Apostila doutrina da igreja efl fev2015

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DOUTRINA DA IGREJA

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DOUTRINA DA IGREJA

Escola de Formação de LíderesEscola de Formação de Líderes

IGREJA PENTECOSTAL IGREJA PENTECOSTAL

RENOVAÇÃO DOS REMIDORENOVAÇÃO DOS REMIDOSS

ALUNO:

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INTRODUÇÃO

Vivemos em tempos em que a palavra “Igreja” tem sido bana-lizada e ridicularizada. Inúmeros maus exemplos tem manchado a imagem da cristandade de nossa época e feito que inúmeros cris-tãos tenham se desmotivado com a igreja. Outro fator negativo diz respeito aos movimentos dos desi-grejados e daqueles que tem dimi-nuído a importância da Igreja dentro do Reino de Deus.

A igreja manifesta as varia-das formas de Deus trabalhar, o seu intento operativo em todos os sentidos: "Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principa-dos e potestades nos céus" (Ef 3.10).

Por isso é importante nos voltarmos para o padrão bíblico de Igreja. É o que pretendemos neste estudo.

DEFINIÇÃO

Jesus assevera, em Mateus 16.18: "Edificarei a minha igreja". Esta é a primeira entre mais de cem referências no Novo Testa-mento que empregam a palavra grega primária para "igreja": ek-klêsia. Composta pela preposição ek (“fora de “) e klesis “chamado” (kaleô “chamar”), era usado entre os gregos para descre-ver um corpo de cidadãos “reunidos” com a finalidade de discutir os assuntos do estado.

No Novo Testamento a pa-lavra ekklêsia veio a significar uma assembleia de crentes, espe-cificamente seguidores de Jesus.

Atualmente, a palavra Igreja de-signa múltiplos significados:

ao prédio onde os crentes se reúnem (por exemplo: "Estamos indo à igreja").

Usado para indicar a comu-nhão denominacional ("Minha igreja ensina o ba-tismo por imersão");

um grupo religioso regional ou nacional ("a igreja da Inglaterra").

empregada frequentemente com referência a todos os crentes nascidos de novo, independentemente de suas diferenças geográficas e culturais ("a Igreja do Se-nhor Jesus Cristo").

Mas seja como for, o signi-ficado bíblico de "igreja" refere-se primariamente não às institui-

Mateus 16:6-18

TEXTO BÍBLICO

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A ORIGEM DA IGREJA

ções e culturas, mas sim às pesso-as reconciliadas com Deus medi-ante a obra salvifica de Cristo e que agora pertencem a Ele.

Em um sentido espiritual, a "Igreja" consiste naqueles que foram chamados para fora do

mundo, do pecado e da vida alie-nada de Deus, os quais, mediante a obra de Cristo na sua redenção, foram reunidos como uma comu-nidade de fé que compartilha das bênçãos e responsabilidades de servir ao Senhor. (HORTON, 1999)

O ministério público de Je-sus inicia com a convocação dos Doze discípulos, dando início ao processo de preparação destes que viriam a ser os que dariam continuidade ao seu ministério. Aqui podemos identificar o perí-odo anterior à instituição da Igre-ja ou o período de preparação. Não vemos nenhuma referência dos escritores dos Evangelhos a ekklêsia que seja anterior ao mo-mento narrado em Mateus 16:16-18 e 18:17, o que indica que, em-bora Jesus tivesse pessoalmente convocado os doze, não fundou a Igreja propriamente dita durante a Sua vida na terra.

A igreja não poderia existir antes da morte, ressurreição e ascensão de Jesus, uma vez que existe uma forte ligação desta Igreja com a obra da remissão empreendida por Cristo na Cruz (At 20:22), e que os dons minis-teriais foram outorgados somente após estes eventos (Ef. 4:8-11).

Assim, a Igreja para se es-tabelecer depende integralmente da obra concluída por Ele na Ter-ra (sua morte, ressurreição e as-censão) e da vinda do Espírito Santo (ICo 12:13), fato prometi-do pelo próprio Jesus (Jo 14:15-18; 16:7) que foi cumprida no dia de Pentecostes (At. 2:1-3).

Somente após este grande dia, em que o Espírito Santo é derramado sobre os crentes que estavam reunidos, é que a Igreja começa a propagar o Evangelho, conforme fora predito por Jesus (At 1:8). A partir daquele dia, a Igreja continuou sua obra medi-ante o poder e orientação do Es-pírito Santo (At 2:47; 5:14).

A fundação e o estabelecimento da Igreja foi um processo gradual e progressivo. O período anterior ao Pentecostes mostra-nos uma Igreja embrionária, em gestação, ainda não pronta para o desempe-nho de suas funções.

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Assim, podemos entender que a origem da Igreja, enquanto instituição está vinculada a desci-da do Espírito Santo no dia de Pentecostes. O processo desenca-deado com o revestimento espiri-tual produzido naquele dia, a

conversão em massa promovida pela pregação de Pedro, a consti-tuição de uma comunidade em torno da unidade do ensino dos apóstolos e da comunhão, nos mostra as origens da Igreja Primi-tiva.

A IMAGEM BÍBLICA PARA A IGREJA

É comum vermos na Bíblia símbolos e imagens que retratem a Igreja, isso ocorre afim de que nossa compreensão sobre o reino de Deus seja mais facilmente compreendida, aproximando algo espiritual que não temos conheci-mento de algo material que ve-mos e entendemos. Vejas:

Corpo de Cristo: essa ima-gem compara a igreja a um corpo que teria Cristo como a cabeça. Essa imagem reflete a realidade da necessidade de ligação da Igreja a Cristo, que é Senhor de todo o corpo e que este corpo pertence a Ele. Demonstra ainda a completa dependência que a Igreja tem para viver e crescer, e que a Igreja é o instrumento de Cristo no mundo.

A Noiva de Cristo: Cristo é o noivo, personificando o amor de Deus exposto no sacrifício de Jesus na cruz afim de que ela fosse salva.

Edifício de Deus: Os cristão passam a representar o edifí-cio de Jesus, em que ele é a pedra principal (I Co 3:11).Isso demonstra a posi-ção principal de Jesus como o fundamento e a Igreja como uma construção espiritual.

Família de Deus: Nascemos de novo em Cristo e passamos a integrar a a família de Deus como filhos adotivos (Jo 1:12; Rm 8:15; Gl 4:5). A igreja passa a ser a casa ou a família de Deus. Por isso so-mos desafiados a confiar em nosso Pai.

Parte do Reino de Deus: “A

igreja tornou-se o povo do

Reino de Deus por estar desti-

nada a herdar o reino em sua

consumação escatológica e

por já ter experimentado esse

Reino.” (FERRERIRA, 2011)

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AS DIMENSÕES DA IGREJA

Como já vimos, o termo original empregado para Igreja seria (gr.) ekklesia, no Novo Tes-tamento essa expressão indica uma congregação local (Rm 16:5; ICo 16:19; Cl 4:15; Fm 2) ou ainda a comunidade dos redi-midos, ou seja, a igreja invisível e universal (ICo 12:28; 15:9; Gl 1:13; Ef 5:15-30).

1. Universal: É o conjunto de todos os salvos em Cristo. É cita-da no Novo Testamento no sin-gular - “igreja” - nos textos de At 20.28; 1 Co 12.28; Ef 1.22; 5.27; 1 Tm 3.15; Hb 12.23. No plano eterno de Deus, a Igreja universal foi arquitetada por Ele antes da fundação do mundo (Ef 1.4,9,10), e, tem um caráter geral porque inclui todos os cristãos remidos por Cristo, dentre todos os povos.

Características da Igreja Uni-versal:

É una: diferente de “uma” (numeral), diz respeito a unidade no corpo de Cristo, formada pelos que são al-cançados pela graça de Deus.

É santa: não se trata de um grupo de santos impecáveis reunidos, mas de um grupo que busca a diferença e no-vidade de vida. A condição de santos não se dá por mé-

rito próprio, mas por graça de Deus que lhe é conferi-da. Em razão disso, o Novo Testamento sempre se refe-re a igreja como formada por santos (Rm1:17; ICo 1:2; 2Co 1:1; Ef 1:1; Fp 1:1; Cl 1:2)

É apostólica: está edifica-da sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, ou seja, é apostólica por seguir a doutrina dos apóstolos (At 2:42). Falar em suces-são apostólica só seria legí-timo se esta denotasse a continuidade da base de fé pregada pelos apóstolos (2Tm 2:2)

É invisível: organismo vi-vo, invisível que cresce di-ariamente;

É crescente: “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que iam sendo salvos” At 2:47

Indestrutível: “...e as por-tas do inferno não prevale-cerão contra ela.” Mt 6:18

É etnicamente neutra;

Cristo é a Cabeça.

2. Local: A palavra igreja, em sentido literal, abrange o conceito de “congregar” e “reunir”, pois se trata da reunião dos fiéis em um local específico. A Bíblia em-prega o plural “igrejas”, a fim de

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referir-se às igrejas locais (At 9.31; 16.5; Rm 16.4; 16.19; 2 Co 8.1; Gl 1.2). No entanto, quando o termo está no singular, cita-se a região na qual a igreja local encontra-se (At 14.23; Rm 16.1; 1 Co 1.2; 4.17; 1 Ts 1.1).

A perspectiva local da igreja for-talece o fato de que o trato e re-lacionamento de Deus com ela não é só universal, mas local, congregacional e direto.

A importância da Igreja Lo-cal:

Em relação a Deus, o obje-tivo central é a glória de Deus (ICo 10:31).

Em relação a Igreja Uni-versal, é ser uma manifes-tação visível , uma expres-são do caráter interior do corpo de Cristo, da unida-de e do amor (Ef 3:6).

Em relação aos outros crentes, o objetivo é edifi-car o corpo de Cristo (Ef 4:11-13), esta é a missão interna da Igreja Local.

Em relação aos incrédulos, o objetivo é a evangeliza-ção (Mt28:18-20; At 1:8). Evangelizar os povos é a missão externa da Igreja Lo-cal.

EVANGELIZAÇÃO: A MISSÃO EXTERNA

DA IGREJA

Evangelização: é o esforço con-

junto e contínuo da igreja para

anunciar o evangelho de Cristo

aos pecadores. Essa ação se fun-

damenta principalmente no im-

perativo de Jesus registrado em

Mateus 28:19,20 com quatro de-

terminações:

a. Ir: no sentido de mover-se

ao encontro das pessoas a

fim de anunciar a mensa-

gem salvífica.

b. Fazer discípulos: com o

sentido de estar junto das

pessoas e torná-las segui-

dores de Jesus. O acompa-

nhamento.

c. Batizar: Ato público do

novo discípulo que confir-

ma o que Jesus é o Salva-

dor e Senhor.

d. Ensinar as doutrinas da

Bíblia, conduzindo ao

aperfeiçoamento e a prepa-

ração do discípulo à jorna-

da na vida cristã.

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O FUNDAMENTO DA IGREJA

Fundamento é a base principal de uma edificação. Poderia as-sim a Igreja de Cristo estar fun-damentada em um homem (Pedro) como querem alguns? A ideia de Pedro como o funda-mento da Igreja é um dogma ca-tólico que faz parte de suas re-gras de fé, a ponto de ser tido como maldito aqueles que o questionam:

“Se, portanto, alguém negar ser de direito divino e por ins-tituição do próprio Cristo que S. Pedro tem perpétuos suces-sores no primado da Igreja universal; ou que o Romano Pontífice é o sucessor de S. Pedro no mesmo primado – seja excomunga-do.” (Concílio Vaticano I, 2015)

Não encaramos a institui-ção papal como de origem divi-na, mas fruto de um longo e complexo processo histórico. Não há registro nas escrituras da ordenança e Cristo desse oficio a Igreja. O texto que usualmente serve para fundamentar essa ideia são as palavras de Jesus: : "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja" (Mt 16.18), mas esta está longe de ser a instituição de Pedro como o chefe supremo da Igreja (primado de Pedro) e que esta

autoridade seria transmitida aos seus sucessores (sucessão apos-tólica). As primeiras gerações de cristãos não tinham essa ideai de Pedro como chefe supremo, isso se mostra no fato de não se ver no Novo Testamento qualquer noção de que tenha ocupado essa função formal na Igreja Primiti-va.

O capítulo 15 de Atos, nar-

ra o chamado Concílio de Jeru-

salém, e o próprio Pedro não rei-

vindica essa posição em suas

duas epístolas. Antes, ele se

apresenta como apóstolo de Je-

sus Cristo e como um presbítero

entre outros (1 Pe 1.1; 5.1).

Outra controvérsia está na

presença de Pedro em Roma.

Não há indícios precisos que

confirmem a presença de Pedro

em Roma muito menos que este

tenha instituído a comunidade

cristã na região. Além disso, é

um fato bem estabelecido que

não houve episcopado monár-

quico no primeiro século, no âm-

bito do cristianismo. As igrejas

eram governadas por colegiados

de bispos ou presbíteros (ver

Atos 20.17 e 28; Tito 1.5 e 7).

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A questão do texto de Mateus

16:18

"Pois também eu te digo que tu

és Pedro, e sobre esta pedra edifi-

carei a minha igreja, e as portas

do inferno não prevalecerão con-

tra ela"

"KAGÔ DE SOI LEGÔ OTI SU

EI PETROS KAI EPI TAUTÊ

TÊ PETRA OIKODOMÊSÔ

MOU TÊN EKKLÊSIAN KAI

PULAI ADOU OU KATISKHU-

SOUSIN AUTÊS"

"Petros, nome próprio do

gênero masculino, que significa

um pedaço da rocha, e Petra,

substantivo comum do gênero

feminino que expressa a rocha

sobre a qual edificaria (Jesus) a

sua igreja". (STRONG, 2006)

Jesus é e sempre será o firme

fundamento da Igreja, Ele é a ro-

cha que fundamenta nossa exis-

tência e nossa vida (Is 28:16; At

4:11; ICo 10:4; Ef 2:20; IPe 2:4)

AS ORDENANÇAS

Ordenanças (ou sacramen-tos) são os termos utilizados pelo cristianismo para se referir aos atos litúrgicos deixados por Jesus para a prática da Igreja. Esses apresentam algumas característi-cas básicas (HODGE, 2007):

1. São ordenanças instituídas por Cristo;

2. São significativos (simbólicos) na própria natureza;

3. Foram designados para se-rem perpétuos;

4. Foram designados para sig-nificar e instruir, confirmar e fortalecer, comunicar ou

aplicar aos que pela fé os receberam.

A participação nas orde-nanças/sacramentos é uma ben-ção para os crentes, embora não tenham poder justificatório em si, mas são exercícios de fé ao passo que confirmam nossa fé de forma pública e incitam o louvor a Deus.

Importante perceber que o rito em si não traz salvação ou mudança de vida ou mesmo os que a ministram tenham qualquer supremacia espiritual sobre aqueles que participam. A eficá-cia destes não estão ligados aos seus elementos ou ao ritual em

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si, mas da fé e a receptividade do participante.

Para a tradição protestante, são duas as ordenanças/sacramentos: o batismo e a ceia.

O batismo

A palavra batismo no origi-nal grego é baptizo e tem o senti-do de "imergir, afundar, mergu-lhar".

Diz respeito ao rito que celebra a entrada da pessoa no corpo de Cristo, uma manifesta-ção publica de arrependimento, de desejo de mudança de vida. Aponta para a purificação dos pecados pela fé na obra sacrifici-al e expiatória de Jesus (At 22:16).

A base para o batismo está na Grande comissão:

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Por-tanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consuma-ção dos séculos. Amém. (Mt 28:18-20)

O próprio Cristo deixou ordenado que todas as nações

fossem batizadas “em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo” (Mt 28:19-20) ele próprio passou pelo batismo servindo de exemplo.

O batismo trata-se assim de um símbolo exterior de uma rea-lidade interior. Assim, o batismo acontece posterior ao arrependi-mento e a conversão, sendo co-mo elemento básico a fé e a ca-pacidade acional de entender is-so.

A Ceia do Senhor

A ceia representa a "Nova Aliança" estabelecida por Cristo com a sua Igreja, conforme atesta Paulo em 1Coríntios 11.25 (Almeida Atualizada): "Este cáli-ce é a nova aliança no meu san-gue, fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim".

Os elementos da ceia são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Jesus respec-tivamente, tendo em mente a ce-lebração da morte de Jesus.

A Ceia é ato de memória que nos leva ao passado (sacrifício de Jesus) e ao futuro (anunciando a volta de Cristo).

A presença de Jesus é de forma espiritual, não física como alguns entendem (transubstanciação), e os elemen-tos da Ceia são símbolos.

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Algumas pontuações sobre a Ceia do Senhor:

Os Nomes da Comunhão

Ceia do Senhor (1 Co 11.20).

Mesa do Senhor (10.21).

Comunhão (10.16).

Eucaristia (“Ação de Gra-ças”, 11.24).

Os Elementos da Comunhão

Pão (“Isto é o meu corpo”, 11.24).

Cálice (vinho: “Este cálice é o [...] meu sangue”, 11.25).

Cálice de bênção (10.16).

Cálice do Senhor (10.21).

Os Participantes da Comunhão

Crentes (“Meus irmãos”, 11.33).

Aqueles que se examinam(11.27,28).

O Local da Comunhão

“Quando vos ajuntais num lugar” (11.20).

“Quando vos ajuntais na igre-ja” (11.18).

A Frequência da Comunhão

Na igreja primitiva: diaria-mente (At 2.46).

Na igreja posterior: semanal-mente (At 20.7).

Em qualquer igreja: “Todas as vezes” que o fizerdes

(1 Co 11.26).

O Significado: Ela é um...,

Serviço memorial ( “Fazei isto em memória de mim”, 11.24).

Serviço (ou culto) de comunhão ( “Não é [...] a comunhão do corpo [e do sangue] de Cris-to?” [10.16]; “É a participa-ção espiritual no sangue de Cristo que ali é simboliza-do”)

Serviço do pacto (“Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue”, 11.25; cf. Mt 26.28).

Serviço comunitário (“Quando vos ajuntais na igreja”, 11.18; “Esperai uns pelos outros”, 11.33).

Serviço de ação de graças (“Tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo”, 11.24).

Serviço de proclamação (“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor”, 11.26).

Serviço de antecipação (“Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha”, 11.26).

ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

A organização administra-tiva da igreja. A Igreja é tanto um organismo espiri-

tual quanto uma organiza-ção que necessita do traba-lho de pessoas nos vários

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órgãos funcionais da igreja local. Organização funcio-nal da igreja refere-se à ad-ministração dos recursos materiais e humanos de que ela dispõe, para que não haja interrupções no seu crescimento quantitativo e qualitativo.

A organização ministerial da igreja. Esta forma de organização diz respeito ao governo da igreja local atra-vés de homens vocaciona-dos e capacitados por Deus para o exercício do santo ministério eclesiástico. Ao longo da trajetória da igreja, temos várias formas de go-verno eclesiástico: local, distrital, regional e nacio-nal. Por meio do Novo Tes-tamento, verificamos que a autoridade administrativa e espiritual da igreja local é

competência do pastor. To-dos os demais cargos e fun-ções submetem-se à autori-dade pastoral.

A organização espiritual da igreja. Essa organização refere-se, essencialmente, à sua liturgia. Trata-se da mi-nistração do culto, da ado-ração coletiva, das ordenan-ças deixadas por Jesus, co-mo a Ceia do Senhor e o batismo em águas (Mt 28.19,20; Lc 22.16-20). Mesmo que não haja uma forma prescrita e específica de liturgia dos cultos, deve-mos primar em manter os princípios ensinados por Jesus, no sentido de promo-ver a comunhão com Deus e com os irmãos.

SOBRE O CULTO CRISTÃO

Conforme o modelo do

Novo Testamento, o culto públi-

co é constituído por:

ofertas de louvor (salmos,

hinos e cânticos espiritu-

ais) (Ef 5:18-20; Cl 3:16,

17) e de orações e súpli-

cas;

A exposição da Palavra de

Deus (uma herança recebi-

da da tradição judaica das

sinagogas), nos primeiros

cultos cristãos a Escritura

era lida em público (Cl

4:16; ITs 5:27; ITm 4:13)

e explicada (At 2:42; 6:2)

e o ofertório (ICo 16:1;-4;

IICo 8-9).

Se pretendemos oferecer um

verdadeiro culto cristão, esses

elementos não podem faltar.

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DIFERÊNÇAS DO CULTO JUDAICO PARA O

CRISTÃO

No Antigo Testamento – culto marcado pela centralidade.

Centralidade racional nos judeus;

Centralizado geografica-mente em Israel, Jerusalém, o Templo e o Santo dos Santos;

Centralizado temporalmen-te no sábado em certas fes-tas religiosas;

Centralizada em uma hie-rarquia religiosa mediado-ra, sem o sacerdote não era permitido oferecer sacrifí-cios.

No Novo Testamento – a adora-ção e o serviço passam a ser des-centralizado.

Torna-se universal para todos os povos.

O culto ao Senhor não se

restringe mais a Israel, Je-

rusalém

e ao Templo. Na maioria das vezes a Igreja não tinha prédios para suas reuniões;

Há a liberdade quanto ao dia do culto. A fé cristã se tornou algo a se praticar no dia a dia.

Cada cristão se torna sacer-dote de sí, com acesso dire-to a Deus, por intermédio de Jesus (I Pe 2:5). A pre-sença do presbítero e diá-cono é importante, mas sem função mediadora co-mo no A.T.

OS SERVIÇOS NA IGREJA

No que se refere ao servi-ço cristão, há dois tipos de ofici-ais no Novo Testamento:

Presbítero (ou ancião, bispo ou pastor): A palavra é usada no Novo Testamento para identificar alguns dos líderes entre os judeus. No livro de Atos e nas epístolas, os ho-mens que pastoreavam e su-pervisionavam as igrejas lo-

cais foram frequentemente chamados de presbíteros (Atos 11.30; 14.23; 16.4; 20.17; 21.18; 1ª Timóteo 5.17,19; Tito 1.5; Tiago 5.14; 1ª Pedro 5.1; 2ª João 1; 3ª João 1). Necessariamente eram os cristãos mais madu-ros da congregação. Usavam seu conhecimento e experiên-cia para servir como modelos e ensinar o povo de Deus.

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Diácono: a palavra no grego διάκονος, (diákonos) é “ministro”, “servo”, “ajudante” e denota uma ca-tegoria de obreiro assisten-cial, cerimonial, preservador, orientador, servidor etc.

Algumas considerações sobre os ofícios:

Na igreja ninguém tem liber-dade para se autonomear presbítero ou diácono. Todos que queiram servir nessas funções devem ser chamados por Deus para esses ofícios e identificados dentro da igre-ja.

Estes oficiais devem ter um bom testemunho de vida mo-ral, social, espiritual e matri-monial, conforme ITm 3.

Esses ofícios apresentam-se de igual modo necessários e valiosos a igreja, não haven-do superioridade de funções, nem tampouco diferencia-ção.

SOBRE APÓSTOLOS:

Um requisito básico para ser apóstolo no Novo Testa-mento é ser testemunha da res-sureição de Cristo (At 1:21-2). Todos os apóstolos viram Cris-to ressurreto, inclusive Paulo (ICo 15:5-8). Nã tiveram sonho, revelação ou visão, mas de fato viram do corpo da ressurreição de Cristo. Estes foram prepara-dos e capacitados para operar sinais miraculosos e dotados de inspiração infalível para escre-ver a Bíblia. Por esses motivos são chamados de “fundamentos da Igreja”, assim como os pro-fetas do Antigo Testamento (Ef 2:20)

Os modernos autointitula-dos apóstolos se veem na mes-ma categoria dos Doze e de Paulo. Estes não deixaram su-cessores e tão pouco à tradição da Igreja tenha perpetuado esse título.

A IGREJA E O ESTADO

É necessário compreen-demos algumas coisas ao falar-mos de Igreja e Estado:

Primeiro a distinção entre a Igreja e o Estado, lembrando que toda autoridade procede de Deus. As tarefas do Estado e da Igreja são diferentes e não podem se confundir.

Segundo, rejeita-se a idéia que todo poder venha da ab-soluta soberania do Estado ou do povo. Para a fé cristã, o poder está em Deus e em Cristo, que é Senhor de todo o poder e autoridade e tudo acontece segundo sua permis-são (Ef 1:21,22).

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“Portanto Deus é a fonte final da lei e de toda autoridade. Logo, prestar fidelidade ou lealdade absoluta ao Estado é idolatria, pois é Deus quem estabelece o certo por meio de sua lei, portanto deve-se compartilhar a lei de Deus por meio da mudança das es-truturas sociais. (FERREIRA, 2011)

Terceiro Deus delega poder tanto ao governo quanto às pessoas. Assim, os cristãos devem opor-se a todo sistema político totalitário, pois é mais importante obedecer a Deus que aos homens (At 5:29) A fé cristã honra as au-

toridades, porém negue ao Estado o direito de intervir em matéria de culto, doutrina e ética. É nosso dever resistir, pelos meios corretos e legíti-mos, a quem exerce o poder político contra a vontade de Deus.

Quarto, a corrupção advém primariamente do coração corrompido do homem, e so-mente a conversão real e sin-cera a Deus e uma atitude de arrependimento poderia mu-dar essa situação. Assim nos cabe orar por nossos gover-nantes afim de que Deus haja sobre suas vidas.

Todos os que pertencem à igreja constituem um só povo, que se distingue por sua unida-de. Porém, no Novo Testamen-to, unidade não pode ser confun-dida com uniformidade, uma vez que se verifica uma varie-dade de ministérios e opiniões sobre assuntos secundários, po-rém havia unidade nas convic-

ções teológicas básicas.

A unidade da igreja baseia-se no compromisso consciente com as verdades reveladas na fé apostólica. No entanto divergên-cias secundárias são normais no meio do povo, porém não devem servir de pretexto para divisões ou separações.

A UNIDADE DA IGREJA

A PRÁTICA DE CONGREGAR

É comum vermos pessoas atualmente que se declarem cris-tãos evangélicos, mas que não são membros de qualquer con-gregação nem mantém ligação

com qualquer rebanho. Não é o caso de desviar-se da fé, querem abandonar apenas a igreja e man-ter a fé. Querem ser cristãos, mas sem a igreja.

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“Fico com a impressão que eles querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem, acredita-rem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclu-sões ou convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de tudo na vida sem receio de penalizações e corre-ções.” (Lopes, 2010)

A Igreja institucionaliza-da de hoje é a continuidade do processo iniciado por Jesus em seu ministério terreno e do traba-lho desenvolvido pelos apósto-los. Negar essa Igreja é negar o processo histórico vivido por nossos irmãos primitivos e da luta e sacrifício vivido pelos mesmos para que chegasse até os dias de hoje e do cuidado de Deus para a manutenção de seu

povo e de seu propósito divino e eterno.

Embora possam existir problemas na Igreja instituciona-lizada, é preciso olhar além dos limites da visão humana e enxer-gar a sobrenatural atuação de Deus, que tem interesse pela continuidade desta Igreja e pela união e edificação de seus mem-bros de forma coletiva.

É nesse contexto de vida comunitária, em que há interes-ses mútuos, prática de oração e companheirismo, que Deus tem interesse que a vida cristã se de-senvolva (Gl 6:2; Its 5:14). As-sim não é nem um pouco pru-dente tentar ser um cristão soli-tário, uma vez que isso contraria o propósito de Deus para sua Igreja.

SER EVANGÉLICO E A IGREJA MODERNA

Ser evangélico indicava, até pouco tempo, aqueles que consideravam a Bíblia como Pa-lavra de Deus infalível, eram conservadores no culto e nos padrões morais, cultivavam uma visão missionária. Atualmente no Brasil, o termo evangélico não abrange mais esses itens, mas serve para descrever todos aqueles que, dentro do cristia-nismo, que não são católicos romanos.

A perda do sentido da pa-lavra “evangélicos” com seu sentido histórico, que estava li-gado as reformas protestantes e ao posicionamento de protesto, tendo o referencial bíblico como moderador de comportamento, tem levado muitas pessoas a procurarem as igrejas para se sentirem bem, para buscar solu-ções imediatas para seus proble-mas, sem se deter as questões mais profundas ligadas a sua existência e a eternidade, saindo

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IGREJA PENTECOSTAL RENOVAÇÃO DOS REMIDOS - ESCOLA DE FORMAÇÃO DE LÍDERES

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de uma comunidade para outra sem qualquer compromisso ou engajamento com a vida cristã.

Esse quadro tem proporci-onado alguns problemas:

O enfraquecimento a adesão aos pontos fundamentais a fé cristã.

Houve um gradativo abando-no da fé cristã histórica e tra-dicional. Não basta dizer que a Bíblia é a verdade, é preciso que esta seja interpretada de forma correta, sem dar mar-gens a heresias.

Houve uma deformação da teologia praticada Nos púlpi-tos, com a depreciação da doutrina em favor do pragma-tismo e o antropocentrismo no culto, na igreja e na mis-são.

A omissão e o descaso de boa parte das igreja com esse ce-nário.

A corrida de muitos evangéli-cos e líderes em busca de re-conhecimento dos homens e de suas instituições “esquecendo que o opróbrio da cruz é mais aceitável dian-te de Deus que o louvor hu-mano.” (Lopes, 2008)

Sintomas de uma Igreja com problemas:

A presença marcante do libe-ralismo teológico no meio da Igreja. O liberalismo teológi-co põe em dúvida a veracida-de da Palavra de Deus e os princípios centrais da fé cristã e a rejeição de definições doutrinárias e práticas claras.

A libertinagem. A ética dos libertinos é baseada na ideia de que o amor e a graça de Deus nos permite vivermos do jeito que quisermos, e isso se vê de forma bem clara no meio das igrejas pela falta de valores morais claros, ausên-cia de uma separação entre Igreja e mundo, apropriação dos modelos de vida, conduta e cultura mundanos por mem-bros da igreja.

Crescimento da presença dos elementos neopentecostais: de teologia da prosperidade, autoridade a novas interpreta-ções e revelações, modelos centrados na autoridade de líderes (autointitulados bispos e apóstolos).

A resposta a esses problemas seria o retorno às doutrinas cen-trais da fé cristã revelados nas Escrituras, abandonar o “inclusivíssimo” que permite a entrada de inúmeras ideias dife-rentes, manter o diálogo sem se deixar influenciar.

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DOUTRINA DA IGREJA

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CONCLUSÃO

Pudemos ver no exposto na aula de hoje a origem divina da Igreja e de seus ritos, assim não podemos pensar nela apenas como uma instituição terrena, mas observar o seu aspecto divino e sua di-mensão eterna. Iniciamos aqui, e nossa caminhada que despontará na eterna missão de glorificar ao Criador. Que possamos valorizar nossa permanência na congregação e nossa comunhão com nossos irmãos e com Cristo, formando assim o Corpo Místico de Cristo.

QUESTÕES

1. O que é Igreja e quem pode participar dela?

2. Qual a origem da Igreja?

3. Quais as duas dimensões da Igreja?

4. Quais as duas ordenanças bíblicas para a Igreja?

5. Quais os elementos do culto cristão?

6. Qual a importância de congregar?

REFERÊNCIAS

CONCÍLIO Vaticano I. Montfort Associação Cultural, 2015. Disponivel em: <http://www.montfort.org.br/old/documentos/vaticano1.html#s4cap1>. Acesso em: 18 Janeiro 2015.

FERRERIRA, F. Teologia cristã: uma introdução à sistematização das dou-trinas. São Paulo: Vida Nova, 2011.

GEISLER,. Teologia Sistemática. 1ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

HODGE, C. Teologia Sistemática. In: CALDAS, C. Fundamentos da teolo-gia da Igreja. São Paulo: Mundo Cristão, 2007. Cap. 2, p. 26.

HORTON, S. M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 5ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

MATOS, S. D. O Papado: Sua Origem, Evolução Histórica e Significado Atual. Portal Mackenzie. Disponivel em: <http://www.mackenzie.br/6933.98.html>. Acesso em: 18 Janeiro 2015.

STRONG, J. Concordância Strong Exaustiva – Concordância Exaustiva da Bíblia. In: BARBOSA, G. Doutrina da Igreja. Rio de Janeiro: Saber e Fé, 2006.