Apostila: Conheça sua Igreja

164
CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ 1 CONHEÇA SUA IGREJA Escola Bíblica Dominical Igreja Presbiteriana do Bairro Amambaí NOME

Transcript of Apostila: Conheça sua Igreja

Page 1: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

��1

CONHEÇA

SUA IGREJAEscola Bíblica Dominical Igreja Presbiteriana do Bairro Amambaí

N O M E

Page 2: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

BOAS VINDAS! Olá aluno(a), seja bem vindo(a) ao curso de "Conheça sua Igreja" da Escola Bíblica 1

Dominical da Igreja Presbiteriana do Bairro Amambaí. Será um prazer muito grande estar com você nesse ano para que juntos possamos aprender mais sobre a nossa amada igreja.

Esperamos que você não só tenha o conhecimento intelectual de tudo o que iremos ver aqui mas que principalmente se disponha a ouvir e obedecer a voz do nosso mestre Jesus, que sobre o custo do seu precioso sangue comprou a sua igreja e nos fez junto com ele um corpo do qual compartilhamos a salvação e a benção de sermos um só. A Ele e somente a Ele toda glória.

Jaroslav Pelikan afirma que “O que a igreja de Jesus acredita, ensina e confessa com base na palavra de Deus: essa é a doutrina cristã. (..) A igreja cristã não seria a igreja que conhecemos sem a doutrina cristã”. Reconhecendo a importância, urgência e necessidade de se afirmar a doutrina cristã que nos motivamos para este curso.

Que Deus nos ajude em nossos estudos e que lembremos das palavras do apóstolo Paulo ao seu estimado amigo Timóteo:

“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagras letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” 2 Timóteo 3.14-17

Dos professores,

Este material foi organizado e editado por João Vinícius de Abreu. As fontes quando utilizadas estão 1

citadas nas notas de rodapé de cada página. Dúvidas, sugestões e apoio são muito bem vindos, para isso envie um email para [email protected].

��2

Page 3: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

SOBRE O CURSO

A quem se destinam as aulas? A todos que desejam conhecer melhor a Igreja Cristã e a Igreja Presbiteriana do Brasil. Suas raízes, história, confissões de fé e pontos fundamentais de sua identidade. Dedicada a novos membros da igreja (que vieram de outra igreja) como também aos membros interessados por esse assunto.

Horário de aula Todos os domingos Início: 9h20 no Templo da IPBA Término: 11h

Duração aproximada do curso O curso terá uma duração estimada de 1 ano completo, que serão trabalhadas em aproximadamente 36 aulas.

O que será trabalhado neste curso? Nós iremos trabalhar 3 módulos neste curso, que são: • Módulo I - Identidade Cristã: O que nos constitui enquanto cristãos? • Módulo II - História da Igreja Cristã: De onde viemos? Para onde vamos? • Módulo III - Identidade Presbiteriana: O que nos faz presbiterianos? ou Porque ser

um presbiteriano?

Livros que utilizamos e recomendamos • DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São José dos Campos: Fiel, 2007. • FERREIRA, Franklin. A Igreja Cristã na História - Das origens aos dias atuais. São Paulo: Vida Nova,

2013. • FERREIRA, Franklin. Credo dos apóstolos: as doutrinas centrais da fé. São José dos Campos: Fiel,

2015. • KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. • LUCAS, Sean Michael. O Cristão Presbiteriano. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. • MAIA, Hermisten. Creio no Pai, no Filho e no Espírito Santo. São José dos Campos: Fiel, 2014. • ROBERTS, W. H. O Sistema Presbiteriano. São Paulo: Cultura Cristã, 2014.

��3

Page 4: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Módulo IIdentidade Cristã

Módulo IIHistória da Igreja Cristã

Módulo III Identidade Presbiteriana

O credo apostólicoA igreja na Antiguidade: Pais da Igreja, Concílios e Divisões

Identidade da Igreja Presbiteriana do Brasil

Creio em Deus PaiIdade Média: Império

Romano, Cristandade e Pré Reformadores

A soberania de Deus e sua maravilhosa graça

Creio em Jesus Cristo

Renascimento e Modernidade: Reforma,

Avivamentos da Europa e Estados Unidos, Ciência e Fé

A aliança e a Igreja de Deus

Creio no Espírito SantoMundo comteporâneo:

Movimentos missionários e o Evangelho no Brasil

Os sacramentos

A Santa Igreja Universal Culto Presbiteriano

Os símbolos de fé Governo Presbiteriano

Confissões & Catecismos Presbiterianismo no Mundo

O domínio de Cristo: Cosmovisão Cristã

Presbiterianismo no Brasil

9 Marcas de uma igreja saudável Eu, um presbiteriano?

��4

Page 5: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

IDENTIDADE CRISTÃ Módulo I

��5

Page 6: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ÍNDICE Aula Página

Aula 01: O Credo Apostólico 7

Aula 02: Creio em Deus Pai 13

Aula 03: Creio em Jesus Cristo 17

Aula 04: Creio no Espírito Santo 23

Aula 05: A Santa Igreja Universal 26

Aula 06: Os símbolos de fé 32

Aula 07: Confissões e Catecismos 35

Aula 08: Cosmovisão Cristã 39

Aula 09: 9 Marcas de uma igreja saudável 46

Aula 10: A Igreja na Antiguidade 55

Aula 11: A Igreja na Idade Média 68

Aula 12: A igreja no Renascimento e Modernidade 75

Aula 13: A Igreja no Mundo Contemporâneo 86

Aula 14: Identidade da Igreja Presbiteriana do Brasil 94

Aula 15: Soberania de Deus e Maravilhosa Graça 101

Aula 16: Aliança de Deus e sua Igreja 109

Aula 17: Os Sacramentos 119

Aula 18: Culto Presbiteriano 127

Aula 19: Governo Presbiteriano 135

Aula 20: Presbiterianismo no Mundo 142

Aula 21: Presbiterianismo no Brasil 153

Aula 22: Eu, um presbiteriano? 159

��6

Page 7: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 0 1

O CREDO APOSTÓLICO

Algumas perguntas • Qual a necessidade de termos um credo? • Porque é importante afirmar a nossa fé? • Quais os problemas que surgem quando não sabemos o que cremos? • É possível ser cristão e discordar de algum ponto do credo dos apóstolos? • __________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

Introdução O Credo Apostólico é o mais conhecido texto entre todos os credos que a igreja formulou ao longo da sua história. Alguns pensavam que ele tivesse sido escrito diretamente pelos doze apóstolos, mas é provável que ele tenha sido desenvolvido ao longo dos primeiros séculos a partir do que era repetido nas confissões batismais. Segundo Schaff o texto que conhecemos só alcançou sua forma 2

definitiva perto do sexto século.

Na Assembléia de Westminster foi anexado ao catecismo ali organizado (como apêndice) e isso foi feito não porque

o credo era uma escritura assim como a bíblia é, mas porque ele concordava com a palavra de Deus e era útil por apresentar um breve resumo da fé cristã. Ferreira nos 3

lembra do papel bíblico, ortodoxo e consensual que vemos no credo apostólico. É "aquilo que foi crido em todo lugar, em todo tempo e por todos”. Ele ainda afirma que

OBJETIVO DA AULA

Aprender a importância e a necessidade de cada afirmação presente no texto do "Credo Apostólico" para a Igreja Cristã e para seus membros

TESE DA AULA O credo apostólico é a confissão principal da Igreja e medida para determinar a identidade comum da igreja cristã

RESPOSTA À AULA Interagir o texto do credo com a vida diária

SCHAFF. Creeds of Christendom, vol.1, 20. Citado por A. A. Hodge, Outlines of Theology (Edinburgh, & 2

Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1991), 115. (em http://monergismo.com/textos/credos/credoapostolico.htm)

FERREIRA, Franklin. O Credo dos Apóstolos. São José dos Campos: Fiel, 2015. 3

��7

Page 8: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

“o Credo oferece aquele núcleo da verdade cristã que determina e baliza se uma determinada igreja é cristã ou não”.

O nome “Credo" quer dizer “Eu creio”. Ele funciona como uma expressão de fé e reconhecimento público diante das outras pessoas sobre aquilo que se afirmava como pontos centrais de quem o confessava.

O texto do Credo

"Creio em Deus pai, Todo-poderoso criador do céu e da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos motos ao terceiro dia; subiu ao céu está assentado à

mão direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; a santa Igreja universal; a comunhão dos santos; a remissão dos pecados; a ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.” 4

___

O Credo é uma herança histórica. “Muitos católicos conhecem bem esse credo e se espantam ao descobrir que os protestantes também o conhecem. Do mesmo modo, alguns protestantes se surpreendem quando ouvem um companheiro evangélico recitá-lo. Quase sempre, os evangélicos ficam até mesmo mais surpresos ao descobrirem que existe um credo antigo que, muito mais do que apenas um documento misterioso e abstrato, é uma viva e vibrante profissão de verdades essenciais cridas por todos os cristãos ao longo dos séculos.

Texto extraído do Hinário Novo Cântico, p. 347. 4

��8

Representação de Cristo Pantokrator

Page 9: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Aqui está um ponto de partida universal para a declaração cristã - um credo que expressa as verdades vitais e fundamentais confessadas pelos crentes muito antes da ruptura da igreja visível nos séculos 11 e 16. (…) A confiança viva em Cristo requer uma fé cristã alicerçada tanto na História quanto na experiência presente. A verdadeira confissão não pode existir sem o Novo Testamento e este exige que confessemos nossa fidelidade a Cristo, tanto à sua pessoa como à sua obra. Todos aqueles que confessam seu amor a Cristo precisam compreender isso. (…) Ao longo dos séculos, crentes têm sempre confessado sua fé ao confirmar sua crença na santa igreja católica. É que a palavra católica significa universal, antes de ser usada como nome próprio da igreja de Roma. E a igreja de Cristo, em razão de estar espalhada por toda a terra, abrangendo pessoas de todas as origens, tanto sociais quanto étnicas, é uma igreja católica. Todos os cristãos de todos os tempos e lugares formam a igreja universal, ou católica, de Cristo.” 5

De acordo com Oliver, o "Credo dos Apóstolos continua a ser usado hoje tanto quanto era no passado: como uma confissão batismal, como um esboço do ensinamento, como um guarda e guia contra a heresia, como um resumo da fé, como uma afirmação em adoração. Ele tem mantido nos tempos modernos, a sua distinção como o credo mais amplamente aceito e utilizado entre os cristãos.” 6

As principais afirmações do Credo

• A afirmação da trindade: Deus Pai, Jesus Cristo, Espírito Santo • A afirmação da igreja universal

ARMSTRONG, John. O mistério católico. São Paulo: Cultura Cristã citado em Hinário Novo Cântico, p.5

350-352.

Disponível em: http://mb-soft.com/believe/ttc/apostles.htm6

��9

Ichthys, Símbolo usado na igreja primitiva que significa:Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador

Page 10: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Ambas as afirmações serão estudadas nas nossas aulas. Nas próximas 3 aulas iremos estudar respectivamente cada uma das pessoas da trindade e depois iremos tratar da catolicidade (ou universalidade) da igreja.

Segundo Casanova e Stam , “Foi o Concílio de 7

Nicéia (325 d.C.) que formulou uma posição conclusiva do dogma da Trindade. E ainda que o Credo Apostólico não entra na discussão de forma detalhada quanto a cada pessoa da Trindade, confessa a fé em um Deus Trino. O

Credo está claramente dividido em três partes: O Pai e a nossa criação, o Filho e a nossa redenção, o Espírito Santo e a nossa santificação. Assim, tem se dividido o seu conteúdo em 12 artigos. Deve ser notado que a parte referida ao Filho é a mais detalhada. A metade de seus 12 artigos está dedicada ao Filho e sua obra da redenção. Tal é a importância de Jesus na teologia cristã como o centro de nossa salvação. A primeira vista, pareceria que a seção que fala do Espírito Santo foi a menos informativa, mas a verdade é que a Igreja é vista em íntima relação com a obra do Espírito.

Desde o tempo apostólico, a Igreja teve que lidar com falsas doutrinas, percebendo que era urgente produzir uma declaração de fé que reprimisse o desenvolvimento das falsas doutrinas, especialmente no que concerne a Santíssima Trindade. Por exemplo, houve um movimento chamado arianismo (cerca 318-381 d.C.), que afirmou que o Filho não era Deus, mas que havia sido criado pelo Pai. Outra seita também pregava que o Filho não era Deus, mas que era uma espécie de emanação procedente da divindade. Assim, criam que todo o mal se encontrava no mundo material, enquanto que tudo o que era bom e belo estava no mundo espiritual. Seguindo esta

Extraído do livro de Humberto Casanova e Jeff Stam, El Credo Apostólico (Grand Rapids, Libros Desafio, 7

1998), pp. 14-22. Disponível em: http://monergismo.com/textos/credos/introducao_credo_apostolico.htm

��10

The "Shield of the Trinity" or Scutum Fidei diagram of traditional medieval Western Christian symbolism, since 12th-century CE.

Page 11: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

linha de pensamento, concluíram que o Filho de Deus não poderia fazer-se homem, porque isto lhe exigiria assumir um corpo material mal. Isto os levou a dizer que o Filho teve um corpo que somente parecia ser um corpo físico, mas que na realidade não era (docetismo), e disseram que o Filho possuiu um homem comum chamado Jesus em seu batismo e depois o abandonou antes de sua crucificação. João teve que enfrentar estas idéias (1 Jo 4:1-6,15). Foi por isto que o Credo teve que formular a sua doutrina com base na estrutura trinitária.” Usando o credo na nossa vida “É essencial que os crentes entendam a necessidade de confessar a sua fé (Mt 10:32; Rm 10:9). Confessamos a nossa fé no batismo, na Ceia do Senhor, ao testificar aos incrédulos, ao dar bom testemunho na vida pública e privada, e ao recitar o Credo no culto de adoração. Toda confissão pública da fé deve ser feita com sinceridade, e deve vir acompanhada de uma vida de compromisso com os valores do reino de Deus.Até aqui todos estamos de acordo, mas ocorre que na América Latina algumas igrejas evangélicas não dão muito valor ao Credo Apostólico. Não se interessam em estuda-lo, nem em confessar a sua fé através dele. Esta atitude surge de três erros. Primeiro, as pessoas se enganam ao identificar o Credo com a Igreja Católica Romana, crendo que é um documento inventado por ela. Segundo, como a Igreja Católica Romana tem a prática de conferir autoridade divina a muitos de suas tradições, então, se teme que ela conceda tanta importância ao Credo dos apóstolos, que se lhe estime na mesma altura que a Bíblia. Terceiro, uma boa parte da igreja evangélica carece de consciência histórica. Se existe algum interesse pelo passado, este se concentra no período da Igreja primitiva, a qual se pretende chegar passando por toda a história que media entre nós e a Igreja do livro de Atos.Esta falta de interesse pode ser superado se considerarmos que ao usar o Credo, o fazemos junto com a Igreja “universal” ao longo de toda a sua história. A Igreja vem usando, quase desde o seu começo, muito antes que existisse o romanismo que teve a sua origem com o papado. (…) O Credo está subordinado a Palavra de Deus. Então, é importante que os crentes percebam o quanto o Credo provê um maravilhoso recurso para confessar os pontos principais de sua fé.” 8

Extraído do livro de Humberto Casanova e Jeff Stam, El Credo Apostólico (Grand Rapids, Libros Desafio, 8

1998), pp. 14-22. Disponível em: http://monergismo.com/textos/credos/introducao_credo_apostolico.htm

��11

Page 12: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��12

Outras referências Ouça “João Alexandre e RED Orquestra: Credo apostólico - Projeto Redenção” em: https://www.youtube.com/watch?v=taO57pvjpk0

Page 13: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 0 2

CREIO EM DEUS PAI

Algumas perguntas • Será que temos percebido que de fato somos "filhos de Deus”? O que nos faz

sermos “filhos de Deus”? • Como a afirmação de que “Deus é Todo Poderoso” nos humilha? • Como temos agido enquanto criaturas de Deus? • ________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

Introdução Como vimos na aula passada, iremos a partir de agora aprender um pouco mais sobre as três principais afirmações do credo, sendo estas declarações acerca de cada uma das pessoas da trindade. É importante lembrar que quando falamos da trindade não estamos falando de uma pessoa maior do que a outra, nem de subordinação de uma à outra. Nós não devemos escolher “quem queremos adorar mais” ou “quem é mais importante”.

Ferreira nos lembra de duas palavras importantes a respeito do Deus único e trino (trindade). A primeira é infinito: Ele é maior do que toda a criação, está assentado e sobre toda coisa criada. A segunda é pessoal: Apesar de estar sobre toda criação ele se dirige a nós, nos chama pelo nome, se mostra a nós.

OBJETIVO DA AULA

Conhecer a importância da declaração acerca de Deus Pai no Credo Apostólico

TESE DA AULA Deus é Pai, Todo-Poderoso e Criador de tudo o que existe

RESPOSTA À AULA Reconhecer as implicações que a afirmação da crença na paternidade, onipotência e na criação de Deus trazem para a nossa vida.

��13

Page 14: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Ao falarmos sobre o Deus Pai, lembremos que ele é a aquele quem gera na trindade. Por isso ele é o Pai: Quem dá vida e sustenta tudo o que existe. Quem gera o filho (o que é gerado) e de quem é procedido, espirado, soprado o Espírito.

"Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um.” 1 Jo 5.7 Deus Pai De acordo com Pannenberg o Deus Pai é aquele que representa à bondade misericordiosa de Deus. No qual quando Deus é lembrado ao longo de toda a história do seu povo como Pai e sendo assim o vínculo a qual seu povo se submete é também afetivo, e isso revelado no próprio Cristo como cumprimento da bondade, do amor e da promessa de Deus aos seus filhos.

Deus Todo Poderoso A onipotência de Deus é o único atributo de Deus

declarado de forma enfática no Credo. “O Credo afirma que nada escapa à força poderosa do Pai. Temos aqui um eco do texto bíblico quando é dito que nada é impossível para esse Des. A história do dialogo do Deus Eterno com Sara, em Gn 18.1-15, é encantadora. Sara ri quando Deus diz que ela vai engravidar com noventa anos de idade. E a pergunta que Deus faz a Sara não tem resposta: ‘Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil?’. Quando nós confessamos, então, que Deus é todo-poderoso, estamos confessando não só que ele sustenta todas as coisas, que ele as mantém por seu poder, mas que também esse Deus pessoal é o Deus que se digna a dizer-nos que nada é impossível ou inalcançável para ele, e que intervém em nossa história.” 9

Deus Criador dos Céus e da Terra É interessante ver que a afirmação sobre a onipotência de Deus vem antes da afirmação sobre o seu ato criador. Ferreira 10

FERREIRA, Franklin. O Credo dos Apóstolos. São José dos Campos: Fiel, 2015. 9

Ibid.10

��14

Page 15: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

atenta para este ponto ao dizer que somente para um Deus para o qual não “há coisa demasiadamente difícil” (Gn 18.14) é que pode formar céus e terra.

O ato de criação de Deus nos diz que Deus criou por seu poder (Todo-Poderoso) tudo o que existe do nada e que essa criação era boa. A ideia por trás disso é que Deus não precisa de nada que exista anteriormente para criar. Deus é quem cria a matéria, não é a matéria que cria Deus. Deus cria o tempo, a história, oxigênio, universo (FERRREIRA, 2015).

“A Partir da ênfase do Credo sobre a criação de Deus nós não podemos rejeitá-la. Porque a criação, ainda que maculada pelo pecado, é parte da criação boa que Deus fez, nas suas origens. Então, o cristão não deve ser estranho ao prazer, e este pode ser santo. O prazer do amor conjugal entre um homem e uma mulher, o prazer de uma boa brincadeira, o prazer de olhar uma pintura bonita e dizer: “Oh!”. A criação não é estranha ou repulsiva a cristãos que confessam o credo.” 11

Por fim, uma citação de Martinho Lutero é importante para que meditemos sobre os efeitos práticos do que vimos sobre a afirmação da crença na paternidade, na onipotência e na criação divina.

“Creio que Deus me criou a mim e todas as criaturas; e me deu corpo e alma, olhos, ouvidos e nodosos membros, razão e todos os sentidos, e ainda os conserva; além disso me dá vestes, calçado,

comida e bebida, casa e lar, esposa e filhos, campos, gado e todos bens. Supre-me abundante e diariamente de todo o necessário para o corpo e a vida; protege-me contra todos os perigos e me guarda e preserva de todo o mal. E tudo isso faz unicamente por sua paterna e divina bondade e

misericórdia, sem nenhum mérito ou dignidade de minha parte. Por tudo isso devo dar-lhe faças e louvor, servi-lo e obedecer-lhe”

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

FERREIRA, Franklin. O Credo dos Apóstolos. São José dos Campos: Fiel, 2015. Kindle Edition.11

��15

Page 16: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��16

Outras referências Ouça “Kings Kaleidoscope - All Creatures”: https://youtu.be/eawGMVkPXw0

Page 17: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 0 3

CREIO EM JESUS CRISTO

Algumas perguntas • Quem é Jesus? • Existe um "Jesus da história" e um "Jesus da fé"? • Qual a profundidade da aplicação da expressão “Nosso Senhor” sobre Jesus em

nossa vida? • ________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

"Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo” Romanos 10.9

Introdução O artigo sobre Jesus no Credo é o maior. Ferreira nos diz que isso acontece porque em 12

alguma medida o Pai e o Filho vêm a nós por meio do Filho. Ele diz que ninguém pode ter a pretensão de ter a Deus como Pai e ter a consolação que vem do Espírito Santo se não for por meio de Jesus Cristo.

Talvez uma das grandes dificuldades de nossos dias é a falta de entendimento do papel e da pessoa do Filho. Muitos querem ou imaginam a

Deus como o Espírito ou como Deus Pai mas “torcem o nariz” quando se fala de Cristo e de sua obra e acabam por tropeçando [Rm 9.32-33].

OBJETIVO DA AULA

Conhecer as afirmações do Credo a respeito de Jesus Cristo e sua obra redentiva.

TESE DA AULA Jesus Cristo, o Deus Redentor é o ponto central do Credo.

RESPOSTA À AULA Submeter-se a centralidade de Cristo em todas as coisas.

FERREIRA, Franklin. O Credo dos Apóstolos. São José dos Campos: Fiel, 2015. Kindle Edition.12

��17

Page 18: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Jesus é confessado no credo como o único salvador. O caminho, a verdade, a vida, aquele que sem ele ninguém pode ir até Deus. Como Ferreira afirma enfaticamente: 13

Não há outro ponto de contato entre Deus e a humanidade a não ser Jesus, o Cristo.

Devemos também lembrar que Jesus Cristo é o enredo unificador da Escritura. A Bíblia trata de uma promessa, que é explicita no Antigo Testamento sobre aquele que virá. O Novo Testamento é o cumprimento dessa promessa, dizendo a respeito sobre aquele que veio e cumpriu a promessa anterior.

Jesus, o Cristo: Jesus é a tradução grega para Josué, que por sua vez quer dizer “a salvação que vem de Javé” ou até “Javé salva”. Nos lembramos aqui da trindade e da ação de Javé, o Deus trino, ao nos salvar por meio do Filho.

Cristo é a tradução grega para a palavra Messias, quer significa por sua vez “ungido”. Em conjunto com “Javé Salva” temos a ideia de que Deus “ungiu" especialmente Jesus para salvação do seu povo. Lembremos também de que a unção de Deus no Antigo Testamento era própria para sacerdotes, profetas e reis. Cristo cumpre ao estabelecer seu Reino essas três funções. Irineu de Lyon diz: “Aliás, é o que indica o seu próprio nome; porque no nome de Cristo está subentendido Aquele que ungiu. Aquele que foi ungido e a própria Unção com que foi ungido. Aquele que ungiu é o Pai, Aquele que foi ungido é o Filho, e o foi no Espírito que a Unção.”

O único filho de Deus: Alister McGrath diz que “No Credo, afirmar que Jesus é o filho 14

de Deus equivale a dizer que Jesus é Deus. Esse conceito geralmente é chamado de ‘a encarnação’ isto é, Deus se fez homem em Jesus Cristo (Jo 1.14). O título de “filho unigênito” de Jesus mostra que ele é o eterno Filho de Deus, que sempre existiu. Gerado pelo Pai. Ele assumiu uma natureza humana para a nossa redenção, mas ele continua sendo Deus.

Devemos também lembrar que Deus não se revela por outra pessoa ou coisa a não ser pelo seu filho. “Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e a aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27). Ferreira diz que “Nós não temos como ir a Deus, e Deus não vem a nós, se não for por Jesus Cristo, e este como revelado na Sagrada Escritura: como

Ibid13

apud FERREIRA, Franklin. O Credo dos Apóstolos. São José dos Campos: Fiel, 2015. Kindle Edition.14

��18

Page 19: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ansiado, profetizado, antecipado no Antigo Testamento, e, agora, como cumprido no Novo Testamento. É somente Jesus Cristo que vem de “lá" para “cá". Nós não conseguimos fazer este caminho”.

Nosso Senhor: O senhorio de Jesus é uma das mais básicas declarações de fé que encontramos no Novo Testamento (Rm 10.9). Ferreira nos diz que “um pecador é salvo, e colocado numa relação correta com Deus, quando ele confessa que Jesus é o único Senhor”.

Mas o que significaria a afirmação Senhor? Em primeiro lugar isso quer dizer que ele é “nosso” Senhor, isto é Senhor de todos nós. Mas ele não é Senhor sobre uma determinada esfera da nossa vida mas de toda a nossa vida. Nós somos escravos de Cristo (Rm 6.8-23). A confissão no senhorio de Cristo quer dizer que nós não pertencemos a nós mesmos e nossa existência está totalmente, integralmente e inteiramente colocadas diante dele.

Nasceu da Virgem: A plenitude dos tempos é inaugurada pelo nascimento virginal de Jesus. A história terrena de Jesus Cristo começa e termina com um milagre. Ela começa com um nascimento surpreendente e termina com uma ressurreição surpreendente. O nascimento virginal significa em um certo ponto que Deus nos salva sem a cooperação de ninguém. Deus vem a terra por si mesmo, por concepção do Espírito Santo. Deus é

quem escolhe Maria e ela responde declarando a submissão ao cumprimento da palavra de Deus.

Talvez o nascimento virginal seja um dos pontos mais atacados do credo e do ensino bíblico sobre este. Talvez porque o ato sobrenatural e total de Deus neste acontecimento que constranja a todos nós. Ele veio porque quis. E porque quis nos salvar de nossos pecados.

��19

Page 20: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos: Uma pergunta é instigante aqui: Porque citar no credo o nome de um homem que teve o poder sobre a morte de Cristo? A única menção de uma criatura no Credo é o nome de Pilatos. Talvez a razão para isso é para que lembremos que o que Cristo fez por nós ele fez na nossa histór ia . Alguns histor iadores da antiguidade falam de Cristo e nos mostram que mesmo que alguém não acredite no caráter divino da vida de Cristo, deve pelo menos saber que ele existiu de fato. Jesus andou nas ruas que existem hoje. Comeu junto com pessoas que tem descendentes até o dia de hoje. Ele adentrou o nosso tempo, nosso calendário e esteve de fato aqui. Jesus veio em carne.

A expressão “padeceu" nos lembra de que Cristo tem empatia pela nossa dor. Ele padeceu, sofreu, morreu. O sofrimento não é algo estranho para Deus. Lembremos que verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas dores. Nós devemos ao lembrar disso saber que temos um intercessor junto a Deus que sabe exatamente tudo aquilo que passamos. “Homem de Dores”; “Servo Sofredor”

Crucificação e Ressurreição - Elementos centrais da nossa fé: Esta declaração pode ser considerada como o coração da fé Cristã. Conforme vemos em Rm 4.24-25 e 1 Co 15.4-5:

“… Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo das Escrituras”

Isto é o Evangelho. As boas novas de alegria para quem crê custaram um preço de tristeza ao Deus Todo Poderoso ao perder e castigar seu único filho e inocente. A crucificação expressa a maior vergonha que um homem daquela época poderia sofrer. Os piores criminosos a mereciam. Quando tira-se a cruz do centro do cristianismo tornamos o cristianismo uma religião inofensiva e abstrata. A morte de Cristo foi violenta. Mais do que imaginamos. Mais do que os filmes de Hollywood podem nos mostrar. Ele foi sepultado porque de fato morreu . “Desceu ao Hades” ou “inferos” não

��20

Page 21: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

quer dizer que ele foi ao inferno propriamente dito mas que conheceu a morada dos mortos, experimentando a dor da morte e a humilhação do julgamento de Deus sobre o pecado. Tudo isso em nome de todos os que creem nele. Nós não temos o inferno que merecemos porque ele pagou esse preço por nós. Ele desceu a morada dos mortos para que nós não precisássemos fazer isso. Ele nos comprou com o seu próprio sangue (At 20.28).

Mas Deus o ressuscitou e isto é obra do Pai. At 2.29-32 nos diz no final que este Jesus, Deus ressuscitou, e todos nós somos testemunhas disso. Os discípulos viram, tocaram, testemunharam que Cristo de fato tinha morrido e ressuscitado. Se por um lado somos salvos pela crucificação, a ressurreição é a autenticação, o selo que o sacrificado e Jesus Cristo foi aceito pelo Pai e que assim Pai e Espírito levantam o Filho dentre os mortos. O apóstolo Paulo já dizia que se Cristo não ressuscitou então é vã a nossa fé.

Sobre isso, um poema de John Updike é interessantíssimo para ilustração: 15

“Não se engane: se Ele ressuscitou mesmo foi com Seu corpo; se a dissolução das células não foi revertida, as moléculas reconectadas, os aminoácidos reanimados a Igreja cairá

Não foi como as flores que ressurgem em cada suave primavera. Não foi com Seu Espírito nas bocas e olhos aturdidos dos onze apóstolos; foi com Sua Carne: nossa.

Os mesmos dedos articulados O mesmo coração e suas válvulas que - perfurado - morreu, murchou, parou, e então reconquistou de permanente Poder novas forças para sustentar (…)"

Russel Shedd dizia em citação apresentada por Ferreira que se entendêssemos de 16

fato o que Jesus Cristo fez por nós na cruz, nunca mais entraríamos numa capela ou

apud FERREIRA, Franklin. O Credo dos Apóstolos. São José dos Campos: Fiel, 2015. Kindle Edition.15

FERREIRA, Franklin. O Credo dos Apóstolos. São José dos Campos: Fiel, 2015. Kindle Edition.16

��21

Page 22: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

templo como costumamos entrar. Entraríamos em nossas capelas e templos pulando e saltando de alegria, celebrando a “graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós” (Ef 1.6-8)

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A U L A 0 4

CREIO NO ESPÍRITO SANTO

��22

Page 23: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Algumas perguntas • Qual o papel do Espírito Santo na trindade? • O que vem a nossa mente quando falamos do trabalho do Espírito Santo? • Porque não podemos dizer que o Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade? • ________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

Introdução A última declaração do Credo Apostólico trata sobre o Espírito Santo de Deus. Ele nos convida a afirmar a fé no Espírito Santo como pessoa da Trindade e "crer que Ele é poderoso para constituir a igreja, perdoar pecado, ressuscitar a carne e nos inserir na vida eterna”. Repare que estamos enfatizando a preposição “em" apenas para o Espírito Santo. Creio “no" (em + o) Espírito Santo. Nós cremos nele, não em suas obras por s i . Mas confessamos que suas obras só são possíveis porque é Ele quem faz.

O Credo coloca o Filho e o Pai no mesmo nível de igualdade e assim o faz com o Espírito Santo. Ferreira nos lembra que devemos resistir à tentação de dizer a primeira pessoa da trindade é o Pai, a segunda é o Filho, a terceira o Espírito. Há plena igualdade entre as pessoas divinas e elas compartilham todos os mesmos atributos. Todas elas fazem as obras de Deus e recebem adoração e louvor.

O Espírito Santo

OBJETIVO DA AULA

Compreender a ação e a necessidade de se afirmar o Espírito Santo como confissão de fé

TESE DA AULA Somente pelo Espírito Santo que conhecemos a Deus Pai e Deus Filho

RESPOSTA À AULA Compreender a dependência constante que temos do Espírito Santo e de sua obra em nós

��23

Page 24: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Gregório de Nazianzeno apresenta uma ideia de pedagogia da “condescência”, na qual há uma espécie de progressão no nosso conhecimento para conhecermos toda a trindade. Ele diz assim: “O Antigo Testamento proclamava manifestamente o Pai, mais obscuramente o Filho. o Novo manifestou o Filho, fez entrever a dignidade do Espírito. Agora o Espírito tem direito de cidadania entre nós e nos concede uma visão mais clara de si mesmo. Com efeito, não era prudente, quando ainda não

se confessava a divindade do Pai, proclamar abertamente o Filho e, quando a divindade do Filho ainda não era admitida, acrescentar o Espírito Santo como um peso suplementar, para usarmos uma expressão um tanto ousada… É por meio de avanços e progressões “de glória em glória”que a luz da Trindade resplandecerá em claridades mais brilhantes”.

A Centralidade do Espírito Ele é centro na vida Cristã. Calvino diz que “É o Espírito que inflama nossos corações com o fogo do amor ardente para com Deus e para com o próximo”. Toda a vida cristã é uma vida de dependência do Espírito Santo. Temos que suplicar diariamente por Ele.

Existe um hino que a igreja medieval cantava que se chamava “Venha Espírito Criador” escrito por Rábano Mauro no século IX. Este hino lembra que no passado os cristãos sabiam que se o Espírito Santo não viesse com poder no culto, o que seria oferecido ali seria uma paródia, e não um culto espiritual, não “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1). Nós precisamos do Espírito Santo para sermos igreja de verdade.

A trindade, por fim Um diagrama útil para tentar entender a Trindade é apresentado a seguir:

��24

Page 25: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Lembremos das seguintes palavras de João Calvino e que possamos estar em humildade diante do conhecimento que buscamos de Deus. "Certamente aqui, como soa com os mistérios da Escritura, deve-se filosofar com sobriedade e grande moderação, tomando também muito cuidado para que nem o pensamento nem a língua avancem além dos fins que são traçados para o Verbo de Deus. De fato, de que modo a mente humana, quanto à sua medida, definiria a imensa essência de Deus se nem pode estatuir ao certo qual seja o copro do Sol, ao qual, no entanto vê cotidianamente com os olhos? Ou melhor, de que modo, por si só, penetrará no exame da substância de Deus aquele que minimamente alcança a sua própria? Portanto, deixemos livre para Deus o conhecimento de si. “

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A U L A 0 5

��25

Page 26: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A SANTA IGREJA UNIVERSAL

Algumas perguntas • Por que é importante pertencer a uma igreja? • O que você pensa sobre igreja visível? • E igreja invisível? • Você falaria que a sua igreja é católica? • ________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

Introdução Nós v imos até aqui sobre a importância das três afirmações do Credo. É importante dizer que quando estamos falando da Igreja de Cristo e de seu caráter santo e universal, estamos falando da obra de toda a trindade na vida da igreja. É como se fosse uma progressão, primeiro entendemos o Deus Pai,

sua natureza e obra, depois o Filho e depois o Espírito Santo, para aí entendermos o que é a igreja. Se vermos em Rm 8.9; 1 Co 12.3 e Gl 4.6, podemos notar que uma afirmação como o Credo enquanto genuína e verdadeira confissão em Cristo só pode ser feita por causa de uma ação previa do Espírito Santo e de revelação do Deus Pai.

Ferreira irá nos dizer que "só existe igreja verdadeira quando o Espírito Santo opera. 17

Toda a nossa vida cristã, tudo o que somos como cristãos, todas as bênçãos que recebemos, são dádivas concedidas pela bendita pessoa do Espírito Santo.” De forma

OBJETIVO DA AULA

Deixar claro que a igreja existe porque Deus existe como Pai, Filho e Espírito Santo. Por causa da revelação de Deus Pai (Palavra), ação de Deus Filho (Redenção) e aplicação de Deus Espírito Santo (Santificação) que estamos aqui.

TESE DA AULA A Igreja pertence a Cristo

RESPOSTA À AULA Entender que pertencer a uma igreja é consequência de pertencer a Cristo

FERREIRA, Franklin. O Credo dos Apóstolos. São José dos Campos: Fiel, 2015. Kindle Edition.17

��26

Page 27: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

simples podemos dizer que o cristão precisa de uma igreja porque a igreja é o local onde o Espírito age.

A perspectiva reformada afirma que a igreja não é o edifício, o sistema de governo, os eventos, mas sim a reunião (assembleia) do povo de Deus para a aplicação da Palavra e dos sacramentos (batismo e santa ceia).

Se você quiser mais informações sobre a relação Espírito Santo, Credo e Igreja, recomendo o livro que já usei muito até aqui do Franklin Ferreira, indicado nas notas de rodapé. Boa parte do texto do terceiro artigo trata dessas questões.

A Igreja de Deus: Una, Santa e Universal 18

Devemos sempre ter em mente que quando falamos de igreja estamos falando da Igreja de Cristo, pois ele é “a cabeça”. Não podemos enfatizar o corpo (igreja) sem lembrar daquele que é autoridade sobre o corpo, isto é Cristo. A igreja não pertence a homens mas sim e unicamente a Cristo.

Igreja de Deus A palavra Igreja é uma tradução do termo grego ekklesia, que significa assembleia. Outras duas palavras são importantes na constituição do termo em grego, que são ek + kaleo, que significam “chamar para fora”. A igreja é a reunião de pessoas que são

A partir de agora irei utilizar trechos do livro "Creio" do Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa, 18

publicado pela Ed. Fiel em 2013.

��27

Page 28: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

chamadas/convocadas para fora. A ideia aqui é que Deus em Cristo chama os homens “para fora do mundo”, e por mundo entende-se o mundo enquanto sistema hostil e pecaminoso. Devemos pensar que a Igreja de Deus se reúne porque Deus a chamou das trevas para a luz, da morte do mundo para a vida em Deus.

No Novo Testamento temos alguns significados que complementam o nosso entendimento do que é a Igreja de Deus, são eles:

• Círculo dos crentes reunidos num lugar específico para cultuar a Deus: Uma comunidade local (ex. As vezes eram domésticas)

• Um conjunto de Igrejas locais (ex. Igreja de Jerusalém) • O corpo daqueles que através do mundo professam sua fé em Cristo e que

constituem sua Igreja

A definição dada por MAIA se faz importante para resumir as informações apresentadas até então. Igreja é “a comunidade de pecadores regenerados, que pelo dom da fé, concedido pelo Espírito Santo, foram justificados, respondendo positivamente ao chamado divino, o qual fora decretado na eternidade e efetuado no tempo, e agora vivem em santificação, proclamando, quer com sua vida, que com suas palavras, o Evangelho da graça de Deus, até que Cristo venha”.

4 Marcas da Igreja: Unidade, Santidade, Catolicidade e Apostolicidade A Igreja sempre foi atacada por heresias e usurpadores que tentavam corromper sua identidade e fundamento. Schaeffer faz uma afirmação interessante que nos instiga a necessidade de afirmar marcas que distinguam a igreja enquanto Igreja. Ele diz “De que adianta o aparente crescimento numérico dos evangélicos se muitos que se chamam por esse nome não creem mais naquilo que caracteriza a fé evangélica?”.

A Confissão Belga (1561), que também é um material utilizado pela nossa igreja como padrões doutrinários da reforma, diz em seu artigo XXIX que “os sinais para conhecer a Igreja verdadeira são estes: a pregação pura do evangelho; a administração pura dos sacramentos, tal como foram instituídos por Cristo; a aplicação da disciplina cristã, para castigar os pecados”.

Iremos agora passar nesta aula por 4 marcas que podemos utilizar para distinguir a Igreja Cristã verdadeira. Estas 4 marcas vem da afirmação do próprio texto do Credo

��28

Page 29: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Apostólico e também de um Credo elaborado em Nicéia e revisto em Constantinopla, que se chama Credo Niceno-Costantinopolitano. São estas 4 marcas:

Unidade: A afirmação da unidade está em que todos os crentes do mundo e de todos os tempos estão unidos pela fé comum que te em Jesus Cristo, sendo selados pelo Espírito Santo e tornando-se juntos o seu templo. Quando buscamos participar da Igreja, estamos buscando participar da unidade e da comunhão do Espírito. É interessante ver a harmonia que existe na igreja. Na igreja igualdade e diferenças convivem conjuntamente. Todos estão unidos por uma fé comum e em obediência Cristo, que é o cabeça. A unidade é produzida pelo Espírito; É essencial; E é de propósito.

Santidade: Nós tristemente sabemos que somos pecadores, e as vezes falar que a igreja é Santa pode soar um pouco estranho, já que somos pecadores. Mas devemos lembrar que a igreja pode (e deve) ser chamada de Santa por causa que Deus a santificou. Deus a separou para si através de Cristo Jesus. Ser Santa é um presente de Deus que resulta em nossas comunhão com ele. Quando vemos uma igreja que não está sendo santa, devemos lembrar que ela precisa ser assim porque isso manifesta coerência com aquilo que ela foi chamada a ser. D. Martyn Lloyd-Jones afirma que “aqui está a Igreja em seus farrapos, em sua imundície e vileza! Cristo morreu por ela, salvou-a da condenação. Ele a toma de onde estava e a separa para si (…). Ela é removida do mundo para a prisão especial que, como Igreja, deve ocupar. Enquanto a Igreja caminha neste mundo de pecado e vergonha ela se suja de lama e lodo. Portanto, há manchas e nódoas nela. E é muito difícil livrar-se delas. Todos os medicamentos que conhecemos, todos os produtos de limpeza são incapazes de remover estas manchas e nódoas. A Igreja não é limpa aqui, não é pura; embora esteja sendo purificada, ainda há muitas manchas nela. Entretanto, quando ela chegar àquele estado de glória e glorificação, ficará sem uma única mancha; não haverá nódoa alguma nela.”

Catolicidade: Talvez nos assustemos um pouco com o uso da palavra Católica, devido a tradição de rivalidade que o evangelicalismo no Brasil tem com a igreja romana. Entretanto a catolicidade de igreja é uma das principais afirmações que devemos ter em mente quando pensamos e tratamos da Igreja de Cristo. A palavra católico é uma

��29

Page 30: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

transliteração do termo katholikós, que significa universal ou geral. A catolicidade da igreja significa que existe apenas uma Igreja de Cristo. Cristo não está dividido, mas ele tem somente um corpo e por isso só existe uma igreja. Calvino diz “essa companhia é chamada católica, ou universal, porque não há apenas dois ou três na igreja, mas, ao contrário, todos os eleitos de Deus estão de tal forma unidos e ligados em Cristo que, como dependem de uma só Cabeça, também são incorporados num só corpo, entrelaçados como verdadeiros membros. E realmente formam muito bem um só, e assim, como uma mesma fé, esperança e amor, eles vivem do mesmo Espírito de Deus, e são chamados, não somente para receberem uma mesma herança, mas também para desfrutarem uma mesma comunhão com deus e com Jesus Cristo”. A universalidade da igreja é vista na oferta de graça a todos os homens de todos os tempos de todas as culturas. Estão congregados na grande reunião do Senhor pessoas de todas as nações, raças, línguas, condições sociais.

Apostolicidade: A apostolicidade nos lembra que a igreja está fundamentada na palavra de Deus e esta palavra é constituída pelo testemunho dos apóstolos (enviados) sobre Cristo Jesus. Nós só conhecemos a Cristo e podemos ser chamados igreja de Cristo porque os apóstolos testemunharam por toda Judeia e Samaria e até os confins da terra (At 1.8).

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��30

Page 31: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A U L A 0 6

��31

Page 32: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

OS SÍMBOLOS DE FÉ

Algumas perguntas • Qual a importância de termos símbolos de fé? • Se você é filho de um crente e vem a igreja desde criança, o que te trouxe até aqui? • Se você veio a igreja através de um outro relacionamento que não o de família, o

que te trouxe até aqui? • ________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

Introdução 19

Em 2 Co 12.14 Paulo afirma que os filhos não devem entesourar para os pais, mas os pais para os filhos. A ideia de Paulo aqui era da importância da responsabilidade de trazer os tesouros de Deus aos filhos (ou ao rebanho, no caso do Pastor). A ideia dos símbolos da fé está dentro deste contexto, uma vez que nas afirmações dos credos e confissões ao longo da história da igreja que a tradição cristã se fundamenta em sua

palavra. É verdade que devemos aprender com os nosso irmãos do passado, que como Pais se apresentam a nós, sobre a fé que uma vez por todas foi entregue a eles e que todos nós somos herdeiros.

Como Igreja de Cristo devemos entender que nós não estamos sozinhos. Fazemos parte de uma história: A história do povo de Deus. Um povo que pelos séculos e gerações passou pelas mais assombrosas perseguições e lutas e que hoje temos a honra de fazer parte, por Cristo e somente por Ele.

OBJETIVO DA AULA

Apresentar a importância dos símbolos de fé para a tradição da igreja fundamentada nas Escrituras.

TESE DA AULA A fé deve ser confessada

RESPOSTA À AULA Assumir a fé em Cristo Jesus e os símbolos que a confessam

MAIA, Hermisten. Creio. São José dos Campos: Fiel, 2013.19

��32

Page 33: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

“Os cristãos modernos são os herdeiros de uma grande tradição intelectual cristã. Essa tradição de pensamento ativo e solução prática de problemas é uma aliada vital dos cristas que lutam contra as tendências intelectuais do mundo contemporâneo. O uso das perspectivas do passado pode fornecer uma perspectiva valiosa sobre as questões atuais. Podemos, assim, livrar-nos da tirania do presente, a suposição de que a maneira que as pessoas as pensam hoje é o único modo possível de pensar” 20

Símbolos A palavra símbolo quer dizer “um sinal pare conhecer-se”, ele deriva-se de um outro termo que significa “comparar" ou "lançar junto”. Talvez uma referência a antiguidade nos ajude aqui, pois quando um contrato era formalizado, um objeto era partido e dividido entre as partes do contrato e cada parte do objeto dividido era um símbolo de identidade para a junção com o outro pedaço.

A ideia do símbolo é apontar algo que está além de si mesmo. Pense em uma fotografia, uma selfie que você tirou quando estava no parque. Você pode olhar para a fotografia em si, mas ela está apontando como um símbolo a algo maior: você no parque. O símbolo é um veículo de comunicação que contribui para romper as barreiras lingüísticas, permitindo a identificação sem o uso necessário de palavras. Pensando novamente na foto. O símbolo foto mostra seu rosto que lembra quem você é. Não precisamos do nome para saber através da foto que você é você.

O Antigo Testamento utiliza da ideia de símbolo diversas vezes, como em Gilgal por exemplo, que se torna expressão da benção e direção de Deus. Deus faz com que os sacerdotes retirem as pedras como memorial do rio Jordão (Js 4.20-24). Alguns anos depois o profeta Miqueias (Mq 6.3-5) irá utilizar a figura de Gilgal como símbolo daqui que tinha acontecido ali.

O símbolo também pode ser utilizado como elemento de convergiria de um povo ou de um grupo: nós nos reunimos em torno de gestos que simbolizam nossos ideais ou valores. Pense em uma bandeira, um hino, um código de roupas, entre outros.

Veith, Gene Edward em MAIA (2013).20

��33

Page 34: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Já citamos aqui um símbolo conhecido da igreja primitiva, o conhecido Ichthys, que era o desenho de um peixe com iniciais em grego que significavam: Jesus Cristo, Deus, Filho e Salvador.

O Credo Apostólico que estudamos recebeu o nome de símbolo por estar significando algo sobre a confissão dos apóstolos. Lutero e Melanchton, já na reforma, foram os primeiros a usar a palavra símbolo para os credos protestantes, dando nome aos catecismos e confissões adotados pelas igrejas como elementos que simbolizavam a compreensão teológica deles.

Credos e Confissões Partindo para um sentido mais estrito sobre os símbolos de fé e sendo aquilo que a igreja afirma enquanto símbolos ao longo da história temos os Credos e Confissões, a qual temos o Apostólico (que estudamos) mas também outros que fazem parte desse fio que conduz a igreja até os dias de hoje.

Na igreja primitiva os dedos e confissões eram empregados de duas formas: Doutrinariamente (ensinando a verdade contra as heresias e confirmando a fé dos novos convertidos - regra de fé); Liturgicamente (declarações no batismo, na santa ceia e no culto).

Alguns símbolos são importantes de serem citados aqui, são eles: • Credo dos Apóstolos (….): Afirmação da igreja primitiva a respeito da doutrina dos

apóstolos. Ênfase nas verdades fundamentais da igreja. • Credo Atanasiano (500 d.C.): Reflete a teologia dos quatro primeiros sínodos

ecumênicos da igreja. Ênfase na defesa de Cristo e da Trindade. • Credo Niceno-Constantinopolitano (325 d.C.): É um dos mais importantes credos da

Igreja Cristã. Combateu heresias. • Credo da Calcedônia (451 d.C.): Procurou estabelecer uma unidade teológica na

Igreja; • Confissão de Westminster • Catecismo Maior e Menor de Westminster • Confissão Belga • Confissão Helvetica • Catecismo de Heidelberg • Catecismo Nova Cidade (2014);

��34

Page 35: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 0 7

CONFISSÕES & CATECISMOS

Algumas perguntas • Quando você ouve falar de catecismo ou catequese, o que vem a sua mente? • Você já ouviu falar do Catecismo de Heidelberg? 21

• ________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

Introdução Dando sequência ao estudo da última aula, nessa aula gostaríamos de apresentar como forma de exemplo e sugestão um material excelente que serve como exemplo para apresentar a importaria sobre as nossas questões acerca dos símbolos de fé. Este material é o Catecismo de Heidelberg.

O Catecismo de Heidelberg é o segundo dos padrões doutrinários da Igreja Reformada e originou-se no ano de

1563 na cidade de Heidelberg, capital do eleitorado alemão do Palatinado. O príncipe eleitor Frederico III, que se tornou calvinista em 1560 encarregou Zacarias Ursinus e Caspar Olevianus de prepararem um manual de instrução doutrinária para consolidar a fé reformada em seus domínios. O documento foi aprovado em 1563 e foi um sucesso, e já em sua 3ª edição o conteúdo foi agrupado em 52 dias do Senhor, de forma que pudesse ser estudado ao longo de um ano. 22

OBJETIVO DA AULA

Apresentar o Catecismo de Heidelberg como exemplo de ensinamento de símbolo de fé

TESE DA AULA A fé cristã é uma fé que está intimamente relacionada ao ensino e aprendizado

RESPOSTA À AULA Submeter-se ao aprendizado das escrituras constantemente

O texto online pode ser lido nas seguintes fontes: http://monergismo.com/textos/catecismos/21

catecismo_heidelberg.htm; http://www.heidelberg-catechism.com/pt/;

DE BRES, G.; URSINUS, Z.. Confissão Belga & Catecismo de Heidelberg. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. 22

��35

Page 36: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

O Catecismo de Heidelberg 23

“O Catecismo de Heidelberg tem sido destacado como a mais bela das confissões de fé produzidas pela Reforma Protestante, a mais generosa e pessoal dentre as exposições do calvinismo. Trata-se de uma confissão constituída de 129 perguntas e respostas, tendo a sua seqüência baseada na Epístola aos Romanos. As duas primeiras perguntas são introdutórias.  A 1ª pergunta, “uma jóia de confissão existencial”,[25] estabelece o teor do documento, e a 2ª pergunta esboça o que vem a seguir: “meu pecado e miséria”, “como sou redimido” e “como devo ser grato”.

O documento tem três divisões principais: a 1ª Parte – “Nosso Pecado e Culpa: A Lei de Deus” (perguntas 3 a 11), é uma confissão da pecaminosidade humana e do desprazer de Deus. A 2ª Parte – “Nossa Redenção e Liberdade: A Graça de Deus em Jesus Cristo” (perguntas 12 a 85), revela o plano de redenção e inclui uma exposição do Credo dos Apóstolos. A 3ª Parte – “Nossa Gratidão e Obediência: Nova Vida através do Espírito Santo” (perguntas 86 a 129), apresenta a gratidão obediente como o fundamento das boas obras e inclui uma exposição dos Dez Mandamentos e da Oração Dominical.  Esta seção vê a vida cristã como a resposta de gratidão do crente às bênçãos de Deus. Constitui-se em um “pequeno clássico da vida devocional”.[26]

Os estudiosos têm destacado algumas outras características que tornam esse documento especialmente notável:

1. O uso do pronome da primeira pessoa, muitas vezes no singular, “confere ao seu testemunho evangélico um tom caloroso e pessoal”.[27] Bons exemplos disso são a pergunta n° 1: “Qual é o teu único consolo, na vida e na morte?” Resposta: “Que eu

MATOS, A. S.. O catecismo de Heidelberg: ua história e influência. Disponível em: http://23

www.mackenzie.br/7054.html

��36

Page 37: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

pertenço – corpo e alma, na vida e na morte – não a mim mesmo, mas ao meu fiel Salvador, Jesus Cristo...”; e a definição de fé encontrada na resposta à pergunta n° 21: “É não somente um conhecimento seguro pelo qual eu aceito como verdadeiro tudo o que Deus nos revelou em sua Palavra, mas também uma confiança plena que o Espírto Santo cria em mim através do evangelho...”

2. É a mais ecumênica dentre as confissões da Reforma, reunindo três correntes do pensamento reformado. Ademais, está isenta de definições dogmáticas e é notavelmente não-sectária.[28] A pergunta 80, sobre a diferença entre a Ceia do Senhor e a Missa, foi inserida pelo eleitor Frederico após a primeira impressão.

3. Possui um caráter inteiramente bíblico; toda a sua estrutura é moldada pela perspectiva bíblica. O catecismo deixa a Escritura falar e não procura substituí-la.

4. Em sua posição teológica, o catecismo é cristão, evangélico e reformado, estando plenamente radicado na tradição dos apóstolos e dos concílios ecumênicos da igreja antiga.[29]

5. O catecismo é um manual de religião prática. Ao invés de levantar problemas especulativos, a fé cristã é apresentada de maneira prática, acentuando-se a sua importância para a vida diária.  Foi concebido para ser ao mesmo tempo um guia para a instrução religiosa das crianças e dos jovens e uma confissão para toda a igreja.[30] Bela Vassady comenta que o Catecismo de Heidelberg tem cumprido um quádruplo propósito: catequético, teológico, litúrgico e querigmático. “Ele combina de modo feliz a ênfase à necessidade humana de salvação com um testemunho ainda mais forte do triunfo da graça e da glória de Deus em Sua contínua obra de redenção”.[31]

Outros temas importantes são a sua ênfase na bondade e providência de Deus, sua forte preocupação soteriológica e sua insistência numa “interioridade que não se torna em mera subjetividade”.[32] Joseph Hall comenta que “o Catecismo de Heidelberg presta-se a uma pedagogia holística. Ele contém perguntas cognitivas com respostas devocionais.[33] Isso pode ser visto nas perguntas e respostas sobre a Oração Dominical (119-129).

Finalmente, como muitas outras declarações de fé reformadas, o ensino sobre os Dez Mandamentos vem após uma exposição do Credo dos Apóstolos (nas declarações de

��37

Page 38: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Lutero é o contrário). Essas posições não são antitéticas, mas apontam para ênfases diferentes: a Lei como parte do alegre serviço do crente a Cristo (ênfase reformada) e como a força que impele o pecador a ele (ênfase luterana).”

Uma pergunta: Qual é o seu único conforto na vida e na morte? “O meu único fundamento é meu fiel Salvador Jesus Cristo. A Ele pertenço, em corpo e alma, na vida e na morte, e não pertenço a mim mesmo. Com seu precioso sangue Ele pagou por todos os meus pecados e me libertou de todo o domínio do diabo. Agora Ele me protege de tal maneira que, sem a vontade do meu Pai do céu, não perderei nem um fio de cabelo. Além disto, tudo coopera para o meu bem. Por isso, pelo Espírito Santo, Ele também me garante a vida eterna e me torna disposto a viver para Ele, daqui em diante, de todo o coração.

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��38

Page 39: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 0 8

COSMOVISÃO CRISTÃ

Algumas perguntas • O que é cosmovisão? • Porque estudar cosmovisão em uma sala sobre Igreja? • ________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

Cosmovisão: Uma Introdução 24

O estudo das cosmovisões é um estudo das idéias que influenciam quase todo pensamento e toda decisão que uma pessoa faz no curso de sua vida. Literalmente, cosmovisão é tudo sobre tudo. Leia o discurso do apóstolo Paulo em Atos 17:22-31 e você verá uma síntese da visão cristã do mundo. Nessa passagem, Paulo discute suas visões sobre a origem e natureza do universo, a identidade e valor dos seres humanos, a natureza e a existência de Deus, a teoria cristã da verdade e do destino humano. Nessa breve passagem, Paulo responde às questões essenciais que todas as cosmovisões devem abordar.

O estudo das cosmovisões é um tópico de importância crescente para os cristãos por causa da diversidade crescente das pessoas no mundo e as pressões sociais, políticas, morais e teológicas que disso resultam. À medida que as visões das pessoas sobre

OBJETIVO DA AULA

Apresentar o conceito introdutório de cosmovisão cristã para auxiliar os alunos a identificar as diferentes cosmovisões presentes no mundo e em como a cosmovisão cristã pode auxiliá-los a ver o mundo sobre o domínio de Cristo

TESE DA AULA O melhor jeito de enxergar as coisas é pelas lentes de Deus

RESPOSTA À AULA Saber identificar e distinguir a cosmovisão no mundo atual

Este texto é de autoria de Mark Blocher e foi traduzido por Felipe Sabino de Araújo Neto e Marcelo 24

Herberts. Pode ser encontrado na íntegra no site: http://www.monergismo.com/textos/cosmovisao/intro-cosmovisao_blocher.pdf

��39

Page 40: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Deus, os seres humanos, a verdade, a moralidade, o comportamento humano, etc., se tornam mais diversos, o potencial para o conflito e a confusão cresce. Não é incomum uma disputa intensa irromper quando duas pessoas se envolvem numa conversação sobre algumas das principais questões morais dos nossos dias. A fonte de discórdia é geralmente uma diferença em como cada pessoa vê o mundo.

À medida que você ler os capítulos seguintes descobrirá indubitavelmente que o autor está projetando sua própria cosmovisão como “a” cosmovisão cristã. Isso não é feito por arrogância, mas sim convicção; a convicção que o Cristianismo bíblico fornece o melhor entendimento da realidade, conhecimento, existência humana, propósito de vida e a melhor explicação do que acontece aos seres humanos quando eles morrem. Você

deveria se sentir livre para comparar e contrastar as visões expressas pelo autor com aquelas de outros cristãos e com a sua também.

O que é uma Cosmovisão? Uma breve análise da literatura atual sobre cosmovisão fornecerá uma

variedade de definições, todas das quais, de uma forma ou de outra, chegam à forma como uma pessoa vê o mundo. Em essência, uma cosmovisão é tudo sobre tudo. Cada experiência que temos, cada pensamento, cada dor e prazer é interpretado por meio das nossas crenças sobre a forma como as coisas são e deveriam ser. Como reagimos à dor ou ao prazer, e até mesmo o que é considerado dor e prazer, procedem da nossa cosmovisão.

Nisso é verdade então que todas as pessoas têm uma cosmovisão. Se uma pessoa é capaz de usar o termo “cosmovisão”, ela tem uma. Elas podem não ser capazes de articular todas as suas crenças sobre tudo, ou mesmo conscientemente saber quais são essas crenças, mas elas sustentam crenças sobre tudo no mundo e sobre o mundo. Como elas chegam a essas crenças é complicado, visto que isso envolve onde nasceram, como foram criadas, que educação receberam, que tipos de experiências tiveram e assim por diante.

O estudo das cosmovisões é particularmente importante para os cristãos que tomam a Grande Comissão seriamente, pois uma cultura crescentemente diversa representa um

��40

Page 41: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

desafio para o Evangelho. Multiculturalismo, pluralismo e a crença comumente sustentada de que nenhum sistema de crença é melhor do que outro desafia as reivindicações exclusivas do Cristianismo.

Infelizmente, muitos cristãos têm se afastado do que assumiram como “intelectualismo”, evitando reflexões e meditações sérias sobre questões últimas. Em 1980, durante o discurso inaugural como dedicatória ao Billy Graham Center no campus Wheaton College, o embaixador das Nações Unidas Charles Malik fez referência direta a esse problema, dando uma descrição clara da importância da cosmovisão cristã para o evangelismo:

“Eu preciso ser franco com você; o maior perigo que confronta o cristianismo evangélico norte-americano é o anti-intelectualismo. A mente, em seu maior e mais profundo alcance não é guardada o suficiente. Mas a educação intelectual não pode tomar espaço à parte de uma profunda imersão por um período de anos na história do pensamento e do espírito. Pessoas que estão com pressa para sair da universidade e começar a ganhar dinheiro ou servir a igreja ou pregar o Evangelho, não têm idéia do valor infinito de se dispensar anos de prazer conversando com as maiores mentes e almas do passado, amadurecendo, aprimorando e ampliando a sua capacidade de discernimento. O resultado é que a arena do pensamento criativo é renunciada e abdicada em favor do inimigo. Quem entre os evangélicos pode se manter firme perante os maiores acadêmicos seculares em seus próprios campos de conhecimento? Quem entre os acadêmicos evangélicos é citado como uma fonte normativa pelas maiores autoridades seculares no campo da história, filosofia, psicologia, sociologia ou política? ... Em favor de uma maior eficácia no testemunho de Jesus Cristo, tal como para os seus próprios fins, os evangélicos não podem se permitir viver na periferia da existência intelectual responsável.”

Malik exorta os cristãos a renunciarem à mentalidade antiintelectual e a se reengajarem ao plano das idéias. Os filósofos J. P. Moreland e William Lane Craig ressaltaram corretamente que os cristãos não podem se dar ao luxo de serem indiferentes ao conflito de idéias que toma espaço na civilização ocidental, conflito esse que é particularmente áspero dentro das universidades norte-americanas. 3 Eles nos alertam que nas universidades é que se formam doutores, advogados, legisladores, juízes, professores, artistas, executivos de negócios, banqueiros etc, para a sociedade. Logo, a cosmovisão que eles assimilam no processo do seu treinamento é a cosmovisão que irão incorporar em suas profissões, e, finalmente, na sua influência, uma vez que

��41

Page 42: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

moldam a cultura. A seguir, algumas definições que vários cristãos têm dado ao termo “cosmovisão”. • “Uma cosmovisão é um conjunto de pressuposições sobre a formação básica do mundo. É o sistema de crenças completo e fundamental de uma pessoa.” – James Sire • “Uma cosmovisão é uma explicação e interpretação do mundo e uma aplicação dessa visão à vida.” – Phillips e Brown

• “Uma cosmovisão fornece um modelo do mundo que orienta o seu aderente nesse mundo.” – Walsh e Middleton

• “Uma cosmovisão é um sistema completo de crenças, valores, princípios éticos e comprometimentos de uma pessoa – é tudo sobre tudo.” – Blocher Os Elementos de uma Cosmovisão Toda e qualquer cosmovisão toma partido sobre os pontos listados abaixo. O desafio é discernir qual é esse partido e como ele é justificado.

1. Cosmologia – toda cosmovisão tem uma explicação para a origem e para a natureza do universo

2. Teologia – toda cosmovisão, incluindo o ateísmo, toma uma posição sobre a existência e a natureza de Deus

3. Antropologia – a identidade e o valor dos seres humanos

4. Epistemologia – a natureza e a justificativa para o conhecimento/ verdade

5. Axiologia – a identidade e a natureza dos valores

6. História – o padrão e a importância dos eventos históricos 7.8. Destino – o que acontece às pessoas após a morte

O Teste de uma Cosmovisão

��42

Page 43: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Toda cosmovisão precisa ser submetida a certos testes a fim de se determinar se ela é boa ou ruim. Tal como o sistema de orientação num foguete espacial, uma cosmovisão deve ser confiável. Imagine o que aconteceria ao foguete espacial se ele estivesse fora de curso no seu retorno à atmosfera terrestre. Segundo os especialistas aeroespaciais, se o foguete espacial estiver apenas alguns graus fora de curso, irá queimar ou sair fora da atmosfera e retornar ao espaço. Qualquer dessas conseqüências é indesejável, logo é importante saber se o sistema de orientação a bordo do foguete espacial foi testado e verificado ser confiável.

O mesmo pode ser dito a respeito de cosmovisões. Embora seja comum pessoas dizerem coisas como “Isso pode ser verdade para você, mas não é verdade para mim, portanto não imponha a sua visão sobre mim”, tais declarações são de fato convites para o desastre. A verdade não é determinada dessa forma subjetiva. A verdade precisa estar sujeita à verificação, assim como o sistema de orientação do foguete espacial precisa estar sujeito a testes para mensuração da sua exatidão.

Toda cosmovisão precisa estar sujeita a testes para se determinar se ela é ou não abrangente, isto é, se fornece respostas a todas as principais questões de uma cosmovisão. O teste seguinte é se essas respostas são coerentes, isto é, elas concordam ou se encaixam com a forma como o mundo realmente é? Alguém poderia dizer que a lua é feita de queijo fresco, mas simplesmente dizer isso não faz disso algo real. Em vista do que nós sabemos sobre a lua, é coerente a reivindicação de a lua ser feita de queijo fresco?

Um terceiro teste de uma cosmovisão é se as suas crenças básicas apresentam consistência interna umas em relação às outras. Por exemplo, o Naturalismo reivindica que o mundo fisico é tudo o que existe. Inevitavelmente isso leva à conclusão de que para uma coisa existir, precisa ter propriedades fisicas. No entanto isso não parece consistente com a forma como o mundo realmente é. Por exemplo, a idéia que o mundo fisico é tudo o que existe é um conceito – uma idéia mental. Quais são as propriedades fisicas de uma idéia mental? É algo real? Para o Naturalismo ser consistente, ele precisa fornecer uma explicação das propriedades fisicas das idéias. No entanto, por mais que expliquem as atividades fisicas da fisiologia do encéfalo, os naturalistas não conseguem explicar a existência de uma idéia. Para serem consistentes, os naturalistas deveriam rejeitar a existência das idéias, uma vez que elas não têm propriedades fisicas. Neste sentido, o Naturalismo carece de consistência interna.

��43

Page 44: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

O quarto teste de uma cosmovisão é alegadamente o mais importante. A cosmovisão compele seus aderentes a viver consistentemente de acordo com ele no mundo? Há pouco uso para uma cosmovisão que não opera na vida real. O teste de vitalidade é um componente importante na avaliação de uma cosmovisão. As crenças e explicações básicas de uma cosmovisão deveriam ser incorporadas à vida do aderente tal que a pessoa seria compelida a trazer cada área da vida em conformidade a ela.

O Valor da Cosmovisão Cristã Primeiro, a cosmovisão cristã unifica as crenças de uma pessoa num sistema coerente e bíblico. As crenças básicas da cosmovisão cristã fornecem uma estrada abrangente, coerente, consistente e atrativa pela qual se pode viajar ao longo da vida. Na próxima seção discutiremos as crenças específicas que tornam esse fundamento singular.

Segundo, a cosmovisão cristã fornece um guia para a vida prática. O Cristianismo é designado por Deus para operar na vida real, não apenas hipoteticamente. Quando as crenças e valores da cosmovisão cristã são aplicados à vida real, elas funcionam. Quando nós vemos a vida pelas lentes da história divina da criação, queda, redenção e consumação, o mundo faz sentido.

Terceiro, a cosmovisão cristã fornece as ferramentas necessárias para discernir a verdade do erro. A Escritura e a auto-revelação de Deus na criação nos provêm o conhecimento de que necessitamos para tomar decisões sobre o que é e o que não é verdade.

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��44

Page 45: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��45

Page 46: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 0 9

AS 9 MARCAS DE UMA IGREJA SAUDÁVEL

Algumas perguntas • Quais marcas nós achamos que constitui uma igreja saudável? • Porque devemos ser uma igreja saudável? • Quais são as consequências que temos quando uma igreja saudável? • Quais são as características de uma igreja doente? • ________________________________________________? (se quiser faça sua pergunta)

Introdução A ideia de “9 marcas de uma igreja saudável” nasceu com o pastor Mark Dever e seu trabalho em sua igreja em Washington. O que chama a atenção em seu

trabalho é que ele não busca propor um “novo modelo” de organização de igreja mas sim trabalhar princípios práticos e bíblicos que toda igreja cristã deve valorizar, principalmente em nossos dias. O fato de trabalhar com princípios é tão interessante que faz com que presbiterianos como nós possamos aprender muito com irmãos batistas, como é o caso do Mark Dever, sem que abramos mão de nossa organização eclesiástica.

A ideia das 9 Marcas e o seu livro se estruturou em uma organização, a 9Marks, que 25

tem seu material editado e publicado pela editora Fiel no Brasil. Pastores presbiterianos como o Rev. Augustus Nicodemus Lopes, Rev. Davi Charles Gomes, Rev. Heber Campos Jr e Rev. Leonardo Sahium colaboram com vídeos e palestras sobre os assuntos distribuídos sobre a perspectiva das 9 Marcas.

Sobre a organização, "9Marks crê que a igreja local é o meio principal que Deus tem escolhido para exibir sua glória a todas as nações e que a Bíblia é suficiente para a vida

OBJETIVO DA AULA

Apresentar as nove marcas de uma igreja saudável e seu propósito de direcionar as igrejas para a glória de Deus

TESE DA AULA A igreja de Cristo deve ser fiel a ele e aos seus princípios estabelecidos

RESPOSTA À AULA Conhecer, incentivar, valorizar e trabalhar pelas nove marcas de uma igreja saudável na nossa igreja local

Citado no início da apostila25

��46

Page 47: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

da igreja. Como uma organização, então, nós somos focados na igreja, nas Escrituras e nos pastores. Nós valorizamos uma pluralidade de vozes e estilos, como também parceiros igualmente convictos. Esperamos crescer continuamente no entendimento da Palavra de Deus e na sua aplicação às congregações locais.”

Por que 9 Marcas? "Há muitos pastores que foram ensinados que “sucesso” tem a ver com estatísticas e picos emocionais. 9Marks existe para ajudar líderes de igrejas a definirem sucesso como fidelidade a Deus, Sua Palavra, e Seu povo. Em sua defesa, muitos desses pastores não estão interessados somente em números. Querem, sim, alcançar mais e mais pessoas com as Boas Novas do Cristianismo. O problema é que eles começam a reestruturar a vida corporal da igreja em razão do crescimento. Crescimento torna a ser a prioridade.

Modelos diferentes: Algumas igrejas procuram ser atrativas ao mundo através de programações na igreja e evangelismo de porta-a-porta. Ao encerrar as pregações, sempre há um apelo para “vir até a frente”, dizendo: “Jesus deseja ter um relacionamento contigo então convide-O a entrar em seu coração.” Outras igrejas focam naquilo que será atraente aos não-crentes ou aqueles que procuram uma igreja. Removem quaisquer barreiras culturais contra a igreja, desejando ter um apelo às necessidades sentimentais das pessoas, como relacionamentos, satisfação e propósito.Já outras igrejas enfatizam a necessidade das igrejas removerem todas as barreiras e ‘inserir-se’ na cultura. Mudam para o centro da cidade, se envolvem nas artes, escolas e cozinhas comunitárias, com o objetivo de transformarem a cultura. Procuram servir e trazer restauração.

A pergunta principal: O problema é que os defensores destes três modelos começam com uma pergunta secundaria: “Como podemos alcançar o mundo?” É uma boa pergunta, mas não é a pergunta principal. A primeira pergunta que devemos fazer é: “Sendo o povo de Deus, como podemos ser fiéis a Deus?” Parte dessa fidelidade é alcançar o mundo, mais fidelidade é basicamente ouvir ao Senhor e fazer tudo o que Ele manda. “Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28:20).9Marks propõe que as igrejas devem começar com a fidelidade, o que nos trás a outro assunto.

��47

Page 48: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A Igreja Fiel: Imagine isto: um grupo de pessoas se reúne em uma sala. Alguém fica de pé, abre a Bíblia, e diz, “É isso que Deus diz.” Ele explica o que foi lido. A igreja canta, ora, participa da ceia, e vão para casa, animados para compartilhar a Palavra de Deus com aqueles que nunca A ouviram.Na verdade, isso nada mais é do que uma ilustração de uma igreja fiel.Uma igreja fiel? Isso não parece muito atraente, de um ponto de vista de marketing. Talvez tão interessante como assistir uma planta sendo plantada? Mais espere que tem mais: as palavras vem com poder, o Espirito Santo e convicção profunda. Consciências são atingidas. Vidas são transformadas. As pessoas vão para casa adorando ao Senhor, ao odiar o pecado, amar uns aos outros e ao procurar falar com seus vizinhos. Uma igreja fiel é uma igreja obediente e humilde, e isso é atraente de forma sobrenatural. É distinto como sal e brilhante como a luz. As pessoas começam a parecer como… filhos e filhas de Deus! Isso é atraente! E tudo começa quando começam a ouvi-lo.” 26

Quais são essas 9 Marcas?

1) Pregação Expositiva

O que é? Um sermão expositivo pega o ponto principal de uma passagem da Escritura, torna o principal ponto do sermão, e aplica-o à vida hoje.

Por que é importante? Pregação expositiva é importante porque a Palavra de Deus é o que convence, converte, edifica e santifica o povo de Deus (Hb 4:12; 1 Pe 1:23; 1 Ts

1 Pregação

2 Teologia Bíblica

3 Evangelho

4 Conversão

5 Evangelismo

6 Membresia

7 Disciplina

8 Discipulado

9 Liderança

http://pt.9marks.org/sobre-9marks/26

��48

Page 49: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

2:13, Jo 17:17). Pregação que faz do ponto principal do texto o ponto principal do sermão, faz com que a vontade de Deus governe a Igreja, não a do pregador.

2) Teologia Bíblica

O que é? Teologia bíblica é a sã doutrina; são pensamentos corretos sobre Deus; é a crença que está de acordo com as Escrituras.

Por que é importante? Teologia bíblica é essencial para:

9. Evangelismo. O evangelho é doutrina. Portanto, sã doutrina é necessária para o evangelismo.

10.Discipulado. Jesus orou “Santifica-os na verdade. A sua palavra é a verdade” (Jo 17:17). Cristãos crescem, aprendendo e vivendo à luz da verdade – em outras palavras, da sã doutrina.

11.Unidade. De acordo do Novo Testamento, a única unidade verdadeira é a unidade na verdade (I Jo 1:1-4; II Jo 10-11).

12.Adoração. Adorar a Deus é declarar suas excelências (I Pe 2:9-10) e exaltá-lo por quem Ele é (Sl 29:2). Verdadeira adoração é uma resposta à sã doutrina.

3) Evangelho

O que é?

As boas novas são: O único Deus santo nos criou à sua imagem para que O conheçamos (Gn 1:26-28)Mas nós pecamos e assim nos distanciamos dEle (Gn 3; Rm 3:23).Em seu grande amor, Deus tomou a forma de homem em Jesus, viveu uma vida perfeita, e morreu na cruz, assim cumprindo toda a lei e tomando sobre Si mesmo toda a punição dos pecados daqueles que deixariam seus pecados e confiassem nEle. (Jo 1:14, Hb 7:26, Rm 3:21-26, Rm 5:12-21) Ele ressuscitou da morte, mostrando que Deus aceitou o sacrifício de Cristo e a ira de Deus contra nós foi esgotada (Atos 2:24, Rm 4:25).Ele nos chama a arrepender-nos dos nossos pecados e confiarmos em somente Cristo para sermos perdoados (At 17:30, Jo 1:12). Se nos arrependermos dos nossos pecados e confiarmos em Cristo, somos nascidos de novo para uma nova vida, uma vida eterna com Deus (Jo 3:16). Ele está recolhendo para si mesmo um novo povo entre aqueles que se submetem a Cristo como Senhor (Mt 16:15-19, Ef 2:11-19).

��49

Page 50: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Por que é importante? Um entendimento bíblico do Evangelho é importante porque o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, sendo assim a única maneira de pecadores serem reconciliados com um Deus santo.Tudo na igreja flui de um entendimento do Evangelho, seja pregação, aconselhamento, discipulado, música, evangelismo, missões, etc.

4) Conversão

O que é? Um entendimento bíblico sobre conversão reconhece tanto o que Deus faz quanto o que as pessoas fazem na salvação. Na conversão Deus: Dá vida aos mortos (Ef 2:5)Dá visão aos cegos (II Co 4:3-6)Dá os dons da fé e arrependimento (Fp 1:29; At 11:18).E na conversão, as pessoas: Arrependem-se de seus pecados ( Mc 1:15; At 3:19)Creem em Jesus (Jo 3:16; Rm 3:21-26).Um entendimento bíblico da conversão reconhece que somente Deus pode salvar, e que Ele salva indivíduos, permitindo-lhes responder à mensagem do evangelho através do arrependimento dos pecados e confiando em Cristo.

Por que é importante? Um entendimento bíblico sobre conversão é importante para as igrejas porque: Esclarece como as igrejas devem exortar os não-cristãos – devendo chamar os não-cristãos a se arrepender dos pecados e confiar em Cristo.Lembra as igrejas que devem confiar em Deus em todos os seus esforços evangelísticos, só Ele pode dar nova vida espiritual.Ela ensina as igrejas a manter uma clara distinção entre si mesmas e o mundo.A vida dos membros das igrejas devem ser marcadas pelo fruto da conversão,As igrejas devem aceitar para o batismo e a ceia do Senhor somente aqueles que mostram evidencias de conversão. Igrejas devem evangelizar e ensinar sobre vida cristã, de tal forma que a natureza radical da conversão seja continuamente enfatizada.

5) Evangelismo

O que é? Evangelismo é simplesmente dizer aos não-cristãos as boas novas sobre o que Jesus Cristo fez para salvar os pecadores. A fim de evangelizar biblicamente você deve: Pregar todo o evangelho, mesmo a dura notícia sobre a ira de Deus contra o nosso pecado.Chame as pessoas a se arrependerem de seus pecados e confiar em Cristo.Deixe claro que crer em Cristo é dispendioso, mas vale a pena.

��50

Page 51: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Por que é importante? Quando a igreja não tem um entendimento bíblico sobre o evangelho, ela não evangeliza, ou ela compartilha uma mensagem que não é o evangelho, ou evangelizam de maneira enganosa e manipulativa. Por outro lado, uma compreensão bíblica de evangelismo esclarece o nosso papel na missão que Deus deu à Igreja: devemos pregar a boa notícia sobre o que Cristo fez e orar para que Deus traga pessoas a crer.

6) Membresia

O que é? De acordo com a Bíblia, membresia em uma igreja local é um compromisso que todo cristão deveria fazer, que inclui frequentar, amar, servir e submeter-se a uma igreja local.

Por que é importante? Membresia bíblica é importante porque a igreja apresenta ao mundo o testemunho do próprio Deus. A igreja exibe a Sua glória. Por causa da membresia da igreja, os não-crentes deveriam enxergar nas vidas transformadas do povo de Deus que Deus é tanto santo como gracioso e que seu Evangelho é poderoso para salvar e transformar pecadores.

7) Disciplina

O que é? Em um sentido amplo, a disciplina da igreja é tudo aquilo que a igreja faz para ajudar seus membros na busca da santidade e luta contra o pecado. Pregação, ensino, oração, adoração corporativa, relações de prestação de contas, e supervisão piedosa por pastores e presbíteros são todas as formas de disciplina.Em um sentido mais restrito, a disciplina da igreja é o ato de corrigir o pecado na vida do corpo, incluindo a possibilidade de, em uma etapa final, excluir um cristão confesso da membresia da igreja e da participação na Ceia do Senhor, por causa de um grave pecado sem arrependimento (veja Mt 18:15-20, 1 Co 5:1-13).

Por que é importante? Pense em disciplina como uma estaca que faz a árvore crescer reta, como um conjunto extra de rodas para bicicleta, ou como as horas intermináveis de prática de um músico. Sem disciplina, nós não cresceremos como Deus quer que cresçamos. Com disciplina, nós iremos, pela graça de Deus, produzir frutos pacíficos de justiça (Hb 12:5-11).

��51

Page 52: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

8) Discipulado

O que é? A Escritura ensina que um cristão vivo é um cristão em crescimento (II Pe 1:8-10). A Escritura também ensina que nós crescemos não somente pela instrução, mas também pela imitação (I Co 4:16; 11:1). Portanto, as igrejas devem exortar seus membros a crescerem em santidade e ajudar os outros a fazerem o mesmo

Por que é importante? Promover o discipulado bíblico e crescimento é importante porque nenhum de nós somos produtos acabados. Até que morramos, todos os cristãos vão lutar contra o pecado, e precisamos de toda a ajuda que pudermos obter nesta luta.Se uma igreja negligencia discipulado e crescimento, ou ensina uma versão distorcida e anti-bíblica, irá desencorajar os cristãos genuínos e erroneamente assegurar falsos cristãos. Por outro lado, se uma igreja promove uma cultura de discipulado cristão e crescimento, vai multiplicar os esforços dos crentes a crescer em santidade.Uma igreja que não está crescendo na fé acabará por proporcionar um testemunho insalubre para o mundo.

9) Liderança

O que é? A Bíblia ensina que cada igreja local dever ser conduzida por uma pluralidade de homens piedosos e qualificados.

Por que é importante? Deus abençoa igrejas com líderes a fim deapascentar as ovelhas de Deus com a Palavra de Deus (Jo 21:15-17),guiar o rebanho (1 Tim 4:16, 1 Pd 5:3, Hb 13:7),e proteger o rebanho de agressores (Atos 20:27-29, 2 Tim 4:3,4, Tito 1:9),enquanto protege a si mesmo e a igreja através da sabedoria da pluralidade (Pv 11:14, Pv 24:6). O ponto final? Liderança bíblica na igreja é importante porque, sem ela, o povo de Deus é como ovelhas sem pastores. 27

Todas as informações dessa seção foram extraídas na íntegra do texto do site: http://pt.9marks.org/27

sobre-9marks/

Veja ainda: 9 Marcas de uma igreja doente por Kevin DeYoung: http://reformados21.blogspot.com.br/2015/12/9-marcas-de-uma-igreja-doente.html

��52

Page 53: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��53

Page 54: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

HISTÓRIA DA IGREJA Módulo II

��54

Page 55: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 0

A IGREJA NA ANTIGUIDADE

INTRODUÇÃO O período que iremos tratar nessa aula compreende aos primeiros 5 séculos de história da Igreja. Partimos do contexto primitivo da Igreja, ainda na era dos apóstolos e vamos até o período de consolidação da Igreja em Roma e o início da período conhecido como Idade Média. Por causa da limitação de tempo e currículo, iremos trabalhar sobre uma lógica cronológica, ressaltando os pontos mais importantes. Como todo esforço de estudo da história, este também tem os seus recortes e o seu viés de análise. O objetivo dessa aula é trabalhar 6 pontos importantes dessa seção da nossa história, os quais são: expansão da Igreja Cristã; a vida da igreja primitiva; as perseguições e os mártires; os pais da Igreja; a formação do cânon; constantino e o império romano.

EXPANSÃO DA IGREJA CRISTÃ Para tratar desse período, é importante que tenhamos em mente um trecho do texto do apóstolo Paulo a igreja da Galácia, no qual ele nos traz uma constatação importante sobre o tempo o qual será vivido de agora em diante na história. Diz assim a citação “ Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.” Gl 4.4-6 Este versículo nos ajuda a lembrar a centralidade da obra de Cristo na história. Ele também nos mostra que tudo já estava preparado na Terra quando Deus providencialmente agiu no mundo para que Cristo viesse no tempo certo. Quando pensamos na plenitude dos tempos, precisamos ter em mente três categorias de preparação para esse tempo. A primeira é (1) a preparação religiosa, a segunda é (2) a preparação cultural e intelectual e a terceira é (3) a preparação política e social. A preparação religiosa diz respeito a herança judaica que o cristianismo herda. Segundo alguns autores, o judaísmo pode ser considerado o caule de onde haveria de brotar a rosa do cristianismo. Ainda nessa preparação temos a consolidação singular do conceito de monoteísmo e a pressuposição clara que existe um (e apenas um) Deus. A existência de sinagogas, a esperança da vinda do Messias da linhagem de Davi, o

��55

Page 56: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

sistema ético e o próprio texto do Antigo Testamento ressaltam ainda mais a importância dessa preparação para a vinda de Cristo. A preparação cultural e intelectual aponta para a cultura grega (ou helênica) na época de Jesus e dos apóstolos. Horácio, um historiador da época dizia que “os gregos conquistaram os romanos culturalmente”, e isso é verdade. A cultura grega alcançou todo o império romano da época e trouxe um entendimento peculiar para a história. Pela primeira vez há um questionamento dos sistemas religiosos antigos, relacionados aos panteões de deuses ou endeusamentos performáticos de figuras políticas. A filosofia então entra no lugar das antigas religiões chamando a atenção para uma realidade transcendente sobre o

mundo temporal e visível. A cultura grega de fato produziu muitos corações famintos, e o evangelho oferece a estes corações o “pão da vida” aquele que após prová-lo, nunca mais terá fome. Dentro da preparação intelectual, também temos a língua escolhida por Deus para comunicar a mensagem das boas novas do Evangelho de Jesus Cristo, que é a língua grega, em sua versão koinê. Esta versão é do dia a dia do

povo, não restrita a apenas “letrados” mas também aprendida por outras classes inferiores. Ao olharmos a cultura antiga é possível ver no mesmo grego sinais e marcas populares. Por fim, a preparação política traz a civilização da época de Jesus um senso de unidade e uma organização política. Como nunca antes na história é possível ter uma cidadania e gozar benefícios nunca antes imaginados, como fazer viagens longas e seguras. O mundo está relativamente pacífico e todos os outros impérios concorrentes a Roma foram neutralizados e colocados sobre seu domínio.

��56

Page 57: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Quando estudamos a expansão da Igreja Cristã, vemos que seu crescimento se dá de forma rápida e dispersa. O epicentro do crescimento é Jerusalém, capital da província da Judeia, mas logo depois cidades como Roma, Alexandria e Antioquia ganham papel de importância na história cristã. As frentes de atuação do crescimento da Igreja são duas, a primeira (1) com os

Judeus e obedecendo o próprio chamado de At 1.8, indo nas sinagogas e explicando como a Lei apontava para Cristo. A segunda (2) era com os gentios, em ambientes públicos e apontando principalmente o caráter universal do Cristianismo. F r a n k l i n F e r r e i r a f a z u m a importante consideração sobre esse momento: “O Cristianismo surgiu num ambiente de pluralismo

religioso pagão, em meio a pressões de movimentos sincretistas e heréticos, que colocaram em risco a unidade da igreja. Essa também foi uma época de severas perseguições movidas pelo Império Romano. E

��57

Page 58: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

esse rápido crescimento ocorreu, em grande parte, porque a fé cristã tinha um elevado padrão ético - que incluía auxílio aos menos favorecidos, a proibição do infanticídio, a condenação ao aborto, ao divórcio, ao incesto, a infidelidade conjugal e à poligamia - derivado de um conjunto de doutrinas, uma ortodoxia pela qual se podia lutar, enquanto o paganismo, desprovido de dogmas, era fragmentado em uma multidão confusa de divindades e de cultos que somente com muito esforço mereciam o nome de religião.” Segundo pesquisa de STARK (apud FERREIRA, 2012) no ano 40 da Era Cristã, o número de Cristãos é de aproximadamente 1000, encerrando no primeiro século com 7530 e míseros 0.0126% da população. Entretanto, em cerca de 250 anos mais tarde, no ano de 350, o número estimado de cristãos é de 33.882.008 e percentual relativo da população em 56,5%!

A VIDA DA IGREJA PRIMITIVA Conforme relato encontrado no segundo capítulo de Atos, vemos que a igreja se reúne “de casa em casa”. Mas também é importante que vemos em que sentido a palavra “igreja” aparece dentro do entendimento primitivo. Por isso assumem-se três sentidos complementares para o entendimento da igreja em seus primórdios, o primeiro é a igreja local (crentes reunidos em um local específico, uma casa por

��58

Page 59: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

exemplo). O segundo é a igreja em uma cidade (a igreja de Jerusalém ou em Antioquia). O terceiro é a igreja no sentido universal (a igreja católica, a igreja de Cristo

em sentido abrangente). Inserido neste contexto os primeiros cristãos trabalhavam sob uma espécie de regra que se chamava “disciplina arcani” (ou disciplina do segredo). Essa regra diz que a adoração não era aberta a todos e nem tudo o que a igreja faria deveria ser feito em público. Há uma ênfase ao culto e a catequese (que durava de 6 meses a 3 anos) e o batismo era c o n s i d e r a d o u m s í m b o l o d e separação. O importante desta

constatação é que a igreja protegia os seus membros. Para os primitivos, era mais vantajoso pertencer a igreja do que pertencer ao império. Segundo FERREIRA (2012) a pregação do evangelho da igreja primitiva conta com as seguintes características: (1) As promessas de Deus começam a se cumprir; (2) Cristo é o ponto central da história; (3) Cristo é o cabeça messiânico de Israel; (4) O Espírito Santo é o sinal na Igreja que o poder e a glória de Cristo estão presentes; (5) Apelo a fé, o arrependimento e batismo, a oferta de perdão e do Espírito Santo. Um documento importante desse período é o conhecido Didaquê, que é uma regra usada pelos nossos irmãos primitivos para conduzir aquelas primeiras igrejas na doutrina aprendida pelos apóstolos. O credo dos apóstolos, já visto nas nossas aulas, também cumpre o papel de ensinar a igreja as doutrinas básicas da fé e da igreja de forma simbólica e elementar.

AS PERSEGUIÇÕES E OS MÁRTIRES A história do cristianismo sempre foi marcada por mártires e perseguições que politicamente ou culturalmente combatiam o Evangelho de Cristo. Na época da Igreja Primitiva, a perseguição tinha duas conotações, a primeira (1) era a perseguição religiosa, empreendida pelos judeus e que tratava a crença em Cristo como uma seita.

��59

Page 60: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A segunda (2) era pol í t ica, e promovida principalmente pelo império romano segundo o Padrão de Trajano (por denúncia). A prática da perseguição só se torna oficial no império a partir do imperador Nero. As perseguições do império podem ser entendidas de maneira pontual e esporádica, e as vezes mais ou menos violentas. Dentre as mais violentas aparecem as promovidas por Nero (54-68 d.C.), Décio (250-251 d.C.) e Diocleciano e Galério (303-224 d.C.). As perseguições surgem de uma relação conflituosa entre igreja e estado na qual o

cristianismo desestabilizava a unidade política desejada pelos governantes romanos. É importante que fique claro que nem todos os cristãos foram fiéis na perseguição, porém aqueles que foram são aqueles que conhecemos como mártires. Tertuliano, um dos principais pais da igreja dizia que “o sangue dos mártires é a semente da igreja”. As acusações contra os Cristãos eram as seguintes: (1) exclusivismo cristão, pois excluía a adoração ao imperador, (2) canibalismo, por causa da ceia do Senhor, (3) incesto, por causa dos relacionamento entre “irmãos”, (4) falta de patriotismo com o império. O desejo dos romanos com a perseguição era fazer com que os Cristãos abandonassem as suas convicções e voltassem a estrutura social que eles promoviam, destruindo aquela convicção que se opunha a eles. Mas os efeitos da perseguição foram contrários, houve purificação da igreja, pois ela se fortaleceu enquanto suas convicções fundamentais. Também houve expansão da igreja, pois essa teve que se dispersar pelo império para sobreviver as perseguições. Calcula-se que até o século IV o número de mártires foi de 3000.

��60

Page 61: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

OS PAIS DA IGREJA Os pais da Igreja são os líderes da igreja após os apóstolos. Normalmente esses pais foram discípulos dos apóstolos ou herdaram a herança do pensamento apostólico, e são vistos com certo grau de confiança. Mas é importante que entendamos que a teologia está em formação nesse período e há muita controvérsia e divergência, necessária para se assentar de acordo com a tradição apostólica e o ensinamento das escrituras as verdades fundamentais do cristianismo. As vezes os pais soam estranhos, e para nós protestantes, as vezes os ignoramos, mas devemos considerá-los como importantes, falhos, mas balizadores do pensamento da igreja.

Os critérios para considerar um pai da igreja são: (1) ortodoxia doutrinária, (2) santidade de vida e (3) antiguidade. Os pais da igreja escreviam normalmente sobre vida pessoal e moral, a vida na igreja e sobre relacionamentos (uns com os outros e com Deus). Podemos considerar os pais da Igreja dentro do trabalho de edificação e construção da igreja, e estes podem ter ênfases diferentes, nas quais localizamos os pais apologistas, relacionados a defesa da fé, e os pais apostólicos, relacionado ao cuidado pastoral da igreja.

Os pais também são identificados de acordo com a sua localidade, na qual temos os pais gregos, capadócios e latinos. Os pais gregos mais conhecidos são Clemente de Alexandria, Orígenes, Atanásio de Alexandria, Eusébio de Cesaréia e João Crisóstomo. Os pais capadócios mais conhecidos são Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. Os pais latinos mais conhecidos são Cipriano de Cartago, Hilário de Poitiers, Ambrósio de Milão, Jerônimo de Strídon e Agostinho de Hipona.

��61

Page 62: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A FORMAÇÃO DO CÂNON DO NT Devido a distância histórica que temos com a época da formação do Cânon, muitas vezes é comum vermos dúvidas na igreja sobre a formação do cânon, principalmente do Novo Testamento. Dúvidas como (1) Como o NT foi formado? (2) Podemos afirmar que o NT tem o mesmo peso de Escritura que o AT? (3) A Igreja definiu o NT ou o NT definiu a igreja? (4) Os apóstolos tinham ciência de que escreviam a palavra de Deus?. Todas essas perguntas devem partir do entendimento da palavra “reconhecimento”. A igreja não define o Cânon, ela o reconhece. A partir desse princípio entendemos que o Cânon não foi imposto mas sim reconhecido segundo a tradição dos apóstolos e do ensinamento que receberam como mensagem apostólica. A formação providencial do Cânon surge das heresias que assombram o período pós-apostólico e da necessidade de afirmar. Mas o cânon não foi “criado” mas sim afirmado sobre aquilo que já era reconhecido. Os critérios utilizados para a afirmação do cânon são: (1) apostolicidade, (2) autoridade reconhecida pela igreja, (3) evidência interna e (4) coerência com a regra de fé. A primeira lista canônica é a lista de Atanásio em 367 d.C., e em suas palavras “fora dos textos canônicos não se pode ler nada na igreja com o nome de Escrituras Sagradas”.

CONSTANTINO E O IMPÉRIO ROMANO Já no final da Idade Antiga e da Era primitiva de igreja o Império Romano não está nada bem. Sucessivas crises políticas assombravam constantemente seus imperadores, guerras civis, batalhas violentas e total desordem institucional. Os inimigos do império se fortaleciam e buscavam uma oportunidade para vingar suas batalhas passadas. Nesse contexto surge Constantino, que começa um processo de reunificação e restauração do Império. Diz a história que em 312 d.C., Constantino está em uma importante batalha e na noite antes de uma das lutas, tem um sonho com um sinal das iniciais de Cristo e acorda com o lema ecoando em sua mente: “Sob este sinal vencerás”. Constantino vence a batalha e atribui sua vitória a Jesus. Desde então o império romano começa a favorecer os cristãos para alguns anos mais tarde com Teodósio, se tornar a religião oficial do império e dar início ao período que chamamos de Cristandade.

��62

Page 63: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

OS CONCÍLIOS DA IGREJA Neste momento da história da igreja, é importante ressaltar o acontecimento dos principais concílios ecumênicos da igreja. Essa importância deve-se a resolução que esses concílios trouxeram a temas importantes e caros da ortodoxia cristã, como a Trindade e as naturezas de Cristo. Esses concílios surgem enquanto uma resposta a relação conflituosa entre a teologia e a filosofia, bem como as heresias presentes nos primeiros séculos da história da Igreja. Quanto a relação da teologia com a filosofia, vimos anteriormente que a cultura grega preparou intelectualmente a aparição do Evangelho. Nesse sentido também devemos considerar que a cultura grega e sua filosofia também influenciaram o próprio pensamento sobre Cristo e isso acabou gerando um problema para a própria filosofia (pois o Evangelho superava e confrontava as suas expectativas) e uma tentação para a teologia (em tentar construir uma resposta para si que estivesse longe da explicação de Deus). Ainda nessa relação, a tabela a seguir apresentada por FERREIRA (2012) nos ajuda a ver a existência de três paradigmas nessa relação, nos

��63

Page 64: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

quais escolas de pensamento teológico são influenciadas por “orientações filosóficas”. Esses paradigmas são representados por três teólogos, respectivamente, Tertuliano, Orígenes e Irineu.

Nesse sentido Justo Gonzalez faz uma afirmação importante: “É provavelmente Irineu quem mais se aproxima do espírito original do evangelho. Infelizmente, com o correr dos séculos, a teologia de Irineu ficou relativamente esquecida, enquanto a influência dos outros dois tipos de teologia (legalista e especulativa) se fez sentir cada

vez mais”. Quanto as heresias que assombravam a igreja nos primeiros séculos, a mais conhecida e principal de todas elas foi o Gnosticismo. O gnosticismo é conhecido como um movimento sincretista que dizia que as coisas físicas não tem valor, apenas as coisas transcendentes e/ou espirituais. Para os gnósticos Deus não é exatamente criador e nem pode assumir uma forma

humana, uma vez que as coisas físicas não importam. A ascese religiosa dos gnósticos era garantida por meio de rituais permitidos a iniciados que encontram a “fórmula mágica” para transcenderem a outro estado. Eles oscilavam entre um legalismo radical ou um estilo de vida libertino. A igreja defendeu-se do gnosticismo de três formas, que são: (1) defendendo o sentido natural das Escrituras, (2) leitura da Bíblia sem as categorias filosóficas e (3) utilizando o credo dos apóstolos como um teste de fidelidade. Outras heresias conhecidas dessa época são: (1) Marcionismo, Montanismo e Maniqueísmo. Diante do perigo das heresias surgem então os movimentos apologistas, que defendiam a fé e combatiam as heresias. Principais nomes de apologistas nos primeiros

A B C

Cidades Cartago Alexandria Ásia Menor e Síria

Teólogos Tertuliano Orígenes Irineu

Orientação filosófica Estoicismo Platonismo Nenhuma

Categoria principal Lei Verdade História

Interesse Moral Metafísico Pastoral

��64

Page 65: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

séculos são: Justino de Roma, Irineu de Lião e Tertuliano de Cartago. Nesse contexto o credo dos apóstolos se torna “arma” fundamental na luta contra as heresias, pois ele continha a “regra de fé” que ajudaria a balizar a crença dos cristãos de acordo com a Escritura, nesse sentido FERREIRA (2012) afirma que: “Portanto, em submissão às Escrituras, o Credo afirma o caráter trino de Deus, a encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, sua morte, ressurreição e ascensão a igreja com criação do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a ressurreição do corpo e a vida eterna. Servia a diversas funções importantes, como confissão de fé para candidatos ao batismo; esboço para ensino catequético; refutação das heresias, distinguindo claramente a fé verdadeira de desvios; guia do conteúdo da pregação; confirmação da fé no culto público”. As principais questões teológicas da antiguidade diziam a respeito da natureza de Cristo, o papel do Espírito Santo, a “fórmula” da Trindade e a controvérsia sobre a

doutrina da graça. Sobre essa última, Agostinho de Hipona foi o maior defensor de que Deus de forma especial salva os homens, segundo a sua soberana vontade. Diante das questões levantadas por Pelágio (350 d.C.), o qual dizia que o pecado contaminou apenas a Adão e que não haveria necessidade de graça especial de Deus, partindo para um entendimento

sinergista da salvação, Agostinho refuta afirmando que em Adão a humanidade se tornou totalmente depravada e perdeu a sua autonomia, por causa disso, não poderia salvar a si mesmo e necessitaria exclusivamente da graça especial de Deus para ser salva de seus pecados. As resoluções de Agostinho contra Pelágio são aceitas no início no Concílio de Cartago e no Sínodo de Orange, mas aos poucos perde a sua importância para uma espécie de sinergismo aliado a obediência aos sacramentos da igreja como necessários para a salvação.

��65

Page 66: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A tabela a seguir publicada por FERREIRA (2012) nos ajuda a visualizar melhor as questões relacionadas a essa controvérsia:

Por fim então temos os concílios ecumênicos, que são reuniões universais nas quais representantes de todas as igrejas debatiam as controvérsias e afirmavam as convicções de acordo com as Escrituras. A ordem cronológica dos concílios é a seguinte: (1) I Concílio de Nicéia (325) afirmou a igualdade entre o Pai e o F i l h o e r e f u t o u o arianismo; (2) I Concílio de Constantinopla (381) revisou o Credo Niceno e afirmou a divindade do Espírito Santo; (3) I Concílio de Éfeso (431) condenou o nestorianismo, arianismo e sabelianismo, c o n d e n o u P e l á g i o e asseverou o Theotokos; (4) Concílio de Calcedônia (451) condenou simonia, casamentos mistos e afirmou a unidade das duas naturezas de Cristo; (5) II Concílio de Constantinopla (553) condenou o monofisismo; (6) III Concílio de Constantinopla (680) condenou o monotelismo; (7) II Concílio de Niceia (787) encerra a controvérsia da iconoclastia.

POSIÇÃO PRINCIPAIS DEFENSORES

RESUMO

Pelagianismo Pelágio, Juliano de Eclano, Celéstio

O homem nasce essencialmente bom e é capaz de fazer o necessário para a salvação

Agostinismo Agostinho de Hipona

O homem está morto no pecado; a salvação é pela graça de Deus dada apenas aos eleitos;

Semipelagianismo João Cassiano A graça de Deus e a vontade do homem trabalham juntas na salvação, no qual cabe ao homem tomar

a iniciativa

Semiagostinismo Cesário de Arles A graça de Deus estende-se a todos, capacitando uma pessoa a escolher fazer o necessário para a

salvação

��66

Page 67: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��67

Page 68: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 1

A IGREJA NA IDADE MÉDIA

INTRODUÇÃO Com o fim da Idade Média, marcado pela queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. com a invasão de Roma pelos Bárbaros, vê-se uma transformação da sociedade vigente. O Estado é enfraquecido com a fragmentação do antigo Império Romano em reinos menores e forma-se uma sociedade feudal com uma nova estrutura de funcionamento.

Os movimentos missionários Na Idade Média surge os primeiros movimentos missionários, que são impulsionados pelos movimentos monásticos. Principais evangelistas dessa época são: Patrício (apóstolo da Irlanda), centralizou a igreja nos mosteiros e tornou os monges responsáveis pela preservação do saber. Columba (apóstolo da Escócia), tornou o mosteiro um centro missionário e foi responsável pela evangelização dos bárbaros pictos. Agostinho de Cantuária (evangelização da I n g l a t e r r a ) ,

considerado o fundador da igreja inglesa e tinha um método de evangelização que visava a conversão em massa. Aidan de Lidnisfarne (apóstolo da Inglaterra), fundou um mosteiro em Lindisfarne. Bonifácio (apóstolo dos germanos), foi o mais ativo e bem sucedido missionário. Martrizado aos 74 anos e autor da primeira gramática em latim. No catolicismo romano os mosteiros eram separados e hierarquizados fortemente. Já no catolicismo celta os mosteiros eram mistos e era comum encontrar abadessas (mulheres como autor idade do monastério).

��68

Page 69: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

O S a c r o I m p é r i o R o m a n o Germânico O S a c r o I m p é r i o R o m a n o Germânico foi o maior império da época, em uma tentativa de unificar os povos bárbaros sobre uma mesma liderança e autoridade. Seus principais reis/imperadores foram (a) Clóvis I (repudiou o arianismo, afirmou a trindade), (b) Carlos Martel (salvou militarmente o império do avanço islâmico da

Europa ocidental) e (c) Carlos Magno (forte aliança com os papas, início da fusão do mundo romano com o mundo bárbaro). O avanço do Sacro Império Romano Germânico possibilitou que a igreja pudesse avançar pela Europa e pelos povos bárbaros. Nesse período percebe-se um início de formação da teologia medieval e uma renovação do amor ao saber. Carlos Magno, um imperador analfabeto, forneceu recursos par aa criação de escolas.

Estrutura Política e Social da Idade Média A estrutura política e social da Idade Média é definida pelo sistema feudal, que fragmentava a sociedade em 4 classes principais na qual o Rei era a autoridade sobre a nobreza e o clero, e debaixo destes estavam todo o povo. Nesse sistema as terras pertenciam ao rei, que concedia feudos aos nobres e regiões aos cleros, criando uma cadeia de domínios senhoriais.

O estabelecimento do Papado Para afirmar a sua autoridade, a Igreja recorreu a uma cronologia de liderança ao longo da história (desde a igreja primitiva até a medieval) na qual esta teria um representante,

��69

Page 70: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

um papa (ou patriarca). No oitavo século a igreja cria os estados papais devido ao aumento da autoridade do bispado de Roma. A principal característica do papado é que o poder centraliza-se, o dízimo é visto

como uma obrigação necessária, quase como um imposto, e uma forte ênfase celibatária para papas e padres.

A Teologia Ortodoxa e o Cisma do Oriente Em outros cantos da Europa existe um franco desenvolvimento intelectual da teologia do oriente, principalmente com Leôncio de Bizâncio e João Damasceno. Devido a rivalidades políticas pelo poder da Igreja e controvérsias teológicas, ocorre então o Cisma do Oriente, no qual a igreja se divide em Ortodoxa (Oriente) e Católica (Ocidente).

Ordens Monásticas O movimento monástico é muito importante no contexto da Idade Média pois ele surge como uma reação contra a paganização da igreja e o aumento da imoralidade entre os nobres. Movimentos conhecidos nessa época são o (1) Movimento Beneditino (Regra de São Bento), (2) Ordem Cluniaacense (Celibato, obediência ao abade e ao papa, pobreza, oração e leitura das escrituras), (3) Ordem cisterciense (santidade de vida, simplicidade e trabalho físico, governo independente), (4) Ordem Agostiniana (Regra de Agostinho de Hipona, vida em comunidade, adoração a Deus, divisão de bens e moradia). Ordens medicantes são conhecidas nos (1) Franciscanos (adotam uma regra própria e tinham forte ênfase no serviço e pobreza, castidade, obediência ao papa, culto e pregação); (2) Dominicanos (pregam a ortodoxia e refutam a heresia, vida austera, castidade, obediência ao papa e erudição teológica). Ordens militares como a dos Hospitalários, Templários e Cavaleiros Teutônicos são também presentes nesse contexto, com ênfases na pobreza, obediência, castidade, estilo de vida comunitário e serviço militar.

��70

Page 71: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

As Cruzadas Um dos períodos mais conhecidos da Idade Média é o período das cruzadas. As Cruzadas são expedições militares promovidas pela cristandade ocidental como reação à tomada da Terra Santa pelos muçulmanos. Os principais propósitos das cruzadas são: (a) reclamar as terras cristãs capturadas e proteger os peregrinos europeus, (b) proteger o Império Bizantino, (c) aumentar o comércio com o Or iente Próx imo e (d ) estabelecer feudos nos lugares santos. Os cavaleiros cristãos ficaram conhecidos como cruzados devido ao símbolo da cruz que era bordado nas vestes deles. A luta nas c r u z a d a s p o r e s t e s cavaleiros era um ato de devoção e com indulgência plena garantida. Houveram dez cruzadas ao todo, algumas aqui citadas: (a) Cruzada dos Mendigos (1096), (b) Primeira Cruzada (1096), (c) Segunda Cruzada (1147), (d) Terceira Cruzada (1189), (e) Quarta Cruzada (1202), (f) Quinta Cruzada (1217), (g) Sexta Cruzada (1228), Sétima, Oitava e Nona Cruzada (1248, 1270 e 1271), (h) Cruzada das Crianças. Nenhuma das cruzadas conseguiu refrear o imperialismo muçulmano. As principais consequências das cruzadas foram: (a) Enfraquecimento do feudalismo medieval; centralização do poder nos reis com o apoio da burguesia emergente; (b) Aumento do prestígio do papado; (c) Persuasão substituiu a força nas missões cristãs; (d) Estudo do Islã e tradução do Alcorão para o latim; (e) Comércio entre as cidades italianas e o Oriente Próximo (tecidos, temperos e perfumes); (f) A filosofia, a ciência e a literatura árabe chegaram à Europa ocidental; (g) Reconhecimento dos pecados da sociedade cristã, fazendo surgir um movimento de renovação.

��71

Page 72: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

As Universidades Muitos erroneamente chamam a Idade Média como Idade das Trevas, porém esse pensamento é equivocado, visto que este período foi extremamente importante para consolidar a estrutura de pensamento que se desenvolveria até os dias de hoje, que são as Universidades. As universidades na idade média contavam com o Trivium (Gramática, retórica e lógica) e Quadrivium (Aritmética, Geometria, Astronomia e Música) e as carreiras que os estudantes faziam depois de completar essa introdução poderiam ser a de Direito, Medicina ou Teologia, que era a mãe das ciências.

Teologia Escolástica e Mística Medieval O Escolasticismo pode ser entendido como a tentativa de unir a filosofia grega clássica, os textos dos Pias da Igreja e as Escrituras em um único sistema doutrinário claro e definitivo. Os principais teólogos desse período são: (1) Anselmo de Cantuária (a lógica à serviço da fé). Anselmo desenvolveu o argumento ontológico (proslogion). Ele dizia: “Não pretendo, Senhor, penetrar em tuas profundezas, pois de maneira alguma posso comparar meu intelecto com o teu; mas desejo compreender, até certo ponto, tua vontade, que meu coração aceita e ama. Pois não busco compreender para que possa crer, mas aceito para que possa compreender.” (2) Hugo de São Vitor e Ricardo de São Vitor são conhecidos por propor uma especulação racional aliada a um envolvimento contemplativo. Eles trataram dos “mistérios da fé Cristã” e sobre a Trindade. (3) Pedro Abelardo dizia que “nada pode ser crido sem antes ser entendido”. (4) Pedro Lombardo tentou combinar a tradição meditativa de Anselmo com o método

��72

Page 73: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

dialético de Abelardo. (5) Alberto Magno explorou diversos assuntos como ciências naturais, filosofia, teologia, exegese e ascese. Foi o primeiro intelectual medieval a aplicar a filosofia de Aristóteles ao pensamento cristão. (6) Tomás de Aquino foi responsável por desarmar a ameaça da filosofia aristotélica integrando-a a fé Cristã. Escreveu a “Suma Teológica” dando ênfase a fé e razão unidas em sua orientação a Deus. A mística medieval surge como uma reação a certa aridez que era presente no escolasticismo. Suas principais ênfases são: Amor a Deus e ao próximo, prática das virtudes cristãs, união mística com Cristo por meio da negação de si mesmo ou por meio de revelações especiais. Tomás de Kempis dizia que “Se as obras de Deus fossem tais que facilmente as pudesse compreender a razão humana, não poderiam dizer-se inefáveis nem maravilhosas.”

��73

Page 74: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��74

Page 75: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 2

A IGREJA NO RENASCIMENTO E NA MODERNIDADE INTRODUÇÃO Essa aula tratará dos seguintes tópicos: (1) O fim da Idade Média; (2) O declínio do Papado; (3) A Reforma; (4) O movimento puritano; (5) As t r a d i ç õ e s d a R e f o r m a ; ( 6 ) A contrarreforma católica.

O FIM DA IDADE MÉDIA Se o início da Idade Média é marcado pela tomada do Império Romano do Ocidente (Roma) pelos bárbaros, o período conhecido como o fim da Idade Média é marcado pelo evento da queda do Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino). A capital do Império Bizantino, Constantinopla (na atual Turquia), era uma das cidades mais importantes do mundo, ponte para as rotas comerciais entre a Europa e Ásia ligando o mar negro ao mar mediterrâneo. A sua tomada foi liderada pelo sultão Maomé II, líder do império Otomano.

Se no lado oriental da Europa vemos o avanço do império Otomano sobre o Bizantino, no lado ocidental, o S a c r o I m p é r i o R o m a n o Germânico também vive o seu momento crítico. O poder feudal, característico da Idade Média

está decadente, enquanto um novo tipo de poder nacional e econômico surge, em uma primeira medida os Reis a partir de políticas mercantilistas tem se apropriado das riquezas e de outro lado novas classes tem surgido nas grandes cidades dando início ao ainda incipiente capitalismo. No contexto das políticas mercantilistas, os Reis reforçam o seu poder através das grandes navegações e do descobrimento do “novo mundo”.

��75

Page 76: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Religiosamente, a estrutura de poder da Igreja que até então era dominante na Idade Média sobre a vida do homem comum, tem produzido uma crise de salvação, identificada pela (1) ansiedade quanto ao destino e a morte, (2) ansiedade da culpa e da condenação, (3) ansiedade espiritual do vazio e da falta de sentido. Culturalmente , vemos um novo e

importante movimento surgir, que é o renascimento. Literalmente esse movimento significa o “novo nascimento” da antiguidade clássica e seus valores, como a filosofia grega e o direito romano. O humanismo renascentista influencia diretamente o homem pós Idade Média, tornando o homem enquanto investigador da criação. Grandes nomes desse momento são: Michelangelo, Da Vinci, Sanzio e Copérnico. Uma célebre frase de Da Vinci representa bem a excelência característica desse movimento, dizendo “Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça”.

O DECLÍNIO DO PAPADO De forma mais específica, vemos na instituição da igreja, sucessivas crises que prepararam o caminho para a reforma. A principal é a crise de autoridade eclesiástica na igreja, na qual os papas e concílios estavam constantemente se contradizendo. Algumas razões para essa crise do papado podem ser ditas, muitas dessas motivadas pelo foco do papado no poder político e a corrupção da instituição da igreja. Dessas razões vê-se práticas como (1) nepotismo, (2) adultério e (3) filhos ilegítimos. No ápice da crise, o Grande Cisma do Ocidente permitiu ao mesmo tempo existir 3 autoridades papais, e todas reclamando a si autoridade papal “verdadeira”. Os chamados pré-reformadores como John Huss (Suíça), John Wycliffe (Inglaterra) e Geronimo Savonarola (Itália) foram contemporâneos a essas crises e

��76

Page 77: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

deram suas vidas para preparar o caminho que os reformadores trilhariam. Huss e Wycliffe condenavam a corrupção do clero, o ensino sacramental medieval e a infalibilidade papal. Savonarola era veemente contra o papa Alexandre VI e a sua corrupção enquanto papa.

A REFORMA PROTESTANTE Com o fervor do movimento renascentista, a cultura da época procurou “voltar as fontes” (movimento ad fontes). No contexto da Reforma isso seria refletido na volta dos estudiosos da igreja aos textos originais, no grego e no hebraico e na construção de um método teológico que fosse coerente com a revelação da Escritura, e não com as ideias de concílios e papas. Nesse sentido que vemos algumas contribuições importantes como (1) a edição crítica do NT em Grego pelo humanista Erasmo de Roterdã (Calvino utiliza-se dessa edição para escrever muitos de seus comentários exegéticos), e (2) a invenção da imprensa por Guttenberg, que possibilitou a cópia e divulgação da Escritura. Esse novo cenário trouxe autonomia para o indivíduo no livre exame das escrituras como resultado do também esforço das traduções da Bíblia de sua língua original para o vernáculo (língua do povo).

LUTERO: É nesse contexto que no dia 31 de Outubro de 1517 o monge agostiniano e doutor em Artes Martinho Lutero publicou as suas 95 teses (“Debate para o esclarecimento do valor das indulgências”). A ideia de Lutero com as 95 teses não era de criar uma “nova religião” ou um “novo segmento” na igreja, mas sim de esclarecer o ponto controverso que ele tinha percebido quanto ao valor das indulgências. As “disputatio” eram uma forma comum de discussão no ambiente acadêmico a qual Lutero pertencia. O que pouca gente comenta é que alguns meses antes o próprio Lutero publicou outra

“disputatio”, com 97 teses questionando a teologia escolástica. A Escolástica era o ensino teológico fundamental dos séculos XII a XV e Lutero com as suas 97 teses coloca em disputa (ou debate) pontos que ele queria discutir sobre esse sistema. Isso é importante pois nos aponta algo muito próprio da Reforma: Lutero, antes de criticar as indulgências, critica o pensamento do seu tempo. A crítica da forma de

��77

Page 78: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

pensar veio antes da crítica da forma de agir e revela que o “problema das indulgências” não existe no vácuo, mas é resultado de um sistema de pensamento errado, o qual precisava ser também combatido. Alguns fragmentos da tese 62 e 63 de Lutero nas “95 teses”: "(62)O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus. (63) Mas este tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os últimos.” Lutero ao comentar a sua situação dizia: “Minha situação era que, apesar de ser um monge impecável, eu me punha diante de Deus como um pecador perturbado por minha consciência e não tinha confiança de que meus méritos poderiam satisfazê-lo”. A t e o l o g i a d e Lu t e ro é m a rc a d a essencialmente pela justificação pela fé e a afirmação de Rm 1.17. Ele mesmo dizia que “(A justificação pela fé) é o artigo pelo qual a igreja se mantém ou cai!”. Esse artigo representava o que Lutero mais tarde iria consolidar enquanto antagonista da teologia escolástica, o que ele mesmo chama de “teologia da cruz”. Para Lutero a teologia escolástica (ou teologia da glória) aponta para o homem e suas conjecturas enquanto a teologia da cruz aponta para Cristo e sua salvação. Sobre esse processo de entendimento, Lutero diz: “Noite e dia eu ponderei até que vi a conexão entre a justiça de Deus e a afirmação de que o ‘justo viverá pela fé’. Então eu compreendi que a justiça de Deus era aquela pela qual, pela graça e pura misericórdia, Deus nos justifica através da fé. Em razão desta descoberta, senti que renascera e entrara pelas portas abertas do paraíso. Toda a Escritura passou a ter um novo significado (…) esta passagem de Paulo tornou-se para mim, o portão para o céu.” Diante do rebuliço que as ideias de Lutero tiveram na Europa e também resultado dos movimentos nacionais na Europa, Lutero é convocado em 1521 a comparecer na Dieta de Worms e renegar o que escreveu. A famosa resposta de Lutero representa a sua piedade e compromisso com as verdades fundamentais do Evangelho, dizendo que: “Já que me pede uma resposta simples, darei uma que não deixa margem para dúvidas: A menos que eu seja convencido pelas Escrituras e pela razão pura e já que não aceito a autoridade do papa e dos concílios, pois eles se contradizem mutuamente, minha consciência é cativa da Palavra de Deus. Eu não posso e não vou

��78

Page 79: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

me retratar de nada, pois não é seguro nem certo ir contra a consciência. Deus me ajude. Amém.” CALVINO: João Calvino é conhecido como o maior representante da segunda geração da Reforma. Muitos historiadores consideram que Lutero foi o primeiro tiro da “guerra da Reforma”, mas João Calvino quem organizou os exércitos para militar essa guerra. A formação de Calvino foi na carreira humanística e no direito, que fez por influência de seu pai. Mas durante a sua juventude Calvino subitamente foi alcançado pelo Evangelho, o que o levou a depois disso direcionar seus esforços para os estudos da Bíblia. Uma conhecida história de Calvino diz que este, quando procurando descanso para estudar é repreendido pelo pastor de Genebra, Guilherme Farel, e convocado ao trabalho necessário nos tempos da Reforma. A repreensão de Farel é esta: “Deus amaldiçoe teu descanso e a tranquilidade que buscas para estudar, se diante de uma necessidade tão grande te retiras e te negas a prestar socorro e ajuda”. Calvino tinha uma saúde frágil, vivia de forma frugal e simples, mas foi um gigante da fé reformada. Sua principal obra, “A Instituição da Religião Cristã” foi escrita ainda pequena e pela primeira vez quando este tinha apenas 26 anos. A teologia de Calvino é conhecida pelo mote principal da “soberania de Deus”. Nesse sentido Calvino retoma temas “esquecidos” na teologia histórica e busca clarear a ortodoxia cristã para o estabelecimento das verdades fundamentais do cristianismo. As ênfases da teologia de Calvino são (1) autoridade e primazia das Escrituras, (2) método histórico-gramatical de interpretação bíblica, (3) a igreja visível é representada pela pregação das escrituras e administração dos sacramentos. Calvino tem um envolvimento peculiar no Brasil quando ainda no período colonial ele envia de Genebra 4 homens para a França Antártica, na região da baía da Guanabara no Rio de Janeiro. Foi nesse momento que esses 4 homens, enviados por Calvino, celebraram o primeiro culto protestante das américas, no Brasil. A influência de Calvino no mundo ocidental é gigante. As reformas em Genebra promovidas por Calvino transformaram toda a estrutura social e política daquela província e tornaram Genebra a “maior escola de Cristo” (John Knox). Quando

��79

Page 80: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

pensamos em algumas influências de Calvino, podemos enumerar (1) o conceito de Estado Laico, (2) a formação dos Estados modernos, (3) o desenvolvimento econômico por meio de uma nova ética de trabalho. REFORMA RADICAL O movimento da reforma radical estava em oposição ao movimento da reforma magisterial (luteranos, anglicanos e reformados). Este movimento surge de uma crítica radical a cristandade católica, na qual esses reformadores pensavam que nada na igreja católica poderia ser aproveitado. Para os reformadores radicais existe uma forte controvérsia quanto ao batismo infantil e para eles a marca da igreja era a composição dela de apenas regenerados. Por isso que uma das expressões mais conhecidas da

reforma radical são os anabatistas (diferente dos batistas). A reforma radical foi duramente perseguida tanto por protestantes como por católicos. A expressão mais conhecida da reforma radical existente até hoje é a dos Menonitas (Menno Simons). REFORMA ANGLICANA A Inglaterra também tem a sua experiência de reforma. Devido as confusões amorosas de Henrique VIII e sua preocupação com o reino, este dá liberdade para Thomas Cranmer liderar o processo de reforma na Inglaterra. A princípio a reforma tem um escopo interno e apresenta características mais “litúrgicas”. Entretanto aos poucos as ideias da reforma ganham espaço na região da Bretanha. Depois da ascensão da

rainha católica Maria Tudor, Elizabeth I faz a via média para o anglicanismo dentro da Inglaterra, o qual se caracterizaria por (1) versão moderada da teologia reformada, (2) eclesiologia episcopal luterana e (3) liturgia católica. Um fato importante sobre a reforma a n g l i c a n a é q u e t o d a s a s denominações presentes hoje são filhas do anglicanismo. Presbiterianos, Batistas, Metodistas entre tantos outros tem relações diretas com o movimento anglicano.

��80

Page 81: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

PURITANISMO Enquanto reação ao movimento anglicano e a sua reforma parcial, surge o movimento puritano que é representado pela “purificação” da Igreja da Inglaterra dos vestígios de rituais e costumes católicos. Os puritanos tinham como características: (1) ensino e pregação com base na escritura somente, (2) devoção pessoal com ênfase na conversão e no viver experimental e (3) adorar ao Deus trino segundo as Escrituras “princípio regulador do culto. Nomes importantes do movimento puritano são: John Owen e William Perkins. Bem conhecidos de nós, alguns movimentos dentro do puritanismo representam o seu “triunfo”. Esses movimentos podem ser expressos nos “padrões de Westminster”, que tratavam sobre a pureza, governo e liturgia da igreja. Na “Declaração de Savoy” que é muito importante para os congregacionais. Na “2ª  confissão de fé batista de 1689” importante para os batistas particulares. O movimento puritano tem a sua importância na sua capilaridade em toda a Europa. Desde os países baixos até a França os puritanos influenciam com os seus escritos e ideias. Na região da Inglaterra houve um declínio do puritanismo, com a guerra civil, o movimento não-conformista e a volta da Monarquia e do sistema episcopal.

CONTRARREFORMA É c o n h e c i d o c o m o “Contrarreforma” o movimento da igreja católica em reação a reforma protestante. Sobre esse movimento é importante citar que a Reforma trouxe uma chama de m u d a n ç a s i m p o r t a n t e s e necessárias na igreja de Roma. Nesse sentido, mudanças eram importantes, mas era preciso rejeitar as doutrinas da reforma. A Companhia de Jesus (ou Jesuítas), de Inácio de Loyola, foi muito importante no processo de contrareforma, promovendo a educação da igreja, combate ao movimento protestante e combate as missões estrangeiras.

��81

Page 82: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Em 1542 a Igreja de Roma publica o seu “Index Librorum Prohibiturum” com a lista dos livros proibidos pela igreja de Roma, o qual continham obras e escritos de reformadores. E em 1545-1563 acontece o famoso Concílio de Trento, o qual afirma uma série de doutrinas contrárias aos protestantes, afirma a (1) justificação pela graça e pelas obras, (2) a autoridade das escrituras e da tradição católica, (3) a doutrina dos sacramentos e (4) a adoção da vulgata latina como versão oficial da Igreja.

DENOMINACIONALISMOS A reforma também tem divisões e essas motivadas por razões geográficas, doutrinárias e políticas. Para entender melhor esse processo, veja a figura abaixo:

��82

Page 83: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

AVIVAMENTO DA INGLATERRA Dando o salto de um século, e voltando para a Inglaterra, a Europa se vê diante de uma situação complicada: impiedade, i m o r a l i d a d e , c o r r u p ç ã o e legal ismo tomam conta da população. A igreja tem sermões que se tornaram mais ensaios moralistas e distantes de Cristo. Nesse sentido que surgem George Whitefield e John Wesley e as reuniões do Clube Santo. Esses homens são importantes para o primeiro movimento de despertar da Inglaterra após os movimentos reformados-puritanos. Diante da pregação e do conhecimento da Escritura viu-se a ação do Espírito Santo sobre a vida de uma nação inteira. Em um contexto decadente da Europa, Deus preservou pela sua palavra uma nação. É nesse contexto que também surge a necessidade de se afirmar uma “tradição evangélica”, até para balizar os movimentos evangélicos emergentes. Essa tradição seria representada por (1) inspiração, autoridade e suficiência das Escrituras, (2) afirmação da corrupção total da natureza humana, (3) O claro testemunho de Cristo, filho de Deus, morto na cruz e justificador dos homens, (4) justificação pela fé, (5) necessidade de conversão do coração operada pelo Espírito, (6) ligação de fé e santidade pessoal/social, (7) espírito de comunhão e (8) avivamentos são obras do Espírito. A NOVA INGLATERRA A nova Inglaterra é a região dos Estados Unidos, colonizada pelos puritanos ingleses que foram expulsos da Inglaterra pelos anglicanos. O objetivo da colonização puritana era a “formação de uma nação de santos”. Dois movimentos são importantes na história dos Estados Unidos. O primeiro é o despertamento com Jonathan Edwards, autor de “pecadores nas mãos de um Deus irado” e importante filósofo americano. Edwards foi

��83

Page 84: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

missionário e combateu de frente o esfriamento espiritual que os puritanos de seu tempo estavam enfrentando. Em uma das suas obras mais importantes ele afirma os “sinais de uma verdadeira obra do Espírito”, os quais ele enumera como: (a) Amor por Jesus, filho de Deus e salvador do homens, (b) Ação contra os interesses do reino de Satanás, (c) Profunda consideração pelas sagradas Escrituras e (d) Revelação dos caracteres opostos do Espírito de Deus. Um outro movimento é o do segundo grande despertamento, conhecido pelos avivamentos de fronteira e pelo pastor Charles Finney (1825-1831) que tinha nas suas “reuniões de avivamento” as seguintes características: (1) Ênfase em: “tomar uma decisão por Cristo”, (2) Inovações como “banco de misericórdia” “ir a frente no final da mensagem”, (3) Negava as doutrinas da expiação de Cristo e da justificação por imputação e (4) Um afastamento do modelo bíblico de avivamento. Um nome pouco conhecido desse processo é o de Asahel Nettleton (1844) que criticava Finney pelas suas inovações e procurava resgatar os princípios do primeiro grande despertamento. PROTESTANTISMO NO BRASIL Como já falamos anteriormente, no período colonial houve um esforço dos franceses calvinistas no estabelecimento de uma colônia protestante no Brasil, porém esse esforço foi suprimido pelos portugueses. Um outro esforço no período colonial foi no Nordeste, principalmente na região de Pernambuco, o qual também foi suprimido. Na época do Brasil Imperial (1822) houveram dois tipos de inserções protestantes no Brasil, as quais chamamos de protestantismo de imigração e protestantismo de missão. O protestantismo de imigração é representado pelo estabelecimento de colônias estrangeiras no Brasil que junto com elas trouxeram as suas convicções religiosas, como é o caso das colônias alemãs: luteranos; colônias suíças: reformados; colônias inglesas: anglicanos; colônias norte-americanas: batistas. Já o protestantismo de missão é representado pelos esforços missionários em terras brasileiras para conversão de brasileiros. Esses primeiros esforços são conhecidos nos seguintes casos e denominações: Congregacional (R. R. Kelley, 1855); Presbiteriano (A. G. Simonton, 1859); Metodismo (1935, 1867); Batista (W. B. Bagby, Z. Taylor, 1881). No caso presbiteriano, temos o Rev. José Manoel da Conceição como o primeiro pastor protestante brasileiro.

��84

Page 85: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

��85

Page 86: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 3

A IGREJA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

O início da modernidade trouxe muitos desafios para a fé cristã. O movimento iluminista com o seu lema “sapere aude” (ouse saber) transformou a estrutura social, política e econômica da Europa e dos Estados Unidos. Vê no método científico o prevalecimento de um pensamento deísta e empírico, e no movimento iluminista, baseado no humanismo e no naturalismo a proposta da libertação das tradições religiosas através da emancipação da razão. O iluminismo e a modernidade impactam a igreja com as seguintes propostas: (1) Ênfase subjetiva do homem, (2) Propostas de redenção “estruturais”, (3) Autonomia conquistada na negação de Deus e (4) Relativização da Escritura. Sobre essas questões que muitas das controvérsias e discussões da modernidade e contemporaneidade vão se debruçar, sendo moldadas pela linguagem, categorias filosóficas, opções políticas e padrões culturais gerados pelo iluminismo. Nesse contexto que surge o liberalismo teológico, ainda no século XIX como um movimento dentro dos seminários teológicos que atacava pontos básicos da fé cristã como: (1) inspiração das Escrituras, (2) Nascimento virginal, (3) morte expiatória e (4) ressurreição corpórea de Cristo. Em meio ao grande otimismo do século XIX, e influenciado pelo racionalismo europeu e o movimento iluminista, o homem passou a depositar toda a sua confiança na ciência e na tecnologia. Esse otimismo perdurou até o massacre e destruição da primeira guerra mundial, que levou as nações a repensar os seus valores. A primeira grande guerra em 1914 foi marcada pelo conflito entre a Tríplice Entente (Império Britânico, França e Império Russo) contra a Tríplice Aliança (Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Otomano). São usados carros de combate, aviação e armas químicas. Em 1917 os EUA entram no combate. Com a vitória da Tríplice Entente, é realizado o Tratado de Versalhes no qual a Alemanha é considerada a única responsável e obrigada a pagar indenizações. Calcula-se que cerca de 19 milhões de pessoas foram mortas na guerra.

O fundamentalismo Nesse início do século XX também surge a controvérsia fundamentalista nos Estados Unidos. Um ator importante nesse processo é o seminário teológico de Princeton, que recebeu em um ciclo de palestras o Dr. Abraham Kuyper (palestras

��86

Page 87: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Stone) o qual afirmou a importância de uma cosmovisão reformada para a igreja e a sociedade. O fundamentalismo é uma reação ao “evangelho social” e ao “liberalismo teológico”. Eles são chamados de fundamentalistas devido a sua ênfase aos “fundamentos”. J. Gresham e outros fundam o Seminário Teológico de Westminster. Entretanto, com o passar do tempo o movimento fundamentalista torna-se cismático, antiacadêmico e desinteressado em problemas políticos e sociais.

A sociedade e a segunda guerra Depois da primeira guerra mundial o mundo viveu a “Grande Depressão” e a democracia foi substituída por regimes totalitários em diversos países, como Rússia (Comunismo, Lenin e Stalin), Itália (Fascismo, Mussolini), Alemanha (Nazismo, Hitler) e na Espanha, Portugal, Japão e Brasil (Autoristarismo). O crescimento do movimento totalitário, o revanchismo da primeira guerra e conflitos econômicos levaram ao indesejado, mais uma grande guerra. Nessa guerra, foram mortos mais de 60 milhões de pessoas, incluindo o genocídio de 6 milhões de judeus no Holocausto e de 15 milhões de chineses pelos japoneses. Nesse período é importante citar a resistência cristã frente aos movimentos totalitários. Clement Von Galen, bispo alemão, foi opositor público da eutanásia.

Maximilian Kolbe, frade franciscano, abrigou quase dois mil judeus em seu mosteiro e foi executado no lugar de um pai de família. Dietrich Bonhoeffer, pastor alemão, foi membro da igreja confessante e opositor ao sistema nacional socialista da Alemanha, foi diretor de seminário, espião e mártir. O pós-guerra e a guerra fria O período que vai do final da segunda guerra até a extinção da união soviética (1945-1991) é marcado pelo intenso conflito entre Estados Unidos vs União Soviética. Esse conflito é político, econômico e ideológico e marcado pela formação de dois blocos, OTAN e Pacto de Varsóvia. O “terceiro mundo” seriam os países não alinhados com nenhum dos dois blocos.

��87

Page 88: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Nesse momento vemos uma intensa perseguição aos cristãos e intensa doutrinação dos jovens europeus orientais numa cosmovisão ateísta, na promoção da “irreligião” estimulada principalmente pelo socialismo marxista.

O concílio II do Vaticano Um dos maiores marcos do catolicismo foi o Concílio do Vaticano II. Anteriormente o papa Pio XI já tinha condenado os erros do fascismo, do socialismo, do nazismo, do livre mercado e da concentração de renda. O papa Pio XII definiu posteriormente o comunismo como contrário a doutrina cristã. O papa João XXIII convoca então esse concílio, o que define o surgimento de um “novo catolicismo”, no qual (a) os protestantes são chamados de irmãos separados, (b) existe um maior apoio ao diálogo religioso, (c) a leitura das escrituras e liturgia no vernáculo e (d) maior abertura as influências culturais. Nesse momento a igreja católica de Roma também passa por profundas mudanças influenciadas pela Teologia da Libertação a qual é profundamente influenciada pelo marxismo e dizia que as Escrituras oferecem os modelos históricos de salvação que era ressignificada como a libertação da opressão política e social.

Movimento pentecostal e seus desdobramentos Dizem que a Teologia da Libertação quis abraçar os pobres, mas estes deram-lhe as costas e preferiram o pentecostalismo. O Pentecostalismo tem seu início no movimento de avivamento da Rua Azuza nos Estados Unidos e pode ser caracterizado em 4 ramificações. (1) Pentecostais clássicos: Assembleia de Deus, Congregação Cristã. Ênfase em batismo com espírito santo, línguas como evidência do batismo com Espírito, dons carismáticos e liderança descentralizada. (2) Pentecostais de “cura divina”: Igreja do Evangelho Quadrangular, O Brasil para Cristo, Igreja de Nova Vida, Igreja Deus é Amor, A Casa da Benção. Ênfases em Cura divina, exorcismo, música popular com ritmos nacionais e culto com ambiente informal. (3) Igrejas renovadas ou carismáticas: Movimento em igrejas tradicionais, ortodoxas e históricas em busca da renovação.

��88

Page 89: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

(4) Neopentecostais ou neocarismáticos: Igreja Universal do reino de Deus; Internacional da Graça de Deus; Mundial do Poder de Deus; Renascer em Cristo; Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra; Verbo da Vida. Ênfases em sinais e maravilhas, exorcismos, manifestações emocionais, teologia da prosperidade, “guerra espiritual”.

A r e n o v a ç ã o d a i g r e j a e v a n g é l i c a : O evangelicalismo O Evangelicalismo surge nos Estados Unidos com Billy Graham e Carl Henry, que buscavam reformar a ortodoxia cristã histórica, sem aceitar a postura fundamentalista cismática do seu tempo. Nesse sentido temos o conhecido Pacto de Lausanne (1974) o qual foi uma tentativa de unificação da igreja evangélica pelo mundo. Em uma das suas afirmações o Pacto de Lausanne diz que: “Acreditamos que o Evangelho são as boas-novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações”. Em uma tentativa de reafirmar os pontos centrais da Reforma Protestante, a Aliança de Evangélicos Confessionais afirmou a Declaração de Cambridge, documento também importante para “assentar” as bases do evangelicalismo já em um contexto de iminência do século XXI. Nomes importantes no contexto da renovação da igreja evangélica são entre os presbiterianos (Cornelius van Til, Herman Dooyewerd, Francis Schaeffer, R.C. Sproul, Alvin Plantinga, Michael Horton e Eugene Peterson), entre os anglicanos (C.S. Lewis, J.I. Packer, N.T. Wright e Alister McGrath), e entre os batistas (James Houston, D.A. Carson, Millard Erickson, John Piper e Albert Mohler Jr.)

O Protestansimo brasileiro após 1940

Entre 1991 e 2000, pentecostais e protestantes cresceram anualmente 8,9% e 5,2%, respectivamente. Nesse período os pentecostais saltaram de 8.768.929 para 17.617.307 adeptos, ao passo de que os protestantes históricos passaram de 4.388.310 para 6.939.765.

��89

Page 90: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Projeções estatísticas apontam um aumento muçulmano de 20% para 25% da população mundial até 2050. O crescimento dos cristãos deverá ficar em torno de 34%. O que percebe-se é que a composição geográfica e cultural do mundo cristão será radicalmente alterada. O cristianismo cresce na América Latina e na África. Tem espaço para crescer na Ásia e mantém-se estável relativamente na América do Norte. A Europa hoje é o lugar onde o cristianismo mais regride. Algumas citações de Philip Jenkins são importantes para esse contexto, ele nos diz que “O cristianismo deverá ter uma explosão de crescimento mundial nos próximos cem anos, mas a vasta maioria dos fiéis não será branca nem europeia, nem tampouco euro-americana. (…) Nos últimos cem anos, o centro de gravidade do mundo cristão deslocou-se inexoravelmente para o Sul, para a África, a Ásia e a América Latina.” “Se quisermos visualizar um cristão contemporâneo ‘típico’, deveremos pensar numa mulher residente numa aldeia da Nigéria ou numa favela brasileira. (...) Não importa em que acreditem os europeus ou os americanos do Norte, o cristianismo está

��90

Page 91: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

passando realmente muito bem no Sul do globo – não apenas sobrevivendo, mas se expandindo”.

“Essas novas Igrejas pregam uma fé pessoal profunda e uma ortodoxia comunal, assim como o misticismo e o puritanismo, todos calcados na clara autoridade das Escrituras”. “Os integrantes de uma nova Igreja dominada pelo Sul tenderão a estar entre as mais pobres do planeta, num contraste marcante com o antigo

mundo dominado pelo Ocidente”. “À medida que continuar a se expandir e amadurecer, o cristianismo meridional certamente desenvolverá um espectro teológico mais amplo do que hoje, e é possível que emerjam tendências liberais ou secularizantes mais fortes. No futuro previsível, porém, a corrente dominante do cristianismo mundial emergente será tradicionalista, ortodoxa e voltada para o sobrenatural”.

Mudanças geopolíticas e novos desafios FERREIRA aponta algumas mudanças que enfrentamos e novos desafios que o cristianismo terá para os próximos anos, são essas: (1) As guerras no Oriente Médio, África e Ásia; (2) A ascensão do islamismo, o terrorismo e as ondas imigratórias; (3) A prosperidade econômica do fim do século XX; (4) Os avanços tecnológicos e a globalização; (5) Relativismo, pluralismo, multiculturalismo e autoritarismo. Jenkins diz que “O cristianismo nunca é tão fraco quanto parece, nem tão forte quanto parece (…), demonstra uma capacidade empolgante de transformar a fraqueza em força.”

��91

Page 92: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��92

Page 93: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

IDENTIDADE DA IGREJA PRESBITERIANA

Módulo III

��93

Page 94: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 4

IDENTIDADE DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

PERGUNTAS/TÓPICOS NORTEADORES DA AULA • O que significa ser um presbiteriano na era pós-moderna? • Como enfrentar a tendência para o não denominacionalismo? • Como você explicaria a um familiar que você é presbiteriano e por que outras

pessoas também deveriam vir a igreja presbiteriana?

IDENTIDADE PRESBITERIANA NOS DIAS DE HOJE • O que define quem você é? História? Atitudes? Convicções? • O que significa dizer que passamos por uma crise de identidade? • Como enfrentar as identidades fluídas da nossa era? • Identidade presbiteriana: convicções, práticas e histórias em comum • Convicções

• Soberania de Deus • Prioridade da Graça • Pacto • Natureza da igreja • Sacramentos

• Práticas • Práticas da piedade: pregação da palavra, sacramentos e a oração • Serviço ao próximo • Culto corporativo

• Histórias • Assembléia de Westminster > Padrões de Westminster • João Calvino, John Knox • Jonathan Edwards • Carles Hodge • J. Gresham Machen

• A nossa identidade em Jesus Cristo é que importa mais • A identidade presbiteriana ecoa a identidade em Cristo que todos temos

“Nossas práticas são informadas por nossas convicções e nossas crenças reforçadas por nossas práticas”

��94

Page 95: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

“Para que a geração vindoura a soubesse, os filhos que nascessem, os quais se levantassem e a contassem a seus filhos; Para que pusessem em Deus a sua esperança, e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos. E não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel a Deus.” Salmos 78:6-8

___

O QUE É A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL? Por Alderi Souza de Matos 28

Quanto à sua teologia, as igrejas presbiterianas são herdeiras do pensamento do reformador João Calvino (1509-1564) e das notáveis formulações confessionais (confissões de fé e catecismos) elaboradas pelos reformados nos séculos 16 e 17. Dentre estas se destacam os documentos elaborados pela Assembléia de Westminster, reunida em Londres na década de 1640. A Confissão de Fé de Westminster, bem como os seus Catecismos Maior e Breve, são adotados oficialmente pela IPB como os seus símbolos de fé ou padrões doutrinários. Outras igrejas presbiterianas adotam documentos adicionais, como a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg. O conjunto de convicções presbiterianas, conforme expostas no pensamento de Calvino, de outros teólogos e dos citados documentos confessionais, é denominado teologia calvinista ou teologia reformada. Entre as suas ênfases estão a soberania de Deus, a eleição divina, a centralidade da Palavra e dos sacramentos, o conceito do pacto, a validade permanente da lei moral e a associação entre a piedade e o cultivo intelectual. No seu culto, as igrejas presbiterianas procuram obedecer ao chamado princípio regulador. Isso significa que o culto deve ater-se às normas contidas na Escritura, não sendo aceitas as práticas proibidas ou não sancionadas explicitamente pela mesma. O culto presbiteriano caracteriza-se por sua ênfase teocêntrica (a centralidade do Deus triúno), simplicidade, reverência, hinódia com conteúdo bíblico e pregação expositiva. Na prática, nem todas as igrejas locais da IPB seguem criteriosamente essas normas bíblicas, embora elas tenham caracterizado historicamente o culto reformado. Os problemas causados pelo afastamento desses padrões têm levado muitas igrejas a reconsiderarem as suas práticas litúrgicas e resgatarem a sua herança nessa área fundamental. Quando se diz que o culto reformado é solene e respeitoso, não se

Fonte: http://www.mackenzie.br/7087.html 28

��95

Page 96: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

implica com isso que deva ser rígido e sem vida. O verdadeiro culto a Deus é também fervoroso e alegre.

Finalmente, a vida das igrejas presbiterianas brasileiras não se restringe ao culto, por importante que seja. Essas igrejas também valorizam a educação cristã dos seus adeptos através da Escola Dominical e outros meios; congregam os seus membros em diferentes agremiações internas para comunhão e trabalho; têm a consciência de possuir uma missão dada por Deus, a ser cumprida através da evangelização e do testemunho cristão. Muitas igrejas locais se dedicam a outras atividades em favor da comunidade mais ampla, como a manutenção de escolas, creches, orfanatos, ambulatórios e outras iniciativas de promoção humana. Cada igreja possui um grupo de oficiais, os diáconos, cuja função primordial é o exercício da misericórdia cristã. O presbiterianismo tem uma visão abrangente da vida, entendendo que o evangelho de Cristo tem implicações para todas as áreas da sociedade e da cultura.   DE ONDE VIEMOS?  O presbiterianismo ou movimento reformado nasceu da Reforma Protestante do século 16. Pouco depois que protestantismo começou na Alemanha, sob a liderança de Martinho Lutero, surgiu uma segunda manifestação do mesmo no Cantão de Zurique, na Suíça, sob a direção de outro ex-sacerdote, Ulrico Zuínglio (1484-1531). Para distinguir-se da reforma alemã, esse novo movimento ficou conhecido como Segunda Reforma ou Reforma Suíça. O entendimento de que a reforma suíça foi mais profunda em sua ruptura com a igreja medieval e em seu retorno às Escrituras fez com que recebesse o nome de movimento reformado e seus simpatizantes ficassem conhecidos simplesmente como “reformados”.

Ao morrer, em 1531, Zuínglio teve um hábil sucessor na pessoa de João Henrique Bullinger (1504-1575). Todavia, poucos anos mais tarde surgiu um líder que se destacou de todos os outros por sua inteligência, dotes literários, capacidade de organização e profundidade teológica. Esse líder foi o francês João Calvino (1509-1564), que concentrou os seus esforços na cidade suíça de Genebra, onde residiu durante 25 anos. Através da sua obra magna, a Instituição da Religião Cristã ou Institutas, comentários bíblicos, tratados e outros escritos, Calvino traçou os contornos básicos do presbiterianismo, tanto em termos teológicos quanto organizacionais, à luz das Escrituras Sagradas.

��96

Page 97: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Graças aos seus escritos, viagens, correspondência e liderança eficaz, Calvino exerceu enorme influência em toda a Europa e contribuiu para a difusão do movimento reformado em muitas de suas regiões. Dentro de poucos anos, a fé reformada fincou sólidas raízes no sul da Alemanha (Estrasburgo, Heidelberg), na França, nos Países Baixos (as futuras Holanda e Bélgica) e no leste europeu, onde surgiram comunidades reformadas em países como Polônia, Lituânia, Checoslováquia e especialmente a Hungria. Em algumas dessas nações, a reação violenta da Contra-Reforma limitou ou sufocou o novo movimento, como foram, respectivamente, os casos da França e da Polônia. As igrejas calvinistas nacionais da Europa continental ficaram conhecidas como “igrejas reformadas” (por exemplo, Igreja Reformada da França).

Outra região da Europa em que a fé reformada teve ampla aceitação foram as Ilhas Britânicas, particularmente a Escócia, cujo Parlamento adotou o presbiterianismo como religião oficial em 1560. Para tanto foi decisiva a atuação do reformador João Knox (1514-1572), que foi discípulo de Calvino em Genebra. Foi nessa região que surgiu a designação “igreja presbiteriana”. Na Inglaterra e na Escócia dos séculos 16 e 17, o presbiterianismo representou uma posição ao mesmo tempo teológica e política. Com esse termo, as igrejas reformadas declaravam que não queriam uma igreja governada por bispos nomeados pelo estado (episcopalismo), e sim por presbíteros eleitos pelas comunidades. Foi na Inglaterra que, em meio a uma guerra civil, o Parlamento convocou a Assembléia de Westminster (1643-1649), que elaborou os documentos confessionais mais amplamente aceitos pelos presbiterianos ao redor do mundo.

Nos séculos 17 e 18, milhares de calvinistas emigraram para as colônias inglesas da América do Norte. Muitos deles abraçavam a teologia de Calvino, mas não a forma de governo eclesiástico presbiterial proposta por ele. Foi esse o caso dos puritanos ingleses que se estabeleceram na Nova Inglaterra. Ao mesmo tempo, as colônias norte-americanas também receberam muitas famílias presbiterianas emigradas da Escócia e do norte da Irlanda. Foram essas pessoas que eventualmente criaram a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, cujo primeiro concílio, o Presbitério de Filadélfia, foi organizado em 1706 sob a liderança do Rev. Francis Makemie, considerado o “pai do presbiterianismo norte-americano”. O primeiro Sínodo foi organizado em 1717 e a Assembléia Geral em 1789. Em 1859, a Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos enviou ao Rio de Janeiro o Rev. Ashbel Green Simonton, fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil.

��97

Page 98: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de igrejas que têm em comum uma história, uma forma de governo, uma teologia, bem como um padrão de culto e de vida comunitária. Historicamente, a IPB pertence à família das igrejas reformadas ao redor do mundo, tendo surgido no Brasil em 1859, como fruto do trabalho missionário da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Suas origens mais remotas encontram-se nas reformas protestantes suíça e escocesa, no século 16, lideradas por personagens como Ulrico Zuínglio, João Calvino e João Knox. O nome “igreja presbiteriana” vem da maneira como a igreja é administrada, ou seja, através de “presbíteros” eleitos democraticamente pelas comunidades locais. Essas comunidades são governadas por um “conselho” de presbíteros e estes oficiais também integram os concílios superiores da igreja, que são os presbitérios, os sínodos e o Supremo Concílio. Os presbíteros são de dois tipos: regentes (que governam) e docentes (que ensinam); estes últimos são os pastores. Em 2005, a Igreja Presbiteriana do Brasil tinha aproximadamente 4.800 igrejas locais e congregações, 263 presbitérios, 64 sínodos, 3.800 pastores, 415.500 membros comungantes e 125.000 membros não-comungantes (menores), estando presente em todos os estados da federação.

��98

Page 99: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

PERCENTUAL E NÚMERO DE PRESBITERIANOS NO BRASIL (2010)

��99

Page 100: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��100

Page 101: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 5

A SOBERANIA DE DEUS

CONCEITO DE SOBERANIA • Ele é “O” Rei, Rei supremo, sobre todas as coisas, que governa e dirige todas elas

para seus devidos fins e exerce sua vontade de maneira suprema em cada área da vida.

• Leitura de Dn 4.5, a confissão de Nabucodonosor, Dn 4.34-35 • A soberania de Deus é uma doutrina que nos afronta, o caso de Edwards e sua

resposta: “a doutrina da soberania de Deus tem se apresentado a mim com muita frequência como algo extremamente agradável, brilhante e doce, e eu amo atribuir a Deus a soberania absoluta”

• Uma convicção que não chegamos pelo raciocínio ou digressão lógica, é uma convicção que devemos descansar, por mais difícil que seja.

APLICAÇÃO DA SOBERANIA • O Rei tem desenrolado uma história que diz respeito sobre a sua glória • “Deus ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece” CFW 3.1 • Deus não depende da sua criação, mas a sua criação é que depende dele • Sua soberania não está de alguma forma debaixo de intervenção ou atitude humana • Toda a humanidade é responsável perante Deus, ver ex. de Rm 2.15-16 (inclusive os

Gentios) • A visão de mundo deísta: O relojeiro cego que deu a corda no mundo e foi embora • Mas Deus é soberano e se envolve com sua criação • Deus continua a exercer seu papel sobre cada esfera da vida • A ideia de providência, CFW 5.1, p. 31 • Transcendência: ele é inteiramente outro, invisível; • Imanência: ele está próximo, ele se envolve com a criação, governa suas criaturas. • Atividades de Deus: sustento, direção, disposição e governo • “Ele sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder” Hb 1.3 • Deus em Cristo sustenta o mundo: “Nele subsistem todas as coisas” Cl 1.17 “Nele

nos movemos e existimos” At 17.28 • Deus orquestrou a história (ele dirige os eventos e tudo o que acontece)

��101

Page 102: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• “Deus o Rei continua a conectar a sua história maior de salvação com nossas histórias de vida menores, de forma que ela seja um grande mosaico que proclama sua glória”

• A força e o governo de Deus: “até o sinai se abalou” Sl 68.7-10 • A atividade providencial de Deus está arraigada em sua presciência infalível e em

seu propósito irreversível • Deus não é pego de surpresa • O caso de José: “vocês fizeram o mal mas Deus o fez bem” (Gn 50.20) • Deus usa o que é mau para produzir seu bem supremo (a nossa própria redenção

em Cristo é prova disso). Os homens continuam responsáveis e Deus continua bom, Rei e Soberano.

• Quem estabelece a existência humana e suas responsabilidades? O próprio Deus, é a autoridade dele que principia o próprio ser que decide e tem polegar opositor que somos nós

• Antes da liberdade humana, soberania de Deus • As limitações da escolha humana: a soberania de Deus (e sua autoridade) e a

pecaminosidade do homem • “A grande história que Deus está realizando” (The Big Picture) • As nossas histórias menores são entretecidas por Deus em seu propósito e em seu

plano maior de trazer glória para si • Hino: O que meu Deus ordena é certo (p. 34) • Pode ser difícil entender o que Deus está fazendo em nossa vida: podemos imaginar

se Deus tem algum propósito em tudo isso. Mas podemos descansar na certeza de que ele tem esse propósito, mesmo que não o entendamos muito bem aqui. (e provavelmente não entenderemos - esse é o desafio)

• Os termos teológicos: predestinação, preordenação, eleição • Uma consequência lógica da soberania • Ninguém merece a salvação: Rm 3.10-11 • Ler CFW 3, 5 • Leitura de 2 Tm 1.8-9, não segundo as nossas obras mas conforme sua própria

determinação • Rm 8.29-30: todas as coisas cooperam para o bem, mas que bem? A salvação • Deus quem assegurou a salvação do seu povo enviando Jesus para morrer na cruz e

ressuscitar ao terceiro dia. Foi ele quem fez nascer em determinado tempo e lugar. Foi ele quem nos colocou em contato com o evangelho no momento certo. Foi ele quem derramou o Espírito Santo a fim de usar sua Palavra para nos chamar a fé.

��102

Page 103: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• Ele quem concede as promessas em Cristo Jesus: justificação, adoção, santificação e glorifiação

• Se Deus não fizesse isso por nós: Ninguém seria salvo! • Nós o amamos porque ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19) • E as missões? Nenhum de nós sabe quem é ou não escolhido. Uma coisa é uma

coisa outra coisa é outra coisa. Pregamos o evangelho a todos crendo que Deus está chamando os seus.

CONCEITO DE GRAÇA • Nossa condição: somos pecadores miseráveis, perdidos e cegos • O que precisamos? Nos livrar dessa condição • O que merecíamos: Ira • O que recebemos: Misericórdia imerecida = graça de Deus • TULIP (As doutrinas da Graça) • Depravação total: até mesmo o bem aparente que praticamos está manchado -

estamos mortos • Eleição incondicional: A escolha soberana e sem condições de Deus - apenas sua

bondade • Expiação limitada: Assegurou a salvação enviando Jesus a morrer pelos seus - foi

limitada em seu intento - em favor do povo escolhido de Deus (expiação particular) • Graça irresistível: A atração vem dele. Ele nos atrai a ele. Não há ninguém que queira

a Deus sem que ele o queira. • Perseverança dos santos: Ele nos levará até o final; • A graça se estende a toda área da nossa vida • O conceito de graça comum • A promessa de nos refazer a imagem de Cristo continua por toda a nossa vida • A tentação de achar que depois da salvação agora é com a gente • É somente pela graça que continuamos e somos transformados • “Não sou mais eu quem vive mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20)

A MARAVILHOSA GRAÇA • A promessa de nos refazer a imagem de Cristo continua por toda a nossa vida • A tentação de achar que depois da salvação agora é com a gente • É somente pela graça que continuamos e somos transformados • “Não sou mais eu quem vive mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20)

��103

Page 104: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• O dever do cristão: Apresentar seus corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus

• Não somos de nós mesmos (citação de Calvino, p. 52) • Começamos pela graça e continuamos pela graça • Deus nos dá forças para perseverarmos • A estes também glorificou (Rm 8.30) • A graça nos sustenta e nos capacita a perseverar até o fim • O amor de Deus não é instável: tudo o que ele começou terá seu fim glorioso • A graça de Deus nos conduzirá, a história do Peregrino (p. 260-262)

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO DA AULA

A SOBERANIA DE DEUS • Já houve algum tempo em que você se debateu com a crença na soberania de

Deus? O que o fez passar a vê-la como deleitosa convicção? • Todos os evangélicos afirmam que Deus criou todas as coisas, visíveis e invisíveis,

mas provavelmente não tem pensado sobre as implicações desta afirmação. Como as afirmações sobre a independência de Deus em relação a sua criação e seu domínio sobre a criação confirmam ou questionam suas ideias sobre Deus?

• Você às vezes sente que Deus está distante da sua criação? Como a afirmação da providência de Deus o consola no meio da dor e da luta?

• Por que é importante a afirmação de que “nada está fora do controle de Deus”? Se houvesse pessoas ou forças fora do controle de Deus, o que isso faria ao seu entendimento de Deus?

• Esta aula afirma que a autoridade soberana de Deus estabelece a existência humana e, portanto, as escolhas humanas. Como essa compreensão corrige a confusão típica das pessoas quanto a soberania de Deus e a responsabilidade humana, como os seres humanos poderiam fazer escolhas significativas?

• Como o compromisso reformado com o controle providencial de Deus sobre a vida nos dá confiança, segurança e significado quando observamos nossa vida e a história humana? Como relacionamos a confiança de que Deus está no controle de todos os acontecimentos de nossa vida com nossa incapacidade de discernir sempre a intenção de Deus nesses acontecimentos?

• De que forma os direitos de Deus como soberano da nossa salvação nos incentivam na graça de Deus? Como isso fortalece nossa certeza quanto ao cuidado que Deus tem por nós?

��104

Page 105: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• Como você responderia a um amigo que dissesse que os presbiterianos não podem compartilhar o evangelho eficazmente porque ninguém sabe quem foi escolhido por Deus?

A PRIORIDADE DA MARAVILHOSA GRAÇA • Temos de ser honestos e admitir que a crença de que os seres humanos merecem a

ira de Deus é “dificil de vender" no mundo atual. Quais são alguns pontos de contato ou ilustrações que podem ajudar seus amigos e vizinhos não crentes a entenderem a situação espiritual cm que se encontram?

• Dizemos que a depravação total não significa que as pessoas sejam tão más quanto podem ser, mas que elas são totalmente corrompidas. Como isso é diferente do modo como muitas pessoas secularizadas enxergam a natureza humana? Quais são algumas ramificações práticas dessas diferentes visões da humanidade?

• Muitos evangélicos acreditam que não é possível compartilhar o evangelho com os descrentes a não ser que digamos que Jesus morreu especificamente por eles. Quais algumas respostas que você poderia dar a essa afirmação?

• Se Deus não chamasse os pecadores para si de modo irresistível, as pessoas descrentes viriam por conta própria? Por que não?

• Uma possível resposta que as pessoas podem dar aos “cinco pontos do calvinismo" é que eles são profundamente injustos. Como você responderia a essa objeção?

• Você conhece alguém que negue a “graça comum"? Já pensou sobre o fato de que Deus demonstra seu favor imerecido a toda a criação - tanto àqueles que o desobedecem como aos que o obedecem? Como a graça comum oferece uma base para o pensamento e a pesquisa cientifica?

• Você já se sentiu tentado a querer completar sua salvação por meio das obras? Quais são algumas consequências naturais de enfatizar demais nosso desempenho como meio de alcançar ou manter o favor de Deus? Alguém pode real mente praticar “boas obras”? Como Deus aceita nossas obras como sendo boas?

• Pense na citação de Calvino. Como o fato de que não somos de nós mesmos, mas pertencemos a Jesus Cristo, nos capacita a entregarmo-nos livremente a Deus? De acordo com Romanos 12.1. qual é a grande motivação para nos apresentarmos a Deus?

• De que maneira a certeza dos propósitos de Deus em Romanos 8.29-31 fortalece nossa segurança de que ele nos fará perseverar até o fim?

• Você conheceu alguém que “morreu bem' na fé cristã? Como a graça de Deus se evidenciou no modo como essa pessoa faleceu?

��105

Page 106: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ISAAC WATTS, “HOW SWEET AND AWESOME THIS PLACE” “Quão doce e maravilhoso o lugar Com Cristo portas a dentro, Enquanto o amor eterno revela As melhores de suas dádivas.

Enquanto nosso coração e nossas canções Se juntam para admirar o banquete, Cada qual indaga com língua mui grata: “Senhor, por que eu fui convidado?”

Por que fui levado a ouvir tua voz E encontrar lugar entre os teus, Quando há milhares cuja escolha infeliz Faz famintos morrerem em lugar de vir?

Foi o mesmo grande amor a servir o banquete Induzindo-nos com doçura para as bodas, Senão, teríamos ainda nos recusado a provar E no pecado teríamos perecido”

CFW III, V. "Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa. Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9.”

HINÁRIO NOVO CÂNTICO, 163, DIREÇÃO DIVINA “As tuas mãos dirigem meu destino! Ó Deus de amor que seja sempre assim! Teus são os meus poderes, minha vida; Em tudo, eterno Pai, dispõe de mim.

��106

Page 107: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Meus dias sejam curtos ou compridos, Passados em tristezas ou prazer, Em sombra ou luz, de acordo com teu plano, É tudo bom se vem do teu querer.

As tuas mãos dirigem meu destino, Por mim cravadas na sangrenta cruz! Por meus pecados foram traspassadas, Bem posso nelas descansar, Jesus! Nos céus erguidas, sempre intercedendo, As santas mãos não pedirão em vão; Ao seu cuidado, em plena confiança, Entrego a minha eterna salvação.

As tuas mãos dirigem meu destino, Acasos para mim não haverá! O grande Pai vigia o meu caminho, “E sem motivo não me afligirá! Encontro em seu poder constante apoio, Forte é seu braço, insone o seu amor; Por fim, entrando na cidade eterna, Eu louvarei meu guia e Salvador. Amém.”

JOÃO CALVINO, “Não somos de nós mesmos, portanto nem a razão, nem a vontade, deverão guiar nossos pensamentos e atos. Não somos de nós mesmos, portanto não devemos buscar o que é conveniente à carne. não somos de nós mesmos, portanto esqueçamos, quanto for possível de nós mesmos e de nossos próprios interesses. Somos de Deus, portanto permitamos que sua sabedoria e vontade dominem todos os nossos atos. Somos de Deus, portanto que cada parte de nossa existência esteja voltada para ele como nosso único alvo legítimo”

��107

Page 108: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��108

Page 109: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 6

A ALIANÇA

CONCEITO DE ALIANÇA • Aliança é um pacto de sangue soberanamente administrado pela graça e promessa

de Deus (MURRAY, ROBERTSON) • “pacto de sangue”: um pacto de vida ou morte; implica em relacionamento; “cortar a

aliança" • “soberanamente administrado”: Deus é quem dita os termos da sua aliança • “graça e promessa de Deus": Deus administra mediante a sua constante graça

sustentada pela sua promessa.

COSMOVISÃO PACTUAL • Problema: Tratamos o conceito de pacto (ou de aliança) com pouca estima • Precisamos entender que reconhecendo o pacto de Deus na escritura, isso

transforma a nossa forma de “ver o mundo” (cosmovisão) • O pacto de Deus está intimamente e essencialmente ligado a nossa salvação • E por causa disso, também aos aspectos mais cotidianos da nossa vida: família,

trabalhos, contratos, etc.

O PACTO E A HISTÓRIA DE REDENÇÃO • História da Redenção: Como Deus, desde o princípio da história humana, tem

desenvolvido a redenção de um povo escolhido para a sua própria glória • “Mediante a criação, Deus une-se ao homem em uma relação de aliança. Depois da

queda do homem no pecado, o Deus de toda a criação graciosamente uniu-se ao homem outra vez, mediante a promessa de redimir um povo para si mesmo dentre a humanidade perdida. Da criação à consumação, o vínculo pactual tem determinado a relação de Deus com seu povo. A extensão das alianças divinas vai do princípio do mundo ao fim dos tempos” O. PALMER ROBERTSON, p. 29

• ANTIGA ALIANÇA (Lei) • Adão (Gn 3.15) • Noé (Gn 9.11-17) • Abraão (Gn 12.2-3) • Moisés (Dt 4.13) • Davi (2 Sm 7.25-29)

��109

Page 110: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• NOVA ALIANÇA (Graça) • Jesus Cristo • Profeta • Sacerdote • Rei

• Como Cristo exerce as funções de Profeta? (CM 43) • Cristo exerce as funções de profeta revelando a igreja em todos os tempos,

pelo seu Espírito e Palavra, por diversos modos de administração, toda a vontade de Deus em todas as coisas concernentes à sua edificação e salvação.

• Como Cristo exerce as funções de Sacerdote? (CM 44) • Cristo exerce as funções de sacerdote oferecendo-se a si mesmo uma vez em

sacrifício sem mácula, a Deus, para ser a reconciliação pelos pecados do seu povo e fazendo contínua intercessão por ele.

• Como Cristo exerce as funções de Rei? (CM 45) • Cristo exerce as funções de rei chamando do mundo um povo para si,

dando-lhe oficiais, leis e disciplinas para visivelmente o governar; dando a graça salvadora aos seus eleitos; recompensando a sua obediência e corrigindo-os por causa dos seus pecados; preservando-os por causa dos seus pecados; preservando-os e sustentando-os em todas as tentações e sofrimentos; restringindo e vencendo todos os seus inimigos, e poderosamente dirigindo todas as coisas para a sua própria glória e para o bem do seu povo; e também castigando os que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho.

• Verdades sobre essa história • As escolhas soberanas de Deus impulsionam essa história • História progressiva da redenção: O pacto é um só

• O caso dos presbiterianos e dos dispensacionalistas • A questão da continuidade • Para o dispensacionalismo (clássico, “scofieldiano”) • AT: Deus e Israel, “povo terreno” • NT: Deus e a Igreja, “povo celestial” • Para os presbiterianos: um povo, uma história, um destino para este povo

A PROMESSA IRREVOGÁVEL DE DEUS • O centro do pacto: a promessa divina de um redentor

��110

Page 111: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• Temos um único mediador do pacto da graça (CM 36) • Recebemos o próprio Jesus como cumprimento da promessa • No AT, as promessas, profecias, sacrifícios, circuncisão, páscoa e ordenanças

apontavam para Cristo

O REINO DE DEUS • O conceito de Reino de Deus • Soberania: Deus é Rei • Esse reino é inagurado em Cristo: ou seja, existe uma autoridade e um domínio que

deriva dessa autoridade, que está em Cristo. O Leão de Judá. • “já" e “ainda não” • “já”: está inaugurado, a primeira vinda de Cristo. • “ainda não”: aguarda a consumação, a segunda vinda de Cristo. • O governo de Cristo tem uma esfera de atuação cosmológica: universo > terra • A visão de uma cidade (“não temos aqui cidade permanente…” e “a nova

Jerusalém”) • “De fato, os descrentes deveriam poder olhar para a igreja para ter uma visão prévia

de como é o reinado de Deus: (1) sob o reinado de Deus, homens e mulheres amam uns aos outros, submetendo-se mutuamente sob a regência da Palavra de Deus; (2) sob o reinado de Deus, homens e mulheres cultuam a Deus, sendo conduzidos pelo Espírito de Deus na renovação da sua comunhão com ele; (3) sob o reinado de Deus, seus filhos servem uns aos outros, rindo e chorando juntos enquanto caminham como peregrinos no deserto a caminho da Cidade de Deus.” LUCAS, S. M. p. 71

��111

Page 112: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A CONSEQUÊNCIA DO PACTO: IGREJA

A IGREJA HOJE • Um problema de geração: Crise nas instituições • Sangria das denominações • “Era pós-denominacional” • “Era pós-igreja"

COMO PRESBITERIANOS SE RELACIONAM COM ISSO? • Por que nos dirigimos todos os domingos à um culto? • Por que nós "fazemos" igreja? • Por que “eu com Deus” não basta? • Nossa afirmação confessional: A igreja está no centro dos propósitos de Deus para o

mundo • "A Igreja Visível, que também é católica ou universal sob o Evangelho (não sendo

restrita a uma nação, como antes sob a Lei) consta de todos aqueles que pelo mundo inteiro professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos; é o Reino do Senhor Jesus, a casa e família de Deus, fora da qual não há possibilidade ordinária de salvação.” CFW 25.2

• "A esta Igreja Católica Visível Cristo deu o ministério, os oráculos e as ordenanças de Deus, para congregamento e aperfeiçoamento dos santos nesta vida, até o fim do mundo, e pela sua própria presença e pelo seu Espírito, os torna eficazes para esse fim, segundo a sua promessa.” CFW 25.3

��112

Page 113: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

O QUE É A IGREJA • Em termos trinitários

• “povo de Deus”: 1 Pe 2.9-10 • “corpo de Cristo” 1 Co 12.12-13 • “comunhão do Espírito” Ef 1.7-23

• Em termos do Evangelho • Credo Niceno: “Cremos em uma igreja santa, católica e apostólica” • Uma / Una: Apenas uma igreja • Desfruta união comum com Cristo (Jo 17.20-23) • Desfruta união na sua confissão e batismo (Ef 4.1-6) • Em termos do Evangelho

• Apostólica • Uma sucessão do ensino dos apóstolos • A igreja está edificada sobre esse fundamento (Ef 2.20-21) • A igreja continua a ser apostólica a medida que continua a pregar a

mensagem dos apóstolos, promover sua missão e cumprir sua comissão • Em termos do Evangelho

• Católica • Além de uma particularidade, cultura ou grupo étnico • Todos vós sois um em Cristo Jesus (Gl 3.28) • Em termos de suas "marcas" • Igreja verdadeira vs Igreja Falsa

• Igreja verdadeira • Onde a palavra é pregada e ouvida • Administração dos sacramentos segundo Cristo

• Em termos de espaço/localização • O espaço no qual Deus providencialmente escolheu para que cada igreja

estivesse presente • Em termos de caráter

• Um organismo • Metáforas relacionais: “corpo" “noiva" “rebanho” “casa" • Indicam organicidade: crescimento, aumento de estatura, união amorosa,

nutrição, afeto, interesse, cuidado • A organização da igreja é necessária para assegurar que a vida orgânica

possa ocorrer e florescer

��113

Page 114: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

IGREJA VÍSIVEL E IGREJA INVISÍVEL • Duas perspectivas • Perspectiva de Deus: Só Deus consegue ver a igreja verdadeira como um todo

(igreja invisível) • Perspectiva dos homens: Aquela que nós, ainda de forma imperfeita, vemos (igreja

visível) • Duas perspectivas • O problema católico: misturar igreja visível com a igreja invisível • O problema anabatista: tentar identificar quem é igreja invisível e quem não é igreja

invisível (ideal de “membresia regenerada da igreja”) • “A situação do NT é semelhante: O povo visível de Deus na igreja de Cristo são os

que fizeram profissão de sua fé em Jesus Cristo, foram batizados e participam da Ceia do Senhor. Estão incluídos nesse povo visível os filhos de tais crentes. Ainda assim, sabemos que nem todos desse número fazem parte do verdadeiro povo de Deus, participando verdadeiramente da Nova Aliança, tendo recebido o Espírito de Deus, um novo coração e todos os benefícios de Cristo, como também o próprio Cristo. Existem hipócritas nesse número, como também aqueles que, em algum momento, se afastarão da fé. Conforme confessamos “as igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e ao erro”, e uma parte desse erro é representada por pessoas que usam o nome de Cristo, mas de alguma forma são hipócritas ou até mesmo heréticas. Ao reconhecer que a igreja que vemos não coaduna com a igreja conforme Deus a vê, temos uma explicação funcional para o problema da apostasia, como também um entendimento de como a promessa de Deus se relaciona com aqueles que se identificam com a igreja visível. “ p. 81

MEMBRESIA DA IGREJA • Quem são os membros da igreja visível?

• Pais e filhos • "Batismo familiar”

• Por que ser batizado? Para receber os benefícios da igreja visível: comunhão, meios ordinários de salvação, oferta contínua do evangelho mediante a pregação

��114

Page 115: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO DA AULA • De que forma você tem observado o uso excessivo das palavras aliança ou pacto?

Que outras boas palavras teológicas são usadas de modo tão excessivo na comunidade cristã que perdem seu significado?

• Com base em sua leitura deste capítulo, se você tivesse de dar uma definição da palavra aliança numa só frase, qual seria?

• De que modo a compreensão da aliança como uma história ajuda você na leitura da Bíblia? Quais são algumas outras narrativas fundamentais pelas quais vivemos a

��115

Page 116: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

nossa vida (por exemplo, a história do Brasil)? Tais histórias conflitam com a história bíblica que nos é própria? Como isso acontece?

• Quais são alguns temas da história da aliança no Antigo Testamento? Como esses temas encontram cumprimento em Jesus?

• Quais são algumas consequências de se crer que a história da redenção tem uma continuidade básica? Quais são algumas tentações que resultam da aplicação exagerada da continuidade? As Escrituras são “suficientes" para cada detalhe de nossa vida?

• O que você pensa sobre a afirmação de que a promessa feita pela aliança de Deus é sua promessa de Jesus Cristo estendida ao seu povo? Como isso o ajuda a entender que a salvação era a mesma no Antigo Testamento como é no Novo Testamento?

• De que forma o fato de se ligar a promessa e a história de Deus com o seu reinando nos ajuda a pensar no relacionamento entre o Antigo e o Novo Testamento?

• Como é que pensar sobre o reino de Deus deveria impactar a vida crista de uma pessoa?

CFW VII, V. "Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensarão chama-se o Velho Testamento.

II Cor. 3:6-9; Rom. 6:7; Col. 2:11-12; I Cor. 5:7 e 10:14; Heb. 11:13; João 8:36; Gal. 3:7-9, 14."

ANNE COUSIN, “THE SANDS OF TIME ARE SINKING" "As areias do tempo se esvaem, Rompe a aurora do céu, A manhã de verão pela qual anseio, A doce, bela manhã desperta; Escura, negra foi a meia-noite, Mas a madrugada está para nascer,

��116

Page 117: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

E glória, glória habita Na terra de Emanuel.

Ali o Rei é visto sem véu Em toda a sua beleza e esplendor; Foi uma jornada compensadora, Ainda que nela sete mortes existissem; O Cordeiro com seu belo exército Se firma sobre o monte Sião E glória, glória habita Na terra de Emanuel

Ó Cristo, ele é a fonte O profundo e doce poço de amor! Riachos da terra eu já provei, Beberei mais fundo da água de cima; Ali, na plenitude de um oceano Sua misericórdia em tudo se expande, E glória, glória habita Na terra de Emanuel

A noiva não olha seu vestido, Mas sim a face de seu amado noivo; Eu não fitarei a glória, Mas sim o meu Rei da graça; Não olho a coroa que ele me dá Mas sua mão que foi traspassada: O cordeiro é toda a glória Da terra de Emanuel”

��117

Page 118: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��118

Page 119: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 7

OS SACRAMENTOS

CONCEITO DE SACRAMENTO • O conceito católico

• oferecer graça aos indivíduos desde o nascimento até a morte • 7 sacramentos

• A visão “comum” evangélica • Pouca estima • Banalização da ceia do Senhor • Não é tão "meio de graça” assim • "Rebatismos"

• A visão distinta presbiteriana • “verdadeiros meios de graça na vida cristã” • Estabelecido pelo próprio Jesus (Mt 28.19-20; 1 Co 11.23) • Representa diretamente Cristo e seus benefícios • Apontam diretamente para a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus

bem como para os benefícios da obra de Cristo • "Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente

instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra.” CFW 27.1

• "Há só dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho - O Batismo e a Santa Ceia; nenhum destes sacramentos deve ser administrado senão pelos ministros da palavra legalmente ordenados.” CFW 27.4

• “selos e sinais do pacto da graça” • SINAIS: um sacramento ilustra/sinaliza as promessas de Deus; Aponta para

Jesus; • SELOS: garante autenticidade e autoridade; dá confiança de aquilo é o que

se propõe a ser; “confirma o nosso interesse nele" • Eles fazem uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o restante

do mundo • Membros da Igreja Visível

��119

Page 120: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• O sacramento não tem “poder em si” para que faça com que a graça de Deus venha a um indivíduo. Ele é instrumento (meio)

• Validade • Temos a garantia de um sacramento porque está baseado no mandamento e

na promessa de Deus • Deus promete certos benefícios (e isso depende dele, não do indivíduo)

• Eficácia • Funciona porque o Espírito aplica Cristo e seus benefícios ao indivíduo que

responde à promessa com fé • Ligada aos propósitos eletivos de Deus, obra do Espírito e resposta de Fé • "A eficácia do batismo não se limita ao momento em que é administrado;

contudo, pelo devido uso desta ordenança, a graça prometida é não somente oferecida, mas realmente manifestada e conferida pelo Espírito Santo àqueles a quem ele pertence, adultos ou crianças, segundo o conselho da vontade de Deus, em seu tempo apropriado.” CFW 28.6

• “Um batismo é válido quando proclama a promessa de Deus por meio de um ministro ordenado que aplica água e a fórmula bíblica, trinitária. É eficaz - confere graça - quando o Espírito de Deus produz a fé no indivíduo para que ele ou ela receba a promessa de Deus pela fé, cumprindo assim o significado desse sinal. Esse recebimento da graça pode acontecer ou não no momento em que ocorre o batismo - em alguns casos, pode ocorrer imediatamente; em outros, anos mais tarde; em alguns, pode nunca acontecer” LUCAS, S. M. O Cristão Presbiteriano.

BATISMO • Ingresso no povo visível de Deus • Diz respeito sobre a história mais ampla de Deus (História da Redenção) • Indica o relacionamento dos crentes e suas famílias dentro do propósito maior e

imutável da redenção • No AT, o selo da promessa (circuncisão)

• A circuncisão não batava por si só • Cada pai instruiria sua casa sobre o seu significado • Ter o coração circuncidado por Deus • A necessidade de abraçar as promessas de Deus • Arrependimento de pecados

• No NT, o conteúdo não muda, mas a forma e os objetos sim • “todos os homens” para “todos quanto professavam a fé e suas famílias”

��120

Page 121: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• Batismo "familiar" • Formas de administração

• Aspersão: Ato de espalhar em gotas ou em pequenas partículas • Efusão: Batismo realizado mediante o derramamento de água sobre a

cabeça • Imersão: Batismo por mergulho na água

• “Assim como os crentes do AT deviam instruir seus filhos sobre o significado e a importância do sinal pactual da circuncisão, nesta era do Novo Testamento, nós, como chefes de família, somos conclamados a instruir nossos filhos sobre o significado e a importância do seu batismo, a insistir que abracem a promessa de Deus em Jesus Cristo, arrependendo-se de seus pecados e professando a fé nele, e a crescer no seu batismo a cada oportunidade. A obra redentora de Deus é ampliada quando o seu propósito para nossas famílias é cumprido - quando nossos filhos deixam a casa paterna para formar suas próprias famílias, quando eles por sua vez batizam e instruem seus próprios filhos, exortando-os ao arrependimento e fé em Jesus Cristo (para quem este sinal aponta) e dedicando-se a criar filhos crentes para a glória de Deus” LUCAS, S. M. O Cristão Presbiteriano.

CEIA DO SENHOR • A ceia do Senhor é um sacramento no qual, dando-se e recebendo-se pão e vinho,

conforme a instituição de Cristo, se anuncia a sua morte e ressurreição. • CFW 29.8: “santo mistério” quanto a maneira de funcionar • O que NÃO acontece na ceia?

• O pão e o vinho não se tornam real e substancialmente o corpo de Cristo (transubstanciação)

• O corpo de Cristo não está em “todo o lugar e ao mesmo tempo" • O que acontece na ceia?

• Os que comungam dignamente recebem e se alimentam do Cristo crucificado e de todos os benefícios de sua morte

• O corpo e sangue de Cristo estão presentes à fé dos crentes assim como os elementos estão presentes aos seus sentidos externos

• Antes: Devemos nos preparar para a ceia • Examinem-se pois a si mesmo • Renovar o exercício de todas as graças espirituais

• Durante

��121

Page 122: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• Observar diligentemente o que está acontecendo • Discernir o corpo de Cristo: no pão e no vinho, o corpo crucificado e o

sangue estão espiritualmente presentes à nossa fé e todos os seus benefícios são dados a nós pela fé

• Depois: De muitas maneiras a Ceia é a renovação da aliança solene entre Deus e nós mesmos:

• (1) estamos abandonando o pecado; • (2) descansando em Cristo e seus méritos para sermos aceitos por Deus; • (3) renovando nossa obediência a Deus e sua palavra, gratos por sua

misericórdia;

��122

Page 123: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO DA AULA • Pense em sua formação religiosa antes de conhecer o presbiterianismo. Quando

você considera as crenças presbiterianas quanto aos sacramentos, como sua vida religiosa anterior faz você reagir a este capítulo?

• Reflita sobre como este capítulo descreveu o modo como os sacramentos são um sinal, selo e marca. Essas descrições são úteis para entender o que fazem os sacramentos? Que outras figuras ou analogias falam da ação dos sacramentos?

• Como “funcionam” os sacramentos? O que queremos dizer ao falar em uma “união sacramental” entre o sinal e a realidade espiritual? Quem é a “realidade espiritual” comunicada pelo sacramento?

• O que você acha da distinção entre a validade e a eficácia de um sacramento? Como essa distinção esclarece o modo como você pode ter pensado sobre o batismo no passado?

• Como a “lógica bíblica da família”, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, oferece uma forte justificativa para o batismo familiar e, portanto, infantil?

• Como o afastamento do ideal da “membresia regenerada da igreja” muda o foco do batismo?

• O que os presbiterianos creem que acontece na Ceia do Senhor? Como nos alimentamos espiritualmente de Cristo e todos os seus beneficios?

• O que essa refeição oferece a nossa vida cristã? Para recebermos esses beneficios, como devemos nos preparar para receber a Ceia do Senhor?

• Quais são algumas semelhanças e diferenças entre o batismo e a Santa Ceia? De que maneira o entendimento do batismo como iniciação e da Ceia com confirmação esclarece algumas diferenças em relação a nossos filhos?

CFW XVIII, I - V I. Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra. Rom. 6:11; Gen. 17:7-10; Mat. 28:19; I Cor. ll:23, e 10:16, e 11:25-26; Exo. 12:48; I Cor. 10:21; Rom. 6:3-4; I Cor. 10:2-16.

II. Em todo o sacramento há uma relação espiritual ou união sacramental entre o sinal e a coisa significada, e por isso os nomes e efeitos de um são atribuídos ao outro.

��123

Page 124: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Gen. 17:10; Mat. 26:27-28; Tito 3:5.

III. A graça significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente usados, não é conferida por qualquer, poder neles existentes; nem a eficácia deles depende da piedade ou intenção de quem os administra, mas da obra do Espírito e da palavra da instituição, a qual, juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que dignamente o recebem. Rom. 2:28-29; I Ped. 3:21; Mat. 3:11; I Cor. 12:13; Luc. 22:19-20; I Cor. 11:26.

IV. Há só dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho - O Batismo e a Santa Ceia; nenhum destes sacramentos deve ser administrado senão pelos ministros da palavra legalmente ordenados. Mat. 28:19; I Cor. 11: 20, 23-34; Heb. 5:4.

V . Os sacramentos do Velho Testamento, quanto às coisas espirituais por eles significados e representados, eram em substância os mesmos que do Novo Testamento. I Cor. 10: 1-4.”

CM 169 "169. Como ordenou Cristo que o pão e o vinho fossem dados e recebidos no sacramento da Ceia do Senhor? Cristo ordenou que os ministros da Palavra, na administração deste sacramento da Ceia do Senhor, separassem o pão e o vinho do uso comum pela palavra da instituição, ações de graça e oração; que tomassem e partissem o pão e dessem, tanto este como o vinho, aos comungantes, os quais, pela mesma instituição, devem tomar e comer o pão e beber o vinho, em grata recordação de que o corpo de Cristo foi partido e dado, e o seu sangue derramado em favor deles. Mc 14:22-24. “

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO DA AULA • Quais as vantagens e desvantagens de se usar a palavra piedade, em lugar do

vocábulo mais comum espiritualidade, para descrever as práticas da vida cristã? Quando você pensa na palavra piedade, que imagens vêm à sua mente?

• Você já considerou que os Padrões de Westminster são documentos que tratam da piedade? Como isso muda ou contradiz sua opinião anterior quanto a eles?

��124

Page 125: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• Você já conheceu pessoas que permitiram que sua preocupação com a doutrina correta sobrepujasse seu interesse por uma vida cristã saudável? Qual era o problema? Qual deveria ter sido a solução?

• Embora a maior parte das denominações protestantes tenha tornado o sermão um elemento central do culto, é comum vê-lo mais como um meio de informação do que de transformação. Como você pode aperfeiçoar a maneira como recebe e utiliza o sermão de cada domingo para crescer em reverência e amor para com Deus?

• Em tempos de tentação, você “desenvolve*' seu batismo ao recordar as promessas que Deus lhe fez por meio dele?

• Você pode se lembrar de uma ocasião em que sentiu a presença c o consolo do Senhor enquanto participava da Ceia do Senhor?

• De que maneira um novo entendimento da oração como o “oferecimento de nossos desejos a Deus” pode tornar possível uma atitude mais contínua de oração?

• Com sua ênfase no culto, você acha que a piedade presbiteriana poderia estar enfocada de modo demasiadamente introspectivo? Como a ênfase na mordomia e no serviço cristão ajuda a equilibrar nossa piedade?

• Como a convicção de que a vida cristã é uma jornada que se apoia firmemente no evangelho da graça de Deus pode nos confortar quando falhamos na luta contra o pecado? Como os meios de graça servem para nos encorajar nessa jornada?

• Considere, por um momento, o que um sentimento contínuo de gratidão a Deus faria com nossa maneira de encarar a vida cristã. Como esse sentimento grandioso de gratidão a Deus transforma sua atitude em relação ao seu trabalho? Ao culto que presta a Deus? Ao seu ministério junto a outras pessoas?

CATECISMO DE HEIDELBERG, 86 86. Visto que fomos libertados de nossa miséria, por Cristo, sem mérito algum de nossa parte, somente pela graça, por que ainda devemos fazer boas obras?

R. Primeiro: porque Cristo não somente nos comprou e libertou com seu sangue, mas também nos renova, à sua imagem, por seu Espírito Santo, para que mostremos, com toda a nossa vida, que somos gratos a Deus por seus benefícios (1) , e para que Ele seja louvado por nós (2). Segundo: para que, pelos frutos da fé, tenhamos a certeza de que nossa fé é verdadeira (3) e para que ganhemos nosso próximo para Cristo, pela vida cristã que levamos (4). (1) Rm 6:13; Rm 12:1,2; 1Co 6:20; 1Pe 2:5,9. (2) Mt 5:16; 1Pe 2:12. (3) Mt 7:17,18; Gl 5:6,22; 2Pe 1:10. (4) Mt 5:16; Rm 14:18,19; 1Pe 3:1,2.

��125

Page 126: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

CFW, XXVI, II Os santos são, pela sua profissão, obrigados a manter uma santa sociedade e comunhão no culto de Deus e na observância de outros serviços espirituais que tendam à sua mútua edificação, bem como a socorrer uns aos outros em coisas materiais, segundo as suas respectivas necessidades e meios; esta comunhão, conforme Deus oferecer ocasião, deve estender-se a todos aqueles que em qualquer lugar, invocam o nome do Senhor Jesus. Heb.10:24-25; At.2:42,46; I João3:17; At. 11:29-30.

CATECISMO DE HEIDELBERG, 75 (OS MEIOS DE GRAÇA) 75. Como a santa ceia ensina e garante que você tem parte no único sacrifício de Cristo na cruz e em todos os seus benefícios? R. Da seguinte maneira: Cristo me mandou, assim como a todos os fiéis, comer do pão partido e beber do cálice, em sua memória. E Ele acrescentou esta promessa: Primeiro, que, por mim, seu corpo foi sacrificado na cruz e que, por mim, seu sangue foi derramado, tão certo como vejo com meus olhos que o pão do Senhor é partido para mim e o cálice me é dado. Segundo, que Ele mesmo alimenta e sacia minha alma para a vida eterna com seu corpo crucificado e seu sangue derramado, tão certo como recebo da mão do ministro e tomo com minha boca o pão e o cálice do Senhor. Eles são sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo (1). (1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22:19,20; 1Co 10:16,17; 1Co 11:23-25.

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��126

Page 127: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 8

CULTO PRESBITERIANO

QUE TIPO DE CULTO ESTAMOS TRATANDO? • Culto pessoal: o primeiro e “causa” dos demais, a resposta de serviço dada pela

chamada de Deus (Hb 13.15, Rm 12.1) • Culto familiar: a igreja reunida nas casas, diariamente, algo semelhante ao que

fazemos em “células" ou reuniões de oração em casas. • > Culto comunitário: a reunião da igreja, normalmente no primeiro dia da semana,

para partir o pão (ceia), ofertava louvores e bens, aprendia sobre Cristo, etc.

O PROBLEMA DO CULTO • Provavelmente o culto é a questão que mais produz divisão nas igrejas atuais • O conflito em torno do culto: luzes, palmas, ritmo das músicas, estilo de pregação,

duração, etc. • Um conflito geracional • Millenials x Geração Y x Geração X… • “Culto contemporâneo / informal / ” • “Culto tradicional / conservador / formal”

• E se fosse só culto? • Distinções importantes: o que é central e o que é passageiro no culto • Uma reflexão sobre que vai além dos “estilos" mas que investigue a essência

do que significa “cultuar em igreja” • Necessidade

• De mudança: aperfeiçoamento, contextualização, representação de significado

• De continuidade: manter os fundamentos, conservar a essência, etc. • O que está no centro do culto presbiteriano?

• Palavra • Sacramentos • Movimentos

• Em direção à Deus • Em direção ao mundo: Viver para a glória de Deus • Renovação periódica de votos

O PRINCÍPIO REGULADOR DO CULTO

��127

Page 128: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• É possível de encontrarmos muitos elementos comuns de culto entre evangélicos: leitura das escrituras, canticos, batismo/ceia, orações, entre outros.

• Mas o que distingue os presbiterianos? • A maneira como a Escritura regula/disciplina o culto comunitário

• "A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras.” CFW 21.1

• A isso chamamos de: Princípio Regulador do Culto • A base desse princípio está no 2º  mandamento (Ex 20.4-6): “Não farás para ti

imagem de escultura…. “ • Exortações positivas (ou seja, o que devemos fazer), CM 108

• "Os deveres exigidos no segundo mandamento são - o receber, observar e guardar, puros e inalterados, todo o culto e todas as ordenaças religiosas que Deus instituiu na sua Palavra, especialmente a oração e ações de graças em nome de Cristo; a leitura, a prédica, e o ouvir da Palavra; a administração e a recepção dos sacramentos; o governo e a disciplina da igreja; o ministério e a sua manutenção; o jejum religioso, o jurar em nome de Deus e o fazer os votos a Ele; bem como o desaprovar, detestar e opor-nos a todo o culto falso, e, segundo a posição e vocação de um, o remover tal culto e todos os símbolos de idolatria.” CM 108

• Exortações negativas (o que não devemos fazer), CM 109 • "Os pecados proibidos no segundo mandamento são - o estabelecer,

aconselhar, mandar, usar e aprovar de qualquer maneira qualquer culto religioso não instituído por Deus; o fazer qualquer imagem de Deus, de todas e qualquer das três pessoas, quer interiormente no espírito, quer exteriormente em qualquer forma de imagem ou semelhança de criatura alguma; toda a adoração dela, ou de Deus nela ou por meio dela; o fazer qualquer qualquer imagem de deuses imaginários e todo o culto ou serviço a eles pertecentes; todas as invenções supersticiosas, corrompendo o culto de Deus, acrescentando ou tirando dele, quer sejam inventadas e adotadas por nós, quer recebidas por tradição de outros, embora sob o título de

��128

Page 129: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

antiguidade, de costume, de devoção, de boa intenção, ou por qualquer outro pretexto; a simonia, o sacrilégio; toda a negligência, desprezo, impedimento e oposição ao culto e ordenanças que Deus instituiu.” CM 109

• O caso de Nadabe e Abiú (Lv 10.1-2): Mortos por oferecerem “fogo estranho” ao Senhor

• O movimento do culto vem de Deus a nós: ele quem oferece o modo pelo qual devemos adorá-lo (Foi assim no AT)

• Se desviarmos do modelo bíblico estamos cultuando a Deus de modo inaceitável • Em situações mais essenciais e mais claras, fica mais fácil • Mas e em situações mais “cinzentas”? • Devemos distinguir entre o que é essencial e o que circunstancial • Essencial x Circunstancial

• Ex: Cântico (Essencial) x Qual instrumento vai tocar o cântico (Circunstancial) • Ex. Pregação (Essencial) x Método de exposição da palavra (Circunstancial)

• O culto é uma das importantes atividades da igreja na qual nos lembra que o poder da igreja é estritamente limitado (pela palavra): Só deve ser feito o que Deus ordenou

• Nós tendemos a ser mais cuidadosos com o culto justamente por entendermos o que "está em jogo" no culto

O PAPEL DO CULTO • O culto assume “papéis” importantes • O culto é a renovação do pacto • O culto reafirma a nossa comunhão em Cristo • Renovação do pacto

• O pacto é uma administração soberana da graça e da promessa • Mutualidade do pacto: Deus vai ao encontro do seu povo em graciosa

promessa e seu povo responde pela fé, o que resulta em prática de amor • Deus fez/faz o primeiro movimento e nós respondemos a esse movimento • Fluxo e refluxo do culto • “O culto é a oficina na qual somos transformados segundo a imagem de

Deus” • A aliança entre Deus e seu povo está sendo renovada • O pacto sendo representado pela leitura da instrução (palavra) e celebração

(sacramentos) • Comunhão com Cristo

��129

Page 130: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• O culto está no centro da nossa comunhão com Deus porque, fundamentalmente, implica na reapresentação, semana após semana, do evangelho da graça de Deus em Jesus Cristo;

ELEMENTOS DO CULTO • Dentro dos elementos essenciais (música, palavra, sacramentos, oração) como lidar

com os elementos circunstanciais? • Quais os critérios para a seleção de uma música para o culto? • Uma separação desnecessária: contemporâneo x tradicional • Os elementos circunstanciais precisam servir aos principais atos do culto (elementos

essenciais) e ao propósito principal do culto: Louvar e adorar a Deus • A importância da comunidade: o culto é a renovação do pacto com todo homem e

mulher e transcende barreiras de classe, raça, gênero, simplicidade ou complexidade e gostos pessoais

• "A música produz uma experiência de Deus? De maneira nenhuma. A música não é Deus” John Witvliet (p. 128)

• As perguntas e os argumentos quanto à expressão e ao estilo musical estão em posição subserviente aos princípios mais amplos do culto.

• A pergunta não é “poder ou não poder” mas sim: "é coerente com os princípios da Escritura e com a realidade dessa igreja?"

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO DA AULA • Você já esteve numa igreja que experimentou grande conflito por causa do estilo de

culto? Como isso foi prejudicial para o testmunho dessa igreja? • O princípio regulador do culto limita a forma como realmente cultuamos? O que é

que você gostaria de fazer no culto, mas que é proibido pelo princípio regulador? Você já pensou sobre Levítico 10 em relação ao debate contemporâneo sobre o culto?

• Como é que a distinção entre elementos e circunstâncias auxilia na mediação de divergências sobre o culto na igreja? Em sua igreja, você nota alguma circunstância do culto que foi erroneamente elevada ao status de um elemento bíblico?

• Pense na liberdade de consciência em relação ao culto. Como as igrejas podem usar essa ideia para constranger a consciência dos crentes de forma antibíblica no culto? De que maneira as pessoas podem usar esta ideia de modo antibíblico como uma objeção com o fim dc frustrar um tipo de culto que elas não aprovam?

��130

Page 131: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

• Se você tiver à mão a ordem de culto de sua igreja, observe como o culto está estruturado. Você percebe um movimento de mão dupla de Deus para o seu povo e de volta para Deus? Caso contrário, o que a estrutura de culto da sua igreja sugere sobre a noção das pessoas a respeito de Deus. do ser humano e da salvação?

• Que tipo de renovação da fé você experimenta quando cultua a Deus? Um sentimento interno de fortalecimento? Uma reivindicação consciente das promessas de Deus feitas em Jesus? O que é?

• Lembre-se de um período de sua vida em que você se esqueceu de Deus. embora sempre o tenha “cultuado”. Contraste essa época com outra em que você se sentiu muito perto de Deus no culto. Quais foram as diferenças? Você retornou novamente aos princípios básicos do evangelho?

• O que você acha das seis perguntas propostas por John Witvliet? Numa discussão em grupo, tome cada uma dessas questões e considere como elas podem afetar o seu entendimento ou a abordagem da sua igreja quanto ao estilo da música sacra.

ANNE STEELE, “THOU LOVELY SOURCE OF TRUE DELIGHT" "Em êxtase, então, minha alma escreve As maravilhas de teu amor Mas as plenas glórias de tua face Somente no céu conhecerei”

JOHN WITVLIET Podemos com segurança dar o próximo passo e crer que a música produz uma experiência de Deus? De maneira nenhuma. Isso daria excessivo poder à própria música. A música não é Deus, nem é ferramenta automática para produzir a presença de Deus… A música é um instrumento pelo qual o Espírito Santo nos aproxima de Deus, uma ferramenta com a qual dramatizamos nosso relacionamento com Deus. Ela não é um meio mágico para manifestar a presença de Deus.

DT 8.11-18, ARA Guarda-te que não te esqueças do Senhor teu Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno; Para não suceder que, havendo tu comido e fores farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, E se tiverem aumentado os teus gados e os teus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, Se eleve o teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;

��131

Page 132: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha pederneira; Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te fazer bem; E digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder. Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires riqueza; para confirmar a sua aliança, que jurou a teus pais, como se vê neste dia.

O FLUXO DO CULTO 13.Deus nos chama à sua presença por sua Palavra e Espírito: Nós entramos na santa

presença de Deus, somos convencidos do pecado e confessamos nossos pecados a Ele

14.Deus responde por sua palavra, assegurando-nos seu perdão: Nas orações e cânticos, louvamos nosso Deus por nos chamar à sua presença e perdoar nossos pecados

15.Deus nos fala por meio de sua Palavra na leitura e pregação da Escritura, como também por seus sinais visíveis do batismo e da ceia do Senhor: Nós respondemos a Deus com ações de graça, louvores e ofertas

16.Deus nos envia ao mundo com sua benção: Voltamos ao mundo em serviço amoroso, certos de que somos o povo de Deus

CFW, XXI, I A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras. Rom. 1:20; Sal. 119:68, e 31:33; At. 14:17; Deut. 12:32; Mat. I5:9, e 4:9, 10; João 4:3, 24; Exo. 20:4-6

CM, 108 E 109 108. Quais são os deveres exigidos no segundo mandamento?

��132

Page 133: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Os deveres exigidos no segundo mandamento são - o receber, observar e guardar, puros e inalterados, todo o culto e todas as ordenanças religiosas que Deus instituiu na sua Palavra, especialmente a oração e ações de graças em nome de Cristo; a leitura, a prédica, e o ouvir da Palavra; a administração e a recepção dos sacramentos; o governo e a disciplina da igreja; o ministério e a sua manutenção; o jejum religioso, o jurar em nome de Deus e o fazer os votos a Ele; bem como o desaprovar, detestar e opor-nos a todo o culto falso, e, segundo a posição e vocação de um, o remover tal culto e todos os símbolos de idolatria. Deut. 32:43; Mat 28:20; I Tim. 6:13-14; Fil. 4:6; Ef. 5:20; Deut. 17:18-19; At. 15:21; II Tim. 4:2; At 10:33; Mat. 28:19 e 16:18 e 18:15-17; I Co 12:28; Ef. 4:11-12; Tim. 5-17-18; Joel 2:12; I Co 7:5; Deut. 6:13; Sal. 76:11; At. 17:16-17; Sal 16:4; Deut. 7:5; Isa. 30:22.

109. Quais são os pecados proibidos no segundo mandamento? Os pecados proibidos no segundo mandamento são - o estabelecer, aconselhar, mandar, usar e aprovar de qualquer maneira qualquer culto religioso não instituído por Deus; o fazer qualquer imagem de Deus, de todas e qualquer das três pessoas, quer interiormente no espírito, quer exteriormente em qualquer forma de imagem ou semelhança de criatura alguma; toda a adoração dela, ou de Deus nela ou por meio dela; o fazer qualquer qualquer imagem de deuses imaginários e todo o culto ou serviço a eles pertencentes; todas as invenções supersticiosas, corrompendo oculto de Deus, acrescentando ou tirando dele, quer sejam inventadas e adotadas por nós, quer recebidas por tradição de outros, embora sob o título de antiguidade, de costume, de devoção, de boa intenção, ou por qualquer outro pretexto; a simonia, o sacrilégio; toda a negligência, desprezo, impedimento e oposição ao culto e ordenanças que Deus instituiu. Num. 15:39; Deut. 13:6-8; Oze. 5:11; Miq. 6:16; I Reis 11:33 e 12:23; Deut. 12:30-32 e 4:15-16; At. 17:29; Rom. 1:21-23,25; Gal. 4:8; Exo. 32:5,8; I Reis 18:26-28; At. 17:22; Col. 2 :21-23; Mal. 1:7-8,14; Deut. 4:2; Sal. 104:39; Mat. 15:9; I Ped. 1:8; Jer. 44:17; Isa. 55:3-5; Gal. 1:13-14; I Sam. 13:12 e 15:21; At. 8:18-19; Rom. 2:22; Mal. 3:8 e 1:7,13; Mat. 22:5 e 23:13; At. 13:45.

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��133

Page 134: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��134

Page 135: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 1 9

GOVERNO PRESBITERIANO

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO DA AULA • Pense em sua igreja de origem: sua igreja reconhecia ter autoridade para ordenar a

doutrina, o culto, o governo e a disciplina? Como ela usava sua autoridade? • Quais são algumas consequências da crença presbiteriana de que a missão, a esfera

e o poder da igreja são espirituais? Isso exclui cuidar das necessidades fisicas e materiais das pessoas com finalidades espirituais?

• Uma igreja tem o direito de apelar ao estado para que use seu poder com sabedoria? Em caso positivo, quando e como a igreja deve fazê-lo (ver CFW 31.4)?

• Quais algumas formas práticas de expressar a verdade de que somente Jesus Cristo “é o Senhor da consciência" ao mesmo tempo em que mantemos a “paz, pureza e unidade" da igreja?

• O que você acha do fato de que os oficiais da igreja não exercem poder por si mesmos, mas somente quando autorizados para isto? Existe certa proteção para os crentes na verdade de que os presbíteros exercem a disciplina coletivamente como conselho ou presbitério?

• Quais são algumas implicações da afirmação de que “os presbíteros docentes não são presbíteros porque ensinam, mas ensinam porque são presbíteros"? De que maneira ver tanto os presbíteros docentes (pastores) quanto os presbíteros regentes como presbíteros resolve algumas tensões que podem surgir entre essas duas ordens de oficio?

• Por que você acha que um ministério diaconal bem organizado é necessário para que a igreja proclame o evangelho? Como sua resposta ajuda a responder a pergunta n° 2 acima?

• De que maneira o princípio de que “a parle está no lodo e o todo está nas partes'* expressa a unidade da igreja ao mesmo tempo em que respeita as diferenças dentro dela?

• Você já teve algum relacionamento com agências ou comissões de sua denominação? Como essas experiências influenciaram sua visão do trabalho da igreja como um todo?

CFW XXXI, IV

��135

Page 136: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Os sínodos e concílios não devem discutir, nem determinar coisa alguma que não seja eclesiástica; não devem imiscuir-se nos negócios civis do Estado, a não ser por humilde petição em casos extraordinários ou por conselhos em satisfação de consciência, se o magistrado civil os convidar a fazê-lo. Luc. 12:13-14; João 18:36; Mat. 11:21.

CRISTO É A FONTE DO PODER DA IGREJA, JAMES BANNERMAN “Dentro do âmbito da igreja, o Senhor Jesus Cristo é o único Mestre, Legislador e Juiz. Se a doutrina é ensinada, é ensinada porque ele a revelou; se as ordenanças são ministradas, são ministradas em seu nome, porque são dele; se o governo é estabelecido e exercido, é por sua designação e autoridade; se a graça salvadora é dispensada, é dispensada pela virtude e poder de seu Espírito; se uma bênção é comunicada é porque ele abençoa. “

CFW XXX I. O Senhor Jesus, como Rei e Cabeça da sua Igreja, nela instituiu um governo nas mãos dos oficiais dela; governo distinto da magistratura civil. Isa. 9:6-7; I Tim. 5:17; I Tess. 5:12; At. 20:17, 28; I Cor. 12:28.

II. A esses oficiais estão entregues as chaves do Reino do Céu. Em virtude disso eles têm respectivamente o poder de reter ou remitir pecados; fechar esse reino a impenitentes, tanto pela palavra como pelas censuras; abri-lo aos pecadores penitentes, pelo ministério do Evangelho e pela absolvição das censuras, quando as circunstâncias o exigirem. Mat.l6:19,e18:17-18;João 20:21-23;IICor.2:6-8.

III. As censuras eclesiásticas são necessárias para chamar e ganhar para Cristo os irmãos ofensores para impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes, para purgar o velho fermento que poderia corromper a massa inteira, para vindicar a honra de Cristo e a santa profissão do Evangelho e para evitar a ira de Deus, a qual com justiça poderia cair sobre a Igreja, se ela permitisse que o pacto divino e os seios dele fossem profanados por ofensores notórios e obstinados. I Cor. S; I Tim. 5:20; e 1:20; Judas 23.

��136

Page 137: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

IV. Para melhor conseguir estes fins, os oficiais da Igreja devem proceder na seguinte ordem, segundo a natureza do crime e demérito da pessoa: repreensão, suspensão do sacramento da Ceia do Senhor e exclusão da Igreja. Mat. 18:17; ITess.5:12; II Tess. 3:6,14-15; I Cor. 5:4-5;13.

CMW, 45 45. Como exerce Cristo as funções de rei? Cristo exerce as funções de rei chamando do mundo um povo para si, dando-lhe oficiais, leis e disciplinas para visivelmente o governar; dando a graça salvadora aos seus eleitos; recompensando a sua obediência e corrigindo-os por causa dos seus pecados; preservando-os por causa dos seus pecados; preservando-os e sustentando-os em todas as tentações e sofrimentos; restringindo e vencendo todos os seus inimigos, e poderosamente dirigindo todas as coisas para a sua própria glória e para o bem do seu povo; e também castigando os que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho. Isa. 55:5; Gen. 49:10; 1 Cor. 12:28; João 15:14; Mat. 18:17-18; At. 5:31; Apoc. 22:12, e 3:19; Rom. 8:37-39; 1 Cor. 15:25; Rom. 14:11, e 8:28; 11 Tess. 1:8; Sal. 2:9.

CI IPB, IV Art.25 - A Igreja exerce as suas funções na esfera da doutrina, governo e beneficência, mediante oficiais que se classificam em: a) ministros do Evangelho ou presbíteros docentes; b) presbíteros regentes; c) diáconos. §1º - Estes ofícios são perpétuos, mas o seu exercício é temporário. §2º - Para o ofício de presbítero ou de diácono serão eleitos homens maiores de 18 anos e civilmente capazes. Art.26 - Os ministros e os presbíteros são oficiais de Concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil; os diáconos, da Igreja a que pertencem. Art.27 - O ministro é membro ex-officio do Presbitério, e do Conselho, quando pastor da Igreja: do Sínodo e do Supremo Concílio, quando eleito representante; o Presbítero é membro ex-officio do Conselho e dos Concílios Superiores, quando eleito para tal fim. §1º - Ministros e presbíteros, embora não sendo membros de um Concílio, poderão ser incluídos nas comissões de que trata o artigo 99, itens 2 e 3, desde que jurisdicionados por aquele Concílio. §2º - Para atender às leis civis, o ministro será considerado membro da Igreja de que for pastor, continuando, porém, sob a jurisdição do Presbitério.

��137

Page 138: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Art.28 - A admissão a qualquer ofício depende: a) da vocação do Espírito Santo, reconhecida pela aprovação do povo de Deus; b) da ordenação e investidura solenes, conforme a liturgia. Art.29 - Nenhum oficial pode exercer simultaneamente dois ofícios, nem pode ser constrangido a aceitar cargo ou ofício contra a sua vontade.

Art.50 - O Presbítero regente é o representante imediato do povo, por este eleito e ordenado pelo Conselho, para, juntamente com o pastor, exercer o governo e a disciplina e zelar pelos interesses da Igreja a que pertencer, bem como pelos interesses da Igreja a que pertencer, bem como pelos de toda a comunidade, quando para isso eleito ou designado. Art.51 - Compete ao Presbítero: a) levar ao conhecimento do Conselho as faltas que não puder corrigir por meio de admoestações particulares; b) auxiliar o pastor no trabalho de visitas; c) instruir os neófitos, consolar os aflitos e cuidar da infância e da juventude; d) orar com os crentes e por eles; e) informar o pastor dos casos de doenças e aflições; f) distribuir os elementos da Santa Ceia; g) tomar parte na ordenação de ministros e oficiais; h) representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e no Supremo Concílio. Art.52 - O presbítero tem nos Concílios da Igreja autoridade igual à dos ministros. Art.53 - O diácono é o oficial eleito pela Igreja e ordenado pelo Conselho, para, sob a supervisão deste, dedicar-se especialmente: a) à arrecadação de ofertas para fins piedosos; b) ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos; c) à manutenção da ordem e reverência nos lugares reservados ao serviço divino; d) exercer a fiscalização para que haja boa ordem na Casa de Deus e suas dependências. Art.54 - O exercício do presbiterato e do diaconato limitar-se-á ao período de cinco anos, que poderá ser renovado. §1º - Três meses antes de terminar o mandato, o Conselho fará proceder a nova eleição. §2º - Findo o mandato do presbítero e não sendo reeleito, ou tendo sido exonerado a pedido, ou, ainda, por haver mudado de residência que não lhe permita exercer o cargo, ficará em disponibilidade, podendo, entretanto, quando convidado. a) distribuir os elementos da Santa Ceia; b) tomar parte na ordenação de novos oficiais. Art.55 - O presbítero e o diácono devem ser assíduos e pontuais no cumprimento de seus deveres, irrepreensíveis na moral, sãos na fé, prudentes no agir, discretos no falar e exemplos de santidade na vida. Art.56 - As funções de presbítero ou de diácono cessam quando: a) terminar o mandato, não sendo reeleito; b) mudar-se para lugar que o impossibilite de exercer o cargo; c) for deposto; d) ausentar-se sem justo motivo, durante seis meses, das reuniões do

��138

Page 139: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Conselho, se for presbítero e da junta diaconal, se for diácono; e) for exonerado administrativamente ou a pedido, ouvida a Igreja. Art.57 - Aos presbíteros e aos diáconos que tenham servido satisfatoriamente a uma Igreja por mais de 25 anos, poderá esta, pelo voto da Assembléia, oferecer o título de Presbítero ou Diácono Emérito, respectivamente, sem prejuízo do exercício do seu cargo, se para ele forem reeleitos. Parágrafo Único - Os presbíteros eméritos, no caso de não serem reeleitos, poderão assistir às reuniões do Conselho, sem direito a voto. Art.58 - A junta diaconal dirigir-se-á por um regimento aprovado pelo Conselho.

��139

Page 140: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Asse

mbl

eia

Gera

l Su

prem

o Co

ncílio

Síno

do A

Preb

íterio

A1

Igre

ja A1

AIg

reja

A1B

Igre

ja A1

C

Pres

bíte

rio A

2

Síno

do B …

Síno

do d

e M

ato

Gros

so d

o Su

l

Pres

bité

rio d

o Pa

ntan

al

Igre

ja P

resb

iteria

na d

o Ba

irro

Amam

baí

Igre

ja PP

AN1

Igre

ja PP

AN2

Pres

bité

rio d

e Ca

mpo

Gra

nde

Pres

bité

rio d

e Do

urad

os

……

��140

Page 141: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��141

Page 142: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 2 0

PRESBITERIANISMO NO MUNDO

Texto de Alderi Souza de Matos 29

As origens históricas mais remotas do presbiterianismo remontam aos primórdios da Reforma Protestante do século XVI. Como é bem sabido, a Reforma teve início com o questionamento do catolicismo medieval feito pelo monge alemão Martinho Lutero (1483-1546) a partir de 1517. Em pouco tempo, os seguidores desse mov imento passaram a ser conhecidos como “luteranos” e a igreja que resultou do mesmo foi denominada Igreja Luterana.

Poucos anos após o início da dissidência luterana na Alemanha, surgiu na região de língua alemã da vizinha Suíça, mais precisamente na cidade de Zurique, um segundo movimento de reforma protestante, freqüentemente denominado “Segunda Reforma.” Esse movimento teve como líder inicial o sacerdote Ulrico Zuínglio (1484-1531) e, pretendendo reformar a igreja de maneira mais profunda que o movimento de Lutero, passou a ser conhecido como movimento reformado, e seus seguidores como “reformados.” Assim sendo, as igrejas derivadas do movimento auto-denominaram-se igrejas reformadas.

Apesar do seu aparente radicalismo, Lutero e seus seguidores romperam com a igreja majoritária somente nos pontos em que viam conflitos irreconciliáveis com as Escrituras. Especialmente na área crucial do culto, os luteranos julgavam que era legítimo manter tudo aquilo que não fosse explicitamente proibido pela Bíblia. Já os reformados partiam de um princípio diferente, entendendo que só deviam abraçar aquilo que fosse claramente preconizado pelas Escrituras. Foi isso que os levou a uma ruptura mais profunda com o catolicismo.

Fonte: http://www.mackenzie.br/7062.html 29

(Recomendamos a leitura desse texto também: http://www.mackenzie.br/7061.html)

��142

Page 143: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

1. JOÃO CALVINO Após a morte de Zuínglio em 1531, o movimento reformado passou a ter um novo líder, que revelou-se muito mais articulado e influente que o anterior: João Calvino (1509-1564). Calvino nasceu em Noyon, no nordeste da França, e ainda adolescente foi estudar teologia e humanidades em Paris. Depois de um breve período em Orléans e Bourges, quando dedicou-se ao estudo do direito, retornou a Paris para dar continuidade aos estudos humanísticos que tanto o fascinavam. Em 1532, publicou o seu primeiro livro, um comentário do tratado de Sêneca De Clementia.

O humanismo que empolgou os primeiros líderes das igrejas reformadas, Zuínglio e Calvino, foi o extraordinário movimento intelectual que marcou a transição entre a Idade Média e o período moderno. Uma das características marcantes desse movimento foi o seu profundo interesse pela antigüidade clássica, o período áureo da civilização greco-romana. Entre as obras clássicas que atraíam a atenção de muitos estava a Bíblia, particularmente o Novo Testamento. Isso levou ao surgimento de uma categoria específica de humanistas bíblicos devotados ao estudo das Escrituras em seus originais gregos e hebraicos. O maior desses humanistas cristãos foi o célebre Erasmo de Roterdã (c.1466-1536), cuja edição crítica do Novo Testamento baseada em textos gregos foi avidamente estudada e ut i l izada pelos reformadores suíços.

Em 1533, Calvino teve uma experiência de conversão à fé evangélica. Forçado a fugir de Paris por causa das suas novas convicções, dirigiu-se para a cidade de Angoulême. Pouco depois, começou a escrever a sua obra magna, a Instituição da Religião Cristã ou Institutas, publicada em Basiléia em 1536. Nesse mesmo ano, de maneira totalmente inesperada, Calvino viu-se convocado a auxiliar a implantação da fé reformada na

��143

Page 144: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

cidade de Genebra, na Suíça francesa. Após um interregno de três anos em Estrasburgo (1538-1541), o reformador retornou a Genebra e ali permaneceu até o final da sua vida.

Graças a sua vasta e competente produção teológica, sua habilidade como organizador e seus contatos pessoais com inúmeros indivíduos e comunidades em toda a Europa, Calvino exerceu uma poderosa influência e contribuiu para a disseminação do movimento reformado em muitos países. Em 1559, ele fundou a Academia de Genebra,

que colaborou decisivamente para a formação de toda uma nova geração de líderes reformados. Dada a importância desse reformador, um novo termo surgiu para designar os reformados: “calvinistas.”

Nas Institutas, comentários bíblicos, sermões, tratados e outros escritos que produziu, Calvino articulou um sistema completo de teologia cristã que ficou conhecido como calvinismo. Esse sistema incluía normas específicas, retiradas das Escrituras, acerca da doutrina, do culto e da forma de governo das comunidades reformadas. Na base do sistema estava a ênfase no conceito da absoluta soberania de Deus

como criador, preservador e redentor do mundo. A estrutura eclesiástica preconizava o governo das comunidades por presbíteros e a associação das igrejas em presbitérios regionais e em sínodos nacionais.

2. EUROPA CONTINENTAL Logo após o início da carreira de Calvino, o movimento reformado começou a difundir-se em muitas regiões da Europa, notadamente na França, no vale do Reno (Alemanha e Países Baixos), na leste europeu e nas Ilhas Britânicas. Vários fatores contribuíram para essa difusão. Em primeiro lugar, a ampla divulgação das idéias de Calvino através da imprensa e de outros meios; em segundo lugar, o intenso deslocamento de refugiados que procuravam escapar da repressão religiosa em seus países; finalmente, o papel irradiador desempenhado por Genebra e outras cidades reformadas. Muitos homens e mulheres iam a Genebra, eram treinados nos preceitos da fé reformada e retornavam aos seus países imbuídos das novas idéias.

��144

Page 145: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Como era de se esperar, Calvino nutria grande interesse pela propagação da fé evangélica no seu próprio país, a França. Ali, apesar de intensas perseguições, o movimento reformado experimentou notável crescimento na década de 1550. Em 1559, reuniu-se o primeiro sínodo da Igreja Reformada de França, representando cerca de duas mil comunidades locais. Pela primeira vez, o presbiterianismo era organizado em âmbito nacional. Esse sínodo aprovou uma importante declaração da fé reformada, a Confissão Galicana.

Muitos dos reformados franceses, conhecidos como huguenotes, eram artesãos, comerciantes e nobres, e estavam concentrados principalmente no oeste e sudoeste do país. Seus conflitos políticos com o partido católico liderado pela família Guise-Larraine levaram a um longo período de guerras religiosas (1562-1598). O episódio mais sangrento foi o massacre do Dia de São Bartolomeu (24-08-1572), em que milhares de huguenotes foram mortos à traição em Paris e no interior da França, entre eles o famoso almirante Gaspard de Coligny. A paz só foi restaurada em 1598, quando o rei Henrique IV, um ex-huguenote, promulgou o Edito de Nantes, concedendo liberdade religiosa aos reformados. Esse edito foi revogado por Luís XIV em 1685, fazendo com que cerca de 300 mil huguenotes abandonassem a França.

Em virtude da proximidade geográfica, o movimento reformado desde cedo também penetrou no sul da Alemanha. O movimento cresceu com a chegada de milhares de

��145

Page 146: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

refugiados vindos de outras regiões, como a França e os Países Baixos. Estrasburgo foi um importante centro reformado entre 1521 e 1549, tendo como líder o reformador Martin Butzer. Como já foi apontado, Calvino ali residiu durante três anos (1538-1541). Em Heidelberg, o príncipe Frederico III criou uma grande universidade que tornou-se o centro do pensamento reformado na Alemanha. Nessa cidade foi escrito em 1563 o Catecismo de Heidelberg. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) resultou no reconhecimento definitivo das igrejas reformadas alemãs, que receberam o influxo de sessenta mil refugiados huguenotes após a revogação do Edito de Nantes.

Nos Países Baixos, a fé reformada surgiu inicialmente em Antuérpia, em 1555. Em dez anos, formaram-se mais de trezentas igrejas, em parte devido à chegada de imigrantes huguenotes que fugiam das guerras religiosas em seu país. Essas igrejas adotaram como sua declaração de fé a Confissão Belga, escrita por Guido de Brès em 1561. O calvinismo foi implantado na Holanda no contexto da guerra da independência contra a Espanha, iniciada em 1566 sob a liderança de Guilherme de Orange. Como resultado do conflito, os Países Baixos dividiram-se em três nações: Bélgica e Luxemburgo (católicos) e Holanda (reformada). O primeiro sínodo nacional das igrejas reformadas holandesas reuniu-se em 1571 na cidade de Emden, na Alemanha, e adotou um sistema presbiterial de governo baseado no modelo francês. Eventualmente, a igreja reformada tornou-se oficial, embora nem toda a população tenha aderido ao movimento. No início do século XVII, uma disputa teológica resultou no Sínodo de Dort (1618-1619), que rejeitou as idéias de Tiago Armínio acerca da predestinação e afirmou os chamados “cinco pontos do calvinismo” (depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos).

Quanto à Europa oriental, na década de 1540, graças a contatos com cidades suíças, surgiram igrejas reformadas na Polônia e na Boêmia (Checoslováquia), e mais tarde também na Hungria. Na Boêmia, o movimento reformado associou-se aos Irmãos Boêmios, os sucessores do antigo movimento liderado pelo pré-reformador João Hus, morto em 1415. Na Polônia e na Lituânia, as igrejas calvinistas experimentaram grande crescimento, mas eventualmente foram suprimidas pela Contra-Reforma. A fé reformada foi introduzida na Hungria em 1549, através de contatos com Zurique, mas as igrejas sofreram perseguições de 1677 a 1781. A igreja reformada húngara viria a ser uma das maiores do mundo.

3. ILHAS BRITÂNICAS

��146

Page 147: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Especialmente importante para a fé reformada foi a sua introdução nas Ilhas Britânicas. Nessa região é que surgiu o outro nome histórico associado ao movimento: “presbiterianismo.” Esse nome tinha ao mesmo tempo conotações teológicas e políticas. Os reis ingleses e escoceses eram firmes partidários do episcopalismo, ou seja, de uma igreja governada por bispos. Como esses bispos eram nomeados pela coroa, esse sistema favorecia o controle da igreja pelo estado. Assim sendo, a insistência dos reformados da Escócia e Inglaterra em uma igreja governada por presbíteros, eleitos pelas congregações e reunidos em concílios, era uma reivindicação de independência da igreja em relação ao poder público. Tal foi a origem histórica do termo “presbiteriano” ou “igreja presbiteriana.”

O protestantismo reformado foi levado para a Escócia por George Wishart, que estudara na Suíça e foi morto na fogueira em 1546. As primeiras igrejas reformadas surgiram no final da década seguinte. Os eventos se precipitaram com o retorno do líder John Knox (c. 1514-1572), que passou alguns anos em Genebra como refugiado, estudou aos pés de Calvino e retornou ao seu país em 1559. No ano seguinte, o Parlamento aboliu o catolicismo e adotou a fé reformada (Confissão Escocesa). Em dezembro de 1560, reuniu-se a primeira assembléia geral da Igreja Presbiteriana escocesa, que elaborou o Livro de Disciplina. Todavia, o Parlamento não aceitou esse primeiro Livro de Disciplina – que prescrevia a forma presbiteriana de

governo –, mas manteve o episcopado como instrumento de controle estatal da igreja.

Ironicamente, entre 1561 e 1567 a E s c ó c i a f o r m a l m e n t e presbiteriana foi governada por uma rainha católica, Maria Stuart. Após a morte de Knox, Andrew Melville (1545-1622), outro ex-

exilado em Genebra, tornou-se o principal defensor do sistema presbiteriano e de uma

��147

Page 148: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

igreja autônoma do estado. Os próximos quatro reis, especialmente Carlos II (1660-85), procuraram impor o anglicanismo e perseguiram os presbiterianos. Estes fizeram um pacto nacional para defender a sua fé e ficaram conhecidos como “covenanters” (pactuantes). Somente em 1689 o presbiterianismo foi estabelecido definitivamente, embora algumas modificações feitas pelo Parlamento, como a Lei do Patrocínio Leigo (1717), tenham produzido várias divisões na igreja.

Na Inglaterra, surgiram fortes influências reformadas desde o reinado de Eduardo VI (1547-1553). Martin Bucer, o reformador de Estrasburgo, passou seus últimos anos naquele país. Calvino correspondeu-se com o rei Eduardo, com Somerset, o lorde protetor, e com Thomas Cranmer, o arcebispo de Cantuária. O Livro de Oração Comum

e os Trinta e Nove Artigos revelam clara influência reformada. Durante o reinado intolerante de Maria Tudor (1553-1558), a l c u n h a d a “ a s a n g u i n á r i a ”, m u i t o s protestantes ingleses refugiaram-se em Zurique e Genebra. Porém, a rainha Elizabete I (1558-1603) não apreciava os aspectos populares da forma presbiteriana de governo, preferindo uma estrutura episcopal que deixava o controle último da igreja nas mãos das autoridades civis.

No reinado de Elizabete surgiram os puritanos, alguns dos quais sustentavam princípios presbiterianos. Em outras palavras, os puritanos eram todos calvinistas, mas nem todos aceitavam a forma de governo presbiteriana. O nome “puritanos” resultou da insistência desses reformados em que a Igreja da Inglaterra fosse pura, ou seja, seguisse os moldes bíblicos em sua doutrina, culto e governo. Por causa de sua firme oposição ao episcopalismo e a sua luta pela reforma da igreja estatal inglesa, os puritanos foram objeto de forte repressão por parte de Elizabete. Seus sucessores, Tiago I (1603-1625) e Carlos I (1625-1649), que governaram simultaneamente a Inglaterra e a Escócia, continuaram a opor-se aos puritanos.

No reinado de Carlos ocorreu um evento marcante na história

��148

Page 149: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

do presbiterianismo. Esse rei tentou impor o episcopalismo na Igreja da Escócia e acabou envolvido em uma guerra contra os seus próprios súditos. Vendo-se em dificuldades, precisou convocar a eleição de um parlamento na Inglaterra, eleição essa que resultou em uma maioria parlamentar puritana. Dissolvido o parlamento, foi feita nova eleição, que tornou a maioria puritana ainda mais expressiva. A conseqüência foi a guerra civil, que terminaria com a execução do rei. Esse parlamento puritano convocou a célebre Assembléia de Westminster (1643-1648), que produziu os “padrões presbiterianos” de culto, governo e doutrina. Quando esses documentos foram aprovados pelo parlamento, a Igreja da Inglaterra deixou de ser episcopal e tornou-se presbiteriana. Porém, depois que Carlos II tornou-se rei em 1660, houve a restauração do episcopado e seguiram-se vários anos de repressão contra os presbiterianos. Com o tempo, os padrões de Westminster tornaram-se os principais documentos teológicos adotados pelas igrejas reformadas em todo o mundo.

A tradição reformada teve início na Irlanda com a Colônia de Ulster, a partir de 1606. No esforço de “domesticar” os irlandeses, o governo inglês implantou comunidades inglesas e escocesas nas regiões devastadas pela guerra ao norte da ilha. Aos imigrantes escoceses, que levaram consigo o seu presbiterianismo, uniram-se puritanos ingleses e huguenotes franceses. Houve uma rígida separação étnica entre os novos moradores e os irlandeses católicos do sul, e grande violência destes contra os presbiterianos. Graças aos capelães de um exército pacificador, um presbitério foi fundado no Ulster em 1642 e em 1660 eles já eram cinco. Os colonos alcançaram prosperidade na nova terra, mas também se viram sujeitos a restrições políticas, econômicas e religiosas impostas pelo governo inglês, além de calamidades naturais como estiagens prolongadas. Com isso, a partir de 1715, os “escoceses-irlandeses” começaram a sua grande migração para os Estados Unidos. Até 1775, pelo menos 250 mil iriam cruzar o Atlântico.

4. ESTADOS UNIDOS O calvinismo chegou à América do Norte com os puritanos ingleses que se radicaram em Massachusetts no início do século XVII. O primeiro grupo fixou-se em Plymouth em 1620 e o segundo fundou as cidades de Salem e Boston em 1630. Nas décadas seguintes, mais de 20 mil puritanos cruzaram o Atlântico em busca de liberdade religiosa e novas oportunidades. Todavia, esses calvinistas optaram pelo forma de governo congregacional, não pelo sistema presbiteriano.

��149

Page 150: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Muitos calvinistas que aceitavam a forma de governo presbiteriana vieram do continente europeu. Dentre os primeiros estavam os holandeses que fundaram Nova Amsterdã (depois Nova York) em 1623. Os huguenotes franceses também foram em grande número para a América do Norte, fugindo da perseguição religiosa em sua pátria. Um numeroso contingente de reformados alemães igualmente emigrou para os Estados Unidos entre 1700 e 1770. Esses imigrantes formaram as suas próprias denominações e mais tarde muitos deles ingressaram na Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos.

Muitos presbiterianos escoceses foram diretamente da Escócia para os Estados Unidos nos primeiros tempos da colonização. Todavia, foram os escoceses-irlandeses os principais responsáveis pela introdução do presbiterianismo naquele país. Durante o século XVIII, pelo menos 300 mil cruzaram o Atlântico. Eles se radicaram principalmente em Nova Jersey, Pensilvânia, Maryland, Virgínia e nas Carolinas. No oeste da Pensilvânia, eles fundaram Pittsburgh, por muito tempo a cidade mais presbiteriana dos Estados Unidos. O Rev. Ashbel Green Simonton, o introdutor do presbiterianismo no Brasil, era descendente desses escoceses-irlandeses da Pensilvânia.

No século XVII as comunidades presbiterianas dos Estados Unidos viviam dispersas. Foi só no início do século seguinte que elas começaram a unir-se em concílios. Nesse esforço, destacou-se o Rev. Francis Makemie (1658-1708), considerado o “pai do presbiterianismo americano.” Ordenado na Irlanda do Norte em 1683, ele foi logo em seguida para a América do Norte. Makemie fundou diversas igrejas em Maryland e viajou extensamente encorajando os presbiterianos. Como a Igreja Anglicana era a igreja oficial de várias colônias, ele sofreu muitas perseguições. Chegou mesmo a ser preso em Nova York em 1706.

Sob a liderança de Makemie, foi organizado em 1706 o Presbitério de Filadélfia. Em 1717, organizou-se o Sínodo de Filadélfia, composto de quatro presbitérios. Ao todo, a denominação tinha apenas dezenove pastores, quarenta igrejas e cerca de três mil membros. Em 1729, foi aprovado o “Ato de Adoção,” que aceitou a Confissão de Fé e os Catecismos de Westminster como padrões doutrinários do Sínodo. De 1741 a 1758, os presbiterianos dividiram-se em dois grupos por causa de diferenças acerca do avivamento e da educação teológica: Ala Velha (Sínodo de Filadélfia) e Ala Nova (Sínodo de Nova York).

��150

Page 151: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

Nesse período de divisão, vários evangelistas notáveis como Samuel Davies, Alexander Craighead e Hugh McAden trabalharam com grande êxito no sul do país, especialmente na Virgínia e nas Carolinas. Durante a Revolução Americana, os presbiterianos tiveram uma atuação destacada. O Rev. John Witherspoon (1723-1794), um escocês que foi presidente da Universidade de Princeton por vinte e cinco anos, foi o único pastor que assinou a Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776. Muitos presbiterianos lutaram na guerra da independência.

Em 1788, o Sínodo de Nova York e Filadélfia dividiu-se em quatro (Nova York e Nova Jersey, Filadélfia, Virgínia e Carolinas). No dia 21 de maio de 1789, reuniu-se pela primeira vez a “Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América.” Naquela época, a Igreja Presbiteriana era a denominação mais influente do país. Em 1800, contava com 180 pastores, 450 igrejas e cerca de 20 mil membros.

Em 1801, presbiterianos e congregacionais iniciaram um trabalho cooperativo conhecido como “Plano de União.” O objetivo era evangelizar com mais eficiência a população que estava indo para o oeste, a chamada “fronteira.” Foi esse o período do avivamento conhecido como Segundo Grande Despertamento. O resultado foi um avanço fenomenal. Em 1837, a Igreja Presbiteriana já contava com 2140 pastores, quase 3000 igrejas e 220 mil membros. O Seminário de Princeton foi fundado em 1812. Entre seus grandes professores estiveram Archibald Alexander, Charles Hodge, A.A. Hodge e Benjamin B. Warfield.

Devido a uma controvérsia sobre os requisitos para a ordenação de ministros, surgiu em 1810 a Igreja Presbiteriana de Cumberland, no Tennessee. Uma divisão mais séria ocorreu entre os grupos conhecidos como Velha Escola e Nova Escola, aquele sendo mais apegado aos padrões de Westminster do que este. Em 1837, a Velha Escola obteve a maioria na Assembléia Geral, cancelou o Plano de União de 1801 e excluiu quatro sínodos inteiros, dividindo ao meio a denominação. No mesmo ano, foi criada a Junta de Missões Estrangeiras, sediada em Nova York, que 22 anos mais tarde enviaria o seu primeiro missionário ao Brasil.

Finalmente, em 1857 e 1861 ocorreram novas divisões, desta vez ocasionadas pelo problema da escravidão. As igrejas Nova Escola e Velha Escola do sul, favoráveis à escravidão, separaram-se das do norte. Eventualmente, foram criadas duas grandes denominações presbiterianas, a Igreja do Norte (PCUSA) e a Igreja do Sul (PCUS). Os

��151

Page 152: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

missionários pioneiros dessas duas igrejas chegaram ao Brasil respectivamente em 1859 (Ashbel G. Simonton) e 1869 (Edward Lane e George N. Morton).

��152

Page 153: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 2 2

PRESBITERIANISMO NO BRASIL

Texto de Alderi Souza de Matos 30

Para sua melhor compreensão, a história da IPB tem sido dividida em períodos claramente delimitados. A seguir são apresentados os principais dados de cada um desses períodos.   1. IMPLANTAÇÃO (1859-1869)

O missionário fundador da IPB, Ashbel Green Simonton (1833-1867), da Igreja Presbiteriana do Norte dos EUA (PCUSA), chegou ao Brasil em 1859. Nos anos seguintes, ele criou a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro (1862), o jornal Imprensa Evangélica (1864), o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e o “Seminário Primitivo” (1867). Outras igrejas fundadas nesse período foram as de São Paulo, Brotas, Lorena, Borda da Mata e Sorocaba. Chegaram novos obreiros, como Alexander Blackford, Francis Schneider e George Chamberlain, e foi ordenado o primeiro pastor nacional, José Manoel da Conceição (1822-1873).

  2. CONSOLIDAÇÃO (1869-1888)   Em 1869, chegaram os primeiros missionários da Igreja do Sul dos EUA (PCUS), George N. Morton e Edward Lane, que se estabeleceram em Campinas. Os missionários da PCUS evangelizaram a região da Mogiana, o oeste de Minas, o Triângulo Mineiro e o sul de Goiás. Também atuaram no Nordeste e no Norte, de Alagoas até a Amazônia. Os principais foram John R. Smith, John Boyle, DeLacey Wardlaw e George W. Butler. Por sua vez, os missionários da Igreja do Norte

Fonte: http://www.mackenzie.br/7088.html 30

��153

Page 154: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

atuaram na Bahia e Sergipe e no sudeste-sul (do Rio de Janeiro a Santa Catarina). Em 1870, o Rev. Chamberlain fundou a Escola Americana de São Paulo, precursora do Mackenzie College, e em 1873 Morton e Lane criaram o Colégio Internacional, em Campinas. Entre os pastores nacionais desse período estiveram Modesto Carvalhosa, Antônio Trajano, Miguel Torres, Antônio Pedro de Cerqueira Leite, Eduardo Carlos Pereira, Zacarias de Miranda e Belmiro César. As igrejas-mães também enviaram educadoras como Mary Dascomb, Elmira Kuhl e Charlotte Kemper.

3. DISSENSÃO (1888-1903)   Em setembro de 1888 foi organizado o Sínodo, composto de três presbitérios, 20 missionários, 12 pastores e 60 igrejas. A IPB tornou-se autônoma, desligando-se das igrejas norte-americanas. O Seminário começou a funcionar em Nova Friburgo e depois se transferiu para São Paulo. O Mackenzie College foi criado em 1891, sendo seu primeiro presidente o Dr. Horace Manley Lane. Por causa da febre amarela, o Colégio Internacional foi transferido de Campinas para Lavras, e mais tarde veio a chamar-se Instituto Gammon. A cidade de Garanhuns começou a tornar-se um grande centro da obra presbiteriana no Nordeste. Foram lançadas as bases de duas importantes instituições: o Colégio Quinze de Novembro e o Seminário do Norte. No final desse período a Igreja Presbiteriana chegou ao Pará, ao Amazonas e a Santa Catarina. A igreja também iniciou a ocupação do leste de Minas. Em 1903, o Rev. Eduardo Carlos Pereira e seus companheiros fundaram a Igreja Presbiteriana Independente.   4. RECONSTITUIÇÃO (1903-1917)   Em 1906 o Sínodo contava com 77 igrejas e cerca de 6500 membros. Em fevereiro de 1907, o Seminário foi transferido para Campinas, ocupando a antiga propriedade do Colégio Internacional. No mesmo ano, o Sínodo dividiu-se em dois (Norte e Sul) e em 1910 foi organizada a Assembléia Geral, tendo como primeiro moderador o Rev. Álvaro Reis. Nessa época, a IPB já estava com 10 mil membros comungantes e cerca de 150 igrejas, em sete presbitérios. Em 1911, a igreja enviou a Portugal o seu primeiro

��154

Page 155: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

missionário, Rev. João Marques da Mota Sobrinho. A Missão Sul da PCUS passou a atuar em duas frentes: Missão Leste (Lavras) e Missão Oeste (Campinas). O Rev. William Waddell fundou uma influente escola em Ponte Nova, na Bahia. Teve início a obra presbiteriana no Mato Grosso: os pioneiros foram Franklin Graham (1913) e Filipe Landes (1915). Em 1917, foi aprovado o Modus Operandi, um acordo entre a igreja brasileira e as missões norte-americanas pelo qual os missionários desligaram-se dos concílios da IPB, separando-se os campos nacionais (presbitérios) dos campos das missões.   5. COOPERAÇÃO (1917-1932)

O maior líder desse período foi o Rev. Erasmo Braga (1877-1932). Em 1916, ele participou com dois colegas do Congresso da Obra Cristã na América Latina, no

Panamá. Poucos anos depois, tornou-se o secretário da Comissão Brasileira de Cooperação, entidade que liderou um grande esforço cooperativo entre as igrejas evangélicas do Brasil. Foi fundado no Rio de Janeiro o Seminário Unido. Outros esforços cooperativos do período foram o Instituto José Manoel da Conceição, fundado pelo Rev. William Waddell em Jandira, perto de São Paulo (1928), e a Associação de Catequese dos Índios (1928), depois Missão Evangélica Caiuá, em Dourados (MS).   Em 1921, o Seminário do Norte foi transferido para Recife. Os principais periódicos presbiterianos eram O Puritano e o Norte Evangélico. Em 1921 morreu o Rev.

Antônio Bandeira Trajano. Com ele desapareceu a primeira geração de obreiros presbiterianos no Brasil. Vários pastores deram valiosa contribuição de ordem intelectual e literária: Antônio Trajano (Álgebra Elementar), Eduardo Carlos Pereira (Gramática Expositiva), Otoniel Mota (O Meu Idioma) e Erasmo Braga (Série Braga).   6. ORGANIZAÇÃO (1932-1959)   Nas décadas de 1930 a 1950, a IPB aperfeiçoou a sua estrutura, criando entidades voltadas para o trabalho feminino, a mocidade, missões nacionais e estrangeiras,

��155

Page 156: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

literatura e ação social. Em 1940 foi organizada a Junta Mista de Missões Nacionais, com representantes da igreja e das missões norte-americanas. Em 1944 surgiu a Junta de Missões Estrangeiras e em 1950 foi criada a Missão Presbiteriana da Amazônia. Também houve a criação da Casa Editora Presbiteriana (1945). Neste período, a IPB

participou de vários outros movimentos cooperativos: Associação Evangélica Beneficente, Confederação Evangélica do Brasil, Sociedade Bíblica do Brasil, Centro Áudio-Visual Evangélico. Em 1957 a IPB contava com seis sínodos, 41 presbitérios, 489 igrejas, 369 ministros, 89.741 membros comungantes e 71.650 não-comungantes.   O período terminou com a comemoração

do centenário do presbiterianismo no Brasil. A Campanha do Centenário foi lançada em 1946. Realizou-se uma grande campanha evangelística em 1952. Outras medidas foram a criação do Museu Presbiteriano, do Seminário do Centenário e do jornal Brasil Presbiteriano (1958), resultante da fusão de O Puritano e Norte Evangélico. O lema do centenário foi: “Um ano de gratidão por um século de bênçãos”.

7. POLARIZAÇÃO (1959-1986)   Nesse período, a igreja sofreu o forte impacto dos acontecimentos políticos ocorridos no Brasil, que resultaram no regime militar (1964-1984). Intensificou-se a polarização entre conservadores e progressistas que já vinha se manifestando há alguns anos. Os conservadores, defensores da teologia reformada tradicional, foram vitoriosos nesse confronto quando o Rev. Boanerges Ribeiro foi eleito presidente do Supremo Concílio, e reeleito duas vezes, a única vez em que isso ocorreu na história da IPB (1966-1978).   Boanerges foi sucedido por Paulo Breda Filho (1978-1986), o único presbítero a ocupar o cargo maior da igreja. Ao lado de grandes tensões, também houve desdobramentos construtivos como a transferência da Universidade Mackenzie para a IPB, a ampliação do trabalho de missões nacionais e estrangeiras, o aumento significativo do número de igrejas e concílios, e o crescimento numérico da denominação, que se aproximou da marca de meio milhão de membros comungantes e não-comungantes.

��156

Page 157: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

8. PERÍODO ATUAL   Nas últimas décadas a IPB continuou a crescer e a diversificar as suas atividades. O ambiente político e teológico tornou-se mais conciliador, num ambiente de crescente pluralismo, mas ainda persistem tensões latentes. A igreja sofre o impacto dos novos movimentos que tem afetado o protestantismo brasileiro, especialmente nas áreas litúrgica e doutrinária. O neopentecostalismo tem exercido fascínio sobre muitos pastores e comunidades. No aspecto positivo, destacam-se a maior preocupação com a educação teológica, a criação de vínculos com igrejas reformadas ao redor do mundo, o investimento em missões transculturais, o notável crescimento na área de publicações e a utilização dos meios de comunicação de massa, como a televisão e a Internet.

9. CRONOLOGIA DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL

1859 – primeiro missionário presbiteriano chega ao Brasil (Ashbel G. Simonton) 1862 – fundação da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro 1864 – criação do jornal Imprensa Evangélica 1865 – organização do Presbitério do Rio de Janeiro 1865 – organização das Igrejas de São Paulo e Brotas 1865 – ordenação do primeiro pastor evangélico brasileiro (José Manoel da Conceição) 1867 – Simonton cria no Rio de Janeiro o “Seminário Primitivo” 1869 – chegam os primeiros missionários da PCUS (George Morton e Edward Lane) 1870 – fundação da Escola Americana de São Paulo 1873 – fundação do Colégio Internacional em Campinas 1873 – início da obra presbiteriana no nordeste (Recife) 1888 – organização do Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil 1891 – criação do Colégio Protestante de São Paulo (Mackenzie College) 1892 – Seminário Presbiteriano inicia atividades em Nova Friburgo 1893 – lançamento do jornal O Estandarte, em São Paulo 1893 – início do Colégio Evangélico em Lavras (MG), mais tarde Instituto Gammon 1895 – Seminário Presbiteriano é transferido para São Paulo 1898 – assassinato do crente Manoel Correia Vilela em Pernambuco 1899 – lançamento do jornal O Puritano, no Rio de Janeiro 1899 – primórdios do Seminário Presbiteriano do Norte em Garanhuns (PE) 1900 – organização da Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo

��157

Page 158: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

1903 – criação da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil 1904 – fundação do Colégio Americano de Pernambuco (Agnes Erskine) 1907 – Seminário Presbiteriano é transferido para Campinas 1908 – início das atividades do Colégio 15 de Novembro, em Garanhuns 1908 – surgimento do jornal Norte Evangélico, em Garanhuns 1909 – templo de São José do Calçado (ES) é queimado por fanáticos 1910 – organização da Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana do Brasil 1911 – primeiro missionário da IPB em Portugal (Rev. Mota Sobrinho) 1916 – Rev. Erasmo Braga e outros líderes participam do Congresso do Panamá 1917 – IPB e missões americanas fazem acordo de cooperação (Modus Operandi) 1919 – Seminário Unido inicia atividades no Rio de Janeiro 1921 – Seminário do Norte é transferido para Recife 1925 – segundo missionário da IPB em Portugal (Rev. Pascoal Luiz Pitta) 1928 – fundação do Instituto José Manoel da Conceição em Jandira (SP) 1928 – fundação da Missão Evangélica Caiuá em Dourados (MS) 1933 – fundação do Instituto Bíblico Eduardo Lane – IBEL (Patrocínio, MG) 1934 – criação da Confederação Evangélica do Brasil (CEB) 1937 – primeira Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil

��158

Page 159: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

A U L A 2 2

EU, UM PRESBITERIANO? 31

Ser presbiteriano envolve certas convicções, práticas e histórias que se entrelaçam para forjar uma teia de identidade pessoal. Essa identidade presbiteriana pode incluir pontos comuns com outros crentes evangélicos (por exemplo, a maior parle dos cristãos afirmaria a crença na prioridade da graça e muitos concordariam com a necessidade da Escritura para disciplinar o culto todavia os presbiterianos têm a tendência de enfatizar essas convicções e práticas de certas maneiras que são influenciadas pelas histórias que contamos sobre nós mesmos e sobre nossas convicções e praticas. Colocando de modo mais técnico, as convicções e práticas estão implantadas nas histórias e essas histórias fornecem as estruturas narrativas que tomam compreensíveis nossas convicções e práticas.

Evidentemente, eu não disse tudo o que poderia ser dito em qualquer das seções do livro. Por exemplo, os presbiterianos tem muito a dizer sobre uma série de questões mais "públicas", como igreja e estado, educação e relações entre os gêneros. Ao não falar dessas coisas, na verdade fiz uma declaração importante, a saber, que o presbiterianismo. no que tem de melhor. se concentra em questões espirituais - o relacionamento com Deus por meio de Cristo e uma vida de serviço ao próximo. Ele não se identifica (ou não deve se identificar) com posturas políticas especificas ou particularidades regionais. O fato de que fez isso no passado na verdade reforça o ensino presbiteriano sobre a continua realidade do pecado na vida de homens e mulheres.

Além disso, existem outras historias presbiterianas sobre as quais eu disse pouco. Por exemplo, existe toda uma tradição do presbiterianismo escocês que recebeu poucas referências neste livro, a saber, os "Convenanters". Eles foram indivíduos resolutos que resistiram às tentativas feitas pelos anglicanos no século 17 de impor à Igreja da Escócia o Livro de Oração Comum. Esses cristãos possuíam certas crenças sobre o relaciona mento entre a igreja e o estado, mas suas crenças sobre o cântico de salmos eram igualmente importantes. Seus descendentes continuam em promover a “salmódia exclusiva" e são representados pela Igreja Presbiteriana Reformada da América do Norte. Outra história que não foi mencionada é a dissidência da PC(USA), no início dos

Epílogo do livro: “O Cristão Presbiteriano” 31

��159

Page 160: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

anos 80. que levou à criação da atual Igreja Presbiteriana Evangélica (EPC). Essa denominação é encontra da principal mente no norte dos Estados Unidos e tem como lema “unidade no essencial, liberdade no não essencial e caridade cm tudo". Esse lema é uma de suas principais justificativas para permitir que as igrejas elejam e ordenem presbíteras.

Obviamente existem mais coisas, muito mais. sobre as quais eu poderia ter escrito. Porém, fazê-lo teria resultado em um livro muito maior e me nos útil. Embora algumas pessoas fiquem a imaginar se é possível descrever o “presbiterianismo puro e simples" (ou o que gosto de chamar o “bom e velho" presbiterianismo), o que tentei fizer neste livro foi manter o enfoque no grande terreno comum daquilo que os presbiterianos conservadores dos Estados Unidos têm crido há mais de 300 anos.

Bem, talvez você esteja lendo estas páginas porque está pensando em se tornar membro de uma igreja presbiteriana, em especial uma igreja local filiada à IPB. Ou talvez você seja estranho ao presbiterianismo, mas gostaria de fazer parte de uma igreja da IPB. E a questão com que você se defronta é: Como alguém se toma um presbiteriano?

Existem duas respostas a esse pergunta, uma de procedimento e outra mais psicológica. Os procedimentos necessários para que alguém se torne membro de uma igreja presbiteriana na realidade são bastante simples. O requisito mais básico é “dar um testemunho de [sua] experiência cristã ao Conselho da igreja" (BCW 57-6).-’ O que os presbíteros querem ouvir é uma declaração aceitável de sua fé. E essa declaração aceitável de fé que os presbíteros buscam ouvir está muito bem sintetizada no compromisso de membro que você deverá assumir:

- Você promete sustentar a igreja em seu culto e trabalho na medida de sua capacidade?

- Você se submete ao governo c disciplina da igreja, c promete buscar sua pureza e paz? (BCW 57-5)

- Você se reconhece como pecador aos olhos de Deus, merecendo com justiça o seu desprazer, não tendo qualquer esperança a não ser em sua soberana misericórdia?

��160

Page 161: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

- Você cré no Senhor Jesus Cristo como o Filho de Deus e o Salvador dos pecadores, e o recebe e repousa para a salvação somente nele, como é oferecido no evangelho.

- Você resolve e promete, em humilde dependência da graça do Espirito Santo, que irá se esforçar para viver como convém aos seguidores de Cristo?

Essas perguntas na verdade representam a essência da fé cristã. O primeiro voto pergunta se você reconhece que é um pecador que merece a condenação divina. A seguir, o segundo compromisso de membro pergunta se você recebe a Cristo e descansa nele somente para a salvação, conforme ele é oferecido no evangelho. A terceira e a quarta perguntas sondam se você está disposto a viver uma vida de discipulado cristão, tanto individualmente, conforme motivado e transformado pelo Espirito, quanto coletivamente, no culto e no trabalho da IPB. O voto final pergunta se você irá se submeter ao governo e à disciplina da IPB, conforme sintetizados no Manual Litúrgico da igreja.

Este último ponto é importante: quando você se torna membro de uma igreja presbiteriana, seu nome é incluído no rol de membros da igreja local, mas você de fato é um membro da Igreja Presbiteriana do Brasil. Você se submete à disciplina da IPB conforme manifesta em uma congregação local particular porém, como é verdadeiro o que dissemos no capitulo sobre o governo (lembre-se: as partes estão no todo e o lodo está nas partes), sua “lealdade" não é dirigida a um grupo particular de presbíteros, e muito menos a um pastor em particular, mas a igreja como um todo e acima de tudo a Cristo, o Rei.

Essencialmente, isso é tudo o que se requer para que alguém se tome um presbiteriano: algumas igrejas podem ter uma classe para novos membros, outras igrejas podem exigir que você assuma esses votos diante da congregação. Mas o procedimento para se tornar um presbiteriano é bastante simples. A psicologia de se tomar presbiteriano é que pode ser mais dificil. O que quero dizer? Tudo isso retoma à questão da identidade. Pense nas maneiras pelas quais você se identifica: esses rótulos na verdade são marcadores de identidade que podem ter grande peso psicológico Alguns rótulos podem ser modificados com pequena dificuldade: por exemplo, eu já me mudei tantas vezes que deixar de ser um torcedor dos "Phillies" de Filadélfia para torcer pelos “Cardinais" (Cardeais) de Saint Louis não exigiu grande esforço. Outros

��161

Page 162: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

fatores de identidade podem ser mais dificeis de alterar: mudança de carreira (“eu era advogado, mas agora sou professor"), filiação a um partido político, adesão religiosa.

É por isso que deixar de se ver como batista ou católico romano paru se tornar um presbiteriano pode envolver um grande preço para a vida emocional, tanto em termos pessoais quanto familiares O custo pessoa) pode envolver um intenso esforço mental; às vezes eu digo às pessoas que isso é como você se imaginar com um tipo diferente de roupas. Se você está acostumado a se ver de certa maneira, com um determinado conjunto de roupas (como um batista do sul, por exemplo), pode ser desafiador mudar essas roupas e se ver de uma nova maneira (como presbiteriano). Porém, para muitas pessoas o preço em termos familiares pode ser mais desafia dor. Pais ou irmãos podem ficar imaginando por que a igreja em que você cresceu não foi “boa o suficiente" para você. Os cônjuges podem se sentir muito desconfortáveis quando você realiza uma viagem da qual eles não participam. Os filhos podem lutar com a ideia de deixar uma igreja a fim de ir para outra, particularmente se ela tiver um “jeito" diferente em termos de culto ou estruturas eclesiásticas.

Eu reconheço que esses desafios psicológicos são reais e muitas vezes bastante dolorosos. No entanto, se você se identifica profundamente com as convicções, práticas e histórias presbiterianas que descrevi neste livro, provavelmente não ficará satisfeito até que abrace uma identidade presbiteriana de modo pleno e alegre. Além disso, existem muitas pessoas nas igrejas da 1PB que fizeram a mesma jornada e estão prontas para amar você e recebê-lo de braços abertos. Finalmente, você experimentará um sentimento de alívio quando finalmente estiver numa igreja que crê e prática o cristianismo da maneira como você o vê refletido na Escritura Sagrada. Ainda que o preço possa parecer alto, os beneficios compensam a jornada.

Assim, eu o convido a unir-se a nós nessa jornada de se tornar um presbiteriano. Ao fazê-lo, você poderá se sentir pouco à vontade no início, como se sentiria ao aprender algo novo e pouco familiar. Porém, no final, estar com um povo que anseia por ser “fiel às Escrituras, leal à fé reformada e obediente à Grande Comissão" lhe trará grande alegria. Acima de tudo, você irá participar de um modo de viver que trará grande glória a Deus somente: a ele seja toda a glória e o louvor!

��162

Page 163: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

ANOTAÇÕES DE AULA ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

��163

Page 164: Apostila: Conheça sua Igreja

CONHEÇA SUA IGREJA EBD | IGREJA PRESBITERIANA DO BAIRRO AMAMBAÍ

��164

Você tem alguma crítica, sugestão ou opinião para esse material?

Ficaria muito feliz em recebê-la Envie um email para: [email protected]