Apostila de Metodologia Cientifica

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA Prof. Dr. José Manfroi CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 1.OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA. 1.1 Processo de produção do conhecimento 1.2 Pesquisa Científica. 1.3 Princípios da Pesquisa Científica 1.4 Principais Modalidades de Pesquisa. 1.4.1 Pesquisa bibliográfica 1.4.2 Pesquisa de campo 1.4.3 Pesquisa experimental 1.4.4 Pesquisa-ação 1.4.5. Pesquisa de intervenção 1.5 As modalidades mais utilizadas em pesquisa 1.5.1 Compilação ou “estado da questão” 1.5.2 Análise de texto 1.5.3 Estudo comparativo 1.5.4 Estudo histórico 1.5.5 Pesquisas de campo 1.6 Técnicas para coleta de dados e informações. 1.6.1 Questionário ou formulário 1.6.2 Tipos de perguntas 1.6.3 Entrevista. 1.6 4 Observação com método científico. 1.6 5 Formas de classificação da observação 1.6.6 História de vida. 1.6 7 Depoimento oral. 1.6 8 Relato de vida (tranche de vie, pedaços de vida) 2. PROJETO DE PESQUISA. 2.1. Conceituação 2.2. A escolha do tema 2.3 A estrutura do projeto de pesquisa. 3. ORIENTAÇÕES E NORMATIZAÇÕES 3.1. Forma de apresentação gráfica do texto científico. 3.2 Regras Gerais de Apresentação das Referências (Bibliográficas E Virtuais). 4. ARTIGO CIENTÍFICO 4.1. Conceituação. 4.2. Estrutura do artigo. 4.3. Conteúdo do artigo. 1

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Metodologia Científica

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISAProf. Dr. José Manfroi

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1.OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA. 1.1 Processo de produção do conhecimento1.2 Pesquisa Científica. 1.3 Princípios da Pesquisa Científica1.4 Principais Modalidades de Pesquisa. 1.4.1 Pesquisa bibliográfica1.4.2 Pesquisa de campo1.4.3 Pesquisa experimental1.4.4 Pesquisa-ação1.4.5. Pesquisa de intervenção1.5 As modalidades mais utilizadas em pesquisa 1.5.1 Compilação ou “estado da questão” 1.5.2 Análise de texto1.5.3 Estudo comparativo1.5.4 Estudo histórico1.5.5 Pesquisas de campo1.6 Técnicas para coleta de dados e informações.1.6.1 Questionário ou formulário1.6.2 Tipos de perguntas 1.6.3 Entrevista. 1.6 4 Observação com método científico.1.6 5 Formas de classificação da observação 1.6.6 História de vida. 1.6 7 Depoimento oral. 1.6 8 Relato de vida (tranche de vie, pedaços de vida)

2. PROJETO DE PESQUISA. 2.1. Conceituação2.2. A escolha do tema2.3 A estrutura do projeto de pesquisa.

3. ORIENTAÇÕES E NORMATIZAÇÕES 3.1. Forma de apresentação gráfica do texto científico. 3.2 Regras Gerais de Apresentação das Referências (Bibliográficas E Virtuais).

4. ARTIGO CIENTÍFICO 4.1. Conceituação. 4.2. Estrutura do artigo. 4.3. Conteúdo do artigo.

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TEMA I - OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA.

Prezado pós-graduando. Leia com muita atenção o texto que segue, pois vai lhe trazer uma visão mais ampla do “processo de produção do conhecimento” da escolha do tema ao trabalho quase artesanal da elaboração escrita.

1.1 Processo de produção do conhecimento.

A universidade fundamenta-se no tripé ensino, pesquisa e extensão. Portanto, pesquisar faz parte de sua formação tanto em nível de graduação como em nível de pós-graduação. É preciso entender o que é pesquisar, como pesquisar e porque pesquisar. É importante você perceber que pesquisar exige estudo, seriedade, persistência, organização, ética, compromisso social e político, intencionalidade, criatividade. Além disso, pesquisar deve ser uma ação prazerosa pois é você que escolhe a área de conhecimento, o tema e o grupo a ser pesquisado. Através da pesquisa científica, poderá encontrar respostas para suas dúvidas e de muitas outras pessoas e, numa ação dinâmica e cheia de movimento como a própria vida, irá se deparar com novas questões e novas dúvidas que vão, sucessivamente, instigar sua curiosidade e sua vontade de estudar e pesquisar cada vez mais. O ato de pesquisar deve nos tornar mais humildes, pois há muito a estudar e descobrir; mais solidários, pois as maiores descobertas são fruto do trabalho de muitos/as pesquisadores/as; mais comprometidos social e politicamente, pois não pesquisamos para nós, os resultados das pesquisas científicas devem ser de domínio público e de fácil acesso à população em geral. Minayo, professora e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz/RJ, adverte: “Diferentemente da arte e da poesia que se concebem na inspiração, a pesquisa é um labor artesanal, que se não prescinde da criatividade, se realiza fundamentalmente por uma linguagem fundada em conceitos, proposições, métodos e técnicas, linguagem esta que se constrói com um ritmo próprio e particular. A esse ritmo denominamos ciclo da pesquisa, ou seja, um processo de trabalho em espiral que começa com um problema ou uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de dar origem a novas interrogações.” (1996, p.25-26 grifo nosso) Para que você entenda melhor a trajetória de uma pesquisa, apresentamos logo abaixo, um quadro, no qual você identificará as diversas etapas e as diferentes atividades em cada etapa de uma pesquisa.

Adaptado de: PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. O trabalho monográfico como iniciação pesquisa científica. In: CARVALHO, Maria Cecília M. de (Org.). Construindo o saber. 2.ed. São Paulo: Papirus, 1989, p.170.

ETAPAS ATIVIDADES

1. Definição do tema e elaboração do Projeto de Pesquisa.

1.1.Seleção do tema e formulação do problema. 1.2.Pesquisa exploratória (É isso mesmo? É viável? É relevante social, acadêmica e pessoalmente? Existe bibliografia disponível? Professor/a orientador/a?) 1.3.Definições sobre a pesquisa/delimitação do tema: caracterização minuciosa do grupo a ser pesquisado / instituição / espaço geográfico , etc. 1.4.Levantamento da(s) hipótese(s) que levem à solução/explicação do problema. 1.5.Revisão bibliográfica inicial que garanta suporte teórico para o desenvolvimento do tema. 1.6.Indicação dos recursos metodológicos que serão utilizados para a coleta de dados. 1.7.Elaboração do cronograma de atividades. 1.8.Previsão orçamentária.

2.Definição do/a orientador/a e redefinição do tema (sendo necessário)

2.1. Escolha do/a professor/a orientador/a . 2.2.Discussão do tema escolhido com o/a orientador/a. Verificar a viabilidade e a relevância da pesquisa. 2.3.Revisão do Projeto de Pesquisa. 2.4.Reescrita do Projeto (se exigido pelo/a orientador/a). 2.5.Definição do cronograma de orientação e de atividades a desenvolver (datas de orientação e pesquisa; prazos de entrega de material escrito). 2.6. Elaboração do plano de trabalho (sumário provisório/capítulos ou partes).

3.Definição do tipo de pesquisa, seleção, construção e aplicação dos instrumentos de coleta de dados.

3.1.Recursos metodológicos: (escolher um ou mais de acordo com a pesquisa a ser realizada) 3.1.1. Pesquisa experimental. 3.1.2. Pesquisa bibliográfica. 3.1.3. Pesquisa documental. 3.1.4. Entrevistas. 3.1.5. Questionários e formulários. 3.1.6. Observação sistemática.

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3.1.7. Estudo de caso. 3.1.8. Dinâmicas, intervenções. 3.1.9. Material iconográfico/imagético. 3.2.Pesquisa propriamente dita.

4.A análise dos dados.

4.1.Classificação e organização das informações coletadas. 4.2.Tratamento estatístico dos dados (quando for necessário). 4.3. Estabelecimento das relações existentes entre os dados: análise qualitativa e análise quantitativa. 4.4.Análise dos dados tendo como referência a teoria escolhida. Discussão dos achados com a teoria.

4. A elaboração escrita.

4.1. Estrutura provisória do relatório de pesquisa. 4.2. Apresentação ao/a orientador/a 4.3. Qualificação (quando exigida). 4.4. Redefinição do trabalho com o/a orientador/ a. 4.5. Redação provisória. 4.5. Revisão de português e de normas técnicas. 4.6. Redação final. 4.7. Preparação da defesa (quando exigida). 4.8. Defesa oral (quando exigida). 4.9. Redação definitiva a partir das sugestões (opcional)/ exigências(obrigatório) da Banca. 4.10. Entrega final e revisada do trabalho de pesquisa.

1.2 Pesquisa Científica. Para que você entenda melhor o que é pesquisar, buscamos definições em diferentes autores/as: Entendemos por pesquisa a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática (grifo nosso). As questões da investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente condicionadas. São fruto de determinada inserção no real, nele encontrando suas razões e seus objetivos.” (MINAYO, 1996, p. 17-18) É a busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou problema. [...] para que a pesquisa receba a qualificação de Pesquisa Científica, deve caracterizar-se através da efetivação de um processo que, mediante a aplicação da Metodologia Científica e de técnicas adequadas, procura obter dados fiéis, objetivos, relevantes para se conhecer e compreender um dado fenômeno. [...] A pesquisa é um processo reflexivo, sistemático, controlado e crítico que nos conduz à descoberta de novos fatos e das relações entre as leis que regem o aparecimento ou ausência dos mesmos. O espírito científico não é inato. A sua edificação e o seu aprimoramento são conquistas que o universitário vai obtendo ao longo de seus estudos, da elaboração de trabalhos acadêmicos e pesquisas científicas. Sabe-se que todo trabalho de pesquisa requer imaginação criadora, iniciativa, persistência, originalidade e dedicação (grifo nosso) do pesquisador. Porém, todo estudante que vá aos poucos criando hábitos sistematizados de estudos, de montagem de documentação, percorrerá as fases do método de pesquisa sem grandes dificuldades. Na verdade, a Pesquisa Científica não pode ser fruto da intuição do indivíduo, exigindo a admissão de procedimentos metodológicos e de técnicas como já foi dito. O método deve ser visto como orientador, indicador de um caminho e não como roteiro formal que conduz a resultados automáticos.” (BARROS & LEHFELD, 1986, p. 87-89) A pesquisa científica pode ser caracterizada como atividade intelectual que visa responder às necessidades humanas. (SANTOS, 2000, p. 15)

1.3 Princípios da Pesquisa Científica: a. Precisão : O autor deve ser preciso em suas pesquisas, tanto para ganhar tempo em seu trabalho, quanto para que seu texto seja útil. Evitar a dispersão muito comum quando o aluno faz os primeiros resumos bibliográficos e é atraído por variadas obras e enfoques temáticos. O pesquisador não deve alargar, mas restringir e aprofundar o tema, evitando desdobramentos que são interessantes, mas não são essenciais. b. Exaustão : refere-se ao esgotamento não do autor, mas da pesquisa. Todas as obras consultadas devem ser revisadas em sua totalidade, não apenas num item do sumário que se consagra precisamente ao tema da monografia. Outros títulos e subtítulos podem conter preciosas informações e reflexões sobre o tema de pesquisa. Não menos importante é contextualizar a informação coletada. Perceber a escola, ou corrente de pensamento a que se filia o autor consultado, conhecer propostas que ele eventualmente apresente. Toda fonte deve ser explorada ao máximo. Mesmo que esse procedimento parece trabalhoso, muito mais desgastante será retornar à fonte quando, durante a redação do texto final, perceber-se a falta de consistência nas informações ou subsídios coletados.

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Anotar sempre as referências bibliográficas, inteiramente, inclusive o onúmero da página onde se encontra dada informação ou comentário; todos os dados que merecem uma citação, com o cuidado de copiá-la rigorosamente da forma como foram escritas. Tais anotações mostrar-se-ão preciosas no momento da redação da monografia. c. Clareza : O aluno não pode escrever para si mesmo, nem para o orientador. Sua obra será acessível ao público na Biblioteca da Universidade, ou talvez, será parcial ou totalmente publicada. Portanto o texto deve ser inteligível para todo o leitor que reúna um mínimo de conhecimentos jurídicos, ou não jurídicos mas ligados ao tema. O trabalho científico dispensa floreios e exige austeridade. As frases não devem ser longas, primando pela objetividade. Na dúvida entre um termo rebuscado e uma expressão clara, a escolha deve repousar sobre a segunda, sem remorsos. Por outro lado, todo termo técnico deve ser acompanhado de uma definição, apoiada por uma referência bibliográfica fidedigna. A clareza dependerá também do plano de trabalho. O texto não fluirá quando o plano de trabalho não for bem feito. Como dizia Câmara Júnior (1970) “Ninguém escreve bem se não sabe bem o que vai escrever”. d. Exterioridade: Cabe ao aluno guardar certa distância em relação ao objeto escolhido como tema da pesquisa. Guardar um recuo confortável em relação aos atores principais da situação em tela, aumenta o grau de objetividade. Buscar a imparcialidade ( melhor dizendo, independência ), mas nunca o isolamento ou a alienação. O pesquisador deve tomar em consideração os pontos de vista e juízos de valor com os quais será confrontado ao longo do trabalho. Para Cervo e Bravian (1996 p.17) o aluno deve dotar-se de um “espírito científico”, que se traduz “no senso de observação, no gosto pela precisão e pelas idéias claras, na imaginação ousada, mas regida pela necessidade da prova, na curiosidade que leva a aprofundar os problemas, na sagacidade e o poder de discernimento”. Além disso, o espírito científico, não distorce os fatos e respeita escrupulosamente a verdade, cultivando a honestidade e evitando o plágio. Aproveitando o acúmulo de informações e o privilégio de, na condição de pesquisador, ter acesso a opiniões variadas, o aluno deve abordar a realidade de forma mais isenta possível. Ele deve construir as suas próprias opiniões e, se for o caso, afirma-las na conclusão depois de ter demonstrado os respectivos fundamentos ao longo do trabalho.

1.4 Principais Modalidades de Pesquisa.

As pesquisas científicas, de acordo com Santos (2000), se diferenciam de acordo com a caracterização dos seus objetivos, os procedimentos de coleta e/ou as fontes de informação. Assim sendo, quanto aos objetivos, uma pesquisa pode ser: exploratória, quando você se aproxima do tema pela primeira vez; descritiva, quando você apenas descreve os fatos; explicativas quando você procura explicar as causas, os porquês dos fatos. Dependendo dos procedimentos de coleta você pode ter uma pesquisa: experimental, quando a situação de investigação é controlada externamente e intencionalmente; levantamento, que coleta informações/opiniões diretas de um grupo sobre determinado assunto; bibliográfica, que coleta informações já elaboradas e sistematizadas; documental, que pesquisa diretamente em documentos de arquivos, particulares, etc. De acordo com as fontes de informação que você escolhe, a pesquisa pode ser: de campo, quando você pesquisa no local onde o fenômeno/fato ocorre; de laboratório, onde você pesquisa com interferência artificial e controlada; bibliografia, busca de informações já organizadas oriundas de estudos e pesquisas anteriores. Para que você compreenda melhor, vamos detalhar melhor as diferentes formas de pesquisa: 1.4.1. Pesquisa bibliográfica: Procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode apresentar-se como trabalho científico original, e aí temos as monografias, dissertações e teses ou como resumos de assuntos, primeiro passo da investigação. Pela sua característica eminentemente bibliográfica, o pesquisador deverá assumir uma atitude crítica durante a leitura dos documentos ou livros, buscando delinear com clareza o referencial teórico a ser adotado, seja na elaboração do plano de trabalho, seja na seleção dos autores. Para desenvolver uma pesquisa puramente bibliográfica, você precisa ser um/a leitor/a atento/a e capaz de identificar as idéias defendidas por um/a autor/a; estabelecer semelhanças e diferenças entre as idéias de diferentes autores/as sobre um mesmo tema; ter uma boa capacidade de redação textual. No entanto, é importante saber que a revisão bibliográfica deve fazer parte de qualquer trabalho científico para que você desenvolva seu trabalho a partir do que existe de mais recente na área de conhecimento na qual seu tema de pesquisa se insere. 1.4.2.Pesquisa de campo: Tem como objetivo descrever, registrar, analisar, interpretar e correlacionar fatos ou fenômenos. Não manipula variáveis, isto é, toma os dados como eles se apresentam na natureza, procurando descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que o fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros fenômenos, sua natureza e características. A pesquisa de campo trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade. Neste tipo de pesquisa é essencial a utilização do caderno ou diário de campo no qual você irá anotar todos os detalhes observados, suas dúvidas, seus sentimentos em relação ao que viu e vivenciou, indicações de leituras necessárias, correlação com outros fatos, etc. Pode fundamentar-se em qualquer tipo de

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fonte que registre a presença de indivíduos ou grupos (monumentos, fotografias, pinturas, arquivos institucionais ou pessoais, cartas, etc.)

Algumas modalidades de pesquisa de campo: a) o estudo de caso - pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade para examinar aspectos variados de sua vida. Deve buscar detalhes, particularidades. b) pesquisa de opinião - procura saber atitudes, pontos de vista e preferências que as pessoas tem a respeito de algum assunto; c) levantamentos - recolhem dados de um número relativamente grande de casos num momento dado; d) estudo documental - estudo de documentos para comparar usos e costumes, tendências ou diferenças.

1.4.3. Pesquisa experimental: “Caracteriza-se por manipular, isto é, mexer, controlar variáveis relacionadas com o objeto de estudo, buscando normalmente estabelecer relações de causalidade entre as variáveis. O enfoque da pesquisa dirige-se para as relações de causa e efeito; as variáveis são manipuladas cuidadosamente pelo pesquisador com o propósito de determinar sua influência. A busca dessas relações se dá através da criação de situações artificiais de controle, denominadas experimentação. Procura dizer de que modo ou por que causas o fenômeno é produzido. Tem uma metodologia própria e seu ponto de partida é sempre uma hipótese.” (BARUFFI, 1998, p. 39-41) “ A investigação experimental -conhecida também por experimentação- adota o critério de manipulação de uma ou mais variáveis independentes (causas), sob adequado controle, a fim de observar e interpretar as modificações e reações ocorridas no objeto de pesquisa (efeito-variável dependente). Assim sendo na pesquisa experimental o investigador interfere na realidade, fato ou situação estudada através da manipulação direta das variáveis. Nos estudos experimentais clássicos era costume estudar a relação de uma única variável com o objeto enfocado (causa-efeito). Hoje é freqüente estudar a relação de uma ou mais variáveis nos limites de um único experimento, observando-se as inter-relações e graus de intensidade, de influência das variáveis entre si.” (BARROS,1986, p.94)

1.4.4. Pesquisa-ação: “É um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.” (THIOLLENT, 1980, p.10) O/a pesquisador/a desempenha papel ativo no equacionamento dos problemas encontrados, não só faz a investigação mas procura desencadear ações e avaliá-las com a participação da população envolvida. 1.4.5. Pesquisa de intervenção: É uma pesquisa onde coexistem a investigação e o desenvolvimento de ações que visam minimizar os problemas existentes ou a aplicação de atividades que exigem uma avaliação inicial (pré-teste) e uma avaliação final (pós-teste) para averiguar qual a influência das mesmas sobre a população pesquisada. Difere da pesquisa-ação pois não exige que os participantes tenham uma ação consciente durante a intervenção ou que participem das decisões.

1.5 As modalidades mais utilizadas em pesquisa Apesar destas modalidades acima descritas, a pesquisa jurídica, acomoda-se dentro destas modalidades, adquirindo uma caracterização própria. Vejamos:

1.5.1 Compilação ou “estado da questão”: Escolhido um tema, o aluno parte em busca de toda lei, jurisprudência e especialmente a doutrina que a ele se consagra no Brasil e, mais raramente em outros ordenamentos jurídicos internacionais. Embora útil, porque a pesquisa revela o estágio em que se encontra a compreensão ou o debate sobre o tema em determinado momento e lugar, esta modalidade oferece vários riscos: a) Transformar o trabalho numa colagem. b) Negligenciar a pesquisa jurisprudencial, porque exige grande esforço interpretativo e contentar-se em reproduzir as análises dos julgamentos encontradas na doutrina. 1.5.2 Análise de texto: A pesquisa jurídica de “análise de texto” mostra-se de grande valia em diversas hipóteses: a) quando um projeto de lei está em discussão, cabe avaliar seu impacto caso venha a ser adotado; b) quando uma nova lei é editada, ou em casos em que uma norma editada e já comentada merece interpretação diversa da habitual; c) quando uma sentença é inovadora e marca uma reviravolta na jurisprudência, ou nos casos em que, ao contrário, dela se esperava o reconhecimento da evolução de dado instituto jurídico, mas a decisão limita-se a confirmar um entendimento tradicional; d) quando a obra de um autor em seu conjunto ou apenas numa de suas partes, enseja um investigação, seja por sua originalidade, seja pela contribuição que traz à elucidação de um tema, ou para discutir uso de seus conceitos etc.

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1.5.3 Estudo comparativo: Entre institutos ou situações jurídicas, dentro do ordenamento jurídico brasileiro, pode mostrar-se próprio ao tema escolhido. A expressão “estudo comparativo” está ligada ao direito comparado, devendo ser reservada à confrontação de fenômenos que se passam de um lado e de outro de uma linha de demarcação entre duas tradições jurídicas. O pesquisador age como um intérprete que procura tornar inteligível, um outro direito e uma outra forma de viver dentro do direito percebida em outro ordenamento.

1.5.4 Estudo histórico: Aqui, os conhecimentos jurídicos estão indissociavelmente associados aos históricos, numa construção interdisciplinar de grande valia para a doutrina. Conhecer a história mostra-se essencial para a compreensão do ordenamento jurídico. Quando o objeto escolhido é local, o aluno deve revelar especial vocação para pesquisa em arquivos ou para colher depoimentos. Deve reforçar sua base de história geral para bem contextualizar os elementos da pesquisa. 1.5.5 Pesquisas de campo: Permitem o melhor conhecimento de incontáveis situações que interessam ao direito: são fruto de um momento relacional e prático, pois o que atrai o pesquisador é a “existência do desconhecido, o sentido da novidade e o confronto com o que nos é estranho” (CRUZ NETO, apud. VENTURA, 2000, p. 34). O trabalho de campo pode produzir estatísticas importantes que permitam a avaliação dos efeitos de normas, decisões ou medidas administrativas; pode complementar uma dada abordagem teórica com informações originais, devidamente referendadas pelos dados “fenomênicos” apresentados e recolhidos da realidade. A pesquisa de campo é empírica por natureza e se funda na observação que o aluno faz diretamente dos fatos ou na indagação concreta das pessoas envolvidas ou interessadas no tema. A vida profissional, se prestarmos atenção, é um grande laboratório que abre inúmeras oportunidades para pesquisa de campo. Quando os dados necessários não se encontram em arquivos, mas devem ser produzidos, é necessária a elaboração de instrumentos de investigação. Há diversas formas de coleta de dados, sendo mais comuns as entrevistas, os questionários e formulários, a história de vida, o depoimento, o relato vida, a observação etc. (que veremos logo adiante)

1.6 Técnicas para coleta de dados e informações.

Após delimitar o tema da pesquisa, o grupo ou instituição a ser estudado, o tipo de pesquisa que será desenvolvida, e, dependendo do tempo e dos recursos financeiros que você possui, é o momento de decidir quais técnicas serão utilizadas para coletar os dados e as informações necessários ao desenvolvimento de seu trabalho. Se você possui pouco tempo e o grupo a ser investigado é letrado, você poderá optar pelo questionário. No entanto, se você quer obter dados e informações mais detalhados talvez a entrevista e a observação possam ser mais indicadas. Portanto, para ter clareza na escolha de uma ou mais técnicas de coleta de dados e informações, é preciso saber que não existe uma técnica melhor do que a outra, o importante é você conhecer o grupo a ser pesquisado através de uma pesquisa exploratória, saber os objetivos e as perguntas que pretende responder com a pesquisa, bem como o tempo e as condições materiais que possui para efetivá-la.

1.6.1 Questionário ou formulário. “O questionário e o formulário são instrumentos muito usados para o levantamento de informações. Diferenciam-se apenas no que se refere à sua aplicação. O questionário é preenchido pelo próprio entrevistado e o formulário é preenchido indiretamente, isto é, pelo entrevistador. O pesquisador, ao elaborar os seus questionários, deve ter a preocupação de determinar o tamanho, o conteúdo, a organização e clareza de apresentação das questões a fim de estimular o informante a responder. É aconselhável que o questionário não exija muito mais de 10 a 20 minutos para ser respondido. Um questionário muito extenso é desmotivador e pode condicionar respostas muito rápidas e superficiais do informante. Os questionários remetidos pelo correio devem trazer todas as instruções ao pesquisado. Esta carta explicativa deve motivar o informante a expressar-se com clareza e profundidade demonstrando em si um apelo ao leitor. Nela o pesquisador deve esclarecer o que é a pesquisa, seus objetivos e destino final. Ela deve ser breve porém conter todas as instruções necessárias para o preenchimento do questionário, garantindo o anonimato. O questionário apresenta, como todo instrumento de pesquisa, suas vantagens e limitações. A vantagem maior diz respeito à possibilidade de se abranger um grande número de pessoas. É um instrumento muito útil para certas pesquisas em que se procuram informações de pessoas que estão geograficamente muito dispersas. [...] Outro fator que pode colaborar para a escolha pela aplicação de questionários diz respeito ao custo. O questionário custa menos para o pesquisador do que as entrevistas. Por exemplo, posso distribuir questionários, de uma só vez, para todos os elementos que participam de uma reunião num congresso ou numa sala de aula.” (BARROS, 1998, p. 50 e 51) A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para que o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado. Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por necessidade de características de linguagem do grupo (grupo de surfistas, grupos de usuários de drogas, por exemplo)

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Todo questionário deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação. O questionário deve ter uma carta de apresentação (quando for enviado pelo correio) ou um parágrafo inicial (quando entregue em mãos) que contenha: a identificação da instituição e do pesquisador; a proposta da pesquisa; as instruções de preenchimento; as instruções para devolução; um incentivo para o preenchimento; um agradecimento pela colaboração. Sempre que possível devemos evitar a identificação do nome do respondente para não inibir determinadas respostas. Outros tipos de identificação tipo idade, escolaridade, gênero, etc... podem e devem ser solicitados.

Tipos de perguntas ( de acordo com o tipo de respostas que suscitam): O questionário pode possuir perguntas fechadas ( mais fáceis de mensurar), perguntas abertas ou a combinação dos dois tipos. A- Fechadas: apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas. Simples, tipo sim ou não, certo e errado: Ex.: Após concluir o curso você pretende atuar na área ? ( )sim ( )não ( )talvez Múltipla escolha: Ex.: Renda familiar: ( ) menos de 1 salário mínimo ( ) 1 a 3 salários mínimos ( ) 4 a 6 salários mínimos ( ) 7 a 11 salários mínimos ( ) mais de 11 salários mínimos B- Abertas: permitem ao informante responder livremente com frases ou orações. Ex.: a) Bairro onde mora:______________________________ b) Qual a sua opinião sobre a UCDB? Obs.: Evitar questões que suscitam duas ou mais respostas para não confundir-se na análise dos dados coletados. Ex.: Você é contra, a favor ou indiferente ao aborto e à prevenção da gravidez? C- Questões mistas: Ex.: Você é favorável ao esporte de rendimento nas escolas? ( ) sim ( ) não ( ) em parte Justifique:__________________ Vantagens no uso do questionário: “ a) o questionário possibilita ao pesquisador abranger um maior número de pessoas e de informações em espaço de tempo mais curto do que outras técnicas de pesquisa; b) facilita a tabulação e tratamento dos dados obtidos, principalmente se o questionário for elaborado com maior número de perguntas fechadas e de múltipla escolha; c)o pesquisado tem o tempo suficiente para refletir sobre as questões e respondê-las mais adequadamente; d) pode garantir o anonimato, conseqüentemente maior liberdade nas respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre as mesmas; e)economiza tempo e recursos tanto financeiros como humanos na sua aplicação.” ( BARROS, 1986, p.109 e 110) Limitações do uso do questionário: “A principal limitação do questionário está relacionada com a sua devolução, além do que o grau de confiabilidade das respostas obtidas pode diminuir em razão de que nem sempre é possível confiar na veracidade das informações. Outra limitação ocorre pelo fato de ter-se de elaborar questionários específicos para segmentos da população a fim de se ter maior compreensão das perguntas. Não pode também ser aplicado a pessoas analfabetas.” (BARROS, 1986, p.110)

1.6.2 Entrevista. “A entrevista é uma técnica que permite o relacionamento estreito entre entrevistado e entrevistador. [...] As entrevistas, segundo sua forma de operacionalização podem ser classificadas em estruturadas e não-estruturadas. As entrevistas são estruturadas quando possuem as questões previamente formuladas, isto é, o entrevistador estabelece um roteiro prévio de perguntas, não há liberdade de alteração dos tópicos ou para fazer inclusão de questões frente às situações. Nas entrevistas não estruturadas, o pesquisador busca conseguir, através da conversação, dados que possam ser utilizados em análise qualitativa, ou seja, os aspectos considerados mais relevantes de um problema de pesquisa. [...]

Cuidados para maior êxito da entrevista: a) Preparar o informante para entrevista: é a fase do contato inicial entre entrevistador e entrevistado. Deve-se motivá-lo e prepará-lo para que o pesquisador inicie a indagar as questões. Explicações sobre o objetivo da entrevista devem ser dadas, assegurando o sigilo das respostas, bem como valorizar as informações que o entrevistado possa fornecer.

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b)Elaboração das questões: as questões devem ser elaboradas de acordo com o tipo de entrevista a ser desenvolvida (estruturada ou não-estruturada). c)Registro da entrevista: uma vez realizada a entrevista o pesquisador deve transcrever e analisar as informações imediatamente após a sua efetivação. Registrar os dados ao mesmo tempo em que se realiza a entrevista pode trazer inibições. Para o uso de gravador é necessário solicitar a autorização do entrevistado. d)Prestar atenção aos itens que o entrevistado deseja esclarecer sem manifestar as suas opiniões (do entrevistador). Não apressar o entrevistado dando-lhe tempo para expor suas conclusões. e)Assegurar as condições favoráveis ao bom desenvolvimento da pesquisa. Procurar evitar desencontros e perda de tempo. Vantagens da utilização da entrevista: Maior flexibilidade para o pesquisador. A entrevista pode ser aplicada em qualquer segmento da população, isto é, o entrevistador pode formular e reformular as questões para melhor entendimento do entrevistado. O entrevistador tem oportunidade de observar atitudes, reações e condutas durante a entrevista. Há oportunidade de se obter dados relevantes e mais precisos sobre o objeto de estudo. Limitações da utilização da entrevista: Entre as limitações quanto ao uso da entrevista é necessário ressaltar que, para o uso desta técnica, no estudo, o pesquisador despenderá mais tempo. O custo operacional será mais alto, precisando-se treinar e habilitar o entrevistador para tal função.” (BARROS, 1986, p. 110 - 111) Recomendações importantes: Procure selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento necessário para satisfazer suas necessidades de informação. Procure realizar uma entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica de sua postura antes de se encontrar com o entrevistado de sua escolha. Prepare com antecedência as perguntas a serem feitas e a ordem em que elas devem acontecer (estruturada) ou faça um pequeno roteiro das informações essenciais a serem obtidas (não-estruturada). Diante do/a entrevistado/a: a)Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de idéias. b)Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do/a entrevistado/a para que isso não venha prejudicar a relação entre entrevistador/a e entrevistado/a. c)Deixe que as questões surjam mais naturalmente, mesmo que você possua um roteiro, evitando que a entrevista assuma um caráter de uma inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se torne um “questionário oral”. d)Seja objetivo, já que entrevistas muito longas podem tornar-se cansativas. e)Procure incentivar o/a entrevistado/a para as respostas, evitando que ele/a sinta-se falando sozinho/a. f)Vá anotando tópicos centrais da fala do/a entrevistado/a evitando que ele/a fique esperando sua próxima indagação. g)Caso use o gravador ou a filmadora, não deixe de pedir permissão para tal. Às vezes, o uso do gravador ou da filmadora podem inibir o/a depoente e frustrar o/a entrevistador/a. Recomenda-se que esses equipamentos sejam utilizados após os primeiros encontros quando já deve ter sido estabelecida uma cumplicidade entre pesquisador/a e pesquisados/as. Relatório da entrevista Mesmo tendo gravado procure fazer o relatório o mais cedo possível. Anote as respostas e as reações que você conseguiu observar durante a entrevista. É essencial a utilização de uma caderno/diário de campo. 1.6 4 Observação com método científico. “A observação é uma das técnicas de coleta de dados imprescindível em toda pesquisa científica. Observar significa aplicar atentamente os sentidos a um objeto para dele adquirir um conhecimento claro e preciso.[...] A observação é uma técnica que pode ajudar muito o pesquisador nas suas pesquisas. O pesquisador iniciante pode ir aos poucos observando e registrando os fenômenos que aparecem na realidade. Posteriormente recomenda-se que o observador se prepare adequadamente com cuidados especiais para cada estudo realizado.[...] A maior vantagem do uso da observação em pesquisa está relacionada com a possibilidade de se obter a informação na ocorrência espontânea do fato. A observação é uma técnica que pode ser usada por todo o pesquisador, além de que, existem certos fenômenos que não poderiam ser estudados de outra maneira.” (BARROS, 1990, p. 54 grifo nosso) Sugestões para uma observação satisfatória: Antes de iniciar o processo de observação, procure examinar o local. Determine que tipo de fenômenos merecerão registro.

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Crie, com antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de fenômenos. Procure estipular algumas categorias dignas de observação. Esteja preparado/a para o registro de fenômenos que surjam durante a observação, que não eram esperados no seu planejamento. Para realizar registros iconográficos (fotografias, filmes, vídeos,etc...), caso o objeto de sua observação sejam indivíduos ou grupos de pessoas, prepare-os para tal ação. Eles não devem ser pegos de surpresa, têm o direito de dizerem não. No entanto, ao consultar e avisar, é importante deixar claro que não devem se preparar artificialmente, mascarando a realidade. Porém, se isso ocorrer, anote os detalhes pois todos são importantes. Procure fazer o relatório o mais cedo possível.

Formas de classificação da observação

1. Quanto à estruturação

a) Observação assistemática ou não estruturada: não tem controle e nem instrumental apropriado. b) Observação sistemática ou planejada: é realizada em condições controladas. Utiliza instrumental adequado.

2. Quanto à participação do observador

a) Observação não participante: o pesquisador permanece de fora da realidade a estudar. Não há envolvimento do observador. b) Observação participante: o observador se incorpora natural ou artificialmente ao grupo ou comunidade pesquisados.

3. Quanto ao número de observadores

a) Observação individual: realizado por um só pesquisador. b) Observação em equipe; quando há o trabalho integrado de uma equipe de observadores.

4. Quanto ao local de observação

a) Observação em campo: observação feita dos fenômenos na realidade social. b) Observação em laboratório: quando as situações são criadas em laboratórios.

5. Enquanto técnica de atuação na realidade

a) Observação militante: técnica de estudo permeada por concepções ideológicas e políticas, a qual visa a estimulação de mudança social dos grupos e comunidades envolvidas.

1.6.6 História de vida. A história de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral quando o/a depoente é o informante fidedigno de um determinado momento histórico, de um grupo social, de uma instituição ou quando sua vida, de alguma forma, merece ser recontada para fazer parte da memória coletiva. Denzin, (1973, p.220 apud MINAYO, 1999, p. 126), afirma que: “A História de Vida apresenta as experiências e as definições vividas por uma pessoa, um grupo, uma organização, como esta pessoa, esta organização ou este grupo interpretam sua experiência.” O/a depoente deve estar totalmente livre para falar/relatar os fatos como quiser, na ordem cronológica ou de importância que escolher. Esses detalhes devem ser observados pelo/a pesquisador/a que deve ser “ouvido e olhos atentos”. É importante que o/a pesquisador/a tenha clareza de que a memória muda pelo esquecimento de detalhes, pela diferente leitura de um mesmo acontecimento de acordo com as influências do contexto, pela presença do/a pesquisador/a e a percepção do lugar social e da ideologia que representa. Portanto, a história de vida não é indicada para investigar fenômenos porque reflete a visão muito particular de uma pessoa, não cabendo ao/à pesquisador/a interferir ou corrigir o relato. Fundamenta-se na fala de um/a só informante.

1.6 7 Depoimento oral. O depoimento oral também é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral quando o objetivo da pesquisa é recontar a trajetória de um determinado grupo social ou desvelar um determinado fenômeno. Para optar por esse tipo de investigação o/a pesquisador/a precisa se constituir em um/a “interlocutor válido” , isto é, conhecer o assunto para poder analisar os discursos, interferir quando necessário para reenfocar o tema evitando que o/a depoente fuja muito do assunto. Por isso afirmamos anteriormente que toda pesquisa exige uma revisão bibliográfica e um bom conhecimento teórico sobre o tema a ser investigado. Por exemplo, se você vai ouvir depoimento de presos, é essencial que você conheça sobre o sistema carcerário, sobre as características desses grupos (psicológicas, de sobrevivência, religiosas, etc.), sobre processos, sobre injustiça social, etc... para ter parâmetros de análise (sem julgar como certo ou errado). É importante que a cada depoimento o/a pesquisador/a tenha clareza: De quem fala? De onde fala? Do que fala? Devemos transitar no equilíbrio, não sendo ingênuos/as à ponto de pensarmos que o/a depoente é neutro na sua fala ou juízes, mantendo uma constante desconfiança. A natureza desse tipo de coleta de dados é recolher os depoimentos e depois de transcrevê-los, efetivar uma análise comparativa, apontando contradições e

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convergências sobre um mesmo fato ou conceito. Exige um número de informantes que seja capaz de representar o universo pesquisado (ler quadro sobre amostragem).

1.6 8 Relato de vida (tranche de vie, pedaços de vida). O relato de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral quando o objetivo da pesquisa é recontar um determinado momento histórico. O/a informante fica menos livre porque o papel do/a pesquisador/a, com maior domínio da situação, é focalizar o depoimento no tema que investiga procurando trazer o/a depoente de volta quando este começar a divagar ou a relatar outros episódios. Esta técnica é indicada para recompor um determinado período da história geral ou de uma instituição ou fenômeno. Por exemplo, colher relatos de pessoas que participaram da Coluna Prestes; de um determinado Júri; da fundação de uma instituição ou grupo. Neste tipo de coleta de informações é essencial que o/a pesquisador saiba: Quem fala? De onde fala? Do que fala? Pois, sobre um mesmo fato podem existir relatos antagônicos dependendo de quem fala (Golpe militar relatado por um militar que foi a favor do golpe e um preso político).

Importante: Quando você optar pela História Oral deve seguir alguns passos metodológicos ao transcrever o que ouviu (e gravou, quando obteve permissão para isto): as anotações devem ser organizadas e constantes (nossa memória é muito seletiva e corremos o risco de esquecer ou desconsiderar falas importantes). Para tanto, é importante que sejam utilizados: Diário de campo: onde serão registradas as falas, as observações, os detalhes. Anotar risos, choros, silêncios, má interpretação da pergunta, vacilações, expressões corporais, etc.; Também deve conter as percepções e sentimentos do/a pesquisador/a: nojos, indignações, conflitos, desânimo, esperança, alegria, etc. Ficha do informante: onde constarão todos os dados necessários para identificá-lo no grupo social e frente ao fenômeno investigado (lembre-se que é bastante significativo você saber:quem fala? de onde fala? do que fala? Dica: Estrategicamente é importante que você preencha esta ficha APÓS o depoimento para não inibir ou censurar a fala do/a depoente, mesmo que depois, se assim for solicitado ou exigido, no relatório final não seja identificado o nome do/a depoente, usando-se um pseudônimo.

Acervo visual: filmagens, fotografias que auxiliam na estruturação do texto. Quanto mais o/a depoente está limitado, mais o/a pesquisador/a está com domínio. No entanto, as técnicas mais restritivas, exigem um maior número de depoentes. Depois do material coletado, devemos fazer a transcrição suja , fidedigna ao oral que passa a ser a transposição para uma outra linguagem, a escrita, onde perde-se muito da riqueza do oral e do visual. Só limpamos (corrigimos) o que vamos utilizar, evitando de transcrever o caricato da fala do/a informante. O ideal, nessas pesquisas seria o relatório através de multimídia (que as academias ainda não aceitam como científico, exigindo o texto escrito).

Ao organizar o material para ser transcrito recomenda-se que sejam organizados fichamentos temáticos de acordo com o tema do roteiro. É recomendado analisar os grandes temas de forma comparativa por blocos de informantes (mulheres/homens; jovens/crianças/velhos; negros/brancos/ índios/ocidentais; autoridades/ detentos, etc.) Explicar o porquê de cada grupo ter construído de uma maneira o seu relato.

TEMA 2 PROJETO DE PESQUISA.

Prezado pós-graduando. Vencemos já a primeira etapa. Agora vamos entrar num momento muito mais interessante de nossa disciplina. Vamos estudar o Projeto de Pesquisa. É um instrumento essencial para organizar as idéias e posteriormente fazer uma excelente pesquisa. Me acompanhe passo-a-passo e você vai ver que não é nem um “bicho de sete cabeças”.

2.1. Conceituação Sem um projeto de pesquisa, os pesquisadores lançam-se a um trabalho inseguro, desorientado,

redundando em desperdício de esforços e recursos. (BARROS, 1986, p.97) O Projeto de Pesquisa é um projeto e, portanto, é redigido ANTES da pesquisa ser realizada. Os verbos, em geral, devem estar conjugados no presente e no futuro. Exige do/a pesquisador/a um conhecimento prévio, obtido através da pesquisa exploratória, sobre a viabilidade/relevância do tema, da instituição ou grupo a serem pesquisados.

Escreve-se um projeto de pesquisa para:

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a) mapear um caminho a ser seguido durante a investigação; b) esclarecer para o próprio investigador os rumos do estudo; c)comunicar seus propósitos para a comunidade científica.

Segundo Rudio (1986), a escolha de um tema de pesquisa exige um conhecimento prévio do tema (pesquisa exploratória) e merece que o pesquisador faça sérias indagações: a. Trata-se de um problema original? b. O problema é relevante? c. Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim? d. Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo? e. Existem recursos financeiros para a investigação deste tema? f. Terei tempo suficiente para investigar tal questão? 2.2. A escolha do tema: Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o trabalho de pesquisa: a)Fatores internos : afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal; tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa; o limite das capacidades do/a pesquisador/a em relação ao tema pretendido. b)Fatores externos: a significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais; o limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho; material de consulta e dados necessários ao/à pesquisador/a.

Campos (2000, p. 61) sugere a Estratégia do Funil para conduzir o processo de delimitação do tema, do problema e dos objetivos de pesquisa:

Agora faça este exercício do funil com o seu tema de pesquisa e envie por e-mail ao professor.

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1º Fenômeno: escolher algo que exista e que possa ser estudado cientificamente, como, por exemplo, os transtornos psicológicos.

2º Tema: dentro do grande espectro de possibilidades do fenômeno, delimitar o campo de observação e interesse da pesquisa. No exemplo acima, a escolha poderia ser a depressão. [Nesse momento você deve delimitar o grupo a ser pesquisado: mulheres?; homens?; idade?; em tratamento? etc.]

3º Problema: definir na temática qual a questão em aberto se tentará responder na pesquisa. Por exemplo, será que há relação entre apoio familiar e depressão?

4º Objetivos: embora tenha sido delimitado o objetivo da pesquisa, o problema ainda é amplo para o trabalho científico, sendo necessário especificá-lo em termos operacionais. Assim, delimitar como objetivo, verificar a relação entre apoio familiar e depressão em adolescentes do sexo feminino, é caracterizar seus objetivos.

2.3 A estrutura do projeto de pesquisa.

2.2.1. Inicia-se com a capa e com a folha de rosto. (Veja no site: www.ucd.br/nupeju o arquivo com o título: “Instrumento de apoio para a formatação gráfica do trabalho científico” . Na pág. 6 e 8 você vai encontrar o modelo de capa e folha de rosto que pode ser aplicado para o projeto de pesquisa inserido os elementos de acordo com seu tema e propósito).

2. Elementos essenciais do projeto de pesquisa. 1. Título (o que pesquisar?): Apresentar a área de interesse a ser pesquisada, já delimitada em alguns aspectos: assunto, população, instituição, período, etc. Pode ter uma conotação criativa e singular. Aparece na capa e folha de rosto sem constar a palavra título. 2.Justificativa ( por que pesquisar?): É o momento do/a pesquisador/a convencer que o projeto é importante, que possui relevância científica, que vai trazer contribuições. É o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental e deve ser efetivado, de que o tema/título escolhido é de suma importância, para a sociedade ou para algum grupo específico de indivíduos. Devemos tomar cuidado, na elaboração da justificativa, de não justificar a hipótese levantada, ou seja: tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. Não tentar antecipar os resultados da pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento. Também, nessa etapa, devem ser colocadas as motivações pessoais que levaram o/a pesquisador/a a escolher o tema. Pode ser colocada, resumidamente e de forma objetiva, a trajetória de vida do/a pesquisador/a que o/a qualifica para o trabalho de pesquisa. “Convencer sobre a relevância científica do problema; contextualizá-lo historicamente; explicar quais os motivos que levaram a pesquisar o tema e qual a contribuição que tal estudo trará para a sociedade.” (BITTAR, 2000, p.14) 3. Definição do problema (quais as perguntas/dúvidas que quero responder com essa pesquisa?): Recorte na realidade, delimitação do tema. Nos primeiros projetos é mais fácil formular de forma interrogativa pois facilita a redação e compreensão. Se não há problema, se não há dúvida, não há motivo para pesquisar. “ ... antes da elaboração do trabalho, é preciso ter idéia clara do problema a ser resolvido, da dúvida a ser superada. Exige-se consciência da problemática específica relacionada com o tema abordado de determinada perspectiva, cuja natureza especificará o tipo e o método de pesquisa e de reflexão a serem utilizados no decorrer do trabalho.” (SEVERINO,1996, p.75) Alguns exemplos de problemas/questões de pesquisa:

O alcoolista em tratamento tem o comportamento de mentir compulsivo? Quais as características/estilo de vida das crianças obesas? Quais os elementos da ansiedade? Existe relação entre pressão familiar e iniciação esportiva precoce?

É importante lembrar que cada tipo de questão exige um tipo de investigação, a escolha adequada de técnicas de coleta de dados/informações e análise adequada dos achados. 4. Objetivo(s) (para que pesquisar?): Quais as metas que pretendemos alcançar ao final da pesquisa? A definição do(s) objetivo(s) determina o que o/a pesquisador/a quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Iniciamos a formulação de um objetivo com um verbo no infinitivo (analisar, conhecer, averiguar... ) . Podemos ter objetivos em geral ou optarmos por um objetivo geral ( O que? Para que?) e outros específicos ( detalhamento do objetivo geral em ações mais imediatas e menos amplas que, efetivadas, levarão ao alcance do objetivo geral). 5.Formulação de hipótese(s) (quais suposições? : Opcional em pesquisas de graduação, deve estar fundamentada em uma teoria, observação, resultados de outras pesquisas, ou mesmo intuição, “... é a idéia central que o trabalho se propõe demonstrar” (SEVERINO, 1996, p.129). A hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, hipótese é uma afirmação categórica ( uma suposição), que tenta responder ao problema levantado no tema escolhido para a pesquisa. O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição) levantada. “É preciso não confundir hipótese com pressuposto, com evidência prévia. Hipótese é o que se pretende demonstrar e não o que já se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida. Muitas vezes, ocorre esta confusão, ao se tomar como hipóteses proposições já evidentes no âmbito do referencial teórico ou da metodologia adotados. E, nesses casos, não há mais nada a demonstrar, e não se chegará a nenhuma conquista e o conhecimento não avança.” (SEVERINO, 1996, p. 129) 6.Referencial teórico ( quais os pressupostos teóricos?): Para uma primeira pesquisa, nem sempre é exigido um referencial teórico por ser mais complexo e exigir determinados conhecimentos do tema. No entanto, para

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uma monografia é preciso fazer uma explicitação dos principais conceitos e categorias que serão utilizados na pesquisa buscando, num percurso teórico rápido, compreender como dois ou três autores, reconhecidos na área da pesquisa, conceituam a questão. Devemos ser sintéticos e objetivos, estabelecendo um diálogo entre a teoria e o problema a ser investigado. É a etapa em que o/a pesquisador/a demonstra em quais pressupostos está fundamento/a para realizar a pesquisa. “Explicar qual a base teórico-metodológica que embasa o problema; qual a perspectiva filosófica e ideológica do pesquisador; citar autores que já estudaram sobre o mesmo tema.” (BITTAR, 2000, p.14) 7.Metodologia (como pesquisar?): A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa ( uma ou a combinação de duas ou mais formas de pesquisa: bibliográfica, de campo, experimental, quantitativa, qualitativa, documental, de observação, etc...), do instrumental utilizado (questionário, entrevista, observação, diário de campo, filmagem, fotos, pré-testes, pós-testes, etc...), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizará no trabalho de pesquisa. Descrever o universo a ser pesquisado, delimitando-o; o tipo de amostragem a ser utilizada ( como serão selecionados os indivíduos), dependendo se a pesquisa será qualitativa ou quantitativa (amostragem representativa). Organização e análise dos dados coletados em relação à teoria escolhida.

8.Cronograma de execução ( quando pesquisar?): Traçar o tempo que será necessário para a realização de cada etapa, sendo que muitas podem acontecer concomitantemente.

Meses 2003

ATIVIDADES F M A M J J A S O N D

Elaboração do projeto * *

Revisão bibliográfica * * * * * * * * * *

Estudos exploratórios * *

Elaboração dos instrumentos de coleta de dados * *

Pré-teste dos instrumentos de coleta de dados * *

Coleta de dados * * * * * *

Organização,tabulação,análise e interpretação dos dados * * * * * * *

Redação preliminar * *

Qualificação *

Redação final * * *

Defesa *

Versão final *

9. Orçamento (com que recursos): Planilha de custos. É muito importante quando trata-se de pesquisas ligadas a instituições ou órgãos de apoio. Quando será custeada pelo/a próprio/a autor/a do trabalho, o orçamento inicial possibilita planejar os gastos e decidir sobre a extensão da pesquisa e a utilização ou não, na coleta de dados de questionários, entrevistas, fotos, filmagens, etc...

DESCRIÇÃO QUANT PREÇO UNITÁRIO

TOTAL

CUSTO TOTAL: _______________________________________

10.Referências: Relacionar as referências básicas que foram utilizadas, textos fundamentais onde se aborda a problemática em questão. Estas referências serão enriquecidas no decorrer da execução da pesquisa Todas as citações feitas no projeto devem constar como referências bibliográficas no final. Observar as Normas da ABNT.

TEMA 3 - ORIENTAÇÕES E NORMATIZAÇÕES PARA REDAÇÃO DE TEXTOS.

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Amigo Pós-Graduando, você já fez um bom trecho do caminho. Já está produzindo seu projeto de pesquisa. Enquanto isso, vamos aprender juntos como lidar com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, a famosa ABNT. Se fizermos o caminho juntos, utilizando as informações necessárias, o entendimento será um sucesso. Quanto à aplicação é um pouco mais complexo, no entanto com a prática, logo-logo estaremos familiarizados com as normas e orientações. Venham comigo.

3.1. Forma de apresentação gráfica do texto científico. ABNT, NBR 14724, ago 2002

PAPEL E MARGENS: Os trabalhos são digitados em folhas de papel branco, A4 ( 21cm x 29,7cm) , de um lado só, respeitando-se as seguintes margens: margem superior: 3 cm; margem inferior: 2 cm; margem esquerda: 3 cm; margem direita: 2 cm. NUMERAÇÃO DAS PÁGINAS: As páginas são contadas seqüencialmente a partir da página de rosto, sendo os números (algarismos arábicos), inseridos a partir da introdução, no canto direito superior, sempre a cada 2 cm da borda superior e da primeira linha do texto e 2cm da borda direita da folha. Não se utiliza nenhuma pontuação ou sinal antes ou após o número da página. Na abertura de capítulos ou divisões, as páginas são contadas, mas não numeradas, por conterem títulos. FONTES (LETRAS), ESPAÇAMENTO, PARÁGRAFOS: O espaço usado é o duplo. Em computador usa-se, em geral o tipo de letra Times News Roman ou Arial (ao optar por um tipo usar o mesmo do início ao fim do trabalho).O tamanho recomendado é o 12 para o texto e o tamanho 10 ou 11 para citações longas e notas de rodapé. Os parágrafos iniciam a oito espaços para dentro em relação à margem esquerda (3,5 cm de margem, mais 8 espaços). Um novo parágrafo no final da página deve ter, no mínimo duas linhas. Se a página não comportar, iniciar o parágrafo na página seguinte. As citações ou transcrições de texto com mais de três linhas, de acordo com a ABNT, NBR 10520/2002 “... devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas” . Deve ser separada do texto que os precede ou que os sucede por espaçamento duplo. CAPÍTULOS (TÍTULOS, SUBTÍTULOS,ALÍNEAS,INCISOS(SUBALÍNEAS): Os capítulos devem ser sempre iniciados numa nova página mesmo que sobre espaço na página que termina o capítulo anterior. O título do capítulo deve ficar a oito centímetros ou 8 espaços do limite superior, em letras maiúsculas, centrado na folha, podendo ser numerados em algarismos romanos ou arábicos. Os subtítulos e subdivisões são escritos de forma homogênea, de forma a serem realçados no texto. Os espaços que os separam do texto são maiores e proporcionais, sendo numerados de acordo com a técnica dos números pontuados: 2.1, 2.1.1, etc... Pode-se utilizar algarismos ou letras, fechados em meio-parênteses para especificar tópicos no interior destas subdivisões { 1) , a) }. As alíneas são assinaladas por letras minúsculas ou números, fechados em meio-parênteses para especificar tópicos no interior dos subtítulos. Ex.: 1) ou a) As orações que precedem as alíneas devem ser terminadas com dois pontos. Após a letra de ordenamento, inicia-se com letra minúscula e termina-se com dois pontos. A última divisão termina com ponto final. Os incisos ou sub-alíneas iniciam com hífem sem negrito (não usar outros tipos de marcadores). IMPORTANTE: Ao folhear o trabalho, o leitor deverá ter uma idéia da organização que o autor fez, bem como da hierarquia e subordinação de títulos, subtítulos, alíneas e incisos. Uma distribuição adequada pode ser esta: título em letra maiúscula e negrito; subtítulo em letra maiúscula sem negrito; outros subtítulos em letra minúscula com negrito, itálico e negrito; itálico. Exemplo de página padrão.

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↑ 3 cm livres MARGEM SUPERIOR

→2cm←

→3cm← livres MARGEM E S Q U E R D A

→2cm← MARGEM DE INÍCIO DO P A R Á G R A F O →

4cm ← MARGEM DE CITAÇÃO LONGA

M A R G E M D I R E I T A →2cm← livres

↑ 2 cm livres ↓ MARGEM INFERIOR

Citações diretas (textuais) e indiretas (livres) colocadas no corpo do texto e notas de rodapé.

ABNT, NBR 10520, ago de 2002 As citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados durante a leitura de documentação e que se revelam úteis para corroborar as idéias desenvolvidas pelo autor no decorrer do seu raciocínio. (SEVERINO, 1998, p. 89) São transcrições exatamente iguais ao que algum autor já publicou ou uma síntese do trecho que se quer citar. Elas podem ser colocadas no interior do texto com a finalidade de reforçar ou questionar dados encontrados pela pesquisa ou para que o/a autor/a do trabalho critique e/ou refute a idéia/teoria explicitada As citações são mencionadas no texto com a finalidade de esclarecer ou completar as idéias do/a autor/a, ilustrando e sustentando afirmações. Não devem substituir a exposição e discussão do tema pelo/a autor/a da pesquisa. Jamais deve-se copiar a idéia de outro sem fazer a devida referência. De acordo com a ABNT, NBR 10520, ago de 2002, encontramos algumas definições básicas: “ citação: Menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte. citação de citação: Citação direita ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original. citação direta: Transcrição textual dos conceitos do autor consultado. citação indireta:Transcrição livre do texto do autor consultado. notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado. notas de rodapé: Indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráfica. notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explanações, que não possam ser incluídos no texto.” (ABNT, NBR 10520, 2002, p. 1 e 2) Algumas orientações básicas: a. Quando é feita uma citação direta, o texto do autor deve ser copiado ao pé da letra e colocado entre aspas quando contém até três linhas. No caso de citações longas, com mais de três linhas, não usar aspas, separando do texto por dois espaços duplos, recuo de 4 cm da margem esquerda e letra tamanho 10 ou 11. b. Caso haja no texto algum tipo de erro de português ou alguma idéia estranha, não podemos modificar. Nestes casos, coloca-se logo em seguida à palavra um (sic!), entre parênteses, para indicar que estava assim mesmo no texto original e não foi erro nosso de digitação. c. Quando não é necessário colocar todo o texto podemos usar supressões: [...] Ex.: Segundo Pereira de Sá (1995, p. 27) : [...] “ por meio da mesma `arte de conversação' que abrange tão extensa e significativa parte de nossa existência cotidiana.”. (ABNT, NBR 10520, 2002, p. 2) d. Quando ocorrem interpolações, acréscimos ou comentários também utilizamos colchetes: [ ] (ABNT, NBR 10520,2002, p.2) e. Quando queremos destacar ou dar ênfase para alguma passagem de uma citação literal, costuma-se grifá-la, sublinhá-la ou utilizar o itálico, colocando a seguir, entre parênteses, no próprio texto, a expressão ( grifo nosso).

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Exemplo: [...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos quer Moraes, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade (SOUTO, 1916, p.46, grifo nosso). (ABNT, NBR 10520,2002, p.2) Se o destaque for do autor, usa-se, após os dados de identificação da citação, grifo do autor. Exemplo: (CANDIDO, 1993, v.2, p.12, grifo do autor). f. Quando a citação for direta, é essencial citar, após a data, o número da página precedido por uma vírgula e a letra p seguida de ponto ( PEREIRA, 1999, p. 21). O número da página possibilita ao leitor uma consulta mais rápida e precisa. As citações indiretas dispensam a indicação da/s página/s. g. Quando houver coincidência de sobrenomes de autores, acrescentar as iniciais de seus prenomes. Ex.: Carvalho, C. (1985:27) e Carvalho, B. (1985:34). Se, mesmo assim houver coincidência, colocar os prenomes por extenso. Ex.: Carvalho, Carlos (1965) e Carvalho, Cláudio (1965). h. Quando se tratar de vários trabalhos de um/a mesmo/a autor/a, escritos em datas diferentes, cita-se o sobrenome do autor, seguido das datas entre parênteses. Ex.: Farias (1978,p.23) ; Farias (1985,p.56) ; Farias (1990, p.67). i) Para a citação de vários trabalhos de um/a mesmo/a autor/a, com a mesma data, usam-se letras minúsculas acompanhando a data. EX.: Silva (1975a, p.45) ; Silva (1975b, p.47); Silva (1975c, p34). j) Documentos sem data, citar a expressão s.d., entre parênteses.Ex.:SÁ(s.d.)

Tipos de Citações Citação direta/textual curta: (com menos de 3 linhas) deve ser feita na continuidade do texto, entre aspas,⇒ sem itálico. Ex.: Ora, se existe uma idéia de devir no conceito de cientificidade, não se pode trabalhar, nas ciências sociais, com a norma da cientificidade já construída. A pesquisa social é sempre tateante , mas, ao progredir, elabora critérios de orientação cada vez mais precisos. Conforme lembram Bruyne e colaboradores (1991), “na realidade histórica de seu devir, o procedimento científico é ao mesmo tempo aquisição de um saber, aperfeiçoamento de uma metodologia, elaboração de uma norma” (p. 16). Obviamente isto se faz dentro da especificidade que as ciências sociais representam no campo do conhecimento. Por isso, para falarmos de Ciências Sociais, dentro de sua distinção, retomaremos critérios gerais que se distinguem e que se encontram em autores como Demo (1981) e Minayo(1920), sem, contudo, desvinculá-la dos princípios da cientificidade. (MINAYO, 1993, p. 13) Outra forma de identificar a fonte é colocar o nome do autor, o ano de publicação da obra e a página onde consta a citação. EX.: ( PONCE, 1994, p.54) PONCE= último sobrenome do autor; 1994= ano de publicação; 54 = número da página em que a citação está contida.

Citação direta/textual longa: ( com mais de 3 mais) Utilizar espaço um (1) e tamanho de letra 10 ou 11.⇒ Lembre que o texto é digitado em espaço duplo e letra tamanho 12. Devem ser precedidas de dois pontos ( : ) e aparecerem em bloco, recuadas a 4 cm da margem esquerda. Não utilizar aspas duplas neste caso.

Terminada a citação, tanto incluída no parágrafo ou fora deste, coloca-se o nome do autor, ano de publicação⇒ da obra e o número da página e cita-se a obra nas Referências. Outra opção é utilizar o número de chamada, indicativo da nota de referência do rodapé. O número de chamada virá após os sinais de pontuação, acima da metade da linha. Os números de chamada seguem ordem crescente. No entanto, há uma forte tendência de colocarmos as citações no corpo do trabalho, deixando as notas de rodapé para outras explicações (de termos com possibilidade de dupla interpretação, breve histórico de uma instituição ou caracterização de um determinado fenômeno).

Citação de citação: É a citação que já foi utilizada por outro pesquisador. Segundo Santos (2000, p. 50), só devemos recorrer a esta forma: Quando não existe a possibilidade de consultarmos os originais de documentos citados em outras fontes [...], reproduzimos a informação coletada utilizando-se do seguinte recurso: a) no texto, citar o sobrenome do autor do documento não consultado, seguido das expressões citado por, conforme ou segundo, e o sobrenome do autor do documento efetivamente consultado, seguido da data. Em nota de rodapé, mencionaremos os dados do documento original. [...] b) na listagem bibliográfica, devem-se incluir os dados completos do documento efetivamente consultado. Você também poderá encontrar a expressão latina, “apud” (citado por). SANTOS (2000) apresenta exemplos de citação: Com utilização de notas de rodapé: Ponce citado por Silva (1982), declara que instrução, no sentido moderno do termo, quase não existia entre os espartanos. Sem utilizar notas de rodapé: Incluir duas entradas na listagem das Referências, uma relacionando o documento não consultado, seguido da expressão apud (citado por) e os dados do documento efetivamente consultado. A outra entrada será feita relacionando apenas os dados da fonte consultada.

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PONCE, Aníbal. Educação e luta de classes. São Paulo: Cortez, 1980, apud SILVA, João. Classes sociais e cultura no Brasil. São Paulo: SIARTE, 1982. SILVA, João. Classes sociais e cultura no Brasil. São Paulo: SIARTE, 1982. “ É evidente, em primeiro lugar, que a mais estreita relação de parentesco é aquela que também admite a mais generalizada forma de reciprocidade.” (SERVICE apud SEVERINO, 1998, p.94)

Citação indireta/livre Ao fazer uma síntese das idéias, a transcrição é livre desde que citada a fonte e mantido o sentido do

texto original. Nestes casos utiliza-se a expressão Cf. que significa confira. Ex.: Cf. Silva, Pedro A . A descoberta

científica, p. 15. Também podemos citar o nome do/a autor/a e explicar, com nossa palavras o que afirma. Ex.: Ponce

(1994) leva-nos a compreender o exato alcance das idéias pedagógicas de Lutero, ressaltando que não devemos perder de vista dados anteriores. Afirma ainda que a instrução elementar era o primeiro dever da caridade, e que, mesmo no fanatismo de Lutero, se não sobrasse muito lugar para o saber profano, aconselhava os pais que enviassem seus filhos à escola.

Dados obtidos por informação oral “ Quando se tratar de dados obtidos por informação oral (palestras, debates, comunicações, etc.), indicar

ente parênteses a expressão `informação verbal', mencionando-se os dados disponíveis, somente em nota de rodapé. Exemplo: Tricart constatou que na bacia do Resende, no Vale do Paraíba, há indícios de cones de dejecção (informação verbal). “ (ABNT, NBR 10520,2002, p.3) Trabalhos em fase de elaboração “ Na citação de trabalhos em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato, indicando-se os dados disponíveis, somente em nota de rodapé.” Exemplo: Poetas Rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCRS, 2001 (em fase de elaboração).” (ABNT, NBR 10520,2001, p.2) Localização das citações a)no texto: a citação vem logo após o texto, (MANACORDA,1989, p. 162); ou antecede a citação, Segundo Manacorda (1989, p.62). Deve-se separar o ano de publicação para o número da página com vírgula, colocando a letra p. de página antes do número da página. Quando o(s) nome(s) do(s) autor(es) estiver entre parênteses, utiliza-se letras maiúsculas, quando estiver fora do parêntese, utiliza-se letra maiúsculas para a inicial e depois letras minúsculas. Ex.: Segundo Moreira (1999, p.49) ou (MOREIRA, 1999, p.49) b) em nota de rodapé : Ficam com a mesma margem à esquerda e à direita do texto. Apenas o número adentra-se 1 cm. Devem ficar separadas do texto por um traço que avança até 1/3 da página, ficando este traço a 1 cm da última linha . Coloca-se o número de chamada que deve corresponder ao número da nota de rodapé. Alguns autores consideram suficiente constar na nota de rodapé o nome do autor, o nome do livro, e o número da página pois consideram que os demais dados encontram-se na bibliografia. Outros autores preferem colocar todos os dados do livro como consta na bibliografia seguido do número da página onde está localizado o texto citado. Autores como Severino (1998 : 94) optam por fazer a entrada da nota pelo nome e não pelo sobrenome do autor, separando por vírgula os vários elementos.Quando várias notas de rodapé se referem a uma mesma obra de um mesmo autor, variando-se apenas a página, usa-se a expressão latina: ibid. Ex.: 4. GOLDMANN, Lucien. Ciências humanas e filosofia, São Paulo: Cortez, 1999, p. 10. 5. Ibid. p. 16. No entanto, se outro autor for citado entre uma citação e outra, do mesmo autor, a citação deve ser completa, da mesma forma se cair em outra página. 6. DARTIGUES ,André.O que é fenomenologia. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 50. 7. GOLDMANN, Lucien. Ciências humanas e filosofia, São Paulo: Cortez, 1999, p. 10. As notas de rodapé também:

inserem no trabalho considerações complementares que, por extenso, ocupariam desnecessariamente o⇒ desenvolvimento do texto, mas que podem ser úteis ao leitor caso queira aprofundar o assunto;

trazem a versão original de alguma citação traduzida no texto quando se fizer necessária e importante à⇒ comparação dos textos;

explicam ou conceituam determinados termos utilizados na pesquisa que podem ter compreensão dúbia ou que⇒ necessitam ser explicitados pelo(s) autor( s ). Ex.:____________________

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5. “Optamos pelo utilização do termo “menina” tendo em vista as seguintes questões: a inexistência de um termo que abrangesse a grande variedade entre idade cronológica.........”

3.Normas para elaboração de referências.

A referência é constituída de elementos essenciais e, quando necessário, acrescida de elementos complementares. (ABNT, NBR 6023/2002, p.2).

3.2 Regras Gerais de Apresentação das Referências (Bibliográficas E Virtuais). A Seqüência Na Apresentação Das Referências: Em geral são apresentadas por ordem alfabética crescente (pode-se apresentar por ordem cronológica ou por assunto). Se o número de obras citadas for extenso, as referências bibliográficas poderão ser dividas por tipo de obra: livros, periódicos, etc. ALINHAMENTO: Segundo a NBR 6023/2002: “ As referências são alinhadas somente à margem esquerda e de forma a se identificar individualmente cada documento.” Portanto, você não deve justificar as margens, deixando a margem direta irregular, não alterando, assim, os espaços entre os elementos da referência. Ex.: DINIZ, Maria Helena; FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio: GEÓRGAKILAS, R. A. Steveson. Constituição de 1988: legitimidade, vigência e eficácia, supremacia. São Paulo: Atlas, 1989.

A ENTRADA DA SEGUNDA LINHA: Até agosto de 2000, a NBR 6023 que orientava as referências bibliográficas era a de agosto de 1989. No entanto, em agosto de 2000, a ABNT divulgou a NBR 6023 alterando alguns itens da antiga norma. Uma das mudanças ocorridas é que, até então, iniciava-se a segunda linha da referência abaixo da terceira letra da primeira linha, com a nova Norma, inicia-se a segunda linha imediatamente abaixo da primeira. A NBR 6023, de agosto de 2002, manteve as determinações da NBR de 2000.

Exemplos diversos e mais usados, de como proceder na construção das referências.

(Capítulo de livro do mesmo autor. Ex:) HABERMAS, Jurgen. Derecho natural y revolución. In: _________ Teoría Y praxis: estudios de filosofia social. Tradução de Salvador Má Torres e Carlos Moya. Espanha/Madrid: Tecnos, 1990. cap. 2, p. 87-162. (Parte de uma obra, coletânea. Ex: ) PILATI, José Isaac. Direitos autorais e internet. In: ROVER, Aires José (org.). Direito, sociedade e informática: limites e perspectivas da vida digital. Florianópolis: Fundação Voiteux, 2000. p. 127-134. (Revista como um todo) REVISTA SEQÜÊNCIA. Florianópolis: Curso de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, Jan. fev. mar./2001. n. 27, Trimestral. (Número Especial de revistas) ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2000. Florianópolis: TRE, v.2, n.1, nov. de 2001. 635 p. Edição Especial. (Suplemento de periódico) A JUSTIÇA FEDERAL ATRAVÉS DE DOCUMENTOS. Brasília, DF: Conselho da Justiça Federal, v. 1, 1994. Suplemento. (Artigo de revista institucional) SALES, Gabriela Bezerra. Psicanálise e Poder. Revista Roteiro, Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, v. XVIII, n. 33, p. 88-96, jan./jun. 1995. (Artigo de revista) ZAVERUCHA, Jorge. O Congresso, o presidente e a justiça militar. Justiça e Democracia. São Paulo, n. 3, p. 141-152, 1997. (Artigos de jornal diário) MARCELO, Cláudia. Crescem os lares sob chefia da mulher. Diário Catarinense. Florianópolis, p.34, 12 de maio de 2002. (Artigo de jornal assinado pelo autor do artigo) MARCELO, Cláudia. Crescem os lares sob chefia da mulher. Diário Catarinense. Florianópolis, p.34, 12 de maio de 2002. (Anais de Congressos) CONGRESSO JURÍDICO BRASIL-ALEMANHA,7.,1996, Belo Horizonte. Anais do VII Congresso Jurídico Brasil-Alemanha. Belo Horizonte: Sociedade de Estudos Jurídicos Brasil-Alemanha, 1996. 305 p. (Resumos de encontros/eventos) SIMPOSIO BRASIL-ALEMANHA,4., 1998, Bonn, Alemanha. A projeção do Brasil face ao século XXI: livro de resumos. São Paulo: Fundação Konrad-Adenauer, 1998. (Trabalhos publicados em congressos)

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LAMOUNIER, Bolívar. Assegurar a governabilidade: perspectivas do futuro político e social do Brasil. In: SIMPÓSIO BRASIL-ALEMANHA,4., 1998, Bonn, Alemanha. A Projeção do Brasil face ao século XXI. São Paulo: Fundação Konrad-Adenauer, 1998, p. 83-90. (Constituições) BRASI. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. MATO GROSSO DO SUL. Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul. Campo Grande: Imprensa Oficial, 1979. (Emendas Constitucionais) BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional n. 8, de 15 de agosto de 1995. Altera o inciso XI e a alínea “a” do inciso XII do art. 21 da Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 180-181. ( Medidas Provisórias) BRASIL. Media Provisória n. 2.214, de 31 de agosto de 2001. Altera o art. 1º da Lei n. 10261, de 12 de julho de 2001, que desvincula, parcialmente, no exercício de 2001, a aplicação dos recursos de que tratam os arts. 48, 49 e 50 da Lei n. 9.478, de 6 de agosto de 1997, pertencentes à União. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1º de setembro de 2001. Seção I-E , Edição Extra, p. 01. [Decretos] BRASIL. Decreto n. 2.173, de 5 de março de 1997. Aprova o regulamento da organização e do custeio da Seguridade Social. Consolidação da Legislação Previdenciária. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1999, p. 43-101. [Consolidação de leis] BRASIL. Consolidação da legislação previdenciária: regulamento e legislação complementar. Organizador Aristeu de Oliveira. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1997. [Jurisprudências] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental em agravo de isntrumento. Taxa de limpeza pública e IPTU. Identidade de base de cálculo. Impossibilidade. Agravo Regimental em Agravo de Instrumento n. 194.063-3. Agravante Município de São Paulo e Agravado Denise Carmona Fernandes. Relator Ministro Maurício Corrêa. 29 de abril de 1997. JANCZENSKI, Célio Armando. Taxas: doutrina e jurisprudência. Curitiba: Juruá, 1999, p. 332-333. [Súmulas] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 241. A contribuição previdenciária incide sobre o abono incorporado ao salário. Previdência social. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 395. [Monografrias, dissertações e teses] BAEZ, Narciso Leandro Xavier. Execução de quantia certa contra a fazenda pública a partir da Constituição Federal de 1988. 58 f. Monografia (Especialização) - Curso de Direito Processual Civil, Universidade do Oeste de Santa Catarina, Chapecó, 2002. MONTEIRO, Cláudia Servilha. Em busca de uma racionalidade prática para o direito: a teoria da argumentação jurídica da nova retórica. 251 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Coordenação de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999. MEZZAROBA, Orides. Da representação política liberal ao desafio de uma democracia partidária: o impasse constitucional da democracia representativa brasileira. 2000. 545 f. Tese (Doutorado em Direito) - Curso de Pós-Graduação em Direito, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000. [ Meios Eletrônicos - Artigo de revista e jornal assinado pelo autor] VELOSO SOBRINHO, Manoel Lopes. Execução do pequeno valor contra a fazenda pública: questão de sobrevivência e a lei de responsabi9lidade fiscal Jus Navegandi, n. 50. Disponível em: <http://www1.jus.com.Br/doutrina/texto.asp?> Acesso em: 12 maio 2002. [ Meios Eletrônicos - Artigo de revista e jornal não assinado pelo autor] A DECISÃO do STF sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Agência Estado, São Paulo, 12 maio 2002. Disponível em: <http://www.estadao.com.br> Acesso em: 12 maio 2002. [Meios Eletrônicos - Congresso Científico] CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, 6., 1999. Rio de Janeiro. Anais eletrônicos.... Rio de Janeiro, 1999. Disponível em:< http://www.abed.org.br>. Acesso em: 15 dez. 1999. [Meios Eletrônicos - Citação de trabalhos de congressos científicos] PEDROSA, Fernanda. Juristas declaram que a dívida externa é ilegítima e opressiva. In: FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, 1, 2001, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre, 2001. Disponível em: http://www.forumsocialmundial.org.br . Acesso em: 21 jan. 2002. (Incluir a partícula <in>: antes do evento) [Meios Eletrônicos - Legislações - Sempre iniciar pela jurisdição doórgão: Brasil, Mato Grosso do Sul, Dourados] BRASIL. Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Disponível em: http://www.met.gov.br/conjur/lei/lei . Acesso em: 24 nov. 2000. Meios Eletrônicos - Súmulas em home-page) BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 608. No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada. Disponível em: http://www.stf.gov.br. Acesso em: 12 maio 2002.

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[ Meios Eletrônicos ´ - e-mail] ROVER, Aires José. Grupos de pesquisa do CNPq. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected]. em 10 mar. 2002. [Meios eletrônicos - CD-ROM] ORDEM DOS ADVOGADOS O BRASIL A OAB e o controle de constitucionalidade. Brasília: ArqDigital, [2000].1 CD-ROM. [Meios eletrônicos - Banco de Dados] PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: Banco de dados. Disponível em: http://www.planalto.gov.br Acesso em: 23 abr. 2002. [Meios eletrônicos - Homepage Institucional] INFOJUR. Coordenação Aires José Rover. Desenvolvido pelo Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina. Apresenta textos sobre informática jurídica. Disponível em: http://www.infojur.ccj.ufsc.br . Acesso em: 21 abr. 2002. [Entrevistas gravadas - Gravador convencional - Fita Cassete] PEIXOTO, Luiz. A pena de morte: depoimento (jan.1977) Entrevistadores: Julio Matos e André Castro. Florianópolis: Comitê de Direitos Humanos, 1977. 1 fita cassete (60 min.), estéreo. Entrevista concedida ao Comitê de Direitos Humanos.

EXERCÍCIO DE REVISÃO

Título: O prazer da produção científica Autor: Israel Belo de Azevedo Editora: UNIMEP Local/Cidade: Piracicaba Ano: 1996 Edição: 6ª

Título: Fazer universidade Subtítulo: uma proposta metodológica Autores: Cipriano Luckesi, Elói Barreto, José Cosma, Naidison Baptista Editora: Cortez Local/Cidade: São Paulo Ano: 1998 Edição: 10ª

Título: Metodologia do trabalho científico Autoras: Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi Editora: Atlas Local/Cidade: São Paulo Ano:1994 Edição: 4ª Revista e Ampliada Título: A pesquisa na dinâmica da vida e na essência da universidade Autor: Vicente Fideles de Ávila Editora: UFMS Local/Cidade: Campo Grande/MS Ano: 1995 Edição: 1ª

Título: Sugestão de roteiro comentado para projeto de pesquisa Autor: Vicente Fideles de Ávila Editora: mimeografado Local/Cidade: Campo Grande Ano:junho de 1996 Instituição: UCDB Número de páginas: 13

Título: Normas para apresentação de trabalhos científicos Autor: Universidade Federal do Paraná 8 fascículos Editora: UFPR Local/Cidade:Curitiba Ano: 1995 Edição: 5ª

Título: Filosofia da ciência: Subtítulo: introdução ao jogo e suas regras Autor:Rubem Alves Editora: Ars Poética Local/Cidade: São Paulo Ano: 1996 dição:1ª

Título: Inicação à pesquisa bibliográfica Autor: Neusa Dias de Macedo Editora: UNIMACO/Loyola Local/Cidade: São Paulo Ano: 1995 Edição:1ª

Título: Redação de textos científicos Autora: Vera Cristina Feitosa Editora: Papirus Local/Cidade: Campinas Ano:1995 Edição: 2ª

Título: A ciência por dentro Autor: Newton Freire-Maia Editora: Vozes Local/Cidade: Petrópolis Ano: 1991 Edição: 1ª Título: Redação científica Subtítulo: a prática de fichamentos, resumos, resenhas Autor: João Bosco Medeiros Editora: Atlas Local/Cidade: São Paulo Ano: 1999 Edição: 4ª Título: O método científico Subtítulo:teoria e prática Autor: A. Guilherme Galliano Editora: Harbra Local/Cidade: São Paulo Ano:1986 Edição: 1ª

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Título: Elaboração e divulgação do trabalho científico Autoras: Antonia Terezinha Marcoantonio, Martha Maria dos Santos, Neide Aparecida Lehfeld Editora: Atlas Local/Cidade: São Paulo Ano: 1996 Edição: 1ª

Título: Metodologia do trabalho científico Autor: Antonio Joaquim Severino Editora: Cortez Local/Cidade: São Paulo Ano: 1996 Edição: 20ª Revista e Ampliada

Título do artigo: Dano ambiental. Autor: F. C. Tourinho Neto Revista: Consulex Cidade: Brasília, DF ano: 1 nº: 1 páginas: de 18 a 23 Data: fevereiro de 1997

Título do artigo: A eugenização da raça brasileira pelo corpo feminino: a defesa da educação física para a mulher. Autora: Ariza Maria Rocha Lima Endereço: http://www.efdeportes.com Data e hora da pesquisa: 03/09/01 17h30mn15seg Revista digital ano: 7 nº: 40 Cidade: Buenos Aires Data: setembro de 2001 Título do artigo: A liturgia olímpica Autor: Milton José de Almeida Livro: Corpo e história Autora: Carmem Lúcia Soares (organizadora) Local/Cidade: Campinas, SP Editora: Autores Associados Ano: 2001 Páginas: de 79 a 108 Edição: 1ª

Título do artigo: Tribunal questiona gestão de dinheiro paraolímpico Autor: Guilherme Roseguini Local/Cidade: São Paulo Data: 02 de março de 2003 Jornal: Folha de São Paulo Folha esporte Caderno: D Página: 01

Título do artigo: Arte como ponto de partida para entender as mulheres Autora: Karla Dunder Local/Cidade: São Paulo Data: 02 de março de 2003 Jornal: Folha de São Paulo Folha Cultura Caderno: 2 Página: 05

Título: Ser professor sendo índio: questões de língua(agem) e identidade Autora: Terezinha de Jesus Machado Maher Local/Cidade: Campinas Instituição: UNICAMP Instituto de Estudos da Linguagem Ano: 1996 Natureza: Tese de Doutorado Número de páginas: 261

Título do artigo: A América Latina somos nós Autor: Emir Sader Local/Cidade: São Paulo Data: março de 2003 Ano: VI Número: 72 Página: 29 Editora: Casa Amarela Ltda.

Natureza: CD (compact disc) Título: Sem lenço sem documento Autor: Caetano Veloso Cidade: São Paulo Gravadora: Polygram Ano: 1999 Música: Soy loc por ti América Autores: Gilberto Gil e Capinan Intérprete: Caetano Veloso Faixa: 2

Natureza: CD (compact disc) Título: Sem lenço sem documento Autor: Caetano Veloso Cidade: São Paulo Gravadora: Polygram Ano: 1999

TEMA 4 - ARTIGO CIENTÍFICO

4.1. Conceituação. 4.2. Estrutura do artigo. 4.3. Conteúdo do artigo.

Nosso trabalho de conclusão do curso de especialização será um artigo científico com o tema desenvolvido no projeto de pesquisa. Nosso quarto tema, vai nos ajudar a entender o conceito, a estrutura e o conteúdo de um artigo científico.

4.1 Conceituação: São publicações em revistas , periódicos ou coletâneas que, geralmente, têm o objetivo de comunicar “resultados de pesquisas originais, concluídas ou em andamento [...]; aproveitamento de dados coletados que, por serem secundários, não serão utilizados na pesquisa; comunicação com o objetivo de publicar uma pesquisa de forma resumida e com maior abrangência de divulgação; analisar e expor assuntos controvertidos.

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A NBR 6022 da ABNT define artigo como ` texto com autoria declarada, que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento.” (ANDRADE,1995,p. 64) “ Os artigos científicos, que constituem a parte principal de revistas, são trabalhos científicos completos em si mesmos, mas de dimensão reduzida, já que não possuem matéria suficiente para um livro.” (SALVADOR, 1977, p.24) “ Os artigos são pequenos estudos, porém completos, que tratam de uma questão verdadeiramente científica, mas que não se constituem em matéria de um livro. Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguem-se dos diferentes tipos de trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo. São publicados em revistas ou periódicos especializados e formam a seção principal deles.” ( LAKATOS & MARCONI, 1991, p.238) “ Concluído um trabalho de pesquisa - documental, bibliográfica ou de campo - para que os resultados sejam conhecidos, faz-se necessária a sua publicação. Esse tipo de trabalho proporciona não só a ampliação de conhecimentos como também a compreensão de certas questões. “ ( LAKATOS & MARCONI, 1994, p.85)

4.2 Estrutura do Artigo: Segundo as Normas de Publicações da UNESP, a estrutura do artigo é a seguinte: “ Preliminares ou pré-texto a. Título ou cabeçalho. Deve ser claro e objetivo, escrito na mesma língua do texto, podendo ser completado por um subtítulo, porém não extenso. Evitar abreviações, parênteses e fórmulas que dificultem a compreensão do conteúdo do artigo. b. Autor. Deve-se indicar o nome completo do autor com entrada direta e o sobrenome, conforme a indicação do autor, em CS (maiúscula). c. Resumo/Abstract. Deve conter no máximo 200 palavras (na língua do texto) e expressar, de maneira clara e concisa, a proposição do trabalho, seu método de estudo, resultados e principais conclusões. d. Palavras-chave/Keywords. Constam de relação de até sete (7) palavras representativas do assunto tratado no trabalho, [...] , separadas entre si por ponto e vírgula ( ; ). e. Filiação científica. Deve-se indicar em forma de rodapé a Instituição a que pertence(m0 o(s) autor(es): Departamento, Instituto ou Faculdade, Universidade (sigla) - CEP, Cidade, Estado, País. Texto a. Introdução. Deve expor preliminarmente o tema e relacioná-lo com a literatura consultada, apresentar os objetivos e a justificativa da realização do trabalho. b. Material e método (Metodologia). Devem descrever o material e os métodos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, e indicar as técnicas e processos utilizados na investigação. c. Resultado. Deve apresentar os dados encontrados na parte experimental. Pode ser ilustrado com quadros, tabelas, gráficos, desenhos, fotografias, etc. d. Discussão. Deve ater-se estritamente ao resultado do trabalho e seu confronto com dados pertinentes encontrados na literatura. Dependendo do estilo ou da necessidade, a Discussão poderá ser apresentada juntamente com Resultado. e. Conclusão. Antes de tudo, é uma resposta para a problemática do tema exposto na Introdução. Deve ser breve, concisa e referir-se às hipóteses levantadas e discutidas anteriormente; pode incluir recomendações e/ou sugestões de outras pesquisas na área. f. Notas de rodapé. Mencionam-se em notas de rodapé: o informações obtidas através de canais informais como correspondências pessoais, comunicações, documento de divulgação restrita, trabalhos não publicados, etc.; o comentários e/ou observações pessoais do autor ou outras informações; o devem ser reduzidas ao mínimo, colocadas no pé da página separadas do texto por um traço contínuo de aproximadamente 1/3 da linha, a partir da margem esquerda, em espaço simples(um), com caracteres menores do que os usados no texto. Usa-se espaço duplo para separar as notas entre si. As notas não devem ocupar mais de 50% do espaço da página; [...] Pós-liminares ou pós-texto a. Agradecimento. A instituições ou pessoas que concorreram de maneira relevante para o trabalho. b. O resumo em outra língua (em geral inglês), é transcrito ao final do artigo, antes das referências bibliográficas. c. (...) d. Anexos ou apêndices. É material complementar ao texto, devendo ser incluído somente quando imprescindível à compreensão deste. Ex.: textos de leis, formulários ou questionários utilizados em Matéria e método, etc. e. Referências bibliográficas. Devem obedecer a NBR 6023/2000 da ABNT. f. Data. Devem constar o dia, mês e ano em que o trabalho foi recebido e aceito para publicação. (A Comissão editorial deverá comunicar essa decisão, por escrito, ao autor). (UNESP, 1994, p. 12-14).

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Exemplo de título e autor/a: ( titulação do/a autor/a em nota de rodapé ou logo após o nome. 1. Conteúdo do Artigo: “O conteúdo pode abranger os mais variados aspectos e, em geral, apresenta temas ou abordagens novas, atuais, diferentes. Pode: a. versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao já conhecido; b. oferecer soluções para questões controvertidas; c. levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto idéias novas, para sondagem de opiniões ou atualização de informes; d. abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não seriam utilizados na mesma. O estabelecimento de um esquema para expor de maneira lógica, sistemática, os diferentes itens do assunto, evita repetições ou omissões ao longo da dissertação. O público a que se destina o artigo também deve ser levado em consideração; isto pode ser mais ou menos previsto, conhecendo-se de antemão a natureza da revista: científica, didática, de divulgação.” (LAKATOS & MARCONI, 1991, p. 240) 3. Tipos de Artigos Científicos: “ Quanto à análise do conteúdo, os artigos podem ser de três tipos: Argumento teórico: Tipo de artigo que apresenta argumentos favoráveis ou contrários a uma opinião. Inicialmente, enfoca-se um determinado argumento e depois os fatos que possam prová-lo ou refutá-lo. O desenrolar da argumentação leva a uma tomada de posição. Essa forma de trabalho requer pesquisa profunda e intensa a fim de coletar dados válidos e suficientes. É uma forma de documentação difícil, sendo empregada, geralmente, por especialistas experientes. Roteiro: exposição da teoria; fatos apresentados; síntese dos fatos; conclusão. Artigo de análise: Nesse tipo de artigo, o autor faz análise de cada elemento constitutivo do assunto e sua relação com o todo. `O técnico ou cientista procura descobrir e provar a verdadeira natureza do assunto e das relações entre suas partes' (SIQUEIRA,1969, p.61). A análise engloba: descrição, classificação e definição do assunto, tendo em vista a estrutura, a forma, o objetivo e a finalidade do tema. Entra em detalhes e apresenta exemplos. Não é muito comum, na literatura moderna, encontrar-se um artigo totalmente analítico. Roteiro: definição do assunto; aspectos principais e secundários; as partes; relações existentes. Classificatório: O autor, nesse caso, procura classificar os aspectos de um determinado assunto e explicar suas partes. Primeiramente, faz-se a divisão do tema em forma tabular, ou seja, em classes, com suas características principais. Depois apresenta: definição, descrição objetiva e análise. Dentre as formas de documentação técnica é a mais útil. Roteiro: definição do assunto; explicação da divisão; tabulação dos tipos; definição de cada espécie.” (Adaptado de LAKATOS & MARCONI, 1991, p. 241-242)

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