Apostila_BCI_Intermediária_24h_2013.pdf

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1 BRIGADA DE COMBATE A INCÊNDIO NÍVEL INTERMEDIÁRIO – 24h NBR 14276 COMBATE A INCÊNDIO E PRIMEIROS SOCORROS Autoria: Equipe Sampling de Desenvolvimento 1ª edição – junho/2012

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    BRIGADA DE COMBATE A INCNDIO NVEL INTERMEDIRIO 24h NBR 14276

    COMBATE A INCNDIO E PRIMEIROS SOCORROS

    Autoria: Equipe Sampling de Desenvolvimento 1 edio junho/2012

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    Prezado aluno,

    A Sampling considera a vida como o bem mais precioso. por isso que escolhemos como nossa

    misso valoriz-la!

    No trabalho voc desempenha suas tarefas e tem a oportunidade de transformar a sua vida e a de

    outras pessoas, para isso, conhecimento fundamental.

    Este treinamento foi desenvolvido, com todo cuidado, para contribuir na construo do

    conhecimento, habilidade e atitude necessria para que voc adquira competncias essenciais para

    a preservao da vida.

    Esperamos que voc desfrute de todos os momentos deste treinamento: as aulas tericas, onde

    importantes informaes sero apresentadas ou relembradas; as aulas prticas, que vo coloc-lo,

    de forma controlada, em situaes semelhantes as que voc poder encontrar em situaes de

    emergncia e os intervalos das aulas, que devem ser aproveitados para solucionar dvidas e

    desenvolver os temas aprendidos.

    Queremos melhorar sempre, pois assim exige a dinmica da qualidade e para isso precisamos que

    voc registre na avaliao de reao, ao final do curso, qual a sua impresso sobre a nossa

    atuao.

    Valorize a vida!

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    SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................................. 4

    1. RESPONSABILIDADE DO BRIGADISTA .............................................................................. 5

    2. TEORIA DO FOGO................................................................................................................... 7

    3. FONTES DE IGNIO............................................................................................................11

    4. PROPAGAO DO FOGO .................................................................................................... 13

    5. CLASSES DE INCNDIO....................................................................................................... 15

    6. PREVENO DE INCNDIO................................................................................................. 16

    7. MTODOS DE EXTINO..................................................................................................... 19

    8. AGENTES EXTINTORES....................................................................................................... 20

    9. EQUIPAMENTOS DE PROTEO........................................................................................ 22

    10 EQUIPAMENTOS FIXOS DE COMBATE A INCNDIO.......................................................30

    11. EQUIPAMENTOS DE DETECO, ALARME E COMUNICAO .................................... 40

    12. ABANDONO DE REA........................................................................................................42

    13. PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA........................................................................ 44

    14. RISCOS ESPECFICOS DA PLANTA ................................................................................. 45

    15. PSICOLOGIA EM EMERGNCIA........................................................................................ 56

    16. FERRAMENTAS DE SALVAMENTO .................................................................................. 58

    17. SISTEMA DE CONTROLE DE INCIDENTES ...................................................................... 59

    18. PROTEO RESPIRATRIA.............................................................................................. 60

    19. PRIMEIROS SOCORROS....................................................................................................78

    20. AVALIAO DO CENRIO.................................................................................................78

    21. ABORDAGEM INICIAL DA VTIMA.....................................................................................81

    22. RESSUSCITAO CARDIOPULMONAR (RCP)................................................................82

    23. ASFIXIA................................................................................................................................87

    24. HEMORRAGIA......................................................................................................................90

    25. FERIMENTOS......................................................................................................................91

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    26. QUEIMADURA.....................................................................................................................95

    27. FRATURAS.........................................................................................................................102

    28. LUXAO.........................................................................................................................103 29. ENTORSE...........................................................................................................................103

    30. CRISE CONVULSIVA....................................................................................................... .104

    31. TCNICAS DE RESGATE E TRANSPORTE DE VTIMAS...............................................104

    BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................................108

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    INTRODUO

    Segundo dados do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, nos ltimos 30 anos, os incndios

    tornaram-se mais perigosos e destrutivos.

    Hoje, os incndios como frutos do desenvolvimento tecnolgico caracterizam-se pela produo

    de resduos e fumaa cada vez mais txicos, havendo necessidade de melhores tcnicas e

    equipamentos que sejam capazes de oferecer melhores condies de trabalho ao homem que

    combate o fogo.

    Os riscos atuais de um incndio em relao ao passado podem ser observados atravs das

    seguintes situaes:

    aumento significativo da energia trmica liberada em j/m2;

    maior liberao de produtos txicos decorrentes do processo da combusto;

    aumento do potencial corrosivo de um incndio;

    maior probabilidade da ocorrncia de flashover e backdrafts;

    aumento considervel no nmero de acidentes nos incndio em decorrncia da fumaa e

    resduos txicos produzidos.

    As brigadas de combate a incndio so grupos organizados de pessoas treinadas e capacitadas

    para atuar no combate a qualquer tipo de ocorrncia anormal, seja vazamento de combustvel,

    incndio, resgate de acidentados em locais de difcil acesso e prestao de primeiros socorros

    bsicos dentro da sua unidade operacional.

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    1. RESPONSABILIDADE DO BRIGADISTA

    No Brasil, os requisitos do curso de formao de Brigada de Incndio seguem as diretrizes da

    NBR 14276/06, cujo objetivo estabelecer condies mnimas para a composio, formao,

    implantao e reciclagem das Brigadas de Incndio, preparando-as para atuar na preveno e no

    combate ao incndio visando proteger a vida e o patrimnio, bem como reduzir as conseqncias

    sociais do sinistro e dos danos ao meio ambiente. Possui o respaldo tcnico da NR 23 - Proteo

    contra Incndio, regulamentada atravs da Portaria 3214/78 do Ministrio do Trabalho e

    Emprego.

    O nmero de componentes de Brigada de Incndio varia de acordo com o grau de risco da

    planta.

    A ao imediata das equipes de brigada, salvando vidas e protegendo o patrimnio, resultado

    de um intenso programa de treinamento, que proporciona conhecimentos e habilidades para a

    atuao no controle de vrios sinistros. importante que a equipe de brigada alm dos exames

    mdicos peridicos, tenham um bom condicionamento fsico, necessrio para o desempenho de

    suas atividades. Outra prtica eficiente so os exerccios simulados peridicos, onde feita uma

    espcie de ensaio das estratgias e tticas usadas para manter a equipe de brigada em

    condies de uma atuao eficaz durante uma possvel emergncia.

    Segundo a Norma ABNT NBR 15219:2005 - Plano de Emergncia Contra Incndio, o plano de

    emergncia tem o objetivo de proteger a vida e o patrimnio, bem como reduzir as conseqncias

    sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente. Portanto este plano deve ser elaborado pela

    empresa, prevendo recursos humanos e materiais necessrios para controle de possveis

    sinistros. O plano de emergncia contra incndio deve fazer parte dos treinamentos da equipe de

    brigada.

    As Normas Regulamentadoras (NRs) relativas segurana e medicina do trabalho so de

    observncia obrigatria pelas empresas privadas e pblicas e pelos rgos pblicos da

    administrao direta e indireta. A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) o rgo responsvel

    pela fiscalizao do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurana e

    medicina do trabalho.

    Da NR-23 Proteo contra Incndio, extramos:

    Disposies gerais

    Todas as empresas devero possuir:

    Proteo contra Incndio;

    Sadas suficientes para a rpida retirada do pessoal em servio, em caso de incndio;

    Equipamento suficiente para combater o fogo em seu incio;

    Pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos;

    Em hiptese alguma as portas de emergncia devero ser fechadas pelo lado

    externo, mesmo fora do horrio de trabalho.

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    Item 23.8.4 Nas fbricas que mantenham equipes de bombeiros, os exerccios devem se

    realizar periodicamente, de preferncia, sem aviso e se aproximando o mais possvel das

    condies reais de combate ao incndio.

    Item 23.8.5 As empresas que no tem equipe de brigada devem ter pessoas treinadas e

    capacitadas para atuar no combate a qualquer tipo de ocorrncia anormal, seja vazamentos

    de combustveis, incndios, resgate de acidentados em locais de difcil acesso e prestao de

    Primeiros Socorros.

    Principais Atribuies da Brigada de Incndio

    Atuar de forma permanente na preveno;

    Saber qual a sua funo no Plano de Emergncia contra Incndio no seu local de trabalho;

    Participar da avaliao e controle dos riscos existentes no seu local de trabalho;

    Inspecionar os equipamentos de combate a incndio e emergncia;

    Manter rotas e escadas de fuga desobstrudas;

    Participar dos exerccios simulados;

    Durante uma emergncia, aplicar os conhecimentos adquiridos durante os treinamentos de

    adestramento, conforme o plano de emergncia da unidade operacional;

    Em caso de sinistro, o Corpo de Bombeiros e/ou outros rgos oficiais locais, como Defesa

    Civil, devem ser acionados imediatamente, preferencialmente pelo lder ou coordenador da

    brigada;

    Recepcionar a equipe dos Bombeiros ou outros rgos oficiais acionados, fornecendo as

    informaes necessrias e apoio operacional.

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    2. TEORIA DO FOGO

    Fogo uma reao rpida de oxidao com desenvolvimento de luz e calor.

    Oxidao uma reao qumica e orgnica complexa, envolvendo oxignio ou outro agente

    oxidante, resultando na formao de mais compostos estveis. Matrias orgnicas so

    substncias que contm carbono, que est presente em todas as plantas, animais e combustveis

    da classe dos hidrocarbonetos.

    Incndio quando o fogo foge ao controle do homem.

    Exploso um processo caracterizado por sbito aumento de volume das chamas e grande

    liberao de energia, geralmente acompanhado por altas temperaturas.

    2.1.Tringulo do Fogo

    O fogo ocorre sempre que houver a unio entre calor, oxignio e

    combustvel em propores adequadas.

    Convencionou-se representar os trs elementos sob a forma de um

    tringulo.

    A seguir trataremos de cada um dos vrtices do tringulo:

    Calor: forma de energia que se transfere de um corpo para outro, quando h entre eles diferena

    de temperatura.

    Oxignio: o elemento que sustenta e alimenta o fogo. A concentrao de O2 na atmosfera de

    21%.

    21% a 12% O2 queima completa (menos resduos)

    12% a 6% O2 queima incompleta (mais resduos)

    6% a 0% O2 no h combusto

    Combustvel: todo o elemento suscetvel a combusto e compreende praticamente todos os

    materiais que nos cercam e apresentam-se nos trs estados fsicos da matria.

    slido lquido gasoso

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    Tetraedro do Fogo

    conseqncia do Tringulo do Fogo. A reao em cadeia s acontece enquanto a combusto

    se mantm. Ela torna a queima auto-sustentvel. O calor irradiado das chamas atinge o

    combustvel e este decomposto em partculas menores que se combina com o oxignio e

    queima irradiando outra vez o calor para o combustvel, formando um ciclo constante. O tetraedro

    do fogo representado pelas faces combustvel, oxignio, calor e reao em cadeia.

    Limites de Explosividade / Inflamabilidade

    No caso de gases ou vapores que formam mistura inflamvel com ar ou oxignio, h uma

    concentrao mnima de vapor ou gs no ar que, havendo contato da mistura com uma fonte de

    ignio, no h propagao da chama (Mistura Pobre).

    H tambm uma proporo mxima de vapor ou gs no ar, acima da qual a propagao da

    chama no ocorre (mistura rica).

    Quando os trs elementos (combustvel, oxignio e calor) esto em propores ideais,

    chamamos de mistura ideal.

    Chamam-se limite inferior e superior de explosividade ou inflamabilidade essas concentraes-

    limite, entre as quais a mistura dita explosiva ou inflamvel. Essas misturas so usualmente

    expressas em termos de percentagem em volume de gs ou vapor no ar.

    Em outros termos, uma mistura abaixo do limite inferior de inflamabilidade demasiada "pobre"

    para queimar ou explodir. Uma mistura acima do limite superior de inflamabilidade demasiada

    rica" para queimar ou explodir.

    A chama s ocorre quando os trs elementos esto na proporo ideal.

    Os valores dos limites de inflamabilidade so referentes presso atmosfrica e temperatura

    normal, a no ser quando indicados de outra maneira.

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    ACETILENO

    100% AR

    100% ACETILENO

    0% AR

    0% ACETILENO

    MISTURA IDEAL/MISTURA INFLAMVEL

    MIS

    TU

    RA

    PO

    BR

    E

    MISTURARICA

    98%

    2%LIE

    80%

    20%

    LSE

    Formao do Fogo

  • 11

    2.2.Caractersticas dos Combustveis

    A NR-20 (Lquidos Combustveis inflamveis) nos fornece algumas definies importantes:

    Lquido combustvel: todo aquele que possui ponto de fulgor igual ou superior a 70C e inferior

    a 93,3C, sendo considerado lquido combustvel classe III.

    Lquido inflamvel: todo aquele que possui ponto de fulgor inferior a 70C e presso de vapor

    que no exceda 2,8 kg/cm a temperatura de 37,7C.

    Quando o lquido inflamvel tem o ponto de fulgor abaixo de 37,7C classificado como lquido

    combustvel de classe I. Quando o lquido inflamvel tem o ponto de fulgor superior a 37,7C e

    inferior a 70C se classifica como lquido combustvel de classe II.

    Nota: Ponto de fulgor ou flash point a menor temperatura na qual um material libera molculas

    suficientes para gerar um instante de ignio semelhante a um relmpago.

    Ponto de Fulgor

    a menor temperatura na qual o combustvel desprende vapores inflamveis que, em mistura

    com o ar, se inflamam na presena de uma fonte externa de calor, sem manter a combusto

    (flash point).

    Ponto de Combusto

    a menor temperatura na qual o combustvel desprende vapores inflamveis que, em mistura

    com o ar e em contato com uma fonte externa de calor, inflama-se, mantendo a continuidade da

    combusto.

    Temperatura de Auto-Ignio

    a menor temperatura na qual os vapores emanados do combustvel, em presena do ar

    atmosfrico, inflamam-se, mesmo sem a presena de uma fonte externa de calor.

    Combustvel Ponto de Fulgor

    Ponto de Combusto

    Ponto de Auto-Ignio

    Faixa Inflamabilidade

    Gasolina -43 C -41 C 280 C 1,4 a 7,6

    leo lubrificante 180 C 183 C 417 C no informado

    leo diesel

    terrestre 38 C 41 C 257 C no informado

    Querosene

    comum 64 C 67 C 254 C 0,7 a 5

    2.3.Classificao dos Incndios

    Segundo os especialistas em combate a incndio, necessrio classificar o fogo, tanto na

    proporo como em relao ao combustvel envolvido, a fim de que se defina o agente extintor

    mais eficiente.

  • 12

    Quanto proporo, os incndios so classificados levando em considerao o poder de

    destruio e os recursos necessrios para seu fim. A saber:

    Princpio de incndio: nesta fase a gravidade baixa, portanto o combate pode ser efetuado

    com extintores portteis. Normalmente, o princpio de incndio ocorre quando h falha no

    comportamento prevencionista (fogo em trapos, pequenas poas de leo, lixeira, ventiladores,

    etc).

    Pequeno incndio: esta fase exige material e pessoal treinado para extino do fogo. O risco de

    propagao baixo

    Mdio incndio: o risco de propagao grande, se no for combatido por pessoas treinadas e

    equipamentos adequados. Exemplo: fogo em mquinas e equipamentos, oficinas, lojas,

    escritrios e automveis.

    Grande incndio: oferece um elevado risco de propagao e grande risco de destruio. H

    necessidade de ao de vrios profissionais do fogo, utilizando equipamentos especiais.

    Exemplo: incndios em planta de processo, edifcios, shoppings, cinemas, postos de gasolina,

    etc.

    Quanto ao combustvel envolvido, os incndios sero combatidos atravs de agente extintor

    apropriado. Para isto, os incndios so classificados, conforme a NR-23, em quatro grupos

    distintos, o que facilita sua extino, principalmente na fase inicial do incndio, atravs de

    extintores portteis. As classes so A, B, C e D.

    3.FONTES DE IGNIO

    importante efetuar a anlise das fontes de ignio presentes (ou que possam vir a existir) no

    local.

    As fontes de ignio, facilmente identificveis, so eventuais pontos aquecidos e equipamentos

    eltricos centelhantes. Porm, h uma lista considervel de dispositivos que podem fazer a

    ignio de uma atmosfera explosiva. Alguns, no entanto, escapam anlise do projetista da

    instalao. Abaixo, segue uma apresentao sucinta das fontes de ignio provavelmente

    encontradas nas reas classificadas industriais.

    Superfcies Quentes

    Essas fontes de ignio surgem das perdas trmicas do sistema produtivo, das mquinas

    pertencentes aos sistemas industriais em operao normal. Exemplos tpicos so os

    aquecedores de processo (a gs ou eltricos) e os trocadores de calor. Geralmente essas

    temperaturas podem ser controladas. Porm, importante analisar as conseqncias em caso

    de anormalidade no funcionamento, como, por exemplo, uma sobrecarga nos rolamentos de

    grandes mquinas.

  • 13

    Centelhas Geradas por Atrito

    Equipamentos de corte podem gerar centelhas em determinadas situaes previstas nas

    condies normais de funcionamento. Portanto, sua instalao deve ser evitada em reas

    classificadas, e analisada em caso de falhas mecnicas, como quebra de peas devido a atrito

    excessivo (falha na lubrificao, por exemplo).

    Arcos Eltricos e Raios

    Geralmente possuem energia suficiente para inflamar uma atmosfera explosiva. Por esta razo,

    merecem a adoo de medidas adequadas no projeto da unidade.

    Eletricidade esttica

    Independentemente da existncia de tenso no sistema eltrico, centelhas podem ocorrer devido

    eletricidade esttica. A energia acumulada pode ser liberada na forma de uma centelha e, desta

    forma, inflamar uma atmosfera explosiva. Cabe ressaltar que essa energia pode estar acumulada

    em equipamentos no eltricos existentes no local, o que exige uma acurada avaliao.

    Por isso, um sistema de equipotencializao adequado deve ser previsto na planta industrial.

    Energias Radiantes

    Nesta categoria, esto includos os sistemas ultra-snicos, radiaes eletromagnticas e

    radiaes ionizantes. Equipamentos ou sistemas que utilizam essas energias devem ser

    monitorados para que possam operar com segurana em reas classificadas.

    Outras fontes de ignio podem ocorrer em ambientes industriais. Desta forma, importante

    realizar um estudo adequado de classificao de reas como ponto de partida para uma

    instalao eltrica segura nas indstrias que processam substncias inflamveis.

    Reao qumica exotrmica: ocorre em decorrncia da incompatibilidade no manuseio e

    estocagem de produtos qumicos.

  • 14

    4. PROPAGAO DO FOGO

    A conduo de calor de qualquer corpo depende apenas da sua massa e das suas caractersticas

    fsicas. O calor percorre todo o corpo e transmite-se a outros corpos que estejam em contato com

    este ou na sua proximidade.

    O calor nos incndios um dos elementos essenciais para a combusto. tambm um dos

    fatores que mais dificulta a ao do brigadista durante o combate ao incndio. Por isso conhecer

    seus efeitos e forma de propagao, so fatores essenciais para o combate e preveno.

    Alguns especialistas explicam que o calor uma energia trmica em trnsito, entre corpos ou

    sistemas, decorrentes apenas da existncia de uma diferena de temperatura entre eles. Como

    conseqncia do aumento da intensidade do calor nos corpos, estes podero apresentar

    sucessivas modificaes, inicialmente fsicas e posteriormente qumicas. Por exemplo: ao se

    aquecer um pedao de ferro, inicialmente a temperatura aumenta, em seguida o volume;

    continuando o aquecimento o ferro troca de cor, perde a forma inicial, at atingir seu ponto de

    fuso (quando se transforma em lquido), continuando o aquecimento ele se gaseifica e, em

    contato com o oxignio ambiente, os vapores queimam, transformando-se em outra substncia.

    O calor pode ser produzido das seguintes formas:

    pela transformao da energia mecnica em energia calorfica, como acontece quando

    friccionamos um corpo sobre o outro, e/ou quando h presso e/ou choque;

    pela transformao de energia eltrica em energia calorfica, como acontece na passagem de

    uma corrente eltrica atravs de um corpo;

    pela transformao da energia qumica em energia calorfica, atravs das reaes

    endotrmicas e exotrmicas.

    O calor passa de um corpo para outro de trs maneiras diferentes:

  • 15

    Conduo

    O calor se propaga de um corpo para outro, por contato

    direto ou de um condutor intermedirio. O calor se

    transfere atravs de materiais slidos. Os lquidos e os

    gases so maus condutores de calor devido a

    movimentao relativa das molculas.

    Radiao

    A energia do calor transmitida atravs da atmosfera em

    linhas retas atravs do espao. Por exemplo: a energia do

    Sol (chega at de carona) nas ondas eletromagnticas.

    Conveco

    Processo de troca de calor que ocorre entre os lquidos ou

    gases. Neste caso o calor transportado de um lugar para

    o outro atravs do movimento de quantidades de matria.

    O que acontece que partes do lquido se movimentam

    dentro do recipiente (a parte mais quente sobe e a mais

    fria desce) fazendo com que a energia dentro do recipiente

    seja distribuda e quanto aos gases aquecidos, sua

    tendncia subir, provocando novos focos de incndio.

    Exemplos: dutos de ventilao, poos de elevador,

    escadas.

  • 16

    5. CLASSES DE INCNDIO

    As substncias combustveis so agrupadas nas classes a seguir:

    Classe A - Material slido que deixa resduo (papel, tecido,

    madeira).

    Classe B - Lquidos e gases inflamveis

    Classe C - Equipamento eltrico energizado.

    Classe D - Metais Inflamveis Puros no estado de p

    finssimo (magnsio, sdio, titnio).

    O material de classe D pode ser encontrado em abundncia nos helicpteros (tambm as classes

    A, B e C). Esses materiais so usados na fabricao da aeronave em funo da leveza e

    durabilidade. Na ocorrncia de um sinistro, o combate eficaz exige conhecimento e habilidade da

    equipe.

    A ttulo de informao, listamos abaixo partes da aeronave onde esto localizados os elementos

    com material classe D:

    magnsio e ligas de titnio: motor, caixa de transmisso.

    alumnio: fuselagem da aeronave.

    titnio: escapamento do motor.

    kevlar: cauda, ps, fuselagem.

  • 17

    6. PREVENO DE INCNDIO

    Preveno de incndio o conjunto de medidas que limitam a probabilidade de que um incndio

    tenha incio.

    Para que a preveno de incndios seja bem sucedida, preciso, antes de tudo, ter

    comportamento prevencionista e esprito de colaborao.

    Deve-se adotar medidas de preveno que atuem sobre um ou mais componentes do tringulo

    do fogo para evitar o incio do incndio ou da exploso.

    A atuao sobre o combustvel poder ser feita por intermdio de:

    Substituio ou diluio do combustvel para reduzir sua periculosidade, sempre que possa

    cumprir a mesma funo.

    Limpeza de derrames e restos de combustveis; armazenamento em lugar isolado e protegido;

    utilizao de recipientes seguros e bem fechados; realizao de transferncia em condies de

    segurana; emprego de Permisso para Trabalhos Especiais em instalaes ou equipamentos

    que tenham contido produtos inflamveis; exausto localizada e ventilao geral na presena

    de focos que possam gerar incndios ou exploses; e tratamento ou revestimento anti-chamas

    para evitar a propagao.

    A atuao sobre o comburente (oxignio), para torn-lo sem efeito, s pode ser feita em casos

    determinados, como por exemplo, a soldagem de um recipiente ou tubulao que ainda contenha

    restos de um lquido inflamvel, mediante inertizao com vapor ou com nitrognio, dependendo

    do recipiente e combustvel existente com nitrognio ou esgotamento (transbordar o recipiente)

    ou encher o recipiente com gua.

    A atuao sobre as fontes de ignio pode ser feita mediante proibio de fumar; localizao

    externa de instalaes geradoras de calor; instalaes eltricas protegidas; e o uso de

    ferramentas anti-fasca em locais de risco de incndios e exploses etc.

    importante seguir os procedimentos de segurana e atender as recomendaes da Anlise de

    Perigo.

  • 18

    Principal Causa de Incndio

    Podemos afirmar com segurana, que o mais eficiente mtodo de combater incndios evitar

    que eles tenham incio. A maioria das ocorrncias de fogo derivada de falha humana: no

    observncia dos cuidados na utilizao do material, manuteno deficiente dos equipamentos e

    desconhecimento dos procedimentos de segurana, no seguir procedimentos operacionais etc.

    Fogo ou exploso podem ser os grandes perigos potenciais durante servios de manuteno, que

    podem destruir armazns, equipamentos e, em casos extremos, causar a perda da instalao e

    de vidas. O combate a grandes incndios difcil e pode ser um desafio de alto risco para as

    brigadas, considerando que seus componentes no so bombeiros em tempo integral. Com bons

    sistemas de preveno de incndios, treinamento e exerccios, esses riscos e dificuldades podem

    ser enormemente reduzidos e quase eliminados. Se voc quer manter seu trabalho e sua casa

    intactos, ento gerencie os riscos de incndio pela adoo do sistema correto de preveno de

    fogo, colocando em prtica o plano/controle do fogo atravs de treinamentos e exerccios

    regulares. A teoria da combusto e a propagao do fogo devem ser entendidas. A preveno de

    incndio em uma instalao deriva do entendimento destes conceitos, bem como a questo de

    cuidado, bom senso e boa manuteno das instalaes.

    Estratgia de Combate

    Considerando-se que na prtica, a ecloso de um incndio em uma rea industrial ou residencial

    no pode ser definitivamente impedida.

    A preveno adequada de incndio deve incluir utilizao de equipamentos de boa qualidade,

    manuteno constante nas instalaes, evitar sobrecarga em equipamentos a limitao da

    presena de materiais combustveis, bem como o controle daqueles que podem ser introduzidos

    para o atendimento de determinadas convenincias ou exigncias do servio.

    Dinmica de um Incndio

    Durante ocorrncia de incndios, possvel observar algumas fases que, se no iniciado o

    combate, podem tornar-se verdadeiras catstrofes. Normalmente, durante um sinistro envolvendo

    incndio, as principais fases observadas so:

    Fase

    Inicial

    Quando o fogo comea, normalmente por falta de preveno e adoo de

    medidas de controle, falhas de manuteno, sobrecargas de equipamentos e

    falhas de anlise de risco.

  • 19

    2 Fase

    Fogo est se desenvolvimento em determinado equipamento, local ou

    sistema restrito. Nesta fase indica que houve falha no combate inicial que

    poderia ser local ou distncia. Dependendo do tipo e da quantidade de

    combustveis disponveis, o incndio poder desenvolver-se muito rpido,

    dificultando o controle, desencadeando a necessidade de envolver muitos

    recursos e equipamentos especiais para o combate.

    3 Fase

    Fase total do incndio. Neste momento, a preveno falhou totalmente, tanto

    pelas pessoas presentes no local, como pelos equipamentos de deteco,

    alarme e combate. Dependendo dos tipos de combustveis presentes no local

    ou proximidades, comea a reao simultnea, liberando vapores e

    inflamando-se em seguida, alterando em alguns casos a classificao inicial

    do fogo, transformando-se em um grande incndio, com grande poder de

    destruio, tanto do patrimnio, como de vidas humanas. Da a importncia

    de pessoas capacitadas e treinadas, e da existncia de bons equipamentos

    de deteco e combate eficientes que possam neutralizar estes tipos de

    incndio.

    4 Fase

    Fase de Combate. Aps ser detectado o fogo, atravs de observao local ou

    sistema fixo de alarmes, entra em ao o conhecimento e habilidade do

    observador ou equipe (grupo de ao), pronta para agir e controlar o sinistro.

    importante que, ao iniciar o combate, seja acionado o sistema de alarme e

    que seja informada a ocorrncia aos rgos competentes, como Corpo de

    Bombeiros e Defesa Civil, para que outras medidas de controle paralelo ao

    combate sejam seguidas, evitando sua propagao e prestando assistncia

    aos envolvidos.

    5 Fase

    Fase de diminuio da intensidade do fogo independente da ao da 4 fase.

    A extino do fogo ocorre aps o consumo de material combustvel,

    deficincia de O2 no local ou atravs de ao de bloqueio do prprio

    equipamento.

  • 20

    7. MTODOS DE EXTINO

    A extino do fogo conseguida pela remoo de qualquer dos quatro componentes do fogo pelo

    resfriamento, abafamento, isolamento, quebra da reao em cadeia ou qualquer combinao

    destas. Como mostrado abaixo, o componente removido depende do tipo de agente extintor

    empregado.

    Mtodo Agente Extintor Representao

    Resfriamento (remoo do calor)

    O resfriamento exige a aplicao de algo que absorva o

    calor. Embora existam outros meios, a gua o mais

    comum dos meios de resfriamento.

    gua

    Espuma

    Abafamento (remoo do oxignio)

    O oxignio pode ser removido de um fogo se este for

    coberto por um cobertor molhado, por terra ou areia, ou

    ainda com espuma mecnica. Alguns gases mais

    pesados que o ar, tal como o dixido de carbono,

    podem ser usados para cobrir o fogo, evitando que o

    oxignio entre em contato com o mesmo.

    CO2

    P Qumico

    Espuma

    gua

    Isolamento (remoo do combustvel)

    Geralmente a remoo do combustvel de um incndio

    difcil e perigosa, mas h excees. Os tanques de

    armazenagem de lquidos inflamveis podem ser

    arranjados de tal forma que seu contedo possa ser

    bombeado para tanques vazios e isolados em caso de

    incndio. Quando gases inflamveis pegam fogo ao

    serem transportados por uma tubulao, o fogo se

    extinguir se este fluxo for interrompido pelo

    fechamento de uma vlvula.

  • 21

    Quebra da reao em cadeia

    Estudos feitos em anos recentes indicam que a

    conhecida afirmao "Remover o calor, remover o

    oxignio ou remover o combustvel para extinguir um

    fogo" no se aplica quando o p qumico seco

    usado como agente extintor. Este agente desativa

    produtos intermedirios da reao qumica,

    resultando da no rompimento da cadeia e assim,

    interrupo da combusto. Caso no seja adotado

    um dos processos anteriores poder haver nova

    combusto.

    P qumico Seco

    8. AGENTES EXTINTORES

    gua: principal agente extintor, encontrado com facilidade, age por resfriamento e

    abafamento;

    Dixido de Carbono (CO2): gs inodoro, incolor, anti-corrosivo, no condutor de eletricidade e

    facilmente disponvel no mercado. O CO2 extingue o fogo pela reduo do oxignio existente no

    ambiente; age por abafamento e resfriamento.

    Espuma Mecnica: formada por pequenas bolhas aderentes entre si, constituindo um verdadeiro

    cobertor que se estende sobre a superfcie do lquido inflamvel, impedindo o suprimento de

    oxignio para continuar a combusto. Para formao de espuma mecnica so necessrios

    equipamentos portteis tais como: esguicho lanador de espuma, proporcionadores de linha com

    tubo pescante e bombonas com LGE Lquido Gerador de Espuma. Existem sistemas fixos

    instalados em unidades industriais, cmaras de espuma, formados por canho monitor e tanque

    com LGE. Age por abafamento e resfriamento;

    P Qumico: Pode ser bicarbonato de sdio, potssio ou monofosfato de amnia. Agem atravs

    da quebra da reao em cadeia e por abafamento;

    Halon: extingue o fogo pela reduo do oxignio existente no ambiente. Apesar de ser um agente

    extintor eficiente, no est mais sendo usado nos novos projetos de sistemas de incndio, em

    razo do efeito nocivo a camada de oznio (Protocolo de Montreal). A comercializao do halon

    est proibida no Brasil, desde 2000 atravs da Resoluo CONAMA 267.

    FM 200 (gs heptafluoropropano): descrito como o mais eficiente substituto do Halon. Ativo

    contra o fogo, mas inerte para o meio ambiente e pessoas, o FM-200 mantido sobre presso

    como um lquido, o que minimiza o espao de armazenagem. liberado como um gs, de modo

    a cobrir todos os pontos da rea protegida.

  • 22

    Water Mist: um sistema de distribuio conectado a uma fonte de suprimento de gua

    desminerazlizada, equipado com um ou mais aspersores, capazes de fornecer gua atomizada

    para controlar,suprimir ou extinguir um incndio.

    A gua atomizada corresponde a nvoa dagua na qual 99% do volume total de gua saindo dos

    aspersores formada de gotas com uma dimetro menor que 1000 micra, na presso mnima de

    operao do aspersor.

    Esse sistema apresenta os seguintes aspectos positivos:

    seguro para as pessoas e para o meio ambiente;

    adequado para uso em compartimentos de mquinas;

    fornecido como uma unidade autnoma e compacta, montada sobre um skid;

    requer quantidade reduzida de gua para o combate a incndio;

    no requer cuidados especiais com a estanqueidade do compartimento;

    eficaz mesmo quando aplicado em ambientes com as portas parcialmente abertas.

    Embora o sistema de asperso de gua atomizada oferea excelente controle do incndio, nem

    sempre garante sua extino. Pequenos e obstrudos focos de incndio podem requere

    interveno da Brigada de Incndio de modo a atingir completa extino.

  • 23

    9. EQUIPAMENTOS DE PROTEO

    Equipamento de Proteo Individual

    Conforme a NR-06 define, EPI todo dispositivo ou meio de uso pessoal, destinado a preservar

    e proteger a integridade fsica do empregado durante o exerccio do trabalho contra as

    conseqncias resultantes do acidente do trabalho.

    A utilizao do EPI no significa que a pessoa possa

    diminuir seu alerta com relao sua prpria segurana

    nem que os riscos esto eliminados. Ele apenas fornece

    proteo limitada em caso de acidentes.

    O EPI deve ser do tipo e padro aprovados pela

    autoridade competente. Uma grande variedade de

    equipamentos est disponvel e essencial que nenhum

    item seja pedido ou recebido sem que seja apropriado

    para o trabalho especfico.

    As instrues dos fabricantes devem ser mantidas junto

    ao equipamento e consultadas para fins de uso ou

    manuteno. A eficincia do EPI no depende apenas do seu projeto, mas tambm de sua

    manuteno e bom estado. Todos devem ser treinados sobre o uso do EPI e alertados sobre

    suas limitaes. As pessoas que usam estes itens devem verific-los sempre antes do uso.

    Obrigaes dos empregadores

    Fornecer, gratuitamente, aos empregados os EPIs necessrios

    em perfeito estado de conservao e funcionamento e Instruir os

    empregados e trein-los para esse fim.

    Obrigaes dos empregados

    Usar obrigatoriamente o EPI indicado apenas para a sua

    finalidade.

    Responsabilizar-se pela guarda e conservao do seu EPI.

    Comunicar alteraes no EPI, que o torne parcial ou totalmente danificado.

    Responsabilizar-se por danos ou uso inadequado do EPI, bem como seu extravio.

    9.1 Roupas Especiais para Combate a Incndio

    Durante atividade de combate a incndio, os brigadistas devem utilizar roupa de proteo

    composta de:

    Balaclava:

  • 24

    Composio Capuz em malha, simples ou dupla.

    Caractersticas:

    proteo total da cabea, pescoo, ombros, contra chama direta e calor irradiado;

    abertura total (olhos, nariz, boca), para pe rmitir acoplagem de equipamento autnomo de ar;

    tamanho nico;

    cor crua.

    Capa / Jaqueta (Conjunto de aproximao e Combate a Incndio):

    Composio Camada externa fixa, em tecido composto por 93% de meta-

    aramida, 5% para-aramida, 2% fibra anti-esttica, resistente a chama e abraso,

    com tratamento de hidrorepelente. Possui fechamento frontal duplo, gola forrada e

    fecho em velcro, composta de multicamadas de tecido, com faixas refletivas

    aplicadas.

    Obs.: Tanto para capa/jaqueta quanto para cala, as camadas de proteo se

    apresentam da seguinte forma:

    1 camada externa 100% fibra com acabamento de teflon repelente a gua;

    2 camada intermediria lmina de poliuretano impermevel;

    3 camada interna mescla de fibras (anti-chamas) e viscose.

    Cala

    Composio composta de multicamadas, sem braguilha e com elstico na parte traseira da

    cintura, com faixas refletivas aplicadas.

    Caractersticas da Roupa de Bombeiro

    impermeabilidade;

    barreira antivapor: tem como funo bsica no permitir que os vapores de gua entrem em

    contato com a pele ocasionando queimaduras;

    barreira trmica: isola termicamente o usurio mantendo a temperatura corporal estvel;

    design: permite alta flexibilidade de movimentos;

    conforto trmico;

    tecido antichama;

    faixas refletivas: proporcionam maior segurana e visualizao do profissional.

  • 25

    Luvas

    Composio Em couro trmico, possui dorso sem emendas, tira de reforo do

    mesmo material entre os dedos polegar e indicador, punho de 10cm em malha,

    com protetor de artrias em couro trmico e forrao interna.

    Caractersticas:

    no permite a passagem de vapor, dando maior conforto ao usurio;

    mantm a integridade fsica sem provocar excesso de transpirao;

    resistente alta temperatura;

    tamanho nico.

    Capacete

    Composio casco externo moldado em material ignfugo, reforado em para-

    aramida. Seu acabamento superficial deve ser liso e brilhante. Tendo viseira, esta

    constituda de policarbonato de 3,0 mm de espessura.

    Casco interno: dever ser constitudo em espuma de alta densidade, resistente a

    impacto, encapsulado em plstico, com tratamento retardante a chama.

    Carneira constituda de forma que permita o ajuste do permetro da cabea pelo

    sistema de catraca.

    Caractersticas:

    proteger a cabea e a face do brigadista;

    permitir escoamento da gua;

    permitir a manuteno de todos os movimentos naturais;

    possibilitar o uso de viseiras e EPR;

    permitir substituio de seus componentes de ajuste por serem de fcil manuseio;

    propiciar o ajuste sem a necessidade de remoo do capacete da cabea, por meio do

    sistema de catraca;

    proteger a nuca.

    Bota

    Composio constituda em borracha natural vulcanizada, de cor preta com uma

    faixa amarela tambm em borracha natural de aproximadamente 15 mm,

    envolvendo toda borda da bota com o solado.

    Deve seguir as recomendaes: altura do cano 350 mm contados da palmilha na

    regio do tornozelo at a borda do cano. Revestido internamente em tecido.

  • 26

    Caractersticas:

    suporte lateral no permitindo deformaes;

    apresenta uma proteo de tbia na parte frontal do cano;

    resistente a choque eltrico;

    dotada de duas alas laterais para facilitar o calamento;

    forro laminado com tratamento anti-fungo;

    desenho antiderrapante;

    padro de conforto, seguido o contorno anatmico da perna.

    Roupa Aluminizada

    Esta roupa confeccionada com amianto aluminizado, proteo mxima em ares com

    presena de chamas ou com altas temperaturas.

    Equipamentos Portteis de Combate a Incndio

    A no ser em condies de grandes incndios ou exploses, a maioria dos incndios comea

    relativamente pequena e pode ser controlada pelo uso de extintor manual. importante,

    entretanto, que todo empregado esteja familiarizado com os extintores e equipamentos de

    combate distribudos na instalao de acordo com o risco.

    9.2.Extintores

    Extintores de incndio so equipamentos portteis cujo objetivo combater princpios de

    incndio, de acordo com o combustvel que est sendo queimado, portanto no serve para

    incndio j caracterizado.

    Para serem vlidos, os extintores devem:

    estar prontamente disponveis e visveis;

    ser apropriados ao risco que cobrem;

    ser fceis de operar;

    ser mantidos em perfeito estado de funcionamento.

  • 27

    Extintor de gua Pressurizada

    Contedo gua pressurizada com nitrognio

    Extingue o fogo por Resfriamento

    Usado em incndios Classe A

    Operao

    verificar manmetro;

    conduzir o extintor pela ala de

    transporte;

    retirar o pino de segurana;

    testar a operao apertando o gatilho;

    dirigir o jato para a base do fogo;

    pode ser usado intermitentemente.

    Extintor de gua a Pressurizar

    Contedo gua pressurizada com CO2

    Extingue o fogo por Resfriamento

    Usado em incndios Classe A

    Operao

    conduzir o extintor pela ala de

    transporte at as proximidades do foco

    de fogo;

    retirar o lacre de segurana;

    abrir a ampola de gs propelente (co2)

    segurar o mangote direcionando o jato

    de gua para a base do fogo;

    no pode ser usado intermitentemente.

    Extintor de Espuma Mecnica

    Contedo gua e Lquido Gerador de Espuma (LGE)

    Extingue o fogo por Abafamento e Resfriamento

    Usado em incndios Classe B

    Operao verificar o manmetro;

    conduzir o extintor pela ala de

    transporte at o foco de fogo;

    retirar o pino de segurana;

    testar a operao apertando o gatilho;

    dirigir o jato para uma antepara;

    pode ser usado intermitentemente.

  • 28

    Extintor de P Qumico Seco Pressurizado

    Contedo Bicarbonato de Sdio e Estearato

    pressurizado com Nitrognio

    Extingue o fogo por Quebra da Reao em Cadeia e

    secundariamente, Abafamento.

    Usado em incndios Classe B e C

    Operao verificar o manmetro;

    conduzir o extintor pela ala de

    transporte prximo do foco de fogo;

    retirar o pino de segurana;

    testar o extintor apertando o gatilho;

    dirigir o jato para a base do fogo em

    movimento de varredura;

    Extintor de P Qumico Seco a Pressurizar

    Contedo bicarbonato de sdio e estearato

    pressurizado com co2

    Extingue o fogo por quebra da reao em cadeia e

    secundariamente, abafamento.

    Usado em incndios classe b e c

    Operao

    abrir o gs propelente (co2) tendo o

    cuidado de prender o mangote na

    cavidade da ala de transporte,

    inclinando o cilindro de modo a se

    proteger do tampo;

    testar o extintor apertando o gatilho;

    dirigir o jato para a base do fogo em

    movimento de varredura.

  • 29

    Extintor ABC

    Contedo P ABC multiuso, contendo monofosfato de amnia

    Extingue o fogo por

    classe A: isolamento proporcionado pelo derretimento do agente sobre o combustvel;

    classe B: resfriamento e interrupo da reao em cadeia;

    classe C: abafamento e resfriamento rgido.

    Usado em incndios A, B, C.

    Operao

    retirar o pino de segurana para romper o lacre

    testar o extintor apertando o gatilho.

    aproximar-se do foco a favor do vento

    atacar a base do fogo movimentando o jato em forma de leque.

    Extintor de Dixido de Carbono (CO2)

    Contedo CO2 Lquido

    Extingue o fogo por Abafamento

    Usado em incndios Classe B e C

    Operao

    conduzir o extintor pela ala de

    transporte at o foco do fogo;

    retirar o pino de segurana;

    testar o extintor apertando o gatilho;

    dirigir o jato base do fogo sem

    movimento de varredura

  • 30

    P-50

    retirar a pistola e desenrolar mangote;

    abrir a vlvula do cilindro de nitrognio;

    no caso de extintor pressurizado, retirar o lacre;

    acionar o gatilho da pistola em direo base do fogo, fazendo movimentos rpidos de varredura;

    recomendvel que a utilizao seja por 2 pessoas.

    Vantagens dos Extintores Desvantagens dos Extintores

    Ao rpida

    So portteis

    Manuseio individual

    Localizao prxima aos locais de

    possveis riscos

    Curta durao

    Curto alcance

    No serve para todas as classes de incndio, exceto

    o extintor ABC

    No protege o usurio do calor irradiado.

    9.3.Mangueiras

    So equipamentos portteis normalmente utilizados no

    combate a incndio com utilizao de gua atravs do anel

    de incndio.

    O carretel de mangueira instalado para que seja possvel

    dar o ataque inicial ao fogo. Na presena do carretel, fica

    eliminada a necessidade de extintores portteis tipo gua.

    As mangueiras de incndio normalmente tm dimetro de

    1 ou 2, com aproximadamente 15 metros de

    comprimento e conexes de engates rpidos nas extremidades.

    So fabricadas atendendo padres conforme a ABNT 1186, e classificadas em cinco tipos

    conforme a caracterstica de construo e sua presso mxima de trabalho, a saber:

  • 31

    Tipo 1: construda com reforo txtil, presso de trabalho 10kgf/cm2, e destina-se a

    guarnecer edifcios de ocupao residencial.

    Tipo 2: construda com um reforo txtil, mais resistente, presso de trabalho

    14kgf/cm2, e destina-se a guarnecer edifcios comerciais, industriais e Corpo

    de Bombeiros.

    Tipo 3: construda com dois reforos txteis sobrepostos, presso de trabalho

    15kgf/cm2, e destina-se a guarnecer a rea de construo navais e industriais

    onde desejvel uma maior resistncia abraso e Corpo de Bombeiros

    Tipo 4: construda com um reforo txtil, acrescida de uma pelcula externa de

    plstico, presso de trabalho 14kgf/cm2, e destina-se a guarnecer rea

    industrial, onde desejvel uma maior resistncia abraso.

    Tipo 5: construda com um reforo txtil, acrescida de um revestimento externo de

    borracha, presso de trabalho 14kgf/cm2, e destina-se a guarnecer rea

    industrial, onde desejvel uma alta resistncia abraso e a superfcies

    quentes.

    Para armazenamento, quando no esto sendo usadas, as mangueiras devem ser recolhidas e

    acondicionadas nos seguintes mtodos:

    enrolados a partir do centro - mtodo marinha (americano)

    enroladas a partir da extremidade (Dutch rolled) - mtodo alemo

    em gomos (flaked) ou zig/zag (no usado na Petrobras).

    Algumas situaes podem causar danos mangueira:

    abraso - causada pelo arrastamento;

    movimentos bruscos - pressurizao ou fechamento rpido;

    mofo - causado pela umidade da mangueira antes do seu recolhimento;

    corrosivos (lcalis e cidos) - deteriorizao qumica da mangueira;

    impactos das conexes - metal macio.

    As mangueiras requerem cuidados bsicos, que asseguram que, no momento da emergncia,

    elas estejam adequadas para o combate:

  • 32

    a mangueira nunca deve ser "pressionada" por equipamento pesado;

    deve ser limpa aps o uso;

    guardada corretamente;

    armazenada em local seco e limpo;

    inspecionada regularmente quanto a mofo ou deteriorao;

    no devem ser arrastadas pelo cho desnecessariamente;

    as conexes no devem ser atiradas ou jogadas ao cho.

    Esguichos e Difusores

    Esguicho o termo aplicado ao componente montado na sada da mangueira. projetado para

    aumentar a velocidade, lanar e direcionar o jato d'gua para o fogo.

    O difusor a parte do esguicho que modifica o perfil do fluxo d'gua.

    Duas situaes demandam cuidados especiais no manuseio do esguicho so:

    Reao do jato:

    Quando a gua projetada pelo esguicho, uma reao igual e oposta ao jato se faz sentir,

    causando o recuo do esguicho em direo oposta ao fluxo. Portanto, a pessoa ou pessoas que

    estiverem segurando o esguicho, devem exercer esforo suficiente para anular este efeito.

    Golpe de Arete:

    Quando o fluxo de gua estancado subitamente pelo fechamento rpido do esguicho, ondas de

    choque so transmitidas ao longo da extenso da mangueira ou tubo. Isso pode resultar no

    enfraquecimento ou ruptura das mangueiras. Abertura rpida do hidrante para pressurizao em

    uma mangueira provoca chicoteamento.

  • 33

    Regulagem do Esguicho

    Jato d'gua o nome dado ao fluxo de gua lanado de um esguicho. O esguicho pode ser

    regulado para lanar gua em jato pleno (jato slido de gua) ou em neblina (fluxo d'gua

    consistindo formada por gotculas em ngulos de 30, 60 e 90.

    Jato Pleno Neblina

    S

    a

    m

    p

    l

    i

    n

    g

  • 34

    10. EQUIPAMENTOS FIXOS DE COMBATE A INCNDIO

    Todas as indstrias so providas de um sistema de combate a incndios com gua, que consiste

    de bombas, rede de incndio com hidrantes, mangueiras de incndio com unies e esguichos de

    jato pleno/neblina. A rede de incndio dispe de um nmero de hidrantes, de acordo com o risco

    e rea a ser protegida.

    H duas grandes vantagens em um sistema de proteo de incndio fixo. Primeiramente, ele

    normalmente ligado a um sistema de deteco de fogo e ser ativado automaticamente. Isso

    assegura resposta mais rpida possvel ao incndio, mesmo em reas onde geralmente no h

    ningum. Em segundo lugar, o incndio pode ser apagado sem o pessoal ter que entrar na rea

    envolvida.

    Os tipos de sistemas mais comumente encontrados nas indstrias so:

    rede de incndio e hidrantes.

    sprinklers.

    dilvio.

    canhes monitores de gua ou espuma.

    inundao total CO2/Halon/FM200/ECARO-25(Fe-25).

    espuma

    Estes sistemas iro operar automaticamente ou, se isso falhar, manualmente (com a exceo dos

    sprinklers, que h necessidade do rompimento do bulbo quartezide para liberar o spray).

    10.1.Hidrantes requisito estabelecido por lei que toda instalao guarnecida de

    pessoal seja provida de um circuito principal de suprimento de

    gua para incndio. Esse circuito permanentemente alimentado

    pelas bombas de incndio.

    Os bocais de sada dos hidrantes so estrategicamente

    posicionados nesse circuito especificamente para combate a

    incndios.

    10.2. Sprinklers O sistema de dilvio/sprinkler composto por tubulaes interligadas

    ao sistema fixo de combate a incndio localizado em reas

    classificadas de produo de leo, gs ou acomodaes e outros

    equipamentos. O suprimento de neblina de alta velocidade feito por

    uma rede de gua sob alta presso e pulverizadores de alta

    velocidade.

    Um sistema de sprinklers geralmente comandado por uma vlvula

    de governo e alarme, que em situao normal funciona como uma

  • 35

    vlvula de reteno. A partir do acionamento de um ou mais bicos de sprinklers, essa vlvula

    libera gua para o abastecimento da rede e, ao mesmo tempo, uma chave de fluxo acusa baixa

    presso na rede de incndio acionando alarme.

    Os sprinklers so hermeticamente vedados atravs de um bulbo de vidro chamado quartezide

    (tipo lmpada) que contm a quantidade de lquido e uma pequena bolha. medida que a

    temperatura aumenta, o lquido se expande e o tamanho da bolha diminui at que ele

    desaparea. quando o ambiente atinge a temperatura do referido bulbo instalado naquele local

    e este, explodindo, libera a passagem da gua; este sistema mantido pressurizado com baixa

    presso, com o rompimento do bulbo a presso do sistema diminui, fazendo com que a bomba de

    incndio entre em operao.

    Ajustando a composio do lquido (que no congela), as cabeas de tipo lmpada podem ser

    ajustadas para operar a qualquer temperatura. Como resultado, o lquido recebe um cdigo de

    cores que significam a temperatura de operao.

    Variao Sprinkler Cor do Bulbo Quartezide

    57C Laranja

    68C Vermelho

    79C Amarelo

    93C Verde

    141C Azul

    182C Malva

    204 a 260C Preto

    Para situaes de ocupao normal, a temperatura recomendada 68C (lquido vermelho).

    10.3.Sistema de Dilvio Os sistemas de dilvio utilizam basicamente projetores

    instalados em tubulaes secas, em que o fluxo de gua

    controlado manual ou automaticamente por uma vlvula de

    controle, disparada pela ativao de um detector de calor.

    Os projetores que descarregam jatos cnicos de gua

    nebulizada em mdia velocidade e em densidade uniforme,

    extinguem o incndio pelo processo de resfriamento e so

    denominados projetores. Estes sistemas so utilizados na proteo de equipamentos e reas

    classificadas tais como:

    equipamento de processo, tanques etc;

    compressores de gs;

    recipientes pressurizados;

    bombas e geradores;

    manifolds de leo e gs/tubulao.

  • 36

    10.4.Sistema de CO2

    O dixido de carbono (CO2) um gs inodoro, incolor, anti-corrosivo, no condutor de eletricidade

    e facilmente disponvel no mercado. O CO2 extingue o fogo pela reduo do oxignio existente no

    ambiente.

    Os sistemas de CO2 so normalmente recomendados para a

    proteo de reas desabitadas, devido ao risco potencial de

    asfixia, entretanto, podem ser utilizados em reas ocupadas,

    desde que haja sistema de bloqueio adequado para evitar

    descargas na presena de seres humanos. O CO2

    normalmente armazenado em cilindros de 45Kg. As reas

    protegidas por CO2 so providas de alarmes sonoros que so

    disparados normalmente entre 20 a 40 segundos antes do

    acionamento do sistema de CO2.

    importante que depois da descarga de CO2, mantenha-se as portas fechadas pelo mximo de

    tempo possvel (mnimo de uma hora). O pessoal que entrar na rea deve estar usando

    aparelhos respiratrios e estar ciente que um dispositivo de contagem de tempo geralmente

    acoplado ao sistema. Ele projetado para liberar o agente de extino durante um perodo de

    tempo e no todo de uma vez. Isso permite um nvel mnimo de concentrao de gs a ser

    sustentado.

    Uma vantagem do sistema de inundao total que no h necessidade de direcionar o gs, j

    que ele naturalmente permeia a rea.

    10.5.ECARO-25 ou FE-25

    agente extintor de incndio produzido pela Dupont. Absorve o calor gerado pelo fogo no nvel

    molecular, mais rpido do que o calor que pode ser gerado.

    Portanto o fogo no pode sustentar-se por si prprio, forma

    radicais livres que quimicamente interferem com a reao em

    cadeia do processo de combusto.

    considerado um agente limpo e altamente eficaz, seguro para

    as pessoas e equipamentos e para o meio ambiente. No ataca

    a camada de oznio, no condutor, no deixa resduo e pode

    ser usada em rea ocupada por pessoas.

  • 37

    10.6.Equipamento de Gerao de Espuma A extino de incndio normalmente obtida pelo uso de gua, devido as suas caractersticas de

    resfriamento. No entanto, com leo, que tem uma gravidade especfica menor, a extino eficaz

    pode ser alcanada abafando o combustvel com espuma, cortando desse modo o oxignio que

    alimenta o fogo.

    A eficcia dos lquidos geradores de espuma no combate a incndio pode se perder sem o uso

    de equipamentos adequados, tais como proporcionadores de linha, esguicho, canhes monitores,

    tubo pescante e esguichos lanadores. Eles permitem ao usurio uma rpida montagem,

    tornando o combate mais gil e eficiente. Existem sistemas fixos de espuma que utilizam canhes

    monitores fixos, alto-oscilantes e de controle remoto, vlvulas de controle, tanques com diafragma

    e sistema de presso balanceada para a proteo de todos os tipos de complexos industriais,

    instalaes offshore, navios, etc.

    LGE Lquido Gerador de Espuma do tipo sinttico (AFFF- Aqueaus Filme Forming Foam).

    Durante a formao da espuma sobre o lquido inflamvel, forma-se uma pelcula aquosa a partir

    da sua decomposio, a qual flutua sobre o combustvel, sendo responsvel pela extino do

    fogo e selagem dos vapores inflamveis. Este LGE destina-se ao combate a incndio de classe

    B, envolvendo derivados de petrleo como gasolina, querosene, diesel, naftas, nas propores de

    3% e 6%.

    Tipos de LGE

    LGE Protenico

    O LGE Protenico utilizado somente em combustveis de hidrocarboneto.

    Produz uma cobertura de espuma estvel e homognea que tem uma grande resistncia ao calor

    e caractersticas de drenagem. Tem baixo poder de extino, mas oferece boa resistncia

    reignio. Pode ser usado com gua doce ou salgada. Deve ser aspirado adequadamente e no

    deve ser utilizado em esguichos que no contenham estrutura para aspirao. Esse foi o primeiro

    tipo de espuma mecnica a entrar no mercado e tem sido utilizada desde a Segunda Guerra

    Mundial. produzida atravs da hidrlise de queratina granulada como tutano de boi, pena de

  • 38

    aves, etc. Em seguida, estabilizadores e inibidores so includos para prevenir corroso, resistir

    decomposio de bactrias e controlar a viscosidade.

    LGE Fluorprotenico

    Possui surfactantes fluorqumicos com grande ganho de performance para a rpida extino e

    compatibilidade com p qumico seco. Utilizado em combustveis de hidrocarboneto e aditivos

    selecionados de combustveis oxigenados. Tem excelente resistncia ao calor e resistncia

    reignio. Pode ser usado com gua doce ou gelada. Deve ser aspirado adequadamente e no

    deve ser utilizado com esguinchos que no contenham estrutura para aspirao.

    produzido atravs da mistura de surfactantes fluorqumicos com concentrado protenico,

    resultando em uma melhor fluidez e enriquecendo as propiedades do concentrado protenico

    comum, tendo como resultado uma excelente tolerncia aos combustveis e maior poder de

    extino.

    LGE Fluorprotenico com formao de Filme (FFFP)

    produzido atravs da mistura de surfactantes fluorqumicos com concentrado protenico.Foi

    criado com o intuito de combinar a tolerncia ao combustvel do concentrado fluorprotenico com

    um grande poder de extino. Essa espuma libera uma pelcula aquosa sobre a superfcie do

    combustvel de hidrocarboneto.

    Espuma Sinttica de Detergente ( Mdia e Alta Expanso)

    Eficiente no combate a incndio de classe A, muito usada em espao confinados e como agente

    umidificante.

    Pode ser usada em menor escala para combate a incndio classe B.

    uma mistura de agentes espumantes sintticos e estabilizadores.A espuma de mdia expanso

    utilizada para impedir a liberao de gases perigosos.Alguns tipos especiais de espuma devem

    ser usadas dependendo do tipo de combustvel.A espuma de alta expanso pode ser usada em

    instalaes fixas como armazns, para proporcionar uma inundao completa de locais que

    tenham estoque de papel, plstico, borracha ou madeira.Cuidado com a eletricidade na rea.O

    combate ao incndio, nestes casos, bem diferente do combate usando espuma de baixa

    expanso.

    LGE Formador de Filme Aquoso (AFFF)

    Foi criado com o intuito de criar a maior e mais rpida extino possvel em incndios causados

    por hidrocarbonetos. Sua fluidez permite excelente fluxo atravs de obstculos.Diferentes

    porcentagens devem ser selecionadas de acordo com a necessidade.Pode ser pr-misturado,

  • 39

    compatvel com p qumico seco, pode ser usado com gua doce ou gelada e pode ser usado

    atravs de dispositivos no aspirados.

    Trate-se de uma combinao de surfactantes fluorqumicos com agentes de espuma sinttica.

    Extingue o fogo atravs da formao de uma pelcula aquosa.Essa pelcula uma cobertura fina

    de soluo de espuma que se espalha facilmente atravs das superfcies de um combustvel de

    hidrocarboneto causando rpida extino. produzido pela ao de um sufactante fluorqumico

    reduzido a tenso superficial da soluo de espuma a ponto da soluo ser mantida na superfcie

    do hidrocarboneto.

    LGE Formador de Filme Aquoso Resistente lcool ( AFFF/ARC)

    Inicialmente foi desenvolvido para ser usado em hidrocarbonetos na concentrao de 3% e para

    solventes polares na concentraes de 6%. compatvel com p qumico seco e pode ser

    utilizado com gua doce ou salgada.

    Atualmente tambm est disponvel na concentrao de 3% tanto para hidrocarbonetos como

    para solventes polares e tambm na concentrao de 1% para hidrocarbonetos e 3% para

    solventes polares, trazendo ainda mais vantagens na utilizao, pois estes novos LGEs

    possibilitam minimizar o estoque enquanto a capacidade de extino maximizada.

    Os LGEs do tipo AFFF so compatveis com p qumico seco e podem ser usados com gua

    doce ou salgada.

    Trata-se da combinao de composto de tensoativos Fluorados e hidrocarbonos, polmero de alto

    peso molecular e solventes.Solventes polares como o lcool podem destruir espumas que no

    so resistentes ao lcool. O LGE Formador de Filme Aquoso Resistente a lcool (AFFF/ARC)

    age formando um filme aquoso sobre o combustvel de hidrocarboneto.Quando usado com

    solventes polares, forma uma membrana polimrica resistente que separa a espuma dos

    combustveis e previne a destruio do colcho de espuma.

    As nossas mais novas formulaes foram produzidas para serem usadas a 3% em ambos os

    grupos de combustveis em 1% para hidrocarbonetos e 3% para solventes polares.Com novas

    frmulas tem se uma maior proteo utilizando-se menor quantidade de concentrado.

    Fogo Service Plus

    Um Lder Global

    Servio de bombeiros alm disso tem o compromisso de salvar vidas e proteger o meio ambiente,

    fabricando os agentes de espumas mais completas e avanadas de combate a incndios. Ns

    somos o lder mundial na fabricao dos mais respeitadores do ambiente e custo agentes de

    espuma eficazes de combate a incndio no mundo. Fire de 2000, nosso principal produto,

    redefine os novos padres para a indstria de combate a incndios, resultante de trinta anos de

    pesquisas inovadoras e desenvolvimento e testes ambientais rigorosos.

  • 40

    Ns nos Preocupamos com o Meio Ambiente

    Hoje, h uma maior conscientizao e preocupao com as espumas de combate a incndios

    ambientais pegada criar.Usamos ingredientes base de gua e alimento de grau para proteger a

    integridade do meio ambiente.Nossos inovadores ramos de tecnologia longe da tradicional

    qumica agente de combate a incndio de espuma, criando assim Fire Ade 2000, o agente de

    espuma mais amiga do ambiente, no txico e no corrosivo combate a incndio j produziu.

    Simplificao

    Nossa introduo de Fire Ade 2000, o primeiro da classe true um agente umectante ( NFPA 18-

    2006) e Classe B Concentrado Lquido espuma ( UL 162, NFPA 11 e 16), simplificou a indstria

    de espuma de combate a incndios.Fire Ade 2000 permite Corpo de Bombeiros e indstrias para

    aumentar os nveis de segurana e eficincia, reduzindo os custos gerais.

  • 41

    11.EQUIPAMENTOS DE DETECO, ALARME E COMUNICAO

    Por que instalar detectores de fogo nas unidades operacionais?

    Quanto mais rpido o fogo for detectado, mais eficiente ser o controle e extino, reduzindo os

    prejuzos.

    Os sistemas de deteco e alarme podem estar interligados a sistemas de supresso, utilizando

    metodologia de distribuio adequada e diversos agentes de extino, como CO2, dilvio,

    espuma, etc. Esses sistemas so geralmente ligados s seqncias de parada de emergncia, os

    quais atendem aos seguintes critrios de operao:

    atender filosofia de segurana atravs do Plano de Segurana;

    aumentar a segurana das pessoas e equipamentos;

    deteco rpida;

    ser do tipo apropriado para o incidente;

    fornecer velocidade mxima de resposta ao fogo;

    acionar o alarme automaticamente no painel central e identificar a rea envolvida;

    ser confivel e no ter defeitos que propiciem falsos alarmes;

    estar localizado apropriadamente;

    ser adequado para instalao em reas perigosas;

    ser capaz de operar em condies ambientais adversas;

    permitir que o fogo seja extinto rapidamente.

    Detectores de Fumaa

    Os detectores de fumaa so normalmente instalados nos mdulos de acomodaes, camarotes,

    corredores, dentro de tetos falsos etc. Este tipo de detector no instalado em reas onde

    ocasionalmente haja fumaa e vapores (cozinha e salas de geradores).

    A operao se d em um dos seguintes princpios:

    ionizao;

    tico (foto eltrico);

    amostragem de ar

  • 42

    Detectores de Calor

    So instalados para detectar o fogo em estgios mais avanados

    quando a temperatura na rea protegida comea a aumentar.

    Os efeitos do calor que fornecem os princpios de operao bsicos para os detectores de calor

    so:

    derretimento (ou fuso) de metais (fusvel plug);

    expanso de slidos, gases e lquidos;

    efeito eltrico;

    bulbo quartezide (o vidro rompe quando aquecido, atingindo a

    temperatura pr-determinada ao ambiente, liberando gua sobre forma

    de spray em cima da rea protegida).

    Detector de Chama

    Os sistemas e detectores de chama proporcionam uma deteco

    rpida e segura do fogo, atravs da sensibilidade radiao

    emitida pela chama, em numerosas bandas das faixas do espectro

    de ultravioleta e infravermelho.

    Estes equipamentos so utilizados especialmente na deteco de

    incndios em reas de lquidos e gases inflamveis de combusto pura, como petrleo,

    querosene, solvente, dentro de casulos de turbo geradores e turbo compressores, onde existe um

    rpido crescimento de fogo intenso.

    Detectores de Gs

    Tipo point watcher, que operam segundo o princpio de absoro de raios

    infravermelhos. Esto localizados em reas de processo onde h fontes potenciais

    de vazamento de produtos inflamveis e combustveis e onde h anteparas,

    estruturas e equipamentos que dificultam e obstruem a ventilao natural,

    favorecendo o acmulo de nuvens inflamveis. Para monitorar as reas onde possa

    ocorrer concentrao de gases, o sistema mede continuamente a concentrao de

    gs.

    Comunicao

    So recursos utilizados pelos coordenadores para se comunicarem com as pessoas das reas

    envolvidas (rdio transceptores portteis e megafone, servio de alto-falantes, sinais, placas de

    aviso).

  • 43

    12. ABANDONO DE REA

    Identificando uma situao de emergncia, qualquer pessoa pode alertar, atravs dos meios de

    comunicao disponveis, a equipe de combate, sejam os brigadistas ou Corpo de Bombeiros.

    Aps o alerta, a equipe de emergncia avalia a situao e age providenciando os primeiros

    socorros s vtimas, caso existam, dando-lhes o suporte adequado at que o socorro

    especializado chegue. Este procedimento de avaliao e atuao da equipe de brigada

    compreende desde o incio do sinistro at o final, caso haja necessidade, acionar o Corpo de

    Bombeiros e apoio externo, e desencadear os procedimentos necessrios, que podem ser

    priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com o nmero de brigadistas e os recursos

    disponveis no local.

    Caso a situao oferea risco s pessoas presentes, convm abandonar a rea. O abandono

    pode ser parcial ou total, conforme a necessidade, mediante comunicao pr-estabelecida,

    removendo as pessoas para um lugar seguro, onde recebero orientao do coordenador do

    Ponto de Reunio, sobre a situao.

    A aplicao correta dos procedimentos de abandono evita pnico e auxilia no objetivo principal

    dos brigadistas, que salvar vidas.

    As pessoas devero ser conduzidas de forma organizada atravs das rotas e escadas de fuga

    para uma rea, que deve estar, se possvel, a 100m do local do acidente, onde devem permancer

    at que o sinistro seja controlado.

    O objetivo principal do abandono poupar vidas, por isso, procedimentos adequados auxiliam

    para que o abandono seja seguro e o pnico entre as pessoas seja evitado. A ordem de

    abandono deve ser dada pelo coordenador geral, chefe de brigada ou lder, priorizando o local,

    pavimentos, reas de riscos, rea com maior concentrao de pessoas etc.

    Principais recomendaes do Corpo de Bombeiros em caso de incndio:

    manter a calma;

    caminhar em ordem, sem atropelar os outros;

    no correr, nem empurrar;

    no gritar e nem fazer algazarras;

    no ficar na frente de pessoas em pnico. se no puder acalm-las, evite-as e procure um

    brigadista;

    todos os empregados, independente do cargo que ocupam na empresa, devem seguir

    rigorosamente as instrues da equipe de emergncia;

    nunca voltar atrs para pegar objetos;

  • 44

    ao sair de um local, fechar as portas e janelas, sem tranc-las;

    solicitar s mulheres que esto de sapatos de salto alto que os descalcem;

    no ligar ou desligar luzes, principalmente se sentir cheiro de gs;

    deixar as rotas de fuga desobstrudas para ao dos brigadistas e/ou bombeiros;

    se houver necessidade de atravessar uma barreira de fogo, molhar bem as roupas, sapatos,

    colocar um pano mido no nariz e boca e deslocar-se o mais prximo possvel do piso.

    utilizar o lado direito da escada de emergncia, ao utiliz-la.

    nunca retirar as roupas, procurar molh-las a fim de proteger a pele da temperatura elevada.

    sempre que precisar abrir uma porta verifique se ela no est quente, e mesmo assim abra-a

    lentamente.

    nunca saltar de escadas ou andares superiores, mesmo que haja queimaduras ou

    intoxicaes, manter a calma.

  • 45

    13. PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA

    A maioria dos edifcios pblicos, comerciais ou residenciais, proporciona facilidades de acesso

    (rampas e equipamentos transportadores) para pessoas portadoras de necessidades especiais.

    No entanto, apesar das facilidades estruturais para facilitao da evacuao em caso de

    emergncia, as pessoas que habitam estes locais esto totalmente despreparadas.

    Durante um incndio, por exemplo, a energia eltrica rapidamente cortada, interrompendo o

    funcionamento dos elevadores. Neste momento, as escadas de emergncia passam a ser nica

    rota de fuga possvel. E a aparece uma deficincia de segurana: a retirada dos portadores de

    necessidades especiais pelas escadas, que uma tarefa difcil e improvisada, que requer de

    duas a quatr pessoas com bom preparo fsico e flego suficiente para enfrentar dezenas ou at

    mesmo centenas de degraus abaixo.

    Fica evidente que o risco de um acidente grave muito grande para todos os envolvidos nesta

    operao.

    As diversas situaes de emergncia requerem preparao e um estado de prontido de todas as

    pessoas que fazem parte do ambiente de trabalho, com a finalidade de evitar perda de preciosos

    minutos que podem fazer a diferena entre a vida e a morte, em caso de evacuao.

    Pessoas obesas, gestantes, idosos, crianas e portadores de deficincia sensorial e motora

    requerem ateno especial durante a emergncia. O brigadista conduz essas pessoas, atravs

    dos meios disponveis, que podem ser uma cadeira de rodas, macas ou aplicao de tcnicas de

    remoo, as quais sero descritas no captulo que trata de Primeiros Socorros.

    O atendimento s necessidades de pessoas com mobilidade reduzida, requer um treinamento

    prtico especializado para os membros da equipe de brigada/socorristas.

    No que tange aos aspectos tcnico-prevencionistas, as empresas devem providenciar um plano

    de emergncia para orientar todas as pessoas sobre os procedimentos a serem adotados no

    caso de evacuao, visando o abandono do local com rapidez e segurana para todos.

    Devemos considerar que cada empregado na empresa diferente e cada um tem necessidades

    especficas a serem respondidas pelo plano de emergncia. Sendo assim, possvel que

    pessoas aparentemente frgeis se mostrem mais fortes diante de uma emergncia do que as

    outras.

    Sempre que possvel as empresas devem ter recursos para que os portadores de deficincia

    sejam socorridos e transportados de forma segura do local sinistrado para rea fora de perigo.

    Por isso o treinamento peridico necessrio para orientar e auxiliar estas pessoas em cada

    compartimento da empresa.

  • 46

    14. RISCOS ESPECFICOS DA PLANTA

    O mais importante a ser considerado que quando uma emergncia ocorre, as respostas

    planejadas devem ser rpidas e eficazes, para que os prejuzos tanto materiais, quanto pessoais,

    sejam minimizados ao mximo, j que no existe uma aplice de seguro que cubra todas as

    perdas e danos.

    Incndios e exploses constituem os principais riscos de uma planta. Em situao de

    normalidade o maior potencial de exposio a risco de incndios verificado quando os

    operadores transitam pela unidade para coletar amostras de produtos decorrentes de processo.

    No caso de trabalhadores de manuteno, o potencial maior comparativamente aos

    operadores, no que ser refere aos contaminantes atmosfricos.

    Uma atmosfera contaminada por produtos inflamveis a deixar explosiva representando riscos

    para a planta.

    Alguns exemplos de riscos para a planta so:

    vazamentos nos selos mecnicos de bombas;

    vazamento nas vlvulas, flanges e raquetes, durante o trabalho de manuteno;

    gotejamento das bombas de produtos inflamveis;

    resduos inflamveis;

    fontes de ignio geradas em funo de:

    - falha no isolamento trmico das descarga dos motores

    - manuteno eltrica de bombas e equipamentos

    - instalaes eltricas inadequadas ou sobrecarregadas

    14.1. Conseqncias dos Riscos de uma Planta de Processo

    O entendimento comum que bombeiros e brigadistas esto treinados e aptos para lidar com

    todos os tipos de incndio e que respondero rpida e eficazmente. Teoricamente isto possvel

    desde que toda a equipe tenha conhecimento dos recursos de combate e conheam todos os

    riscos especficos da planta de processo e saibam identificar onde estes riscos esto localizados.

    Esta tarefa praticamente impossvel, visto que o colaborador no um brigadista de dedicao

    exclusiva, via de regra um profissional que atua em outras frentes e compe a de brigada de

    incndio. Tornando necessrio o conhecimento dos riscos especficos da planta e o Plano de

    Emergncia, que dever ser atualizado e ser de conhecimento de todos os componentes da

    Brigada de Incndio atravs de treinamento peridico.

    Aps a constatao do sinistro, ocorre a comunicao e convocao dos brigadistas para que se

    renam em local especfico (ponto de reunio), equipem-se e dirijam-se ao local do incndio com

    o objetivo de control-lo ou extingui-lo. Por isso muito importante que haja constante

    treinamento terico e prtico (simulados) como forma de adestramento da equipe, para que se

  • 47

    possa atenuar possveis falhas de planejamento de combate, sabendo qual o melhor recurso

    (material) e a melhor tcnica a ser utilizada no controle do sinistro.

    Brigada de incndio bem adestrada no garantia de que no haver incndios ou exploses em

    uma planta de processo. Mas caso ocorram importante que sejam capazes de agir

    prontamente de forma planejada e eficiente. Para isto necessrio estarem disponveis

    equipamentos adequados ao risco existente.

    Preparar bem uma equipe, de forma que seja capaz de lidar com um sinistro no tarefa fcil,

    demanda muito treinamento, pois o tempo para a tomada de deciso, em meio ao contexto de

    uma emergncia, muito curto. Por isso importante que o brigadista tenha controle sobre o seu

    medo e mantenha o raciocnio lgico durante a ao contra o fogo.

    O brigadista deve ter em mente cada detalhe do planejamento para alcanar os resultados

    necessrios na ao de combate. Da, para um melhor planejamento na avaliao dos riscos,

    para fins de treinamento o combate a incndio dividido em duas categorias: externo e interno.

    primordial conhec-los e suas caractersticas individuais, para se entender os fenmenos que

    podero surgir durante a combusto.

    14.2. Combate a Incndio Externo

    Os incndios ocorrem na maioria das vezes em

    equipamentos instalados na planta de produo, tanques

    com materiais combustveis ou produtos qumicos. Todos

    esto normalmente interligados aos equipamentos

    pressurizados, o que exige por parte da equipe de combate a

    incndio conhecimento tcnico e habilidade no combate e

    controle do incndio nestes equipamentos.

    Pontos a Considerar:

    Antes de iniciar qualquer combate a um incndio em equipamento

    pressurizado, cabe ao coordenador/lder e equipe de combate a

    incndio manter contato com sala de controle e analisar qual a melhor

    maneira de combater o fogo, apagando ou fazendo resfriamento de

    equipamentos das proximidades, enquanto so providenciadas

    medidas operacionais apropriadas antes da sua extino. Mantendo a

    rea isolada, deve-se utilizar equipamento fixo de combate a incndio (dilvio ou canho monitor)

    no apoio s aes da equipe de combate.

    Nota: Em caso de fogo nas proximidades destes equipamentos, a equipe de Combate a Incndio

    deve-se:

  • 48

    dar condies para efetuar fechamento e isolamento de vlvulas;

    cuidado com produto que est sendo queimado e a rea prxima;

    proteger da exposio:

    - recipientes pressurizados

    - tubulaes com material inflamvel dentro;

    - verificar a direo do vento;

    - resfrie os locais onde h exposio;

    - elimine quaisquer fontes de ignio;

    - use um ataque combinado com neblina total para fechar quaisquer vlvulas;

    - use espuma para proteger qualquer lquido inflamvel;

    - no apague a fonte a no ser que o combustvel tenha sido isolado.

    Existem outros gases que tm outras particularidades de armazenamento e transporte, os quais

    passamos a tratar:

    Gs natural

    O gs natural basicamente metano (entre 80 a 90%) etano (5 a 10%) e outros gases em menores

    propores como o propano, butano, pentano, hexano, e outros gases. O gs natural pode ou no

    ocorrer associado com o petrleo. Quando essa associao ocorre, ele produzido como

    decorrncia da produo de petrleo e pode ser reinjetado no campo petrolfero para manter a

    presso do reservatrio e assim melhorar a recuperao primria de leo do campo. Tambm

    podendo ser usado no prprio campo de extrao de petrleo, para a gerao de vapor/eletricidade

    atravs de mquinas e equipamentos.

    Perigos mais importantes

    Gs extremamente inflamvel. Contm gs sob presso: pode explodir sob efeito do calor. Pode

    causar irritao respiratria ( Irritao da rea respiratria). Pode causar sonolncia e vertigem (

    efeitos narcticos). Este produto contm sulfato de hidrognio, gs extremamente inflamvel e

    txico.

    Efeitos do Produto

    Efeitos adversos sade humana: Pode causar irritao ocular. Pode causar irritao em contato

    direto com a pele. Pode causar irritao ao trato respiratrio. Pode causar efeitos narcticos se

    inalado.Em elevadas concentraes, causa asfixia atravs da reduo da concentrao de oxignio

    no ar.

    Efeitos ambientais:

    No esperado que o produto apresente perigo ao meio ambiente.

  • 49

    Perigos fsicos e qumicos:

    Gs comprimido. Gs extremamente inflamvel.

    Perigos especficos: Explode espontaneamente com cloro sob luz solar.

    Principais sintomas: Dores de cabea, nusea, tonturas e confuso mental. Tosse e falta de

    ar.Hipxia causada por asfixia pode levar a fadiga, alteraes visuais e incoordenao motora,

    alteraes comportamentais, cianose, perda de conscincia e em casos severos morte.

    Perigo e precaues:

    Gs extremamente inflamvel

    Contm gs sob presso: pode explodir sob efeito do calor.

    Pode causar irritao respiratria ( irritao da rearespiratria).

    Pode causar sonolncia e vertigem (efeitos narcticos).

    Mantenha afastado de calor fasca e chama , no fume.

    Armazene em local fresco,baixa temperatura em local bem ventilado seco afastado de

    fontes de calor e de ignio.

    Nunca aspire ( poeira, vapor ou nvoa).

    Quando em uso no fume, coma ou beba.

    No use em local sem ventilao adequada.

    Evite contato com olhos e pele.

    Use equipamento de proteo individual apropriado.

    Em caso de indisposio, consulte um mdico.

    Use meios de conteno para evitar contaminao ambiental.

    No permita o contato do produto com corpos dagua.

    Medidas de combate a incndio

    Meios de extino apropriados: Produto inflamvel. Compatvel com p qumico, espuma

    resistente a lcool, dixido de carbono ( Co2) e neblina de gua.

    Meios de extino no recomendados: Jatos dgua no jogue gua diretamente no ponto de

    vazamento, pois pode ocorrer congelamento.

    Mtodos especiais de combate: Mantenha longe de tanques.Combata o incndio mxima

    distncia possvel ou monitorar os esguichos. Se possvel, combata o incndio a favor do vento.

    No extinguir o fogo antes que o vazamento seja contido.Para grandes incndios, utiliza

    suportes de mangueiras ou monitore os esguichos, se isto for possvel abandonar a rea. Resfrie

  • 50

    os contineres com grandes quantidade de guas at que o fogo tenha sido extinguido. Remova

    os recipientes da rea de incndios, se possvel, sem correr riscos adicionais.

    Perigos especficos referentes s medidas: Riscos de exploso, se ignio for em rea

    fechada. Espontaneamente explosivo luz do sol com cloro.Forma mistura explosiva com ar e

    agentes oxidantes. Gs extremamente inflamvel.

    Proteo de bombeiros/Brigadistas: Equipamentos de proteo respiratria do tipo autnomo

    ( SCBA) com presso positiva e vesturio protetor completo.

    Equipamento de proteo individual apropriado:

    Proteo respiratria: Recomenda-se a utilizao de respirador com filtro para vapores

    orgnicos para exposies medidas acima da metade do TLV-TWA.Nos casos em que a

    exposio exceda 3 vezes o valor TLV- TWA, utilize respirador do tipo autnomo ( SCBA) com

    suprimento de ar de pea facial inteira , operado em modo de presso positiva. Siga orientao

    do programa de preveno respiratria( PPR) 3 ed.So Paulo: Fundacentro,2002.

    Proteo das mos: Luvas de proteo de PVC.

    Proteo dos olhos: culos de proteo ou protetor facial com proteo lateral.

    Proteo da pele e corpo: Vestimenta impermevel.

    Precaues especiais: Evite usar lentes de contato enquanto manuseio este produto.

    GLP

    uma mistura de hidrocarbonetos compostos de trs e quatro tomos de carbono. O GLP

    ocorre naturalmente no petrleo, normalmente em pequenas propores, da ordem de no

    mximo 2% em volume. Este GLP ento recuperado no topo da torre de destilao

    atmosfrica. Ocorre tambm em associao com o gs natural, sendo dele separado nas

    unidades de processamento de gs natural. O nome gs liquefeito deve-se ao fato de ser um

    gs que se liquefaz na temperatura ambiente mediante a aplicao de presses na faixa de 6 a

    11 kgf/cm.

    Ao sair da refinaria o GLP odorizado, geralmente com mercaptan, para que possa ser

    detectado com mais facilidade em eventuais vazamentos.

    Gs Sulfdrico

    produzido pela decomposio de material orgnico. um dos mais temidos agente de riscos

    encontrado em alguns campos de petrleo. Pode-se dizer que o gs sulfdrico quase to

    venenoso quanto o gs ciandrico. J foram feitas vrias vtimas, principalmente pelo uso

    incorreto do EPR e tambm da falta de conhecimento do perigo. um gs solvel em gua,

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    queimando facilmente produzindo uma chama azul que libera de dixido de enxofre (SO2). um

    gs irritante e corrosivo.

    Oxignio

    o gs mais importante para os seres vivos, pois sem ele no seria possvel a vida animal ou

    vegetal. Sua funo no organismo oxigenar o sangue que transporta a todas as partes do

    corpo para as oxidaes indispensveis manuteno da vida. Cerca de 50% de O2 produzido

    consumido em siderurgias, os outros 50% tm aplicaes diversas.

    Gs Acetileno

    composio Qumica: C2H2 (H-C-C-H)

    densidade: 0,908 (Ar=1)

    solubilidade em gua: pouco solvel

    solubilidade em solventes orgnicos: solvel (acetona)

    presso de trabalho ps regulador de presso (na mangueira): 1,2 bar / 1,2 kg/cm / 1,2 ATM

    (em valores aproximados)

    temperatura de Auto-Ignio: 300 C (no oxignio puro)

    335C (no ar)

    LIE (Limite Inferior de Explosividade): 2%

    LSE (Limite Superior de Explosividade): 82%

    faixa de inflamabilidade: Entre 2 e 82%

    O acetileno deve ser armazenado em local arejado, em ambiente onde no exceda temperatura

    de 52C; deve ficar a uma distncia aproximada de 6 m do cilindro de oxignio e outros

    oxidantes, isto porque um gs instvel e que pode se decompor violentamente em seus

    elementos constituintes (hidrognio e carbono), gerando muito calor (reao qumica

    exotrmica). Os cilindros de acetileno so totalmente preenchidos com uma ma