Apostila de Psicologia e Relacoes Humanas

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    Hist rico e Noes Gerais de Ps ico log ia

    O OBJETO DA PSICOLOGIA

    Em que consiste a Psicologia?A Psicologia derivada de palavras gregas que significam "estudo da mente ou da

    alma". Hoje em dia comumente definida como a cincia que estuda o comportamentohumano.

    Os psiclogos estudam os mais variados assuntos entre eles: o desenvolvimento, asbases fisiolgicas do comportamento, a aprendizagem, a percepo, a conscincia, a memria,o pensamento, a linguagem, a motivao, a emoo, a inteligncia, a personalidade, oajustamento, o comportamento anormal, o tratamento do comportamento anormal, asinfluncias sociais, o comportamento social, etc.

    A psicologia freqentemente aplicada na indstria, na educao, na engenharia, nasade, em assuntos de consumo e em muitas outras reas.

    Voc um profissional da rea da sade e, portanto, lidar com pessoas e ir se

    interagir com o ser humano.O profissional de sade deve sentir-se bem consigo mesmo se pretende fazer algumsentir-se bem. Ele no um rob, nem tampouco o so as pessoas com quem trabalham,pacientes, mdicos, supervisores, enfermeiras, auxiliares de enfermagem e familiares dospacientes, cada um um ser humano, semelhante e ao mesmo tempo diferente dos demaisseres humanos.

    Qualquer pessoa que queira ingressar na rea da sade precisa conhecer as pessoase antes de tudo, a si prprio. No est voc ingressando nesta carreira porque se interessapelas pessoas e deseja auxili-las quando esto doentes?

    Psicologia Aplicada

    Entendendo a Psicologia

    A Psicologia a disciplina que estuda o comportamento humano. Seu conhecimentonos permite entender a maneira como agimos. O psiclogo o profissional que nos ajuda aentender nossas motivaes, nosso modo de agir ante determinado fato ou circunstncia (porexemplo, por que alguns de ns tm medo de lugares altos ou por que, em alguns momentosde nossa vida, sem motivo aparente nos sentimos tristes).

    Para os profissionais de sade, a Psicologia pode ser de grande utilidade poispossibilita melhor compreenso sobre o modo como, na lide diria, eles se relacionam comseus pacientes. Pondo-nos em contato com a dimenso humana da doena, faz-nos perceber

    que tratamos de gente, e no de quadros clnicos. Sua aprendizagem nos leva a um maiorentendimento de como nossos sentimentos, crenas e desejos afetam tanto nosso

    A disciplina de Psicologia Aplicada apresentada nestaapostila tem por objetivo repassar aos profissionais emformao noes que lhes possibilitem promover odesenvolvimento de uma postura mais crtica (em relao profisso), participativa (em relao equipe e comunidadenas quais vai estar inserido) e sensvel (em relao a todosaqueles que estaro sob seus cuidados).

    Os temas tratados esto sempre referidos prticaprofissional do profissional da rea de enfermagem e squestes dela decorrentes, e sua explanao visa estimular areflexo sobre seu papel nos mbitos da dimenso humana esocial do trabalho em sade. Esperamos que sua divulgaoe aplicabilidade efetivamente propiciem a capacitao de

    profissionais mais humanos e comprometidos com o bem-estar da populao junto a qual desenvolvem seu labor.

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    comportamento como a relao com as pessoas que nos circundam. Conseqentemente,passamos a prestar mais ateno nas mesmas: como vivem, o que sentem, como serelacionam.

    Esse processo nos propicia a oportunidade de tornarmo-nos mais sensveis etolerantes em relao aos outros, o que, devidamente exercitado, facilitar sobremaneira nosso

    relacionamento com os colegas, pacientes, familiares e a comunidade na qual vivemos eexercemos nossa profisso.Especialmente para o profissional de enfermagem, que tem por funo auxiliar os

    indivduos nos momentos importantes de suas existncias - do nascimento morte -, aPsicologia uma ferramenta cujo uso torna possvel uma maior solidariedade e entendimentodas pessoas. Como resultado, permitir ajud-las de maneira mais efetiva - e afetiva - quandoestiverem vulnerveis

    Desta forma importante que os profissionais de sade renam-se em equipes para,em conjunto, trocar informaes e ampliar a avaliao clnica da pessoa e do contexto no qualest inserida. Entretanto, importante lembrar que apesar de exercerem diferentesespecialidades e trabalharem juntos, em um hospital ou centro de sade, isto no significa quenecessariamente ajam de forma integrada ou troquem informaes. Cada um pode ater-seapenas a sua especificidade. Por exemplo: o mdico solicita informaes acerca da evoluo

    clnica do paciente aps a cirurgia; o auxiliar quer trocar o curativo; a nutricionista desejainformaes sobre a dieta a seguir, e nesse processo ningum sabe ao certo os procedimentosadotados pelo outro - o que pode vir a ocasionar erros pela falta de sintonia entre os vriosprofissionais.

    Na forma de trabalho pluridisciplinar as equipes, constitudas por vrias disciplinas,atuam juntas mas no h troca de informaes, na h soma; na verdade, o paciente divididoentre as vrias reas do saber.

    Na forma de trabalho multidisciplinar os diversos profissionais trocam idias einformaes sobre suas prticas especficas. Renem-se regularmente, debatem pontos devista e complementam os entendimentos sobre o problema em questo, indo alm dos limitesrestritos a suas profisses: enfermeiros ouvem os pacientes durante seus procedimentos;assistentes sociais interessam-se pela vida emocional de seus clientes e mdicos procuram

    Uma equipe de trabalho constituda por vriosprofissionais, cada um dos quais detm saber e formaoespecficos. Na rea de sade, a necessidade do trabalhoem equipe decorre da constatao de que no se podeconhecer com apenas uma disciplina ou um

    conhecimento individualizado - seja a Medicina, aPsicologia ou a Enfermagem todas as intercorrnciassobre o sujeito que sofre. Ao cuidarmos de uma pessoadevemos considerar no apenas os aspectos clnicosrelacionados a sua doena mas tambm os psicolgicos,sociais, econmicos e culturais a ela pertinentes.

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    no apenas acertar seus diagnsticos e prescries mas interessam-se por todo o contexto emque o cliente est inserido, o que contribui para a continuidade e sucesso do processoteraputico. Embora cada profisso utilize seus mtodos e tcnicas, a interao da equipemultidisciplinar imprescindvel para avaliar e cuidar do paciente reconhecendo-o como um serhumano que necessita ajuda e compreenso.

    Outro tipo de atuao aquele desenvolvido pelasequipes interdisciplinares. Nestas, os mtodos etcnicas de determinada disciplina so utilizadas porprofissionais de reas distintas. Esta modalidade muito comum nos servios de ateno diria emsade mental, nos quais os profissionais trabalhamem conjunto, atuando de acordo com osprocedimentos acertados pela equipe.A forma de trabalho transdisciplinar, ainda vistacomo utopia, considerada ideal para a atuao emequipe pois parte do princpio de que nenhumadisciplina detm, sozinha, todas as respostas ousolues para os problemas enfrentados, os quais

    s sero solucionados mediante a construocotidiana do trabalho em equipe.Os contedos presentes nas diferentes disciplinas complementam-se, atuando para o

    bem estar biopsicossocial do indivduo. Obviamente, nossa prtica nos mostra que o trabalhoem equipe extremamente difcil.

    Trabalhar em harmonia e de forma integrada,com profissionais de distintas formaes, mesmoquando existe um objetivo comum, muitocomplicado. Nem sempre conseguimos abrir mo denossas vaidades profissionais ou encarar asinseguranas que, naturalmente, temos aocompartilhar com o grupo a nossa maneira detrabalhar. Entretanto, a superao dessas limitaes

    deve ser um desafio quotidiano para o alcance doobjetivo comum: o bem-estar do paciente e aintegrao da equipe.

    3.1 A lideranaToda equipe e/ou grupo possui um lder, a pessoa que exerce influncia sobre as

    demais. O indivduo em quem confiam e de quem muitas vezes dependem para tomardecises. Essa liderana pode ser formal ou informal. Quando informal, decorre da

    capacidade ou caracterstica da pessoa: ela est sempre frente do grupo, organizando asatividades ou coordenando o(s) trabalho(s). A ela todos pedem conselhos - o que chamamosde lder nato. Nessa circunstncia, mesmo que no ocupe uma chefia, esse profissionalsempre ser respeitado e ouvido pelos demais colegas, inclusive os mais graduados.

    Em outros casos, a liderana resulta da funo. O diretor de um hospital ou o chefe de

    uma equipe mdica, por exemplo, so pagos para liderar os demais trabalhadores. Suacapacidade de liderana no resulta de um atributo pessoal. O cargo que ocupam que lhesd poder para dizer aos outros o que fazer. Sua liderana formal, porque formalmentedefinida pela estrutura da instituio. s vezes, pode ocorrer que o lder formal - diretor ouchefe - seja ao mesmo tempo um lder informal. Isto acontece quando, alm de ocupar umcargo de chefia, ele apresenta aptido pessoal para liderar uma equipe, ou seja, tem comocaracterstica a habilidade de guiar e orientar o grupo. A liderana no algo constante ouesttico em uma equipe.

    Dependendo da(s) circunstncia(s) com a qual o grupo confrontado ela pode mudarde uma pessoa para outra. Por exemplo, um lder pode exercer bem suas funes no cotidianodo trabalho mas, no caso de um incndio, um outro pode assumir o comando da situao,guiando e orientando os colegas, transformando-se, nesse momento, em lder esse ,geralmente, aquele tipo que se comenta ser bom ter por perto num caso de emergncia,

    porque sabe o que fazer e mantm-se calmo nessas situaes.

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    Portanto, o papel de liderana correlaciona-se com a situao enfrentada pelo grupo epelo modo como este se organiza. Ressalte-se, alm disso, que a distribuio do poder entreos membros da equipe tambm define o perfil de atuao de seu lder. Dessa forma, possvelidentificar um ou mais lderes em todos os tipos de estrutura assumidos por uma equipe desade (pluridisciplinar, multidisciplinar, transdisciplinar).

    Dependendo dos fatores, a liderana pode ser configurada de vrias formas:

    autocrtica - aquela exercida de forma autoritria pelo lder, que centraliza o poder de modotal que no permite a participao dos demais integrantes do grupo na tomada de decises.Ele, sozinho, decide os caminhos a percorrer; democrtica - acontece quando o lder incentiva a participao e discute com o grupo asdecises a serem tomadas. Dessa maneira, todos da equipe tm voz e podem manifestar-se,dividindo com o lder a responsabilidade pelo destino do grupo; laissez-faire (em francs, deixar fazer) ou liderana anrquica uma outra maneira de older se comportar. Como o prprio nome indica, caracteriza-se, na verdade, pela ausncia deliderana, ou seja, o lder no assume seu papel nem exerce influncia sobre a equipe;conseqentemente, o grupo fica desorientado. Muitas vezes, isso acontece em momentos decrise ou mudanas, nos quais o lder no sabe o que fazer e se omite - omisso essa que pode

    at mesmo resultar na dissoluo do grupo. Como vimos, uma equipe de trabalho podeorganizar-se de diversas maneiras. Essa organizao depende de fatores como a definio dospapis, a distribuio de poder entre os profissionais e a situao (de crise ou rotina)enfrentada pelo grupo.

    Ao deter o conhecimento dessesfatores, o trabalhador pode efetivar umaparticipao mais crtica de cada integranteda equipe o que, coletivamente, propiciauma atuao mais segura por parte de todosos componentes. Para o bomdesenvolvimento do trabalho, faz-seimportante o aprimoramento constante do

    relacionamento entre os membros da equipe.

    3.2 A comunicao entre a equipeA organizao de qualquer grupo de trabalho pressupe o estabelecimento de canais

    de comunicao entre seus membros os quais dizem respeito maneira como as pessoas secomunicam dentro da equipe, ou seja, o modo como manifestam suas opinies e so ouvidaspelos colegas. Essa forma de comunicao pode ocorrer de modo formal ou informal. Acomunicao formal expressa-se, por exemplo, mediante ofcios e memorandos, isto , osmecanismos formais de comunicao.

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    A comunicao informal acontece sem anecessidade desses mecanismos e tambm possibilita aobteno de informaes fundamentais para o trabalho:como nas conversas com o paciente, enquanto fazemosum curativo, ou com sua famlia, o bate-papo na hora do

    almoo, enfim, qualquer tipo de comunicao no-padronizada pelo grupo ou instituio na qual otrabalhador est inserido.

    Devemos lembrar-nos, ainda, que acomunicao no se limita a palavras, faladas ouescritas. Gestos, posturas, olhares, expresses faciaistambm expressam sentimentos e pensamentos e sooutras maneiras de as pessoas se comunicarem. Aestrutura do grupo, refletida em seu tipo de lder,tambm determina o modo de organizao de sua redede comunicao interna.

    Uma equipe de trabalho com um lder do tipo autoritrio, por exemplo, ter uma rede decomunicao centralizada. Isto , toda informao passar primeiramente pelo lder para s

    ento ser compartilhada com o restante do grupo. E todos os membros da equipe devemreportar-se diretamente a Ele, antes de se comunicarem com outro colega. Nesse tipo degrupo, h uma maior formalizao das comunicaes, resultante do maior controle sobre asmesmas.

    Contudo, o que verificamos na grande maioria das equipes e instituies de sade uma rede de comunicao formada pelos dois tipos de canais de troca de informao: osformais e os informais - ambos igualmente importantes. Em todas as formas de comunicao,formal ou informal, pode haver o que os especialistas chamam de rudo, ou seja, fatoresestranhos mensagem transmitida que a modificam, podem torn-la incompreensvel ou,mesmo, mudar totalmente seu sentido, podendo provocar mal-entendidos, prejudicar oresultado do trabalho e ou causar mal-estar entre os membros do grupo.

    Todos os integrantes da equipe devem ter assegurado o direito de participar dosprocessos de produo e divulgao da informao. Em um hospital, por exemplo, cada

    profissional deve ser incentivado a registrar no pronturio do paciente as aes executadas e aler as anotaes anteriores, de modo a acompanhar a evoluo dos fatos ocorridos. Um grupode profissionais efetivamente integrado, no qual todos se sintam igualmente importantes,produzindo e recebendo informao, fazendo parte da rede de comunicao, traz maiorsatisfao individual e, conseqentemente, melhor participao no cotidiano do trabalho.

    3.3 A flexibilizao do papel do profissional de sade

    O atual profissional de sade, alm de continuarexercendo as atividades diretamente relacionadas aopaciente, mantendo com o mesmo um vnculo estreito, nomais pode ser imaginado como antes se pressupunha -como uma pessoa submissa, cumpridora de escalas,

    plantes e determinaes de forma reflexa, alheia aoprocesso que envolve a doena (e no s esta, mas,principalmente, as questes de sade), o paciente, ohospital ou qualquer outro local em que exera suaatividade.

    O olhar sobre a doena mudou. Hoje, busca-se asade. Essa redefinio de enfoque fez com que oprofissional tambm se deslocasse de seu local tradicional -o hospital - e se fizesse presente nas escolas, clubesesportivos e demais espaos onde se promova a sade.

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    Dessa forma, pode-se dizer quehouve uma flexibilizao no papel do

    profissional de sade, ou seja, oprofissional do incio do sculo XXI, longede ser o executor de tarefas domsticasde carter feminino (predominante nosculo XVIII), um ser crtico, consciente,capaz de refletir sobre os limites de suaao e de intervir em prol do cliente deacordo com os recursos existentes.

    Para isso, espera-se que seja umapessoa criativa e atenta s transformaes domundo moderno, j que conhecer a realidade

    requisito fundamental para que sua intervenopossa tornar-se realmente eficaz.Deve, ainda, perceber sua co-

    responsabilidade social a partir do papel quedesempenha - que no se resume ao de umsimples cuidador, mas de algum que interagee modifica a situao de sade-doena de suacomunidade atravs de suas aes.

    PSICOLOGIA DO SENSO COMUM X PSICOLOGIA COMO CINCIA

    Todos ns usamos o que poderia ser chamado de psicologia de senso comum emnosso cotidiano. Observamos e tentamos explicar o nosso prprio comportamento e o dos

    outros. Tentamos predizer quem far o que, quando e de que maneira. E muitas vezessustentamos opinies sobre como adquirir controle sobre a vida (Ex: o melhor mtodo paracriar filhos, fazer amigos, impressionar as pessoas e dominar a clera). Entretanto, umapsicologia construda a partir de observaes casuais tem algumas fraquezas crticas.

    O tipo de psicologia do senso comum que se adquire informalmente leva a um corpo deconhecimentos inexatos por diversas razes. O senso comum no proporciona diretrizessadias para a avaliao de questes complexas. As pessoas geralmente confiam muito naintuio, na lembrana de experincias pessoais diversas ou nas palavras de algumaautoridade (como um professor, um amigo, uma celebridade da TV).

    A cincia proporciona diretrizes lgicas para avaliar a evidncia e tcnicas bemraciocinadas para verificar seus princpios. Em conseqncia, os psiclogos geralmenteconfiam no mtodo cientfico para as informaes sobre o comportamento e os processosmentais. Perseguem objetivos cientficos, tais como a descrio e a explicao. Usam

    procedimentos cientficos, inclusive observao e experimentao sistemtica, para reunirdados que podem ser observados publicamente. Tentam obedecer aos princpios cientficos.Esforam-se, por exemplo, por escudar seu trabalho contra suas distores pessoais econservar-se de esprito aberto.

    Ainda assim, os cientistas do comportamento no esto de acordo quanto aospressupostos fundamentais relacionados aos objetivos, ao objeto primeiro e aos mtodosideais. Como outras cincias, a psicologia est longe de ser completa. Existem muitosfenmenos importantes que no so ainda compreendidos. As pessoa no devem esperar umaabordagem nica do objeto da psicologia ou respostas para todos os seus problemas.

    AS 3 PRINCIPAIS TEORIAS DA PSICOLOGIA MODERNA

    Os seres humanos, como conhecemos hoje, apareceram na Terra h cerca de 100.000

    anos atrs. Desde ento tm estado provavelmente tentando compreender-se a si mesmo.

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    Aristteles (384-322 a.C.), o filsofo grego, e considerado o Pai da Psicologia. Entretanto, aespeculao sobre assuntos psicolgicos no comeou com este pensador grego. Centenasde anos antes de Aristteles, os primeiros filsofos de que se tem notcia j lidavam com essesassuntos.

    BEHAVIORISMO OU COMPORTAMENTALISMOJohn Watson criticava o estruturalismo e o funcionalismo se queixando sobre o fato de queos fatos da conscincia no podiam ser testados e reproduzidos por todos os observadorestreinados, pois dependiam das impresses e caractersticas de cada pessoa.Watson sentiu que os psiclogos deviam estudar o comportamento observvel e adotarmtodos objetivos. Em 1912, nasceu o behaviorismo e dominou a psicologia americana portrinta anos.

    Os psiclogos behavioristas estudavam os eventos ambientais (estmulos), ocomportamento observvel (respostas) e como a experincia influenciava o comportamento, asaptides e os traos das pessoas mais do que a hereditariedade.

    Frederick Skinner vai alm do behaviorismo de Watson e com ele nasce o behaviorismoradical que tambm considera os eventos ambientais, o comportamento observvel (aes doindivduo), mas tambm considera os comportamentos internos ou privados (pensar, sentir,

    etc).

    GESTALTA Psicologia da Gestalt pode ser tambm vista como a Psicologia da forma. Os gestaltistas

    esto preocupados em compreender quais os processos psicolgicos envolvidos na iluso detica, quando o estmulo fsico percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que eletem na realidade.

    Max Wertheimer (1880-1943) fundou o movimento da Gestalt. "O todo diferente da somadas partes", este o slogan do movimento da Gestalt. O que a pessoa (o todo) so junesde vrias caractersticas prprias dela (as partes).

    Aos gestaltistas interessa muito saber sobre os significados que os seres humanos impemaos objetos e acontecimentos de seu mundo, a percepo, a soluo de problemas e opensamento.

    PSICANLISEPara quem nunca estudou psicologia antes, provvel no ter ouvido falar de Watson,

    Skinner ou Max Wertheimer, entretanto, provavelmente j ouviu falar de Sigmund Freud (1856-1939), o mdico vienense que se especializou no tratamento de problemas do sistema nervosoe em particular de desordens neurticas.

    Freud adotou a hipnose para ajudar as pessoas a reviverem as experincias traumticasdo passado que pareciam associadas com seus sintomas atuais. Entretanto, nem todospodiam atingir um estado de transe e a hipnose parecia resultar em curas temporrias, com oaparecimento posterior de novos sintomas. Freud ento desenvolveu o mtodo da associaolivre no qual os pacientes deitavam num div e eram encorajados a dizer o que quer que lhesviesse mente (desejos, conflitos, temores, pensamentos e lembranas), sendo tambmconvidados a relatar seus sonhos.

    Freud tratava dos seus pacientes tentando trazer conscincia aquilo que estavainconsciente. Insistia que todos os detalhes se ajustam perfeitamente entre si. A personalidade formada durante a primeira infncia. A explorao das lembranas dos primeiros cinco anosde vida essencial ao tratamento.

    PSICLOGOS, PSIQUIATRAS E PSICANALISTAS

    Psiclogos clnicos, psiquiatras e psicanalistas muitas vezes ocupam empregossemelhantes. Todos os trs profissionais podem trabalhar em campos ligados sade mental,diagnosticando e tratando de pessoas com problemas psicolgicos leves e graves. A grandediferena entre esses especialistas deriva de sua formao. Os psiclogos clnicos geralmentepassam cerca de cinco anos na faculdade aprendendo sobre comportamento normal eanormal, diagnstico (inclusive aplicao de testes) e tratamento.

    Os psiquiatras, ao contrrio, completam a faculdade de medicina e dela saem com umdiploma de doutor em medicina. Em seguida, para se qualificarem como psiquiatras servem

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    aproximadamente trs anos como residentes em uma instituio de sade mental, maiscomumente um hospital. A recebem treinamento para detectar e tratar de distrbiosemocionais, utilizando mtodos psicolgicos, bem como drogas, cirurgia e outros processosmdicos.

    Em teoria, qualquer pessoa pode tornar-se psicanalista graduando-se por uma

    instituio psicanaltica e submetendo-se psicanlise. Na prtica, a maioria das escolas deformao aceita apenas mdicos psiquiatras e psiclogos que iro estudar as teorias dapersonalidade e mtodos de tratamento introduzidos por Freud.

    HEREDITARIEDADE X MEIO AMB IENTEComo so as pessoas e o que as faz serem assim?

    As pessoas so muito variadas. Diferem quanto ao tamanho, religio, sexo, idade,inteligncia e educao. Diferem ainda quanto s caractersticas sociais, econmicas e morais.

    A individualidade o resultado de caractersticas biolgicas ou herdadas (hereditrias)e ainda influenciada pelo meio ambiente onde vivem. Na realidade o que faz uma pessoa seraquilo que resulta da combinao dos fatores herdados e do seu meio ambiente.

    Caractersticas herdadas:

    Fatores relacionados com a aparncia fsica so geralmente considerados herdados. a no se que haja trauma ceflico ou doena, o intelecto e a altura so determinados

    biologicamente a no ser que haja tratamento medicamentoso ou raios luminosos externos, a cor da

    pele tambm predeterminada a no ser que haja ferimento ou operao plstica, a forma do nariz e orelhas

    predeterminada.Herda-se, enfim, a maioria dos caracteres relacionados a aparncia.

    Caractersticas ambientais:O meio ambiente abrange muitas influncias.O meio qumico pr-natal: drogas, nutrio e hormniosO meio qumico ps-natal: oxignio e nutrio

    As experincias sensoriais constantes: os eventos processados pelos sentidosinevitveis a qualquer indivduo como sons de vozes humanas, contato fsico com as pessoas,etc. Todos passam por essas experincias.

    As experincias sensoriais variveis: eventos processados pelos sentidos e quediferem de um animal para outro da mesma espcie, dependendo das circunstnciasparticulares de cada indivduo. Nem todos passam por essas experincias.

    O melhor argumento a favor da influncia ambiental na formao da personalidadeencontra-se no estudo desenvolvido com gmeos idnticos, que so criados em lugaresdiferentes por diferentes pessoas. Podem ser encontradas diferenas quanto estatura e seusQ.I., conceito social, pessoal e metas de trabalho. O meio ambiente desempenha importantepapel nessa diferenciao.

    A hereditariedade e o meio interagem continuamente, influenciando o desenvolvimento.A hereditariedade programa as potencialidades humanas das pessoas, o meio faz essas

    potencialidades se desenvolverem ou no, para mais ou para menos.No relevante a discusso a respeito se a hereditariedade ou o meio mais

    significativo, pois ambos so absolutamente essenciais.Cada ser humano diferente pois cada um traz diferentes experincias de vida, e

    portanto, emocional, intelectual e socialmente diferente dos demais.Saber como as pessoas desenvolvem as idias e quais so as suas necessidades

    fundamental para a formao de um bom profissional da rea de sade; mas igualmentefundamental que este profissional se conhea muito bem.

    O profissional da rea de sade interage com pessoas diferentes umas das outras. Amaior dificuldade em lidar com essas pessoas mdicos, enfermeiras, parentes dos doentes eos prprios pacientes est em que nunca duas pessoas reagiro de maneira idntica.

    Qual a soluo para esse problema?A melhor soluo estar bem consciente da prpria maneira de agir, como pessoa, da

    reao dos outros s suas iniciativas e continuar a ganhar experincia nesses aspectos.

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    O paciente como s er biopsicossoc ia l

    Uma pessoa no pode ou no deve perder sua dignidade e direitos como pessoaporque est doente. Para May (1977), em Beland e Joyce, o fundamental da Psicologiahumanstica compreender o homem como um ser, ou seja, atingir o aspecto mais ntimo de

    cada pessoa. E para que possamos atingir esse aspecto preciso considerar a pessoa e seuambiente como uma unidade composta de fatores interdependentes; preciso compreender amaneira de pensar, sentir e fazer que o prprio homem desenvolveu como parte de seuambiente e ainda ter conscincia de que o bem-estar s alcanado quando as necessidadeesto sendo supridas satisfatoriamente.

    Qualquer doena altera a atuao interpessoal e social do indivduo e tanto maior seressa alterao conforme for o valor fsico, emocional e intelectual que a doena representapara o paciente e seus familiares, sem esquecer que o hospital poder minimizar ou exacerbartal alterao.

    A base da profisso de um profissional da sade deve ser a crena no valor da pessoaatravs do respeito ao atendimento das necessidades bsicas do paciente e, para tanto, imprescindvel identificar seus problemas tendo amplas e atualizados conhecimentosfisiopatolgicos e psicossociais, sem os quais sua atuao ser desnecessria e, muitas vezes,

    prejudicial.

    APRENDIZAGEM

    Nosso comportamento quando adultos em grande parte determinado pelo queaprendemos nos primeiros anos de vida. Toda aprendizagem se relaciona com a adaptao anovas situaes e problemas. Existem muitas formas de aprendizagem, dentre elasestudaremos as seguintes:

    Condicionamento Clssico ou Pavloviano:O fisilogo russo Ivan Pavlov foi o primeiro a fazer um estudo detalhado dos reflexos

    condicionados, embora se soubesse h muito tempo que dois acontecimentos que ocorrem aomesmo tempo tendem a se tornar associados na mente. Pavlov estudou os reflexos no-

    condicionados nos ces, principalmente o reflexo que leva a saliva a pingar dos lbios quandose coloca carne na boca do cachorro. Ele descobriu que quando outro estmulo uma luz ouuma campainha era dado juntamente com a carne, vrias vezes sucessivas, o cachorro maiscedo ou mais tarde produziria saliva apenas com este estmulo, sem a carne. A luz oucampainha tornou-se assim um estmulo condicionado e a salivao que se seguia ficouconhecida como reflexo condicionado. O estmulo condicionado tinha que ser reforado de vezem quando, combinando-o com comida, pois do contrrio o reflexo condicionado tenderia adesaparecer.

    Watson, um psiclogo americano, declarou que uma criana nasce somente com unspoucos reflexos simples e que essa respostas reflexas se ligam a novos estmulos pelocondicionamento, tornando-se paulatinamente mais complexas. Ele acreditava que, atravs deum condicionamento adequado, qualquer criana poderia ser criada para ser aquilo que sequisesse, seja um mdico, um craque de futebol ou um lixeiro.

    No que todo o processo de comportamento e aprendizagem do homem possa seexplicado simplesmente com base nos reflexos condicionados. Entretanto, o condicionamentopode dar uma explicao aceitvel para uma parte deles.

    Aprendizagem por ensaio e erro ou condicionamento operante ou instrumental:Consiste em recompensar e/ou punir alguns atos e no outros, dirigindo dessa maneira

    o comportamento numa certa direo (modelagem de comportamentos). baseada na lei do efeito de Thorndike a qual afirma que "as aes que resultam em

    satisfao tornam-se mais fortes ao passo que aquelas que no causam satisfao soenfraquecidas e, eventualmente, ignoradas".

    A aprendizagem operante pode se basear num sistema de recompensa (reforamento)ou treinamento de punio.

    Qualquer me ou criana conhece o princpio do condicionamento operante, a

    recompensa do "bom" comportamento, a punio do "mau" comportamento. Ele constitui abase da criao, treinamento e educao de crianas, de como elas aprendem a se comportar

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    e adquirem habilidades simples. A recompensa no precisa ser necessariamente material. Aaprovao de algum que a criana ama e respeita pode ser algo to bom ou at melhor doque recompensas materiais.

    Aprendizagem por imitao ou por observao

    Uma pessoa pode at estar saciada de determinado estmulo, mas por ver que aquilo reforador para a outra pessoa ela tambm passa a imit-la para talvez conseguir o mesmoreforo.

    Acontece com as pessoas que jogam na Sena. Nunca ganham, mas por ver que asoutras pessoas ganham continuam jogando.

    Acontece tambm com crianas que, pela falta de experincia, passa a observar comoas pessoas conseguem comida, gua, ateno, etc e imita o comportamento da pessoaobservada.

    Outro exemplo so as pessoas que imitam os astros de TV por desejarem ter o mesmoreconhecimento e fama que eles.

    NOES DE PSICOPATOLOGIA

    O comportamento normal e o patolgico (anormal / doena mental)A diviso entre o normal e o patolgico tnue, entretanto, a normalidade possui 3caractersticas importantes: a flexibilidade, a alegria e a auto-estima.

    A flexibilidade para o novo, para a mudana, para uma nova maneira de ser, noquerer ser o dono da verdade so traos de normalidade. Na patologia ocorre a rigidez, nosentido de que a pessoa acha que sabe tudo, no aceita o novo. A rigidez um traopatolgico.

    A alegria caracterstica de pessoas ss e a melancolia de pessoa doentes. Essaalegria pode ser psquica e/ou corporal. Na pessoa deprimida falta a alegria.

    O distrbio mental ocorre em todas as sociedades, embora os sintomas variemconforme a cultura. Normalmente, a personalidade de qualquer doente mental mostra sinais deinadaptao e excesso de algum comportamento. importante frisar que para ser patolgico, ocomportamento deve ser uma constante na vida da pessoa.

    Um comportamento que considerado anormal em uma sociedade pode ser aceitvelem outra, pode ocorrer inclusive que, numa mesma sociedade, certas formas decomportamento sejam aceitveis para uma gerao, mas no para as seguintes.

    A psiquiatria se relaciona com o estudo e o tratamento das doenas mentais e dosprocessos de distrbios mentais que podem tambm produzir distrbios fsicos.

    Toda doena mental e seus sintomas se desenvolvem a partir das interaes dapersonalidade da pessoa com uma ou mais tenses. A tenso pode ser "interna" comoresultado de alteraes orgnicas e psicolgicas no organismo ou "externa".

    O conhecimento da etiologia dos distrbios psquicos ainda rudimentar, emboraesteja se desenvolvendo. Assim, a classificao dos distrbios psquicos insatisfatria, mascomo os profissionais da sade precisam antecipar as conseqncias de qualquer doena,pesquisar e se comunicar entre si, torna-se necessria uma classificao. Os psiquiatrasclnicos descrevem a personalidade em termos de estrutura mental que est constante e

    regularmente presente em uma pessoa. Uma sndrome constituda por um certo nmero desintomas que, quando agrupados, formam um padro reconhecvel.Para que os profissionais da rea da sade reconheam da mesma maneira um

    portador de transtornos mentais ou psquicos h dois sistemas classificatrios importantes dasdoenas mentais e que foram desenvolvidos pela Organizao Mundial de Sade (OMS) e pelaAssociao Psiquitrica Americana (APA). O primeiro o CID-10, publicado em 1992 e quecontm a 10 reviso do captulo sobre Transtornos Mentais e de Comportamento. Todas astradies e escolas da psiquiatria esto ali representadas, o que d a este trabalho seu carterexcepcionalmente internacional. A classificao e as diretrizes foram produzidas e testadas emmuitas lnguas. Nesta classificao os transtornos mentais esto elencados em 11 categoriasmaiores compreendendo 99 tipos de doenas mentais. oferecida uma seco com asdescries clnicas e diretrizes diagnsticas que deve ser de conhecimento de todo oprofissional.

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    Um outro sistema de classificao foi coordenado pela Associao PsiquitricaAmericana e amplamente conhecido como DSM-IV ou Manual Diagnstico e Estatstico deTranstornos Mentais 4 edio. um manual mais especfico, completo e complexo.Como as classificaes dos transtornos mentais complexa, salientaremos as 3 principaisestruturas dentro da psicopatologia, que so: a neurose, a psicose e a perverso.

    NeuroseA pessoa neurtica reconhece que est doente, embora no possa associar seus

    sintomas com um conflito emocional bvio. Ele permanece em contato com a realidade. Podecontinuar a adaptar-se socialmente porque a pessoa neurtica no gosta da realidade que vive,mas se adapta a ela da sua maneira.

    O neurtico sofre de reminiscncias, quer dizer, o que ele passou no passado, ele sofreno presente, atualiza no presente, o que significa um sofrimento intil.

    Como exemplos de distrbios neurticos temos a:

    neurose obsessiva-compulsiva neurose histrica neurose fbica / sndrome do pnico neurose hipocondraca

    a.1.) Neurose obssessiva-compulsivaA pessoa com personalidade obsessiva excessivamente asseada, pontual e de

    confiana. Ela costuma conferir tudo o que faz muitas vezes (rituais). No gosta de mudana efica contrariada com qualquer alterao em sua rotina. Tem atividades compulsivas, como porexemplo: gastar dinheiro demais ou ser muito avarento, comer demais e ser obeso, ser muitoorganizado no sentido de ser perfeccionista.

    Gosta de sentir que tem o completo controle de si mesmo e de seu mundo. Mantmsuas emoes sob controle e raramente perde a calma. Seu senso de humor limitado.Parece que precisa controlar completamente seu meio ambiente ou ento no fazer nenhumatentativa neste sentido, nenhum meio-termo possvel.

    Possui a moral muito rgida principalmente com relao a regras e horrios.

    Tem medo exagerado que pode chegar a uma parania. muito bom para os outros, mas pensa pouco em si mesmo, sendo s vezes auto-

    agressivo e possuindo auto-exigncia (perfeccionismo). Se sacrifica pelos outros. Tudo temque ter sacrifcio, tem que complicar as coisas mais simples.

    a.2.) Neurose histricaA pessoa com personalidade histrica diferente. Ela precisa sentir que o centro das

    atenes. Um pequeno desprezo ser encarado como um insulto mortal, uma palavraimpensada tornar-se- uma declarao de amor ou prova de que no mais amada.

    perfeccionista no sentido esttico pois gosta de se sentir bonito para seduzir aspessoas. um bom "ator", faz "teatro" em vrias situaes para dar a viso que est tudo bem. muito bom consigo mesmo, pensando mais em si do que nos outros, no sacrifica pelosoutros por isso se permite viver mais. decidido, seguro de si.

    Pacientes assim nunca so montonos. No de estranhar a possibilidade de que aspersonalidades histricas e obsessivas sejam atradas umas pelas outras!

    a.3.) Neurose fbica/ Sndrome do PnicoUma das principais angstias do homem o medo de ficar s, o medo da solido. O

    que significa estar s? Para ser s a pessoa tem que entrar em contato consigo mesma, serindependente e para isso ela deve ter uma boa auto-estima e saber lidar com os prpriossentimentos.

    A neurose fbica se caracteriza pelo medo excessivo e evitao de algum objetonormalmente inofensivo.

    A Sndrome do Pnico tem vrios sintomas fsicos quanto psicolgicos. Eis algunsexemplos:

    Fsicos: palpitaes, taquicardia, falta de ar, tremores, dormncia no corpo, sudorese,tontura, medo de perder o controle, medo de ficar louco, medo de morrer(medo docorao parar), etc.

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    Psicolgicos: sensao de vazio, sensao de desamparo, medo de ficar sozinho,culpa pelo fracasso, fragilidade, perda da identidade, baixa resistncia frustrao,medo da morte, necessidade da mentira, vira escrava do prprio medo, etc.

    a.4.) Neurose hipocondraca

    Se caracteriza pela preocupao com doenas imaginrias e outros sintomascorporais.EXEMPLOS DE FILMES SOBRE NEUROSE:

    "O Prncipe das Mars" "Melhor impossvel" "Dormindo com o Inimigo"

    PsicoseO psictico tem maior comprometimento psquico. o verdadeiro doente mentalA pessoa psictica tem sua personalidade inteiramente distorcida pela doena. Aceita

    seus sintomas como reais e a partir deles passa a reconstruir seu ambiente, recriando ummundo que somente ele pode reconhecer, tem delrios e alucinaes diversas (distrbios depercepo). O psictico no aceita a realidade, por isso cria uma nova realidade para viver.

    Torna-se incapaz de continuar seu trabalho ou at mesmo de viver com a famlia porque seusenso de autopreservao fica seriamente perturbado.

    A vida do psictico um eterno drama. O que fica do mundo para ele a hostilidade.Para se chegar a psicose, a sua histria de vida foi muito horrvel, a hostilidade foi a marca quemais ficou para ele e o que mantm seu psiquismo vivo so os delrios e as alucinaes.

    Possui dificuldades afetivas, sexuais e nos seus relacionamentos. Acha que noprecisa das outras pessoas porque ele delira e cria uma pessoa que seja ideal para ele.

    muito instvel de humor, so anti-sociais e possuem uma inteligncia mdia parasuperior porque ele tem um "jogo psquico" que no se encontra nas outras estruturas.

    Eles querem ter certeza de tudo e serem os donos da verdade. Quando essa certeza atingida, o psictico se defende com o autoritarismo e agressividade. Usa de palavras que porserem francas demais podem magoar algum e isso ocorre porque ele no tem noo delimites, no tem noo do outro.

    Os pacientes psicticos so os mais difceis de tratar, pois tm um ressentimento emrelao pessoa que cuida dele, devido autoridade que essa pessoa representa. Sopersuasivos e manipuladores, porm podem ser amveis e racionais. A melhor atitude a adotar manter uma firmeza amistosa.

    b.1) EsquizofreniaA etimologia da palavra esquizofrenia vem de Esquizo = ciso e Frenia =

    personalidade. Esquizofrenia a dupla personalidade ou personalidade mltipla.A pessoa com personalidade esquizide tmida, acanhada e "fechada".

    emocionalmente fria, incapaz de se relacionar e formar amizades profundas. Freqentemente excntrica em seus hbitos e leva uma vida prpria, parte das outras pessoas.

    tambm caracterstica dos esquizofrnicos possurem: comportamentos bizarros ouestranhos; o isolamento, pois tm dificuldade de socializao; dificuldades sexuais como a

    dificuldade de ereo tendo satisfao pela masturbao ou pela humilhao, agresso emgoa a pessoa com quem est tendo relaes sexuais. Faz muitas generalizaes, como porexemplo: "Todos os homens no prestam", "Todas as mulheres traem". irnico, debochado,busca um ponto fraco da pessoa para atacar. rgido, de pouca brincadeira e quando brinca atravs da ironia.

    b.2) ParaniaPelo DSM-IV, a parania est includa na esquizofrenia.A pessoa com personalidade paranide desconfiada de todos e o delrio mais

    constante o delrio de perseguio. Ela sensvel e tambm lhe falta senso de humor. Temuma idia superior de suas prprias habilidades, sendo difcil trabalhar com ela, pois rgida einadaptvel. Tem poucos amigos.

    b.3) Psicose manaco-depressiva (PMD)

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    A pessoa com PMD vive episdios de depresso com mania, ou seja, perodos deabatimento e desinteresse e outros de alegria contagiante e superatividade. Riscos a suicdio.

    EXEMPLOS DE FILMES SOBRE PSICOSE: "Psicose I, II, III e IV"

    Perverso ou PsicopatiaAinda chamada de parafilias sexuais no DSM-IV. Est ligada a sexualidade.O perverso tem o objetivo de manipular o outro. Vive transgredindo normas e valores,

    como por exemplo a corrupo. Acha que ele o melhor, que no mundo s h idiotas e porisso ele nunca vai ser pego nas suas transgresses. Geralmente, o prazer dele est no no atoerrado em si, mas fazendo o errado, ou seja, transgredir, j lhe causa prazer.

    c.1) SadomasoquismoSente prazer pela violncia sexual.

    c.2) ExibicionismoOs exibicionistas so capazes de ereo e orgasmo quando se expem a uma mulher

    desconhecida e amedrontada.

    c.3) VoyerismoOs espreitadores ou voyeurs masturbam-se at o orgasmo enquanto observam uma

    mulher/homem desconhecida se despir. O indivduo pode tambm fazer um telefone obsceno eatingir o orgasmo enquanto fala com uma mulher desconhecida.

    c.4) FetichismoAlgumas pessoas so atradas por objetos e no por seres humanos. So os fetichistas

    e o objeto de seu desejo sexual chama-se fetiche. Os fetiches mais comuns so roupasfemininas, especialmente roupa ntima, sapatos, cabelos, seda, etc. Um fetichista pode sercapaz de ter relao sexual e atingir o clmax, desde que possa fantasiar seu fetiche.

    EXEMPLOS DE FILMES SOBRE PERVERSO: "As duas faces de um crime"

    Identificao de idias suicidas nos pacientes: "Se a pessoa em crise receber ajuda adequada, isto , um tipo de ajuda que lhe

    permita pensar sobre o problema e chegar a algumas concluses sobre solues alternativasaceitveis, a experincia pode levar a novos nveis de adaptao mais amadurecida", Beland,em 1979.

    Quando a pessoa est doente h elementos tanto de angstia como de medo, que semanifestam das mais variadas formas e geralmente iguais queles que aprenderam a enfrentardurante os perigos da vida. H pacientes que expressam verbalmente seus temores, outrosnegam sua existncia; alguns reagem com hostilidade, outros choram, e assim por diante.

    O profissional de sade tendo conhecimento de que a reao de uma pessoa

    geralmente resultado de experincias anteriores, dever identificar suas necessidades,respostas doena e tratamento e conservar a identidade pessoal do paciente chamando-opelo nome. A identificao e aceitao de seus hbitos e atitudes e esforo para ajud-lo aadaptar-se a situaes que colocam em perigo sua sade contribuiro para que conserve suaidentidade e mostrando-lhe, dessa forma, que o respeita como pessoa, fator essencial paraque a segurana e a confiana dele sejam reforadas.

    Possuindo amplos conhecimentos fisiopatolgicos e psicossociais, o tcnicojuntamente com os outros profissionais de sade que tambm cuidam desse paciente numperfeito entrosamento, ser capaz de identificar idias suicidas dos pacientes sob seuscuidados e tomar as medidas necessrias.

    Relacionamento Interpess oalEMPATIA COMPREENDENDO A SI PRPRIO E AOS OUTROS

    Cultivar a habilidade de compreender as pessoas uma das tarefas mais difceis queum homem jamais poderia se propor. Mesmo fazendo o maior esforo, somente possvel

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    compreender em parte as necessidades sentidas pelo homem; e, menos ainda, os sentimentosda vida interior. Isto porque a habilidade de compreender abrange mais do que ser capaz deperceber, entender, identificar e interpretar as comunicaes ou expresses captadas pelossentidos.

    Especificamente no contexto de relacionamento interpessoal, "compreender" anlogo a

    "empatizar", termo este que significa: a capacidade de identificao com a disposio ou estrutura psicolgica de outra

    pessoa; procurar sentir como se estivesse na situao da outra pessoa; tentar entender as razes e o significado da comunicao verbal e no-verbal, mais do

    que a maneira como esta transparece; compartilhar mutuamente desejos e idias, mesmo que no se concorde com o

    comportamento exibido ter a habilidade de perceber e acompanhar os sentimentos de outra pessoa, mesmo

    que sejam intensos, profundos, destrutivos ou anormais.O real significado de empatia est em compreender os outros, apesar de no se concordar,

    muitas vezes, com o comportamento destes.Procurar ser compreensivo e sentir como a outra pessoa estaria sentindo no significa que

    se deva ser sempre permissivo e tolerante frente a certos comportamentos agressivos edestrutivos. Aps analisar tais situaes, o tcnico deve julgar, muitas vezes, ser precisoestabelecer limites ou restries para garantir a segurana do paciente ou das pessoasadjacentes.

    Compreender implica simultaneamente ser capaz de estabelecer limites, quandonecessrio. O ato de impor limites poder gerar ira momentnea no paciente, mas com otempo o fato ser percebido como uma atitude de ajuda.

    Neste pensamento est intrnseco que o cultivo da habilidade de compreender no obrado acaso. a combinao ativa de qualidades e habilidades pessoais de ajustamentoemocional, de amor ao prximo, de possuir senso equilibrado de auto-estima e autocrtica, e deavaliar inteligentemente as necessidade das outras pessoas.

    Entretanto, assim como h fatores que influenciam a disposio para ser maiscompreensivo, por outro lado h outros que dificultam igualmente. Um destes o egocentrismo

    ou egosmo pessoal do profissional, o excesso de preocupao consigo prprio, ou adificuldade de discernimento do conceito de que "certo " ou "errado" que pode bloquear astentativas de empatizar-se com os outros.

    A COMUNICABILIDADEA comunicao o instrumento de expresso de nosso interior; do que pensamos, do

    que queremos, do que acreditamos. Comunicar colocar algo em comum, tornar-se comum com algum. Comunicao so maneiras de receber e transmitir informaes.Para que a comunicao ocorra, preciso que haja:

    EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR

    A boa comunicao depende da harmonia destes elementos.

    POR QUE FALHAM AS COMUNICAES?

    QUEM FALA (EMISSOR PROFISSIONAL )

    QUEM ESCUTA (RECEPTOR PACIENTE)

    Dico falha Falta de ateno

    Fala demais Falta de interesse

    Usa palavras desconhecidas para ointerlocutor

    Falta de conhecimentos

    Inespecfico Cansao, ansiedade

    Autoritrio Estresse

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    Preconceituoso Ressentimento

    Voz montona Idias preconcebidas (esteretipos)

    Dificuldade de expresso Medo e insegurana

    Timidez ou medo de expressar suasopinies

    Preocupao

    Falta de carisma Hostilidade

    Escolha inadequada do momento e localpara dialogar com a pessoa

    Comportamento defensivo (o paciente podeencarar cada fala como uma acusao oucrtica pessoal)

    REGRAS PARA FACILITAR A COMUNICAO INTERPESSOAL1. O tom de voz deve ser moderado, nem muito alto, nem muito baixo.2. A velocidade da fala deve tambm ter um bom tempo, ritmo e fluncia.3. Evitar erros de sintaxe, linguagem imprpria, palavras ambguas, inadequadas ou incorretas.

    4. Falar com clareza.5. Tentar despertar o interesse do paciente.6. Escutar atenta e ativamente o paciente, lembrando-se que escutar mais que ouvir. Eis aquialguns comportamentos que o profissional de sade deve desenvolver a fim de escutar opaciente:

    manter o olhar atento enquanto o paciente fala, no ficar o tempo todo pensando s no que vai ser respondido, mostrar atitude calma e receptiva, fazer com que a comunicao (tanto verbal como no verbal) assegure ao outro que se

    est acompanhando o que ele diz, tolerar sem ansiedade os silncios do paciente, se o silncio tornar-se embaraoso para o paciente, procurar reformular a ltima frase

    dita, para que ele possa retomar a conversa, depois de fazer uma pergunta importante silenciar. Se o paciente no responder de

    imediato, melhor evitar o impulso de preencher o silncio com comentrios. Ele deveter a oportunidade de pensar na questo,

    no interromper para retificar o que o outro est dizendo, mesmo que se discorde doque ele diz. melhor esperar que termine o enunciado,

    no contradizer o que o outro est dizendo por considerar conhecido, desconhecido outrivial.

    7. Demonstrar respeito e aceitao mesmo que haja grandes diferenas entre voc e o seupaciente.

    abster-se de fazer julgamentos numa comunicao , admitir que o paciente tenha crenas, idias e valores diferentes dos seus, criar condies para que o paciente possa expressar suas idias, seus sentimentos e

    seus valores. Isso no significa que se deve concordar com tudo nem impede de dizerque no se compartilha dessa posturas.

    8. Quando em equipe multiprofissional, fazer comentrios descritivos e no avaliativos, pois osprimeiros geram um comportamento receptivo. Os avaliativos predispem ao comportamentodefensivo.

    o feedback descritivo explica de maneira especfica um fato, uma atividade ou umprocesso,

    o feedback avaliativo de natureza crtica e tende a apresentar uma concluso porparte de quem o emite,

    os comentrios descritivos so mais fceis de aceitar e descrevem o comportamentosem atacar a outra pessoa.

    Tcnicas bsicas para um bom atendimento ao paciente:

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    1. Escolha de vocabulrio: escolher palavras condizentes com o momento, evitar grias oupalavras evasivas.2. Facilidade de expresso: emitir as palavras de uma forma correta, demonstrandosegurana naquilo que fala.3. Compreenso: empatia, saber entender o que muitas vezes no dito de forma explcita.

    4. Cortesia: tato nas relaes humanas, ou seja, no ser ofensivo, descorts. H um ditadopopular que afirma: "A primeira imagem a que conta" e h grande verdade nisso. Se oprimeiro contato for cordial, alegre, expansivo, este ser a imagem que cada um far do outro.Mas, mesmo isso sucedendo, se, no futuro, passarmos a adotar um comportamento hostil,grosseiro, mal educado, com certeza aquela imagem que havamos construdo ser destruda.5. Entusiasmo: irradiar entusiasmo natural, estimulante e contagiante.6. Imparcialidade: evitar tomar partido, no debater com o paciente, mesmo que certoscomentrios no sejam simpticos a quem quer que seja. No discutir sexo, poltica, religio.7. Pacincia: jamais apressar o paciente ou cort-lo no meio de um desabafo.8. Humildade: no ser o "dono da verdade". Por mais que soubermos e estudarmos sobre umdado assunto, qualquer que seja, se vivermos 100 anos, ainda haver uma enormidade deaspectos que desconhecemos. Ora, como pode o tcnico pensar que ele o mais competente,capaz e dono da verdade, sem reconhecer os outros colegas de trabalho ou mesmo as

    informaes dos pacientes. Cada dia pode-se aprender com os diferentes pacientes quepassaro pelas mos de vocs.9. Atualizao e Desenvolvimento: buscar sempre se manter com um bom nvel deconhecimentos tcnicos em raios-X e outros ramos que voc possa aprender. Se valorizeenquanto tcnico. Se aprimore tambm a cada dia mais no relacionamento com os seuspacientes, os familiares dos seus pacientes e com a equipe multi-profissional a qual ir lidar.

    Relaes interp ess oais , so cial e profis sio nal

    "Relaes Humanas". Juntas, estas duas palavras traduzem o significado do convvio socialhumano.

    Os relacionamentos podem existir por vrios motivos. Ns podemos nos relacionar comas pessoas profissionalmente ou simplesmente porque tivemos empatia por ela(s), ou ainda

    por vrios outros motivos. O que devemos avaliar no momento do relacionamento o seupropsito, principalmente para que no se tenha ambivalncia nas interpretaes. Nomomento, falamos do ponto de vista profissional. Se as pessoas aprendessem a se relacionarprofissionalmente de forma correta, poderamos evitar muitos problemas nos locais de trabalho.No ambiente de trabalho o que predomina e o que devemos avaliar so as condies para umaverdadeira harmonia entre o homem e o trabalho, e vice versa. Identificando real motivo e opropsito de um relacionamento, estaremos caminhando dentro de um processo evolutivo paraalcanarmos com xito um bom relacionamento com os nossos colegas de trabalho.

    A base concreta para um bom relacionamento ter percepo dos nossos deveres eobrigaes, e dos limites e regras que fazem a relao social ser harmnica.

    A Primeira Impresso

    O contato inicial entre pessoas gera a chamada "primeira impresso", o impacto quecada um causa ao outro. Essa primeira impresso est condicionada a um conjunto de fatorespsicolgicos da experincia anterior de cada pessoa, suas expectativas e motivao nomomento e a prpria situao do encontro.

    Quando a primeira impresso positiva de ambos os lados, haver uma tendncia aestabelecer relaes de simpatia e aproximao que facilitaro o relacionamento interpessoal eas atividades em comum. No caso de assimetria de percepes iniciais, isto , impacto positivode um lado, mas sem reciprocidade, o relacionamento tende a ser difcil, tenso, exigindo umesforo de ambas as partes para um conhecimento maior que possa modificar aquela primeiraimpresso.

    Quantas vezes geramos e recebemos primeiras impresses errneas que nos trazemdificuldades e aborrecimentos desnecessrios, porque no nos dispomos a rever e, portanto,confirmar ou modificar aquela impresso.

    muito como jogar a culpa no outro pela situao equvoca, mas a realidade mostra anossa parcela de responsabilidade nos eventos interpessoais. No h processos unilaterais na

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    interao humana: tudo que acontece no relacionamento interpessoal decorre de duas fontes:eu e outro(s).

    As relaes interpessoais desenvolvem-se em decorrncia do processo de interao.Em situaes de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, h atividades

    predeterminadas a serem executadas, bem como interaes e sentimentos recomendados, tais

    como: comunicao, cooperao, respeito, amizade. medida que as atividades e interaesprosseguem, os sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados inicialmente eento - inevitavelmente - os sentimentos influenciaro as interaes e as prprias atividades.

    Assim, sentimentos positivos de simpatia e atrao provocaro aumento de interao ecooperao, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior produtividade.

    Os dez mandamentos das relaes humanas1) FALE com as pessoas. No h nada to agradvel e animado como uma palavra desaudao, particularmente hoje em dia quando precisamos mais de sorrisos amveis.2) SORRIA para as pessoas. Lembre-se, que acionamos 72 msculos para franzir a testa, e 14somente para sorrir.3) CHAME pelo nome. A msica mais suave para muitos, ainda continua sendo o prprionome.

    4) SEJA amigo e prestativo. Se voc quer ter um amigo seja um amigo.5) SEJA cordial. Fale e aja com toda sinceridade: tudo o que fizer faa-o com todo prazer6) INTERESSE-SE sinceramente plos outros. Mostre que as coisas da qual gostam e com asquais se preocupam tambm tm valor para voc, de forma espontnea, sem precisar seenvolver diretamente.7) SEJA generoso em elogiar, cauteloso em criticar. Os lderes elogiam. Sabem encorajar, darconfiana e elevar os outros.8) SAIBA considerar os sentimentos dos outros. Existem trs lados em qualquer controvrsia:o seu, o do outro e o que est certo.9) PREOCUPE-SE com a opinio dos outros. Trs comportamentos de um verdadeiro lder:oua, aprenda e saiba elogiar.10) PROCURE apresentar um excelente trabalho. O que realmente vale na nossa vida aquiloque fazemos para os outros.

    O Relacion amento Interpesso al e a Psicolog ia

    Psicologia a cincia que estuda o comportamento humano. Atravs destes estudos,podemos entender as causas e efeitos de todos os processos e aes, que permitem explicar eentender o comportamental.

    muito comum, ns ouvirmos que uma determinada pessoa usa de uma "psicologia"para determinada ao. Por exemplo: um pai tem que ter "psicologia" para cuidar dos filhos. Ecomo se pode perceber, na linguagem popular a "psicologia" entra como referncia quandotemos que explicar o comportamento humano. As pessoas em geral, tm a noo, mesmo quepequena e at superficial, do conhecimento do que seja Psicologia cientifica e os seus diversospatamares de aplicao, o que nos permite at explicar nossos problemas do cotidiano, sob atica de um psiclogo.

    Concei tos de Grupos Soc ia isComo visto na introduo de "Relaes Humanas":"Onde houver dois indivduos em convivncia teremos concretizado um relacionamento".

    Aqui, veremos que, alm de um relacionamento, ainda teremos a formao de umgrupo social. E quais so esses grupos, e como eles se formam?

    Um grupo social ser formado sempre que se tenha um objetivo comum entre osindivduos, caso contrrio, ou seja, quando no h objetivo comum, no poderemos dizer quetemos um grupo social, mas sim um agrupamento de pessoas.Os grupos sociais existentes so os mais diversos:

    Famlias: pais, filhos, parentes... Grupos de trabalho Grupo da cerveja

    Grupo do clube de esportes: natao, vlei, futebol, etc.

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    Ou simplesmente para conversar... Os grupos sociais ainda recebem classificaescomo:

    Se um grupo for planejado, ou premeditada a sua formao, o chamaremos de "grupoorganizado". Ex.: amigos de bairro, time de futebol, famlia, etc.

    Se um grupo for formado esporadicamente, sem inteno "de", chamaremos de "grupo

    involuntrio". Ex.: crianas que se renem num parque de diverses, pessoas queesperam por uma conduo no "ponto de nibus", etc.Um grupo social ainda poder sofrer com as individualidades de cada membro,

    influenciando-o ainda mais, apesar de suas caractersticas bsicas, acima vistas, serem claras.Pesquisas efetuadas por meios sociolgicos, apontam que formao de um grupo social baseada muitas vezes na simpatia, na amizade e at mesmo, em alguns casos, pelo inverso(antipatia, descaso, desinteresse, etc.).Tal constatao tambm indica o sucesso ou aoinsucesso do grupo.

    Com petnc ia Interpes so alResume-se na habilidade de: Lidar com gerncia, colegas, pblico em geral; Saber comunicar-se;

    Ter empatia; Ser cordial;

    A racionalizao do trabalho numa empresa tem por objetivo a obteno de maiorprodutividade com menor esforo, o que redunda em maior bem-estar individual e coletivo. Ofuncionrio poder contribuir psicologicamente para esse objetivo, cultivando as seguintesqualidades:

    Iniciativa - no esperar ser solicitada a executar uma tarefa rotineira; Senso de organizao - estabelecer objetivos claros e apropriados, antes de iniciar

    qualquer trabalho; Deciso - iniciar o trabalho sem hesitao, depois de t-lo planejado; Entusiasmo - executar o trabalho com alegria, tornando a tarefa fcil e agradvel; Fora de vontade - trabalhar de forma igual, do comeo ao fim da tarefa, sem

    esmorecer; Senso de disciplina - no deixar para mais tarde as tarefas que podem ser

    executadas imediatamente; Criatividade - manter a produtividade sugerindo formas simplificadas e aperfeioadas

    de execut-las; Autocrtica - analisar os erros e procurar super-los; Bom-humor - evitar transferir problemas sociais ao ambiente de trabalho; Cordialidade - ser cordial com todos, criando ambiente de trabalho agradvel.

    Competncia Admin istrat iva-Gerencial a capacitada de: Planejar atividades;

    Tomar decises; Delegar e acompanhar tarefas; Assessorar seus superiores; Administrar o tempo com produtividade; Liderar - projetos, atividades e pessoas.

    Atr ibutos PessoaisOs atributos pessoais de um profissional so caractersticas inerentes sua

    personalidade que devem ser cultivados diariamente por esta profissional.

    DiplomaciaO profissional o anfitrio da empresa, por isso so necessrios equilbrio e boas

    maneiras para evitar os incidentes inesperados que podem destruir a rotina de uma empresa.

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    Apr esen tao Pess oa lA aparncia pessoal de profissional espelha sua gerncia na medida em que ela o

    carto de visita da empresa.

    A teno e In te li gnc ia

    Um profissional deve ter iniciativa prpria, estar sempre atento e ouvir com ateno,evitando, ao mximo, que se repita a mesma coisa.

    Ef ic inci aUm profissional deve ser eficiente a ponto de suas tarefas serem terminadas a tempo

    ou na hora determinada, posto que necessrio manter sempre alto o padro no trabalho.

    Leal dade e Dis crioO profissional nunca dever tecer comentrios que possam expor seu superior ou sua

    empresa ao ridculo.

    FidelidadeO profissional tem acesso a documentos confidenciais de seu superior ou mesmo da

    empresa, por isso: No dever revelar os segredos comerciais, mesmo aps deixar a empresa; Dever saber sempre o limite de sua autoridade; Dever solicitar sempre instrues completas, agindo com a mxima competncia no

    especulando sobre o que lhe foi informado.

    EMPATIAEmpatizar quer dizer "colocar-se no lugar de". Ento, capacidade de empatia colocar-

    se no lugar do outro para ento tomar uma atitude. Isto facilita muito o relacionamentointerpessoal, pois em uma discusso sobre vcios, por exemplo, sabendo que seu colega detrabalho tem problemas com alcoolismo, voc evitar uma desamizade. Assim, voc deverprocurar entender as atitudes dos outros, colocando-se em seu lugar.

    A empatia facilitada pelo conhecimento que adquirimos sobre as pessoas, pela

    constncia com que nos relacionamentos com ela, a facilitar a descoberta dos motivos de seusaborrecimentos, de suas alegrias ou tristezas, de sua desmotivao.

    Enfim, a empatia nos d muitas possibilidades de estender as mos aos que se inter-relacionam conosco, permitindo-lhes compartilhar e confiar seus problemas, suas alegrias,vitrias e derrotas, ouv-los - de sorte que tenhamos a oportunidade de auxiliar no bem estar,no desenvolvimento no aperfeioamento das pessoas.

    Resulta da empatia um melhor conhecimento e compreenso das pessoas de nossarotina, sejam as da famlia, sejam as do Trabalho, ou mesmo das do relacionamento social.

    Os desenvolvimentos de certas posturas so decisivos para a instalao de um inter-relacionamento emptico:

    procure sorrir sempre: isto gera um ambiente de confiana e cordialidade; a serenidadeque se manifesta desarma at o mais exaltado;

    considere sempre em primeiro lugar e mais importante o assunto das outras pessoas e

    s depois os seus, depois de escutar, a pessoa que aproximou de Voc: certamente,ter capacidade de entender sua situao e estado de nimo, e estar disposta a teajudar;

    nunca faa um juzo precipitado sobre as pessoas, porque gera predisposio interior;nunca pense "j chegou este chato", ou "outra vez o mesmo" ou "ele no me deixa empaz", ou "ele sempre interrompendo"; tenha pacincia e predisponha-se a ouvir aquem se aproxima com necessidade de falar;

    no mostre pressa, aborrecimento ou cansao, nem d respostas cortantes, nemmostre desinteresse ou disperso: seja respeitoso e atento, mostrando que sabe ouvir;

    caso no tenha tempo, ou seja inoportuno, diga com clareza, porm de forma corts edelicada, por isso tambm ser respeitoso e no magoar;

    no se esquea de animar com palavras, um gesto amigo, um tapinha no ombro,principalmente para quem est fragilizado, carente de apoio.

    A empatia no trabalho a grande alavanca de convivncia harmnica e, mais, de umelevado nvel de produo, que trar a todos prazer de comparecer e cumprir sua tarefa diria.

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    Empat ia no relacionamento interpessoal"... Um Encontro de dois: olhos nos olhos, face . a face".E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os oIhos e coloc-los-ei no lugar dos meus; E

    arrancarei meus olhos para coloc-los no lugar dos teus; Ento ver-te-ei com os teus olhos E tu

    ver-me-s com os meus".Extrado do poema Divisa Traduzido de: "Einladung zu einer Begegnung Por J.L.Moreno, pg.3, publicadoem Viena, 1914

    Destacamos esta estrofe potica porque sentimos que ela define e amplia o significadodo termo empatia, que justamente uma sensibilidade intuitiva para enxergar o outro, da formacomo o outro se sente. E se a recproca ocorrer, podendo o outro tambm nos ver como nossentimos, ento ter ocorrido um verdadeiro Encontro.

    O termo "empatia" prprio da Psicologia Cientfica Desde o incio deste sculo, ternseu significado pertinente a relacionamento humano. Pode-se considerar a empatia comoelemento essencial de todas as relaes interpessoais sadias

    De acordo com a definio no novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, "Empatia a tendncia para sentir o que sentiria se caso estivesse na situao e circunstnciasexperimentadas por outra pessoa".

    Esse fundamento da empatia uma aptido emocional indispensvel para manterelevada a qualidade de nossos relacionamentos pessoais ou profissionais. Nenhuma relaode: pais e filhos, professor e aluno, casamento, amizade, gerenciamento, parceria comercial,atendimento ao cliente e outras, pode se desenvolver em benefcio do bem estar das partesenvolvidas se no estiverem calados na Empatia.

    Autoconhecimento, Controle Emocional e motivao so precursores da Empatia. Na

    medida em que tomamos conscincia sobre nossas prprias reaes, e que desenvolvemos

    habilidades em lidar com as mesmas, ampliamos, concomitantemente, a capacidade de entrar

    em contato com o sentimento dos outros.

    Lid ando com a emoo d o o utr oTendo desenvolvido autoconscincia, controle emocional, automotivao e empatia,estamos aptos para conhecer e impulsionar os sentimentos de outra pessoa, e ter sucesso nosrelacionamentos.

    As emoes so contagiosas. Quando duas pessoas interagem, a transferncia deestado de esprito de uma para outra quase sempre perceptvel. Enviamos sinais emocionaisem todo encontro, e esses sinais afetam aqueles com quem estamos. No raramente, somosenvolvidos por permutas de estados emocionais, alegres, tristes, medrosos ou raivosos. Emgeral, as pessoas que expressam com maior fora seus sentimentos so as que maisprovocam transferncia. Todos ns j fomos afetados ou afetamos pessoas com nossosestados emocionais. Se nos sentimos um pouco melanclicos e encontramos algum muitoalegre e otimista, mais provvel que a alegria nos contamine. Por outro lado, se estamos comas emoes equilibradas e temos contato com algum muito deprimido, ficamos contagiados

    com a tristeza. A recproca verdadeira quando nosso estado emocional est fortementedefinido, conduzimos sua influncia ao outro.O diferencial de Inteligncia Emocional estar apto "controlar" esse intercmbio

    emocional.Pessoas carismticas e lderes espontneos sabem conduzir muito bem esse processo

    de influenciar pessoas para agirem e sentirem o que eles induzem.Freqentemente em vivncias com grupos, aparecem aquelas pessoas "iluminadas",

    que se destacam pela habilidade de entender o outro e influenciar um clima de harmonia econtinncia grupai. Mesmo que haja pessoas negativas e belicosas, o "iluminado" conseguehabilmente neutralizar os efeitos da influncia negativa no grupo. Normalmente essas pessoasdo "feedbacks" assertivos, e suas crticas so construtivas, pois no atacam as pessoas e,sim, atitudes que so passveis de transformao.

    Com po nent es d e relao int erpess oal1. Organizar grupos: aptido essencial do lder, que envolve iniciar e coordenar osesforos de uma rede de pessoas.

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    2. Negociar solues: o talento de mediador evitando conflitos ou dando solues para os

    que explodem.3. Ligao pessoal: o talento da empatia e ligao. Isso facilita entrar num grupo e

    reconhecer e reagir adequadamente aos sentimentos e preocupaes das pessoas aarte do relacionamento.

    4. Anlise Social: poder de detectar e ter intuies dos sentimentos, motivos epreocupaes das pessoas.

    Tomadas juntas, essas aptides so a matria do verniz interpessoal, os ingredientesnecessrios para encontro, sucesso social e carisma. Os hbeis em Inteligncia Social solideres naturais, ligam-se facilmente s pessoas, so astutos na leitura de suas reaes esentimentos, conduzem, organizam e controlam as disputas que explodem em qualqueratividade humana."O homem no teceu a rede da vida; apenas uma dos fios dela. O que quer faa rede, fara si mesmo".Seattle, cacique norte-americano (1854)

    Fontes Bibliogrficas

    Barros, Clia Silva Guimares (1995). Pontos de Psicologia do desenvolvimento. Editoratica: So PauloDally, Peter & Harrington, Heather (1978). Psicologia e Psiquiatria na enfermagem. E.P.U.:So Paulo.Daniel, Liliana Felcher (1983). Atitudes interpessoais em enfermagem. E.P.U.: So Paulo.Davidoff, Linda L. (1983). Introduo Psicologia. McGraw-Hill: So PauloMarzoli, Maria Ceclia. Psicologia em Enfermagem.White, Dorothy T., Rubino, Edith & DeLorey, Philip E. Fundamentos de Enfermagem. E.P.U:So Paulo.Bock, A.M.B., Furtado, O. & Teixeira, M.L.T. (1999). Psicologias- Uma introduo ao estudode Psicologia. Editora Saraiva: So Paulo.