Apostila de Práticas QUI-703

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Praticas Química Orgânica

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

    INSTITUTO DE CINCIAS EXATAS E BIOLGICAS

    DEPARTAMENTO DE QUMICA

    PRTICAS DE QUMICA ORGNICA QUI-703

    Curso: Cincia e Tecnologia de Alimentos

    Prof. Dr. Leandro Vincius Alves Gurgel

    [email protected] , disponvel em http://www.iceb.ufop.br/dequi/index.php/md-leandro

    SETOR DE QUMICA ORGNICA

    Ouro Preto, 2014

  • 2

    REQUISITOS BSICOS DE AVALIAO

    Os seminrios a serem apresentados como forma de avaliao do curso prtico

    a descrio das atividades prticas desenvolvidas e das observaes e resultados aos

    quais o grupo chegou de alunos chegou. A descrio deve ser fiel aos procedimentos

    adotados e aos fenmenos ocorridos e nunca ao que deveria ter ocorrido. Ou seja, a

    descrio no dever ser uma cpia do roteiro, mas sim do que foi feito e obtido. Como

    os experimentos podem se desenrolar com pequenas variaes entre os grupos

    importante que o grupo compare os seus resultados com os demais resultados dos

    outros grupos e discuta os motivos de tais variaes.

    A seguir esto as instrues para a elaborao dos seminrios:

    1) O seminrio dever ser preparado em PowerPoint ou software similar. Na

    necessidade de incluir desenhos de aparelhagem de laboratrio ou estruturas qumicas,

    estas devero ser desenhadas, escaneadas, copiadas da internet (desde que a fonte seja

    referenciada e de origem fidedigna), xerocadas ou feitas por programas de computador

    como Chemdraw;

    2) Divida a apresentao segundo os itens:

    Ttulo (ou assunto) da aula prtica com os nomes completos dos integrantes

    do grupo que a realizou;

    Fundamento terico (porque realizar aquela investigao e quais so os

    aspectos importantes relacionados);

    Materiais utilizados (reagentes e vidraria);

    Procedimentos (ou Mtodos) (Justificar o uso dos mtodos empregados);

    Resultados (ou Observaes)(Comparar os resultados obtidos com aqueles

    obtidos pelos demais grupos da turma. Discutir criticamente os resultados

    obtidos);

    Concluses (A que os resultados obtidos levaram e o que se pode concluir a

    partir deles);

    Bibliografia (Se houverem referncias da internet citar a data de acesso e

    incluir o link).

  • 3

    3) No item Fundamento Terico devero ser discutidas as bases tericas que sustentam

    o assunto da aula. Alm das anotaes feitas com base na explanao do professor,

    altamente recomendvel a consulta a fontes bibliogrficas para enriquecimento do

    tpico;

    4) No item Materiais dever ser englobado desde vidraria at reagentes empregados,

    com ateno para a quantidade e a capacidade da vidraria at a marca dos produtos

    utilizados;

    5) Em Procedimentos descreva o que foi feito realmente pelo seu grupo, mesmo que

    fuja a detalhes da tcnica original;

    6) Em Resultados e Concluses sero mostrados todos os detalhes percebidos ao longo

    do experimento, os clculos feitos, os mecanismos qumicos, a aparncia dos reagentes

    empregados e os produtos obtidos das reaes. Muitas vezes, podero ser tiradas

    concluses pelo grupo e essas devero ser registradas. A discusso crtica dos resultados

    dever ser feita bem como a concluso em cima dos mesmos;

    7) No ltimo item devero ser registradas todas as fontes bibliogrficas empregadas,

    segundo as normas vigentes de apresentao de referncias bibliogrficas da ABNT

    NBR 10520.

  • 4

    PRTICA 01

    ANLISE ELEMENTAR QUALITATIVA

    (Combusto e Ensaio de Lassaigne)

    Objetivo: Investigar a natureza orgnica de um composto orgnico atravs da

    caracterizao dos principais elementos qumicos.

    Materiais: Tubos de ensaio, bquer, conexes de vidro, rolhas de cortia, pinas, bico

    de gs, funil, papel de filtro, esptula metlica.

    Reagentes: Sdio metlico, soluo a 10% de hidrxido de brio, soluo aquosa a 10%

    de cido actico, soluo a 10% de acetato de chumbo, solues aquosa de cido ntrico,

    nitrato de prata, cido sulfrico, soluo de amonaco, nitrito de sdio a 20%,

    compostos orgnicos diversos, sulfato ferroso e xido de cobre.

    Aspectos de segurana: o aluno dever usar jaleco (prprio), sapato fechado e as

    mulheres devero prender o cabelo. Durante essa aula prtica o aluno dever usar culos

    de segurana a ser fornecido pelo tcnico responsvel pelo laboratrio.

    Aspectos tericos:

    Os elementos mais comumente encontrados nos compostos orgnicos so o

    carbono, o hidrognio, o oxignio, o nitrognio, o enxofre e os halognios. A evidncia

    da natureza orgnica pode ser verificada atravs de um ensaio direto que constata a

    presena dos elementos C e H. Neste mtodo, uma ponta de esptula da amostra

    (substncia orgnica) queimada na presena de xido de cobre e o CO2 liberado

    borbulhado em uma soluo de hidrxido de brio, o que leva a formao de um

    precipitado, confirmando a presena de C, enquanto que gotculas de gua nas paredes

    do tubo confirmam a presena de H. A fim de verificar a presena de N, S e halognios

    em compostos orgnicos, faz-se necessrio convert-los em substncias inorgnicas

    ionizveis, de modo que os ensaios inicos de anlise qualitativa inorgnica possam ser

    aplicados. O melhor procedimento para essa converso consiste em fundir o composto

    orgnico com sdio metlico (ensaio de Lassaigne). Deste modo ocorre a formao de

    sais de sdio: 1 - Cianeto (se Nitrognio estiver presente na amostra), que pode ser

    detectado atravs de reaes que levem ao ferrocianeto frrico (azul da Prssia).

    possvel que no ocorra formao do azul da Prssia. Isso pode ser atribudo a pouca

    quantidade de sdio. 2 - Sulfeto (se Enxofre estiver presente na amostra), atravs de

    reaes que levem ao sulfeto de chumbo; 3 - Haletos (se Halognios estiverem

    presentes na amostra), atravs de reaes que levem aos haletos de prata

    correspondentes.

    Procedimentos:

    1- Caracterizao dos elementos qumicos N, S e X (anlise elementar pelo Ensaio

    de Lassaigne) Coloque uma ponta de esptula da amostra em um tubo de ensaio contendo um

    pequeno pedao de sdio metlico recm-cortado. Prenda-o com uma pina e aquea-o,

    cuidadosamente, no bico de gs (pode haver liberao de gases combustveis, portanto,

    o aquecimento no incio deve ser feito retirando o tubo periodicamente da chama).

  • 5

    Continue o aquecimento at que o contedo se torne vermelho (sinal de fuso e

    consequente decomposio da amostra). Adicione ao tubo ainda quente cerca de 10 mL

    de gua destilada com cuidado, (coloque o tubo dentro de um bquer); pois o tubo pode

    se romper uma vez que o excesso de sdio reage energicamente com a gua e as

    substncias minerais se dissolvem. Filtre a soluo. Numere 4 tubos de ensaio e coloque

    cerca de 1 mL (aproximadamente 1 cm de altura no tubo) da soluo nos tubos de 1 a 3.

    Ensaio do Nitrognio: Pegue o tubo 1 e adicione uma ponta de esptula de sulfato ferroso. Aquea at perceber fervura e, ento, acidifique com algumas gotas de soluo

    de cido sulfrico at notar a mudana de colorao para azul (cerca de trs gotas).

    Ensaio do Enxofre: Pegue o tubo 2 e acidifique a soluo com trs gotas de soluo de cido actico. Adicione algumas gotas de soluo de acetato de chumbo at notar

    formao de precipitado preto (cerca de trs gotas).

    Ensaio do Halognio: Pegue o tubo 3 e acidifique a soluo com trs gotas de soluo de cido ntrico. Adicione algumas gotas de soluo de nitrato de prata at a

    formao de precipitado branco (AgCl), ou amarelo-plido (AgBr), ou amarelo (AgI).

    Caracterizao do Halognio: Se o teste for positivo para halognio, decante a gua-

    me e trate o precipitado com soluo diluda e aquosa de amonaco. Se o precipitado

    for branco e rapidamente solvel na soluo de amonaco, est confirmada a presena

    de cloro; se for amarelo-plido e pouco solvel, o bromo est presente; se for amarelo e

    insolvel, est indicada a presena de iodo. Um teste para confirmao de iodo pode ser

    realizado acidificando 1-2 mL da soluo de fuso com um ligeiro excesso de cido actico glacial e adicionando 1 mL de tetracloreto de carbono. Adicione, gota a gota,

    soluo de nitrito de sdio a 20%, com agitao constante. O aparecimento de cor

    prpura ou violeta na camada orgnica indica a presena de iodo.

    REAES QUMICAS:

    2 2CuO

    x yC H CO H O (1)

    2( ) 2 3( ) 2( )g sCO Ba OH BaCO H O (2)

    ( )2

    1) ,

    22)

    " "

    ( , , , , , ) sNa

    H O

    Soluo de fuso

    Amostra C H N S O X NaCN Na S NaX NaOH

    (3)

    4 4 6 2 46 [ ( ) ]NaCN FeSO Na Fe CN Na SO

    (4)

    4 2 4 2 2 4 3 212 ( )

    2FeSO H SO O Fe SO H O (5)

    4 6 2 4 3 4 6 3 2 4Azulda Prssia

    3 [ ( ) ] 2 ( ) [ ( ) ] 6Na Fe CN Fe SO Fe Fe CN Na SO (6)

    2 3 2 ( ) 3( ) 2sNa S CH COO Pb PbS CH COONa (7)

    3 ( ) 3sNaX AgNO AgX NaNO (8)

    Resultados

    Anote o resultado de cada teste realizado na tabela 1, a seguir, usando um sinal

    positivo (+) ou um sinal negativo (-) para a presena ou no de cada elemento

    pesquisado, respectivamente.

  • 6

    Tabela 1. Resultados obtidos na identificao dos elementos constituintes de uma amostra (composto

    orgnico).

    Elemento pesquisado Resultado obtido

    C

    H

    O

    S

    Halognios

    Cl

    Br

    I

  • 7

    PRTICA 02

    SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGNICOS

    Objetivos: Identificar as classes de substncias orgnicas atravs do teste de

    solubilidade.

    Material: Balana, bquer de 50 mL, tubos de ensaio, pipetas de Pasteur, esptula

    metlica, papel de tornassol azul e vermelho, pipetas graduadas de 5,0 mL.

    Reagentes: amostras variadas, soluo de cido clordrico 5%, cido sulfrico

    concentrado (96%), cido fosfrico concentrado (85%), soluo de bicarbonato de sdio

    5%, ter dietlico, soluo de hidrxido de sdio 10% e soluo de hidrxido de sdio

    5%.

    Aspectos Tericos:

    Existem diversas maneiras de se identificar uma substncia. Os procedimentos

    variam de testes qualitativos simples (identificao de grupos funcionais) as mais

    sofisticadas tcnicas instrumentais, como espectroscopia no infravermelho, ressonncia

    magntica nuclear, espectrometria de massas, etc.

    Quando se conhece algo sobre a origem do composto, como reagentes utilizados

    em seu preparo e condies reacionais, etc., possvel estimar algo sobre a natureza da

    substncia desconhecida. Entretanto, h casos em que no se tem qualquer antecedente

    sobre o composto a ser identificado, o que torna bem mais difcil a tarefa de

    identificao.

    Conhecendo a estrutura de um composto orgnico possvel predizer em que

    tipo de solvente o composto se dissolver. Esta predio baseia-se na presena de certos

    grupos funcionais (carboxila, hidroxila, grupo amino, etc.) e na possibilidade de

    interaes desses grupamentos com as molculas do solvente.

    Sendo conhecida a solubilidade do composto orgnico em determinados

    solventes possvel seguir o raciocnio inverso ao anterior e prever que tipos de

    grupamentos funcionais estaro presentes na molcula. Unindo os testes de solubilidade

    a outras tcnicas (anlise elementar, preparao de derivados, espectroscopias e etc.)

    possvel deduzir a estrutura de um composto orgnico.

    Os testes de solubilidade so feitos utilizando-se solventes como gua destilada,

    ter dietlico, soluo de hidrxido de sdio 5%, de bicarbonato de sdio 5%, de cido

    clordrico 5% e cido sulfrico concentrado e etc.

    Os resultados finais dos testes definem as classes de compostos orgnicos

    possveis para o composto cuja solubilidade est sendo testada conforme apresentado na

    Figura 1. As classes de substncias determinadas pelos testes de solubilidade

    correspondem aos seguintes grupos de compostos orgnicos: S1, S2, SA, SB, A1, A2, B,

    N1, N2, I e MN.

  • 8

    Figura 1. Classificao dos compostos orgnicos pela solubilidade.

    S2 Sais de cidos orgnicos, cloridratos de aminas, aminocidos e compostos polifuncionais.

    SA cidos monocarboxlicos com cinco tomos de carbono ou menos e cidos arenossulfnicos.

    SB Aminas monofuncionais com seis tomos de carbono ou menos.

    S1 lcoois, aldedos, cetonas, steres, nitrilas e amidas, com cinco tomos de carbono ou menos (monofuncionais).

    A1 cidos orgnicos fortes: cidos carboxlicos com mais de seis tomos de

    carbono, fenis com grupos eletroflicos em posio orto e para, e -dicetonas.

    A2 cidos orgnicos fracos: fenis, enis, oximas, imidas, sulfonamidas,

    tiofenis, todos com mais de cinco tomos de carbono. Incluem-se tambm as -

    dicetonas, os compostos nitro com hidrognio em e as sulfonamidas.

    B Aminas alifticas com oito ou mais carbonos, anilinas (somente um grupo fenil ligado ao nitrognio) e alguns oxiteres.

    N1 lcoois, aldedos, metilcetonas, cetonas cclicas e steres com um s grupo funcional e mais de cinco tomos de carbono, mas menos do que nove. teres com

    menos de oito tomos de carbono e epxidos.

    N2 Alquenos, alquinos, teres, compostos aromticos (especialmente os que tm grupos ativantes) e cetonas (exceto as da classe N1).

  • 9

    I Hidrocarbonetos saturados, alcanos halogenados, haletos de arila, teres diarlicos e compostos aromticos no ativos.

    MN Diversos compostos neutros, com mais de cinco tomos de carbono, contendo nitrognio ou enxofre (esta informao deve ser obtida por meio de anlise

    elementar).

    Nesta prtica, sero realizados testes de solubilidade com diferentes compostos

    orgnicos.

    Os testes de solubilidade devero ser realizados seguindo-se toda a sequncia de

    testes de solubilidade apresentados na Figura 1. Importante: aps cada teste, medir a

    massa ou o volume de uma nova quantidade de amostra para dar prosseguimento aos

    testes de solubilidade.

    O primeiro teste de solubilidade deve ser feito com a gua destilada e a partir do

    resultado, seguir a sequncia adequada (Figura 1). Por exemplo, se a amostra for solvel

    em gua destilada seguir para o teste com ter dietlico utilizando-se uma nova amostra

    em um novo tubo de ensaio. Se o composto for solvel em ter dietlico, verificar o pH

    da soluo com papel de tornassol (vermelho se o pH cido, azul se o pH bsico e

    roxo se o pH neutro) (a mudana de cor ocorre para variaes no pH de 4,5 a 8,3),

    classificando-o nas classes SA, SB ou S1. Caso o composto seja insolvel em ter

    dietlico ser classificado como pertencente classe S2.

    ATENO! Sendo a substncia solvel em gua destilada automaticamente exclui-

    se a realizao dos testes com soluo de NaOH 5%, NaHCO3 5%, HCI 5%, H2SO4

    (96%) e H3PO4 (85%). O raciocnio inverso vlido para uma substncia insolvel em

    gua destilada.

    Procedimentos:

    Para cada teste a ser realizado, utilizar nova amostra. De modo a otimizar os

    experimentos realize todos os testes necessrios com cada amostra-problema at

    que ela seja definitivamente classificada.

    a) Colocar 0,1 g da amostra slida ou o equivalente (0,2 mL ou 3 gotas) da amostra lquida em 3 mL do solvente em que se quer testar a solubilidade. Agitar

    vigorosamente o tubo de ensaio por aproximadamente 3 minutos e observar se

    ocorreu solubilizao da amostra. Realizar os testes propostos:

    1 teste: deve ser feito com gua destilada. Se a amostra for solvel, realizar o 2 teste.

    Se for insolvel, passar diretamente para o 3 teste.

    2 teste: se a substncia for solvel em gua destilada faa o teste com ter dietlico. Se

    for insolvel em ter dietlico, ela pertence ao grupo S2. Se ela for solvel em ter

    dietlico, classificada como SA, SB ou S1, dependendo do pH da sua soluo aquosa, o

    qual determinado com papel de tornassol.

    3 teste: se a amostra for insolvel em gua destilada testa-se a sua solubilidade em

    soluo aquosa de NaOH 5%. Se for solvel nesta soluo realize o 4 teste; se

    insolvel, passe para o 5 teste.

  • 10

    4 teste: teste a amostra em soluo aquosa de NaHCO3 5%. Se for solvel, pertence

    classe A1 e, se for insolvel, classe A2.

    5 teste: faa o teste com soluo aquosa de HCI 5%. Se a amostra for insolvel nesse

    solvente e se houver a informao (por meio de anlise elementar) de que ela neutra e

    possui nitrognio ou enxofre, ela pertencer classe MN. Caso seja solvel, ela

    pertence classe B. Se for insolvel e no houver sido classificada com MN, faa o 6

    teste.

    6 teste: realize o teste com H2SO4 (96%). Se a amostra for solvel, faa o teste com

    H3PO4 (85%). Se for insolvel, ela pertence classe I.

    Anotar os resultados dos testes realizados na tabela a seguir:

    Tabela 2. Resultados obtidos na identificao das amostras pelo teste de solubilidade (composto

    orgnico).

    Amostra gua ter NaOH 5% HCI 5% NaHCO3 5% H2SO4 96% Classe

    1

    2

    3

    4

    5

  • 11

    PRTICA 03

    DETERMINAO DO PONTO DE FUSO

    Objetivos: Determinao do ponto de fuso da amostra recristalizada e impura.

    Materiais: Tubos de Thiele, termmetro, tubos capilares, bico de Bnsen, suporte, trip,

    garra e mufa.

    Reagentes: Glicerina e amostra da substncia recristalizada e impura.

    Aspectos tericos:

    A maioria dos compostos orgnicos utilizados em laboratrios de qumica slida ou lquida;

    O grau de pureza qumica desses compostos pode ser avaliado pela determinao das constantes fsicas, pois as substncias puras possuem

    propriedades fsicas especficas e bem definidas;

    Impurezas produzem, geralmente, um alargamento no intervalo de fuso, alm de abaixarem essa temperatura;

    Uma substncia orgnica e cristalina considerada pura se a temperatura de fuso compreender uma variao de 0,5 a 1,0C;

    Se a substncia for impura, a temperatura de fuso varia de 2C a 5C; Se for uma mistura, a temperatura de fuso sofre uma variao maior do que

    5C;

    A medida de temperatura de fuso pode ser feita em aparelhagem apropriada (aparelhos para a determinao de temperatura de fuso fusmetro analgico) ou atravs de montagens e adaptaes realizadas em laboratrios.

    A fonte de aquecimento depender do tipo de aparelhagem utilizada, que

    pode ser um banho de aquecimento (leo mineral ou glicerina) ou

    aquecimento eltrico.

    O ponto de fuso usado como critrio para avaliar o grau de pureza de um

    composto, ou ajudar na sua identificao atravs de comparaes com tabelas de pontos

    de fuso.

    Figura 1. Montagem para determinao de temperatura de fuso.

  • 12

    Para determinar corretamente a temperatura de fuso de um slido, devem ser

    observadas todas as suas mudanas, conforme apresentado na Figura 2.

    Figura 2. Transformaes ocorridas no intervalo de fuso.

    Procedimentos:

    Determinao do ponto de fuso da amostra

    Utilizando um sistema apropriado, determine as faixas de fuso (valores de

    temperatura de incio e trmino da fuso) para a amostra recristalizada e impura. Para

    isso, feche uma das extremidades de um capilar de fuso girando-o ao leve contato com

    a chama do bico de gs. Coloque um pouco da amostra num vidro de relgio e introduza

    a substncia no capilar tocando-a com a extremidade aberta do mesmo. Talvez seja

    necessrio pulverizar o slido. Para tal use um basto de vidro ou a esptula. Com

    auxlio de um tubo longo de vidro compacte o slido no fundo do capilar (deixando o

    tubo capilar cair at atingir o fundo do tubo de vidro, com a extremidade fechada para

    baixo e dentro do tubo longo de vidro). Verifique a quantidade de slido no tubo capilar

    (cerca de 2 mm de altura no capilar) e codifique o tubo capilar utilizando pincel

    atmico.

    Com o auxlio de uma gominha de ltex fixe cuidadosamente os dois tubos

    capilares ao termmetro de modo que as substncias fiquem na mesma altura do bulbo

    do termmetro e a gominha o mais prximo possvel das extremidades abertas dos

    capilares.

    Prenda o termmetro a uma garra, de modo que o bulbo do termmetro fique

    totalmente submerso no lquido. Cuide para que a gominha no seja atingida pela

    glicerina, nem mesmo aps o aquecimento.

    Este sistema deve ser aquecido gradualmente (o aquecimento dever se dar a

    uma velocidade de 1C por minuto, aproximadamente), enquanto o material no

    capilar cuidadosamente observado. Devem ser registradas a temperatura na qual a

    primeira gota de lquido se forma e aquela em que os ltimos cristais de slido

    desaparecem.

    Questes:

    1) Qual a faixa de temperatura que a maioria dos compostos orgnicos se funde?

    2) Uma determinada substncia na mudana de estado (slido para lquido) possui uma

    ampla faixa de temperatura de fuso. O que isso indica?

  • 13

    3) Explique: Duas amostras puras de um mesmo composto devero fundir a uma mesma

    temperatura. Entretanto, duas amostras desconhecidas que se fundem a uma mesma

    temperatura no so necessariamente o mesmo composto.

    4) Discuta sobre os valores de faixa de fuso obtidos para sua amostra pura e impura.

    5) Identifique, a partir dos dados obtidos, a natureza da sua amostra.

  • 14

    PRTICA 04

    CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA DE SLICA

    Objetos: separar, identificar, purificar e dosar misturas moleculares.

    Materiais: Placas de vidro comum, cubas cromatogrficas, capilares de vidro, bqueres

    de 50 mL e provetas de 50 mL.

    Reagentes: solventes e compostos orgnicos.

    Aspectos Tericos A cromatografia tem sido definida, em princpio, como um processo de

    separao que utilizado essencialmente para a separao e identificao de misturas

    moleculares, bem como para purificao e dosagem das mesmas. O processo se baseia

    na redistribuio das molculas da mistura entre duas ou mais fases. A distribuio se

    passa entre uma fase estacionria (suporte) e um fluido mvel (eluente) que est em

    contato ntimo com ela. Trataremos apenas de aspectos selecionados da cromatografia

    de partio sobre celulose (papel) e cromatografia em camada delgada (cromatoplacas).

    Cromatografia de Partio: Na cromatografia de papel o suporte o prprio papel (o

    papel de filtro constitudo de celulose, que contm aproximadamente 22 % de gua

    adsorvida), ou ainda um papel tratado (introduo de grupos dietilaminoetlicos,

    carboxlicos ou de grupos fosfatos). A tcnica simplificada da cromatografia de partio

    em papel consiste em aplicar (com o auxlio de um capilar) uma soluo, contendo a

    mistura a ser analisada, prximo extremidade de uma tira de papel de filtro com 8,0

    cm de comprimento e 3,0 cm de largura (Figura 1a). Deposita-se ento, a tira com a

    amostra adsorvida, dentro da cmara cromatogrfica (previamente saturada com o vapor

    do eluente) (Figura 1b). O eluente passa, por ao de capilaridade, sobre a mancha

    (amostra adsorvida no papel) (Figura 1a) arrastando os componentes com velocidades

    diferentes. Os componentes a separar sofrem uma partio entre a fase aquosa suportada

    numa matriz inerte de celulose e o solvente orgnico usado numa fase mvel (Figura

    1c).

    Figura 1. Cromatoplacas. (a) Preparada para separao; (b) no instante inicial aps ser introduzida na

    cubra cromatogrfica; (c) aps o eluente percorrer a placa por capilaridade e (d) fora da cubra

    cromatogrfica para aferir as distncias percorridas pelas amostras e pelo eluente (Rf).

    O valor de Rf (fator de reteno) mede a velocidade do movimento da zona relacionada com a distncia percorrida pelo eluente em relao distncia percorrida

    pela zona da substncia. Os valores de Rf devem ser menor do que a unidade. Quando

    este for igual a zero, conclui-se que a substncia no se deslocou, quando for igual a

  • 15

    unidade, conclui-se que a mesma se moveu junto com o solvente. Para ambos os casos,

    a escolha do eluente no foi apropriada, devendo-se procurar ento um novo eluente ou

    uma nova mistura eluente.

    Muitas das substncias separadas por este processo no so coloridas (Figura

    1d). A cor pode ser desenvolvida momentaneamente (para determinados compostos) por

    exposio do sistema luz ultravioleta (fluorescncia). Pode-se tambm converter tais

    substncias incolores a derivados coloridos quando o sistema pulverizado com um

    reagente apropriado (sulfato crico, ninidrina, cloreto frrico, entre outros ) ou expondo

    a cromatoplaca a atmosfera saturada com I2.

    Cromatografia de Adsoro (cromatoplaca): Na cromatografia de camada fina o

    adsorvente espalhado sob a forma de um revestimento numa placa de vidro, folha

    plstica ou de alumnio. O desenvolvimento do cromatograma semelhante

    cromatografia em papel. A cromatografia em camada fina apresenta algumas vantagens

    em relao cromatografia em papel, tais como, maior nitidez, alta sensibilidade,

    grande rapidez e ainda, a possibilidade do emprego de solventes e reveladores

    normalmente nocivos ao papel ( base de cidos concentrados e compostos fortemente

    oxidantes).

    Procedimentos:

    A- Separao dos componentes de uma mistura: Com um tubo capilar, aplicar a 1,0

    cm de altura em relao extremidade inferior da placa cromatogrfica uma gota da

    mistura em questo.

    Cuidado para que a mancha formada no ultrapasse o dimetro de 3 mm,

    deixando secar a primeira gota antes de colocar a segunda. Levar o sistema para a

    eluio dentro da cmara cromatogrfica, contendo o eluente adequado. O nvel de

    eluente deve estar abaixo do nvel das manchas na placa.

    Deixar o eluente subir at a demarcao superior da placa. Retirar a placa depositando-a

    sobre a bancada para secar. Observar e marcar levemente as manchas, anotar os

    resultados. Calcule os Rf. Se as manchas forem incolores, levar o sistema para a

    exposio luz ultravioleta, ou cmara de iodo, observar e marcar as manchas

    reveladas.

    B- Identificao de um desconhecido usando padres como referncia: Usando um

    tubo capilar, aplicar a 1,0 cm de altura em relao extremidade da cromatoplaca uma

    gota da amostra conhecida A. Cuidar para que a mancha formada no ultrapasse o

    dimetro de 3 mm, deixando secar a primeira gota antes de colocar a segunda. E por

    fim, aplicar duas gotas da amostra desconhecida B no ponto 2. Levar o sistema para a

    eluio dentro da cmara cromatogrfica. Deixar o eluente subir at 8,0 cm da placa.

    Retirar a cromatoplaca depositando-a sobre a bancada para secar. Levar o sistema para a

    revelao. Observar a diferena das manchas.

    Questes:

    1- Calcule os valores de Rf para cada uma das substncias reveladas nas placas cromatogrficas e compare com o valor obtido pelos demais grupos.

    2- Identifique a amostra desconhecida B.

  • 16

    PRTICA 05

    CROMATOGRAFIA EM COLUNA

    Objetivos: Purificao e separao de um composto orgnico.

    Materiais: coluna de vidro, algodo, bquer, funil, rolha de borracha, proveta e pipeta

    de Pasteur.

    Reagentes: etanol, slica gel, cido actico e etanol, mistura de cido actico e etanol,

    1:1 (v/v).

    Aspectos tericos: Os componentes de uma amostra movem-se com o solvente pela

    coluna com velocidades diferentes, dependendo de vrios fatores, tais como a natureza

    de cada substncia, a natureza do solvente e a atividade do adsorvente. A separao dos

    constituintes de uma mistura efetuada atravs da passagem do solvente pela coluna e

    baseia-se na interao dos componentes da amostra e do solvente com a superfcie do

    adsorvente. Um adsorvente slido ativo tem uma grande rea superficial, dispondo de

    inmeros stios polares que podem se combinar reversivelmente ou adsorver pequena

    concentrao de substncias, atravs de foras de atrao eletrostticas. O solvente

    movendo-se pela superfcie do adsorvente compete com a amostra adsorvida e com o

    adsorvente, e ento desloca seus constituintes reversivelmente e continuamente pela

    coluna. Este processo pode ser visualizado como uma competio entre a amostra, o

    solvente e o adsorvente, e pode ser expresso pelo seguinte equilbrio:

    amostra-adsorvente solvente amostra-solvente

    A velocidade de eluio dos componentes vai depender da natureza de cada um

    destes. Compostos polares ou polarizveis, tais como lcoois, cidos carboxlicos,

    amidas e aminas, so adsorvidos mais fortemente e eludos menos prontamente do que

    compostos pouco polares, tais como compostos halogenados, aldedos, cetonas, teres e

    hidrocarbonetos.

    A atividade do adsorvente slido vai tambm determinar a velocidade com que

    as substncias so eludas. A atividade determinada pelo seu contedo de gua e pela

    granulao das partculas. O solvente empregado tambm afetar a velocidade de

    eluio. Quanto mais polar for o solvente, mais rapidamente os componentes se

    movero. A escolha do solvente vai ser determinada pela natureza dos componentes a

    serem separados. Solventes pouco polares so empregados para substncias fracamente

    adsorvidas e solventes polares para aquelas fortemente adsorvidas. Alguns solventes

    normalmente utilizados esto listados a seguir na ordem de aumento de polaridade:

    Hexano < tetracloreto de carbono < tolueno < diclorometano < clorofrmio < ter

    etlico < acetato de etila < etanol < metanol < gua.

    Procedimentos: Adapte um chumao de algodo na parte inferior da coluna. Pese 2,0 g

    de slica gel em um bquer e adicione cerca de 10 mL de etanol, agite bem a suspenso

    com o auxlio de um basto de vidro e transfira todo o material para a coluna com o

    auxlio de um funil, recolhendo o solvente a eluir em outro recipiente. A slica deve

    ficar muito bem compactada, e para isso utiliza-se uma rolha de borracha presa a um

  • 17

    basto de vidro para golpear a coluna levemente, at que a altura (compreendida pela

    slica) permanea inalterada. Durante toda a operao nunca permita que a slica fique

    sem o solvente. Depois de colocada toda a slica na coluna, introduza a soluo de uma

    a duas gotas da soluo de azul de metileno e fucsina com o auxlio de uma pipeta de

    Pasteur. Deixe o material acomodar (lembre-se de nunca deixar a slica secar) e s ento

    adicione mais quantidade do eluente (etanol).

    A separao ter incio e a fucsina cida comear a se separar da mistura.

    Eluda toda a fucsina, aumente a polaridade do eluente usando mistura de etanol e cido

    actico 1:1 (v/v). Comear a ser arrastado o azul de metileno que aps algum tempo

    sair nas fraes eludas. Estar assim efetuada a separao dos dois corantes.

    Questes:

    1-Qual a funo da slica gel na cromatografia em coluna?

    2- Correlacione a polaridade com a estrutura dos componentes da mistura.

    3- Quais os cuidados necessrios ao empacotar uma coluna?

  • 18

    PRTICA 06

    DESTILAO POR ARRASTE DE VAPOR: EXTRAO DO LEO DE CRAVO

    Introduo

    O cravo uma planta usada como tempero desde a antiguidade. Era uma das

    mercadoras entre as especiarias da China que motivaram inmeras viagens de

    navegadores europeus para o continente asitico. Na China os cravos eram usados no

    s como condimentos, mas tambm como antissptico bucal. Qualquer um com

    audincia com o imperador precisava mascar cravos para prevenir o mau hlito.

    Viajantes arbicos j vendiam cravos na Europa ainda no Imprio Romano. O cravo

    tambm tem sido utilizado h mais de 2000 anos como uma planta medicinal. Os

    chineses acreditavam em seu poder afrodisaco. O leo de cravo um potente

    antissptico. Seus efeitos medicinais compreendem o tratamento de nuseas,

    flatulncias, indigesto, diarreia, tem propriedades antibactericidas e antivirais e usado

    tambm com anestsico para o alvio de dores de dente. O eugenol tambm

    empregado na indstria de cosmticos.

    O contedo total de leo em cravos (de boa qualidade) chega a 15%. O leo

    constitudo, basicamente, por eugenol (70 a 80%), acetato de eugenol (15%) e -

    cariofileno (5 a 12%).

    A destilao por arraste a vapor geralmente aplicada a folhas e ervas, mas nem

    sempre indicada para extrair-se o leo essencial de sementes, razes, madeiras e

    algumas flores, porque devido s altas presses e temperaturas empregadas no processo

    as frgeis molculas aromticas podem perder seus princpios ativos. Qualidade do

    produto final: satisfatria, para leos essenciais de folhas e ervas que no sofrem

    modificaes com altas temperaturas e presses.

    Empregada para destilar substncias que se decompem nas proximidades de

    seus pontos de ebulio e que so insolveis em gua ou nos seus vapores de arraste.

    Esta operao baseia-se no fato de que, numa mistura de lquidos imiscveis, o ponto de

    ebulio ser a temperatura na qual a soma das presses parciais dos vapores igual

    da atmosfera, o que constitui uma decorrncia da lei das presses parciais de Dalton. Se,

    em geral, o arraste se faz com vapor dgua, a destilao, presso atmosfrica,

    resultar na separao do componente de ponto de ebulio mais alto, a uma

    temperatura inferior a 100C.

    Matematicamente, a presso total de uma mistura de gases pode ser definida

    como:

    1 2 ... nP p p p

  • 19

    onde p1, p2,..., pn representam a presso parcial de cada componente na mistura.

    assumido que os gases no reagem um com o outro. Portanto, a presso parcial

    do componente na mistura :

    i ip P x

    onde xi a frao molar do ensimo componente na mistura total de n componentes.

    Objetivos

    Isolar o eugenol (4-alil-2-metoxifenol) do leo de cravo (Eugenia caryophyllata)

    pela tcnica de destilao por arraste a vapor, separ-lo da soluo aquosa obtida e sec-

    lo.

    Procedimento Experimental

    Materiais

    Cravos, cloreto de metileno (CH2Cl2), sulfato de sdio anidro, sistema de

    destilao por arraste a vapor, frasco Erlenmeyer de 125 mL, funil de separao de 250

    mL e bquer de 100 mL.

    Extrao do eugenol

    Monte a aparelhagem conforme a Figura 1. O frasco coletor de 125 mL pode ser

    um frasco Erlenmeyer e a fonte de calor uma manta eltrica ou um bico de Bnsen

    equipado com um suporte contendo uma tela de amianto.

    Figura 1. Exemplo de montagem para destilao por arraste a vapor

    Coloque 10 g de cravos num balo de fundo chato de 1 L e adicione 150 mL de

    gua. Inicie o aquecimento de modo a ter uma velocidade de destilao lenta, mas

    constante. Durante a destilao observe o vapor de gua percolando os cravos e

    extraindo o eugenol. O vapor condensado na coluna de condensao reta tem uma cor

  • 20

    turva para o branco, sinal de que o eugenol est sendo extrado. Continue a destilao

    at coletar cerca de 100-150 mL do destilado. Transfira o destilado para um funil de

    separao de 250 mL. Extraia o destilado com trs pores de cloreto de metileno (10

    mL cada). Separe as camadas (orgnica e aquosa) e despreze a fase aquosa coletando a

    fase orgnica em um bquer de 100 mL. Traos de gua presentes no solvente devero

    ser retirados com a ajuda de um sal dessecante (sulfato de sdio anidro). Adicione

    sulfato de sdio anidro para secar a fase orgnica. Filtre a mistura em papel de filtro

    pregueado, coletando o filtrado em outro bquer de 100 mL previamente tarado. Aps a

    filtrao concentre a mistura utilizando um banho-maria na capela, transfira o lquido

    restante para um bquer de 50 mL previamente tarado e concentre o contedo

    novamente por evaporao em banho-maria at que somente um resduo oleoso

    permanea. Seque o bquer de 50 mL e pese. Determine a massa de leo extrada e

    calcule o rendimento da extrao com base na massa de cravo utilizada na extrao.

    Calcule tambm o volume de leo extrado (densidade = 1,06 g/mL).

    Figura 2. Estrutura qumica do eugenol e suas propriedades fsicas (Presso de vapor da gua a 100C =

    760 torr, a altura do mar)

    Tabela 1. Dados obtidos no experimento de extrao do eugenol

    Massa de

    cravo (g)

    Massa

    bquer

    vazio (g)

    Massa

    bquer com

    leo (g)

    Massa de

    leo obtida

    (g)

    Volume de

    leo obtido

    (mL)

    Porcentagem

    de leo no

    cravo (%)

    Questes:

    1) Porque necessrio usar a destilao por arraste a vapor para extrair o eugenol?

    2) Correlacione a estrutura qumica do eugenol com as suas propriedades fsicas.

    3) necessrio conhecer o teor de umidade dos cravos para se calcular o rendimento

    de extrao?

  • 21

    PRTICA 07

    PREPARAO DO BENZOATO DE EUGENILA

    Introduo

    A qumica de produtos naturais uma rea importante de pesquisa na Qumica

    Orgnica. Compostos obtidos de fontes naturais tm sido isolados por ter uma ampla

    gama de propriedades como atividade anticancergena a anestsicos locais e uma

    multiplicidade de usos de aromatizantes a corantes.

    Como difcil purificar o eugenol extrado dos cravos da ndia ou mesmo

    caracteriz-lo atravs de suas propriedades fsicas pode-se convert-lo em um derivado.

    Este derivado ser obtido atravs da reao do eugenol com cloreto de benzola (Figura

    1). O produto formado o benzoato de eugenila 2, um composto cristalino com ponto

    de fuso bem definido.

    Figura 1. Rota sinttica usada para preparar o benzoato de eugenila

    Objetivos

    O objetivo dessa prtica preparar o benzoato de eugenila a partir do eugenol

    extrado dos cravos da ndia, purifica-lo e determinar o seu ponto de fuso.

    Procedimento Experimental

    Materiais

    Eugenol, cloreto de benzola, soluo de hidrxido de sdio 5%, etanol 95%,

    tubo de ensaio, funil de separao de 125 mL, balo de fundo chato de 100 mL, barra

    magntica, placa agitadora, ter etlico, banho de gelo triturado, pipeta de Pasteur,

    bquer de 50 mL, suporte universal e garra, funil de Bchner, kitassato, papel de filtro.

    Preparao do derivado do eugenol

    Pese o eugenol, 1 (0,5 g, MM = 164,08 g/mol, 3,23 mmols) em um tubo de

    ensaio (dentro de um bquer) e adicione cerca de 10 mL de soluo de hidrxido de

    sdio 10% (MM = 40 g/mol, 25 mmols) gota a gota at que o leo marrom se dissolva

    sob agitao magntica constante (a soluo pode ser turva, mas nenhuma gotcula de

  • 22

    leo deve ser visvel). Transfira o contedo do tubo de ensaio para um funil de

    separao de 125 mL e adicione duas pores de 10 mL de ter dietlico cada (uma

    extrao de cada vez por poro de 10 mL), colete a camada inferior em um bquer de

    50 mL e despreze a camada etrea (superior). Transfira a fase aquosa (marrom)

    contendo o eugenolato de sdio para um balo de fundo redondo de 50 mL contendo

    uma barra magntica e sob agitao magntica suave adicione o cloreto de benzola (1,0

    mL, MM = 140,57 g/mol, d = 1,21 g/mL, 1,21 g, 8,61 mmols) gota a gota. Deixe a

    mistura reagir por 5 minutos. Esfrie a mistura em um banho de gelo. O slido, benzoato

    de eugenila, deve ser coletado por filtrao a vcuo em um funil de Bchner e lavado

    com gua gelada (5 mL). Caso um slido branco no seja formado e sim um lquido

    viscoso branco com aspecto de leo, recolha a gua me com o auxlio de uma pipeta de

    Pasteur deixando o mnimo possvel, sem arrastar o produto. Em seguida adicione

    etanol 95% gota a gota sob agitao at que o produto precipite. O produto impuro tem

    aspecto marrom claro. O produto impuro pode ser recristalizado em etanol para dar o

    benzoato de eugenila, 2, (cristais com formato de pequenas agulhas brancas). Para

    recristalizar o produto transfira o slido impuro para um erlenmeyer de 125 mL e

    adicione cerca de 20 mL de etanol 95% e tambm trs pontas de esptula de carvo

    ativado. Deixe a suspenso entrar em ebulio e agite casualmente para evitar projeo.

    Filtre a suspenso em funil de Bchner a quente. Recolha o filtrado em um recipiente

    menor e resfrie em banho de gelo para que o produto purificado recristalize. Caso

    necessrio atrite a parede do recipiente com um basto de vidro. Use filtrao simples

    para recuperar os cristais brancos. Seque os cristais em dessecador de uma semana para

    a outra sob vcuo, determine o rendimento e o ponto de fuso (benzoato de eugenila, 2,

    MM = 268,11 g/mol, P.F. = 70C a 760 mmHg).

    Tabela 1. Dados obtidos no experimento de preparao do derivado do eugenol

    Massa de

    eugenol (g)

    Massa de

    benzoato de

    eugenila (g)

    Rendimentoa

    (%)

    Faixa de

    fuso (C)

    a Deve ser determinado com base no rendimento terico (100% de converso) e a massa

    de benzoato de eugenila obtida.

    Questes:

    1) Porque necessrio preparar um derivado do eugenol para caracteriz-lo? 2) Que resultado voc esperaria com relao ao valor da faixa de fuso do produto

    impuro e do recristalizado?

    3) Porque necessrio extrair a soluo contendo o eugenolato de sdio com ter etlico?

    4) D o mecanismo completo da reao de preparao do derivado.

  • 23

    PRTICA 08

    EXTRAO DA CAFENA

    Introduo

    Alcaloides so substncias orgnicas nitrogenadas de carter bsico, geralmente

    de origem vegetal, e que provocam efeitos fisiolgicos caractersticos nos organismos

    humanos. Nem todas as substncias classificadas como alcaloides obedecem

    rigorosamente a todos os itens desta definio, por exemplo, o alcaloide da pimenta

    (piperina) no bsico, mas tem acentuada ao fisiolgica. Do ponto de vista qumico,

    os alcaloides no constituem um grupo homogneo de substncias. Quase todos, porm,

    apresentam estrutura qumica derivada de um composto heterocclico. Uma

    classificao qumica de alcaloides baseia-se na estrutura deste heterociclo: alcaloides

    da piridina (nicotina), da xantina (cafena), da quinolina, do pirrol, do indol, da

    piperidina, etc.

    Certas famlias vegetais so particularmente ricas em alcaloides, por exemplo, as

    rubiceas (caf) e as solanceas (fumo).

    A cafena (1,3,7-trimetilxantina, 1) pertence famlia dos alcaloides xantnicos

    (Figura 1).

    Figura 1. Alguns exemplos de alcaloides xantnicos

    A cafena foi isolada do caf por Runge em 1820 e do ch preto por Oudry em

    1827. Ela encontrada ainda no guaran, erva-mate e em outros vegetais, e

    responsvel pelo efeito estimulante de bebidas como ch e caf e de refrigerantes como

    Coca-Cola e Pepsi-Cola. Ela tambm um dos princpios ativos de bebidas ditas

    energticas como Red Bull, TNT e etc. A cafena provoca um efeito pronunciado no sistema nervoso central (SNC),

    mas nem todos os derivados xantnicos so efetivos como estimulantes do SNC. A

    teobromina, 4 (Figura 1), uma xantina encontrada no cacau, possui pouco efeito no

    SNC, porm um forte diurtico e utilizada em medicamentos para tratar pacientes

    com problemas de reteno de lquidos como gua. A teofilina, 3 (Figura 1), encontrada

    no ch junto com a cafena, tambm tem pouca ao no SNC, mas um forte

    estimulante do miocrdio, relaxando a artria coronria, que fornece sangue ao corao.

    A Teofilina, tambm chamada de aminofilina, frequentemente usada no tratamento de

    pacientes que tiveram parada cardaca. Ela tambm um diurtico mais potente do que

    a teobromina. Sendo um vasodilatador, ela geralmente empregada no tratamento de

    dores de cabea causadas por hipertenso e asma.

    A cafena relativamente txica (LD50 = 75 mg/kg), mas para se obter uma dose

    letal de cafena, o indivduo deveria ingerir cerca de uma centena de xcaras de caf em

  • 24

    um curto perodo de tempo. Na Tabela 1 so apresentadas as quantidades mdias de

    cafena encontradas em algumas bebidas e alimentos.

    Devido aos efeitos provocados pela cafena no SNC, algumas pessoas preferem

    usar caf descafeinado. A descafeinao reduz o contedo de cafena do caf para

    aproximadamente 0,03 a 1,2%.

    Tabela 1. Porcentagem mssica de cafena presente em algumas bebidas e alimentos

    Bebida/Alimento Porcentagem mssica de cafena (%)

    Caf (modo) 0,06-0,10

    Caf (instantneo) 0,03-0,07

    Caf (expresso) 0,17-0,25

    Caf (descafeinado) 0,001-0,004

    Ch 0,02-0,07

    Chocolate 0,005

    Coca-Cola 0,015

    Metodologia

    Alcaloides so aminas, e, portanto, formam sais solveis em gua quando

    tratados com cidos. A cafena encontrada nas plantas apresenta-se na forma livre ou

    combinada com taninos fracamente cidos. A cafena solvel em gua, ento pode ser

    extrada de gros de caf ou das folhas de ch com gua quente. Junto com a cafena,

    outros inmeros compostos orgnicos so extrados, e a mistura destes compostos o

    que confere aroma caracterstico ao ch e ao caf. Entretanto, a presena desta mistura

    de compostos interfere na etapa de extrao da cafena com um solvente orgnico,

    provocando a formao de uma emulso difcil de ser tratada. Para minimizar este

    problema utiliza-se uma soluo aquosa de carbonato de clcio. O meio bsico promove

    a hidrlise do sal de cafena-tanino, aumentando assim o rendimento de cafena

    extrada.

    Objetivos

    O objetivo dessa prtica extrair a cafena do ch Mate Leo, purific-la e

    determinar o seu ponto de fuso.

    Procedimento Experimental

    Materiais

    Ch Mate Leo, carbonato de clcio (CaCO3), diclorometano (CH2Cl2), tolueno,

    ter de petrleo, sulfato de sdio anidro (Na2SO4)frasco Erlenmeyer de 250 mL, proveta

    de 250 mL, funil de Bchner, kitassato, papel de filtro, funil de separao de 250 mL,

    placa aquecedora, banho de gelo triturado, basto de vidro e suporte universal e garra.

    Extrao e purificao da cafena

  • 25

    Em um frasco Erlenmeyer de 250 mL pese 15,0 g de ch e 7,0 g de carbonato de

    clcio. Posteriormente com auxlio de uma proveta transfira 150 mL de gua destilada

    para o frasco Erlenmeyer de 250 mL. Aquea a mistura at a fervura com agitao

    casual para evitar projeo de material durante 20 minutos. Em seguida filtre a mistura

    quente em funil de Bchner e esfrie o filtrado usando um banho de gelo triturado at a

    temperatura ambiente.

    Transfira o filtrado com o auxlio de um funil raiado para um funil de separao

    e extraia a cafena com 4 pores de 20 mL de diclorometano, uma de cada vez,

    recuperando a fase orgnica em um bquer de 250 mL. Agite o funil de separao

    suavemente para evitar a formao de emulso! Seque a fase orgnica com sulfato de

    sdio anidro e filtre usando um sistema de filtrao simples por gravidade com papel de

    filtro pregueado, coletando o filtrado em um bquer de 250 mL previamente tarado.

    Evapore o solvente com um banho maria dentro da capela de exausto at a secura. Pese

    o resduo esverdeado de cafena bruta e calcule a porcentagem de alcaloide no ch.

    O resduo deve ser recristalizado, dissolvendo-o em 2-3 mL de tolueno (ou na

    menor quantidade possvel) a quente. Retire o bquer do aquecimento e adicione

    algumas gotas de ter de petrleo (P.E. = 60-80C) at formar o precipitado branco (a

    soluo ficar turva). Opcionalmente, a recristalizao pode ser realizada utilizando-se

    acetona a quente. Filtre a suspenso usando um sistema de filtrao simples, deixe os

    cristais secando em dessecador sob presso reduzida e determine o ponto de fuso do

    cristal. Compare o ponto de fuso com o descrito na literatura.

    Alternativamente a cafena pode ser caracterizada por cromatografia de camada

    delgada de slica usando acetato de etila como eluente. A amostra pode ser dissolvida

    em etanol ou acetato de etila para ser aplicada na placa. Um padro de cafena dever

    ser utilizado para comparao com o Rf, fator de reteno, da amostra extrada. Para

    mais detalhes vide a prtica cromotografia em camada delgada.

    Tabela 1. Dados obtidos no experimento extrao da cafena

    Massa de

    ch (g)

    Massa de

    alcaloide

    (g)

    Rendimentoa

    (%)

    Faixa de

    fuso (C)

    Questes:

    1) Porque a cafena extrada em meio bsico sob aquecimento? 2) Porque necessrio extrair a cafena da soluo aquosa usando diclorometano? 3) Em que se baseia o princpio de extrao da cafena usando um solvente

    orgnico como o diclorometano?

    4) Discuta a porcentagem de cafena extrada, recristalizada e a metodologia empregada na extrao.

  • 26

    PRTICA 09

    REAO DE SAPONIFICAO

    Introduo

    Um sabo um sal de sdio ou potssio de um cido graxo de cadeia longa

    obtido a partir da reao de saponificao. Os cidos graxos contm normalmente de 12

    a 18 tomos de carbono. A fonte dos cidos graxos pode ser tanto gordura animal

    quanto vegetal, os quais so steres de cidos carboxlicos. Eles tm uma alta massa

    molar e contm um lcool, o glicerol. Quimicamente, estas gordutas e leos so

    chamados de triglicerdeos.

    Sabes slidos normalmente consistem de sais de sdio de cidos graxos,

    enquanto os lquidos consistem de sais de potssio de cidos graxos. Um sabo como o

    estereato de sdio consiste de um final de cadeia apolar (a cadeia de hidrocarboneto do

    cido graxo) e um polar (funo carboxilato).

    Figura 1. Estearato de sdio (sabo).

    Porque semelhante dissolve semelhante o final apolar (parte hidrofbica ou

    no a fim de gua) da molcula de sabo pode dissolver a sujeira gordurosa e a parte

    polar ou inica (hidroflica ou a fim de gua) da molcula atrada por molculas de

    gua. Portanto, a sujeira de uma superfcie a ser limpa ser retirada e suspensa em gua.

    Assim, o sabo age como um agente emulsificante, uma substncia usada para dispersar

    um lquido (molculas de leo) na forma de partculas finamente suspendidas ou

    gotculas em outro lquido (molculas de gua).

    O tratamento de gorduras e leos com bases fortes como hidrxido de sdio

    (NaOH) ou de potssio (KOH) faz com que eles sofram hidrlise (saponificao) para

    formar glicerol e o sal de um cido graxo de cadeia longa (sabo).

    cidos graxos naturais so raramente de um nico tipo em qualquer gordura ou leo.

    De fato, uma nica molcula de triglicerdeo em uma gordura pode conter trs resduos

    de cido diferentes (R1COOH, R2COOH, R3COOH), e nem todos os triglicerdeos na

    substncia sero idnticos.

    As gorduras e leos que so mais comuns nas preparaes de sabo so banha e

    sebo de origem animal e leos de coco, palmeiras e oliveiras de fontes vegetais. O

    comprimento da cadeia de hidrocarboneto e o nmero de duplas ligaes no sal de cido

    carboxlico da poro cido carboxlico da gordura ou leo determinaro as

    propriedades do sal resultante. Por exemplo, o sal de uma cadeia de cido longa

  • 27

    saturada pode fazer um sabo mais duro, mais insolvel. A cadeia longa tambm afeta a

    solubilidade.

    Figura 2. Reao de saponificao (produo de sabo).

    O sebo o principal material gorduroso utilizado na fabricao de sabo. As

    gorduras slidas de gado so fundidas com o vapor e uma camada de sebo formada no

    topo removida. Fabricantes de sabo normalmente misturam sebo com o leo de coco

    e saponificam esta mistura. O sabo resultante contm principalmente os sais de cido

    palmtico, esterico e oleico do sebo e sais de cido lurico e mirstico de leo de coco.

    O leo de coco adicionado para produzir um sabo mais suave, mais solvel. A banha

    difere de sebo em que a banha contm mais cidos oleicos.

    leo de coco puro produz um sabo que muito solvel em gua. to suave

    que faz muita espuma mesmo em gua salgada. O leo de palma contm principalmente

    dois cidos, cido palmtico e oleico, em igual quantidade. A saponificao deste leo

    produz um sabo que um importante constituinte de sabonetes. O azeite de oliva

    contm principalmente cido oleico. Ele usado para preparar sabo castela.

    Sabonetes geralmente foram cuidadosamente lavados para ficar livre de qualquer

    lcali remanescente aps a saponificao. Tanto quanto possvel o glicerol

    normalmente deixado no sabo, e perfumes e agentes medicinais so muitas vezes

    adicionados. Sabes suaves so feitos usando hidrxido de potssio, obtendo-se os sais

    de potssio. Eles so usados em cremes de barbear e sabonetes lquidos.

    Porque sabes so sais de bases fortes e cidos fracos, eles devem ser

    fracamente alcalinos em soluo aquosa. Contudo, um sabo livre de lcali pode causar

    danos para a pele, seda ou l. Assim, um teste para a basicidade do sabo muito

    importante.

  • 28

    O sabo tem sido amplamente substitudo por detergentes sintticos durante as

    duas ltimas dcadas, porque o sabo tem dois graves inconvenientes. Um deles que o

    sabo se torna ineficaz em gua dura; esta gua que contm quantidades apreciveis

    de sais de Ca2+ ou Mg2+.

    Tabela 1. Estrutura de cidos comumente encontrados em sabo

    cido Estrutura

    cido palmtico CH3(CH2)14COOH

    cido estearco CH3(CH2)16COOH

    cido oleico CH3(CH2)7CH=CH (CH2)7COOH

    cido Lurico CH3(CH2)10COOH

    cido mirstico CH3(CH2)12COOH

    A outra que em uma soluo cida, o sabo convertido em cidos graxos

    livres, e, portanto, perde a sua ao de limpeza.

    Figura 3. Reao do sabo com (a) gua dura e (b) em gua cida.

    Objetivos

    O objetivo deste experimento a sntese de um sabo a partir da reao de

    hidrlise de um ster. Esta reao de hidrlise chamada de Reao de Saponificao,

    uma vez que a hidrlise de um tipo especial de ster, que so as gorduras ou leos,

    produzem sabes. No nosso caso utilizaremos o leo soja para obteno de sabo.

    Procedimento experimental

    Materiais

    Bquer de 500 mL, provetas de 10 (2x), 20 e 50 mL, basto de vidro, funil

    raiado, bquer de 250 mL, suporte universal e garra para prender o frasco Erlenmeyer

    de 250 mL, placa aquecedora, banho de gelo, suporte universal e ala para prender o

    funil raiado e papel de filtro pregueado, gua destilada gelada.

    Reagentes

    leo de soja, hidrxido de sdio 25% (25 g de NaOH em 100 mL de gua

    destilada, use culos de proteo, reao exotrmica, cuidado), lcool etlico 95%,

    soluo saturada de cloreto de sdio (150 g de NaCl em 150 mL de gua destilada,

    agitar bem).

    Preparao do sabo de leo de soja

    1) Mea 23 mL de leo de soja em um frasco Erlenmeyer de 250 mL;

  • 29

    2) Transfira 10 mL de lcool etlico 95% (para agir como solvente) e 20 mL de soluo aquosa de NaOH 25% para o frasco Erlenmeyer cuidadosamente

    agitando a mistura constantemente com um basto de vidro;

    3) Aquea o frasco Erlenmeyer gentilmente em um banho maria em ebulio. Observao: use um bquer de 500 mL ou maior contendo 200 mL de gua de

    torneira e dois cacos de porcelana para servir como banho maria (Figura 4)

    (Cuidado porque o lcool um solvente inflamvel!).

    4) Aps a mistura ser aquecida por cerca de 20 minutos, o odor de lcool ir desaparecer, indicando a concluso da reao. Uma massa pastosa contendo uma

    mistura do sabo, glicerol e excesso de hidrxido de sdio obtida;

    5) Use um banho de gelo triturado para resfriar o frasco e seu contedo; 6) Para precipitar ou salt out o sabo adicione 150 mL de uma soluo saturada

    de cloreto de sdio a mistura de sabo sob agitao vigorosa. Este processo

    aumenta a densidade da soluo aquosa, e, portanto, o sabo flutuar da soluo

    aquosa;

    7) Filtre a mistura com o sabo precipitado em um funil raiado com papel pregueado e lava o sabo com 10 mL de gua gelada.

    Figura 4. Montagem para a preparao do sabo.

    Propriedades emulsificantes do sabo

    1) Em um tubo de ensaio adicione 5 gotas de leo contendo 5 mL de gua; 2) Agite o tudo. Uma emulso temporria de finas gotculas de leo em gua ser

    formada;

    3) Repita o mesmo teste, mas dessa vez adicione um pequeno pedao do sabo que voc preparou antes de agitar;

    4) Deixe ambas as solues descansar por um curto perodo de tempo; 5) Compare a aparncia e a estabilidade relativa das duas emulses.

    Questes

    1) Quando voc prepara o sabo, primeiro voc dissolveu o leo vegetal em lcool etlico. O que aconteceu ao lcool etlico durante a reao?

    2) Quais so as vantagens e desvantagens do sabo em relao ao detergente? 3) O que aconteceu durante o teste para verificar as propriedades emulsificantes do

    sabo preparado? Justifique o que foi observado usando a teoria.

  • 30

    PRTICA 09

    SNTESE DO CLORETO DE TERC-BUTILA

    Introduo

    Haletos de alquila podem ser preparados atravs de seus lcoois correspondentes

    via uma reao substituio cido-catalisada. O mecanismo destas reaes de

    substituio cido-catalisadas chamado de SN1 (substituio nucleoflica

    unimolecular) e SN2 (substituio nucleoflica bimolecular). lcoois tercirios seguem o

    mecanismo SN1, lcoois primrios seguem o SN2 e os secundrios podem seguir ambos

    os mecanismos dependendo das condies reacionais.

    Sob condies cidas, o mecanismo da reao SN1 envolve uma etapa rpida de

    protonao do lcool, seguida da perda de gua como a etapa limitante da velocidade da

    reao. Esta gera um carboction relativamente estvel, o qual atacado por um on

    haleto para formar um haleto de alquila. As reaes SN1 so favorecidas pelos lcoois

    tercirios porque elas tendem a formar carboctions mais estveis.

    Figura 1. Converso do t-butanol a cloreto de t-butila

    A confirmao da obteno do produto, cloreto de t-butila (Figura 1), pode ser

    feita atravs da reao do produto com uma soluo de nitrato de prata em etanol. O

    haleto de alquila tercirio reagir por meio de um mecanismo SN1 com o nitrato de prata

    para formar um haleto de prata insolvel. A aparecimento do precipitado indica um

    resultado positivo para a presena de um haleto de alquila tercirio.

    Objetivos

    Sintetizar o cloreto de t-butila via uma reao SN1;

    Caracterizar o cloreto de t-butila usando o teste do nitrato de prata.

    Procedimento experimental

    Materiais e reagentes

    Agitador magntico, suporte universal, garras, manta de aquecimento, funil

    raiado, balo de fundo chato de 250 mL, proveta de 100 mL, barra magntica, balo de

    fundo redondo de 100mL condensador de bolas, condensador reto e conexes para

    destilao simples, funil de separao, Erlenmeyer de 125 mL, sulfato de sdio anidro,

    lcool t-butlico, cido clordrico concentrado a 5oC.

    Mtodos

    1) Em um balo de fundo chato de 250 mL coloque 70 mL de HCl concentrado previamente resfriado na geladeira a 5 oC;

  • 31

    2) Adicione, cautelosamente, 20 g de lcool t-butilico em pequenas pores e com leve agitao;

    3) Aps o trmino da adio, deixe o balo a temperatura ambiente e agite suavemente durante 20 minutos.

    4) Transfira o contedo do balo para um funil de separao e aguarde a ntida separao de fases.

    5) Retire a fase cida e lave a fase orgnica com 3 pores de 30 mL de soluo de bicarbonato de sdio a 10%.

    6) Em seguida lave a fase orgnica com 3 pores de 30 mL de gua gelada. 7) Transfira a fase orgnica para um Erlenmeyer com tampa de volume

    compatvel e adicione agente secante (sulfato de sdio anidro).

    8) Aps um tempo de contato de pelo menos 1 h, filtre coletando o filtrado diretamente em um balo de destilao de 100 mL, e destile com

    equipamento de destilao simples e recolha a frao um Erlenemyer imerso

    em gelo.

    9) Mea o volume obtido utilizando uma proveta. 10) Caracterize o seu produto obtido com nitrato de prata.

    Dados

    1) Densidade lcool terc-butlico = 0,770 g/mL 2) Densidade cloreto de terc-butila = 0,846 g/mL 3) Pe,cloreto de t-butila = 51 oC

    Questes

    1) Escreva a equao qumica para a reao de sntese realizada e sugira um mecanismo para a reao.

    2) Explique no mecanismo quem nuclefilo e quem grupo de sada. 3) Calcule o rendimento da reao. 4) Por que o haleto foi lavado com bicarbonato de sdio?

  • 32

    PRTICA 10

    RECRISTALIZAO E SUBLIMAO

    Introduo

    Uma reao orgnica dificilmente leva a formao de apenas um composto.

    Geralmente obtm-se uma mistura, onde um determinado produto encontra-se em maior

    quantidade e os demais podem ser considerados como impurezas. As impurezas podem

    retardar ou at mesmo impedir a recristalizao quando efetuada diretamente sobre o

    produto da reao, e so tolerveis desde que representem at 5% da massa da amostra.

    A purificao de slidos por recristalizao baseia-se na diferena de

    solubilidade do produto e da impureza em um determinado solvente ou mistura de

    solventes. Logo, a escolha de um solvente adequado representa um grande percentual do

    sucesso de uma recristalizao. As caractersticas mais desejveis para que um solvente

    seja escolhido so:

    alta dissoluo da substncia a ser purificada em elevadas temperaturas e baixa dissoluo a temperatura ambiente ou inferior;

    dissolver ou no as impurezas temperatura ambiente e/ou inferior;

    possuir ponto de ebulio relativamente baixo;

    no reagir com a substncia a ser purificada.

    Os solventes comumente usados para recristalizar compostos orgnicos so o

    lcool, benzeno, ter, tetracloreto de carbono, acetona, ter de petrleo e cido actico;

    gua pode ser empregada com algumas substncias.

    O processo de recristalizao consiste basicamente em:

    1) Dissolver a mistura em um solvente apropriado no ponto ou prximo ao ponto de ebulio;

    2) Filtrar a soluo a quente (eliminando assim impurezas insolveis); 3) Deixar a soluo esfriar e aguardar a cristalizao; 4) Filtrar a soluo, a vcuo e a frio, para separar os cristais da soluo. O filtrado

    nesse caso chamado de gua-me. 5) Lavar os cristais com solvente adequado para remover solvente residual da

    gua-me. 6) Secar os cristais para remover o solvente residual. 7) Realizar testes para verificao da pureza da substncia.

    Objetivos: Purificao de um composto orgnico slido (acetanilida) atravs do mtodo

    de recristalizao e sublimao.

    Materiais: Erlenmeyers, funil de Bchner, funil simples, kitassato, bico de Bnsen,

    basto de vidro, papel de filtro, bquer e dessecador.

    Reagentes: gua (solvente), acetanilida impura.

  • 33

    Composto impuro

    1- Dissoluo em solvente a quente 2- Adio de carvo ativado.

    3- Filtrao simples da soluo a quente.

    Impurezas

    insolveis

    Filtrado

    Descartar

    Composto mais

    impurezas solveis

    1- Cristalizao

    2- Filtrao a vcuo

    Cristais do

    composto mido

    com solvente

    Filtrado (gua-me +

    impurezas solveis).

    Descartar ou

    recolher mais

    cristais

    Secagem

    Cristais scos

    Teste de pureza

    Figura 1. Fluxograma das etapas envolvidas na recristalizao

    Mtodos de recristalizao: envolvem, basicamente dois procedimentos:

    Filtrao a quente:

    O procedimento deve ser realizado rapidamente, evitando-se desta forma o

    resfriamento prematuro da soluo (amostra) e da montagem de filtrao. vantajoso

    aquecer o funil antes de iniciar o procedimento. O uso do papel pregueado "minimiza" a

    possibilidade de cristalizao da substncia sobre o mesmo.

    Filtrao a vcuo:

    A finalidade deste procedimento est na rapidez e na possibilidade de se

    eliminar ao mximo a gua-me dos cristais. Utiliza-se um funil de Bchner, associado

    a um papel de filtro mais fino, previamente umedecido com o solvente em questo. O

    frasco coletor o kitassato, com sada para linha de vcuo, seguido de um frasco de

    segurana, intercalado entre o primeiro e a origem do vcuo (bomba de vcuo ou

    trompa d'gua).

  • 34

    Figura 2. montagem para filtrao a vcuo

    Secagem dos compostos:

    Um slido umedecido com gua ou solvente orgnico voltil, pode ser seco sob

    presso reduzida com o auxlio de um dessecador a vcuo. O uso de agentes secantes

    apropriados normalmente recomendado para uma maior eficincia quanto a secagem

    da substncia. Normalmente, introduz-se cido sulfrico concentrado na parte inferior

    do dessecador, enquanto que sobre a placa de porcelana, contido dentro de um

    recipiente, emprega-se hidrxido de sdio granulado. Desta forma garantimos a

    adsoro de solventes de natureza cida e/ou bsica.

    Procedimentos:

    Pese o slido obtido (em vidro de relgio) para o clculo do rendimento da

    reao.

    Guarde uma pequena quantidade (suficiente para determinao do ponto de

    fuso) para utilizao posterior. Num bquer de 500 mL coloque 250 mL de gua

    destilada e 5 mL de etanol. Adicione aos poucos a acetanilida, sob agitao, para tentar

    dissolv-la. Aquea at ebulio com frequente agitao, at total dissoluo da

    acetanilida (se houver necessidade, adicione outros 5 mL de lcool). Se a soluo no

    estiver totalmente lmpida, ser necessrio filtr-la a quente ( necessrio manter o

    sistema aquecido durante o processo de filtrao). Se o aspecto da soluo no for

    incolor, adicione cuidadosamente (pode haver superebulio na primeira adio)

    pequena quantidade de carvo ativado e filtre sob vcuo a quente.

    Recolha o filtrado em Erlenmeyer de 500 mL e leve-o a um banho de gua fria

    ou gelada. Mantenha o frasco em repouso e observe a recristalizao. Filtre a vcuo,

    lavando com gua fria e coloque a acetanilida recristalizada em vidro de relgio

    rotulado.

    Pese a acetanilida recristalizada, calcule a eficincia da recristalizao e

    determine o ponto de fuso das duas acetanilidas (da recristalizada e da impura).