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Apostila de

Metodologia do Trabalho Acadmico

Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra

Prof. Fabio Uchas de Lima

So Paulo Janeiro - 2011

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ApresentaoEste material foi produzido com o intuito de fornecer melhores subsdios aos alunos dos diversos cursos, tomando como base informaes contidas em diversos livros, peridicos e sites da Internet, preferencialmente queles indicados no programa do curso, reunindo vrias pesquisas e conhecimentos adquiridos ao longo da vida acadmica. Quero esclarecer que este material no possui nenhum vnculo com as Instituies de Ensino onde atuo, nem nenhuma forma de comrcio autorizada. Peo apenas a gentileza de no fazer nenhum uso comercial ou insero em livros, peridicos, ou quaisquer outras mdias sem minha expressa autorizao, garantida pela Lei 9610/98. Quaisquer crticas ou sugestes sero muito bem recebidas e podem ser enviadas ao meu e-mail. Periodicamente fao uma reviso do material de modo a aprimor-lo ainda mais, e agradeo as colaboraes recebidas. Esta apostila foi elaborada a partir do contedo proposto pela Prof Ceclia Villasboas, no site http://adm.online.unip.br.

Prof Fabio Uchas de [email protected]

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SumrioApresentao ..................................................................................2 1. Histria da cincia e das universidades ............................................4 1.1 A determinao histrica nas atividades cientficas .......................4 1.1.1. Idade Antiga .....................................................................4 1.1.2. Idade Mdia......................................................................7 1.1.3. Idade Moderna..................................................................9 1.1.4. Idade Contempornea...................................................... 11 1.1.5 Ps Modernidade .............................................................. 12 1.1.6. Histria das universidades ................................................ 13 1.1.7. Universidades no Brasil .................................................... 15 1.1.8 Organizao da Cincia e Tecnologia .................................. 17 1.1.9 Financiamentos ................................................................ 18 2. Tipos de Conhecimento ............................................................... 19 2.1 Filosfico............................................................................ 19 2.2. Teolgico ou Religioso......................................................... 20 2.3. Popular ............................................................................. 20 2.4. Conhecimento Cientfico ...................................................... 22 3. Teoria ....................................................................................... 25 3.1. Fatos cientficos .................................................................... 25 3.2. Paradigma ........................................................................... 26 4. Mtodos .................................................................................... 29 4.1 Tipos de mtodos.................................................................. 29 4.1.1 O Mtodo Indutivo ............................................................ 29 4.1.2 O Mtodo Dedutivo ........................................................... 30 4.1.3. O Mtodo Hipottico Dedutivo ........................................... 31 4.1.4. Mtodo Cientfico............................................................. 31 5. Levantamento Bibliogrfico .......................................................... 33 6. A Busca nas Fontes de Informao................................................ 34 7. A Internet e o Ciberespao .......................................................... 35 Referncias ................................................................................... 37

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1. Histria da cincia e das universidades1.1 A determinao histrica nas atividades cientficasQuando surgiu a cincia? Esta parece ser uma pergunta simples, mas tem freqentemente dado origem a longas discusses. Muitas das perguntas mais elementares que os seres humanos colocam a si prprios so perguntas que podem dar origem a estudos cientficos: Porque que chove? O que o trovo? De onde vem o relmpago? Por que as plantas crescem? Por que tenho fome? Por que morrem os meus semelhantes? O que so as estrelas?

As explicaes mticas e religiosas foram antepassados da cincia moderna, no por darem importncia central aos seres humanos na ordem das coisas nem por determinarem cdigos de conduta baseados na ordem csmica, mas por ao mesmo tempo oferecerem explicaes de alguns fenmenos naturais apesar de essas explicaes no se basearem em mtodos adequados de prova nem na observao sistemtica da natureza. O valor da cincia variou bastante ao longo da histria e seu status atual tem origem no sculo XVI, quando surgiu a cincia moderna. H 8000 aC tribos de caadores coletores habitavam o planeta, mas animais e plantas comearam a serem domesticados pelo homem, surgiram as sociedades estveis e teve incio o que se chama de Idade Antiga.

1.1.1. Idade AntigaNa idade antiga (4000 aC a 476 dC) surgiram as primeiras civilizaes como as Civilizaes de Regadio (Egito, Mesopotmia, China) e as Civilizaes Clssicas (Grcia e Roma). Nesta poca, surgiram tambm os Persas, os Hebreus (primeira civilizao monotesta), os Fencios, que eram os senhores dos mares e do comrcio, alm dos Celtas, Etruscos, etc. Observava-se o movimento do sol no Egito e na Mesopotmia e o primeiro relgio de sol data de 3500 aC. Os cientistas da poca observavam os fenmenos da natureza e o cu. Havia uma preocupao em marcar o tempo. Como natural os primeiros passos em direo cincia no revelam ainda todas as caractersticas da cincia revelam apenas algumas delas. O primeiro e tmido passo na direo da cincia s foi dado no incio do sc. VI a. C. na cidade grega de Mileto, por aquele que apontado como o primeiro filsofo, Tales de Mileto. Tales de Mileto acreditava em deuses, mas a resposta que ele d pergunta acerca da origem ou princpio de tudo o que vemos no mundo j no mtica ou sobrenatural. Dizia Tales que o princpio de todas as coisas era algo que podia ser diretamente observado por todos na natureza: a gua. Tendo observado que a gua fazia crescer e viver, enquanto que a sua falta levava os seres a secar e morrer; tendo, talvez, reparado que na natureza h mais gua do que terra e que grande parte do prprio corpo humano era formado por gua; verificando que esse elemento se podia encontrar em diferentes estados, o lquido, o slido e o gasoso, foi levado a concluir que tudo surgiu a partir da

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gua. A explicao de Tales ainda no cientfica; mas tambm j no inteiramente mtica. Tm caractersticas da cincia e caractersticas do mito. No baseada na observao sistemtica do mundo, mas tambm no se baseia em entidades sobrenaturais. No recorre a mtodos adequados de prova, mas tambm no recorre autoridade religiosa e mtica. Este aspecto muito importante. Consta que Tales desafiava aqueles que conheciam as suas idias a demonstrar que no tinha razo. Esta uma caracterstica da cincia e da filosofia que se ope ao mito e religio. A vontade de discutir racionalmente idias, ao invs de nos limitarmos a aceit-las, um elemento sem o qual a cincia no se poderia ter desenvolvido. Uma das vantagens da discusso aberta de idias que as falhas das nossas idias so criticamente examinadas e trazidas luz do dia por outras pessoas. Foi talvez por isso que outros pensadores da mesma regio surgiram apresentando diferentes teorias e, deste modo, se iniciou uma tradio que se foi gradualmente afastando das concepes mticas anteriores. Assim apareceram na Grcia, entre outros, Anaximandro (sc. VI a. C.), Herclito (sc. VI/V a. C.), Pitgoras (sc. VI a. C.), Parmnides (sc. VI/V a. C.) e Demcrito (sc. V/IV a. C.). Este ltimo defendia que tudo quanto existia era composto de pequenssimas partculas indivisveis (tomo), unidas entre si de diferentes formas, e que na realidade nada mais havia do que tomos e o vazio onde eles se deslocavam. Foi o primeiro grande filsofo naturalista que achava que no havia deuses e que a natureza tinha as suas prprias leis. As cincias da natureza estavam num estado primitivo; eram pouco mais do que especulaes baseadas na observao avulsa. Por outro lado, as cincias matemticas comearam a desenvolver-se e apresentaram desde o incio mais resultados do que as cincias da natureza. Pitgoras descobriu resultados matemticos importantes (teorema de Pitgoras), apesar de no se saber se ter sido realmente ele a descobrir o teorema ou um discpulo da sua escola. A escola pitagrica era profundamente mstica; atribua aos nmeros e s suas relaes um significado mtico e religioso. Mas os seus estudos matemticos eram de valor, o que mostra mais uma vez como a cincia e a religio estavam misturadas nos primeiros tempos. Afinal, a sede de conhecimento que leva os seres humanos a fazer cincias, religies, artes e filosofia a mesma.

O teorema de Pitgoras Os resultados matemticos tinham uma caracterstica muito diferente das especulaes sobre a origem do universo e de todas as coisas. Ao passo que havia vrias idias diferentes quanto origem das coisas, os resultados matemticos eram consensuais, porque os mtodos de prova usados eram poderosos; dada a demonstrao matemtica de um resultado, era praticamente impossvel recus-lo. A matemtica tornou-se assim um modelo da certeza. Mas este modelo no apropriado para o estudo da natureza, pois a natureza depende crucialmente da observao. Alm disso, no se pode aplicar a matemtica natureza se no tivermos nossa disposio instrumentos precisos de quantificao, como o termmetro ou o cronmetro. Assim, o sentimento de alguns filsofos era (e por vezes ainda ) o de que s o domnio da matemtica era verdadeiramente cientfico e que s a matemtica podia oferecer realmente a certeza. S Galileu e Newton, j no sculo XVII, viriam a mostrar que a matemtica se pode aplicar natureza e que as cincias da natureza tm de se basear noutro tipo de observao diferente da observao que at a se fazia.

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Neste perodo, tambm surgiram as primeiras teorias sobre o Universo. Para Tales de Mileto, por exemplo, a Terra era plana e flutuava no ar, a substncia primordial do Universo. Os planetas eram rodas de fogo girando em torno da Terra (Anaximandro de Mileto 610 a 545 aC).

O universo da Idade Antiga Em 290 aC, o astrnomo Aristarco de Samos (320 a 250 vez um modelo heliocntrico para explicar os movimentos dos trigonometria para determinar a distncia entre a Terra, o Sol Sol foi estimada em 8.000.000 km. Hoje, sabe-se que 149.600.000 km. aC) elaborou pela primeira planetas e tentou utilizar a e a Lua. A distncia Terraesta distncia igual a

Estimativa da distncia entre a Terra, o Sol e a Lua. Nesta poca:

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a cincia era uma atividade contemplativa. No tinha como objetivo a manipulao ou transformao da natureza para fins especficos. o conhecimento cientfico apoiava-se em procedimentos dedutivos. Partindo-se de princpios gerais, tentava-se explicar os fenmenos particulares. a cincia no estava separada da filosofia, que era considerada a cincia das cincias.

1.1.2. Idade MdiaDurante a Idade mdia, na Europa, predomina a religio crist. A religio crist acabou por ser a herdeira da civilizao grega e romana. Depois da derrocada do imprio romano, foram os cristos e os rabes , espalhados por diversos mosteiros, que preservaram o conhecimento antigo. Dada a sua formao essencialmente religiosa, tinham tendncia para encarar o conhecimento, sobretudo o conhecimento da natureza, de uma maneira religiosa. O nosso destino estava nas mos de Deus e at a natureza nos mostrava os sinais da grandeza divina. Restava-nos conhecer a vontade de Deus. Para isso, de nada serve a especulao filosfica se ela no for iluminada pela f. E o conhecimento cientfico no pode negar os dogmas religiosos e deve at fundament-los. A cincia e a filosofia ficam assim submetidas religio; a investigao livre deixa de ser possvel. Esta atitude de totalitarismo religioso ir acabar por ter conseqncias trgicas para Galileu e para Giordano Bruno (1548-1600), tendo este ltimo sido condenado pela Igreja em funo das suas doutrinas cientficas e filosficas: foi queimado vivo. As teorias dos antigos filsofos gregos deixaram de suscitar o interesse de outrora. A sabedoria encontrava-se fundamentalmente na Bblia, pois esta era a palavra divina e Deus era o criador de todas as coisas. Quem quisesse compreender a natureza, teria, ento, que procurar tal conhecimento no diretamente na prpria natureza, mas nas Sagradas Escrituras. Elas que continham o sentido da vontade divina e, portanto, o sentido de toda a natureza criada. Era isso que merecia verdadeiramente o nome de cincia. Compreender a natureza consistia em interpretar a vontade de Deus e o problema fundamental da cincia consistia em enquadrar devidamente os fenmenos naturais com o que as Escrituras diziam. Assim se reduzia a cincia teologia.

A Terra na Idade mdia O mundo medieval inequivocamente um mundo teocntrico e a instituio que se encarregou de fazer perdurar durante sculos essa concepo foi a Igreja. A Igreja

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alargou a sua influncia a todos os domnios da vida. No foi apenas o domnio religioso, foi tambm o social, o econmico, o artstico e cultural, e at o poltico. Com o poder adquirido, uma das principais preocupaes da Igreja passou a ser o de conservar tal poder, decretando que as suas verdades no estavam sujeitas crtica e quem se atrevesse sequer a discuti-las teria de se confrontar com os guardies em terra da verdade divina. A cincia est subordinada filosofia e esta teologia. A igreja define que a Terra um tabernculo retangular rodeado por um abismo de gua. Nesta poca, desenvolve-se uma cultura livresca (escolstica) e o universo consolidado no sculo XIV como antropocntrico, santificado pela religio e racionalizado pela concepo geocntrica. Todavia, comeou a surgir, por parte de certos pensadores, a necessidade de dar um fundamento terico, ou racional, f crist. Era preciso demonstrar as verdades da f; demonstrar que a f no contradiz a razo e vice-versa. Se antes se dizia que era preciso crer para compreender, deveria ento se juntar compreender para crer. A f revela-nos a verdade, a razo demonstra-a. Assim, f e razo conduzem uma outra. Investigaes recentes revelaram que houve mesmo assim algumas contribuies que iriam ter a sua importncia no que posteriormente viria a pertencer ao domnio da cincia. Destaca-se a influncia de Santo Agostinho e So Toms de Aquino. O primeiro estava mais prximo das idias platnicas e o segundo procurava adaptar as teses filosficas de Aristteles viso crist do universo. So Toms (1224-1274) veio dar ao cristianismo todo um suporte filosfico, socorrendo-se para tal dos conceitos da filosofia aristotlica que se v, deste modo, cristianizada. Tanto os conceitos de Aristteles como a sua cosmologia (geocentrismo reformulado por Ptolomeu: o universo formado por esferas concntricas, no meio do qual est a Terra imvel) foram utilizados e adaptados doutrina crist da Igreja por So Toms. Aristteles passou a ser estudado e comentado nas escolas (que pertenciam Igreja, funcionando nos seus mosteiros) e tornou-se, a par das Escrituras, uma autoridade no que diz respeito ao conhecimento da natureza.

O universo na Idade Mdia (A) Ptolomeu e (B) Coprnico

No final da Idade Mdia, Nicolau Coprnico (1473-1543) resgata o pensamento astronmico grego e prope um universo heliocntrico e finito (limitado pela esfera das estrelas fixas e sua obra proibida pela Inquisio Catlica). Coprnico, com a publicao do seu livro A Revoluo das rbitas Celestes veio defender uma teoria que no s se opunha doutrina da Igreja, como tambm ao mais elementar senso comum, enquadrados pela autoridade da filosofia aristotlica largamente ensinada nas universidades da poca: essa teoria era o heliocentrismo. O heliocentrismo, ao contrrio do geocentrismo at ento reinante, veio defender que a Terra no se encontrava imvel

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no centro do universo com os planetas e o Sol girando sua volta, mas que era ela que se movia em torno do Sol.

1.1.3. Idade ModernaA cincia moderna foi preparada pelo Renascimento. Seriam Galileu, graas s observaes com o seu telescpio, e o astrnomo alemo Kepler (1571-1630), ao descobrir as clebres leis do movimento dos planetas, a completar aquilo que Coprnico no chegou a fazer: apresentar as provas que davam definitivamente razo teoria heliocntrica, condenando a teoria geocntrica como falsa. Nada disto, porm, aconteceu sem uma grande resistncia, tendo a Igreja no s ameaado, mas julgado Galileu por tal heresia.

O universo na Idade Moderna, Kepler. Nos sculo XV e XVI passa-se a criticar o saber livresco e a valorizar a observao direta e rigorosa, a experimentao e a tcnica. Nos sculos XVI e XVII ocorrem importantes revolues cientficas e as grandes descobertas geogrficas. Johannes Kepler (1571-1630) prope que cada planeta se move em uma rbita elptica. Na mesma poca, Galileu Galilei (1564-1642) observou os quatro maiores satlites de Jpiter e percebeu que suas observaes favoreciam a teoria de Coprnico. Atribuiu observao a experincia e a matematizao do real uma funo essencial na compreenso da natureza.

O experimento da queda dos corpos

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H trs tipos de razes que fizeram de Galileu o pai da cincia moderna: 1) deu autonomia cincia, fazendo-a sair da sombra da teologia e da autoridade livresca da tradio aristotlica; 2) aplicou pela primeira vez o novo mtodo, o mtodo experimental, defendendo-o como o meio adequado para chegar ao conhecimento; 3) deu cincia uma nova linguagem, que a linguagem do rigor, a linguagem matemtica. A descrio matemtica da realidade, caracterstica da cincia moderna, trouxe consigo uma idia importante: conhecer medir ou quantificar. Nesse caso, os aspectos qualitativos no poderiam ser conhecidos. Tambm as causas primeiras e os fins ltimos aristotlicos, pelos quais todas as coisas se explicavam, deixaram de pertencer ao domnio da cincia. Com Galileu a cincia aprende a avanar em pequenos passos, explicando coisas simples e avanando do mais simples para o mais complexo. Em lugar de procurar explicaes muito abrangentes, procurava explicar fenmenos simples. Em vez de tentar explicar de forma muito geral o movimento dos corpos, procurava estudarlhe as suas propriedades mais modestas. E foi assim, com pequenos passos, que a cincia alcanou o tipo de explicaes extremamente abrangentes que temos hoje. Inicialmente, parecia que a cincia estava mais interessada em explicar o como das coisas do que o seu porqu; por exemplo, parecia que os resultados de Galileu quanto ao movimento dos corpos se limitava a explicar o modo como os corpos caem e no a razo pela qual caem; mas, com a continuao da investigao, este tipo de explicaes parcelares acabaram por se revelar fundamentais para se alcanar explicaes abrangentes e gerais do porqu das coisas s que agora estas explicaes gerais esto solidamente ancoradas na observao e na medio paciente, assim como na descrio pormenorizada de fenmenos mais simples. A cincia galilaica lanou as bases para uma nova concepo da natureza que iria ser largamente aceita e desenvolvida: o mecanicismo. Na idade moderna, a cincia separa-se da filosofia e desenvolve-se uma viso mecanicista do universo. A natureza passa a ser vista como um artefato tcnico, uma mquina, sendo o seu conhecimento acessvel ao homem. Como numa mquina, os processos que ocorrem na natureza so vistos como estando submetidos a leis matemticas imutveis. O mecanicismo, contrariamente ao organicismo anteriormente reinante que concebia o mundo como um organismo vivo orientado para um fim, via a natureza como um mecanismo cujo funcionamento se regia por leis precisas e rigorosas. maneira de uma mquina, o mundo era composto de peas ligadas entre si que funcionavam de forma regular e poderiam ser reduzidas s leis da mecnica. Uma vez conhecido o funcionamento das suas peas, tal conhecimento absolutamente perfeito, embora limitado. Um ser persistente e inteligente pode conhecer o funcionamento de uma mquina to bem como o seu prprio construtor e sem ter que o consultar a esse respeito. A cincia moderna ia dando os seus frutos e a nova concepo do mundo, o mecanicismo, ganhando cada vez mais adeptos. Novas cincias surgiram, como o caso da biologia, cuja paternidade se atribuiu a Harvey (1578-1657), com a descoberta da circulao do sangue. E assim se chegou quele que uma das maiores figuras da histria da cincia, que nasceu precisamente no ano em que Galileu morreu: o ingls Isaac Newton (1642-1727). Isaac Newton mostrou que a natureza age racionalmente e no por acaso, estabelecendo o princpio base do determinismo: Se pudermos conhecer as posies e os impulsos das partculas materiais num dado momento, poderemos calcular toda a evoluo posterior do universo. Ao publicar o seu livro Princpios Matemticos de Filosofia da Natureza, Newton foi responsvel pela grande sntese mecanicista. Este livro tornouse numa espcie de Bblia da cincia moderna. A completou o que restava por fazer aos seus antecessores e unificou as anteriores descobertas sob uma nica teoria que servia de explicao a todos os fenmenos fsicos, quer ocorressem na Terra ou nos cus. Teoria que tem como princpio fundamental a lei da gravitao universal, na qual se

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afirmava que: cada corpo, cada partcula de matria do universo, exerce sobre qualquer outro corpo ou partcula uma fora atrativa proporcional s respectivas massas e ao inverso do quadrado da distncia entre ambos.

Lei da ao das massas Partindo deste princpio de aplicao geral, todos os fenmenos naturais poderiam, recorrendo ao clculo infinitesimal, tambm inventado por Newton, ser derivados. O universo era, portanto, um conjunto de corpos ligados entre si e regidos por leis rgidas. Massa, posio e extenso, eis os nicos atributos da matria. No funcionamento da grande mquina do universo no havia, pois, lugar para qualquer outra fora exterior ou divina. E, como qualquer mquina, o movimento o seu estado natural. Por isso o mecanicismo apresentava uma concepo dinmica do universo e no esttica como pensavam os antigos. Difunde-se a crena na verdade absoluta do conhecimento cientfico, que caminhava para a resoluo de todos os enigmas do universo. Nesta poca ento: O conhecimento cientfico tido como o nico verdadeiro (mito da cientificidade) O desenvolvimento da cincia e da tcnica so os nicos que podero conduzir a humanidade a um estado superior de perfeio (mito do progresso) A resoluo dos problemas da humanidade passa a ser de responsabilidade dos detentores do conhecimento tcnico e cientfico (mito da tecnocracia).

1.1.4. Idade ContemporneaQue a cincia desse respostas definitivas s nossas perguntas, de modo a ampliar cada vez mais o conhecimento humano, e que tal conhecimento pudesse ser aplicado na satisfao de necessidades concretas do homem, era o que cada vez mais pessoas esperavam. Assim, a cincia foi conquistando cada vez mais adeptos, tornando-se objeto de uma confiana ilimitada. Isto , surge um verdadeiro culto da cincia, o cientismo. O cientismo , pois, a cincia transformada em ideologia. Ele assenta, afinal, numa atitude dogmtica perante a cincia, esperando que esta consiga responder a todas as perguntas e resolver todos os nossos problemas. Em grande parte, o cientismo resulta de uma compreenso errada da prpria cincia. As cincias da natureza e as cincias formais do sculo XIX e XX conheceram desenvolvimentos sem precedentes. Mas porque o esprito cientfico um esprito crtico e no dogmtico, apesar do enorme desenvolvimento alcanado pela cincia no sculo XIX, os cientistas continuavam a procurar responder a mais e mais perguntas, perguntas cada vez mais gerais, fundamentais e exatas. E a resposta a essas perguntas conduziu a desenvolvimentos cientficos que mostraram os limites de algumas leis e princpios antes tomados como verdadeiros. O mecanicismo foi refutado no sculo XIX por Maxwell (1831-1879), que mostrou que a radiao eletromagntica e os campos eletromagnticos no tinham uma natureza

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mecnica. O mecanicismo a idia segundo a qual tudo o que acontece se pode explicar em termos de contactos fsicos que produzem empurres e puxes. A geometria, durante sculos considerada uma cincia acabada e perfeita, foi revista. Apesar de a geometria euclidiana ser a geometria correta para descrever o espao no curvo, levantou-se a questo de saber se no poderamos construir outras geometrias, que dessem conta das relaes geomtricas em espaos no curvos: nasciam as geometrias no euclidianas. A existncia de geometrias no euclidianas conduz questo de saber se o nosso universo ser euclidiano ou no. E a teoria da relatividade mostra que o espao afinal curvo e no plano, como antes se pensava. No incio do sculo XX, Einstein destri a concepo determinista do conhecimento cientfico ao negar a simultaneidade entre fenmenos acontecidos a grandes distncias. Einstein demonstrou que o tempo a quarta dimenso do espao e que, na velocidade da luz, o espao encurva-se, dilata-se, contrai-se de tal modo que afeta o tempo. Algum na velocidade da luz atravessaria num tempo mnimo um espao imenso, mas abaixo daquela velocidade sentiria o tempo escoar lentamente ou normalmente. A fsica passa a depender da observao, do observador ou do sujeito do conhecimento. Heisenberg introduziu o princpio de incerteza ou de indeterminao que abalou o determinismo da fsica de Newton. No nvel atmico, conhecer o estado ou a situao atual de um fenmeno no permite prever a situao ou o estado seguinte, nem descobrir qual foi a situao ou o estado anterior (posio/ velocidade). No sculo XX deixa-se de falar em certezas absolutas, para se falar de incertezas e probabilidades.

1.1.5 Ps ModernidadeO conhecimento cientfico deixa de ser visto como absoluto. A atividade cientfica deixa de estar acima do poder e dos benefcios econmicos e est cada vez mais comprometida com a construo de armas de guerra ou na criao de produtos destinados comercializao por grandes grupos econmicos em escala mundial. A promessa de uma paz perptua que surgiria dos avanos da racionalidade cientifica no se cumpriu. Os enormes progressos foram acompanhados do desenvolvimento de tecnologias de guerra com poder destrutivo sem precedentes histricos.

Sculo XVIII Sculo XIX Sculo XX

68 guerras 205 guerras 237 guerras

4.400.000 mortes 8.300.000 mortes 98.800.000 mortes

A promessa de um domnio da natureza, pela cincia, redundou na explorao excessiva dos recursos naturais e em desequilbrios ecolgicos que atingiram tais propores que colocam em risco a sobrevivncia da humanidade. A promessa de um progresso contnuo da humanidade redundou em disparidades mundiais gritantes. Enquanto em um grupo de pases se acumulam riquezas e desperdiam recursos, na maioria dos restantes populaes inteiras so dizimadas pela fome e epidemias e so espoliados seus recursos naturais. Os anos 60 marcam o incio da ps-modernidade e, na dcada de 70 o debate se torna mais inflamado. O desencanto que se instala na cultura acompanhado da crise de conceitos fundamentais ao pensamento moderno, tais como verdade, razo, legitimidade, universalidade, sujeito, progresso, etc. O efeito da desiluso dos sonhos alimentados na modernidade se faz presente na esttica, na tica e na cincia. A possibilidade de domnio cientfico nos afastaria dos infortnios ligados a imprevisibilidade do mundo natural (condies climticas e de relevo, doenas fsicas e mentais). A natureza deveria submeter-se ao poder da Razo humana.

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Este sonho, que permitiu a hiper-valorizao do conhecimento objetivo e cientfico, custou caro para a humanidade. A expectativa quanto aos frutos da cincia foi dolorosamente interrompida por eventos que marcaram profundamente a sociedade atual: a II Guerra Mundial, Auschwitz, Hiroshima. A dvida sobre os benefcios trazidos pela tecnologia torna-se cotidiana, medida que se intensifica a dependncia a esta mesma tecnologia (aparelhos eletrodomsticos, automveis). Antes a produo de mercadorias era apenas conseqncia das necessidades do consumidor, hoje preciso produzir os consumidores, preciso produzir a prpria demanda. A ps-modernidade desafia do direito da cincia de validar e invalidar, de legitimar e deslegitimar, de traar a linha divisria entre conhecimento e ignorncia. A ansiedade ps-moderna pela liberdade reflete a profunda descrena em um caminho seguro para a felicidade.

Ps-modernidade???? O que vem depois???

1.1.6. Histria das universidadesUm universitrio de hoje talvez imagine que a cincia sempre foi parte integrante dessas instituies, mas a cincia chega relativamente tarde comunidade universitria, vencendo muitas vezes grandes oposies. A universidade antiga (medieval) tinha duas funes caractersticas: preparava os jovens com o trivium (gramtica, retrica e lgica) e o quadrivium (geometria, aritmtica, msica e astronomia), para a formao profissional ministrada em escolas preparava profissionais para trs profisses distintas - teologia, medicina e direito.

A base proporcionada pelo trivium e quadrivium, que em conjunto formavam as sete artes liberais, era filosfica, retrica e matemtica. Ensinava-se pouco e havia um professor para todas as matrias. A formao era liberal. Na prtica, no entanto, as artes liberais assumiam freqentemente mais importncia dentro das universidades do que o ensino profissional, propiciando um desenvolvimento cultural e intelectual no interior das universidades que nem sempre se acomodava com facilidade verdade religiosa, que era o fundamento legitimador da coexistncia entre as universidades e a Igreja. Nas escolas profissionais aprendia-se cada carreira, mas sem base em investigao cientfica. O conhecimento adquirido era reverenciado como patrimnio imutvel. A revoluo no pensamento cientfico ocorreu no sculo XVII extra-muros universitrios. Grandes nomes da cincia como Kepler, Galileu, Boyle e Newton promoveram uma revoluo no pensamento humano devido a sua busca pela compreenso do universo.

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Estes pensadores atuavam fora das universidades, que se mantinham impermeveis criao cientfica. As universidades resistiam penetrao da cincia, mas o mesmo no se pode dizer do pblico. A cincia despertava a curiosidade das pessoas mais ou menos cultas pela convivncia dos cientistas em reunies ou conferncias, com demonstraes. Dificilmente se poderia distinguir o profissional do amador e fundavam-se sociedades muito ativas que difundiam a cincia. Mais tarde iriam ligar a tcnica cincia, impelindo at mesmo cientistas puros a procurar resolver problemas de natureza tcnica.

Reunio cientfica com demonstrao.

A pesquisa organizada teve incio na Frana (Primeira Revoluo Cientfica) onde primeiro se reconheceu a extenso das descobertas de Newton e a necessidade de organizar a investigao cientfica. Esse reconhecimento e essa incorporao se tornaram possveis porque Lus XIV (1671) deu Academia de Paris fundos suficientes e a responsabilidade de realizar pesquisas experimentais e difundir os resultados dessas investigaes. Lus XIV, um administrador de escola, viu na cincia um papel de relevo para o progresso nacional e cuidou de institucionaliz-la. A cincia adiantou-se na Frana, onde se desenvolveram a pesquisa, a divulgao e a aplicao tcnica. Em 1800 era uma atividade organizada, sem igual no mundo. A lio da Frana foi aprendida pela Alemanha e pela Inglaterra. Na Alemanha havia um robusto sistema universitrio com liberdade de ensino e de filosofia e as idias francesas foram rapidamente absorvidas. As universidades alems tornaram-se grandes centros de investigao cientfica, embora a investigao tecnolgica permanecesse de fora. Depois dessa peregrinao, voltou Inglaterra a semente que ela mesma produzira. A cincia integrou-se nas universidades inglesas e em pouco tempo floresceu e frutificou largamente. A vida universitria moderna est ligada hoje indissoluvelmente cincia. Tornouse uma indstria de conhecimento e de transmisso de cincia.

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1.1.7. Universidades no BrasilA transferncia da famlia real para o Brasil transformou o pas em sede da coroa portuguesa. Com a chegada da famlia real houve necessidade de implementao de medidas administrativas, econmicas e culturais para estabelecimento da infra-estrutura necessria ao funcionamento do imprio. A criao dos primeiros estabelecimentos de ensino superior buscava formar quadros profissionais para os servios pblicos e administrao do pas. As reas: medicina, engenharia e direito. Em 1808, foram criados os primeiros estabelecimentos de ensino mdico-cirrgico de Salvador e do Rio de Janeiro. Criou-se a Imprensa Rgia, a Biblioteca Nacional e os primeiros peridicos cientficos. Na cultura das universidades atuais esto presentes, formas de pensar e atuar que marcaram o tempo do imprio. A forma de buscar o novo nas universidades, por exemplo, ainda feita muitas vezes moda de Dom Pedro II. Este, vendo a necessidade de modernizar a cincia e tecnologia brasileira, viajava, se empolgava com o que via na Europa, e trazia modelos e profissionais para reformar as instituies brasileiras. A ele devemos o Imperial Observatrio, o Museu Nacional, o Arquivo Pblico, a Biblioteca Nacional, o Laboratrio do Estado, o Jardim Botnico e a Academia Imperial de Belas Artes.

A Biblioteca Nacional. Pela necessidade de modernizar a cincia e tecnologia brasileira, no sculo XX surge a primeira universidade brasileira criada pelo governo federal, no Rio de Janeiro em 1920, que aglutinou as Escolas Politcnicas, de Medicina e de Direito j existentes. Reunir escolas e/ou faculdades tornou-se uma marca do desenvolvimento do sistema de ensino universitrio brasileiro. Baseadas na universidade do Rio de Janeiro foram criadas as universidades federais nos estados. A presena de oligarquias na criao das universidades e os diversos acordos realizados entre o poder federativo e os estados so apontados como intimamente relacionados aos diversos caminhos trilhados pelas universidades brasileiras desde a sua criao. Para grande parte dos historiadores, a instaurao de muitas universidades significou o desvio de recursos financeiros para os estados, local de prestgio poltico e de emprego para os filhos das elites. A criao de universidades foi amplamente discutida por grupos sociais diversos no pas. Havia trs grupos atuantes no sculo XIX. A alta hierarquia do clero catlico defendia a criao de uma universidade com hegemonia religiosa que ajudaria a aumentar os quadros intelectuais a servio do projeto religioso. Esta universidade privilegiaria disciplinas como: Filosofia, a Tomista (conciliar o aristotelismo com o

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cristianismo); Teologia; Direito, com base na doutrina social da igreja; Letras; Artes; e, quem sabe no futuro, alguns poucos setores tecnolgicos. Os liberais privilegiavam os setores jurdicos de estudo, as reas humansticas e a medicina. Defendiam um projeto desvinculado de compromissos religiosos, inspirado na Revoluo Francesa e na Revoluo Industrial. J os positivistas defendiam que "o Brasil no precisava de universidades, mas de ensino fundamental para as massas, sobretudo no campo tecnolgico". Pregavam a criao de escolas tcnicas e cientficas que ensinassem as leis da natureza e os meios de aproveit-las em favor da humanidade. A ditadura militar tambm imprimiu suas marcas via Reforma Universitria. A reforma universitria (1968) foi um grande marco na histria das universidades brasileiras. Esta reforma tinha como objetivos: modernizar a universidade para um projeto econmico em desenvolvimento, dentro das condies de 'segurana' que a ditadura pretendia. direcionar a universidade para o mercado de trabalho, ampliando o acesso da classe mdia ao ensino superior e cerceando a autonomia universitria. Diversas medidas foram tomadas para alcanar tais metas, entre elas: a unificao do vestibular por regio; o ingresso por classificao; o estabelecimento de limite no nmero de vagas por curso; a criao do curso bsico; o oferecimento de cursos em um mesmo espao, com menor gasto de material e sem aumentar o nmero de professores; a fragmentao e disperso da graduao; o estabelecimento de matrcula por disciplina.

At 1968, o sistema universitrio brasileiro estava dividido entre universidades pblicas financiadas pelo Estado (aproximadamente 31 universidades) e universidades privadas de carter confessional. O chamado setor privado era composto por aproximadamente 11 universidades de inspirao catlica e uma universidade presbiteriana. Universidade particular era sinnimo de universidade confessional, que cobrava pelos servios educacionais, mas no poderia ter fins lucrativos. Ao contrrio dos demais pases da Amrica Latina, que diante da demanda de democratizao do ensino acabaram massificando as universidades pblicas, o regime militar optou pelo investimento financeiro na formao de uma universidade pblica de elite, voltada para a pesquisa. Promoveu-se a implantao de programas de ps-graduao, a institucionalizao da pesquisa acadmica, estmulos para obteno de graus acadmicos e a manuteno de um nmero estvel e restrito de alunos, impedindo desta forma a sua massificao. Entretanto, a presso social por vagas no ensino universitrio era muito grande. Surgiram manifestaes e mobilizaes dos alunos que tinham conseguido entrar na universidade, mas no estudavam, pois no havia vagas - "excedentes". O problema dos excedentes foi contornado com autorizaes para abertura de novas escolas e permisso para as instituies j existentes aumentarem suas vagas. Na dcada de 90, houve uma nova revoluo no que diz respeito s opes para os cidados no campo acadmico-universitrio. O cenrio das universidades, at ento dominado pelas universidades pblicas e pelas de cunho confessional, viu-se significativamente alterado com a entrada de um novo ator: as universidades particulares. As instituies privadas tornaram-se opo de estudo superior para um nmero de alunos bastante elevado, liberando pontos de tenso existentes em um sistema elitista que no conseguia atender demanda. Atualmente se observa um grande crescimento do Ensino Distncia (EAD). Os resultados do Censo da Educao Superior de 2006 mostram um grande crescimento nos cursos de educao a distncia. De 2003 a 2006 houve um aumento de 571% em

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nmero de cursos e de 315% no nmero de matrculas. Em 2005, os alunos de EAD representavam 2,6% do universo dos estudantes. Em 2006 essa participao passou a ser de 4,4%.

Distribuio das Instituies de Ensino Superior no Brasil, Censo 2005.

1.1.8 Organizao da Cincia e TecnologiaO Brasil tem hoje uma organizao bem desenvolvida da cincia e da tecnologia. A pesquisa bsica realizada, na maior parte, em universidades, centros e institutos pblicos de pesquisa, e em algumas instituies particulares e ONGs, graas aos regulamentos governamentais e os incentivos desde os anos 90. Hoje, mais de 90% dos financiamentos para a pesquisa bsica vem das fontes governamentais. A pesquisa, a tecnologia e a engenharia aplicadas so realizadas pelas universidades e em centros de pesquisa, ao contrrio de outros pases desenvolvidos, tais como os Estados Unidos, Coria do Sul, Alemanha e Japo. As principais razes so que poucas companhias particulares brasileiras so competitivas e bastantes ricas para ter seu prprio parque de Pesquisa, Investigao e Desenvolvimento. Geralmente o fazem por meio de transferncia de tecnologia de outras companhias, em sua maioria, estrangeiras, que no tem interesse em investir em suas filiais brasileiras. Entretanto, h uma tendncia significativa maior de inverter esta tendncia, uma vez que companhias como Motorola, Samsung, Nokia e IBM estabeleceram grandes centros no Brasil, comeando com IBM, que estabeleceu um centro de pesquisas no Brasil nos anos 70. Um dos fatores de incentivo para isso, alm do custo relativamente mais baixo, a sofisticao e as elevadas habilidades da fora de trabalho tcnica brasileira, foi a chamada Lei da Informtica ou da Cincia da Informao, que dispensa de determinados impostos at 5% do rendimento bruto. A lei atrai anualmente mais de 1,5 bilho de dlares de investimento em companhias multinacionais brasileiras. Descobriram tambm que alguns produtos e tecnologias projetados e desenvolvidos por brasileiros tm grande competitividade, e so apreciados por outros pases, tais como automveis, avies, software, fibras pticas, dispositivos eltricos, e assim por diante.

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1.1.9 FinanciamentosOs financiamentos para a pesquisa brasileira, o desenvolvimento e a inovao vem, principalmente, de seis fontes: Fontes do governo (federal, estadual e municipal). Algumas organizaes, criadas na maior parte na dcada de 1950, vieram promover e financiar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovao, tal como o Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), parte do Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT). O MCT relativamente novo, tendo sido criado em 1990. Antes deste, o CNPq era a nica instituio de pesquisa trabalhando diretamente sob o Presidente da Repblica. No nvel estadual, quase todos os estados implantaram suas prprias fundaes pblicas para a sustentao de pesquisa, desenvolvimento e inovao, acompanhando o pioneirismo da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP) em 1962. Financiar indiretamente atravs dos oramentos de universidades, de institutos e de centros pblicos e particulares, tais como a UNICAMP, que tm suas prprias agncias, fundaes e fundos internos. Empresas pblicas, tais como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria), cuja fonte de investimento o prprio governo e de uma parte dos produtos e servios vendidos. Indstrias, comrcio e servios das companhias particulares, geralmente para seus prprios centros de pesquisa, atravs de algum benefcio fiscal (iseno de impostos). Associaes, fundaes nacionais particulares e ONGs, atravs de mecanismos criados por lei ou das doaes por pessoas fsicas e jurdicas. Um exemplo a Fundao Banco do Brasil. Financiamento por outras naes, organizaes internacionais e instituies multilateral, tais como a Fundao Rockefeller, a Fundao Ford, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Mundial, a UNESCO, o PNUD, a Organizao Mundial da Sade, a Fundao Bill e Melinda Gates, a Fundao Volkswagen, dentre outras.

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2. Tipos de ConhecimentoO que conhecer? Conhecer estabelecer uma relao entre a pessoa que conhece e o objeto conhecido; criar um modelo/conceito mental do objeto conhecido. As formas de aquisio de conhecimento so: os sentidos, o raciocnio, a tradio e a autoridade. Sentidos tudo o que a viso, a audio, o paladar, o olfato e o tato percebem. Raciocnio - compreenso. O pesquisador prova seus objetos de pesquisa pelo raciocnio, adere s provas lgicas; aos argumentos provenientes da observao, da leitura e de experincias anteriores. O observador pode rever as mudanas ocorridas no ambiente que o conduziu s primeiras concluses e por argumentos lgicos negam as concluses anteriores. Tradio - as tradies so compreendidas pelo raciocnio e pode incorrer em dogmas. Autoridade - oriunda dos pais, professores, governantes, lderes partidrios, jornalistas e escritores. medida que segmentos da populao do crdito a esses conhecimentos, eles so tidos como verdadeiros. Este tipo de conhecimento restrito ao conhecimento da autoridade.

Os tipos de conhecimento.

2.1 Filosfico a forma de conhecimento caracterizada pela reflexo racional e pelo foco na lgica. O estudo filosfico tem a inteno de ampliar a compreenso da realidade, no sentido de apreend-la na sua amplitude, buscando conceitos, definies e classificaes. O filsofo est sempre pensando e avaliando a justia, a correo e todos os valores considerados universais. Ele no tem um objeto de estudo nico. Ele investiga e questiona profundamente o ser, a sua natureza, sua essncia e seu fim. O conhecimento filosfico: utiliza o raciocnio; surge da capacidade de reflexo; serve para estabelecer uma concepo geral do Universo;

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especulativo; no depende de provas materiais/reais; gera ideologias.

So vrias as contribuies da Filosofia humanidade. Dentre elas, pode-se citar: Matemtica - Os nmeros, como as questes filosficas, so abstratos, mas so aplicados realidade. Teoria do Conhecimento - A Teoria do Conhecimento investiga os problemas decorrentes da relao entre sujeito e objeto do conhecimento, bem como as condies primordiais do saber verdadeiro. Lgica - O papel do filsofo no desenvolvimento de sistemas formais que podem auxiliar o desenvolvimento tcnico foi primordial (informtica, ciberntica, inteligncia artificial). Caractersticas do conhecimento filosfico: Valorativo o ponto de partida so hipteses que no podem ser submetidas observao. O conhecimento emerge da experincia e no da experimentao. No verificvel - os enunciados das hipteses filosficas no podem ser confirmados nem refutados, mas so logicamente correlacionados. Sistemtico - suas hipteses e enunciados visam representao coerente da realidade estudada, na tentativa de apreend-la como um todo. Infalvel e exato - seus postulados e hipteses no so submetidos ao teste da experimentao. H um esforo da razo pura, com a finalidade de questionar os problemas humanos e discernir entre o certo e o errado. A filosofia emprega o mtodo racional, em que prevalece a coerncia lgica.

2.2. Teolgico ou Religioso a forma de conhecimento baseada na f e na crena, na aceitao de princpios dogmticos (irrefutveis e indiscutveis) ligados existncia de entidades suprahumanas. Trata-se de conhecimento por revelao divina, experincia religiosa ou mstica. Caractersticas do conhecimento religioso: Valorativo - se apia em doutrinas, que contm proposies sagradas. Inspiracional - revelado pelo sobrenatural. Infalvel e exato - contm verdades reveladas pelo sobrenatural, que so indiscutveis, dogmticas. Sistemtico - analisa a origem, o significado, a finalidade e o destino, como obras de um criador divino. No verificvel - as pessoas tm uma atitude de f perante um conhecimento revelado; a adeso das pessoas um ato de f; as evidncias no so postas em dvida.

2.3. PopularSenso comum (ou conhecimento espontneo, ou conhecimento vulgar) a primeira compreenso do mundo resultante da herana fecunda de um grupo social e das experincias atuais que continuam sendo efetuadas. Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos projetos de vida, adquirimos convices e confiana para agir. O senso comum varia de acordo com o conhecimento relativo alcanado pela maioria num determinado perodo histrico, embora possa existir uma minoria mais

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evoluda que alcanou um conhecimento superior ao aceito pela maioria. Estas minorias por destoarem deste "senso comum" so geralmente discriminadas. Esta forma de conhecimento provm da experincia cotidiana, do senso comum. transmitida de gerao em gerao, pode ser transformada em crena religiosa ou em doutrina inquestionvel. Caractersticas do Conhecimento popular: Valorativo ou Sensitivo - baseado em nimo e emoes, os valores do sujeito impregnam o objeto do conhecimento Qualitativo - grandes ou pequenos, doces ou azedos, pesados ou leves, novos ou velhos, belos ou feios... Reflexivo - no pode ser reduzido a uma formulao geral Assistemtico a organizao de experincias no visa sistematizao das idias nem na forma de adquiri-las nem na tentativa de valid-las Verificvel - limitado ao mbito da vida diria Falvel - se conforma com a aparncia e com o que se ouve dizer Inexato - no permite formular hipteses para alm das percepes objetivas Superficial - conforma-se com a aparncia, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas ("porque o vi", "porque senti", "porque disseram", "porque todo mundo diz")

Exemplos:

Senso ComumO Sol menor do que a Terra, um pequeno crculo avermelhado que percorre o cu de leste para oeste

CinciaAstronomia o Sol muitas vezes maior do que a Terra

O Sol se move em torno da Terra, que Coprnico a Terra que se move em permanece imvel torno do sol As cores existem em si mesmas rosas so vermelhas, o cu azul, as rvores so verdes Gneros e espcies de animais surgiram como os conhecemos ptica cores so ondas luminosas de comprimentos diferentes, obtidas pela refrao, reflexo ou decomposio da luz branca.

Biologia: gneros e espcies de animais

se formaram lentamente, no curso de milhes de anos, a partir de modificaes de microorganismos extremamente simples

A famlia uma realidade natural, pois os humanos sentem a necessidade de viverem juntos - a famlia existe naturalmente e a clula primeira da sociedade A raa uma realidade natural ou biolgica, os africanos so negros, asiticos so amarelos de olhos puxados, ndios so vermelhos e europeus, brancos.

Historiadores e antroplogos famlia uma instituio social recente (sc. XV), prpria da Europa ocidental, no existindo na Antiguidade, nem nas sociedades africanas, asiticas e americanas pr-colombianas Socilogos e antroplogos raa recente (sc. XVIII) explicao para as diferenas fsicas e culturais entre os europeus e os povos descobertos no sc. XIV, por Marco Plo e no sc. XV, nas grandes navegaes.

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O saber do senso comum : Saber Imediato - nvel mais elementar do conhecimento baseado em observaes ingnuas da realidade. Est freqentemente ligado resoluo de problemas prticos do quotidiano. Saber Subjetivo - construdo com base em experincias subjetivas. o prprio sujeito que organiza as experincias e conhecimentos. Por vivncia prpria ou "por ouvir dizer"; o sujeito exprime sentimentos e opinies individuais e de grupos, variando de uma pessoa para outra, ou de um grupo para outro, dependendo das condies em que vivemos. Saber heterogneo - resulta de sucessivas acumulaes de dados provenientes da experincia, sem qualquer seletividade, coerncia ou mtodo. Trata-se de uma forma de saber ligado ao processo de socializao dos indivduos, sendo muito evidente a influncia das tradies e idias feitas transmitidas de gerao em gerao. Refere-se a fatos que julgamos diferentes, porque os percebemos como diversos entre si. Saber No Crtico - conhecimento que no permite generalizao.

2.4. Conhecimento CientficoA Cincia (do latim scientia, conhecimento) o conjunto de informaes sobre a realidade acumuladas pelas vrias geraes de investigadores depois de devidamente validadas pelo mtodo cientfico. aA palavra cincia de origem latina "Scientia" que provm de "Scire" que significa "aprender" ou "conhecer". A Cincia compe-se de conhecimentos sobre um objeto de estudo, que expresso por uma linguagem precisa. Suas concluses so passveis de verificao e isentas de emoo, possibilitando a reproduo da experincia, podendo o saber ser transmitido e verificado, utilizado e desenvolvido possibilitando atravs deste o desenvolvimento de novas descobertas. O conhecimento cientfico resulta da investigao reflexiva, metdica e sistemtica da realidade. Transcende os fatos em si mesmos, procura descobrir as relaes que estes possuem entre si, determinar as causas e os respectivos efeitos. O objetivo construir uma teoria explicativa dos fenmenos, determinando se possvel as leis gerais que regem a sua produo. A atitude cientfica v problemas e obstculos, aparncias que precisam ser explicadas e, em certos casos, afastadas. A cincia desconfia: da de da da veracidade de nossas certezas, nossa adeso imediata s coisas, ausncia de crtica falta de curiosidade.

Caractersticas do Conhecimento Cientfico: Factual - lida com ocorrncias ou fatos, toda a forma de existncia que se manifesta Contingente as proposies tm veracidade ou falsidade conhecidas pela experincia e no s pela razo Sistemtico - logicamente ordenado, formando um sistema de idias

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Verificvel - as hipteses precisam ser testadas Todo o conhecimento cientfico falvel, isto , s vlido enquanto no for refutado pela experincia. Nenhuma experincia nos garante que uma dada teoria verdadeira, mas apenas se a mesma ou no refutvel. Se no o for, podemos admiti-la como verdadeira num dado contexto histrico. Neste sentido, o conhecimento cientfico no se assume como absoluto, mas apenas como progressivo. Falvel - no definitivo, absoluto ou final Aproximadamente exato - novas proposies e tcnicas podem reformular as teorias existentes

O conhecimento Cientfico procura estabelecer propriedades e os padres interdependentes entre as propriedades, para construir as generalizaes ou as leis. orientado para remover barreiras e resolver ou apresentar solues para os problemas sociais, econmicos, polticos e cientficos. O conhecimento cientfico resulta de um trabalho paciente e lento de investigao e de pesquisa racional, aberto a mudanas, no sendo nem um mistrio incompreensvel nem uma doutrina geral sobre o mundo.

Etapas do conhecimento cientfico.

Os fatos ou objetos cientficos no so dados empricos espontneos de nossa experincia cotidiana, mas so construdos pelo trabalho da investigao cientfica. Esta um conjunto de atividades intelectuais, experimentais e tcnicas, realizadas com base em mtodos que permitem e garantem: separar os elementos subjetivos e objetivos de um fenmeno; construir o fenmeno como um objeto do conhecimento, controlvel, verificvel, interpretvel e capaz de ser retificado e corrigido demonstrar e provar os resultados obtidos durante a investigao, a demonstrao feita para verificar a validade dos resultados e para prever racionalmente novos fatos como efeitos dos j estudados;

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relacionar um fato isolado com outros fatos, integrando-o numa explicao racional unificada (fato explicado por uma teoria) formular uma teoria geral sobre o conjunto dos fenmenos observados e dos fatos investigados, isto , formular um conjunto sistemtico de conceitos que expliquem e interpretem as causas e os efeitos, as relaes de dependncia, identidade e diferena entre todos os objetos que constituem o campo investigado. A cincia distingue-se do senso comum porque este uma opinio baseada em hbitos, preconceitos, tradies cristalizadas, enquanto a primeira baseia-se em pesquisas, investigaes metdicas e sistemticas e na exigncia de que as teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A cincia conhecimento que resulta de um trabalho racional construdo com base no estudo dos fenmenos atravs do mtodo das inferncias. A construo das proposies e enunciados est de acordo com um sistema conceitual e terico e os procedimentos e as operaes lgicas da cincia permitem: A observao racional e controlada dos fenmenos; A interpretao e explicao adequada dos fenmenos; A verificao dos fenmenos, positivados pela experimentao e observao; A fundamentao dos princpios de generalizao ou o estabelecimento dos princpios e das leis;

A cincia apresenta-se, nesta dimenso, como um conjunto de proposies ou enunciados, que podem ser organizados de forma hierrquica, dos mais elementares para os mais gerais e vice-versa.

Resumo: os quatro tipos de conhecimento

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3. TeoriaO conhecimento cientfico se apia num sistema de idias interligadas de forma lgica. Cada cincia possui um conjunto de princpios fundamentais adequados ao estudo de um dado campo de pesquisa, e que suportam uma teoria ou teorias particulares. Estas teorias no resultam de uma simples acumulao de fatos e explicaes, mas so os produtos de acumulaes seletivas. Etimologia: contemplao, ato contemplativo; doutrina ou sistema de idias (teoria do conhecimento, teoria da relatividade, teoria da mais-valia), conjunto de idias bem elaborado, sistemtico. Esta definio pode levar a afirmaes provenientes do Senso Comum:

Na prtica, a teoria no acontece como esperamos Na prtica, a teoria no funciona Isso muito terico...a vida diferente...

O que uma teoria cientfica? um sistema ordenado e coerente de proposies ou enunciados baseados em um pequeno nmero de princpios, cuja finalidade descrever, explicar e prever do modo mais completo possvel um conjunto de fenmenos, oferecendo suas leis necessrias. Teorias cientficas tentam entender o mundo das experincias observadas e sensoriais. Tentam explicar como o mundo natural funciona. A caracterstica distintiva de teorias cientficas que elas so "passveis de ser experimentalmente testadas". Quanto maior o nmero de testes rigorosos, maior o seu grau de confirmao da teoria e mais razovel a sua aceitao. Porm, confirmar no o mesmo que provar lgica ou matematicamente. Nenhuma teoria cientfica pode ser provada com absoluta certeza. Mesmo se uma teoria passar por muitos testes rigorosos, sempre possvel que falhe no prximo. Por exemplo, a teoria da relatividade especial de Einstein aceita como "correta" no sentido de que "sua incluso necessria nos clculos leva a uma concordncia excelente com as experincias". Isto no significa que a teoria seja infalivelmente certa. Optar por uma teoria no significa crer numa verdade absoluta. Se eu afirmo que uma teoria verdadeira, e conseqentemente a outra falsa, isto no significa que eu estou atribuindo o grau de veracidade 100% a uma e 0% outra; significa que a verificao experimental me convenceu a optar por uma teoria em detrimento da outra.

3.1. Fatos cientficosComo as teorias cientficas, os fatos cientficos tambm no so certezas infalveis. Os fatos envolvem elementos perceptuais facilmente testveis; mas tambm envolvem interpretao. Em cincia, 'fato' somente pode significar "confirmado at um grau tal que seria perverso negar uma concordncia provisria" Fatos e teorias so coisas diferentes e no degraus em uma hierarquia de certeza crescente. Fatos so os dados do mundo. Teorias so estruturas de idias que explicam e interpretam os fatos.

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Existem, claro, muito mais fatos que teorias. Assim que algo se estabelece como um fato cientfico (a Terra gira em torno do Sol) no provvel que seja substitudo por um "fato melhor" no futuro. J as teorias cientficas no permanecem inalteradas para sempre. Ento: A Teoria precisa dos fatos. Ambos so necessrios ao Conhecimento Cientfico. A Teoria procura a relao entre os fatos. A Teoria orienta os objetos da Pesquisa. A Teoria restringe a amplitude em cada campo de conhecimento. A Teoria define os principais aspectos de uma investigao. A Teoria determina precisamente os tipos de dados que devem ser abstrados da realidade.

A Teoria resume o Conhecimento e oferece um Sistema de Conceitos e de classificao dos fatos, fazendo isto atravs de: Representao dos fatos Fornecimento de um vocabulrio Expresso de relaes Classificao e Sistematizao de fenmenos Explicao de fenmenos de maneira resumida.

A histria da cincia a histria de teorias funcionando bem por algum tempo, a ocorrncia de anomalias (ou seja, a descoberta de novos fatos que no se encaixam nas teorias estabelecidas), e novas teorias sendo propostas e acabando por substituir as antigas parcialmente ou completamente.

3.2. ParadigmaUma das expresses mais recorrentes no vocabulrio de quem tenta falar difcil paradigma. Paradigmas so grandes teorias que orientam a viso de mundo do cientista. Uma mudana de paradigma pode representar uma alterao total na maneira como as pessoas vm o mundo. De tempos em tempos surgem as anomalias, fenmenos que no se encaixam no paradigma. O termo paradigma est intimamente relacionado cincia e s revolues cientficas. O paradigma representa um guia, para anlise e interpretao da natureza. uma lente que ajuda o cientista a ver e compreender a natureza. EXEMPLO: Se solta uma pedra e ela cai ao cho. A fora da gravidade, puxou a pedra para baixo. A explicao baseada no paradigma newtoniano, segundo o qual matria atrai matria. Quanto maior o objeto, mais atrao ele exerce. Como a Terra muito maior que a pedra, ela a atrai e no o contrrio. O paradigma estabelecido por Newton nos ajuda a observar e entender o fenmeno das coisas que caem. Se ao invs de cair, a pedra ficasse flutuando no ar. Professores e alunos certamente ficariam estarrecidos. Por qu? Porque a natureza estaria contrariando o paradigma. A pedra voadora seria uma anomalia, um fenmeno que no se encaixa na expectativa que temos com relao natureza.

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Processo de surgimento de um paradigmaCada revoluo uma oportunidade de passar de um paradigma a outro. Se ocorre uma crise, originada por uma anomalia ou um enigma no resolvido pelo paradigma atual, essencial para o progresso da cincia uma mudana de paradigma, o que obriga os cientistas a buscar novos horizontes. A maioria tende a ignorar as anomalias, mas se alguns pesquisadores decidem pesquisar a anomalia e explic-la, necessrio mudar a maneira como vemos o mundo. So as chamadas revolues cientficas. A histria do conhecimento no linear, com o conhecimento adquirido apoiandose em conhecimentos anteriores acumulados, mas repleta de revolues cientficas: o Heliocentrismo; a Teoria da Evoluo, a Teoria da Relatividade e, mais recentemente, a Teoria do Caos.

A produo de conhecimento. (A) modelo errneo de produo de conhecimento em que o conhecimento acumula-se sempre se apoiando nas idias anteriores e (B) modelo correto que mostra a produo do conhecimento oscilando entre perodos de discusso e acmulo, renovando-se os paradigmas.

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Durante as revolues cientficas, pesquisadores entram em conflito. O que definir se um paradigma ir sobreviver no a sua cientificidade, e sim sua capacidade de explicar o mundo. Triunfam aquelas teorias cujos adeptos divulgam seu ponto de vista. O paradigma resume o Conhecimento e oferece um Sistema de Conceitos e de classificao dos fatos, fazendo isto atravs de: Representao dos fatos Fornecimento de um vocabulrio Expresso de relaes Classificao e Sistematizao de fenmenos: Explicao de fenmenos de maneira resumida. Para isto, precisamos de mtodos.

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4. MtodosO Mtodo a forma pela qual alcanamos um objetivo. o conjunto de processos para conhecer uma realidade, produzir um objeto ou desenvolver certos comportamentos. Como se sabe, nem sempre um problema resolvido ordenadamente, mas o mtodo serve para que a soluo seja compreensvel por todos. Seus objetivos principais so: Produzir conhecimento aplicvel para previso, explicao e controle de fenmenos Permitir a fiel reproduo do sistema de conhecimento Ser compartilhvel e transmissvel Ser verificvel

4.1 Tipos de mtodos4.1.1 O Mtodo IndutivoO que induo? Induo o princpio segundo o qual se deve partir das partes para o todo. Ou seja, ao fazer uma pesquisa, deve-se ir coletando casos particulares e, depois de certo nmero de casos, pode-se generalizar, dizendo que sempre que a situao se repetir o resultado ser o mesmo. Este mtodo muito utilizado nas cincias naturais. A partir de exemplos, formamos as regras. Partindo de premissas particulares, inferimos uma verdade geral. Mas como temos certeza de que as regras esto corretas? O mtodo indutivo possui 3 fases: Exemplos: Pedro, Jos e Joo so homens Pedro, Jos e Joo so mortais Logo, todos os homens so mortais. Observao do Fenmeno Descoberta da Relao entre Eles Generalizao da Relao

O mtodo indutivo.

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4.1.2 O Mtodo DedutivoO que deduo? A deduo uma forma de raciocnio cientfico segundo o qual devemos partir do geral para o particular. Formula-se uma lei geral e depois se passa a observar casos particulares e verificar se essa lei no falseada. O mtodo dedutivo procura transformar enunciados complexos em particulares. O conhecimento embutido na concluso j existe nas premissas e sua forma mais comum o silogismo. Exemplos: Todos os homens so mortais Plato homem. Plato mortal.

O mtodo dedutivo.

Diferenas entre o Mtodo indutivo e o Mtodo dedutivo.

Dedutivo Indutivo Se todas as premissas so verdadeiras Se todas as premissas so verdadeiras, a concluso provavelmente a concluso deve ser verdadeira. verdadeira. A concluso tem informaes que no estavam nas premissas. Toda a informao da concluso j estava (ao menos implicitamente) nas premissas. Dedutivo para explicar as premissas

Indutivo para ampliar conhecimento

Os resultados obtidos pelo MI admitem Os resultados obtidos pelo MD ou so vrios graus de fora. corretos ou no

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4.1.3. O Mtodo Hipottico DedutivoEnquanto que no Mtodo dedutivo procura-se provar a hiptese, no Mtodo hipottico-dedutivo a idia derrubar a hiptese.

Etapas do Mtodo Hipottico Dedutivo O Problema constitui-se na primeira etapa do mtodo e a origem de toda Investigao. A partir do problema que temos que decidimos como e que dados queremos ter. Conjecturas so solues passveis de teste em suas conseqncias. Tm o objetivo de explicar fenmenos ou de prever sua ocorrncia. Tm que ser compatveis com o conhecimento existente e passveis de teste. O Falseamento o teste que se efetua via observao/experimentao, com o uso do modus tollens. Conjecturas so corroboradas.

4.1.4. Mtodo CientficoO Mtodo Cientfico pode ser dividido em cinco partes: 1) Observao - Entender seu objeto de estudo tanto quanto sua capacidade de observao permite 2) Hiptese - Formular uma hiptese a partir da anlise dos dados 3) Previses - Usar a hiptese para predizer os resultados de novas observaes 4) Experimento - Desenvolver experimentos para testar suas predies. Repetir os passos de predio e experimentao at reduzir discrepncias entre teoria e observaes. 5) Teoria - Construir uma teoria que prov um conjunto coerente de proposies que explicam uma classe de fenmenos. Modelos e teorias permitem captar e apreender os fatos observados de forma sistemtica e nos fornecem uma dada interpretao e explicao dos objetos em estudo.

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Os Modelos Cientficos fornecem um conjunto de mecanismos virtuais para a representao de um fenmeno. So utilizados para descrever simplificadamente os fenmenos reais e como ferramenta de apoio para controle, ensino, simulaes e otimizaes. Para aplicar o mtodo cientfico, se deve inicialmente selecionar um problema, que algo que no podemos e queremos explicar. Como os planetas se movem? O que causa a clera? O que causou a extino dos dinossauros?

Construo de teorias e modelos.

Uma vez escolhido o problema, formula-se uma hiptese, que a semente para resolver o problema. Os planetas giram em torno do Sol O vrus da Clera transmitido ao beber gua contaminada Os dinossauros desapareceram por uma mudana climtica causada pela queda de um asteride

Na prxima etapa, seleciona-se o experimento para testar a hipteses. O experimento um teste reprodutvel da hiptese. Calcular e observar as posies dos planetas Analisar a conexo entre as fontes de gua potvel e os casos de clera Encontrar evidncias para o impacto do meteorito

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5. Levantamento BibliogrficoO levantamento bibliogrfico consiste basicamente em uma pesquisa da bibliografia existente sobre um determinado assunto ou autor, segundo as especificaes definidas pelo prprio solicitante: idiomas, tipo de material, palavras-chave etc. Permite a localizao de referncias bibliogrficas, resumos e, em alguns casos, textos integrais de documentos sobre determinado assunto, sejam livros, artigos de peridicos, teses, normas tcnicas, anais de eventos, legislao e outros materiais bibliogrficos. Alunos e professores podero consultar livros, monografias, teses, vdeos, CDROMs e peridicos por intermdio de um sistema, pois as bibliotecas j esto estruturadas de forma a dar suporte ao ensino e pesquisa, dentro de uma organizao multicampi. As bibliotecas setoriais (cada uma instalada em um campus) so controladas por uma unidade central de informaes via Intranet. Todas as bibliotecas da instituio so interligadas on-line pela Internet, possibilitando, assim, o uso pleno dos servios e recursos por um universo maior de usurios. Para que o corpo discente e o corpo docente utilizem e conheam todos esses recursos disponveis so oferecidos os seguintes servios orientados pelos nossos bibliotecrios: Pesquisa bibliogrfica; Orientao e normalizao de trabalhos acadmicos (ABNT); Emprstimo domiciliar; Consulta local; Elaborao de referncias bibliogrficas (ABNT); Intercmbio entre bibliotecas; COMUT Programa de comutao bibliogrfica que visa facilitar a obteno de cpias de documentos independentemente de sua localizao (no Brasil ou no exterior); Exposies com a finalidade de aproximar os alunos e a comunidade da importncia da leitura; O Servio de Bibliotecas oferece, ainda, o Guia de normalizao para apresentao de Trabalhos Acadmicos, uma importante fonte de referncia, com exemplos, e atualizada segundo as normas da ABNT. Disponvel em: http://www3.unip.br/servicos/biblioteca/guia.aspx Horrio mnimo de funcionamento da Biblioteca no perodo escolar: - 2 a 5 feira 8 s 22 horas; - 6-feira 8 s 23 horas; - Sbado 8 s 12 horas Aos alunos regularmente matriculados e aos professores sero facultados emprstimos, por 7(sete) dias seqentes, dos seguintes materiais bibliogrficos: a) 3 (trs) ttulos de livros; b) 2 (dois) ttulos de vdeos ou DVDs; c) 2 (dois) ttulos de CD-ROMs; O leitor poder solicitar reserva On-line para o material que estiver emprestado, desde que no exista exemplar disponvel na Biblioteca e seja bibliografia referente s disciplinas vinculadas ao curso em que esteja matriculado. A renovao do emprstimo ser permitida at 2 (duas) vezes consecutivas, Online ou na Biblioteca de origem do emprstimo, caso a obra no esteja reservada e o leitor no esteja em dbito ou cumprindo penalidade na Biblioteca. O atraso na devoluo de materiais retirados para consulta/emprstimo implicar as seguintes penalidades: suspenso de 1(um) dia til para cada dia de atraso, multiplicado pelo nmero de obra(s). a contagem dos dias de atraso dever iniciar-se na data em que a publicao deveria ser devolvida e encerrrar-se no dia anterior devoluo.

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6. A Busca nas Fontes de InformaoMuitas vezes o estudante no se sente preparado para o mundo da pesquisa e, tampouco, com conhecimento dos recursos de informao disponveis para a produo de uma pesquisa ou trabalhos cientficos bem elaborados, com referencial terico relevante, consistente, assim como, com o nvel intelectual exigido do pesquisador iniciante. Um dos recursos de informao mais tradicionais e que deveria ser de uso habitual da vida do estudante desde a fase da pr-escola, a biblioteca, e com ela todas as diversas fontes de informao organizadas no seu acervo como: os livros, peridicos, dicionrios, atlas, etc. Como intermediador da informao/acervo e do usurio/estudante est o bibliotecrio, com papel importante na elaborao de uma pesquisa. Na histria da biblioteconomia sempre se percebeu uma preocupao com a organizao do conhecimento, que comeou com Aristteles (300 a.C. a 1600 a.C.), que dividiu o conhecimento em trs partes: terica, prtica e produtiva. Depois, em meados do sculo XIX, Dewey criou a Classificao Decimal de Dewey CDD, a primeira a utilizar nmeros decimais para os assuntos. E, no incio do sculo XX, o bibliotecrio Ranganathan, que se preocupou com a classificao do conhecimento em facetas, criou a Classificao dos Dois Pontos ou Classificao de Colon, e considerou o conhecimento como multidimensional e as reas do conhecimento, ou o nmero de assuntos numa classificao infinita As fontes de informao so todos os tipos de meios e suportes que contm informao, porm, no se preocupa com a definio de fonte de informao ou documento, mas sim, em analisar essas fontes de informao, o qual faz uma compilao das principais e as divide em trs categorias: 1 fontes primrias documentos com novas informaes, idias e/ou fatos, formado por: trabalhos apresentados em eventos cientficos (congressos, seminrios, encontros, painis, workshop e outros), legislao, nomes e marcas registradas, normas tcnicas, patentes, peridicos, projetos e pesquisa em andamento, relatrios tcnicos, teses, dissertaes e tradues; 2 fontes secundrias documentos com informaes sobre os documentos primrios: base de dados e banco de dados, bibliografias e ndices, biografias, catlogos de bibliotecas, centros de pesquisa e laboratrios, dicionrios e enciclopdias, dicionrios bilnges e multilnges, feiras e exposies, fontes histricas, filmes e vdeos, livros, manuais, internet, museus, herbrios, arquivos e colees cientficas, prmios e honrarias, redao tcnica e metodologia cientfica, siglas e abreviaturas, tabelas, unidades, medidas e estatstica; 3 fontes tercirias ajudam na pesquisa de fontes primrias e secundrias, indicam ou localizam os documentos primrios e secundrios, so essas: bibliografias de bibliografias, bibliotecas e centro de informao, diretrios (associaes, sociedades cientficas, centros e instituies de pesquisa, empresas, fundaes e rgos de fomento, instituies educacionais, rgos governamentais), financiamento e fomento pesquisa, guias bibliogrficos e revises de literatura. A informao no se encontra somente nos acervos das bibliotecas tradicionais, pois, com a evoluo tecnolgica e dos meios de comunicao, a informao tambm pode ser encontrada nas bibliotecas virtuais, publicaes eletrnicas e diversas bases de dados que representam um infinito de informaes, despertando assim, uma preocupao em como busc-las e recuper-las.

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7. A Internet e o CiberespaoA informao no se encontra somente nos acervos das bibliotecas tradicionais, pois, com a evoluo tecnolgica e dos meios de comunicao, a informao tambm pode ser encontrada nas bibliotecas virtuais, publicaes eletrnicas e diversas bases de dados que representam um infinito de informaes, despertando assim, uma preocupao em como busc-las e recuper-las. A Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES, rgo do Ministrio da Educao tem como funo a avaliao dos programas de ps-graduao, acesso e divulgao da produo cientfica, o investimento na formao de novos pesquisadores, assim como, a promoo da cooperao cientfica internacional, disponibilizando bolsas e incentivos aos estudantes/pesquisadores iniciantes e o portal de peridicos (http://www.periodicos.capes.gov.br). Esse portal voltado para todas as reas do conhecimento e est disponvel para as universidades com programas de psgraduao; avaliado pela CAPES, com acesso livre e gratuito s bases de dados, peridicos on-line e ao banco de teses. O mesmo apresenta aspectos para facilitar o acesso a publicaes, seja no texto on-line ou referencial, apenas referncias com resumos. Para representar sua importncia, damos o exemplo dos pesquisadores da rea da sade, que podem buscar suas informaes na Biblioteca Virtual da Sade BVS, da rede do Centro Latino Americano e do Caribe de Informao em Cincias da Sade BIREME (http://www.bireme.br), que formada por vrias bases de dados como: - MEDLINE, Literatura Internacional em Cincias da Sade - LILACS, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade - SciELO (http://www.scielo.org/)Scientific Electronic Library Online - e outras. Nesta mesma biblioteca virtual tambm se pode consultar a Biblioteca Cochrane (http://cochrane.bireme.br/portal/php/index.php) de medicina baseada em evidncia, o que significa uma abordagem que utiliza as ferramentas da Epidemiologia Clnica; Estatstica; Metodologia Cientfica; e Informtica para a pesquisa e o conhecimento em Sade, oferecendo melhor informao para a tomada de deciso, assim como, buscando promover a integrao da experincia clnica s melhores evidncias disponveis para intervenes com segurana e aes ticas. A BIREME apresenta um vocabulrio estruturado em trs idiomas, conhecido como Descritores em Cincias da Sade - DeCS, para auxiliar com os termos mais especficos para a pesquisa, oferece acesso livre e gratuito em algumas das bases, porm, no caso de interesse por um documento no disponibilizado gratuitamente, possvel contar com o Servio Cooperativo de Acesso Documentos - SCAD, que fornece cpias mediante pagamento. A plataforma ISI Web of KnowledgeSM uma plataforma virtual, que oferece a todos os nveis profissionais nas reas cientificas e acadmicas uma maneira mais fcil de conseguir e gerenciar a informao pesquisada atravs de um acesso nico, e conveniente incluindo jornais internacionais (foco concentrado de mais de 7.500 jornais cientficos e estudos sociais), conferncias, patentes (mais de 22 milhes de patentes desde 1963 ao presente, de 40 autoridades emissoras internacionais de patentes), reaes qumicas e componentes, sites virtuais, que incluem documentos dentro destes sites virtuais. Os usurios podem analisar resultados por autor, ano publicado, categoria do assunto do jornal, instituio, idioma ou fonte do titulo; ele pode ser representao numrica, percentual, ou grfica das tendncias de analises e descoberta no campo de pesquisa. Com a abrangncia detalhada e capacidades poderosas de busca, torna esse recurso valioso. Oferece mais de 1,1 milhes de registros e mais de 23 milhes de referncias citadas por ano em mais de 230 disciplinas em cincias, cincias sociais, artes, e humanas. Caractersticas de acesso do site:

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Science Citation Index Expanded 1945presente; abstratos do autor disponvel desde 1991 em diante Social Sciences Citation Index 1956presente; abstratos do autor disponvel desde 1992 em diante Arts & Humanities Citation Index 1975presente; abstratos do autor disponvel desde 2000 em diante Index Chemicus 1993presente Current Chemical Reactions 1986presente; - mais arquivos INPI de 1840 1985 - Atualizado semanalmente

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RefernciasALVES, Rubem. Filosofia da cincia, So Paulo, Ars Potica, 1996. CERVO, A. L. & Bervian, P. A. Metodologia Cientfica. So Paulo: Makron Books, 1996. CHIZZOTI, A. A pesquisa em cincias humanas e sociais. So Paulo, Ed. Cortez, 1995. DEMO P. Metodologia cientfica em cincias sociais, So Paulo: Atlas, 1989. DEMO P. Introduo metodologia da cincia, So Paulo: Atlas, 1991. HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. 6.a. Ed. Petrpolis, Vozes, 2000. LAKATOS, E. Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Cientfica. So Paulo: Atlas, 1991. LUCKESI, C. C. Fazer universidade uma proposta metodolgica. So Paulo: Editora Cortez, 1987. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em sade. 4.a. ed. So Paulo-Rio de Janeiro, Hucitec/Abrasco, 1996. MOREIRA, D. A. O mtodo fenomenolgico na pesquisa. So Paulo: Pioneira Thomson, 2002. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho cientfico. So Paulo: Cortez, 1993. SELLTIZ, WRIGTHSMAN, COOK. Mtodos de pesquisa nas relaes sociais. Vol2: Medidas na pesquisa social. So Paulo, EPU, 1987. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ao. 6 edio. So Paulo, Cortez, 1994.

Imagens gentilmente cedidas por Librophiliac Love Letter: A Compendium of Beautiful Libraries, September 6th, 2007 disponvel no site http://curiousexpeditions.org/?p=78, acessado em 10/02/2008.