Apostila Materiais Elétricos Profa Edi

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1 INSTITUTO POLITÉCNICO LABORATÓRIO DE MATERIAIS ELÉTRICOS PROFA. EDI CARVALHO DRUMOND PROF. JOSÉ GERALDO V. LANNA E SOUSA NOVEMBRO DE 2009

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INSTITUTO POLITÉCNICO

LABORATÓRIO DE

MATERIAIS ELÉTRICOS

PROFA. EDI CARVALHO DRUMOND PROF. JOSÉ GERALDO V. LANNA E SOUSA

NOVEMBRO DE 2009

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PROGRAMA AULA PRÁTICA Nº 1 - Assunto: Condutores Elétricos l – CONDUTORES ELÉTRICOS ll – PADRONIZAÇÃO lll – ENCORDOAMENTO DOS CABOS ELÉTRICOS lV – CONDUTORES DE ALUMÍNIO V – CONDUTORES ISOLADOS – Fig. 2 Vl – FIO COPPERWELD VII – INSTRUÇõES Vlll – FIGURAS AULA PRÁTICA Nº 2 - Assunto: Estudo da Variação da Resistência Ôhmica de um Material Condutor com a Temperatura. l – RESUMO TEÓRICO ll – PRÁTICA III – PROCEDIMENTO IV – QUADROS AULA PRÁTICA Nº 3 Assunto:Conexões Elétricas I – DEFINIÇÃO II – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS LIGAS USADAS NAS CONEXÕES ELÉTRICAS III – CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA SE EFETUAR UMA CONEXÃO VISANDO À QUALIDADE ELÉTRICA DO CONTATO IV – TIPOS DE CONEXÕES V – VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE VI – QUADRO COMPARATIVO PARA OS DIVERSOS TIPOS DE CONEXÕES AULA PRÁTICA Nº 4 Assunto: Dispositivos de Proteção I – INTRODUÇÃO II – OS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO EM BAIXA TENSÃO III – FUSÍVEIS IV – DISJUNTORES TERMOMAGNÉTICOS DE CAIXA MOLDADA V – CHAVE MATHEUS OU CHAVE SECCIONADORA FUSÍVEL VI – DISPOSITIVOS RELACIONADOS VII – QUADRO DE ANOTAÇÕES AULA PRÁTICA Nº 5 ASSUNTO: Estudo da Variação da Resistência Ôhmica de um material semicondutor. I – RESUMO TEÓRICO II – MONTAGEM III – TABELA IV – GRÁFICO AULA PRÁTICA Nº 6 ASSUNTO: Dielétricos Sólidos I – INTRODUÇÃO II-CIRCUITO EQUIVALENTE DE UM DIELÉTRICO III – ÍNDICE DE POLARIZAÇÃO (IP) E ÍNDICE DE ABSORÇÃO (IA) IV – CUIDADOS NA MEDIÇÃO V- PRÁTICA VI – TABELA DE CONDIÇÕES VII – QUADRO DE LEITURAS VIII – QUADRO – RELATÓRIO AULA PRÁTICA Nº 7 ASSUNTO: Isolantes Líquidos – (Óleo Isolante) I – CARACTERÍSTICAS DO ÓLEO ISOLANTE II – ENSAIO DE RIGIDEZ DIELÉTRICA III – ENSAIO DE ACIDEZ IV – QUADRO DE ANOTAÇÕES AULA PRÁTICA Nº 8 ASSUNTO: Determinação da Rigidez Dielétrica de Óleos Isolantes I – CAMPO DE APLICAÇÃO II – O ENSAIO III – APARELHAGEM IV- PROCEDIMENTO V – TABELA DE VALORES MEDIDOS VI – CLASSIFICAÇÃO PARA ÓLEO ISOLANTE VII – QUADRO DE ANOTAÇÕES AULA PRÁTICA Nº 9 ASSUNTO: Projetos e Dispositivos de Controle de Iluminação Pública I – CONDIÇÕES DE UMA “BOA ILUMINAÇÃO PÚBLICA” II – INTRODUÇÃO III – OBSERVAÇÕES IV – SELEÇÃO DAS LÂMPADAS A SEREM USADAS V – TABELA COMPARATIVA PARA ALGUMAS LÂMPADAS USADAS EM ILUMINAÇÃO PÚBLICA (SELEÇÃO DAS LÂMPADAS) VI – SISTEMA DE CONTROLE PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA VII - CIRCUITO DE CONTROLE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COM RELÉ FOTOELÉTRICO) AULA PRÁTICA Nº 10 ASSUNTO: Ensaio de Galvanização I – AMOSTRA II – INSPEÇÃO III – PROVAS DE ADERÊNCIA IV – ENSAIO DE PREECE V – DETERMINAÇÃO DO PESO DA CAMADA DE GALVANIZAÇÃO VI – OBSERVAÇÕES VII – QUADRO – RELATÓRIO VIII – OBSERVAÇÕES FINAIS

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AULA PRÁTICA Nº 1

Assunto: Condutores Elétricos Objetivo: Dar conhecimento aos alunos, sobre os condutores elétricos, suas características construtivas, suas aplicações, suas padronizações, especificações e dimensionamento. l – CONDUTORES ELÉTRICOS Os condutores elétricos podem assumir a forma de fios, cabos, barramentos e cordoalhas. Fio: é produto direto dos processos de laminação e trefilação, a partir de lingotes ou catodos de cobre ou alumínio. Cabo: é produto de encordoamento de vários fios em número e dimensões pré-definidas em normas e especificações, sendo que em geral, quanto maior o número de fios que o cabo apresentar, maior será sua flexibilidade. Barramento: barras de seção retangulares ou circulares, de cobre ou alumínio que são utilizadas como condutores entrelaçados que apresentam grande flexibilidade. ll – PADRONIZAÇÃO Os condutores (fios e cabos), são fabricados com secção (ou bitola) padronizadas (no Brasil, pela ABNT). Dentre as secções padronizadas, as mais comumente utilizadas são: 1,5; 2,5; 4; 6; 10; 16; 25; 35; 50; 70; 95; 120; 185; 240; 300; 400; e 500 mm2. Há também secções menores de 1,5 mm2 e maiores de 500 mm2, porém, para usos especiais. lll – ENCORDOAMENTO DOS CABOS ELÉTRICOS – Fig 1 Quanto ao encordoamento, os cabos podem ter as seguintes formas: Redondo Normal, Setorial Compactado, Anular, Redondo Segmentado e Encordoamento Composto (Ver figura em anexo). O encordoamento divide os cabos elétricos em classes (classes 1,2,3,4,5 e 6), que vão indicar o grau de flexibilidade adequando para cada aplicação. 1 – Formações padronizadas para cabos de encordoamento Redondo Normal (tipos mais comuns). 07 = 1 central + 6 na 1ª coroa 19 = 1 central + 6 na 1ª coroa +12 na 2ª coroa 37 = 1 central + 6 na 1ª coroa +12 na 2ª coroa + 18 na 3ª coroa 61 = 1 central + 6 na 1ª coroa +12 na 2ª coroa + 18 na 3ª coroa + 24 na 4ª coroa Portanto a formatação padronizada informa o número total de fios e sua distribuição no corpo dos cabos. O número total de fios (N) ou a formatação padronizada para cabos, pode ser assim calculado: N = 3C(C+1), onde: N – número total de fios do cabo C – número de coroas que constituem o cabo, sendo que o fio central não encordoado, portanto, não deve ser contado como coroa.

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NOTA: a formatação padronizada para cabos independentes da bitola dos mesmos, ou seja: podemos ter cabo de 50 mm2, de formatação 7 ou 19, e cabos de bitola de 50 mm2 de formatação 19. 2 – Passos de encordoamento – Fig. 5

a) Encordoamento: é a disposição helicoidal dos fios que formam o cabo. b) Passo de Encordoamento: é a projeção axial do comprimento de uma volta

completa de um dos fios da coroa considerada. c) Medida do Passo de Encordoamento (P): é obtida de um método prático e

matematicamente, é definida pela expressão: 10d<P<16d, onde: P – medida de passo de enrolamento d – diâmetro do cabo

A medida P é obtida em laboratório, uma amostra de condutor, sendo necessária para a determinação da mesma, a observância da formatação padronizada a amostra do cabo em teste. lV – CONDUTORES DE ALUMÍNIO Os condutores de alumínio são fabricados em dois tipos básicos:

1) Cabo alumínio, CA, pela nomenclatura brasileira ou ACSR pela nomenclatura americana.

2) Cabo alumínio, CAA, pela nomenclatura brasileira ou ACSR, pela nomenclatura americana. Neste tipo de cabo, utiliza-se do alumínio, sendo-lhe conferida resistência mecânica através da alma de aço. Devendo esta alma de aço ser previamente galvanizada para evitar o par galvânico do alumínio com o ferro.

OBS: os condutores de alumínio (CA ou CAA) são padronizados também por seções (ou bitolas) em 50 mm2. V – CONDUTORES ISOLADOS – Fig. 2 Estes condutores ainda são na grande maioria, fabricados em cobre eletrolítico, pela necessidade de bitolas maiores do que em cobre, para a mesma capacidade de corrente. Mas o uso do alumínio isolado vem crescendo gradativamente, devido a problemas econômicos. 1 – O Isolamento Material utilizado: - plástico (baixa tensão) - borracha - composto sintéticos - papel impregnado em óleo isolante 2 – Características do Isolante A espessura da camada isolante vai depender de fatores como: - propriedades térmicas e dielétricas do isolante - tensão máxima admissível para o isolante Tipo de instalação na qual será utilizado o condutor

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3 – Estanhamento de Condutores Ocorre quando o condutor é de cobre e o isolamento da borracha, pois o óxido de cobre ataca quimicamente a borracha. 4 – Classe de Tensão Os condutores elétricos passam a ter uma classificação quanto a tensão de isolamento, de acordo com o tipo de instalação em que os mesmos serão utilizados determinando assim o tipo de material isolante a ser empregado. Portanto, quanto à tensão de isolamento, os cabos elétricos podem ser classificados como:

A) Para Baixa Tensão – até 1,0 KV B) Para Média Tensão – até 1,8 KV a 35KV C) Para Alta Tensão – acima de 69 KV

5 – Cabos de energia São feitos em cobre recozido e usados em transmissão e distribuição de energia elétrica subterrânea. NOTA: em alguns casos o isolante destes cabos, é o papel impregnado em óleo isolante, como no cabo óleo Fluido (Cabo O.F.). Partes Principais: - Fig. 3 - fitas grafitadas - capa externa (camisa ou capa de chumbo): esta capa oferece proteção contra umidade e choques mecânicos. No caso do cabo O.F. ela tem ainda a função de retenção do óleo. - blindagem eletrostática: são fitas metálicas (cobre), cuja função é distribuir melhor o campo eletrostático no interior do condutor, permitindo assim, aumento na capacidade de corrente do cabo e diminuição do isolamento do mesmo. - cordoalha: conjunto de condutores entrelaçados que apresentam grande flexibilidade. Vl – FIO COPPERWELD Neste tipo de condutor, procura-se aliar a boa condutividade de cobre e sua durabilidade, à elevada resistência mecânica do aço. Sendo assim, a resistência e o módulo de elasticidade deste condutor ficam sensivelmente mais elevados que o cobre eletrolítico, o que em certos casos é vantajoso, por exemplo, nas hastes de aterramento. (Fig. 4) Vll – Todos os itens desta aula serão demonstrados pelo professor em laboratório, com o auxílio de amostras e/ou equipamentos, devendo o aluno fazer anotações de outras informações apresentadas no decorrer da aula.

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Vlll – FIGURAS

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QUADRO DE ANOTAÇÕES

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AULA PRÁTICA Nº 2 ASSUNTO: Estudo da Variação da Resistência Ôhmica de um Material Condutor com a Temperatura. OBJETIVO: Comprovar para o aluno, através de medições, a variação da resistência Ôhmica de um material condutor sujeito à variação de temperatura. l – RESUMO TEÓRICO Os condutores, quando sujeitos a elevação de temperatura, apresentam aumentos sensíveis em seus valores ôhmicos de resistência, se comparadas aos valores normalmente tabelados, provocando significativas diferenças nos valores de corrente dos circuitos. Este estudo é muito importante no campo da eletricidade, pois as temperaturas das máquinas elétricas, quando em serviço, são mais elevadas que as do ambiente. Esta variação de temperatura ser determinada através de medições de resistência tais aumentos de resistência acarretam aumentos de perda jaulica nos circuitos em geral. Na figura a seguir, podemos ver graficamente a variação de R(Ω) x T(°C).

Gráfico da variação de R(Ω) x T(°C)

Onde T0 é a temperatura na qual o condutor atingiria uma resistência ôhmica igual a zero. Este, no entanto, é um valor teórico, que na prática é obtido pela extrapolação da curva R(Ω) x T(Cº). Para determinação da temperatura T0, basta que sejam encontrados dois pontos desta reta: Ti – Temperatura ambiente, medida no termômetro. Tf – Temperatura final, a ser calculada. Ri – Resistência inicial do condutor à temperatura Ti, medida com ôhmimetro. Rf – Resistência final obtida pelo quociente entre V e l medidos no circuito. Assim, podemos traçar uma curva média e observar como a resistência de um material condutor varia com a temperatura.

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ll – PRÁTICA Fazer a montagem do circuito da Fig. 1, usando os aparelhos e equipamentos abaixo relacionados: - 1 Varivolt (220 / 0-240V) - 1 Ôhmimetro - 1 Amperímetro C.A (0,6 – 6,0 A) - 1 Voltímetro C.A (60-600 V) - 1 Wattímetro C.A (1-5A / 12-240 V) - 1 Lâmpada (150 W – 130 V) - 1 Lâmpada (150 W – 220 V) - 1 Lâmpada (60 W – 220 V)

Figura 1

OBS: pode-se usar ou não o Wattímetro Rf – Resistência do condutor à temperatura Tf, e pode ser determinada através de: Rf = Leitura de Vf Leitura de If Tf –Temperatura final do condutor Tf = RF-RI + TI

RI α Sendo que, para grandes variações de temperatura, devemos fazer uma correção do coeficiente de temperatura da resistência (α), que a 24ºC vale 4,4 x 10-3 para tungstênio e à temperatura Tf , vale: αf = . 1 . . 1 . + (Tf – Ti) α1 Achar o valor de To, (específico para cada material condutor), passamos a determinar as temperaturas intermediárias por meio da fórmula: Tf = Rf/Ri . (To+Ti) – To Nota: Para o Tungstênio, To = -207ºC

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III – PROCEDIMENTO 1 – Com o circuito desligado medir: V, I, temperatura ambiente e a resistência do filamento de cada lâmpada. 2 – Os valores obtidos no item 1 deverão ser registrados nas primeiras linhas dos quadros de cada lâmpada. 3 – Com o circuito ligado, variando os valores de V, conforme o quadro abaixo, obter os valores das colunas de I para cada lâmpada. 4 – Desligar o circuito e preencher as colunas de R pelo cálculo do quociente V/I. 5 – Completar o quadro de leituras calculando os valores de Tf, lembrando que cada Tf calculado passa a ser o Ti para o cálculo seguinte. 6 – Traçar os gráficos R x T (usando escala adequada) para as três lâmpadas nas folhas milimetradas em anexo. 7 – Relatar as conclusões sobre o estudo feito acima, no “quadro de conclusões”. IV – QUADROS Os quadros de “leitura” e de “conclusões”, e os gráficos deverão ser feitos em aula, sob orientação do professor.

QUADRO DE LEITURAS

Lâmpadas V (V)

Medido I (A)

Medido R (Ω)

Calculado Tf (°C)

Calculado 0

50 100 150 200

60W

220V 220

0 50

100 150 200

150W

220V 220

0 50 75

100

150W

130V 130

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QUADRO DE CONCLUSÕES

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AULA PRÁTICA Nº 3 ASSUNTO: Conexões Elétricas OBJETIVO: Dar ao aluno conhecimentos sobre as conexões elétricas, suas características, suas aplicações e qualidade. I – DEFINIÇÃO Uma conexão elétrica é unir dois condutores de modo a permitir a circulação da corrente, de um para outro condutor com o mínimo de perdas possíveis. II – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS LIGAS USADAS NAS CONEXÕES ELÉTRICAS As ligas usadas numa conexão devem apresentar: - resistência mecânica adequada - condutibilidade elétrica elevada - resistência contra intempéries, especialmente à corrosão causada por atmosferas de cidades industriais. - resistência contra o Season Cracking (trincas provocadas por oscilações de temperatura), que ocorrem em ligas de cobre com teor de zinco superiro a 7%, sendo este o motivo da proibição, por algumas normas, da utilização do latão (cobre + zinco) em conectores elétricos. III – CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA SE EFETUAR UMA CONEXÃO VISANDO À QUALIDADE ELÉTRICA DO CONTATO 1 – Limpeza Supercifial Esta limpeza é necessária, pois sempre está presente uma película de óxido nas superfícies dos condutores, principalmente no alumínio. Esta película causa alta resistência de contato entre os condutores e entre o conector e cada condutor. Então, para assegurar uniões elétricas de baixa resistência, a película de óxido deve ser eliminada com uma escovação cuidadosa. 2 – Pastas Antióxido Devem ser usadas para evitar a formação da nova película de óxido superficial durante a vida útil da conexão. É constituída por partículas de zinco de tamanho cuidadosamente controlado, suspensas em meio viscoso ( graxa). Quando aplicada na área de conexão, ela rompe a delgada película de óxido que se forma após a escovação. Sob pressão mecânica de instalação da conexão, a pasta antióxido forma um grande número de pontos condutores de corrente, através da presença do zinco, permitindo uma distribuição mais uniforme da corrente na região da conexão. A pasta antióxido cumpre outra função, que é a de selar (ou calafetar) a conexão, ou seja: impede que o ar e a umidade atinjam as superfícies de contato. Este aspecto, no caso das conexões bimetálicas, é muito importante, pois a pasta antióxido, ao repelir a umidade, está eliminando o eletrólito de uma corrosão galvânica

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que seguramente ocorreria, causando com isso redução da seção útil do condutor de alumínio. Portanto, um condutor de alumínio não deve ficar em contato direto com o condutor de cobre. 3 – Posição dos Condutores Em conexões ao ar livre, para conexões aparafusadas (Split-bolt), o condutor de alumínio deve ficar sempre por cima do condutor de cobre, para evitar que os produtos de corrosão ou oxidação do cobre sejam transportados, pelas chuvas, para o condutor de alumínio, atacando-p quimicamente. Tais conectores são fabricados em três tipos básicos: em bronze (para emendas cobre-cobre), em bronze estanhado (para emendas cobre-alumínio). Neste último, a posição dos condutores foi descrita acima. IV – TIPOS DE CONEXÕES 1 – Conexão por fusão Este tipo de conexão compreende: - solda branca (chumbo e estanho) - solda amarela (cobre ou liga de cobre) - Emenda Thermoweld (Fig. 1) 2 – Conexão por aperto - aparafusados [conector Split-bolt ou parafuso fendido, (Fig. 2 e 3), paralelo unidimensional (Fig. 4) etc.]. - deformação (luva de emenda, Ampact, etc.) 3 – Cada tipo de conexão citada será estudado em laboratório com o auxílio do professor, de amostras e catálogos de diversos fabricantes, devendo o aluno, anotar as características principais de cada tipo, no quadro de anotações que apresentamos no último item deste roteiro. V – VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE 1 – Controle Elétrico: testes de aquecimento. Ou seja, o aluno deverá realizar em amostras de conexões os seguintes testes: T conector < T cabo T conector – T ambiente < ou = 30º Se a amostra passar nos dois testes acima, podemos afirmar que a condutividade da liga usada estava adequada, e que a conexão foi efetuada corretamente no que se refere ao preparo (limpeza etc.) dos condutores a serem unidos. 2 – Controle Mecânico No controle de qualidade mecânico, são realizados os seguintes testes, de acordo com o tipo de conexão: - conexão por fusão (Soldas e Emendas Thermoweld) faz-se o teste com raios-X ou pelo processo de gamagrafia a ser discutido em laboratório, conexão por aperto (Aparafusadas) teste com torquímetro, a ser realizado em laboratório pelos alunos em um conector Split-bolt, em bronze estanhado com separador (para conexão bimetálica), deformação, aplicam-se testes de tração em amostras de conexões obtidas com luva de emenda para cabos de alumínio.

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Com estes testes verificamos: as qualidades mecânicas dos materiais usados nas conexões e se os apertos que as conexões sofrerem foram corretos, no sentido de cada tipo responda mecanicamente bem ao esforço de tração requerido. VI – QUADRO COMPARATIVO PARA OS DIVERSOS TIPOS DE CONEXÕES Neste quadro, o aluno deverá preencher as colunas de: vantagens e desvantagens apresentadas por cada tipo de conexão.

QUADRO COMPARATIVO

TIPOS VANTAGEM DESVANTAGEM

Emenda Thermoweld

Aparafusada

Deformação

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VII - FIGURAS

FIGURA 1: Conector aparafusado (Parafuso Fendido) para conexão bimetálica.

FIGURA 2: Conector aparafusado (Parafuso Fendido)

FIGURA 3: Conector aparafusado (Paralelo Universal)

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FIGURA -4 Emenda Termoweld

5- Conexão Terminada

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AULA PRÁTICA Nº 4

ASSUNTO: Dispositivos de Proteção OBJETIVO: Dar ao aluno conhecimento sobre alguns dispositivos de proteção para sobrecorrentes, suas características construtivas, suas aplicações e suas especificações. I – INTRODUÇÃO Os dispositivos de proteção são propositadamente colocados no circuito, para interrompê-lo sob condições anormais. Condições estas que, se não fossem evitadas, fariam circular uma corrente muito elevada, aumentando a temperatura dos condutores e equipamentos, levando-os até mesmo à queima, caso não houvesse um desligamento rápido de seguro. Assim, cabe aos dispositivos de proteção uma missão importantíssima, sobretudo se levarmos em conta o elevado capital empatado na instalação elétrica, e o uso generalizado que se faz energia elétrica, tanto no setor industrial como no doméstico, cujos usuários são pessoas de pouco conhecimento de eletricidade, estando assim sujeitos a acidentes. II – OS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO EM BAIXA TENSÃO Os dispositivos de proteção vão atuar para sobrecorrentes que podem ser: o curto-circuito e a sobrecarga. Uma sobrecorrente atinge seu valor máximo quando de um curto-circuito. Os dispositivos para estes dois fenômenos, os fusíveis de ação rápida ou retardada, os dispositivos térmico bi-metálicos e os dispositivos eletromagnéticos. Temos ainda os disjuntores termomagnéticos de caixa moldada (Quick-lag), que atuam para os dois fenômenos acima citados. Ou seja, oferecem proteção para curto-circuito através da sua parte magnética, e para sobrecarga através de sua parte térmica. Entre os dispositivos de proteção para sobrecargas em baixa tensão, os que serão no curso de Materiais Elétricos são: Fusíveis, Disjuntores (Quick-lag), chave Matheus (alta tensão).

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III – FUSÍVEIS 1 – Cartucho Os fusíveis tipo Cartucho são fabricados desde poucos ampéres até dezenas de ampéres. Tem, como elementos fusíveis, cobre ou liga de cobre. O invólucro de vidro ou papelão destina-se à instalação do elo fusível, sendo este impregnado com verniz nos tipos de melhor qualidade. Estes fusíveis não são muito eficientes pela sua própria construção e também porque as suas bases de montagem não são calibradas para cada valor de corrente, permitindo substituição indevida, ficando assim, prejudicadas as condições de segurança da instalação. Hoje, já existem fusíveis tipo cartucho, tão sofisticados que suprem todas estas deficiências.

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2 – Diazed (ou de encaixe calibrado) São compostos por um copo de porcelana cilíndrico fechado nas extremidades por duas peças metálicas, nas quais é fixado o elo de fusão. Este elo de fusão é, normalmente, de cobre, podendo, entretanto, ser coberto por outro metal, por exemplo, o zinco, se as características de desligamento assim o exigiram. Envolvendo o elo de fusão, é colocado o elemento extintor, que é a areia. Esta preenche totalmente o espaço livre entre o elo e o corpo externo. Estes fusíveis são invioláveis e calibrados em uma de suas extremidades, de acordo com o seu valor de corrente nominal. Suas partes componentes são: - base - parafuso de ajuste - fusível propriamente dito - tampa - espoleta de aviso Deve ser ressaltada a função do parafuso de ajuste que evita a troca indevida de um fusível de menor por outro de maior capacidade de corrente, mantendo, por isso, as condições de segurança de instalação.

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3 – Fusíveis NH Estes fusíveis destinam-se principalmente à proteção dos sistemas industriais. Suas características construtivas são semelhantes à do Diazed. Um elo de fusão, de cobre em forma de lâmina, vazada para reduzir a seção condutora em locais pré-determinados, é envolto também em areia, e seu corpo é de porcelana. Sua forma externa é retangular. Suas extremidades são fechadas com peças metálicas de cobre prateado, dotado de facas, que vão fazer o encaixe na base da instalação.

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IV – DISJUNTORES TERMOMAGNÉTICO DE CAIXA MOLDADA (QUICK-LAG) Este disjuntor substitui, com vantagens, fusíveis e chaves-faca, em instalações residênciais, sendo ainda de menores dimensões. É composta de duas partes a atuação: a parte térmica e a parte magnética. É fabricado com baquelite ou outro material semelhante. Como já foi dito acima, atua para curtos e para sobrecargas. A parte térmica tem como princípio de funcionamento a dilatação diferente das duas lâminas que compõe o bimetal, e a parte magnética tem como princípio o deslocamento causado por força magnética.

V – CHAVE MATHEUS OU CHAVE SECCIONADORA FUSÍVEL Esta chave executa a função de abertura dos circuitos, tanto para curtos quanto para sobrecargas, através da queima e conseqüente rompimento do fusível. É composto de um corpo de baquelite, que tem nas suas extremidades, dois elementos metálicos, onde um é de encaixe do fusível, e o outro o inferior, tem uma articulação associada ao próprio fusível. É montado verticalmente ou em ângulos acentuadamente verticais. O fusível gira em torno de seu apoio inferior quando, na queima, por ser a fixação mecânica, efetuada neste elemento. Com a queima do fusível, o cartucho fica livre para girar abrindo assim o circuito, interrompendo a circulação da corrente.

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VI – Todos os dispositivos relacionados neste roteiro terão suas características construtivas discutidas em laboratório, com os equipamentos em mãos. VII – QUADRO DE ANOTAÇÕES Neste quadro, o aluno deverá anotar as informações complementares , fornecidas durante a aula pelo professor. Deverá ainda, com o auxílio do mesmo, fazer em laboratório, no referido quadro, uma análise de qualidade dos dispositivos estudados, tendo como base, o fator “segurança”, com relação aos materiais usados na fabricação deles. (triângulo de fogo)

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QUADRO DE ANOTAÇÕES

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AULA PRÁTICA Nº 5 ASSUNTO: Estudo da Variação da Resistência Ôhmica de um material semicondutor. OBJETIVO: Verificação da correlação entre a condutividade e a variação da temperatura dos semicondutores. I – RESUMO TEÓRICO Os materiais semicondutores apresentam como característica, uma variação negativa e exponencial do coeficiente de temperatura em relação à resistência. Esta propriedade pode causar transtornos na maioria dos usos destes materiais, mas pode-se também aproveitar esta característica peculiar para outras aplicações, como na termometria, sensores térmicos, dispositivos de controle, etc. Estes elementos assim aplicados são chamados termistores ou N.T.C (NEGATIVE TEMPERATURE COEFICENT). Uma diferença fundamental entre um metal e um semicondutor é que o primeiro, é unipolar. Isto é, conduz corrente por meio de cargas (elétrons) de somente um sinal, enquanto um semicondutor é bipolar (contém dois portadores, elétrons e lacunas). O aumento de temperatura de um metal provoca maior movimento térmico de íons e, portanto, diminui o caminho livre dos elétrons, resultando na diminuição de mobilidade dos mesmos e consequentemente da condutividade. Já nos semicondutores este aumento provoca uma maior concentração dos portadores. Isto é, a densidade de pares elétrons-lacunas aumentará, segundo a curva abaixo, pois: σ = ( η . M . η + ρ . M . ρ) q η = nº de elétrons M = mobilidade ρ = nº de lacunas σ = condutividade

Curva Característica RxT de um Termistor

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II – MONTAGEM 1 – Material Termistor, cuba com água, ôhmimetro, fonte de aquecimento (ebulidor), termômetro e voltímetro e varivolt. 2 – Procedimento - Ligar o termistor no ôhmimetro - Mergulhar o termômetro e o termistor na cuba com água - Ligar o ebulidor na saída do varivolt, em 50-60 V - Preencher a tabela abaixo com valores lidos no ôhmímetro e no termômetro - Usar um voltímetro na saída do varivolt, para controlar o valor de tensão - Traçar gráfico com os valores da tabela, em papel milimetrado comprovando assim o comportamento da RxT para os materiais semicondutores. 3 – Tabela T ( ºC ) R ( Ω ) 25 30 35 40 45 50 55 60 4 – Gráfico

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AULA PRÁTICA Nº 6

ASSUNTO: Dielétricos Sólidos OBJETIVO: Determinação dos Índices de Polarização e Absorção para Avaliação do Estado de um Isolante. I – INTRODUÇÃO Podemos considerar o isolante, na prática, formado de pequenos capacitores, ligados em paralelo com resistores elementares, estamos nos referindo ao circuito equivalente de um dielétrico, como sendo:

Circuito Equivalente de um Dielétrico

C = capacitância equivalente R = resistência equivalente Ic = corrente de capacitância O estado de um isolante depende das condições de uso do mesmo, sendo que a tendência de qualquer material isolante é diminuir, com o tempo, o valor da resistência de isolamento. II – A resistência de isolamento é medida num instrumento de C.C., de leitura direta, chamado Megômetro, podendo ser manual, motorizado ou com acumuladores. Constam basicamente de um gerador de tensão e de um circuito medidor. Apresentam, além dos terminais de linha e terra, o terminal de guarda, cuja função é eliminar a corrente de fuga superficial, indesejável na medição da resistência de isolamento.

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III – ÍNDICE DE POLARIZAÇÃO (Ip) E ÍNDICE DE ABSORÇÃO (Ia) Uma das maneiras usadas, para avaliar o estado de um isolante é a determinação dos índices de Absorção e Polarização, que são definidos como: Ip = L 10 / L 1,0 e Ia = L 1,0 / L 0,5 Onde: L 10 = leitura do Megômetro em 10 minutos L 1,0 = leitura do Megômetro em 1,0 minutos L 0,5 = leitura do Megômetro em 0,5,minutos IV – CUIDADOS NA MEDIÇÃO Ao fazer as medições das resistências de isolamento, o aluno deverá observar os seguintes cuidados: 1 – escolha correta do aparelho as ser usado com relação ao nível de tensão que o mesmo oferece; 2 – escolha da escala adequada, visando a leitura com maior precisão; 3 – zerar o aparelho para cada medição a ser efetuada; 4 – uso do terminal de guarda. V- PRÁTICA 1 – Procedimento 1.1 – O aluno deverá escolher, no laboratório, o dielétrico a ser usado no teste. 1.2 – Com o Megômetro e observando os cuidados do item IV deste roteiro, deverá

proceder as medições da resistência de isolamento nos tempos: 0,5 - 1,0 - 10 minutos.

1.3 – Para cada amostra testada deverão ser efetuados três ensaios nos tempos no item 1.2.

1.4 – Determinar, através dos valores obtidos no Megômetro, os índices de Absorção e Polarização, segundo orientação do item III deste roteiro.

1.5 – Preencher as colunas das leituras no quadro do item VII. 1.6 – De posse dos valores obtidos para Ip e Ia, compará-los com os valores da tabela

do item Vi, para enquadrar cada amostra numa das condições apresentadas na mesma.

VI – TABELA DE CONDIÇÕES CONDIÇÕES Ia Ip Perigosa - 1 Pobre 1,1 1,5 Discutível 1,1 a 1,25 1,5 a 2,0 Razoável 1,25 a 1,40 2,0 a 3,0 Bom 1,40 a 1,60 3,0 a 4,0 Excelente 5,0 4,0

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VII – QUADRO DE LEITURAS ENSAIO

L 0,5 L 1,0 L 10 IA IP CONDIÇÃO

Ensaio I

Ensaio II

Ensaio III

VIII – QUADRO – RELATÓRIO No quadro abaixo, baseado no quadro de leituras (item VII), o aluno deverá relatar as conclusões obtidas com a determinação de Ia e Ip para a amostra testada, devendo, ainda, registrar alguma anomalia ocorrida nas medidas realizadas, explicando a razão das mesmas. QUADRO DE CONCLUSÕES

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AULA PRÁTICA Nº 7

ASSUNTO: Isolantes Líquidos – (Óleo Isolante) OBJETIVO: Dar conhecimento aos alunos sobre o uso, características principais e ensaios normalmente efetuados nos óleos isolantes. I – CARACTERÍSTICAS DO ÓLEO ISOLANTE Os óleos são empregados como isolantes em diversas formas. O óleo pode constituir o isolamento ele mesmo, isolando partes condutores de transformadores e chaves por imersão, ou impregnar substâncias fibrosas como madeiras, papel, algodão, etc. Quimicamente os óleos isolantes são hidrocarbonetos, tendo com fórmula geral CnH2n+2 e CnH2n. Dentre as características do óleo que devem ser consideradas para sua aplicação, destacamos as seguintes: - tendência à formação da lama, perdas por evaporação, ponto de fulgor, viscosidade a diferentes temperaturas, densidade, coeficiente de expansão, ponto de solidificação, absorção de umidade, rigidez dielétrica, resistividade, condutividade térmica, calor específico. Uma das principais vantagens do óleo é sua auto-regeneração após uma descarga elétrica ou ruptura. Esta propriedade não é, entretanto independente da energia da descarga. Uma energia excessiva pode sobre-aquecer o óleo e causar explosões e fogo. Apresenta por outro lado a desvantagem de ser inflamável e as descargas elétricas podem provocar reações químicas, liberando gases combustíveis. Transcrevemos abaixo, uma tabela de características especificadas pela ASTM (D-1040) para óleos minerais isolantes. PROPRIEDADES VALOR ESPECÍFICO MÉTODO ASTM Rigidez Dielétrica, kV Mínimo 26 D 877 Valor de Neutralização, mg de KOH por g de óleo

Máximo 0,05 D 974 ou D 664

Viscosidade, Saybolt Universal a 37,8ºC

Máximo 65 D 88

Ponto de Solidificação, ºC

Máximo -40 D 97

Ponto de Fulgor, º C Mínimo 130 D 92 II – ENSAIO DE RIGIDEZ DIELÉTRICA 1 – Rigidez Dielétrica A rigidez dielétrica de um material ou gradiente de tensão de ruptura é a máxima tensão que um dielétrico pode suportar, por unidade de espessura, em um campo elétrico uniforme. A unidade de medida é kV por cm, mm ou polegada. O formato do corpo de prova afeta os valores encontrados devendo ser definido, bem como as condições ambientais e característica da tensão aplicada e sua aplicação.

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2 – Análise dos Resultados Usaremos a tabela abaixo, que é constituída de valores mais exigentes, que pelo padrão ASTM que normaliza o teste. Assim temos: R.D. em (kV/cm) ANÁLISE DO ÓLEO RD > ou = 25 Óleo bom – Conservar 20 < ou = RD < 25 Óleo usado – Filtrar RD < 20 Óleo ruim - Trocar III – ENSAIO DE ACIDEZ O óleo em serviço pode formar uma lama que é principalmente um produto da oxidação. Sua formação é acelerada pela temperatura e pelo contato com o ar. Algumas vezes o tipo de verniz ou isolamento usados em uma bobina acelera a formação da lama. Ácidos orgânicos são também formados no óleo promovendo a formação de lama e atacando isolantes fibrosos. Não há correlação entre a quantidade de ácido formada e a quantidade de lama. A formação de lama dificulta a condução de calor, entope as tubulações e provoca um aumento na temperatura de operação, que por sua vez acentua a formação de lama. 2 – Informação sobre o Ensaio de Acidez O ensaio de acidez permite determinar de forma mais precisa o estado do óleo, embora o método calorimétrico não seja muito preciso. Consiste o método calorimétrico em colocar-se em Erlemeyer uma quantidade de solvente orgânico, uma quantidade de KOH e fenolftaleina até se obter uma coloração rosa-avermelhada. Coloca-se então uma quantidade determinada de óleo que, estando ácido, irá descorar a solução avermelhada. Adiciona-se novamente KOH até obtermos a tonalidade da cor avermelhada anterior. A quantidade de KOH colocada dará o nº de neutralização, em função da qual se tem o estado do óleo. Quando o óleo está muito ácido, deve-se inclusive examinar o estado do transformador, cujo isolamento sólido pode ter sido avariado.

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IV – QUADRO DE ANOTAÇÕES O aluno deverá fazer anotações complementares, fornecidas pelo professor no decorrer da aula. QUADRO DE ANOTAÇÕES

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AULA PRÁTICA Nº 8 ASSUNTO: Determinação da Rigidez Dielétrica de Óleos Isolantes OBJETIVO: Fixar o modo de proceder-se à determinação da rigidez dielétrica de líquidos isolantes. REFERÊNCIA: NBR 6869 – ABNT/IBP I – CAMPO DE APLICAÇÃO Aplicável a óleos derivados do petróleo, hidrocarbonetos e outros produtos comumente usados como um meio isolante e de resfriamento em cabos, transformadores, disjuntores e equipamentos similares. II – O ENSAIO Uma amostra do líquido a ensaiar é submetido a uma corrente elétrica, determinando-se a rigidez dielétrica que é o quociente entra a tensão em que há a descarga da corrente entre os dois eletrodos através da amostra. A rigidez dielétrica de um líquido isolante é importante para medir sua capacidade de resistir, sem falhas, a tensões elétricas. É também utilizada para indicar a presença de agentes contaminantes, tais como água, detritos ou partículas condutoras no líquido que podem estar presentes, quando são encontrados baixos valores de rigidez dielétrica. Entretanto, uma rigidez dielétrica elevada não indica a ausência de todos os contaminantes. III – APARELHAGEM Testador de Rigidez Dielétrica para Óleos Isolantes. IV- PROCEDIMENTO 1 – Preparação da Aparelhagem 1.1 – ajuste e cuidados com os eletrodos e cuba; 1.2 – afastamento dos eletrodos. Deverá ser, durante os ensaios, de 2,54 mm (0,1 polegadas). O afastamento deverá ser verificado após qualquer operação do polimento, secagem ou limpeza em que a cuba é desmontada ou os eletrodos são movimentados, ao início de cada dia de trabalho.

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2 – Limpeza Os eletrodos e a cuba deverão ser limpos com papel tecido absorvente ou camurça, limpos e secos. É importante não tocar (com os dedos) os eletrodos ou calibres, uma vez limpos. Após ajustar o afastamento dos eletrodos, a cuba deverá ser lavada com um solvente anidro tal como; querosene ou nafta. 3 – Preparação de Amostra Obtenha uma amostra do líquido a ser ensaiado com um saca-amostras aplicável ao tipo de líquido, conforme especificado no método de amostragem para líquidos isolantes. Guarde a amostra em um frasco limpo e seco que possa ser hermeticamente fechado e proteja da luz até ser ensaiado. 4 – Aplicação da Tensão Aplique e aumente a tensão a partir de zero, à razão de 3 kV/seg mais ou menos 20% até que ocorra a descarga através do intervalo entre os eletrodos, indicada pelo funcionamento do disjuntor; registre o valor alcançado. Não considere descargas ocasionais momentâneas que não resultam no funcionamento do disjuntor. 5 – Ensaios de Rotina Para determinar rotineiramente a rigidez dielétrica de um líquido, faça cinco ensaios em um enchimento da cuba com um minuto de intervalo entre cada ensaio. Considere como rigidez dielétrica da amostra a média das cinco determinações. V – TABELA DE VALORES MEDIDOS Na tabela abaixo, o aluno deverá anotar as medidas obtidas durante o teste, para posterior análise. ENSAIOS RIGIDEZ DIELÉTRICA (kV/cm) 1º ensaio 2º ensaio 3º ensaio 4º ensaio 5º ensaio Média

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VI – CLASSIFICAÇÃO PARA ÓLEO ISOLANTE CLASSIFICAÇÃO TENSÃO DE RUPTURA Excelente Maior que 30 kV Muito Bom Até 30 kV Bom Até 25 kV Satisfatório Acima de 22 kV Duvidoso Entre 20 e 22 kV Ruim Menor que 20 kV VII – QUADRO DE ANOTAÇÕES Neste quadro, o aluno deverá anotar, pelo resultado obtido (a média das médias), se a amostra passa ou não no teste. Deve, ainda, registrar outras ocorrências fora das previstas, com relação aos valores encontrados, explicando-as. QUADRO DE CONCLUSÕES

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AULA PRÁTICA Nº 9 ASSUNTO: Projetos e Dispositivos de Controle de Iluminação Pública OBJETIVO: Dar conhecimento ao aluno sobre tais dispositivos, suas aplicações nos projetos de iluminação. REFERÊNCIA: MOREIRA, Vinícius de A. Iluminação e Fotometria: teoria e aplicação. 2 ed. São Paulo, Edgard Blusher, 1982. I – CONDIÇÕES DE UMA “BOA ILUMINAÇÃO PÚBLICA” A iluminação diurna provida da luz difusa de um céu envoado visto ser a fonte contínua e estar situada a grande altura. No caso da iluminação artificial, as condições são diferentes, pois temos fontes de reduzidas dimensões situadas em baixas alturas. Uma uniformidade melhor de luminância é obtida levando-se em consideração:

a) a distribuição de luz realizada pelo aparelho de iluminação; b) a altura de montagem da fonte de luz; c) o espaçamento e a posição das fontes de luz; d) o estudo da superfície do pavimento.

II – INTRODUÇÃO Um projeto de iluminação pública deve obedecer ao seguinte programa:

a) Classificação e zoneamento das vias segundo sua importância (tráfego de veículos, trânsito de pedestres, importância comercial, etc.);

b) Fixação dos níveis de iluminação (ver item V); c) Seleção das lâmpadas e luminárias a serem utilizadas; d) Localização das luminárias; e) Cálculo de iluminação das vias públicas.

III – OBSERVAÇÕES

a) Classificação de vias públicas Classe A: são as vias rurais ou as estradas; Classe B: são as vias de ligação entre centros urbanos; Classe C: são as vias urbanas, caracterizadas pela existência de construções ao longo da via e a presença de tráfego motorizado ou de pedestres, em maior ou menor escala.

b) Fixação dos níveis de iluminação - depende da classificação das vias, sendo que cruzamentos, túneis, praças, locais principais das cidades e pontes terão estudos individuais. - quando se tratar de pisos mais claros, concreto, por exemplo, adotar sempre 2/3 dos valores tabelados, que são normalmente especificados para pisos de asfalto.

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IV – SELEÇÃO DAS LÂMPADAS A SEREM USADAS Nos projetos de iluminação pública, a seleção adequada do tipo de lâmpada a ser empregado assume um aspecto econômico importantíssimo, visto que as instalações funcionam aproximadamente 12h/d. Também é importante a cor da luz produzida, pois ela influenciará a paisagem noturna da cidade. A tabela do item V resume algumas das principais características das lâmpadas elétricas utilizadas em iluminação pública. V – TABELA COMPARATIVA PARA ALGUMAS LÂMPADAS USADAS EM ILUMINAÇÃO PÚBLICA (SELEÇÃO DAS LÂMPADAS) TIPOS DE LÂMPADAS / CARACTERÍSTICAS

INCANDESCENTE VAPOR DE MERCÚRIO DE IODETO METÁLICO (MULTIVAPORES)

VAPOR DE SÓDIO DE BAIXA PRESSÃO

Custo da lâmpada Baixo Muito elevado Muito elevado Custo da luminária Baixo Médio Elevado Resist. às contingências de uso

Boa Boa Regular

Cor da luz Branca amarel. Branca Amarelada Rep. das cores Muito boa Muito boa Precária Eficiência luminosa aproximada (lm/W)

15 a 20 70 a 100 140 a 185

Vida aproximada (horas)

1000 a 1500 6000 a 18000 10000 a 20000

Sensação de ofuscamento

Média Elevada Fraca

Obs.: Como exemplo, para iluminaria aberta, com superfície refletora em alumínio polido quimicamente, com aba lateral em acrílico, colocada numa altura mínima de 6,0 m, usa-se lâmpadas de vapor de mercúrio 80/125 W ou sódio de 50/70 W, com espaçamento de mais ou menos 30m em vias de 12 a 15 m de largura, em bairros residênciais com piso asfáltico. VI – SISTEMA DE CONTROLE PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA Consta de equipamentos que têm por finalidade ligar ou desligar circuitos de iluminação pública. O sistema comumente utilizado é o controle fotoelétrico, que é um dispositivo comandado por um elemento foto-sensível cuja finalidade é acionar um contato, todas as vezes que houver uma variação na iluminação natural, superior àquela para a qual foi calibrado. Com o advento das células foto-resistivas, esses dispositivos tornaram-se extremamente simples, compactos e econômicos, generalizando assim sua utilização. O dispositivo fotoelétrico deverá ser montado em local apropriado (de preferência na parte superior dos postes) com o elemento sensível voltado para o sul, de modo a evitar a incidência direta dos raios solares.

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CIRCUITO DE CONTROLE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COM RELÉ FOTOELÉTRICO)

R FOTORESISTOR C CONTATO M MOLA

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AULA PRÁTICA Nº 10 ASSUNTO: Ensaio de Galvanização OBJETIVO: Este método fixa o modo de se proceder aos ensaios em artigos de ferro ou aço galvanizados, com o fim de verificar as condições de aderência, de uniformidade, de continuidade e peso da camada de zinco. REFERÊNCIA: Normas da ABNT I – AMOSTRA 1 – Os ensaios são feitos em amostra representativa dos lotes ou partidas de material galvanizado e podem ser efetuados, que no material entregue, que no curso de execução de serviço, dependendo acordo entre o comprador e o vendedor. Em qualquer caso, o vendedor dará todas as facilidades e meios para a realização dos ensaios de acordo com o presente método. 2 – A quantidade de amostras a ensaiar, em cada caso, será fixada na especificação para o material em questão ou a determinada no pedido. 3 – Tratando-se de artigos de grandes dimensões, o ensaio pode ser executado em corpos de prova ou testemunhas que representem todas as fases da operação de galvanização. As testemunhas devem ser, de preferência, constituídas por pequenas peças de mesmo perfil que os artigos representados. II – INSPEÇÃO As amostras, antes de serem submetidas aos ensaios, deverão passar por uma inspeção visual, com o objetivo de eliminar previamente as peças portadoras de defeitos grosseiros na galvanização recebida. Estes defeitos podem ser: 1 – aspecto rugoso ou franjado; 2 – película sem brilho e/ou muito fina; 3 – áreas não galvanizadas ou com excesso de zinco; 4 – superfícies escamadas, etc. III – PROVAS DE ADERÊNCIA As amostras serão submetidas a uma das provas de aderência abaixo descritas, de acordo com a especificação para o material em questão ou com as determinações constantes do pedido. 1 – Fio ou arame galvanizado O fio é enrolado com velocidade uniforme à razão de 15 voltas por minuto, no máximo, em torno de um mandril com diâmetro igual a “n” vezes o diâmetro do fio em prova; o número “n” será o constante da especificação para o material ou do pedido. 2 – Folhas ou chapas galvanizadas

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As chapas são dobradas em ângulo de 180º sobre uma barra com espessura igual a “n” vezes a espessura da folha ou chapa em prova; o “n” será o constante da especificação para o material ou do pedido. IV – ENSAIO DE PREECE 1 – Recomendações As amostras devem estar isentas de cortes ou desgastes ou outros danos na camada de zinco. As amostras deverão estar perfeitas e completamente limpas com tetracloreto de carbono, gasolina ou benzol, a seguir com álcool e, finalmente, lavadas em água corrente, devendo ser enxutas com pano ou estopa. 2 – Procedimento Este ensaio é realizado usando-se uma solução de sulfato de cobre preparada de acordo com normas estabelecidas pela ABNT. Através de imersões de aproximadamente um minuto, determina-se a qualidade de espessura da galvanização. Segundo o MB-25, peças rosqueadas devem suportar quatro dimensões de 1 minuto cada na solução de sulfato de cobre, e as peças lisas devem suportar seis imersões nas mesmas condições. V – DETERMINAÇÃO DO PESO DA CAMADA DE GALVANIZAÇÃO Primeiro Método As amostras são pesadas com aproximação de 0,01g para fios ou arames, e de 1g para outros artigos. As amostras devem estar completa e perfeitamente limpas e enxutas para receber a galvanização, depois de galvanizadas, as peças são novamente pesadas com a mesma aproximação de antes, e a diferença entre os valores, em gramas, obtidos antes e depois da galvanização, dividida pela área de amostra, em metros quadrados, dará o peso de camada de zinco de galvanização por unidade de área, em g/m². Segundo Método Usam-se amostras galvanizadas complementares limpas e secas e que são pesadas com a mesma aproximação do método anterior, faz-se uma decapagem de galvanização e novamente são pesadas às amostras, já completamente secas. A diferença entre os pesos, dividida pela área da amostra dará o peso da camada de zinco por unidade de área, em g/m². VI – OBSERVAÇÕES O aluno deverá escolher uma das peças galvanizadas do laboratório e, observando o critério da “Inspeção”, item II deste roteiro, realizar um dos testes citados, recomenda-se o Teste de Preece, por ser este o que apresenta maior precisão em seus resultados e maior facilidade de execução em laboratório.

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VII – QUADRO – RELATÓRIO No quadro abaixo, o aluno deverá ao final do teste realizado, registrar os resultados obtidos, sob forma de relatório, devendo o professor orientá-lo cuidadosamente sobre a maneira correta de efetuar este tipo de trabalho. QUADRO – RELATÓRIO

VIII – OBSERVAÇÕES FINAIS 1 – A solução usada no teste de Preece deverá, ser feitas em grandes quantidades, ser guardada em geladeira, dentro de frascos de vidro ou plástico. 2 – Durante o teste, a solução deverá estar a uma temperatura de 18 a 22ºC. Se esta faixa de temperatura for inferior à temperatura ambiente (caso mais comum), usar gelo. 3 – Para o referido teste, recomenda-se a utilização de cubas de louça ou vidro. 4 – O professor ainda deverá esclarecer os alunos sobre a existência de outros testes de controle de qualidade de galvanização, como por exemplo, Hachuras, cruzadas e Caneta magnética.

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Agradecimentos Aos monitores: Roberta Lopes Bastos Hewerton Augusto Faria Crosara Luiz Fernando Guimarães Pereira Fernando Rodrigo de Paula