20142 5-6s Empreendedorismo e Plano de Negocios (Apostila) (2)
Apostila plano-de-negocios-insitucional1
-
Upload
lize-barroco -
Category
Documents
-
view
171 -
download
0
Transcript of Apostila plano-de-negocios-insitucional1
ISA – INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL
2011
Plano de Negócios Como elaborar um?
Karin Ingrid Rettl e Gisela Gerotto
ISA – Instituto Socioambiental
2 Plano de Negócios: Como elaborar um?
SUMÁRIO Pag.
Introdução 4
CAPÍTULO I – Conceitos e Definições
Unidades de Conservação e desenvolvimento local 7
O Vale do Ribeira e o Ecoturismo 9
O Mercado do Turismo do Vale do Ribeira 17
Planejamento; seus conceitos e fase 19
O que é um Plano de Negócios e quais são suas utilidades? 23
CAPITULO II – Construindo seu Plano de Negócios
Estrutura de um Plano de Negócios 32
Sumário Executivo 33
Apresentando e definindo sua organização 36
Entendo palavras e seus significados 47
Diagnóstico de sua organização 51
Perguntas chave para definir e apresentar sua organização 53
EXERCÍCIO: Hora de elaborar a descrição de sua organização 54
Descrevendo produtos/serviços oferecidos 57
EXERCÍCIO: Vamos fazer a segmentação do seu mercado? 62
Análise da concorrência 64
EXERCÍCIO: Vamos fazer a análise da concorrência? 67
Definição da capacidade de produção e prestação de serviços 70
Perguntas chave – produtos/serviços 76
Conhecendo seu mercado 78
Perguntas chave – mercado 87
Marketing: significados e processos 89
EXERCÍCIO: Agora vamos elaborar sua estratégia de comunicação?
102
Perguntas chave – Marketing 104
Planejamento financeiro: fazendo as contas 106
ISA – Instituto Socioambiental
3 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Pag.
Perguntas chave - Planejamento financeiro 113
Avaliando riscos e oportunidades 114
Perguntas chave – Riscos e oportunidades 118
Elaborando o plano de implementação do seu negócio 119
Perguntas chave – Plano de implementação 120
Bibliografia 121
Anexos
1 – Exemplo de Fluxo de Produção de Artesanato de Palha de Bananeira: grupo de artesanato de Ivaporunduva
124
1.1 – Espaço para elaborar o Fluxo de Produção do seu negócio 125
1.2 - Modelo de Lista de Material necessário para produzir 1 unidade de produto/serviço
126
1.3 – Calculo do tempo necessário para produzir 1 unidade de produto/serviço
127
1.4 – Calculo do custo unitário total de produção 128
1.5 – Estimativa de custos fixos do seu negócio 129
2- Elabore o mapa de valor do seu produto/serviço 130
3- Estimativa de estoque inicial 131
4- Quadro resumo para calculo do prazo médio e valor médio de compras
133
5- Avaliação de cenários 134
6- Modelo de análise de riscos 135
7- Modelo de Plano de Implementação de Plano de Negócios 137
Apêndice
I – Lista de tributos que incidem nas atividades das Associações 141
II – Lista de tributos que incidem nas atividades das Cooperativas 145
ISA – Instituto Socioambiental
4 Plano de Negócios: Como elaborar um?
INTRODUÇÃO Esta apostila foi construída com base em textos e materiais desenvolvidos
especialmente pelo SEBRAE e pela McKinsey&Company sobre o processo de
elaboração de Planos de Negócios. Para complementar o conteúdo
buscamos em outras publicações métodos de cálculo para Plano de
Negócios, todos os textos utilizados constam na bibliografia.
Procuramos estruturar as informações objetivando facilitar a consulta e
utilizamos de nossas experiências educacionais para definir uma seqüência
de temas e exercícios capaz de facilitar o entendimento e aprendizado, do
processo de elaboração de Plano de Negócios.
Consideramos que este processo é antes de tudo uma conversa consigo
mesmo, isto porque, ao procurar colocar nossas idéias no papel, vamos aos
poucos percebendo o que é viável e operacional, ou seja, possível de ser
implementado.
Este exercício necessita de paciência, dias de dedicação e se realmente bem
estruturado nunca irá terminar. Porque enquando estivermos às voltas com
a implementação do negócio proposto, constantemente estaremos visitando
seu Plano de Negócios. Já que um negócio é vivo, e está inserido em um
ambiente dinâmico e em transformação, a atualização constante deste
documento irá facilitar e garantir que os objetivos dos empreeendedores
sejam contemplados. Enfim, o plano de negócio reflete o planejamento do
negócio como um todo.
Os capítulos a seguir foram ordenados para ajudá-lo a dar conta deste
exercício constante de dialogo consigo mesmo e com os seus sonhos. Os
primeiros capítulos apresentam uma breve introdução sobre o setor de
turísmo, suas oportunidades e riscos, além de alguns conceitos necessários
ao processo de elaboração de um Plano de Negócios, para comunidades e
organizações que são vizinhas de Unidades de Conservação.
ISA – Instituto Socioambiental
5 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Os capítulos posteriores são compostos por teoria e pratica. Ilustramos os
conceitos através de exemplos, e em seguida propomos exercícios
relacionados aos conceitos tratados. Ao final de cada etapa incluímos uma
relação de perguntas que podem ser utilizadas como uma espécie de lista
de verificação em situações reais.
ISA – Instituto Socioambiental
6 Plano de Negócios: Como elaborar um?
CAPITULO I - DEFINIÇÕES E
CONCEITOS
ISA – Instituto Socioambiental
7 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Em inglês e francês
arcaico a palavra parc significava – uma área
cercada de solo, ocupada por animais de
caça, protegidos por ordem do rei.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO LOCAL A reserva de áreas consagradas à proteção da biodiversidade têm raízes
profundas na cultura da humanidade. Na Índia foram encontrados os
primeiros registros de áreas protegidas, que datam do século IV AC. No
ocidente, os reis tinham por habito reservar terras para a prática da caça de
animais selvagens ou como áreas sagradas.
Na Inglaterra, durante a revolução industrial, o
crescimento desordenado das cidades
alimentado pelo êxodo rural causou a
deterioração da vida urbana
levando á uma valorização da
vida idílica do campo. A
aristocracia procurava fugir dos
centros urbanos poluídos se
refugiando nas áreas rurais. Este
fato influenciou a pintura e
literatura da época.
Este processo foi alimentando o ideal
conservacionista que define o homem como um agente externo ao meio e
por isto não deve interferir no ambiente natural. O modelo de unidades de
conservação norte-americano tomou como base este princípio, definindo
áreas protegidas como locais de apreciação das belezas naturais e do
turismo.
As bases teóricas e legais para se conservar grandes áreas naturais foram
definidas durante a segunda metade do século XIX, quando da destinação
de milhares de hectares na região nordeste de Wyoming, nos Estados
Unidos, para a criação do Parque Nacional de Yellowstone, em 1872. Este é
o primeiro exemplo de uma área de conservação de uso restrito, ou seja,
um parque na concepção atual.
ISA – Instituto Socioambiental
8 Plano de Negócios: Como elaborar um?
No início do século XX, a idéia de criação de um movimento permanente em
defesa do patrimônio natural já estava madura; em 1913 foi criada a
Comissão Internacional de Proteção à Natureza. A guerra interrompeu os
primeiros movimentos da Comissão, mas em 1923 realizou-se o 1º
Congresso Internacional para a Proteção da
Natureza. Em 1948, houve a instalação
definitiva da União Internacional de
Proteção à Natureza, sob os auspícios da
Unesco e a participação de 33 países, entre
os quais o Brasil. A União, então criada,
transformou-se mais tarde na União
Internacional para Conservação da Natureza
e Recursos Naturais – UICN, com sede na
Suíça.
De lá para cá, a atenção e interesse dos
Governos, sociedade civil e empresas sobre
estas áreas vem aumentando.
Especialmente porque com a evolução e
disseminação do conceito de
desenvolvimento sustentável, não se
questiona mais a importância da
biodiversidade do planeta para a
sustentação da vida humana.
A história, no entanto, demonstra que
conciliar a atividade econômica com
conservação da biodiversidade é um desafio
considerável, porém não há duvida da
necessidade de encontrarmos um equilíbrio
entre produtividade e capacidade de
recomposição dos ecossistemas.
Conservacionismo e preservacionismo são leis políticas ambientais criadas para proteger a natureza contra os impactos ambientais causados pelo homem. O conservacionismo é uma ideia do engenheiro florestal Gifford Pinchot, que acredita que pode haver um convívio entre o homem e a natureza, se souberem usar de forma correta e eficiente os recursos naturais, sem desperdício, para o bem da maioria da população, mantendo a conservação para as gerações futuras. E o preservacionismo vê o homem como uma ameaça para a natureza, que deve ser separado dela, para a sua proteção contra o desenvolvimento urbano, criando ilhas selvagens, onde os povos que habitam nesses lugares são totalmente afastados, para transformarem esses lugares em parques turísticos para visitas de pessoas que querem se afastar do estresse urbano, beneficiando a minoria. Os teóricos mais importantes do preservacionismo foram John Muir e Marsh. Fonte: José Carlos Diegues.
ISA – Instituto Socioambiental
9 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Desenvolvimento
local é aquele que se articula por meio dos
recursos econômicos, humanos,
institucionais, ambientais e culturais de localidades e territórios delimitados,
com economias de escala e
potencialidades ainda por explorar, além de uma forte identidade cultural
compartilhada.
As diferentes composições de fauna e flora relativas a cada ecossistema
apresentam necessidades específicas para sua sobrevivência e reprodução.
Considerando que estes ambientes estão em constante transformação,
muitos parques em países classificados como
desenvolvidos já foram extintos porque não
conseguiram cumprir com o objetivo de
proteger a biodiversidade. Outros, localizados
em países em desenvolvimento ou
subdesenvolvidos, dependem do interesse dos
governos para definir especialmente questões
fundiárias.
Neste contexto, contar com o apoio das
comunidades locais é fundamental para a
garantia da conservação destas áreas. No
entanto, estas comunidades têm anseios e
expectativas próprias relacionadas ao seu
processo de desenvolvimento e bem-estar.
O VALE DO RIBEIRA E O ECOTURISMO
O Vale do Ribeira apresenta a maior área continua de Mata Atlântica do País
com a presença de diversas Unidades de Conservação, sendo boa parte
aberta à visitação pública e aos trabalhos de educação ambiental.
A preocupação com a necessidade de preservação dos recursos naturais
começou na década de 80, com atuações do Estado na área ambiental, o
que acarretou severas restrições legais de uso e ocupação do território.
Inibindo o desenvolvimento sócio-econômico desses municípios uma vez
que a maioria da população vive na zona rural e nas imediações dos
Parques e têm na agricultura de subsistência (arroz, feijão, milho,
mandioca, batata-doca e principalmente banana), baseada na agricultura
familiar, sua mais importante fonte de receita.
ISA – Instituto Socioambiental
10 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Este processo não foi bem aceito pela população uma vez que inviabilizava
a instalação de indústrias na região e limitava a expansão da atividade
agrícola. Entretanto, a possibilidade de se estabelecer atividades como o
ecoturismo atualmente é fruto deste mesmo processo.
Em função do alto grau de conservação e da vocação da região para
atividades ambientalmente sustentáveis, o ecoturismo pode estimular
outras atividades econômicas como a utilização de sistemas agroflorestais,
agricultura orgânica e
artesanato, assim como a
cadeias produtivas de insumos
diversos para a implantação e
manutenção de serviços
relacionados ao ecoturismo
como a pequena indústria de
mobiliário, construção civil,
confecções, tecelagem,
cerâmica, dentre outras,
consideradas de baixo impacto
ambiental.
Todo o potencial de geração de emprego e renda relacionado ao turismo,
ainda não foi completamente percebido e aproveitado em pela população
local.
As comunidades quilombolas, povos indígenas, comunidades tradicionais
ribeirinhas, agricultores familiares e caiçaras, que na sua grande maioria
são posseiros, não possuem o título da terra e, deste modo, não têm acesso
a crédito. Resistem aos efeitos do tempo e contam a história do Brasil ao
longo das margens do rio Ribeira de Iguape, apresentando um modo de
vida particular com manifestações culturais que incluem a gastronomia, o
artesanato e as danças.
Além das restrições relativas ao uso das terras, a baixa fertilidade do solo, a
falta de financiamento, a submissão dos agricultores aos preços estipulados
Capital Natural: representa o potencial de matérias primas brutas naturais que podem ser transformadas em bens de consumo. Está diretamente ligado ao funcionamento de sistemas ecológicos. Capital Social: representa o potencial de um grupo de indivíduos de construir e manter redes sociais com identidade cultural que gerem melhorias no bem-estar social.
ISA – Instituto Socioambiental
11 Plano de Negócios: Como elaborar um?
pelos atravessadores e a baixa qualidade ou dificuldade de acesso à
serviços públicos, tais como: saneamento básico, educação, saúde,
transporte, comunicação e segurança; contribuem efetivamente para inibir
o desenvolvimento na região.
Por outro lado estes grupos sociais vêm se organizando nas últimas
décadas, criando formas diversas de organizações, com o objetivo de mudar
este quadro, através de um modelo econômico capaz de gerar renda e
trabalho, conservando os recursos naturais locais.
O turismo é o setor econômico que apresenta os mais elevados índices de
crescimento no contexto mundial, tendo expandido suas atividades em
cerca de 90%, durante a década de 90. Segundo dados do World Travel and
Tourism Council (WTTC) o setor movimenta anualmente mais de US$ 3,5
trilhões. No Brasil, o turismo é uma atividade ainda emergente, porém de
crescimento intenso nos últimos anos.
O desenvolvimento deste mercado está relacionado especialmente aos
locais de interesse cênico, ricos em atrativos relacionados à biodiversidade
e ao patrimônio histórico-cultural.
O Vale do Ribeira se apresenta como potencial para o turismo por possuir
grande número de atrativos naturais, históricos e culturais além de um
significativo número de Unidades de Conservação.
Entre os anos 2000 e 2001 o Instituto Vitae Civilis e a WWF-Brasil
desenvolveram o “Projeto de Apoio à Conservação da Mata Atlântica no
Corredor Ecológico da Serra de Paranapiacaba”, com o objetivo de
identificar vocações econômicas locais. Após uma série de reuniões com
representantes de ONGs, de parques estaduais, governos e representantes
de vários setores produtivos locais; o Turismo foi o setor que apresentou
maior convergência de interesses tanto para a conservação da Mata
Atlântica quanto para a busca de alternativas econômicas viáveis para as
populações do entorno.
ISA – Instituto Socioambiental
12 Plano de Negócios: Como elaborar um?
O que é ecoturismo? “Um segmento da atividade
turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio
natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a
formação de uma consciência ambientalista através da
interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar as
populações envolvidas”
Esta é uma região que está estrategicamente localizada entre duas das
principais cidades do Brasil, São Paulo e Curitiba, e de fácil acesso devido a
boa qualidade da infra-estrutura de transportes instalada.
O projeto acima citado também identificou que as entidades atuantes no
Vale do Ribeira consideram o ecoturismo como “um segmento da atividade
turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural,
incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência
ambientalista, por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-
estar das populações envolvidas” (Embratur,
1994). O ecoturismo, apesar da ausência
de dados estatísticos, pode representar
cerca de 5 a 8% da atividade, com
projeções indicando um aumento
significativo na procura por esse
segmento. Esse crescimento está
relacionado ao aumento do
interesse da sociedade por
questões ligadas ao meio ambiente e
ao estresse da vida cotidiana nas
grandes cidades (Embratur, 2001).
Formas sustentáveis de turismo, como o ecoturismo, têm potencial para
contribuir para a conservação da diversidade biológica dentro e fora de
áreas protegidas, assim como propiciar melhorias na qualidade de vida das
comunidades locais.
Três grandes eixos temáticos sustentam a definição brasileira de
ecoturismo:
1- A sustentabilidade: refere-se à conservação do ambiente natural,
como pré-requisito para a manutenção do ecoturismo á longo prazo.
Sua viabilidade econômica deve ser considerada, no entanto, as
bases que sustentam o negócio são ao ambientes natural e cultural.
Se esta base de recursos não permanecer conservada, não haverá
mais interesse de visitação.
ISA – Instituto Socioambiental
13 Plano de Negócios: Como elaborar um?
2- A educação do visitante: o turismo deve ser sempre informativo e
educacional, propiciando ao visitante a compreensão e a importância
de se conservar a natureza, a história e a cultura dos locais de
visitação. Evidenciando sua diversidade e inter-relação.
3- Benefícios as comunidades locais: o desenvolvimento sócio-
econômico deve ser alcançado a partir do envolvimento da
comunidade e através de uma preocupação compartilhada de gerar
benefícios locais. E isto só será possível se houver investimentos no
desenvolvimento de competências da comunidade e em sua
capacidade de receber o turista. Isto implica na adequação de infra-
estrutura básica (saneamento, educação e saúde), e no seu efetivo
envolvimento na capacitação profissional para o turismo.
É consenso de muitos especialistas que o turismo pode trazer muitos
benefícios as comunidades locais, contribuindo para o seu desenvolvimento
sócio-econômico; como também tem um grande potencial para degradar o
meio ambiente, as estruturas sociais e a herança cultural dos povos. No
Vale do Ribeira o desenvolvimento desta atividade tem potencial para atrair
investimentos públicos e privados, geração de emprego e renda,
recuperação da auto-estima, da cultura local e conservação ambiental. Mas
também pode trazer impactos negativos como aumento da prostituição e da
violência, estimular o trafego de drogas, etc.
Assim, não podemos considerar o turismo apenas como a implementação
de infra-estruturas de lazer, hospedagem, alimentação e locais de visitação
para turistas. Mas sim uma forma de integração entre o rural e o urbano,
contribuindo para a criação de pólos de desenvolvimento diversificado que
Princípios do turismo responsável: 1- deve ser parte de um desenvolvimento sustentável amplo e de suporte para a conservação; 2- deve usar os recursos naturais de forma sustentável; 3- deve eliminar o consumo insustentável e minimizar a poluição e o desperdício; 4- deve respeitar as culturas locais e prover benefícios e oportunidades para as comunidades locais; 5- deve ser informativo e educacional.
Fonte: Manual de Ecoturismo de Base Comunitária - WWF
ISA – Instituto Socioambiental
14 Plano de Negócios: Como elaborar um?
aproximam as comunidades rurais dos serviços de saúde, educação,
segurança e infra-estrutura disponíveis no meio urbano. Planejando sua
cadeia com cuidado e de forma integrada, para que as comunidades locais
possam de fato fortalecer seu tecido sociocultural.
COMPOMENTES DO TURISMO
Fonte: Manual de Ecoturismo de Base Comunitária, WWF
A cadeia do turismo é composta por seus atrativos e serviços relacionados,
criando a atmosfera que define o perfil do destino e, portanto, dos grupos
de turistas de interesse.
O perfil do destino também deve estar relacionado com uma estrutura de
transporte adequada, com o segmento de mercado correto e com canais de
promoção e mensagens capazes de atingir este perfil de público.
Estas definições são importantes porque podem auxiliar as comunidades a
desenhar ações capazes de potencializar os benefícios da cadeia do turismo,
além de reduzir e gerenciar suas desvantagens.
ISA – Instituto Socioambiental
15 Plano de Negócios: Como elaborar um?
BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS DO TURISMO
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS DESVANTAGENS ECONÔMICAS
1. Ajuda a diversificar e estabilizar
a economia local.
2. Pode ajudar a trazer outras
atividades econômicas para os
municípios.
3. Gera imposto e traz dinheiro
novo para a comunidade.
4. Gera empregos e oportunidades
comerciais
5. Ajuda na melhoria da infra-
estrutura local melhorando
estradas publicas e facilitando o
acesso a energia, comunicação,
saúde e segurança.
6. Incentiva a comunidade a ter
orgulho de suas manifestações
culturais.
7. Proporciona intercambio
cultural.
8. Pode incentivar a conservação
de recursos naturais, culturais e
históricos.
9. Estimular a revitalização e o
embelezamento paisagístico
das comunidades.
10.Contribui para educar para a
conservação.
1. Tem custos operacionais
relacionados a pesquisa e
promoção.
2. Utiliza os serviços públicos
locais muitas vezes
ultrapassando sua capacidade
de utilização.
3. Pode gerar fuga de capitais.
Pode atrair visitantes com
comportamento conflitante
com o da comunidade e seus
padrões culturais.
4. Pode criar tumulto de
diferentes formas e causar
poluição.
5. Pode aumentar os índices de
criminalidade e marginalidade.
6. Pode gerar conflito interno na
comunidade (entre os que
apóiam e os que são contra a
atividade).
7. Se for praticado de forma
desordenada e sem critérios
pode degradar a qualidade de
importantes recursos naturais
e históricos.
8. O sucesso econômico do
turismo pode aumentar a
pressão sobre os recursos
naturais.
Fonte: Manual de Ecoturismo de Base Comunitária, WWF.
ISA – Instituto Socioambiental
16 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Nunca é demais salientar que o turismo em áreas naturais é uma atividade
que deve ser praticada de forma racional, duradoura e que consiga
contribuir para a melhoria da qualidade de vida da comunidade local.
Lembrando sempre que para se garantir a manutenção a longo prazo
devemos entender que a conservação do patrimônio natural e cultural deve
ser trabalhada também de maneira lucrativa.
O turismo é classificado em diversas tipologias em função das motivações
dos visitantes, volume do fluxo, procedência e freqüência de viagem etc.
Abaixo apresentamos um quadro de tipologias pelo viés da motivação e dos
interesses observados com maior freq uência nesta área.
TIPOLOGIAS DO TURISMO PELA MOTIVAÇÃO OU OBJETIVO DA VIAGEM
Tipos Características
Turismo ecológico ou ecoturismo
Lazer em áreas naturais com fortes motivações conservacionistas e culturais
Turismo rural Lazer em propriedades rurais que mantêm suas atividades agropecuárias
Turismo de aventura Atividades na natureza, esportivas ou não, que envolvem riscos controlados
Turismo histórico-cultural
Apreciação do patrimônio histórico, visitas a museus, festas populares, artesanato, manifestações culturais.
Turismo científico e pedagógico
Viagem para realização de pesquisas e estudos sobre assuntos diversos em vários níveis, desde o ensino médio (estudos do meio) até o terceiro grau.
Turismo gastronômico
Apreciação de pratos regionais ou destinos onde determinada gastronomia é um diferencial
Turismo religioso Participação em eventos religiosos, datas comemorativas, crenças, procissões.
Turismo de negócios Participação em congressos, convenções, eventos e reuniões de negócios.
Turismo de eventos Participação em festas populares, eventos desportivos e culturais, feiras.
Fonte: VITAE CIVILIS & WWF-BRASIL. SOCIEDADE E ECOTURISMO: na trilha do
desenvolvimento sustentável. Pág.21.
ISA – Instituto Socioambiental
17 Plano de Negócios: Como elaborar um?
O MERCADO DO TURISMO DO VALE DO RIBEIRA
O fluxo de turistas no Vale do Ribeira é bem inferior ao potencial e riqueza
da região em termos de atrativos naturais e culturais. Pode-se vislumbrar
um crescimento de visitação e aproveitamento turístico mais eficiente
considerando sua localização geográfica – estar entre duas capitais, fácil
acesso a capital e ao interior do estado de São Paulo – e a melhoria nos
acessos à região.
Nesta região também é possível identificar exemplos de atrativos naturais
ou culturais de extrema beleza e importância, mesmo quando comparados a
alguns dos atrativos de destaque no cenário nacional. No entanto, hoje os
municípios que compõem o Vale do Ribeira não contam com estrutura,
organização e tampouco divulgação do seu potencial turístico.
Seus atrativos naturais podem ser classificados em quatro grupos:
1- Região estuarino-lagunar:
A região lagunar compreende os municípios de Iguape, Cananéia,
Pariquera-Açu e Ilha Comprida e destaca-se pela presença de
recursos naturais como rios e canais, mar, praias e dunas, costões
rochosos, manguezais, florestas de planície e de encosta.
A concentração de tantos ecossistemas e sua diversidade de clima,
vegetação e topografia fazem com que a região também apresente
uma grande variedade de espécies animais e vegetais, sendo
considerada um dos locais de maior biodiversidade do mundo.
Esta região é tão importante do ponto de vista ecológico que, além
de integrar a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, está incluída
entre os mais importantes criadouros marinhos do mundo e possui
uma das maiores porções conservadas de manguezais que ainda
existem nas regiões sul, sudeste e nordeste.
ISA – Instituto Socioambiental
18 Plano de Negócios: Como elaborar um?
2- Grutas e cavernas:
Estes são os atrativos naturais que mais atraem visitantes
atualmente para a região do Médio e Alto Ribeira, onde concentram-
se cerca de 300 grutas e cavernas calcárias já catalogadas, segundo
dados da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE). Localizadas na
sua maioria nos Parques Estaduais, essa grande ocorrência de
cavernas vem tornando a região mundialmente conhecida, atraindo
turistas de diversos países.
3- Rio, cachoeiras e quedas d’água
Todos os municípios da região contam com a presença de rios
navegáveis que podem ser utilizados para a prática de diversas
atividades, desde um simples banho até esportes como rafting, bóia-
cross e canoagem.
Há ainda o encontro dos rios Pardo e Turvo, no município de Barra do
Turvo, que apresenta uma bonita miscigenação de cores, além da
possibilidade de prática de esportes citados acima.
A topografia acidentada proporciona a ocorrência de numerosas
cachoeiras e quedas d’água tanto em locais distantes dos centros
populacionais como a poucos minutos das cidades.
Estes atrativos não devem ser vistos de forma isolada, já que os
roteiros com freqüência podem combinar diversos outros elementos e
atividades ao longo de um mesmo passeio. Ir a uma cachoeira, por
exemplo, é uma atividade que vai além do ato de banhar-se. O
acesso normalmente inclui caminhadas por áreas de Mata Atlântica
protegidas por sítios de moradores locais, caminhos acidentados por
entre pedras, rios e montanhas, entre outros.
4- Parques Estaduais
As Unidades de Conservação (UCs) têm grande potencial para
contribuir com a estruturação da atividade ecoturística no Vale do
Ribeira. As UCs da região são formadas por Parques Estaduais, Áreas
ISA – Instituto Socioambiental
19 Plano de Negócios: Como elaborar um?
de Proteção Ambiental, Estações Ecológicas, Áreas de Relevante
Interesse Ecológico e Reservas Particulares do Patrimônio Natural.
Além disso, em 2001 a região do Vale do Ribeira foi tombada e
declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Já os atrativos histórico-culturais de uma localidade podem ser compostos
por bens (casarios históricos e conjuntos arquitetônicos), por manifestações
culturais (artesanato, folclores e festas) ou por serviços (gastronomia típica
e outros).
No caso da região do Vale da Ribeira, os atrativos culturais, assim como os
naturais, são diversificados. Em função da presença de muitos povos que
ali viveram ou fizeram paragem, como indígenas, negros e europeus, a
região mistura culturas de diferentes influências. Esse fato faz com que a
população ofereça variados tipos de artesanato e formas de plantio e de
pesca, além de fazer uso de utensílios de épocas passadas, a exemplo do
carro de boi ainda presente em alguns municípios. As danças folclóricas
como a dança do tamanco e a das fitas são outros exemplos da riqueza
cultural local que vem sendo valorizadas pelas populações dos municípios
do Alto Ribeira. Outro aspecto relevante recai sobre a gastronomia que
apresenta diferenças significativas no litoral e interior.
Os atrativos históricos da região são exuberantes com várias histórias sobre
a fundação das vilas e sobre os sambaquis - sítios arqueológicos formados
por milhares de conchas de um caramujo que foi consumido pelo homem a
mais ou menos 10 mil anos, além do valioso patrimônio arquitetônico com
ruínas e casarões intocáveis construídos com pedra, cal, conchas marinhas,
óleo de baleia e melado, além da conformação estreita de suas ruas.
PLANEJAMENTO: SEUS CONCEITOS E FASES
Planejar faz parte do nosso cotidiano, apesar de boa parte das pessoas nem
mesmo se aperceber disto. Por exemplo, ao planejar um novo plantio, o
agricultor estabelece um objetivo (melhorar a renda da família), logo depois
ISA – Instituto Socioambiental
20 Plano de Negócios: Como elaborar um?
algumas metas (aumentar a área plantada em 1 hectare para aumentar em
50% a colheita), definindo em seguida os recursos necessários (3 litros de
sementes, 5 sacas de adubo, 10 horas de trator) e métodos (plantar de
forma consorciada para melhorar o rendimento e reduzir os custos com
agroquímicos).
Então a palavra planejar pode ser definida de várias formas:
ü Planejar é decidir antecipadamente o que deve ser feito;
ü Planejar é definir objetivos e meios para o seu alcance;
ü Planejar é projetar um futuro desejado e os meios específicos para
torná-lo realidade.
Mas como o ambiente é dinâmico e está sempre em transformação o
planejamento também deve ser um processo contínuo de definição de
objetivos, metas, ações e recursos que deve contar com a participação de
todos os agentes sociais envolvidos.
Discutimos no texto acima que a atividade de turismo tem potencial para
trazer benefícios aos habitantes de uma região, porém é importante
salientar que o planejamento é uma ferramenta fundamental para que isso
se torne realidade. O desenvolvimento econômico com geração de
empregos, a proteção ambiental, a valorização da cultura local e a
conservação do patrimônio histórico são alguns dos benefícios que o
ecoturismo pode agregar para a comunidade local. No entanto a falta de
planejamento prévio e o não envolvimento da comunidade podem também
aumentar a degradação ambiental com impacto significativo ao bioma e
trazer sérias consequências sociais para a região.
Vale a pena investir tempo num bom planejamento porque ele facilitará a
implementação e posteriormente a gestão do negócio.
O Planejamento pode ser classificado em:
ü Estratégico= é aquele que trabalha em um espaço de tempo
considerado de médio e longo prazo;
ISA – Instituto Socioambiental
21 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ü Tático= é aquele que trabalha com um espaço de tempo considerado
intermediário, em geral de até 1 ano;
ü Operacional= trabalha com um espaço de tempo considerado de
curtíssimo prazo, semanas ou meses.
Para o planejamento tático e operacional devemos contar com uma sólida
base de dados e também com a disponibilidade dos recursos técnicos,
humanos e financeiros necessários para sua execução.
Os quatro passos do processo de planejamento
Fonte: WWF – Manual de Turismo de Base Comunitária, adaptado pelo autor. Análise da situação: Onde estamos? É o conhecimento da realidade, das estruturas, atrativos, serviços, clientes e da visão da comunidade sobre o turismo. Permitindo entender os problemas, necessidades existentes e soluções encontradas pela comunidade até então.
ISA – Instituto Socioambiental
22 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Objetivos e metas: Onde queremos chegar?
Diante da realidade levantada durante o processo de diagnóstico, quais são
os objetivos da comunidade a longo, médio e curto prazo? Quem serão os
beneficiários do processo de conservação e desenvolvimento local?
As metas devem ser a quantificação dos objetivos, por exemplo: se o
objetivo for gerar emprego, a meta deve definir quantos empregos serão
gerados e em que prazo.
Ações: Como chegaremos lá?
Nesta fase devemos definir as ações necessárias para alcançar nossos
objetivos, ao definir ações é necessário pensar no passo a passo. Colocar as
ações em uma ordem lógica e seqüencial, para depois definir quanto tempo
será necessário para realizar cada uma delas. Neste momento teremos o
cronograma de execução definido.
Na segunda etapa, será necessário definir os recursos humanos e matérias
necessários para execução de cada uma das tarefas. Definindo em seguida
os valores relacionados aos recursos dimensionados, resultando em um
orçamento geral do negócio.
Avaliação: Como saberemos que chegamos lá?
Na fase de definição de metas, alguns objetivos foram quantificados.
Durante a execução das ações devemos monitorar o andamento do
cronograma sempre nos baseando nas medidas estabelecidas, quando do
acordo dos objetivos e metas do negócio.
Em todas as fases do planejamento, se realmente estivermos interessados
em trabalhar de forma sustentável, precisamos ter em mente que nossa
visão deve ser sempre a mais abrangente possível.
Isto implica em, o tempo todo, fazer o exercício de analisar o impacto das
nossas escolhas em toda a cadeia de valor do negócio a ser desenvolvido.
ISA – Instituto Socioambiental
23 Plano de Negócios: Como elaborar um?
O QUE É UM PLANO DE NEGÓCIOS E QUAIS SÃO SUAS
UTILIDADES?
Imagine construir uma casa sem planta, sem organizar uma lista de
materiais, sem avaliar se o local em que a casa será construída é adequado
e seguro.
A construção acontece, é verdade, mas pode trazer muitas dores de cabeça
aos seus proprietários!!! E um futuro incerto.
Não apenas durante o
processo de construção,
mas muitos anos depois.
Além de aumentar os
custos de manutenção
para torná-la minimamente habitável.
Então, o Plano de Negócios nada mais é do que um documento que
descreve os objetivos de um negócio e quais os passos necessários para a
sua realização, diminuindo os riscos e incertezas. Permitindo identificar e
restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los na prática. É uma
espécie de rota de navegação, uma estratégia bem definida para auxiliá-lo a
transformar um desejo em realidade concreta. Uma espécie de roteiro do
que é seu negócio e para onde você deseja levá-lo.
Ao final, seu plano irá ajudá-lo a responder a seguinte pergunta: “Vale a
pena abrir, manter ou ampliar o meu negócio?”.
Um plano não garante que a idéia original seja totalmente bem sucedida
mas, ele diminui a chance do empreendedor ser pego de surpresa por
imprevistos, reduzindo os danos.
O plano de negócios teve origem nos Estados Unidos, onde era exigido para
atrair fundos de financiadores particulares. Hoje vem sendo aplicado como
O Plano de Negócios é uma ferramenta para o planejamento e a execução de um projeto ou negócio e é utilizado como um instrumento de comunicação com potenciais financiadores.
ISA – Instituto Socioambiental
24 Plano de Negócios: Como elaborar um?
instrumento de analise, estruturação e apresentação da viabilidade e
atratividade dos negócios de empresas, sejam elas consolidadas ou novas.
Além do objetivo operacional, ou seja, fazer um
planejamento estruturado e, portanto, beneficiar
o aprimoramento da organização, o
desenvolvimento de um plano de negócios
permite elaborar um documento que promova o
negócio da organização para investidores e
financiadores potenciais.
Para que serve então um Plano de Negócios?
1- Auxilia o empreendedor a definir objetivos e planejar os
passos necessários para implementação ou ampliação do seu
negócio.
As organizações devem sempre se adaptar as mudanças de contexto. Isto
pode implicar na reorganização de sua forma de atuação a fim de garantir o
cumprimento de sua missão. Tais mudanças podem significar mudanças na
estrutura da organização, na forma como ela é financiada e como é
administrada. O desenvolvimento do Plano de Negócios permite entender
como estas mudanças afetarão a organização como um todo e permite
testar a viabilidade de um novo negócio.
ü Conceito do negócio a ser lançado
ü Metas de impacto socioambiental
ü Avaliação de mercado e metas de receitas
ü Estimativas de custo e despesas
ü Objetivos e plano detalhado de implementação
ü Recursos necessários
O plano de negócios pode contribuir tanto
para a sustentabilidade da organização quanto para o lançamento de um produto/serviço
específico.
ISA – Instituto Socioambiental
25 Plano de Negócios: Como elaborar um?
2- Funciona como uma ferramenta de comunicação com
potenciais financiadores:
Uma vez finalizado, o Plano de Negócios torna-se um documento
abrangente a respeito da organização, suas
metas, impacto socioambiental e estrutura
organizacional. Fornecendo ao investidor,
informações claras e subsídios para avaliar
se realmente vale a pena ser parceiro da
organização. Qualquer organização que
disponha de informações importantes e
ordenadas, sobre si e sobre seus projetos,
como as apresentadas em um Plano de
negócios, amplia sua chance de obter
sucesso com potenciais financiadores e
doadores. Neste caso o plano de negócios é
usado quando o desejo do empreendedor é
de crescimento de seu negócio (exemplo: a criação de uma nova linha de
produto)
ü Metas de curto, médio e longo prazo (impacto social e
sustentabilidade)
ü Fatores determinantes de sucesso
ü Principais desafios para a organização
Tradicionalmente a concepção de um Plano de Negócios depende do tipo de
empreendimento imaginado ou dos objetivos que se deseja atingir.
De maneira resumida podemos entender que um Plano de Negócios ajudará
o empreendedor a:
1. Testar a viabilidade de um conceito ou negócio;
2. Orientar o desenvolvimento de uma nova estratégia ou operação;
3. Atrair recursos financeiros, servindo como instrumento de solicitação
de empréstimo e financiamento;
ISA – Instituto Socioambiental
26 Plano de Negócios: Como elaborar um?
4. Transmitir credibilidade porque detalha o que, por quem e como as
ações serão executadas para que os objetivos do negócio venham a
ser atingidos;
5. Desenvolver sua equipe de gestão.
Exemplos de Modalidades de Planos de Negócios
Objetivos do plano
Exemplo de plano
Viabilidade de uma organização Plano de desenvolvimento da
organização levando em conta suas
principais atividades, impacto atual e
futuro e necessidade de caixa.
Definição de ações para captação dos
recursos necessários junto aos potenciais
financiadores.
Oferecer um novo serviço a
comunidade
Planejamento de uma nova atividade:
principais atividades, impacto esperado e
necessidade de financiamento
Definição de ações para a captação dos
recursos necessários
Desenvolvimento de um novo
produto ou serviço para
sustentação da organização
Plano de lançamento/ampliação de um
produto/serviços: principais atividades,
mercado, ambiente competitivo,
diferenciais para o publico alvo.
Definição do planejamento de caixa
(investimentos, receitas e
custos/despesas) e impacto
socioambiental esperado.
Definição de ações para captação de
recursos junto a financiadores (se for o
caso)
Fonte: Ashoka/Mckinsey
ISA – Instituto Socioambiental
27 Plano de Negócios: Como elaborar um?
O que os financiadores potenciais procuram?
ü Organizações reconhecidamente idôneas
- Projetos já implantados com sucesso (indicadores de impacto)
- Parceria com instituições conhecidas
- Sistemas de acompanhamento/auditoria estabelecidas
ü Competência gerencial
- Clara liderança do projeto
- Equipe profissional ou voluntária, capacitada e comprometida
ü Projeto com valor claro e preferencialmente mensurável
- Produto ou serviço competitivo no mercado/área de atuação
- Idéia inovadora, para colaborar com a sustentabilidade do
projeto
- Idéias que gerem um impacto
relevante na comunidade
ü Abordagem bem elaborada e
apoiada em fatos
- Projeções e demais
estimativas convincentes
(baseadas em pressupostos
razoáveis)
- Plano de implementação bem delineado (atividades, datas e
responsáveis)
Informações são a matéria-prima de qualquer Plano de Negócios, portanto,
pesquise e procure conhecer tudo sobre o seu setor. Informações podem ser obtidas em jornais,
revistas, associações, feiras, cursos, junto a outras pessoas que atuam no
mesmo setor, internet, cliente e fornecedores.
ISA – Instituto Socioambiental
28 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Quais a características de um Plano de Negócios de sucesso?
En
forq
ue d
e V
en
das
En
foq
ue p
olíti
co/
ideoló
gic
o
ISA – Instituto Socioambiental
29 Plano de Negócios: Como elaborar um?
En
foq
ue c
orr
eto
· Clareza na exposição da idéia
· Uso mínimo de vocabulário especializado
· Conteúdo e expressão concisos
· Uso de gráficos quando for necessário
Fonte: adaptado de McKinsey&Company
ü A apresentação das conclusões deve estar suportada por fatos:
- As idéias para o negócio com impacto socioambiental deverão
estar testadas, aprofundadas e reavaliadas;
- Os cenários e projeção são consistentes e expressam os riscos
e pressupostos associados a cada cenário;
- As conclusões evoluem conforme as análises são
desenvolvidas.
ü Deve ser um documento bem estruturado e claro
- O sumário executivo resume as principais conclusões e os
fatos-chave que as suportam;
- As conclusões são concisas e estão apresentadas em ordem de
importância;
- Informações detalhadas são facilmente encontradas.
ISA – Instituto Socioambiental
30 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ü Sua apresentação deve ser objetiva e convincente:
- Muito entusiasmo pode causar mais ceticismo que confiança;
- Excesso de timidez levanta suspeitas quanto à competência e
motivação
- Principais desafios devem ser abordados com transparência e
acompanhados de soluções alternativas.
ü Sua apresentação tem que ser profissional:
- Redação final é uniforme e profissional
- Visual do Plano é atraente (cabeçalhos claros e consistentes,
gráficos eficazes);
- Fotos e ilustrações devem ser usadas para facilitar a
compreensão.
ISA – Instituto Socioambiental
31 Plano de Negócios: Como elaborar um?
CAPÍTULO II – CONSTRUINDO
SEU PLANO DE NEGÓCIOS
ISA – Instituto Socioambiental
32 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ESTRUTURA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS:
Agora que você já recebeu as informações chave para a elaboração do seu
Plano de Negócios, vamos colocar a mão na massa. A partir de agora, a cada final de capitulo você terá uma tarefa a executar,
desta forma pretendemos finalizar estas oficinas com Planos de Negócios
estruturados. Lembre-se:
1- Use as perguntas chave de cada etapa como uma lista de verificação; 2- Selecione o que for relevante para o seu negócio ou organização; 3- Reavalie o resultado de cada etapa em função dos fatos encontrados
e das perguntas-chave da etapa seguinte; 4- Observe sempre o número de páginas de cada tópico em cada etapa.
Assuntos abordados em um Plano de Negócios:
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
33 Plano de Negócios: Como elaborar um?
No quadro abaixo apresentamos a estrutura final do seu Plano de
Negócios. O documento não deverá superar 40 páginas e sugerimos a
seguinte organização:
ESTRUTURA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS
Elemento Número máximo de páginas
Sumário executivo 3
Apresentação da Organização 3
Produtos/serviços oferecidos 5
Mercado 5
Marketing 5
Equipe gerencial 2
Planejamento financeiro 6
Riscos e oportunidades 4
Plano de implementação 1
Total 34
Fonte: McKinsey&Company
O Plano de negócios deve ser composto por itens que se relacionam e que
permitam ao leitor o entendimento geral do negócio. Deve ter uma
sequencia lógica que conduza ao entendimento de como funciona e o que se
planeja.
O Plano completo é composto por “subplanos”, ou seja, pelo Plano de
Marketing, o Plano Financeiro, o Plano de Recursos Humanos, etc. Esta
organização permitirá um melhor entendimento dos produtos e/ou serviços,
da situação financeira, do mercado e outros recursos que estarão
envolvidos no seu negócio.
SUMÁRIO EXECUTIVO
Neste capítulo você deve procurar fornecer uma visão geral e clara do plano
de negócios com os fundamentos e justificativas para o novo ou para a
ampliação de um empreendimento. É nele que se deve apresentar o
ISA – Instituto Socioambiental
34 Plano de Negócios: Como elaborar um?
conceito de negócio apresentando os produtos ou serviços, para quais
mercados e qual a vantagem competitiva, além da missão, principais
projetos e impactos de maneira resumida, mas clara e objetivamente.
Embora o Sumário executivo esteja entre as primeiras páginas é
recomendável deixá-lo por último, redigi-lo após ter escrito o plano
completo.
Isto porque ele tem a função de apresentar de forma resumida e rápida
toda a proposta do negócio, e esta visão só será possível após o
detalhamento de todas as etapas.
Nesta etapa haverá necessidade de apresentar o(s) empreendedor(es) pois
ele(s) será o responsável pela administração do negócio.
Utilize o espaço abaixo e faça uma breve apresentação do seu perfil,
destacando seus conhecimentos, habilidades e experiências anteriores.
Levante seus pontos positivos e negativos, e pense em como aproveitar isso
a favor do seu negócio.
Depois de redigir esta breve apresentação faça uma linha do tempo
destacando os principais acontecimentos profissionais de sua vida.
Lembretes:
1- Seus parceiros investidores precisam perceber sua capacidade de
realização, conhecimento e comprometimento.
2- O sumário executivo é o cartão de visitas do seu Plano de Negócios,
ele deve ser capaz de despertar a curiosidade do leitor para que ele
se interesse em visitar as páginas seguintes.
ISA – Instituto Socioambiental
35 Plano de Negócios: Como elaborar um?
DADOS DO EMPREENDEDOR, PERFIL E EXPERIÊNCIA ANTERIOR
_______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
ISA – Instituto Socioambiental
36 Plano de Negócios: Como elaborar um?
APRESENTANDO E DEFININDO SUA ORGANIZAÇÃO
Fonte: McKinsey&Company
Para apresentar sua organização é necessário fazer uma descrição
detalhada de seus principias elementos, ou seja, sua missão deve estar
definida, assim como sua visão de futuro, sua linha estratégica de atuação e
como esta atuação será traduzida em números.
É também neste capitulo que serão apresentadas as principais credenciais
da organização, ou seja, as experiências que a organização tem que devem
mostrar que ela é capaz de implementar o projeto contido no Plano de
Ação.
É importante fazer referencias a resultados passados e parcerias que
possam aumentar a credibilidade da organização.
ISA – Instituto Socioambiental
37 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Em que pensar quando da definição ou revisão da Missão:
No capitulo que descreve a organização, a Missão é o item de maior
relevância. A missão é a razão de ser da organização, que para uma
organização que tem preocupações socioambientais, sempre deverá
mostrar algum tipo de ação socioambiental.
A Missão resume a linha de atuação da organização, seu direcionamento e a
abrangência de suas atividades.
Se a Missão não estiver muito clara ou ainda não estiver desenhada, a
organização pode sofrer problemas de direcionamento que podem ir desde
a definição da equipe até o questionamento de sua própria existência e
finalidade.
Para definir a Missão, é necessário observar se:
1. Descreve a realidade da organização: com o tempo a organização
muda e é natural uma revisão de sua Missão, para manter a
coerência de seu conteúdo com as áreas de atuação da organização e
sua razão de ser.
2. Reflete valores e prioridades: a Missão, além do foco de atuação,
deve manter coerência com seus valores. Alguns autores sugerem
que as organizações devem revisar sua Missão a cada três anos, para
adequá-la ao contexto institucional e as necessidades de seu publico
alvo. Mas cuidado, adequação não significa mudar totalmente seu
conteúdo.
3. É clara: é essencial que as pessoas consigam entender qual a
finalidade da organização, por isto, procure utilizar uma linguagem
simples que possa ser entendida por qualquer pessoa, dentro ou fora
da organização.
ISA – Instituto Socioambiental
38 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplos de Missão claras e fáceis de entender:
Fonte: McKinsey&Company
Abaixo exemplos de Missão pouco elaboradas e claras, que as pessoas
teriam dificuldade de entender:
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
39 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Em que pensar quando da definição da Visão:
A Visão deve enfatizar quais são as aspirações futuras da organização,
quais os objetivos que ela pretende atingir.
Estas aspirações devem ser envolventes e ambiciosas, para que as pessoas
fiquem motivadas a ajudar a organização a perseguir seus sonhos.
Para definir a Visão é necessário observar:
1- É motivadora: uma Visão ambiciosa pode ajudar atrair talentos,
especialmente pessoas que acreditam e querem contribuir para este
futuro.
2- É ousada, mas atingível: a Visão deve ser ousada para motivar as
pessoas, mas também deve ser possível de atingir. As pessoas
devem perceber que através da Missão vão conseguir atingir a Visão.
Uma Visão fora da realidade pode cair no descrédito resultando em
um efeito contrário.
Exemplo de Visões motivadoras:
Fonte: McKinsey&Company
A Missão e a Visão devem ser suficientes para deixar claro qual é o foco de
atuação da organização, uma deve ser o complemento da outra.
ISA – Instituto Socioambiental
40 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplo de confusão entre Missão e Visão:
Fonte: McKinsey&Company
Agora vamos definir a Missão e a Visão da sua organização, utilize os
espaços a seguir:
Missão:
ISA – Instituto Socioambiental
41 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Visão:
Perfil de atuação
Neste capitulo devem ser incluídos os principais projetos da organização,
aqueles que já foram executados e aqueles que estão em execução.
O impacto do projeto é o item que merece maior atenção. Para cada projeto
é interessante mencionar:
Nome do projeto
Tempo de existência
Objetivo específico
Impacto socioambiental
Parceiros
Fonte: McKinsey&Company
Se em Planos de Negócios de empresas o retorno financeiro é o maior foco,
para empreendimentos sociais o foco é o retorno socioambiental. Para
definir o retorno socioambiental é importante ter seus objetivos definidos e
utilizar um conjunto de indicadores interessante.
ISA – Instituto Socioambiental
42 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Propriedades dos indicadores:
· Ser relevante para as analises do propósito indicado pela missão,
· Utilizar-se de fontes de dados confiáveis;
· Ter um grau de cobertura adequado aos objetivos da organização;
· Ser específico aos efeitos dos objetivos da organização;
· Ser claro e fácil de entender;
· Ser passível de atualização periódica a custos razoáveis;
· Possibilitar comparações no tempo.
O que levar em conta quando da escolha de indicadores?
· Verificar o grau de aderência do indicador proposto ás propriedades
desejáveis a um indicador socioambiental;
· Ter validade como medida da efetividade e eficácia para a missão da
organização;
· É confiável em uma perspectiva comparativa local;
· É comparável com outras medidas locais já existentes;
· É sensível a mudanças do ambiente da organização;
· Reflete mudanças especificas relacionadas á missão da organização;
· A periodicidade com que é produzido é adequada aos seus
propósitos;
· O esforço e custo de sua produção se justificam pela sua aplicação;
· O gasto necessário para sua produção e atualização não concorre
com investimentos em iniciativas mais importantes ou emergenciais;
· A série histórica do indicador é comparável no tempo;
· A metodologia de construção do indicador é baseada em teorias mais
abrangentes;
· É facilmente comunicável;
· É um indicador relevante.
Os indicadores podem ser quantitativos e qualitativos. Muitas vezes as
organizações definem indicadores quantitativos que são complementados
por indicadores qualitativos.
ISA – Instituto Socioambiental
43 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplos de indicadores quantitativos de impacto social por área de
atuação:
Meio ambiente
· Número de árvores plantadas
· Área de mata preservada
· Número de animais protegidos
· Número de animais soltos na
natureza
· Toneladas de lixo recicladas
· Número de voluntários
envolvidos nos projetos
· Volume de redução de emissão
de poluentes
· Toneladas de lixo recolhido nos
parques
Saúde
· Número de pessoas atendidas
· Aumento das chances de
recuperação dos atendidos
· % de diminuição da mortalidade
infantil
· Diminuição da incidência de
doenças
· Aumento da expectativa de vida
· Numero de hospitais atendidos
· Diminuição do tempo de
internação
Educação
· Número de estudantes atendidos
· Número de professores
capacitados
· Número de escolas atendidas
· Redução da evasão escolar
· Aumento das notas dos alunos
(desempenho)
· Número de alunos aprovados no
vestibular
· Número de alunos que
conseguem empregos
· Redução do índice de
analfabetismo
· Aumento da escolaridade média
da região
Assistência social
· Número de pessoas atendidas
· Número de computadores
distribuídos
· Quantidade de remédios
distribuídos
· Número de voluntários
envolvidos
· Toneladas de alimentos
distribuídos
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
44 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplos de impactos sociais quantitativos em planos de negócios:
Fonte: McKinsey&Company
Exemplos de impacto social qualitativo em plano de negócio
Fonte: McKinsey&Company
É importante que os indicadores estejam relacionados com a Missão da
organização, para que possamos apresentar aos parceiros financiadores as
transformações que as atividades da organização conseguiram gerar no
contexto em que atuam.
ISA – Instituto Socioambiental
45 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Correlação entre missão e indicadores de impacto social:
Fonte: McKinsey&Company
Como definir a estrutura organizacional:
A estrutura organizacional deve contar ao parceiro como estão organizados:
- as pessoas,
- os sistemas de controle das atividades (monitoramento)
- e o estilo de liderança da organização.
Todos estes “ingredientes” devem ser planejados para garantir que as
atividades necessárias para alcançar a finalidade da organização venham a
ser cumpridas de forma adequada.
Ao definir todas as ações e os recursos necessários para sua execução,
estaremos também definindo uma estratégia de atuação. Mas uma
estratégia por melhor que seja só funciona se for viável:
- operacionalmente = ou seja, se tivermos ao nosso alcance os recursos
humanos, materiais e financeiros necessários para a realização das
atividades;
- organizacionalmente = se a organização possuir as competências,
habilidades e conhecimentos necessários para a realização das atividades
propostas. E se todos estes fatores estiverem organizados adequadamente.
ISA – Instituto Socioambiental
46 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Então como definir uma organização ideal:
Fonte: McKinsey&Company
O quadro acima nos mostra que: dada a finalidade à qual a organização se
propõe, as posições chave na estrutura devem ser definidas assim com os
meios para atingi-la, escolhendo: os procedimentos mais adequados, as
pessoas mais capazes, o gerenciamento mais eficaz e a liderança de maior
impacto.
ISA – Instituto Socioambiental
47 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ENTENDO PALAVRAS E SEUS SIGNIFICADOS
ESTRATÉGIA
O QUE SIGNIFICA? Um conjunto integrado de ações com o objetivo de
transmitir um valor diferenciado à sociedade, com uma
estrutura que permita garantir sua continuidade.
PORQUE É IMPORTANTE? · Direciona e prioriza as atividades da organização
· Define as habilidades e competências necessárias
a organização
· Define a estrutura organizacional
· Deve estar de acordo com os valores da
organização
· Fornece os parâmetros para o acompanhamento
e avaliação dos resultados alcançados
O QUE DEVO SABER SOBRE
ESTRATÉGIA?
· É o equilíbrio entre pensar no futuro e a
capacidade de fazer no presente
· Ao definir a estratégia devemos considerar o
ambiente externo, o histórico da organização e as
competências e habilidades que a organização
vem adquirindo
Fonte: McKinsey&Company
HABILIDADES INSTITUCIONAIS
O QUE SIGNIFICA? Ações que a organização sabe executar muito bem, e que
acrescentam valor para a sociedade.
PORQUE É IMPORTANTE? · Saber identificar as habilidades chave da
organização
· Os outros “ingredientes” devem ajudar a
aprimorar e desenvolver as habilidades da
organização
O QUE DEVO SABER SOBRE
HABILIDADES
INSTITUCIONAIS?
· As habilidades da organização são reforçadas
pelo conjunto de habilidades ordenadas das
pessoas que compõem a organização.
· A continuidade da organização só poderá ser
ISA – Instituto Socioambiental
48 Plano de Negócios: Como elaborar um?
garantida se suas habilidades forem
desenvolvidas pelo conjunto de pessoas que a
compõem. Fonte: McKinsey&Company
VALORES COMPARTILHADOS
O QUE SIGNIFICA? Os princípios que são a base da confiança das pessoas na
organização
PORQUE É IMPORTANTE? · Fornecem os meios para que a organização possa
caminhar para frente – aspirações, emoção,
energia, foco, orgulho.
· È um filtro para o processo de tomada de decisão
O QUE DEVO SABER SOBRE
VALORES
COMPARTILHADOS?
· Valores compartilhados pelas pessoas da
organização são os mais difíceis de influenciar
· A equipe de liderança deve transferir os valores
da organização para todas as pessoas e, portanto,
realmente acreditar neles
· Valores só podem ser compartilhados através de
uma comunicação insistente dos líderes.
Fonte: McKinsey&Company
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
O QUE SIGNIFICA? É um sistema ordenado, que define quem se reporta a
quem, quais as responsabilidades e limites de decisão de
cada um. E como as responsabilidades devem ser
integradas.
PORQUE É IMPORTANTE? · Facilita a coordenação e a integração das pessoas
e de suas atividades
· Define claramente as prioridades de cada um
O QUE DEVO SABER SOBRE
ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL?
· O desenho da estrutura deve desenvolver as
habilidades, competências e fortalecer os valores
compartilhados
· É a ferramenta mais poderosa para energizar o
processo de mudança nas organizações
· As principais questões estruturais incluem:
ISA – Instituto Socioambiental
49 Plano de Negócios: Como elaborar um?
- Tipos de estrutura
- Esferas de controle
- Centralização x descentralização
Fonte: McKinsey&Company
PESSOAS
O QUE SIGNIFICA? As pessoas selecionadas para fazer parte da organização
devem compactuar com seus valores e ter consigo
algumas das competências definidas como estratégicas
para a organização.
PORQUE É IMPORTANTE? · A composição das pessoas da organização deve
ser definida com o objetivo de atingir os
objetivos atuais e futuros da organização.
O QUE DEVO SABER SOBRE
PESSOAS?
· As posições de liderança requerem atenção
especial na escolha das pessoas que irão fazer
parte de sua composição.
· Questões básicas:
- Qual o perfil da pessoa a ser contratada?
- Como treinar e supervisionar o seu trabalho?
- E que tipo de informação é essencial para que
ela possa desempenhar bem o seu trabalho.
Fonte: McKinsey&Company
SISTEMA DE GERENCIAMENTO
O QUE SIGNIFICA? Processos e procedimentos que devem ser seguidos
pelas pessoas para realizar de forma adequada suas
atribuições.
PORQUE É IMPORTANTE? · Ferramenta mais importante para:
- Fazer correção de rumos
- Estimular comportamentos adequados
- Reduzir conflitos internos
O QUE DEVO SABER SOBRE
SISTEMAS DE
GERENCIAMENTO?
· Não devem ser complexos
· Devem ser reconfigurados regularmente
· Se bem planejados devem facilitar a obtenção de
informações corretas e confiáveis, de forma
ISA – Instituto Socioambiental
50 Plano de Negócios: Como elaborar um?
simples e rápida.
Fonte: McKinsey&Company
ESTILO DE LIDERANÇA
O QUE SIGNIFICA? È a forma como os lideres se comportam coletivamente
no que se relaciona à utilização do seu tempo, dedicação
e ações simbólicas.
PORQUE É IMPORTANTE? É a ferramenta chave para reforçar os valores da
organização e sua estratégia.
O QUE DEVO SABER SOBRE
SISTEMAS DE
GERENCIAMENTO?
· O que as pessoas fazem significa mais do que elas
dizem
· Os melhores líderes são aqueles que sabem
identificar as habilidades chave para a
organização em sua equipe e valorizá-las
· Se líder significa ter capacidade de aprender
sempre
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
51 Plano de Negócios: Como elaborar um?
DIAGNÓSTICO DA SUA ORGANIZAÇÃO:
DEFINIÇÃO QUAL SERIA O DA SUA
ORGANIZAÇÃO?
VISÃO Objetivo mais
importante da
organização e
que todos se
esforçam para
atingir.
ESTRATÉGIA Um conjunto
coerente de
ações com o
objetivo de
garantir a
continuidade da
organização
HABILIDADES Aptidões e
conhecimentos
que a
organização
possui e que são
reforçados pelos
membros de sua
equipe.
VALORES
COMPARTILHADOS
Idéias e
princípios sobre
o que é certo e o
que é errado
Fonte: SEBRAE
ISA – Instituto Socioambiental
52 Plano de Negócios: Como elaborar um?
DEFINIÇÃO QUAL SERIA O DA SUA
ORGANIZAÇÃO?
ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL
O organograma
da organização
PESSOAS Os perfis das
pessoas que
deveriam
compor a
organização em
termos de
habilidades e
competências
SISTEMAS DE
GERENCIAMENTO
Os processos e
procedimentos
através dos
quais as coisas
são feitas todos
os dias
ESTILO DE
LIDERANÇA
Como os lideres
devem se
comportar
coletivamente no
tocante a
utilização do
tempo. Ou seja,
o que devem
priorizar?
Fonte: SEBRAE
ISA – Instituto Socioambiental
53 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PERGUNTAS CHAVE PARA APRESENTAR SUA ORGANIZAÇÃO:
1. Qual é a missão da organização?
2. Qual é a visão da organização?
3. Qual o principal foco de atuação?
4. Quais os indicadores chave da organização?
5. Quais as metas da organização?
6. Quais as estratégias para atingir as metas nos próximos três
anos?
7. Quais os principais projetos da organização?
8. Quais os resultados obtidos até hoje?
9. Qual o impacto social pretendido á longo prazo?
10. Qual o potencial de multiplicação dos projetos da
organização?
11. Como está legalmente constituída a organização?
12. Quais os principais parceiros da organização?
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
54 Plano de Negócios: Como elaborar um?
HORA DE ELABORAR A DESCRIÇÃO DE SUA ORGANIZAÇÃO:
ISA – Instituto Socioambiental
55 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ISA – Instituto Socioambiental
56 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ISA – Instituto Socioambiental
57 Plano de Negócios: Como elaborar um?
DESCREVENDO OS PRODUTOS/SERVIÇOS
As organizações que tem como objetivo gerar valor socioambiental e
econômico definem seus produtos e serviços de forma a atender uma ou
mais carências de seu público de interesse e também daqueles que são os
beneficiados diretos de suas atividades, gerando bem estar e
desenvolvimento compartilhado. Desta forma, os produtos/serviços devem
ser desenvolvidos de forma participativa, ou seja, com a colaboração destes
dois públicos.
Para os produtos/serviços relacionados às atividades ecoturísticas, a
comunidade deve participar na definição do perfil de seu publico consumidor
de interesse. E representantes deste publico podem ajudar a comunidade a
definir os produtos/serviços que serão oferecidos a este perfil de publico.
Definindo o publico de interesse:
Significa entender quem são estas pessoas que preferem conhecer locais
por seu patrimônio natural e cultural. Quais são suas características? O que
estas pessoas valorizam? O que esperam encontrar? O que faz com que
elas desejem voltar? Quais são seus canais habituais de compra?
Em geral, quando não existe a preocupação de definir e entender o perfil e
os hábitos do publico de interesse o negócio não prospera. Podendo,
especialmente no caso do turismo, comprometer o desenvolvimento da
própria comunidade.
A melhor forma de acessar seu publico de interesse é segmentá-lo. Isto traz
diversas vantagens:
ü É possível desenvolver diferentes versões de produtos e serviços para
atender as necessidades específicas de cada segmento;
ü Adequar as estratégias de marketing para cada segmento.
ISA – Instituto Socioambiental
58 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Características de uma segmentação efetiva:
DIFERENCIADA Está baseada em
grupos
significativamente
diferentes entre si
ORIENTADA
PARA A AÇÃO
Permite oferecer
diferentes formas
de valor para cada
segmento
IDENTIFICÁVEL Os consumidores
são facilmente
identificáveis
mediante dados
demográficos ou
através de um
questionário padrão
ALCANÇÁVEL Os segmentos
podem ser
atingidos por
diferentes
mensagens
Fonte: McKinsey&Company
ü Diferenciada: a diferenciação do publico de interesse deve ficar bem
clara para qualquer pessoa que tenha participação e envolvimento
mínimo com o negócio;
ü Orientada para a ação: permite definir atributos específicos por
produto/serviço adequando-os as expectativas de cada grupo de
publico de interesse;
ü Identificável: os segmentos devem ser definidos com base em
dados confiáveis, que podem ser levantados através pesquisa direta
com a utilização de questionários elaborados para levantar
informações pertinentes. Estes dados serão utilizados para levantar o
potencial e o tamanho de cada segmento, de modo a priorizar as
ações da organização.
ISA – Instituto Socioambiental
59 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ü Alcançável: não faz sentido considerar um segmento que não pode
ser acessado ou considerar como diferentes segmentos grupos que
podem ser sensibilizados pelos meios de comunicação e mesma
mensagem. Deve-se segmentar o publico de interesse considerando
as diferentes formas de acessá-los e adequando a mensagem a
capacidade de entendimento de cada um dos segmentos.
Mas para fazer uma boa segmentação é necessário identificar as
necessidades do publico alvo.
Fonte: McKinsey&Company
· Observe o consumidor: observar como e porque as pessoas fazem
suas escolhas é uma forma de aprender com seu publico de
interesse.
· Pergunte a um consumidor: a melhor forma de entender as
necessidades do seu público de interesse é entender sua forma de
ISA – Instituto Socioambiental
60 Plano de Negócios: Como elaborar um?
pensar e seus desejos. Entender o que realmente seria uma surpresa
agradável para ele. E o caminho mais simples é perguntando e
deixando-o a vontade para compartilhar com você suas idéias e
impressões.
· Pense como um consumidor: coloque-se no lugar das pessoas que
fazem parte do seu publico de interesse e tente pensar como eles.
Exemplo de segmentação de publico de interesse – Associação Saúde
Renascer, que desenvolveu um boneco mascote da organização para ser
comercializado:
SEGMENTOS TAMANHO DO
SEGMENTO
TOMADORES DE
DECISÃO
FATORES
CHAVE PARA
TOMADA DE
DECISÃO
CARACTERÍSTICA
DO PROCESSO DE
DECISÃO
Adultos das
classe A/B –
pais de
crianças
pequenas da
Zona Sul/RJ
R$ 750.000,00 Os adultos por si
mesmos
Os adultos a
pedido das
crianças
Preço
Qualidade
Beleza
Impulso
Preço
Envolvimento
emocional com
ASCR
Informações sobre
ASCR
Engajamento com
causas sociais
Crianças das
classes A/B
que recebem
mesadas
Zona Sul/RJ
R$ 375.000,00 Crianças
Pais
Beleza
Novidade
Modelo
Preço
Impulso
Dinheiro
Adolescentes
da classe
A/B
Zona Sul/RJ
R$ 375.000,00 Adolescentes Beleza
Novidade
Modelo
Preço
Impulso
Dinheiro
Presentear
Solidariedade com
outras crianças
Informações sobre
ASCR
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
61 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplo de segmentação de publico de interesse para captação de
recursos – Associação Saúde Renascer
SEGMENTOS TAMANHO DO
SEGMENTO
TOMADORES
DE DECISÃO
FATORES
CHAVE PARA
TOMADA DE
DECISÃO
CARACTERÍSTICA
DO PROCESSO DE
DECISÃO
Empresas que
possam
patrocinar a
implantação e
produção do
produto, que
tenham
preocupação com
responsabilidade
social ou que
estejam
inclinadas a
implantar sua
filosofia
300 empresas Dono da
empresa
Diretor de
marketing
Gerente de
projetos
Valor do
investimento
Capacidade da
ASCR de
gerenciar os
recursos
Adequação do
produto a
atividade “fim”
da empresa
Visibilidade da
empresa
Cultura em
engajar-se em
causas sociais
Reconhecimento
ASCR como uma
ONG séria,
transparente e
de resultados
comprovados.
Contato pessoal
Visita à empresa
Visita da empresa a
ASCR
Política interna de
aprovação de
projetos pré-
estabelecida
Estabelecimentos
comerciais que
queiram unir
mais
efetivamente a
sua imagem a
uma participação
social
100 empresas Proprietários
Gerentes
Espaço para
comercialização
do produto
Treinamento dos
funcionários
Outros custos
envolvidos
Pertencimento a
uma causa social
Imagem da
empresa
Contato pessoal
Informação do
trabalho da ASCR
Engajamento em
campanhas da
ASCR
Engajamento em
causas sociais
Fonte: McKinsey&Company
VAMOS FAZER A SEGMENTAÇÃO DE SEU MERCADO?
Segmentos Tamanho do segmento Tomadores de decisão Fatores chave para
tomada de decisão
Características do
processo de decisão
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
63 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Segmentos Tamanho do segmento Tomadores de decisão Fatores chave para
tomada de decisão
Características do
processo de decisão
Fonte: McKinsey&Company
ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA:
Depois de elaborar a descrição da organização e definir o perfil dos
grupos de consumidores de interesse, chegou o momento de descrever
o(s) produto(s)/serviço(s), que devem considerar as segmentações de
mercado definidas no tópico anterior.
Alguns critérios devem ser utilizados para definir se é interessante
desenvolver um produto/serviço para determinado segmento:
- seu tamanho justifica o desenvolvimento ou adequação dos
produtos/serviços?
- há alguma razão de grande importância que justifique o
desenvolvimento ou adequação dos produtos/serviços?
Se, no mercado, os produtos/serviços da organização que estão em
processo de desenvolvimento ou adequação tiverem similares no
mercado, é importante fazer uma análise da concorrência.
Concorrentes não são organizações que realizam ações socioambientais
similares, mas sim organizações que oferecem para o mesmo segmento
de consumidores produtos/serviços similares.
Este conceito é importante, porque quando uma organização voltada
para a geração de valor compartilhado lança um produto/serviço no
mercado, ela está sujeita as mesmas regras de competição/cooperação
que uma empresa do setor privado.
Para analisar a concorrência é necessário elaborar um mapeamento.
Apresentamos o exemplo de um mapeamento de concorrência de uma
Associação de Artesãs que tinha como objetivo abrir uma loja, na cidade
do Rio de Janeiro, para comercializar artigos de artesanato afro-
brasileiro.
ISA – Instituto Socioambiental
65 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplo de mapeamento de concorrência:
Fonte: McKinsey&Company
È importante fazer uma visita de campo porque será possível descrever
com maior profundidade e detalhes a atuação dos concorrentes. Mas
esta observação deverá ser organizada e estruturada.
Nestas oportunidades é interessante e proveitoso falar com os
consumidores, esta conversa também deve ser estruturada através da
elaboração de um questionário.
Os questionários podem ter vários formatos, a Associação de Artesãs
acima elaborou um questionário na forma de tabela que apresentamos
abaixo. O importante é que ao final das entrevistas com os
consumidores os dados devem ser organizados e analisados pelo grupo.
Este exercício deve resultar em idéias para melhorar a proposta de
produto/serviço em desenvolvimento ou adequação.
ISA – Instituto Socioambiental
66 Plano de Negócios: Como elaborar um?
A avaliação da concorrência não é uma tarefa simples, e cada
organização deve selecionar o melhor caminho para desenvolver este
exercício.
Exemplo de questionário de avaliação da concorrência – artesanato afro-
brasileiro, aplicado em consumidores:
Lojas visitadas
Categoria Afro-Brasil Empório
Afro Borogodó Osol Pé-de-Boi Folclore
Lugar Centro –
3º andar
Cascadura Shopping
Fashion
Mall
Jardim
Botânico -
casa
Catete Loja Hotel
Internacional
Variedade Roupas
religiosas,
peças para
decoração,
Bijuterias
Roupas
religiosas,
bijuterias
e
mascaras
Roupas
bordadas
com
rendas,
toalhas e
colchas
(Ceará)
Esculturas,
peças de
decoração,
quadros e
redes
(origem:
interior
RJ)
Esculturas
de barro,
peças de
decoração
e quadros
(origem:
Minas
Gerais e
Nordeste)
Esculturas,
pedras,
bijuterias e
peças de
decoração
Qualidade Boa Boa Boa Média Boa Excelente
Preço Médio Médio Médio Médio Alto Alto
Acesso Restrito Restrito Fácil Restrito Restrito Restrito aos
hospedes do
hotel
Publico de
interesse
Afro-
religioso
Afro
religioso
Diversos Diversos
turistas
Turistas Turistas
estrangeiros
Fonte: McKinsey&Company
VAMOS FAZER AGORA A ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA?
Qualidade Preço
Condições de
pagamento Localização Atendimento
Serviços aos
clientes
Garantias
oferecidas
Sua
organização
Fonte: SEBRAE
ISA – Instituto Socioambiental
68 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Qualidade Preço
Condições de
pagamento Localização Atendimento
Serviços aos
clientes
Garantias
oferecidas
Fonte: SEBRAE
ISA – Instituto Socioambiental
69 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Conclusões:
A estrutura de custo de
produção de cada produto/serviço deve ser analisada caso a caso. Também é necessário
analisar a demanda para eventuais aumentos de
capacidade.
Importante: O impacto social
Uma organização que tem como objetivo primeiro gerar impacto
socioambiental, não deve esquecer de relacionar os resultados da
comercialização de seus produtos/serviços às transformações
socioambientais definidas em sua Missão.
É no capitulo de descrição do produto/serviço que este aspecto deve ser
mencionado. Não esquecendo de incluir aqui os indicadores chave de
impacto social para este(s) produto(s)/serviço(s) específicos.
O ideal será selecionar um ou alguns dos indicadores de impacto
socioambiental definidos como da organização e sobre os quais falamos no
capitulo anterior.
Os financiadores sempre se interessam por inovação, então se o seu
produto/serviço tem esta característica é importante ressaltar estes
atributos neste capítulo. Mas para os financiadores interessados em
patrocinar negócios socioambientais, a inovação de maior interesse está na
forma de solucionar as demandas de seu publico beneficiado.
DEFINIÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO/PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS:
O parceiro investidor deve entender como a
organização será capaz de operacionalizar o
negócio proposto. Ou seja, se a sua
organização tem capacidade de produzir o
produto ou oferecer um serviço capaz de
satisfazer a demanda do mercado?
Para definir a capacidade de produção ou de
oferta de serviços é fundamental definir todas
as etapas da cadeia produtiva deste
ISA – Instituto Socioambiental
71 Plano de Negócios: Como elaborar um?
produto/serviço. Uma forma interessante de entender toda a cadeia de
valor do produto é elaborar o seu fluxo de produção. Abaixo apresentamos
o fluxo de produção da cadeia produtiva de peças artesanais que tem como
matéria prima a palha da bananeira.
Os custos fixos são aqueles que não se alteram com o aumento ou
diminuição da produção, exemplo: aluguel de galpão. Os custos variáveis
sofrem alteração segundo o aumento ou diminuição da quantidade
produzida, exemplo: matéria-prima.
Exemplo do impacto do volume de produção no custo do produto/serviço:
Custo de produção de bonecas
(+) Aluguel 1.000,00 1.000,00
(+) Mão de obra 500,00 1.000,00
(+) Matéria prima 500,00 800,00
(+) Energia elétrica 200,00 200,00
(=) Total custo mensal 2.200,00 3.000,00
(/) Unidades produzidas/mês 100 200
(=) Custo total por boneca 22,00 15,00
Custo fixo
Custo variável
Fonte: McKinsey&Company
A importância de entender a estrutura de custo de um produto/serviço tem
como finalidade otimizar seu volume de produção de forma a garantir o
melhor custo final por unidade produzida e garantir sua competitividade no
mercado. Para elaborar o calculo do custo unitário do seu produto/serviço
vá para a página 128, anexo 1.2.
Outro ponto importante é que a capacidade de produção deverá considerar
também a existência de demanda para o produto/serviço oferecido, já que
ISA – Instituto Socioambiental
72 Plano de Negócios: Como elaborar um?
não adianta aumentar a produção se não houver demanda suficiente para
absorver a produção.
Defina os volumes de produtos/serviços e relacione todos os recursos
necessários para produzir seu produto ou oferecer seu serviço na tabela
abaixo:
Produto/Serviço:
Itens de custo Valores em R$
Total de custos/mês
Volume de produção/mês
Custo unitário/peça
Fonte: SEBRAE
Muitas vezes para aumentar a capacidade de produção ou a capacidade de
oferta de serviços necessitamos comprar máquinas, equipamentos, móveis,
veículos, etc. Esta situação também pode acontecer nos casos em que
necessitamos melhorar a qualidade do produto ou serviço prestado. Nestes
casos necessitamos dimensionar exatamente quais os investimentos
necessários e o valor deste investimento.
ISA – Instituto Socioambiental
73 Plano de Negócios: Como elaborar um?
As tabelas abaixo o ajudarão nesta tarefa:
Máquinas e
equipamentos Quantidade
Valor
Unitário Total
1 X =
2 X =
3 X =
4 X =
5 X =
6 X =
7 X =
8 X =
9 X =
10 X =
Total Máquinas e Equipamentos
Fonte: SEBRAE
Móveis e utensílios Quantidade
Valor
Unitário Total
1 X =
2 X =
3 X =
4 X =
5 X =
6 X =
Total Móveis e utensílios
Fonte: SEBRAE
ISA – Instituto Socioambiental
74 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Veículos Quantidade
Valor
Unitário Total
1 X =
2 X =
3 X =
4 X =
5 X =
6 X =
Total Veículos
Fonte: SEBRAE
Quadro geral de investimentos em estrutura:
Total de investimentos fixos Total
1- Total máquinas e equipamentos
2- Total móveis e utensílios
3- Total veículos
Total de investimentos fixos
Fonte: SEBRAE
Uma ferramenta bastante útil para verificar se você não esqueceu de nada,
é a elaborar o fluxo de processo de seu produto/serviço (ver anexo I,
página 124).
Após a elaborar o Fluxo de Produção e descrever todas as etapas do
processo produtivo será mais fácil definir para cada etapa:
1- O número de pessoas necessário para executar a etapa,
2- A qualificação das pessoas para cada uma das funções,
3- As máquinas e equipamentos necessários para executar cada uma
das etapas de produção,
4- Os móveis utensílios necessários,
5- As formas de transporte de matéria prima e produtos/serviços,
6- Os tipos de fornecedores relacionados a cada etapa,
7- Os materiais e matérias primas utilizadas em cada etapa.
ISA – Instituto Socioambiental
75 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Quadro para definição de necessidade de pessoal:
Etapa de
produção Cargo/função
Número de
pessoas Qualificações necessárias
Fonte: adaptado SEBRAE
ISA – Instituto Socioambiental
76 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PERGUNTAS-CHAVE – PRODUTO/SERVIÇO – PLANO DE
NEGÓCIOS PARA GERAÇÃO DE RECURSOS
Que produto/serviço será oferecido?
Qual é seu publico de interesse?
Quais necessidades deste público seu produto/serviço atende?
Existem diferentes segmentos de publico de interesse? Quais são?
Existem diferentes versões para cada segmento do produto/serviço?
Que produtos/serviços semelhantes existem no mercado?
Como seu produto/serviço se compara com o da concorrência?
Quais são seus pontos fortes e fracos?
Quais podem ser os desenvolvimentos futuros do produto/serviço?
O que muda no impacto socioambiental da organização com o negócio proposto?
Como este impacto socioambiental se relaciona com a Missão da organização?
Como o negócio se diferencia em relação ao proposto por outras organizações?
Este produto é uma inovação para o Terceiro Setor?
Quais indicadores de impacto socioambiental devem ser utilizados para medir o
resultado socioambiental do negócio?
Qual é a atual capacidade de produção/prestação de serviço?
Em que estágio de desenvolvimento o produto/serviço se encontra?
Qual é a capacidade de expansão da produção, caso ela seja necessária?
Qual é o volume de produção esperado nos três primeiros anos?
Quais os custos de expansão da capacidade?
Como será a estrutura de custos?
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
77 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PERGUNTAS-CHAVE – PRODUTO/SERVIÇO – PLANO DE
NEGÓCIOS PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Quais são os projetos que necessitam de financiamento?
Quem são os financiadores potenciais?
Quais as necessidades destes financiadores que serão atendidas pelo projeto?
Como podem ser segmentados os financiadores?
Quais outros projetos semelhantes podem ser encontrados?
Como seu projeto se compara a projetos similares?
Quais os pontos fortes e fracos do seu projeto?
Quais poderão ser os desdobramentos futuros deste projeto?
Qual o impacto socioambiental que será gerado com este financiamento?
Seu projeto representa uma inovação no Terceiro Setor?
Qual é o seu potencial de multiplicação?
Quais serão os indicadores de impacto socioambiental do projeto?
Qual é o estágio de desenvolvimento do projeto?
Qual é o impacto socioambiental esperado nos três primeiros anos?
Quais são os custos de expansão do projeto?
Qual é a estrutura de custo do projeto?
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
78 Plano de Negócios: Como elaborar um?
CONHECENDO SEU MERCADO
Depois de definida a proposta de valor socioambiental e econômico do seu
produto/serviço e conhecer sua capacidade de produção, vamos para o
próximo passo que será identificar o nível de demanda.
O objetivo agora é entender qual será a aceitação do consumidor
relacionada á seu produto/serviço para poder projetar a receita de vendas e
também a necessidade de aumento de produção.
Aqui devemos colocar nossas energias para responder duas perguntas:
1- Qual o tamanho total do mercado que você pretende atuar?
2- E qual será seu objetivo de participação neste mercado?
Para responder as duas perguntas acima, é necessário identificar as
diferentes fontes de informação, por exemplo: revistas e jornais que tem
seções dedicadas a negócios, conversar com pessoas que já atuam há
algum tempo neste ramo de negócios, internet em sites especializados ou
oficiais (EMBRATUR, Ministério do Turismo, etc).
Para definir quais as fontes de pesquisa que deverão ser consultadas,
poderemos usar a ferramenta do Diagrama da Amizade ou Diagrama de
Venn. Veja que no exemplo abaixo uma Associação de Catadores quer
ampliar seu negócio, trocando artigos de primeira necessidade por material
reciclável. Para elaborar seu Diagrama da Amizade, os membros da
Associação deveriam incluir as pessoas e entidades que poderiam de
alguma forma contribuir com o seu negócio.
Após definir as fontes de pesquisa, o segundo passo será definir o tipo de
informação que está relacionada á cada uma das fontes. E por fim, definir
qual será a melhor forma de levantar as informações desejadas.
ISA – Instituto Socioambiental
79 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Fonte: adaptado McKinsey&Company
Quadro de definição de meios de pesquisa:
Fonte de informações Meios
Fabricantes de produtos de primeira necessidade
Entrevistas a gerente/diretor de marketing
Moradores da região Entrevistas Varejo tradicional local Entrevistas com gerentes/proprietários Governo Pesquisa na internet Empresas de reciclagem Entrevistas com gerentes/proprietários
Para entender o potencial e as tendências de mercado será necessário fazer
uma avaliação tanto quantitativa como qualitativa:
ü Avaliação qualitativa: deve levantar as principais tendências do
mercado onde pretendemos atuar e os principais fatores que o
influenciam, tanto de forma positiva como negativa. A análise
cuidadosa destes fatores permite que possamos definir ações para
potencializar os pontos positivos e mitigar os efeitos dos pontos
negativos, além de fornecer subsídios para definição das variáveis
ISA – Instituto Socioambiental
80 Plano de Negócios: Como elaborar um?
que devem ser monitoradas periodicamente para reduzir os riscos do
negócio.
ü Avaliação quantitativa: é importante quantificar o tamanho do
mercado em que se pretende atuar. Em geral não há informações
prontas sobre o mercado, e necessitamos então levantar dados
estatísticos que nos possibilitem fazer uma estimativa do seu
tamanho. Para quantificar o mercado podemos utilizar os seguintes
passos:
o Definição do publico de interesse em termos
demográficos: caracterização do publico de interesse por
localização geográfica, faixa etária, sexo e/ou nível de renda;
o Quantificação do publico alvo: ao definir os públicos de
interesse, podemos consultar fontes oficiais para quantificar
cada um dos segmentos como: IBGE, DIEESE, BNDES,
SEBRAE, etc;
o Quantificação dos gastos do publico de interesse com o
produto/serviço: muitas vezes não vamos encontrar dados
prontos sobre o potencial de consumo para determinado setor,
nestes casos será necessário trabalhar com produtos similares
e desenvolver abordagens criativas.
Abaixo apresentamos o exemplo de uma avaliação de mercado de uma
organização que comercializa alimentos a preços reduzidos a população
carente de uma parte da periferia de Porto Alegre.
Regras de ouro: 1- Use seu conhecimento, raciocino e intuição para avaliar a importância de
cada questão que você está avaliando; 2- Não se perca em detalhes, uma precisão relativa é suficiente para um
Plano de Negócios; 3- Assuma riscos calculados e reveja suas hipóteses várias vezes durante a
elaboração de seu plano de negócios. Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
81 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplo de avaliação quantitativa e qualitativa de mercado:
Fonte: McKinsey&Company
Agora vamos definir o tamanho do mercado para o produto/serviço da sua
organização:
Definir
demograficamente o
publico de interesse
Quantificar o público de
interesse:
Qualificar o potencial de
receita:
Demonstre o calculo para definição do tamanho do seu mercado:
ISA – Instituto Socioambiental
82 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Projeção de volume de receitas x participação de mercado:
Após conseguir definir o tamanho do mercado e entender suas
segmentações, vamos então estabelecer qual será a fatia de mercado
pretendida pela organização. Esta avaliação depende da capacidade de
execução do que está planejado, da atuação da concorrência e das
mudanças de comportamento do publico de interesse da organização.
Como as metas de receita estão diretamente ligadas a fatia de mercado que
a organização será capaz de atender e considerando que não existe uma
regra geral para quantificar estes valores, o recomendado é usar o seu bom
senso e coerência.
Um dos métodos utilizados é a análise do ambiente externo e interno:
Fonte: adaptado McKinsey&Company
1- Ambiente externo: devemos avaliar como se comporta a
concorrência e também a demanda pelo produto/serviço,
classificando a concorrência como forte ou fraca e a demanda como
alta ou baixa;
ISA – Instituto Socioambiental
83 Plano de Negócios: Como elaborar um?
2- Ambiente interno: aqui devemos avaliar se a nossa equipe de
gestão tem todas as competências necessárias a implementação das
ações do Plano de Negócios e se devemos procurar reforços fora da
organização através de parcerias e/ou novas contratações. E o
segundo aspecto é se o produto/serviço proposto oferece alguma
vantagem ou diferencial em relação aos outros similares
concorrentes, aqui os fatores de relevância são: preço, distribuição e
forma de atender às necessidades do publico de interesse.
O primeiro objetivo deste processo é entender se os ambientes internos
e externos são favoráveis ou desfavoráveis, para isto podemos utilizar a
matriz de Ambiente Externo e Interno:
Fonte: McKinsey&Company
Após esta avaliação, será possível elaborar hipóteses “razoáveis e
coerentes” para a parcela de mercado que poderá ser capturada pelo
negócio, considerando que o produto/serviço da organização deve estar
situado no segundo, terceiro ou quarto quadrante.
Se o produto/serviço da organização estiver situado no segundo ou
quarto quadrante, a participação de mercado deve ser conservadora,
ISA – Instituto Socioambiental
84 Plano de Negócios: Como elaborar um?
especialmente considerando a presença de concorrentes com maior
experiência e mais estruturados.
Vamos elaborar a analise de ambiente interno e externo para o(s)
produto(s)/serviço(s) da sua organização?
Ambiente interno Ambiente externo
Po
nto
s Fo
rtes
Equipe Concorrência
Produto/Serviço Demanda
Fonte: adaptado: SEBRAE
ISA – Instituto Socioambiental
85 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Ambiente interno Ambiente externo
Equipe Concorrência
Po
nto
s d
e A
ten
ção
Produto/Serviço Demanda
Fonte: adaptado SEBRAE
ISA – Instituto Socioambiental
86 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Considerando as informações organizadas nos quadro anteriores defina em
que quadrante está localizado o produto/serviço de sua organização:
Agora vamos calcular sua capacidade de capturar mercado = corresponde a
máxima capacidade de produção/prestação de serviço de sua organização
divido pelo tamanho total do seu mercado:
Sua capacidade de
produção/prestação de
serviços
Tamanho total do seu
mercado
Sua capacidade de
capturar mercado
ISA – Instituto Socioambiental
87 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PERGUNTAS CHAVE – MERCADO
Quantas pessoas/empresas compõem seu publico de interesse?
Quais são os volumes totais de venda e receita desse mercado?
Quais são as tendências deste mercado?
Que fatores influenciam o crescimento dos grupos de interesse?
Qual o tamanho das empresas/organizações que atuam neste mercado?
Que tipo de resultado obtêm?
Quais as barreiras de entrada de novos concorrentes?
Como elas podem ser superadas?
Qual é a participação estimada para o negócio?
Qual o resultado esperado para o negócio?
Qual a evolução projetada desse desempenho?
Quanto a base de consumidores deve crescer nos próximos três anos?
Quais as premissas chaves para estas projeções e em que
dados/informações elas estão baseadas?
É necessário um financiamento inicial para o negócio?
o Em caso afirmativo considere então as seguintes questões:
o Qual a importância dos parceiros financiadores para este negócio?
o Quer perfil de parceiros teria interesse em financiar este negócio?
o Quais os principais aspectos do negócio que poderiam atrair o
interesse destes parceiros financiadores?
o Qual a melhor forma de abordar estes financiadores?
o Quais são os financiadores mais visados por organizações similares?
o Quanto e que tipo de recursos elas já mobilizaram?
o Qual a estratégia destas organizações em termos de formas de
atuação e área de abrangência?
o Quais são seus principais diferenciais?
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
88 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PERGUNTAS CHAVE – MERCADO – PARA CAPTAÇÃO DE
RECURSOS
Qual o orçamento disponível para financiamento de projetos
socioambientais?
Quais são as tendências dos financiadores?
Que fatores podem influenciar no aumento do número de financiadores
potenciais e no montante de recursos disponíveis?
Qual o tamanho típico dos parceiros financiadores?
Qual o total de recursos que pretendemos captar com cada perfil de
parceiro financiador?
Como deverá evoluir este processo de captação nos próximos três anos?
Quais são as premissas chave nas projeções realizadas e em que
dados/informações elas estão embasadas?
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
89 Plano de Negócios: Como elaborar um?
MARKETING: SIGNIFICADOS E PROCESSOS
O planejamento de marketing é muito importante para o plano de negócios,
nesta seção você deverá definir seus canais de distribuição, preço de venda
e por fim os meios de comunicação de contato entre sua organização e o
publico de interesse.
Os canais de distribuição são as formas que serão utilizadas para fazer
chegar seu produto/serviço ao consumidor final, eles podem ser:
1- De venda direta: quando a organização entrega diretamente o
produto/serviço ao consumidor final;
2- De venda indireta: quando a organização utiliza-se de serviços de
terceiros para entregar seu produto/serviço ao consumidor final.
Canais de distribuição por tipo de plano de negócios:
Plano de negócio para geração de recursos por meio de comercialização de
produtos/serviços
Tipo Exemplo Descrição
Direto Loja própria – loja de venda de
cosméticos, loja de venda de bicicletas,
papelaria, etc..
A organização possui loja própria onde
vende seus produtos (inclui quiosques em
praças, barracas em feiras, etc.)
Venda por telefone O consumidor liga para um número, que
pode ou não ser gratuito (serviço 0800), e
faz o pedido, que é entregue
posteriormente no endereço fornecido.
Força de venda própria (venda porta a
porta)
As vendas são realizadas por uma equipe
de vendedores que visita os
consumidores, podem ser empresas ou
pessoas físicas.
Venda por meio de site próprio A venda é realizada através do site da
organização e o produto é entregue
diretamente ao endereço do consumidor.
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
90 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Plano de negócio para geração de recursos por meio de comercialização de
produtos/serviços
Tipo Exemplo Descrição
Indireto Loja de terceiros A organização vende para lojistas,
que revendem seus produtos (inclui
quiosques em praças, barracas em
feiras, etc.)
Força de venda terceirizada As vendas são feitas por uma
equipe de vendedores de outra
empresa ou independentes que
primeiro compram da organização
e depois visitam os consumidores,
que podem ser empresas ou
pessoas físicas
Venda por meio de site de terceiros A venda é realizada através de sites
de terceiros, especializados em
comercio eletrônico.
Fonte: McKinsey&Company
Plano de negócio para captação de recursos
Tipo Exemplo Descrição
Direto Loja próprio (quiosques em shoppings
para recebimento de doações)
A organização possui um local
próprio onde recebe doações
(normalmente voltado para
captação de recursos de pessoas
físicas)
Captação por telefone ( telefonemas a
pessoas solicitando doações de recursos)
Os potenciais doadores são
contatados por telefone
Força de captação própria (equipe visita
empresas e fundações solicitando
doações)
A captação é realizada por uma
equipe que visita potenciais
doadores, que podem ser empresas
ou pessoas físicas. Esta estratégia é
particularmente utilizada para
captação em empresas
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
91 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Plano de negócio para captação de recursos
Tipo Exemplo Descrição
Indireto Utilização de empresa para doações de
funcionários por meio de desconto em
folha.
A captação é realizada através de
desconto direto na folha de
pagamento e a empresa funciona
como um canal para que a
organização consiga chegar aos
funcionários.
Fonte: McKinsey&Company
Para definir o(s) canal(is) de distribuição, o primeiro passo é listar todos os
potenciais canais de distribuição, e para fazer a escolha do(s) canal(is) que
será(ao) adotados, deve-se considerar três aspectos:
1. Contexto do negócio: devemos levar em conta a estratégia definida
para o negócio:
Exemplo Estratégia Canal de distribuição
Instituto de
Manejo e
Certificação
Florestal -
Imaflora
Divulgar a importância do bom
manejo florestal:
o Programa de
Certificação
o Apoio a comercialização
de produtos certificados
o Treinamento em bom
manejo florestal
o Parcerias com órgãos
oficiais de certificação
o Participar de feiras e
eventos especializados
o Lojas de móveis
artesanais
o Internet (produtos
certificados)
Comunidade
Solidária
Estabelecer uma rede de
captação de recursos:
o Conveniência
o Baixo valor unitário
o Impulso
o Contribuição por
impulso
o Postos de informação
em pontos de trafego
elevado (exemplo:
shopping center, metro)
o Sistema de doação via
telefone (0800) e via
internet
o Atendimento treinado
para explicar utilização
dos recursos
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
92 Plano de Negócios: Como elaborar um?
2. Características de segmentos do publico de interesse: para
atingir diferentes segmentos devemos definir, para cada um deles, o
canal de distribuição mais adequado. Veja o exemplo abaixo:
Relação entre segmentos e canais de distribuição – Themis
Segmentos de público de
interesse
Tipos de produtos Canais
Juízes, promotores de
justiça, defensores públicos,
etc
Agendas, bolsas e camisetas Feiras
Escolas de direito
Livrarias universitárias
Eventos públicos da
categoria
Internet
Promotoras legais
populares
Agendas, bolsas e camisetas Eventos comunitários e da
Themis
Lojas de departamentos
Estudantes universitários Agendas, bolsas e camisetas Lojas em shoppings e em
espaços culturais
Internet
Centros acadêmicos
Escolas e eventos
universitários
Livrarias universitárias
Fonte: McKinsey&Company
3. Custo do canal: os custos relacionados a distribuição do
produto/serviço relacionados aos diferentes segmentos devem ser
analisados quando da elaboração do Plano de Negócio. A escolha dos
canais de distribuição influencia no preço final do produto/serviço.
4. Preço: a definição do preço de venda do produto/serviço deve levar
em conta três critérios:
· A posição competitiva do negócio,
· O impacto do preço no volume de vendas,
· O impacto do preço na margem de contribuição.
ISA – Instituto Socioambiental
93 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Fonte: McKinsey&Company
Então o primeiro passo é comparar o que seria o nosso preço ideal com os
preços da concorrência, por meio de uma avaliação quantitativa. E o
segundo passo é comparar os preços dos concorrentes segundo os
benefícios percebidos pelos clientes:
1- Benefícios percebidos: são os atributos que o consumidor valoriza
em um produto/serviço ou projeto que atende uma determinada
necessidade. Normalmente, o produto/serviço é mais valorizado
quando consegue agregar outros benefícios intangíveis como: bom
atendimento, disponibilidade, conveniência, boa imagem, etc.
2- Preço percebido: não é composto apenas pelo preço de aquisição
do produto/serviço, mas por custos futuros associados, por exemplo:
custo de manutenção, taxas de uso, durabilidade, garantia estendida,
etc.
ISA – Instituto Socioambiental
94 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Fonte: McKinsey&Company
Uma vez levantadas as informações relacionadas ao preço e valor percebido
pelo cliente dos produtos/serviços dos concorrentes podemos utilizar uma
ferramenta chamada “mapa de valor”. Que nada mais é que um gráfico que
nos ajuda a organizar as informações levantadas facilitando nosso processo
de decisão.
O “mapa de valor” é um gráfico onde devemos colocar os preços dos
concorrentes relacionando-os com os benefícios percebidos pelos clientes.
Estes dados podem ser levantados através de um questionário que deverá
ser aplicado nos consumidores com o perfil de interesse estabelecido
durante o processo de segmentação de mercado.
IMPORTANTE: Este mapeamento deve ser feito para Plano de Negócios
sobre produtos/serviços, com dados disponíveis ou acessíveis da
concorrência. No caso de Plano de Negócios orientados para captação de
recursos, o mapa não será aplicado.
ISA – Instituto Socioambiental
95 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Mapa de Valor – Posição competitiva das ofertas.
Fonte: McKinsey&Company
Como mencionamos anteriormente, quando alteramos o preço de venda do
produto/serviço, também alteramos sua margem de contribuição. Então
devemos ter cuidado para não fixar um preço que torne a margem de
contribuição negativa.
Outro ponto importante é que nem sempre reduzir o preço de venda implica
em aumento de unidades vendidas. E você deve sempre lembrar que seus
concorrentes devem reagir as suas ações de venda.
Assim, uma forma de avaliar se a redução de preços pode ser uma boa
estratégia é fazer testes ao longo do tempo, através de promoções com
tempo determinado e observar a reação do seu publico de interesse e
também de seus concorrentes.
Veja o exemplo abaixo do impacto da margem de contribuição e no
resultado do negócio com a redução do preço de venda:
ISA – Instituto Socioambiental
96 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Implicações do preço no resultado do negócio % de
redução
Preço venda estimado 50,00 45,00 - 10%
(-) Custos diretos de produção 20,00 20,00
(-) Despesas diretas com pessoal 10,00 10,00
(-) Rateio dos custos/despesas fixas 10,00 10,00
(=) Margem de contribuição 10,00 5,00 - 50%
1ª situação = redução de preço não aumenta as vendas
(x) Número de peças vendidas 1.000 1.000 - x -
(=) Resultado estimado 10.000,00 5.000,00 -50%
2ª situação = redução de preço aumenta as vendas
(x) Número de peças vendidas 1.000 3.000 +50%
(=) Resultado estimado 10.000,00 15.000,00 +50%
Fonte: adaptado de McKinsey&Company
Comunicação
É importante planejar a comunicação com seu publico de interesse,
especialmente porque a comunicação sobre produtos/serviços, em uma
organização que tem como objetivo gerar valor socioambiental, deve estar
alinhada com a Missão e Visão da organização.
Alguns pontos devem ser observados, quando da elaboração do
planejamento de comunicação do produtos/serviço:
1. Alinhamento entre as estratégias da organização e do
negócio: os produtos/serviços em organizações do terceiro setor
têm como objetivo ser mais uma fonte de captação de recursos para
fomentar as atividades fins da organização. Assim, é importante
alinhar o conceito do produto/serviço com a causa que a organização
defende.
2. Definição do orçamento: é importante prever no orçamento anual
da organização recursos para financiar ações de comunicação,
estabelecendo um fundo de caixa para este fim.
ISA – Instituto Socioambiental
97 Plano de Negócios: Como elaborar um?
3. Coordenação das ações de comunicação: muitas organizações
executam mais de um projeto ao mesmo tempo. As ações de
comunicação dos diferentes projetos devem ser planejadas
conjuntamente, considerando a segmentação do publico de interesse.
O objetivo é elaborar mensagens claras e objetivas, evitando
provocar confusão e dificuldade de entendimento da mensagem pelo
publico de interesse.
4. Monitoramento das ações: adotar mecanismos que nos
possibilitem monitorar os impactos e resultados das estratégias de
comunicação é uma boa forma de aprendizado, nos permitindo ser
mais assertivos.
5. Diferenciação do publico de interesse: é importante definir quais
são nossos objetivos de comunicação e adequando o formato da
mensagem aos segmentos dos nossos públicos de interesse.
Estratégias de comunicação por segmentos – Captação de Recursos
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
98 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Utilização de mídia
Existem sete táticas que podem ser utilizadas para disseminar mensagens,
apresentaremos abaixo estes veículos de comunicação assim como suas
características:
1. Marketing de “guerrilha”: refere-se a todo tipo de comunicação de
pequena escala e bem focada em termos de alcance, exemplos:
panfletagem, distribuição de cartazes, displays em pontos de venda.
Em geral, o marketing de guerrilha aproveita oportunidades e
ocasiões únicas para atingir determinados segmentos.
Vantagens: custos baixos, possibilidade de segmentar o publico de
interesse.
Desvantagens: consome muito tempo para ser organizada e tem
baixa escala e abrangência
Nota: não é muito recomendada para organizações que ainda
necessitam conquistar credibilidade ou que necessitam explicar que
tipo de atividade realizam.
2. Marketing direto: consiste no envio de malas diretas via correio a
um publico de interesse previamente definido, exemplo: cartas,
panfletos, etc.
Vantagens: possibilidade de segmentar o publico de interesse,
tempo de retorno baixo, contribui para dar credibilidade a
mensagem.
Desvantagens: não é muito eficaz quando se quer reforçar a marca,
taxa de resposta baixa entre 5% a 10%, alto custo.
Nota: pode ser particularmente útil para passar mensagens
explicativas
3. Rádio: é uma das táticas mais eficazes.
Vantagens: grande alcance e permite passar mensagens
explicativas, ótimo meio de construção de marca, permite
segmentação geográfica considerando a utilização de rádios de
abrangência local, contribui para dar credibilidade a mensagem.
ISA – Instituto Socioambiental
99 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Desvantagens: tempo de resposta mais longo, custo relativamente
elevado.
Nota: pode ser particularmente útil para passar mensagens
explicativas.
4. Mídia online: ação de marketing realizada via internet, estas ações
possibilitam o direcionamento do usuário para o site da organização,
exemplos: utilização de bunners, “clique e doe”, utilização de
“calhaus” (são espaços em sites que não despertam interesse de
nenhum anunciante e em geral são espaços cedidos gratuitamente),
malas diretas virtuais.
Vantagens: grande alcance e permite passar mensagens
explicativas, baixo custo.
Desvantagens: baixa credibilidade
5. Outdoors: grandes placas dispostas em locais de grande visibilidade,
especialmente em locais de grande trêfego de pessoas e carros.
Vantagens: reforço de marca, grande alcance.
Desvantagens: alto custo, nenhuma segmentação.
6. Mídia impressa: é um veículo muito eficiente para mensagens
longas, exemplos: anúncios em jornais, revistas.
Vantagens: reforço de marca, alta credibilidade, algumas revistas
oferecem a possibilidade trabalhar com segmentação de publico.
Desvantagens: alto custo.
7. Televisão:
Vantagens: grande força na construção de marca, grande alcance,
grande credibilidade e possibilidade de segmentar o publico nas
operadoras de televisão a cabo.
Desvantagens: alto custo.
8. Assessoria de imprensa: é um serviço prestado, geralmente por
jornalistas, que buscam através de seus relacionamentos colocar a
organização em evidência, divulgando suas atividades e ações na
forma de noticia.
Vantagens: baixo custo, transmite credibilidade, tempo de resposta
curto.
ISA – Instituto Socioambiental
100 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Desvantagens: dificuldade de planejamento, dificuldade de
determinar o alcance da matéria e de segmentar a mensagem por
publico.
Estratégias de comunicação por segmentos – Captação de recursos
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
101 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplo de estratégia de comunicação – Fundação Gol de Letra
Público de
interesse Objetivo da comunicação Táticas
Sócios A e B/RJ
e SP
Oferecer informações
enfatizando tanto benefícios
intangíveis como os de fácil
percepção
· Internet
· Correio/mala direta
· Boca a boca
· Eventos e palestras
· Visitas monitoradas
· Estabelecimentos
conveniados
Sócios A e
B/Brasil e
exterior
Demonstrar transparência e
enfocar resultados
· Internet
· Informativos
· Boca a boca
Sócios são-
paulinos
Sensibilizar pessoas que já
têm um vínculo emocional
com os idealizadores da FGL
· Home Page do Rai e do
SPFC
· Material impresso oficial
do SPFC
· Eventos
Sócios
comunitários
Demonstrar a importância da
comunidade local no
envolvimento educacional de
suas crianças
· Jornalzinho da Vila
· Eventos da Vila
Fonte: McKinsey&Company
AGORA VAMOS ELABORAR SUA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO:
Público de interesse Objetivos de comunicação Táticas
ISA – Instituto Socioambiental
103 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Público de interesse Objetivos de comunicação Táticas
PERGUNTAS CHAVE – MARKETING – PARA GERAÇÃO DE
RECURSOS
Que canais de distribuição devem ser utilizados?
Como estes canais devem ser desenvolvidos?
Que segmento do publico alvo cada canal de deve atingir?
Que custos serão associados ao negócio?
Quais as margens de contribuição estão planejadas para cada canal de
distribuição?
Com quanto cada canal de distribuição contribuirá para o resultado do
negócio?
Existe algum canal que predomine claramente?
Qual a estimativa de preço ao consumidor?
Qual é a tendência de preço ao consumidor?
Qual é a situação competitiva com relação ao preço?
Quais as implicações dos preços praticados para o resultado do negócio?
Qual o objetivo de preço para cada mercado ou canal de distribuição?
Qual será a política de pagamentos oferecida aos consumidores?
Que ações de comunicação devem ser utilizadas para a divulgação do
negócio?
Como essas ações serão diferenciadas por segmento?
Qual é o orçamento de marketing/comunicação?
Quais são as despesas mais relevantes/
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
105 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PERGUNTAS CHAVE – MARKETING – PARA CAPTAÇÃO DE
RECURSOS
Que canais serão utilizados para conseguir novos doadores? (fundações,
empresas, pessoas, etc)
Como estes canais serão desenvolvidos?
Que segmento cada canal deve atingir?
Qual o valor total que se pretende arrecadar em cada segmento?
Existe algum canal claramente predominante?
Quanto se pretende arrecadar por doador? (pessoa, empresa, fundação)
Que ações de comunicação serão adotadas para divulgação do negócio?
Como estas ações serão diferenciadas por segmento?
Qual o orçamento de marketing/comunicação?
Quais são as despesas mais relevantes?
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
106 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PLANEJAMENTO FINANCEIRO: FAZENDO AS CONTAS
O planejamento financeiro tem como objetivo permitir avaliar se o negócio
proposto tem viabilidade operacional sob o aspecto financeiro, além de
permitir definir o valor total do investimento necessário para garantir a sua
continuidade.
Isto significa que devemos dimensionar os investimentos necessários em
máquinas, equipamentos, infra-estrutura, móveis e utensílios, custos com
pessoal, estoques, fornecedores e também projetar as receitas
considerando aumentos de produção e vendas para construção de
diferentes cenários.
Este exercício nos permite avaliar os riscos relacionados a evolução dos
negócios e prever quando o negócio deve atingir seu ponto de equilíbrio, ou
seja, quando a receita total consegue pagar todos os custos e despesas.
Além de nos ajudar a prever em que período provavelmente o negócio irá
começar a resultar em caixas positivos capazes de retornar o investimento
necessário.
Para estas análises são normalmente utilizadas três peças contábeis:
ISA – Instituto Socioambiental
107 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Vamos iniciar então a elaboração dos cálculos relacionados ao seu negócio.
Nas páginas 73 e 74, você já definiu o valor dos investimentos em
máquinas e equipamentos, móveis e utensílios e veículos. Então vamos
transportar o quadro resumo para cá.
No quadro, ficou faltando apenas o investimento em infra-estrutura, ou
seja, reformas ou construção de galpão. Então se for necessário inclua no
quadro abaixo:
Total de investimentos fixos Total
1- Total máquinas e equipamentos
2- Total móveis e utensílios
3- Total veículos
4- Total de investimentos em infra-estrutura
Total de investimentos fixos
Fonte: SEBRAE
Agora vamos calcular o total de investimentos em capital de giro, que é
composto de estoques e fornecedores. Vamos então até os anexos 3 e 4,
para detalhar a necessidade de estoque, para depois calcular o prazo e o
valor médio de compras utilizando a tabela abaixo:
ISA – Instituto Socioambiental
108 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Prazo médio de
compras % Número de dias Média Ponderada
Á vista
Prazo 1
Prazo 2
Prazo 3
Prazo 4
Prazo médio total de dias para reposição de estoque
Agora precisamos calcular o prazo médio de recebimento dos produtos
vendidos, para isto precisamos levantar o valor projetado de vendas por
mês e considerar a política de pagamento que vamos oferecer aos
segmentos de publico de interesse.
Para definir o valor mensal de vendas precisamos definir primeiro a
produção mensal e o percentual de aumento de unidades vendidas por ano:
Produção inicial diária (em
unidades)
Valor de venda unitário (R$)
Dias de operação por mês
Taxa anual de crescimento de vendas
Ano 1
Ano 2
ISA – Instituto Socioambiental
109 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Ano 3
Custo de distribuição (% do
valor de venda unitário)
Custo de produção (% do valor
da venda)
Agora que já organizamos alguns dados vamos definir o valor total de
vendas por mês e depois por ano:
Ano1/Mês Dias do mês Quantidade Receita
Janeiro 31
Fevereiro 28
Março 31
Abril 30
Maio 31
Junho 30
Julho 31
Agosto 31
Setembro 30
Outubro 31
Novembro 30
Dezembro 31
Total
ISA – Instituto Socioambiental
110 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Ano2/Mês Dias do mês Quantidade Receita
Janeiro 31
Fevereiro 28
Março 31
Abril 30
Maio 31
Junho 30
Julho 31
Agosto 31
Setembro 30
Outubro 31
Novembro 30
Dezembro 31
Total
ISA – Instituto Socioambiental
111 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Ano3/Mês Dias do mês Quantidade Receita
Janeiro 31
Fevereiro 28
Março 31
Abril 30
Maio 31
Junho 30
Julho 31
Agosto 31
Setembro 30
Outubro 31
Novembro 30
Dezembro 31
Total
Agora precisamos definir como vamos receber estes valores, para fazer
estes cálculos precisamos verificar as condições de pagamentos que vamos
oferecer aos nossos clientes:
ISA – Instituto Socioambiental
112 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Prazo médio de
vendas % Número de dias Média Ponderada
Á vista
Prazo 1
Prazo 2
Prazo 3
Prazo 4
Prazo médio total de dias do contas a receber
Agora já podemos calcular sua necessidade de capital de giro durante o
ano:
(+) Valor total a receber
(+) Valor do estoque inicial
( - ) Valor total de contas a pagar
Necessidade de capital de giro
Depois de todos os cálculos prontos podemos agora avaliar a margem de
contribuição do seu produto/serviço elaborando a Demonstração de
Resultado do seu negócio:
ISA – Instituto Socioambiental
113 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Quadro
pag Descrição Valor R$ %
(+) Receita total com vendas
(-) Impostos
(=) Recita Bruta
(-) Custo de produção
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas gerais
(=) Margem de contribuição bruta
Agora você poderá elaborar diferentes cenários para o seu negócio.
Considerando os valores informados na tabela acima e as possibilidades de
redução de preços x aumento de unidades vendidas. No anexo 5 você vai
encontrar uma tabela para elaborar a análise de cenários do seu
produto/serviço.
PERGUNTAS CHAVE – PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Qual é o valor total necessário para a operacionalização do seu
negócio?
Quais as fontes de financiamento que serão utilizadas?
Qual é a projeção do Demonstrativo de Resultados para os
próximos três anos?
ISA – Instituto Socioambiental
114 Plano de Negócios: Como elaborar um?
AVALIANDO RISCOS E OPORTUNIDADES
Como o Plano de Negócios é um instrumento que tem como objetivo
antever o maior número de acontecimentos possível, o empreendedor
consegue minimizar os impactos negativos e aproveitar possíveis
oportunidades.
Para organizações do Terceiro Setor, devemos procurar antever alterações
em três dimensões:
1- Mudanças na atuação de financiadores e doadores: durante os anos
80 e 90 houve grande diminuição de investimentos na área
socioambiental, tanto aqueles provenientes de financiadores
nacionais como internacionais.
2- Mudanças na legislação: mudanças na legislação podem influenciar
na demanda de produtos/serviços abrindo novas oportunidades, um
exemplo que podemos citar foi a publicação da Lei das OSCIPs, que
ISA – Instituto Socioambiental
115 Plano de Negócios: Como elaborar um?
criou incentivos fiscais para empresas interessadas em contribuir com
organizações do Terceiro Setor.
3- Mudanças nas tendências de demandas e ofertas: durante todo o
processo de elaboração do Plano de Negócio foi possível, através das
pesquisas, entrevistas e levantamento de dados, levantar possíveis
riscos e oportunidades que agora devem ser sistematizados e seus
impactos no negócio avaliados.
Exemplo de análise de risco - Themis
Aspectos da
avaliação Riscos Ações propostas
Atuação de
financiadores
Concentração das fontes de
captação de recursos
financeiros.
Limitação das
oportunidades de obtenção
de recursos governamentais
Buscar parcerias com
iniciativa privada.
Providenciar registro
como OSCIP conforme
lei 9.790/99.
Legislação
Pouco incentivo fiscal para
empresas privadas que
investem na área social.
Redução das chances de
obter recursos
governamentais pelas
organizações não adeptas
da lei 9.790/00.
Participar de fóruns de
discussão sobre reforma
fiscal e tributária.
Providenciar registro
como OSCIP conforme
lei 9.790/99.
Demanda e
oferta de
produtos
Insuficiente controle de
gestão, devido ao aumento
das vendas.
Insuficiente aproveitamento
do potencial de vendas pela
internet.
Optar por soluções
informatizadas de
administração/programa
de gestão.
Ampliar parcerias de
publicidade ou links em
shoppings virtuais.
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
116 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Exemplo de análise de risco – Associação Criança Renascer
CENÁRIO: Mudança na política econômica do Governo que gere
recessão, implicando na diminuição de consumo
Risco Produção maior que a demanda
Ações
· Busca de outros pontos de venda
· Mudança no produto visando baratear o custo
· Diminuição da produção
· Voltar a terceirizar uma parte da produção
Risco O financiador do projeto suspende o financiamento antes
que o negócio esteja auto-suficiente.
Ações
· Promoção de campanhas de vendas para aumentar a
receita e garantir a auto-suficiência, durante um certo
tempo, até que se consiga um novo patrocinador. Ações
semelhantes já foram realizadas algumas vezes em
outros projetos.
Risco Aumento de custos com mão de obra e matéria-prima
Ações Terceirizar uma parte da produção
Fonte: McKinsey&Company
Com esta sistematização de riscos e oportunidades podemos prever o
impacto nas demonstrações financeiras criando cenários otimistas – quando
ultrapassamos as metas financeiras definidas para o cenário base, e
pessimistas – quando as metas financeiras fixadas para o cenário base não
são atingidas.
ISA – Instituto Socioambiental
117 Plano de Negócios: Como elaborar um?
No anexo 6 você poderá encontrar um modelo de análise de riscos e
oportunidades, vamos tentar fazer esta análise para o seu negócio?
ISA – Instituto Socioambiental
118 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PERGUNTAS CHAVE – RISCOS E OPORTUNIDADES
Quais são os maiores desafios e riscos que a organização e o
negócio podem enfrentar?
Que ações estão planejadas para minimizar estes riscos?
Que decisões importantes devem ser tomadas no futuro?
Quando estas oportunidades/riscos poderão surgir?
Quais os cenários otimistas e pessimistas?
Quais as principais variáveis que impactam a organização?
Como estas variáveis serão monitoradas?
Como será estruturado o processo de acompanhamento da
concorrência?
Como a organização pretende aprofundar seus conhecimentos
sobre o negócio?
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
119 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ELABORANDO O PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DO SEU NEGÓCIO.
A última parte da elaboração do seu Plano de Negócios é a elaboração do
seu plano de implementação que deverá informar as principais
atividades, prazos de cumprimento e responsáveis.
Deve-se destacar os marcos chave, que são aquelas atividades que se
não forem realizadas podem comprometer todo o processo de
implantação do negócio.
As atividades devem estar organizadas de forma lógica e seqüencial. Ao
estabelecer a lógica de implementação do Plano de Negócios, estamos
também definindo seu caminho crítico.
Fonte: McKinsey&Company
No anexo 7 incluímos um modelo de Plano de Implementação, vamos
procurar elaborar o plano de implementação do seu negócio?
ISA – Instituto Socioambiental
120 Plano de Negócios: Como elaborar um?
PERGUNTAS CHAVE – PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO
Qual é o cronograma de implementação do seu plano de negócios?
Quais são os principais gargalos deste processo?
Quais são os marco chave?
Qual é o caminho crítico do processo?
Fonte: McKinsey&Company
ISA – Instituto Socioambiental
121 Plano de Negócios: Como elaborar um?
BIBLIOGRAFIA
MCKINSEY&COMPANY. EMPREENDIMENTOS SOCIAIS SUSTENTÁVEIS:
Como elaborar planos de negócios para organizações sociais. São Paulo:
Ed. Peirópolis, 2001.
SEBRAE. COMO ELABORAR UM PLANO DE NEGÓCIOS. Disponível em:
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/797332C6209B4B1283
257368006FF4BA/$File/NT000361B2.pdf
ROCHA, Marcelo Theoto; DORRESTEIJN, Hans; GONTIJO, Maria José.
EMPREENDEDORISMO EM NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS: Plano de negócios
como ferramenta de desenvolvimento. São Paulo: Ed. Peirópolis, 2005.
SALIM, Cesar Simões; HOCHMAN, Nelson et al. CONTRUINDO PLANO DE
NEGÓCIOS: Todos os passos necessários para planejar e desenvolver
negócios de sucesso. 3ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 2005. WWF.
MANUAL DE ECOTURISMO DE BASE COMUNITÁRIA.
MANUAL DE CAPACITAÇÃO DA TECNOLOGIA SOCIAL PAIS - Produção
Agroecológica Integrada e Sustentável. - Brasília: Fundação Banco do
Brasil, 2009
RETTL, Karin Ingrid. APOSTILA DE FORMAÇÃO DE PREÇOS. ISA. São
Paulo, SP. 2008.
VITAE CIVILIS & WWF-BRASIL. SOCIEDADE E ECOTURISMO: na trilha do
desenvolvimento sustentável: Como diferentes atores sociais podem, de
forma participativa, elaborar planos estratégicos de conservação e geração
de renda. O caso do ecoturismo do Vale do Ribeira na Mata Atlântica. São
Paulo: Ed.Peirópolis, 2003.
ISA – Instituto Socioambiental
122 Plano de Negócios: Como elaborar um?
SITES CONSULTADOS:
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FEA Junior USP . Disponível em: http://www.feajr.org.br/feajr/consultoria/solucoes/plano-de-negocios-fea-junior-usp. Acessos em 11 e 13 de Março de 2011. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/. Acessos em 21 de Fevereiro de 2011 e 13 de Março de 2011.
ISA – Instituto Socioambiental
123 Plano de Negócios: Como elaborar um?
ANEXOS
Anexo 1 - exemplo de Fluxo de Produção do Grupo de Artesanato de Palha de Bananeira de Ivaporunduva
ISA – Instituto Socioambiental
125 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 1.1 - Elabore abaixo o fluxo de processo de sua cadeia de valor:
ISA – Instituto Socioambiental
126 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 1.2 – Elabore a lista de material necessário para produzir 1 unidade do seu produto/serviço:
ISA – Instituto Socioambiental
127 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 1.3 – Calculo do tempo necessário para produzir seu produto/serviço:
ISA – Instituto Socioambiental
128 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 1.4 – Calculo do custo unitário total de produção:
ISA – Instituto Socioambiental
129 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 1.5 – Estimativa de custos fixos do seu negócio:
Descrição do Item Valor total mensal
Total de custos fixos/mês
Rateio de custos fixos Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Estimativa de vendas em quantidade
Valor do rateio do custo fixo/unidade
Anexo 2 - Elabore o Mapa de Valor do seu produto/serviço:
ISA – Instituto Socioambiental
131 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 3 – Estimativa de estoque inicial.
Descrição item
de estoque Fornecedor Localização
Prazo de
entrega
Condições
de
pagamento
Prazo de
reposição
Valor
unitário Quant Total
1
2
3
4
5
ISA – Instituto Socioambiental
132 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Descrição item
de estoque Fornecedor Localização
Prazo de
entrega
Condições
de
pagamento
Prazo de
reposição
Valor
unitário Quant Total
6
7
8
9
10
TOTAL ESTOQUE INCIAL
ISA – Instituto Socioambiental
133 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 4 – Quadro resumo para calculo do prazo médio de compras e valor médio de compras
Prazo pagamento No de itens Valor total de reposição
A vista
Prazo 1-
Prazo 2 -
Prazo 3 -
Prazo 4 -
TOTAL
Prazo pagamento No de itens Prazo de compras
A vista
Prazo 1-
Prazo 2 -
Prazo 3 -
Prazo 4 -
TOTAL
ISA – Instituto Socioambiental
134 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 5 – Avaliação de cenários:
Quadro
pag Descrição Valor 1 R$ Valor 2 R$ % Valor 3 R$ %
(=) Valor unitário de venda
(x) Quantidade estimada de venda
(=) Receita total com vendas
(-) Impostos
(=) Recita Bruta
(-) Custo de produção
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas gerais
(=) Margem de contribuição bruta
ISA – Instituto Socioambiental
135 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 6 – Modelo de análise de riscos e oportunidades:
Cenário 1:
Riscos Nível
Total Ações Alto Médio Baixo
ISA – Instituto Socioambiental
136 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Cenário 2:
Riscos Nível
Total Ações Alto Médio Baixo
ISA – Instituto Socioambiental
137 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Anexo 7 – Plano de Implementação do Plano de Negócios
Ação Responsável Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
ISA – Instituto Socioambiental
138 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Ação Responsável Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
ISA – Instituto Socioambiental
139 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Ação Responsável Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
APÊNDICE
ISA – Instituto Socioambiental
141 Plano de Negócios: Como elaborar um?
I - Lista de tributos que incidem sobre Associações
Tributo Informações
Imposto sobre
Importação - II
Caso a associação importe algum produto. Para conhecer a
alíquota é necessário consultar a tabela de classificação do
produto que será importado.
Imposto sobre
Exportação
Caso a associação exporte algum produto. Para conhecer a
alíquota é necessário consultar a tabela de classificação do
produto que será exportado.
IRPJ No caso das associações, ocorre a imunidade (são liberadas
pela constituição) desde que cumpram alguns requisitos,
especialmente no que se refere:
a) à não remuneração de dirigentes;
b) à não distribuição de sobras/ganhos financeiros para os
seus associados; e
c) à aplicação de suas rendas e patrimônio na consecução
dos objetivos, em território nacional.
No entanto, cabem também as retenções do imposto na
fonte nos pagamentos de salários (de empregados cuja
remuneração ultrapasse a tabela de IRPF), recolhidas
mensalmente, bem como os recolhimentos correspondentes
sobre eventuais ganhos obtidos em aplicações financeiras.
IMPORTANTE: É obrigatória a Declaração de Ajuste Anual do
Imposto de Renda Pessoa Jurídica.
ISA – Instituto Socioambiental
142 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Tributo Informações
Imposto sobre
Importação - II
Caso a associação importe algum produto. Para conhecer a
alíquota é necessário consultar a tabela de classificação do
produto que será importado.
Imposto sobre
Exportação
Caso a associação exporte algum produto. Para conhecer a
alíquota é necessário consultar a tabela de classificação do
produto que será exportado.
IRPJ No caso das associações, ocorre a imunidade (são liberadas
pela constituição) desde que cumpram alguns requisitos,
especialmente no que se refere:
a) à não remuneração de dirigentes;
b) à não distribuição de sobras/ganhos financeiros para os
seus associados; e
c) à aplicação de suas rendas e patrimônio na consecução
dos objetivos, em território nacional.
No entanto, cabem também as retenções do imposto na
fonte nos pagamentos de salários (de empregados cuja
remuneração ultrapasse a tabela de IRPF), recolhidas
mensalmente, bem como os recolhimentos correspondentes
sobre eventuais ganhos obtidos em aplicações financeiras.
IMPORTANTE: É obrigatória a Declaração de Ajuste Anual do
Imposto de Renda Pessoa Jurídica.
ISA – Instituto Socioambiental
143 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Tributo Informações
Cofins Nem as associações nem as cooperativas estavam
submetidas a esta contribuição nas operações com
associados. No entanto, uma Medida Provisória recente
retirou todas as sociedades civis da isenção do Cofins. Agora
é obrigatório o pagamento de 3% sobre a receita bruta
proveniente da venda de mercadorias e serviços, sendo que
sobre a mesma podem ser aplicadas algumas deduções.
ICMS De modo geral, o fisco estadual vem cobrando o ICMS para
a circulação de mercadorias (movimentação física de
qualquer produto ocasionada por operações realizadas no
exercício do comércio, da indústria ou da produção de bens
econômicos) das associações. Alguns estados estabeleceram
percentuais menores ou mesmo isentaram as operações de
associações. Em outros, são determinados produtos que são
isentos.
As associações, ao contrário das cooperativas, não contam
com a não-incidência do ICMS nas operações entre
associados e a sua entidade. Mas podem ser beneficiadas
(como também as outras empresas e cooperativas) por
políticas estaduais e locais que desejam incentivar
determinada atividade produtiva, como no caso da
comercialização de produtos da cesta básica, da venda de
artesanato, etc.
ISA – Instituto Socioambiental
144 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Tributo Informações
ISSQN Há toda uma polêmica a respeito do recolhimento do ISSQN.
Nos casos em que profissionais vinculados à associação já
recolhem ISSQN, não há por que repetir o recolhimento.
Nos demais casos, enquanto não há uma legislação
específica, cabe uma alíquota (que varia de município para
município) sobre os pagamentos de serviços prestados pela
associação. A não ser que consigam negociar com as
prefeituras uma declaração de não incidência. É que os
municípios têm autonomia para cobrar ou isentar as
associações deste imposto.
As associações que prestam serviços devem se inscrever
nas prefeituras do local de suas sedes, requerendo a isenção
de ISS se for o caso.
ISA – Instituto Socioambiental
145 Plano de Negócios: Como elaborar um?
II - Lista de Tributos que incidem sobre Cooperativas.
Tributo Informações
IPI São contribuintes não isentas da obrigação principal e acessória
decorrentes da saída de produto que industrializar em seu
estabelecimento.
ICMS De acordo com a Lei do ICMS vigente para pessoa jurídica normal.
(ver detalhamento neste site, no item "Tributos e Obrigações").
Se a cooperativa operar dentro de um único município, não existe
a
incidência do ICMS.
PIS De acordo com a legislação em vigor, a contribuição incide o
percentual de 1% sobre a folha de pagamento de funcionários da
cooperativa, e em casos de operar com não-associados, incide
percentuais de 0,65% de acordo com a Medida Provisória 1.546-
22, de 7 de agosto de 1997.
COFINS De acordo com o artigo 6o da Lei Complementar 70/91, as
cooperativas estão isentas do recolhimento da contribuição para
Financiamento da Seguridade Social, mas tão somente quanto aos
atos cooperativos de suas finalidades.
ISA – Instituto Socioambiental
146 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Tributo Informações
Contribuição
Social
Conforme acórdão, o Conselho de Contribuinte através da
câmara Superior de recursos fiscais decidiu "Acórdão SEREF/01
- 1.751 publicado no DOU de 13.09.96, Pág. 18.145" que o
resultado positivo obtido pelas sociedades cooperativas nas
operações realizadas com os seus associados, os atos
cooperativos, não integra a base de cálculo da Contribuição
Social.
Imposto de
Renda
Há incidência de imposto, seguindo as regras aplicáveis às
pessoas jurídicas, quando há resultados positivos das operações
das cooperativas com não associados.
Não há incidência de imposto, quando os resultados positivos
são derivados de operações entre a cooperativa e seus
associados.
INSS Com o aditamento da Lei Complementar 84/96, passou a incidir
o percentual de 15% sobre a retirada de cada cooperado e se
os mesmos forem autônomos (inscritos na Previdência Social);
a Contribuição será de 20% sobre o salário-base de cada
associado. É importante ressaltar que a obrigação do
Recolhimento é de exclusiva responsabilidade da cooperativa.
ISA – Instituto Socioambiental
147 Plano de Negócios: Como elaborar um?
Tributo Informações
ISS A maioria dos municípios brasileiros preceitua que a incidência
do Imposto em questão é sobre o total do faturamento.
Entretanto, vários especialistas entendem que a única receita
operacional da cooperativa de trabalho é a Taxa de
Administração, que se tornaria o fato gerador do ISS.
FGTS 8% sobre a folha de pagamento dos empregados da
Cooperativa. Somente tem como fato gerador para os
empregados da cooperativa, sendo certo que não existe o fato
gerador para os cooperativados.