Apostila Escatologias e Apocalipses

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0 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO NORTE DO BRASIL COORDENADORIA DE TEOLOGIA CURSO DE FORMAÇÃO EM TEOLOGIA ESCATOLOGIAS E APOCALIPSES Prof. Marcos A M Bittencourt

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO NORTE DO BRASIL

COORDENADORIA DE TEOLOGIA

CURSO DE FORMAÇÃO EM TEOLOGIA

ESCATOLOGIAS E APOCALIPSES

Prof. Marcos A M Bittencourt

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ESCATOLOGIAS E APOCALIPSES

I. CONCEITO

Escatologia (do grego antigo εσχατος, "último", mais o sufixo - logia) é uma parte da teologia

que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final do gênero humano, comumente

denominado como fim do mundo.

II. PERÍODOS HISTÓRICOS DA ESCATOLOGIA CRISTÃ

2.1 – O PERÍODO APOSTÓLICO – As igrejas do período apostólico aguardavam a segunda

vinda de Jesus e a consumação dos séculos para um prazo referente àquela época. Paulo, em suas

epístolas, esperava a volta de Cristo possivelmente ainda em vida, pois ele escreve “...nós os que

ficarmos vivos para a vinda do Senhor” (I Tess.4:15) e “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos

arrebatados juntamente com eles nas nuvens” (I Tess.4:17). Mas, as perturbações causadas pela

expectativa da volta imediata de Cristo, que se estava estendendo além do prazo previsto por muitos (II

Pd.3:4) levaram Paulo a escrever uma segunda carta ao Tessalonicenses: “...nem vos perturbeis, quer

por espírito, quer por palavras, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor

estivesse já perto” (II Tess.2:2). Não obstante, os cristãos da era apostólica, esperavam o retorno de

Cristo em breve (Hb.10:37; Tg.5:8).

2.2 – O PERÍODO PÓS-APOSTÓLICO – As perseguições movidas contra os cristãos no

período pós-apostólico foram interpretadas como sinais da vinda iminente de Cristo pelos líderes das

igrejas de então. Por exemplo, Hipólito (martirizado em 235 dC) em seu comentário sobre Daniel, fala

sobre alguns bispos da igreja da Síria que partiram para o deserto levando consigo suas comunidades

para esperar a volta de Cristo. Eusébio, primeiro historiador da igreja (270-340 dC) acreditava que o

surgimento do Anticristo estava iminente, pois a tão violenta perseguição a que se referia só poderia

ser um presságio da proximidade do fim do mundo.

2.3 – O PERÍODO PÓS-NICENO – Perto do importante Concílio de Nicéia (325 d.C), algo

aconteceu que mudou radicalmente a visão escatológica cristã. A oficialização do cristianismo em 313

dC pelo Imperador Constantino mudou a situação de um cristianismo perseguido para um cristianismo

privilegiado. Eusébio mudou sua posição, considerando que essa nova situação era a realização do

Reino de Deus na terra, adiando o retorno de Cristo para uma época mais remota. Os cristãos

consideravam esse novo momento o cumprimento de Isaías 35 e Salmos 47. No final do quarto século

Ticônio ensinava que o milênio, que simbolizava um longo período de tempo, porém indeterminado,

começara com a primeira vinda de Jesus e terminaria com o seu glorioso retorno, que seria seguido

pelo juízo final. Afirmava ele que a primeira ressurreição mencionada em Ap.20:5,6, refere-se à

conversão.

Agostinho (354-430 dC) defendeu, ampliou e popularizou a interpretação de Ticônio. Ele

ensina que não haverá um milênio de paz e justiça na terra antes do fim do mundo. Ele era um

amilenista. Os amilenistas crêem que haverá um crescimento contínuo de bem e mal no mundo que

culminará na Segunda Vinda de Cristo quando os mortos serão ressuscitados e se processará o último

julgamento. Os amilenistas crêem que o Reino de Deus está presente agora no mundo, enquanto o

Cristo vitorioso governa seu povo através de sua Palavra e Espírito. Este conceito de amilenismo

recebeu o nome de Agostinho. Inicialmente Agostinho era pré-milenista, mas abandonou esta

posição "em vista do extremismo e carnalidade imoderada daqueles que sustentaram o pré-milenismo

em sua época." Agostinho foi também influenciado pelo método de interpretação alegórica de

Orígenes.

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2.4 – O PERÍODO DA REFORMA PROTESTANTE – A Reforma protestante do Sec.XVI,

segundo Grattan Guiness (apud Schaly, 1992) nasceu de uma dupla descoberta: a redescoberta de

Cristo e a descoberta do Anticristo. E para os reformadores, o Anticristo era o Papa. Desta forma, o

entendimento era que a redenção da igreja com a volta de Cristo estava próxima.

Lutero acreditava que o Anticristo estava manifesto no sistema papal e que o Diabo estava

solto, como fora manifesto na Guerra dos Camponeses. Cria, por isso, que Cristo estava às portas.

No Sec.XVII, entre 1618 e 1648, essa convicção se reforçou nos seguidores de Lutero por

causa da Guerra dos Trinta Anos, a qual reduziu a população da Alemanha e da Áustria à metade, se

não tiver sido a um terço (NEWMAN, Henry. A Manual of Church History, Vol.II, p.410).

Segundo o sistema amilenista de Agostinho, defendido pelos reformadores, o acorrentamento

de Satanás e o início do milênio ocorreram durante o ministério de Jesus, tendo-lhe sido dada “toda a

autoridade no céu e na terra” (Mt.28:18) e que a perseguição papal, irrompida com a Reforma, eram o

cumprimento da profecia da soltura de Satanás, “por um pouco de tempo” antes do grande dia do

juízo.

Existem relatos (Schaly, op.cit, p.30-34) de líderes religiosos tais como Stoeffler e Miguel

Stiefel, que fizeram cálculos para o retorno de Jesus em 3 de julho de 1525, levando consigo muitos

seguidores,os quais deixaram suas posses e bens para esperar o grande dia.

Em meados do Século XVII o “pouco tempo” da soltura de Satanás estava se prolongando

demais. Para não abalar essa convicção Jose Mede (1586-1638), professor de grego da Universidade

de Cambridge (Inglaterra), elaborou em sistema escatológico progressivo, também chamado de pré-

milenismo histórico, um dos temas de nosso próximo estudo.

III - PRINCIPAIS ESCOLAS DE ESCATOLOGIA CRISTÃ

3.1 – A ESCATOLOGIA HISTÓRICO-PROGRESSISTA OU O PRÉ-MILENISMO

HISTÓRICO – José Mede (1586-1638) incomodado com o prolongamento do “pouco tempo” da

“soltura de Satanás”, elaborou um sistema com base nas interpretações do monge Joaquim Fiore

(1130-1203). A idéia era aplicar cálculos à profecia das setenta semanas de Daniel (Dn.9:24) e de

Apocalipse 11:3, fazendo os 1.260 dias significarem 1.260 anos. José Mede fez uma leitura dos fatos

que mudaram a história, entendendo-os como cumprimento das profecias. Exs: A queda de

Constantinopla, A Reforma, a Contra-Reforma (Concílio de Trento), Guerra dos Huguenotes na

França, O Massacre de S.Bartolomeu, entre outros. Os selos do Apocalipse (Ap.6) foram considerados

como se referindo à queda gradativa do império romano ocidental e as taças (Ap.15 e 16) foram

consideradas como representando o declínio e a queda do poder papal em 1870, com a revolução

francesa e a perda de estados papais para a unificação da Itália. Para Mede essa seria a data da última

profecia, implicando da primeira ressurreição, o arrebatamento da igreja e a segunda vinda de Cristo

com o estabelecimento do reino milenar, seguindo-se depois a segunda ressurreição, o juízo final e o

novo céu e a nova terra.

A idéia dominante até a época (agostiniana) é que os cristãos já estavam vivendo o milênio.

José Mede colocou o milênio para um tempo futuro e histórico. Suas idéias ganharam muitos adeptos.

Nos Estados Unidos os cálculos de Fiore e de Mede foram refeitos por William Miller, um fazendeiro

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e pregador batista, e apontaram o fim do mundo para 22 de outubro de 1844. Esse dia ficou conhecido

como o Dia do Grande Desapontamento, pois gerou uma grande expectativa nos cristãos e uma grande

frustração. Para atenuar o grande problema pastores de diversas denominações reinterpretaram a

previsão. Eles se convenceram que a profecia bíblica previa não o retorno de Jesus à Terra em 1844,

mas que Ele começaria naquela data um ministério especial no céu (juízo investigativo). Era uma

contradição à palavra de Jesus que disse: "Porém, daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos

dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai."(Mt 24.36).

Do pequeno grupo que se recusou a desistir depois do "grande desapontamento" surgiram

vários líderes que construíram a base do que viria a ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia e deu origem

à interpretação da profecia já citada. Destacam-se dentre estes líderes um jovem casal - Tiago e Ellen

White - e um capitão de navio aposentado, José Bates. Além dos adventistas também as Testemunhas

de Jeová procederam desse movimento.

3.2 – O PRÉ-MILENISMO DISPENSACIONALISTA OU FUTURISMO

3.2.1 – Definições Convém primeiro explicar os termos que designam essa corrente

escatológica:

Pré-milenismo, porque como o pré-milenismo histórico-progressista, também aguarda a

segunda vinda de Cristo para estabelecer o milênio antes da consumação dos séculos.

Dispensacionalista, porque o milênio é a última dispensação das sete em que este sistema

divide a história bíblica da humanidade. São como segue:

Dispensação O que Deus pede/quer O que o homem fez/faz para o fracasso O Resultado

1ª Da Inocência Que não se comesse do fruto da árvore do

conhecimento do bem e do mal: Gn 2:16-17 Comeu: Gn 3:6

Dor e Maldição: Gn 3:16-18

Morte: Gn 3:19

2ª Da Consciência Sacrifícios das primícias, obediência: Gn 4:4 Corrompeu-se: Gn 6:12 O dilúvio: Gn 6:7

3ª Do Governo

Humano

Povoar abundantemente a terra e se multiplicar: Gn

8:17 Desobedeceu: Gn 11:4

Confusão de línguas: Gn 11:7-

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4ª Patriarcal Provar a capacidade do homem manter-se fiel,

pertencendo a uma nação separada: Gn 12:1-3

Não confiou na promessa: Gn 16:2-3

Mentiu: Gn 20:9 Enganou: Gn 37:18-22

Escravidão no Egito: Êx 1:13-

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5ª Da Lei

Guardar a Lei: Êx 19:8 Ser povo sacerdotal: Êx 19:6

Aguardar o Messias: Is 5:19

Desobedeceu a Lei, serviu a outros

deuses, desprezou o Messias...

Vários períodos de cativeiro,

terminando pela destruição do

templo e pela dispersão mundial. Dt 28:63-66

6ª Da Graça Que recebam a Cristo como Senhor e Salvador, pela fé: Jo 1:12 / Jo 3:16-18 / Ef 2:8-9

Rejeita a Cristo: Jo 1:11/ Jo 5:40 / II Tm 3:1-5

A Grande Tribulação: Mt 24:21 / Ap 6:17

7ª Do Governo

Divino Adorar e obedecer a Cristo: Zc 14:16-17 Rebelião Final: Ap 20:7-9

O Julgamento do Grande

Trono Branco / Inferno: Ap

20:11-15

Futurismo, porque tudo depois de capítulo 9:26 de Daniel e do capítulo 4 em diante de

Apocalipse deverá ocorrer no futuro, e quase tudo dentro de sete anos, depois do arrebatamento da

igreja.

3.2.2 Linhas mestras As linhas mestras do pré-milenismo dispensacionalista são:

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a) Jesus, em sua primeira vinda, não veio para estabelecer a Igreja, mas, sim, para estabelecer um

reino temporal, político, judaico, davídico, que deveria estender seu domínio sobre todo o

mundo (Bíblia de Scofield, Mt.3:2, nota de rodapé).

b) Os ensinos de Jesus, contidos em sua maior parte nos Evangelhos sinópticos, não são para a

Igreja, mas, sim, regras de conduta que deveriam prevalecer no reino que ele estava

antecipando estabelecer então (Idem).

c) João Batista anunciava este reino temporal, e Jesus, durante quase todo o seu ministério, esteve

iludido quando ao resultado de sua missão, que visava o estabelecimento de um reino temporal

tipicamente judaico.

d) Tendo Jesus fracassado em seu propósito de restabelecer o reino temporal como o Messias

davídico, por ter sido rejeitado pelos judeus ( “Veio para o que era Seu, mas os Seus não O

receberam”, João 1:11)., foi ele levado a adiar este seu plano original para sua segunda vinda.

Foi interrompida temporariamente a então Dispensação da Lei (substituída pela da Graça), mas

será restaurada sob o reino pessoal de Cristo. A Dispensação da Graça, para eles, é também o

período da Igreja.

e) A Igreja, que não fora prevista no Antigo Testamento (segundo eles), foi então introduzida

como um parêntese, para ocupar o período entre a primeira e segunda vindas de Jesus, porém

será removida pelo arrebatamento, para que Cristo possa restabelecer sua relação com os

judeus e estabelecer um império mundial judaico por mil anos.

3.2.3 – Principais defensores Os principais defensores dessa corrente são: A Bíblia de Scofield

(em suas notas de rodapé), Hal Lindsey (“Os anos 80: contagem regressiva para o juízo final”),

Assembléia de Deus, alguns grupos batistas fundamentalistas (Regulares), o Instituto Bíblico Palavra

da Vida, a Chamada da Meia Noite.

3.3 – O PÓS-MILENISMO

3.3.1 – Origem Aproximadamente em 1700, na Inglaterra, por Daniel Whitby (1638-1725), teólogo

anti-calvinista e com tendências arianas.

3.3.2 – Linhas mestras As linhas mestras do pós-milenismo são:

a) O Pós-milenismo defende uma interpretação preterista das profecias apocalíptcas, e crê que o

sermão profético de Jesus, narrado em Mateus 24, cumpriu-se ainda naquela geração (“Não passará

esta geração...”), com a queda de Jerusalém pelas mãos dos romanos. Todos os sinais relatados por

Jesus são interpretados como: “Mas todas essas coisas são o princípio das dores” (Mt.24:8).

b) O “Princípio das dores” representa a perseguição que se abateu sobre a Igreja, relatada no livro de

Atos dos Apóstolos. Até mesmo a apostasia relatada em Mt.24 teria sido cumprida no primeiro século.

c) “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações

(etnias). Então virá o fim”(Mt.24:14). O termo “mundo” aqui é interpretado como “o mundo de

então”. Essa profecia teria sido cumprida no dia de Pentecostes quando representantes de várias partes

do mundo estavam em Jerusalém e ouviram o Evangelho. O termo “Fim” ao significaria “conclusão”,

mas “finalidade”.

d) “Pois assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a

VINDA do Filho do homem. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres” (Mt.24:27-28). De

acordo com os pós-milenistas isso aconteceu com a destruição de Jerusalém em 70 dC. Tito, filho do

Imperador de Roma, tipificava Jesus, Filho do Deus Vivo. Era em suas mãos que estava a espada de

Deus para executar juízo sobre os seus inimigos. Tito atacou Jerusalém de forma repentina. Ninguém

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esperava um ataque tão súbito. Foi semelhante a um relâmpago que sai do oriente e se mostra do

ocidente.

e) O pós-milenismo acredita na segunda vinda de Jesus. Mas essa segunda vinda não será para o

estabelecimento de seu reino. Isso Ele já fez em Sua primeira vinda. Agora Ele virá para julgar os

vivos e os mortos. Ao discursar em Cesaréia, na casa de Cornélio, Pedro testificou: “Ele nos mandou

pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos

mortos” (At.10:42). Paulo endossa: “Mas Deus, não levando em conta o tempo da ignorância, manda

agora que todos os homens em todos os lugares se arrependam. Pois determinou UM DIA que com

justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou. Ele disso deu certeza a todos,

ressuscitando-o dentre os mortos”(At.17:30-31).

f) Não existe distinção entre o dia do Arrebatamento e o do Juízo. Na verdade, trata-se de um mesmo

evento que vai acontecer no último dia da história humana. Depois daí, a criação entrará no Estado

Eterno. A doutrina do Arrebatamento, como é concebida pelos pré-milenistas não possui respaldo

bíblico. O que se chama de Vinda Secreta de Jesus também não encontra respaldo bíblico. Quando se

diz que Ele viria como um ladrão, refere-se ao fator surpresa que envolve a Sua Vinda. Quando Ele

vier para julgar os vivos e os mortos, todos os olhos O verão. Nesse caso, não haverá uma vinda

secreta, e outra pública.

g) Para essa corrente Jesus não deixou dúvida de que tanto a ressurreição dos justos, quanto a dos

ímpios ocorrerão simultaneamente (Jô.5:28-29)

h) Com a queda do templo em 70 d.C. , e a invasão e destruição de Jerusalém pelo exército romano

comandado por Tito, a Antiga Aliança teve seu fim para sempre, com os seus cultos e sacrifícios.

Embora a Nova Aliança tenha sido inaugurada na Cruz, ela só foi plenamente instaurada com a queda

do primeiro tabernáculo. Para eles o que a Bíblia chama de “Plenitude dos Tempos” é o período que

vai do nascimento de Jesus até a destruição de Jerusalém (Gl.4:4; Ef.1:10).

i) O propósito de Deus não foi destruir todas as coisas. Quando Ele anuncia o fim, Ele está falando

sobre o fim da ordem danificada, ou o fim da desordem causada pelo pecado. A palavra chave não é

destruição, e sim, reconciliação. À medida que as coisas criadas convergem em Cristo, elas são

reconciliadas com Deus, e restauradas à sua condição original.

j) O Pós-milenismo espera que a grande maioria da população mundial se converterá a Cristo antes de

Seu retorno glorioso. Compete à igreja cristã divulgar seus ensinamentos, discipulando as nações,

ensinando seus povos a aplicar os princípios do Reino de Deus em cada área da vida humana.

3.3.3 - Principais defensores Algumas igrejas neo-pentecostais tais como a REINA-Igreja do

Futuro (Bispo Hermes Fernandes).

3.4 – O AMILENISMO

3.4.1 – SIGNIFICADO - O termo tem como prefixo "a" o que significa "não" ou "sem". Portanto,

Amilenismo significa sem milênio. A idéia de “mil anos” é interpretada sob a ótica do simbolismo

judaico apocalíptico, ou seja, “mil” é um período de tempo indeterminado. Como o próprio nome

sugere essa corrente crê no milênio como mil anos, não literais, mas espirituais. Cristo já o

estabeleceu.

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3.4.2 - Linhas mestras

a) O Amilenismo entende que o milênio descrito em Apocalipse 20:1-10 já está em atividade no

mundo, pois começou com a primeira vinda de Jesus e terminará na segunda vinda com a instauração

do novo céu e da nova terra. Durante este tempo os crentes reinam com Cristo no céu e sobre a terra.

b) Entende, assim, a primeira ressurreição de modo espiritual: se a segunda morte é a separação de

Deus no lago de fogo, a primeira ressurreição é a união com Cristo até a ressurreição dos justos, para o

juízo final. Logo, espiritualmente, os mortos em Cristo já estariam participando do milênio no Paraíso,

encontrado no Terceiro Céu, onde Deus habita. Durante esse período, Satanás estaria preso der modo

não total, ficando inerte, mas teria seu poder limitado com a morte e ressurreição de Cristo, de modo

que não pode impedir o crescimento do Evangelho.

c) A morte, ressurreição e ascensão de Cristo tiveram um grande significado não somente para a Igreja,

mas para Satanás também (veja João 16:11 e Apocalipse 12:7-9). Em nossa presente passagem a visão

é que Satanás, que deriva todo seu poder de Deus (Jó 1), tem o poder limitado durante a presente era;

este é o significado do aprisionamento dele por mil anos, verso 2. Satanás, que deseja trazer toda força

possível contra a Igreja de Cristo para destruí-la completamente, é impedido de realizar o seu

propósito. Oh, ele ainda está ativo numa extensão considerável: ele anda em derredor bramando como

leão; todavia, ele não é capaz de fazer tudo que tem em mente para fazer. Ele está preso (restrito) desde

o tempo da ascensão de Cristo até antes de Seu retorno glorioso. Então, por um pouco de tempo, ele

será solto para realizar o seu desejo: enganar Gogue e Magogue, aquelas nações que durante esta era

vivem nos arredores da civilização e da história (versos 7-8); aquelas vastas multidões juntas, sob a

direção do diabo, se dirigirão contra todas as nações Cristãs nas quais a Igreja é encontrada, mas Deus

as destruirá todas com fogo, assim como Ele destruiu os inimigos de Israel com fogo (Ezequiel 38).

d) O livro de Apocalipse é altamente simbólico e figurativo e não deve ser imaginado que os seus

capítulos estão numa cronologia exata. Portanto, ele não deve ser interpretado literalmente em muitas

passagens, nem nos apresentado com vinte e dois capítulos de eventos que acontecem numa ordem

consecutiva. Repetidamente o apóstolo João recapitula e nos dá outra visão do mesmo período de

tempo (Apocalipse 6:12-16; 16:15-19; 14:17-20 por exemplo). Dessa forma, seja o que for que os

primeiros dez versos de Apocalipse 20 possam significar, não deve ser compreendido que tudo isto

será no futuro. Antes, o apóstolo vê um longo período da historia de outro ponto de vista, aquele das

nações de Gogue e Magogue. E visto que esta é uma visão, e o anjo, a cadeira, e o prender são todos

figurativos, podemos seguramente assumir que os mil anos são também figurativos. A freqüência dos

números neste livro visionário mostra que eles devem ser compreendidos como simbólicos!

e) De acordo com essa posição, a presente era da igreja continuará até o tempo da volta de Cristo.

Quando Cristo voltar, haverá ressurreição tanto de crentes como de incrédulos. Os crentes terão o

corpo ressuscitado e unido novamente com o espírito e entrarão no pleno gozo do céu para sempre. Os

incrédulos serão ressuscitados para enfrentar o julgamento final e a condenação eterna. Os crentes

também comparecerão diante do tribunal de Cristo (II Co.5:10), mas esse julgamento irá apenas

determinar os graus de recompensa no céu, pois só os incrédulos serão condenados eternamente. Por

essem tempo também começarão o novo céu e a nova terra. Imediatamente, após o juízo final, o estado

eterno terá início e permanecerá para sempre. Esse esquema é bem simples porque nele todos os

eventos dos tempos do fim ocorrem de uma só vez, imediatamente após a volta de Cristo. Alguns

amilenistas dizem que Cristo pode voltar a qualquer momento dizem que Cristo pode voltar a qualquer

momento, enquanto outros (como Berkhof), alegam que alguns sinais ainda não se cumpriram.

3.4.3 - Principais defensores Presbiterianos (Augustus Nicodemos Lopes), batistas,(Ray Summers,

livro “Digno é o cordeiro”, Harald Schaly, livro “ O pré-milenismo dispensacionalista à luz do

amilenismo”) alguns grupos pentecostais.

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IV - O QUE É UM APOCALIPSE?

A palavra “apocalipse” é oriunda do grego e significa literalmente “descortinar”, “tirar o véu”,

“revelar”. Antes de falarmos sobre o livro Apocalipse de João, convém falarmos de “apocalipses”,

dentre os quais o livro de Daniel, partes de Zacarias e o Apocalipse de João, são exemplos. Trata-se de

um jeito de se escrever de maneira velada e cifrada para os fieís que viviam em momento de opressão

e perseguição. Foi muito comum no período interbíblico e nos 100 primeiros anos da era Cristã.

Podemos dizer que o “Apocalipse de João” é um “apocalipse”, bem como dizer que o livro de Daniel é

um “apocalipse”. Mas, o que torna um livro em “apocalipse”? Quais são as características de um

apocalipse? Vejamos as mais importantes.

1. Instala-se num ambiente histórico de perseguição e opressão ao povo de Deus. como a sob

Antíoco Epifânio IV em 167 a C (fazendo surgir o livro de Daniel). Antíoco foi um rei sírio de

educação grega, cuja dinastia foi herdeira da divisão geopolítica que sucedeu à morte de

Alexandre Magno, desde o quarto século antes de Cristo. Queria impor o modelo de sabedoria

e religião gregas sobre os judeus, acarretando a profanação do templo em julho de 167 a.C.,

com o sacrifício de uma porca no altar sagrado e a implantação de uma estátua de Zeus, além

da matança de mais de 40.000 judeus, de acordo com Flávio Josefo.

2. Tem por objetivo encorajar, sustentar a fé dos perseguidos. Os amigos de Daniel sabem que

Deus pode livrá-los da fornalha, mas mesmo que isto não aconteça, eles não deixam a fé

(Dn.3:18). O Apocalipse é testemunho (Ap. 1:2), pode gerar exílio aos perseguidos (Ap.1:9) ou

até mesmo martírio (Ap.6:9; 20:4). Nos apocalipses há um constante chamado à fidelidade,

ainda que isso custe a morte do fiel (Ap.2:3; 2:10; 2:24-26; 3:10; os fiéis são os que “guardam

as palavras deste livro”(Ap.22:6,7,9,10,18,19) . Outros textos: Dn.10:19;

3. A linguagem é cifrada, simbólica, uma espécie de panfletagem às ocultas por causa da

perseguição. Contém alegorias e símbolos: números, imagens cósmicas, imagens exageradas.

Nada têm em relação com o esoterismo, mas eram realidades mais ou menos entendidas pelos

seus destinatários, povo de Deus perseguido pelas autoridades humanas. Os apocalipses tinham

linguagem direcionada ao entendimento dos justos (perseguidos), mas não dos ímpios

(perseguidores).

4. Há utilização de muitos números com sentido qualitativo.

5. As revelações geralmente são obtidas por visões e arrebatamentos temporários. Imagens são

igualmente recursos importantes.

6. Tensão - Percebe-se um estado de tensão entre os reinos do mundo (poderes políticos e

militares) e o reino de Deus, ou seja, entre os ímpios e os justos (Dn.6:26; 12:2).

7. Apesar dos poderes imperiais, o reino de Deus triunfará.

8. Uma teologia da História: O fim da história e o senhorio de Deus.

9. A sabedoria de Deus é maior que a sabedoria dos homens.

10. O apocalipse é cheio de expressões de adoração.

11. Angelologia O conceito de Anjos se torna mais arraigado no judaísmo posterior na medida

em que se desenvolve o monoteísmo absoluto diante da queda do politeísmo e do henoteismo.

Assim, os Anjos não são deuses, mas agentes portadores de revelação de Yehweh (8:15-16),

protetores e intercessores em favor dos homens (10:12-21).

12. A pregação do “Filho do Homem” no capítulo 7 parece designar mais uma coletividade do que

uma individualidade. Assim as quatro bestas representavam reinos e seus governantes pagãos.

O “Filho do Homem” pode ser considerado como um governante e sua coletividade, ou melhor,

o seu reino, formado a partir do Senhor (7: 18, 27).

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V - OS SÍMBOLOS NO APOCALIPSE

5.1 - NUMÉRICOS

Um Unidade indivisível, potência, força, normalmente associado à unicidade divina.

Dois Testemunho, companheirismo.

Três Associado a Deus em sua triunidade indivisível. Também está relacionado a tudo o que aponta

para a personalidade divina (fiel testemunha, primogênito dentre os mortos e príncipe dos reis da terra)

e obra divina (aquele que nos ama, nos liberta e nos faz reis e sacerdotes).

Quatro Perfeição celestial; o mundo inteiro (os quatro cantos da terra). Assim se fala dos quatro

pontos cardeais, as direções geográficas básicas, o universo inteiro:

Fala-se dos quatro anjos (7,1; 9,14-15), quatro ventos (7,1), quatro candelabros (6, 2-8), quatro chifres

do altar (9,13), da cidade quadrangular (21,16).

Seis Número da imperfeição. Se aparecer três vezes seguidas, 666, então é o imperfeito do

imperfeito do imperfeito, uma forma de superlativo (o número da besta o cúmulo da perversão, o

máximo da maldade, Ap.13:18;).

Sete Número que indica a perfeição, a totalidade: Assim o autor fala de sete anjos (8,2,6; 15,1.6;

16,1; 17,1; 21,9); sete cabeças do dragão (12,3; 13,1); sete candelabros (1,13; 1,20; 2,1); sete espíritos

diante de Deus (1,4;3,1; 4,5; 5,6); sete estrelas (1,16.20; 2,1; 3,1); sete pragas ( 8,1.7-12; 9,1-21); sete

lâmpadas (4,5); sete montes de Roma (17,9); sete olhos do cordeiro (5,6); sete reis de Roma (17,9);

sete taças de flagelos (15,7; 16,1; 17,1); de sete trombetas (8,2).

Dez Na maioria das vezes indica um tempo divino (ele e os seus múltiplos, 100 e 1000). A duração

da aflição causada pelo diabo em Esmirna durará dez dias (2,10). O que está em jogo aqui não é a

quantidade de dias (poucos), mas a intensidade dessa aflição.

Doze A igreja ideal do Senhor (Doze tribos e Doze apóstolos, Ap.7:4). Tanto o número doze quanto

seus múltiplos são significativos: 12.000 assinalados de cada tribo (7,4-8); 144.000 pessoas no séquito

do Cordeiro (14,1-4); 12 portas com 12 anjos protetores da Nova Jerusalém (Ap.21,12); 12 estrelas no

diadema da mulher (Ap.12,1); 12.000 estádios, a medida de cada lado da cidade quadrangular

(Ap.21,17); 144 côvados, a altura das muralhas de Jerusalém celeste (Ap.21,17); 24 anciãos diante do

trono de Deus (Ap.4, 4.10; 5,5.6.8.11; 7,11.13; 14,3);

Mil Incontável, infinito, um número que implica em um tempo divino (Ap.20:2).

Outros 42 meses (Ap.11:2.3): 1260 dias ou metade de 7 anos, indicação de limitação e

imperfeição;3 ½ dias (Ap.11,9): o tempo da ressurreição de Jesus mais o tempo da ressurreição dos

mortos;

5.2 - CORES

Branco Vitória(Ap.6,2); Pode também representar vitória sobre o pecado, que mancha as vestes

(Ap.3:4-5)

Vermelho Violência, sangue, morte, guerra (Ap.6,4);

Negro fome, catástrofe, calamidade. Angústia (Ap.6,5);

Amarelo/Esverdeado doença, peste, morte conseqüente e decomposição(Ap.6,8);

Escarlate devassidão(Ap.17,4).

5.3- SÍMBOLOS DE PESSOAS E INSTITUIÇÕES

A mulher grávida (12, 1-2): Israel/Jerusalém do AT, por extensão, o povo de Deus; o Cristo e os

cristãos perseguidos pelo Império Romano;

O Dragão ou a Serpente (12, 3.9): O poder do mal que opera no mundo;

A Besta que sobe do mar (Mediterrâneo) (13, 1; 17,8): O Império Romano;

Besta-fera com aparência de cordeiro e voz de dragão (13,11): são os falsos profetas que se

colocam a serviço do Império Romano para legitimá-lo perante o povo;

Pantera, urso, leão (13,2): símbolos das voracidades ou da exploração;

Cordeiro (14,1); Jesus, o Cordeiro Pascal, cujo sangue opera a libertação do povo;

Filho do Homem (14,14): imagem de Jesus, como juiz, tirada do livro de Daniel;

Alfa e Ômega (21,6): primeira e última letras do alfabeto grego. Deus como princípio e fim de todas

as coisas;

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Anjos (2,12.8.12.18; 3,1.7.14): mensageiros celestes ou coordenadores de igrejas locais.

Cavalos (6,2.4.5.8): símbolos da força e da guerra;

Duas testemunhas (11,3): Elias e Moisés, ou Pedro e Paulo, ou, simplesmente, todos os cristãos

martirizados;

A grande prostituta (17,1.5): Babilônia, símbolo da idolatria e do mal, cidade de Roma, o oposto da

Jerusalém celeste;

Gog e Magog (20,8): as nações pagãs opostas à Igreja; imagem tirada de Ez. 38, 39;

Jezabel (2,20): apelido pejorativo dado à sacerdotisa dos nicolaítas, uma seita mencionada em Apoc.

(2,15). Mulher de Acab, responsável pela morte de Nobot;

A esposa do cordeiro (20,2): a Igreja ou a Jerusalém celeste;

O vivente (1,18): Jesus Cristo, princípio e fonte de vida.

5.4 –SIMBOLISMO DE OBJETOS/PARTES DO CORPO/SIMBOLOS VIVOS

Cabelos brancos (1,14):eternidade (também sabedoria e paz);

Pés (1,15): estabilidade, firmeza;

Mão direita (1,16): poder;

Olhos (1,14): onisciência; conhecimento pleno.

Ombro (Dn.10:5) - poder

Cauda (9,10.19; 12,4): símbolo de força.

Candelabro de ouro ( 1,13; 2,1): igreja local;

Túnica longa ( 1,13): sacerdócio;

Cinto de ouro (1,13): realeza;

Espada afiada de dois gumes (2,16): palavra de Deus que julga a Igreja e os perseguidores;

Pedra branca (2,17): sinal de garantia de entrada no Reino;

Coroa (4,5): sinal de vitória, prêmio, beleza;

Selo (6,1): segredo;

Chifre (13,1): poder, força;

Balança (6,5): medição, julgamento;

Absinto (8, 10.11): nome de uma estrela que causa amargura nas águas e fontes;

Céu aberto (4,11; 11,19; 15,5; 19,11): habitação de Deus normalmente fechada e cheia de mistérios

que agora se abre e desvenda seus segredos;

Cítara (5,8;14,2;15,2; 18,22): instrumento principal da música celeste;

Colheita (14, 14-20; 19,5): imagem do julgamento;

Enxofre (9,17-18;14,10;19,20;20,10;21,8): tipo de fogo destruidor alimentado por esse mineral.

Sodoma e Gomorra foram destruídas por uma chuva de enxofre (Gn 19,24);

Fogo (1,14;2,14;4,5;8,5.7.8.10; 10,1; 11,5; 13,13; 14,10.18; 15,2; 16,8; 17,16; 18,8; 19,12; 20,9; 21,8):

elemento do castigo (JUÍZO) e do equilíbrio;

Idolatria ( 9,20; 13,14; 14,9.11; 16,2; 19,20; 20,4): culto prestado à Besta;

Lugar da ira de Deus (14,19.20; 19,15): o campo da batalha escatológica; “ira” significa “justiça” de

Deus.

Mar de vidro (4,6; 15,2): pavimento do templo celeste;

Nuvem (1,7; 10,1; 11,12; 14,14): o âmbito celeste, divino;

Relâmpago (juntamente com trovões e vozes retumbantes) (4,5; 8,5; 11,9; 16,18): sinal que

acompanha a vinda de Cristo;

Saraiva (juntamente com chuva de pedras, gelo, granizo) (8,7; 11,19; 16,21): sinal de castigo divino;

Trombetas (8,2): sinal de acontecimentos solenes e importantes;

Vinho da ira de Deus (14,10; 16,19; 19,15): castigo infligido por Deus; Deus obriga os seus

adversários a beber um vinho estragado ou envenenado;

Palmas (7,9): sinal de vitória;

Foice (14,17): sinal de juízo ou julgamento;

Bodas do Cordeiro (19,7.9): símbolo da Jerusalém celeste ou paraíso

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BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS

BITTENCOURT, Marcos A M. Material impresso para uso na Escola Bíblica Dominical da Igreja

Batista do Cordeiro. Recife, 2010.

MACHADO, Sidney R. O Fim: a construção do pensamento escatológico moderno. São Paulo: Abba

Press, 2009.

SCHALY, Harald. O pré-milenismo dispensacionalista à luz do amilenismo. Rio de Janeiro: Juerp,

1984.

_________. Breve história de escatologia cristã. 2ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1992.