Apostila Explosivos

192
Engenharia de Explosivos e Vibrações EXPLOSIVOS

Transcript of Apostila Explosivos

Page 1: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

EXPLOSIVOS

Page 2: Apostila Explosivos

EXPLOSIVOS

- Procedimentos Executivos de Manuseio, Transporte e Utilização de Explosivos e Acessórios de detonação. - Manual Básico de Utilização de Explosivos. - Manual de Utilização de Explosivos em Explorações a Céu Aberto. - Otimização de Desmonte de Rochas. - Anexos Importantes

Page 3: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

PROCEDIMENTOS EXECUTIVOS DE

MANUSEIO,TRANSPORTE E UTILIZAÇÃO DE EXPLOSIVOS

E ACESSÓRIOS DE DETONAÇÃO

Page 4: Apostila Explosivos

1

Engenharia de Explosivos e Vibrações

PROCEDIMENTOS EXECUTIVOS DE MANUSEIO, TRANSPORTE E UTILIZAÇÃO DE EXPLOSIVOS E ACESSÓRIOS DE DETONAÇÃO

PRIMEIRA PARTE

P R O C E D I M E N T O S G E R A I S

1 – OBJETIVO 2 – APLICAÇÃO 3 – RESPONSABILIDADES 4 – DESCRICAO DO PROCEDIMENTO 5 – MANUSEIO DE EXPLOSIVOS 6 – DEPÓSITOS 7 – PLANO DE DESMONTE 8 – REFERÊNCIAS

Page 5: Apostila Explosivos

2

Engenharia de Explosivos e Vibrações

1 – OBJETIVO Este procedimento vias estabelecer a sistemática de utilização, manuseio, armazenamento e tráfego de explosivos e acessórios de detonação nas escavações em rochas com materiais constantes da Relação de Produtos Controlados pelo SFPC - Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Ministério do Exército. 2 – APLICAÇÃO Este procedimento se aplica nos serviços de projeto e execução das escavações em rochas na obra da ............................................................ em ..................................................... 3 – RESPONSABILIDADES A supervisão da produção e a garantia da qualidade são responsabilidade da Contratante, sendo o controle da execução, manuseio e transporte de responsabilidade da Contratada. 4 – DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A fiscalização dos produtos controlados será feita pelo Eng. Responsável ..................... ..................................... e pelos órgãos externos competentes, visando a manutenção da segurança interna e a tranqüilidade pública, em obediência integral a todas as leis Federais, Municipais e Estaduais que não colidam com o preceito no inciso VII do art. 8 º da Constituição da República Federativa do Brasil e as normas do Decreto nº 24602.

A ........................... para aplicação e manuseio de material controlado (explosivos), usará o Certificado de Registro do Ministério do Exército nº ............... – SFPC – ........... RM, com validade para três anos para aquisição, consumo e armazenamento de produtos controlados pelo Ministério do Exército, de acordo com o capitulo VII do R – 105.

Page 6: Apostila Explosivos

3

Engenharia de Explosivos e Vibrações

4.1 – PESSOAL

Engenheiro – Responsável Técnico; Técnico em Mineração; Operadores de Perfuratriz; Ajudantes de Perfuração; Ajudantes de carregamento de fogo; Supervisor de Segurança (da Contratante); Motorista do Caminhão Paiol (Paiol Móvel).

4.2 – MATERIAIS

Explosivos encartuchados; Explosivos Granulados; Conjunto de Estopim / Espoletas (1,20 m – com tempo de dois minutos e trinta

segundos); Cordel Detonante NP10 e NP 05. Espoletas tipo Tubo de Choque – Linha silênciosa.

4.3 – EQUIPAMENTOS

Carreta de perfuração; Compressor Pneumatic 760 PCM; Caminhonete 4x4; Caminhão Paiol – Transporte de Explosivos e Acessórios (Paiol Móvel).

4.4 – TRANSPORTE DE EXPLOSIVOS Serão emitidas Guias de Tráfego e Notas de Transferências dos produtos e providenciadas suas autorizações no Ministério do Exército e secretaria de Segurança Pública (Policia Civil), de acordo com os capítulos XVII, XVIII e categoria de controle de explosivos, art. 165.

As embalagens são caixas de papelão corrugadas de acordo com o Anexo 34 R – 105, contendo no máximo em cada embalagem 25 Kg líquidos de explosivos. As embalagens terão obrigatoriamente sobre suas faces, em caracteres bem visíveis, o seguinte:

Nome do fabricante; Nome do produto; Peso líquido;

Page 7: Apostila Explosivos

4

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Validade do produto; Data de fabricação; Indicações de perigo conforme normas da ONU.

No transporte de produtos perigosos (Explosivos), serão obedecidas as regras de

segurança a fim de evitar tanto quanto possível acidentes, provocados por:

Deficiência nas embalagens; Excesso no volume transportado; Distribuição inadequada dos produtos no paiol móvel; Condições de carga e estacionamento não adequadas as normas que regem a

operação.

Exigências que devem ser obedecidas:

O material deve estar em bom estado e acondicionado em embalagens dimensionadas de acordo com os regulamentos do Ministério do Exército;

Instalar sinalização de perigo, tais como bandeirolas vermelhas, tabuletas de aviso, fixadas em lugares visíveis nas laterais, dianteira e traseira do veículo utilizado como paiol móvel;

Transportar e armazenar os explosivos e acessórios separados, utilizando para

isto a caixa para transporte liberada pelo Ministério do Exército – ITA 09/1996 – DFPC;

O paiol móvel deverá estar equipado com dispositivos de segurança instalados em locais de fácil acesso, manuseio simples, rápido e eficiente contra possíveis incêndios.

5 – MANUSEIO DE EXPLOSIVOS Quando manusearmos os explosivos adota-se os seguintes critérios:

Pessoal devidamente treinado e credenciado pelos órgãos que regulamentam o uso de produtos perigosos;

Será proibido fumar, acender isqueiro, fósforo ou qualquer tipo de chama ou centelha na área em que se manipule ou armazene explosivos e acessórios de detonação;

Page 8: Apostila Explosivos

5

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Manter no local das aplicações um supervisor com formação técnica devidamente treinado e habilitado para exercer as funções de coordenação dos trabalhos;

Não permitir que pessoas estranhas ao serviço permaneça no local de armazenamento, utilização ou tráfego de produtos perigosos, bem como, portem cigarros, cachimbo, charuto, isqueiro ou fósforo;

Proibir o manuseio de explosivos com ferramentas de metal que possam produzir faíscas ou energia estática;

Usar calçados e EPI apropriados para os serviços de desmontes em rochas com explosivos;

Controlar as temperaturas no interior do paiol móvel e manter os produtos estocados observando as normas para armazenamento do Ministério do Exército, conforme parâmetros mencionados a seguir:

40ºc para explosivos e acessórios de detonação Transportar os produtos em caminhão baú protegendo – os contra umidade e a

incidência dos raios solares; Não permitir no local de carga, descarga e manuseio que se utilize luzes não

protegidas, fósforos, isqueiros, dispositivos e ferramentas capazes de produzir chama ou centelha nos locais de manuseio de explosivos;

Não permitir que carregue e descarregue produtos produtos a noite salvo se utilizada iluminação com lanternas e luzes elétricas a distancias seguras;

Não transportar explosivos em veículos movidos a motor de combustão interno (Gasogênio, etc);

Realizar vistoria nos veículos e paióis móveis antes de executar o transporte de produtos, tais como:

Examinar os freios; Estado da carroceria e dos equipamentos de segurança

extintores, maleta de primeiros socorros, instruções da ONU para casos de acidentes, etc);

Estacionar o paiol móvel ou veículo de transporte somente

em locais destinados a cargas perigosas e tomar as devidas precauções tais como:

Manter o veículo devidamente freado, calçado e seu motor desligado;

Não transportar pessoas estranhas, ou seja, não fornecer carona;

Durante o período que o veículo estiver sendo abastecido manter o motor e sistema a elétrico desligados;

Page 9: Apostila Explosivos

6

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Fixar aviso nas laterais, traseira e na frente do paiol móvel e dos veículos de reabastecimento de explosivos com dizeres: “Cuidado Explosivos” instalar “Bandeirolas Vermelhas”;

Em casos de acidentes isolar a área para evitar que um a possível detonação acidental atinja maiores proporções;

Caso ocorra incêndio no paiol móvel ou veículo de reabastecimento será feito o isolamento da área evitando – se maiores riscos em residências e a população.

6 – DEPÓSITO

O depósito móvel será constituído de um caminhão.............................................. equipado

com baú metálico de construção simples, dotado de caixa para transporte de acessórios de detonação, portas laterais e na parte traseira, bem como, instaladas placas em locais visíveis informando os produtos armazenados ou transportados. O local para estacionamento, do paiol móvel deverá ser previamente escolhido de forma a se localizar em terreno firme, seco, a salvo de inundações e não sujeito a mudanças freqüentes de temperaturas ou fortes ventos.

Devem ser aproveitados os acidentes naturais, como elevações, dobras do terreno e

vegetação alta quando da utilização do paiol móvel no campo e quando estacionado no canteiro deve–se observar as distancias permitidas nas normas em vigência e a devida proteção por para–raios (Norma NR 10).

O paiol móvel dever manter–se afastado de centros povoados, rodovias, ferrovias,

habitações, oleodutos, linhas de distribuição de energia elétrica, água e gás. Será proibido fumar ou praticar ato suscetível de produzir fogo no paiol móvel de

explosivos, bem como é proibido guardar quaisquer materiais combustíveis ou inflamáveis em locais próximos ao veículo. A iluminação à noite deve ser feita com luz indireta, por meio de refletores suspensos em pontos convenientes, fora ou a distâncias seguras caso ocorra descarga elétrica.

Page 10: Apostila Explosivos

7

Engenharia de Explosivos e Vibrações

O veículo que funcionará como paiol móvel será equipado com aparelhos de segurança

contra possíveis incêndios, sendo os mesmos de manejo rápido e eficientes, dispondo de meios de combate a fogo, com água em quantidade e com pressão suficiente aos fins a que se destina.

Manter a área onde o paiol móvel estiver estacionado devidamente isolado e constar placas

de sinalização contando os dizeres: “PROIBIDO FUMAR” e “ CUIDADO EXPLOSIVOS”, que possam ser visualizadas por todos que tenham acesso.

O terreno em que o veículo a que será utilizado como paiol móvel será estacionado deverá

ser devidamente sinalizado e isolado adequadamente em todo o seu perímetro a fim de evitar que pessoas não autorizadas permaneçam na área de segurança possibilitando o regime de ordem interna, indispensável à segurança das instalações.

Com o objetivo de facilitar a fiscalização e a vigilância, a comunicação do Setor da obra e

do local onde o caminhão será estacionado no canteiro se fará através de radio o qual ficará com o vigilante do turno.

Manter estocadas somente as quantidades permitidas e estipuladas pelo Ministério do

Exército, como também observar as tabelas de distancias permissíveis elaboradas e liberadas pelo referido Órgão Governamental.

O paiol móvel deve ser acessível aos meios comuns de transporte e identificação, quanto a:

Indicação de área; Finalidade do mesmo; Quantidade e espécie de produtos armazenados.

A altura máxima de empilhamento será de 2,00 m, com distância mínima de 0,70 m do teto.

Os explosivos serão armazenados em separados dos acessórios, para isto o paiol móvel será dotado de caixa especial para transporte e armazenamento, conforme norma do Ministério do Exército.

Os lotes de produtos serão controlados para que não ocorra de nenhum produto tenha sua

data de validade vencida.

Page 11: Apostila Explosivos

8

Engenharia de Explosivos e Vibrações

7 – PLANO DE DESMONTE O plano de desmonte a ser utilizado será elaborado pelo engenheiro supervisor e Responsável Técnico da Contratada em conjunto com o engenheiro e o Segurança da Contratante, visando à eliminação de quaisquer riscos às construções vizinhas, bem como às áreas habitacionais próximas aos desmontes. Segue ao final deste trabalho um modelo dos planos de fogo de bancada e de pré-fissuramento.

No plano de desmonte serão utilizados os parâmetros constantes no formulário em anexo e segue as normas do manual de segurança no manuseio de produtos perigosos, devendo o referido plano de desmonte constar os seguintes dados:

Materiais utilizados: Explosivos Encartuchados e Granulado; Cordel Detonante; Conjunto Estopim / Espoleta; Espoletas Simples e de Retardo

Plano de desmonte: Malha de perfuração;

Afastamento – ......... m; Espaçamento – ........ m;

Consumo de Produtos por furo; Explosivo Encartuchado ........ x ........ – ......... Kg; Explosivo Granulado – ............. Kg; Cordel Detonante NP 10 e NP-05 – no furo e na superfície;

Metragem Perfurada – ....... m por furo em média; Amarração a ser utilizada será ........... furos com a utilização de

retardos de .......... ms, portanto, ........... kg por espera; Razão de carga por metro cúbico de rocha desmontada, que deverá

ser estipulada de acordo com as normas vigentes devendo ser tomada como padrão aquela estipulada pelo seviço de sismografia contratada para a obra.

Segurança:

Serão utilizados equipamentos de segurança individuais e coletivos devidamente aprovados pelo INMETRO e órgãos competentes;

Page 12: Apostila Explosivos

9

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Será utilizado pessoal devidamente credenciado nos órgãos do Governo Estadual e Federal e devidamente treinados;

O tipo e a quantidade de explosivos serão especificados obedecendo – se as recomendações do fabricante, sendo função da natureza e da quantidade do material a ser desmontado, observando – se a proximidade linhas, habitações, Dutos, etc;

Para contenção de ultralançamentos ocasionados por fragmentos de rochas provenientes do desmonte serão feito o controle do tamponamento e, após os carregamentos das perfurações, será feita a cobertura da rocha a ser desmontada com material argiloso, evitando assim todo e qualquer risco de acidente por ultra lançamento de rocha;

Será usado um tampão de argila ou brita de 2,0 m nos furos da primeira linha de fogo e de 1,50 m nos furos das demais linhas;

A Segurança da Contratante farão aviso aos habitantes das proximidades com antecedência de 24 horas prevista de cada explosão;

Aos proprietários, Órgãos Públicos, Concessionárias de Redes Elétricas, Telefônicas, Telégrafos, Adutoras, Rodovias, Ferrovias, etc; a comunicação será feita com antecedência de 08 horas.

8 – REFERËNCIAS

Instrução Técnica – Administrativa nº 09 / 96 - DFPC – Transportes rodoviário Conjunto de Acessórios e Explosivos;

Ofício nº 1025 – S / 2 – Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados – 1982; Regulamento de Fiscalização de Produtos Controlados (R – 105 ), aprovado pelo

Decreto nº 72998 de Março de 99; Manual de Segurança, Manuseio e Transporte de Explosivos Compel Explosivos

Ltda; Catálogos de Produtos da Orica do Brasil Ltda, Britanite Ltda e Formulários para

controle e monitoramento de produção Compel Explosivos Ltda. Formulários para controle e monitoramento VMA – Engenharia de Explosivos.

Page 13: Apostila Explosivos

10

Engenharia de Explosivos e Vibrações

PROCEDIMENTOS EXECUTIVOS DE MANUSEIO, TRANSPORTE E UTILIZAÇÃO DE EXPLOSIVOS E ACESSÓRIOS DE DETONAÇÃO

SEGUNDA PARTE

S E G U R A N Ç A E M A N U S E I O C O M E X P L O S I V O S

1 – PLANO DE FOGO 2 – CARREGAMENTO 3 – LIGAÇÃO – SISTEMA DE INICIAÇÃO 4 – ISOLAMENTOS DA ÁREA 5 – PROCEDIMENTOS EM CASO DE FALHA 6 – PLANO DE EMERGËNCIA 7 – TÉCNICAS DE PRÉ-FISSURAMENTO E DESMONTE ESCULTURAL 8 - ESCLARECIMENTOS GERAIS

Page 14: Apostila Explosivos

11

Engenharia de Explosivos e Vibrações

1 – PLANO DE FOGO

1.01 – Os requisitos de toda detonação são SEGURANÇA E DESEMPENHO. SEGURANÇA é a principal preocupação de um plano de fogo e nunca deve ser comprometida.

1.02 – Para atingir detonações seguras com qualidade, deve – se projetar zero incidente resultante de detonação prematura, falha ou ultralançamento.

1.03 – Um plano de fogo deve incorporar simplicidade. Um adicional de complexidade deve ser balanceado com o risco de um zero.

1.04 – O diâmetro da coluna de explosivo, a geologia, a sensibilidade da área ao redor da detonação e os requisitos de fragmentação e lançamento são fatores a serem considerados no projeto um plano de fogo.

1.05 – Um profundo conhecimento e entendimento dos requisitos de um fogo são essenciais para a segurança e o sucesso de um plano de fogo. Se o cabo de fogo não for experiente com o plano de fogo ou um tipo de explosivo, um assistente técnico ou o Responsável Técnico pela obra deverá ser consultado. Ex. detonação em rampa, mudança de sistema de iniciação, etc.

1.06 – O movimento dos fragmentos está diretamente relacionado com a razão de carregamento ou razão de carga. Quando maiores que o normal, a rocha tenderá a se movimentar muito mais do que o esperado. Quando se projeta detonações com alta razão de carregamento, deve ser reconhecidos o risco de ultralançamento e todas as ações de controle. 1.07 – Para evitar ultralançamento, utilizar tampões mínimos iguais ou maiores que o afastamento, ou pelo menos 24 vezes o diâmetro do furo (em polegadas).

Exemplo: diâmetro do furo = 3” Afastamento Mínimo = 1,50 m

Tampões menores que os aqui indicados aumentarão o risco de ultralançamento na crista. O conhecimento, experiência e familiaridade com a região permitirão redução desta recomendação.

Page 15: Apostila Explosivos

12

Engenharia de Explosivos e Vibrações

SISTEMAS DE INICIAÇÃO

1.09 – Os sistemas de iniciação devem sempre ser compatíveis com o explosivo utilizado. 1.10 – Quando utilizar retardos não elétricos no furo, o tempo, de retardo das espoletas deve ser o maior possível, a fim de permitir que o maior número de espoletas estejam ativadas. 1.11 – O uso de dois pontos de iniciação em cada coluna de explosivos é recomendado, visto que é possível uma interrupção na carga. 1.12 – Onde existir o risco de cortes, todo sistema de iniciação não elétrico na superfície deve ser redundante ou com dois caminhos de detonação. 1.13 – Iniciadores de iniciação devem ser aqueles indicados pelo Assistente Técnico como o mínimo a ser utilizado.

PRODUTOS

1.14 – Explosivos só devem ser utilizados sob as condições para as quais foi destinado. Considerações sobre temperatura, sensibilidade a iniciação, resistência à água e pressão hidrostática, etc., devem ser feitas quando se escolhe o explosivo. Princípios de aplicação apropriados devem ser considerados primeiramente ao invés de custos, para situações específicas. 1.15 – A equipe de carregamento deve constantemente inspecionar os produtos para localizar danos, vazamentos ou anormalidades antes do carregamento. Nunca utilize um produto suspeito. 1.16 - Leve sempre uma quantidade maior de explosivo para prevenir–se de circunstancias imprevistas, tais como maior número de furos, etc. 1.17 – O planejamento de uma detonação deve prever o tempo disponível para as atividades detonação, número e experiência dos cabos de fogo e ajudantes. Sempre permita um tempo extra para imprevistos. 1.18 – Toda máquina detonadora deve ser revisada periodicamente por pessoa qualificada e os registros devem ser comunicados ao Supervisor. 1.19 – Toda máquina detonadora deverá ser testada pelo encarregado antes da detonação. 1.20 – Toda máquina detonadora com mau funcionamento deve ter uma placa “FORA DE SERVIÇO” e reparada imediatamente. 1.21 – Todo galvanomêtro e multímetro utilizado nas detonações devem ser testado e ajustado periodicamente. Os equipamentos com mau funcionamento devem ter uma placa “FORA DE SERVIÇO” e serem reparados imediatamente.

Page 16: Apostila Explosivos

13

Engenharia de Explosivos e Vibrações

1.22 – Quando possível, deve ter uma boa coordenação entre o encarregado da detonação e a equipe de perfuração. 1.23 – Deve–se consultar a previsão do tempo antes do início das atividades de carregamento. 1.24 – A área de detonação deve ser evacuada se uma tempestade elétrica se aproximar durante o tempo que o explosivo estiver no local de carregamento.

2 – CARREGAMENTO 2.01 - Equipamentos de proteção individual:

- Capacetes; - Botas; - Óculos de segurança quando utilizando explosivo bombeado.

Equipamentos opcionais a serem definidos pelo Responsável Técnico:

- Luvas; - Protetores auriculares; - Botas de borracha de cano alto; - Capas de chuva; - Cinto de segurança.

2.02 – A equipe de detonação deve ter disponível todas as ferramentas necessárias para manusear explosivos com segurança. A seguir uma lista de sugestões:

Trena, balança, canivete, furador de cartucho, espelho, nível de mão, protetor de ouvido, lanterna, tinta fluorescente, fita isolante, sinais de tráfego, kit de primeiros socorros e água potável sempre por perto.

2.03 – O encarregado reunirá a equipe para uma reunião de segurança antes do início do carregamento, falando os seguintes tópicos:

- Identificar o encarregado; - Revisão da previsão do tempo; - Breve descrição dos parâmetros do carregamento.

Page 17: Apostila Explosivos

14

Engenharia de Explosivos e Vibrações

2.04 – O local a ser carregado deve ser revisto pelo encarregado e o pessoal do carregamento antes do início das atividades, com ênfase em:

- Condições da face e do afastamento na crista; - Medição da altura da bancada; - Profundidade e condições dos furos; - Diferença entre o projetado e o realizado (geometria); - Diâmetro dos furos; - Presença de blocos soltos.

ANTES DO INÍCIO DO CARREGAMENTO, TODOS OS SINAIS E AVISOS DE SEGURANÇA DEVEM SER INSTALADOS.

2.05 - Relâmpagos e raios são causas potenciais de ignição prematura para qualquer sistema de iniciação e produtos explosivos. 2.06 – Todo funcionário novo ou sem experiência deve trabalhar sob a supervisão direta do encarregado. 2.07 – É recomendado que todo material explosivo levado ao campo, seja inventariado e conferido quando retornar aos paióis o excedente. Isto evitará desvio de material. 2.08 – A escorva deve ser feita somente no momento do carregamento. 2.09 – Coloque pelo menos mais uma escorva na coluna, próximo ao tampão. Somente um iniciador não é recomendado. 2.10 – Nunca solte um cartucho rígido de explosivo sobre um iniciador. O primeiro cartucho deve ser colocado cuidadosamente. 2.11 – A coluna de explosivo deve ter seu carregamento cuidadosamente acompanhado para assegurar que a quantidade exata de explosivo será utilizada. 2.12 – Nunca preencha as eventuais cavernas com explosivos. Preencha com material

inerte e escorve novamente o furo acima da caverna. 2.13 – Escorve novamente o furo se houver suspeita de interrupção de carga. 2.14 – Escorve novamente o furo se houver suspeita de danos ao sistema de iniciação. 2.15 – Quando for necessário movimentar veículos perto da área sendo carregada, o

encarregado deve acompanhar o movimento. Extremo cuidado deve ser tomado para não danificar explosivos encartuchados, fios, tubos, de choque ou cordel detonante por pessoas ou equipamentos.

2.16 – O motorista de qualquer veículo de carregamento de explosivo deve sinalizar qualquer movimento do veículo. Alarme de marcha à ré deve ser instalado em todo veículo de transporte de explosivo.

Page 18: Apostila Explosivos

15

Engenharia de Explosivos e Vibrações

2.17 – Não tente esgotar a água de um furo com explosivo. 2.18 – A fim de reduzir o potencial de ultralançamento, o encarregado deve dar atenção

especial a altura do tampão em todas as faces livres. 2.19 – A altura do tampão deve ser conferida pelo encarregado ou seu delegado antes do

tamponamento. 2.20 – Use o melhor material de tampão disponível. Cuidado deve ser tomado com o

sistema de iniciação para evitar danos ao tamponar. 2.21 – É recomendado que o material do tamponamento já esteja na proximidade dos

furos para evitar movimento de veículos de carga próximo a furos carregados. 2.22 – O encarregado deve:

- Continuamente monitorar as ações da equipe de carregamento quanto a

atitudes seguras e tomar ações corretivas quando necessário; - Inspecionar todo equipamento local do carregamento; - Antes do início do carregamento, observar o estado físico de todos os

elementos da equipe de carregamento; - Antes do carregamento, verificar as condições de acesso de veículos ao

local, identificado pontos de risco para sua locomoção.

2.23 – Nunca perfure um furo próximo a outro já carregado, quando existir a possibilidade de intercessão.

2.24 – Toda equipe de carregamento deve auxiliar o encarregado a evacuar a área carregada, isolando–a no caso de aproximação de uma tempestade ou condição adversa.

3 – SISTEMA DE INICIAÇÃO, LIGAÇÃO E REVISÃO

3.01 – O iniciador não elétrico ou máquina detonadora deve ser matinda em área segura até imediatamente antes do momento de uso. 3.02 – O encarregado ou alguém designado por ele, que seja qualificado, irá proceder a ligação do sistema de iniciação. 3.03 – todos não envolvidos na ligação do sistema de iniciação devem ficar fora da área durante a operação. 3.04 – Utilize comprimentos de fios ou tubos de choque suficientes para permitir uma ligação segura. 3.05 – Nunca inicie as ligações antes que todos os furos estejam carregados e tamponados. 3.06 - Depois da operação de carregamento completada, o encarregado deve conferir e reconferir todas as ligações.

Page 19: Apostila Explosivos

16

Engenharia de Explosivos e Vibrações

3.07 - Toda conexão elétrica deve ser isolada do solo com fita isolante ou outro método

apropriado. 3.08 - Quando detonado eletricamente, nunca exceda a capacidade da máquina

detonadora ou fonte de energia. 4 – ISOLAMENTO DA ÁREA

4.01 – O encarregado deve sugerir que toda a equipe e o pessoal da mina faça uma revisão do isolamento da área e do plano de emergência. Este plano deverá conter:

- Identificação do Responsável Técnico da obra, licenciado e qualificado, que vai detonar o fogo, assim como de seu blaster;

- Identificar o movimento preferencial dos fragmentos; - Identificar o refúgio (direção e distancia da detonação); - Especificar a área limite a ser isolada; - Designar pessoal qualificado para isolar a área; - Especificar o sinal de isolamento da área; - Especificar os métodos de isolamento da área; - Designar os pontos de guarda e assegurar que todos os guardas saibam

onde é o seu posto; - Especificar o tipo de proteção e o seu posto; - Assegurar que todos os guardas tenham identificação visual, bandeirolas,

equipamento de proteção individual e um método de comunicação com o cabo de fogo;

- Designar um método de comunicação para controle da área de detonação; - Descrever a autoridade dos guardas; - Descrever o tipo, duração e intervalo do sinal de detonação; - Aviso de pré–detonação; - Detonação; - Reconhecimento da área recém–detonada; - Liberação da área; - Assegurar freqüência livre e silêncio no rádio durante os sinais de

detonação, a menos que haja uma razão para tal; - Descrever o plano de emergência no caso de ferimentos decorrentes da

detonação ou outro evento; - Descrever os procedimentos em caso de falha de explosivo ou acessório.

Page 20: Apostila Explosivos

17

Engenharia de Explosivos e Vibrações

4.02 – O refúgio para o cabo de fogo deve estar localizado fora do alcance de um ultra lançamento. O Responsável Técnico e o cabo de fogo são as únicas pessoas autorizadas a permanecerem na área de isolamento. As posições mais favoráveis são:

- Direção oposta ao movimento da rocha, isto é, para traz da detonação; - Nunca em frente á faces livres; - Nunca próximo a crista ou pé de uma bancada.

4.03 – A proteção para o cabo de fogo deve ser bem feita. Carros, caminhonetes, caminhões ou outro veículo não são apropriados para proteção.

Refúgio com teto e pelo menos três lados fechados deve ser fornecido. A entrada do refúgio deve suportar o impacto de uma rocha pesada vinda do fogo.

4.04 – O cabo de fogo deve se comunicar com o encarregado, com o responsável pelo isolamento e com os guardas para conferir a situação do isolamento antes de insira a detonação. 4.05 – Todas as pessoas responsáveis pela guarda da área isolada devem ser treinadas para suas funções. 4.07 – É recomendado que os guardas usem roupas fluorescentes, bandeirolas, avisos e rádio. 4.08 – O cabo de fogo deve observar, de sua posição, toda área isolada antes de iniciar a detonação. 4.09 – Para aumentar a segurança da área de isolamento, criar posto de observação com contato via rádio com o cabo de fogo. 4.10 – O cabo de fogo deve resistir à tentação de observar a detonação.

5 – PROCEDIMENTOS PARA FALHAS DE EXPLOSIVOS

5.01 – Esperar pelo menos 30 minutos após uma falha de iniciação elétrica ou não elétrica. O isolamento área deve ser mantido durante o tempo de espera.

5.02 – O cabo de fogo deve: - Ir até a área da falha, após o período de espera, para determinar a

extensão da falha;

Page 21: Apostila Explosivos

18

Engenharia de Explosivos e Vibrações

- Desenvolver um plano para correção de falha e designar somente as pessoas necessárias para a ação corretiva;

- Registrar no relatório de fogo a posição de falha para recuperar qualquer explosivo não detonado.

5.03 – Uma completa inspeção deve ser feita para avaliar o sucesso da re–detonação . 5.04 – Todo explosivo não detonado deve ser recuperado e destruído de maneira apropriada. 5.05 – Se houver suspeita de explosivo falhado na pilha de fragmentos, o supervisor de operação deve ser comunicado e alertado. 5.06 – Um plano para recuperação de explosivos falhados deve ser elaborado e comunicados aos responsáveis. 5.07 – Antes de re-detonar o fogo, aumentar a área de isolamento para o caso da re-detonação provocar um ultralançamento.

6 – PLANO DE EMERGÊNCIA

6.01 – É recomendado que pelo menos um membro da equipe de detonação seja treinado em procedimentos de primeiros socorros. 6.02 – Uma lista de procedimentos de emergência deve estar disponível para a equipe no caso de emergência médica. 6.03 – Toda operação deve desenvolver um procedimento de notificação para contato com supervisores e familiares em caso de emergência.

7 – TÉCNICAS DE PRÉ-FISSURAMENTO E DESMONTE ESCULTURAL Daremos aqui algumas noções de desmontes realizados com o objetivo de se obter faces as mais planas e estáveis normalmente empregados como acabamento de taludes finais de mineração ou obras civis, ou ainda no controle de vibrações.

A resistência mecânica das rochas que compõem estas faces é fator determinante da qualidade final das faces geradas. Rochas muito fraturadas ou pouco consistentes dificilmente fornecem superfícies de desmonte regulares. Já rochas maciças ou formações sedimentares horizontalizadas e pouco deformadas fornecem belos planos de acabamento.

Devido ao pequeno espaçamento entre furos adotado nestes desmontes, e a regularidade

pretendida, a acurácia da perfuração é essencial para obtenção de bons resultados. Por isso nos desmontes de acabamento são utilizados furos de diâmetros comumente 2 ½” .

Page 22: Apostila Explosivos

19

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Para rochas resistentes e maciças é mais utilizada a técnica de pré-fissuramento que

consiste em se executar furos muito pouco espaçados, carregados com uma carga leve de explosivos e detonados simultaneamente. Tais furos são executados precisamente coincidentes com o plano que se deseja obter e detonados anteriormente à detonação dos furos do desmonte principal localizados próximos ou a sua frente. Uma vez que os furos do pré – fissuramento são detonados primeiramente, quando as ondas do desmonte principais atingem a face de acabamento, já encontram aí uma superfície de separação aberta, que impede que o talude a preservar seja danificado.

As rochas pouco consolidadas parecem fornecer resultados melhores utilizando – se a técnica do desmonte escultural. Neste caso executa-se também uma furação precisa de furos ao longo do plano que se deseja obter, porém com espaçamentos maiores que pré-fissuramento. A maior diferença reside no fato de se detonarem os furos posteriormente à remoção do material do desmonte principal.

Em ambas as técnicas, as cargas espaçadas consistem de cartuchos de 1” x 8” amarrados

a uma linha de cordel detonante, espaçados de uma a três vezes (0,60 m) o comprimento dos cartuchos de acordo com a carga linear pretendida. Normalmente se faz o chamado “churrasquinho”. Deve ser mantido um afastamento seguro de linha de corte à última linha do desmonte principal, porém, esta distancia deverá ser suficientemente pequena par que se de a separação da fatia de rocha situada entre linha de corte e o desmonte principal.

8 - ESCLARECIMENTOS GERAIS 1 – Usaremos material tipo brita 01 para tamponar os furos após serem carregados com os explosivos. 2 – Adotaremos 1,50 m como comprimento mínimo de tampão a ser realizado nas perfurações. A variação para maior deverá ocorrer de acordo com as necessidades encontradas no campo.

4 - O transporte e armazenamento dos explosivos e acessórios será realizado com a utilização de caminhão da transportadora Transnondas Ltda, empresa devidamente habilitada pelo Ministério do Exército.

6 – Será adotado sinalização sonora (sirene) antes das detonações devendo ser usado o seguinte critério:

- 01 toque longo quando estiver evacuando a área de segurança; - 02 toques longo após a equipe de segurança ter autorizado a iniciação da

detonação;

Page 23: Apostila Explosivos

20

Engenharia de Explosivos e Vibrações

- 01 toque longo para iniciar a detonação, após a autorização da equipe de segurança para insira o desmonte;

- Salientamos que usaremos rádios transmissores no isolamento da área de detonação durante o carregamento na hora da detonação e na liberação da área após os desmontes.

7 – O planejamento e a comunicação eficiente são medidas que serão adotadas veementemente ao longo da obra.

Page 24: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

MANUAL BÁSICO DE UTILIZAÇÃO

DE EXPLOSIVOS

Page 25: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

MANUAL BÁSICO DE UTILIZAÇÃO

DE EXPLOSIVOS

Page 26: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

– Desmonte a Céu Aberto

– Conceito

O conceito a céu aberto corresponde ao conjunto de operações que se verificam na superfície, com

a finalidade de lavrar uma pedreira (rochas) ou mina (minerais metálicos ou não metálicos).

- Desmonte em Bancadas

É o método mais utilizado em detonações a céu aberto, aplicável tanto á mineração quanto aos ramos da construção civil:

Terminologia

Bancada: forma dada ao terreno rochoso pelos fogos sucessivos e constantes,

composta de topo, praça e face;

Altura da Bancada: é a altura vertical medida do topo a praça da bancada;

Afastamento: distância entre a face da bancada e uma fileira de furos ou distância

entre duas fileiras de furos;

Profundidade do Furo: é o comprimento total perfurado que, devido á inclinação e da sub–

furação, será maior que a altura bancada;

Sub – Furação: é o comprimento perfurado abaixo da praça da bancada ou do “Greide” a ser

atingido.

Carga de Fundo: é uma carga reforçada, necessária no fundo do furo onde a rocha é mais

presa;

Carga de Coluna: é a carga acima a de fundo: não precisa ser tão concentrada quanto a de

fundo já que a rocha desta região não é tão presa;

Tampão: parte superior do furo que não é carregado com explosivos, mas sim com terra,

pedrisco (mais aconselhável) ou outro material socado cuidadosamente que tem a finalidade de evitar que os gases provenientes da detonação escapem pela boca do furo, diminuindo a ação do explosivo;

Razão de Carregamento: é a quantidade de explosivo usada para detonar um certo volume de rocha;

Perfuração Específica: é a relação de metros perfurados por metros cúbicos de rocha

detonada.

Page 27: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Legenda

(h) Altura da Bancada

(ht) Profundidade de Perfuração

(T) Tampão

(Ccol) Carga de coluna

(Cfdo) Carga de fundo

(Sf) Sub – Furação

( A) Afastamento

(E) Espaçamento

(@) Ângulo de Inclinação

Page 28: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Detonação Secundária

A detonação secundária corresponde à operação de desmonte realizada, normalmente, logo após a

detonação principal, visando a fragmentação dos grandes blocos ou “matacos” que apareceram devido à formação irregular das rochas. Tem por objetivo facilitar a remoção do material detonado e sua introdução no britador. O Desmonte do repé recebe também a denominação de detonação secundária,

quer seja feito separadamente, quer seja detonado juntamente com o fogo principal.

Bloco Perfurado

Neste método perfura–se o bloco geralmente com um martelete pneumático manual, e carrega-se o furo com carga suficiente para produzir a fragmentação desejada.

A utilização de espoleta comum e estopim é, provavelmente mais barata, mas envolve certos riscos, entre os quais, a tendência dos homens demorarem na área do fogo, antes de procurar abrigo.

João de Barro

Neste método, o explosivo em quantidade suficiente para romper o “mataco”, deve ser

posicionado na superfície do bloco. Quando detonado o explosivo é emitida uma onda de

choque, que resulta na ruptura do “mataco”.

O método João de Barro é utilizado:

a) Quando não se dispõe de material de perfuração;

b) Quando a rocha for muito dura e difícil de perfurar;

c) Para economizar tempo. É necessário que o “mataco” se encontre na superfície ou

ligeiramente enterrado.

Page 29: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

“Buraco de Cobra”

Utilizado quando o macacão se encontra principalmente enterrado. É feito um furo junto ao

“mataco”, com tamanho suficiente para a inserção do explosivo, de tal forma que o mesmo fique em

contato com o bloco. O cartucho escorva deve ser o último a ser introduzido, completando o

preenchimento do furo com um tampão de terra muito bem socado. A carga é de ordem de um a dois cartuchos de 1 “x 8”, para cada 30cm de espessura do “mataco”, medido entre a carga e o ponto oposto a ela.

Page 30: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Fogo de Repé

Algumas vezes em função de deficiências da detonação primária, o arranque da rocha no nível da

praça não se dá por completo originando assim algumas saliências também chamadas “peitos” que necessitam ser removidos por detonação posterior, denominado Fogo de Repé. Para a detonação de repé utilizam–se marteletes de 1”, com furos que ultrapassem 0,30 m o nível da praça e malha quadrada de perfuração, com afastamento de no máximo 80% do comprimento do furo.

Escavações de Valas

É muito freqüente nas obras rodoviárias, a necessidade de escavar valas em rocha para a

implantação de drenagem profunda nos cortes. Outros serviços de engenharia civil poderão exigir a escavação de valas em rocha, como, por exemplo, a construção de adutoras de água potável, coletoras de esgoto, etc.

Em se tratando de valas estreitas, isto é, com até 1 m de largura no fundo, duas linhas de furos paralelas distantes de 0,15 a 0,30 m das bordas das paredes laterais da vala, são suficientes. Essas perfurações poderão estar dispostas uma em frente à outra ou alternadas, ou ainda, inclinadas em

direção à face livre da vala.

As perfurações deverão prolongar–se de 0,30 a 0,50 m abaixo do nível do fundo da vala. Em casos

de rochas muito duras pode–se utilizar sub-furação maior, de até 0,90 m. São geralmente obtidos bons resultados com dinamites de força 40% e gelatinas com força de 40% a 60%, ambos os casos possuindo parte de nitrato de amônia na composição. A razão de carregamento é alta e situa – se entre

0,500 Kg/m . E 2,00 Kg/m3

, dependendo das condições da rocha. No quadro fornecemos alguns

valores para o estabelecimento da malha de fogo inicial.

- Elementos para a detonação de Valores

Profundidade da Vala (m) Profundidade do Furo (m) Valor máximo do afastamento (m)

0,4 0,6 0,4

0,6 0,9 0,6

0,8 1,1 0,8

1,0 1,4 0,9

1,2 1,6 0,9

1,5 1,9 0,9

2,0 2,4 0,9

2,5 3,0 0,9

3,0 3,5 0,9

3,5 4,0 0,9

4,0 4,5 0,9

Page 31: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

O diâmetro das perfurações é de 7/8”(22mm) para as perfuratrizes manuais, nas montadas sobre

carreta ou trator devem ser de 11/2” a 2

1/2”. Existe no mercado um equipamento dotado de duas

perfuratrizes e dois mastros de avanço montados sobre um trator de esteiras, que permite a perfuração simultânea de dois furos, sendo de grande utilidade no desmonte de valas. As articulações dos braços aos mastros de avanço possibilitam executar os furos necessários ao desmonte concluído.

Segurança

Visando um maior desenvolvimento tecnológico no setor de Segurança com Explosivos, passamos a discorrer sobre as operações a serem executadas nos trabalhos com explosivos, sejam eles desmontes de rochas, transportes, etc.

Plano de Fogo Um plano de fogo deve ser simples, mas completo, devido ao risco de erro. Um profundo

conhecimento e entendimento dos requisitos de um fogo são essenciais para a segurança e o sucesso deste plano. Se o Blaster não for experiente, um assistente técnico deve ser consultado.

Quando se projetam detonações com alta Razão de Carregamento, deve ser conhecido o risco de

ultralançamento e tomadas às ações de controle.

Os explosivos só devem ser utilizados sob as condições para as quais foram destinados

(temperatura, sensibilidade à iniciação, resistência à água e pressão hidrostática, etc.).

A equipe de carregamento deve constantemente inspecionar os produtos para localizar danos, vazamentos ou anormalidades antes do carregamento. Nunca utilize um produto suspeito.

Planejamento

Nele prevemos o tempo disponível para as atividades de detonação, número e experiência dos cabos de fogo e ajudantes, e imprevistos com um tempo extra.

Quando possível, deve–se ter uma boa coordenação entre o encarregado da detonação e a equipe de perfuração.

Deve–se consultar a previsão do tempo antes do início das atividades de carregamento.

A área de detonação deve ser evacuada se uma tempestade elétrica se aproximar durante o tempo que o explosivo estiver no local do carregamento.

Page 32: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Carregamento

Quanto ao carregamento a equipe deve estar com os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) corretos, tais como:

• Capacete,

• Protetor Auricular,

• Óculos de segurança,

• Cinto de segurança,

• Luvas,

• Capa,

• Corda.

A equipe de detonação deve ter à sua disposição todas as ferramentas necessárias para manusear

explosivos com segurança. A seguir uma lista de sugestões:

• Trena, balança, canivete, furador de cartucho, lanterna,

• Tinta fluorescente, sinais de tráfego.

• Kit de primeiros socorros, água potável.

O encarregado deve reunir a equipe para discutir sobre segurança antes do início do carregamento, abordando sobre os seguintes tópicos:

• Identificar o encarregado;

• Revisão da previsão do tempo;

• Breve descrição dos parâmetros do carregamento;

• Delegar responsabilidades;

• Revisar os potenciais de risco;

• Rever os equipamentos necessários;

• Rever a seqüência de carregamento;

• Ouvir alguma sugestão da equipe;

• Rever o plano de emergência e evacuação;

• Enfatizar Segurança e qualidade;

• Enfatizar que cada um é uma pessoa de segurança.

Page 33: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

O local a ser carregado deve ser revisto pelo encarregado e o pessoal do carregamento, enfatizando

os seguintes itens:

A. Condições da face e dos afastamentos na crista;

B. Profundidade e condições dos furos;

C. Medição da altura da bancada;

D. Diferença entre projeto e a execução;

E. Diâmetro dos furos;

F. Presença de blocos soltos.

Antes do início do carregamento, todos os sinais e avisos devem ser

instalados.

Relâmpagos e raios são causas potenciais de ignição prematura para qualquer sistema de iniciação

e produtos explosivos.

Todo funcionário novo, ou sem experiência deve trabalhar sob a supervisão direta do encarregado.

Todos os funcionários não envolvidos na ligação do sistema devem ficar de fora da área durante a

operação e nunca assistindo a mesma.

Isolamento da Área

O encarregado deve sugerir que toda a equipe e o pessoal da mina façam revisão do isolamento da

área e do plano de emergência. Neste plano devemos:

Identificar o cabo de fogo licenciado e qualificado que vai detonar o fogo;

Identificar o refúgio (direção e distância da detonação);

Especificar a área limite a ser isolada

Designar pessoal qualificado para isolar a área;

Especificar o sinal de isolamento da área;

Especificar os métodos de isolamento para evitar penetração durante o isolamento (deve-se delimitar a área de risco, assim entendido como qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas não autorizadas);

Designar os pontos de guarda e assegurar que todos os guardas saibam onde é seu posto, descrevendo suas autoridades;

Page 34: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Especificar o tipo de proteção para os guardas;

Assegurar que todos os guardas tenham identificação visual, bandeirolas, equipamentos de proteção individual e um método de comunicação com o cabo de fogo.

Descrever o tipo, duração e intervalo do sinal de detonação:

1. Aviso de pré – detonação;

2. Detonação;

3. Liberação da área.

Assegurar freqüência livre e silêncio no rádio durante os sinais de detonação, a menos

que haja uma razão para tal (quando utilizando espoleta elétrica);

Descrever o plano de emergência no caso de ferimentos decorrentes da detonação ou outro evento;

Descrever os procedimentos em caso de falha de explosivo ou acessório.

O refúgio para o cabo de fogo deve estar localizado fora do alcance de um ultralançamento.

O cabo de fogo é a única pessoa autorizada a permanecer na área de isolamento.

As posições mais favoráveis são:

• Direção oposta ao movimento da rocha (para trás da detonação);

• Nunca em frente a faces livres;

• Nunca próximo de crista ou pé de uma bancada.

A proteção para o cabo de fogo deve ser bem feita. Carros, caminhonetes, caminhões ou outro veículo não são apropriados para proteção. O refúgio deve ter pelo menos: telhado e três lados fechados, com entrada ao fogo; deve suportar o impacto de uma rocha pesada vinda do fogo (deve ser

feito em locais onde se permita a construção – pedreiras ou mineradoras).

O cabo de fogo deve se comunicar com o encarregado, com o responsável pelo isolamento e com

os guardas para conferir a situação do isolamento antes de iniciar a detonação, a qual deve ser

efetuada preferencialmente no final do expediente.

Todas as pessoas responsáveis pela guarda da área isolada devem ser treinadas para suas funções.

É recomendada que os guardas usem roupas fluorescentes, bandeirolas, avisos e rádio.

O cabo de fogo deve observar de sua posição, toda a área isolada antes de iniciar a detonação.

Page 35: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Para aumentar a segurança da área de isolamento, criar postos de observação com contato via

rádio com o cabo de fogo.

Medidas de Segurança Após o Fogo

a) nenhuma pessoa deverá ser autorizada a retornar à área de fogo antes que todos os gases tóxicos tenham sido dissipados

b) nas minerações subterrâneas, o retorno à área de fogo poderá ser abreviado por:

- ventilação adequada;

- molhando–se com água a pilha de material desmontado;

c) o tempo de espera para a área de fogo depende se a detonação foi feita a céu aberto, ou em subsolo.

Na verificação do resultado do desmonte, deve – se aguardar entre 10 e 20 minutos e é feita

primeiramente pelo responsável (blaster). Este, após a inspeção, liberará a área para continuidade dos serviços.

Aspectos Legais

A atividade mineradora encontra – se associada ao uso de explosivos industriais objetivando a desagregação do material rochoso para aproveitamento comercial ou a simples remoção para alguma obra de engenharia.

O manuseio do explosivo desde a sua estocagem, o transporte, carregamento e detonação implicam em grandes ricos, conseqüentes da alta periculosidade de que são providos.

Estes riscos são representados pelos danos físicos ou materiais que podem ocasionar a terceiros, os

quais ao verem–se prejudicados recorrerão com predominância a um órgão policial e, posteriormente, a uma ação indenizatória (civil).

Normalmente, a ação penal recairá sobre o responsável técnico (engenheiro e Blaster) e a ação civil no contratante (em geral, a empresa); assim, cumpre destacar a responsabilidade penal do engenheiro ou Blaster, pois, o mesmo será incurso no crime de natureza culposa caracterizado por negligência, imprudência ou imperícia.

Com isto, e em havendo um inquérito policial, poderão se requerer provas técnicas ou periciais que

materializem o fato delituoso; neste momento, surge o perito, profissional com conhecimentos, isenção e habilitado a buscar vestígios do fato e relacioná–los sempre sob a ótica científica, procurando buscar a verdade irrefutável.

Registros

Art. 40 – As pessoas físicas ou jurídicas, registradas ou não, que operem com produtos

controlados pelo Exército, estão sujeitas à fiscalização, ao controle e as penalidades previstas neste Regulamento e na legislação complementar em vigor.

Page 36: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Art. 41 – O Registro será formalizado pela emissão do TR ou CR, que terá validade fixada em até três anos, a contar da data de sua concessão ou revalidação, podendo ser renovado a critério da autoridade competente, por iniciativa do interessado.

Art. 44 – O Registro somente dará direito ao que nele estiver consignado e só poderá ser

cancelado pela autoridade militar que o concedeu.

Aspectos Ambientais

A lei 6938 que estabelece a política nacional de meio ambiente foi promulgada em 1981.

Nela estão os fundamentos que regem a proteção ambiental em nosso país. A resolução CONAMA 001/86 regulamentou a lei 6938 definindo os empreendimentos que

necessitam de licenciamento ambiental. Dentre eles estão todas as atividades de mineração, incluídos

os minerais da Classe II – de emprego direto na construção civil como pedreiras e atividades afins. Cabe aos órgãos públicos competentes dos estados a fiscalização e execução das políticas

ambientais, definidas pelo artigo 225 parágrafo segundo da Constituição de 1988; do decreto 97.632 de 10 de abril de 1989, e das resoluções CONAMA 009/90 que estabelecem normas e ações para obter – se o licenciamento ambiental para o setor mineral.

Os estudos exigidos por estas legislações de impacto ambiental – EIA, e os relatórios destes estudos – RIMAs são acompanhados das propostas atenuantes e de controle destes impactos através

dos Planos de Controle Ambiental – PCA. Assim, qualquer novo empreendimento no Setor Mineral; como pedreiras, minerações, obras civis;

estão obrigadas a obter o licenciamento ambiental. Ressalta – se que para as atividades que já operavam à época, (decreto 97.632) em abril de 1989 e que continuam em operação há também a necessidade de obterem o licenciamento ambiental.

Existem três tipos de licença ambiental, a saber:

- LICENÇA PRÉVIA (LP)

- LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)

- LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)

No que se refere à utilização de explosivos, na fase de lavra dos empreendimentos mineiros, em obra civis, em serviços que empreguem explosivos e que, pela natureza de sua atividade, o órgão público de fiscalização exige o licenciamento ambiental com parâmetros bem identificados:

- Que fenômenos ambientais danosos ao meio ambiente e ao tecido social são gerados pelo

desmonte de rocha?

- Quais são as medidas de controle destes fenômenos?

Atenção especial deve ser dada, nos relatórios e planos de Controle Ambiental,

aos níveis de impacto de ar, vibrações, bem como a ocorrência de ultralançamentos.

Page 37: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

MANUAL DE UTILIZAÇÃO DE EXPLOSIVOS

EM EXPLORAÇÕES A CÉU ABERTO

Page 38: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

EXECUÇÃO

DO DESMONTE

DE ROCHA

Page 39: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Perfuração, carga, detonação, remoção.

BANCADAS:

Praça, face, topo. Planejamento das bancadas.

Page 40: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

PLANO DE FOGO: Definição de:

diâmetro das perfurações (φ ), afastamento(Vt , Vp), espaçamento ( E),

inclinação da face, altura da bancada (H), profundidade dos furos (H1), carga de

fundo (Cf, If), carga de coluna (Cc, Ic), tampão.

DIÂMETRO DAS PERFURAÇÕES: (f )

Porque as grandezas do plano de fogo dependem de φ , e porque deve haver

compatibilidade entre as perfuratrizes e a produção, para não haver ociosidade de

equipamento, vale a regra prática:

"o valor máximo do diâmetro do furo em polegadas é igual à capacidade da caçamba do

equipamento de carga em jardas cúbicas"

Page 41: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

AFASTAMENTO (V):

Distância entre a face da bancada e a linha de furos, e entre duas linhas de furos.

Vale (CARÁTER PROVISÓRIO) a regra prática:

"o afastamento teórico é igual a 45 vezes o diâmetro da perfuração em mm."

Devido à desvios por desalinhamento das perfurações, define-se o afastamento

prático Vp:

Até definir-se o espaçamento ideal, nas primeiras bancadas fazer E = k · v , sendo k entre 1 e 1,3

. Aumentar depois, conforme observação dos resultados.

INCLINAÇÃO DA FACE:

Geralmente de 10 a 25 º com a vertical, a inclinação ideal deve ser verificada experimentalmente.

Importante conferir o paralelismo dos furos antes da carga para evitar faces irregulares.

ESPAÇAMENTO (E) :

Vp =Vt – 0,02 H (linha singela)

Vp = Vt – 0,05 H (linhas múltiplas)

Page 42: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Vantagens: reduz sobrefuração no pé da bancada, economia de explosivos, face mais segura.

Desvantagens: maior possibilidade de desvios, cuidado no embocamento reduz produção

. ALTURA DA BANCADA:

Evitar bancadas muito altas(> 20 m), preferível escalonar em menor altura.

Quanto maior a altura, maior a potência necessária ao equipamento de perfuração.

Depende:

Do equipamento:

Page 43: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Da necessidade de afiação da coroa:

conforme a necessidade , que é medida em metros de perfuração, definem-se

alturas que sejam divisores exatos daqueles, e substituir as coroas em número fixo

de furos.

Do comprimento da haste:

definir como múltiplos inteiros do comprimento da haste.

Das peculiaridades geológicas :

atravessar fraturas pode travar a broca, e perdê-la.

Do acesso às bancadas:

a topografia local pode alterar a escolha da altura.

Page 44: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

PROFUNDIDADE (H) DE PERFURAÇÃO:

É função da altura da bancada. Em bancadas verticais, perfura-se H +0,3V, e em

bancadas inclinadas, H+0,2 V , para evitar o repé.

Fórmulas simplificadas, para as inclinações mais comuns:

Page 45: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Todos os elementos e critérios vistos até aqui são dados para o planejamento das

bancadas, para a definição de sua geometria final. O critério final de aprovação

para um projeto -normalmente a escolha do menor custo aliado à maior produção -

pode ser influenciado por fatores muito variados: equipamento de perfuração

disponível, tipo e dimensões das brocas, o plano de fissuramento das rochas, que

será visto adiante, pode produzir alteração na relação espaçamento x afastamento,

a presença de construções civis nas proximidades pode limitar o tamanho ou a

inclinação das faces(lançamento de pedras), a geologia e topografia locais exigem

adaptações, etc.

CARGAS: EXTENSÃO E CONCENTRAÇÃO

Extensão (I) é o comprimento da carga em metros. É função da altura de furo e do

afastamento.

Concentração (C) é a quantidade de explosivo por metro, expressa em g/m.

Também é chamada Razão Linear de Carregamento.

TAMPÃO é a parte superior do furo, cheia com areia seca, pó de pedra ou argila.

Geralmente tem extensão V, e ocasionalmente Vp. A existência do tampão

aumenta o poder destrutivo da explosão (fogo).

Page 46: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

CARGA DE FUNDO:

Tem a maior concentração de explosivo, distribuído por igual na extensão 1,3 V.

Deve ter concentração Cf em g/m igual ao quadrado do diâmetro do furo em mm.

Quando detonadas várias linhas de fogo, as mais distantes da face tem

quantidade maior de explosivo, para conseguir empurrar o material das primeiras

linhas.

Page 47: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

CARGA DE COLUNA:

Concentração Cc de 40 a 50 % da carga de fundo, distribuída na extensão Ic = H1

- 2,3 V. A distribuição é conseguida por espaçadores de material inerte.

(Um experimento utilizando a carga de coluna como tampão para a detonação da carga de fundo,

realizada microsegundos antes da detonação principal resultou em tal poder destrutivo que não

pode ser aproveitada a brita resultante: havia se transformado quase totalmente em pó de pedra,

e com lançamentos a distâncias excessivas)

SEQÜÊNCIA DE FOGO: Seqüência cronológica das explosões. Seqüência de fogo instantâneo: (em milisegundos)

zero zero zero zero

Ou

Page 48: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

25 0 0 0 0 25

(milisegundos)

Em detonações que precisam ser limitadas, para que a vibração não atinja locais

indesejados, e quando se quer a superfície das faces bem definida, utilizam-se

esperas ou retardos . Pneus acorrentados sobre a bancada também reduzem

arremessos.

zero 25 50 75 100 125

( milisegundos )

Page 49: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Nas detonações de linhas múltiplas, o esquema mais comum é apresentado

abaixo.

(momentos de explosão)

Maiores detalhes serão vistos adiante, no assunto "fogo". Alguns objetivos

especiais a alcançar provocaram a criação de esquemas de detonação mais

sofisticados.

CONSUMO DE EXPLOSIVOS – RAZÃO DE CARREGAMENTO

A razão de carregamento é expressa em quilos de explosivo por m3

de rocha (em

geral, detonada, medida no transporte).

Consumo de explosivo por m3

de rocha, medida no corte

Page 50: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

É possível reduzir o consumo de explosivos diminuindo a malha (espaçamento e

afastamento), o que implica aumentar a quantidade de metros perfurados. É

preciso verificar a configuração de menor custo.

PRODUÇÃO POR METRO DE PERFURAÇÃO

Cada furo produz um volume de rocha

detonada dado por v = V× E× H (mesmo

com bancada inclinada).

A produção por metro linear de perfuração

será P = V . E . H / H1 (m3

/ m ) onde H1 é

a metragem do furo, e o número de metros

de perfuração por m3

de rocha será a

perfuração específica. f = H1 / ( V . E . H )

(m / m3

)

Page 51: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

MALHA ALONGADA

Embora já se tenha aconselhado utilizar e = k × v (k entre 1 e 1,3) para as

primeiras experiências, já se deduziu teoricamente, e comprovou-se pela prática,

que valores altos na relação e/v ( < 8) produzem boas fragmentações, se:

Quando a rocha tem planos de estratificação, executar o desmonte paralelamente à direção desses planos e usar k=8; se não for possível, não ultrapassar k=3; Detonar pelo menos duas linhas de furos de cada vez e não usar retardos na mesma linha; Locar os furos corretamente, evitar desvios no alinhamento de cada furo, para evitar lançamentos indesejáveis.

Page 52: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

OTIMIZAÇÂO DE

DESMONTE DE

ROCHA

Page 53: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Otimização de desmonte de rocha:

Observa-se nos desmontes atuais um grande número de variáveis implicante no resultado

dos mesmos, que geram elevação dos custos. Obviamente todos os esforços

tecnológicos devem se concentrar no controle de variáveis através de ferramentas

estatísticas (CEP – Controle Estatístico de Processo). Porém no processo de desmonte

de rocha o estabelecimento de itens de controle quase sempre não é viável

economicamente devido à utilização de aparelhos sofisticados e caros que requerem um

tempo para análise e correção maiores do que o dinamismo das operações.

São estes os itens de controle importantes para o conhecimento da situação real dos

desmontes de rocha por explosivos:

1) PERFURAÇÃO:

VARIÁVEIS CONTROLE CONSEQUÊNCIA

NEGATIVA

Diâmetro dos furos

(Redução devido ao desgaste dos

bits)

Medição com paquímetro e posterior

ajuste da malha ou da razão de carga

Redução na razão de carga

dificultando a fragmentação,

lançamento e arranque do pé.

Desvio quanto ao paralelismo entre

furos

Medidores de desvio - Boretrack Geração de repés e matacos

Desvio quanto a inclinação dos furos Medidores de desvio - Boretrack Geração de repés e matacos.

Excesso de subfuração Medidores de desvio - Boretrack Aumento do custo de perfuração;

maior consumo de explosivos,

localização errônea da carga de

fundo gerando repés e dificuldades

na perfuração futura.

Page 54: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

2) CARREGAMENTO :

VARIÁVEIS CONTROLE CONSEQUÊNCIA

NEGATIVA

Presença de água Medição com trena, limpeza dos furos

(Soprar ou bombear).

Desensibilização dos granulados ou

Anfo, dificuldade de colocar a carga

de fundo, perda de sensibilidade e

propagação da onda explosiva.

Entupimentos Medição com trena,, verificação

visual e auditiva.

Falta de carga explosiva.

Mão de Obra Supervisão e treinamento Erro de dimensionamentos e falhas

3) DETONAÇÃO :

VARIÁVEIS CONTROLE CONSEQUÊNCIA

NEGATIVA

Seleção correta do explosivo Medição de VOD, e volume gasoso. Baixo VOD em compactos

compromete a fragmentação, baixo

volume gasoso compromete a

fragmentação e lançamento.

Seleção correta dos acessórios Medição tempos de retardo Alta dispersão dos tempos ou falhas

comprometem a segurança,

lançamento, fragmentação e

arranque do pé da bancada.

Page 55: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

4) GEOLOGIA :

VARIÁVEIS CONTROLE CONSEQUÊNCIA

NEGATIVA

Fraturas na rocha Perfilamento da perfuração, câmaras

de filmagem.

Perda de gases e ultralançamentos.

Geração de blocos.

Plano de estratificação e mergulho

(Grau de fraturamento)

Verificação visual e ajustes na

inclinação dos furos e direção da

detonação, software Wipjoint

Dificuldades de fragmentação e

arranque do pé. Predominância de

blocos pré-formados.

Portanto para alguns destes ajustes, por talvez não pudermos contar com ferramentas de análise de processos, teremos de fazer pelo método da observação e experiência de campo, o que vai tornar o diagnóstico dos problemas muito mais demorado, e em alguns casos provocando até a desistência do minerador. Os itens acima são os principais para uma verificação da operação de desmonte de rocha com explosivos, onde a principal importância é a competência do profissional a ser contratado (Consultor, Empresa, Profissional Liberal ou Funcionário). Este elemento capacitado, deverá permanecer um tempo maior na área de atuação a fim de poder adquirir conhecimento suficiente para agilizar as mudanças necessárias. É importante salientar também que as alterações ou mudanças só começarão a surgir efeito após a correção dos estragos já causados a rocha remanescente. Estas mudanças ou alterações não deverão ocorrer todas de uma só vez. Por isso haverá de ser dado um tempo ao profissional que estiver atuando no local, pois muitas vezes estas correções são extremamente difíceis de fazer uma vez que todo o maciço pode estar afetado.

Page 56: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

PLANO DE FOGO BÁSICO

CÉU ABERTO

Page 57: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Desmonte de Rochas Operações Mineiras e Construção Civil Lavra á Céu Aberto

Elementos de uma Bancada

O desmonte de rochas a céu aberto com explosivos é realizado através do sistema chamado de bancada. Numa bancada nós temos dois planos

horizontais e um plano vertical ou inclinado, limitando a rocha a ser desmontada. O plano horizontal superior é o topo da bancada, o horizontal

inferior é a praça e o plano vertical ou inclinado é a face. O encontro da face com a praça é o pé da bancada. Se fica alguma porção de rocha junto à face e acima do plano da praça, esta porção chama-se repé.

Elementos de uma Perfuração

Os furos para o explosivo são realizados paralelamente à face, em uma ou mais fileiras. A distância de uma fileira (linha) à face ou entre duas fileiras é denominada afastamento.

Se os furos forem inclinados, devemos distinguir entre o afastamento real,

visto que esse é medido perpendicularmente a face, e o afastamento aparente, que é medido horizontalmente, no topo da bancada. A distância entre os furos em uma mesma fileira é o espaçamento.

O comprimento total dos furos é a profundidade de perfuráção. O comprimento

dos furos abaixo do plano da praça é a subperfuração. A diferença de nível entre o plano do topo da bancada e a praça, é denominada altura da bancada. Se os furos forem verticais, a altura da bancada mais a subperfuração será

igual a profundidade dos furos. Se os furos forem inclinados, a profundidade será um pouco maior que esta soma.

Page 58: Apostila Explosivos

2

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Elementos do Carregamento

A carga explosiva às vezes fica mais concentrada na parte do fundo do furo, ou

então usa-se aí um explosivo mais denso e com maior força, uma vez que o fundo do furo é a região mais difícil de se obter o arranque. Esta parcela da carga é chamada de carga de fundo; o restante do explosivo constitui a carga

de coluna.

O explosivo não deve ser carregado até a parte superior do furo; a parte que fica sem carregar deve ser preenchida com material inerte (areia, argila, solo etc.) chamada tampão.

Elementos de um Plano de Fogo

Um plano de fogo, para ficar bem caracterizado, precisa indicar os seguintes valores: afastamento, espaçamento, altura da bancada, subperfuração (se

houver), inclinação dos furos (com estes dados fica definida a profundidade de perfuração), diâmetro da perfuração, disposição dos furos (se uma fileira ou mais), quantia aproximada de furos (em cada fogo), tipo de explosivo

(diâmetro, comprimento, força, velocidade de detonação e peso específico), peso do explosivo em cada furo (com isto ficam caracterizadas a altura da

coluna de explosivos e do tampão), razão de carregamento (dada em g/m3 ou g/t), tipo de acessórios utilizados, seqüência de detonação dos furos, plano de fogo (esquema de ligação), além de outros eventualmente necessários.

Conhecendo-se a densidade do explosivo e a altura da coluna obtêm-se o peso

do explosivo em cada furo. Se dividirmos o peso de explosivo de cada furo pela quantidade de rocha arrancada por furo, teremos a razão de carregamento,

que pode ser dada em g/m3 ou g/t.

Altura e Inclinação da Bancada

A altura da bancada normalmente varia entre 3 e 18 metros. A seleção da

altura da bancada é influenciada por: Regulamentação prevista por lei (bancadas excessivamente altas são

inseguras e, portanto não permitidas);

Propriedades geomecânicas do maciço rochoso;

Page 59: Apostila Explosivos

3

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Tipo e tamanho dos equipamentos de escavação;

Necessidade do controle de inclinação;

Necessidade de maximar a eficiência no custo total de perfuração e

desmonte.

Até os dias de hoje, a perfuração e o desmonte não têm tido influência grande

na seleção da altura da bancada. A altura de futuras bancadas deve ser definida somente depois de serem considerados os seguintes pontos:

Um aumento na altura da bancada provoca redução da perfuração específica (expressa em m/m³ ou m/t), dos custos de perfuração, do

consumo e dos custos de escorvas e iniciadores, da mão de obra para preparar o fogo e de todo o ciclo de mineração;

Diâmetro de furo ótimo aumenta com a altura da bancada. A tabela 9 mostra a influência da altura da bancada na escolha do diâmetro ótimo de

perfuração. Em geral, um aumento do diâmetro provoca uma redução no custo de perfuração;

Para furos verticais de um dado diâmetro, a carga da linha da frente torna-se excessiva para bancadas mais altas que uma certa altura. Os furos de

diâmetro pequeno perfurados em bancadas altas precisam ser inclinados pelo menos na linha da frente;

A perfuração torna-se mais crítica em bancadas mais altas (desvio de furo).

Em minas a céu aberto e obras civis, uma porcentagem alta de bancadas são de 5, 10 e 15 metros de altura. Estas são alturas de bancadas “fáceis” para

trabalhar. Mas a probabilidade da altura de bancada ótima ser um múltiplo de 5 é pequena.

Considera-se uma nova cava de grande porte com planos operacionais de desmonte em bancadas de 10 metros para uma profundidade final de 240

metros. Se a altura da bancada for aumentada de 10 para 12 metros, as seguintes vantagens serão obtidas:

O número de bancadas diminuirá de 24 para 20. O ciclo de mineração será reduzido em aproximadamente 17%;

Page 60: Apostila Explosivos

4

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Para um dado diâmetro de furo, a subperfuração será reduzida em

aproximadamente 17% e a metragem perfurada por ano em cerca de 2%;

Perfuratrizes passarão uma maior parte de seu tempo perfurando. O movimento de um furo para o próximo tomará uma parte menor de tempo do deslocamento da perfuratrizes;

O consumo e o custo de escorvas será reduzido em cerca de 17%;

O custo dos iniciadores será reduzido em aproximadamente 15%;

O custo da mão-de-obra para preparação da escorva, carregamento, tamponamento, amarração, supervisão e iniciação do fogo diminuirá em

cerca de 17%; A rocha ao redor da coluna de tamponamento, que a origem da maior

quantidade de matacões diminuirá em aproximadamente 17%. Por este motivo, a fragmentação global será mais fina, e os custo de escavação,

transporte e britagem serão menores; Para uma dada área de bloco para o desmonte, o número de desmonte por

ano será aproximadamente 17% menor. O período de tempo necessário para evacuação da área de desmonte , espera para a detonação e a volta

para a área após o sinal de liberação é improdutivo, e esse tempo perdido diminuirá em cerca de 17%.

As desvantagens de bancadas mais altas incluem os seguintes fatores:

O controle de inclinação seja mais difícil. No entanto esta dificuldade

possivelmente poderia ser minimizada obtendo-se um maior controle sobre o deslocamento do material desmontado ou pela escavação do minério desmontado ou pela escavação do minério em duas bancadas iguais, cada

qual com uma altura de 6 metros;

Talvez torne necessário substituir a perfuração de avanço simples por uma de avanço duplo. Neste caso, furos em terrenos com presença de água podem ser perdidos quando adiciona-se a segunda haste de perfuração

(salienta-se que com planejamento adequado a perfuratriz escolhida seria capaz de perfurar os furos mais profundos em um único lance);

Page 61: Apostila Explosivos

5

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Talvez haja uma maior necessidade por furos inclinados na linha da frente

do desmonte (novamente um planejamento adequado, preveria um

diâmetro de furo suficientemente grande para prevenir esta necessidade);

A razão de carregamento aumentaria 8%. Ocorrerão casos para os quais as vantagens resultantes têm maior peso que as

vantagens decorrentes da utilização de bancadas mais altas. Em outros casos, as desvantagens superarão as vantagens.

Altura da Bancada

(m)

Diâmetro Ótimo do

Furo (mm)

3 76

4 89

5 102

6 127

7 152

8 165

9 200

10 229

11 251

12 270

13 279

14 311

15 349

16 381

17 381

Tabela 9 – Efeito da altura da bancada no diâmetro do furo ótimo

Diâmetros menores serão necessários que os indicados acima quando

ocorrerem as seguintes situações:

Quando o controle de inclinação requer a perfuração de furos em malha menor;

Quando a rocha é resistente e maciça e é difícil obter uma fragmentação fina;

Quando o equipamento de escavação ou de britagem for pequeno.

Page 62: Apostila Explosivos

6

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Os furos verticais são bastante utilizados, principalmente porque são os mais

simples de fazer. No entanto, os furos inclinados são teoricamente os mais adequados, visto que quando aumentamos a inclinação da bancada e

consequentemente dos furos, uma parcela maior das ondas de choque passam a refletir-se na face livre melhorando o rendimento da detonação, essa situação é verificada por alguns itens, são eles:

Considerável aumento da fragmentação na parte correspondente ao tampão

e melhor estabilidade da face da bancada; Melhor arranque do pé da bancada;

Diminuição da ultra-quebra (overbreak) e dos níveis de vibração.

Entretanto, os furos devem ser conduzidos na inclinação certa, para que o afastamento na parte do fundo permaneça regular. Em geral, a inclinação

máxima adotada é de 30º em relação a vertical, sendo 10º a 20º uma inclinação adequada.

Diâmetro da Perfuração

Deve ser escolhido conforme o tipo de operação e do equipamento de perfuração. A compra de um equipamento de perfuração é feita entre longos

períodos de tempo, mas a perfuração da rocha é executada com muita freqüência.

Entre as vantagens de trabalhar com maior diâmetro, estão a produção da rocha por metro perfurado (proporcional ao quadrado do diâmetro da

perfuração), e o maior rendiíento obtido nas detonações primárias. O custo de perfuração cresce com o aumento do diâmetro do furo. No entanto

o custo total da operação é menor com furos de grande diâmetro (desde que a perfuratriz não esteja operando no limite superior de sua faixa de diâmetros

em rochas resistentes e duras).

Explosivos

O tipo de explosivo deve ser escolhido em função das suas características e do tipo de rocha a ser desmontada.

Page 63: Apostila Explosivos

7

Engenharia de Explosivos e Vibrações

De um modo em geral, quanto mais dura for a rocha, maior deve ser a

velocidade e a força do explosivo, embora para as rochas muito fragmentadas uma velocidade baixa seja preferível. Na escolha do explosivo deverão ser levados em consideração os seguintes

fatores :

Dureza da rocha (dura, média, branda); Dureza da rocha (dura, média, branda);

Tipo de rocha ( ígnea, metamórfica, sedimentar ) ;

Presença de água ;

Natureza da rocha ( homogênea, fraturada ) ;

região a que se destina ( carga de fundo, carga de coluna ); diâmetro dos furos;

custo (final).

Além disso, quanto mais potente for um explosivo, maior será o afastamento e

o espaçamento para uma dada razão de carregamento e portanto, menor será a quantidade de furos necessários. Assim, na maior parte dos casos compensa utilizar um alto explosivo, mesmo que seja mais caro, pela economia de

perfuração que ele pode proporcionar, entre outros motivos.

O diâmetro adequado para o explosivo está relacionado com o diâmetro da perfuração, de maneira que o explosivo deve entrar sem esforço e sem folga excessiva, pois quanto mais íntimo o contato entre o explosivo e a rocha, tanto

melhor o rendimento da detonação. Tal problema não ocorre com os explosivos bombeados.

Afastamento e Elementos Relacionados

A dimensão do afastamento pode ser determinada aproximadamente fixando-

se 1 m (um metro) de afastamento para cada polegada de diâmetro do furo. O espaçamento pode ser tomado como 1,3 vezes o afastamento. Esta é a relação que pode ser empregada em uma fase inicial das operações de perfuração e

desmonte. A subperfuração se houver, costuma ser igual 0,3 vezes o

Page 64: Apostila Explosivos

8

Engenharia de Explosivos e Vibrações

afastamento. A prática demonstra que este valor é suficiente para evitar o

repé e manter a praça no mesmo plano horizontal.

Se multiplicarmos o afastamento pelo espaçamento e pela altura da bancada (ou pelo comprimento do furo acima do pé, no caso de furos inclinados), teremos o volume de rocha compacta extraída por cada furo. O volume de

rocha depois de britada é aproximadamente 1,5 vezes o volume de rocha compacta.

Se soubermos qual deve ser a produção diária de rocha compacta, dividimos esta produção pelo volume extraído por furo, teremos a quantidade diária

necessária de furos. A quantidade de furos em cada fogo deve ser fixada tendo em vista vários fatores. Se de cada vez forem detonados poucos furos, a

quantidade de detonações vai aumentar, com diminuição no rendimento do carregamento e com mais paralisações no trabalho da mina. Por outro lado, detonações muito grandes podem trazer problemas como ruído e vibrações

excessivas, necessidade de maior frente de trabalho (ou de detonações com maior número de fileiras de furos), entre outros.

Tampão (furos verticais)

Em geral, dimensiona-se igual ao afastamento. Para um tampão menor, o

explosivo que esta na parte superior do furo tenderá a sair por onde a resistência oferecida é menor, ou seja, pela “boca do furo”. Quando o tampão é insuficiente, os gases do explosivo, ao saírem por este tampão tendem a

arrancar pedras que são lançadas a grande distância. Se o tampão for muito maior que o afastamento, a parte superior do material irá ficar pouco

fragmentada.

A prática tem mostrado que o tampão T, calculado através da fórmula : T = A0,7

onde A é o afastamento em metros, esse dimensionamento é considerado

seguro, para diâmetros de até 4”, quando feito com brita 1.

A profundidade de perfuração menos a altura do tampão no dá a altura da coluna de explosivos. Se for utilizado um explosivo mais denso na parte do

fundo, esta carga deve ter uma altura de 1,3 vezes o afastamento.

Page 65: Apostila Explosivos

9

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Importância da Perfuração

A retilinidade do furo de uma perfuração varia, dependendo do tipo e natureza

da rocha, do método e do equipamento de perfuração utilizados. Na perfuração horizontal ou inclinada, o peso da coluna de perfuração pode

concorrer para o desvio do furo. Ao perfurar furos profundos para a detonação, o furo deve ser tão reto quanto possível para que os explosivos sejam

distribuídos corretamente, para se obter o resultado desejado. Para compensar o desvio dos furos ás vezes é necessário furar com menor

espaçamento o que resulta em maior custo. Um problema particular causado por um furo com desvio é a possibilidade de encontrar-se com um outro já

perfurado. A probabilidade do equipamento se prender é grande e a detonação pode não

ser executada adequadamente. A retilinidade dos furos pode ser melhorada usando diferentes tipos de equipamentos guia, como por exemplo os bits guia,

hastes guia, luvas guia. É necessário portanto grande precisão nessas tarefas, já que os testes mostram que 50% dos desvios de furos podem ser atribuídos a mau

alinhamento da lança e imperícia no emboque.

A estabilidade do furo é outra necessidade da perfuração, ou seja, o furo deve permanecer aberto enquanto estiver sendo utilizado, seja para carregamento de explosivos, ou outros fins. Em certa condições, por exemplo,

quando a perfuração é realizada em material “solto” ou rocha (que tendem a desmoronar e tapar o furo), torna-se essencial estabilizar-se o furo com tubos

ou mangueiras de revestimento.

Seqüência de Iniciação e Disposição dos Retardos O resultado de qualquer desmonte de produção com diversos furos depende

muito das interações entre os furos. A seqüência na qual os furos são iniciados e o intervalo de tempo entre as detonações sucessivas tem uma maior

influência na performance total do desmonte. Um plano de fogo insatisfatório (até o ponto do esquema de iniciação) não

pode ser corrigido por meio de um bom esquema de iniciação. A performance dos desmontes somente pode ser otimizada quando as cargas são detonadas

em uma seqüência controlada, em intervalos de tempo adequadamente espaçados.

Page 66: Apostila Explosivos

10

Engenharia de Explosivos e Vibrações

O resultado de um desmonte com vários furos e bem planejado não pode ser

copiado pela detonação, de maneira individual ou aleatória, do mesmo número de furos.

A distribuição ótima de retardos para um desmonte depende de muitos fatores, entre os quais podem ser citados:

Propriedades do maciço rochoso (resistência, módulo de Young, densidade, porosidade, estrutura, etc.);

Geometria do desmonte (afastamento, espaçamento, altura da bancada, disponibilidade de faces livres etc.);

Diâmetro, inclinação e comprimento do furo;

Tipo e comprimento do tamponamento;

Características do explosivo, grau de acoplamento, “decking”, etc.; Sistemas de iniciação (retardos superficiais ou no furo, tipo de linhas

descendentes no “downlines”, etc.;

Tipo e localização da escorva (iniciador); Restrições ambientais (nível e freqüência da vibração de terreno e da

sobrepressão atmosférica);

Resultados desejados (fragmentação, deslocamento da pilha de fragmentos e o seu perfil, etc.).

Não é possível determinar a distribuição ótima de retardos em princípio, mas o monitoramento, análise e interpretação dos desmontes têm levado a um

melhor entendimento dos mecanismos e importância da interação entre os furos.

Retardo entre Furos (Inter - Hole Delay)

O tempo de retardo entre furos adjacentes em uma linha perfurada é

usualmente referido como retardo “entre furos”. Detonar uma única linha de furos com o retardo entre furos ótimo produz os seguintes resultados:

Page 67: Apostila Explosivos

11

Engenharia de Explosivos e Vibrações

A fragmentação não pode ser melhorada sem que haja alguma alteração na

malha, no tipo de explosivo ou em alguma outra variável para aumentar a energia de explosão por metro cúbico de rocha;

O deslocamento para frente é sempre um pouco menor que aquele para um

desmonte instantâneo em uma única linha, mas o deslocamento e o perfil

da pilha de fragmentos pode ser alterado pela mudança de retardo entre furos;

A ultra quebra ou overbrak é similar àquela produzida por um desmonte

com uma linha por vez, e um perfil da parede lisa pode ser obtido pela

manipulação de retardo entre furos;

Níveis de vibração do terreno e de sobrepressão atmosférica podem ser mantidos próximos ou iguais ao do nível de desmonte com furo-único. Se necessário, a energia pode ser canalizada para uma banda de freqüência

mais apropriada.

Na prática, é provável que exista alguma interação entre fragmentação, deslocamento e níveis de vibração. O equilíbrio apropriado para cada situação somente pode ser alcançado pelo uso de retardo entre furos ótimo, e alguma

experimentação é normalmente necessária.

Para uma rocha frágil, elástica e homogênea, um pequeno retardo entre furos é normalmente apropriado, enquanto que uma rocha porosa, plástica e muito fissurada requer mais tempo entre as detonações de furos adjacentes,

tendendo a maximar o deslocamento frontal às custas da fragmentação e de níveis de vibração. Retardos longos tendem a fazer com que cada furo trabalhe

independentemente, reduzindo a interação positiva.

Os resultados de uma grande faixa de condições indica que o retardo entre furos ótimo para o desmonte convencional normalmente se encontra entre 3 e 7 ms por metro de espaçamento do furo (quando medida ao longo de uma

linha ou escalonado). O retardo ótimo para cada situação é influenciado pelas propriedades da rocha,

pela geometria de detonação e pelos resultados esperados, mas um valor 5 ms/m de espaçamento é normalmente um bom ponto de partida.

Retardo entre Linhas

Page 68: Apostila Explosivos

12

Engenharia de Explosivos e Vibrações

O retardo entre a iniciação de furos dependentes ou linhas efetivas sucessivas

de furo é normalmente chamado de “retardo entre linhas “. O tempo de retardo entre linhas tem uma maior influência sobre os resultados de qualquer

desmonte com diversas linhas. Em muitas situações, o retardo entre linhas é tão importante quanto o retardo entre furos no controle da performance global do desmonte.

Em um plano de fogo de multi-linhas, é conveniente, que as cargas adjacentes

às faces livres tenham um afastamento controlável de rocha para quebrar. Entretanto, todos os furos nas linhas subsequentes dependem das cargas detonadas anteriormente para criar novas

faces livres durante o desmonte. Cargas com excessivo afastamento lateral

tendem para crateras na direção do colar, suas únicas alternativas de face livre. Furos que estão sujeitos a este tipo de confinamento lateral não têm performance eficiente, e o resultado global do desmonte é não é satisfatório.

Em um desmonte de multi-linhas simples com uma única face livre, todos furos podem ser iniciados simultaneamente. Neste evento, furos da linha de frente teriam um afastamento limitado e produziriam uma certa quantidade de

fragmentação, deslocamento para frente, vibração do terreno, etc.. Entretanto, todos os furos atrás da linha da frente teriam uma performance efetivamente

menor por causa do confinamento lateral excessivo na hora da detonação. Essas cargas tenderiam para crateras para cima, com efeito mais pronunciado em direção à linha de trás, consequentemente, fragmentação e deslocamento

para frente ficariam em desvantagem, enquanto ultra-quebra, níveis de vibração do terreno e sobrepressão atmosférica aumentariam. A pilha de

fragmentos resultante tornar-se-ia progressivamente mais difícil para escavar na direção dos lados e para trás, onde a rocha deve estar virtualmente imóvel

na direção do pé. Um desmonte de multi-linhas pode ser detonado para uma face livre em uma

seqüência linha-a-linha pela introdução de um retardo entre a detonação de sucessivas linhas. Se este intervalo de retardo é adequado, a performance

global do desmonte talvez aumente significadamente por causa do alívio progressivo da rocha sob influência do furo. Isto assegura que cada linha de furos tenha um face livre subvertical efetiva que possa ser atingida, porque a

linha precedente já se fragmentou e deslocou a sua rocha envolvente.

Page 69: Apostila Explosivos

13

Engenharia de Explosivos e Vibrações

No entanto, se o intervalo de retardo entre as linhas sucessivas não for

suficiente para proporcionar um alívio apropriado, as linhas a serem detonadas posteriormente tornam-se progressivamente mais “amontoadas”.

Consequentemente, a performance do desmonte não será a melhor, e os resultados tenderão a se deteriorar na direção da linha de trás.

O retardo entre linhas ótimo afeta a performance do desmonte das seguintes

formas: A escavabilidade é melhorada, particularmente na região do pé dos furos,

na direção oposta à face livre. O retardo entre linhas ótimo assegura que cada furo tenha uma face livre para quebrar. Isto ocorre porque o furo

detonado previamente quebra a rocha envolvente e o libera antes que o furo dependente detone. Este alívio progressivo da rocha envolvente, influi na quantidade de rocha acima do tamanho especificado produzida, embora

a fragmentação seja influenciada freqüentemente mais pelo retardo entre furos do que pelo retardo entre linhas;

O movimento lateral e o perfil da pilha de material desmontado podem ser

otimizados pela manipulação de retardos entre linhas e entre furos;

O overbreak na parte de trás e nas laterais do desmonte é minimizado

porque o movimento para a frente é criado contanto com um retardo adequado entre a detonação dos furos dependentes;

Vibrações de terreno e sobrepressão atmosférica são controlados atmosférica são controlados e podem freqüentemente ser mantidos a níveis

similares àqueles produzidos por uma detonação de um furo único. Isto é um resultado direto do alívio progressivo da rocha envolvente que promove

um movimento lateral e minimiza a elevação, formação de crateras e ejeção do tampão. Detonações subsequentes provavelmente são também menos barulhentas porque a ultra-quebra reduzida significa que a rocha

envolvente nas linhas de frente contém fraturamentos mínimos decorrentes da detonação anterior. Retardos entre linhas e entre furos adaptados

corretamente podem também permitir que a energia sísmica possa ser canalizada para bandas de freqüência apropriada.

O retardo entre linhas ótimo para uma aplicação específica não pode ser calculado através de princípios básicos. Em qualquer situação, alguma

experimentação é recomendada.

Page 70: Apostila Explosivos

14

Engenharia de Explosivos e Vibrações

No entanto os resultados de uma ampla gama de condições indicam que o

retardo entre linhas ótimo para um desmonte convencional está normalmente na faixa de 10 a 20 ms/m de afastamento efetivo (medidas entre os furos

dependentes ou linhas sucessivas). O retardo entre linhas ótimo para cada situação é fortemente influenciado pelas propriedades da rocha, pela geometria do desmonte e pelo resultado desejado, mas uma sugestão de 15

ms/m é normalmente um bom ponto de partida.

Para uma rocha frágil, elástica e bastante fissurada, um retardo entre linhas relativamente curto é normalmente apropriado. Uma rocha porosa, densa, plástica, homogênea exige mais tempo para a movimentação da rocha

envolvente. Retardos longos facilitam o deslocamento para frente e liberação do material fragmentado. Retardos curtos tendem a restringir o movimento

lateral (com possibilidade de furos “roubados”), a reduzir a escavabilidade e causar vibrações de terreno mais elevadas.

Retardo no Furo (in-hole delay)

Quando um sistema de retardos de superfície é usado para detonar instantaneamente, por exemplo, linhas de cordéis nos furos sem retardos, um

furo detona imediatamente após a sua linha de cordel ter sido iniciada. Isto irá fragmentar o maciço rochoso circundante e causará o movimento do terreno

que poderá danificar ou cortar linhas-tronco e as linhas do furo não detonadas nas redondezas. A probabilidade disto ocorrer é mais alta onde são usados retardos de superfície relativamente longos entre furos adjacentes, e em

muitas situações o tempo máximo de retardo praticável é limitado pela necessidade de prevenir excessivas falhas no fogo que ocorrem por sua causa.

Em rochas maciças, na qual fatores de alta energia e tamponamentos curtos são usados, o retardo ótimo pode ser bem mais curto do que o exigido para a

performance ótima do desmonte. Como uma recomendação geral, o retardo máximo entre furos não deve exãeder 6 ms/m de espaçamento efetivo dos furos para evitar cortes das linhas que descem nos furos, a menos que os

retardos de furos sejam usados.

Os retardos no furo fornecem um intervalo de tempo entre a iniciação de cada linha interna do furo e a detonação da carga explosiva correspondente. A provisão dos tempos de retardo adequados assegura que o sinal de iniciação

alcance a(s) espoleta(s) dentro de cada carga antes que ela ou cargas adjacentes comecem a quebrar o maciço rochoso circundante. Isto minimiza a

probabilidade de que as linhas dos furos sejam danificadas fisicamente ou truncadas pelo movimento do terreno durante a detonação, e permite o uso de

Page 71: Apostila Explosivos

15

Engenharia de Explosivos e Vibrações

retardos entre linhas mais longos, que são freqüentemente essenciais para a

otimização da performance do desmonte de rocha.

A razão 4:1 Quando um único retardo no furo é usado, ele deve ser de 3 a 5 vezes mais

longo que o retardo de superfície. Uma relação entre o retardo no furo e o retardo superfície nesta faixa proporciona equilíbrio prático entre dois fatores

conflitantes. Proporcionando um retardo no furo suficiente para evitar truncamento da

linha de cordel do furo na superfície, devido ao movimento do terreno durante a detonação. Se retardos de superfície forem usados sem retardos

no furo (ou seja, a taxa é zero), há um risco grande de cortes; Proporcionando um sequenciamento confiável dos furos. Se um retardo no

furo extremamente longo for usado com retardos de superfície curtos, as variações no tempo de detonação das espoletas de retardos no furo

(dispersão) podem ser comparadas com o tempo da superfície. Uma taxa mais alta aumenta a probabilidade do furo detonar fora da seqüência.

Resultados consistentes podem ser obtidos pelo uso de retardos nos furos que apresentam tempos de esperas 4 vezes maiores do que os dos retardos de

superfície mais longos. Uma taxa menor pode ser aceitável em condições favoráveis (onde as detonações se direcionam para uma extremidade livre e com um baixo fator de energia e colunas de tamponamento longas). Sob

condições severas, no entanto, uma taxa maior deve ser escolhida para aumentar a frente de detonação entre o sistema de retardo de superfície e a

detonação subsequente das cargas (como em rochas maciças e resistentes com fator de alta energia em um desmonte de rebaixamento sem face livre).

A seleção do retardo no furo para um furo de diâmetro de 114 mm em uma rocha bastante resistente é ilustrado pelo seguinte exemplo:

Retardos de Superfície (experimental)

Entre linhas = 42 ms; Entre furos = 17 ms Portanto o retardo adotado para o furo (in hole delay) no plano de fogo será de

:

4 x 42 = 168 ms

Page 72: Apostila Explosivos

16

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Uma espoleta não elétrica de 175 ms (espera 7; 7 x 25 ms = 175 ms) seria apropriada. Para escorvas duplas deve-se usar um retardo de 175 ms na

escorva do fundo e um retardo de 200 ms na escorva de segurança colocada no meio da coluna explosivo ou no topo.

Iniciação Furo a Furo

A detonação furo a furo pode ser obtida pelo uso de espoletas no furo. No entanto, a faixa disponível de retardos no furo é limitada e, por isso, é raro de

se ver grandes desmontes a céu aberto sendo detonados com sequenciamento controlado por retardos nos furos. Na prática a iniciação furo a furo é normalmente obtida pelo uso de um sistema de retardo de superfície para

controlar o sequenciamento da detonação.

Se retardos entre linhas relativamente longos ou retardos entre furos são necessários para produzir os resultados desejados, uma combinação de retardos de superfície e do (dentro) furo serão exigidos para evitar cortes da

linha do furo causados pelo movimento do terreno durante a detonação. Quando este sistema de combinação é usado, cada furo contém normalmente

o mesmo retardo. Os tempos de retardo entre linhas são controlados pelo sistema de iniciação de superfície, enquanto que o retardo no furo proporciona um fator de segurança contra truncamentos potenciais de linhas-tronco e

linhas de furo causados pelo movimento do terreno durante a detonação.

Desmontes Especiais a Céu Aberto

Pré - Corte ou Pré-Fissuramento

Também conhecida como técnica de corte prévio ou “pré-splitting”. É um tipo de detonação especial que se caracteriza pela abertura de uma fenda em um

maciço rochoso para, desta forma, separar a parte que vai ser detonada e removida daquela remanescente da escavação. Essa técnica, pode-se dizer, nasceu a partir do trabalho de S. Paine e H. E. Clarck e, 1957/58 junto ao

Projeto Niagara.

Consiste na detonação de uma linha de furos paralelos e coplanares ao longo da superfície de corte que se quer criar, com carga explosiva controlada para causar o mínimo possível de abalos e/ou trincamentos no maciço rochoso. Com

isto, de um lado temos a rocha a ser desmontada posteriormente em melhores condições de propagação da energia do explosivo, e do outro lado a

rocha remanescente com um mínimo de trincamento que conferir-lhe-á boas condições de estabilidade.

Page 73: Apostila Explosivos

17

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Basicamente temos que aplicar, através da detonação instantânea das cargas explosivas, esforços com intensidade tal que a resultante de compressão seja

menor que a resistência a compressão da rocha mas que a resultante de tração seja maior que a resistência a tração desta rocha.

A perfuração para o pré-fissuramento deve ser de preferência executada por

equipamento pesado para garantir o perfeito paralelismo entre furos, condição fundamental para o total aparecimento da fenda de corte, e em diâmetro de 2

1/2” ou 3” para assegurar razoável separação entre as cargas explosivas (que normalmente possuem diâmetro de 1”) e as paredes do furo.

O Explosivo empregado neste tipo de detonação deve ser necessariamente de baixa expansão gasosa, para, desta forma, evitar pelo escape de gases o

aparecimento excessivo de trincas em direções outras que não a desejada.

Como estimativa inicial, a carga de explosivo deve ser aplicada a razão de 200

a 500 g/m² de parede de rocha a pré-fissurar, sendo os valores mais baixos válidos para rochas elásticas e/ou compactas e os mais altos para as situações

inversas. Em função do valor adotado para a carga explosiva por m² e da razão linear em (kg/m linear), pode-se estabelecer o espaçamento entre os furos do pré-fissuramento.

Para uma razão linear de carga de 120 g/m linear:

Aplicando 200 g/m² - Espaçamento de 0,60 m

Aplicando 500 g/m² - Espaçamento de 0,25 m

Quanto a iniciação dos furos, podemos dizer que esta deve ser necessariamente instantânea para reforçar a combinação dos esforços

mecânicos gerados em cada furo. Caso haja limitação da carga por espera, face a problema de controle de

vibrações, pode-se empregar retardos (para cordel detonante ou linha silenciosa), com a restrição de que onde estes forem aplicados deveremos

executar mais um furo descarregado entre os dois carregados que detonarão defasados no tempo.

Outra observação é que para pré-fissuramentos altos (maiores que 10 m) seja executada uma subfuração de mais ou menos 0,30 m, com emprego de

emulsão encartuchada na dimensão de 2” x 12”.

Page 74: Apostila Explosivos

18

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Fogo de Acabamento ou Smooth Blasting O objetivo básico no fogo de acabamento, muitas vezes definido como fogo

cuidadoso, é o mesmo que o citado na técnica de pré-corte (pré-splitting), ou seja, criar uma superfície bem acabada, com um mínimo de trincamento na

rocha remanescente para lhe conferir boas condições de estabilidade. A diferença é que na técnica de Smooth Blasting a detonação de acabamento

de talude é feita no final da escavação do maciço.

Consiste fundamentalmente em uma detonação instantânea, com carga controlada, aproveitando ao máximo a combinação dos esforços mecânicos gerados em cada furo para abrir uma fenda plana e bem definida e ao

mesmo tempo movimentar a massa de rocha em frente a esta.

Os critérios para dimensionar este tipo de detonação são os mesmos dos já apresentados no caso das detonações em bancadas a céu aberto, com restrições tais como: detonação instantânea de somente uma linha de furos,

afastamento dos furos a face livre (reduzido em relação aos valores normais para evitar o aparecimento da ultra-quebra nï topo da bancada ou o

fissuramento excessivo ao longo da “meia cana” dos furos), aplicação de explosivos de baixa velocidade de detonação e baixa expansão gasosa, em cartuchos de bitola tal que não preencha mais do que 70% da seção

transversal do furo e com razão de carregamento de cerca de 200 a 300 g/m³ para rochas compactas e ao mesmo tempo entre 200 e 500 g/m² de parede a

acabar.

Ajuste de Razão de Carregamento

Verificamos se a razão de carregamento calculada está de acordo com os valores adequados, e concluímos se o plano de fogo está bem feito ou não. Se

a razão de carregamento estiver acima do necessário, é preciso aumentar o afastamento; se estiver muito baixa, diminuímos o afastamento. Modificamos então os demais valores e calculamos novamente a razão de carregamento.

Se está não atingir um valor razoável, vamos modificando o plano de fogo até obtermos uma razão de carregamento correta. A seguir são apresentados os

valores aproximados da razão de carregamento para diversos tipos de rochas, são eles :

Page 75: Apostila Explosivos

19

Engenharia de Explosivos e Vibrações

Rocha Razão de Carregamento (g/m3)

Granito e Gnaisse 600 a 800

Basalto 270 a 500

Rocha Decomposta 250 a 340

Rochas Sedimentares 140 a 210

Arenito e Folhelo 200 a 300

Hematita Compacta 110 a 135

Calcário 100 a 140

Page 76: Apostila Explosivos

1

PLANO DE FOGO - A CÉU ABERTO

Introdução

A partir da década de 50 foram desenvolvidas um grande número de fórmulas e métodos de

determinação das variáveis geométricas: afastamento, espaçamento, subperfuração etc. Estas

fórmulas utilizavam um ou vários grupos de parâmetros: diâmetro do furo, características dos

explosivos e dos maciços rochosos etc.

Não obstante, devido a grande heterogeneidade das rochas, o método de cálculo do plano de fogo

deve basear-se em um processo contínuo de ensaios e análises que constituem o ajuste por

tentativa.

As regras simples permitem uma primeira aproximação do desenho geométrico dos desmontes e o

cálculo das cargas. É óbvio que em cada caso, depois das provas e análises dos resultados

iniciais, será necessário ajustar os esquemas e cargas de explosivos, os tempos de retardos até

obter um grau de fragmentação, um controle estrutural e ambiental satisfatórios.

Desmonte em banco

Aplicações

As aplicações mais importantes são: escavação de obras públicas e mineração a céu aberto.

Diâmetro da perfuração

A eleição do diâmetro de perfuração depende da produção horária, do ritmo de escavação, da

altura da bancada e da resistência da rocha.

Uma produção elevada requer furos maiores. A produção não aumenta linearmente em relação ao

diâmetro do furo, mas praticamente de uma forma quadrática, o que depende da capacidade dos

diferentes equipamentos de perfuração.

Com regra prática pode-se dizer que a altura, em metros, econômico de uma bancada deverá ser

entre 2 a 5 vezes o diâmetro do furo em polegadas. Utilizando essa regra, também um diâmetro

razoável de um furo em relação à altura da bancada pode ser estimado.

Altura do banco

A escolha da altura de bancada é uma decisão que deve ser tomada levando-se em consideração

questões de ordem técnica e econômica, a saber:

a) as condições de estabilidade da rocha que compõe o maciço e a segurança nas operações de

escavação;

b) o volume de produção desejado, o qual determinará o tipo e o porte dos equipamentos de

perfuração, carregamento e transporte;

c) a maximização da eficiência no custo total de perfuração e desmonte.

Principalmente quando se considera a redução dos custos de perfuração e desmonte há uma

tendência mundial por se trabalhar com bancadas altas. Para se entender melhor o porque disto,

consideremos o exemplo de uma mineração em bancadas cuja cava tenha 60 metros de

profundidade conforme a figura 12 (JOÃO CARLOS, 1998).

Page 77: Apostila Explosivos

2

1º CASO 2º CASO

60 m

15 m

10 m

Figura 12 - Comparativo entre a utilização de bancadas de diferentes alturas para se vencer

o mesmo desnível.

Conforme se observa, no primeiro caso onde a altura de bancada escolhida foi de 10 m, seriam

necessárias 6 bancadas para se atingir os 60 m de profundidade. Já no segundo caso, com

bancadas de 15 m de altura, seriam necessárias apenas 4 bancadas para se atingir os mesmos 60

m. Ou seja, uma economia de 33 % em número de bancadas.

Consideremos agora, que os seguintes itens de custo são iguais ou aproximadamente iguais tanto

para a bancada de 10 m quanto para a bancada de 15 m:

a) a metragem de tampão, por exemplo 1,5 m , a qual é responsável pela maior parte dos fogos

secundários de uma detonação por ser a porção do furo não carregada com explosivos;

b) a metragem de subfuração, a qual não contribui com nenhum acréscimo para o volume de

material detonado;

c) o consumo de acessórios utilizados na ligação dos furos na superfície superior da bancada;

d) a mão-de-obra utilizada no carregamento dos fogos de uma das bancadas;

a) o período de tempo necessário para evacuação, espera e retorno às áreas detonadas, durante

o qual as operações de lavra devem ser suspensas.

Fica claro que todos os itens listados acima, sofreriam uma redução de 33 % se optássemos pelo

segundo caso no exemplo da figura 11.

Todavia, ao adotarmos bancadas mais altas nos deparamos com alguns inconvenientes, os quais

podem ou não anular e até suplantar o peso das vantagens obtidas:

a) a precisão da perfuração torna-se cada vez menor a medida que cresce a coluna de hastes de

perfuração, gerando desvios indesejáveis que comprometem seriamente os resultados de

fragmentação e arranque do pé da bancada;

Page 78: Apostila Explosivos

3

b) devido aos mesmos desvios, há sempre um risco de acidentes com ultra-lançamento;

c) a velocidade de perfuração efetiva cai com o aumento da profundidade perfurada, tanto pela

diminuição na velocidade de avanço como pelo aumento no ciclo de introdução e remoção

das hastes;

d) a altura da pilha de material detonado aumenta, demandando equipamentos de carga de maior

porte, ou causando aumento no ciclo de carregamento e submetendo os equipamentos a um

maior desgaste;

e) há um ligeiro aumento na razão de carga.

A altura do banco, também, é função do equipamento de carregamento. As dimensões

recomendadas levam em conta os alcances e características de cada grupo de máquinas. A altura

do banco pode ser determinada a partir da capacidade da caçamba do equipamento de

carregamento:

PÁ CARREGADEIRA: H = 5 a 15 (m)

ESCAVADEIRA HIDRÁULICA: H = 4 + 0,45cc (m)

ESCAVADEIRA A CABO: H = 10 + 0,57(cc -6) (m)

sendo: cc = capacidade da caçamba em m3.

Em alguns casos a altura do banco está limitada pela geologia do jazimento, por imperativos do

controle da diluição do minério, por questões de vibração do terreno durante os desmontes e por

razões de segurança.

Granulometria exigida

É função do tratamento e utilização posterior do material, e em alguns casos indiretamente da

capacidade dos equipamentos de carga.

O tamanho do blocos “Tb“ se expressa por sua maior longitude, podendo apresentar os seguintes

valores:

a) Tb < 0,8AD sendo: AD = tamanho de admissão do britador;

b) Material estéril que vai para a pilha de deposição controlada, dependerá da capacidade da

caçamba do equipamento de carregamento:

Tb < 0 7 3, cc sendo: cc = capacidade da caçamba, em m3 .

Observação: O tamanho ótimo do bloco é, normalmente, aquele cuja relação com a dimensão da

caçamba do equipamento de carregamento se encontra entre 1/6 e 1/8.

c) Material para o porto e barragens: granulometria que vai deste 0,5 t a 12 t por bloco.

Page 79: Apostila Explosivos

4

VARIÁVEIS GEOMÉTRICAS DE UM PLANO DE FOGO

A figura 13 mostra as variáveis geométricas de um plano de fogo.

Figura 13 - Variáveis geométricas de um plano de fogo.

sendo:

H = altura do banco; D = diâmetro do furo; L = longitude do furo, d = diâmetro da carga; A =

afastamento nominal; E = Espaçamento nominal; LV = longitude do desmonte; AV =

comprimento da bancada; Ae = Afastamento efetivo; Ee = espaçamento efetivo; T = tampão; S

= Subperfuração; I = longitude da carga; = angulo de saída; v/w = grau de equilíbrio;

tr = tempo de retardo.

1 = repé; 2 = meia cana do furo; 3 = rocha saliente; 4 = sobreescavação;

5 = fenda de tração; 6 = trincamento do; 7 = cratera; 8 = carga

maciço desacoplada.

a) Afastamento (A) - É a menor distância que vai do furo à face livre da bancada ou a menor

distância de uma linha de furos a outra. De todas as dimensões do plano de fogo essa é a mais

crítica.

Page 80: Apostila Explosivos

5

AFASTAMENTO MUITO PEQUENO - A rocha é lançada a uma considerável distância da

face. Os níveis de pulsos de ar são altos e a fragmentação poderá ser excessivamente fina.

AFASTAMENTO MUITO GRANDE - A sobreescavação (backbreak) na parede é muito

severa.

AFASTAMENTO EXCESSIVO - Grande emissão de gases dos furos contribuindo para um

ultralançamento dos fragmentos rochosos à distâncias consideráveis, crateras verticais, alto nível

de onda aérea e vibração do terreno. A fragmentação da rocha pode ser extremamente grosseira e

problemas no pé da bancada podem ocorrer.

Outras variáveis do plano de fogo são mais flexíveis e não produzirão efeitos drásticos nos

resultados tal como os produzidos pelo erro na estimativa da dimensão do afastamento.

O valor do afastamento (A) é função do diâmetro dos furos, das características das rochas e dos

tipos de explosivos utilizados. Os valores do afastamento oscilam entre 33 e 39 vezes o diâmetro

do furo, dependendo da resistência da rocha e da altura da carga de fundo. Uma formula empírica

e bastante útil para o cálculo do afastamento (A) é expressa por:

A x De

r

e

0 0123 2 15, ,

sendo: e = densidade do explosivo (g/cm3); r = densidade da rocha (g/cm

3);

De = diâmetro do explosivo (mm).

CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESMONTE DE ROCHAS

Um dos fatores que interferem na qualidade do desmonte de rocha é a razão entre a altura da

bancada (Hb) e o afastamento (A). A tabela 13 tece alguns comentários acerca desta relação.

Tabela 13 - Comentários a respeito da relação Hb e Afastamento (A). Fonte: (Konya, 1985)

Hb/A Fragmentação Onda

aérea

Ultralança-

Mento

Vibração Comentários

1 Ruim Severa Severo severa Quebra para trás. Não detonar.

Recalcular o plano de fogo.

2 Regular Regular Regular Regular Recalcular, se possível.

3 Boa Boa Bom Boa Bom controle e boa fragmentação

4 Excelente Excelente Excelente excelente Não há aumento em benefícios

para Hb/A > 4.

Se Hb/A > 4 A bancada é considerada alta.

Se Hb /A < 4 A bancada é considerada baixa.

b) ESPAÇAMENTO (E) - É a distância entre dois furos de uma mesma fila.

No caso de bancada baixa (Hb/A<4) dois casos devem ser observados:

- os furos de uma linha são iniciados instantaneamente, a seguinte expressão pode ser usada:

AHE b 233,0

Page 81: Apostila Explosivos

6

sendo: Hb = altura do banco, em metros.

- os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:

No caso de bancada alta (Hb/A>4) dois casos devem ser observados:

- os furos são iniciados instantaneamente, a seguinte expressão pode ser usada:

E = 2 x A

- os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:

E = 1,4 x A

O espaçamento nunca deve ser menor que o afastamento, caso contrário, o número de matacões

será excessivo.

Observação: as Malhas Alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente acima de 1,75.

São indicadas para rochas friáveis/macias.

c) SUBPERFURAÇÃO (S) - É o comprimento perfurado abaixo da praça da bancada ou do

greide a ser atingido. A necessidade da subperfuração, decorre do engasgamento da rocha no

pé da bancada. Caso não seja observada esta subperfuração, a base não será arrancada

segundo um angulo de 90 e o pé da bancada não permanecerá horizontal, mas formará o que

é conhecido como “repé”. O repé exigirá perfurações secundárias de acabamento,

grandemente onerosa e de alto riscos para os operários e os equipamentos.

S = 0,3 A

d) PROFUNDIDADE DO FURO (Hf ) - É o comprimento total perfurado que, devido a

inclinação e a subperfuração (S), será maior que a altura da bancada. O comprimento do furo

8

)7( AHE b

Page 82: Apostila Explosivos

7

aumenta com a inclinação, entretanto, a subperfuração (S) diminui com esta. Para calcular

(Hf) utiliza-se a seguinte expressão:

SxH

H b

f

1001

cos

e) TAMPÃO (T) - É a parte superior do furo que não é carregada com explosivos, mas sim

com terra, areia ou outro material inerte bem socado a fim de confinar os gases do explosivo.

O ótimo tamanho do material do tampão (OT) apresenta um diâmetro médio (D) de 0,05 vezes

o diâmetro do furo, isto é:

OT = D / 20

O material do tampão deve ser angular para funcionar apropriadamente. Detritos de perfuração

devem ser evitados.

O adequado confinamento é necessário para que a carga do explosivo funcione adequadamente e

emita o máxima de energia, bem como para o controle da sobrepressão atmosférica e o

ultralançamento dos fragmentos rochosos. A altura do tampão pode ser calculada pela seguinte

expressão:

T = 0,7 A

T < A risco de ultralançamento da superfície mais alta aumenta.

T > A produzirá mais matacões, entretanto o lançamento será menor ou eliminado.

f) VOLUME DE ROCHA POR FURO (V) - O volume de rocha por furo é obtido

multiplicando-se a altura da bancada (Hb) pelo afastamento (A) e pelo espaçamento (E):

V = (Hb /cos) x A x E

g) PERFURAÇÃO ESPECÍFICA (PE) - É a relação entre a quantidade de metros

perfurados por furo e o volume de rocha por furo (V), isto é:

PEH

V

f

Page 83: Apostila Explosivos

8

h) CÁLCULO DAS CARGAS

Razão Linear de Carregamento (RL)

RLd

xe

e

2

4000

onde: de = diâmetro do explosivo (mm);

e = densidade do explosivo (g/cm3).

Altura da carga de fundo (Hcf )

A carga de fundo é uma carga reforçada, necessária no fundo do furo onda a rocha é mais presa.

Alguns autores sugerem que Hcf deve ser um valor entre 30 a 40% da altura da carga de

explosivos (Hc). A tendência, a depender dos resultados dos desmonte, é de reduzi-la cada vez

mais para diminuir os custos com explosivos.

Hcf = 0,3 x Hc = 0,3 x (Hf - T)

Altura da carga de coluna (Hcc )

Carga de coluna é a carga acima da de fundo; não precisa ser tão concentrada quando a de

fundo, já que a rocha desta região não é tão presa.

A altura da carga de coluna é igual a altura total da carga (Hc) menos a altura da carga de fundo

(Hcf):

Hcc = Hc - Hcf

Carga Total (CT)

A carga total será a soma da carga de fundo mais a de coluna:

CT = CF + CC

h) RAZÃO DE CARREGAMENTO (RC)

RCCT

VKg m ( / )3

Page 84: Apostila Explosivos

Engenharia de Explosivos e Vibrações

ANEXOS

Page 85: Apostila Explosivos

___________________________________________________________________________________________________________________________________ Quartel General do Exército, Bloco “H”, 4º Andar – DFPC - SMU, Brasília – DF, CEP 70.630-901

Tel (61) 415-6902/415-5139// Fax (61) 415-5669 // E-mail: [email protected]

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO LOGÍSTICO (D Log / 2000)

PORTARIA Nº 18-D LOG, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2005.

Aprova as Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios

O CHEFE DO DEPARTAMENTO LOGÍSTICO, no uso das atribuições constantes do inciso IX do art. 11 do Capítulo IV do Regulamento do Departamento Logístico (R128), aprovado pela Portaria n° 201, de 2 de maio de 2001, de acordo com o inciso XV do art. 27, aprovado pelo Decreto n° 3.665, de 20 de novembro de 2000, e por proposta da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), resolve:

Art. 1° Aprovar as Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios , que com esta baixa.

Art. 2o Estabelecer o prazo de 180 (cento e oitenta ) dias para o efetivo cumprimento das Normas aprovadas por este documento.

Art. 3° Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.

Art. 4o Revogar a Portaria no 010 – D Log de 10 Abr 01.

Page 86: Apostila Explosivos

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO LOGÍSTICO

NARAExAc

NORMAS ADMINISTRATIVAS RELATIVAS ÀS

ATIVIDADES COM EXPLOSIVOS E SEUS

ACESSÓRIOS

DFPC

OUTUBRO 2005

Page 87: Apostila Explosivos

ÍNDICE

Artigos CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 1º ao 6º CAPÍTULO II DOS REGISTROS 7º ao 10 CAPÍTULO III DA FABRICAÇÃO 11 ao 14 CAPÍTULO IV DA IMPORTAÇÃO 15 ao 18 CAPÍTULO V DA EXPEDIÇÃO E DA VENDA 19 e 20 CAPÍTULO VI DAS EMBALAGENS E DA MARCAÇÃO OU ROTULAGEM 21 ao 23 CAPÍTULO VII DO ARMAZENAMENTO 24 ao 29 CAPÍTULO VIII DO TRÁFEGO E DO TRANSPORTE 30 ao 38 CAPÍTULO IX DA UTILIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A TERCEIROS 39 ao 45 CAPÍTULO X DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 46 ao 49 ANEXOS:

“A” - MAPA DE IMPORTAÇÃO DE EXPLOSIVOS, ACESSÓRIOS E INSUMOS “B” - MODELO DE INCRIÇÕES NAS EMBALAGENS “C” - VISTA LATERAL DA POSIÇÃO DA CAIXA DE SEGURANÇA EM VIATURAS TIPO BAÚ “D” - MODELO DE CAIXA DE SEGURANÇA “E” - GRUPOS DE COMPATIBILIDADE “F” - REQUERIMENTO DE SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE DETONAÇÃO “G”- DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA À AUTORIZAÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

DE DETONAÇÃO

Page 88: Apostila Explosivos

(Fl 3 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc)

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º As presentes Normas têm por finalidade regulamentar os procedimentos a serem

observados para a produção, importação, exportação, comércio, armazenagem, transporte e tráfego de explosivos e seus acessórios, bem como a sua utilização, determinando procedimentos a serem adotados pelos fabricantes, distribuidores/revendedores e usuários desses produtos.

Art. 2º Os explosivos e seus acessórios são produtos de interesse militar cujas atividades de

fabricação, utilização, armazenamento, importação, exportação, desembaraço alfandegário, tráfego e comércio estão sujeitas ao controle do Exército, de acordo com o Anexo I (Relação de Produtos Controlados pelo Exército), combinado com o art. 10, ambos do Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105), aprovado pelo Decreto nº 3.665, de 20 de novembro de 2000.

Art. 3º Para efeito destas Normas e sua adequada aplicação, é adotada a seguinte

nomenclatura genérica: I - explosivos tipo ANFO: são misturas de nitrato de amônio e óleos combustíveis; II - explosivos granulados industriais: composições explosivas, que além de nitrato de

amônio e óleo combustível, são constituídas de aditivos, tais como serragem, casca de arroz e alumínio em pó, para correção de densidade, balanço de oxigênio, sensibilidade e potencial energético; também são conhecidos comercialmente como granulados, pulverulentos, derramáveis ou nitrocarbonitratos;

III - explosivos tipo DINAMITE: são todos os que contém nitroglicerina em sua

composição, sendo os que exigem maior cuidado em seu manuseio e utilização, devido à sua elevada sensibilidade;

IV - explosivos tipo EMULSÃO: são misturas de nitrato de amônio, diluído em água, e

óleos combustíveis, obtidas por meio de um agente emulsificante; contém microbolhas dispersas no interior de sua massa, responsáveis por sua sensibilização; normalmente são sensíveis à espoleta comum nº 8, sendo eventualmente necessário o uso de um reforçador para sua iniciação; podem ser de dois tipos:

a) explosivos tipo EMULSÃO BOMBEADA: são explosivos tipo Emulsão, a granel,

bombeados e sensibilizados diretamente no local de emprego, por meio de unidades móveis, de fabricação ou bombeamento; e

b) explosivos tipo EMULSÃO ENCARTUCHADA: são explosivos tipo Emulsão,

embalados em cartuchos cilíndricos, normalmente de filme plástico; V - emulsão base ou pré-emulsão: é a mistura base de explosivos tipo Emulsão

Bombeada, ainda não sensibilizada; as unidades industriais móveis de transferência e de fabricação transportam apenas a Emulsão Base, que só é sensibilizada no momento de utilização;

VI - explosivos tipo LAMA: são misturas de nitratos, diluídos em água, e agentes

sensibilizantes, na forma de pastas; também conhecidos como “slurries” (ou, no singular, "slurry"); VII - cargas moldadas: explosivos com formato fixo, pré-definido, de acordo com um

molde inicial; o tipo mais comum possui um orifício cônico em seu corpo, destinado a concentrar a energia da explosão em uma direção específica; o funcionamento destes dispositivos é baseado no efeito Monroe ou "Carga Oca", muito utilizado em munições para perfuração de blindagens;

VIII - gelatina explosiva: constitui-se numa mistura de nitrocelulose e nitroglicerina

Page 89: Apostila Explosivos

(Fl 4 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc) utilizada na fabricação de explosivos tipo Dinamite; em decorrência, algumas DINAMITES são denominadas gelatinosas ou semi-gelatinosas, conforme a quantidade de gelatina explosiva presente;

IX - explosivos plásticos: são massas maleáveis, normalmente a base de ciclonite (RDX) e

óleos aglutinantes, que podem ser moldadas de acordo com a necessidade de emprego; por sua facilidade de iniciação (é sensível a espoleta comum nº 8), poder de destruição e praticidade, são os explosivos mais cobiçados para fins ilícitos; também são conhecidos como cargas moldáveis;

X - espoleta comum: tubo de alumínio, contendo, em geral, uma carga de nitropenta, e

um misto de azida e estifinato de chumbo, destinado à iniciação de explosivos, sendo o tipo mais utilizado a espoleta comum nº 8; também é conhecida como espoleta não elétrica ou pirotécnica;

XI - cordel detonante: tubo flexível preenchido com nitropenta, RDX ou HMX, destinado

a transmitir a detonação do ponto de iniciação até à carga explosiva; seu tipo mais comum é o NP 10, ou seja, que possui 10 g de nitropenta/RDX por metro linear;

XII - sistema iniciador não elétrico: conjunto de espoleta de retardo e tubo flexível oco

com revestimento interno de película de mistura explosiva ou pirotécnica, suficiente para transmitir a onda de choque ou de calor, sem danificar o tubo;

XIII - sistema iniciador elétrico: conjunto de espoleta acoplada a um circuito elétrico com

o mesmo efeito de uma espoleta comum, mas acionado por corrente elétrica; XIV - sistema iniciador eletrônico: conjunto de espoleta acoplada a um circuito

eletrônico que permite a programação dos retardos e acionado por conjunto de equipamentos de programação e detonação específicos para esse fim;

XV - reforçadores: são acessórios explosivos destinados a amplificar a onda de choque,

para permitir a iniciação de explosivos em geral não sensíveis à espoleta comum nº 8 ou cordel detonante; normalmente são tipos específicos de cargas moldadas de TNT, nitropenta ou pentolite;

XVI - retardos: são dispositivos semelhantes a espoletas comuns, normalmente com

revestimento de corpo plástico, que proporcionam atraso controlado na propagação da onda de choque; são empregados para a montagem de malhas em que se precisa de uma defasagem na iniciação do explosivo em diferentes pontos, ou mesmo para detonações isoladas, proporcionando maior segurança à operação;

XVII - estopins: são tubos flexíveis preenchidos com pólvora negra destinados a transmitir

chama para iniciação de espoletas; quando comercializados em pedaços, acoplados a uma espoleta, são denominados "espoletados"; podem ser hidráulicos ou comuns, conforme sejam capazes ou não, respectivamente, de transmitir chama dentro d’água;

XVIII - acessórios iniciadores: constituem-se de espoleta elétrica, espoleta pirotécnica,

espoleta eletrônica, estopim, elemento de retardo, acendedor de fricção, detonador não-elétrico, espoleta pirotécnica montada com estopim, e conjunto iniciador montado, constituído de espoleta pirotécnica acoplada a tubo transmissor de onda de choque ou de calor;

XIX - Unidade Móvel de Fabricação (UMF): veículo destinado a fabricação e aplicação

de explosivos tipo ANFO ou EMULSÃO e suas misturas, no próprio local de emprego; XIX - Unidade Móvel de Bombeamento (UMB): veículo destinado ao transporte de

Emulsão Base ao local de emprego, onde é realizada a sensibilização e o bombeamento de explosivo tipo Emulsão, bem como, à fabricação e aplicação de explosivo tipo ANFO no próprio local de emprego;

Page 90: Apostila Explosivos

(Fl 5 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc)

XX - Unidade Fixa de Fabricação (UFF): instalação industrial fixa para fabricação de Emulsão Base e/ou ANFO e suas misturas;

XXI - Unidade Móvel de Apoio (UMA): veículo destinado a abastecer as UMB; XXII - Unidade Fixa de Apoio (UFA): tanque de Emulsão Base que se destina a

abastecer as UMB e UMA; e XXIII - Depósitos Rústicos Móveis: conforme definidos no parágrafo único do art. 125 do

R-105, são construções especiais, desmontáveis ou não, que permitem o deslocamento de um ponto a outro do terreno, acompanhando a mudança do local dos trabalhos de demolição industrial ou prospecção.

Art. 4º A denominação dos explosivos e seus acessórios, para fins de identificação de

embalagens, rótulos, registros, depósitos e outros itens deve ser realizada por meio da nomenclatura genérica do art. 3º.

Parágrafo único. O nome comercial do produto poderá acompanhar sua denominação

genérica. Art. 5º Cordel Detonante, Estopim e Sistemas de Iniciação Não-Elétricos devem ter sua

dotação estabelecida em metros, especificando-se o tipo de conteúdo explosivo e seu peso líquido. Art. 6º Para efeito de enquadramento dos itens do art. 3º no Anexo I do R-105, deve ser

obedecido o seguinte:

I - incisos I, II, IV, V, VI, VII e VIII: explosivos (2090/1/Ex); II - inciso III: dinamite (1650/1/Ex); III - inciso IX: explosivo plástico (2100/1/Ex); IV - inciso X : espoletas pirotécnicas (1930/1/AcIn); V - inciso XI: cordel detonante (1270/1/AcEx); VI - inciso XIII: espoleta elétrica (1900/1/AcIn); VII - inciso XV: reforçadores (3380/1/Ex); VIII - inciso XVII: estopins (1980/1/AcIn); IX - incisos XII, XIII, XIV e XVIII: acessório iniciador (0030/1/AcIn); e X - incisos XVI: acessório explosivo.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO

Art. 7º As pessoas físicas e jurídicas que fabriquem, utilizem industrialmente, armazenem, comercializem, importem, exportem, manuseiem e transportem explosivos e/ou acessórios estão sujeitas a registro no Exército Brasileiro.

Page 91: Apostila Explosivos

(Fl 6 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc)

Art. 8º O registro é formalizado pela emissão do Título de Registro (TR) ou Certificado de Registro (CR), na forma prevista no R-105 e nas Normas Reguladoras da Concessão e da Revalidação de Registros, Apostilamentos e Avaliações Técnicas de Produtos Controlados pelo Exército, aprovadas pela Portaria no 5-DLog, de 2 de março de 2005.

§ 1º A fabricação de explosivos, mesmo que seja para consumo próprio, sujeita a pessoa

jurídica à obtenção de TR. § 2º No CR ou TR deve constar quais as atividade(s) com explosivos que está(ão)

autorizada(s) a ser(em) realizada(s) pela pessoa física ou jurídica da qual trata. Art. 9º. As UMB de Emulsão, Emulsão Base e/ou explosivo tipo ANFO necessitam de

registro para operar e devem ser apostiladas ao TR do fabricante, podendo ser empregadas em qualquer parte do território nacional.

§ 1º UMB recém-construídas podem ser temporariamente liberadas para operação pela

Região Militar (RM) correspondente, por um período de até 90 (noventa) dias, desde que o respectivo Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) as tenha vistoriado e aprovado, enquanto tramita na Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) seus processos de apostilamento ao TR da empresa proprietária.

§ 2º A unidade móvel permanece registrada na RM em cuja área de responsabilidade

estiver localizada a empresa portadora do TR em que está apostilada, sendo fiscalizada pela Rede de Fiscalização de Produtos Controlados da RM da área em que estiver operando.

Art. 10. O cancelamento do registro antes do término de sua validade, quando feito a

pedido de seu portador, mediante requerimento encaminhado de acordo com o inciso I do art. 50 do R-105, deve ser comunicado ao interessado pela autoridade que o cancelou.

CAPÍTULO III

DA FABRICAÇÃO

Art.11. É obrigatório constar a atividade de produção de explosivos na cláusula do contrato social em que são especificados os objetos da empresa fabricante.

Art. 12. É obrigatória a presença de responsável técnico legalmente habilitado durante

todas as atividades de fabricação de explosivos e/ou acessórios. Art. 13. Os explosivos tipo Emulsão Bombeada só devem ser sensibilizados no momento

de sua aplicação e na presença do responsável técnico pela fabricação, técnico em mineração ou “bláster” de 1ª categoria (cabo de fogo), com vínculo empregatício com a empresa portadora do TR.

Art. 14. Quando uma UMB prestar serviços para uma única empresa em área de mineração

fechada, na qual estiver instalada também a sua UFF ou UFA, fica caracterizada a ausência de tráfego, não havendo necessidade de guias para que circule no interior da referida área.

Parágrafo único. Essa condição não isenta a empresa de cumprir a legislação fiscal.

Page 92: Apostila Explosivos

(Fl 7 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc)

CAPÍTULO IV DA IMPORTAÇÃO

Art. 15. A importação de explosivos e/ou acessórios está sujeita à licença prévia do

Exército, na forma prevista no Capítulo II (Importação), do Título VI (Fiscalização do Comércio Exterior), do R-105.

§ 1º A licença prévia é concedida pela DFPC, por meio de Certificado Internacional de

Importação (CII). § 2º O Requerimento para obtenção do CII e o respectivo CII devem ser encaminhados à

DFPC por intermédio do SFPC da RM onde a empresa estiver registrada, salvo se a empresa possuir autorização desta RM, quando os documentos podem ser remetidos diretamente à DFPC.

Art. 16. As pessoas jurídicas que importam explosivos, acessórios e/ou seus insumos,

devem entregar aos SFPC/RM onde estiverem registradas, semanalmente, por meio eletrônico, o mapa de importação de explosivos e acessórios (Anexo A), contendo:

I - produto II - país de origem; III - quantidade importada (entrada); IV - quantidade utilizada (saída); V - estoque; e VI - número do CII. Art. 17. Só é admitida a importação de produtos que possibilitem, através da marcação de

embalagens e demais procedimentos exigidos dos fabricantes nacionais, o rastreamento dos artigos explosivos.

Art. 18. Os produtores de explosivos que importarem nitrato de amônio deverão fornecer

apenas o mapa previsto na Portaria nº 019 - DLog, de 6 de dezembro de 2002 (NARANA).

CAPÍTULO V DA EXPEDIÇÃO E DA VENDA

Art. 19. Com exceção dos casos previstos no capítulo VII do Título IV do R-105, os

fabricantes, importadores e distribuidores de explosivos e/ou seus acessórios, somente podem vender o produto para pessoas físicas ou jurídicas registradas no Exército e de acordo com as condições estipuladas nos registros.

Art. 20. Os fabricantes, importadores e distribuidores devem criar e manter um banco de

dados que assegure, no mínimo por venda efetuada, a rastreabilidade das seguintes informações: I - número e data da Nota Fiscal, especificando produtos e suas quantidades; II - número do CR do destinatário ou permissão especial para casos previstos no capítulo

VII do Título IV do R-105;

Page 93: Apostila Explosivos

(Fl 8 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc)

III - número seqüencial e data de fabricação do(s) lote(s) de entrega; IV - número e data da Guia de Tráfego (GT); e V - confirmação da entrega do material, constando a data, local e o responsável pelo rece-

bimento. § 1º Os fabricantes, importadores e distribuidores devem disponibilizar ao Comando do

Exército, por intermédio da DFPC, o acesso em tempo real, somente na forma de leitura, ao seu banco de dados.

§ 2º Os dados incluídos neste banco, devem ser nele mantidos por 10 (dez) anos e, findo

este prazo, devem ser enviados eletronicamente à DFPC. § 3º Os dados devem ser transferidos para o Comando do Exército, semestralmente, em

meio eletrônico, padrão texto (ASCII), com mecanismos de segurança na comunicação de dados.

CAPÍTULO VI DAS EMBALAGENS E DA MARCAÇÃO OU ROTULAGEM

Art. 21. As embalagens de explosivos devem conter, no mínimo, as seguintes informações

que identifiquem o produto (Anexo B): I - denominação genérica (art.3º destas Normas); II - nome comercial ou marca do produto; III - número da ONU, classificação de risco e grupo de compatibilidade, conforme previsto

no Decreto nº 1.797, de 25 Jan 96 (Acordo para a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos no Mercosul) e na Resolução ANTT nº 420, de 12 de fevereiro de 2004.

IV - inscrição de: "EXPLOSIVO - PERIGO", em caracteres bem visíveis; V - rótulos de risco e painéis de segurança, de acordo com a NBR 7500; VI - código de identificação contendo nº seqüencial do lote e data de fabricação; VII - endereço, CNPJ e nome do produtor (ou do importador, no caso de produto

importado); VIII - composição qualitativa de produtos químicos e/ou materiais; IX - peso bruto total e peso líquido de material explosivo, em gramas ou múltiplos; X - identificação do responsável técnico e registro no CRQ (no caso de fabricação); e XI - etiqueta de código de barra que contenha todas as informações acima, além de

fabricante, código do produto, número do lote e data de fabricação. Art. 22. Os produtos devem ser identificados dentro das embalagens, de forma a facilitar a

rastreabilidade, como se segue: I - explosivos encartuchados: inscrição do nome do fabricante, número do lote, data de

Page 94: Apostila Explosivos

(Fl 9 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc) fabricação e telefone de emergência;

II - cordéis detonantes: inscrição do nome do fabricante, número do lote e data de

fabricação a cada metro; III – espoletas elétricas e não-elétricas: inscrição do nome do fabricante, número do lote e

data de fabricação em cada peça; e IV- reforçadores e cargas moldadas: inscrição do nome do fabricante, número do lote, data

de fabricação e telefone de emergência. Art. 23. As embalagens utilizadas devem ser destruídas por combustão pelo usuário final,

desde que sejam obedecidos os procedimentos de segurança determinados pelo art 224 do R-105, sem necessidade de autorização prévia do comandante da RM, em face do inciso V do art 221 daquele mesmo regulamento.

CAPÍTULO VII DO ARMAZENAMENTO

Art. 24. O armazenamento conjunto de tipos diferentes de explosivos deve ser realizado

mediante seu grupo de compatibilidade, de acordo com a tabela e as definições do Anexo E. Art. 25. As pedreiras estão autorizadas a armazenar somente os explosivos e acessórios

para uso próprio e cujo consumo se dará no prazo máximo de 05 (cinco) dias corridos. Parágrafo único. Os SFPC podem, a seu critério e de acordo com cada caso, diminuir o

prazo máximo de armazenamento supramencionado. Art. 26. Podem ser utilizados como depósitos rústicos móveis, desde que tenham sido

aprovados e registrados, após vistoria feita pelo respectivo SFPC, os seguintes meios: I - cofres marítimos adaptados; II - cofres desmontáveis construídos com painéis pré-fabricados, especialmente projetados

para essa finalidade; III - caminhões com carroceria fechada, tipo baú, com caixa de segurança ou

compartimento de segurança, especiais para acessórios de explosivos; IV - reboques ou semi-reboques com carroceria fechada, tipo baú, adaptados; V - pavilhões desmontáveis constituídos de painéis de compensado tipo naval, com miolo

maciço composto de madeira industrialmente tratada, revestido com camadas de isolante térmico e reforçado internamente com placas de aço, com cobertura de telhas que forneça pouca resistência a uma possível explosão; e

VI - outros, sugeridos pelo interessado e aprovados após consulta formulada ao órgão de

fiscalização e controle do Comando do Exército. Parágrafo único. Os depósitos rústicos móveis devem ter afixada, em local visível, cópia da

apostila que autorizou o seu funcionamento, além de atender às prescrições estabelecidas na ITA 18/99 - DFPC.

Page 95: Apostila Explosivos

(Fl 10 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc)

Art. 27. Os depósitos rústicos móveis podem ser empregados para armazenar grandes quantidades de explosivos e/ou de acessórios nas condições do art. 26 destas Normas, se o consumo local justificar essa condição e houver renovação total do estoque a cada 15 (quinze) dias corridos, no máximo, observando-se, ainda, o limite imposto pelo art. 25.

Art. 28. Os cofres desmontáveis podem ser montados sobre eixos simples, com rodas, para

facilitar seu embarque em caminhão, ou sobre chassis rodoviários tipo reboque ou semi-reboque que possibilitem seu deslocamento, vazios, por rodovia.

Art. 29. O local escolhido para instalação do depósito rústico móvel deve estar protegido

contra descargas elétricas.

CAPÍTULO VIII DO TRÁFEGO E DO TRANSPORTE

Art. 30. Os explosivos e seus acessórios devem trafegar sempre acompanhados de GT e da

Nota Fiscal da venda do produto, qualquer que seja o seu destino, exceto nas condições do art. 14. Art. 31. As GT, uma para cada Nota Fiscal, podem ser obtidas com antecedência, ainda

sem especificar a Nota Fiscal, o que deverá ser feito por ocasião da expedição da mercadoria. Parágrafo único. No caso de emprego da Guia de Tráfego Eletrônica (GTE) não deve haver

antecedência, sendo essencial o lançamento do número da Nota Fiscal. Art. 32. As GT para as unidades móveis contratadas para prestação de serviços só são

lançadas ou visadas se a empresa contratante, devidamente registrada no Exército, tiver a utilização de explosivos, bombeáveis ou derramáveis, apostilada a seu Registro.

Parágrafo único. As UMB necessitam de uma GT para cada cliente e na GT de envio dos

produtos deve constar local para inserção das sobras, não havendo necessidade de fazer GT para o retorno dos produtos.

Art. 33. O transporte conjunto de tipos diferentes de explosivos deve ser realizado

mediante seu grupo de compatibilidade, de acordo com a tabela do Anexo E. Art. 34. O transporte de acessórios iniciadores pode ser realizado na mesma viatura, com

carroceria aberta ou fechada, carregada com explosivos, desde que observadas as seguintes condições: I - os acessórios iniciadores sejam transportados em um recinto com isolamento térmico e

blindado que pode ser o compartimento de segurança da viatura ou uma caixa de segurança; II - com caminhão de carroceria fechada, o transporte pode ser feito no compartimento de

segurança, se houver, ou na caixa de segurança; III - o compartimento de segurança é a seção da carroceria fechada mais próxima à cabina

do motorista, devendo possuir um acesso exclusivo pela lateral da carroceria (conforme a Figura nº 1 do Anexo C);

IV - o compartimento de segurança deve possuir uma blindagem em chapa de aço com

espessura suficiente para orientar a onda de choque, no caso de uma explosão, para a área superior da viatura e, revestimento interno de madeira, preferencialmente compensado naval, para evitar o atrito (conforme a Figura nº 1 do Anexo C);

Page 96: Apostila Explosivos

(Fl 11 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc)

V - a caixa de segurança deve possuir uma blindagem em chapa de aço, um revestimento térmico (com espessura de, no mínimo, 10 mm), um revestimento interno em madeira e uma proteção blindada compatível com o volume de acessórios iniciadores transportados (conforme a Figura nº 3 do Anexo D);

VI - a chapa de aço da caixa de segurança deve ter uma espessura mínima de 4,8 mm em

aço AISI 1020; VII - a caixa de segurança deve ser colocada na carroceria aberta ou fechada, em local de

fácil acesso (conforme as Figuras nº 4 e 5 do Anexo D); VIII - os acessórios iniciadores devem estar acondicionados em embalagens adequadas,

sem risco de atrito ou choque, dentro das caixas blindadas, não sendo permitida a presença de nenhum material em cima da caixa de segurança;

IX - o volume ocupado pelas espoletas dentro das caixas ou compartimento de segurança

não pode ultrapassar 50% de seu volume útil; X - no caso de UMB, o cordel detonante e os demais acessórios de explosivos e

reforçadores devem ser transportados em caixa blindada separada da caixa de segurança destinada aos acessórios iniciadores, devendo ficar em lados opostos da viatura;

XI - além das prescrições gerais para o transporte rodoviário (Acordo Mercosul - Dec nº

1.797, de 25 de janeiro de 1996), devem ser tomadas as seguintes precauções: a) antes do início do deslocamento, as viaturas destinadas ao transporte de explosivos e de

acessórios iniciadores devem ser vistoriadas pela empresa responsável pelo transporte, a fim de verificar se os seus circuitos elétricos, freios, tanques de combustível, carroceria e extintores de incêndio apresentam condições satisfatórias de segurança;

b) os motoristas, além das qualificações e habilitações previstas na legislação de trânsito,

devem receber, em órgão credenciado para tal, treinamento específico para o transporte de produtos perigosos, segundo programa aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito;

c) é proibido o transporte de pessoas na carroceria das viaturas que transportem explosivos

e acessórios iniciadores; d) durante as operações de carga e descarga, as viaturas devem estar freadas, calçadas e

com o motor desligado; e) a carga de explosivos deve ser acondicionada dentro dos limites da carroceria, disposta e

fixada de forma a facilitar a inspeção e suportar os riscos de transporte, descarregamento e transbordo; f) a carga de explosivos deve ser coberta com encerado impermeável, não podendo

ultrapassar a altura da carroceria; g) a carga de explosivos e o conteúdo da caixa de segurança devem ser inspecionados

durante as paradas, as quais devem ocorrer em locais afastados de habitações; h) no desembarque, os explosivos e/ou acessórios iniciadores não podem ser empilhados

nas proximidades dos canos de escape da viatura; i) no desembarque, as embalagens com acessórios iniciadores devem ser desembarcadas

Page 97: Apostila Explosivos

(Fl 12 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc) em primeiro lugar, e colocadas em local afastado daquele onde serão manuseados os explosivos;

j) nos casos de avarias, as viaturas não podem ser rebocadas e o motorista deve retirar o

veículo da via, quando possível, e dar ciência do acontecido à autoridade de trânsito mais próxima, informando o local, as quantidades e o risco dos materiais transportados; em seguida, a carga deve ser transferida, devendo ser colocada sinalização na via, durante esta operação;

l) em caso de acidente com viatura carregada a primeira providência deve ser a retirada das

embalagens com acessórios iniciadores e, a seguir, o restante da carga explosiva, que deve ser colocada separada e distante, no mínimo, 60 (sessenta) metros de outros veículos ou habitações; e

m) em caso de incêndio em viatura carregada deve ser interrompido o trânsito na via e

isolado o local. Art. 35. Todos os veículos de transporte de explosivos e/ou acessórios devem possuir

telefone celular, rádio privativo e sistema de rastreamento em tempo real. Art. 36. Durante os deslocamentos, as unidades móveis devem obedecer às prescrições

sobre transporte rodoviário de produtos perigosos, constantes do R-105, bem como as emanadas do Ministério dos Transportes.

Art. 37. O transporte de explosivos deve ser realizado de forma contínua, restringindo-se às

paradas estritamente necessárias, na forma estabelecida pela Resolução 0420/2004 – ANTT. Art. 38. A distância máxima a ser percorrida em uma única jornada pelos veículos que

transportam explosivos ou munições é de 600 (seiscentos) quilômetros, podendo ser conduzidas por um único motorista.

§ 1º A jornada diária poderá ser ampliada para distâncias maiores que 600 (seiscentos)

quilômetros, caso a empresa transportadora possua ponto de apoio com localização adequada, onde haverá troca de motorista, ou caso o veículo conte com dois motoristas.

§ 2º Os motoristas devem ter instrução sobre a natureza dos produtos, seus riscos e as

medidas de emergência a serem adotadas para proteger o público, em caso de acidente.

CAPÍTULO IX DA UTILIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A TERCEIROS

Art. 39. As empresas que utilizam explosivos e/ou seus acessórios devem remeter

mensalmente, por meio eletrônico, aos SFPC/RM onde estão registradas, bem como aos SFPC/RM da área onde estiverem atuando, um mapa de utilização contendo os tipos e respectivas quantidades utilizadas.

Art. 40. Durante a execução de qualquer operação de detonação a céu aberto com projeção

de estilhaços, seu alcance não deve ultrapassar a área perigosa estabelecida pela Secretaria de Segurança Pública da Unidade Federativa e/ou Prefeitura respectiva.

Art. 41. Para obtenção de autorização para prestação de serviços de detonação a terceiros, a

empresa deve apresentar ao SFPC/RM da área de execução dos serviços a documentação constante do Anexo G, com pelo menos 72 (setenta e duas) horas de antecedência do seu início previsto.

§ 1º. O despacho deve ser exarado no anverso do requerimento constante do Anexo F, cuja

1ª via é devolvida ao requerente.

Page 98: Apostila Explosivos

(Fl 13 das Normas Administrativas Relativas às Atividades com Explosivos e seus Acessórios NARAExAc)

§ 2º. A autorização é válida até o dia indicado no requerimento como sendo o do término do período previsto para sua execução.

§ 3º. Se um serviço autorizado não for executado, a autorização correspondente deve ser

devolvida ao SFPC/RM que a expediu, tão logo haja a definição quanto ao seu cancelamento. Art. 42. A GT dos explosivos e acessórios de explosivos a serem utilizados em prestações

de serviço a terceiros é expedida: I - pelo SFPC/RM da área onde está sediada a prestadora de serviços, quando esta resolver

empregar explosivos e acessórios de explosivos que já tenha em estoque ou adquiri-los de outras empresas situadas na mesma área de circunscrição; e

II- pelo SFPC/RM da área onde será prestado o serviço, quando a prestadora de serviço

estiver estabelecida em outra RM, mas decidir pela aquisição dos explosivos e acessórios de explosivos de empresas localizadas na área desta RM.

Art. 43. Caso a empresa prestadora de serviço esteja habilitada a emitir GTE, essa deve

entregar a relação de GTE emitidas na RM onde estiver registrada, no menor prazo possível. Art. 44. Quando uma empresa desistir de executar serviço já autorizado e o material

explosivo correspondente já tiver sido levado para o local de emprego, o retorno do mesmo ao depósitos de origem deve ser feito com nova GT.

Art. 45. As prestadoras de serviços de detonação devem apresentar mensalmente ao

SFPC/RM o Mapa de Estocagem de Produtos Controlados (Anexo XXIV do R-105), acompanhado de cópia das GT e Notas Fiscais correspondentes a cada serviço realizado, caso o serviço perdure por mais de 2 (dois) meses.

CAPÍTULO X

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46. Havendo extravio, roubo ou furto de explosivos ou acessórios, o proprietário ou responsável deve registrar o fato imediatamente no órgão policial competente, encaminhando cópia do Boletim de Ocorrência à RM da área do ocorrido.

Art. 47. O exercício de qualquer atividade com explosivos em desacordo com o disposto

nestas Normas, sujeita o infrator às penalidades previstas no art. 247 do R-105, além de outras penas previstas na legislação brasileira.

Art. 48. Todos os explosivos e acessórios devem atender aos Regulamentos e Normas

Técnicas do Centro Tecnológico do Exército, estando sujeitos à avaliação técnica e obtenção de conformidade.

Art. 49. Os casos não previstos nestas Normas serão apreciados e solucionados pelo

Departamento Logístico.

Page 99: Apostila Explosivos

ANEXO A

MAPA DE IMPORTAÇÃO DE EXPLOSIVOS, ACESSÓRIOS E INSUMOS

EMPRESA PRODUTORA: ...............................................

ENDEREÇO: ...........................................................................

REGISTRO NO EXÉRCITO: ...................................................

PRODUTOS IMPORTADOS NO PEDIDO DE ...............À................. DO ANO DE ....................

PRODUTO IMPORTADO

Nº DO CII

DATA DO DESEMBA-

RAÇO ALFANDE-

GÁRIO

ORIGEM (PAÍS)

ENTRADA (kg)

SAÍDA (kg)

ESTOQUE(kg)

....... (cidade) ........, ......... (Estado), ............ (data) ...........

_________________________________________ Responsável pela empresa

(nome completo, CPF e função)

Page 100: Apostila Explosivos

ANEXO B

MODELO DE INSCRIÇÕES NAS EMBALAGENS INDIVIDUAIS

ETIQUETA DA EMBALAGEM COLETIVA

EXPLOSIVO TIPO ANFO - denominação genérica MULTI MIX GRANULADO - nome comercial nitrato de amônio, serragem, alumínio em pó e óleo queimado

- composição qualitativa

EXPLOSIVO

PERIGO

1.5 D

0082

inscrições de: "PERIGO" "EXPLOSIVO"

classificação de risco, grupo de compatibilidade e número da ONU

rua São Januário, nº 23 Rio de Janeiro - endereço 04.120.318/0001 - 35 - CNPJ NITREX Indústria e Comércio Ltda - fabricante Peso Bruto: 50 kg Peso Líquido: 43 kg responsável técnico: João Mendonça CRQ nº 004342518

Guia de Tráfego: percurso 029 Rio de Janeiro - São Paulo

Page 101: Apostila Explosivos

ANEXO B - continuação

RÓTULOS DE RISCO E DE SEGURANÇA

(Nº 1) (Nº 1.4)

Símbolo: Subclasses 1.1, 1.2 e 1.3 Subclasse 1.4

(Nº 1.5) (Nº 1.6)

Subclasse 1.5 Subclasse 1.6

(*) Local para indicação do grupo de compatibilidade

(* *) Local para os algarismos identificadores das Subclasses: 1.1 , 1.2 e 1.3

Observações:

1. Tais painéis têm a forma de um quadrado, apoiado sobre um de seus vértices.

2. O painel tem o fundo na cor laranja, o símbolo de uma bomba explodindo, na cor preta, e os algarismos de identificação das subclasses de risco. No caso de painéis com outras dimensões, devem ser mantidas as respectivas proporcionalidade entre as partes.

3. Os detalhes construtivos de tais símbolos constam da NBR 7500 - Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenagem de Materiais.

EXPLOSIVO EXPLOSIVO

EXPLOSIVO EXPLOSIVO

Page 102: Apostila Explosivos

ANEXO C

VISTA LATERAL DA POSIÇÃO DA CAIXA DE SEGURANÇA

EM VIATURAS TIPO BAÚ

FIGURA 1

FIGURA 2

Page 103: Apostila Explosivos

ANEXO D

a. Vista em corte frontal da tampa

Chapa de compensado 6mm isolante térmico Chapa de aço AISI 1020

b. Vista em corte frontal da caixa

Chapa de compensado 6mm isolante térmico Chapa de aço AISI 1020

FIGURA 3

Figura 5

CAIXA

DE

SEGURANÇA

Figura 4

Page 104: Apostila Explosivos

ANEXO E

GRUPOS DE COMPATIBILIDADE DE ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE - TABELA DE CLASSIFICAÇÃO

GRUPO DESCRIÇÃO DO PRODUTO E EXEMPLO

A

Descrição: Substância explosiva primária ( iniciadores ) Exemplo: Azida de chumbo úmida, estifinato de chumbo úmido, fulminato de mer-cúrio úmido, tetrazeno úmido, ciclonite (RDX) seca e nitropenta (PETN) nitropenta seca.

B

Descrição: Artigo contendo substância explosiva primária e não contendo dois ou mais dispositivos de segurança eficazes. ( engenhos iniciadores ) Exemplo: Detonadores, espoletas comuns, espoletas de armas pequenas e espoletas de granadas.

C

Descrição: Substância explosiva propelente ou outra substância explosiva deflagrante ou artigo contendo tal substância explosiva. Exemplo: Propelentes de base simples, dupla, tripla, composites, propelentes sólidos de foguetes e munição com projéteis inertes.

D

Descrição: Substância explosiva detonante secundária ou pólvora negra ou artigo con-tendo uma substância explosiva detonante secundária, em qualquer caso sem meios de iniciação e sem carga propelente ou ainda, artigo contendo uma substância explosiva primária e contendo dois ou mais dispositivos de segurança eficazes. Exemplo: Pólvora negra, altos explosivos, munições contendo altos explosivos sem carga propelentes e dispositivos de iniciação, trinitrotolueno (TNT), com-posição B, RDX ou PETN úmidos, bombas projéteis, Bombas embaladas em contêiner (CBU), cargas de profundidade e cabeças de torpedo.

E

Descrição: Artigo contendo uma substância explosiva detonante secundária, sem mei-os próprios de iniciação, com uma carga propelente ( exceto se contiver um líquido ou gel inflamável ou líquido hipergólico ). Exemplo: Munições de artilharia, foguetes e mísseis.

F

Descrição: Artigo contendo uma substância explosiva detonante secundária, com seus meios próprios de iniciação, com uma carga propelente ( exceto se conti-ver um líquido ou gel inflamável ou líquido hipergólico ) ou sem carga propelente.

Page 105: Apostila Explosivos

ANEXO E - CONTINUAÇÃO

G

Descrição: Substância pirotécnica ou artigo contendo uma substância pirotécnica ou artigo contendo tanto uma substância explosiva quanto uma iluminante, incendiária, lacrimogênea ou fumígena (exceto engenhos acionáveis por água e aqueles contendo fósforo branco, fosfetos, substância pirofórica, um líquido ou gel inflamável ou líquidos hipergólicos). Exemplo: Fogos de artifício, dispositivos de iluminação, incendiários, fumígenos ( inclusive com hexacloroetano HC ), sinalizadores, munição incendiária, i-luminativa, fumígena, lacrimogênea.

H

Descrição: Artigo contendo substância explosiva e fósforo branco. Exemplo: Fósforo branco (WP), fósforo branco plastificado (PWP), outras munições contendo material pirofórico.

J

Descrição: Artigo contendo uma substância explosiva e um líquido ou gel inflamável. Exemplo: Munição incendiária com carga de líquido ou gel inflamável ( exceto as que são espontaneamente inflamáveis quando expostas ao ar ou à água ), dispositivos explosivos combustível-ar (FAE).

K

Descrição: Artigo contendo substância explosiva e um agente químico tóxico. Exemplo: Munições de guerra química.

L

Descrição: Substância explosiva ou artigo contendo uma substância explosiva e apre-sentando um risco especial ( caso, por exemplo, da ativação por água ou devido à presença de líquidos hipergólicos, fosfetos ou substância pirofóri-ca), que exija isolamento para cada tipo de substância. Exemplo: Munição danificada ou suspeita de qualquer outro grupo, trietilalumínio (TEA).

N

Descrição: Artigo contendo apenas substâncias detonantes extremamente insensíveis. Exemplo: Bombas e cabeças de guerra.

S

Descrição: Substância ou artigo concebido ou embalado de forma tal que quaisquer efeitos decorrentes de funcionamento acidental fiquem confinados dentro da embalagem, a menos que esta tenha sido danificada pelo fogo, caso em que todos os efeitos de explosão ou projeção são limitados, de modo a não impedir ou prejudicar significativamente o combate ao fogo ou outros es-forços de contenção da emergências nas imediações da embalagem. Exemplo: Baterias térmicas.

Page 106: Apostila Explosivos

ANEXO E - CONTINUAÇÃO

QUADRO DE COMPATIBILIDADE DE ARMAZENAMENTO Grupos A B C D E F G H J K L N S

A X Z B Z X Z Z Z Z Z X X C Z X X X Z Z X X D Z X X X Z Z X X E Z X X X Z Z X X F Z Z Z Z X Z Z X G Z Z Z Z Z X Z X H X X J X X K Z L N X X X X Z Z X X S X X X X X X X X X X

X – combinações permitidas para armazenamento e transporte. Z – possível combinação em casos excepcionais até o limite de 500 kg Qualquer outra combinação é proibida.

Page 107: Apostila Explosivos

ANEXO F REQUERIMENTO DE SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇO DE DETONAÇÃO Exmo Sr Comandante da _______ª Região Militar (Impresso com 16 espaços simples) ................(Nome da Empresa)................CR Nr........................., estabelecida em.......(endereço completo, nº do telefone nº do telefax, e-mail)...... representada, neste ato, por seu...... (proprietário, sócio ou diretor, procurador, etc. )..................... ( nome )................. vem, pelo presente, requerer à V Exa. autorização para realizar prestação de serviços de detonação, de acordo com as condições discriminadas a seguir:

a. Dados do beneficiário: b. Natureza da empreitada: c. Programação prevista: d. Local onde será prestado o serviço: e. Local do armazenamento: f. Quantidade de produtos controlados a serem utilizados:

Nomenclatura do produto (Anexo1, do R-105 )

Denominação usual Quantidade (m, peça,kg)

Procedência

g. Responsável pelo fogo (técnico inscrito no CREA ou CRQ, ou bláster):

h. Declaro que a empresa tomará todos os cuidados que forem necessários para garantir a

segurança de pessoas e evitar danos a bens patrimoniais, públicos e privados, inclusive quanto ao isolamento do local de fogo, responsabilizando-se por eventuais danos que venham a causar a terceiros e que remetera ao SFPC local, antes de efetuar as detonações e para fins de uma eventual fiscalização, cópia da autorização recebida.

i. Declaro que as informações prestadas são a expressão da verdade, responsabilizando-me

pessoalmente pelas mesmas nos termos da legislação penal, civil e de fiscalização de produtos controlados.

Nestes termos, Pede deferimento Local e data Nome e assinatura.-

OBSERVAÇÕES

1. No campo “Dados do beneficiário ” informar a. Se for empresa registrada no Exército Brasileiro:

- nome; - endereço completo; e

Page 108: Apostila Explosivos

- nº do CR e validade

b. Se for empresa não registrada no Exército brasileiro: - nome: - endereço completo; e - nº do CNPJ/MF

c. Se for pessoa física: - nome: - endereço completo; - nº da carteira de identidade;e - nº do CPF/MF

2. No campo “Natureza da empreitada ” informar o tipo de serviço a ser feito: - extração de minério; - auxílio a obra de construção civil em área urbana; - auxílio a obras de construção civil em área rural; - auxílio a obras de construção de galerias pluviais e/ou rede de esgotos; ou - outro ( discriminar )

3. No campo “programação prevista” informar: a. No caso de pequeno serviço, o dia e a hora em que será feita a detonação. b. No caso de serviço de duração prolongada, as datas previstas para o início e término do

mesmo.

4. No campo “Local onde será prestado o serviço” informar: - endereço completo, se a detonação for em área publica; e - nome da localidade, vias de acesso, pontos de referência e outros dados que possibilitem sua fácil

localização, se a detonação for em área rural.

5. No campo “local de armazenamento” informar: - se o material está ou será armazenado nos depósitos fixos da empresa, ou em depósitos

móveis, no próprio local da obra.

6 No quadro do item “f. quantidades de produtos controlados a serem utilizadas”. a. No campo “nomenclatura do produto”, lançar, para cada produto, a categoria de controle o

número de ordem e grupo a que pertence. Exemplos, considerando os produtos controlados que são normalmente utilizados na prestação

de serviços de detonação: - dinamite ( 1/1680/EX ) - cordel detonante ( 1/1300/Ac Ex ) - espoleta pirotécnica (espoleta comum) ( 1/1950/Ac In ) - estopim ( 1/2000/Ac In ) - reforçadores ( 1/3410/EX ) - pólvora ( 1/3350/EX ).

b. No campo “Denominação usual”, lançar o nome pelo qual o produto é usualmente conhecido e também, se desejar, entre parênteses, o seu nome comercial ou de fantasia, tais como: - reforçador; e - espoleta de retardo

Page 109: Apostila Explosivos

c. A denominação “Dinamite” engloba os explosivos nitroglicerinados e os do tipo amoniacal.

Assim sendo, podem ser lançados como dinamite os seguintes tipos de explosivo: - dinamite nitroglicerinada; - dinamite tipo emulsão, encartuchada; - dinamite tipo emulsão, bambeável; e - dinamite nitrocarbonitrato.

d. No campo “Procedência”, informar o número do CR do fornecedor onde o material será

adquirido ou se ele será retirado dos depósitos da empresa, quando o tiver em estoque, para emprego imediato.

7. Quando o serviço de detonação for realizado e áreas urbanas ou de risco, a assinatura do

responsável pelo fogo, prevista na letra “g” deste Anexo, deve ser substituída pela identificação da Anotação de Responsabilidade Técnica, emitida pelo órgão competente.

Page 110: Apostila Explosivos

ANEXO G RELAÇÃO DE DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA SOLICITAÇÃO DE

AUTORIZAÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE DETONAÇÃO

I - requerimento em duas vias (Anexo F);

II - cópia do Certificado de Registro ou Título de Registro das firmas contratante e contratada;

III - cópia do contrato de prestação de serviços ou carta-compromisso entre a contratante e a contratada;

IV - comprovante do pagamento da taxa de autorização para desmontes industriais;

V - comprovante, quando a prestação de serviços for para fins de exploração mineral, de que a contratante está autorizada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério de Minas Energia (DNPM) a executar trabalho de lavra na área considerada;

VI - cópia dos documentos expedidos pela Prefeitura Municipal e órgãos competente da Secretaria Estadual de Segurança Publica, declarando que não há impedimento algum para a realização do serviço ou definindo medidas especiais de segurança a serem adotadas, quando o local onde será feita a detonação estiver situado em área urbana:

Observações:

1) No caso de serviços para empresas não registradas no Exército Brasileiro, a cópia do TR ou CR da contratante será substituída pela cópia do CNPJ/MF e no caso de serviços prestados para pessoas físicas, pela cópia da carteira de identidade ou do CPF.

2) No caso de serviços para órgãos públicos, isentos de registro, deverá ser apresentado o contrato de prestação de serviço ou do resultado da licitação.

Page 111: Apostila Explosivos

NRM -16 – Operações com Explosivos e Acessórios 16.1 Generalidades 16.1.1 Todas as operações envolvendo explosivos e acessórios devem observar as recomendações de segurança do fabricante, sem prejuízo do contido nas Normas Reguladoras de Mineração – NRM. 16.1.2 O transporte e utilização de material explosivo devem ser efetuados por pessoal devidamente treinado, respeitando-se as Normas do Departamento de Fiscalização de Produtos Controlados do Ministério da Defesa e legislação que as complemente. 16.1.3 O plano de fogo da mina deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado. 16.1.4 A execução do plano de fogo, operações de detonação e atividades correlatas devem ser supervisionadas ou executadas pelo técnico responsável ou pelo bláster legalmente registrado. 16.1.4.1 Ao técnico responsável ou bláster compete: a) ordenar a retirada dos paióis, o transporte e o descarregamento dos explosivos e acessórios nas

quantidades necessárias ao posto de trabalho a que se destinam; b) orientar e supervisionar o carregamento dos furos, verificando a quantidade carregada; c) orientar a conexão dos furos carregados com o sistema de iniciação e a seqüência de fogo; d) executar as medidas de concentração gasosa, antes e durante o carregamento dos furos, em

frentes de trabalho sujeitas a emanações de gases explosivos, respeitando o limite constante no subitem 8.1.12.1 da NRM-08;

e) certificar-se do adequado funcionamento da ventilação auxiliar e da aspersão de água nas frentes

em desenvolvimento; f) certificar-se de que não haja mais pessoas na frente de desmonte e áreas de risco antes de

proceder a detonação; g) iniciar todas as detonações na área da mina, que devem ser precedidas de avisos escritos e

sonoros, de comunicação e de interdição das vias de acesso à área de risco; h) certificar-se da inexistência de fogos falhados e, se houver, adotar as providências previstas no

subitem 16.4.5; i) comunicar ao responsável pela área ou frente de serviço o encerramento das atividades de

detonação. 16.1.5 O técnico responsável, bláster ou qualquer outro trabalhador deve informar imediatamente ao responsável pela mina o desaparecimento de explosivos e acessórios, por menor que seja a quantidade, para que sejam tomadas as providências no sentido de informar às autoridades competentes nos termos da legislação vigente.

Page 112: Apostila Explosivos

16.1.6 O manuseio de explosivos e acessórios é privativo de pessoal habilitado, conforme legislação em vigor. 16.1.7 É proibido detonar utilizando-se rede elétrica em desacordo com a orientação dos fabricantes e as normas técnicas vigentes. 16.1.8 Em minas subterrâneas só é permitido o uso de explosivos de segurança. 16.1.8.1 Em minas grisutosas só é permitido o uso de explosivos anti-grisutosos. 16.1.8.2 Em minas com emanações comprovadas de gases inflamáveis ou explosivos só é permitido o uso de explosivos adequados à estas condições. 16.1.9 Em minas grisutosas é obrigatória a aplicação de tamponamento com material inerte.

16.2 Transporte e Manuseio 16.2.1 O consumo de explosivos deve ser controlado por intermédio dos mapas previstos na regulamentação vigente do Ministério da Defesa. 16.2.2 Os explosivos e acessórios não devem estar em contato com qualquer material que possa gerar faíscas, fagulhas ou centelhas. 16.2.3 O transporte de explosivos e acessórios deve ser realizado por veículo dotado de proteção que impeça o contato de partes metálicas com explosivos e acessórios e atenda à regulamentação vigente do Ministério da Defesa e observadas as recomendações do fabricante. 16.2.3.1 O carregamento e descarregamento de explosivos e acessórios deve ser feito com o veículo desligado e travado. 16.2.4 Os trabalhadores envolvidos no transporte de explosivos e acessórios devem receber

treinamento específico para realizar sua atividade. 16.2.5 É proibido o transporte de explosivos e cordéis detonantes simultaneamente com acessórios,

outros materiais e pessoas estranhas à atividade. 16.2.6 O transporte manual de explosivos e acessórios deve ser feito utilizando recipientes

apropriados. 16.2.7 O operador de guincho deve ser previamente comunicado de todo transporte de explosivos e

acessórios no interior dos poços e planos inclinados. 16.2.8 Os explosivos comprometidos em seu estado de conservação ou oriundos de fogos falhados

devem ser destruídos conforme regulamentação vigente do Ministério da Defesa e instruções do fabricante.

16.2.9 Antes do início dos trabalhos de carregamento de furos no subsolo, o técnico responsável ou

bláster deve verificar:

Page 113: Apostila Explosivos

a) a existência de contenção, conforme o plano de lavra; b) a limpeza dos furos; c) a existência da ventilação e sua proteção; d) se todas as pessoas não envolvidas no processo já foram retiradas do local da detonação,

interditando o acesso e) a existência e funcionamento de aspersor de água em frentes de desenvolvimento para lavagem de

gases e deposição da poeira durante e após a detonação. 16.2.10 Apenas ferramentas que não originem faíscas, fagulhas ou centelhas devem ser usadas para

abrir recipientes de material explosivo ou para fazer furos nos cartuchos de explosivos. 16.2.11 No carregamento dos furos é permitido somente o uso de socadores de madeira, plástico ou

cobre. 16.2.12 Os instrumentos e equipamentos utilizados para detonação elétrica e medição de resistências

devem ser inspecionados e calibrados periodicamente, mantendo-se o registro da última inspeção.

16.2.13 É proibida a escorva de explosivos fora da frente de trabalho. 16.2.14 A fixação da espoleta no pavio deve ser feita com instrumento específico. 16.2.15 É proibido utilizar fósforos, isqueiros, chama exposta ou qualquer outro instrumento gerador de

faíscas, fagulhas ou centelhas durante o manuseio e transporte de explosivos e acessórios. 16.2.15.1 É proibido fumar 16.2.16 Os fios condutores utilizados nas detonações por descarga elétrica devem possuir as seguintes

características: a) ser de cobre ou ferro galvanizado; b) estar isolados; c) possuir resistividade elétrica abaixo da estabelecida para o circuito; d) não conter emendas; e) ser mantidos em curto-circuito até sua conexão aos detonadores; f) ser conectados ao equipamento de detonação pelo técnico responsável ou bláster e somente após a

retirada do pessoal da frente de detonação e g) possuir comprimento adequado que possibilite uma distância segura para o técnico responsável ou

bláster. 16.2.17 Em minas com baixa umidade relativa do ar, sujeitas ao acúmulo de eletricidade estática, o

técnico responsável ou bláster deve usar anel de aterramento ou outro dispositivo similar durante a atividade de montagem do circuito e detonação elétrica.

16.2.18 É proibida a detonação a céu aberto em condições de baixo nível de iluminação ou quando

ocorrerem descargas elétricas atmosféricas. 16.2.18.1 Caso a frente esteja parcial ou totalmente carregada a área deve ser imediatamente

evacuada.

Page 114: Apostila Explosivos

16.3 Armazenagem 16.3.1 A localização, construção e manutenção dos paióis e armazenagem de explosivos e acessórios devem estar de acordo com a regulamentação vigente do Ministério da Defesa. 16.3.2 Os paióis de explosivos ou acessórios no subsolo não devem estar localizados junto a galerias de acesso de pessoal e de ventilação principal da mina. 16.3.3 Nos acessos aos paióis de explosivos ou acessórios devem estar disponíveis dispositivos de combate a incêndios. 16.3.4 O acesso aos paióis de explosivos ou acessórios só deve ser liberado a pessoal devidamente qualificado, treinado e autorizado ou acompanhado de pessoa que atenda a estas qualificações. 16.3.5 Os locais de armazenamento de explosivos ou acessórios no subsolo devem: a) Conter no máximo a quantidade a ser utilizada num período de 5 (cinco) dias de trabalho; b) ser protegidos de impactos acidentais; c) ser trancados sob guarda de técnico responsável ou bláster; d) ser independentes, separados e sinalizados; e) ser sinalizados na planta da mina indicando-se sua capacidade e f) ser livres de umidade excessiva e onde a ventilação possibilite manter a temperatura adequada e

minimizar o arraste de gases para as frentes de trabalho em caso de acidente. 16.3.6 Em todos os paióis de explosivos ou acessórios devem ser anotados os estoques semanais e movimentações de materiais, sendo que os registros devem ser examinados e conferidos periodicamente pelo bláster e pelo responsável pela mina. 16.3.6.1 Os registros de estocagem e movimentações de materiais devem estar disponíveis para a fiscalização. 16.3.7 É proibida a estocagem de explosivos e acessórios fora de locais apropriados. 16.3.8 Os explosivos e acessórios não usados devem retornar imediatamente aos respectivos locais de armazenamento. 16.3.9 A menos de 20,00 m (vinte metros) de armazenamento de explosivos ou acessórios só é permitido o acesso de pessoas que trabalhem naquela área para execução de manutenção das galerias e de trabalho nos paióis. 16.3.10 No subsolo, dentro de paióis de explosivos ou acessórios e a menos de 25,00 m (vinte e cinco metros) dos mesmos o sistema de contenção deve ser constituído, preferencialmente, de material incombustível e não podendo existir deposição de qualquer outro material. 16.3.11 Os explosivos e acessórios devem ser estocado sem suas embalagens originais ou em

recipientes apropriados e sobre material não metálico, resistente e livre de umidade. 16.3.12 Os paióis de explosivos ou acessórios devem ser sinalizados com placas de advertência

contendo a menção “EXPLOSIVOS”, em locais visíveis nas proximidades e nas portas de acesso aos mesmos, sem prejuízo das demais sinalizações previstas em normas vigentes.

Page 115: Apostila Explosivos

16.4 Desmonte de Rocha com Uso de Explosivos 16.4.1 Em cada mina, onde seja necessário o desmonte de rocha com uso de explosivos, deve estar disponível plano de fogo no qual conste: a) disposição e profundidade dos furos; b) quantidade de explosivos; c) tipos de explosivos e acessórios utilizados; d)seqüência das detonações; e )razão de carregamento; f) volume desmontado e g) tempo mínimo de retorno após a detonação. 16.4.2 O desmonte com uso de explosivos deve obedecer as seguintes condições: a ) ser precedido do acionamento de sirene; b) a área de risco deve ser evacuada e devidamente vigiada; c) horários de fogo previamente definidos e consignado sem placas visíveis na entrada de acesso às áreas da mina; d) dispor de abrigo para uso eventual daqueles que acionam a detonação e e) seguir as normas técnicas vigentes e as instruções do fabricante. 16.4.3 Na interligação de duas frentes em subsolo devem ser observados os seguintes critérios: a) retirada total do pessoal das duas frentes quando da detonação de cada frente; b) detonação não simultânea das frentes; c) estabelecer a distância mínima de segurança para a paralisação de uma das frentes e d) o técnico responsável ou bláster deve certificar-se que não haja fogos falhados em ambas as frentes. 16.4.4 O retorno à frente detonada só é permitido com autorização do responsável pela área e após

verificação da existência das seguintes condições: a) dissipação dos gases e poeiras, observando-se o tempo mínimo determinado pelo projeto de

ventilação e plano de fogo; b) confirmação das condições de estabilidade da área e c) marcação e eliminação de fogos falhados. 16.4.5 Na constatação ou suspeita de fogos falhados no material detonado, após o retorno às

atividades, devem ser tomadas as seguintes providências: a) os trabalhos devem ser interrompidos imediatamente; b) o local deve ser evacuado e c) informado o técnico responsável ou bláster para adoção das providências cabíveis. 16.4.5.1 A retirada de fogos falhados deve ser executada pelo técnico responsável ou bláster ou,

sob sua orientação, por trabalhador qualificado e treinado. 16.4.6 A retirada de fogos falhados só pode ser realizada através de dispositivo que não produza

faíscas, fagulhas ou centelhas. 16.4.7 Os explosivos e acessórios de fogos falhados devem ser recolhidos a seus respectivos

depósitos, após retirada imediata da escorva entre eles.

Page 116: Apostila Explosivos

16.4.8 É proibido o aproveitamento de restos de furos falhados na fase de perfuração. 16.4.9 Para os trabalhos de aprofundamento de poços e rampas devem ser atendidos os seguintes

requisitos adicionais: a) o transporte dos explosivos e acessórios para o local do desmonte só deve ocorrer separadamente

e após ter sido retirado todo o pessoal não autorizado; b) antes da conexão das espoletas elétricas com o fio condutor devem ser desligadas todas as

instalações elétricas no poço ou rampa; c) antes da religação é necessário verificar se as instalações estão intactas; d) a detonação só deve ser acionada da superfície ou de níveis intermediários e e) os operadores de poços e rampas devem ser devidamente informados do início do carregamento. 16.4.10 Em minas a céu aberto, próximas de habitações, vilas, fábricas, redes de energia, minas

subterrâneas, construções subterrâneas e obras civis, tais como pontes, oleodutos, gasodutos, minerodutos, subestações de energia elétrica, além de outras obras de interesse público devem ser definidos perímetros de segurança e métodos de monitoramento e apresentados no Plano de Lavra ou quando exigidos, a critério do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.

16.4.11 Definidos os perímetros de segurança e respectivos métodos de monitoramento, os mesmos

podem ser alterados mediante avaliação técnica, que comprove as possíveis mudanças, sem danos às estruturas passíveis de influência da atividade, submetidos à apreciação do DNPM.

16.4.12 Não deve ocorrer lançamentos de fragmentos de rocha além dos limites de segurança da mina. 16.4.12.1 Devem ser adotadas técnicas e medidas de segurança no planejamento e execução do desmonte de rocha com o uso de explosivos. 16.4.13 As detonações devem ser limitadas a um mínimo de horários determinados, conhecidos dos

trabalhadores e da vizinhança da mina. 16.4.14 O monitoramento de vibrações no solo e o ruído no ar decorrentes de detonações deve ser

realizado nas obras civis próximas ao local de detonação e manter-se dentro dos seguintes limites máximos:

a) velocidade de vibração de partícula: 15 mm/s - componente vertical ; e b) sobrepressão sonora: 128 dB (A). 16.4.15 Deve ser realizado estudo para o ajuste do plano de fogo de modo a atender aos limites do

item 16.4.14 observando os seguintes critérios técnicos: a) determinação da relação empírica entre a velocidade de partícula e a distância escalonada; b) as distâncias graduadas são definidas pela função (D/Q)½; onde D é a distância radial ao ponto de

detonação e Q é o peso da carga máxima por espera; c) a velocidade de partícula máxima Vp é relacionada com a distância escalonada pela seguinte

relação:

Page 117: Apostila Explosivos

Vp=k (D/Q½)-b

Onde Vp = velocidade de partícula de pico D = distância da detonação ao ponto de medição Q = carga máxima por espera (peso) K = fator do local B= fator do local K e b são constantes que devem ser determinadas por medições em cada local de desmonte em particular. 16.4.15 Em minas com emanações comprovadas de gases inflamáveis ou explosivos só é permitido o uso de explosivos adequados a esta condição.

Page 118: Apostila Explosivos

OTIMIZAÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO ATRAVÉS DO CONTROLE DA PERFURAÇÃO DA ROCHA

Valdir C. Silva, Professor Adjunto do Departamento de Engenharia de Minas da Escola de

Minas da UFOP, [email protected] Juarez Lopes de Morais, mestrando do programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral da

Escola de Minas da UFOP, [email protected] RESUMO A qualidade da fragmentação da rocha por explosivos é extremamente dependente da qualidade da perfuração. Desvios ocorridos durante a perfuração dos furos, malhas irregulares, inexistência de um estudo de caracterização do maciço rochoso, o não controle dos parâmetros operacionais da perfuratriz ( vazão do ar de limpeza do furo, taxa de penetração, afiação das brocas etc.), comprometem a qualidade da fragmentação da rocha devido a inadequada distribuição da carga explosiva dentro do maciço rochoso, podendo até, em situações mais graves, comprometer a segurança das instalações e equipamentos, dos profissionais e da vizinhança. Este trabalho discute diversas técnicas utilizadas no controle da perfuração da rocha: Quarryman, Laser Profile, GPS, hastes e bits guias, monitoramento dos parâmetros de perfuração por sensores e pelo DMS- Drill Management System on line, recursos das novas perfuratrizes. Palavras Chaves: perfuração, desmonte de rochas, carga explosiva, fragmentação. ABSTRACT The quality of rock fragmentation is extremely dependent on the quality of drilling. Borehole deviation, irregular pattern, absence of rock mass characterization study, no drilling operational control (air flow requirements, penetration rate, regrinding etc.) compromise the quality of rock fragmentation due an inadequate explosive charge distribution into the rock mass, which may cause, in extremely situation, unsafe conditions to workers, installations, equipment and neighbors. This paper discusses several techniques utilized to control rock drilling problems: Quarryman, Laser Profile, GPS, drill monitoring instrumentation through DMS – Drill Management System on line, guide tube and new features of drilling equipment. Key words: Drilling, blasting, explosive charge, fragmentation.

Page 119: Apostila Explosivos

INTRODUÇÃO A perfuração das rochas, dentro do campo dos desmontes, é a primeira operação que se realiza e tem como finalidade abrir uns furos, com a distribuição e geometria adequada dentro dos maciços para alojar as cargas de explosivos e acessórios iniciadores. Para se obter uma boa fragmentação da rocha, um bom controle da parede do banco e do piso, um mínimo impacto ambiental, e a inexistência do ultralançamento de fragmentos rochosos, e um menor custo, é fundamental uma boa supervisão da perfuração da rocha, onde os seguintes aspectos devem ser verificados: - a presença de vazios e mudanças na litolotogia maciço rochoso; - as irregularidades (sobreescavação pela ação dos explosivos e/ou equipamentos de

carregamento) na face da bancada; - se as profundidade dos furos foram executadas conforme planejado; - a marcação da malha; - o tempo gasto na perfuração de cada furo; - os desvios ocorridos durante a perfuração; - as condições de estabilidade dos bancos para que a perfuratriz opere com segurança.

Os responsáveis pela perfuração da rochas dispõem dos seguintes recursos: Quarryman, Laser Profile, GPS, tubos e bits guias, monitoramento dos parâmetros de perfuração por sensores e pelo DMS- Drill Management System on line, que, se bem utilizados, contribuem significativamente para uma melhor qualidade da perfuração e consequentemente para a otimização do desmonte de rocha por explosivos.

CARACTERIZAÇÃO DO MACIÇO ROCHOSO ATRAVÉS DO MONITORAMENTO DOS

PARÂMETROS DE PERFURAÇÃO

Considerações iniciais

A técnica de caracterização do maciço rochoso a partir do monitoramento por sensores do equipamento de perfuração é capaz de fornecer as seguintes características da rocha:

Resistência da rocha em psi ou MPa;

Índice de qualidade da rocha (RQI), que representa o grau de fraturamento do maciço. A resistência da rocha é obtida através da energia de perfuração, que é calculada em função dos dados de sensores instalados no equipamento de perfuração. O índice de qualidade da rocha (RQI) é obtido a partir da vibração da cabeça rotativa. Esta vibração está relacionada com o grau de fraturamento do maciço. Quanto maior o valor da vibração, maior o grau de fraturamento do maciço. As principais informações monitoradas são:

pressão de pull down (psi);

pressão de rotação (psi);

taxa de penetração (m/h);

amperagem do motor de rotação (A);

rotações por minuto da broca (rpm);

pressão de ar da broca (psi);

profundidade do furo (m);

vibração da cabeça rotativa (mm/s).

Page 120: Apostila Explosivos

Esta caracterização do maciço está sendo utilizada, principalmente, na otimização do processo de desmonte de rochas com explosivos. O conhecimento geológico da mina é de fundamental importância para o sucesso de um plano de fogo. A partir de um bom detalhamento do maciço rochoso é possível definir com precisão a malha de perfuração, o tipo de explosivo e as demais variáveis de um plano de fogo. A figura 1 mostra a integração do sistema de caracterização do maciço rochoso com o processo de desmonte de rochas com explosivos.

Figura 1: Caracterização do maciço rochoso através do monitoramento da perfuratriz

Fonte: Morais, 1997.

Monitoramento dos parâmetros de perfuração Os parâmetros de perfuração são monitorados por um sistema de sensores que relata, on line, as principais informações do processo de perfuração. Estes dados são transmitidos via comunicação modular de rádio em FSK (Frequency Shift Keejing) para o computador central (Figura 2). O intervalo de coleta de dados é de 6 a 31 cm de comprimento do furo, sendo monitorados os seguintes parâmetros:

Profundidade (Óptica Shaft Encoder): é monitorada por um sensor óptico acoplado ao sistema de avanço da perfuratriz (corrente e roda dentada). O profundímetro emite 65 pulsos digitais por metro perfurado e fornece a profundidade instantânea do furo.

Taxa de penetração (m/h): é calculada a partir da variação: profundidade e tempo. Fornece a taxa de penetração, em m/h, de 6 a 31 cm perfurado.

Pressão de pull down (psi): é monitorada por um sensor de 0 a 5.000 psi e saída de 1 a 5 VCC, instalado na linha do sistema hidráulico de pressão de pull down.

Pressão de rotação (psi): é monitorada por um sensor de 0 a 5.000 psi e saída de 1 a 5 VCC, instalado na linha da bomba hidráulica do sistema de rotação da perfuratriz.

Velocidade de rotação (rpm): é monitorada por um sensor magnético de rotação, instalado na cabeça rotativa da perfuratriz, e convertida em sinal de tensão contínua por um conversor de freqüência/tensão do medidor analógico de RPM.

Pressão de ar na broca: é monitorada por um sensor de pressão de 0 a 200 psi e saída de 1 a 5 VCC, instalado na linha de ar entre o compressor e a broca de perfuração.

Vibração da cabeça rotativa: é monitorada por um sensor de vibração que é instalado na cabeça rotativa da perfuratriz. A vibração é expressa em mm/s.

Page 121: Apostila Explosivos

Figura 2: Campo de comunicação do sistema de monitoramento da perfuratriz Fonte: Morais, 1997.

Todas estas informações são processadas em cartões eletrônicos e enviadas ao computador central. A figura 3 ilustra a posição de cada sensor no equipamento de perfuração.

Escritório -mina

Torre Repetidora

Perfuratriz

Page 122: Apostila Explosivos

Figura 3: Localização dos sensores no equipamento de perfuração Fonte: Modular Mining System, 1997.

Modelo de energia de perfuração como critério de resistência da rocha Para o cálculo da resistência da rocha é utilizado o modelo de energia de perfuração. Através dos parâmetros de perfuração, descritos acima, é calculada a energia transmitida pela perfuratriz para a rocha durante o processo de perfuração ilustrada na figura 4. Energia específica de perfuração (e)

e = ( 2 x x T x rpm x 60) / (A x Tp) + Pp sendo: e = energia específica de perfuração (psi); T = torque (lbf x pés) rpm = rotações por minuto; A = área do furo (pol2) Tp = taxa de penetração (m/h); Pp = Pressão de pull down (lbf/pol2);

Pressão de Pull Down (Motor

Hidráulico)

Pressão de Ar da Broca

(Compressor de Ar)

Torque de Rotação:

Amperagem (motor elétrico)

Pressão (sistema hidráulico)

Rotação (RPM)

Profundidade do furo

Taxa de Penetração

Page 123: Apostila Explosivos

Fp 1

Onde: Fp : Força de Pull Down

Fr 2 Fr : Força de Rotação Figura 4 Modelo de Energia de Perfuração Classificação da resistência da rocha Após o monitoramento dos parâmetros de perfuração, estes dados são enviados ao computador que calcula a energia específica para cada intervalo de 6 a 31 cm, conforme a precisão da instrumentação adotado. A energia de perfuração é utilizada como critério de resistência da rocha. A tabela 1 mostra a classificação típica da resistência da rocha obtida a partir da interpretação das informações da perfuratriz.

Tabela 1 Resistência da rocha calculada a partir dos parâmetros de perfuração

Tipo de Rocha

Resistência da Rocha (psi)

Resistência da Rocha (MPa)

Classificação

1 0 a 1000 0 a 7 Extremamente Macia 2 1.000 a 5.000 7 a 34 Muito Macia 3 5.000 a 10.000 34 a 69 Macia 4 10.000 a 15.000 69 a 106 Moderada 5 15.000 a 30.000 103 a 207 Dura 6 > 30.000 > 207 Muito Dura

Fonte: Morais, 1999.

Page 124: Apostila Explosivos

Análise e apresentação de dados A seguir são apresentados alguns dados obtidos na mina de minério de ferro de Carajás, localizada no Estado do Pará. Os dados são monitorados pelo sistema “DMS – Drill Management System”, da Modular Mining System. Este sistema de sensores monitora a perfuratriz em tempo real e envia os dados para a central de informática da mina. A partir dessas informações são calculadas as resistências das rochas e definida a sua classificação e litologia.

Figura 5

Interpretação da litologia a partir do monitoramento da perfuratriz

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

0,31

1,54

2,77

4,00

5,23

6,46

7,69

8,92

10,1

5

11,3

8

12,6

2

13,8

5

15,0

8

16,3

1

Profundidade (m)

Ro

taç

ões

Por

Min

uto

(R

PM

)

Fogo: 62/99-021 Furo 02

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

0,31

1,54

2,77

4,00

5,23

6,46

7,69

8,92

10,1

5

11,3

8

12,6

2

13,8

5

15,0

8

16,3

1

Profundidade (m)

Tax

a d

e P

en

etr

ão

(m

/h)

Fogo: 62/99-021 Furo 02

0,00

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

2.500,00

3.000,00

0,31

1,54

2,77

4,00

5,23

6,46

7,69

8,92

10,1

5

11,3

8

12,6

2

13,8

5

15,0

8

16,3

1

Profundidade (m)

Pre

ss

ão d

e R

ota

çã

o (

psi)

Fogo: 62/99-021 Furo 02

0,00

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

2.500,00

0,31

1,54

2,77

4,00

5,23

6,46

7,69

8,92

10,1

5

11,3

8

12,6

2

13,8

5

15,0

8

16,3

1

Profundidade (m)

Pre

ss

ão d

e P

ull

Dow

n (

ps

i)

Fogo: 62/99-021 Furo 02

0,00

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00

7.000,00

8.000,00

9.000,00

10.000,00

0,31

1,54

2,77

4,00

5,23

6,46

7,69

8,92

10,1

5

11,3

8

12,6

2

13,8

5

15,0

8

16,3

1

Profundidade (m)

Torq

ue (

ft x

m)

Fogo: 62/99-021 Furo 02

Page 125: Apostila Explosivos

Fonte: Morais, 1999.

0

6

0,3

1

1,2

3

2,1

5

3,0

8

4,0

0

4,9

2

5,8

5

6,7

7

7,6

9

8,6

2

9,5

4

10,4

6

11,3

8

12,3

1

13,2

3

14,1

5

15,0

8

16,0

0

16,9

2

Profundidade (m)

Lito

log

ia

Fogo: 62/99-021 Furo 02

Máfica Decomposta Máfica Sã

0,00

10.000,00

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

60.000,00

70.000,00

80.000,00

0,31

1,54

2,77

4,00

5,23

6,46

7,69

8,92

10,1

5

11,3

8

12,6

2

13,8

5

15,0

8

16,3

1

Profundidade (m)

Re

sis

tên

cia

(p

si)

Fogo: 62/99-021 Furo 02

0

1

2

3

4

5

6

0,31

1,54

2,77

4,00

5,23

6,46

7,69

8,92

10,1

5

11,3

8

12,6

2

13,8

5

15,0

8

16,3

1

Profundidade (m)

Cla

ss

ific

ão d

a R

och

a

Fogo: 62/99-021 Furo 02

Page 126: Apostila Explosivos

SISTEMA DE NAVEGAÇÃO DE PERFURATRIZ POR GPS Considerações iniciais A tecnologia de GPS – Global Positioning Systems pode ser aplicada em atividades como levantamento de dados, despacho de caminhões e navegação de veículos e equipamentos. Para obter a alta precisão, acuracia a níveis de cm, requerido para levantamentos e navegação de veículos e equipamentos, GPS de alta precisão é requerido. No caso de sistema de navegação para o posicionamento da perfuratriz na malha de perfuração recomenda-se uma precisão maior ou igual ao diâmetro do furo. A figura 6 ilustra o sistema de GPS aplicado na mineração.

Figura 6: Sistema de GPS aplicado a mineração

Fonte: Catálogo da Modular Mining Systems, 1998.

Vantagens do posicionamento da perfuratriz por GPS O sistema de navegação da perfuratriz por GPS substitui a marcação física do furos na bancada. Quando a perfuração utiliza a marcação dos furos por estacas e o operador posiciona o equipamento no furo, geralmente comete-se um erro em torno de 0,5 m ( para perfuratriz de grande porte) na execução dos furos. Isto é parcialmente devido as condições do terreno, a dificuldade de visão da estaca pelo operador dentro da cabine, condições de lama e neblina. Além disso, a marcação por estacas ou similar tende a ser danificada por circulação de veículos auxiliares, caminhões de abastecimento, equipe de manutenção etc., levando ao erro na malha de perfuração planejada.

Page 127: Apostila Explosivos

Desta forma, existem consideráveis vantagens na locação dos furos por computador “on-board”. Testes na mina de cobre de Highland Valley tem mostrado que é possível alcançar uma precisão acima de 0,1m, que significa 1/3 do diâmetro do furo. Claramente, o posicionamento da perfuratriz por GPS oferece muitas vantagens sobre os métodos tradicionais, destacando-se as seguintes:

redução no levantamento de campo ( levantamento topográfico, marcação física da malha);

não utilização da topografia para marcação da altura da bancada;

a oportunidade de se estudar um melhor plano de fogo para o desmonte;

maior acuracia na execução dos furos;

é possível fazer a interação da malha de perfuração com a caracterização da rocha por sensores;

a oportunidade de transferir os dados dos furos diretamente para o caminhão de explosivo;

redução na sobre/sub- perfuração;

melhor comunicação entre operador da perfuratriz, encarregado do desmonte, engenharia e a equipe de supervisão da mina.

A figura 7 ilustra o sistema de navegação da perfuratriz no posicionamento dos furos;

Figura 7: Sistema de navegação de perfuratriz Fonte: Catálogo da BAI. 2000.

CONTROLE DOS DESVIOS DOS FUROS O plano de fogo pode ser executado com uma determinada razão de carregamento a qual foi calculada corretamente em função do afastamento, do espaçamento e da profundidade do furo. Entretanto, se a perfuração não é corretamente executada de acordo com o planejado, ocorrendo desvios na inclinação dos furos e dos comprimentos das variáveis geométricas, especialmente quando a face do banco encontra-se irregular devido à ação da escavadeira ou pelo efeito da sobrescavação do desmonte anterior, resultando em cargas de explosivos muito próximas ou afastadas da face do banco, os seguintes problemas poderão ser gerados: alto nível de vibração do terreno, pulso de ar, excessiva ou má fragmentação da rocha e ultralançamento dos fragmentos rochosos.

Page 128: Apostila Explosivos

Os desvios ocorridos durante a perfuração nos comprimentos das variáveis geométricas e no ângulo de inclinação dos furos foram verificados através dos equipamentos BoreTrak e o “Quarryman”. O “BoreTrak”, figura 8, é uma espécie de sonda que determina a inclinação do furo, o afastamento real a cada um metro, medindo também a profundidade dos furos e os espaçamentos entre eles. O “Quarryman”, figura 9, faz uma leitura a laser, permitindo determinar as coordenadas tridimensionais de pontos que caracterizem o banco com seus respectivos furos e o plano de sua face.

Figura 8 BoreTrak efetuando o levantamento dos desvios da perfuração

Fonte: Impressos da Geopetro (1995)

Figura 9 Equipamento Quarryman para obter a face da bancada Fonte: Impressos da Geopetro (1995)

Page 129: Apostila Explosivos

HASTES E BITS GUIAS A retilinidade de uma perfuratriz varia, dependendo do tipo e natureza da natureza, do método e do equipamento de perfuração utilizados. Na perfuração horizontal ou inclinada, o peso da coluna de perfuração pode concorrer para o desvio do furo. Ao perfurar furos profundos para detonação, o furo deve ser tão reto quanto possível para que os explosivos sejam distribuídos corretamente, para se obter o resultado desejado. A retilinidade dos furos pode ser melhorada usando-se diferentes tipos de equipamento guia: bits guia, haste guia, luvas guia. Além do desvio do furo propriamente dito, o alinhamento do mesmo pode ser afetado pelo desalinhamento da lança e pelo cuidado durante o emboque do furo. É necessário portanto grande precisão nessas tarefas, já que os testes mostram que 50% dos desvios podem ser atribuídos a mau alinhamento da lança e imperícia no emboque. CONCLUSÃO

Os novos recursos disponíveis no mercado para o controle da perfuração da rocha, incluindo o Quarryman, Laser Profile, GPS, hastes e bits guias, monitoramento dos parâmetros de perfuração por sensores e pelo DMS- Drill Management System on line, são fundamentais para o controle dos diversos parâmetros da perfuração da rocha. Estes contribuem significativamente para a qualidade da fragmentação bem como para a eliminação dos problemas ambientais gerados pelos desmontes de rochas por explosivos, otimizando a operação mineira.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAI – Blasting Analysis International Inc. (2000) High Tech Seminar, USA. Hendricks, C. & Peck, J. (s.d.) Application of GPS and Equipment Monitoring Technology to Blasting Operation in Surface Mining. Montreal: Aquila Mining Systems, , 130 p. Karanam, U.M & Misra, B. (1998) Principles of Rock Drilling. Rotterdam: A . A . Balkema, 261 p. Peck, J. & Vynne (1993) Current Status and Future Trends of Monitoring Tecnhology for Rotary Blasthole Drill in Coal Mines. Washington : 95 th Annual General meeting of CIM, 27 p. Schunnesson, H. (1998), Rock Caracterisation Using Percussive Drilling. Luléa: International Journal of Rock Mechanics and Mining Sciences, edição 35/6, sep., p. 711 a 725. Vynne, J. (s.d.) Drill Monitoring Developments and the Utilization of the Drill Data. Washington: Thunderbird Mining Systems, 10 p. Richards, M. (1997), Practical Results of Using GPS on Mining Drills and Shovels in the Production Environment,. Logan Lake, Canadá: Highland Valley Copper, , 14 p.

Page 130: Apostila Explosivos

Chimica Ediledo Brasil Ltda.

apresenta

Page 131: Apostila Explosivos

2

FRACT.AGARGAMASSA EXPANSIVA

NÃO EXPLOSIVAPARA CORTES DE MÁRMORES, GRANITOS,

CONCRETOS E DEMOLIÇÕES EM GERAL.

Produto desenvolvido pela Chimica Edile SRL – ItaliaEmpresa Certificada ISO 9001 e SA 8000

CERTIFICADO ISO 9001 CERTIFICADO SA 8000

Page 132: Apostila Explosivos

3

O QUE É FRACT.AG®

O FRACT.AG® é uma argamassa expansiva para a demoliçãode betões, blocos de cimento, como também para o corte derochas de qualquer tipo.O FRACT.AG® funciona através de reação química queocorre quando é misturado com uma quantidade exata de água( 30% do peso do produto).Esta reação causa a dilatação da mistura, que aumenta o seuvolume inicial em até 4 (quatro) vezes, aplicando uma pressãode 8000 ton/m2 na superfície dos furos onde é colocado oFRACT.AG®.Esta enorme quantidade de energia desenvolvida peloFRACT.AG® é liberada de modo progressivo e gradual,eliminando completamente todos os perigos e limitações quesão típicas do uso de explosivos.O uso diário do FRACT.AG® permite desenvolver técnicas de trabalho modernas e inovadoras, com umadiminuição drástica no volume de perda de matéria prima, como também no acúmulo de detritos no local detrabalho, gerando com isso vantagens econômicas excepcionais.

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA EXTERNA

O FRACT.AG® é produzido em 6 (seis) diferentes tipos de composição química, para adaptar o uso em função datemperatura externa.

- prata 60 a 70º C - Amarelo 25 a 35º C- azul 50 a 60º C - Verde 05 a 20º C- ouro 35 a 50°C - vermelho < 5º C

USO DO FRACT.AG® EM PÓ

1 Colocar 1,5 lt de água no recipiente onde será feita a misturaObs: A água não deve conter óleo ou impurezas

2 Despejar lentamente o conteúdo de um saquinho (5 Kg) de FRACT.AG®, misturando o pó com a água atéobter uma mistura fluida e homogênea

3 Despejar a mistura dentro dos furos (minas) já limpos e assoprados.- esta operação deve ser realizada antes que se inicie a

reação química (cerca de 10/15 minutos após amistura)

- os furos (minas) não devem conter água nem sujeiras- se a rocha for muito porosa ou a temperatura estivermuito alta, umedecer os furos (minas) para abaixar atemperatura e obter as condições ideais de trabalho.

+ =5Kg

1,5 L

Page 133: Apostila Explosivos

4

USO DO FRACT.AG® EM CARTUCHOS

1 Encher um recipiente com águaObs: A água não deve conter óleo

2 Retirar os cartuchos de FRACT.AG® da embalagem plástica,mergulhar em seguida no recipiente com água e esperar que absorvama água necessária (mais ou menos 2 minutos) e, assim que a água pararde borbulhar, o FRACT.AG® estará pronto para o uso

3 Retirar os cartuchos do recipiente e introduzir nos furos , uma decada vez e pressionando de modo que ocartucho fique bem compactado dentro do furo.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO FRACT.AG ®

O tempo de reação do FRACT.AG® é de duas a oito horas, que varia em função dos seguintes fatores:- temperatura ambiente- diâmetro e distância entre os furos (minas)- dureza e resistência do material a ser cortado ou demolido- tipo de FRACT.AG®

Com o tipo correto de FRACT.AG® , consegue-se reduzir otempo para obter o corte, com a diminuição da distância entre osfuros (minas) e/ou com o aumento do diâmetro dos mesmos.

O trabalho com o FRACT.AG® não é submetido a interrupções, necessárias quando se usam os explosivos,resultando em um aumento de produção e diminuição de mão-de-obra. Alémdisso, o FRACT.AG® não requer o uso de máquinas ou de mão-de-obraespecializada.Um dos aspectos mais interessantes do uso do FRACT.AG® na extração depedras ornamentais como mármores, granitos, etc., ou pedras preciosas comodiamantes, é a sensível diminuição nos custos de produção. Tal reduçãobaseia-se no total aproveitamento da matéria prima, devido ao fato que ocorte ocorre sempre na linha que une o centro dos furos (minas) onde foicolocado o FRACT.AG® , não sendo alterada por falhas naturais da bancada(prancha) e o processo não causa microfissuras na superfície do corte,eliminando a perda de material.É evidente portanto a grande vantagem econômica do uso do FRACT.AG® .O FRACT.AG® è a solução ideal em todos os casos de demolição em que o

uso de explosivos, por razões de segurança , não podem ser utilizados e a única alternativa seria o uso de sistemasmecânicos tradicionais, que são muitos caros e requerem muitas horas de trabalho.

O FRACT.AG® não é perigoso, não polui, não explode, e portanto não produz detritos, não levanta poeira e nãofaz barulho algum.Para se utilizar o FRACT.AG® não é necessário nenhum tipo de autorização, como no caso dos explosivos, e nãorequer nenhum cuidado para o seu armazenamento, exceto aqueles típicos de qualquer cimento e principalmente deevitar o contato com a água ou a umidade.

Page 134: Apostila Explosivos

5PREPARAÇÃO DA ROCHA PARA O CORTE

Fazer uma série de furos (minas) na bancada ao longo da linha de corteestabelecida. A profundidade dos furos (minas) deve ser maior que ametade da pedra no caso de demolição e igual à altura da pedra quando sequer cortá-la **.

** Neste caso o furo (mina) deve ser mais curto alguns centímetrospara evitar perda de produto pelo fundo.

A distância entre os furos (minas) deve ser:

- 10 a 30 cm = corte de rochas ornamentais- 30 a 60 cm = demolição de rochas- 20 a 25 cm = demolição de concreto armado- 40 a 50 cm = demolição de cimento

Os furos (minas) devem ter um diâmetro de 25 mm a 50mm.É aconselhável utilizar o FRACT.AG® em furos (minas) dediâmetro menor possível para uma maior economia eaproveitamento no uso do produto.

O consumo estimado de FRACT.AG® pôr metro linear ède:

- broca de 30 mm. = 1,1 kg de FRACT.AG®- broca de 32 mm. = 1,3 kg de FRACT.AG®- broca de 34 mm. = 1,5 kg de FRACT.AG®- broca de 38 mm. = 1,8 kg de FRACT.AG®- broca de 40 mm. = 2,0 kg de FRACT.AG®- broca de 45 mm. = 2,6 kg de FRACT.AG®- broca de 50 mm. = 3,0 kg de FRACT.AG®

Muito importante :Nas primeiras vezes que se usa o FRACT.AG® e quandose deve fazer furos (minas) maiores consultar o revendedor.

CUIDADOS NO USO DO FRACT.AG®

Nas primeiras horas após a colocação do FRACT.AG®, não aproximar o rosto dos furos (minas) pois,existe a remota possibilidade de expulsão violenta do pó que pode queimar os olhos, se as condições deuso e manuseio não forem respeitadas.

Não se deve tampar os furos (minas). Não se deve colocar FRACT.AG® emgarrafas ou recipientes muito estreitos pois,por causa da reação, podem estourar. Quando estiver colocando FRACT.AG®nos furos (minas) e começar a chover cobririmediatamente com um plástico os furos(minas). Nos furos (minas) que tenhamrachaduras, para ano desperdiçar oproduto, deve-se utilizar um saco depolietileno ou o FRACT.AG® em cartuchos.

Page 135: Apostila Explosivos

6

GRAMILGranitos e Mármores Ltda.

“ Aumentamos oaproveitamento na extração

das pedras e agilizamos otrabalho, inclusive, com

diminuição da mão de obra”.

Estriel VargasSupervisor de Extração

SANTOANTÔNIO

Serraria

“ Estou deixando de lado omaçarico para usar

FRACT.AG. Obtivemoseconomia de 60%

comparando com o que aempresa gastavaanteriormente.”

Rodrigo ScaramussaProprietário

SIGMA do Brasil

“ Com a argamassa expansivaFRACT.AG conseguimos ummaior volume de produção

aliado a uma menor geraçãode rejeitos, além de melhorar

substancialmente asegurança dos trabalhadores

com a menor utilização deexplosivos”.

Atílio TravagliaProprietário

ESSA É A SOLUÇÃOArgamassa expansiva para cortes de granitos, mármores e demolições em geral.

Não oferece risco, não explode, não produz detritos, nem trincas ou microfissuras.

ALGUNS DOS CLIENTES DA ARGAMASSA EXPANSIVA FRACT.AG

Sto. Antônio Serraria – Tel.: (028) 3531-1144 - responsável: Rodrigo Scaramussa Sigma do Brasil – Tel.: (028) 3521-0558 - responsável: Atílio Travaglia Gramil – Tel.: (028) 9987-1173 - responsável: Estriel Vargas

Page 136: Apostila Explosivos

7

Granitos Laranjeira Ltda.

ANTES

- DISTÃNCIA MÁXIMAENTRE OS FUROS ERA

DE 10 CM.

- ALTURA MÁXIMA DASPRANCHAS ERA DE 2 metros

HOJE

- DISTÂNCIA ENTREOS FUROSDE 30 CM

HOJE

- PRANCHAS COM ALTURADE MAIS DE 8 metros

Page 137: Apostila Explosivos

8

Granitos Laranjeira Ltda.Depoimento

Antes

Com a argamassa expansiva FRACT.AG foi possível retirar pranchas com 150 m3, pranchasestas que ao retira-las com cunhas de pressão nos traziam as seguintes perdas :

- A furação – com furos de espaçamento de no máximo 12 cm- Dinâmica – gastava-se muitas cunhas, homens e tempo para abrir o corte- O tombo – no momento de tombar a prancha utilizava-se uma manobra muito

complicada, pois a abertura proporcionada pela cunha não deslocava a pranchaocasionando um engavetamento.

- Quebras – caso o material tivesse um ponto de fraqueza, ao bater as cunhas aprancha quebrava. Mesmo não tendo defeitos, sempre surgiam pequenas quebras nabase da prancha onde se perdia mais de 20 m3.

- Estética – Ao tombar as pranchas era visível a irregularidade entre minas ondesurgiam “calombos” que ocasionavam um trabalho duplo, pois aquela face teria queser cortada novamente

Depois

Após termos utilizado a argamassa expansiva FRACT.AG pode-se dizer com clareza que oquadro acima inverteu-se :

- A furação – o espaçamento entre minas aumentou para 20 a 30 cm.- Dinâmica – gasta-se 2 homens e com pouco tempo todo serviço é feito- O tombo – o FRACT.AG ao reagir desloca a prancha por igual, evitando o

engavetamento- Quebras – mesmo a prancha estando totalmente dividida por algum difeito natural, o

FRACT.AG desloca as partes por igual.- Estética – caso a furação esteja correta a face cortada pelo FRACT.AG não

necessita sequer “ desbastar” , pois não há irregularidades ( calombos ) .

Lindemberg Cardoso Jr.

Alto Mutum Km. 29,5 do Município de Baixo Guandu – Espírito santo, Caixa Postal 22 CEP 29730-000Tel/Fax: +55-027-721-5977

Page 138: Apostila Explosivos

9

ABERTURA DE TÚNEISMétodo A

Diâmetro das perfurações 30 – 50 mmd: distância entre o centro das perfurações20 – 30 cm.As perfurações devem ser realizadas de modo deiniciar a ruptura da parede criando-se uma valetacentral.Para isso é necessário dar as perfuraçõesda seção central a demolir um ânguloaprox. 45 – 60%.A medida que nos afastamos do centroo ângulo aumenta progressivamente até 90%

ABERTURA DE TÚNEISMétodo B

Diâmetro das perfurações 30 – 50 mmd: distância entre o centro das perfurações20 – 30 cm.

Primeira ser ie de per furaçõesa serem preenchidas com FRACT.AG

Segunda sér ie de per furações horizontaisa serem preenchidas com FRACT.AG depoisde 4 a 6 hs após a pr imeira sér ie

As per furações res tantes deverão serpreenchidascom FRACT.AG até completar -se adimensão preestabelec ida do túne l

Abertura central real izada mediante per furações hor izontais dediam. aprox. 200 mm. para cr iar -se uma zona l ivre no centro da rocha .

Estas perfurações centrais não deverão ser preenchidas.Aberturas centra is de aprox. 2 m de al tura.

o

o

o

4 m

4 m

45º a 50º 4 m

4 m

o o o o ooo o o o o o o o

o o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o o

o o o o ooo o o o o o o o

o o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o oo o o o o o o o o o

d

d

d

d

Page 139: Apostila Explosivos

10

- diâmetro das perfurações: aprox. 34 mm. inclinação das perfurações : paralelas a superficie livre.

- distância entre o centro das perfurações (d): para granito 20 cm, para calcáreo 30 cm.

d

- diâmetro das perfurações: aprox. 34 mm. A carga das perfurações realizam-se em duas ou mais fases sucessivamente.- não preencher as perfurações centrais

(1)

(2)

DESMONTE DEFRENTE ROCHOSA ESCAVAÇÃO

As a entre30 cm com perfurações de 34 mm de diâmetro.As devem uma

de 60ºno

1ª ETAPA

2ª ETAPA

ABERTURA DEinclinação aproximadamente exceto as

perfurações realizam-se distância si de

perfurações realizar-se com

indicadas eixo central.

ESQUEMA PARA

VALETAS

NÃO PREENCHERO FURO CENTRAL

Page 140: Apostila Explosivos

11

NãoNN

4 m

2 m

1 m

CONCRETO ARMADO

Para um diâmetro de perfurações de 40 mm. a distância entre o centrodas mesmas será aprox. 20 cm. dependendo do grau da armação

Neste tipo de aplicação énecessário que o plano de corteseja paralelo aos ferrosprincipais, de modo que se eviteque a ação do FRACT.AG sedesenvolva paralelamente aosferros e a eficácia do produto seperca nos mesmos.

CONCRETO(Não armado)

Para demolir com FRACT.AG um bloco de concreto de média resistênciacomo Mostra o esquema, podem-se realizar perfurações de diâmetro aprox. 40 mm,profundidade entre 60 a 80% da altura do bloco (mínima)Distribuir as perfurações linearmente com distância aproximada entreos centros de 40 cm. (máxima)

Page 141: Apostila Explosivos

12

perfurações inclinadas de 4 m comdiâmetro das mesmas de 34 mm

0.50 m

1.8

m

0.30

m

Vista superior

0.5 m

Vista lateral

DEMOLIÇÃO DEPILOTIS

eixo colunaferros da armadura

serie de perfurações

d

d: diâmetro do orificio central 150 mm

Vista superior Vista transversal

Inicia-se carregando as series de perfurações radiais para eliminar a cobertura dos ferrose sucessivamente demole-se a coluna mediante a carga da perfuração central de 150 mm

as perfurações secarregam com cartuchos

ferro

Método de Corte e Demolição deColunas com Orifício Central

Page 142: Apostila Explosivos

13

Chimica Edile do Brasil LtdaRod. Cachoeiro x Safra, BR 482 Km 6 Bairro União

Cachoeiro de Itapemirim - ES Cep 29300-970CNPJ 04.278.054/0001-74 Insc. Estadual 082.101.20-5

Tel/Fax (28) 35116879E-mail: [email protected]

Produzido no Brasil sob concessão daChimica Edile srl Italia

FRACT.AGa argamassa DE QUALIDADE

A única que não falha!

Page 143: Apostila Explosivos

El CRAS: Es un AGENTE DEMOLEDOR NO EXPLOSIVO pulverulento y de color grisáceo,

siendo su componente base Cal inorgánica.

El CRAS: Mezclado con el porcentaje adecuado de agua (agua fresca, que nunca supere los

l0°- l2ºC en verano) provoca por reacción química de alto poder, una enorme tensión

expansiva, superior a las 7.000 T/m2, debiendo indicar que generalmente son

suficientes de 1.500 a 3.000 T/m2, para demoler todo tipo de roca y hormigón.

El CRAS: Produce la rotura de una forma SEGURA. PRECISA y SIN VIBRACION

SIN EXPLOSION. SIN RUIDO DE MARTILLEO NI TEMBLOR, SIN GASES, SIN

CHISPAS, SIN PROBLEMAS DE ACCESIBILIDAD, SIN CONTAMINACION Nl

ATENTADOS ECOLOGICOS.

Además no paraliza ningún trabajo en la obra.

¿QUÉ ES EL ARGAMASSA ?

Page 144: Apostila Explosivos

El CRAS: Es efectivo en espacios abiertos, espacios reducidos e incluso cerrados, en zonas de

difícil acceso, en zonas de riesgo explosivo o inflamable, así mismo es muy efectivo en

demoliciones submarinas.

El CRAS: No produce daños en los ecosistemas, tanto en la fauna como en la flora, resultando un

recurso insustituible en demoliciones submarinas.

El CRAS: No precisa permisos por lo que el demoledor CRAS puede ser utilizado por cualquiera y

donde quiera.

El CRAS: No requiere ningún esfuerzo o fatiga física en su utilización, en contra de las actuales

máquinas convencionales y resulta agradable en su manejo.

El CRAS: Es la alternativa definitiva al explosivo convencional, pues además de más seguro resulta

en muchos trabajos, más económico que el explosivo.

¿QUÉ ES EL CRAS ?

Page 145: Apostila Explosivos

1- ENVASADO 2- MASA 3- CARGA

¿CÓMO SE APLICA EL CRAS?

Page 146: Apostila Explosivos

¿CÓMO SE EFECTÚA LA CARGA?

Page 147: Apostila Explosivos

¿ CÓMO DESARROLLA ARGAMASSA SU

ACCIÓN DEMOLEDORA ?

Page 148: Apostila Explosivos

Fuerza desarrollada ; 1.000 T/m2

Fuerza desarrollada ; 1.800 T/m2

Fuerza desarrollada ; más de 5.200 T/m2

PROCESO DE FRAGMENTACIÓN

Page 149: Apostila Explosivos

INFORMACIÓN TÉCNICA

Page 150: Apostila Explosivos

INFORMACIÓN TÉCNICA

Page 151: Apostila Explosivos

INTRODUCCIÓN A LA DEMOLICIÓN

Page 152: Apostila Explosivos

INTRODUCCIÓN A LA DEMOLICIÓN

Page 153: Apostila Explosivos

TIPOS DE FRAGMENTACIÓN

Page 154: Apostila Explosivos

TIPOS DE FRAGMENTACIÓN

Page 155: Apostila Explosivos

TIPOS DE FRAGMENTACIÓN

Page 156: Apostila Explosivos

DEMOLICIÓN DE ESTRUCTURAS DE

HORMIGÓN

Page 157: Apostila Explosivos

DEMOLICIÓN DE ESTRUCTURAS DE

HORMIGÓN

Page 158: Apostila Explosivos

< Perforación en hormigón armado >

Page 159: Apostila Explosivos

< Diseño de malla de fractura (40x40cm) 6hrs. De trabajo del CRAS >

Page 160: Apostila Explosivos

< Fractura del hormigón armado malla 40x40cm, 48hrs. De trabajo del CRAS >

Page 161: Apostila Explosivos

< Perforación de roca de 120m3 >

Page 162: Apostila Explosivos

< Fractura de la roca de 120m3 >

Page 163: Apostila Explosivos

< Otra vista de la fractura de la roca de 120m3 >

Page 164: Apostila Explosivos

< Fractura de roca de 170m3 >

Page 165: Apostila Explosivos

< Otra vista de la roca de 170m3 >

Page 166: Apostila Explosivos

< Fractura dirigida de la roca de 170m3, para evitar rodadas >

Page 167: Apostila Explosivos

< Otra vista del corte dirigido a la roca de 170m3 >

Page 168: Apostila Explosivos

< Manto de roca de 600m3 >

Page 169: Apostila Explosivos

< Fractura del manto de roca de 600m3 >

Page 170: Apostila Explosivos

< Extracción de la roca fracturada >

Page 171: Apostila Explosivos

FRACT-AG

Página 1 de 5

Conheça nossas Soluções – Solicite nossos catálogos para maiores detalhes:

Matriz: R. Alice Terrayama, 99, Olhos D’Água, Belo Horizonte, MG, CEP: 30.390-090 - TeleFax: 31-3288-1320 - Email: [email protected]

Moto-Serras para mármore, ardósia e

aluguel

Máquinas a Fio Diamantado, Perfuratrizes, Sondas e Acessórios para jazidas

Teares a Fio Diamantado para mármore, granito,

quartzito e ardósia

Fios Diamantados para cortes de

rochas e concretos

Massa Expansiva para demolições e cortes de

rochas e concretos

ARGAMASSA EXPANSIVA PARA

DEMOLIÇÕES E CORTES DE

ROCHAS E CIMENTOS

O que é a Fract-Ag ?

A Fract-Ag é uma massa que possui um alto poder de expansão para demolições e cortes de rochas e betões; a

Fract-Ag age em função do seu próprio inchamento, exercitando nas paredes dos furos que a contém uma força

superior a 8.000 t/m², provocando o aparecimento das fissuras.

A Fract-Ag é um produto altamente ecológico, pois não produz gases e não deixa resíduos nocivos.

Para que serve a Fract-Ag ?

O campo de ação da Fract-Ag é praticamente ilimitado: serve para romper, cortar e demolir rochas, betões e

cimentos armados, naquelas situações onde, por razões de segurança, o uso de explosivo não é possível.

Onde se pode usar a Fract-Ag ?

Em qualquer formação rochosa, manufacto de cimento ou cimento armado, estruturas de tijolos, para a execução

dos seguintes trabalhos:

Escavação de fundações

Aplainamento de rochas para construção de estradas

Escavação de trincheiras para o posicionamento de conducto

Escavações subterrâneas

Escavações marítimas, mesmo submarinas

Eliminação de blocos de pedra

Demolição de pilastras, torres, paredes, bermas etc de cimento ou de cimento armado

Demolição de fundações

Demolição de quebra-mares

Demolição de obras de tijolo ou refratários

A Fract-Ag é tecnicamente ideal e fonte de considerável economia em:

Demolições limitadas de rochas ou estruturas de cimento onde as obras adjacentes não podem ser danificadas

pelas vibrações geradas pelos explosivos

Presplitting de formações rochosas, com a criação de blocos isolados que, portanto, podem ser demolidos com

maior facilidade

Corte de blocos de mármore, de uma maneira mais econômica do que o corte com serra helicoidal

Escavação ou demolição de formações rochosas ou manufactos de cimento, onde o uso de explosivos

demonstra-se antieconômico por causa das perdas de tempos de operação, devidas às precauções requisitas para

o transporte, o armazenamento e a manipulação de explosivos, e ao respeito das regulamentações de segurança

pública

FRACT-AG

Page 172: Apostila Explosivos

FRACT-AG

Página 2 de 5

Conheça nossas Soluções – Solicite nossos catálogos para maiores detalhes:

Matriz: R. Alice Terrayama, 99, Olhos D’Água, Belo Horizonte, MG, CEP: 30.390-090 - TeleFax: 31-3288-1320 - Email: [email protected]

Moto-Serras para mármore, ardósia e

aluguel

Máquinas a Fio Diamantado, Perfuratrizes, Sondas e Acessórios para jazidas

Teares a Fio Diamantado para mármore, granito,

quartzito e ardósia

Fios Diamantados para cortes de

rochas e concretos

Massa Expansiva para demolições e cortes de

rochas e concretos

Como se usa a Fract-Ag ?

A Fract-Ag é um pó que, antes do uso, deve ser misturado com água na proporção de 30% em peso. Toma-se um

recipiente com capacidade suficiente, adiciona-se a quantidade de água necessária (1,5 litros para a embalagem

inteira de 5 kg) e depois, lentamente e sempre sob agitação, adiciona-se o pó, fazendo-se a mistura até alcançar uma

pasta cremosa, fluída e sem grumos (caroços); adiciona-se a pasta nos furos antecipadamente preparados dentro de

um intervalo de tempo de 5/15 minutos.

Os furos horizontais devem ser inclinados para que a Fract-Ag entre com facilidade. Os furos não devem ser

tapados e, somente em caso de chuva, devem ser cobertos com um material impermeável.

Não deve haver água dentro dos furos; em caso de grandes infiltrações, ou onde existirem fendas que não permitam

o enchimento do furo, aconselha-se a colocar dentro do furo um pequeno saco de PVC e, depois, encher este

último.

A distância entre furos varia em função do diâmetro dos mesmos (de Ø 32 mm a Ø 50 mm) e do tipo de material a

demolir ou a cortar.

Quem pode usar a Fract-Ag ?

Todos podem usa-la e em qualquer situação, pois a Fract-Ag é segura, silenciosa e absolutamente não perigosa, não

provoca arremessos de detritos, levantamento de poeiras, formações de gases ou qualquer tipo de vibração. Para

usar a Fract-Ag não é necessário nenhuma licença, como acontece, ao contrário, para o uso de explosivos. A ação

de demolição ou de corte da Fract-Ag pode ser interrompida a qualquer momento; basta retirar o produto inserido

no furo com uma nova perfuração do mesmo, diferenciando assim dos explosivos.

Informações várias a respeito da Fract-Ag

Não existe problemas particulares para a conservação da Fract-Ag desde que os recipientes não sejam violados e

que estes sejam conservados em lugares secos. Para a Fract-Ag, não existe problemas quanto as descargas elétricas

ou correntes estáticas.

Tipos de Fract-Ag comercializadas

São comercializadas 4 tipos de Fract-Ag:

A utilizar com temperatura menor que 5º C (<23º F);

A utilizar com temperatura entre os 5º e 20º C (23º e 68º F);

A utilizar com temperatura entre os 20º e 35º C (68º e 95º F);

A utilizar com temperatura entre os 35º e 50º C (95º e 122º F);

Normas de precauções para o uso da Fract-Ag.

Não aproxime o rosto dos furos nas primeiras 3 horas, pois existe a possibilidade (remota) da expulsão violenta de

poeiras se as condições de uso não tiverem sido respeitadas. Não coloque a Fract-Ag já misturada em recipientes

estreitos ou que tenham a boca mais estreita do que o fundo, não o coloque em recipientes de vidro tipo garrafas,

frascos, etc. Caso a Fract-Ag respingue nos olhos, lave-os imediatamente com água e procure um médico. A Fract-

Ag é um produto alcalino; seu pH é de aproximadamente 13.

Page 173: Apostila Explosivos

FRACT-AG

Página 3 de 5

Conheça nossas Soluções – Solicite nossos catálogos para maiores detalhes:

Matriz: R. Alice Terrayama, 99, Olhos D’Água, Belo Horizonte, MG, CEP: 30.390-090 - TeleFax: 31-3288-1320 - Email: [email protected]

Moto-Serras para mármore, ardósia e

aluguel

Máquinas a Fio Diamantado, Perfuratrizes, Sondas e Acessórios para jazidas

Teares a Fio Diamantado para mármore, granito,

quartzito e ardósia

Fios Diamantados para cortes de

rochas e concretos

Massa Expansiva para demolições e cortes de

rochas e concretos

Observações para o uso da Fract-Ag

A distância ente os furos, para rochas e betão não armado deve ser de 40/80 cm e 20/30 cm para o betão armado,

variando em função do diâmetro do furo.

Para os furos com diâmetro menor, a distância deve ser menor (exemplo: Ø 32 = 30cm – Ø 35 = 40 cm – Ø 40 = 50

cm).

Para utilizar a Fract-Ag da melhor forma e para obter os resultados desejados, aconselha-se a efetuar alguns testes

antes de utiliza-la em grandes quantidades.

Os furos com diâmetros grandes e mais próximos aceleram os tempos de ruptura. Para o uso da Fract-Ag em

materiais muito absorventes, como o cimento, deve-se primeiro umedecer os furos antes de colocar a argamassa,

certificado-se de que não tenha permanecido água dentro do furo.

Consumo estimado de Fract-Ag – pó para 1ml de furo:

Ø 30 32 34 38 40 45 50

Kg. ml 1,1 1,3 1,5 1,8 2,0 2,6 3,0

Alguns Exemplos de

Perfuração

Page 174: Apostila Explosivos

FRACT-AG

Página 4 de 5

Conheça nossas Soluções – Solicite nossos catálogos para maiores detalhes:

Matriz: R. Alice Terrayama, 99, Olhos D’Água, Belo Horizonte, MG, CEP: 30.390-090 - TeleFax: 31-3288-1320 - Email: [email protected]

Moto-Serras para mármore, ardósia e

aluguel

Máquinas a Fio Diamantado, Perfuratrizes, Sondas e Acessórios para jazidas

Teares a Fio Diamantado para mármore, granito,

quartzito e ardósia

Fios Diamantados para cortes de

rochas e concretos

Massa Expansiva para demolições e cortes de

rochas e concretos

Fract-Ag “ C ” (Cartuchos)

Descrição

A Fract-Ag “ C ” foi estudada para resolver uma série de problemas relativos ao uso da argamassa demolidora.

Atualmente existem no comércio 4 tipos de Fract-Ag “ C ”

Selo vermelho para temperaturas < 5º C;

Selo verde para temperaturas entre 5º C e 20º C;

Selo amarelo para temperaturas entre 20º C e 35º C;

Selo ouro para temperaturas entre 35º C e 50º C.

Vantagens

Não precisa de mistura e isso elimina a possibilidade de erros na quantidade de água, porque absorve sozinho

aquela necessária. Pode ser utilizado em qualquer posição sem atenções especiais (orifícios no teto e horizontais).

A reação é mais rápida, então destrói ou corta num menor tempo.

Embalagens

Ø 28 x 22 cm contendo 200 gramas de Fract-Ag, para utilizar em orifícios de Ø 32 / 34, embaladas em caixas

contendo 100 cartuchos, úteis para aproximadamente 14 / 16 ml. de furos.

Uso

Abrir a embalagem selada contendo os cartuchos só pouco antes do uso. Mergulhar os cartuchos que deverão ser

usados num recipiente contendo água limpa na temperatura exigida (veja o tipo da Fract-Ag escolhida) por

aproximadamente 2 a 3 minutos. Introduzir os cartuchos molhados no orifícios, um por vez, constipando-os com

um bastão de modo que os faça aderir perfeitamente nas paredes; chegando no último cartucho, se este vazar, é

possível retirá-lo, pegar com as duas mãos, dividindo-o em duas partes, as quais serão usadas para completar o

enchimento de 2 orifícios.

Exploração de minas de mármores com “argamassa expansiva” Fract-Ag

A lavra pode ser feita em planos ou em degraus.

Sistema por planos

Além dos equipamentos normais para a movimentação dos blocos, este sistema necessita de:

A) Instalação de serra helicoidal ou diamantada para o corte de base para o plano. O corte poderá ser das

dimensões desejadas quer como superfície, quer como altura.

B) Compressor com respectivo perfurador e brocas de diâmetro 28/30/32/34 mm.

C) Máquinas para ensaio de sondagem ou outro sistema para o posicionamento da serra para o corte da base.

O Seccionamento dos blocos é feito por meio da execução de furos em toda a altura do bloco até encontrar o corte,

com uma distância entre os furos de cerca de 20 cm. Nos furos, introduz-se uma pequena quantidade de papel

Page 175: Apostila Explosivos

FRACT-AG

Página 5 de 5

Conheça nossas Soluções – Solicite nossos catálogos para maiores detalhes:

Matriz: R. Alice Terrayama, 99, Olhos D’Água, Belo Horizonte, MG, CEP: 30.390-090 - TeleFax: 31-3288-1320 - Email: [email protected]

Moto-Serras para mármore, ardósia e

aluguel

Máquinas a Fio Diamantado, Perfuratrizes, Sondas e Acessórios para jazidas

Teares a Fio Diamantado para mármore, granito,

quartzito e ardósia

Fios Diamantados para cortes de

rochas e concretos

Massa Expansiva para demolições e cortes de

rochas e concretos

molhado, que deverá ser empurrado até o fundo com um bastão ou com a própria ponta da broca, afim de impedir

que a massa saia pelo corte. Os furos alternados, um sim e um não (depois de alguns testes, poderão ser dois vazios

e um cheio), são enchidos com a massa expansiva Fract-Ag depois que esta foi misturada com a quantidade de água

correta.

Nesta altura, será necessário esperar 6 a 12 horas para que o bloco se destaque. A força de impulsão é constante e

uniforme em toda a altura do bloco; portanto, mesmo se defeituoso, este será impulsionado sem rachaduras

estranhas.

Sistema de degraus com serra

Para além dos equipamentos normais de movimentação de blocos, este sistema necessita de:

A) Serra de corrente (lâmina de 150 ou 300 cm) para destacar o degrau da base.

B) Compressor com respectivo perfurador e brocas de diâmetro 28/30/32/34 mm.

Faz-se o seccionamento dos blocos e todas as outras operações como indicado para o sistema de planos.

Sistema de degraus com Fract-Ag – “ C ”

Para além dos equipamentos normais de movimentação de blocos, este sistema, o mais econômico, necessita de:

A) Compressor com respectivo perfurador e brocas de diâmetro 28/30/32/34 mm.

O seccionamento dos blocos é feito da mesma maneira dos sistema descritos anteriormente, enquanto para o

destaque da base, faz-se furos horizontais da profundidade necessária, afastados entre si de 10 cm, e enche-se os

mesmos com cartuchos de Fract-Ag – “ C ”.

Estes furos horizontais também podem ser enchidos alternadamente, um sim e um não, dependendo da resistência

do material que deverá ser extraído.

ASSISTÊNCIA: “ASSISTÊNCIA TÉCNICA BRASIL”

GRAN - MAC BRASIL / CO.FI.PLAST BRASIL LTDA

Rua Alice Terrayama 99, B. Olhos D’gua

Belo Horizonte - MG - Brasil - Cep 30.390 - 090

Telefone: (31) 3288-1320

Fax: (31) 3288-1230

E-Mail: [email protected]

Page 176: Apostila Explosivos

(Nuevo Plasma)

Sistema para quebrar rocas utilizando la Cápsula

“Una revolución en el rompimiento de rocas

macizas con baja vibración”

La cápsula es una sustancia nueva que marca un hito en el quebrantamiento

de rocas. Con un permiso formal para su fabricación, no requiere de

permisos para su manipulación, transporte o almacenamiento por parte de las

autoridades responsables por la regulación de los explosivos.

Poca vibración – Fácil manipulación!

Poco ruido – Grata manipulación!

Pocas esquirlas (partículas de rocas) – Segura

manipulación!

Page 177: Apostila Explosivos

Sin esfuerzo quiebra concreto y rocas.

Una sustancia no explosiva segura de usar.

Page 178: Apostila Explosivos

Descripción Método de Explosión

Controlada

Método para quebrar

rocas por Presión

hidráulica

Método para quebrar rocas

Plasma

Principios Utiliza la fuerza expansiva

de los gases.

(Oxido de nitrógeno

orgánico)

Utiliza la presión

hidráulica

Utiliza la fuerza expansiva de los

sólidos.

(Mezcla metálica inorgánica de

expansión rápida)

Activación

por

Detonador Presión hidráulica Chispa de alto voltaje

Seguridad ○ Sensible al

calentamiento, golpes y

fricción.

○ Puede usarse con

propósitos malévolos

diferentes a los que se ha

destinado por su diseño

○ En caso de quebrar

rocas duras, la posibilidad

de que la manguera

reviente debido a la

presión hidráulica es

grande.

○ A salvo del calor, choques y

fricción

○ No se puede usar para otros

propósitos malévolos que no sean

el quebrantamiento de rocas y

concreto

Impacto

ambiental

○ se generan vibraciones,

esquirlas de roca y ruido

○ Cuando la explosión

ocurre al aire libre

ocasiona un impacto

directo en el ambiente

circundante.

○ Propensa a provocar

quejas generalizadas.

○ No se generan

vibraciones, esquirlas de

roca ni ruido.

○ Los equipos

perforadores generan

ruidos intensos

○ Pocas quejas

generalizadas

○ Muy pocas vibraciones, ruidos

y esquirlas de roca

○ Cuando se enciende al aire

libre, no se ocasiona ningún daño

directo ya que no hay un estallido

sino una combustión

○ Pocas quejas generalizadas

o cero gas toxico

Comparación entre los métodos para quebrar rocas

Page 179: Apostila Explosivos

Comparación entre los métodos para quebrar rocas

Habilidades requeridas

○ Los explosivos pueden ser manipulados únicamente por un técnico licenciado en el manejo de éstos ○ Pueden ocurrir accidentes fatales debido a explosiones ocasionadas por pequeñas corrientes en el detonador

○ Los preparativos para quebrar las rocas son difíciles debido al peso del vástago quebrador.

○ La manipulación no requiere de un técnico licenciado ○ La ignición por pequeñas corrientes es imposible

Eficiencia laboral y

económica

○ Dificultosa para trabajar cerca de edificaciones ○ Es posible organizar un quebrantamiento planificado. ○ Capacidad diaria de: 200-500m3

○ Es posible trabajar cerca de edificaciones ○ Baja eficiencia laboral en rocas duras y erosionadas ○ Baja velocidad de las obras debido a la perforación de grandes hoyos ○ Capacidad diaria de quebrantamiento: 30-60㎥

○ Es posible trabajar cerca de edificaciones ○ Es posible organizar un quebrantamiento planificado ○ Capacidad diaria de: 200-500m3

Conclusiones ○ Optima eficiencia laboral y económica. Sin embargo, es de esperar quejas generalizadas y una disminución del ritmo laboral cuando se trabaja cerca de edificaciones.

○ Como no hay ruido, esquirlas de rocas o vibración, la seguridad es óptima. Sin embargo, la eficiencia laboral y económica es muy pobre.

○ Poco ruido, vibraciones y esquirlas. Optima seguridad en la manipulación. Pueden prevenirse las quejas generales en comparación con el Método de Explosiones Controladas La eficiencia laboral y económica es mejor que en el Método por Presión Hidráulica.

Page 180: Apostila Explosivos

Principio básico

1. Nombre del método explosivo: Método para quebrar rocas REM (Mezcla

Metálica de Expansión Rápida)

2. Nombre químico de la mezcla: Mezcla Metálica de Expansión Rápida

3. Nombre del Producto:

4. Principio de la Reacción Química

La cual está compuesta de metal y sal metálica, comienza una reacción

termoquímica ocasionada por la energía de una chispa eléctrica de alto

voltaje en un espacio restringido. En este momento, se generan rápidamente

súper elevadas temperaturas y energía expansiva térmica por la gran

elevación de la presión. Si se asegura un espacio para la expansión debida

a la reacción térmica expansiva anteriormente mencionada, la energía

expansiva se reduce abruptamente y se pierde. Entonces, la reacción

exotérmica no puede ocurrir.

Page 181: Apostila Explosivos

② Ya que la cápsula reacciona ante altas temperaturas y presiones, la

sustancia en sí es muy estable. A diferencia de la expansión de los

gases en la reacción de sustancias orgánicas tales como explosivos, la

cápsula experimenta la reacción de expansión de sólidos de metal

inorgánico. Por lo tanto, ya que la energía se reduce rápidamente, la

presión inicial de expansión es elevada. Sin embargo, como el campo

que es influido por la expansión es pequeño, el sonido tronante y la

vibraciones ocasionadas por la ionización son pequeños y la cantidad de

esquirlas de roca es sumamente reducida.

① Energía requerida para la reacción: Ya que la cápsula es una sustancia

muy estable, lo que se utiliza es la energía de una chispa eléctrica de

alto voltaje, la cual se obtiene de la energía de descarga instantánea de

una corriente de alto voltaje.

5. Características Técnicas

Page 182: Apostila Explosivos

6. Gráfico del cambio de la Presión Expansiva de la Cápsula y de Explosivos

Generales

Cápsula C.S.KIM

Pre

sió

n ex

pa

nsiva

(atm

)

Page 183: Apostila Explosivos

※ Explicación de las características del gráfico de cambio de la presión

expansiva.

① En el diagrama anterior, la presión inicial límite máxima de los explosivos

generales es aproximadamente 5,000atm. El gráfico muestra que al

mantener 10atm contra un espacio expansivo más de 500 veces mayor

que el volumen de la muestra, se generan continuamente vibraciones,

esquirlas de rocas y ruido a lo largo de todo este gran espacio, por la

difusión del gas estallado después de quebrado el objetivo deseado.

② La cápsula genera presiones súper elevadas, con una presión máxima

inicial mayor que 20,000atm. Esta presión se reduce rápidamente a la vez

que rompe el objetivo deseado. Esto indica que la generación de

vibraciones, esquirlas de rocas y ruido puede minimizarse

Page 184: Apostila Explosivos

Es un producto No Explosivo, que trabaja confinado, dentro de una perforación con diámetros de: Cartucho plástico de 30mm (serie 200-300) y 40mm (serien 400-600).

Granel en bolsas de 2.5, 3.0, y 5.5 pulgadas de diámetro.

Genera una presión de expansión de 20.000 atm.

Vibración (5m) ≤ 0.5 cm/sec (kine)

Vibración (10m) ≤ 0.1 cm/sec (kine)

Ruido (5m) 86db

Ruido (10m) 80db

Frecuencia de Vibración 400 ~ 500 Hz

Distancia en que desaparece la vibración < 10 m

Producción de Gas < 5%, pequeña cantidad de aire (n2, O2)

Efecto ambiental buena compatibilidad ambiental debido a la baja vibración, proyección y ruido son muy bajos, no se producen gases tóxicos.

Seguridad Rxn Temperatura bajo de 1000ºC, Rxn Presión sobre 5.000 atm.

Page 185: Apostila Explosivos

< Antes del trabajo >

Page 186: Apostila Explosivos

< Perforación >

Page 187: Apostila Explosivos

< Carga de la Capsula en la perforación >

Page 188: Apostila Explosivos

< La roca después del trabajo de fractura >

Page 189: Apostila Explosivos

< Roca fracturada removida por maquina >

Page 190: Apostila Explosivos

< Roca fracturada después del trabajo >

Page 191: Apostila Explosivos

< Hormigón armado fracturado por la Capsula >

Page 192: Apostila Explosivos

< Hormigón fracturado por la Capsula >