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  • PCO

    PROGRAMA DE CERTIFICAO OPERACIONAL CST

    METROLOGIA BSICA

    ELABORAO: DEZEMBRO/ 04

  • CST - Companhia Siderrgica de Tubaro

    FDH - Departamento de Recursos Humanos

    FHD - Diviso de Desenvolvimento e Remunerao

    Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, 930, Jardim Limoeiro - Serra - ES.

    CEP: 29163-970

    Telefone: 0 XX (27) 3348-1420

    Fax: 0 XX (27) 3348-1077

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    Metrologia Bsica

    Sumrio

    1. INTRODUO.................................................................................................................................. 8 2. TERMINOLOGIA E SIGLAS........................................................................................................ 10

    2.1. TERMINOLOGIA.............................................................................................................................. 10 2.2. SIGLAS ........................................................................................................................................... 17

    3. METROLOGIA BSICA ............................................................................................................... 19 3.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES SI ................................................................................ 19

    3.1.1. O BIPM e a Conveno do Metro ............................................................................................ 19 3.1.2. As duas classes de unidades SI................................................................................................. 20 3.1.3. Os prefixos SI ........................................................................................................................... 21

    3.2. SISTEMA DE GRANDEZAS................................................................................................................ 21 3.3. LEGISLAES SOBRE AS UNIDADES ................................................................................................ 22 3.4. UNIDADES SI DE BASE.................................................................................................................... 22 3.5. SMBOLOS DAS UNIDADES DE BASE ................................................................................................ 22

    4. UNIDADES SI DERIVADAS ......................................................................................................... 24 4.1. UNIDADES EXPRESSAS A PARTIR DE UNIDADES DE BASE ................................................................ 24

    4.1.1 Unidades possuidoras de nomes especiais e smbolos particulares; unidades utilizando unidades possuidoras de nomes especiais e smbolos particulares ........................................................ 25

    5. MLTIPLOS E SUBMLTIPLOS DECIMAIS DAS UNIDADES SI....................................... 27 6. MTODOS DE MEDIO ............................................................................................................ 28

    6.1. MTODO DE MEDIO DIRETO ....................................................................................................... 29 6.2. MODO DE MEDIO INDIRETO........................................................................................................ 29 6.3. MTODO ABSOLUTO....................................................................................................................... 29 6.4. MTODO COMPARATIVO ................................................................................................................ 30 6.5. MTODO DE INSTRUMENTAO ..................................................................................................... 30

    7. PADRES DE MEDIO ............................................................................................................. 32 7.1. GENERALIDADES............................................................................................................................ 32 7.2. TIPOS DE PADRES......................................................................................................................... 34

    8. SISTEMA METROLGICO BRASILEIRO ............................................................................... 35 8.1. SINMETRO SISTEMA NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAO E QUALIDADE INDUSTRIAL 35 8.2. ORGANISMOS DO SINMETRO .......................................................................................................... 35 8.3. FUNES........................................................................................................................................ 36 8.4. CREDENCIAMENTO (ACREDITAO)............................................................................................... 37 8.5. CERTIFICAO ............................................................................................................................... 38 8.6. ENSAIOS E CALIBRAES............................................................................................................... 38

    9. CONMETRO - CONSELHO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAO E QUALIDADE INDUSTRIAL........................................................................................................................ 39

    9.1. ATRIBUIES ................................................................................................................................. 39 9.2. COMITS TCNICOS DO CONMETRO ............................................................................................... 41

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    Metrologia Bsica

    10. INMETRO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAO E QUALIDADE INDUSTRIAL........................................................................................................................ 41

    10.1. ATRIBUIES PRINCIPAIS............................................................................................................... 42 10.2. PROCESSO DE CREDENCIAMENTO (ACREDITAO) ........................................................................ 43 10.3. RECONHECIMENTO INTERNACIONAL.............................................................................................. 44 10.4. LOCALIZAO DO INMETRO ....................................................................................................... 45 10.5. PUBLICAES DO INMETRO ........................................................................................................ 46

    11. ACORDOS DE RECONHECIMENTO MTUO ........................................................................ 47 11.1. RELEVNCIA ECONMICA DOS ACORDOS DE RECONHECIMENTO MTUO ENTRE ORGANISMOS ACREDITADORES (CREDENCIADORES)........................................................................................................... 47 11.2. ACORDOS DE RECONHECIMENTO MTUO ASSINADOS PELO INMETRO NA ATIVIDADE DE ACREDITAO (CREDENCIAMENTO) DE LABORATRIOS ............................................................................... 47 11.3. ACORDOS DE RECONHECIMENTO MTUO ASSINADOS PELO INMETRO NA ATIVIDADE DE ACREDITAO (CREDENCIAMENTO) DE ORGANISMOS................................................................................... 50

    12. REDES ESTADUAIS DE METROLOGIA................................................................................... 51 12.1. O QUE UMA A REDE METROLGICA ............................................................................................ 51 12.2. OBJETIVOS PRINCIPAIS ................................................................................................................... 52 12.3. PRINCIPAIS REDES ESTADUAIS DE METROLOGIA............................................................................. 53 12.4. REDE CAPIXABA DE METROLOGIA .................................................................................................. 53

    13. SOCIEDADE BRASILEIRA DE METROLOGIA ...................................................................... 53 13.1. APRESENTAO ............................................................................................................................. 53 13.2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METROLOGIA ............................. 55 13.3. BENEFCIOS.................................................................................................................................... 55

    14. REQUISITOS NORMATIVOS RELATIVOS METROLOGIA (ISO 9001/14001/16949) ... 57 15. VARIABILIDADE DO PROCESSO DE FABRICAO ........................................................... 58 16. VARIABILIDADE DO PROCESSO DE MEDIO .................................................................. 60

    16.1. INTRODUO ................................................................................................................................. 60 17. TENDNCIA.................................................................................................................................... 65 18. ESTABILIDADE ............................................................................................................................. 65 19. LINEARIDADE ............................................................................................................................... 67 20. REPETITIVIDADE......................................................................................................................... 68 21. REPRODUTIBILIDADE................................................................................................................ 68 22. INCERTEZA DE MEDIO......................................................................................................... 70

    22.1. MTODO BASEADO NO ISO GUM.................................................................................................. 70 22.2. AVALIAO DO TIPO A DA INCERTEZA PADRO............................................................................. 71 22.3. AVALIAO DO TIPO B DA INCERTEZA PADRO ............................................................................. 75

    23. RESOLUO DA BALANA....................................................................................................... 75 24. LINEARIDADE DA BALANA.................................................................................................... 76 25. ESTABILIDADE NO TEMPO (DRIFT) ....................................................................................... 77

    25.1. EMPUXO DO AR .............................................................................................................................. 77

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    26. CERTIFICADO DE CALIBRAO (HERANA DO CERTIFICADO)................................. 79 27. CLCULO DA INCERTEZA PADRO DA ESTIMATIVA DE SADA ................................. 79

    27.1. CLCULO DOS GRAUS DE LIBERDADE EFETIVOS, VEFF E DO FATOR DE ABRANGNCIA, K ............... 80 28. INCERTEZA EXPANDIDA DE MEDIO................................................................................ 81 29. MTODO ALTERNATIVO........................................................................................................... 81 30. VERIFICAO DA ADEQUAO AO USO ............................................................................. 82

    30.1. GENERALIDADES............................................................................................................................ 82 31. RELAO ENTRE INCERTEZAS .............................................................................................. 82

    31.1. MTODOS CLSSICOS PARA ANLISE DA ADEQUAO AO USO ...................................................... 85 32. PROPOSTA ATUAL PARA ANLISE DA ADEQUAO AO USO ...................................... 86

    32.1. APLICAO DAS NORMAS ISO GUM E ISO TS 16949 ................................................................... 86 32.2. VERIFICAO DA ADEQUAO AO USO EM CONDIES IDEAIS...................................................... 87 32.3. VERIFICAO DA ADEQUAO AO USO EM CONDIES ADVERSAS ............................................... 88

    33. PONTOS CRTICOS....................................................................................................................... 90 34. EXEMPLOS ..................................................................................................................................... 91 35. PLANEJAMENTO DA COMPROVAO METROLGICA - VER ISO 10012:2004 .......... 93 36. RESPONSVEIS PELO SISTEMA DE COMPROVAO METROLGICA .................... 101 37. FOCO NO CLIENTE .................................................................................................................... 102 38. OBJETIVOS DA QUALIDADE................................................................................................... 102 39. CALIBRAO INTERNA X CALIBRAO EXTERNA....................................................... 103

    39.1. GENERALIDADES.......................................................................................................................... 103 39.2. CALIBRAES EXTERNAS............................................................................................................. 103 39.3. CALIBRAES INTERNAS.............................................................................................................. 104

    40. QUALIFICAO DE PESSOAL PARA A CALIBRAO INTERNA DE EQUIPAMENTOS ......................................................................................................................................................... 106 41. CONTROLE DAS CONDIES AMBIENTAIS ...................................................................... 106 42. EQUIPAMENTOS, PADRES E MATERIAIS DE REFERNCIA....................................... 107 43. MANUSEIO, TRANSPORTE, PRESERVAO E ARMAZENAMENTO DE EQUIPAMENTOS ....................................................................................................................................... 110

    43.1. MANUSEIO ................................................................................................................................... 110 43.2. INSPEO ..................................................................................................................................... 114 43.3. TRANSPORTE INTERNO................................................................................................................. 114 43.4. TRANSPORTE EXTERNO................................................................................................................ 115 43.5. ARMAZENAGEM ........................................................................................................................... 115

    44. MANUTENO DOS EQUIPAMENTOS ................................................................................. 116 45. PROCEDIMENTOS DE CALIBRAO DE EQUIPAMENTOS ........................................... 117 46. VALIDAO DOS PROCEDIMENTOS DE CALIBRAO................................................. 118

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    47. VALIDAO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE) ................................ 119 48. CPIA DE SEGURANA DE PROGRAMAS E DE DADOS.................................................. 120 49. INTERVALOS DE COMPROVAO METROLGICA E SEU AJUSTE .......................... 120 50. CADASTRO NICO DE EQUIPAMENTOS E SOFTWARES ............................................... 126 51. REALIZAO DO PROCESSO DE MEDIO ...................................................................... 128

    51.1. INTRODUO ............................................................................................................................. 1928 51.2. MEDIO INDITA ..................................................................................................................... 1218 51.3. DETERMINAO DO NMERO DE CICLOS DE MEDIO ............................................................... 129 51.4. REALIZAO DAS LEITURAS ........................................................................................................ 130 51.5. REGISTRO DAS LEITURAS............................................................................................................. 130 51.6. RESULTADOS DA MEDIO.......................................................................................................... 130 51.7. INCERTEZAS DA MEDIO ........................................................................................................... 132 51.8. RASTREABILIDADE....................................................................................................................... 133 51.9. VALIDAO DA CALIBRAO (ADEQUAO AO USO)................................................................. 133

    51.9.1. Equipamento Adequado ao Uso ............................................................................................. 135 51.9.2. Equipamento Parcialmente Adequado ao Uso ....................................................................... 135 51.9.3. Equipamento No Adequado ao Uso...................................................................................... 136

    52. ETIQUETAS .................................................................................................................................. 137 52.1. ETIQUETAS DE IDENTIFICAO NICA......................................................................................... 110 52.2. ETIQUETA DE STATUS DE CALIBRAO ....................................................................................... 138 52.3. EXEMPLOS DE ETIQUETAS............................................................................................................ 114

    53. USO DE LACRES NOS EQUIPAMENTOS DE INSPEO, MEDIO E ENSAIOS ....... 139 54. CRONOGRAMAS DE CALIBRAO PERIDICA............................................................... 140 55. REGISTROS DE COMPROVAO METROLGICA .......................................................... 140 56. CORREES NOS REGISTROS DE COMPROVAO METROLGICA....................... 143 57. ANLISE CRTICA DE CERTIFICADOS DE CALIBRAO ............................................. 143

    57.1. CONDIES GERAIS ..................................................................................................................... 110 57.2. AVALIAO DE CERTIFICADOS EMITIDOS POR TERCEIROS .......................................................... 114 57.3. AVALIAO DE CERTIFICADOS EMITIDOS INTERNAMENTE.......................................................... 114 57.4. CORREES EM CERTIFICADOS J EMITIDOS ............................................................................... 115

    58. EXEMPLOS DE CERTIFICADOS DE CALIBRAO........................................................... 146 59. VERIFICAO INTERMEDIRIA DO STATUS DA CALIBRAO ................................ 146 60. FORNECEDORES EXTERNOS.................................................................................................. 146

    60.1. ESPECIFICAO DE COMPRA ........................................................................................................ 110 60.2. QUALIFICAO DE FORNECEDORES ............................................................................................. 114 60.3. ACORDO SOBRE MTODO PARA VERIFICAO............................................................................. 114 60.4. CLUSULAS CONTRATUAIS PARA DIRIMIR QUESTES DA QUALIDADE........................................ 115 60.5. CONTROLE DE RECEBIMENTO ...................................................................................................... 115 60.6. REGISTROS DA QUALIDADE NO RECEBIMENTO ............................................................................ 115

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    61. AUDITORIA E MONITORAMENTO........................................................................................ 149 61.1. SATISFAO DO CLIENTE............................................................................................................. 110 61.2. AUDITORIA DO SISTEMA DE GESTO DE MEDIO ...................................................................... 114 61.3. MONITORAMENTO DO SISTEMA DE GESTO DE MEDIO (SGM) ............................................... 114

    62. CONTROLE DE NO-CONFORMIDADES ............................................................................. 151 62.1. SISTEMA DE GESTO DE MEDIO NO-CONFORMES ................................................................. 110 62.2. PROCESSOS DE MEDIO NO-CONFORME ................................................................................. 114 62.3. EQUIPAMENTOS DE MEDIO NO-CONFORME .......................................................................... 114 62.4. REGISTRO DE NO-CONFORMIDADES, MELHORIAS E POTENCIAIS FONTES DE NO-CONFORMIDADES ....................................................................................................................................... 115 62.5. AJUSTES E REPAROS..................................................................................................................... 115

    63. ANLISE CRTICA DO SISTEMA DE COMPROVAO METROLGICA.................... 155 63.1. MELHORIA ................................................................................................................................... 110 63.2. AO CORRETIVA........................................................................................................................ 114 63.3. AO PREVENTIVA ...................................................................................................................... 114 63.4. EFICCIA DAS AES CORRETIVAS/ PREVENTIVAS ..................................................................... 115

    64. NOMENCLATURA E SIMBOLOGIA DE INSTRUMENTAO ......................................... 158 65. EXERCCIOS DE COMPROVAO METROLGICA ........................................................ 158 66. RESPOSTA DOS EXERCCIOS DE COMPROVAO METROLGICA......................... 170 67. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................ 177 68. ANEXOS:........................................................................................................................................ 177

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    1. INTRODUO Um Sistema de Gesto de Medio (SGM) eficaz assegura que o equipamento de medio e os

    processos de medio so adequados para seu uso pretendido e importante para atingir os

    objetivos da qualidade do produto e gerenciar o risco de resultado de medio incorreta. O objetivo

    de um SGM gerenciar o risco de que o equipamento de medio e os processos de medio

    possam produzir resultados incorretos afetando a qualidade dos produtos de uma organizao. Os

    mtodos usados para o SGM variam da verificao bsica do equipamento aplicao de tcnicas

    estatsticas no controle do processo de medio.

    Os processos de medio devem ser considerados como processos especficos que objetivam dar

    suporte qualidade dos produtos produzidos pela organizao.

    Entretanto, a satisfao das necessidades de um SGM no pode e nem deve ser obtida a qualquer

    custo. Este sistema deve se enquadrar nos sistemas de metrologia oficial quer no aspecto da

    metrologia legal quer no da metrologia industrial, condio sem a qual o pressuposto de confiana

    que deve ser oferecido por um Sistema de Garantia da Qualidade completamente inoperante.

    objetivo deste curso abordar as aes necessrias para a implementao e manuteno de um

    SGM, de forma a poder assegurar que as medies realizadas so efetuadas com o grau de exatido

    pretendido, de modo a atender aos requisitos normativos da ISO 9001 e da ISO 14001.

    No gerenciamento dos sistemas de produo, tem-se continuamente a interao entre a qualidade,

    normalizao e metrologia. Um controle eficiente dos processos produtivos requer uma anlise

    detalhada dos equipamentos de medio utilizados. Neste sentido, o desenvolvimento de um SGM

    que garanta que os equipamentos de medio produzam resultados confiveis fundamental para

    garantir a qualidade dos produtos, segurana das instalaes e das pessoas envolvidas, o controle

    operacional e a proteo ao meio ambiente.

    fundamental que o SGM tenha plena integrao com os esforos desenvolvidos no mbito do

    Sistema de Garantia da Qualidade da Organizao a que pertena. O modelo de SGM sugerido pela

    norma NBR ISO 10012:2004 apresentado na figura 1, dentro do conceito de PDCA.

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    Metrologia Bsica

    Esta Norma inclui tanto requisitos como orientao para implementao de sistemas de gesto de

    medio e pode ser til na melhoria de atividades de medio e da qualidade de produtos.

    As organizaes tm a responsabilidade de determinar o nvel dos controles necessrios e

    especificar os requisitos do SGM a ser aplicado como parte do seu sistema de gesto global. Exceto

    por acordo, a Norma NBR ISO 10012:2004 no tem a inteno de adicionar, subtrair nem substituir

    qualquer requisito de outras normas.

    Entretanto, seguir os requisitos estabelecidos nesta Norma facilitar o cumprimento dos requisitos

    para medies e controle do processo de medio especificado em outras normas, por exemplo, as

    ABNT NBR ISO 9001:2000, subseo 7.6, e ABNT NBR ISO 14001:1996, subseo 4.5.1.

    A Norma NBR ISO 10012:2004 especifica requisitos genricos e fornece orientao para a gesto

    de processos de medio e comprovao metrolgica de equipamento de medio usado para dar

    suporte e demonstrar conformidade com requisito metrolgico.

    Figura 1 - Modelo de sistema de gesto de medio.

    Ela especifica requisitos de gesto da qualidade de um SGM que pode ser usado por uma

    organizao que executa medies como parte de um sistema de gesto global, e para assegurar que

    os requisitos metrolgicos so atendidos.

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    Metrologia Bsica

    Esta Norma no tem a inteno de ser usada como um requisito para demonstrar a conformidade

    com a ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO-14001 ou qualquer outra norma. Partes interessadas

    podem concordar em usar esta Norma como uma entrada para satisfazer os requisitos do SGM nas

    atividades de certificao.

    Esta Norma no pretende ser um substituto ou uma adio aos requisitos da ABNT NBR ISO/ IEC

    17025.

    Nota: Existem outras normas e guias para elementos particulares que afetam os resultados de

    medio, por exemplo, detalhes de mtodos de medio, competncia de pessoal e comparaes

    interlaboratoriais.

    2. TERMINOLOGIA E SIGLAS

    2.1. TERMINOLOGIA A terminologia praticada pelos metrologistas deve ser definida inequivocamente e corretamente

    aplicada, com o objetivo de se evitar interpretaes errneas. Infelizmente no o que tem ocorrido

    em nosso meio. Observamos uma grande confuso de nomenclatura, principalmente em diferentes

    reas de conhecimento.

    Em uma rea de atuao restrita, com pequeno nmero de pessoas razoavelmente fcil de

    uniformizar a nomenclatura. No entanto, medies so praticadas em todos os ramos da cincia e da

    tecnologia e pouca coordenao existia a nvel mundial para sua uniformizao.

    O problema complicado pela universalidade de uso de conceitos bsicos em tantas reas diferentes

    em muitos idiomas e pela grande quantidade de termos envolvidos.

    Uma terminologia muito importante a nvel internacional o VIM - International Vocabulary of

    Basic and General Terms In Metrology.

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    Metrologia Bsica

    Alm dos termos e definies constantes nas normas ABNT NBR ISO 9000 e VIM, se aplicam os

    seguintes termos:

    Ao Corretiva - Ao implementada para eliminar as causas de uma no-conformidade, de um defeito ou de outra situao indesejvel existente, a fim de prevenir sua repetio.

    Ao Preventiva - Ao implementada para eliminar as causas de uma possvel no-conformidade, de um defeito ou outra situao indesejvel existente, a fim de prevenir sua

    repetio.

    Anlise Crtica pela Administrao - avaliao formal, pela administrao, do estado e da adequao do sistema da qualidade, em relao poltica da qualidade e seus objetivos.

    Anomalia Qualquer desvio das condies normais de operao ou de especificao. tudo o que for diferente do usual ou anormal. Pode ser um problema com o produto, um ponto fora dos

    limites de especificao do grfico, um barulho estranho no equipamento, uma rugosidade no

    usual num componente, uma reclamao de cliente etc.

    Calibrao Conjunto de operaes que estabelece, sob condies especificadas, a relao entre os valores indicados por um equipamento de medio ou sistema de medio ou valores

    representados por uma medida materializada ou um material de referncia, e os valores

    correspondentes das grandezas estabelecidos por padres.

    Observaes:

    - O resultado de uma calibrao permite tanto o estabelecimento dos valores do mensurando para

    as indicaes como a determinao das correes a serem aplicadas;

    - Uma calibrao pode, tambm, determinar outras propriedades metrolgicas como o efeito das

    grandezas de influncia.

    Caracterstica metrolgica propriedade distinta que pode influenciar os resultados de medio.

    Notas:

    - Equipamentos de medio normalmente tm vrias caractersticas metrolgicas;

    - Caractersticas metrolgicas podem estar sujeitas calibrao.

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    Metrologia Bsica

    Comprovao metrolgica conjunto de operaes necessrias para assegurar que um equipamento de medio atende aos requisitos do seu uso pretendido.

    Notas:

    a) Comprovao metrolgica normalmente inclui calibrao ou verificao, qualquer ajuste ou

    reparo necessrio, e subseqente recalibrao, comparao com os requisitos metrolgicos para

    o uso pretendido do equipamento, assim como qualquer etiqueta ou lacre necessrios;

    b) Comprovao metrolgica no alcanada, at que, e a menos que, a adequao do

    equipamento de medio para o seu uso pretendido tenha sido demonstrada e documentada;

    c) Os requisitos para o uso pretendido incluem consideraes tais como amplitude, resoluo erro

    mximo/ erro permitido;

    d) Os requisitos de comprovao metrolgica so normalmente distintos dos requisitos do produto,

    e no esto especificados nestes requisitos.

    Correo valor adicionado algebricamente ao resultado no corrigido de uma medio para compensar um erro sistemtico.

    Observaes:

    A correo igual ao erro sistemtico estimado com sinal trocado.

    Uma vez que o erro sistemtico no pode ser perfeitamente conhecido, a compensao no pode ser

    completa.

    Defeito - Qualquer desvio de uma caracterstica de um item em relao aos seus requisitos operacionais.

    Desvio valor menos seu valor de referncia. Nota: No confundir desvio com erro.

    Embalagem adequada - embalagem que permita transportar o equipamento sem causar-lhe danos

    por vibrao, queda ou choque mecnico. O usurio deve definir que tipo de embalagem adequada

    sua utilizao.

  • 13

    Metrologia Bsica

    Equipamento crtico - aquele que deve ser sujeito Comprovao Metrolgica. Equipamento de medio - equipamento de medio, programa de computador, padro de

    medio, material de referncia ou dispositivos auxiliares, ou uma combinao deles,

    necessrios para executar um processo de medio.

    Erro (de medio) resultado de uma medio menos o valor verdadeiro do mensurando. Observao: Uma vez que o valor verdadeiro no pode ser determinado, utiliza-se, na prtica, um

    valor verdadeiro convencional. No confundir erro com desvio.

    a) Erro aleatrio resultado de uma medio menos a mdia que resultaria de um infinito

    nmero de medies do mesmo mensurando efetuadas sob condies de repetitividade.

    Observaes:

    Erro aleatrio igual ao erro menos o erro sistemtico.

    Em razo de que apenas um finito nmero de medies pode ser feito, possvel apenas determinar

    uma estimativa do erro aleatrio.

    a) Erro sistemtico Mdia que resultaria de um infinito nmero de medies do mesmo

    mensurando, efetuadas sob condies de repetitividade, menos o valor verdadeiro do

    mensurando.

    Observaes:

    Erro sistemtico igual ao erro menos o erro aleatrio.

    Analogamente ao valor verdadeiro, o erro sistemtico e suas causas no podem ser completamente

    conhecidos.

    Ver tendncia.

    Falha - Trmino da capacidade de um equipamento em desempenhar uma funo requerida para a operao.

    Funo metrolgica - funo com responsabilidade tcnica e administrativa para definir e implementar o Sistema de Gesto de Medio (SGM).

  • 14

    Metrologia Bsica

    a) Equipamento No-conforme - Equipamento que no atende a um ou algum requisito

    especificado.

    b) Incerteza - Parmetro, associado ao resultado de medio, que caracteriza a disperso dos

    valores que podem ser razoavelmente atribudos a um mensurando.

    Observaes:

    - O parmetro pode ser, por exemplo, um desvio padro (ou um mltiplo dele), ou a metade de

    um intervalo correspondente a uma probabilidade de abrangncia estabelecida.

    - A incerteza de medio compreende, em geral, muitos componentes. Alguns destes

    componentes podem ser estimados com base na distribuio estatstica dos resultados das sries

    de medies e podem ser caracterizados por desvios padro experimentais. Outros

    componentes, que tambm podem ser caracterizados por desvios padro, so avaliados por meio

    de distribuio de probabilidades assumidas, baseadas na experincia ou em outras informaes.

    - Entende-se que o resultado da medio a melhor estimativa do valor do mensurando, e que

    todos os componentes da incerteza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemticos, como

    os componentes associados com correes e padres de referncia, contribuem para a disperso.

    Medio - Conjunto de operaes que tem por objetivo determinar um valor de uma grandeza.Metrologia Cincia da medio.

    a) Material de referncia - Material ou substncia que tem um ou mais valores de propriedades

    que so suficientemente homogneos e bem estabelecidos para ser usado na calibrao de um

    aparelho, na avaliao de um mtodo de medio ou atribuio de valores a materiais.

    b) Material de referncia certificado - Um material de referncia, acompanhado por um

    certificado, com um ou mais valores de propriedades, e certificados por um procedimento que

    estabelece sua rastreabilidade obteno exata da unidade na qual os valores da propriedade

    so expressos, e cada valor certificado acompanhado por uma incerteza para uma

    probabilidade de abrangncia estabelecida.

    No-conformidade No atendimento a um requisito normativo especificado.

  • 15

    Metrologia Bsica

    Padro - Medida materializada, equipamento de medio, material de referncia ou sistema de medio destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais

    valores de uma grandeza para servir como referncia.

    c) Padro internacional - aquele reconhecido por um acordo internacional para servir,

    internacionalmente como base para estabelecer valores a outros padres da grandeza a que se

    refere.

    No caso do quilograma, existe somente um artefato no BIPM que representa o padro de massa a

    nvel internacional. Outros padres, como o de comprimento, podem ser realizados em muitos

    pases, a partir da definio do metro.

    d) Padro nacional - aquele reconhecido por deciso nacional para servir, em um pas, como

    base para estabelecer valores a outros padres da grandeza a que se refere. Geralmente o

    padro de melhor qualidade metrolgica do pas, que chamada de padro primrio.

    Ocasionalmente, isto pode no vir a ser verdadeiro, pois pode acontecer de existir padres

    melhores que o padro nacional.

    e) Padro primrio - o padro que designado ou amplamente reconhecido como tendo as

    mais altas qualidades metrolgicas e cujo valor aceito sem referncia a outros padres da

    mesma grandeza.

    f) Padro secundrio - um padro cujo valor estabelecido por comparao a um padro

    primrio da mesma grandeza.

    g) Padro de referncia o padro da mais alta qualidade metrolgica disponvel em um certo

    local ou em uma dada organizao, a partir do qual as medies so derivadas.

    h) Padro de trabalho - Padro utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medidas

    materializadas, equipamentos de medio ou materiais de referncia.

    i) Padro de transferncia - Padro utilizado como intermedirio para comparar padres.

    j) Padro itinerante Padro, algumas vezes de construo especial, para ser transportado entre

    locais diferentes.

  • 16

    Metrologia Bsica

    Pontos de Controle de Processo - so locais onde existem equipamentos de medio, de monitorao e controle de processo para garantir a conformidade de atendimento aos requisitos

    especificados nas dimenses de Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade.

    Processo de medio - conjunto de operaes para determinar o valor de uma grandeza. Rastreabilidade - Propriedade do resultado de uma medio ou do valor de um padro estar

    relacionado a referncias estabelecidas, geralmente padres nacionais ou internacionais, atravs

    de uma cadeia contnua de comparaes, todas tendo incertezas estabelecidas.

    Reparo - Ao implementada sobre um produto (bem ou servio) no-conforme de modo que este passe a satisfazer os requisitos de uso previsto, embora possa no atender aos requisitos

    originalmente especificados.

    Repetitividade - Grau de concordncia entre os resultados de medies sucessivas de um mesmo mensurando efetuadas sob as mesmas condies de medio.

    Reprodutibilidade - Grau de concordncia entre os resultados das medies de um mesmo mensurando efetuadas sob condies variadas de medio.

    Retrabalho - Ao implementada sobre um produto no-conforme de modo que ele atenda aos requisitos especificados.

    Sistema Internacional de Unidades SI - Sistema coerente de unidades adotado e recomendado pela CGPM. O SI foi ratificado pela 11 CGPM/ 1960 e atualizado at a 20

    CGPM/ 1995.

    Valor Verdadeiro Convencional - Valor atribudo a uma grandeza especfica e aceito, s vezes por conveno, como tendo uma incerteza apropriada para uma dada finalidade.

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    Metrologia Bsica

    2.2. SIGLAS - ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    - BIPM - Bureau Internacional de Pesos e Medidas

    - CBM - Comit Brasileiro de Metrologia

    - CIML - Comit Internacional de Metrologia Legal

    - CIPM - Comit Internacional de Pesos e Medidas

    - CGPM - Conferncia Geral de Pesos e Medidas

    - CONACRE - Comit Nacional de Credenciamento (Acreditao)

    - CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial, o

    rgo poltico central do SINMETRO, do qual participam oito ministrios, a ABNT -

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas, o IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do

    Consumidor e a CNI - Confederao Nacional da Indstria, sendo presidido pelo Ministrio do

    Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior e secretariado pelo INMETRO.

    - CMEM - caractersticas metrolgicas do equipamento de medio.

    - DIMCI - Diretoria de Metrologia Cientfica (INMNETRO)

    - DIMEL - Diretoria de Metrologia Legal (INMNETRO)

    - GUM - Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement (Guia para a expresso da

    incerteza de medio)

    - IEC - Comisso Internacional de Eletrotcnica

    - INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial:

    - IPEM - Institutos Estaduais de Pesos e Medidas

    - ISO - Organizao Internacional de Normalizao

    - MCT - Ministrio da Cincia e Tecnologia

    - MDIC - Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior;

    - MRA - Acordo de Reconhecimento Mtuo

    - OCC - Organismo de Certificao Credenciado

    - OI - Organismo de Inspeo

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    Metrologia Bsica

    - OIML - Organizao Internacional de Metrologia Legal

    - OMC - Organizao Mundial do Comrcio

    - RBC - Rede Brasileira de Calibrao

    - RBLE - Rede Brasileira de Laboratrios de Ensaios

    - RNML - Rede Nacional de Metrologia Legal

    - RMC Requisito Metrolgico do Cliente.

    - SBC - Sistema Brasileiro de Certificao

    - SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

    - SENAI - Servio Nacional de Aprendizagem Industrial

    - SGM - Sistema de Gesto de Medio - conjunto de elementos inter-relacionados e

    interativos, necessrios para obter a comprovao metrolgica e o controle contnuo dos

    processos de medio.

    - SI Sistema Internacional de Unidades - Sistema coerente de unidades adotado e

    recomendado pela CGPM. O SI foi ratificado pela 11 CGPM/ 1960 e atualizado at a 20

    CGPM/ 1995.

    - SIM - Sistema Interamericano de Metrologia

    - SINMETRO - Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial -

    Criado em 1973, tem como finalidade o desenvolvimento e implementao da poltica nacional

    de metrologia, normalizao e avaliao da qualidade industrial. Qualquer entidade pblica ou

    privada que exera atividade relacionada aos assuntos pode integrar-se ao SINMETRO. Possui

    como rgo normativo o CONMETRO e como rgo executivo o INMETRO.

    - VIM - Vocabulrio Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia.

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    Metrologia Bsica

    3. METROLOGIA BSICA

    3.1. SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES SI 3.1.1. O BIPM E A CONVENO DO METRO

    O Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM) foi criado pela Conveno do Metro, assinada

    em Paris em 20 de maio de 1875 por 17 Estados, por ocasio da ltima sesso da Conferncia

    Diplomtica do Metro. Esta Conveno foi modificada em 1921.

    O Bureau Internacional tem sua sede perto de Paris, nos domnios do Pavilho Breteuil (43.520 m2)

    (Parque de Saint-Cloud), posto sua disposio pelo governo francs; e sua manuteno no que se

    refere s despesas assegurada pelos Estados Membros da Conveno do Metro. Em 31 de

    dezembro de 1997, 48 Estados eram membros desta Conveno, inclusive o Brasil.

    O Bureau Internacional, que tem por misso assegurar a unificao mundial das medidas fsicas,

    encarregado:

    a) de estabelecer os padres fundamentais e as escalas das principais grandezas fsicas, e de

    conservar os prottipos internacionais;

    b) de efetuar a comparao dos padres nacionais e internacionais;

    c) de assegurar a coordenao das tcnicas de medidas correspondentes;

    d) de efetuar e de coordenar as determinaes relativas s constantes fsicas que intervm naquelas

    atividades.

    O Bureau Internacional funciona sob a fiscalizao exclusiva do Comit Internacional de Pesos e

    Medidas (CIPM), sob autoridade da Conferncia Geral de Pesos e Medidas (CGPM).

    Aproximadamente 45 fsicos e tcnicos trabalham nos laboratrios do Bureau Internacional; fazem

    pesquisas metrolgicas, principalmente, e comparaes internacionais das realizaes das unidades

    e verificaes de padres. Esses trabalhos so objeto de um relatrio anual detalhado, que

    publicado como procs-verbaux das sesses do Comit Internacional.

  • 20

    Metrologia Bsica

    3.1.2. AS DUAS CLASSES DE UNIDADES SI

    No SI distinguem-se duas classes de unidades:

    a) Unidades de base;

    b) Unidades derivadas.

    Sob o aspecto cientfico, a diviso das unidades SI nessas duas classes arbitrria porque no uma

    imposio da fsica.

    Entretanto, a Conferncia Geral, levando em considerao as vantagens de se adotar um sistema

    prtico nico para ser utilizado mundialmente nas relaes internacionais, no ensino e no trabalho

    cientfico, decidiu basear o Sistema Internacional em sete unidades perfeitamente definidas,

    consideradas como independentes sob o ponto de vista dimensional: o metro, o quilograma, o

    segundo, o ampre, o kelvin, o mol e a candela. Estas unidades SI so chamadas unidades de base.

    A segunda classe de unidades SI abrange as unidades derivadas, isto , as unidades que podem ser

    formadas combinando-se unidades de base segundo relaes algbricas que interligam as grandezas

    correspondentes. Diversas destas expresses algbricas, em razo de unidades de base, podem ser

    substitudas por nomes e smbolos especiais, o que permite sua utilizao na formao de outras

    unidades derivadas.

    As unidades SI destas duas classes constituem um conjunto coerente, na acepo dada

    habitualmente expresso sistema coerente de unidades, isto , sistema de unidades ligadas pelas

    regras de multiplicao e diviso, sem qualquer fator numrico diferente de 1.

    Segundo a Recomendao 1 (1969; PV, 37, 30-31 e Metrologia, 1970, 6, 66) do CIPM, as unidades

    desse conjunto coerente de unidades so designadas sob o nome de unidades SI.

    importante acentuar que cada grandeza fsica tem uma s unidade SI, mesmo que esta unidade

    possa ser expressa sob diferentes formas.

    Porm o inverso no verdadeiro: a mesma unidade SI pode corresponder a vrias grandezas

    diferentes.

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    Metrologia Bsica

    3.1.3. OS PREFIXOS SI

    A Conferncia Geral adotou uma srie de prefixos para a formao dos mltiplos e submltiplos

    decimais das unidades SI. De acordo com a Recomendao 1 (1969) do CIPM, o conjunto desses

    prefixos designado pelo nome de prefixos SI. As unidades SI, isto , as unidades de base e as

    unidades derivadas do SI, formam um conjunto coerente.

    Os mltiplos e submltiplos das unidades SI, formados por meio dos prefixos SI, devem ser

    designados pelo seu nome completo: mltiplos e submltiplos decimais das unidades SI. Esses

    mltiplos e submltiplos decimais das unidades SI no so coerentes com as unidades SI

    propriamente ditas.

    Como exceo regra, os mltiplos e submltiplos do quilograma so formados adicionando os

    nomes dos prefixos ao nome da unidade grama e smbolos dos prefixos ao smbolo da unidade

    g.

    3.2. SISTEMA DE GRANDEZAS O sistema de grandezas a ser utilizado com as unidades SI, campo do qual se ocupa o Comit

    Tcnico 12 da Organizao Internacional de Normalizao (ISO), publicou a partir de 1955 uma

    srie de normas internacionais sobre as grandezas e unidades, recomendando fortemente o uso do

    Sistema Internacional de Unidades.

    Nessas normas internacionais, a ISO adotou um sistema de grandezas fsicas baseado nas sete

    grandezas de base: comprimento, massa, tempo, intensidade de corrente eltrica, temperatura

    termodinmica, quantidade de matria e intensidade luminosa.

    As outras grandezas grandezas derivadas so definidas em funo dessas sete grandezas de

    base; as relaes entre as grandezas derivadas e as grandezas de base so expressas por um sistema

    de equaes. conveniente empregar com as unidades SI esse sistema de grandezas e esse sistema

    de equaes.

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    Metrologia Bsica

    3.3. LEGISLAES SOBRE AS UNIDADES Os pases fixam por via legislativa as regras concernentes utilizao das unidades no plano

    nacional, de uma maneira geral ou em apenas alguns campos, como no comrcio, na sade ou na

    segurana pblica, no ensino etc. Em um nmero crescente de pases essas legislaes so baseadas

    no emprego do Sistema Internacional de Unidades.

    A Organizao Internacional de Metrologia Legal (OIML), criada em 1955, cuida da uniformidade

    internacional dessas legislaes.

    3.4. UNIDADES SI DE BASE As definies oficiais de todas as unidades de base do SI foram aprovadas pela Conferncia Geral.

    A primeira dessas definies foi aprovada em 1889, e a mais recente em 1983. Essas definies so

    modificadas periodicamente a fim de acompanhar a evoluo das tcnicas de medio e para

    permitir uma realizao mais exata das unidades de base. A Figura 2 Grandezas de Base - mostra

    os smbolos utilizados para as Unidades SI de base.

    3.5. SMBOLOS DAS UNIDADES DE BASE As unidades de base do Sistema Internacional esto reunidas na tabela 1 com seus nomes e

    smbolos (10 CGPM 1954, Resoluo 6; 11 CGPM 1960, Resoluo 12; 13 CGPM

    1967, Resoluo 3; 14 CGPM 1971, Resoluo 3).

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    Metrologia Bsica

    Figura 2 - Grandezas de Base.

    Tabela 1 - Unidades SI de Base.

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    Metrologia Bsica

    4. UNIDADES SI DERIVADAS

    As unidades derivadas so unidades que podem ser expressas a partir das unidades de base,

    utilizando smbolos matemticos de multiplicao e de diviso. Dentre essas unidades derivadas,

    diversas receberam nome especial e smbolo particular, que podem ser utilizados, por sua vez, com

    os smbolos de outras unidades de base ou derivadas para expressar unidades de outras grandezas.

    4.1. UNIDADES EXPRESSAS A PARTIR DE UNIDADES DE BASE A tabela 2 fornece alguns exemplos de unidades derivadas expressas diretamente a partir de

    unidades de base. As unidades derivadas so obtidas por multiplicao e diviso das unidades de

    base.

    Tabela 2 - Exemplos de unidades SI derivadas, expressas a partir das unidades de base.

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    Metrologia Bsica

    4.1.1 UNIDADES POSSUIDORAS DE NOMES ESPECIAIS E SMBOLOS PARTICULARES; UNIDADES UTILIZANDO UNIDADES POSSUIDORAS DE NOMES ESPECIAIS E SMBOLOS PARTICULARES

    Por questes de comodidade, certas unidades derivadas, que so mencionadas na tabela 3,

    receberam nome especial e smbolo particular. Esses nomes e smbolos podem ser utilizados, por

    sua vez, para expressar outras unidades derivadas: alguns exemplos figuram na tabela 3. Os nomes

    especiais e os smbolos particulares permitem expressar, de maneira mais simples, unidades

    freqentemente utilizadas.

    Tabela 3 - Unidades SI derivadas possuidoras de nomes especiais e smbolos

    particulares

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    Metrologia Bsica

    Os trs ltimos nomes e smbolos que figuram no final da tabela 3 so unidades particulares: elas

    foram, respectivamente, aprovadas pela 15 CGPM (1975, Resolues 8 e 9; CR, 105 e Metrologia,

    1975, 11, 1980); 16 CGPM (1979, Resolues 5; CR; 100 e Metrologia, 1980, 16, 56) visando

    proteo da sade humana.

    Tabela 4 - Exemplos de unidades SI derivadas, cujos nome e smbolo compreendem unidades.

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    Metrologia Bsica

    Na ltima coluna das tabelas 3 e 4 encontramos a expresso das unidades SI mencionadas em

    funo das unidades SI de base. Nesta coluna, fatores tais como m0, kg0 etc., considerados como

    iguais a 1, no so geralmente escritos explicitamente.

    a) O radiano e o esterradiano podem ser utilizados nas expresses das unidades derivadas, a fim de

    distinguir grandezas de natureza diferente tendo a mesma dimenso. Na tabela 4 so dados

    exemplos de sua utilizao para formar nomes de unidades derivadas.

    b) Na prtica, emprega-se os smbolos rad e sr, quando til, porm a unidade derivada 1 no

    habitualmente mencionada.

    c) Em fotometria, mantm-se, geralmente, o nome e o smbolo do esterradiano, sr, na expresso

    das unidades.

    Esta unidade pode ser utilizada associada aos prefixos SI, como, por exemplo, para exprimir o

    submltiplo miligrau Celsius, moC.

    5. MLTIPLOS E SUBMLTIPLOS DECIMAIS DAS UNIDADES SI - Prefixos SI

    A 11 CGPM (1960, Resoluo 12; CR, 87) adotou uma srie de prefixos e smbolos prefixos para

    formar os nomes e smbolos dos mltiplos e submltiplos decimais das unidades SI de 1012 a 10-12.

    Os prefixos para 10-15 e 10-18 foram adicionados pela 12 CGPM (1964, Resoluo 8; CR, 94), 1015 e

    1018 pela 15 CGPM (1975, Resoluo 10; CR 106 e Metrologia, 1975, 11,180-181) e 1021, 1024, 10-

    21, 10-24 pela 19 CGPM (1991, Resoluo 4; CR 97 e Metrologia, 1992, 29, 3). Os prefixos e

    smbolos de prefixos adotados constam da tabela 5.

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    Metrologia Bsica

    Tabela 5 - Prefixos SI.

    - O kilograma

    Entre as unidades de base do Sistema Internacional, a unidade de massa a nica cujo nome, por

    motivos histricos, contm um prefixo. Os nomes dos mltiplos e dos submltiplos decimais da

    unidade de massa so formados pelo acrscimo dos prefixos palavra grama (CIPM 1967,

    Recomendao 2; PV, 35, 29 e Metrologia, 1968, 4, 45).

    Por exemplo:

    10-6 kg = 1 miligrama (1mg), porm nunca 1 microquilograma (1kg).

    6. MTODOS DE MEDIO Existem vrios mtodos para a determinao de uma grandeza, os quais so objeto de terminologia

    especifica. Alguns mtodos mais importantes esto relacionados a seguir.

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    Metrologia Bsica

    6.1. MTODO DE MEDIO DIRETO o mtodo pelo qual o mensurando obtido diretamente, sem a necessidade de clculos posteriores

    em comparao com outra grandeza de mesma unidade.

    Quando se mede um comprimento utilizando-se uma rgua ou trena, obtm-se o valor medido

    diretamente da escala.

    6.2. MODO DE MEDIO INDIRETO aquele em que o valor da medio desejada conseguido somente depois de alguns clculos

    Intermedirios. Na medio da rea de um retngulo, mede-se primeiramente os lados do retngulo.

    Multiplicando-se estes lados, obtm-se a rea. Trata-se de uma medio indireta. Primeiro, mediu-

    se os lados com unidades em (por exemplo) metros. O resultado dado em outra unidade

    (derivada), ou seja, metros quadrados.

    6.3. MTODO ABSOLUTO As constantes fsicas fundamentais tais como a velocidade da luz no vcuo, ou a carga eltrica,

    devem ser determinadas com grande exatido e baseadas nas definies das grandezas

    fundamentais.

    Sendo que a velocidade da luz c expressa como c = . f onde o comprimento de onda e f a

    freqncia da luz. O valor de c determinado pela medio de e f de acordo com as definies do

    metro e do segundo. A medio de uma grandeza fsica que reduzida a uma medio de uma

    grandeza fundamental denominada de medio absoluta.

    Medio de um bloco padro por mtodo interferomtrico. por exemplo, uma medio absoluta

    pois utiliza o comprimento de onda padro.

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    Metrologia Bsica

    6.4. MTODO COMPARATIVO Quando uma grandeza fsica medida diretamente em comparao com referncias do mesmo tipo

    chamada de medio comparativa em contraste com medio absoluta.

    A preciso de medies com mtodos comparativos pode ser melhor do que com medies

    absolutas no entanto a exatido garantida pelas medies absolutas. As medies absolutas podem

    no ser de uso prtico nem industrial, mas so essenciais nos laboratrios nacionais para o

    desenvolvimento da cincia e tecnologia.

    6.5. MTODO DE INSTRUMENTAO

    a) Mtodo da deflexo Considere a medio de temperatura com um termmetro de vidro. Quando o termmetro est

    temperatura ambiente observamos que o topo da coluna de mercrio registra a temperatura da sala.

    Ao deslocarmos este mesmo termmetro para um banho de leo observamos que a coluna se

    desloca at entrar em equilbrio com a nova temperatura que est sendo medida.

    A exatido limitada tendo em vista as limitaes fsicas para o desenho da escala que no pode ser

    muito grande e as dimenses do ponteiro que no podem ser muito pequenas.

    A energia para mover o ponteiro ou a coluna de mercrio fornecida pela prpria grandeza a ser

    medida, conseqentemente o objeto a ser medido sofre perturbaes.

    b) Mtodo do zero

    Um exemplo de mtodo do nulo a medio por comparao de uma tenso contnua (mensurando)

    com um calibrador de tenso CC (padro de referncia). As tenses so colocadas em oposio e

    coloca-se em srie no circuito um galvanmetro ou um detector de nulo de alta sensibilidade. A

    preciso do mtodo muito grande, dependendo da resoluo do calibrador usado como padro, da

    sensibilidade do galvanmetro e da estabilidade do mensurando. O calibrador ajustado de tal

    maneira que o galvanmetro seja levado condio de equilbrio (ponto zero). O valor do

    mensurando o valor mostrado pelo calibrador.

  • 31

    Metrologia Bsica

    c) Mtodo diferencial

    No mtodo diferencial mede-se a diferena entre um valor conhecido e o mensurando, obtendo-se

    seu valor por meio de clculo.

    Neste mtodo tanto o mensurando como a referncia devem ser de mesma natureza e para se obter

    grande preciso os valores devem ser aproximadamente iguais.

    Considere-se por exemplo, a medio da tenso de uma pilha-padro comparando-a diretamente a

    outra pilha com valor conhecido.

    As duas tenses sero colocadas em oposio e a diferena medida atravs de um nanovoltmetro.

    Primeiramente mede-se a diferena no nanovoltmetro cujo valor Vd. O valor da pilha 2, que o

    mensurando, ser V2 = V1 - Vd considerando-se conhecido o valor de V1.

    Com o mtodo diferencial usando-se equipamentos comerciais consegue-se resoluo de 1 nV,

    enquanto que se utilizarmos mtodos convencionais alcanamos no mximo 100 nV. Nas medies

    diferenciais deve-se levar os sinais algbricos em considerao.

    d) Mtodo da substituio

    Considere a medio de massa por uma balana de pratos, cujos braos tem comprimentos

    diferentes. Se utilizarmos esta balana para medio convencional, existiro erros pois o equilbrio

    dos momentos no significa que as massas nos dois lados so iguais.

    A utilizao do mtodo de substituio elimina este erro. O primeiro passo balancear a massa do

    mensurando contra outros pesos. Aps este balanceamento, retira-se o mensurando e no seu lugar

    colocam-se outros pesos de valores conhecidos. A massa do ltimo conjunto de pesos a massa do

    mesurando.

    Existem ainda outros mtodos, mas menos usuais. O importante escolher adequadamente o

    mtodo de medio a ser utilizado, de acordo com os objetivos pretendidos e o tipo de

    instrumentao disponvel.

  • 32

    Metrologia Bsica

    7. PADRES DE MEDIO

    7.1. GENERALIDADES A metrologia viabiliza o pleno desenvolvimento cientfico e tecnolgico; um componente

    fundamental para qualidade, avalia a conformidade de produtos, processos e servios; supera

    barreiras tcnicas e protege o consumidor e o meio ambiente.

    A metrologia contribui para a melhoria da qualidade dos processos produtivos, o que deve ser

    perseguido continuamente por todas as Organizaes que pretendem participar de um mercado

    altamente competitivo e globalizado.

    A contribuio do desenvolvimento da metrologia no gerenciamento dos processos um

    componente importante no aprimoramento da qualidade onde o SGM possibilita a reduo na

    variao das especificaes tcnicas dos produtos, preveno dos defeitos e a compatibilidade das

    medies.

    Metrologia, segundo o VIM, Cincia da medio. A metrologia abrange todos os aspectos tericos

    e prticos relativos s medies, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da cincia ou

    da tecnologia.

    Um padro de medio uma medida materializada (objeto fsico), equipamento de medio ou

    sistema com a funo de definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais

    valores conhecidos de uma grandeza, com o objetivo de dissemin-la para outros equipamentos de

    medio por comparao. Como exemplos podemos citar: bloco-padro, resistor-padro, 1 kg de

    massa-padro, ampermetro-padro etc. Cada unidade e seu padro foi criado e desenvolvido pelo

    prprio homem. A filosofia geral adotada para a criao de um padro primrio que eles sejam

    baseados em algum princpio fsico estvel.

    importante tambm, que a partir das definies das unidades fundamentais, os laboratrios

    tenham facilidade de concretizar padres para utilizao prtica.

  • 33

    Metrologia Bsica

    O desenvolvimento e manuteno de padres primrios uma rea especial da cincia da medio,

    realizada em laboratrios nacionais, com objetivos de desenvolver, manter e utilizar instrumentao

    que provero os padres para as unidades fundamentais e derivadas com a mais alta exatido e

    reprodutibilidade. Fatores como custo, tempo de execuo da montagem dos equipamentos e

    realizao das medies, tamanho e portabilidade dos equipamentos, produo em escala e outros

    fatores que so importantes para usurios industriais so de importncia secundria no

    desenvolvimento de padres indispensveis para a melhoria da performance metrolgica. Leva-se

    muito tempo para o desenvolvimento de novos equipamentos e a aceitao a nvel mundial dos

    mesmos.

    O Bureau International des Poids et Mesures (BIPM), localizado em Svres, Frana, a

    organizao responsvel pela administrao das unidades legais do mundo e dos padres para o

    sistema SI desde 1875, quando da assinatura da Conveno do Metro.

    Alm do BIPM, que um rgo internacional, existem vrios laboratrios no mundo que trabalham

    na rea de metrologia cientifica e industrial fazendo vultosos investimentos em pesquisas para

    melhorar cada vez mais a qualidade dos padres metrolgicos.

    Pode-se citar como exemplo de laboratrios nacionais de maior relevncia os seguintes:

    a) NIST National Institute of Standards and Technology (USA)

    b) PTB - Physikalisch-Technishe Bundesanstalt (Alemanha)

    c) NRC - National Research Council (Canad)

    d) NPL - National Phisycal Laboratory (Inglaterra)

    e) NRLM - National Research Laboratory of Metrology (Japo)

    f) CSIRO - National Measurement Laboratory (Austrlia)

    Cada pas possui seu laboratrio nacional, com o objetivo de manter, desenvolver e disseminar os

    padres primrios, assim como definir a poltica metrolgica a ser aplicada na nao.

    Com o objetivo de harmonizar as medies em todos os paises, o BIPM organiza programas de

    comparao interlaboratorial, quando so verificadas as capacitaes dos laboratrios participantes.

  • 34

    Metrologia Bsica

    7.2. TIPOS DE PADRES Existe uma hierarquia entre os padres dependendo de suas qualidades metrolgicas e do tipo de

    utilizao a que esto destinados. Os principais tipos de padro so:

    a) padro internacional

    b) padro nacional

    c) padro primrio

    d) padro secundrio

    e) padro de referncia

    f) padro de trabalho

    g) padro de transferncia

    h) padro itinerante

    i) material de referncia

    j) material de referncia certificado

    Qualquer laboratrio que tenha um sistema de controle metrolgico pode ter vrios destes tipos de

    padres citados. O INMETRO, por exemplo, tem padres primrios, secundrios, itinerantes, de

    referencia, de trabalho etc.

    Como j foi citado, existe uma hierarquia metrolgica entre os padres e equipamentos dependente

    das qualidades metrolgicas.

    Todos os equipamentos desta hierarquia devem estar de alguma maneira, objetivamente

    relacionados, tal que em qualquer ponto da mesma possa se retroceder aos padres primrios.

    Este relacionamento conceituado pela rastreabilidade. Atravs de intercomparaes contnuas, os

    valores dos padres primrios so disseminados para os padres secundrios, de trabalho e assim

    por diante. Portanto, mesmo nas escalas mais baixas da hierarquia, seguindo os procedimentos de

    rastreabilidade, as medies estaro rastreadas aos padres da mais alta hierarquia.

  • 35

    Metrologia Bsica

    8. SISTEMA METROLGICO BRASILEIRO

    8.1. SINMETRO SISTEMA NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAO E QUALIDADE INDUSTRIAL

    8.1.1. OBJETIVO O Sinmetro um sistema brasileiro, constitudo por entidades pblicas e privadas, que exerce

    atividades relacionadas com metrologia, normalizao, qualidade industrial e certificao de

    conformidade.

    O Sinmetro foi institudo pela lei 5966 de 11 de dezembro de 1973 para criar uma infra-estrutura de

    servios tecnolgicos capaz de avaliar e certificar a qualidade de produtos, processos e servios por

    meio de organismos de certificao, rede de laboratrios de ensaio e de calibrao, organismos de

    treinamento, organismos de ensaios de proficincia e organismos de inspeo, todos credenciados

    (acreditados) pelo Inmetro.

    Apiam esse sistema os organismos de normalizao, os laboratrios de metrologia cientfica e

    industrial e os institutos de metrologia legal dos estados. Esta estrutura est formada para atender s

    necessidades da indstria, do comrcio, do governo e do consumidor.

    O Sinmetro est envolvido em muitas atividades relacionadas ao Programa Brasileiro de Qualidade

    e Produtividade - PBQP, programa voltado para a melhoria da qualidade de produtos, processos e

    servios na indstria, comrcio e administrao federal.

    8.2. ORGANISMOS DO SINMETRO Dentre as organizaes que compem o Sinmetro, as seguintes podem ser relacionadas como

    principais:

    a) Conmetro e seus Comits Tcnicos;

    b) Inmetro;

    c) Organismos de Certificao Credenciados (Acreditados), (Sistemas da Qualidade, Sistemas de

    Gesto Ambiental, Produtos e Pessoal) OCC;

    d) Organismos de Inspeo Credenciados (Acreditados) OIC;

    e) Organismos de Treinamento Credenciados (Acreditados) OTC;

  • 36

    Metrologia Bsica

    f) Organismo Provedor de Ensaio de Proficincia Credenciado (Acreditado) - OPP; g) Laboratrios Credenciados (Acreditados) Calibraes e Ensaios RBC/ RBLE;

    h) Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT;

    i) Institutos Estaduais de Pesos e Medidas IPEM;

    j) Redes Metrolgicas Estaduais.

    8.3. FUNES 8.3.1. METROLOGIA CIENTFICA E INDUSTRIAL

    Na rea da metrologia cientfica e industrial o Sinmetro de grande importncia para a cincia e a

    economia do Brasil, tendo em vista que esse Sistema o responsvel pelas grandezas metrolgicas

    bsicas. Este Sistema, sob coordenao do Inmetro, transfere para a sociedade padres de medio

    com confiabilidade igual de outros pases, mesmo os chamados pases do primeiro mundo.

    Junto com a normalizao e a regulamentao tcnica, esta rea um dos pilares das atividades do

    Sinmetro.

    8.3.2. METROLOGIA LEGAL

    Considera-se que esta rea se constitui num dos maiores sistemas conhecidos de defesa do

    consumidor no Brasil.

    O Inmetro atua como coordenador da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade - RBMLQ,

    constitudo pelos IPEMs dos estados brasileiros.

    Durante os trabalhos de fiscalizao, os rgo da RBMLQ coletam produtos nos estabelecimentos

    comerciais para avaliar o peso, o volume e verificam se a qualidade dos produtos adequada para o

    consumo. Este um trabalho de utilidade pblica que alcana mais de cinco mil municpios

    brasileiros.

  • 37

    Metrologia Bsica

    8.3.3. NORMALIZAO E REGULAMENTAO TCNICA

    Uma das atividades do Sinmetro a de elaborar normas para dar suporte regulamentao tcnica,

    facilitar o comrcio e fornecer a base para melhorar a qualidade de processos, produtos e servios.

    A rea de normalizao no Sinmetro est sob a responsabilidade da Associao Brasileira de

    Normas Tcnicas (ABNT), que tem autoridade para credenciar (acreditar) Organismos de

    Normalizao Setoriais (ONS) para o desempenho dessas tarefas.

    A ABNT uma organizao no governamental , mantida com recursos da contribuio dos seus

    associados e do Governo Federal.

    A ABNT representa o Brasil na ISO/ IEC e nos foros regionais de normalizao, auxiliada por

    entidades governamentais e privadas.

    A ABNT tem participao em vrios comits tcnicos, como o ISO TC 176 (qualidade), ISO TC

    207 (meio ambiente) e ISO/ CASCO, alm do ISO/ TMB (Technical Management Board).

    As atividades relacionadas ao credenciamento (acreditao) e avaliao de conformidade no

    Sinmetro so baseadas nas normas e guias ABNT/ ISO/ IEC.

    8.4. CREDENCIAMENTO (ACREDITAO) Na rea de avaliao de conformidade, o Sinmetro oferece aos consumidores, fabricantes, governos

    e exportadores uma infra-estrutura tecnolgica calcada em princpios internacionais, considerada de

    grande confiabilidade. Para que isto seja possvel, todos os servios nesta rea so executados por

    organizaes credenciadas (acreditadas) pelo Inmetro.

    O Inmetro o nico rgo credenciado (acreditador) do Sinmetro, seguindo a tendncia

    internacional atual de apenas um credenciador (acreditador) por pas ou economia. O Inmetro

    reconhecido internacionalmente como o organismo de credenciamento (acreditao) brasileiro.

    O Inmetro baseia o seu credenciamento (acreditao) nas normas e guias da ABNT, Copant,

    Mercosul e nas suas orientaes do IAF, ILAC, IATCA e IAAC, principalmente.

  • 38

    Metrologia Bsica

    O Inmetro assessorado pelos Comits Tcnicos do Conmetro na preparao dos documentos que

    servem de base para o credenciamento (acreditao).

    O Inmetro credencia (acredita) Organismos de certificao, organismos de Inspeo, Organismos de

    Treinamento, Laboratrios de Calibrao e Laboratrios de Ensaios.

    8.5. CERTIFICAO So os organismos de certificao credenciados (acreditados), supervisionados pelo Inmetro, que

    conduzem a certificao de conformidade no Sinmetro, nas reas de produtos, sistemas da

    qualidade, pessoal e meio ambiente.

    Estes organismos so entidades pblicas, privadas ou mistas, nacionais ou estrangeiras, situadas no

    Brasil ou no exterior, sem fins lucrativos e que demonstraram competncia tcnica e organizacional

    para aquelas tarefas.

    Operam em bases semelhantes aos organismos estrangeiros, utilizando normas e guias ABNT,

    Copant, Mercosul, ISO/ IEC e as recomendaes do IAF, IATCA e IAAC, principalmente.

    A certificao de pessoal apoiada pelos organismos de treinamento credenciados (acreditados)

    pelo Inmetro.

    8.6. ENSAIOS E CALIBRAES Os ensaios e calibraes executados no Sinmetro so de responsabilidade dos laboratrios pblicos,

    privados ou mistos, nacionais ou estrangeiros, constituintes da RBC e RBLE. Tais servios so

    utilizados, na maioria dos casos, para a certificao de produtos (ensaios) e calibrao de padres de

    trabalho na indstria, alm da calibrao dos prprios equipamentos industriais.

    Todos os servios nesta rea so executados por laboratrios credenciados (acreditados) pelo

    Inmetro, no Brasil e no exterior.

  • 39

    Metrologia Bsica

    A base para o credenciamento (acreditao) e operao dos laboratrios constituintes da RBC e

    RBL, so as normas e guias da ABNT, Copant, Mercosul e ISO/ IEC e suas interpretaes pelo

    ILAC e IAAC, principalmente.

    Laboratrios de agrotxicos e de anlises clnicas podem ser tambm credenciados (acreditados)

    pelo Inmetro.

    Os organismos de ensaios de proficincia so credenciados (acreditados) pelo Inmetro para dar

    maior confiabilidade s Redes Laboratoriais.

    9. CONMETRO - CONSELHO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAO E QUALIDADE INDUSTRIAL.

    O Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial um colegiado

    interministerial que exerce a funo de rgo normativo do Sinmetro e que tem o Inmetro como sua

    secretaria executiva. Integram o Conmetro os ministros do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    Exterior; da Cincia e Tecnologia; da Sade; do Trabalho e Emprego; do Meio Ambiente; das

    Relaes Exteriores; da Justia; da Agricultura, Pecuria e do Abastecimento; da Defesa; o

    Presidente do Inmetro e os Presidentes da Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT, da

    Confederao Nacional da Indstria - CNI e do Instituto de Defesa do Consumidor - IDEC.

    9.1. ATRIBUIES O Conmetro o rgo normativo do Sinmetro e presidido pelo Ministro do Desenvolvimento,

    Indstria e Comrcio Exterior. Compete ao Conmetro:

    a) Formular, coordenar e supervisionar a poltica nacional de metrologia, normalizao industrial e

    certificao da qualidade de produtos, servios e pessoal, prevendo mecanismos de consulta que

    harmonizem os interesses pblicos, das empresas industriais e dos consumidores;

    b) Assegurar a uniformidade e a racionalizao das unidades de medida utilizadas em todo o

    territrio nacional;

    c) Estimular as atividades de normalizao voluntria no pas;

    d) Estabelecer regulamentos tcnicos referentes a materiais e produtos industriais;

  • 40

    Metrologia Bsica

    e) Fixar critrios e procedimentos para certificao da qualidade de materiais e produtos

    industriais;

    f) Fixar critrios e procedimentos para aplicao das penalidades nos casos de infrao a

    dispositivo da legislao referente metrologia, normalizao industrial, certificao da

    qualidade de produtos industriais e aos atos normativos dela decorrentes;

    g) Coordenar a participao nacional nas atividades internacionais de metrologia, normalizao e

    certificao da qualidade.

    O conselho constitudo pelos seguintes membros:

    I - Ministros de Estado:

    - do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior; - do Meio Ambiente; - do Trabalho e Emprego; - da Sade; - da Cincia e Tecnologia; - das Relaes Exteriores; - da Justia; - da Agricultura, Pecuria e do Abastecimento; - da Defesa.

    II - Presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial.

    III - Presidente das seguintes Instituies:

    - Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT - Confederao Nacional da Indstria CNI - Instituto de Defesa do Consumidor IDEC

    O Conmetro atua, na prtica, por meio de seus comits tcnicos assessores, que so abertos

    sociedade, pela participao de entidades representativas das reas acadmica, indstria, comrcio e

    outras atividades interessadas na questo da metrologia, da normalizao e da qualidade no Brasil.

    Os comits tcnicos assessores do Conmetro so o CNN, CBC, Conacre, CBM, CCAB e o TBT/

    OMC.

  • 41

    Metrologia Bsica

    9.2. COMITS TCNICOS DO CONMETRO a) Comit Brasileiro de Normalizao - CBN

    b) Comit Brasileiro de Avaliao da Conformidade - CBAC

    c) Comit Brasileiro de Metrologia - CBM

    d) Comit do Codex Alimentarius do Brasil - CCAB

    e) Comit de Coordenao de Barreiras Tcnicas ao Comrcio - CBTC

    10. INMETRO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAO E QUALIDADE INDUSTRIAL

    O Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial - Inmetro - uma

    autarquia federal, vinculada ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, que

    atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade

    Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que o rgo normativo do Sistema Nacional de

    Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Sinmetro).

    Objetivando integrar uma estrutura sistmica articulada, o Sinmetro, o Conmetro e o Inmetro foram

    criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de 1973, cabendo a este ltimo substituir o ento

    Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar significativamente o seu raio de atuao a

    servio da sociedade brasileira.

    No mbito de sua ampla misso institucional, o Inmetro objetiva fortalecer as empresas nacionais,

    aumentando sua produtividade por meio da adoo de mecanismos destinados melhoria da

    qualidade de produtos e servios.

    Sua misso promover a qualidade de vida do cidado e a competitividade da economia atravs da

    metrologia e da qualidade.

  • 42

    Metrologia Bsica

    10.1. ATRIBUIES PRINCIPAIS Dentre as competncias e atribuies do Inmetro destacam-se:

    - Metrologia Cientfica e Industrial;

    - Metrologia Legal;

    - Avaliao da Conformidade;

    - Organismo Credenciador (Acreditador);

    - Secretaria Executiva do Conmetro e dos seus comits tcnicos assessores;

    - Supervisor dos Organismos de Fiscalizao e Verificao da Certificao (*);

    - Executar as polticas nacionais de metrologia e da qualidade;

    - Verificar a observncia das normas tcnicas e legais, no que se refere s unidades de medida,

    mtodos de medio, medidas materializadas, equipamentos de medio e produtos pr-

    medidos;

    - Manter e conservar os padres das unidades de medida, assim como implantar e manter a

    cadeia de rastreabilidade dos padres das unidades de medida no Pas, de forma a torn-las

    harmnicas internamente e compatveis no plano internacional, visando, em nvel primrio,

    sua aceitao universal e, em nvel secundrio, sua utilizao como suporte ao setor

    produtivo, com vistas qualidade de bens e servios;

    - Fortalecer a participao do Pas nas atividades internacionais relacionadas com metrologia e

    qualidade, alm de promover o intercmbio com entidades e organismos estrangeiros e

    internacionais;

    - Prestar suporte tcnico e administrativo ao Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e

    Qualidade Industrial - Conmetro, bem assim aos seus comits de assessoramento, atuando como

    sua Secretaria-Executiva;

    - Fomentar a utilizao da tcnica de gesto da qualidade nas empresas brasileiras;

    - Planejar e executar as atividades de acreditao (credenciamento) de laboratrios de calibrao

    e de ensaios, de provedores de ensaios de proficincia, de organismos de certificao, de

    inspeo, de treinamento e de outros, necessrios ao desenvolvimento da infra-estrutura de

    servios tecnolgicos no Pas; e

    - Coordenar, no mbito do Sinmetro, a certificao compulsria e voluntria de produtos, de

    processos, de servios e a certificao voluntria de pessoal.

  • 43

    Metrologia Bsica

    (*) O Inmetro delega as atividades de verificao, fiscalizao e da certificao s entidades da

    Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade RBMLQ que so os Institutos de Pesos e

    Medidas (IPEM) dos estados brasileiros.

    O Inmetro opera em Xerm, no Rio de Janeiro, um conjunto de Laboratrios, mantendo grandezas

    metrolgicas bsicas, a saber: Fluidos, Fora e Dureza, Massas, Medidas Dimensionais, Presso,

    Capacitncia e Indutncia Eltrica, Resistncia Eltrica, Potncia, Energia e Transformao

    Eltrica, Tenso e Corrente Eltrica, Acstica, Eletroacstica, Vibraes, Interferometria,

    Fotometria, Radiometria, Termometria, Pirometria, Higrometria e Laboratrio de Motores. Em fase

    de instalao: Metrologia Qumica.

    O Inmetro reconhece o Diviso do Servio da Hora do Observatrio Nacional como referncia das

    grandezas tempo e freqncia, o Instituto de Radiao e Dosimetria (IRD), como referncia das

    grandezas radiaes ionizantes. Outras instituies vm sendo agregadas ao sistema pelo Inmetro,

    para que sejam realizadas no Brasil outras grandezas metrolgicas bsicas.

    10.2. PROCESSO DE CREDENCIAMENTO (ACREDITAO) O credenciamento (acreditao) no Sinmetro concedido pelo Inmetro e significa um

    reconhecimento formal de que um organismo de certificao, organismo de treinamento, organismo

    de inspeo, organismo de ensaios de proficincia ou laboratrio, est operando um sistema da

    qualidade documentado e demonstrou competncia tcnica para realizar servios especficos,

    avaliados segundo critrios estabelecidos pelo Inmetro, baseados em guias e normas internacionais.

    A base do credenciamento (acreditao) utilizada pelo Inmetro formada pelos guias internacionais

    ABNT- ISO/ IEC GUIA 62 e EN450l3 para organismos certificadores de sistemas e pessoal e para

    organismos de treinamento, respectivamente; ABNT- ISO/ IEC GUIA 65 para organismos

    certificadores de produtos; ABNT-ISO/ IEC GUIAS 39 para organismos de inspeo; ABNT-ISO/

    IEC 17025 para laboratrios; ABNT-ISO/ IEC Guia 43 para organismos de ensaios de proficincia;

    OECD/ BPL para laboratrios de agrotxicos e BPLC para laboratrios de anlises clnicas.

  • 44

    Metrologia Bsica

    A organizao do Inmetro como credenciador (acreditador) de laboratrios est baseada no ISO

    Guia 58 e como credenciador (acreditador) de organismos de certificao, no ISO Guia 61.

    As orientaes do IAF, ILAC, IATCA e IAAC para a utilizao desses documentos so tambm

    utilizadas.

    Qualquer entidade que oferea servios de certificao, de inspeo, de treinamento, de laboratrio

    ou de ensaios de proficincia, seja ela pblica ou privada, nacional ou estrangeira, situada no Brasil

    ou no exterior, pode solicitar credenciamento (acreditao) junto ao Inmetro.

    As etapas principais da fase de concesso do credenciamento (acreditao), so a solicitao formal

    do credenciamento (acreditao), a anlise da documentao encaminhada e a avaliao "in loco".

    A fase seguinte, deciso sobre o credenciamento (acreditao) , no caso de aprovao, formalizada

    pelo Inmetro por meio de um contrato e um certificado de credenciamento (acreditao).

    A fase de manuteno do credenciamento (acreditao), envolve avaliaes peridicas, com o

    objetivo de verificar a permanncia das condies que deram origem ao credenciamento

    (acreditao).

    10.3. RECONHECIMENTO INTERNACIONAL O Inmetro adota a norma ABNT/ ISO/ IEC 17025 e os Guias ABNT/ ISO/ IEC GUIAS 39, 43, 58,

    6l, 62 e 65 que estabelecem os requisitos para a sua prpria organizao e para o credenciamento

    (acreditao) das diversas organizaes do Sinmetro. Esse trabalho dever culminar com os acordos

    de reconhecimento internacional.

    Na busca do reconhecimento internacional, o Inmetro representa o Brasil nos seguintes foros

    internacionais:

    IAF - International Accreditation Frum; IAAC - Interamerican Accreditation Cooperation; ILAC - International Laboratory Accreditation Cooperation; OIML - Organizao Internacional de Metrologia Legal; IATCA - International Auditor and Training Certification Association; BIPM - International Bureau of Weights and Measures;

  • 45

    Metrologia Bsica

    O Inmetro mantm acordos de cooperao com as seguintes entidades:

    a) U K A S - United Kingdom Accreditation Service;

    b) NIST - National Institute of Standards and Technology;

    c) P T B - Physikalish Technishe Bundesanstalt.

    d) A ABNT representa o Brasil nos seguintes foros:

    e) I S O - International Organization for Standardization

    f) Copant - Comisso Panamericana de Normalizao Tcnica

    g) C M N - Comit Mercosul de Normalizao

    h) CEN/ CENELEC - Organizao Conjunta Europia de Normalizao

    i) A ABNT mantm ainda acordo de cooperao com:

    j) ANSI - American National Standards Institute.

    O Inmetro, a ABNT e outras entidades constituintes do Sinmetro participam conjuntamente de

    comits tcnicos dos seguintes foros:

    1. Mercosul - Mercado Comum do Sul

    2. Alca - rea de Livre Comrcio das Amricas

    10.4. LOCALIZAO DO INMETRO A figura abaixo uma foto area do Campus do Inmetro em Xerm.

  • 46

    Metrologia Bsica

    10.5. PUBLICAES DO INMETRO A figura 3 ilustra algumas das publicaes feitas pelo INMETRO, sendo que algumas delas podem

    ser obtidas gratuitamente, no seu site.

    Figura 3 - Publicaes do INMETRO.

  • 47

    Metrologia Bsica

    11. ACORDOS DE RECONHECIMENTO MTUO

    11.1. RELEVNCIA ECONMICA DOS ACORDOS DE RECONHECIMENTO MTUO ENTRE ORGANISMOS ACREDITADORES (CREDENCIADORES)

    Os acordos de reconhecimento mtuo entre organismos de acreditao (credenciamento) so uma

    das formas mais efetivas de facilitar a eliminao de reavaliaes nos pases importadores,

    problema identificado pela Organizao Mundial do Comrcio (OMC) como umas das maiores

    barreiras tcnicas ao comrcio.

    O Inmetro, juntamente com organismos de acreditao (credenciamento) congneres de outros

    pases, vem buscando estabelecer, por meio de cooperaes regionais e internacionais, acordos que

    possam promover a confiana daqueles que se utilizam os resultados dos processos de avaliao da

    conformidade.

    Os acordos de reconhecimento mtuo entre organismos de acreditao (credenciamento), sero,

    cada vez mais, ferramentas facilitadoras do comrcio e uma base tcnica para os acordos de

    comrcio exterior entre governos.

    11.2. ACORDOS DE RECONHECIMENTO MTUO ASSINADOS PELO INMETRO NA ATIVIDADE DE ACREDITAO (CREDENCIAMENTO) DE LABORATRIOS

    Atualmente o Inmetro mantm acordos de reconhecimento mtuo com os membros plenos da

    ILAC, IAAC e EA. Com estes acordos os resultados dos ensaios e calibraes realizados pelos

    laboratrios acreditados (credenciados) pelo Inmetro passam a ser aceitos pelos demais organismos

    de acreditao (credenciamento) signatrios, que, tal como o prprio Inmetro, devem ainda

    promover o acordo em seus prprios pases, divulgando-o s autoridades reguladoras, indstria e

    aos importadores.

    a. International Laboratory Accreditation Co-Operation ILAC

    A ILAC a cooperao internacional que rene organismos de acreditao (credenciamento) de

    laboratrios de todo o mundo. O Inmetro membro da ILAC desde a sua criao, participando

    inclusive de seu Comit Executivo.

  • 48

    Metrologia Bsica

    Desde 1996, a ILAC tem desenvolvido os mecanismos para implementao de seu acordo

    internacional na atividade de acreditao (credenciamento) de laboratrios, cuja documentao base

    foi definida durante sua Assemblia Geral, organizada pelo Inmetro, no Rio de Janeiro em outubro

    de 1999.

    Em 2 de novembro de 2000, em Washington D.C., durante a Conferncia ILAC 2000, o acordo da

    ILAC (ILAC Arrangement) foi assinado por 34 organismos de acreditao (credenciamento) de

    laboratrios de 26 economias dos 5 continentes, incluindo o Inmetro, nico representante da

    Amrica Latina.

    O acordo entrou em vigor a partir de 31 de janeiro de 2001, passando seus signatrios a reconhecer

    a equivalncia dos seus sistemas de acreditao (credenciamento) de laboratrios e se

    comprometendo a promover o acordo e a aceitao dos certificados de calibrao e relatrios de

    ensaio emitidos pelos laboratrios acreditados (credenciados) pelos mesmos.

    importante observar que, embora o Inmetro no mantenha um acordo bilateral com a Asia-Pacific

    Laboratory Accreditation Cooperation (APLAC), cooperao que rene os organismos de

    acreditao (credenciamento) de laboratrios da comunidade econmica da sia-Pacfico (APEC),

    todos os organismos membros da APLAC so signatrios do acordo da ILAC e, portanto, aceitam

    os certificados emitidos pelos laboratrios acreditados (credenciados) pelo Inmetro.

    A relao dos signatrios do acordo da ILAC pode ser obtida no site www.ilac.org.

    b. European Cooperation For Accreditation EA

    A EA a cooperao para acreditao (credenciamento) de laboratrios e organismos de

    certificao e inspeo que envolve os pases membros da Comunidade Europia. O Inmetro

    mantm um contrato de cooperao com a EA desde 1998.

    Participam do acordo multilateral da EA apenas organismos de acreditao (credenciamento)

    oriundos dos pases membros da Comunidade Europia.

  • 49

    Metrologia Bsica

    A EA tambm mantm acordos bilaterais com organismos acreditadores (credenciadores) de pases

    fora da Comunidade Europia, tais como o A2LA (Estados Unidos), o NATA (Austrlia) e o

    SANAS (frica do Sul). Um organismo de acreditao (credenciamento) que tenha acordo bilateral

    com a EA no tem obrigao de reconhecer outros organismos que tambm tenham acordo bilateral

    com a EA.

    Em 1998 o Inmetro apresentou requerimento para assinar um acordo bilateral com a EA. Em 30 de

    janeiro de 2001, no Campus do Inmetro em Xerm, foi assinado o acordo bilateral de

    reconhecimento mtuo com a EA, que entrou em vigor imediatamente, com isto os organismos

    signatrios da EA passaram a aceitar os certificados e relatrios emitidos pelos laboratrios

    acreditados (credenciado