos também pode predispor ao surgimento da doença.

A doença atinge principalmente a região central da face. O quadro inicia-se por vermelhidão, a princípio transitória, mas que depois torna-se persistente. Com a progressão da doença, surgem também pequenos vasos sanguíneos dilatados (telangiectasias), lesões avermelhadas e elevadas (pápulas) e pústulas (pontos amarelos), que parecem espinhas, daí a denominação acne rosácea, pela semelhança com a acne.

Casos mais graves podem atingir áreas extensas da face, com inflamação e edema da pele, formando placas avermelhadas e nódulos. Em alguns pacientes podem ocorrer alterações oculares inflamatórias, como conjuntivite ou inflamação da córnea, pálpebra e íris.

Nos homens, o quadro pode ser mais grave e a evolução da doença pode levar ao surgimento do rinofima, quando ocorre o aumento do volume do nariz, cuja pele se apresenta infiltrada, com os poros dilatados e com elevações na superfície. A rosácea é uma doença de curso crônico e não existe um tratamento que a elimine definitivamente, mas ela pode ser mantida sob controle. Deve-se evitar os fatores que provocam a sua exacerbação, como: frio intenso, sol e os alimentos citados no início do texto, caso se perceba que pioram o quadro.

Manchas

Ocorrem quando há uma modificação de coloração da pele sem alteração de relevo ou consistência. Também podemos chamar de máculas que podem ser vásculo-sangüíneas ou pigmentadas conforme for a sua origem. As manchas escuras (hipercrômicas) são provenientes da concentração da melanina, mas podem ser ainda, causadas por agressões externas, medicamentos, consméticos etc. [18]

Já as manchas claras (hipocromicas) são provenientes da diminuição da concentração da melanina podendo ser genético, psicológico, medicamentos e por lesão. [21]

Melasma ou Cloasma Podem surgir durante o período gestacional (gravidez), menopausa

ou hormonal (contraceptivos). São manchas (lesões) de cor castanho-

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escuro de diâmetro que podem variar de um ou mais centímetros. Localiza-se nas têmporas, na região nasogeniana e/ou na fronte.

A exposição inadequada aos raios UVA e UVB (sol), contribui muito na formação e na manutenção das manchas. [18]

Fotodermatose [5] São alterações no aspecto da pele causadas pela irradiação UVA e

UVB (sol), proporcionando alterações inflamatórias (fotodernites) ou degenerativas. A fotodermatose compreende dois grupos distintos; por irradiação primária e por sensibilização.

Fotodermatose por irradiação primária São as reações imediatas causadas pela superexposição ao sol ou

tardia pela exposição freqüente (crônica ou prolongada) surgindo assim, a mancha senil [20, 21]

Fotodermatose por sensibilização.[21] São reações causadas pela associação da luz solar (UVA e UVB) e

agentes fotossensibilizantes causando reações de fototoxidade ou de fotoalergia.

Veja abaixo algumas exemplos: 1 – Eritema ou queimadura solar É uma reação aguda com a formação de edema, eritema, dor local,

e às vezes vesiculação e formação de bolhas. 2- Pigmentação solar Imediata – Ocorre logo após alguns minutos da exposição solar,

podendo surgir uma discreta hiperpigmentação até 24 horas após e desaparece gradualmente esse processo é comum em morenos e pardos;

Tardia – Há um aumento na produção de melanina a partir do terceiro dia e pode-se levar meses ou anos para regredir.

3- Melanose solar ou actínica Caracteriza-se por manchas escuras com a coloração que varia de

castanho ao marrom, geralmente são pequenas, mas podem chegar a alguns centímetros. Apresenta-se em regiões que ficam expostas ao sol com freqüência, como por exemplo: a face, dorso das mãos e dos braços, colo e ombros e são mais freqüentes em pessoas com pele clara entre o fototipo I, II e III.

4- Queratose solar ou actínica ou senil Geralmente se associa a melanose, sendo, porém mais espessa.

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5- Elastose solar A pele torna-se coriácia, amarelada e com superfície sulcada

(rugas). 6- Leucodermia gulata solar São manchas brancas (acrômicas) pequenas que variam de 1 a 5

mm de tamanho causada pelas alterações aos melanócitos por ação acumulativa da radiação UVA e UVB sobre áreas expostas ao sol por um período prolongado e repetitivo ao longo da vida. São mais comuns em braços e nas pernas.

7- Lentigo, Lentinges senis ou solares Apresenta-se em regiões da face e dorso das mãos, consideradas

versões planas da ceratose seborréica e sua superfície é levemente aveludada.

Angiodermite Pigmentar [21] Manchas que atingem as pernas resultantes do extravasamento de

sangue de pequenos vasos sanguíneos. Acomete adultos e idosos que permanecem muito tempo em pé ou sentados. As células vermelhas do sangue, que saem dos vasos, dão origem à pigmentação de cor ocre resultante. O excesso de peso e as varizes favorecem o surgimento do quadro.

As manchas atingem as pernas e tornozelos, começando bem pequenas e progressivamente confluindo para formar manchas maiores. Com a evolução, forma-se uma mancha, com formato de bota, de coloração castanha, ocre ou marrom. A angiodemite pigmentar pode ser o estágio precursor de uma úlcera de estase, quando forma-se uma ferida de difícil cicatrização, geralmente iniciada por um pequeno traumatismo. As manchas são permanentes, de difícil remoção. MANCHAS HIPOCRÔMICAS [5]

São manchas brancas na pele pela não produção da melanina e

podemos classificá-las de quatro formas; Pós-inflamatórias, Pitiríase Alba, Pitiríase versicolor ou Vitiligo.

Pós-inflamatórias Pode ocorrer após a ocorrência de um processo inflamatório,

principalmente em pacientes de pele morena (fototipos IV, V e VI). Classificação de Fritzpatrick ver quadro 1.

Vitiligo

Doença de causa desconhecida, o vitiligo caracteriza-se pela formação de manchas acrômicas (sem pigmentação) na pele.

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As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação do pigmento melanina, que dá cor à pele) nos locais afetados. A causa disto ainda não está clara, mas fenômenos auto-imunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, é comum a correlação com alterações ou traumas emocionais que poderiam atuar como fatores de desencadeamento ou agravação da doença.

Pitiríase Versicolor [21]

Também vulgarmente conhecida como "micose de praia" ou "pano branco", a Pitiríase versicolor é uma micose mas, ao contrário do que se pensa, não é adquirida na praia ou piscina. O fungo causador da doença habita a pele de todas as pessoas e, em algumas delas, é capaz de se desenvolver causando a doença. As áreas de pele mais oleosa, como a face e a porção superior do tronco são as mais frequentemente atingidas.

Quando uma pessoa com a micose se expõe ao sol, a pele contaminada não se bronzeia. A doença então aparece na forma de manchas claras, pois a pele ao redor fica bronzeada, e a pessoa acha que pegou a doença na praia ou piscina. Entretanto, o sol apenas mostrou onde estava a micose. Em alguns casos, as manchas podem ser castanhas ou avermelhadas. As lesões são recobertas por fina descamação.

Outras doenças de pele, como a Pitiríase Alba, se assemelham à Pitiríase Versicolor, por isso o seu tratamento deve ser feito por um médico dermatologista.

Pitiríase Alba [21]

A Pitiríase alba é uma doença de causa desconhecida porém muito frequente nas pessoas com história pessoal ou familiar de atopia (asma, bronquite, rinite alérgica, eczema atópico). Também é conhecida como dartro volante.

As manifestações da doença surgem principalmente após a exposição intensa da pele ao sol. Caracterizam-se por manchas claras, arredondadas, finamente descamativas, de limites imprecisos e muitas vezes com um aspecto pontilhado. Devido às manchas claras, a doença muitas vezes é confundida com a pitiríase versicolor. As localizações mais frequentes são a face, tronco e membros superiores. As lesões não apresentam sintomas e o ressecamento da pele frequentemente acompanha o quadro. Mais comum nas crianças, pode surgir também durante a vida adulta, sendo comum remissões e reaparecimento das manchas. Estrias As estrias são lesões lineares, geralmente paralelas, que podem variar de 1 a vários centímetros de extensão. Surgem principalmente

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nas coxas, nádegas, abdomem (gravidez) e dorso do tronco (homens). Inicialmente as lesões são avermelhadas ou róseas evoluindo mais tarde para uma tonalidade esbranquiçada. Em pessoas de pele morena as estrias podem ser mais escuras que a pele sadia. A pele na área afetada tem consistência frouxa. O uso prolongado e em altas doses de corticosteróides pode levar à formação de estrias largas e violáceas como efeito colateral. Até mesmo pomadas contendo corticosteróides potentes em áreas de pele fina, como virilhas e axilas, podem levar ao surgimento deste tipo de estrias. Para evitar as estrias recomenda-se a hidratação intensa da pele com cremes e loções hidratantes apropriados, principalmente em pessoas com histórico familiar de estrias e que estejam em fase de crescimento intenso ou aumento de peso. Deve-se beber pelo menos 8 copos grandes de água por dia (cerca de 2 litros) e evitar engordar demais e rapidamente, eliminando doces e gorduras da dieta e praticando exercícios físicos regularmente. As estrias são lesões irreversíveis e portanto não existe um tratamento que faça a pele voltar ao que era antes. O tratamento visa melhorar o aspecto estético estimulando a formação de tecido colágeno nas lesões. Para isso várias técnicas podem ser empregadas, entre elas: peelings, subcisão, dermoabrasão, intradermoterapia e uso contínuo de alguns tipos de ácidos.

LESÕES MALIGNAS (CÂNCER DE PELE) [21] O câncer da pele é um tumor formado por células da pele que sofreram uma transformação e multiplicam-se de maneira desordenada e anormal dando origem a um novo tecido (neoplasia). Entre as causas que predispõem ao início desta transformação celular aparece como principal agente a exposição prolongada e repetida à radiação ultra-violeta do sol. O câncer da pele atinge principalmente as pessoas de pele branca, que se queimam com facilidade e nunca se bronzeiam ou se bronzeiam com dificuldade. Cerca de 90% das lesões localizam-se nas áreas da pele que ficam expostas ao sol, o que mostra a importância da exposição solar para o surgimento do tumor. A proteção solar é, portanto, a principal forma de prevenção da doença.

Tipos mais frequentes de câncer da pele:

Carcinoma Basocelular É o mais freqüente e com o menor potencial de malignidade. Seu crescimento é lento e muito raramente se dissemina à distância. Pode se manifestar de várias maneiras, a da foto abaixo é apenas uma delas. Feridas que não cicatrizam ou lesões que sangram com facilidade devido a pequenos traumatismos, como o roçar da toalha, podem ser um carcinoma basocelular.

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Carcinoma Espinocelular Tem crescimento mais rápido e as lesões maiores podem enviar metástases à distância. Também conhecido como carcinoma epidermóide, é bem menos freqüente que o basocelular. Acomete mais áreas de mucosa aparente, como a boca ou o lábio, cicatrizes de queimaduras antigas ou áreas que sofreram irradiação (raios X). Pode ocorrer também a partir de lesões pré-cancerosas decorrentes da exposição prolongada e repetida da pele ao sol.

Melanoma Maligno Tumor maligno muito grave que se origina das células que produzem o pigmento da pele (melanócitos). Frequentemente envia metástases para outros órgãos, sendo de extrema importância o diagnóstico precoce para a sua cura. Pode surgir a partir da pele sadia ou a partir de "sinais" escuros (os nevos pigmentados) que se transformam no melanoma. O melanoma pode surgir em áreas da pele não exposta ao sol porém, é mais frequente nas áreas expostas. Pessoas que possuem sinais escuros na pele devem se proteger dos raios ultra violeta do sol, que podem estimular a sua transformação.

Por isso, qualquer alteração em sinais antigos, como: mudança da cor, aumento de tamanho, sangramento, coceira, inflamação, surgimento de áreas pigmentadas ao redor do sinal justifica uma consulta ao dermatologista para avaliação da lesão. Além disso, algumas características dos sinais podem recomendar o exame, portanto conheça o ABCD do melanoma:

• A ssimetria: formato irregular • Bordas irregulares: limites externos irregulares • Coloração variada (diferentes tonalidades de cor) • Diâmetro: maior que 6 milímetros

Como evitar o câncer da pele? A exposição prolongada e repetida da pele ao sol causa o envelhecimento cutâneo além de predispor a pele ao surgimento do câncer. Tomando-se certos cuidados, os efeitos danosos do sol podem ser atenuados. Aprenda a seguir como proteger sua pele da radiação solar.

• Use sempre um filtro solar com fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a 15, aplicando-o generosamente pelo menos 20 minutos antes de se expor ao sol e sempre reaplicando-o após mergulhar ou transpiração excessiva. (saiba mais sobre filtros solares e FPS)

• Use chapéus e barracas grossas, que bloqueiem ao máximo a

passagem do sol. Mesmo assim use o filtro solar pois parte da radiação ultra-violeta reflete-se na areia atingindo a sua pele.

• Evite o sol no período entre 10 e 15 horas.

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• A grande maioria dos cânceres de pele localizam-se na face,

proteja-a sempre. Não esqueça de proteger os lábios e orelhas, locais comumente afetados pela doença.

• Procure um dermatologista se existem manchas na sua pele que

estão se modificando, formam "cascas" na superfície, sangram com facilidade, feridas que não cicatrizam ou lesões de crescimento progressivo.

• Faça uma visita anual ao dermatologista para avaliação de sua

pele e tratamento de eventuais lesões pré-malignas. Estas recomendações são especialmente importantes para as pessoas de pele fototipos I e II, as quais devem evitar qualquer tipo de exposição ao sol sem proteção.

ÁCIDOS

Os ácidos são todas as substâncias que possuem seu Ph inferior ao da pele, transformando-a em uma região ácida proporcionando um peeling químico (esfoliação) que poderá ser muito superficial, superficial, médio ou profundo dependendo de sua porcentagem e ph.

Hoje em dia, temos vários estudos com ácidos, realizados por dermatologistas, que são classificados como peeling químico

Segundo (Kede, 2003) a escolha do agente ou da técnica especifica a ser usada depende do conhecimento da profundidade da lesão, para que se possa escolher um agente que não produza esfoliação desnecessariamente mais profunda do que a própria alteração a ser tratada, pode ser realizado com várias substâncias, isso vai depender dos principais fatores: quadro clínico apresentado e do tipo cutâneo de Fitzpatrick[1] (Quadro 1)

Tipo de pele

Cor da pele Reação à exposição solar

I Claro Sempre queima e nunca bronzeia.

II Claro Sempre queima e bronzeia pouco

II Claro Queima e bronzeia pouco

IV Moreno-claro Raramente queima, bronzeia com facilidade

V Moreno Queima muito raramente, bronzeia facilmente

VI Negro Não queima, bronzeia facilmente

Quadro 1 - Classificação de Fitzpatrick dos tipos de pele.

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Nos dias de hoje, os ácidos são considerados como peeling químico e a utilização inadequada por pacientes ou até mesmo por profissionais não qualificados, sem estudo e treinamento adequado, pode levar a seqüelas gravíssimas como cicatrizes, discromias irreversíveis, hipercromias, infecção, etc. No quadro 2 vemos alguns ácidos que encontramos no mercado.

Tipo de ácido Ação Glicólico Despigmentante, hidratante e

queratolítico Retinóico Queratolítico e esfoliante Mandélico Renovador celular Glicirrízico Antiinflamatório e antialérgico Hialurônico Hidratante, regenerador e restaurador

dos tecidos. Salicílico Queratolítico, antifúngico Hidroquinona Despigmentante Azeláico Antiacneico e despigmentante Kójico Despigmentante e antirritativo TCA (tricloracetico) Cáustico e vesicante Alfa lipóico Antioxidante Benzóico Fungistático e antisséptico Fítico Despigmentante

Quadro 2 – Tipos de ácidos comumente encontrados no mercado

A concentração ou percentual ácido escolhido para o procedimento, vai depender do quadro clínico apresentado pelo paciente e do tipo de ácido utilizado, podendo o fisioterapeuta optar por um peeling superficial, já o médio e profundo, é de responsabilidade médica porque terá que ser prescrito ao paciente, medicamento de uso tópico ou até mesmo via oral, com a finalidade de se fazer uma prevenção as infecções dérmicas ou se caso vier ocorrer uma complicação, somente o médico poderá atuar com medicamentos específicos. Quanto maior for o percentual do ácido, mais concentrado será e quanto menor for o ph , mais irritabilidade irá provocar à pele.

CLASSIFICAÇÃO DOS PEELINGS QUÍMICOS

Quanto aos níveis de atuação

A classificação dos peelings químicos podem se basear no nível de profundidade que conseguem atingir: Muito superficial, superficial, médio, e profundo. Esta classificação permite ao fisioterapeuta intervir de acordo com seu objetivo terapêutico.1

Muito Superficiais (Estrato córneo)

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Esses peelings afinam ou removem o estrato córneo e não criam lesão abaixo do estrato granuloso Pode ser realizado com as seguintes substancias:1

- Ácido Salicílico 30% - aplicando-se uma ou duas camadas do produto em uma determinada região.

- Ácido glicólico 40 a 50% - aplicando-se uma camada do produto e deixando agir por 1 a 2 minutos.

- Solução de Jessner - aplicando-se uma a duas camadas do produto.

- Resorcina 20 a 30% - aplicando-se uma camada do produto e deixando agir por 5 a 10 minutos.

- Ácido tricloracetico (ATA) 10 a 25% - aplicando-se uma camada do produto.

- Tretinoína 3% a 5% - aplica-se na região desejada e deixar agir por aproximadamente 3 horas.

Superficial (Epidérmicos)

Esses peelings produzem necrose de parte ou de toda epiderme, em qualquer parte do estrato granuloso até a camada de células basais. Pode ser realizado com as seguintes substancias:1

- Ácido glicólico 40 a 70% - aplicando-se uma camada do produto e deixando agir por 2 a 20 minutos.

- Ácido mandélico 30 a 50% - aplicando-se uma camada do produto e deixando agir por 2 a 20 minutos.

- Solução de jessner - aplicando-se de 4 a 10 camadas.

- Resorcina 40 a 50% - aplicando-se uma camada do produto e deixando agir por 30 a 60 minutos

- Ácido tricloracetico (ATA) - 10 a 30% - aplica-se uma ou duas camadas do produto.

Médios (Derme Papilar)

Esses peelings produzem necrose da epiderme e de parte ou de toda a derme papilar. Pode ser realizado com as seguintes substancias:1

- Ácido tricloracetico (ATA) – 35 a 50% - aplica-se 3 a 4 camadas do produto.

- Ácido glicólico 70% - aplicando-se uma camada do produto e deixando agir por 3 a 30 minutos.

- Jessner + ATA 35% - aplica-se 1 a 4 camadas de jessner esperar 3 minutos para avaliar o grau de frost e aplicar o TCA 1 a 2 camadas.

- Ácido glicólico + ATA 35% - aplicando-se o glicólico ao paciente relatar pinicar, lavar o local com água corrente, enxugar e em seguida aplicar 1 a 2 camadas do TCA.

- Jessner + ácido glicólico 40 a 70% - aplicando-se 1 a duas camadas de jessner e por cima alicar o glicólico e esperar eritema.

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Profundos (Derme Reticular)

Esses peelings produzem necrose da epiderme e da derme papilar que se estende até a derme reticular. Substancias utilizadas:1

- Fenol Baker e Gordon (fenol modificado) Multi Peel - após a aplicacão, realizar uma oclusão local, a aplicação exige cuidados e o pós operatório é complexo, os resultados, porém são em geral muito satisfatórios em graus avançados de envelheciemto.

Obs: O fenol é uma substância cardiotóxica e nefrotóxica, necessita monitoração e cuidados especiais, sendo, portanto, realizado apenas em centro cirúrgico por um médico.

ATENÇÃO!

De todos os peelings, somente o muito superficial e superficial poderão ser realizados pelo fisioterapeuta, pois se trata de um processo de renovação celular superficial á nível de capa córnea e epiderme é claro, o profissional precisa ter conhecimento aprofundado na área.

Procedimentos pré-peeling

É muito importante que antes da realização de um peeling químico, o ambiente (local do procedimento) seja bem iluminado com luz fria (lâmpadas fluorescentes) para evitar sombras e prover uma boa observação do eritema local, não esquecendo também da higiene local. Uma boa avaliação prévia da pele é muito importante, pode-se dizer que “é o sucesso do tratamento” [6]

A preparação da pele também é muito importante, deve-se limpar com éter ou álcool, esfregando a região com algodão umidecido por pelo menos 2 a 3 minutos ou então, lavar a região com um sabão de ácido glicólico a 10% removendo assim gorduras e substâncias existentes na superfície da pele, com isso elimina-se barreiras que dificultam a penetração do peeling ácido.

Pode-se utilizar uma solução pré-peeling antes do procedimento, com a finalidade de facilitar a ação do ácido.

É importante informar ao paciente como será realizado o peeling, como ele age na pele, seus limites, os cuidados, a presença do leve eritema, a irritabilidade, etc.

O intervalo entre as sessões normalmente é de 15 em 15 dias e os benefícios obtidos em cada sessão são sempre somatórios, tendo sempre em vista a reestruturação de uma melhor qualidade final da pele.

Os pacientes devem ser fotografados para facilitar o acompanhamento do tratamento realizado, através da imagem antes e após o peeling. Dependendo do peeling, não é recomendado iniciarmos o procedimento em consultório logo no primeiro dia, e sim realizar uma preparação prévia da pele com uma formulação pré-peeling com um baixo percentual, somente para estimular a renovação celular por um período de 7 à 15 dias.

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ACLIMATAÇÃO

Pele Branca Pele Morena

Dia Tempo Dia Tempo

1 30’ 1 semana 30’

2 30’ 2 semana 1 h

3 1 h 3 semana 1, 30’

4 1 h ( irritou – suspender) 4 semana 2 h

5 30’ 5 semana 3 h

6 30’ 6 semana Dormir

7 30’

8 1 h

9 1 h

10 1, 30’

11 1, 30’

12 2 h (irritou para/volta)

13 1, 30’

14 1, 30’

15 1, 30’

16/18 2 h

19/21 2 h

22 3 h sem irritar

Pode deixar

Quadro 3: Tabela de aclimatação [18]

Modo de aplicação

O peeling é realizado com técnicas específicas de acordo com cada objetivo a alcançar. Normalmente utiliza-se o ácido em forma de gel espesso em concentrações e Ph desejado aplicando-se uniformemente com um pincel em forma de leque em toda a região, tendo mais atenção em regiões sensíveis como dobras cutâneas e pálpebras nesta última, podemos utilizar um cotonete para nos proporcionar maior segurança e facilitar a aplicação do produto, e o tempo de permanência do gel sobre a pele será variável, dependendo dos objetivos a alcançar, do ácido utilizado e da sua concentração, Ph e do tipo de pele a ser aplicado.[6]

Ao sinal desejado, interrompemos o peeling aplicando na pele um neutralizador adequado com solução de bicarbonato de sódio (1% a 10%), lavando-se em seguida com água corrente ou soro fisiológico. Aplicar, se necessário, um gel ou loção com ativos antiinflamatórios como por exemplo o ácido Glicirrhízico a 0,2% associado ou não ao Alfa bisabolol a 0,5% [2].

O período entre as sessões serão semanais ou quinzenais para peeling superficial, mensais para peeling de média profundidade (exclusividade médica) e o peeling profundo (exclusividade médica) a critério médico.

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Figura7. Aplicação do àcido com contonete em região de pálpebras

Figura8. Aplicação do àcido com pincel em forma de leque na face

Figura 9. Aplicação do àcido com compressas de gaze na face

Material básico necessário para realização de peelings

• Recipiente de vidro para colocar o agente.

• Agente químico com rótulo e validade.

• Solução neutralizante.

• Luvas não estéreis.

• Gases e algodão.

• Aplicadores: pincéis, cotonetes e espátulas.

• Recipiente com água.

• Solução de limpeza da pele.

• Desengordurante (álcool e acetona).

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• Ventilador ou abanador.

• Creme, gel ou gel/creme pós-peeling

Figura10. Material básico para realização do peeling

Fatores que interferem na profundidade dos Peelings: - estrutura molecular - concentração do agente na solução - duração contato com a pele - técnica de aplicação (pincel delicado, gaze, esponja, fricção, etc.) - número de camadas aplicadas - preparo da pele no dia da sessão - preparo pele semana antes da aplicação - biótipo cutâneo - localização anatômica da aplicação Pós-peeling imediato

Logo após a neutralização do peeling, devem ser recomendados hidratantes específicos, de acordo com o tipo de pele, por dois a três dias com objetivo de recuperar a camada superficial da pele que foi agredida e também será recomendado o uso de bloqueadores ou filtros de proteção dos raios UVA e UVB durante todo o tratamento. Caso ocorra um eritema muito intenso ou zonas de frost (lesão da junção dermoepidérmica), a paciente deve ser encaminhada ao médico dermatologista que recomendará o uso de medicamentos específicos.

Figura 11. Sinais de frost leve após peeling com solução de Jessner

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Pós-peeling tardio

Após o terceiro ou quarto dia do peeling químico, o paciente estará liberado para o tratamento domiciliar, adequado ao seu tipo de pele e a natureza da lesão tratada.

No procedimento domiciliar, uma das coisas mais importante é a correta limpeza da pele e tonificação, diariamente, com sabão especial com ph neutro ou loção de limpeza e loção tônica para peles sensíveis. No caso de peles oleosas ou resistentes, utiliza-se um sabão com concentração de 10% de ácido glicólico. Nas peles normais utiliza-se sabão com concentrações de ácido glicólico de 5%. A limpeza e tonificação da pele deve ser feita sempre pela manhã, isso faz com que a pele fique sempre protegida de impurezas e com seu ph equilibrado. E a utilização do ácido sempre à noite.

Normalmente, os produtos de uso domiciliar para a higienização e proteção dos raios UVA e UVB.são utilizados duas vezes ao dia, e os pacientes com acne ou oleosidade excessiva devem usar formulações á base de géis ou loções livres de óleos, já os pacientes com peles secas devem utilizar formulações á base de cremes.

Contra-Indicações Gerais dos Peelings [22]

As contra-indicações absolutas são para as peles que se encontram com ferimentos, cicatrizes recentes decorrentes de cirurgia, Herpes Zoster, alergias ao ácido, etc. As relativas são as condições da pele clinicamente sensíveis, eritemas solar ou pós depilatório, pacientes que estão utilizando cosméticos ou soluções com ácidos com objetivos de esfoliação.

A exposição ao sol deve ser suspensa no período do tratamento, com o intuito de previnir melasmas (manchas escuras) e o envelhecimento precoce da pele.

A região de contorno dos olhos deve ser tratada com cautela, baixas concentrações, e pelo fato de ser uma área extremamente sensível e delicada.

CICATRIZAÇÃO PÓS PEELING

Quando ocorre uma lesão tecidual causada por bactéria, trauma, substâncias químicas, calor ou qualquer outro fenômeno, múltipla substâncias, que induzem mudanças secundárias dramáticas nos tecidos, são liberadas pelo tecido lesado. O conjunto total das mudanças teciduais é chamado de inflamação. (Guyton & Hall, 1997) A esfoliação controlada causada pelos agentes químicos produz, segundo a terminologia exata, uma ferida de espessura parcial que cicatriza por segunda intenção. Essas lesões cicatrizam com modificação mínima, segundo as mesmas regras e preceitos que as feridas induzidas pelo bisturi, laser ou criocirurgia. O cirurgião dermatológico deve reconhecer as condições que favorecem a repitelização e a reorganização mais adequada da lesão e atenuar os fatores de risco que podem impedir a cicatrização normal. Antes da aplicação do peeling, a preparação da pele com Tretinoína pressupõe a compreensão dos princípios básicos envolvidos.[4]

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A cicatrização das lesões como a interação de uma série de eventos complexos que levam a recomposição superficial, a reconstituição e a recuperação proporcional da resistência elástica da pele lesada. As lesões de espessura parcial penetram parcialmente, mas não se estendem por toda extensão da derme. Essas lesões cicatrizam por reepitelização a partir do epitélio anexial renascente ou do epitélio derivado da pele norma adjacente. A cicatrização é rápida, e a cicatriz resultante não perceptível clinicamente porque em geral, não há contração.[7]

A coagulação e inflamação são consideradas como fases iniciais da cicatrização das lesões de cirurgia convencional e praticamente instantâneas e semelhantes após peeling químico.

A inflamação caracteriza-se por: (1) vasodilatação dos vasos sanguíneos com consequente aumento de fluxo sanguíneo local; (2) aumento da permeabilidade dos capilares com extravasamento de líquido nos espaços intersticiais; (3) muitas vezes, coagulação do líquido nos espaços intersticiais, devido às quantidades excessivas de fibrinogênio e de outras proteínas que extravasaram dos capilares; (4) migração de numerosos granulócitos e monócitos para o tecido; e (5) edema tecidual. [3]

Os fatores solúveis produzidos na coagulação ativam as vias inflamatórias da Cininas e do Complemento. Os mediadores inflamatórios derivados de sistemas funcionam como fatores quimiotáxicos para neutrófilos, macrófagos e linfócitos. Os fatores quimiotaxicos, como C5a, leucotrieno D4, calicreína e produtos da degradação da Fibrina atraem neutrófilos e monócitos a região lesada. [8]

Os neutrófilos chegam à ferida no momento da lesão e lá permanecem de três a cinco dias ou mais. Os macrófagos permanecem por três a dez dias após a lesão e dirigem o desenvolvimento subseqüente do tecido de granulação. Os linfócitos chegam mais tarde (seis a sete dias após a lesão e podem ampliar a acumulação e a proliferação dos fibroblastos. [7]

Pouco sabemos sobre as alterações efetivas das reações inflamatórias induzidas por agentes como o óleo de Cróton. O acréscimo de alguns compostos as nossas formulas esfoliantes tradicionais, para aumentar a inflamação, pode impedoir ou alterar a reepitelização e produzir complicações. Alguns desses compostos também podem melhorar a reepitelização. Hoje em dia, esse campo ainda não foi explorado cientificamente. [7]

A Reepitelização Segundo O`Keef, (1985) após a necrose epidérmica inicial

produzida pela aplicação do agente químico, um fator importante na lesão química causada pelo agente esfoliante é a migração inicial dos ceratinócitos normais a partir das margens da ferida e dos epitélios anexiais remanescentes na base da lesão.

A reepitelização começa 24 horas após a lesão, assim há liberação de mediadores durante a inflamação como exemplo a fibrolectina, laminina e um fator de crescimento derivado das plaquetas, que podem estimular o movimento dos ceratinócitos. Para ocorrer a migração das

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células, vai depender da existência de uma matriz na base da ferida, por onde vão deslizar. A matriz consiste em fribronectina.

A proliferação celular nas margens da ferida aumenta após o início da migração para formar novas células, cobrindo assim a lesão.

A velocidade de migrações das células epiteliais vai depender da concentração de água na base da lesão. Maibach (1932), demonstra em seu estudo que as lesões cobertas reepitelizam mais rapidamente que as feridas simples e abertas. Em parte isso ocorre porque a epiderme não precisa mergulhar tão profundamente dentro da derme. Após induzir as lesões epidérmicas com resorcinol, alguns profissionais permitem que a epiderme seque por 24 horas, supostamente facilitando a separação. Entretanto a cicatrização das lesões não são ativadas por esse agente químico esfoliante bem superficial. A lesão provocada pelos agentes químicos esfoliantes de média profundidade cicatrizará melhor com técnicas de hidratação aplicada à pele. As lesões que são tratadas com pomadas tópicas com ativos específicos formam um plano de migração superficial favorecendo assim a epitelização mais rápida.

Formação do tecido de granulação [8,14]

O tecido de granulação constitui uma camada frouxa de componentes celulares, (incluindo-se fibroblastos e células inflamatórias), fibronectina, glicosaminoglicanos (GAG) e colágeno. A formação do tecido de granulação começa no segundo ou terceiro dia após o peeling e é mantida até que a reepitelização esteja concluída. O fibroblasto é a principal célula responsável pela formação desse tecido, que vai produzir elastina e colágeno fibrilar, GAG, fibronectina e proteases (colagenase). Precisa-se da colagenase para a remodelação da derme, por isso, ela é muito importante. Já os GAG vai ajudar a manter a hidratação da lesão, facilita também, migração e a proliferação celular na parte internada ferida.

Remodelagem do colágeno[6,10,13]

A remodelação do colágeno e da matriz começam ao mesmo tempo que a formação do tecido de granulação e estendendo-se por meses após a reepitelização. Essa remodelação é responsável pelo aspecto da pele após o procedimento do peeling. A fibronectina desaparece gradativamente, a medida que o colágeno for depositado. A água é reabsorvida e as fibras de colágeno, principalmente dos tipos I e II, são aproximadas e reordenadas em direção paralela à superfície cutânea. Segundo Brody (2000), há uma digestão progressiva do colágeno pela colagenase e outras proteases produzidas no local. Gradativamente, a neovascularização regride formando uma derme menos vascularizada.

A Angiogênese[4,18]

Após o peeling, o restabelecimento do fluxo sanguíneo é fundamental para o forneciemto de oxigênio e nutrientes à ferida em processo de cicatrização.15,16 As células endoteliais migram diretamente para a lesão e deslizam sobre a matriz de fibronectina. A interferência com a formação dessa matriz pode retardar a cicatrização da lesão.

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O eritema persistente pós peeling, se dá pelo fato da proliferação capilar dentro do tecido granular.

A Reepitelização Prejudicada

A alteração da migração das células epiteliais justifica-se pelo fato da utilização de medicamentos inadequados em forma de creme ou pomadas tópicas, ou até mesmo um veículo simples. Alguns estudos mostram que certos anti-sépticos, prejudicam, retardando o desenvolvimento do tecido granular na pele de porco.[18]

A vaselina, que é uma mistura de hidrocarbonetos alifáticos de cadeias longas, é eficaz no tratamento da pele seca com lesão do estrato córneo, penetrando por todos os interstícios da camada córnea e acelerando a recuperação da barreira normal, apesar de suas propriedades oclusivas.[6]

TIPOS DE ÁCIDOS

Ácido Glicólico

Particularmente, o ácido mais comumente utilizado na área da dermatologia estética é o Glicólico; não é tóxico sistemicamente é pouco irritativo e pouco foto sensibilizante, mais mesmo assim não é dispensável o uso do filtro solar ou bloqueador durante o período do tratamento.

Segundo Batistuzzo (2002), o ácido glicólico, encontrado naturalmente na cana-de-açúcar, vem sendo usado largamente no tratamento de diversos tipos de lesões da pele humana, principalmente rugas superficiais, médias e profundas, seqüelas de acne, flacidez da pele, pele seca, estrias, manchas senis, ictiose e fases isoladas de algumas lesões de psoríase.

O peeling químico com esse tipo de ácido é o mais fácil de ser realizado e o mais seguro, quando realizado por um profissional apto à técnica.

Seu efeito de peeling superficial (ao nível da camada córnea) é quando o paciente refere-se aos primeiros sinais de ardor ou formigamento (“pinicar”) e a concentração usual está entre 40 a 50%. È particularmente indicado para pessoas com manchas escuras na pele, cicatrizes ou seqüelas de acne.

Ao usar o peeling de ação médio a profundo, objetiva-se estimular os vasos da derme papilar, sendo importante o acompanhamento do eritema local uniforme, dosando seu grau, pois, quanto maior for o grau do eritema, maior será o poder de penetração e conseqüentemente mais profundo será o peeling, nunca esquecendo que nem sempre esses eritemas podem ser uniformes e em pele escura não será possível observar este eritema. [3,6]

Indicação

É indicado em todos os tipos de pele e em qualquer região corporais, para tratar ceratoses actínicas, melasma, acne, estrias, rugas finas e lesões de fotoenvelhecimento[1].

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Concentrações

Utiliza-se mais gel em concentração de 40 a 70%. As soluções são feitas com água ou a combinação de água, álcool e propilenoglicol.

Quando forem usados produtos parcialmente neutralizados (ph de 2,75), serão necessários tempos de exposição maiores [1].

Protocolo e Recomendação

É suficiente uma limpeza suave apenas para remover a maquiagem e outros resíduos. Recomenda-se estar sempre observando a pele no período do procedimento e nunca deixar o paciente sozinho na sala de procedimento; o tempo de aplicação vai depender do objetivo a alcançar o estágio desejado; deve-se neutralizar a região com água corrente em abundância ou usar solução de bicarbonato de sódio a 40%; as aplicações serão realizadas semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, em média 4 a 10 sessões anuais.

Complicações [3,7]

Herpes Labial, eritema persistente ou sensibilidade ao sol e hiperpigmentação pós-inflamatória.

No quadro 3 verifica-se um resumo de protocolos envolvendo formulações com ácidos glicólicos e o uso do sabonete líquido no pós- peeling.

Tipo de lesão Formulação recomendada

para uso domiciliar Sabonete Líquido

Fotoenvelhecimento Creme 8% - 15% de ácido glicólico + loção 20% de Vitamina C.

FC 20%

Rugas finas Creme 8% - 10% de ácido glicólico + loção 20% de Vitamina C

FC 4%

Rugas médias Creme 10% - 15% de ácido glicólico + loção 20% de Vitamina C

FC 10%

Rugas profundas Creme 15% - 30% de ácido glicólico + loção 20% de Vitamina C

FC 20%

Acne ativa Gel de acido glicólico 10% com Cloridrato de Benzalk

FC 20%

Acne seqüelas Gel de ácido glicólico 15% - 18%

FC 20%

Manchas hipercrômicas

Creme ou gel com 8% - 10% de ácido Glicólico + ácido Fítico 4%

FC 4%

Estrias/Flacidez da pele

Loção corporal com 20% - 30% de ácido glicólico +

FC 20%

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Vitamina C

Melasma Creme ou gel com 8% - 10% de ácido glicólico + ácido Fítico 4%.

FC 20%

Quadro 3 – Principais indicações de tratamento com ácido gliocólico, sugestões de formulações contendo ácido glicílico, e tipo de sabonete liquido (FC = Facial cleanser (sabonete gel com ácido glicólico)

Ácido Mandélico [1]

O Ácido Mandélico é um derivado da hidrólise de um extrato de amêndoas amargas e que tem sido estudado amplamente por seus possíveis usos no tratamento de problemas comuns de pele, tais como, fotoenvelhecimento, pigmentação irregular e acne.

A molécula do ácido mandélico é maior que a molécula do ácido glicólico e por esta razão, penetra lentamente. O ácido mandélico é um dos Alfa-Hidroxiácidos (AHA`S) de maior peso molecular, favorecendo um efeito uniforme, o que também minimiza os transtornos comuns da aplicação deste tipo de acido sobre a pele.

Apresenta semelhança química com o ácido salicílico, pois apresenta ação anti-séptica quando somada às atividades dos Alfa-Hidroxiácidos. Sua formulação em gel fluído, promove um peeling que atua de maneira homogênea e superficial. É usado em conjunção com Peeling Abrasivo, de ação química e mecânica que possui base cremosa abrasiva que ao ser massageada produz um polimento, removendo parte do extrato córneo. A esfoliação química se obtém pela mistura em proporções iguais de Ácido Salicílico e Resorcina a 5%, essa esfoliação, vai favorecer a ação do ácido mandélico. Pode ser utilizado com segurança em peles de tipo I à VI, segundo a classificação de Fitzpatrick, sendo feito em intervalos de 15 a 20 dias, conforme tolerância do paciente, num mínimo quatro aplicações.

Indicação

O ácido mandélico é útil para conter pigmentação, tratar acne inflamatória não-cística e rejuvenescer a pele fotoenvelhecida. Além disso, tem utilidade na preparação da pele para o peeling a laser (Resurfacing) e na ajuda da cicatrização e prevenção de infecções bactérias gram-negativas após este procedimento.

Na acne, o ácido mandélico age durante o processo infeccioso, combatendo as bactérias e prevenindo a formação de novas lesões, além de trabalhar na cicatrização, colaborando com o tratamento de eventuais seqüelas.

No caso da hiperpigmentação, o produto atua na inibição da síntese da melanina e na melanina já depositada na superfície da epiderme, ajudando a promover uma eficaz remoção dos pigmentos hipercrômicos. Pode ser usado para estimular o turnover celular e na remoção da capa córnea fotoenvelhecida.

Concentração do Peeling

Com 20% de ácido mandélico em pH 2 - 3, consegue-se um peeling de ação de superficial a mediana, podendo ser aplicado nas peles de

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tipo I a IV, segundo classificação de Fitzpatrick, com intervalos de 10 a 20 dias, com no mínimo quatro aplicações.

Ácido Glicirrízico [1]

É obtido do alcaçuz, e tem ação antiinflamatória e atialérgica semelhante a dos corticóides, menos potente, porém mais doradoura. Tem especial ação no tratamento de dermatites de contato e fotodermatites.

Indicação

A sua utilização é indicada para associação com outros ácidos que promovam um certo grau de irritabilidade.

Na figura 4 visualizamos imagens de um paciente que se submeteu a 1 peeling com loção de Jessner (ácido lático 14%, resorcina 14%, salicílico 14% e Álcool 90%), onde observamos uma diminuição do processo inflamatório da acne. 2

Concentração

É utilizado em concentrações de 0,01 a 1%, em cremes, loções e géis, com a finalidade de diminuir o efeito irritativo de outros princípios ativos, como o ácido glicólico e o ácido retinóico.

Ácido Hialurônico [1,23]

O Ácido Hialurônico é conhecido como um excelente hidratante para o uso cosmético. Ele é um mucopolissacarídeo de alto peso molecular amplamente encontrado nos tecidos e fluídos intercelulares, que mantém uma matriz gelificada, quando ligado a proteínas, outros mucopolissacarídeos e água. No mercado o Ácido Hialurônico apresenta-se na forma de sal, o Hialuronato de Sódio a 1%, sendo obtido pela fermentação de culturas de Streptococcus zooepidemicus.

O Ácido Hialurônico possui as propriedades de controlar os eletrólitos e água nos fluídos extracelulares, é cicatrizante, protetor contra infecções e lubrificante. Acredita-se que a diminuição dos níveis deste ácido seja a principal causa do ressecamento da pele durante o envelhecimento.

Este tipo de ácido, por ser uma substância higroscópica, possui a capacidade de absorver a umidade ambiente e mantê-la constante na pele, mesmo em ambientes onde a variação de umidade é grande. Comparado a outros hidratantes, possui uma maior capacidade de retenção de água promovendo uma extrema hidratação da pele, devido ao seu alto peso molecular. Portanto, previne de forma eficaz a desidratação cutânea.

Indicação

É indicado para peles desidratadas e desvitalizadas, promovendo ótima lubrificação e consequente hidratação, melhorando sensivelmente as características da pele, proporcionando maciez, tonicidade e elasticidade da mesma.

Concentração

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É indicado em concentrações que variam entre 1% a 3% em géis, géis-cremes, emulsões hidratantes e cremes antienvelhecimento.

Observações

Deve-se evitar o uso de pH alcalino devido a uma possível decomposição do acido. O conteúdo de álcool menor que 35% é recomendado, para evitar possíveis formações de precipitados em longo prazo. A manutenção do um pH entre ácido e neutro (5 a 7) promove uma excelente estabilidade às formulações. Nunca use surfactantes catiônicos nas formulações, pois haverá a formação de complexos insolúveis e, consequentemente precipitação.

O uso de agentes quelantes, tais como EDTA, é extremamente recomendado, pois a presença de íons metálicos podem diminuir a viscosidade das formulações.

O uso de sistemas tamponados, tais como fosfato ou citrato é recomendado.

Àcido Salicílico [23]

É um beta-hidroxiácido, tem ação queratoplástica, em concentrações até 2% e queratolítica, acima de 2% facilitando a penetração tópica de outros agentes. Tem também ação bacteriostática e fungicida, nas concentrações 1 a 5%. É usado na descamação epidérmica do conduto auditivo a 5%. Por suas ações, é usado em inúmeras formulações dermatológicas, em geral associado a outras substâncias. Apresenta baixa incidência de complicações. Isoladamente não tem potência suficiente para atuar como agente de peeling químico, sendo sempre muito superficial

Indicações

É indicado nas queratoses, em concentração ate 10%, em verrugas e calosidades em concentrações ate 20%, e na acne em concentrações ate 10%.

Concentração

É indicado em concentrações que variam entre 1 a 20%, em géis, loções alcoólicas ou pomadas.

Contra-Indicação

Evitar áreas muito extensas pela possibilidade do salicilismo que é bastante incomum com esta apresentação líquida.

Protocolo e Recomendações

A aplicação é semanal, a pele tem que está desengordurada e preparada, não é recomenda a utilização de ventiladores ou abanadores que poderiam produzir uma evaporação mais rápida do conteúdo líquido, e conseqüentemente uma menor penetração do ácido além de liberar no ar “a poeira”, partícula do ácido depositado na pele, altamente irritantes. Aguardar, o desaparecimento do ardor, que é rápido e passageiro, e o branqueamento, que é devido a cristalização e conseqüentemente deposição do ácido na pele, para então repassar o aplicador se necessário. A aplicação pode ser feita com um aplicador

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(cotonete) ou gaze embebida na solução. Recomenda-se séries de 5 a 10 peelings anuais

Hidroquinona [1,23]

A Hidroquinona é um agente despigmentante tópico, empregado para clarear áreas hiperpigmentadas da pele, em manifestações como cloasmas, melasmas, etc. Sua ação é temporária, atua na biossíntese da melanina por inibição enzimática da oxidação da tirosina (dihidroxifenilalanina), precursora da melanina, e supressão de outros processos metabólicos dos melanócitos.

Também provoca mudanças estruturais nas membranas das organelas do melanócitos, acelerando a degradação dos melanossomas. O tratamento deve ser limitado a pequenas áreas do corpo, sendo que devido à sua ação temporária é necessário que se repita a aplicação em intervalos freqüentes. É importante o uso de bloqueadores solares durante e após o tratamento para reduzir a repigmentação.

Concentração

Hidroquinona é indicada em concentrações que variam de 2 a 10% em cremes, pomadas, loções cremosas e alcoólicas com ação desmelanizante (destruição da melanina).

Excipientes: Base creme aniônico tipo Lanette N, pH de estabilidade: 4,5 – 5,0.

É incompatível com o ácido fítico, kójico, antipollon e o ácido glicólico.

Precauções

A hidroquinona é um agente irritante leve, podendo provocar dermatites irritativas, eritema ou exantema; e nestes casos, suspender o tratamento. Não deve ser aplicada ao redor da área dos olhos, em feridas abertas, queimaduras solares ou pele irritada, somente em pele intacta.

Contra-indicação

É contra indicada em crianças, por ser uma substância muito tóxica.

Àcido Azeláico [1,23,24] Foi inicialmente utilizado para tratamento de manchas da pele.

Tem ação antibacteriana, e demonstra ter uma ação positiva no tratamento da acne.

A redução de hiperpigmentação do ácido azeláico é superior a hidroquinona a 2% e equivalente a 4%.

Apresenta a vantagem de não agir sobre os melanócitos normais e fibroblastos, o que faz com que seu uso não leve a ocronose e a leucodermia.

Indicações

É empregado na acne tendo ação bacteriostática além de ser um inibidor competitivo sobre a conversão da testosterona, diminuindo seu efeito sobre a exacerbação da acne. Tem também ação inibitória sobre a

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tirosinase e outras oxiredutases, diminuindo a sínteses de melanina assim sendo e empregado em cloasmas e outras hipercromias.

Concentração

A dosagem usual é de 10 a 20%.

Contra-Indicações

Pacientes muito sensíveis ao ácido azeláico, ferimentos e cicatrizes recentes.

Obs: Não encontramos relatos contra-indicando a utilização dos despigmentantes no período da gestação. As hiperpigmentações surgem, em geral, no final do segundo trimestre, favorecendo o tratamento precoce, o que, por sua vez, pode amenizar a intensidade destas dermatoses.

Ácido Kójico [1,23,24,25]

O ácido kójico é um agente despigmentante obtido através da fermentação do arroz. Atua quelando os íons cobre, que como conseqüência provoca a inibição da tirosinase, enzima fundamental para a formação da melanina; além disso, é capaz de induzir a redução da melanina e de seu monomero precursor chave.

O ácido kójico não é citotóxico e nem apresenta efeito irritativo. Pode ser associado junto ao Ácido Glicólico, que diminui a capa córnea e amolece o cimento celular, facilitando a penetração do agente despigmentante.

O ácido kójico pode ser veiculado em cremes e loções não iônicas, géis e loções aquosas, com pH entre 3 e 5 (maior estabilidade). É indicado o uso de um sistema tampão ácido cítrico/citrato e EDTA (0,1 a 0,2%). Não é indicado o uso de ésteres na formulação. Deve ser incorporado numa formulação numa temperatura abaixo de 70ºC.

Orienta-se o uso de um filtro solar de dia e o despigmentante á noite.

Concentração

É utilizado nas concentrações de 1 a 3%, em cremes e loções.

Ácido Alfa-Lipóico [1]

O ácido alfa lipóico possui atividade antioxidante. Elimina as espécies reativas de oxigênio, interage com outros antioxidantes como a vitamina C, vitamina E e glutationa. Repara danos oxidativos pelo seu efeito protetor contra o estresse oxidativo como a radiação UV que pode ser considerada um dos responsáveis pelo envelhecimento da pele. Modula a ativação do fator de transcrição NF-KAPPA-B, evitando dessa maneira a produção de substâncias químicas pró-inflamatórias chamadas citocinas que danificam a célula e aceleram o envelhecimento, auxiliando na redução e prevenção da formação de rugas e linhas de expressão.18

Indicações

É indicado para o tratamento e prevenção do envelhecimento da pele, linhas de expressão e rugas, poros dilatados, cicatrizes atróficas e hipertróficas, pele com coloração pálida ou sem brilho.

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Na figura 5 vemos uma paciente que se submeteu a sessões quinzenais de peeling com ácido glicólico-10% + acido alfa lipóico-3% + Vitamina C-2%, para minimizar rugas perioculares, realizando um total de 10 sessões

Concentrações

Preconiza-se o uso em concentrações de 1 a 5% em cremes e loções não-iônicas. È incompatível com substâncias alcalinas e seu ph de estabilidade variam entre 3,8 e 3,9. Deve ser acrescentado na emulsão após o resfriamento com o auxílio de um óleo vegetal. Se for consumido via oral, tomar 100 a 200 mg por dia, dividido em duas ou três doses.

Contra Indicações

Pessoas sensíveis ao ácido lipóico.

Embora o uso tópico e sistêmico de ácido alfa lipóico seja considerado seguro, sua aplicação pode causar dermatite de contato e irritações da pele.

Ácido Retinóico [1,23]

Tem ação queratolítica e esfoliante em nível celular, estimulando a síntese de colágeno novo. Esse colágeno permanece intacto histologicamente por pelo menos quatro meses após a última aplicação[1].

Indicação

É tradicionalmente usado no tratamento de acne, para acelerar o “turnover” da epiderme e prevenir a formação de comedões. Também pode ser usado no tratamento de hiperqueratoses, estrias e de melasma (excelentes resultados). Em alopecias, é usado principalmente associado ao minoxidil, com a finalidade de aumentar a absorção deste.

Como o ácido retinóico produz eritema, descamação e é fotossensibilizante, deve ser usado à noite. Durante o dia, recomenda-se uso de fotoprotetores.

Concentrações

O ajuste da concentração de ácido retinóico nas formulações vai depender da resposta terapêutica obtida, mas atualmente utiliza-se concentrações de 1 a 10%. Desta forma aconcelha-se utilizar inicialmente o tratamento com concentrações menores, aumentando gradativamente, se necessário.

Contra-Indicações

Para o tratamento de acne, não se deve associar o ácido retinóico e o peróxido de benzoíla na mesma formulação, uma vez que o primeiro é oxidado pelo segundo. No caso de optar por um tratamento com essas duas substâncias, pode ser feito alternando-se um creme de ácido retinóico à noite, com um gel de peróxido de benzoíla durante o dia.

Protocolo e Recomendações A aplicação é feita semanalmente, aplica-se na pele preparada e

desengordurada com um pincel ou o dedo enluvado, deixar o produto agir de 4 a 6 horas e lavar posteriormente com bastante água corrente, aconselha-se aplicar o peeling no final da tarde, pois o paciente terá que

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ir para casa com o ácido no local e deve evitar a exposição ao sol no trajeto (que aumentaria a sensibilidade da pele ao UV e poderia também inativá-lo) e chegar o tempo de poder permanecer com o produto a noite toda até o amanhecer.

Os cuidados pós peeling incluem suspensão temporário de 1 ou 2 dias de tratamento domiciliar, recomenda-se uso de maquiagem e fotoprotetores diariamente.

Fotoproteção [1,18]

Durante o procedimento de Peeling, fica sendo obrigatório a utilização do protetor solar três vezes ao dia, independente da época do ano. Isso evitará envelhecimento precoce, o aprofundamento do peeling e o aparecimento de manchas hipercrômicas.

Considera-se FPS (Fator de proteção solar) o número de vezes que poderíamos ficar expostos a radiação UVB, com o protetor, ou seja, é o índice que determina o tempo que um indivíduo pode permanecer ao sol som produzir eritema.

O quadro abaixo mostra quanto a luz solar (Tipo UVB é absorvida pelos protetores solar)

FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR (FPS)

ABSORÇÃO LUZ SOLAR (% PROTEÇÃO)

2 50 %

4 75 %

8 87,5 %

16 93,8 %

32 96,5 %

64 98,6 %

Fonte: http://www.archer.med.br/index.html em 16/06/06

Manutenção diária

O paciente deverá sempre seguir as orientações de manutenção diária prescrita pelo fisioterapeuta dermato-funcional ou médico dermatologista, sem o qual o tratamento não surtirá o efeito desejado. O paciente deve ser conscientizado que o resultado final.

CLAREADORES FACIAL MAIS UTILIZADO [1,23,25]

1) Aqua Licorice Extract PIT - Inibe a tirosinase. Ação de despigmentante, antioxidade, bacteriostático (usado na acne), prevento à manchas causadas pelo sol e antienvlhecimento.

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Vantagem: Não é fotossensibilizante. Pode ser usado até junto com o protetor solar. Indicado para peles normais.

2) Azeloglicina - Clareador, normalizador da oleosidade, anti-acneico, hidratante, hipoalergênico, não causa comichões e melhora a elasticidade da pele. Clareamento após 21 dias de uso. Indicado para peles oleosas e acneicas, além de pessoas de pele escura.

3) Antipolon HT - Absorve a melanina, sem causar irritação. Indicado no início do tratamento de hipercromias, podendo ser associado a outros despigmentantes como Vitamina C, Aqua Licorice e Azeloglicina.

4) Ceramida III - Tem ação clareadora, antienvelhecimento. Indicada para peles ressecadas e envelhecidas. Pode ser usada com filtro solar, pois não é fotossensibilizante.

5) Glicosferas de Vitamina C / Ester C tópico - Tem ação antienvelhecimento anti-radicais livres e clareadora. Pode ser usado com fotoprotetores e uso diário.

6) Adenin (N6 - Furfurel Adenina) - Chamado de ácido retinóico de verão, podendo ser usado com filtro solar, sem causar sensibilização. Efeito clareador, antienvelhecimento, hidratante, antioxidante. Pode ser associado a outros clareadores. Resultado em 4 - 6 semanas.

7) Microsponjas de Retinol / Ultraspheres de Retinol - Usado como antioxidante, regulador sebáceo, preventivo do envelhecimento e flacidez, clareador suave. Não causa o efeito irritante do ácido retinóico, porém, causa fotossensibilização. Deve ser usado à noite e filtro protetor durante o dia.

8) Hidroquinona - Clareador facial potente, fotossensibilizante. Usar com cautela à noite. Exige uso de protetor solar durante o dia.

9) Glycosen Hidroquinona - Tem menos contra indicações do que a hidroqunona. Potente clareador e mais estável. Usar com cuidado. Exige uso de proteção solar durante o dia.

10) Melfade (Extrato de uva ursina) - Não irritante. Efeito superior ao da hidroquinona. As manchas não devem voltar a aparecer, após serem clareadas pelo Melfade.

11) Ácido Kójico - Despigmentante de ação física, seguro. Absorve a melanina.

Fórmulas para clareamento (despigmentação) * Hidroquinona 5%; Tretinoína 0,05%; Dexametasona 0,05%; Creme Lanette qsp 30g. * Hidroquinona 2,5g; VC-PMG 1,5g; Hidrocortisona 0,05g; Creme Lanette qsp 30g.

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* Arbutin 1%; Loção Cremosa qsp 30ml. * Hidroquinona 3%; Ácido Glicólico 6% Alfa Bisabolol 0,5%; Gel qsp 30g. * Ácido Kójico 2%; Ácido Glicólico 6% ; Alfa Bisabolol 1%; Gel qsp 30g. * Azeloglicina 15%; Creme Base qsp 30g. * Antipollon HT 1%; Creme qsp 30g. * Ácido Fítico 1%; Antipollon HT 2%; Ácido Glicólico 5% ; Gel qsp 30g. * VC-PMG 1%; Gel de Natrosol qsp 30g. * Hidroquinona 4%; Ácido Kójico 2%; Ácido Glicólico 6%; Creme qsp 30g. * Ceramidas 3%; Lipossomas 2%; Antipollon 3%; Vitamina E Oleosa 2%; Elastocell 5%; creme não iônico qsq 30g. * Arbutin 2%; Ácido Kójico 1% Loção qsp 30ml. * Hidroquinona 10%; Azeloglicina 15%; Hidrocortisona 0,05%; Creme qsp 30g. * Ceramidas 2%; Adenin 0,1% Creme qsp 30g * Ácido Fítico 1%; Ácido Kójico 2%; Ácido Glicirrízico 0,2%; Creme qsp 30g. * Melawhite 10% Creme qsp 30g * Microesferas Retinol 10%; Nikol VCIP 5%; Loção Gel 30ml.

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TERMO DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DO PEELING QUÍMICO

TERMO DE RESPONSABILIDADE

Eu, ____________________________, estou ciente e concordo em receber o tratamento de peeling com ácidos. Foi-me explicado todo o processo desse tratamento e tive oportunidade de realizar perguntas ao profissional. Poderá ocorrer um pequeno edema em minha face. A pele poderá apresentar eritema (rosada), ressecamento, crosta e posteriormente, uma leve descamação, parecendo com uma queimadura solar, antes da cicatrização. Normalmente, o procedimento dura cerca de uma a duas semanas, embora possa demorar mais em alguns casos.

Estou ciente também que há risco de desenvolver alterações na cor da pele temporárias ou permanentes. Durante ou após o peeling, podem aparecer acne.

Concordo em que sejam tiradas fotografias técnica da região em tratamento, dando total direito ao profissional publicá-la em livros, revistas, artigos e em vários outros veículos de divulgação da técnica.

O grau do resultado final do tratamento, não poder previsto ou garantido pelo profissional.

___________________ ___/___/___

Assinatura do paciente Data

(ou responsável)

Poderá ser reproduzido para uso clínico. [6]

PARECERES TÉCNICO [24]

Parecer Técnico nº 7, de 28 de setembro de 2001 (atualizado em 16/2/2006)

ASSUNTO: Utilização de alfa-hidroxiácidos em produtos cosméticos

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Considerando o interesse do consumidor nos benefícios propostos dos produtos cosméticos contendo AHAs, como manutenção da saúde da pele e anexos, melhoria na firmeza e elasticidade cutânea(1); Considerando o emprego dos diferentes AHAs em produtos cosméticos com finalidades hidratante, estimulante da renovação da camada córnea e da síntese de colágeno, clareadora e antioxidante (2-6); Considerando que a atividade dos AHAs está diretamente relacionada ao valor de pH e que precisam estar na forma ácida para serem eficazes na promoção da esfoliação e renovação celular da pele (5); Considerando que valores baixos de pH, estão diretamente relacionados com a irritação dérmica cumulativa (5);

Considerando que o aumento do pH em formulações contendo AHAs diminui a irritação dérmica, porém reduz a capacidade de estimular a renovação celular; Considerando que o pH é um importante elemento na determinação da segurança e eficácia dos AHAs e que valores de pH próximos de 3,8 fornecem uma boa relação entre esses parâmetros (8); Considerando que em pH acima de 5, os AHAs estão, em geral, na forma ionizada (sal), a exemplo do ácido glicólico que nesta condição encontra-se em torno de 94% na forma de íon glicolato (10); Considerando que formulações contendo AHAs em concentrações inferiores a 10% têm apresentado resultados na redução gradual de rugas superficiais (9); Considerando o exposto, a CATEC recomenda e a Gerência-Geral de Cosméticos determina: 1) a utilização de AHAs e seus derivados deverá ter sua concentração máxima permitida em produtos cosméticos, limitada a 10%, calculada na forma ácida, em pH maior ou igual a 3,5. 2) As formulações com valor de pH maior ou igual a 3,5 e menor ou igual a 5,0 caracterizam o produto como Grau 2, e formulações com valor de pH superior a 5,0 caracterizam o produto como Grau 1. 3) No ato do pedido de Registro ou Notificação deverá ser apresentado, obrigatoriamente, o valor de pH da formulação final. A CATEC recomenda também que, na rotulagem dos produtos submetidos a registro (Grau 2) conste: a) Produtos não enxaguáveis:

- Não aplicar nas pálpebras, nos cantos externos do nariz e da boca e na pele irritada ou lesionada; - Evitar exposição solar durante o uso do produto; - Durante a primeira semana de uso, aplicar pequenas quantidades de produto, em dias alternados; - Nas primeiras aplicações poderão ser observadas sensações transitórias de ardor, pinicação ou ressecamento da pele. Persistindo o incômodo, suspenda o uso do produto e procure orientação médica.

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b) Produtos enxaguáveis:

- Não aplicar nas pálpebras e ao redor dos olhos; - Enxaguar imediatamente a pele após a aplicação; - Não insistir no uso contínuo, caso ocorra algum efeito indesejável; - Durante a primeira semana de uso, aplicar pequenas quantidades de produto, em dias alternados; - Uma leve sensação de ardor, pinicação ou ressecamento da pele poderá ser observada nas primeiras aplicações. Para os dois casos: PRECAUÇÕES: Manter fora do alcance de crianças. Não ingerir. Em caso de contato acidental com os olhos, enxaguar abundantemente. Havendo irritação, suspenda o uso e procure por orientação médica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS : 1) SMITH, W.P. Comparative effectiveness of a-hydroxy acids on skin properties. International Journal of Cosmetics Sciences., v.18, p.75-83, 1996. 2) VAN SCOTT, E.J.; YU, R.J. Control of Keratinization with alpha-hidroxy acids and releated compounds. Archives Dermatology., v.110, p.586, 1974. 3) MAIA CAMPOS, P.M.B.G.; RICCI, G.; SEMPRINI, M.; LOPES, R.A., Histopathological, morphometric and stereological studies of dermocosmetic skin formulations containing vitamin A and / or glycolic acid. Journal of Cosmetic Science, v.50, n.3, p.159-70, 1999. 4) RODRIGUES , MAIA CAMPOS.; Comparative Study of the effects of the Cosmetic Formulations with or without Hydroxy Acids by Histopathological, Morphometric, and Stereologic Evaluation, J. Cosmet. Sci., 2001. In press. 5) DINARDO, J.C.; Studies show cumulative irritation potencial based on pH., Cosmetic Dermatology, v.3 , p.12-13, n. 5, may 1996, Supplement.

6) KIM, S.J.; Increased in vivo collagen synthesis and in vitro cell proliferative effect of glycolic acid, Dermatologic Surgery, v. 24, n. 10, p. 1054-1058, 1998. 7) MCEWEN, G, JR.; The safety and beneficial effects of AHA's., Cosmetic Dermatology, v. 3, p.19 , n.5, May 1996. Supplement. 8) RUBIN, M.G. pH is na important element in determining the safety and efficacy of AHA's. Cosmetic Dermatology., v.3, p.14-15, n.5, May 1996.Supplement. 9) SIEGFRIED, W.R. Formulating with Alpha Hydroxy Acids. Inolex Chemical, Philadelphia, p.30-37, 1995. 10) DINARDO, J.C.; GROVE, L.G.; MOY, S.L.; Clinical and Histological effects of Glycolic Acid at Different Concentrations and pH Levels. Dermatologic Surgery, v. 22, p. 421-424, 1996.

Parecer Técnico nº 3, de 29 de junho de 2001 (atualizado em 28/6/2004)

ASSUNTO: Utilização de Vitamina C em produtos cosméticos Tendo em vista reuniões anteriormente realizadas com a Comissão Técnica de Assessoramento na Área de Cosméticos (CTAC) e a necessidade de reavaliação da utilização de vitamina C em preparações

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cosméticas e elaboração de parecer técnico, a Câmara Técnica de Cosméticos (CATEC) apreciou o assunto em pauta e apresenta, a seguir, suas considerações:

Considerando o interesse do consumidor nos benefícios propostos de certos produtos contendo vitamina C, assim como na manutenção da saúde da pele e dos seus anexos, através do uso destes produtos;

Considerando que é de direito do consumidor ser informado quanto à veracidade dos benefícios apregoados na rotulagem de produtos cosméticos e de higiene pessoal;

Considerando que o artigo 6, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor reza: "São direitos básicos do consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem";

Considerando o uso crescente do ácido ascórbico e seus derivados em produtos cosméticos com finalidades hidratante, clareadora, antioxidante e estimulante da renovação da camada córnea e da síntese de colágeno(1,4,5,7,9);

Considerando que a atividade da vitamina C, quando atuando como antioxidante da formulação para conservação do produto, não proporciona ao mesmo os benefícios mencionados no parágrafo 5 acima especificado;

Considerando que o pKa do ácido ascórbico é 4,2(6) e que formulações com pH em torno deste valor, independente da concentração de ácido ascórbico, são compatíveis com o pH da pele (4 a 6) e proporcionam também, boa penetração cutânea da substância ativa acima referida(8);

Considerando que o uso da Vitamina C por um período prolongado, mesmo em altas concentrações, tem sido descrito como seguro, e que o ácido l-ascórbico em solução aquosa a 10% penetra através do estrato córneo na concentração máxima de 12%(2,3);

Considerando que a eficácia e segurança de uso do ácido ascórbico e seus derivados em produtos cosméticos são dependentes da concentração e estabilidade química da substância ativa, do veículo, do valor de pH da formulação e da penetração cutânea(4,5,8,9).

Considerando o exposto, a CATEC recomenda e a Gerência-Geral de Cosméticos determina:

1) que os produtos cosméticos contendo o ácido ascórbico e seus derivados, em todas as suas formas de apresentação, tenham sua eficácia e segurança devidamente comprovadas (irritabilidade dérmica primária e cumulativa), bem como sua estabilidade química dentro de limites compatíveis com as finalidades de uso, quando a eles atribuídos algum dos benefícios descritos no parágrafo 5.

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2) que a utilização de Vitamina C e de seus derivados na formulação do produto, com a finalidade antioxidante (manutenção da estabilidade), não permita que a mesma seja realçada na rotulagem, à exceção da menção na composição, de maneira igual tanto na forma, quanto na dimensão de caracteres, aos demais constituintes da fórmula.

3) Para fins de registro, os produtos contendo ácido ascórbico e seus derivados serão classificados como Grau 2, exceto quando se enquadrarem na situação descrita no item 2.

Referências Bibliográficas:

1 COSMETIC INGREDIENT REVIEW - Compendium 2000. New York: The Cosmetics Toiletry and Fragance Association, 2000. 2 GAREWAL H. S., DIPLOCK, A. T. How 'safe' Are Antioxidant Vitamins? Drug Safety, New Zealand, v. 13, n. 1, p. 8-14, 1995. 3 KELLER, K. L.; FENSKE, N. A. Uses of vitamins A, C and E and related compounds in dermatology: A review. Journal American Academy Dermatology, v. 39, n. 4, part 1, p. 611-625, 1998. 4 LORAY Z. Vitamina C: Antioxidante e Protetor de Colágeno. Revista de Cosmiatria e Medicina Estética, São Paulo, v. 7, n. 4, p.15-17, 1999. 5 MAIA CAMPOS P. M. B. G., SILVA G. M. Ascorbic Acid and Its Derivates in Cosmetics Formulations. Cosmetics & Toiletries, Oak Park, v. 115, n. 6, p. 59-62, 2000. 6 PINNELL S. R. Vitamina C tópica. Revista de Cosmiatria e Medicina Estética, São Paulo, v. 3, n. 4, p. 31-36, 1995. 7 SILVA G. M., MAIA CAMPOS P. M. B. G. Histopathological, morphometric and stereological studies of ascorbic acid and magnesium ascorbyl phosphate in a skin care formulation. International Journal Cosmetics Science, Oxford, v. 22, p. 169-179, 2000. 8 SILVA G. M., MAIA CAMPOS P. M. B. G. Influence of a formulation's pH on cutaneous absorption of ascorbic acid. Cosmetics & Toiletries, Oak Park, v.116, n. 1, p. 73-75, 2001. 9 VELASCO-DE-PAOLA M. V. R., RIBEIRO, M. E., YAMAMOTO, J. K. Multifuncionalidade das vitaminas. Cosmetics & Toiletries (ed. Português), São Paulo, v. 10, n.4, p.44-54, 1998.

Parecer Técnico nº 3, de 22 de março de 2002

ASSUNTO: Utilização de retinóides em produtos cosméticos

Tendo em vista reuniões anteriormente realizadas com a Comissão Técnica de Assessoramento na Área de Cosméticos (CTAC) e a necessidade de reavaliação da utilização de Vitamina A e derivados em preparações cosméticas e elaboração de parecer técnico, a Câmara Técnica de Cosméticos (CATEC) apreciou o assunto em pauta e apresenta, a seguir, suas considerações:

Considerando o interesse do consumidor nos benefícios propostos de certos produtos contendo retinol, que ao ser aplicado topicamente na fisiologia cutânea, favorecendo a manutenção da eudermia (pele normal), além de atuar em queratinizações excessivas, deixando a pele lisa e macia, e conseqüentemente, com aparência mais jovem e saudável (1,2,5);

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Considerando que o termo Vitamina A é utilizado para referir-se ao retinol, forma álcool desta vitamina e que, se houver uma função aldeído em lugar do álcool, no grupo polar terminal da molécula da Vitamina A, resulta o retinal, e caso haja um grupo carboxila, o ácido retinóico (3,4);

Considerando que os retinóides são instáveis, e que a forma Palmitato de retinila oferece vantagens, quanto à sua estabilidade química na formulação cosmética, podendo penetrar na pele e exercendo os efeitos mencionados no item 1, ou seja, contribuindo para que a pele tenha aparência lisa e macia (1,5,6);

Considerando que o relatório final sobre a segurança de uso do Retinol e Palmitato de Retinila publicado no Cosmetic Ingredient Review (7), em especial quanto ao uso em cosméticos, menciona que baseado em estudos clínicos e em animais de experimentação, o Palmitato de retinila e o Retinol são seguros como ingredientes cosméticos nas concentrações normalmente empregadas (0,1 a 1,0 %);

Considerando que o referido relatório menciona ainda que, os dados disponíveis no Food and Drug Administration (FDA) indicam que a maioria dos produtos comercializados utilizam Retinol em concentrações inferiores a 0,1%;

Considerando que 1 UI de vitamina A corresponde a 0,3 µg de Retinol ou 0,55 µg de Palmitato de retinila (8);

Considerando que um dos derivados da vitamina A, o retinaldeído, vem sendo comercializado na Europa há cerca de 6 anos;

Considerando que parte da ação biológica do retinol e do retinaldeído na pele está vinculada ao metabolismo oxidativo destas substâncias para formar o ácido retinóico (5, 9).;

Considerando que a concentração de ácido retinóico na pele, formada a partir da aplicação tópica do retinol e do retinaldeído, é consideravelmente menor do que aquela formada após a aplicação de preparações tópicas contendo ácido retinóico nas mesmas concentrações (11);

Considerando que, a absorção percutânea do ácido retinóico, quando utilizado em cremes a 0,05%, tem sido considerada baixa (aproximadamente 2%)(11);

Considerando que, de acordo com observações clínicas, a aplicação tópica de retinol ou retinaldeído é bem tolerada quando comparada com a do ácido retinóico, pois este último tem manifestado potencial irritante nas mesmas concentrações;

Considerando que o Retinaldeído, quando usado topicamente a 0,05%, tem apresentado eficácia e boa tolerância cutânea (10);

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Considerando o exposto, a CATEC recomenda e a Gerência-Geral de Cosméticos determina:

1) Que a Vitamina A, nas suas formas Retinol e Palmitato de retinila, seja usada em preparações cosméticas na concentração máxima de 10.000 UI de vitamina A/g de produto acabado, especificando o teor de substância ativa da matéria-prima utilizada na formulação.

2) Que a Vitamina A, na sua forma Retinaldeído, seja usada em produtos cosméticos na concentração máxima de 0,05%, condicionada à comprovação de sua estabilidade química no produto acabado.

3) Para fins de registro, os produtos contendo retinóides na formulação são classificados como grau de risco II.

Referências bibliográficas:

1) IDSON, B. Vitamins and the skin . Cosmetics & Toiletries, v. 108, n. 2, p. 79-94, 1993.

2) MAIA CAMPOS, P. M. B.G.; RICCI, G.; SEMPRINI, M.; LOPES, R.A. Histopathological, morphometric and stereological studies of dermocosmetic skin formulations containing vitamin A and / or glycolic acid . Journal of Cosmetic Science, v. 50,n. 3, p. 159-70, 1999.

3) HERMITTE, R. Aged skin, retinoids and alpha hydroxy acids. Cosmetics & Toiletries, v. 107, n. 7, p. 63-67, 1992.

4) ORFANOS, C.E. Current use and future potential role of retinoids in dermatology . Drugs,. v. 53, n. 3, p. 358-388, 1997.

5) COUNTS, D.F.; SKREKO, F.F.; McBEE, J.; WICH, A.G. The effect of retinyl palmitate on skin composition and morphometry. Journal of the Society of Cosmetic Chemicals, v. 39, n. 4, p. 235-40, 1988.

6) LEONARDI, G.R.; MAIA CAMPOS, P.M.B.G.Influence of glycolic acid as a component of a different formulations on skin penetration by vitamin A palmitate. Journal of Cosmetic Science, v. 49, n. 1, p.23-32, 1998.

7) COSMETIC INGREDIENT REVIEW - CIR - Compendium 2000. New York: The Cosmetics Toiletry and Fragance Association, p. 98 , 2000.

8) STROHECKER, R.; HENNING, H.M. Análisis de Vitaminas: Métodos Comprobados. Madrid, Verlag Chemie, GmbH, 1967. 9) SORG. Metabolism of topical retinaldehyde. Dermatology, v.199, suppl1, p.13-17, 1999. 10) SAWRAT et al. Topical retinaldehyde on human skin: biologic effects and tolerance. J Invest. Dermatol, v.103, p.770-774, 1994. 11) LATRIANO, L.; TLIMAS, G.; WONG, F.; WILLS, R.J. The percutaneous absorption of topically applied tretinoin and its effects on endogenous concentrations of tretinoin and its metabolites after single doses or long term use. Journal of the American Academy of Dermatology, v.36, p.537-46, 1997.

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Parecer Técnico nº 2, de 22 de maio de 2003 (atualizado em 16/2/2006)

ASSUNTO: Utilização do Dimetilaminoetanol (DMAE) e seus sais em cosméticos

Considerando a importância de se garantir a segurança sanitária no uso de produtos cosméticos contendo DMAE e seus sais;

Considerando que os dados relatados pelo NTP (National Toxicology Program) sobre testes de carcinogenicidade, interferência na reprodução e desenvolvimento em ratos e mutagenicidade em Salmonella typhimurium e Drosophila melanogaster foram negativos para o DMAE 2-4;

Considerando que é relatado na literatura que o DMAE proporciona hidratação e melhoria do tônus cutâneo do rosto 5-8;

Considerando que o DMAE é um componente de produto cosmético, inscrito no International Cosmetic Ingredient Dictionary and Handbook – INCI com o nome Dimethyl MEA 1;

Considerando o exposto, a CATEC recomenda e a Gerência Geral de Cosméticos determina:

1 – Que seja permitido o uso de DMAE e seus sais em produtos cosméticos; 2 – Que os produtos contendo DMAE na sua formulação tenham sua segurança comprovada, por ocasião do pedido de registro na ANVISA;

3 - As empresas somente poderão atribuir benefícios aos produtos contendo DMAE e seus sais, desde que devidamente comprovado a eficácia do produto acabado;

4 – Caso o DMAE seja utilizado na formulação com a função de Ajuste de pH/neutralizante deverá ser citado, apenas na composição do produto sem destaque com relação aos demais componentes.

5 -Os produtos cosméticos que contenham DMAE na sua formulação, para fins de registro, são classificados como Grau 2.

Referências Bibliográficas:

1- International Cosmetic Ingredient Dictionary and Handbook – CTFA 7ed. Vol1. p. 444 - Washington, 1997

2- Zeiger, E. ; Anderson, B. ; Haworth, S. ; Lawlor, T. ; Mortelmans K. ; Speck, W. - Environ. Mutagen. 9(suppl. 9): 1:110, 1987

3- Foureman, P. ; Mason, J.M. ; Valencia, R. ; Zimmerling, S. – Chemical Mutagenesis Testing in Drosophila. IX. Results of 50 Coded compounds Tested for the National Toxicology Program. Environ. Mol. Mutagen. 23(suppl. 1): 51-63, 1994

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4- Uhoda, I. ; Faska, N. ; Robert, C. ; Cauwenbergh, G. ; Piérard, G.E. Skin Research and Technology, 8: 164-167, 2002.

5- Cole, C. A.; Gisoldi, E.M.; Grossman, R.M. Clinical and consumer evaluations of improved facial appearance after 1 month use of topical dimethylaminoethanol Anais do 60 th Annual meeting - American Academy of Dermatology Scientific Posters Presentations –- New Orleans, LA – February 22-27, 2002

6- Piérard, G.E.; Faska, N. ; Cauwenbergh, G.; Robert, C. ; Cole, C.A. Measurement of facial skin firmness: topical treatment with dimethylaminoethanol - Anais do 60 th Annual meeting - American Academy of Dermatology Scientific Posters Presentations –- New Orleans, LA – February 22-27, 2002

7- Grossman, R.M.; Gisoldi, E.M.; Cole, C.A. - Long term safety and efficacy evaluation of a new skin firming technology: dimethylaminoethanol - Anais do 60 th Annual meeting - American Academy of Dermatology Scientific Posters Presentations –- New Orleans, LA – February 22-27, 2002

8- Wallo, W. ; Kollias, N. ; Payonk, G. ; Kurtz, E. S. – Clinical instrumental documentation of the skin firming effects of topical dimethylaminoethanol - Anais do 60 th Annual meeting - American Academy of Dermatology Scientific Posters Presentations –- New Orleans, LA – February 22-27, 2002

Parecer Técnico nº 1, de 9 de junho de 2005

ASSUNTO: Proibição do uso de Ácido Azeláico em Produtos Cosméticos Considerando que o ácido azelaico é um ácido dicarboxílico e atua como antiacnéico, por suas ações, como: antibacteriano (contra o Staphylococcus epidermidis e o Propionibacterium acnes); antiinflamatório; reduz o nível de lipídeos da superfície da pele; e controla o ciclo de renovação celular dentro do folículo piloso, evitando seu bloqueio por material queratinoso e devido a isso, possui ação anticomedogênica (1 - 7).

Considerando que o ácido azeláico possui ação como despigmentante cutâneo, inibindo a síntese de melanina no melanócito anormal ou hiperativo, sendo indicado para lentigo maligno, hipercromia pós-inflamatória e hiperpigmentação fotoquímica (1,6).

Considerando que o ácido azeláico é citado na literatura por sua ação antimicótica in vitro em formulações com valores de pH entre 4,8 e 5,5 (4) .

Considerando que cosméticos são produtos que não possuem finalidade terapêutica.

Considerando que as preparações contendo ácido azeláico, estão disponíveis em concentração máxima de 20%, sendo que a concentração máxima permitida para o uso sistêmico é de 6g/dia (1, 2, 5, 6,7).

Considerando que quando o ácido azeláico é aplicado topicamente, acima de 10% da dose é encontrada na epiderme e na derme; a absorção percutânea depende do tipo de formulação, variando de 3%

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(pomada ou emulsão) a 8% (gel) da dose aplicada e a maioria da dose aplicada é excretada inalterada na urina (5,6). Considerando que o ácido azeláico não está inscrito no CIR (Cosmetic Ingredient Review) como substância de uso cosmético.

A Câmara Técnica de Cosméticos (CATEC) recomenda e a Gerência Geral de Cosméticos determina:

Proibir o uso do Ácido Azeláico em produtos cosméticos em qualquer concentração de uso.

Referências Bibliográficas

1) SHAI, A., MAIBACH, H. I., BARAN, R. Handbook of Cosmetic Skin Care. London: Martin Dunitz, 2001. P.97-98, 204.

2) DEF 2000/2001: Dicionário de Especialidades Farmacêuticas. 30.ed. Rio de Janeiro: Publicações Científicas, 2001. p.219, 222.

3) GOLLNICK, H., SCHRAMM, M. Topical drug treatment in acne. Dermatology, v.196, n. 1, p.119-125, 1998.

4) BRASH, J., CHISTOPHERS, E. Azelaic acid has antimycotic properties in vitro. Dermatology, v. 186, n. 1, p.55-58, 1993.

5) TRUSCHEL, A. L. Azelaic acid in the treatment of acne vulgaris. Cosmetic Dermatology, v.8, n.11, p.34, 36, 1995.

6) FITTON, A., GOA, K. L. Azelaic acid. A review of its pharmacological properties and therapeutic efficacy in acne and hyperpigmentary skin desorders. Drugs, v.41, n.5, p.780-798, 1991.

7) BERSHAD, S. V. The modern age of acne therapy: a review of current treatment options. The Mount Sinai Journal of Medicine, v.68, n.4 & 5, 2001.

8) COSMETIC INGREDIENT REVIEW – CIR - Compendium 2000. New York: The

Cosmetics Toiletry and Fragance Association, 2000, 300p.

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Fármacos manipulados em dermato-funcional 1. Despigmentantes: * Hidroquinona 5%; Tretinoína 0,05%; Dexametasona 0,05%; Creme Lanette qsp 30g. * Hidroquinona 2,5g; VC-PMG 1,5g; Hidrocortisona 0,05g; Creme Lanette qsp 30g. * Arbutin 1%; Loção Cremosa qsp 30ml. * Hidroquinona 3%; Ácido Glicólico 6% Alfa Bisabolol 0,5%; Gel qsp 30g. * Ácido Kójico 2%; Ácido Glicólico 6% ; Alfa Bisabolol 1%; Gel qsp 30g. * Azeloglicina 15%; Creme Base qsp 30g. * Antipollon HT 1%; Creme qsp 30g. * Ácido Fítico 1%; Antipollon HT 2%; Ácido Glicólico 5% ; Gel qsp 30g. * VC-PMG 1%; Gel de Natrosol qsp 30g. * Hidroquinona 4%; Ácido Kójico 2%; Ácido Glicólico 6%; Creme qsp 30g. * Ceramidas 3%; Lipossomas 2%; Antipollon 3%; Vitamina E Oleosa 2%; Elastocell 5%; creme não iônico qsq 30g. * Arbutin 2%; Ácido Kójico 1% Loção qsp 30ml. * Hidroquinona 10%; Azeloglicina 15%; Hidrocortisona 0,05%; Creme qsp 30g. * Ceramidas 2%; Adenin 0,1% Creme qsp 30g * Ácido Fítico 1%; Ácido Kójico 2%; Ácido Glicirrízico 0,2%; Creme qsp 30g. * Melawhite 10% Creme qsp 30g * Microesferas Retinol 10%; Nikol VCIP 5%; Loção Gel 30ml. * Glicosferas Vit C 5%, Acido Glicirrizico 0,1%; Ceramidas 0,5%; Gel 30g. * Kinetin L 10%; Nutriskin 3%; Gel Plurigel 30g. * Clariskin 5%; Acido Kójico 1%; VCIP 5%; Loção Gel 30ml. * Adenin 0,1%; Agua Licorice PT 1%; Gel Natrosol 30g. * Biowhite 4%; Cremogel 30g.

2. Hidratantes: * Uréia 10%; Óleo de Amêndoas 10%; Silicone 5%; Vitamina E Oleosa 2% Creme Lanette qsp 100g. * Colágeno 5%; Elastina 3%; Hidroviton 3%; Vitamina A Oleosa 1%; Vitamina E 2%; Creme Base qsp 100g.

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* Uréia 15%; Óleo de Macadâmia 10%; Silicone 10%; Extrato de Aveia 2%; Creme qsp 100g. * Lactato de Amônio 12%; Alantoína 0,1%; Uréia 15%; Creme Base qsp 300g. * Elastina 2%; Colágeno 5%; Fator ARL 1%; Óleo de Prímula 10%; Vitamina E Oleosa 1%; Loção Cremosa qsp 100ml. * Elastocell 5%; Net FS 2%; D Pantenol 2%; Óleo de Semente de Uva 5%; Óleo de Macadâmia 5%; Creme Base qsp 100g. * Óleo Purcelin 5%; Óleo Macadâmia 5%; Loção Polowax 100ml. * Hidroviton 2%; Vitamina A Oleosa 100.000 ui; Vitamina E Oleosa 1%; Loção Base qsp 100ml. * Ceramidas 2%; Acido Hialurônico 1%; Creme Polowax qsp 100g. * PCA NA 5%; Alantoína 1%; Óleo De Germem De Trigo 5%; Uréia 5%; Loção Base 100ml. * PCL 5%, Uréia 5%; Fomblim 2%; Óleo De Purcelin 1%; Lactato De Amônio 5%; Loção Base qsp 100. 3. Cremes para as mãos: * Fomblim HC/25 4%; Silicone 5%; PCL 5%; Creme Lanette qsp 30g. * Uréia 5%; Fomblim HC/25 2%; Silicone 5%; Creme Lanette qsp 30g. * Óleo de Silicone 5%; D Pantenol 2%; Fomblim 2%; Creme qsp 30g. 4. Cremes Anti-Aging: * Lipossomas 2%; Elastocell 5%; Colágeno 3%; Radizen A 1%; Creme Base qsp 30g. * Ácido Hialurônico 2%; Radizen A 1%; Lipossomas 2%; Ceramidas 2%; Extrato de Camomila 1%; Azuleno 0,025%; Creme qsp 30g. * Íris Iso 5%; Elastocell 5%; Net FS 5%; Gel de Natrosol qsp 30g. * Glicosferas de Vitamina C 5%; Gel qsp 30g. * Lipossomas de Coenzima Q10 10%; Lipossomas 2% ; Creme qsp 30g. * DMAE 5%; Ácido Lipóico 4%; Elastocell 5%; Net FS 2% ; Gel Natrosol qsp 30g. * Elastina 2% ; Vitamina E Oleosa 0,5% ; Creme para área dos Olhos qsp 30g. * Creme de Colágeno e Elastina 10% 100g. * Argireline 10%; Elastinol+ 5%; Loção Nikkomulese (Em plurigel)qsp 30g ; Ph 5-7 * Argireline 10%; Elastinol+ 5%;Nutriskin 3%; Gel Plurigel qsp 30g:Ph 5,5-7. * Reticulina 1%; Elastina 2% ; FARL 2%; Gel Base qsp 30g. * Argireline 10%; Raffermine 3,5%; Nikkol VC-IP 1%; Gel Plurigel qsp 30g; Ph 5,5-7. * Argireline 10%; Elastinol+ 5%; Íris Iso 5%; Creme Base qsp 30g; Ph 5,5-7. * Argireline 5%; Kinetin L 10%; Nutriskin 2,5%:; Creme Base qsp 30g; Ph 5,5-7. * Argireline 10%; Biorusol 1%; Microesponjas Retinol 6%; Creme Base qsp 30g: Ph5-7 * Microesponjas Retinol 6%; Kinetin L 5%; Lipossomas 4%; Loção Gel 30ml. * Tensine 3%; Rafermine 5%; Elastinol + 5%; DMAE 5%; Gel Plirigel 30g. * Matrixyl 3%; Acido Alfa Lipóico 3%; Argireline 5%; Elastinol + 5%; Creme Polowax 30g. * DMAE 5%; Caviar 3%; Gel 30g. * Codiavelane 3%; Elastinol 5%; Rafermine 3%; Creme 30g. * DMAE 5%; Tensine 3%; Rafermine 3%; Elastinol 5%; Creme Gel 30g.

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5. Shampoos para Caspa e Seborréia: * Extrato Glicólico De Camomila 5%; Silk 1%; Shampoo Base qsp 200ml. * Cetoconazol 2%; Dexa-metasona 0,1g; Shampoo Base Neutra qsp 200ml. * Piritionato de Zinco 2%; D Pantenol 2%; Shampoo Base Neutra qsp 200ml. * Climbazol 1,5%; Shampoo Base Neutra qsp 200ml. * Octopirox 1%; Shampoo Base Neutra qsp 200ml. * Extrato Algas Marinhas 2%; Proteína Hidrolizada 1%; Shampoo Base qsp 200ml. * Neo PCL 1%; Shampoo Neutro qsp 200ml. * Óleo De Macadâmia 3%; Extrato Aloe Vera 1%; Shampoo Base qsp 200ml. * Aminoácidos da Seda 2%; PCA NA 1%; Shampoo Base qsp 200ml. * Queratina Hidrolisada 1%; Óleo Jojoba 3%; Extrato Aloe Vera 1%; Shampoo Base qsp 200ml. * Enxofre 0,5%; Viofórmio 1,5%; Ácido Salicílico 0,5%; LCD 2,5%; Irgasan DP300 0,2%; Shampoo Base Neutra qsp 200ml. * Óleo de Cade 2%; Enxofre 1%; Ácido Salicílico 1%; LCD 5%; Viofórmio 1%; Shampoo Base Neutra qsp 200ml. * Ácido Salicílico 1%; LCD 10%; Shampoo Base Neutra qsp 100ml. 6. Cremes para Rachaduras dos Pés: * Ácido Salicílico 4%; Uréia 10%; Creme Lanette qsp 100g. * Vaselina Salicilada 10% 100g. * Lanolina 20g; Glicerina 10g; Cold Cream qsp 100g. * Ácido Salicílico 5%; Vita-mina E Oleosa 2%; Glicerina 5%; Silicone 2%; Cold Cream qsp 100g. * Vitamina A Oleosa 3%; Vi-tamina E Oleosa 2%; Extrato Mel 5%; Uréia 10%; Própolis 2%; Cold Cream qsp 100g.

7. Tratamento de Acne e/ou Rosáceas: * Clindamicina 2% Solução 50ml. * Clindamicina 2%; Peróxido Benzoíla 4% Gel qsp 30g. * Peróxido de Benzoíla 5%; Eritromicina 2%; Gel qsp 30g. * Peróxido de Benzoíla 5%; Ácido Retinóico 0,025% Gel * * Peróxido de Benzoíla 5%; Eritromicina 2%; Gel qsp 30g. * Peróxido de Benzoíla 5%; Ácido Retinóico 0,025% Gel qsp 30g. * Aqua Licorice PU 0,1%; Gel qsp 50g. * Lotio Alba 100ml. * Ácido Salicílico 2%; Enxofre 5%; Óxido de Zinco Microni-zado 2%; Creme qsp 100g. * Clindamicina 1,2%; Propilenolicol 6%; Água Destilada 40ml; Álcool Isopropílico ou Álcool 70% ou Gel Alcoólico qsp 100ml. * Clindamicina 1,5%; Alantoína 0,5% ; Extrato de Própolis 2%; Cânfora 0,2%; Loção Alcoólica 70% qsp 100ml. * Clindamicina 1,2%; Ácido Salicílico 3%; Resorcina 2%; Propilenoglicol 5%; Álcool 70% qsp 100ml. * Enxofre 0,5%; Irgasan 0,5%; Ácido Salicílico 1%; Sabonete Líquido Base qsp 100ml. * Ácido Retinóico 0,05%; PP2 2%; Creme qsp 50g. * Óleo de Melaleuca 5%; Alantoína 0,4%; Gel qsp 50g.

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* Ácido Salicílico 3%; Lauril Sulfato de Sódio 0,2%; Resorcina 2% Solução Aquosa qsp 100ml. * Sulfacetamida Sódica 10%; Azuleno 0,01% ; Lauril Sulfato de Sódio 0,2% ; Álcool 20ml ; Acetona 10ml; Água Destilada qsp 100ml. * Água Licorice PU 0,5%; Acido Azélaico 5%; Gel 30g. 8. Tratamento Peeling: * Ácido Glicólico 20%; Gel qsp 50g. * Ácido Retinóico 0,5%; Creme qsp 50g. * Ácido Glicólico 12%; Aze-loglicina 5% Creme qsp 30g. * Solução de Ácido Tricloroacético 20% 30ml. * Solução de Jessner: Resor-cina 14%; Ácido Salicílico 14% ; Ácido Láctico 14%; Álcool 95% qsp 100ml. * Ácido Salicílico 20% Álcool 95% qsp 30ml. * Ácido Glicólico 10%; Ácido Glicirrízico 0,5% ; Gel qsp 50ml. * Ácido Retinóico 0,05%; Al-fa Bisabolol 1%; Gel qsp 50g.

9. Formulações para Calos e/ou Verrugas: * Ácido Salicílico 4g; Ácido Láctico 4g; Colódio Elástico qsp 20ml. * Solução de Ácido Tricloroacético 50% 10ml * Solução de Ácido Tricloroacético 80% 10ml. * Solução Alcoólica de Podofilina 25% 10ml.

10. Formulações para Limpeza de Pele: * Extrato de Algas Marinhas 2%; Extrato de Camomila 5%; Extrato de Hamamelis 2%; Ácido Salicílico 1,5%; loção de limpeza qsq 100ml. * Azuleno 0,05%; Extrato de Camomila 5%; Alúmen 2%; Benjoim 5%; Água de hamamelis qsq 100 ml. * Óleo de Germe de Trigo 1%; Óleo de Jojoba 3%; Loção de Limpeza qsp 100ml. * Extrato de Aloe Vera 3%; Extrato de Calêndula 2%; Cânfora 0,25%; Lauril Sulfato de sódio 1%; Azuleno 0,05%; Água de Hamamelis qsp 100ml. * Benjoim 5% ; Extrato de Aloe Vera 2% ; Ácido Salicílico 0,5%; Cânfora 0,2%; Sabonete Líquido de Limpeza qsp 100ml. * Extrato de Camomila 2%; Extrato de Ginseng 2%; Mentol 0,5%; Alantoína 0,2%; Propilenoglicol 5%; Água de Hamamelis qsp 100ml. 11. Formulações para Prevenção de Estrias e/ou Celulites: * Colágeno 5%; Óleo de Amêndoas 10%; Alantoína 1%; Creme Hidratante qsp 100g. * Asiaticosídeo 0,5%; Óleo de Semente de Uva 5%; Creme Hidratante qsp 100g. * Óleo de Prímula 10%; Ácido Hialurônico 1%; Vaselina Sólida 50g; Creme Polowax qsp 100g. * Hialuronidase 2000UTR ; Colágeno 5%; Alantoína 1%; Óleo de Uva 3%; Creme Hidratante qsp 100g.

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* Colágeno 3%; Vitamina E Oleosa 0,5%; Óleo de Semente de Uva 10%; Óleo de Rosa Mosqueta 5%; Alantoína 0,3%; Creme Base qsp 100g. * Creme para Massagens 100g; Extrato de Algas Marinhas 4%; Elastina 2%; Colágeno 5%. * Elastina 2%; Alantoína 0,5%; Hidroviton 1,5%; Creme para Massagens qsp 100g.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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