Apostila Fundamentos Atual-1

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2012

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Fundamentos da Administração

Transcript of Apostila Fundamentos Atual-1

  • 2012

  • Fundamentos da Administrao. 1

    NDICE

    ASSUNTO PGINA

    * Ementa da unidade curricular Fundamentos da Administrao.............................................03

    Introduo.................................................................................................................................06

    1. O Administrador de Empresas..........................................................................................07

    1.2 Papeis do Administrador.....................................................................................................08

    1.3 As Competncias Durveis do Administrador ...................................................................09

    2. As Funes Administrativas...............................................................................................10

    2.1 Aplicao de Competncias individuais ao processo administrativo.................................10

    3. Nveis da Administrao.....................................................................................................10

    4. A Histria da Administrao.............................................................................................11

    4.1 A Influncia da Igreja Catlica...........................................................................................11

    4.2 A Influncia das Organizaes Militares............................................................................12

    4.3 A Revoluo Industrial.......................................................................................................12

    5. Abordagem Clssica da Administrao............................................................................15

    6. A Administrao Cientfica Taylor................................................................................16

    6.1 Organizao Racional do Trabalho.....................................................................................17

    6.2 Princpios da Administrao Cientfica Taylor................................................................21

    6.3 Os Princpios Bsicos de Ford............................................................................................21

    6.4 Crticas a Administrao Cientifica ...................................................................................22

    7. A Teoria Clssica - Fayol....................................................................................................24

    7.1 As Funes da Empresa .....................................................................................................24

    7.2 Conceito de Administrao.................................................................................................24

    7.3 Proporcionalidade das Funes Administrativas ...............................................................24

    7.4 Diferena entre Organizao e Administrao ..................................................................25

    7.5 Princpios Gerais da Administrao para Fayol .................................................................25

    7.6 Crticas a Teoria Clssica....................................................................................................26

    8. A Abordagem Humanstica da Administrao ...............................................................26

    9. A Teoria das Relaes Humanas.......................................................................................27

    9.1 Crticas a Teoria das Relaes Humanas ...........................................................................28

  • Fundamentos da Administrao. 2

    10. Liderana...........................................................................................................................28

    10.1 Teoria da Liderana..........................................................................................................28

    11. Motivao...........................................................................................................................29

    11.1 Hierarquia das Necessidades.............................................................................................29

    11.2 Douglas Mc Gregor- Teoria X e Y...................................................................................29

    11.3 Herzberg Teoria dos Dois Fatores.................................................................................30

    11.4 Victor Vroom Teoria das Expectativas..........................................................................31

    12. Abordagem Neoclssica da Administrao....................................................................31

    12.1 Caractersticas da Teoria Neoclssica..............................................................................31

    13. Teoria da Burocracia........................................................................................................33

    13.1 A Burocracia Ideal de Weber......... ..................................................................................33

    13.2 Disfunes da Burocracia Segundo Robert K...................................................................33

    13.3 Influncias de Weber Meton.............................................................................................33

    14. Teoria Geral dos Sistemas................................................................................................33

    14.1 Organizaes como Sistemas............................................................................................34

    14.2 Aplicaes do Enfoque Sistmico.....................................................................................35

    15. Abordagem Contingencial ...............................................................................................35

    15.1 Compreenso do Comportamento dos Administradores..................................................36

    15.2 Apreciao Crtica da Teoria Contingencial.....................................................................36

    16. O Planejamento Estratgico.................... ........................................................................37

    16.1 O Diagnstico Estratgico................................................................................................38

    16.2 A Anlise Externa: Ambiente geral e o Ambiente de Negcio .......................................38

    17. Cultura Organizacional ......................................................................................................39

    17.1 Organizaes que Aprendem ...........................................................................................39

    18. Tomada de Desciso........................ ..................................................................................42

    18.1 Maneiras de Pensar Sobre a Tomada de Deciso nos Negcios.......................................43

    18.2 Tipos de Decises Gerenciais...........................................................................................43

    18.3 Conceito de Diretriz..........................................................................................................44

    18.4 Nveis de Tomada de Deciso em uma Organizao ..................................;....................43

    18.5 Mtodo de Planejamento ..................................................................................................43

    18.6 Estilos de Tomada de Deciso..........................................................................................43

    18.7 Ferramentas para o Auxilio na Tomada de Deciso ........................................................43

    18.8 Brainstorming................................ ...................................................................................47

    *Referncias..............................................................................................................................47

  • Fundamentos da Administrao. 3

    Unidade Curricular: Fundamentos da Administrao.

    Perodo Letivo: 1 semestre

    Carga Horria: 60 horas

    Objetivos Entender os diferentes tipos de organizaes, assim como a funo e o papel da administrao e do administrador no contexto das organizaes. Adquirir uma viso integrada do processo gerencial e do papel dos dirigentes. Ementas O papel do administrador. A nova forma de organizao do trabalho. A evoluo das teorias administrativas e a evoluo do ambiente. Estgio atual e perspectivas futuras das teorias administrativas. Os novos valores das organizaes. O conceito de Administrao Estratgica. O modelo da Vantagem Competitiva. Prticas de Gesto. O conceito de Arquitetura Estratgica e a competio pelo futuro. A tica e a responsabilidade social das organizaes. Cultura organizacional. Tomada de deciso gerencial. Contedo Programtico 1. O administrador

    Seu papel na organizao Perfil e competncias

    2. Gesto organizacional

    Evoluo das formas de administrao/gesto organizacional Estgio atual da gesto organizacional Perspectivas futuras Valores organizacionais

    3. Modelos/prticas de gesto organizacional

    Definio Evoluo histrica Administrao estratgica Modelo de Vantagem Competitiva

    4. Cultura Organizacional

    Definio Formao Desenvolvimento Manuteno Teorias Modernas

    5. Tomada de Deciso Gerencial

    Definio Conceitos Bsicos Tipos e estilos Nveis de tomada de deciso

  • Fundamentos da Administrao. 4

    6. Prticas de Gesto Prticas de gesto relativas Liderana

    - Identificao das competncias de liderana - Componentes da cultura e do comportamento organizacional - Definio e comunicao das diretrizes organizacionais - Anlise crtica do desempenho: o uso do balanced scorecard

    Prticas relacionadas Sociedade - Avaliao da responsabilidade social (pesquisa Fundao Ethos) - Normas ISO

    Prticas de gesto relativas aos processos - Gerncia de processos [identificao de processos crticos, mapeamento de

    processos, orientao pela cultura da organizao (diretrizes e polticas, estrutura da organizao, mtodos e mtrica), enquadramento e ajuste de habilidades e competncias e monitoramento.

    Gerncia de projetos (orientao pela cultura da organizao (diretrizes e polticas,

    estrutura da organizao, mtodos e mtrica), enquadramento e ajuste de habilidades e competncias e monitoramento). O uso do QFD.

    Bibliografia

    Bibliografia Bsica (ttulos, peridicos, etc.)

    Ttulo/Peridico Autor Edio Local Editora Ano

    O Guia dos Gurus BOYETT, Joseph e Jimmie

    4 a. Rio de Janeiro

    Campus 1999

    Teorias da administrao: clssicas e modernas

    MEIRELES, Manuel; PAIXO, Marisa Regina

    - So Paulo Futura 2003

    Bibliografia Complementar (ttulos , peridicos, etc.)

    Ttulo/Peridico Autor Edio Local Editora Ano

    O Guia dos Gurus II BOYETT, Joseph e Jimmie

    - Rio de Janeiro

    Campus 2001

    Strategic thinking and the new science

    SANDERS, T. I. - New York The Free Press

    1998

    Imagens da Organizao

    MORGAN, Gareth 9 So Paulo Atlas 1996

    Tomada de Deciso Gerencial

    GOMES< Luiz Flvio Autran Monteiro

    - So Paulo Atlas 2002

    Administrao

    MONTANA, Patrick J.; CHARNOV, Bruce H.

    2 So Paulo Saraiva 2003

    Teoria geral da

    Administrao

    CHIAVENATO,

    Idalberto 5. So Paulo

    Makron Books

    1999

    Teoria Geral da Administrao

    MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru

    3 revisad

    a So Paulo Atlas 2002

    Cultura e Sade nas

    Organizaes

    TAMAYO, Alvaro e

    colaboradores -

    Porto Alegre

    Artmed 2004

  • Fundamentos da Administrao. 5

    Gesto da Cultura

    Corporativa

    JOHANN, Silvio

    Luiz - So Paulo Saraiva 2004

    Competindo pelo futuro

    HAMEL, G.; PRAHALAD, C. K.

    9. Rio de Janeiro

    Campus 1995

    Vantagem competitiva POTER, Michael G.

    - Rio de Janeiro

    Campus 1989

    Os bruxos da administrao

    MICKLETHWAIT, John; WOOLDRIDGE, Adrian

    - Rio de Janeiro

    Campus 1998

    Outros

    Sites para consulta e

    download

    Web site www.fpnq.org.br

    Estratgias de Ensino O curso contar com equilbrio terico prtico por meio de exposies e discusso de casos prticos, utilizando:

    Aulas expositivas

    Aulas reflexivas com anlise de casos

    Dinmica de grupos

    Seminrios

    Vdeos

    Debates Ser sempre indicada a bibliografia bsica e especfica necessria ao acompanhamento do curso e orientao do aluno na vida acadmica e profissional. A exposio ser feita por meio de colocao dos pontos a serem discutidos de forma esquemtica, seguida de apresentao por parte do professor. Para todas as exposies e para todos os pontos devero ser utilizadas apresentaes de casos prticos.

    Estratgias de Avaliao Duas provas tericas/prticas bimestrais e trabalhos individuais ou em grupo, mais o projeto PIM,

    sempre envolvendo os assuntos voltados gesto das organizaes, sendo que a mdia do semestre

    ser constituda por 40% da nota da P1, 40% da nota da P2 e 20 % da nota do PIM.

  • Fundamentos da Administrao. 6

    Introduo

    Esta apostila prope-se a apresentar de forma resumida o contedo terico da

    disciplina Fundamentos da Administrao, ministrada pela Professora Grazielle

    Matias Dias.

    O desenvolvimento do contedo baseou-se na ementa da disciplina: O papel do

    administrador. A nova forma de organizao do trabalho. A evoluo das teorias

    administrativas e a evoluo do ambiente. Estgio atual e perspectivas futuras das

    teorias administrativas. Os novos valores das organizaes. O conceito de

    Administrao Estratgica. O modelo de vantagem competitiva. Prticas de Gesto.

    O conceito de Arquitetura Estratgica e a competio pelo futuro. A tica e a

    responsabilidade social das organizaes. Cultura Organizacional. Tomada de

    deciso gerencial.

    Os objetivos a serem alcanados pela disciplina: Entender os diferentes tipos de

    organizaes, assim como a funo e o papel da administrao e do administrador

    no contexto das organizaes. Adquirir uma viso integrada do processo gerencial e

    do papel dos dirigentes.

    O referencial terico, utilizado para elaborao da presente apostila, est mencionado

    nas referncias bibliogrficas e baseou-se nos aspectos a serem considerados na

    disciplina.

    importante ressaltar que esta apostila foi elaborada, no com o propsito de texto

    cientfico, mas sim com o propsito de oferecer um embasamento terico resumido

    dos assuntos discutidos em sala de aula, para orientar os alunos em seus estudos e

    referencial terico para disciplina.

  • Fundamentos da Administrao. 7

    1- O ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

    Administradores so profissionais que

    organizam, planejam, e orientam o uso de

    recursos financeiros, fsicos, tecnolgicos e

    humanos das empresas, buscando solues para

    todo tipo de problema administrativo. Criam

    mtodos, planejam atividades, organizam o

    funcionamento de vrios setores da empresa,

    calculam despesa e garantem a perfeita

    circulao de informaes e orientaes. O

    objetivo evitar falha de comunicao, escassez

    ou excesso de empregados, gastos

    desnecessrios ou outros problemas que gerem

    desperdcio, ineficincia, prejuzos produo,

    dficit oramentrio. Desta forma chega-se ao

    conceito de Administrao:

    Interpretar os objetivos propostos pela organizao e transform-los em ao organizacional, por meio do planejamento, organizao, direo e controle de todos

    os esforos realizados em todas as reas e em todos os nveis da organizao, a fim

    de alcanar os objetivos da maneira mais adequada. (Chiavenato, 2000).

    Administradores podem trabalhar em diversas reas das empresas: material, marketing,

    produo, organizao e mtodos, recursos humanos, administrao e financeira. Nenhuma

    instituio funciona sem um administrador. A funo imprescindvel, j que ele

    responsvel por criar meios para que uma empresa atinja os objetivos propostos,

    independentemente da rea. Sua viso do todo, e no das partes, mesmo que esteja

    relacionado especificamente a uma rea. Empresas pequenas, mdias ou de grande porte,

    nacionais ou multinacionais, constituem o mercado em potencial, onde podem trabalhar em

    diversos setores.

    Ad, administrar para, tendncia, minister, subordinao ou obedincia. Significa aquele

    que realiza uma funo sob o comando de outrem, isto , aquele que presta um servio a

    outro.

    O administrador no executor, mas o responsvel pelo trabalho dos outros. Ele no pode

    cometer erros ou arriscar apelando para estratagemas de ensaio-e-erro, j que isto implicaria

    conduzir seus subordinados pelo caminho menos indicado. Ele um profissional cuja

    formao ampla e variada, precisando lidar com eventos internos e externos das empresas,

    precisa ver mais longe que os outros, pois deve estar ligado aos objetivos que a empresa

    pretende alcanar por meio da atividade conjunta de todos. Ele conduz a empresa na

    percepo de mudanas e transformaes organizacionais fazendo com que esta se atualize

    (processos, objetivos, estratgias, tecnologias), tambm sendo considerado um agente

    educador, pois sua orientao modifica comportamentos e atitudes das pessoas.

    A Administrao tornou-se importante na conduo da sociedade moderna. Ela no um fim

    em si mesma, mas um meio de fazer com que as coisas seja realizadas da melhor forma, com

    o menor custo e com maior eficincia e eficcia. (Chiavenato, 2000, p.11)

  • Fundamentos da Administrao. 8

    Habilidades do Administrador

    O sucesso de um administrador na vida profissional no est

    inteiramente relacionado quilo que lhe foi ensinado, ao seu

    brilhantismo acadmico ou ao seu interesse pessoal em

    praticar o que aprendeu nas escolas. Esses aspectos so

    importantes, porm esto condicionados a caractersticas de

    personalidade, ao modo pessoal de agir de cada um. O

    conhecimento tecnolgico da Administrao

    importantssimo, bsico e indispensvel, mas depende,

    sobretudo, da personalidade e do modo de agir do

    administrador, ou seja, de suas habilidades.

    H pelo menos trs tipos de habilidades necessrias para que o administrador possa executar

    eficazmente o processo administrativo: a habilidade tcnica, a habilidade humana e a

    habilidade conceitual.

    Habilidade tcnica: Consiste em utilizar conhecimentos, mtodos, tcnicas e

    equipamentos necessrios para a realizao de suas tarefas especficas, atravs de sua

    instruo, experincia e educao. Dessa forma, a habilidade tcnica o domnio e uso de

    certo conhecimento ou atividade especializada. Pressupe uma capacidade de o indivduo

    utilizar o instrumental e as tcnicas da disciplina especfica.

    Habilidade Humana: Consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar com

    pessoas, compreender suas atitudes e motivaes e aplicar uma liderana eficaz, ou ainda, a

    capacidade de interagir e atuar com eficincia como membro de um grupo e de obter esforos

    cooperativos desse grupo; requer a compreenso da natureza humana, suas necessidades e

    aspiraes.

    Habilidade Conceitual: Consiste na habilidade para compreender as complexidades da

    organizao global e o ajustamento do comportamento na pessoa da organizao. Esta

    habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organizao total

    e no apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato; requer a

    capacidade de pensar e compreender fatos, funes, atividades e idias e dar-lhes uma forma

    de ao apropriada.

    1.2 Papis do Administrador

    Papis Interpessoais Como o administrador interage: representao, liderana e ligao.

    Papis Informacionais Como o administrador intercambia e processa a informao:

    monitorao, disseminao, porta-voz.

    Papis Decisrios Como o administrador utiliza as informaes nas suas decises: empreendedor, conflitos, recursos e negociao.

  • Fundamentos da Administrao. 9

    Caractersticas Pessoais:

    - Autoconfiana

    - Capacidade de adaptao a novas situaes

    - Capacidade de deciso

    - Capacidade de liderana

    - Capacidade de negociao

    - Capacidade de organizao

    - Capacidade de pensar e agir sobre presso

    - Capacidade de planejamento

    - Dinamismo

    - Iniciativa

    - Noo de prioridade

    - Objetividade

    - Senso de oportunidade

    - Senso de responsabilidade

    1.3 As Competncias Durveis do Administrador

    Figura 1 - As competncias durveis do administrador. (CHIAVENATO, 2003, p.05)

    Conhecimento - significa todo o acervo de informaes, conceitos, idias, experincias,

    aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade. Como o

    conhecimento muda a cada instante em funo da mudana e da inovao que ocorrem com

    intensidade cada vez maior, o administrador precisa atualizar-se constantemente e renov-lo

    continuamente.

    Perspectiva - significa a capacidade de colocar o conhecimento em ao. Em saber

    transformar a teoria em prtica. Em aplicar o conhecimento na anlise das situaes e na

    soluo dos problemas e na conduo do negcio. No basta apenas possuir o conhecimento;

    ele pode ficar apenas em estado potencial. Torna-se necessrio saber como utiliz-lo e aplic-

    ConhecimentoConhecimento

    PerspectivaPerspectivaAtitudeAtitude

    Saber.

    Know-how. Informao.

    Atualizao profissional.

    Reciclagem constante.

    Saber fazer.

    Viso pessoal das coisas.

    Maneira prtica de aplicar

    o conhecimento na soluo

    de problemas e situaes.

    Saber fazer acontecer.

    Comportamento ativo e proativo.

    nfase na ao e no fazer acontecer.

    Esprito empreendedor e de equipe.

    Liderana e comunicao.

  • Fundamentos da Administrao. 10

    lo nas diversas situaes e na soluo dos diferentes problemas. A perspectiva representa a

    habilidade de colocar em ao os conceitos e idias abstratas que esto na mente do

    administrador.

    Atitude - significa o comportamento pessoal do administrador frente s situaes com que se

    defronta no seu trabalho. A atitude representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem,

    a maneira de liderar, de motivar, de comunicar e de levar as coisas para a frente. Envolve o

    impulso e a determinao de inovar e a convico de melhorar continuamente, o esprito

    empreendedor, o inconformismo com os problemas atuais e, sobretudo, a facilidade de

    trabalhar com outras pessoas e fazer as suas cabeas. esta competncia durvel que

    transforma o administrador em um agente de mudana nas empresas e organizaes e no

    simplesmente um agente de conservao.

    2 AS FUNES ADMINISTRATIVAS

    Planejamento - Definio de Objetivos e recursos

    Organizao - Disposio dos recursos em uma estrutura

    Direo - Realizao dos planos

    Controle - Verificao dos Resultados

    2.2 Aplicao de Competncias Individuais ao Processo Administrativo

    Planejamento - Estabelecer objetivos e misso; Examinar as alternativas; Determinar as

    necessidades de recursos; Criar estratgias para o alcance dos objetivos.

    Organizao - Desenhar cargos e tarefas especficas; Criar estrutura organizacional; Definir

    posies de staff; Coordenar as atividades de trabalho; Estabelecer polticas e procedimentos;

    Definir e alocar recursos.

    Direo - Conduzir e motivar os empregados na realizao das metas; Estabelecer

    comunicao com os trabalhadores; Apresentar soluo dos conflitos; Gerenciar mudanas.

    Controle - Medir o desempenho; Estabelecer comparao do desempenho com os padres;

    Tomar as aes necessrias para melhorias do desempenho.

    3 NVEIS DA ADMINISTRAO

    ESTRATGICO

    Alta administrao

    (Diretoria)

    Estabelece os objetivos, poltica e estratgias

    organizacionais.

    TTICO

    Mdia administrao

    (Gerncia)

    Implementao das tarefas administrativas,

    coordenao e soluo de conflitos.

    OPERACIONAL

    Superviso e execuo de

    tarefas

    Coordenao e execuo das tarefas de todo

    pessoal operacional

    STAFF o conjunto de rgos e pessoas que trabalha no gabinete para assessorar,

    aconselhar e dar consultoria e recomendao sobre assuntos diversos.

  • Fundamentos da Administrao. 11

    4 - A HISTRIA DA ADMINISTRAO

    Evoluo

    A histria da Administrao iniciou-se na Sumria por volta do ano 5.000 a.C. quando os

    antigos sumerianos procuravam melhorar a maneira de resolver seus problemas prticos,

    exercitando assim a arte de administrar. Alguns fatos podem ser citados como exemplo para o

    incio da utilizao da administrao em setores polticos, econmicos, sociais..., tal como no

    Egito, Ptolomeu dimensionou um sistema econmico planejado que no poderia ter-se

    operacionalizado sem uma administrao pblica sistemtica e organizada.

    Na China, a necessidade de adotar um sistema organizado de governo para o imprio, a

    Constituio de Chow, com seus oito regulamentos e as Regras de Administrao Pblica de

    Confcio exemplifica a tentativa chinesa de definir regras e princpios de administrao.

    E, ainda, as instituies otomanas, pela forma como eram administrados seus grandes feudos.

    Os prelados catlicos, j na Idade Mdia, destacavam-se como administradores natos. Na

    evoluo histrica da administrao, duas instituies se destacaram: a Igreja Catlica

    Romana e as Organizaes Militares.

    4.1- A influncia da Igreja Catlica

    A Igreja Catlica Romana pode ser considerada a organizao formal

    mais eficiente da civilizao ocidental. Atravs dos sculos vem

    mostrando e provando a fora de atrao de seus objetivos, a eficcia

    de suas tcnicas organizacionais e administrativas, espalhando-se por

    todo mundo e exercendo influncia, inclusive sobre os

    comportamentos das pessoas, seus fiis.

    H 2.500 anos, Sun Tzu, um general filsofo chins ainda reverenciado nos dias de hoje

    escreveu um livro sobre a arte da guerra no qual trata da preparao dos planos, da

    guerra efetiva, da espada embainhada, das manobras, da variao de tticas, do exrcito

    em marcha, do terreno, dos pontos fortes e fracos do inimigo e da organizao do exrcito.

    As lies de Sun Tzu ganharam verses contemporneas de muitos autores e consultores.

  • Fundamentos da Administrao. 12

    4.2 A influncia das Organizaes Militares

    A organizao linear tem suas origens na organizao militar dos

    exrcitos da Antigidade e da poca medieval. O princpio da

    unidade de comando (pelo qual cada subordinado s pode ter um

    superior) o ncleo das organizaes militares. A escala hierrquica -

    ou seja, os escales hierrquicos de comando com graus de autoridade e responsabilidade -

    um aspecto tpico da organizao militar utilizado em outras organizaes. Com o passar dos

    tempos, na medida em que o volume de operaes militares aumenta, cresce tambm a

    necessidade de se delegar autoridade para os nveis mais baixos da organizao militar. Ainda

    na poca de Napoleo (1769-1821), cada general, ao chefiar seu exrcito, cuidava da

    totalidade do campo de batalha. Com as guerras de maior alcance e de mbito continental, o

    comando das operaes exigiu novos princpios de organizao e planejamento e controle,

    centralizados em paralelo com operaes descentralizadas, ou seja, passou-se centralizao

    do comando e a descentralizao da execuo.

    Outra contribuio da organizao militar o princpio de direo, que preceitua que todo

    soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer.

    As Organizaes Militares evoluram das displicentes ordens dos cavaleiros medievais e dos

    exrcitos mercenrios dos sculos XVII e XVIII at os tempos modernos com uma hierarquia

    de poder rgida e adoo de princpios e prticas administrativas comuns a todas as empresas

    da atualidade.

    4.3 A Revoluo Industrial

    Porm, o fenmeno que provocou o aparecimento da empresa e da moderna administrao

    ocorreu no final do sculo XVIII e se estendeu ao longo do sculo XIX, chegando ao limiar

    do sculo XX. Esse fenmeno, que trouxe rpidas e profundas mudanas econmicas, sociais

    e polticas, chamou-se Revoluo Industrial.

    A Revoluo Industrial teve incio na Inglaterra, com a inveno da mquina a vapor, por

    James Watt, em 1776 e desenvolveu-se em duas fases distintas: a primeira fase de 1780 a

    1860 a revoluo do carvo, como principal fonte de energia, e do ferro, como principal

    matria-prima. A segunda fase de 1860 a 1914 a revoluo da eletricidade ou derivados

    do petrleo, como as novas fontes de energia, e do ao, como a nova matria-prima. Ao final

    desse perodo, o mundo j no era mais o mesmo. E a moderna administrao surgiu em

    resposta a duas conseqncias provocadas pela Revoluo Industrial, a saber:

    a) Crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma

    administrao cientfica capaz de substituir o empirismo e a improvisao;

  • Fundamentos da Administrao. 13

    b) Necessidade de maior eficincia e produtividade das empresas, para fazer face intensa

    concorrncia e competio no mercado. Difcil precisar at que ponto os homens da

    Antiguidade, da Idade Mdia e at mesmo do incio da Idade Moderna tinham conscincia de

    que estavam praticando a arte de administrar. O surgimento das economias de escala redues no custo mdio de uma unidade de produo medida que o volume total cresce levou os administradores a lutarem por mais crescimento. As oportunidades para produo em

    massa criadas pela Revoluo Industrial geraram um pensamento intenso e sistemtico sobre

    problemas e questes administrativas particularmente eficincia, processos de produo e reduo de custo.

    1 Revoluo Industrial Fases

    1 fase: Mecanizao da indstria e da agricultura, em fins do sculo XVIII, com a

    mquina de fiar (inventada pelo ingls Hargreaves em 1767), o tear hidrulico (inventado por

    Arkwright em 1769), o tear mecnico (criado por Cartwright em 1785) e o descaroador de

    algodo (criado por Whitney em 1792), que substituram o trabalho do homem e a fora

    motriz muscular do homem, do animal ou da roda de gua. Eram mquinas grandes e pesadas,

    mas com incrvel superioridade sobre os processos manuais de produo da poca. O

    descaroador de algodo trabalhava mil libras de algodo, enquanto, no mesmo tempo, um

    escravo conseguia trabalhar apenas cinco libras.

    2 fase: A aplicao da fora motriz indstria. Watt inventou a mquina a vapor. Com a

    aplicao do vapor s mquinas, iniciam-se grandes transformaes nas oficinas (que se

    converteram em fbricas), nos transportes, nas comunicaes e na agricultura.

    3 fase: O desenvolvimento do sistema fabril. O arteso e sua pequena oficina patronal

    desapareceram para ceder lugar ao operrio e s fbricas e usinas baseadas na diviso do

    trabalho. Surgem novas indstrias em detrimento da atividade rural. A migrao de massas

    humanas das reas agrcolas para as proximidades das fbricas provoca a urbanizao.

    4 fase: Um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicaes. A navegao a

    vapor surgiu com Robert Fulton (1807) e logo depois as rodas propulsoras foram substitudas

    por hlices. A locomotiva a vapor foi aperfeioada por Stephenson surgindo a primeira

    estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados Unidos (1829) e no Japo

    (1832). Esse novo meio de transporte propagou-se vertiginosamente. Outros meios de

    comunicao apareceram com rapidez surpreendente: Morse inventa o telgrafo eltrico

    (1835), surge o selo postal na Inglaterra (1840), Graham Bell inventa o telefone (1876). J se

    esboam os primeiros sintomas do enorme desenvolvimento econmico, social, tecnolgico e

    industrial e as profundas transformaes e mudanas que ocorreriam com uma velocidade

    maior.

    A partir de 1860, a Revoluo Industrial entrou em sua segunda fase: a 2 Revoluo

    Industrial, provocada por trs fatos importantes: o aparecimento do processo de fabricao do

    ao (1856); o aperfeioamento do dnamo (1873) (aparelho que gera corrente contnua

    convertendo energia mecnica em eltrica, atravs de induo eletromagntica.) e a inveno

    do motor de combusto interna (1873) por Daimler.

  • Fundamentos da Administrao. 14

    2 Revoluo Industrial Caractersticas

    1. Substituio do ferro pelo ao como material

    industrial bsico.

    2. Substituio do vapor pela eletricidade e

    derivados do petrleo como fontes de energia.

    3. Desenvolvimento da maquinaria automtica e

    da especializao do trabalhador.

    4. Crescente domnio da indstria pela cincia.

    5.Transformaes radicais nos transportes e nas

    comunicaes. As vias frreas so ampliadas. A

    partir de 1880, Daimler e Benz constroem automveis na Alemanha, Dunlop aperfeioa o

    pneumtico em 1888 e Henry Ford inicia a produo do seu modelo "T" em 1908. Em 1906,

    Santos Dumont faz a primeira experincia com o avio.

    6.Desenvolvimento de novas formas de organizao capitalista.

    A calma produo do artesanato - em que os operrios se conheciam e eram organizados em

    corporaes de ofcio regidas por estatutos -, foi substituda pelo regime de produo por

    meio de mquinas, dentro de grandes fbricas. Em funo disso, houve uma sbita

    transformao provocada por dois aspectos, a saber:

    1.Transferncia da habilidade do arteso para a mquina, para produzir com maior rapidez,

    em maior quantidade e com melhor qualidade, permitindo forte reduo nos custos de

    produo.

    2.Substituio da fora do animal ou do msculo humano pela potncia da mquina a vapor (e

    depois pelo motor), permitindo maior produo e economia.

    A mecanizao do trabalho levou diviso do trabalho e simplificao das operaes,

    substituindo os ofcios tradicionais por tarefas automatizadas e repetitivas que podiam ser

    executadas por operrios sem qualificao e com facilidade de controle. Operrios nas

    fbricas trabalhavam juntos durante jornadas dirias de trabalho de 12 ou 13 horas em

    condies perigosas e insalubres, provocando acidentes em larga escala. O crescimento

    industrial era improvisado e baseado no empirismo. Ao mesmo tempo em que intensa

    migrao de mo-de-obra se deslocava dos campos agrcolas para os centros industriais, surge

    um surto acelerado e desorganizado de urbanizao. O capitalismo se solidifica e cresce o

    tamanho de uma nova classe social: o proletariado.

    Proletariado. o conjunto de trabalhadores que necessitam vender a sua fora-de-

    trabalho a um empresrio capitalista. a classe trabalhadora urbana basicamente

    formada de operrios, operadores repetitivos de mquinas, surgidas na Revoluo

    Industrial.

    Conflitos entre a classe operria e os proprietrios de indstrias no tardaram a aparecer.

    Alguns pases passaram a intervir em alguns aspectos das relaes entre operrios e fbricas,

    baixando leis trabalhistas.

    O incio da histria da administrao foi predominantemente uma histria de cidades, de

    pases, governantes, exrcitos e da Igreja. A Revoluo Industrial provocou o surgimento das

  • Fundamentos da Administrao. 15

    fbricas e o aparecimento da empresa industrial e, com isso, provocou as seguintes mudanas

    na poca:

    Aparecimento das fbricas e das empresas industriais.

    Substituio do arteso pelo operrio especializado.

    Crescimento das cidades e aumento da necessidade de administrao pblica.

    Surgimento dos sindicatos como organizao proletria a partir do incio do sculo XIX.

    Incio do marxismo em funo da explorao capitalista.

    Doutrina social da Igreja para contrabalanar o conflito entre capital e trabalho.

    Primeiras experincias sobre administrao de empresas.

    Consolidao da administrao como rea de conhecimento.

    Incio da Era Industrial que se prolongou at a ltima dcada do sculo XX.

    Os economistas liberais (como Adam Smith) proporcionaram razovel suporte para o

    aparecimento de alguns princpios de Administrao que teriam aceitao posteriormente. As

    idias de Marx e Engels promoveram o surgimento do socialismo e do sindicalismo.

    5 ABORDAGEM CLSSICA DA ADMINISTRAO

    A Administrao Cientfica do engenheiro mecnico estadunidense Frederick W. Taylor

    (1856- 1915), e a Teoria Clssica do engenheiro de minas francs Jules Henri Fayol (1841-

    1925) abriram as portas da cincia junto s atividades administrativas. Atravs da observao

    de operrios e dos movimentos utilizados para o desempenho de uma determinada tarefa,

    Taylor inicia uma verdadeira revoluo mental por parte dos empregados e empregadores, que deveriam abandonar a luta pela repartio do produto do trabalho em favor da

    coordenao de esforos para aumentar esse lucro (Gil, 2008, p.18)

    Fayol voltou-se para a estrutura das organizaes e suas funes, que abrangem uma variedade de tpicos, porm a eficincia empresarial, o trato com o pessoal e a atitude

    administrativa adequada so os trs temas gerais enfatizados por ele (Certo, 2003, p.30). Seus estudos geraram uma doutrina conhecida como fayolismo. Essa doutrina atribui aos subordinados uma capacidade tcnica, que se exprime nos princpios: conhecer, prever,

    organizar, comandar, coordenar e controlar (Gil, 2008 p.18).

    Figura 2 Desdobramento da Abordagem Clssica. CHIAVENATO, 2003, p.49

    As origens da Abordagem Clssica da Administrao remontam as conseqncias geradas

    pela Revoluo Industrial e podem ser resumidas em dois fatos genricos:

    O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando uma gradativa

    complexidade em sua administrao e exigindo uma abordagem cientfica e mais apurada que

  • Fundamentos da Administrao. 16

    substitusse o empirismo e a improvisao at ento dominantes. Com a grande empresa com

    dimenses mais amplas surgem as condies iniciais de planejamento da produo, reduzindo

    a improvisao.

    A necessidade de aumentar a eficincia e a competncia das organizaes, no sentido de

    se obter o melhor rendimento possvel dos recursos e fazer face concorrncia e competio

    que se avolumavam entre as empresas. Surge a diviso de trabalho entre aqueles que pensam

    (gerentes) e os que executam (trabalhadores). Os primeiros fixam os padres de produo,

    descrevem os cargos, determinam funes, estudam mtodos de Administrao e normas de

    trabalho, criando as condies econmicas e tcnicas para o surgimento do taylorismo e do

    fordismo nos Estados Unidos e do fayolismo na Europa.

    6 A ADMINISTRAO CIENTFICA - TAYLOR

    A preocupao original foi eliminar o fantasma do desperdcio e das

    perdas sofridas pelas indstrias e elevar os nveis de produtividade por

    meio da aplicao de mtodos e tcnicas da engenharia industrial.

    1 perodo Lanamento do seu livro Shop Management (1903) - Tcnicas de racionalizao do trabalho do operrio, por meio do

    Estudo de Tempos e Movimentos. Verificou que o operrio mdio e

    com o equipamento disponvel produzia muito menos do que era

    potencialmente capaz. Concluiu que se o operrio mais produtivo

    percebe que obtm a mesma remunerao que o seu colega menos

    produtivo, acaba se acomodando, perdendo o interesse e no

    produzindo de acordo com sua capacidade. Da a necessidade de criar condies de pagar

    mais ao operrio que produz mais.

    2 perodo - Corresponde publicao do seu livro The Principles of Scientific Management

    (1911), quando concluiu que a racionalizao do trabalho operrio deveria ser acompanhada

    de uma estruturao geral para tornar coerente a aplicao dos seus princpios na empresa

    como um todo. Para Taylor, as indstrias de sua poca padeciam de trs males:

    1. Vadiagem sistemtica dos operrios, que reduziam a produo acerca de um tero da que

    seria normal, para evitar a reduo das tarifas de salrios pela gerncia. H trs causas

    determinantes da vadiagem no trabalho:

    a.O engano disseminado entre os trabalhadores de que o maior rendimento do homem e da

    mquina provoca desemprego.

    b. O sistema defeituoso de Administrao que fora os operrios ociosidade no trabalho a

    fim de proteger seus interesses pessoais.

    c. Os mtodos empricos ineficientes utilizados nas empresas, com os quais o operrio

    desperdia grande parte de seu esforo e tempo.

    2. Desconhecimento, pela gerncia, das rotinas de trabalho e do tempo necessrio para

    sua realizao.

    3. Falta de uniformidade das tcnicas e dos mtodos de trabalho.

  • Fundamentos da Administrao. 17

    A Administrao Cientfica uma combinao de: "Cincia em lugar de empirismo.

    Harmonia em vez de discrdia. Cooperao e no-individualismo. Rendimento mximo em

    lugar de produo reduzida. Desenvolvimento de cada homem a fim de alcanar maior

    eficincia e prosperidade.

    Para Taylor, a organizao e a Administrao devem ser estudadas e tratadas cientificamente

    e no empiricamente. A improvisao deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo

    cincia: a Cincia da Administrao. O principal objetivo da Administrao assegurar o

    mximo de prosperidade ao patro e, ao mesmo tempo, o mximo de prosperidade ao

    empregado. O princpio da mxima prosperidade para o patro acompanhada da mxima

    prosperidade para o empregado deve ser os dois fins principais da Administrao. Assim,

    deve haver uma identidade de interesses entre empregados e empregadores.

    Os elementos de aplicao da Administrao Cientfica nos padres de produo so:

    padronizao de mquinas e ferramentas, mtodos e rotinas para execuo de tarefas e

    prmios de produo para incentivar a produtividade.

    6.1 Organizao Racional do Trabalho - ORT

    Taylor verificou que os operrios aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por

    meio da observao dos companheiros vizinhos. Notou que isso levava a diferentes mtodos

    para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes

    em cada operao. Como h sempre um mtodo mais rpido e um instrumento mais adequado

    que os demais, esses mtodos e instrumentos melhores podem ser encontrados e

    aperfeioados por meio de uma anlise cientfica e um acurado estudo de tempos e

    movimentos, em vez de ficar a critrio pessoal de cada operrio. Essa tentativa de substituir

    mtodos empricos e rudimentares pelos mtodos cientficos recebeu o nome de Organizao

    Racional do Trabalho (ORT).

    A ORT se fundamenta nos seguintes aspectos:

    1. Anlise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos.

    Taylor viu a possibilidade de decompor cada tarefa e cada operao da

    tarefa em uma srie ordenada de movimentos simples. Os movimentos

    inteis eram eliminados enquanto os movimentos teis eram simplificados,

    racionalizados ou fundidos com outros movimentos para proporcionar

    economia de tempo e de esforo ao operrio. A essa anlise do trabalho

    seguia-se o estudo dos tempos e movimentos, ou seja, a determinao do

    tempo mdio que um operrio comum levaria para a execuo da tarefa, por meio da

    utilizao do cronmetro. A esse tempo mdio eram adicionados os tempos elementares e

    mortos (esperas, tempos de sada do operrio da linha para suas necessidades pessoais etc.)

    para resultar o chamado tempo padro. Com isso padronizava-se o mtodo de trabalho e o

    tempo destinado sua execuo. Vantagens adicionais:

    1. Eliminao do desperdcio de esforo humano e dos movimentos inteis.

    2. Racionalizao da seleo e adaptao dos operrios tarefa.

    3. Facilidade no treinamento dos operrios e melhoria da eficincia e rendimento da produo

    pela especializao das atividades.

    4. Distribuio uniforme do trabalho para que no haja perodos de falta ou excesso de

    trabalho.

    5. Definio de mtodos e estabelecimento de normas para a execuo do trabalho.

    6. Estabelecer uma base uniforme para salrios eqitativos e prmios de produo.

  • Fundamentos da Administrao. 18

    2. Estudo da fadiga humana.

    O estudo dos movimentos humanos tem uma tripla finalidade: 1. Evitar

    movimentos inteis na execuo de uma tarefa. 2. Execuo econmica

    dos movimentos teis do ponto de vista fisiolgico. 3. Seriao

    apropriada aos movimentos (princpios de economia de movimentos).

    A Administrao Cientfica pretendia racionalizar os movimentos,

    eliminando os que produzem fadiga e os que no esto diretamente

    relacionados com a tarefa executada pelo trabalhador.

    3. Diviso do trabalho e especializao do operrio. Uma das decorrncias do estudo dos tempos e movimentos foi a

    diviso do trabalho e a especializao do operrio a fim de

    elevar sua produtividade. Com isso, cada operrio passou a ser

    especializado na execuo de uma nica tarefa para ajustar-se

    aos padres descritos e s normas de desempenho definidas pelo

    mtodo.

    4. Desenho de cargos e de tarefas.

    A primeira tentativa de definir e estabelecer racionalmente

    cargos e tarefas aconteceu com a Administrao Cientfica.

    Nesse aspecto, Taylor foi o pioneiro. Tarefa toda atividade

    executada por uma pessoa no seu trabalho dentro da

    organizao. A tarefa constitui a menor unidade possvel dentro

    da diviso do trabalho em uma organizao. Cargo o conjunto

    de tarefas executadas de maneira cclica ou repetitiva. Desenhar

    um cargo especificar seu contedo (tarefas), os mtodos de executar as tarefas e as relaes

    com os demais cargos existentes.

    A simplificao no desenho dos cargos permite as seguintes vantagens:

    1. Admisso de empregados com qualificaes mnimas e salrios menores, reduzindo os

    custos de produo.

    2. Minimizao dos custos de treinamento.

    3. Reduo de erros na execuo, diminuindo os refugos e rejeies.

    4. Facilidade de superviso, permitindo que cada supervisor controle um nmero maior de

    subordinados.

    5. Aumento da eficincia do trabalhador, permitindo maior produtividade.

    5. Incentivos salariais e prmios de produo.

    Uma vez analisado o trabalho, racionalizadas as tarefas e

    padronizado o tempo para sua execuo, selecionado

    cientificamente o operrio e treinado de acordo com o mtodo

    preestabelecido, resta fazer com que o operrio colabore com a

    empresa e trabalhe dentro dos padres de tempo previstos. Para

    obter essa colaborao do operrio, Taylor e seus seguidores

    desenvolveram planos de incentivos salariais e de prmios de

    produo. A idia bsica era a de que a remunerao baseada no

  • Fundamentos da Administrao. 19

    tempo (salrio mensal, dirio ou por hora) no estimula ningum a trabalhar mais e deve ser

    substituda por remunerao baseada na produo de cada operrio (salrio por pea, por

    exemplo): o operrio que produz pouco ganha pouco e o que produz mais, ganha na

    proporo de sua produo. O estmulo salarial adicional para que os operrios ultrapassem o

    tempo padro o prmio de produo.

    6. Conceito de homo economicus.

    A Administrao Cientfica baseou-se no conceito de homo

    economicus, isto , do homem econmico. Em outros

    termos, o homem procura o trabalho no porque gosta dele,

    mas como um meio de ganhar a vida por meio do salrio que

    o trabalho proporciona. O homem motivado a trabalhar

    pelo medo da fome e pela necessidade de dinheiro para

    viver. Assim, as recompensas salariais e os prmios de

    produo (e o salrio baseado na produo) influenciam os

    esforos individuais do trabalho, fazendo com que o

    trabalhador desenvolva o mximo de produo de que fisicamente capaz para obter um

    ganho maior.

    Essa viso estreita da natureza humana - o homem econmico - no se limitava a ver o

    homem como um empregado por dinheiro. Pior ainda: via no operrio da poca um

    indivduo limitado e mesquinho, preguioso e culpado pela vadiagem e desperdcio das

    empresas e que deveria ser controlado por meio do trabalho racionalizado e do tempo

    padro.

    7. Condies ambientais de trabalho, como iluminao, conforto etc.

    Verificou-se que a eficincia depende no somente do mtodo de trabalho e do incentivo

    salarial, mas tambm de um conjunto de condies de trabalho que garantam o bem-estar

    fsico do trabalhador e diminuam a fadiga.

    8. Padronizao de mtodos e de mquinas.

    A organizao racional do trabalho no se preocupou somente

    com a anlise do trabalho, estudo dos tempos e movimentos,

    fadiga do operrio, diviso do trabalho e especializao do

    operrio e com os planos de incentivos salariais. Foi mais alm

    e passou a se preocupar tambm com a padronizao dos

    mtodos e processos de trabalho, com a padronizao das

    mquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos de

    trabalho, matrias-primas e componentes, no intuito de reduzir

    a variabilidade e a diversidade no processo produtivo e, da,

    eliminar o desperdcio e aumentar a eficincia.

    9. Superviso funcional.

    A especializao do operrio deve ser acompanhada da

    especializao do supervisor. Taylor era contrrio

    centralizao da autoridade e propunha a chamada superviso

    funcional, que nada mais do que a existncia de diversos

    supervisores, cada qual especializado em determinada rea e que

    tem autoridade funcional (relativa somente a sua especialidade)

    sobre os mesmos subordinados.

  • Fundamentos da Administrao. 20

    Figura 3 - A superviso funcional. CHIAVENATO, 2003, p.63

    PRESSUPOSTOS - TAYLOR

    1. Seleo Cientfica do

    Trabalhador

    O trabalhador deve desempenhar a tarefa mais compatvel com suas aptides.

    A maestria da tarefa, resultado de muito treino, importante para o funcionrio

    (que valorizado) e para a empresa (que aumenta sua produtividade).

    2. Gerentes planejam

    Operrios executam

    O planejamento deve ser de responsabilidade exclusiva da gerncia, enquanto a

    execuo cabe aos operrios e seus supervisores.

    3. Tempo - padro

    O trabalhador deve atingir no mnimo a produo estabelecida pela gerncia.

    4. Plano de incentivo

    Salarial

    A remunerao dos funcionrios deve ser proporcional ao nmero de unidades

    produzidas. Essa determinao se baseia no conceito do Homo economicus,

    que considera as recompensas e sanes financeiras as mais significativas para

    o trabalhador.

    5. Trabalho em Conjunto

    Os interesses dos funcionrios (altos salrios) e da administrao (baixo custo

    de produo) podem ser conciliados, atravs da busca do maior grau de

    eficincia e produtividade. Quando o trabalhador produz muito, sua

    remunerao aumenta e a produtividade da empresa tambm.

    6. Desenhos de cargos e

    tarefas

    Com a Administrao Cientifica, a preocupao bsica era a racionalidade do

    trabalho do operrio e, consequentemente, o desenho dos cargos mais simples e

    elementares. A nfase sobre as tarefas a serem executadas levou os engenheiros

    americanos a simplificarem os cargos no sentido de obter o mximo de

    especializao de cada trabalhador.

    7. Diviso do Trabalho

    especializao do operrio.

    Uma tarefa deve ser dividida ao maior nmero possvel de sub - tarefas.

    Quanto menor e mais simples a tarefa, maior ser a habilidade do operrio em

    desempenh-la. Ao realizar um movimento simples repetido vezes, o

    funcionrio ganha velocidade na sua atividade, aumentando o nmero de

    unidades produzidas e elevando seu salrio de forma proporcional ao seu

    esforo.

    Quadro 1 - Resumo Pressupostos de Taylor

    6.2 Princpios da Administrao Cientfica Taylor Para Taylor, a gerncia deve seguir quatro princpios, a saber:

    1.Princpio de planejamento. Substituir no trabalho o critrio individual do operrio, a

    improvisao e a atuao emprico-prtica, por mtodos baseados em procedimentos

    cientficos. Substituir a improvisao pela cincia atravs do planejamento do mtodo de

    trabalho.

    2. Princpio de preparo. Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas

    aptides e prepar-los e trein-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o mtodo

    planejado. Preparar mquinas e equipamentos em um arranjo fsico e disposio racional.

  • Fundamentos da Administrao. 21

    3. Princpio do controle. Controlar o trabalho para se certificar de que est sendo executado

    de acordo com os mtodos estabelecidos e segundo o plano previsto. A gerncia deve

    cooperar com os trabalhadores para que a execuo seja a melhor possvel.

    4. Princpio da execuo. Distribuir atribuies e responsabilidades para que a execuo do

    trabalho seja disciplinada.

    6.3 Os Princpios Bsicos de Ford.

    Provavelmente, o mais conhecido de todos os precursores da Administrao Cientfica, Henry

    Ford (1863-1947) iniciou sua vida como mecnico. Projetou um modelo de carro e em 1899

    fundou sua primeira fbrica de automveis, que logo depois foi fechada. Sem desanimar,

    fundou, em 1903, a Ford Motor Co. Sua idia: popularizar um produto antes artesanal e

    destinado a milionrios, ou seja, vender carros a preos populares, com assistncia tcnica

    garantida, revolucionando a estratgia comercial da poca. Entre 1905 e 1910, Ford promoveu

    a grande inovao do sculo XX: a produo em massa. Embora no tenha inventado o

    automvel nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organizao do trabalho: a

    produo de maior nmero de produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo

    menor custo possvel. E essa inovao teve maior impacto sobre a maneira de viver do

    homem do que muitas das maiores invenes do passado da humanidade.

    A condio-chave da produo em massa a simplicidade. Trs aspectos suportam o sistema:

    1. A progresso do produto atravs do processo produtivo planejada, ordenada e contnua.

    2. O trabalho entregue ao trabalhador em vez de deix-lo com a iniciativa de ir busc-lo.

    3. As operaes so analisadas em seus elementos constituintes.

    Para obter um esquema caracterizado pela acelerao da produo por meio de um trabalho

    ritmado, coordenado e econmico, Ford adotou trs princpios bsicos:

    1.Principio de intensificao. Diminuir o tempo de durao com a utilizao imediata dos

    equipamentos e matria-prima e a rpida colocao do produto no mercado.

    2. Princpio de economicidade. Reduzir ao mnimo o volume do estoque da matria-prima

    em transformao, fazendo com que o automvel fosse pago empresa antes de vencido o

    prazo de pagamento dos salrios e da matria-prima adquirida. A velocidade de produo

    deve ser rpida: "o minrio sai da mina no sbado e entregue sob a forma de um carro ao

    consumidor, na tera-feira, tarde".

    3. Princpio de produtividade. Aumentar a capacidade de produo do homem no mesmo

    perodo (produtividade) por meio da especializao e da linha de montagem. O operrio

    ganha mais e o empresrio tem maior produo.

    4. O Princpio da Exceo. Segundo o qual as decises mais freqentes devem ser

    transformadas em rotina e delegadas aos subordinados, deixando os problemas mais srios e

    importantes para os superiores. Essa foi a forma pela qual Taylor concebeu a delegao que se

    tornaria depois um princpio de organizao amplamente aceito.

    6.4 Crticas a Administrao Cientfica

    1. Mecanicismo da administrao cientfica - A Administrao Cientfica restringiu-se s

    tarefas e aos fatores diretamente relacionados com o cargo e a funo do operrio. Embora a

    organizao seja constituda de pessoas, deu-se pouca ateno ao elemento humano. O fato de

    supor que o empregado age motivado pelo interesse do ganho material e financeiro,

  • Fundamentos da Administrao. 22

    produzindo o mximo possvel (conceito do homo economicus), mas sem levar em

    considerao outros fatores motivacionais importantes, foi, sem dvida, outro aspecto

    mecanicista tpico dessa teoria.

    2. Superespecializao do operrio - O taylorismo demonstrou que a maneira espontnea

    com que os trabalhadores executavam suas tarefas era a mais fatigante, a menos econmica e

    a menos segura. Em lugar dos erros do passado, o taylorismo prope uma verdadeira racionalizao; esse seu papel positivo. Uma nova ordem de coisas.

    3. Viso microscpica do homem - A Administrao Cientfica visualiza cada empregado

    individualmente, ignorando que o trabalhador um ser humano e social, a no visualizao do

    trabalho em grupo. Os engenheiros americanos limitaram-se s caractersticas fsicas do corpo

    humano em trabalhos rotineiros, com nfase nos estudos dos movimentos e da fadiga. O

    trabalho do homem foi sendo abordado como um processo acessrio da mquina, substituindo

    a inicial preocupao de se adaptarem mutuamente os recursos humanos e mecnicos.

    4. Ausncia de comprovao cientfica - A Administrao Cientfica criticada por

    pretender criar uma cincia sem o cuidado de apresentar comprovao cientfica das suas

    proposies e princpios. Em outros termos, os engenheiros americanos utilizaram

    pouqussima pesquisa e experimentao cientfica para comprovar suas teses. Seu mtodo

    emprico e concreto, no qual o conhecimento alcanado pela evidncia e no pela abstrao:

    baseia-se em dados singulares e observveis pelo analista de tempos e movimentos

    relacionados com o como e no com o porqu da ao do operrio.

    5. Abordagem incompleta da organizao - A Administrao Cientfica incompleta,

    parcial e inacabada, por se limitar apenas aos aspectos formais da organizao, omitindo a

    organizao informal e os aspectos humanos da organizao. Essa perspectiva incompleta

    ignora a vida social interna dos participantes da organizao. As pessoas so tomadas como

    indivduos isolados e arranjados de acordo com suas habilidades pessoais e com as demandas

    da tarefa a ser executada. Tambm omite certas variveis crticas, como o compromisso

    pessoal e a orientao profissional dos membros da organizao, o conflito entre objetivos

    individuais e organizacionais etc.

    6. Limitao do campo de aplicao - A Administrao Cientfica tambm ficou restrita aos

    problemas de produo na fbrica, no considerando os demais aspectos da vida da

    organizao, como financeiros, comerciais, logsticos etc. Alm disso, o desenho de cargos e

    tarefas retrata suas concepes a respeito da natureza humana (homem econmico) e se

    fundamenta em uma expectativa de estabilidade e previsibilidade das operaes da

    organizao.

    7. Abordagem prescritiva e normativa. uma abordagem com receitas antecipadas,

    solues enlatadas e princpios normativos que regem o como fazer as coisas dentro das

    organizaes. Essa perspectiva visualiza a organizao como ela deveria funcionar ao invs

    de explicar seu funcionamento.

    8. Abordagem de sistema fechado - A Administrao Cientfica visualiza as organizaes

    como se elas existissem no vcuo ou como se fossem entidades autnomas, absolutas e

    hermeticamente fechadas a qualquer influncia vinda de fora delas.

    9. Pioneirismo na administrao - A Administrao Cientfica constitui o ponto de partida

    da administrao nos seguintes aspectos:

  • Fundamentos da Administrao. 23

    1. o primeiro esforo cientfico para analisar e padronizar os processos produtivos com o

    objetivo de aumentar a produtividade e a eficincia.

    2. Obteve enorme xito na racionalizao das empresas da poca.

    3. Complementou a tecnologia da poca, desenvolvendo tcnicas e mtodos que

    racionalizaram a produo logrando forte aumento da produtividade.

    Em resumo, os alicerces fundamentais da Administrao Cientfica foram:

    1. Comando e controle. A gerncia funciona como uma ditadura benigna inspirada nos

    modelos militares. O gerente planeja e controla o trabalho; os trabalhadores o executam. Em

    suma, o gerente deve pensar e mandar; os trabalhadores obedecer e fazer de acordo com o

    plano.

    2. Uma nica maneira certa (the one best way). O mtodo estabelecido pelo gerente a

    melhor maneira de executar uma tarefa. O papel dos trabalhadores utilizar o mtodo sem

    question-lo.

    3. Mo-de-obra, no recursos humanos. A fora de trabalho a mo-de-obra, ou seja, a

    mo contratada sem qualquer envolvimento da pessoa na organizao. Como a oferta de

    trabalhadores era abundante, a empresa nada devia a eles, embora esperasse lealdade de sua

    parte.

    4. Segurana, no insegurana. Embora os operrios no ganhassem reconhecimento ou

    responsabilidade, havia um acordo tcito baseado na segurana e permanncia no emprego.

    As empresas davam uma sensao de estabilidade dominando seus mercados. O futuro

    parecia previsvel e o destino de cada empresa no futuro ainda mais previsvel.

    Apesar de todas as crticas formuladas Administrao Cientfica h uma forte tendncia

    atual no intuito de reabilitar a imagem de Taylor. Alguns autores chegam a apont-lo como o

    criador da Administrao Cientfica e o pai da Teoria das Relaes Humanas, considerando-o

    um cientista social interessado nos problemas de motivao e de comportamento das pessoas

    dentro de sua maneira de ver as coisas. O certo que Taylor teve uma profunda influncia na

    vida do sculo XX e no forte desenvolvimento industrial que suas idias proporcionaram. Sua

    importncia decorre de um fato extremamente simples: ele deu certo!

    Lembre-se: Frederick W. Taylor, considerado o fundador da Administrao Cientfica,

    estudou vrias atividades e, dividindo-as em tarefas menores, determinou a maneira mais

    eficiente de realiz-las. Ele chamou seu mtodo para a compreenso do trabalho e a

    melhoria na eficincia do trabalhador de: a nica maneira correta.

    7. A TEORIA CLSSICA FAYOL

    Segundo a Administrao Cientfica, a eficincia organizacional era alcanada por meio da

    racionalizao do trabalho do operrio e do somatrio da eficincia individual. Na Teoria

    Clssica, ao contrrio, partia-se do todo organizacional e da sua estrutura para garantir

    eficincia a todas as partes envolvidas, fossem elas rgos (como sees, departamentos etc.)

    ou pessoas (como ocupantes de cargos e executores de tarefas).

    7.1 As funes bsicas da empresa - Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funes:

    1. Funes tcnicas, relacionadas com a produo de bens ou de servios da empresa.

    2. Funes comerciais, relacionadas com compra, venda e permutao.

    3. Funes financeiras, relacionadas com procura e gerncia de capitais.

    4. Funes de segurana, relacionadas com proteo e preservao dos bens e das pessoas.

    5. Funes contbeis, relacionadas com inventrios, registros, balanos, custos e estatsticas.

  • Fundamentos da Administrao. 24

    6. Funes administrativas, relacionadas com a integrao de cpula das outras cinco funes.

    As funes administrativas coordenam e sincronizam as demais funes da empresa, pairando

    sempre acima delas.

    Figura 4 - As seis funes bsicas da empresa para Fayol . Chiavenato, 2003 p.81

    7.2 Conceito de Administrao

    Fayol define o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.

    As funes administrativas envolvem os elementos da Administrao, isto , as funes do

    administrador:

    Esses so os elementos da Administrao que constituem o chamado processo administrativo:

    so localizveis no trabalho do administrador em qualquer nvel ou rea de atividade da

    empresa. Em outros termos, tanto o diretor, o gerente, o chefe, como o supervisor - cada qual

    em seu respectivo nvel - desempenham atividades de previso, organizao, comando,

    coordenao e controle, como atividades administrativas essenciais.

    7.3 Proporcionalidade das funes administrativas

    Para Fayol existe uma proporcionalidade da funo administrativa: ela se reparte por todos os

    nveis da hierarquia da empresa e no privativa da alta cpula. A funo administrativa no

    se concentra exclusivamente no topo da empresa, nem privilgio dos diretores, mas

    distribuda proporcionalmente entre os nveis hierrquicos. Na medida em que se desce na

    escala hierrquica, mais aumenta a proporo das outras funes da empresa e na medida em

    que se sobe na escala hierrquica mais aumenta a extenso e o volume das funes

    administrativas.

    7.4 Diferena entre administrao e organizao

    Ainda que reconhecendo o emprego da palavra Administrao como sinnimo de

    organizao, Fayol faz uma distino entre ambas as palavras. Para ele, Administrao um

    todo do qual a organizao uma das partes. O conceito amplo e compreensivo de

    Administrao - como um conjunto de processos entrosados e unificados - abrange aspectos

    que a organizao por si s no envolve, tais como previso, comando e controle. A

    organizao abrange apenas a definio da estrutura e da forma, sendo, portanto, esttica e

    limitada. A partir da, organizao passa a ter dois significados diferentes:

    - Organizao como uma entidade social na qual as pessoas interagem entre si para alcanar

    objetivos especficos. Neste sentido, a palavra organizao significa um empreendimento

    humano moldado intencionalmente para atingir determinados objetivos. As empresas

    constituem um exemplo de organizao social.

  • Fundamentos da Administrao. 25

    - Organizao como funo administrativa e parte do processo administrativo (como

    previso, comando, coordenao e controle). Nesse sentido, organizao significa o ato de

    organizar, estruturar e alocar os recursos, definir os rgos incumbidos de sua administrao e

    estabelecer as atribuies e relaes entre eles.

    7.5 Princpios gerais de Administrao para Fayol

    Como toda cincia, a Administrao deve se basear em leis ou em princpios. Fayol definiu os

    "princpios gerais" de Administrao, sistematizando-os sem muita originalidade, porquanto

    os coletou de diversos autores de sua poca. Fayol adota a denominao princpio, afastando

    dela qualquer idia de rigidez, pois nada existe de rgido ou absoluto em matria

    administrativa. Tudo em Administrao questo de medida, ponderao e bom senso. Os

    princpios so universais e maleveis e adaptam-se a qualquer tempo, lugar ou circunstncia.

    PRINCPIOS - FAYOL 1. Diviso do trabalho Consiste na especializao das tarefas e das pessoas para aumentar a

    eficincia.

    2. Autoridade e

    responsabilidade

    Autoridade o direito de dar ordens e o poder de esperar obedincia,

    responsabilidade uma conseqncia natural da autoridade. Ambos

    devem estar equilibrados entre si.

    3. Disciplina Depende da obedincia, aplicao, energia, comportamento e respeito aos

    acordos estabelecidos.

    4. Unidade de comando Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. o

    princpio da autoridade nica. 5. Unidade de direo Uma cabea um plano para cada grupo de atividades que tenham o

    mesmo objetivo

    6. Subordinao de interesses

    individuais aos interesses gerais

    os interesses gerais devem sobrepor-se aos interesses particulares.

    7. Remunerao do pessoal

    Deve haver justa e garantida satisfao para os empregados e para a

    organizao em termos de retribuio.

    8. Centralizao

    Refere-se a concentrao da autoridade no topo da hierarquia da

    organizao.

    9. Cadeia escalar

    a linha de autoridade que vai do escalo mais alto ao mais baixo. o

    princpio de comando

    10. Ordem

    Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. a ordem material e

    humana

    11. Eqidade Amabilidade e justia para alcanar a lealdade do pessoal.

    12. Estabilidade e durao (num

    cargo) do pessoal

    A rotao tem um impacto negativo sobre a eficincia da organizao.

    Quanto mais tempo uma pessoa permanecer num cargo tanto melhor.

    13. Iniciativa A capacidade de visualizar um plano e assegurar seu sucesso

    14. Esprito de equipe Harmonia e unio entre as pessoas so grandes foras para a organizao

    Quadro 2 Resumo Princpios Fayol.

    Lembre-se: Henri Fayol considerado o Pai da teoria Administrativa. Ele se concentrou

    na administrao da organizao como um todo e definiu as funes da administrao que

    so: planejamento, organizao, comando, coordenao e controle. Essas funes ainda

    so usadas para descrever a posio gerencial. Fayol tambm famoso por seus 14

    princpios da administrao e por acreditar que as habilidades gerencias poderiam ser

    aprendidas.

    7.6 Crticas a Teoria Clssica

    1.Abordagem simplificada da organizao formal - Os autores clssicos concebem a

    organizao em termos lgicos, formais, rgidos e abstratos, sem considerar seu contedo

    psicolgico e social com a devida importncia.

  • Fundamentos da Administrao. 26

    2. Ausncia de trabalhos experimentais - A Teoria Clssica pretendeu elaborar uma Cincia

    de Administrao para estudar e tratar a Administrao substituindo o empirismo e a

    improvisao por tcnicas cientficas. Suas afirmaes se dissolvem quando postas em

    experimentao. O fato de denominarem princpios a muitas de suas proposies criticado

    como um procedimento presunoso.

    3. Extremo racionalismo na concepo da Administrao - Os autores clssicos se

    preocupam com a apresentao racional e lgica das suas proposies sacrificando a clareza

    das suas idias.

    4. "Teoria da mquina" - A organizao deve ser arranjada tal como uma mquina. Os

    modelos administrativos correspondem diviso mecanicista do trabalho, em que a diviso

    do trabalho a mola do sistema. A abordagem mecnica, lgica e determinstica da

    organizao foi o fator que conduziu erradamente os clssicos busca de uma cincia da

    Administrao.

    5. Abordagem incompleta da organizao - Tal como aconteceu com a Administrao

    Cientfica, a Teoria Clssica preocupou-se apenas com a organizao formal descuidando-se

    da organizao informal. O foco na forma e a nfase na estrutura levaram a exageros. A teoria

    da organizao formal no ignorava os problemas humanos da organizao, porm no

    conseguiu dar um tratamento sistemtico interao entre pessoas e grupos informais, nem

    aos conflitos intra-organizacionais e ao processo decisrio.

    6. Abordagem de sistema fechado - A Teoria Clssica trata a organizao como se ela fosse

    um sistema fechado, composto de algumas variveis perfeitamente conhecidas e previsveis.

    8. A ABORDAGEM HUMANSTICA DA ADMINISTRAO

    Segue-se uma revoluo conceitual administrativa. Na Administrao Cientfica era dada

    nfase s tarefas, enquanto na Teoria Clssica, a nfase era a estrutura. Com a abordagem

    humanstica a nfase ser dada s pessoas que compem e participam das organizaes.

    Ocorre com o aparecimento da Teoria das Relaes Humanas, nos Estados unidos em 1930

    (poca de grande recesso econmica, inflao, desemprego e forte atuao de sindicatos),

    graas ao desenvolvimento da psicologia do trabalho ou industrial que em um primeiro

    momento, objetivava a anlise das caractersticas humanas para cada tarefa especfica e a

    seleo cientfica de pessoas para executarem essas tarefas atravs de testes psicolgicos

    (anlise do trabalho e a adaptao do trabalhador ao trabalho). Os temas predominantes so: a

    seleo de pessoal, orientao profissional, treinamento e mtodos de aprendizagem,

    fisiologia do trabalho e estudo dos acidentes e da fadiga.

    Em um segundo momento, ela volta-se para os aspectos individuais e sociais do trabalhador e

    a sua produo. Os temas predominantes so: o estudo da personalidade do trabalhador e do

    gerente, a motivao e os incentivos do trabalho, a liderana, as comunicaes e as relaes

    interpessoais e sociais dentro da organizao.

    9. A TEORIA DAS RELAES HUMANAS

    Georges Elton Mayo (1880-1949) foi um cientista social australiano - chefiou uma

    experincia em uma fbrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de

    Hawthorne.

    A Experincia de Hawthorne tinha por objetivo inicial estudar a fadiga, os acidentes, a

    rotao do pessoal - turnover -, e o efeito das condies fsicas de trabalho sobre a

    produtividade dos empregados. Essa experincia foi tambm motivada por um fenmeno

    apresentado de forma severa poca na fbrica: conflitos entre empregados e empregadores,

  • Fundamentos da Administrao. 27

    apatia, tdio, a alienao, o alcoolismo, dentre outros fatores que tornavam difcil a

    convivncia no meio trabalhstico. Esta experincia caracterizou-se como um movimento de

    resposta contrria Abordagem Clssica da Administrao, considerada pelos trabalhadores e

    sindicatos como uma forma elegante de explorar o trabalho dos operrios para benefcio do

    patronato. Na poca, a alta necessidade de se humanizar e democratizar a Administrao nas

    frentes de trabalho das indstrias, aliado ao desenvolvimento das cincias humanas -

    psicologia e sociologia, dentre outras - e as concluses da Experincia de Hawthorne fez

    brotar a Teoria das Relaes Humanas.

    RESULTADOS - MAYO

    1.Nvel de produo resultante de

    Integrao Social

    a capacidade social do trabalhador que estabelece o seu nvel

    de competncia e eficincia; quanto mais integrado socialmente

    no grupo de trabalho, tanto maior ser a disposio de produzir;

    2. Comportamento Social dos empregados

    Verifica-se que o comportamento do indivduo se apia

    totalmente no grupo. Os trabalhadores no agem ou reagem

    individualmente, mas como membros de um grupo. Amizade e

    agrupamento social devem ser considerados aspectos relevantes

    para a Administrao

    3. Recompensas e Sanes sociais

    So simblicas e no-materiais, porm influenciam

    decisivamente a motivao e a felicidade do trabalhador. As

    pessoas so motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovao social e participao. A motivao econmica secundria na determinao da produo do empregado;

    4.Grupos Informais

    Definem suas regras de comportamento, suas formas de

    recompensas ou sanes sociais, punies, seus objetivos, sua

    escala de valores sociais, suas crenas e expectativas, que cada

    participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e

    comportamento.

    5.As Relaes Humanas

    So as aes e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre as

    pessoas e o grupo, permitindo uma atmosfera onde cada pessoa

    encorajada a exprimir-se livre e sadiamente. Cada pessoa

    procurar se ajustar s demais pessoas do grupo para que seja

    compreendida e tenha participao ativa, a fim de atender seus

    interesses e aspiraes;

    6. A Importncia do Contedo do Cargo

    O contedo e a natureza do trabalho tm enorme influncia sobre

    o moral do trabalhador, tornando-o produtivo ou desmotivado.

    Trabalhos repetitivos tendem a se tornarem montonos e

    maantes afetando negativamente as atitudes do trabalhador e

    reduzindo sua eficincia;

    7. nfase nos aspectos emocionais

    a preocupao com as emoes e sentimentos dos

    funcionrios. Elementos emocionais, no-planejados e at

    mesmo irracionais do comportamento humano devem ser

    considerados dentro da organizao.

    Quadro 3 Resumo Resultados Elton Mayo

    Lembre-se: Elton Mayo, o fundador do movimento das relaes humanas, descobriu que os

    especialistas que procuravam melhorar a eficincia do trabalhador tinham de levar em

    considerao as dimenses humanas do trabalho. Os resultados dos estudos de Hawthorne:

    a produtividade no trabalho estava relacionada com variveis psicolgicas e sociais, bem

    como ao trabalho em si mesmo.

    9.1 Crticas a Teoria das Relaes Humanas

    Oposio cerrada Teoria Clssica;

    Visualizao errada dos problemas de Relaes Industriais;

    Concepo ingnua e romntica do empregado;

    Limitao do Campo Experimental;

  • Fundamentos da Administrao. 28

    Parcialidade das concluses;

    nfase nos grupos informais;

    Enfoque manipulativo das Relaes Humanas.

    10. LIDERANA

    A liderana necessria em todos os tipos de organizao humana, seja nas empresas, seja em

    cada um de seus departamentos. Ela essencial em todas as funes da Administrao: o

    administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto , liderar.

    10.1 Teorias da Liderana

    a. Teorias de traos de personalidade - O lder apresenta caractersticas marcantes de

    personalidade por meio das quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas.

    1. Traos fsicos: como energia, aparncia pessoal, estatura e peso.

    2. Traos intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiana.

    3. Traos sociais: cooperao, habilidades interpessoais e habilidade administrativa.

    4. Traos relacionados com a tarefa: impulso de realizao, persistncia e iniciativa.

    b. Teorias sobre estilos de liderana - Enquanto a abordagem dos traos se refere quilo que

    o lder , a abordagem dos estilos de liderana se refere quilo que o lder faz, isto , o seu

    estilo de comportamento para liderar. A teoria mais conhecida refere-se a trs estilos de

    liderana: autoritria (O lder centraliza as decises e impe suas ordens ao grupo), liberal (O

    lder delega totalmente as decises ao grupo e deixa-o completamente vontade e sem

    controle algum) e democrtica (O lder conduz e orienta o grupo e incentiva a participao

    democrtica das pessoas).

    c. Teorias situacionais da liderana - cada situao requer um tipo de liderana para

    alcanar eficcia dos subordinados. As teorias situacionais so mais atrativas ao

    administrador, pois aumentam as opes e possibilidades de mudar a situao para adequ-las

    a um modelo de liderana ou ento mudar o modelo de liderana para adequ-lo situao.

    11. MOTIVAO

    Histrico

    11.1 A Hierarquia das Necessidades

    Abraham Maslow (1908-1970) foi um psiclogo americano, considerando o pai do

    humanismo na psicologia. Ele desenvolveu a Teoria das Necessidades Humanas. De acordo

    com esta teoria, o ser humano possui diversas necessidades que podem ser separadas em

    categorias hierarquizadas. Para motivar uma pessoa, voc deve identificar qual a categoria

    mais baixa na qual ela tem uma necessidade, e suprir esta necessidades antes de pensar em

    outras em categorias mais altas.

    Necessidades Fisiolgicas: So relacionadas s necessidades do organismo, e a principal

    prioridade do ser humano. Entre elas esto respirar e se alimentar. Sem estas necessidades

    supridas, as pessoas sentiro dor e desconforto e ficaro doentes.

    Necessidades de Segurana: Envolve a estabilidade bsica que o ser humano deseja ter. Por

    exemplo, segurana fsica (contra a violncia), segurana de recursos financeiros, segurana

    da famlia e de sade.

  • Fundamentos da Administrao. 29

    Necessidades Sociais: Com as duas primeiras categorias supridas, passa-se a ter necessidades

    relacionadas atividade social, como amizades, aceitao social, suporte familiar e amor.

    Necessidades de Status e Estima: Todos gostam de ser respeitados e bem vistos. Este o

    passo seguinte na hierarquia de necessidades: ser reconhecido como uma pessoa competente e

    respeitada. Em alguns casos levam a exageros, como arrogncia e complexo de superioridade.

    Necessidade de Auto Realizao: uma necessidade instintiva do ser humano. Todos

    gostam de sentir que esto fazendo o melhor com suas habilidades e superando desafios. As

    pessoas neste nvel de necessidades gostam de resolver problemas, possuem um senso de

    moralidade e gostam de ajudar aos outros. Suprir esta necessidade equivale a atingir o mais

    alto potencial da pessoa.

    11.2 Douglas McGregor Teorias X e Y De acordo com McGregor, existem duas tendncias de comportamento que moldam as

    pessoas dentro das organizaes: a tradicional (Teoria X) e a moderna (Teoria Y).

    A teoria X (autocrtica, impositiva, autoritria) representa forte controle sobre os recursos

    humanos dentro da organizao. Baseia-se em concepes e premissas incorretas e distorcidas acerca da natureza humana e que predominaram durante dcadas no passado. (Chiavenato, 2002, p.134)

    O ser humano, em geral, no gosta intrinsecamente de trabalhar, e trabalha o mnimo

    possvel. Por essa razo a maior parte das pessoas precisa ser coagida, vigiada, orientada,

    ameaada com castigos a fim de fazer o devido esforo para alcanar os objetivos da

    organizao.

    O ser humano mdio prefere ser dirigido, desejando evitar responsabilidades; pouco

    ambicioso, procurando segurana acima de tudo.

    Empregados evitaro responsabilidades e procuraro receber ordens formais, sempre que

    possvel.

    A maioria dos trabalhadores pe a segurana acima de todos os fatores associados ao

    trabalho, exibindo pouca ambio.

    A teoria Y(democrtica, consultiva e participativa) deixa evidente que, atravs do ambiente

    organizacional adequado, o desenvolvimento dos recursos humanos pode ser mais bem

    aproveitado. Baseia-se em suposies da teoria da motivao humana. Caractersticas:

    O esforo fsico e mental no trabalho to natural como o lazer ou o descanso. Controle externo e ameaa de castigo no so os nicos meios de suscitar esforos no sentido dos objetivos organizacionais. Movido pela auto-orientao e pelo autocontrole, o

    indivduo se colocar a servio dos objetivos que se empenhou a alcanar dentro da

    organizao.

    O empenho em alcanarem objetivos funo das recompensas atribudas ao xito da tarefa.

    Em condies apropriadas, o ser humano, em mdia, aprende no s a aceitar, mas a procurar responsabilidades.

    A capacidade de exercitar, em grau relativamente elevado, a imaginao, o talento e o esprito criativo na soluo de problemas organizacionais, esto distribudos, e no

    escassamente, entre as pessoas.

    Nas condies da vida industrial moderna, as potencialidades intelectuais do ser humano so, em mdia, utilizadas apenas parcialmente.

  • Fundamentos da Administrao. 30

    Lembre-se: Douglas Mcgregor, ao distinguir entre a viso pessimista da Teoria X e a

    otimista da Teoria Y sobre os funcionrios, produziu um grande impacto na teoria e na

    prtica da administrao. A viso da teoria Y propunha uma abordagem humanista que

    levou introduo dos projetos de trabalho que melhor incentivassem os trabalhadores,

    promovessem crescimento pessoal. Melhorassem o desempenho do trabalho e facilitassem a

    produtividade.

    11.3 Herzberg Teoria dos dois Fatores

    1. Fatores de motivao ou intrnsecos aspectos satisfatrios que dizem respeito ao contedo do trabalho (realizao de algo importante, exerccio da responsabilidade e

    possibilidade de crescimento). Esto relacionados com o contedo do cargo e com a natureza

    das tarefas que o indivduo executa, relacionadas a aquilo que o indivduo faz, desempenha.

    Envolve sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional. Esto sob

    controle do indivduo.

    Quando presentes: Elevados nveis de motivao (satisfao)

    Quando ausentes: Desmotivam e geram a no-satisfao.

    2. Fatores Higinicos ou extrnsecos aspectos insatisfatrios que dizem respeito condio de trabalho (salrio, condies fsicas, de segurana, relaes pessoais). Localiza-se

    no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as condies dentro das quais elas

    desempenham seu trabalho. Condies decididas e administradas pela empresa. No esto sob

    controle do indivduo.

    Quando presentes: No insatisfao, mas no obrigatoriamente motivao.

    Quando ausentes: geram insatisfao, mas no obrigatoriamente desmotivao.

    Prope o enriquecimento das tarefas, tambm denominado enriquecimento do cargo. Consiste

    na substituio de tarefas mais simples por mais complexas, a fim de acompanhar o

    desenvolvimento individual de cada empregado, oferecendo-lhe condies de desafio e de

    satisfao profissional no cargo. Pode ser feito de duas maneiras:

    Verticalmente eliminam-se tarefas mais simples e incluem-se tarefas mais complexas. Horizontalmente eliminam-se tarefas relacionadas com certas atividades e incluem-se outras diferentes, mas com mesmo nvel de dificuldade.

    11.4 Victor Vroom Teoria das Expectativas Rejeita as idias preconcebidas sobre o comportamento individual desenvolvidas por Maslow

    e Herzberg. Trs fatores que determinam em cada indivduo a motivao para produzir:

    1. Objetivos pessoais do indivduo atravs da fora do desejo de atingir esses objetivos. Ex: dinheiro, segurana no cargo, aceitao social.

    2. Relao percebida entre a satisfao dos objetivos e alta produtividade meio utilizado para melhorar a produo e juntamente atingir objetivos individuais

    3. Percepo de sua capacidade de influenciar sua produtividade quando o indivduo acredita em sua capacidade de alterara ao resultado de sua produo e melhorar a eficcia

    organizacional.

    12. ABORDAGEM NEOCLSSICA DA ADMINISTRAO

  • Fundamentos da Administrao. 31

    No inicio da dcada de 1950 a teoria administrativa passou por um perodo de intensa

    remodelao. A Segunda Guerra Mundial j havia acabado e o mundo passou a experimentar

    um notvel surto de desenvolvimento industrial e econmico sem precedentes. Apesar da

    influncia das cincias do comportamento sobre a teoria administrativa, os pontos de vista dos

    autores clssicos nunca deixaram de subsistir.

    Apesar de todas as crticas aos postulados clssicos e aos enfoques tradicionais da

    organizao, os princpios de Administrao, a departamentalizao, a racionalizao do

    trabalho, a estrutura linear ou funcional, enfim, a abordagem clssica nunca foi totalmente

    substituda por outra abordagem. A Teoria Neoclssica representa a Teoria Clssica colocada

    em um novo figurino e dentro de um ecletismo que aproveita a contribuio de todas as

    demais teorias administrativas. A abordagem neoclssica consiste primeiro, em identificar as

    funes do administrador e, em seguida, destilar delas os princpios fundamentais da prtica

    da Administrao.

    12.1 Caractersticas da Teoria Neoclssica

    1. nfase na prtica da administrao - Os autores neoclssicos desenvolvem seus

    conceitos de forma prtica e utilizvel, visando principalmente ao administrativa. A teoria

    somente tem valor quando operacionalizada na prtica.

    2. Reafirmao dos postulados clssicos - Os neoclssicos pretendem colocar as coisas em

    seus devidos lugares. E, para tanto, retomam grande parte do material desenvolvido pela

    Teoria Clssica, redimensionando-o e reestruturando-o de acordo com as contingncias da

    poca atual, dando-lhe uma configurao mais ampla e flexvel.

    3. nfase nos princpios gerais de administrao - Os autores neoclssicos se preocupam

    em estabelecer os princpios gerais da Adm