Apostila Modos Gregos - Aprenda Guitarra · Modos gregos estão ligados à sensações causadas no...

modos gregos

ssa apostila tem por objetivo apresentar conteúdo organizado Ee útil para o aprendizado musical. Não tem a função de substituir cursos, escolas, conservatórios, muito menos a figura importantíssima do profissional de ensino musical.

Entretanto, pode servir de base para o autodidata, ou mesmo para quem quer expandir conhecimentos musicais. Acreditamos que a música, por ser uma arte, deve ser de acesso universal, independente de credo, raça, cor, classe social.

Este material é gratuito. Conhecimento básico musical é um direito. Aprender música não deve se limitar aos mais abastados. A oportunidade de desenvolver a musicalidade deve chegar a todo e qualquer cidadão.

É nisso que acreditamos!

Obrigado.

E, se possível, nos ajude a espalhar conhecimento musical.

Equipe Aprenda Guitarra.

Início

Histórico

Modal x Tonal

Funcionalidade

Sensações

Pág.04

Pág.04

Pág.06

Pág.06

Pág.08

Capítulo 1 - Definições

Modo Jônio

Escalas Modo JônioPág.09

Pág.10

Capítulo 2 - Modo Jônio

Modo Lídio

Escalas Modo LídioPág.15

Pág.16

Capítulo 5 - Modo Lídio

Modo Dórico

Escalas Modo DóricoPág.11

Pág.12

Capítulo 3 - Modo Dórico

Modo Mixolídio

Escalas Modo MixolídioPág.17

Pág.18

Capítulo 6 - Modo Mixolídio

Modo Frígio

Escalas Modo FrígioPág.13

Pág.14

Capítulo 4 - Modo Frígio

Modo Eólio

Escalas Modo EólioPág.19

Pág.20

Capítulo 7 - Modo Eólio

Modo Lócrio

Escalas Modo LócrioPág.21

Pág.22

Capítulo 8 - Modo Lócrio

Índice

odos gregos é um dos assuntos mais requisitados, pesquisados, estudados, e, ao mesmo tempo, mais mal compreendidos sobre estudo musical. Isso acontece Mprincipalmente na internet, onde as informações nem sempre são apresentadas da

forma correta. Enquanto muita gente acha que os modos gregos representam a grande saída para esmerilhar a guitarra, o assunto, na verdade, caminha na contramão disso.

Modos gregos estão ligados à sensações causadas no ser humano, à experiência sonora. Não são simplesmente um amontoado de escalas para que as pessoas saiam cuspindo notas sem propósito algum. Nessa apostila vamos compreender o assunto, e estudar cada um dos modos, suas sensações, características, suas funções, etc.

Obervaçãos: pule esta parte teórica e se torne mais um a saber um monte de escala sem sentido algum ;)

Histórico

Modos gregos recebem esse nome exatamente por terem surgidos na Grécia antiga. Estudos apontam que a aplicação desse sistema de execução musical ocorre há aproximadamente 600 anos antes de Cristo. A denominação de cada um dos modos ocorre de acordo com a região que a escala era usada mais frequentemente.

Início

Capítulo 1

www.aprendaguitarra.mus.br | 04

jazzclass.aust.com

www.aprendaguitarra.mus.br| 05

Jônio: proveniente da região jônia (atualmente região da Turquia banhada pelo mar Egeu)

proveniente do povo dório (proveniente da região da Macedônica e Calcídia)

proveniente da região frígia (atualmente dentro da moderna Turquia)

proveniente da região lídia (atualmente dentro da moderna Turquia)

proveniente da região eólia (atualmente na Turquia banhada pelo mar Egeu)

Na idade média esses modos, por possuírem diferentes sonoridades e causarem diferentes sensações no ser humano, foram utilizados nas liturgias religiosas. Neste época surgiram mais dois modos.

resultado da mistura (mixo) das escalas dórica e lídia.

é o modo que completa a escala diatônica.

Dórico:

Frígio:

Lídio:

Eólio:

Mixolídio:

Lócrio:

Mapa - © 2000 Carlos Parada, Greek Mythology


Modal x Tonal

Antes de continuar, vamos a uma breve explicação de música tonal e música modal. Sem entrar em conceitos históricos, a diferença é a seguinte:

A música TONAL respeita uma tonalidade, ou seja tudo que acontece na canção tem como ‘âncora’ o tom original. Por exemplo, se o tom da música é G (sol maior) significa que a harmonia respeitará essa tonalidade, os acordes do campo harmônico maior terão funções específicas, a escala usada na melodia será a de Sol maior, etc. E, principalmente, haverá uma resolução harmônica, tendo o acorde G como ponto de resolução, de descanso – na maioria dos casos respeitando a cadência perfeita V7 -> I. Neste caso seria D7 – G.

A música MODAL não possui toda essas características descrita acima. Ela é desenvolvida sobre a escala, sobre o modo escolhido. A relação acorde x escala ganha uma outra dimensão. Não busca-se a resolução V7 – I (pelo contrário, evita-se) e a melodia não fica presa à tonalidade, mas dialoga essencialmente com o modo escolhido. Por exemplo: sobre o mesmo acorde de G (sol maior) poderá ser aplicado os modos Jônio, Lídio e Mixolído, cada uma com sua característica sonora. A música modal é uma estilo mais primitivo, porém, atualmente é muito utilizada em diversos estilos, como jazz, fusion, heavy metal, etc.

Funcionalidade

Os modos gregos derivam de uma única escala, atualmente chamada de escala diatônica, ou escala maior natural. Cada grau da escala (cada nota) irá gerar uma nova escala, porém, respeitando as notas originais. Ficou confuso né… veja os quadro abaixo.

Em outra palavras: Mantenho as mesmas notas, porém altero a tônica da minha escala. Ou então se preferir: Eu interpreto a escala a partir de tônicas diferentes. Ou seja. Do primeiro grau origina o modo Jônio, do segundo grau, o modo Dórico e assim por diante. Lembrando: Não se altera as notas originais!!

I II III IV V VI VII

Vamos ver como isso fica com notas (exemplo em C)

Confira os sete modos gregos e suas respectivas relações intervalares.

Nos casos acima, podemos dizer que Dó Jônio é o primeiro modo dele mesmo (!). D Dórico é o segundo modo da escala de C maior. E Frígio o terceiro modo da escala de C Maior e assim por diante.

Obviamente, se mudarmos o tom da escala maior, ou seja, do primeiro modo, consequentemente mudamos todos os outros. Confira uma exemplo em G (Sol maior).


C D E F G A B

C,D,E,F,G,A,B,C D,E,F,G,A,B,C,D E,F,G,A,B,C,D,E F,G,A,B,C,D,E,F G,A,B,C,D,E,F,G A,B,C,D,E,F,G,A B,C,D,E,F,G,A,B

JÔNIO

DÓRICO

FRÍGIO

LÍDIO

MIXOLÍDIO

EÓLIO

LÓCRIO

G A B C D E F #

G,A,B,C,D,E,F# A,B,C,D,E,F#,G B,C,D,E,F#,G,A C,D,E,F#,G,A,B D,E,F#,G,A,B,C E,F#,G,A,B,C,D F#,G,A,B,C,D,E

Sensações

Como já foi dito anteriormente, o grande lance dos modos gregos não é o shape, ou o desenho da escala, mas sim a sensação que cada modo produz. Por isso vamos ver o que cada modo entrega ao ouvido humano. É muito comum os músicos darem características aos modos, com sentimentos, cores, dias da semana, etc…

CADA MODO POSSUI UMA NOTA CARACTERÍSTICA, QUE AJUDA A ENTREGAR, REFORÇAR A SENSAÇÃO DE CADA MODO. NA PARTE PRÁTICA VAMOS VER CADA UMA DELAS.

Entenda que o local do braço onde as frase é executadas, o shape usado, ou qualquer outra execução técnica pode ficar em segundo plano, já que o importante é a sensação gerada por cada modo. Confira agora a tabela relativa aos intervalos constantes em cada um dos modos, o que será também revisto na parte prática desse assunto.


Modo Jônio

Capítulo 2

O Modo Jônio é o primeiro dos modos gregos. Sua principal característica é a estabilidade. Esse modo fica bem fácil de aprender, pois ele é exatamente a escala diatônica maior.

CARACTERÍSTICASEstável – Pacificador – Feliz – Alegre – Popular – Energético

Ex: C Jônio - MODO MAIOR

Nota característica: - Notas de tensão: 9ª e 13ª (II – VI)

CONTEXTO HARMÔNICOI7M – IIm7 – IIIm7 – IV7M – V7 – VIm7 – VIIIm7b5

Acordes com a nota característica em sua formação: IIm7 – IV7M – V (sem sétima) – VIIm7b5

Acordes de apoio: IIIm7 – Vim7Trítono: V7

Exemplo de progressão | I | IV | V |

4J (Quarta justa)

C D E G A B CFT T ST T T T ST

T 2 3 5J 6 7M4J


IMPORTANTE1 – Você conhece os desenhos da escala maior (se está neste apostila deveria!). Os modos gregos ‘acontecem’ sobre esta escala. Ou seja, basta você ter o conhecimento da escala maior, e interpretá-la a partir do modo em questão. Não

será necessário decorar um monte de outras escalas.

2 – Para que o modo soe da forma como deve, utilize sua nota característica. Não interessa o shape, a região do braço, o importante é você entregar essa sensação característica ao ouvido humano.

3 – Procure por backing tracks (na internet tem muitos) para que você desenvolva o fraseado

4 – Os desenhos das escalas na próxima página estão na tonalidade de C


Desenho 5

Desenho 1

Modo Jônio - 3 notas por corda

Desenho 2

Desenho 3

Desenho 4

Tônica Nota Característica

Modo Dórico

Capítulo 3

O Modo Dórico é o segundo dos modos gregos. Ele é o primeiro modo menor, e possui diversas características marcantes.

CARACTERÍSTICASIncerto – Pensativo – Latino – Movimento – Festivo – Dançante

Ex: C Dórico - MODO MENOR

Nota característica: - Notas de tensão: 9ª e 11ª (II – IV)

CONTEXTO HARMÔNICOIm7 – IIm7 – bIII7M – IV7 – Vm7 – VIIm7b5 – VIII7M

Acordes com a nota característica em sua formação: IIm7 – IV (sem sétima) – VIm7b5 – VIII7M

Acordes de apoio: bIII7M – Vm7 Trítono: Iv7

Exemplo de progressão | I | V | IV | V|

6ª (sexta)

C D Eb F G Bb C A






4 – Os desenhos das escalas na próxima página estão na tonalidade de C Dórico

T ST T T T ST T

T 2 3m 4J 5J 76


Desenho 4

Modo Dórico - 3 notas por corda

Desenho 1

Desenho 2

Desenho 3


Desenho 5

Modo Frígio

Capítulo 4

Esse é o terceiro dos modos Gregos. O modo Frígio se caracteriza pelo intervalo de segunda menor existente entre a tônica e a II nota da escala.

CARACTERÍSTICASExótico – Espanhol – Psicodélico – Intenso – Flamenco – Enigma

Ex: C Frígio - MODO MENOR

Nota característica: - Notas de tensão: 11ª e b13ª (IV – VI)

CONTEXTO HARMÔNICOIm7 – bII7M – bIII7 – IVm7 – Vm7b5 – bVI7M – bVIIIm7

Acordes com a nota característica em sua formação: bII7M – Vm7b5 – bVIIIm7 - bIII7

Acordes de apoio: IVm7 – bVI7MTrítono: bIII7 (a sétima nota do acorde será exatamente a nota característica do modo. Ao utilizá-la no acorde, forma-se o trítono)

Exemplo de progressão | I | IV | III | IV |

b2 (segunda menor)

C Eb F G Ab Bb C Db






4 – Os desenhos das escalas na próxima página estão na tonalidade de C Frígio

ST T T T ST T T

T 3m 4J 5J 6m 72m


Desenho 3

Modo Frígio 3 - notas por corda

Desenho 1

Desenho 2


Desenho 4

Desenho 5

Modo Lídio

Capítulo 5

Modo Lídio é o quarto dos modos gregos. Ele é muito usado em diversos estilo de música, como rock instrumental.

CARACTERÍSTICASMistério – Suspenso – Urgente – Urbano – Força – Inesperado

Ex: C Lídio - MODO MAIOR

Nota característica: - Notas de tensão: 9ª e 13ª (II – VI)

CONTEXTO HARMÔNICOI7M – II7 – IIIm7 – #IVm7b5 – V7M – VI7 – VIIIm7

Acordes com a nota característica em sua formação: II (sem a sétima) – #IV7m7b5 – V7M – VIIm7

Acordes de apoio: IIIm7 – Vim7Trítono: Ii7

Exemplo de progressão | I | II | III | II | I |

#4 (Quarta aumentada)

C D E G A B C F#






4 – Os desenhos das escalas na próxima página estão na tonalidade de C Frígio

T T T ST T T ST

T 2 3 5J 6 7M4#


Desenho 3

Modo Lídio - 3 notas por corda

Desenho 1

Desenho 2


Desenho 4

Desenho 5

Modo Mixolídio

Capítulo 6

O modo Mixolídio é o quinto modo grego. ele aparece mais tarde, e se origina da mistura dos modos Lídio e Dórico.

CARACTERÍSTICASBlues – Transiente – Baião – Jazz – Country – Regional

Ex: C Mixolídio - MODO MAIOR

Nota característica: - Notas de tensão: 9ª e 13ª (II – VI) 4ª -> nota de passagem

CONTEXTO HARMÔNICOI7 – IIm7 – IIIm7b5 – IV7M – Vm7 – VIm7 – bVIII7M

Acordes com a nota característica em sua formação: I7 – IIIm7b5 – Vm7 – bVII7M

Acordes de apoio: IIm7 – IV7M – Vim7Trítono: I7 (a sétima nesse caso, é que causa o trítono, e também a nota característica do modo, nesse caso especial no acorde com tônica da escala)

Exemplo de progressão | I | II | IV | I |

7 (sétima)






4 – Os desenhos das escalas na próxima página estão na tonalidade de C Mixolídio

T T ST T T ST T

T 2 3 4J 5J 6 7C D E F G A C Bb


Desenho 3

Modo Mixolídio - 3 notas por corda

Desenho 1

Desenho 2


Desenho 4

Desenho 5

Modo Eólio

Capítulo 7

O modo Eólio é o sexto modo grego. É muito conhecido, principalmente pela larga utilização em estilos como rock e heavy metal. Ela é fácil de se adaptar pois é exatamente a escala menor.

CARACTERÍSTICASMelancólico – Triste – Sombrio – Romântico – Esperançoso – Reflexivo

Ex: C Eólio - MODO MENOR

Nota característica: - Notas de tensão: 9ª e 11ª (II – IV)

CONTEXTO HARMÔNICOIm7 – IIm7b5 – bIII7M – IVm7 – Vm7 – bVI7M – bVIII7

Acordes com a nota característica em sua formação: IIm7b5 – IVm7 – bVI7M – bVII7

Acordes de apoio: bIII7M – Vm7Trítono: bVII7 (novamente vemos o caso de que a sétima do acorde, que gera o trítono, é também a nota característica do modo)

Exemplo de progressão | I | VI | III | VII |

b6 (sexta menor)






4 – Os desenhos das escalas na próxima página estão na tonalidade de C Eólio

T ST T T ST T T

T 2 3m 4J 5J 76m C D Eb F G Bb C Ab


Desenho 3

Modo Eólio - 3 notas por corda

Desenho 1

Desenho 2


Desenho 4

Desenho 5

Modo Lócrio

Capítulo 8

O modo Lócrio é o último dos modos gregos, e utilizado para ‘fechar’ a escala diatônica. É o menos usado de todos os modos.

CARACTERÍSTICASNervoso – Tenso – Feio – Instável – Conflituoso – Obscuro

Ex: C Lócrio

Nota característica: - Notas de tensão: b9ª – b13 e 11ª (II – VI – IV)

CONTEXTO HARMÔNICOIm7b5 – bII7M – bIIIm7 – IVm7 – bV7M – bVI7 – bVIIIm7

Acordes com a nota característica em sua formação: Im7b5 – bIIIm7 – bV7M – bVI7

Acordes de apoio: bII7M – IVm7 – bVIIm7Trítono: bVI7 (novamente vemos o caso de que a sétima do acorde, que gera o trítono, é também a nota característica do modo)

Exemplo de progressão | I | V | VI |

b5 (quinta diminuta)






4 – Os desenhos das escalas na próxima página estão na tonalidade de C Lócrio

ST T T ST T T T

T 2m 3m 4J 6m 75dim C Db Eb F Ab Bb C Gb


Desenho 3

Modo Lócrio - 3 notas por corda

Desenho 1

Desenho 2


Desenho 4

Desenho 5

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