APOSTILA DE CABOS DE AÇO_última revisão

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Elaborado por:

BELGO BEKAERT ARAMES LTDA CABOS CIMAFAv. Marechal Rondon, 1215 Centro CEP: 06093-900 Osasco SP Brasil Tel: 0800 709 3777 [email protected]

Direitos AutoraisNo permitida reproduo total ou parcial, sem autorizao por escrito da BELGO BEKAERT ARAMES LTDA. - CABOS CIMAF

HISTRICO ......................................................................... pg. 3 COMPONENTES BSICOS ............................................... pg. 5 ARAMES DE AO ............................................................... pg. 5 FABRICAO DE CABOS DE AO ................................ pg. 5 ESPECIFICAO ................................................................ pg. 6 Dimetro .................................................................. Construo ............................................................... Tipo de Alma ............................................................ Toro ....................................................................... Acabamento.............................................................. Resistncia dos arames ........................................... Pr-formao .......................................................... pg. 6 pg. 6 pg. 8 pg. 9 pg. 11 pg. 11 pg. 13

MANUSEIO E ARMAZENAMENTO................................

pg. 14 pg. 14 pg. 14 pg. 14 pg. 14 pg. 15

Manuseio de bobinas por Empilhadeira ............. Manuseio de bobinas por Talha .......................... Manuseio de bobinas Manualmente ................... Armazenamento de bobinas ................................ Manuseio de Cabos de ao....................................

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MANUTENO DE CABOS E PARTES DO EQUIPTO

pg. 17 pg. 17 pg. 20

Polias e Tambores.................................................. Lubrificao ...........................................................

INSPEO EM CABOS DE AO (ASME B30.2 e B30.5)

pg. 22 pg. 22 pg. 22

Inspeo Freqente ............................................... Inspeo Peridica ................................................ Critrios de Substituio.... pg. 22 Reduo do Dimetro ...................................... Corroso ............................................................ Arames Rompidos ............................................ Danos por temperatura..................................... Danos por distoro ......................................... Registro de Inspeo .......................................

pg. 22 pg. 22 pg. 23 pg. 25 pg. 25 pg. 26

INSPEO EM CABOS DE AO (ABNT NBR ISO 4309)

pg. 28

Inspeo e Descarte ..................................... pg. 28 Notas Importantes ........................................ pg. 33 Registros de inspeo ................................. pg. 37 Defeitos mais freqentes em cabos de ao pg. 40 LAOS EM CABOS DE AO ................................................. pg. 40

Inspeo em Laos ....................................... pg. 43 Registros de Inspeo de Laos ................. pg. 46 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................... pg. 48

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O cabo de ao provavelmente uma das ferramentas mais antigas que o homem vem utilizando ao longo de sua histria. J os povos primitivos usavam cips e juncos torcidos para construir abrigos, embarcaes e pontes. Escavaes arqueolgicas revelam que na idade da pedra, o homem pr-histrico fabricava redes de pesca a partir de cabos de fibra. H mais de 5000 anos atrs os egpcios, principalmente, j se utilizavam cabos para vrios usos. Estes eram diferentes dos utilizados atualmente: constituam-se de arames de metais preciosos e eram utilizados principalmente para fins ornamentais. Esses arames eram fabricados forjando-se uma chapa de metal, da qual era retirada uma tira bem fina que ento era novamente forjada at ficar bastante delgada. Paralelamente os Gregos e os Romanos desenvolveram tcnicas para transformar cobre e bronze em fios que eram utilizados para atar pranchas na fabricao de barcos. Outras formas de cabos foram desenvolvidas nesse perodo, mas foi em 1816 e 1840 que realmente o cabo de ao nasceu. No incio do sculo XIX a indstria de minerao utilizava-se de equipamentos para elevao de carga sendo seus principais componentes as cordas de fibra e as correntes de ferro. Naquele tempo as cordas de fibra tinham de ser importadas da Alemanha a um alto custo e s eram recomendadas para serem utilizadas em ambientes com pouca umidade. J as correntes de ferro por outro lado, alm de terem alto peso prprio, tambm eram pouco confiveis, pois, qualquer falha em um s elo da corrente poderia trazer conseqncias fatais. A 23 de Julho de 1834 um engenheiro de minas alemo chamado Wilhelm August Julius Albert testou o primeiro cabo de ao da histria do mundo em um poo profundo (484m) em uma mina de prata na Alemanha. Consistia de 3 pernas tranadas a mo, cada uma com quatro arames de ferro de aproximadamente 3,5mm de dimetro. Possua tambm uma resistncia 6

vezes superior a de uma corda de sisal de mesmo dimetro e 4 vezes a de uma corrente que por sua vez era oito vezes mais pesada. Ocupava ainda somente 1/3 do espao necessrio para as correntes, nas bobinas de enrolamento. A principal vantagem, porm, para os usurios, era de que a ruptura de alguns arames j alertava para a eminente falha no sistema de elevao. Os anos subseqentes a esta descoberta tornaram-se um perodo de grande desenvolvimento deste produto. Tom Seale em 1884, a pedido do ento governador da Califrnia Leland Standford, ficou incumbido de operacionalizar os CABLES CAR bondinhos puxados por cabos de ao que at hoje esto em operao. Por ser uma cidade montanhosa So Francisco inviabilizava o uso de bondes puxados a cavalos, e as mquinas a vapor por outro lado eram ineficientes, pois no conseguiam vencer os aclives e declives, devido ao seu alto peso prprio. A soluo encontrada foi um sistema de cabos de ao com circulao contnua sob o solo, onde os bondinhos eram conectados e desconectados quando necessrio. Seale observou tambm que as pernas fabricadas com o mesmo nmero de arames em duas camadas com propores adequadas (no seu caso era 6x19 1+9+9), caracterizava uma perna resistente e bem arredondada, o que proporcionou naquela poca um resultado extraordinrio, com relao a durabilidade dos cabos, j que estes eram os principais responsveis pelo alto custo operacional do sistema. Em 1889 um engenheiro americano, James Stone, conjuntamente com o fabricante de cabos Wasburn and Moen produziram uma perna entre a primeira e a segunda camada com arames de enchimento: a perna filler havia nascido, a qual hoje, mais de cem anos depois provavelmente a mais utilizada em todo o mundo. bem provvel que a perna Warrington tenha sido inventada neste mesmo perodo, porm, o

seu inventor desconhecido e tambm no se tem certeza a respeito da origem deste nome.

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No Brasil a histria de cabos de ao se confunde muito com a histria da CIMAF e foi a partir da dcada de 50 e apenas nas bitolas mais comuns, ou seja, 3/8, e 5/8, que os cabos de ao comearam a serem produzidos. At aquela poca os cabos de ao eram importados. Foi somente no incio dos anos 70 que a indstria de cabos comeou realmente a se desenvolver, chegando a ponto de hoje podermos fabricar cabos de ao de 1,20mm 152,0mm, com padro de qualidade igual ou mesmo superior a dos principais fabricantes do mundo.

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FABRICAO DO CABO DE AO A fabricao do cabo de ao feita em duas etapas: O cabo de ao composto por dois componentes bsicos: a perna e a alma, sendo a perna formada por arames. O arame pode ser fabricado com diversos tipos de material como: ao carbono, bronze, cobre e ao inox. O material usado na fabricao do cabo depender da aplicao o qual o mesmo ser submetido. Estaremos explicando cabos fabricados com arames de ao. de aoARAME CENTRAL

1 ETAPA Consiste na toro de vrios arames em torno de um arame central.ARAMES PERNA

ARAMES DE AO Para atender s diversas necessidades de dimetros e construes de cabos de ao, so necessrios os arames em uma gama muito grande de dimetros. Na CIMAF usamos do 0,14mm 5,50mm em nossa linha de produo. Esses dimetros so conseguidos atravs de um processo denominado TREFILAO. A trefilao consiste na passagem de um arame (FIO MQUINA) atravs de uma ferramenta chamada fieira, que devido suas caractersticas geomtricas promove a reduo do dimetro do arame.

Esta etapa poder ser realizada em 1, 2 ou mais operaes. Analisando as figuras abaixo, podemos observar que as pernas fabricadas em apenas 1 operao possuem os arames da camada externa posicionados paralelamente com os arames da camada interna. Este posicionamento promove uma maior rea de contato. J em pernas fabricadas em duas ou mais operaes, observam pontos isolados de apoio entre os arames da camada externa e as da camada interna, promovendo um desgaste pontual acentuado.

FIO MQUINA 5,50 12,0 mm FIEIRA

ARAME 0,18 5,50 mm

importante ressaltar que, este processo no provoca marcas no arame, mas sim uma deformao a frio por encruamento. Este processo causa no arame um aumento de resistncia trao reduzindo sua ductilidade. Em alguns casos h necessidade de submeter o arame a um tratamento trmico chamado PATENTEAMENTO.

Perna fabricada em 2 ou mais operaes

Perna fabricada em 1 operao

Sendo assim, os cabos de ao fechados com pernas fabricadas em apenas 1 operao apresentam: Maior flexibilidade; Maior resistncia Fadiga; Maior resistncia compresso lateral; Maior uniformidade na distribuio da carga entre os arames;

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Menor desgaste interno.

2 ETAPA Partindo do mesmo princpio de fabricao das pernas, a Segunda etapa visa o fechamento das pernas em torno de uma alma que poder ser de AO ou FIBRA.CABO DE AO

deve ser seguida pelo fabricante. Para cabos de ao novos, tanto a NBR 6327, quanto a API SPEC 9A admitem uma variao de 1% +5% do dimetro nominal. Outra dificuldade como medir o dimetro prtico. O mesmo deve ser obtido medindose dois pontos distanciados, no mnimo 30 vezes seu dimetro nominal, em dois planos a cada ponto onde cada aba do paqumetro devera ser posicionada apoiando-se em apenas uma perna de cada lado, como mostra a figura abaixo.

ALMA PERNAS

ESPECIFICAO A correta especificao de cabos de ao de vital importncia, pois, seu bom desempenho em campo ser definido a partir da especificao. Estaremos estudando seis itens que devero ser considerados durante a especificao do cabo de ao. a) dimetro Os dimetros dos cabos de ao podem ser subdivididos em dois tipos: Dimetro Nominal Podemos dizer que este dimetro o NOME do cabo de ao. Geralmente usado para facilitar o pedido do produto. O dimetro nominal tambm utilizado em clculos. Neste caso, deve-se usar o valor em polegadas convertendo-o na unidade a ser adotada. Dimetro Real ou Prtico Este dimetro a medida real da bitola do cabo verificada com ajuda de um instrumento de medio (geralmente paqumetro).

CERTO

ERRADOA medio deve ser evitada prximo s extremidades do cabo de ao, ou seja, um comprimento menor que 10 vezes o dimetro nominal do cabo de ao, evitandose medidas enganosas. b) construo Antes de falarmos em construo, devemos esclarecer uma dvida muito comum. Qual a relao entre Construo e Classe? As normas apresentam as Classes como famlias, ou seja, 6x7; 6x19; 6x37; 8x19 entre outras. Cada Classe por sua vez, rene vrias construes cada qual pode apresentar um melhor desempenho em uma determinada aplicao. A norma NBR 6327 contempla as classes conforme tabela a seguir:

Devido tolerncia do dimetro dos arames e da alma, dificilmente o dimetro nominal ser igual ao dimetro real. Sendo assim, as normas contemplam uma tolerncia que

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CLASSE 6X7 6x19 6x37 8x19 8x37 18X7 34X7

DESCRIO At 7 arames por perna De 15 a 26 arames por perna De 27 a 49 arames por perna De 15 a 26 arames por perna De 27 a 49 arames por perna 18 pernas no cabo 34 pernas no caboDevido sua caracterstica, os cabos fabricados com pernas na composio SEALE possuem alta resistncia abraso, alta resistncia amassamentos, porm, pouca resistncia fadiga por flexo. Cabos de ao fabricados com pernas nesta composio so recomendados para aplicaes onde os mesmos sero submetidos a acentuado desgaste por abraso. WARRINGTON A composio WARRINGTON composta por uma ou mais camadas constitudas de arames com dimetros diferentes e alternados.

*Extrado NBR 6327 pg. 4

A construo um termo genrico empregado para indicar: o nmero de pernas do cabo, o nmero de arames que compe cada perna, a sua composio e o tipo de alma. Observando a figura abaixo dizemos que a construo deste cabo 6x7, pois observamos 6 pernas contendo cada perna 7 fios.

PERNA ALMA ARAMEDesta forma a leitura da construo de um cabo faz-se da seguinte forme:

6 X 7 + AA

tipo de alma n de arames por perna n de pernas

Observamos, no entanto, que em algumas construes encontramos alm do nmero de pernas, nmero de arames por perna e o tipo de alma, as nomenclaturas: FILLER, WARRINGTON e SEALE. As mesmas so denominadas COMPOSIES. As COMPOSIES possuem as seguintes caractersticas: SEALE A composio SEALE composta de uma camada (geralmente a externa) formada com arames de dimetro superior aos dimetros dos arames da camada imediatamente inferior.

Devido sua caracterstica, os cabos fabricados com pernas na composio WARRINGTON possuem alta resistncia fadiga por flexo e mdia resistncia ao desgaste por abraso. Estes cabos so recomendados aplicaes onde se caracteriza acentuada fadiga por flexo. para uma

FILLER A palavra FILLER pode ser traduzida do ingls para o portugus como PREENCHER / COMPLETAR. A composio FILLER composta por arames chamados de principais e arames finos posicionados entre as camadas servindo como enchimento.

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Devido sua caracterstica, os cabos fabricados com pernas na composio FILLER possuem mdia resistncia fadiga por flexo e mdia resistncia ao desgaste por abraso. Cabos fabricados com pernas nesta composio so recomendados para aplicaes onde se exige uma mdia resistncia ao desgaste por abraso e uma mdia resistncia fadiga por flexo. Geralmente so cabos destinados ao uso geral. c) Tipo de Alma O principal objetivo da alma no cabo de ao , dar apoio s pernas de tal forma que o esforo aplicado seja uniformemente dividido entre as mesmas. A alma pode ser fabricada com vrios materiais. Atualmente os materiais mais usuais so: arame de ao, sisal, polipropileno e polietileno. Em algumas aplicaes, porm, so usados materiais especiais como, por exemplo, a rfia.

As fibras naturais absorvem maior quantidade de lubrificante, logo os cabos de ao com este tipo de ALMA possuem maior lubrificao interna, pois, quando pressionada pelas pernas libera parte do lubrificante armazenado promovendo uma boa lubrificao entre as mesmas. Aps a retirada do esforo, consegue absorver grande parte do lubrificante liberado. Embora observamos vantagens neste tipo de alma, devemos lembrar que este material orgnico, sendo assim a possibilidade de deteriorao em certas aplicaes real. A alma de fibra natural frgil ao contato com umidade assim como a altas temperaturas. As normas recomendam que sejam apenas empregadas em ambientes com temperaturas at (82C). Alma de fibra artificial (AFA): fabricada com um polmero. Geralmente polipropileno ou polietileno.

Alma de Fibra (AF)

Alma de Ao (AA)

Alma de ao Cabo Independente (AACI)

Almas de Fibra Conhecida como a promotora de grande flexibilidade em cabos de ao, a alma de fibra pode ser subdividida em dois tipos: Alma de fibra natural (AF): fabricada com sisal (material orgnico) extrado da natureza. Diferente da fibra do sisal o filamento artificial no tm a mesma facilidade na absoro de lubrificante. Para garantir uma boa lubrificao interna no uso desta alma, aplicada uma espessa camada de graxa na mesma, antes do fechamento do cabo.

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Embora tambm no resistam a altas temperaturas (acima de 82C), este tipo de alma possui uma boa resistncia umidade. Em campo, podemos verificar um desempenho similar dos cabos de ao fabricados com alma de fibra natural (AF) em relao aos fabricados com alma de fibra artificial (AFA). Almas de Ao A alma de ao garante maior resistncia a amassamentos e aumenta a resistncia trao do cabo. Na prtica, observamos que um cabo de ao com 6 pernas, apresenta um aumento da ordem de 7,5% na sua resistncia trao em relao a um cabo de ao com alma de fibra. Da mesma maneira que a alma de fibra, a alma de ao pode ser subdividida em dois tipos: Alma de Ao (AA): fabricada como uma perna do cabo.

Agora que conhecemos sobre almas, importante estabelecermos um critrio de uso de cabos de ao com ALMA DE FIBRA ou com ALMA DE AO. Em situaes onde o ambiente de trabalho possui temperatura at 82C, no possui nvoa cida (decaparias) e possua tambor de enrolamento com canais, os cabos de ao com ALMA DE FIBRA podem ser usados. Em situaes onde o cabo de ao possa trabalhar contrrio s condies acima, recomendado o uso de ALMA DE AO. Em estais, recomenda-se tambm o uso de cabos de ao com ALMA DE AO, devido o menor alongamento. d) Toro Quando tensionado, o cabo de ao tende a girar em sentido contrrio ao sentido de toro das pernas. Este fenmeno uma constante, durante a movimentao de carga. Algumas caractersticas podem amenizar ou acentuar este fenmeno. A toro, por exemplo, uma delas. O cabo de ao pode ser produzido com dois tipos bsicos de toro, como mostrado abaixo: Toro Regular Na toro regular, o sentido de toro dos arames nas pernas contrrio ao sentido de toro das pernas no cabo.

Alma de ao de um Cabo Independente (AACI): fabricada como um cabo de ao.

A diferena bsica da alma AA e AACI a flexibilidade. Para cabos de ao com dimetros acima de 6,4 mm (1/4), geralmente usada alma AACI.

Devido a essa caracterstica de toro dos arames e das pernas, o cabo na toro regular ter maior estabilidade quando em trabalho, pois ao serem tensionados, os arames sero submetidos a um sentido de giro contrrio ao sentido de giro das pernas, fazendo com que o cabo trabalhe com uma certa estabilidade.

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Este tipo de toro recomendado na maior parte das aplicaes. Toro Lang Na toro regular, o sentido de toro dos arames nas pernas igual ao sentido de toro das pernas no cabo.

Embora percebemos a maior resistncia abraso e flexibilidade de cabos toro LANG, devido ao mesmo sentido de toro dos arames nas pernas e das pernas no cabo, este cabo apresenta instabilidade quando em trabalho, pois quando tensionado, tanto os arames como as pernas, sero submetidos a um mesmo sentido de giro, fazendo com que a tendncia de giro de arames e pernas aumente consideravelmente. Cabos com este tipo de toro devem ser usados apenas em aplicaes especiais, caso contrrio os mesmos estaro colocando em jogo a segurana da movimentao.

REGULAR

LANG

Sentidos de Toro

O cabo de ao pode ser torcido para a DIREITA ou ESQUERDA. Embora as normas recomendem a inclinao dos canais dos tambores em sentido contrrio a toro do cabo, temos verificado em campo que este detalhe no interfere no desempenho do mesmo. preciso esclarecer, porm que, para algumas aplicaes a necessidade de uso do sentido da toro se faz necessrio. Aplicaes como perfurao por percusso, por exemplo, exige que o sentido de toro do cabo seja ESQUERDA. Em campo a identificao do sentido de toro pode ser verificada da seguinte maneira.

Para identificarmos o tipo de toro em campo podemos usar a seguinte regra prtica. Traando um eixo axial no cabo, percebemos que os arames da toro REGULAR, se encontram paralelos a este eixo, j os arames na toro LANG apresentam-se inclinado em relao ao eixo.

VISUALIZANDO O TIPO DE TORO

TRD

TRE

TLD

TLE

Se a perna do cabo comear na parte inferior ESQUERDA e terminar na parte superior

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DIREITA, o sentido de toro do cabo ser DIREITA. Caso comece na parte inferior DIREITA e termine na parte superior ESQUERDA, o sentido de toro do cabo ser ESQUERDA. e) Acabamento Estaremos comentando sobre dois tipos de acabamentos em cabos de ao: POLIDO e GALVANIZADO. O processo de tratamento superficial, no realizado na fabricao do cabo de ao, e sim durante a fabricao do arame. Embora chamamos o estado polido dos arames de ACABAMENTO, os mesmos no recebem nenhum tipo de proteo superficial, ou seja, o ao carbono. Os cabos de ao polidos atendem a maior parte das aplicaes, tais como: guinchos, guindastes, pontes rolantes, laos, gruas, elevadores, entre outras. Algumas aplicaes, porm, podem expor o cabo de ao ambientes agressivos ou a um contato direto com gua, necessitando de uma proteo adicional contra a corroso. Para essas aplicaes so recomendados cabos de ao GALVANIZADOS, fabricados com arames que recebem uma camada de zinco na superfcie. O processo de zincagem poder ser a fogo ou eletroltico. Outra dvida bastante abordada quanto a cabos galvanizados quanto a perda de resistncia. Antes de discutirmos o assunto, devemos saber da existncia de dois tipos de processo para arames galvanizados: BITOLA FINAL e RETREFILADO. Os arames galvanizados - BITOLA FINAL a fogo - apresentam uma reduo de aproximadamente 10% da resistncia, pois, durante o processo de zincagem a fogo o arame sofre um aquecimento da ordem de 500 C, promovendo a alterao da estrutura do material.

importante ressaltarmos que, com o avano tecnolgico, a CIMAF pode produzir arames galvanizados a fogo sem que o mesmo tenha reduo em sua resistncia. Os arames galvanizados a fogo e RETREFILADOS, embora tenham sua resistncia reduzida pelo processo de zincagem, passaro pelo processo de retrefilao que como vimos anteriormente, causa no arame um aumento de resistncia trao, fazendo com que o arame no perca sua propriedade de resistncia. Estas observaes valem para arames galvanizados a fogo. Arames submetidos ao processo de galvanizao eletroltica no sofrem reduo em sua resistncia. f) Resistncia dos Arames As normas contemplam algumas faixas de resistncias nas quais os cabos de ao podem ser fabricados. Baseados na norma API, as faixas utilizadas so: TS (Traction Steel), PS (Plow Steel), IPS (Improved Plow Steel), EIPS (Extra Improved Plow Steel) e EEIPS (Extra Extra Improved Plow Steel), comportando-se conforme mostra o grfico.

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Quando informado que a resistncia do arame de 180 kgf/mm, significa que em uma rea de 1 milmetro quadrado do arame suportar uma carga de 180 kgf.180 kgf

Em normas e catlogos, a capacidade de carga de ruptura de um cabo de ao conhecida como CARGA DE RUPTURA MNIMA EFETIVA CRME. Se igualarmos a CRT a CRME, cometeremos um engano, pois ao calcularmos a CRT, estaremos considerando que todos os arames e pernas encontram-se paralelos entre si e com o eixo vertical, conforme mostra a figura a seguir.

1 mm

180 kgf

A resistncia dos arames influencia diretamente na capacidade de carga do cabo de ao, pois, sendo assim, rea metlica do cabo multiplicada pela resistncia dos arames resulta no que chamamos de Carga de Ruptura Terica (CRT).

CRT = Area metlica x Resistncia dos Arames Quando as pernas so torcidas em torno da alma, as mesmas se posicionaro diagonalmente em relao ao eixo axial do cabo reduzindo sua capacidade de carga.

Para calcularmos a rea do cabo de ao, podemos considerar a seguinte frmula:

Am = F x dOnde:

Am = rea Metlica F = Fator verificado em tabela d = dimetro nominal do caboAbaixo tabela com fator F.Sendo assim, o clculo da CRME se da pela seguinte frmula:

C.R.M.E. = Area metlica x Resist. dos Arames x F

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Onde F o fator de perda por encablamento. Abaixo tabela sugestiva para este fator.

g) Pr-Formao O cabo de ao pr-formado submetido a um processo adicional, que faz com que as pernas fiquem torcidas na forma helicoidal, com um mnimo de tenses internas. Nos cabos no pr-formados as pernas tendem a endireitarse, e a fora necessria para mant-los na posio provoca tenses internas s quais se adicionam s tenses provocadas em servio quando o cabo curvado em uma polia ou tambor. Estas tenses por sua vez iro promover presso entre os arames e pernas que se movimentam durante o tensionamento do cabo, provocando uma frico interna e conseqentemente um desgaste interno maior.

A CRME a carga garantida pelo fabricante em testes laboratoriais. Isto significa que, quando submetido teste em um equipamento de trao o cabo deve atingir no mnimo a carga prevista. importante ressaltarmos que, devido as variveis existentes entre uma amostra e outra, muitas vezes a determinao real da CT dificultada. Sendo assim, se a carga prtica do cabo alcanar 97,5% da CRME o cabo pode ser considerado como aprovado. Outro tipo de carga a comentar, a carga de trabalho (CT). Atualmente muitos acidentes tm ocorrido em campo, pois, a carga de trabalho (CT) confundida com a CRME. Antes de determinarmos a carga de trabalho de um cabo, necessrio sabermos qual a aplicao que o mesmo ser submetido. Para cada aplicao existe um fator de segurana (FS) determinado atravs de estudos em campo e/ou normas. A tabela abaixo, relaciona os fatores de segurana recomendados:

Podemos relatar algumas vantagens do cabo pr-formado: Menor desgaste interno; Pela ausncia de tenso, o manuseio melhor; Tendo cada perna tenso igual outra seu equilbrio do cabo garantido;

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Geralmente as bobinas com cabos de ao podem ser manuseadas de 3 formas: POR EMPILHADEIRA Quando a bobina estiver deitada deve ser apoiada sobre calos de madeira. Seu manuseio dever ser feito posicionando as lanas da empilhadeira no flange inferior da bobina.CALO DE MADEIRA

MANUSEIO DE BOBINAS

MANUALMENTE A bobina dever estar em p, sendo rolada.

Quando a bobina estiver em p, seu manuseio dever ser feito posicionando as lanas da empilhadeira de modo que a bobina fique apoiada com os dois flanges nas duas lanas.

O manuseio de bobinas deve seguir uma das formas sugeridas acima, caso contrrio, o cabo de ao poder ser danificado, a vida til da bobina comprometida e promover acidentes.

ARMAZENAMENTO DE BOBINASOs cabos de ao devem ser armazenados, sempre que possvel, em galpes ventilados sobre estrados de madeira.

Caso seja necessrio executar o tombamento da bobina, dever ser utilizado um amortecedor (pneu) para que o mesmo absorva o impacto do tombamento.

PNEU

POR TALHA A bobina dever ser iada, sempre utilizando um eixo passante.

Se a bobina for armazenada diretamente no cho, a possibilidade de seu o contato com umidade ser maior, tendo como conseqncia seu apodrecimento e a deteriorao do cabo de ao.

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Caso a bobina seja armazenada por um longo perodo, deve ser aplicado um fio de lubrificante na ltima camada de enrolamento. Quando da sua utilizao, o excesso de lubrificante deve ser retirado com ajuda de uma escova de ao e relubrificado. Em hiptese alguma a retirada do lubrificante deve ser realizada com solventes. Se a bobina for armazenada ao relento, deve se evitar o contato direto com o solo, apoiando a mesma sobre um estrado, aplicando um fio de lubrificante na ltima camada e cobrindo-a com lona clara, permitindo que haja um mnimo de ventilao interna.

Cuidados especiais devem ser considerados, durante o manuseio do cabo de ao, a fim de evitar danos no mesmo. Quando manuseado, o cabo tende a formao de olhais, que aps tensionados, provocam o que chamamos de ns, deformando o cabo e conseqentemente comprometendo seu desempenho e a segurana da movimentao da carga.

MANUSEIO DE CABOS DE AO

A bobina pode ser posicionada em um cavalete, fazendo com que o cabo permanea reto e a mesma gire em torno de seu prprio eixo.

Na falta de uma mesa giratria ou cavalete, a bobina dever ser rolada em torno de seu eixo, e o cabo mantido reto no cho.LAO N DANOS DEVIDO AO N

Sendo assim, quando o cabo de ao for retirado de uma bobina, o mesmo dever ser desenrolado de acordo com uma das recomendaes abaixo:

A bobina pode ser posicionada em uma mesa giratria, fazendo com que o cabo permanea reto e a mesma gire em torno de seu prprio eixo. Caso o cabo esteja em forma de rolo, o mesmo dever ser desenrolado, fazendo que o rolo gire

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em torno de seu eixo, e nunca que o cabo gire em torno do eixo do rolo.

CERTO

ERRADO As regras acima devem ser observadas, visando integridade do cabo e evitando situaes onde o cabo de ao possa gerar problemas ou mesmo acidentes durante a movimentao da carga. Quando o cabo de ao for armazenado em uma outra bobina ou em um tambor sem canais, importante que o mesmo seja fixado corretamente. Caso isto no ocorra, a primeira camada de enrolamento poder apresentar falha, provocando conseqentemente, ao serem enroladas as camadas superiores, amassamentos e deformaes no cabo de ao, que diminuiro sensivelmente sua vida til. Abaixo, mostramos uma regra prtica para a correta fixao do cabo de ao nesta situao.

CERTO

ERRADO importante lembrar que o cho onde o cabo estiver esticado dever estar limpo protegido a fim de evitar a impregnao de elementos que misturados ao lubrificante, possam servir como agentes abrasivos. Em algumas operaes, o cabo repassado diretamente da bobina para o tambor. Neste caso, o sentido de enrolamento do cabo dever ser coordenado. Se o cabo for desenrolado pelo topo da bobina, dever ser enrolado pelo topo do tambor. Caso seja desenrolado pela parte inferior da bobina, dever ser enrolado pela parte inferior do tambor. A inverso do sentido de enrolamento poder promover o acumulo de tenses internas no cabo acarretando situaes indesejveis. importante tambm que o cabo esteja sempre tensionado.

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As condies de polias e tambores so to importantes quanto s condies do cabo, pois, se o cabo de ao trabalhar em uma polia ou tambor inadequado, o desempenho do mesmo ser insatisfatrio. Alguns fatores devero ser considerados para um desempenho satisfatrio tanto do cabo de ao como da polia e tambor, a saber: A relao do dimetro (D) das polias e tambores com o dimetro (d) do cabo devem variar em funo da construo do cabo de ao. Na tabela abaixo a relao D x d possui valores recomendados pelo fabricante do cabo de ao.

POLIAS E TAMBORES

importante ressaltar que, quanto maior a relao D/d menor ser a fadiga por flexo verificada no cabo. Podemos notar isto no grfico abaixo:

O dimetro do canal da polia deve ser baseado no dimetro nominal do cabo. Abaixo, apresentamos uma tabela com tolerncias recomendadas a serem adicionadas ao valor nominal do cabo para se obter o correto dimetro do canal da polia.

Mesmo assim, alguns projetos de equipamentos requerem limitaes dimensionais de polias e tambores. Para estes casos, a norma ASME sugere uma relao D/d menor que a proposta pelos fabricantes do cabo, porm garantindo um desempenho mnimo satisfatrio do cabo de ao.

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As polias no devem possuir pontos com cantos vivos, principalmente na borda do flange. Estes pontos podero promover danos indesejveis no cabo de ao.

Polias inferiores de um bloco de moito devem ser equipadas com protetores para minimizar a possibilidade de sujar o cabo de ao quando o moito estiver apoiado no cho, assim como guiar os cabos para o canal da polia quando tensionado. Todas as polias mveis devem possuir sistema de lubrificao ou trabalhar com rolamentos lubrificados e blindados.

O canal da polia deve estar isento de defeitos superficiais que possam causar danos ao cabo de ao.

A seo transversal do canal deve permitir um perfeito assentamento do cabo no dimetro a ser utilizado. Este assentamento deve variar da ordem de 135 150. Sugere-se um ngulo de abertura da polia variando de 30 45 acompanhando o ngulo de assentamento.

Para polias de desvio, o ngulo mximo de defasagem em relao ao eixo central do tambor no deve ultrapassar a: TAMBOR LISO (sem canais) 130 TAMBOR COM CANAIS 2 Caso o ngulo de desvio exceda a recomendao, o cabo poder atritar severamente contra a flange desgastando ambos ou ainda manter contato indevido com a volta adjacente j enrolada no tambor aumentando seu desgaste e provocando deformaes.

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Durante o enrolamento do cabo de ao no tambor, geralmente, verificado um espao vazio em um trecho entre a segunda camada e a flange. Para evitar danos ao cabo, recomendado que um calo de ao seja posicionado, com o objetivo de dar suporte camada superior.

substituio de um cabo novo em uma polia desgastada promover danos ao mesmo. Para evitar este tipo de situao, recomendado que a resistncia da polia seja compatvel com a presso aplicada pelo cabo. Uma forma de calcularmos a presso sugerida a seguir:

P = 2T DdOnde:P = presso radial em N/mm T = tenso no cabo N D = dimetro de apoio em mm d = dimetro do cabo de ao em mm

Seo A-A

Quando da instalao de um cabo novo no tambor, importante que a primeira camada de cabo de ao enrolada esteja firme e corretamente posicionada. Se a primeira camada possuir espaamentos o tramo superior poder se encaixar entre os mesmos fazendo com que o cabo sofra srios danos ou mesmo promover alvio de tenso repentina durante o desenrolamento. Caso seja enrolado exercendo esforo ou interferncia no tramo vizinho, far com que os arames sejam esmagados comprometendo a capacidade de carga do cabo, assim como a segurana da movimentao.

A tabela abaixo sugere a admisso de presses radiais para trs tipos de materiais. O tratamento superficial tambm importante, pois, alm de melhorar a resistncia ao desgaste permitir maiores presses.

Toro Regular6x7MATERIAL

Ferro Fundido Ao Fundido Ao Mangans

2,0 3,8 10,1

CLASSES 6x19 6x37 8x19 DUREZA HB N/mm 125 3,3 4,0 4,7 6,2 16,5 7,4 20,7 8,7 24,1160 -

Toro LangMATERIAL

espaamento

interferncia

Ferro Fundido Ao Fundido Ao Mangans

CLASSES 6x7 6x19 6x37 DUREZA HB N/mm 125 2,4 3,8 4,5 4,1 11,4 6,9 18,9 8,1 22,7160 -

recomendado que todo tambor possua canais, a no ser que o equipamento tenha sido fabricado para alguma aplicao especial.disposio correta

O contato do cabo de ao com a polia, resulta em desgaste no apenas do cabo, mas tambm no canal da mesma. Se a resistncia do material da polia no suportar a presso aplicada pelo cabo, a mesma ter desgaste acelerado. A

Assim como as polias, os canais devem estar isentos de defeitos superficiais que possam causar danos ao cabo de ao. A seo transversal do canal deve permitir um perfeito assentamento para o cabo de ao no dimetro a ser utilizado. O tambor para cabos de ao deve ser baseado na norma NBR 11375 (PB1447).

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LUBRIFICAOA lubrificao de cabos de ao importante no s para sua proteo contra a corroso, mas tambm para a reduo do desgaste interno gerado pelo atrito proveniente do movimento relativo das pernas, arames e do cabo de ao contra partes do equipamento. A lubrificao aplicada durante a fabricao do cabo, adequada para o perodo de armazenamento e o incio das operaes. Para uma boa conservao e desempenho do cabo, recomenda-se sua lubrificao peridica. A periodicidade da relubrificao, deve ser definida por pessoa qualificada e medida atravs das condies de lubrificante remanescente no cabo. O grfico abaixo compara trs situaes: um cabo fabricado sem lubrificao, um cabo lubrificado apenas na sua fabricao e um cabo lubrificado na sua fabricao, porm, relubrificado em campo.

A qualidade do lubrificante a ser usado tambm muito importante para uma lubrificao bem sucedida. Sendo assim, nunca utilize leo queimado para lubrificar cabos de ao, pois alm de conter pequenas partculas metlicas que promovero maior atrito interno um produto cido e acelerar a oxidao do mesmo. Um lubrificante bom para cabos de ao deve possuir as seguintes caractersticas: Ser quimicamente neutro; Possuir boa aderncia; Possuir uma viscosidade capaz de penetrar entre as pernas e os arames; Ser estvel sob condies operacionais; Proteger contra corroso; Ser compatvel com o lubrificante original.

Abaixo, sugerimos alguns lubrificantes que vm apresentando bons resultados em campo.

Percebemos claramente a influncia da lubrificao em cabos de ao. Seno houver um plano de lubrificao adequado, o cabo de ao poder apresentar algumas caractersticas indesejadas, entre elas: Oxidao com porosidade, proporcionando perda de rea metlica e conseqentemente capacidade de carga; Fragilidade dos arames tornando-os quebradios; Aumento do desgaste interno e externo promovido pelo atrito entre arames, pernas e o contato do cabo com partes do equipamento (polia e tambor);

Antes da relubrificao importante que o cabo de ao seja limpo com uma escova de ao removendo o lubrificante velho e possveis crostas contendo partculas abrasivas. Nunca devem ser utilizados solventes na limpeza, pois, os mesmos podem promover a deteriorao de almas de fibra, assim como retirar o lubrificante que resta internamente no cabo. Se necessrio use um leo mineral de mdia viscosidade para ajudar na limpeza. Embora existam vrios mtodos de lubrificao em cabos de ao, recomendado que o lubrificante seja aplicado em pontos onde o cabo de ao seja flexionado promovendo a abertura das pernas permitindo com que o lubrificante penetre internamente com maior facilidade.

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Embora destacamos acima grandes vantagens na lubrificao de cabos, em algumas aplicaes onde o cabo tem constante contato com sujeira, por exemplo, um cabo de arraste de caamba, dever ser analisado a viabilidade da lubrificao.

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Muitas vezes entendido que a inspeo, limitada apenas ao cabo de ao, porm a mesma deve ser estendida a toda parte do equipamento que tenha contato com o cabo. Durante a inspeo do cabo, devemos inspecionar tambm as partes do equipamento como polias, tambores, etc onde o mesmo trabalha. Podemos dividir a inspeo do cabo em dois tipos: 1 Inspeo Freqente Este tipo de inspeo visa detectar danos como: dobras, amassamento, gaiola de passarinho, perna fora de posio, alma saltada, grau de corroso, pernas rompidas, entre outros, que possam comprometer a segurana do mesmo. Este tipo de inspeo feito atravs de anlise visual e deve ser realizado pelo operador do equipamento ou outra pessoa responsvel no incio de cada turno de trabalho. Caso seja detectado algum dano grave ou insegurana quanto s condies do cabo, o mesmo deve ser retirado e submetido a uma inspeo peridica. 2 Inspeo Peridica Este tipo de inspeo visa uma anlise detalhada das condies do cabo de ao. A freqncia desta inspeo deve ser determinada por uma pessoa qualificada devendo estar baseada em fatores tais como: a vida mdia do cabo determinada pela experincia anterior, agressividade do meio ambiente, relao entre a carga usual de trabalho e a capacidade mxima do equipamento, freqncia de operao e exposio a trancos. As inspees no precisam, necessariamente, ser realizadas em intervalos iguais, e devem ser mais freqentes quando se aproxima o final da vida til do cabo. importante que esta inspeo abranja todo o comprimento do cabo, dando foco nos trechos onde o cabo trabalha nos pontos crticos do equipamento. No existe uma regra precisa para se determinar o momento exato da substituio de um cabo de ao, uma vez que, diversos fatores esto envolvidos.

Aspectos como: meio ambiente; condies gerais de partes do equipamento (polias/tambores); condies de uso do equipamento; perodo de uso do equipamento; entre outros que influenciam diretamente na sua durabilidade. Desta forma a substituio do cabo deve ser feita baseada na inspeo do mesmo. A inspeo peridica muito importante e deve ser baseada em alguma norma ou literatura que apresente um critrio de substituio do cabo. O primeiro passo para uma boa inspeo detectar os pontos crticos no equipamento. Chamamos de pontos crticos qualquer ponto que possa expor o cabo a um esforo maior desgastes ou mesmo algum dano. Na maior parte dos equipamentos, estes pontos so trechos onde o cabo trabalha em contato direto com alguma parte do equipamento como: polia, tambor, entre outros... importante lembrar que ningum melhor do que o operador do equipamento para conhecer os pontos crticos do mesmo. O critrio de substituio de cabos sugerido abaixo baseado na norma ASME. Antes da substituio do cabo, algumas caractersticas devem ser consideradas. 1. Reduo de dimetro Geralmente a reduo do dimetro do cabo pode ser causada por: desgaste excessivo dos arames, deteriorao da alma ou corroso interna ou externa. Para cabos convencionais, as normas admitem uma reduo da ordem de 5% do dimetro nominal. Para cabos de ao para elevadores admitida uma reduo de dimetro da ordem de 6% do dimetro. necessrio ressaltar, porm, a correta medio do dimetro conforme j comentado anteriormente. Desta forma, quando verificado uma reduo menor que as propostas acima, o cabo dever ser substitudo. 2. Corroso Alm de acelerar a fadiga, a corroso tambm diminui a resistncia trao do

CRITRIOS DE SUBSTITUIO

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cabo de ao atravs da reduo de rea metlica. A corroso pode apresentar-se na parte interna ou externa do cabo. Embora a deteco da corroso interna seja mais difcil visualizar, alguns indcios como: variaes de dimetro ou indcios de poeira avermelhada podem indicar sua existncia.

Os arames internos referem-se aos arames que mantm contato interno como a alma com as pernas ou mesmo o contato perna com perna. Entende-se como quebra de topo, as rupturas dos arames que se encontram no topo da perna. A quebra no vale localizada entre pernas.TOPO

VALE

importante tambm verificar a existncia de corroso na regio da base de soquetes. Esta regio se mostra propcia para acmulo de umidade.

A ruptura de arames no vale deve ser tratada com muito cuidado, pois, a mesma gerada atravs do nicking formado pelo atrito entre pernas.

3. Arames rompidos A ruptura de arames, geralmente ocorre por abraso, fadiga de flexo ou algum amassamento localizado gerado por uso indevido, podendo ocorrer tanto nos arames internos como externos. Dentro do possvel importante que, durante a inspeo os arames rompidos sejam retirados do cabo com um alicate.

nickingNa maioria das vezes, quando detectado o rompimento de arames no vale, certamente outros estaro rompidos ou na eminncia de se romper. Ateno especial deve ser dada para os terminais. Quando verificados 2 arames rompidos prximos ao soquete, recomendado que o cabo seja ressoquetado ou substitudo. A ressoquetagem no dever ser feita se o encurtamento do cabo prejudicar a sua operao.

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A ruptura dos arames externos d-se no topo dos arames sendo gerados por desgaste abrasivo, fadiga por flexo ou mesmo amassamentos. Algumas normas como, por exemplo, a NBR ISO 4309, apresentam frmulas mais complexas para a determinao do nmero mximo de arames rompidos. Abaixo, sugerimos o critrio de determinao de fios rompidos segundo normas ASME. A quantidade de arames rompidos verificada no comprimento de um passo.

CASO 2: Arames rompidos predominantes em 1 ou 2 pernas.

Quando da ruptura, o arame registra algumas caractersticas, atravs das quais, podemos concluir as possveis causas que geraram seu rompimento.

O passo do cabo de ao definido como a distncia na qual uma perna d uma volta completa em torno da alma do cabo.

CONTATO COM PARTES CORTANTES PASSO

DEFORMAO PLSTICA

A tabela abaixo sugere a quantidade mxima de fios rompidos em um passo.

(CLASSIFICAO) aleatoriamente na perna em 1

CRITRIO DE FIOS ROMPIDOS PARA CABOS CONVENCIONAIS Fios rompidos Fios rompidos CLASSEem 1 passo passo

6x19 6x37

6 12

3 4FADIGA POR CORROSO FADIGA POR VIBRAO

Tabela baseada nas normas ASME B30.2 e B30.5.

Para cabos elevadores, sugerimos a tabela a seguir:

CRITRIO DE FIOS ROMPIDOS PARA CABOS ELEVADORES Mquina de acionamento por Mquina de CASO Trao acionamento por tambor CABOS 8X19

1 2

32 10

15 8SEVERA CORROSO SOBRECARGA

CASO 1: Arames rompidos aleatoriamente dentro de um passo.

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Alma Saltada Gerada por alvio repentino de tenso

USO ABRASIVO

CORTE COM FERRAMENTA

Gaiola de Passarinho Gerada por alvio repentino de tenso

Rompimento Cabo de ao que trabalhou fora da polia. Podemos perceber duas caractersticas de rupturas nos arames: amassamento e sobrecarga FADIGA POR FLEXO

4. Danos por temperatura Se durante a inspeo, for detectado alguma evidncia de dano por alta temperatura o cabo dever ser substitudo. Cabos expostos a altas temperaturas (acima de 300 C, podem apresentar reduo em sua capacidade de carga). Estes danos podero ser verificados atravs da aparncia do lubrificante (borra) ou mesmo pela alterao de cor dos arames na regio afetada. 5. Danos por distoro Os danos apresentados abaixo so motivos suficientes para a substituio do cabo de ao.

Rabo de porco Gerado pelo trabalho do cabo em dimetros pequenos.

Perna de Cachorro Gerado durante manuseio do cabo.

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Esmagamento Dano geralmente causado pelo enrolamento desordenado de cabos no tambor ou mesmo pelo incorreto ngulo formado entre a polia de desvio e o tambor.

6. Registro de inspeo importante que em cada inspeo seja registrada informaes como: equipamento, fabricante, especificao do cabo, data de instalao do cabo, data de retirada do cabo assim como os resultados apresentados durante a inspeo. Estes registros ajudaro na previso de uma vida mdia do cabo assim como a rastreabilidade de problemas. Ao lado sugerimos um modelo de registro.

Ruptura de pernas Gerado por algum acidente durante o trabalho do cabo.

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GERAL Embora o cabo deva ser examinado em toda a sua extenso, deve-se dar ateno especial aos seguintes pontos: extremidades de cabos mveis e estticos; parte do cabo que passa atravs do moito ou sobre polias. No caso de equipamentos realizando uma operao repetitiva, deve-se dar ateno especial a qualquer parte do cabo que estiver com carga;

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As extremidades com presilhas estampadas ou terminais prensados devem ser examinados de modo semelhante e a presilha deve ser inspecionada quanto a trincas no material e possvel deslizamento entre a presilha e o cabo. O cabo de ao dentro dos acessrios removveis (soquetes de cunha, grampo) deve ser examinado quanto a arames partidos. Deve-se garantir, tambm, que os soquetes e os grampos estejam devidamente apertados. Alm disso, a inspeo deve garantir que os requisitos das normas e os critrios estabelecidos para a extremidade do cabo tenham sido atendidos. Os olhais tranados manualmente devem ser protegidos somente na ponta do tranado, de modo a proteger as mos do usurio contra arames expostos, sempre permitindo que o resto do tranado seja examinado visualmente quanto a arames partidos. Quando so detectados arames partidos na regio prxima aos terminais ou junto a ela, possvel cortar a extremidade danificada do cabo e reinstalar os acessrios. No entanto, o comprimento do cabo de ao deve ser suficiente para permitir o nmero mnimo necessrio de voltas mortas do cabo no tambor.

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parte do cabo que estiver sobre a polia de compensao; qualquer parte do cabo que possa estar sujeita a abraso por fatores externos; inspeo interna quanto a sinais de corroso e fadiga; qualquer parte do cabo exposta a altas temperaturas. Os resultados da inspeo devem ser registrados na planilha de inspeo para o equipamento. Extremidades excluindo laos O cabo deve ser examinado na rea prxima ao acessrio, pois nessa rea crtica que se d incio fadiga (arames partidos) e corroso. Os prprios acessrios devem ser examinados quanto a sinais de deformao ou desgaste.

No existe uma regra precisa para se determinar o momento exato da substituio de um cabo de ao, uma vez que, diversos fatores esto envolvidos. A possibilidade de um cabo permanecer em uso, depender do julgamento de uma pessoa qualificada, onde dever ser avaliada a condio do cabo usado, em funo da deteriorao detectada pela inspeo.

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Sendo assim importante termos como parmetro referncias que viabilizem a substituio do cabo com a devida segurana. O uso seguro do cabo qualificado pelos seguintes critrios: a) natureza e nmero de arames partidos; b) arames partidos na regio do terminal; c) agrupamento partidos; localizado de arames

convm que ele recomende medidas especficas para retificar o defeito antes da fixao de um cabo novo. a) Natureza rompidos e nmero de arames

O projeto geral de um equipamento no permite que a vida til de um cabo fique indefinida. No caso de cabos de seis ou oito pernas, os arames partidos ocorrem principalmente na superfcie externa. O mesmo no se aplica a cabos de ao com vrias camadas de pernas, onde a maioria das rupturas ocorre internamente, sendo, portanto fraturas no visveis. As tabelas a seguir levam esses fatores em conta.

d) taxa de aumento de arames partidos; e) ruptura de pernas; f) reduo do dimetro do cabo, incluindo aquela resultante da deteriorao da alma; g) reduo da elasticidade; h) desgaste externo e interno; i) corroso externa e interna; j) deformao; k) danos causados pelo calor ou arco eltrico; l) taxa de aumento permanente. do alongamento

Todas inspees devem considerar esses fatores individuais, reconhecendo os critrios especficos, Entretanto, a deteriorao muitas vezes provocada por um conjunto de fatores que causam um efeito cumulativo que deve ser reconhecido por pessoa qualificada e que se refletir sobre a deciso de descartar o cabo ou permitir que ele continue sendo usado. Em todos os casos, o inspetor deve investigar se a deteriorao foi causada por um defeito no equipamento; se for o caso, - 29 -

Tabela 1 Orientao quanto ao nmero de arames partidos em cabos de pernas redondas que trabalham em polias de ao.Nmero de arames partidos visveis (3) relacionados fadiga do cabo em um guindaste que leva rejeio Nmeros de arames que contribuem com a carga de ruptura do cabo nas pernas externas (1) n Equipamento com menos de 3.200 horas/ano de uso, Exemplos tpicos submetido a cargas de construes de moderadas e leves. cabo (mecanismos M1, M2, M3, (2) e M4). Regular sobre um comprimento (4) de 6d 30d 2 4 3 6 4 8 5 10 Equipamento com mais de 3.200 horas/ano de uso, submetido a cargas no mnimo moderadas e pelo menos em algumas ocasies com carga mxima. (mecanismos M5, M6, M7 e M8). Lang sobre Regular Lang sobre um sobre um um comprimento comprimento comprimento (4) de (4) de (4) de 6d 30d 6d 30d 6d 30d 1 2 4 8 2 4 2 3 6 12 3 6 2 4 8 16 4 8 2 5 10 19 5 10

n