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Apostila de empreendedorismo e responsabilidade ambiental O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX.” Jeffry Timmons, 1990 “A diferença entre o sonho e a realidade é quantidade certa de tempo e trabalho” William Douglas “A diferença entre o sonho e a realidade é quantidade certa de tempo e trabalho” William Douglas Curso Técnico em Administração EEJÚrsulo

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Apostila de empreendedorismo e responsabilidade ambiental

“O empreendedorismo é uma

revolução silenciosa, que

será para o século XXI mais

do que a Revolução Industrial

foi para o século XX.”

Jeffry Timmons, 1990

“A diferença entre o sonho e a

realidade é quantidade certa

de tempo e trabalho”

William Douglas

“A diferença entre o sonho e a realidade é quantidade certa de

tempo e trabalho”

William Douglas

Curso Técnico em Administração

EEJÚrsulo

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“Todo dia faça alguma coisa 'pra' se aproximar em direção do

seu objetivo. Pode ser um e-mail, pode ser uma ligação, pode ser

uma mensagem de texto […] pode ser o que vocês acharem que

vai trazer vocês mais perto daquele objetivo. Pode ser estudar

uma coisa nova! Mas todo dia dê um passo! Porque no final de

um ano, você vai ter dado 365 passos em direção ao seu objetivo.”

Marcelo Sales

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Empreendedorismo

Conceito de empreendedorismo e de empreendedor

A raiz da palavra empreendedor remete-nos há 800 anos, com o verbo francês“entreprendre”, que significa “fazer algo”. Uma das primeiras definições da palavra“empreendedor” foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês Jean Baptiste Say,como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para umsetor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”.

O termo “entrepreneur” foi incorporado à língua inglesa no início do século XIX. Entre oseconomistas modernos, quem mais se debruçou sobre o tema foi Joseph Schumpeter, que tevegrande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo. Em seusestudos, ele o descreve como a “máquina propulsora do desenvolvimento da economia. A inovaçãotrazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico renovar-se e progredirconstantemente.” De acordo com Schumpeter, “sem inovação, não há empreendedores, seminvestimentos empreendedores, não há retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona.”

De forma mais contemporânea, o empreendedorismo, pode ser definido como:

Empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e

organizações trabalhando juntas para implementar uma

ideia através da aplicação de criatividade, capacidade de

transformação e o desejo de tomar aquilo que comumente

se chamaria de risco.

Accenture

Empreendedora é aquela pessoa que, após ter uma ideia não fica inerte, mas pelo contrário,aproveita-a para fazer pesquisas, testar a utilidade da ideia “recém-criada”, trabalha na elaboraçãode projetos, plano de negócio, busca mais conhecimento sobre aquela área específica para ser opioneiro, o inovador, o criador e dono da ideia. Sendo assim, a definição a seguir, descreve bem oempreendedor:

“Empreendedor é aquele que desenvolve a arte de

empreender, de mudar, conquistar. Ser um empreendedor é

exteriorizar aquilo que você na realidade sempre foi e

será”.

É importante que saibamos que, nem sempre, o empreendedor vai abrir uma empresa. Elepode ser um empreendedor em várias áreas de sua vida: empreendedor, por exemplo, na empresaonde trabalha como funcionário (ter atitudes empreendedoras). Deixar de seguir o caminho que,sem explicação, muitos seguem. O empreendedor não apenas segue o que o chefe manda, teminiciativa, aponta novos rumos para empresa.

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Diferenças entre o empreendedor e o administrador

As palavras empreendedor e empresário são usadas como sinônimos no dia a dia das pessoas.Entretanto o que muitos não sabem é que existe uma diferença conceitual e prática entre os doistermos.

Nem todo empreendedor é empresário, enquanto nem todo o empresário é empreendedor.Não faltam teóricos que tentam explicar os fatores psicológicos e, até mesmo genéticos, queformam uma personalidade empreendedora ou não.

O ideal para sobreviver no mundo dos negócios é ser um empresário empreendedor, o qualreúne todas as qualidades embutidas nos dois termos.

Empreendedor

O empreendedor costuma ter boas ideias, não somente quando cria uma empresa, masdurante toda a existência dela. Uma companhia não é um projeto morto. Logo após abri-la, épreciso renovar sempre e, para isso, ele tem iniciativa. Ele tem a capacidade de enxergar objetivoscom clareza e traçar planos para atingi-los em prazo preestabelecido. O que o diferencia de outraspessoas é saber identificar oportunidades nos locais mais improváveis. Este tipo de negociador sabemontar um projeto e ainda colocá-lo em prática, mesmo que, para isso, ele corra riscos, o que exigetolerância às frustrações e motivação diante de desafios.

Empresário

O empresário é sinônimo de cautela. Ele conhece a empresa, porque a montou, comprou ouherdou, mas sua atuação limita-se a administrar a companhia da maneira em que ela está montada.

Seu estilo implica em atuações conservadoras, sem representar nenhum tipo de risco àempresa. Para colocar um projeto em prática, ele não demanda grandes esforços, porque nãoacredita em mudanças bruscas.

Para momentos em que é preciso dar equilíbrio à empresa ou depois de umamudança na organização, o mais indicado é ter uma postura como esta. Afinal, o empresário saberiamanter tudo como deve estar e não criaria nenhuma instabilidade.

O papel do empreendedor

A riqueza de uma nação é medida por sua capacidade de produzir, em quantidadessuficientes, os bens e serviços necessários ao bem-estar da população. Por este motivo, acredita-seque o melhor recurso de que se dispõe para solucionar os graves problemas socioeconômicos pelosquais o Brasil passa é a libertação da criatividade dos empreendedores, através da livre iniciativa,para produzir esses bens e serviços. (DEGEN, 1989).

A nova organização da produção no mundo coloca a pequena e a média empresa em seucentro. Elas são responsáveis pelas taxas crescentes de empregos, de inovação tecnológica, departicipação no PIB, de exportação, etc. A pequena empresa surge em função da existência denichos mercadológicos, ou seja, lacunas de necessidades não atendidas pelas grandes empresas epela produção em massa. Por isto, seu nascimento está intimamente ligado à criatividade: oempreendedor tem que perceber o mercado de forma diferenciada, ver o que os demais nãopercebem. (DOLABELA, 1999).

O Empreendedorismo se revela também como uma opção profissional, ou seja, muitas

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pessoas se realizam acreditando no seu potencial empreendedor e com isso deixam de fazer parte domundo dos desempregados, e passam a viver uma nova realidade. Dolabela (1999), ressalta que é defundamental importância o estímulo ao empreendedorismo diante do decréscimo contínuo de postosde trabalhos no mundo inteiro. E, para Dornelas (2001), uma das soluções encontradas no sistemaeducacional é a oferta de cursos e materiais sobre o assunto, como alternativa principalmente aosjovens profissionais. O empreendedorismo alcançou o âmbito social em função das mudanças nasrelações de trabalho, na economia e na sofisticação dos meios de produção, exigindo uma maiornecessidade de conhecimento. Hoje, é sobretudo, um instrumento de desenvolvimento econômicodo país, tido como forma de geração de emprego.

Alguns estudos questionam a importância do papel do empreendedorismo na economia. Porexemplo, Aluízio Barros e Cláudia Pereira encontraram uma influência negativa doempreendedorismo sobre o crescimento econômico: dos locais pesquisados, aqueles com maioratividade empreendedora apresentaram crescimento menor do PIB nos três anos subsequentes.Em artigo de 2005, André van Stel, Martin Carree e A. Roy Thurik sugerem que oempreendedorismo exerce papéis diferentes em países com estágios de desenvolvimento econômicodistintos. Eles utilizaram os dados divulgados pela pesquisa Global Entrepreneurship Monitor(GEM) para analisar a importância do empreendedorismo para o crescimento do PIB.

No estudo, os autores concluíram que a Taxa de Empreendedorismo em Estágio Inicial(TEA) tem um efeito negativo para os países relativamente pobres, enquanto ele tem um efeitopositivo para os países relativamente ricos. Ainda, que o empreendedorismo está relacionado comesses resultados, porém não é simples verificar seus efeitos no crescimento.

Diante disso, os pesquisadores levantaram duas hipóteses que auxiliariam a clarificar oprocesso. A primeira diz respeito ao momento histórico: grande parte do séc. XX é um período deacumulação, de relevância das grandes empresas hierárquicas que dirigiam a economia. Enquanto,no final do séc. XX, há uma guinada na economia, em direção à economia do conhecimento,relativizando assim o papel das grandes corporações – o que pode ter se refletido nesse estudo.

A segunda hipótese versa sobre o fato de que nos países em desenvolvimento osempreendedores demonstram níveis menores de capital humano do que os empreendedores depaíses desenvolvidos. Assim, a TEA menor em países desenvolvidos, refletiria empresas maisinovadoras, enquanto, nos países em desenvolvimento, os responsáveis pelas taxas altas seriam ossetores tradicionais.

A grande maioria dos livros didáticos de macroeconomia moderna trata as questões docrescimento econômico e do desenvolvimento como um problema da acumulação de capital e doprogresso tecnológico. Mas essa limitação é deficiente, pois deixa de fora o papel do empreendedorcomo o principal agente da promoção do progresso econômico. É somente atentando para o papeldo empreendedor que as perguntas podem ser respondidas a respeito de quem orienta a acumulaçãode capital, quem decide que tipo de capital será investido, e quais entre as diversas opçõestecnológicas serão escolhidas. A fim de descobrir por que alguns países prosperam e outros não, oempreendedorismo deve ser incorporado no corpo da teoria econômica do crescimento e dodesenvolvimento.

Destruição criativa

Foi principalmente Joseph Schumpeter (1883-1950) quem estendeu fortemente a tese dopapel essencial do empreendedor no desenvolvimento econômico. Na verdade, esse economistanascido na Áustria, que mais tarde em sua vida chegou a lecionar na Universidade de Harvard,ganhou fama no início de sua carreira acadêmica com a publicação de Teoria do DesenvolvimentoEconômico (1911). Nessa teoria, Schumpeter mostra o papel central que o empresário tem como

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agente de promoção do progresso econômico através da destruição criativa. A "destruição criativa"expressa a ideia de que a economia capitalista moderna é caracterizada por uma luta incessante pelainovação.

De acordo com Schumpeter, o empreendedor é inspirado por uma ideia de negócio que elepretende realizar com a ajuda de dinheiro emprestado. O empreendedor como “tipo idealizado” éuma figura heroica que escolhe o campo de batalha no mundo dos negócios a fim de viver o seuespírito de conquista e do seu desejo de dominação. Para Schumpeter, o empreendedor é umapessoa que compartilha com um imperador e conquistador atributos como criar e governar umdomínio próprio e fundar uma dinastia.

A atividade do empresário como destruidor criativo leva à criação de novos mercados, novasindústrias, novos produtos ou novos métodos de produção que revolucionam o estado atual daeconomia e tornam os produtos e procedimentos estabelecidos obsoletos. Neste sentido o progressoeconômico é impulsionado pela busca incessante da inovação.

Empreendedorismo no mundo e no Brasil

A partir da década de 70 é despertado o interesse acadêmico nos empreendedores, para tratarde explicar a explosão no número de novas empresas baseadas no conhecimento, com alto potencialde crescimento e que, em muito pouco tempo, transformam seus fundadores em ricos empresários.

O caminho é investir no espírito empreendedor. O desafio é conseguir desenvolver oscomportamentos empreendedores para que os participantes possam atuar como agentes demudanças em suas organizações, melhorando processos e criando novas oportunidades de negócio.O consultor Joacir Martinelli, que estuda e trabalha com esta ferramenta há quatro anos, diz queempreender significa levar adiante uma ideia. A importância dos profissionais empreendedores estáno fato de que eles são os verdadeiros agentes de mudança nas empresas.

Sobre o ensino do empreendedorismo tem-se conhecimento de que a primeira disciplina deempreendedorismo foi oferecida na Escola de Negócios da Universidade de Harvard em 1947, masfoi a Universidade do Southern of California a primeira a oferecer uma habilitação emempreendedorismo, em nível de MBA, no ano 1972, e o Babson College a primeira universidade aoferecer um curso de graduação em empreendedorismo em 1968 (Cooper et al, 1997).

A nível nacional foi a Fundação Getúlio Vargas, em 1947, a primeira a oferecer umadisciplina de empreendedorismo no Curso de Especialização em Administração para estudantes depós-graduação. Na década de 90, as universidades Federais de Pernambuco e de Minas Gerais e aEscola de Engenharia de Itajubá ofereceram disciplinas de empreendedorismo nos cursos degraduação, com o objetivo de inserir o ensino do empreendedorismo na instituição (INATEL, 2001).

Segundo Pacheco (2002), “O estudo aumenta a capacidade de reconhecer oportunidades eajuda a pessoa a ter uma visão mais global”. O conhecimento é o estado de preparo que otimiza osresultados inerentes à situação apresentada e envolve o co mpartilhamento de informações, oraciocínio criativo e a colaboração. Por isso, os talentos presentes em uma empresa são responsáveispelo seu sucesso (OLIVEIRA, 2001).

A educação e o conhecimento assumem papéis estratégicos no desenvolvimento deoportunidades. Ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil paraconceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em umaoportunidade de negócio, motivação para pensar conceitualmente e capacidade para ver, perceber amudança como uma oportunidade (IRELAND & VAN, 1987).

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A pesquisa de 2012 revelou que a proporção dos brasileiros que deseja de ter o próprionegócio (43,5%) é superior a dos que desejam fazer carreira em empresas (24,7%). Em uma lista de67 países, o Brasil aparece em quarto lugar em termos de número de empreendedores. São 37milhões de pessoas que já possuem um negócio ou realizaram alguma ação, nos últimos meses,visando ter um negócio próprio. Em 2012, 30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos estavaenvolvida na criação ou administração de um negócio. Entre 2002 e 2012, essa taxa apresentou umaumento de 44% (saindo de 20,9% para 30,2%).

O processo empreendedor

Costumamos definir o empreendedor como alguém que sonha e busca transformar o sonhoem realidade. É fato que o empreendedorismo vem se configurando como o grande combustível dodesenvolvimento dos tempos atuais. Timmons (1990) afirma que “o empreendedorismo é umarevolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que foi a revolução industrial para oséculo XX”. O que, porém determina o surgimento de um empreendedor? É possível alguémapreender a empreender ou o empreendedorismo é uma qualidade inata? Uma vez que osempreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento e o próprio processoempreendedor devem ser estudados e entendidos.

De maneira geral, podemos compreender o processo empreendedor a partir de quatro etapas,quais sejam:

•Identificação de oportunidade: esta etapa se constitui a mais difícil no processo empreendedor.Esta fase implica em identificar uma oportunidade e analisar a sua potencialidade no que serefere a itens como: necessidades de mercado, potencial da concorrência e de mercado e ciclode vida do produto.

É importante o empreendedor testar a sua ideia ou conceito de negócio junto de potenciaisclientes, avaliando sua disposição em adquirir seu produto ou serviço através de pesquisas demercado. A pesquisa lhe fornecerá a dimensão do mercado, se está em crescimento, estável ouestagnado, quem é a concorrência e quais são seus pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades.Nesta etapa é fundamental o talento, a percepção, o conhecimento e o “feeling” do empreendedor.

•Elaboração do plano de negócios: talvez esta seja a etapa que dê mais trabalho. O plano denegócios é uma parte importante do processo empreendedor.

O plano de negócios é um documento que sintetiza toda a essência da empresa, suaestratégia de negócio, seu mercado e competidores, como vai gerar receitas e crescer, dentre outrosaspectos. Um negócio bem planejado terá mais oportunidades de sucesso do que um semplanejamento, na mesma igualdade de condições. É fundamental que o empreendedor saiba planejarsuas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento.

•Captação de recursos: o empreendedor deve utilizar a sua capacidade de planejamento ehabilidade de negociação para relacionar no mercado as melhores alternativas de financiamentopara seu negócio.

Determinar os recursos necessários é consequência do que foi feito e como foi planejado oplano de negócios. A captação de recursos pode ser feita de várias formas e por meio de fontesdistintas que vão desde recorrer a bancos, economias pessoais, até a familiares e amigos.

•Gerenciamento: gerir a empresa pode parecer a parte mais fácil do processo empreendedor,

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pois já foi identificada a oportunidade, desenvolvido o plano de negócios e relacionada a fontede financiamento.

No entanto, a gestão de uma empresa não é tão simples o quanto parece. O empreendedordeve reconhecer as suas limitações, recrutar uma excelente equipe de trabalho para colaborar nagestão da empresa, implementar ações que minimizem os problemas e maximizem os lucros, oumelhor, produza mais com o mínimo de recursos necessários, conjugando eficiência e eficácia. Nãoadianta identificar uma excelente oportunidade de negócio, desenvolver detalhadamente o plano denegócios, captar os recursos necessários para iniciar as atividades se o empreendedor não tivercapacidade administrativa para gerir o seu negócio. Ao invés de oportunidade de lucros e sucesso,todo o processo se configurará em prejuízo e, provavelmente, endividamento do empreendedor. Daíesta etapa se configurar como crucial para o sucesso do empreendimento.

Existe outra forma de se analisar os aspectos críticos do processo empreendedor propostapor Timmons (1994), professor do Babson College, Estados Unidos, que leva o empreendedor apriorizar a análise de três fatores fundamentais. O primeiro fator é a oportunidade. Esta deve seravaliada para que se tome a decisão de continuar ou não com o empreendimento. O segundo fator éa equipe empreendedora, ou seja, quem, além do empreendedor, atuará em conjunto no projeto.Finalmente, os recursos necessários, como e onde consegui-los.

É muito importante que a questão relativa à análise dos recursos necessários para o início donegócio seja a última a ser feita. Assim, o empreendedor e sua equipe devem priorizar inicialmenteà análise da oportunidade, a primeira das tarefas a ser realizada. Na verdade, às vezes a formação daequipe ocorre até antes da identificação de uma boa oportunidade, porém o mais comum nos casosde sucesso é a identificação da oportunidade, formação da equipe e captação dos recursos.

Destes três fatores, podemos identificar como crítico para o sucesso do processoempreendedor a identificação da oportunidade. Não significa, entretanto, que as outras sejam menosimportantes. Neste estágio surge a definição do negócio propriamente dito. Sua identificação édeterminada pela capacidade de o empreendedor desenvolver sua percepção, intuição e “feeling”sobre as possibilidades que aquela oportunidade pode representar. Aliado a isso, destaca-se tambéma importância do planejamento do negócio. Através do planejamento o empreendedor avaliaoportunidades, identifica, busca e aloca os recursos necessários ao negócio, planeja as ações aserem tomadas, implementa e gerencia o novo negócio dentro do limite de risco calculado. Oplanejamento deve permitir ao empreendedor e sua equipe inclusive, redirecionar o curso docaminho, o desenvolvimento das ações de acordo com os cenários que se apresentarem à empresa.

O perfil do empreendedor

Fatores inibidores de potenciais empreendedores

De acordo com Degen (1989), há muitos fatores que inibem o surgimento de novosempreendedores. Os três mais importantes são:

A imagem social: todo empreendedor que deseja ter sucesso precisa estar disposto a, noinício, desenvolver ele mesmo todas as atividades na sua empresa. É fazer as compras,atender pessoalmente a clientes e fornecedores, vender, entregar, fazer contabilidade, eeventualmente, até limpeza. Não há nenhuma vergonha no trabalho honesto. Porém, muitospensam que, após terem atingido uma boa posição como empregados, as tarefas necessáriaspara iniciar um novo negócio vão prejudicar a sua imagem social. Por este motivo, acabampreferindo permanecer no “conforto” do emprego.

A disposição para correr riscos: nem todas as pessoas têm a mesma disposição paraassumir riscos. Muitos precisam de uma vida regrada, horários certos, salário garantido nofim do mês e assim por diante. Esse tipo de pessoa não foi feito para ser empreendedor. Oempreendedor, por sua definição, tem de assumir riscos, e o seu sucesso está na sua

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capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles. Os riscos fazem parte de qualqueratividade, e é preciso aprender a administrá-los. O empreendedor não é malsucedido nosseus negócios porque sofre revezes, mas porque não sabe superá-los.

O capital social: O que herdamos da nossa formação familiar, religiosa e escolar é o quechamamos de “capital social”. São valores e ideias que subliminarmente nos foram incutidospor nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na nossa formaçãointelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas. Um exemplo do capital socialcomo fator inibidor de potenciais empreendedores é uma forte formação religiosa que levammuitos a considerarem o lucro como imoral. Essas pessoas têm vergonha de desenvolver umnegócio pelo lucro e, na eventualidade de se aventurarem a fazê-lo, procuram outras razõespara justificar o seu negócio, desprezando o lucro. Como consequência, acabam perseguindoobjetivos que nada têm que ver com a realidade dos negócios e, por isso fracassam.

Tipos de empreendedores

Os valores que influenciam uma pessoa a ser empreendedora estão relacionados com aconvivência, a qual destaca três níveis de ligação: O primário – familiares e conhecidos, ligaçõesem torno de mais atitude; O secundário – ligações em torno de determinada atitude, rede de ligações(Network) e o terciário – cursos, livros, viagens, feiras e congressos.

Dolabela (1999) discorre que tais níveis de relação fazem enxergar que o empreendedorismoestá em todos os lugares, e que de uma forma ou de outra ele pode ser descoberto, embora que nomeio familiar seja mais frequente.

Pesquisas indicam que as famílias de empreendedores têm maior chance de gerar novosempreendedores e que os empreendedores de sucesso quase sempre têm um modelo, alguém aquem admiram e imitam (FILION, 1991). Por esta razão o nível primário tende mesmo a ser ummeio propício para surgimento de pessoas e negócios de sucesso

Empreendedores por escolha

Toda teoria sobre o empreendedor de sucesso sempre apresenta o planejamento como umadas mais importantes atividades desenvolvidas pelos empreendedores. E isso tem sido comprovadonos últimos anos, já que o planejamento aumenta a probabilidade de um negócio ser bem sucedidoe, em consequência, leva mais empreendedores a usarem essa técnica para garantir melhoresresultados. O empreendedor que “faz a lição de casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupacom os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que trabalha em função demetas.

Empreendedores por necessidade

Cria o próprio negócio porque não tem alternativa, geralmente, não tem acesso ao mercadoou foi demitido. Se envolve em negócios informais, desenvolvendo tarefas simples, prestandoserviços e conseguindo como resultado pouco retorno financeiro. É um grande problema social paraos países em desenvolvimento, pois apesar de ter iniciativa, trabalhar arduamente e buscar todas asformas a sua subsistência e a dos seus familiares, não contribui para o desenvolvimento econômico.Na verdade, os empreendedores por necessidade são vítimas do modelo capitalista atual, pois nãotem acesso a recursos, a educação e as mínimas condições para empreender de maneira estruturada.

Empreendedores por acaso (ou inesperado)

É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma oportunidadede negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. Éuma pessoa que nunca pensou em ser empreendedor, que antes de se tornar um, via a alternativa decarreira em grandes empresas como a única possível. Antes de se tornar empreendedor, acreditavaque não gostava de assumir riscos. Tem de aprender a lidar com as novas situações e se envolver em

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todas as atividades de um negócio próprio.

Características comportamentais dos empreendedores

Imagina, desenvolve e realiza visões;

Congrega risco, inovação e liderança;

Tem habilidade e perícia profissional numa organização;

Aproveita as oportunidades;

Faz coisas que fazem a diferença;

Cria prosperidade econômica e social nas sociedades;

Atua como um agente de mudanças;

Constrói algo novo;

Visualiza o futuro e propõe-se a construí-lo;

Tem espírito de iniciativa e gosta de começar projetos novos;

Corre riscos calculados, de modo a reduzir os riscos ou controlar resultados;

É otimista e acredita nas possibilidades que estão ao seu alcance;

É persistente e determinado para atingir metas e objetivos;

O processo de empreender envolve todas as funções, atividades e ações associadas à percepção deoportunidades e à criação de organizações que buscam organizadamente estas oportunidades.

Cinco elementos ou qualidades são fundamentais na caracterização de um empreendedor:

• Criatividade e inovação: empreendedores conseguem identificar oportunidades, grandes oupequenas, onde ninguém mais consegue notar;

• Habilidade ao aplicar esta criatividade: eles conseguem direcionar esforços num único objetivo;

• Força de vontade e fé: eles acreditam fervorosamente em sua habilidade de mudar o modo como as coisas são feitas e têm força de vontade e paixão para alcançar o sucesso;

• Foco na geração de valor: eles desejam fazer as coisas da melhor maneira possível, do modo mais rápido e mais barato;

• Correr riscos: quebrando regras, encurtando distâncias e indo contra o status quo.

Algumas ideias equivocadas ainda existem no senso comum. Uma delas é a de que o empreendedoré um herói solitário. Na realidade, colaboração é a palavra-chave, empreendedores de sucesso seunem a grupos e seguem trabalhando unidos em direção a um único objetivo. Esses cinco elementosdo empreendedorismo têm mais força quando compartilhados por um time ou dentro de umaorganização.

Outro conceito errôneo é o de que um empreendimento necessariamente precisa ser muito grandepara ser considerado um sucesso. Muitas empresas que se encaixam no critério de pequena e médiasão bastante empreendedoras. A distinção está no resultado desejado: seus proprietários aadministram com o objetivo de manter seu estilo de vida e o da sua família, ou eles reúnem esforçosa fim de explorar oportunidades, criar novos produtos ou entregar serviços de modo inusitado?Pequenos negócios desempenham um papel muito importante na economia. É por meio da pequenaempresa que obtemos os produtos e serviços já tradicionais. Muitos donos de pequenas empresaspossuem qualidades empreendedoras ao buscar atender à demanda de produtos e satisfazer os

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clientes. Mas o conceito de empreendedorismo está baseado em indivíduos que misturam inovaçãocom as melhores práticas de comercialização de novos produtos e serviços e que resultam emempresas de crescimento acelerado.

Pesquisas mostram que a maior parte das pessoas que tem

sucesso, são aquelas que buscaram se capacitar, que tem

mais escolaridade e que também buscaram se informar.

Criatividade

Empreendedores de sucesso estão sempre atrás de novas de negócio e de verdadeiras oportunidades.Informação é a base de novas ideias.

O difícil é selecionar a informação relevante

Brainstorming ou tempestade cerebral, é uma das mais conhecidas formas de se estimular acriatividade e a geração de novas ideias;

Para se estruturar a braisntorming aconselha-se as seguintes regras:

Ninguém pode criticar outras pessoas do grupo;

Quanto mais rodadas entre os participantes melhor;

Podem-se dar ideias baseadas em ideias anteriores de outras pessoas;

A sessão deve ser divertida, sem que haja uma ou outra pessoa dominando a mesma;

Conversar com pessoas de todos os níveis sociais e idade;

Pesquisar novas patentes e licenciamento de produtos;

Estar atento aos acontecimentos sociais de sua região, tendências, preferências dapopulação, etc;

Visitar institutos de pesquisa;

Participar de conferências e congressos;

Quando se usa a criatividade, pode-se obter um grande negócio, com possibilidades de crescimentoe retornos.

ExtraQUAL É A METADE DE 8?

Se sua resposta foi 100, é original, mas incorreta.

Se sua resposta foi 4, é correta, mas não original.

Se sua resposta é 0, é correta e original se você enxergar o número8 cortado horizontalmente.

Se sua resposta é 3, é correta e original se você enxergar o nº 8cortado verticalmente

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Criatividade é criar o inesperado e fazê-lo útil.

Habilidades e atitudes vencedoras

Alguns fatores ajudam aos futuros empreendedores a mudar o modo de pensar e agir, eassim dominar com mais facilidades suas técnicas. Por exemplo, desacreditar os mitos; ter grandenecessidade de realização; estar disposto a trabalhar duro; não se abater com as dificuldades e asnegativas que for encontrando.

A chave para o desenvolvimento espetacular:

C-onhecimento

H-abilidade

A-titude

V-alores

É-tica

Conhecimento

Auto conhecimento, empresa, produtos, clientes, mercado, conhecimentos gerais, etc.

Habilidades

Habilidades de comunicação, habilidades de relacionamento, etc.

Atitude

Honestidade, nível de energia para a resolução de problemas;

Valores

Conjunto de princípios, ideiais e julgamentos morais: valores morais.

Ética

Ramo da filosofia que aborda os fundamentos da moral. Regras que orientam a conduta em umaprofissão.

“O segredo do meu sucesso foi a perseverança e ter

acreditado na minha ideia, nunca ter abandonado esse

sonho e não ter desistido no final, mesmo que, ao longo

deste caminho várias pessoas tentam te tirar, mas se você

tem um propósito, e, na confiança, chega lá [você]. Todo

mundo chega!

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Leopoldo Aquino de Almeida (INVENTOR DO ABRIDOR DESACHÊS)

Extras

Teste do perfil de empreendedor:

<http://goo.gl/E7rpQD>

10 características do empreendedor:

<http://goo.gl/RFgdGS>

Como abrir um negócio próprio:

<http://goo.gl/gmGqEv>

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RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

Conceito e significado de ecologia

No sentido da palavra de origem grega: “oikos” significacasa e logos = estudo, faz-se a junção das palavras e tem-se:estudo da nossa casa, isto é, o estudo do habitat dos seres vivos.

Podemos dizer que ecologia é a ciência que se dedica aosestudos das relações entre os seres vivos e o ambiente em quevivem. (Hernst Haeckel, biólogo alemão, 1869).

Visão antropocêntrica X visão eco-cêntrica

A visão antropocêntrica

Para iniciar a discussão das ideias relacionadas ao Antropocentrismo, comecemos com as palavrasde Milaré & Coimbra (2004), que esclarecem os princípios antropocêntricos:

Antropocêntrico vem a ser o pensamento ou a organização que faz doHomem o centro de um determinado universo, ou do Universo todo, emcujo redor (ou órbita) gravitam os demais seres, em papel meramentesubalterno e condicionado. É a consideração do Homem como eixoprincipal de um determinado sistema, ou ainda, do mundo conhecido.Tanto a concepção quanto o termo provêm da Filosofia.

Desta forma, o Antropocentrismo pode ser definido como uma concepção filosófica na qualo homem é considerado o centro do Universo, ou seja, a referência máxima e absoluta de valores(MILARÉ, 2007). A aplicação das ideias antropocêntricas pode ser analisada segundo duas óticas(consideradas distintas, de acordo com o momento histórico em que foram descritas): a primeirasurge como uma resposta aos preceitos que vigoravam na Idade Média, período compreendido,segundo os historiadores, entre o final da Idade Antiga (com a queda do Império Romano doOcidente, em 476 d.C.) e o século XV (com a queda de Constantinopla, em 1453 d.C.). Nesteperíodo histórico, a igreja caracterizou-se como uma entidade com grandes poderes sobre o restanteda sociedade (europeia), de modo que se respeitava a chamada doutrina Teocêntrica, caracterizadapor possuir uma perspectiva filosófica e cultural centrada em Deus. Desta forma, oAntropocentrismo resultou da transição entre a cultura medieval e a renascentista, quando “ohomem deixou de olhar tanto para o alto, em busca de Deus, passando a dar valor a si mesmo”(COTRIM, 2002). Ainda segundo Cotrim (2002), o ser humano se redescobriu como criatura ecriador do mundo no qual vivia, o que o fez adquirir uma mentalidade mais humanista, isto é, o fezconstruir um mundo centrado em si mesmo.

A segunda ótica da visão antropocêntrica é aquela considerada base da análise que estetrabalho pretende desenvolver. Esta ótica, em um contexto moderno, refere-se às doutrinas ouperspectivas intelectuais que tomam como único paradigma as características ou peculiaridades (ouainda as vontades) da espécie humana, tendo como referência de ambiente apenas aqueleconsiderado apto à existência humana. Este ponto de vista é aquele relacionado ao antropocentrismode origem religiosa, especialmente bíblica (conforme mencionado nas partes introdutórias destetrabalho), uma vez que a partir da Bíblia houve a legitimação da posição de domínio do homemsobre todas as criaturas e todo o mundo. Tal fato pode ser verificado no versículo 28, capítulo 2º doLivro de Gênesis: “Crescei e multiplicai-vos e enchei a Terra, e subjugai, e dominai [...]”.

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Assim, a visão antropocêntrica pode ser analisada, em um sentido pejorativo, como umaconcepção filosófica que acarreta na desvalorização das outras espécies do planeta, relacionando-sediretamente à degradação ambiental, visto que a natureza se caracteriza por estar subordinada aosseres humanos. Barros (1999) aponta que

[...] a corrente antropocêntrica se baseia na hipótese de que a natureza nãopossui valor em si, mas constitui numa reserva de recursos naturais aserem explorados pela humanidade [...].

Neste sentido, Milaré & Coimbra (2004) descrevem o distanciamento do homem dos demaisseres, de modo a postar-se diante deles em “atitude de superioridade absoluta, abertamenteantagônica”.

Milaré (2007) destaca que a corrente antropocêntrica teve grande expressão no mundoocidental devido às posições racionalistas, uma vez que a razão é considerada um atributo exclusivodo homem, constituindo-se como “valor maior e determinante da finalidade das coisas”. Milaré &Coimbra (2004) apontam alguns aspectos significativos referentes ao papel desta racionalidade nadominação do meio natural, dentre os quais merecem destaque:

i. A contribuição da filosofia greco-romana, constituída por inúmeros pensadores (filósofos)cujos estudos enfocaram a explicação dos motivos pelos quais o homem seria superior ao“resto das coisas”; e,

ii. O desenvolvimento do racionalismo moderno e o conhecimento aprofundado dascaracterísticas da natureza, a partir dos quais o homem passou a dominar o meio natural demodo ainda mais agressivo, visando satisfazer suas necessidades (em relação aos recursosnaturais) cada vez mais crescentes.

Com referência aos pensadores greco-romanos, pode-se citar as idéias de Aristóteles (384-322 a.C.), o qual colocava o homem no vértice de uma pirâmide natural, sendo servido por todos osoutros elementos componentes do meio natural. Felipe (2009) explicita que Aristóteles apontavaalguns pontos em comum entre homens e animais (relacionados basicamente à atividade vital),entretanto estes se encontravam em uma posição inferior em relação àqueles por não serem capazesda racionalidade matemática. Ainda, esta mesma autora descreve outra característica interessante dopensamento aristotélico, que recriminava o maltrato dos animais não-racionais não porque osanimais sofressem ou fossem conscientes da dor, mas por serem propriedade (patrimônio) dohomem. Assim, o maltrato representaria um dano ao patrimônio, e não uma atitude cruel ao servivo.

Em relação ao racionalismo moderno, o desenvolvimento das ciências (que culminou noprogresso técnico-científico) ratificou o papel do homem como dominador e manipulador do meiofísico. Milaré (2007) sintetiza claramente os efeitos desta evolução técnica sobre a natureza:

[...] o racionalismo moderno e o desvendamento dos segredos da naturezaensejaram ao homem a posição de arrogância e de ambição desmedidasque caracterizam o mundo ocidental contemporâneo. E odesenvolvimento científico-tecnológico, submetido ao controle do capitalpara efeitos de produção e criação de riquezas artificiais, desembocounessa lamentável “coisificação” da natureza e dos seus encantos.

Desta forma, conforme já evidenciado anteriormente, as sociedades humanas (representadaspelos Estados-nação) estruturaram seu crescimento tendo a natureza apenas como um suporte aomesmo, utilizando-se dos recursos desta para buscar níveis de desenvolvimento mais satisfatórios –pelo menos até o momento em que se notou a existência da problemática ambiental.

Milaré & Coimbra (2004) abordam um ponto interessante, atribuindo, inclusive, um caráterantropocêntrico ao conceito de desenvolvimento sustentável. Tal fato realmente ocorre, pois a

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proteção e a preservação do meio ambiente são buscadas tendo como objetivo atender àsnecessidades do homem: “A Terra não seria mais do que um celeiro de recursos à disposição pura esimples das necessidades humanas. A Natureza seria contingenciada e o Homem é discretamenteabsolutizado” (MILARÉ & COIMBRA, 2004). Mesmo assim, as intenções pretendidas com aprática do desenvolvimento sustentável já aliviam de maneira significativa a pressão sobre o meioambiente, fato que reforça a importância deste conceito.

Por fim, deve-se ressaltar que o conhecimento dos conceitos que estruturam o pensamentoantropocêntrico é importante para se entender as questões filosóficas que foram refutadas natransição para uma visão ecocêntrica do meio ambiente, assunto a ser abordado no próximo tópico.

A visão eco cêntrica

Conforme verificado anteriormente, o desenvolvimento científico-tecnológico intensificou aexploração dos recursos naturais, acarretando no aumento da degradação ambiental. Desta forma,sentiu-se a necessidade da mudança de paradigmas, pois o sistema vigente (amparado pelas ideiasantropocêntricas) se mostrou incapaz de dar suporte à sociedade. No campo filosófico, aclarificação dos conceitos relativos à questão ambiental foi estruturada a partir do desenvolvimentodos conceitos da visão eco cêntrica do meio ambiente. Barros (1999) esclarece que o Ecocentrismo

[...] se baseia no fato de que o mundo natural possui um valorem si mesmo, independendo de sua utilidade para o homem.Trata-se de uma visão purista (preservacionista) da natureza,em que o ambiente natural deve permanecer intocado eintocável na sua forma primitiva, sujeito somente ao cursoaustero da evolução natural. Em nome do equilíbrio ecológico,as atividades do homem são incompatíveis com esse estado depreservação da natureza [...].

Assim, o Ecocentrismo se remete à ideia de que o meio ambiente existe, vive e evolui parabeneficio próprio e não para saciar as vontades do ser humano. Desta forma, pode-se afirmar queesta concepção filosófica surgiu para contrapor as ideias antropocêntricas, possibilitando a quebrade um paradigma antigo da sociedade e permitindo a construção de novos valores éticos sobre arelação homem-natureza e, consequentemente, construindo uma mudança cultural.

A consolidação desta corrente filosófica se deu no final do século XX, entretanto as ideiasque a regem já existiam em paralelo com as ideias antropocêntricas. Milaré (2007), visando explicareste fato, cita as palavras do pensador Celso no século II d.C., o qual afirmava que a natureza existiatanto para os animais e plantas quanto para os homens. Outro exemplo citado se refere às ideias deoutro pensador, Porfírio (século III d.C.), o qual em seu discurso pregava contra o antropocentrismoe questionava o “por que” de se pensar que o meio ambiente fora criado pra satisfazer asnecessidades humanas e não o contrário. Para ele, “era absurdo pensar que os porcos foram criadosespecialmente para servirem de alimento ao homem; por que não acreditar que o homem fora feitopara ser comido pelos crocodilos?”.

Mesmo durante o período em que a sociedade europeia “redescobria” o homem como cernedo universo (ao final da Idade Média, conforme descrito anteriormente), pode-se verificar os ideaisecocêntricos em diversos autores. Milaré & Coimbra (2004) exemplificam o caso do reverendo emártir inglês John Bradford, que no século XVI contestava publicamente a Escolástica, doutrinabaseada em preceitos cristãos que tinha como função aproximar a razão da fé. Bradford discordavado pensamento escolástico de que “os animais foram feitos exclusivamente para o amparo dohomem”. Mais tarde, em meados do século XVII a preocupação com a natureza ganhou um espaçomaior na sociedade, defendendo que Deus se preocupava com o bem-estar de todos os seres vivos,(ou seja, plantas, animais e seres humanos). Thomas (1966, apud Milaré & Coimbra, 2004)exemplifica esta preocupação com o meio natural dentro da própria igreja, citando passagens de

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religiosos que afirmavam o amor de Deus sobre todos os seres vivos indistintamente: “Deus amatanto as criaturas que rastejam no chão quanto os melhores santos, e não há diferença entre a carnede um homem e a carne de um sapo”.

Mais recentemente, com o acúmulo de dados sobre o cenário ambiental global, houve umaampliação da consciência sobre a situação do planeta Terra. Somando isso às preocupações criadaspelo processo da globalização, a ideia de uma Ética Global ou Ética Planetária, foi rapidamentedisseminada. A ética planetária foi desenvolvida pelo Clube de Budapeste, caracterizado como umaassociação humanista que reúne intelectuais, empresários, líderes políticos e humanistas, presididapelo filósofo húngaro Ervin Laszo (JUNQUEIRA, s/d). O movimento iniciado pelo clube tem comolema “Você pode mudar o mundo”, e dentre seus princípios estão:

i. Viva com respeito pelos outros e pela natureza;

ii. Aja para criar um mundo melhor; e,

iii. Desenvolva sua consciência para desenvolver o espírito humano.

Baseado na idéia da ética global, Leonardo Boff, teólogo brasileiro, defende que o homemdeve respeito à Terra, pois

[...] a Terra é Gaia, Mãe generosa, geradora de toda vida, então devemos aela o mesmo respeito e veneração que devotamos às nossas mães. Emgrande parte, a crise ecológica mundial deriva da Engenharia Ambiental –UNESP Rio Claro 9 sistemática falta de respeito para com a natureza e aTerra. (BOFF, 2009).

Sendo assim, o Ecocentrismo é a consolidação recente de uma discussão antiga, surgido apartir da problemática ambiental, que visa à construção de novos valores éticos sobre a relaçãohomem- atureza (ou seja, exige uma mudança cultural). Dessa forma, tem-se a aceitação explícitada ideia de que o mundo não existe somente para o homem.

Desenvolvimento sustentável

Conceito e importância

O desenvolvimento sustentável é um dos temas mais discutidos nesse momento em todo omundo, seja pela preocupação econômica que a escassez das energias não-renováveis proporcionaou mesmo pelo despertar da consciência humana a respeito da necessidade de preservação doplaneta, bem como das gerações vindouras.

Realizaremos nosso estudo a partir do conceito básico de desenvolvimento sustentável, cujoobjetivo principal é o de se obter um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo eficaz e que nãovenha comprometer as gerações futuras.

Mas, como conseguir tal feito se o homem desde o seu primeiro instante na terra vemexercendo uma relação de total dominação sobre a mesma, sobretudo quanto à extração de suasriquezas naturais?

Para encontramos a resposta para esta pergunta foi preciso elaborar, no módulo anterior, umbreve estudo a respeito da relação homem-natureza e tentar entender porque hoje, essa relação vemameaçando o futuro do nosso planeta.

A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável

A sustentabilidade econômica pode-se definir como uma progressiva alteração do sistema produtivoe de seus padrões qualitativos e quantitativos, mediante uma gestão eficiente dos recursos, por umfluxo regular de investimentos públicos e privados, levando à sociedade a melhoria econômicasustentável (BEZERRA et alii, 2002 e SACHS, 1993). Esta melhoria na gestão eficiente dos

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recursos refere-se ao aproveitamento, sem prejuízo do ecossistema. Este prejuízo poderia acontecerpor desastres ou impactos negativos no meio ambiente ou prejuízos econômicos, em horizonte demédio ou longo prazo. Os gastos gerados para a manutenção da qualidade ambiental sãocontabilizados como um incremento nas receitas e produtos nacionais, podendo ser aproveitado namanutenção da sociedade que, segundo Bezerra, Facchina e Ribas (2002), têm o significado degeração de emprego e renda, redução da concentração fundiária rural e todas as condições quepropiciam moradia para as populações urbana e rural.

A energia elétrica é um recurso fundamental na economia dos países, é o energético que movimentagrande parte da indústria e comércio do Brasil, como representado na figura abaixo. Portanto, abusca de melhoras na geração de energia elétrica é importante, detectando a falta de produtividadeque incorpora aos custos características de ineficiência em conversão, transmissão, distribuição efornecimento da energia elétrica.

A sustentabilidade econômica está na procura da criação de mecanismos para novos sistemasprodutivos que sejam integrados e de base local, para que estimulem as atividades econômicasmediante estímulos para que a agricultura, indústria, comércio e setor de serviços gerem melhorasnas condições de vida (LAGE e BARBIERI, 2001).

O serviço elétrico brasileiro precisa de constantes iniciativas de investimento de capital estrangeiroe nacional, na procura de abrir novos negócios; e estes novos negócios irão procurar a utilização denovas fontes de geração como a eólica (ventos), biomassa, fotovoltaica (luz solar), entre outrasrenováveis, que ainda têm percentagens de utilização relativamente baixas.

Consumo de energia no Brasil por setores

Fonte: ALDABÓ, 2002

A sustentabilidade econômica abrange a alocação e distribuição dos recursos naturais dentrode uma escala apropriada. É um mundo em termos de estoques e fluxos de capital, onde estãoincluídos o capital humano, ambiental ou natural e o capital social. A distribuição estará associada àdivisão dos recursos entre as pessoas e as quantidades que correspondam a cada um dependendo daescala. Assim, segundo Bellen (2005), a teoria econômica tem-se abstraído da questão de escala deduas maneiras opostas: dizendo que por uma parte o meio ambiente é uma fonte infinita de recursosnaturais e também uma fonte infinita de resíduos.

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Na elaboração de projetos no setor elétrico para ampliações ou instalação de novas fontes degeração de energia, não somente devem se avaliar os aspectos macroeconômicos em função daeficiência da operação e retorno dos investimentos, mas se devem variar ou suplantar os modelostradicionais que medem crescimento e desempenho da economia por modelos de indicadores queincorporem a variável ambiental. Existe, atualmente, a tendência de avaliar projetos também emfunção dos impactos ambientais.

Gestão ambiental

Conceito e abrangência

Para as políticas públicas são as ações e estratégias para o controle e exploração dos recursosnaturais nos espaços geográficos. (Boisbaudran. Direito e gestão ambiental, pág. 84. 2007)

“A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade ea qualidade ambiental” (Huturbia. Vocabolário de Meio Ambiente, 1990).

Qual o objetivo?

Minizar o impacto das atividades do negócio sobre o meio ambiente.

Estabelecer a busca contínua de melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos eambientes de trabalho.

A NORMA ISO 14000

A série ISO – International Organization for Standardization é uma série de normas depadrão internacional para sistemas de qualidade. Trata-se de uma certificação almejada por todas asempresas que procuram oferecer qualidade em seus produtos e serviços. “O que certifica umaempresa como uma instituição de qualidade é que se respeitem as normas que indicam requisitosmínimos de gestão, sobre os quais cada empresa escolhe o nível de qualidade em que deseja sesituar. Portanto, além de normas e marcas específicas do setor em que atua, as empresas podemtambém, utilizar as normas e o certificado ISO para melhorar a qualidade de sua gestão e de seusserviços”.

Diante da necessidade de se estabelecerem normas acerca da questão ambiental e suaresponsabilidade no âmbito empresarial a International Organization for Standardizationdesenvolveu uma série de normas que objetivava padronizar os processos empresariais de retiradados recursos naturais, bem como, da punição para aquelas empresas que por ventura, viessem acausar algum tipo de desequilíbrio ambiental em decorrência de suas atividades.

A ISO 14000 vem estabelecer quais são as diretrizes para a área da gestão ambiental, no interior dasempresas, ou seja, quais são as responsabilidades ambientais que as mesmas precisam ter paraserem consideradas responsáveis socialmente pelo meio ambiente. Como a ISO 14000 determina osistema de gestão ambiental de uma empresa ela será perfeitamente capaz de:

1. Avaliar quais as consequências que as atividades de uma determinada empresa podem trazer parao meio ambiente;

2. Atender de forma eficaz a demanda gerada pela sociedade, ou seja, o que realmente a sociedadenecessita;

3. Ser aplicada a toda e qualquer atividade que possa implicar diretamente no meio ambiente;

4. Reduzir os custos das empresas em relação aos gastos com prevenção de riscos ambientais e;

5. Ser aplicada na organização como um todo.

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Sistema Nacional do Meio Ambiente e PMNA

Conselho do governo, CONAMA, MMA, IBAMA

Conselho de Governo

Com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nasdiretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.O Conselho é um colegiado representativo de cinco setores, a saber: órgãos federais, estaduais emunicipais, setor empresarial e sociedade civil. Compõem o Plenário:

CONAMA

A sigla significa Conselho Nacional do Meio Ambiente. É um parlamento ambiental e não atuafazendo leis, mas sim é restrito ao regulamento das leis, ou seja, de dizer como elas devem seraplicadas, de modo eficaz, em melhor proteger o meio ambiente e os recursos naturais da RepúblicaFederativa do Brasil. Como o Brasil é verdadeiramente uma federação, cada Estado pode também,por meio de seus órgãos legislativos (Câmara de Deputados Estaduais), fazer leis estaduais, e atémais severas que as leis federais.O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA é o órgãoconsultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA, foi instituído pela Lei6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto99.274/90.

O CONAMA é composto por Plenário, CIPAM, Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos deTrabalho. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria Executiva éexercida pelo Secretário-Executivo do MMA.

MMA

É o Ministério do Meio Ambiente ao qual cabe a função de formular, planejar, coordenar,supervisionar e controlar a política nacional e as diretrizes governamentais para o meio ambiente.Esse é o órgão central do SISNAMA.

IBAMA

É o órgão executor dos SISNAMA. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis – IBAMA, tem a finalidade de executar e fazer executar as políticas ediretrizes governamentais definidas para o meio ambiente.

SISMAMA

Nesse contexto, o Departamento de Coordenação do Sisnama tem como atribuiçõespromover a articulação e a integração intra e intergovernamental de ações direcionadas àimplementação de políticas públicas de meio ambiente e incentivar a descentralização da gestãoambiental e a repartição de competências entre as três esferas de governo, coordenando:

•Programa Nacional do Meio Ambiente - PNMA II

•Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais

•Comissões Técnicas Tripartites

O Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, foi instituído pela Lei 6.938, de 31 de agostode 1981, regulamentada pelo Decreto 99.274, de 06 de junho de 1990, sendo constituído pelos

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órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundaçõesinstituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, e tema seguinte estrutura:

•Órgão Superior: O Conselho de Governo

•Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA

•Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente – MMA

•Órgão Executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis – IBAMA

•Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução deprogramas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar adegradação ambiental;

•Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle efiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;

A atuação do SISNAMA se dará mediante articulação coordenada dos Órgãos e entidades que oconstituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas as agressões ao meioambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA.

Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regionalização das medidas emanadas doSISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares.

As medidas de proteção ao meio ambiente e a efetiva prevenção a danos ambientais devem seraplicadas de forma razoável, não impedindo o crescimento e o desenvolvimento. O que se busca é odesenvolvimento que respeite o meio ambiente, de forma a garantir a preservação do planeta e acontinuidade da própria vida humana. É justamente sobre este conflito, entre o direito do serhumano evoluir, econômica e industrialmente, e o direito à qualidade de vida e saúde que sedesenvolvem as principais reflexões do Direito Ambiental. E foi dessa discussão que surgiu oconceito de desenvolvimento sustentável.

Os Órgãos Seccionais prestarão informações sobre os seus planos de ação e programas emexecução, consubstanciadas em relatórios anuais, que serão consolidados pelo Ministério do MeioAmbiente, em um relatório anual sobre a situação do meio ambiente no País, a ser publicado esubmetido à consideração do CONAMA, em sua segunda reunião do ano subsequente.

Ex.: SUDEMA (Paraíba);

CPRH (Pernambuco)

Instrumentos da PNMA

O primeiro instrumento da Lei 6.938 é o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental.Padrão representa o valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade.Estes padrões são estabelecidos por Resoluções do Conama e dizem respeito às emissões depoluentes e contaminantes na atmosfera e nos corpos hídricos.

Outro instrumento é o zoneamento ambiental, normalmente estabelecido pelo Plano Diretor do

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município. O zoneamento é a definição e delimitação de zonas com características comuns, dentrode um determinado espaço territorial, com o consequente estabelecimento de funções e aptidõespara o planejamento da cidade visando um futuro mais sustentável.

A avaliação de impactos ambientais é um dos mais importantes instrumentos da Política Nacionaldo Meio Ambiente, dele resultam o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental, documentosessenciais para a instalação e operação de empreendimentos que gerem impactos ambientais. OConama define impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ebiológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante dasatividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar dapopulação; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meioambiente; a qualidade dos recursos ambientais”.

O licenciamento ambiental é outro instrumento estabelecido pela PNMA e possui íntima ligaçãocom a avaliação de impactos ambientais. De acordo com o Conama, licenciamento é “oprocedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursosambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquerforma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares eas normas técnicas aplicáveis ao caso”. Este procedimento possui três fases: licença prévia, licençade instalação e licença de operação.

A Lei 6.938 também estabelece como instrumento, a possibilidade do Poder Público - em nívelFederal, Estadual e Municipal – criar reservas e estações ecológicas; áreas de proteção ambiental eas de relevante interesse ecológico; espaços territoriais especialmente protegidos, tais como áreas deproteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas.

Um instrumento de gestão compartilhada é o Sistema Nacional de Informações sobre o MeioAmbiente, que é responsável pela organização, integração, compartilhamento, acesso edisponibilização de informação ambiental no Brasil. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, oSINIMA possui três eixos estruturantes: “o desenvolvimento de ferramentas de acesso à informaçãobaseadas em programas computacionais livres; a sistematização de estatísticas e elaboração deindicadores ambientais; a integração e interoperabilidade de sistemas de informação de acordo comuma Arquitetura Orientada a Serviços – SOA”.

Faz parte da lista de instrumentos da PNMA a instituição e divulgação anual do Relatório deQualidade do Meio Ambiente. De acordo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e RecursosNaturais Renováveis - Ibama, este é um “instrumento de informação ambiental que tem comoobjetivo informar a sociedade brasileira o status da qualidade ambiental dos diversos ecossistemasbrasileiros ou mais intrinsecamente dos seus compartimentos ambientais”.

O Ibama também é responsável pelo Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmentepoluidoras que definido pelo Instituto como “um registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicasque se dedicam às atividades potencialmente poluidoras ou à extração, produção, transporte ecomercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos esubprodutos da fauna e flora”.

Oportunidades

Ideia X Oportunidade

“Você sabe me informar uma ideia de negócio interessante para o mercado atual nesse momento?”.

“Você pode me dar uma dica de alguma grande ideia de negócio aqui na minha cidade para euinvestir?”.

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Na verdade, até onde sei, as ideias de negócio existentes são cópias de outras ideias que já existem.São cópias dos próprios concorrentes próximos ou ideias de outros estados ou países e que sãotrazidas pra nossa cidade. Por que será, então, que as pessoas acreditam que, consultores,empresários, tem essa informação na ponta da língua? Acredite: o grande segredo dos negócios nãoestá por traz daquela ideia extraordinária, inédita, maravilhosamente desconhecida e semconcorrentes. Como comenta o Professor José Dornelas, no seu artigo Ideia x Oportunidade (fonteinformada no final do texto): “poucos são os privilegiados que acordam de manhã e conseguem terestas ideias que vão mudar o mundo”.

Pois bem… A dica do “segredo do sucesso” de muitos negócios está, principalmente, na percepçãodo empreendedor em entender as necessidades não atendidas dos consumidores e ser capaz dedesenvolver, rapidamente, produtos e serviços que atendam estas necessidades. Isso sim é encontraroportunidades de negócio. Não precisa ser muito criativo ou um renomado detetive das melhoresideias do momento. Basta estar atento às reais oportunidades. Aquelas que preencherão lacunas emdeterminados segmentos, atenderão demandas carentes, específicas de um nicho de mercado. Fiquesabendo que, na maioria dos casos, se tratam de ideias simples, comuns e até corriqueiras. Porém,não são percebidas como uma possibilidade de negócio no momento em que são vivenciadas.

Entenda a diferença entre Ideia e Oportunidade:

Ideia

Ideias são consequências do pensamento livre das pessoas. Ela não tem comprometimento algum nacriação de um negócio. São frutos da criatividade humana e podem surgir diversas vezes no dia adia das pessoas. Pontos que nos fazem ter uma ideia: Habilidades pessoais, experiência quandoconsumidor, empregos anteriores, ideias já existentes.

Veja alguns exemplos:

Ideias já existentes: Falta um lava jato de carros nesse meu bairro, o único que tem, possui umatendimento péssimo e o serviço não é de qualidade. Acho que vou abrir meu próprioestabelecimento e vou mudar tudo o que não concordo sobre este concorrente.

Experiência como consumidor: Quando vamos a um restaurante e sentimos falta de algum detalhepensamos: “Bem que eles podiam oferecer tal coisa. Se eu abrisse um, isso seria o meu diferencial”.

Habilidades pessoais: Você gosta de fazer bolos, doces e salgados para a família e, às vezes,surgem pequenas encomendas dos amigos para festinhas e comemorações. Um dia identifica anecessidade de criar um cardápio totalmente personalizado para pessoas com diabetes.

Empregos anteriores: Você é um massoterapeuta com grande experiência e já trabalhou 5 anos emuma clínica bem conceituada da cidade, mas está desempregado. Que tal abrir uma clínica deestética para o público da terceira idade, com atendimento residencial,0 com podólogos,massoterapeutas, serviço de limpeza de pele e até, corte de cabelo?

Mas, isso são apenas ideias… E agora, como transformá-las em oportunidades? Aí é que está ogrande primeiro passo, futuro empreendedor. Transforme essa ideia em oportunidade. Como? Lávão as dicas:

Oportunidades

Oportunidades precisam ser mais profundamente analisadas e estruturadas. Devemos pegar aquelaideia inicial e, primeiramente, perceber que, realmente, é uma necessidade não atendida, uma lacunade algum segmento e que pode ser estudada para se transformar em um negócio viável. Começa aí oplanejamento, uma dedicação mais aprimorada do que se pretende desenvolver. Envolve analise deinvestimentos, retorno potencial, busca de conhecimentos e coleta de dados. E, de preferência, queseja testada antes do início das atividades.

Então, antes de qualquer coisa, para começar, analise alguns critérios essenciais de avaliação quantoao local e ao ambiente que pretende estabelecer seu negócio. Por exemplo: Leis, exigências dos

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órgãos competentes, tendências demográficas, ambiente econômico político e social, valoresculturais e responsabilidade social.

Feito esse processo, agora sim, sua ideia tem boas chances de se tornar uma oportunidade desucesso. Mas ainda não terminou, aliás, nem começou. Para saber, definitivamente, se aoportunidade se transformará em um negócio viável, é a vez de começar a estruturar seu Plano deNegócio.

E aí, vai encarar?

Identificar e abraçar uma oportunidade é uma grande virtude do empreendedor de sucesso. Écomum que empreendedores iniciantes não saibam diferenciar uma ideia e uma oportunidade, daía importância de desenvolver essa capacidade. É bom saber que atrás de uma oportunidade sempreexiste uma ideia, o que vai indicar o seu potencial e transformá-la em um bom negócio será umestudo de sua viabilidade, que pode ser feito através do Plano de Negócios.

Fontes de Ideias:

· Franquias e patentes;

· Licença de produtos: uma fonte de boas ideias é assinar revistas da área. Corporações,universidades e institutos de pesquisas não lucrativos podem ser fontes de ideias;

· Feiras e exposições;

· Pesquisa universitária;

· A observação do que se passa em volta das ruas;

· Ideias que deram certo em outros lugares;

· Experiência adquirida enquanto consumidor;

· “Descobrir” algo que já existe: melhorar, acrescentar algo novo à ideia já existente;

· Uso das capacidades e habilidades pessoais;

Sobre a oportunidade:

· Deve se ajustar ao empreendedor. O que pode ser oportunidade para uma pessoa pode não serpara outra, por vários motivos (perfil individual, motivação, relações, etc.);

· Um empreendedor habilidoso dá forma a uma oportunidade onde outros nada enxergam, ouenxergam muito cedo ou tarde;

· Há maior oportunidade de ideias do que boas oportunidades de negócio;

· A oportunidade é atraente, durável, tem uma hora certa, ancora-se em um produto ou serviço quecria ou adiciona valor para o seu comprador.

O sucesso não é daqueles que mais se esforçam; mas dos

que enxergam as oportunidades.

Identificando Oportunidades

É comum ouvirmos de consultores e empresários a máxima "as oportunidades estão emtoda a parte". Mas onde? Como identificá-las? Não é fácil. A verdade é que, muitas vezes, sópercebemos a boa ideia quando alguém já a transformou num produto ou serviço. Nossopensamento imediato é: "Por que não pensei nisso antes?"

A atividade empreendedora envolve identificar oportunidades dentro do sistema econômico.

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O empreendedor percebe o que cliente necessita e, em seguida, diferencia o produto ou serviço paraele, como podemos observar na figura 1.

Figura 1. – Identificando oportunidadesFonte: Empreendedorismo, Inovação, Incubação de Empresas e a Lei de Inovação

As ideias estão seguindo a economia, as ideias estão enriquecendo as pessoas e acima detudo as ideias estão mudando o mundo. Logo, mesmo que o indivíduo não tenha a menor percepçãode como organizar a produção de ideias, uma coisa está clara: se conseguir que as pessoas aceitem,adorem e cultivem suas ideias, o promotor das ideias será um vencedor. Ganhará reconhecimento,poder e mudará o mundo.

Uma ideia parada não vale nada, mas uma ideia em movimento sim, que cresce e contaminatodos os que entram em contato com ela.

Uma ideia contagiante começa com um manifesto de ideia, um ensaio, lógico e poderoso,que reúne uma série de ideias existentes e as transformam em uma ideia nova e mais ampla, maisunificada e atraente. Às vezes esse manifesto assume o formato de um ensaio escrito. Também podeser uma imagem, uma canção, um produto ou um processo eficiente e eficaz.

O meio não importa o que importa é a mensagem. Se for capaz de utilizar seu manifesto paramudar a forma de pensar, falar e agir das pessoas, o empreendedor terá criado algo de valor.

É preciso entender que o consumidor já não está interessado em comprar umproduto/serviço. Na verdade, o produto/serviço não passa de um artefato, em volta do qualacontecem experiências:

a) Quais são os nossos clientes?b) O que eles valorizam?c) Como eles podem acessar nossos produtos/serviços?

Onde há problemas, há oportunidades

Na próxima vez que for a algum lugar onde há muita fila, onde a comida não é boa ou ondeo atendimento é ruim em vez de você simplesmente reclamar com o amigo do seu lado, diga: “aquihá uma oportunidade pra eu me dar bem”. Se percebemos que as pessoas não gostam de fila, é a filaque devemos evitar que se forme, isso seria o ideal. Depois de entender o porquê dodescontentamento dos clientes (ou futuros clientes) deve-se pensar em uma forma, que evite odescontentamento. Se o problema é de atendimento, deve-se diminuir o tempo de espera; criarguichês (caso não existam) ou ampliar seu número. Dessa forma os atendimentos serão divididosentre os guichês (essa pode ser a solução). Além dessa, não se deve esquecer de oferecer serviçosvia internet e atendimento via internet. Um serviço de pós venda pode desafogar a loja e melhorar aexperiência do cliente. De maneira geral, onde você encontrar problemas, você encontrará umaoportunidade de negócio. Um bom lugar para encontrar problemas é onde as pessoas reclamam oupostam suas opiniões contrárias a alguma coisa (um bom exemplo é o sitewww.reclameaqui.com.br). O problema pode ser de comunicação, de transporte, pode ser umproblema de qualidade.

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Dicas para identificar oportunidades

Faça perguntasPara identificar uma oportunidade, pergunte-se: Quais são os problemas que o comprador estáenfrentando? Isso inclui problemas emocionais, funcionais e também sociais. As pessoas compramcoisas que as ajudam e facilitam o dia-a-dia. Por isso, estude o comportamento delas e não espereque elas lhe digam o que precisam, pois muitas vezes não sabem do que precisam. Muita gente, porexemplo, usa o carro como escritório. Se observar, verá que essa é uma oportunidade. O motoristanão diz que precisa de um carro-escritório, porque ele está acostumado a se virar com o que tem.Mas se alguém lançar um modelo no mercado, haverá comprador. Lembre-se, porém, de nãoinventar problemas para os consumidores – eles não vão mudar suas vidas só porque você lançoualgo novo.

Procure o não-consumidor

Quando a Sony lançou o primeiro rádio transistor, em 1955, que funcionava a bateria, ela não mirouos compradores de rádio de mesa, produzido por gigantes da época, como a RCA. Ela pensou emconquistar aqueles que não compravam um rádio de mesa, os adolescentes. Acabou vendendoradinhos de pilha não só entre os jovens, mas também para o mundo inteiro.

Segmente de forma diferente

Não segmente mercados de forma tradicional, conforme tipos de produtos, faixa de preço ou faixaetária. Segmente o mercado de forma a refletir a realidade do consumidor e a tarefa que ele estátentando realizar. O ramo de milk-shakes é um exemplo. O consumo estava em queda noMcDonald’s, mas as pesquisas não revelavam o porquê. Até que um grupo ficou observando oconsumidor. Ele tomava milk-shake de manhã, no carro, a caminho do trabalho. E por que milk-shake? Porque era uma opção que ao mesmo tempo matava a fome, mas não derramava na roupa.Então, os concorrentes do milk-shake não eram as outras marcas de milk-shake, mas os lanches epãezinhos que não soltavam migalhas.

Fique de olho nas restrições

Sempre que você vê um fator que restringe o consumo, pare e preste atenção, porque é aí que está aoportunidade de negócio. O tempo e a falta de dinheiro costumam ser dois fatores de restrição deconsumo. Nos Estados Unidos, a rede Minute Clinic, de atendimento clínico rápido, nasceujustamente da constatação de que o atendimento médico em consultório era demorado. E caro. 80%dos casos de crianças doentes referem-se a gripes e resfriados, coisas simples de serem medicadas.Porém, para passar pelo médico, perdem-se horas. Por que não montar clínicas onde atendimentossimples são feitos rapidamente? Por que não fazê-los com enfermeiras, em vez de médicos, queresultam num atendimento bem mais barato? Em vários estados americanos, as enfermeiras estãoautorizadas a prescrever medicamentos para coisas simples como dor de cabeça e febre. Asconsultas no Minute Clinic custam US$ 39, contra a média de US$ 150 dos médicos, e tomam 15minutos de tempo do doente. E mais uma conveniência: ficam sempre bem próximas de umafarmácia.

Avaliando uma oportunidade

Saber se uma oportunidade realmente é tentadora não é fácil, pois estão envolvidos vários fatores, entre eles o conhecimento do assunto ou o ramo de atividade em que a oportunidade está inserida, seu mercado, os diferenciais competitivos do produto ou serviço para a empresa etc.Antes de partir para análises estratégicas e financeiras detalhadas, definição do processo de produção, identificação de necessidades de recursos financeiros e pessoais, ou seja, antes da concepção de um plano de negócios completo, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem

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em mãos, para evitar despender tempo e recursos em uma ideia que talvez não agregue tanto valor ao negócio nascente ou já criado.Resumindo, o empreendedor não deve colocar a “carroça na frente dos bois” e deve focalizar a oportunidade correta! Mas como identificar e selecionar a melhor oportunidade?

Qualquer oportunidade deve ser analisada, pelo menos, sob os seguintes aspectos:1. Qual o mercado ela atende?2. Qual o retorno econômico que ela proporcionará?3. Quais as vantagens competitiva que ela trará ao negócio?4. Qual é a equipe que transformará essa oportunidade em negócio?5. Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio?

Saber se uma oportunidade é realmente viável, não consiste em tarefa fácil, e envolve diferentes fatores, dentre eles o conhecimento do assunto ou o ramo de atividade em que a oportunidade está inserida, seu mercado, os diferenciais competitivos do produto/serviço para a empresa, dentre outros.

MercadoOs mercados de maior potencial e que possam trazer bom potencial de crescimento são os mais atrativos para a criação de novos negócios, pois possibilitam o crescimento rápido na participação de produto ou serviço e o estabelecimento de uma marca forte, já que existe maior demanda por parte dos consumidores.

Deve-se também atentar para a estrutura desse mercado, mas especificamente para as seguintes características, tais como:

• Número de competidores;• Tipos de produtos e serviços que se encontram no mercado;• O potencial de compradores;• As políticas de preços dos concorrentes, dentre outros.

A realidade da evolução do sistema de empreendedorismo no Brasil demonstra que cada vez mais se necessita preparar os acadêmicos para o empreendedorismo, desvinculando a tônica de que para se realizar deve-se galgar um bom emprego. Durante os últimos anos, o mundo, a economia e o mercado de trabalho têm mudado rapidamente, exigindo uma resposta inovadora por parte das instituições educacionais.

Análise econômicaTorna-se necessário que se faça uma criteriosa análise das reais possibilidades de retorno econômico do empreendimento, pois não adianta simplesmente ser líder de mercado se o retorno financeiro não compensar o esforço empreendido.Conforme destaca Dornelas (2005) muitas vezes é preferível ser o segundo ou terceiro em outro mercado que traga mais compensação financeira ao empreendedor, do que ser líder num mercado com estrutura cara, altos custos de manutenção e pequenos lucros.

Mathias (2008) ressalta que a decisão em investir muito dinheiro em negócios que proporcionam pouco retorno e demoram alguns anos para recuperar o investimento inicial pode ser considerada uma decisão errada.

Em qualquer negócio, quando se faz uso da criatividade, é possível obter um grande negócio, sempre com possibilidades de crescimento e retornos consideráveis.

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Transformando sonhos em metas

Agora o desafio é transformar um sonho numa meta. Qual a diferença entre um sonho e uma meta ou entre um objetivo e uma meta? A resposta é: uma meta, acima de tudo, é um sonho com data!

Uma das formas de fazer um sonho se tornar uma meta é usando a técnica S.M.A.R.T.

Specific (específica)

Uma meta tem que ser específica. Deve dar detalhes daquilo que se sonha(ou). Não dá pra dizer quese querer morar numa casa melhor é uma meta. Uma meta deve ser específica!

Exemplo: O correto seria: minha meta é morar numa casa com 4 quartos, sendo 3 suítes, saúna, umaárea verde, piscina e pra ser mais específico, podemos dizer aonde queremos essa casa.

Measurable (Mensurável) Uma meta deve ser mensurável. Tem que poder ser medida.

Exemplo: -Quanto é que custa uma casa com as características acima.

-Custa R$1.000.000,00.

Descobrindo esse número, é sinal de que seu sonho/objetivo pode ser medido.

Achievable (alcançável): Um meta é estabelecida levando em consideração, de certa forma, o bom censo.

Exemplo: Basta apenas que nos perguntemos: “alguém já conseguiu realizar isso?”. Se já conseguiu, é uma meta alcançável.

Realistic (realista): É real? É algo possível? Se for, então estamos diante de um sonho possível e realista, não é porque ninguém conseguiu realizar um sonho, que podemos chamá-lo de irreal. No exemplo da casa, podemos imaginar uma pessoa que quer ter a casa mas não tem o dinheiro, no entanto ela sabe que é possível fazer um financiamento do valor da casa dos sonhos.

Temporal (temporal): Qual é a data? Você tem que ter uma data exata! O ano que vem; a próxima segunda feira e o mês que vem são prazos que damos a nós mesmos quando temos metas a cumprir;Mas essas datas não representam com exatidão a temporalidade desejada para uma meta. O correto seria uma data com dia, mês e ano. Esse é o erro que cometemos em frases como “o ano que vem paro de fumar”; sempre haverá próximo ano! “Na segunda, começo o regime”; toda semana tem uma segunda feira (sendo assim, porque não explicitar a temporalidade da sua “meta” e dizer qual odia, o mês e o ano) sem essa temporalidade, nunca começaremos nosso regime ou pararemos de fumar.

Toda meta deve ser específica, mensurável, alcançável, realista e temporal. Muitas das nossas metas são grandes sonhos, são grandes objetivos, por isso são grandes! Às vezes parece que tudo isso é irreal, estão longe da realidade, mas não é! Sabe por quê? É porque você está enxergando um grande sonho e pra o hoje ele é irreal justamente por você não ter condições de realizá-lo. Por isso émuito importante subdividir o prazo dado em partes menores. Por exemplo: se o prazo para realização do seu sonho (meta) é de três anos, divida isso por três e veja qual será sua cota anual. Continue dividindo e descubra a sua cota por mês e também por semana, prossiga até descobrir o que você tem que fazer a cada dia e o que você tem que fazer hoje para aproximá-lo do seu objetivo(da sua meta). É isto que você deve fazer: conquistar todos os seus sonhos transformando-os em uma meta específica, mensurável, alcançável, realista e temporal

O Plano de Negócios

De acordo com o SEBRAE (2004), um plano de negócio é um documento que descreve (porescrito) quais os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivossejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar erestringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. O plano irá ajudá-lo a concluir se

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a sua ideia é viável e a buscar informações mais detalhadas sobre o seu ramo, os produtos e serviçosque pretende oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontosfortes e fracos do seu negócio.

Modelos de negócios

De acordo com o livro “Inovação em Modelos de Negócios”, é a possibilidade de visualizar adescrição do negócio, das partes que o compõem, de forma que a ideia sobre o negócio sejacompreendida por quem lê da forma como pretendia o dono do modelo. Um modelo é umadescrição de um sistema. Essa descrição pode ser feita de forma linear, com textos e números, aexemplo do plano de negócios, ou de forma visual, como um desenho, um boneco, um gráfico.Desenhar o Modelo de Negócios antecede a elaboração do plano de negócios. É por meio da análisee reflexão sobre ele que será possível perceber se a ideia original terá validade, se todas as partes seencaixam formando verdadeiramente um sistema. A ferramenta utilizada é o quadro, pois permitevisualizar as principais funções de um negócio em blocos relacionados, no qual se pode descrever,visualizar e alterar os modelos de negócios.Usar recursos visuais (como o Quadro, adesivos autocolantes e cores) é também uma maneiradivertida de trabalhar de forma colaborativa. Sempre é bom quando se está criando poder ouvir aopinião de possíveis sócios, parceiros, potenciais clientes, familiares, amigos, enfim, quem estiverdisposto a ajudar. Afinal, qualquer pessoa ao ver o quadro completo, deve ser capaz de visualizar omodelo e sugerir inovações que poderão depois ser validadas. Lembre-se: ao criar o modelo, opapel aceita tudo. Você pode imaginar diferentes situações e depois testar e escolher aquelas quevão realmente ser implementadas.O Quadro é uma ferramenta para criação de Modelo de Negócios, que reúne nove blocos quecompõem um negócio, agrupados em quatro questões que precisam ser respondidas:

1. Vou fazer o que? Essa resposta será a sua Proposta de Valor. 2. Para quem vou fazer? Aqui, estão incluídos três blocos: segmento de cliente; canais erelacionamento com clientes.3. Como vou fazer? Descubram quais são os recursos principais; as atividades e os parceirosprincipais.

4. Quanto? Avaliem quais e como serão obtidas as receitas e qual será a estrutura de custos paraviabilizar o negócio.

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Importância do Plano de Negócios

Segundo José Carlos Assis Dornelas, em seu livro Empreendedorismo: TransformandoIdeias em Negócios, a importância do plano de negócios de acordo com Sahlman (1997), professorda Harvard Bussines School, é que poucas áreas têm atraído tanta atenção dos homens de negóciosnos Estados Unidos como os planos de negócios. Dezenas de livros e artigos têm sido escritos epublicados naquele país sobre o assunto, propondo fórmulas milagrosas de como escrever um planode negócios que revolucionará a empresa. Isso tem ocorrido também no Brasil, inicialmente devidoao fervor da nova economia (a internet) e às possibilidades de enriquecer da noite para o dia. E maisrecentemente devido a programas específicos de capacitação de empreendedores em todo o país, emque o plano de negócios se tornou o foco principal. O cuidado a ser tomado é o de escrever umplano de negócios com todo o conteúdo que se aplica a esse documento e que não contenhanúmeros recheados de entusiasmo ou fora da realidade. Nesse caso, pior que não planejar é fazê-loerroneamente e, pior ainda, conscientemente. Que seja uma ferramenta para o empreendedor exporsuas ideias em uma linguagem que os leitores do plano de negócios entendam e, principalmente,que mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. O plano de negócios é umaferramenta que se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamentode empresas maduras.Resumindo, é importante que o plano de negócios possa demonstrar a viabilidade de se atingir umasituação futura, mostrando como a empresa pretende chegar lá. Então, o que o empresário precisa éde um plano de negócios que lhe sirva de guia, que seja revisado periodicamente e que permitaalterações visando vender a ideia ao leitor do seu plano de negócios.

Estrutura do Plano de Negócios

Sumário Executivo: fará o leitor ou o investidor decidir se continuará ou não a ler o plano denegócios. Deve conter os pontos principais e mais interessantes do plano, devendo ser dirigido aoseu público-alvo e deixar claro qual o objetivo do plano de negócios em relação ao leitor. Deve sera última seção a ser escrita, pois depende de todas as outras seções do plano para ser elaborado.

Apresentação da Empresa: deve-se descrever a empresa, seu histórico, crescimento, faturamentonos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional, localização, certificações dequalidade, serviços terceirizados, CNPJ, setor de atividade, forma jurídica, etc.

Plano de Marketing: aqui será descrito o setor, o mercado, a forma de comercialização,distribuição e divulgação do produto, preços, concorrentes, vantagens competitivas, cor, sabores,marca, tamanho, rótulo, serviços prestados, garantias oferecidas, estudo dos clientes, estudo dosfornecedores, etc. Se necessário, fotografar os produtos, para servir como documentação de apoio.

Plano Operacional: descrição do fluxo operacional, cadeia de suprimentos, controle de qualidade,capacidade produtiva, logística, arranjo físico, processo de produção e/ou de comercialização,necessidade de pessoal, etc.

Plano de Recursos Humanos: aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento etreinamento de pessoal da empresa. Devem ser indicadas as metas de treinamento associadas àsações do Plano Operacional, as metas de treinamento estratégico de longo prazo, apresentar o níveleducacional e a experiência dos executivos, gerentes e funcionários operacionais, indicando-se osesforços da empresa na formação de seu pessoal.

Plano Financeiro: deve apresentar em números todas as ações planejadas para a empresa e as

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comprovações por meio de projeções futuras (quanto necessita de capital, quando e com quepropósito). Deve conter demonstrativo de fluxo de caixa, balanço patrimonial, análise do ponto deequilíbrio, capital social, necessidades de investimentos, demonstrativos de resultados, etc.

Anexos: esta seção deve conter informações adicionais julgadas importantes para o melhorentendimento do plano de negócios. Incluir a relação dos curriculum vitae dos sócios e dirigentesda empresa, fotos dos produtos, plantas da localização, roteiros e resultados das pesquisas demercado, material de divulgação, folders, catálogos, estatutos, contrato social da empresa, etc.

Preparação do Plano de Negócios

De acordo com Claudia Pavani no seu artigo sobre o plano de negócios, ela destaca aspectosimportantes na apresentação do plano. “Fundamentalmente, não devem existir ‘buracos deinformação’. As informações contidas devem passar a ideia de encadeamento e coerência entre osdiferentes elementos do plano”.

1. Chegue a um consenso entre os principais envolvidos na condução da empresa:Uma empresa em geral possui vários sócios e, apesar de parecer que todos têm osmesmos objetivos para a empresa, isto nem sempre é verdade. Antes do início da suaelaboração é importante que todos tenham concordado com as principais linhas de açãoda empresa e do caminho que ela irá trilhar.

2. Defina o responsável pela elaboração do documento com os demais envolvidos:Apesar de o documento ser resultado de um consenso entre os principais envolvidos, éfundamental que se eleja a pessoa que irá elaborá-lo e coordenar os trabalhos de todos.

3. Identifique o público alvo: Antes de escrever um bom Plano de Negócios, é importantedeterminar quem irá lê-lo, o que eles sabem sobre sua empresa, o que precisam saber ede que maneira irão usar a informação ali contida. As necessidades de informação do seupúblico devem estar relacionadas com a mensagem que você deseja comunicar.

4. Faça um rascunho do que será o Plano de Negócios, delineando as ideias principais:Agora que já sabe quem irá ler o Plano de Negócios, é mais fácil saber para quais áreasdar mais destaque. Com essa base, prepare um esquema geral do conteúdo do Plano deNegócios.

5. Revise o rascunho: Corrija, elimine informações não relevantes, adicione novasinformações, elimine-as novamente e repita o ciclo. Invista tempo nesta fase, é a maisimportante. Lembre-se que é a melhor oportunidade para pensar.

6. Pesquise antes de gerar informação para o Plano de Negócios: As informaçõescontidas devem se caracterizar por serem: importante, lógicas, atualizadas, profundas,confiáveis, objetivas. O que garante que seu plano tenha todas essas características é aseleção dos dados a serem utilizados através do estabelecimento de critérios que avaliemo tipo de informação a ser gerada. A pesquisa permite que os dados sejam provenientesde fontes confiáveis.

7. Revise o Plano de Negócios: Uma vez que o plano esteja pronto, revise-o junto apessoas de confiança que façam parte da empresa, de maneira a verificar suaapresentação, clareza, lógica, conteúdo, objetividade. Verifique que, para cadainformação ali contida, você dispõe de recursos para justificar as afirmações, caso sejaquestionado.

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8. Atualize o Plano de Negócios: O Plano de Negócios é tão dinâmico quanto à empresa.As informações devem ser atualizadas, portanto é necessário ter muito cuidado naatualização, de maneira a manter as mesmas características do plano anterior.

Apresentação do Plano de Negócio

1. Sumário Executivo;2. Visão e missão da empresa/empreendimento;3. Descrição geral da empresa/empreendimento;4. Tecnologia;5. Análise estratégica;6. Plano de marketing;7. Plano financeiro;8. Anexos.

1. Resumo Executivo:

Trata-se de um resumo breve do projeto, contendo no máximo duas páginas. Este resumodeverá abordar os pontos-chave do projeto, tais como produto a ser desenvolvido, tecnologiaenvolvida, mercado real e potencial e uma breve descrição dos investimentos necessários eretornos esperados.

2. Visão e Missão da Empresa/Empreendimento:

O candidato deverá estabelecer a visão e missão de sua empresa. A visão define o que oempresário/empreendedor visualiza como futuro para sua empresa, no seu setor deatividade. Já a missão define como o empresário/empreendedor se projeta na visão, ou seja,o que a empresa irá fazer para alcançar a visão.

3. Descrição Geral da Empresa/Empreendimento: Na descrição geral da empresa/empreendimento o deve-se apresentar a estrutura do seu negócio abordando os seguintes pontos:

• Histórico – breve histórico da evolução da empresa (ou projeto de empresa) de sua fundaçãoaté o presente, destacando os eventos de maior importância; breve currículo dos principais executivos, destacando sua experiência empresarial/gerencial; evolução do(s) produtos e tecnologias envolvidas;

• Descrição Legal – nome da empresa, tipo de empresa (pequena e/ou média), sociedade (anônima, Ltda. etc.), Localização (se já existente); setor ao qual pertence e segmento em que opera ou pretende operar.

• Equipe gerencial – Um organograma com uma breve descrição do perfil da equipe com suasresponsabilidades no empreendimento.

• Parcerias e alianças estratégicas – Uma breve análise das parcerias e alianças consolidadas ou potencial, com objetivos de: acesso a novas tecnologias, acesso a novos mercados e novos canais de distribuição, fornecedores e outras informações que julgar relevantes.

4. Tecnologia:

Deverá apresentar uma breve descrição do produto, processo ou serviço a ser desenvolvido e atecnologia a ser empregada, dando destaque para os aspectos de inovação e do domínio da

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tecnologia pelo(s) proponente(s).

5. Análise Estratégica:

O candidato deverá apresentar uma análise estratégica do seu projeto, identificando pontos fortes epontos fracos (ambiente interno), possíveis ameaças e oportunidades (ambiente externo), riscos,diferencial competitivo, concorrentes atuais e potenciais, possíveis produtos substitutos, seu nicho,parceiros atuais e potenciais, fornecedores. Deverá estabelecer metas e objetivos e apresentar oscronogramas físico e financeiro do empreendimento. Deverá mencionar outras informações quejulgue importantes.

6. Plano de Marketing:

No plano de marketing o candidato deverá descrever seu produto, comparando-o com similares nomercado, tecnologia empregada, domínio de plataformas e protocolos, investimentos em Pesquisa eDesenvolvimento (P&D), e outros itens que julgar importantes. Deverá definir sua distribuição,estabelecendo mercados (segmentos), perfil do consumidor, público alvo e canais de distribuição.Também, deverá estabelecer: formas de promoção, vendas e assistência técnica, preços, benefícios,diferencial e outras informações que julgue relevantes.

7. Plano Financeiro:

No plano financeiro o candidato deverá abordar suas necessidades de investimentos fixos e decapital de giro, especificando origem dos recursos (capital próprio e/ou de terceiros) e planos dereinvestimentos, projetando despesas e receitas, margem de lucro e ponto de equilíbrio, bem comosuas projeções do faturamento e expectativas de retorno (taxas, prazos, etc.), detalhando através docronograma de investimentos financeiros.

8. Anexos:

Deverão ser anexados (em cada uma das cópias do plano de negócios), os seguintes itens:• Cópia de identidade, CPF e comprovante de residência dos proponentes;• Os currículos dos proponentes, dando destaque para sua experiência empresarial/gerencial eformação tecnológica;• Declaração atestando seu conhecimento e aceitação dos termos deste edital;• Certidões Negativas de Títulos e Protestos retiradas em Cartório;• Declaração de Nada Consta do SPC dos candidatos e da empresa (caso já constituída);• Os três últimos balanços gerais da empresa, no caso de empresa já existente

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Referências:

Teste do perfil empreendedor. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/customizado/atendimento/teste-aqui-seu-perfil-empreendedor . Acesso em15 de fevereiro de 2014 às 19:00.

Tire suas dúvidas sobre como abrir um negócio. Disponível em:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/pagina/empreendedor.html . Acesso em 16 de fevereiro de 2014 às 09:31.

Perfil: qual a diferença entre empresário e empreendedor? Disponível em: http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/perfil-qual-a-diferenca-entre-empresario-e-empreendedor/7695/ . Acesso em 15 de novembro de 2014 às 19:30.

DORNELAS, J.C.A. O Processo Empreendedor- Editora Elsevier. Disponível em

http://www.josedornelas.com.br/wp-content/uploads/2008/02/ empreendedorismo_ capitulo_2.pdf.Acesso em 10 de abril de 2011.

TIMMONS, J.A. New Venture Creation: Entrepreneurship for 21st Century. Chicago, IL: Irvin, 4thed. 1994.

MUELLER, A. O papel do empreendedor no desenvolvimento econômico. Disponível em:http://ordemlivre.org/posts/o-papel-do-empreendedor-no-desenvolvimento-economico . Acesso em15 de fevereiro de 2014 às 19:20.

DINIZ, L; GOMES, M. Associação Brasileira de Engenharia de Produção. Disponível em:http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STO_113_739_15296.pdf . Acesso em 16 defevereiro de 2014 às 11:10.

Afinal, qual a diferença entre ideia de negócio e oportunidade de negócio? (Texto adaptado de Prof. José Dornelas – Ideia x Oportunidade em (http://brasil.business-opportunities.biz/2006/04/22/ideia-x-oportunidade/) Disponível em: http://consultoriamki.wordpress.com/2012/03/12/afinal-qual-a-diferenca-entre-ideia-de-negocio-e-oportunidade-de-negocio/. Acesso em 03 de março de 2014 às 10:25.

ConCidades/PB cria Resolução Recomendada ao Ministério das Cidades. Disponível em: http://cehap.pb.gov.br/noticia/concidadespb+cria+resolucao+recomendada+ao+ministerio+das+cidades-60 . Acesso em 08 de março de 2014 às 11:30.

Quatro dicas para identificar uma oportunidade de negócio. Disponível em:http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI80287-17189,00-QUATRO+DI CAS+PARA+IDENTIFICAR+OPORTUNIDADES+DE+NEGOCIO.html . Acessoem 11 de março de 2014 às 21:06.

Avaliando uma oportunidade. Disponível em:

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http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/37709/avaliando-uma-oportunidade . Acesso em 11 de março de 2014 às 17:00.

Conheça as 10 características que compõem o perfil do empreendedor. Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2012/03/conheca-as-10-caracteristicas-que-compoem-o-perfil-do-empreendedor-3702459.html . Acesso em 16 de fevereiro de 2014 às 09:30.

Roteiro para apresentação do Plano de Negócio. Disponível em: http://www.incubadora.lncc.br/documentos/Roteiro.pdf. Acesso em 30/03/2014 às 16:05.

MOREIRA, C; PARRON, F; SHITARA, J; FUES, L; COSTA, N; BELLO, P. Disponível em: http://www.mundodakeka.com.br/MeioAmbiente/AnaliseMeioAmbiente.pdf. Acesso em 30 de março de 2014 às 16:30.