Apostila_Copasa

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CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA Nº 34/2006 ENTRE SEPLAG E COPASA Curso para artífices e gestores sobre o uso racional da água em prédios públicos BELO HORIZONTE 2007

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Apostila com descrição de uma empresa de capital aberto com seus balancete anuais .

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  • CONVNIO DE COOPERAO TCNICA N 34/2006

    ENTRE SEPLAG E COPASA

    Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos

    BELO HORIZONTE 2007

  • Introduo:

    O Programa Estadual de Gesto de gua e Esgoto em Prdios Pblicos

    PEGAE - vem se somar s demais aes que visam a tornar o Estado mais efetivo e gil

    no atendimento s demandas da populao e no exerccio de suas funes.

    muito mais que um instrumento de reduo de despesas. Ao buscar a

    racionalizao do uso da gua, o Estado se insere no novo modelo de gesto que se

    convencionou chamar de Choque de Gesto, porm, evidenciando a importncia da

    sustentabilidade. Tem como fundamento a racionalizao dos processos e a utilizao

    adequada dos recursos pblicos e a proteo ao meio ambiente.

    A SEPLAG coordena o PEGAE por que tem como misso:

    Integrar as aes governamentais, por meio da coordenao do planejamento

    e da gesto pblica, visando ao desenvolvimento do Estado e melhoria da qualidade de

    vida dos que vivem em Minas Gerais e tem como Negcio a coordenao do

    Planejamento e GestoPblica.

    O PEGAE busca a racionalizao do uso da gua, o aprimoramento do

    gerenciamento desse insumo, a utilizao das novas tecnologias que propiciam baixo

    consumo, a conscientizao e sensibilizao dos servidores e usurios de prdios pblicos

    no combate ao desperdcio da gua.

    PILARES do PEGAE:

    Gerenciamento / monitoramento do consumo de gua e esgoto em prdios

    pblicos;

    Padronizao de utilizao e compras de equipamentos hidrulicos economizadores

    de gua;

    Conscientizao dos gestores, servidores e usurios de prdios pblicos.

    O PEGAE Incentiva a adoo de medidas concretas para gerenciamento do

    consumo e do gasto com gua e esgoto:

    Criao de Comisso Interna de Conservao de gua CICA;

    Leitura e acompanhamento sistemtico da conta de gua;

  • 3

    Utilizao de equipamentos economizadores de gua;

    Manuteno hidrulica preventiva com verificao de vazamentos, reviso peridica

    de vlvulas de descarga, torneiras, registros, trincas em alvernarias, bia de gua

    nas caixas dgua, ramal de gua do hidrmetro at a caixa...

    Conscientizao e sensibilizao dos servidores por meio de palestras, campanhas,

    cursos, etc.

    Criao da Comisso Interna de Conservao de gua CICA

    1. Pode ser criada pelo mandatrio do rgo/ entidade atravs de portaria, resoluo ou

    ordem de servio, devendo constar:

    2. Objetivo implementar, acompanhar e divulgar medidas efetivas de utilizao

    racional de gua...

    3. Constituio quantos e quais servidores (nome, setor e MASP) e autorizao mnima

    semanal de 02 (duas) horas para a equipe na anlise, planejamento e execuo dos

    objetivos.

    Atribuies:

    Propor a adoo de normas internas que propiciem eficcia na utilizao da gua.

    Investigar, prevenir e informar vazamentos ao setor competente.

    Conscientizar e motivar os servidores, divulgando informaes relativas ao uso

    racional da gua, seu custo, sua escassez futura e os recursos/resultados

    alcanados.

    Disponibilizar, em cada unidade, um ramal e/ou e-mail para que os demais

    funcionrios possam comunicar torneira pingando, dar sugestes diversas, entre

    outros.

    Estreitar relaes com o corpo tcnico dos rgos/entidades visando motivao

    na utilizao de equipamentos hidro-sanitrios tecnologicamente avanados e

    economicamente viveis na implementao e durante a manuteno predial.

    RECOMENDAO:

  • 4

    Recomendamos que haja apenas uma comisso interna que englobe o

    objetivo e atribuies de conservao de gua e de energia eltrica.

    Neste caso sugerimos a denominao CICAE Comisso Interna de

    Conservao de gua e Energia.

    Para alcanar seus objetivos, o PEGAE:

    Firmou convnio nmero 34/2006 de cooperao tcnica com a COPASA;

    Vem entabulando negociaes com concessionrias das cidades de porte mdio de

    MG tendo em vista a assinatura de convnio de cooperao tcnica;

    Acompanha o consumo e o gasto prestando orientao sobre os mesmos, dos

    prdios pblicos grandes consumidores atendidos pela COPASA;

    Contratou a PRODEMG para desenvolver sistema informatizado para gerenciamento

    do insumo, j em fase de finalizao para sua implantao;

    Tem apresentado o programa e levado a palestra Educao para o consumo de

    gua para servidores de rgos da administrao direta e indireta em todo o

    Estado.

    Ministrado em parceria com a COPASA e apoio da FEAM cursos para gestores e

    artfices do insumo;

    Planeja para novembro de 2007 uma mostra de equipamentos hidrulicos

    economizadores de gua para toda a direo dos rgos pblicos da administrao

    direta e indireta do Estado.

    Coordenao do PEGAE

    Ivana Rodrigues

    [email protected]

    Tel: (31)3290-4817

    Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto - SEPLAG

    Superintendncia Central de Recursos Logsticos e Patrimnio SCRLP

    Diretoria Central de Administrao Logstica - DCAL

  • 5

    MDULO DE GUA E ENERGIA ELTRICA NO SIAD

    I. Situao atual

    No Estado de Minas Gerais, a gesto do consumo e custo de gua/ esgoto e

    energia eltrica vem sendo feita a partir dos Programas Estaduais de Gesto de gua e

    Esgoto (PEGAE) e de Energtica (PGEE) com seus respectivos gestores.

    Foram criadas, tambm, nos diversos rgos e entidades, a Comisso Interna de

    Conservao de Energia (CICE) e a Comisso Interna de Conservao de gua (CICA),

    com o objetivo de apoiar os gestores dos programas.

    Atualmente, o gerenciamento tem sido feito a partir de informaes fornecidas,

    mensalmente, pelas concessionrias (CEMIG e COPASA) aos gestores do PGAE e do PGEE

    e pelo acompanhamento que estes tm feito prximo s unidades de maior consumo e

    custo.

    II. Dificuldades encontradas

    Devido elevada quantidade de informaes relativas ao consumo e custo de

    gua e energia dos rgos e entidades da Administrao Pblica estadual, no est

    sendo possvel gerenciar, de forma eficiente, a utilizao dos insumos contratados

    (energia e gua e esgoto).

    Tal problema ainda agravado por outros fatores, tais como:

    Desconhecimento, por parte dos rgos e entidades, dos efetivos consumo e

    custo dos servios de energia eltrica e de gua e esgoto, dificultando o

    gerenciamento e o monitoramento desses insumos.

    Dificuldade no entendimento das contas de gua e energia, bem como na

    implantao de iniciativas de economia e racionalizao.

    Pagamento indevido, por parte do Estado, de contas que no so de sua

    responsabilidade. Por exemplo, imveis que o Estado alugou ou vendeu, mas

    dos quais continua pagando os servios de gua e energia eltrica.

    H muito desperdcio proveniente da m utilizao dos servios de energia

    eltrica e de gua e esgoto, falta de conscientizao, entre outros, que no so

    identificados. Por exemplo, consumo incompatvel com as caractersticas do

    imvel.

    Devido carncia de informaes, muitas vezes, os contratos efetuados no so

    os mais benficos para o Estado. Por exemplo, uma simples mudana no plano

    contratado, pode diminuir o custo para a mesma quantidade consumida.

  • 6

    Impossibilidade de prestao de contas aos cidados e rgos reguladores de

    forma eficiente.

    III. O Mdulo de gua e Energia

    Com o objetivo de oferecer apoio informatizado para uma gesto eficiente da

    utilizao dos insumos de gua e esgoto e energia eltrica em mbito estadual, a

    Diretoria Central de Logstica e Servios Gerais (DCLSG) est desenvolvendo, junto

    PRODEMGE e a Coordenao do SIAD, um novo mdulo do Sistema Integrado de

    Administrao de Materiais e Servios (SIAD) o Mdulo de gua e Energia, que tem por

    objetivo trabalhar com o monitoramento e o controle do consumo de energia eltrica e

    de gua e esgoto pela Administrao Pblica do Estado de Minas Gerais.

    Nosso objetivo inserir no SIAD o trabalho atualmente realizado pelo Programa

    Estadual de Gesto de gua e Esgoto em Prdios Pblicos (PEGAE) e pelo Programa de

    Gesto Energtica Estadual (PGEE), tornando-os ainda mais eficientes.

    Alm da eficincia, o mdulo ainda trar os seguintes benefcios:

    Sendo disponibilizado na internet (Portal de Compras), ter seu acesso

    facilitado;

    Confiabilidade dos dados de consumo, visto que os mesmos sero fornecidos

    diretamente pelas concessionrias;

    A prestao de contas poder ser realizada de forma automatizada;

    Identificao das contas de responsabilidade do Estado e de terceiros;

    Capacidade de comparar a evoluo do consumo, inclusive com o uso de

    grficos;

    O Mdulo fornecer subsdios para uma renegociao do contrato de forma a

    reduzir custos;

    Capacidade de estabelecer e controlar metas de consumo para os rgos de

    forma eficiente;

    Identificao de consumos incompatveis com as caractersticas dos imveis;

    Diminuio dos gastos pblicos referentes aos insumos gerenciados;

    Economia de tempo e mo-de-obra.

    O Mdulo est sendo desenvolvido de modo a permitir um acesso desde o cidado

    at o Gestor do Estado, que sero os gestores do PGEE e PGAE. Est estruturado em

    diversas funcionalidades, agrupadas em gesto e consulta.

    As funcionalidades de gesto permitiro:

    A importao de dados repassados diretamente pelas concessionrias,

    compondo o banco de dados de consumo e custo tanto de gua quanto de

  • 7

    energia eltrica;

    A aceitao ou a rejeio das faturas importadas pelo responsvel em cada

    rgo, evitando que o Estado se responsabilize por contas com valor incorreto

    ou que estejam atendendo consumidores que no pertenam estrutura da

    Administrao Pblica;

    O cadastramento de imveis e indicao de quais as unidades da Administrao

    que nele esto localizadas, bem como as matrculas de gua e identificadores

    que atendem cada unidade;

    Imposio de metas de economia observando as caractersticas de cada

    unidade, evitando impor um parmetro nico que ignore as particularidades de

    cada unidade;

    Indicao de qual rgo ser responsvel pelo acompanhamento pormenorizado

    do consumo feito por cada unidade, bem como aquele que ser o responsvel

    pelo pagamento das faturas;

    Apurao automtica das metas impostas periodicamente, permitindo unidade

    justificar quando no alcanar a meta imposta;

    Disponibilizao, por parte dos gestores, de notcias, informativos, arquivos que

    auxiliem os usurios quanto s melhores prticas e casos de sucesso quanto

    racionalizao e eficientizao do uso de gua e energia;

    Gesto dos contratos de energia eltrica, facilitando seu acompanhamento.

    Por sua vez, as funcionalidades de consulta permitiro:

    Gerao de relatrios indicando o consumo de gua e energia por ano ou

    comparativo entre anos, ms a ms, por rgo e entidade, por identificador ou

    matrcula, por unidade responsvel;

    Gerao de grficos que facilitam a visualizao dos resultados atribudos a

    cada unidade, rgo e entidade;

    Visualizao, pelo Estado, dos gastos consolidados por ano ou em comparativos

    de gua e energia eltrica;

    Consultar, por ano, quais so os maiores e menores consumidores do Estado

    em gua e energia eltrica.

    Ainda, ser possvel enviar, automaticamente, mensagens para os e-mails dos

    usurios, que so responsveis pelas unidades cadastradas, informando quando o

    contrato que possui com determinada concessionria vencer; quais as suas unidades

    no cumpriram a meta; quais as unidades que superaram a meta imposta de forma

    exemplar, etc.

    O Mdulo j est com sua primeira fase concluda, estando, a segunda, em fase

  • 8

    de testes. Assim que for disponibilizado, haver treinamento amplo para os usurios.

    Por fim, para alcanar seu funcionamento ideal, o Mdulo e os gestores

    necessitam de amplo apoio e parceria com os rgos e entidades, pois s poder realizar

    seus objetivos e gerar seus benefcios se todos se empenharem em fazer com que ele

    seja cada vez melhor.

    Coordenao do Mdulo de gua e Energia

    Virgnia Bracarense Lopes

    [email protected] Tel: (31)3290-4757

    Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto - SEPLAG

    Superintendncia Central de Recursos Logsticos e Patrimnio SCRLP Diretoria Central de Logsitca e Servios Gerais - DCLSG

  • 9

    AmbientAO Educao Ambiental em Prdios do Governo de MG

    O AmbientAO - Educao Ambiental em Prdios do Governo de MG, um

    programa de comunicao e educao socioambiental concebido pela Fundao Estadual

    do Meio Ambiente Feam, que tem objetivo de promover a sensibilizao para a

    mudana de comportamento e a internalizao de atitudes ecologicamente corretas no

    cotidiano dos funcionrios pblicos do governo estadual.

    Estrutura e Metodologia

    Fundamentado nos principais aspectos ambientais encontrados em edificaes

    pblicas, capazes de causar impactos negativos no meio ambiente, como o consumo de

    gua, energia e materiais de escritrio, gerao de resduos, rudos e emisses

    veiculares, o Programa aborda as linhas de ao Atitude Consciente e Qualidade de

    Vida no Trabalho.

    Na linha de ao, Atitude Consciente, a proposta trabalhar as questes

    relacionadas ao consumo consciente, combater o desperdcio, implantar a coleta seletiva

    (de acordo com Lei Estadual 16.689/2007) e abordar aspectos ambientais relacionados

    ao trnsito e manuteno de veculos.

    Na Qualidade de Vida no Trabalho objetiva proporcionar a melhoria contnua

    do bem estar dos funcionrios, por meio das campanhas de arrumao e limpeza,

    reduo da poluio sonora, sade do corpo e antitabagismo.

    O AmbientAO desenvolvido pelo mtodo PDCA, que possibilita a melhoria

    contnua dos processos. Ou seja, planejamento, desenvolvimento, checagem e avaliao

    corretiva. Para tanto, criou-se o Grupo de Facilitadores, equipe multidisciplinar composta

    por representantes de todos os pavimentos do prdio, com a funo de disseminar a

    filosofia do AmbientAO, estando em permanente contato com a equipe coordenadora

    do Programa e os demais funcionrios. Cabe ao Grupo receber o resultado das

    campanhas, estimular a mudana de comportamento, promover atividades e propor

    melhorias.

    Comunicao e Responsabilidade Social

    O AmbientAO possui identidade visual prpria que, alm de marcar as

    aes do Programa, permite o seu uso e associao a qualquer rgo do Governo

    mineiro. As cores usadas na sua figura de propaganda o mascote Bileco e na sua

    marca fazem aluso coleta seletiva, sugerindo reciclagem de idias e atitudes.

  • 10

    As aes de comunicao esto presentes em todas as etapas do Programa.

    Dentre os instrumentos utilizados esto os boletins informativos semanais, intranet e e-

    mail, quadros de avisos, oficinas e palestras sobre temas relacionados s campanhas,

    jogo Desafio AmbientAO, atividades culturais, cartazes, panfletos e adesivos

    informativos, comunicao face-a-face e sistema de relacionamento.

    O AmbientAO possui dois veculos semanais de comunicao: o Notcias

    AmbientAO afixado nos quadros de aviso e o AmbientAO Informa boletim

    enviado por e-mail para cada funcionrio.

    O Programa tambm realiza debates e troca de informao entre os

    coordenadores e facilitadores de todas as instituies por meio da Rede AmbientAO,

    que visa apresentar experincias e buscar solues para dificuldades encontradas,

    tornando mais eficaz o desenvolvimento dos trabalhos.

    O AmbientAO tambm contempla aes sociais. Os resduos reciclveis

    gerados nas instituies so recolhidos e doados para associaes de catadores de

    material reciclvel, gerando renda mensal, incluso social e resgate de cidadania. So

    realizadas ainda aes solidrias, como no perodo do inverno e natal, recolhendo-se

    alimentos, roupas e brinquedos que so distribudos a associaes cadastradas. Os

    funcionrios tambm so estimulados a participar de campanhas de doao de sangue e

    medula.

    Monitoramento e Resultados

    A mudana de comportamento e a melhoria da qualidade de vida no ambiente

    de trabalho monitorada mensalmente por meio de indicadores de desempenho e,

    semestralmente, com a aplicao de pesquisas de opinio e satisfao. Esse

    acompanhamento permite verificar se as metas estabelecidas so alcanadas, tornando-

    se possvel identificar necessidades de ajustes nos planos de ao visando melhoria

    contnua dos mtodos e procedimentos.

  • 11

    Institucionalizao e Potencial de disseminao

    O AmbientAO tem o potencial no s de melhorar a qualidade de vida de

    seus funcionrios, como tambm reduzir custos pela diminuio do consumo e o

    reaproveitamento de materiais. Nesse sentido, o Programa foi institucionalizado pela

    Feam, por meio do Acordo de Resultados, por ser um processo com o qual os servidores

    pblicos adotam, gradativamente, novas posturas e comportamentos, possibilitando o

    cumprimento de suas metas.

    Os gestores do Projeto Estruturador Gesto Ambiental em Minas Gerais no

    Sculo XXI, do Governo do Estado, compreenderam a importncia do Programa

    AmbientAO para a construo de uma nova cultura no funcionalismo pblico estadual,

    contribuindo significativamente com a consolidao do Ambientao e a preservao do

    meio ambiente.

    O potencial de difuso do programa pode ser comprovado com a premiao

    Excelncia em Gesto Pblica de 2005, tema Modernizao Administrativa, na

    categoria Idias Inovadoras Implementveis, conferida pela Secretaria de Estado de

    Planejamento e Gesto Seplag ao Programa AmbientAO em dezembro de 2005.

    Em 2006 recebeu o Prmio Ambiental Minas, realizado pela ONG Ponto Terra,

    na categoria Menso Honrosa, pela relevante iniciativa ambiental e o 11 Prmio Ford de

    Conservao Ambiental considerado a principal premiao nacional na rea na

    categoria Educao Ambiental.

    Para garantir a sustentabilidade em instituies do governo do Estado, de

    acordo com documento final retirado do frum tcnico Educao Ambiental Conjuntura

    atual e perspectivas realizado em julho de 2006 pela Assemblia Legislativa do Estado

    de Minas Gerais, prope-se: Formalizao, em projeto de lei, do Programa

    AmbientAO Educao Ambiental em Prdios do Governo de MG como poltica

    socioambiental de governo e apoio implementao do programa em mbito municipal.

    Os reflexos do Programa AmbientAO extrapolam as fronteiras de Minas

    Gerais, tornando-se referncia para outros estados da federao, como Mato Grosso e

    Bahia. O Programa Ambiente Saudvel, por exemplo, da Secretaria de Estado de Meio

    Ambiente do Mato Grosso, implementado em 2006, possui o AmbientAO como modelo,

    comprovando o potencial replicador da iniciativa.

    Formalizao de parcerias

  • 12

    Com objetivo de expandir o AmbientAO para outras instituies pblicas do

    Estado de Minas Gerais, foram desenvolvidos alguns instrumentos que formalizam o

    Programa e auxiliam na implantao de suas aes, so eles:

    Portaria Feam 345 Institui a Comisso Gestora AmbientAO, responsvel

    pela coordenao geral do Programa; institui as Comisses Setoriais AmbientAO,

    responsveis pela coordenao do Programa em cada instituio participante; estipula

    direitos e deveres dos partcipes.

    Termo de Adeso Celebra a parceria entre a Secretaria de Estado de Meio

    Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel Semad, a Fundao Estadual do Meio

    Ambiente Feam e a instituio interessada, visando a implantao e desenvolvimento

    do AmbientAO no mbito da instituio.

    Manual e CD de Implantao Publicaes que explicitam passo a passo as

    metodologias de implementao e monitoramento do Programa, alm das formas de

    utilizao das marcas do AmbientAO, permitindo a implantao do Programa de

    maneira autnoma pelas instituies pblicas do estado de Minas Gerais.

  • 13

    COMISSO GESTORA AMBIENTAO

    Mirian Cristina Dias Baggio [email protected]

    Ricardo Botelho Tostes Ferreira [email protected]

    Frederico Batista Baio [email protected]

    Fundao Estadual do Meio Ambiente

    Rua Esprito Santo, 495 Centro

    30.160-030 Belo Horizonte Minas Gerais

    Telefone: 31 3219-5360

    Centro Mineiro de Referncia em Resduos

    Avenida Belm, 40 Esplanada

    30.185-010 Belo Horizonte Minas Gerais

    Telefone: 31 3465-1200

    www.cmrr.mg.gov.br

    www.feam.br

    [email protected]

  • 14

    EQUIPE DE INSTRUTORES COPASA

    JOO RICARDO PEREIRA DTSL/SPBH

    JOSELMA MATOS DTLE/SPBH

    GIVANILDO DE ALMEIDA CRUZ DVAM/SPCM

    MAURCIO RIBEIRO DE CASTRO DVAM/SPCM

  • NDICE

    1 - MEIO AMBIENTE ............................................................................. 17

    1.1 SANEAMENTO ................................................................................ 17

    1.1.1 IMPORTNCIA.......................................................................... 17

    1.1.2 DOENAS DE VEICULAO HDRICA........................................... 17

    1.2 ORIGEM E DISTRIBUIO DA GUA.................................................. 18

    1.3 POTABILIDADE DA GUA E SUAS ALTERAES .................................. 20

    1.3.1 REQUISITOS FSICOS DA POTABILIDADE .................................... 20

    1.3.2 REQUISITOS QUMICOS DA POTABILIDADE ................................. 20

    1.3.3 REQUISITOS BIOLGICOS DA POTABILIDADE.............................. 20

    2 - SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE GUA ......................................... 21

    2.1 CAPTAO .................................................................................... 21

    2.2 TRATAMENTO DA GUA................................................................... 22

    2.2.1 TRATAMENTO DA GUA DE CAPTAO SUPERFICIAL EM ESTAO DE

    TRATAMENTO DE GUA ETA............................................................. 22

    2.2.2 TRATAMENTO DA GUA DE CAPTAO SUBTERRNEA................... 24

    2.3 RESERVAO................................................................................. 24

    2.3.1 REDES DE DISTRIBUIO ......................................................... 24

    2.3.2 LIGAES DOMICILIARES ......................................................... 25

    3 - SISTEMA DE ESGOTO ...................................................................... 26

    3.1 COMO FUNCIONA ........................................................................... 26

    3.2 LIXO E GUA DA CHUVA.................................................................. 26

    3.3 QUESTO LEGAL ............................................................................ 26

    3.4 CLASSIFICAO............................................................................. 27

    3.5 CONSTITUIO DO ESGOTO............................................................ 27

    3.6 SISTEMA DE COLETA, TRANSPORTE E TRATAMENTO ........................... 27

    3.7 CARACTERIZAO DOS ESGOTOS .................................................... 28

    3.8 RAZES PARA TRATAR O ESGOTO .................................................... 28

    3.9 PROCESSOS DE TRATAMENTO.......................................................... 29

    3.10 NVEIS DE TRATAMENTO................................................................ 30

    3.10.1TRATAMENTO PRELIMINAR ........................................................ 30

    3.10.2TRATAMENTO PRIMRIO ........................................................... 30

    3.10.3TRATAMENTO SECUNDRIO....................................................... 31

    4 - INSTALAES PREDIAIS DE GUA E ESGOTO................................. 33

    4.1.1 CAIXA DE GORDURA................................................................. 33

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 16

    4.1.2 CAIXA DE INSPEO................................................................. 37

    4.1.3 RESERVATRIOS PARTICULARES (CAIXAS DGUA) ...................... 37

    4.2 VERIFICAO DE VAZAMENTOS ....................................................... 40

    4.3 DICAS CONTRA DESPERDCIO-CUIDADOS PARA NO PERDER GUA ..... 41

    5 - HIDRMETROS ............................................................................... 31

    5.1 COMO FAZER A LEITURA E ACOMPANHAR O SEU CONSUMO................. 32

    5.2 NORMALIZAO............................................................................. 33

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 01 - Ciclo da gua ................................................................... 18

    Figura 02 - Processo convencional de tratamento de gua. ..................... 22

    Figura 03 - Processo convencional de tratamento de esgoto.................... 29

    Figura 04 - Passo a passo para a limpeza da caixa dgua. ..................... 40

    NDICE DE GRFICOS

    Grfico 01- Relao terra x gua no planeta ......................................... 19

    Grfico 02- Distribuio de gua no planeta.......................................... 19

    NDICE DE TABELAS

    TABELA 1- Dimensionamento de Caixa de Gordura. ...................................... 34

    TABELA 2- Relao entre os volumes de gua da caixa, para limpeza e sanitria39

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 17

    1 - MEIO AMBIENTE

    1.1 SANEAMENTO

    1.1.1 IMPORTNCIA

    Sistemas adequados de abastecimento de gua trazem, como resultado, uma

    rpida e sensvel melhoria da sade e das condies de vida de uma comunidade,

    principalmente pelo controle e preveno de doenas, promoo de hbitos higinicos e da

    limpeza pblica.

    Assim, a conseqncia direta da implantao ou melhoria dos sistemas de

    abastecimento de gua a diminuio sensvel no ndice de doenas relacionadas com a

    gua, alm do aumento da vida mdia da populao beneficiada e da diminuio da

    mortalidade, particularmente da mortalidade infantil. Esses efeitos benficos se acentuam

    ainda com a implantao e a melhoria dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos

    sanitrios.

    Como conseqncia indireta, ocorre tambm uma reduo da incidncia de

    doenas no-relacionadas com a gua. Tal fato fcil de ser entendido: o indivduo afetado

    cronicamente por doenas intestinais ligadas gua tem suas defesas concentradas no

    intestino e fica suscetvel de contrair outras doenas decorrentes da fraqueza de seu

    organismo.

    1.1.2 DOENAS DE VEICULAO HDRICA

    A gua, to necessria vida do homem, pode ser tambm responsvel por

    muitas doenas, denominadas doenas de veiculao hdrica. As principais so:

    amebase

    giardase

    gastroenterite

    febres tifide e paratifide

    hepatite infecciosa

    clera.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 18

    Indiretamente, a gua pode ainda estar ligada transmisso de algumas

    verminoses, como esquistossomose, ascaridase, taenase, oxiurase e ancilostomase.

    Alm disso, a gua pode provocar alteraes na sade, caso no possua certos

    minerais na dose necessria. O bcio ou papo se adquire quando a gua utilizada no tem

    iodo. O ndice de cries dentrias pode ser reduzido com a adio do flor na gua. Tambm

    pode ocorrer intoxicao se a gua utilizada contiver algum produto txico, como, por

    exemplo, o arsnico.

    Para evitar os males que podem ser veiculados pela gua destinada ao consumo,

    necessrio que ela seja sempre convenientemente tratada.

    1.2 ORIGEM E DISTRIBUIO DA GUA

    No h processo humano em que a gua no tenha importncia fundamental.

    Mais da metade do corpo humano constitui-se de gua. Esta sai do corpo em forma de

    dejetos (urina, fezes e suor), que assim eliminam os produtos de que no mais necessitamos.

    A gua encontrada na natureza de trs formas: em estado slido, nas geleiras;

    em estado gasoso, como vapor de gua, nas altas camadas atmosfricas; e em estado

    lquido, nas camadas superficiais e nas camadas subterrneas do planeta.

    Figura 01 - Ciclo da gua

    Na natureza, a contnua transformao de gua lquida em vapor e de vapor em

    gua lquida constitui o ciclo da gua.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 19

    A gua de chuva de boa qualidade, quase pura, mas pode se tornar impura por

    carregar poeira, fumaa, gases que flutuam na atmosfera ou sujeira dos telhados. Por isso,

    no deve ser usada, pois no potvel e no apresenta sais minerais.

    Grfico 01- Relao terra x gua no planeta

    As guas dos rios e lagos - guas superficiais - so as mais utilizadas para o

    abastecimento de populaes, principalmente por serem mais encontradas. Qualitativamente,

    entretanto, so as mais perigosas, porque as enxurradas lavam o solo, arrastando restos de

    matria orgnica vegetal, animal e humana para os lagos e rios. Na maioria das vezes, se

    no sempre, so poludas e/ou contaminadas. Mesmo que as suas caractersticas fsicas e

    qumicas sejam satisfatrias, a possibilidade de contaminao to grande que toda gua de

    superfcie considerada contaminada e exige tratamento para ser usada.

    Grfico 02- Distribuio de gua no planeta

    GELEIRAS2%

    DOCE1%

    SALGADA97%

    PLANETA TERRA OU GUA?

    GUA75%

    TERRA25%

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 20

    1.3 POTABILIDADE DA GUA E SUAS ALTERAES

    A gua potvel, aquela que pode ser consumida sem risco para a sade, tem que

    atender a determinados requisitos de natureza fsica, qumica e biolgica.

    1.3.1 REQUISITOS FSICOS DA POTABILIDADE

    Os requisitos fsicos para que a gua seja considerada potvel so:

    ser inodora, isto , sem cheiro;

    ser incolor, isto , sem cor, quando em pequena quantidade, e azulada, quando

    em grande quantidade;

    ter sabor indefinvel, mas que permite distingui-la de qualquer outro lquido;

    ser fresca, sensao que depende da temperatura ambiente.

    1.3.2 REQUISITOS QUMICOS DA POTABILIDADE

    Para que a gua seja potvel do ponto de vista qumico, ela necessita:

    ser arejada, isto , conter certa quantidade de oxignio;

    conter em pequena quantidade sais minerais, como clcio e magnsio;

    no conter nenhum sal txico.

    1.3.3 REQUISITOS BIOLGICOS DA POTABILIDADE

    Biologicamente, a gua no pode conter organismos patognicos, ou seja,

    causadores de doenas.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 21

    2 - SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE GUA

    A construo de um sistema completo de abastecimento de gua requer muitos

    estudos e pessoal altamente especializado.

    Para iniciar-se os trabalhos, necessrio definir-se:

    a populao a ser abastecida;

    a taxa de crescimento da cidade e

    suas necessidades industriais.

    Com base nessas informaes, o sistema projetado para servir comunidade,

    durante muitos anos, com a quantidade suficiente de gua tratada.

    2.1 CAPTAO

    A seleo da fonte abastecedora de gua processo importante na construo de

    um sistema de abastecimento.

    Deve-se, por isso, procurar um manancial com vazo capaz de proporcionar

    perfeito abastecimento comunidade, alm de ser de grande importncia a localizao da

    fonte, a topografia da regio e a presena de possveis focos de contaminao.

    A captao pode ser superficial ou subterrnea.

    A superficial feita nos rios, lagos ou represas, por gravidade ou bombeamento.

    Se por bombeamento, uma casa de mquinas construda junto captao.

    Essa casa contm conjuntos de motobombas que sugam a gua do manancial e a enviam

    para a estao de tratamento.

    A subterrnea efetuada atravs de poos artesianos, perfuraes com 50 a 100

    metros feitas no terreno para captar a gua dos lenis subterrneos.

    Essa gua tambm sugada por motobombas instaladas perto do lenol dgua e enviada

    superfcie por tubulaes.

    A gua dos poos artesianos est, em sua quase totalidade, isenta de

    contaminao por bactrias e vrus, alm de no apresentar turbidez.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 22

    2.2 TRATAMENTO DA GUA

    2.2.1 TRATAMENTO DA GUA DE CAPTAO SUPERFICIAL EM ESTAO DE TRATAMENTO DE GUA ETA

    Figura 02 - Processo convencional de tratamento de gua.

    composto pelas seguintes fases:

    Oxidao

    O primeiro passo oxidar os metais presentes na gua, principalmente o ferro e o

    mangans, que normalmente se apresentam dissolvidos na gua bruta. Para isso, injeta-se

    cloro ou produto similar, pois tornam os metais insolveis na gua, permitindo, assim, a sua

    remoo nas outras etapas de tratamento.

    Coagulao

    A remoo das partculas de sujeira se inicia no tanque de mistura rpida com a

    dosagem de sulfato de alumnio ou cloreto frrico. Estes coagulantes, tm o poder de

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 23

    aglomerar a sujeira, formando flocos. Para otimizar o processo adiciona-se cal, o que

    mantm o pH da gua no nvel adequado.

    Floculao

    Na floculao, a gua j coagulada movimenta-se de tal forma dentro dos tanques

    que os flocos misturam-se, ganhando peso, volume e consistncia.

    Decantao

    Na decantao, os flocos formados anteriormente separam-se da gua,

    sedimentando-se, no fundo dos tanques.

    Filtrao

    A gua ainda contm impurezas que no foram sedimentadas no processo de

    decantao.

    Por isso, ela precisa passar por filtros constitudos por camadas de areia ou areia

    e antracito suportadas por cascalho de diversos tamanhos que retm a sujeira ainda

    restante.

    Desinfeco

    A gua j est limpa quando chega a esta etapa. Mas ela recebe ainda mais uma

    substncia: o cloro.

    Este elimina os germes nocivos sade, garantindo tambm a qualidade da gua

    nas redes de distribuio e nos reservatrios.

    Correo de Ph

    Para proteger as canalizaes das redes e das casas contra corroso ou

    incrustao, a gua recebe uma dosagem de cal, que corrige seu pH.

    Fluoretao

    Finalmente a gua fluoretada, em atendimento Portaria do Ministrio da

    Sade. Consiste na aplicao de uma dosagem de composto de flor (cido fluossilcico).

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 24

    Reduz a incidncia da crie dentria, especialmente no perodo de formao dos

    dentes, que vai da gestao at a idade de 15 anos.

    2.2.2 TRATAMENTO DA GUA DE CAPTAO SUBTERRNEA

    A gua captada atravs de poos profundos, na maioria das vezes, no precisa ser

    tratada, bastando apenas a desinfeco com cloro e a fluoretao. Isso ocorre porque, nesse

    caso, a gua no apresenta qualquer turbidez, eliminando as outras fases que so

    necessrias ao tratamento das guas superficiais.

    2.3 RESERVAO

    A gua armazenada em reservatrios, com duas finalidades:

    manter a regularidade do abastecimento, mesmo quando necessrio paralisar

    a produo para manuteno em qualquer uma das unidades do sistema;

    atender s demandas extraordinrias, como as que ocorrem nos perodos de

    calor intenso ou quando, durante o dia, usa-se muita gua ao mesmo tempo (na hora do

    almoo, por exemplo).

    Quanto sua posio em relao ao solo, os reservatrios so classificados em

    subterrneos (enterrados), apoiados e elevados.

    2.3.1 REDES DE DISTRIBUIO

    Para chegar s casas, a gua passa por vrios tubos enterrados sob a

    pavimentao das ruas da cidade. Essas canalizaes so chamadas redes de distribuio.

    Para que uma rede de distribuio possa funcionar perfeitamente, necessrio

    haver presso satisfatria em todos os seus pontos. Onde existe menor presso, instalam-se

    bombas, chamadas boosters e elevatrias, cujo objetivo bombear a gua para locais mais

    altos.

    Nos trechos de redes com presso em excesso, so instaladas vlvulas redutoras.

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    2.3.2 LIGAES DOMICILIARES

    A ligao domiciliar uma instalao que une a rede de distribuio rede interna

    de cada residncia, loja ou indstria, fazendo a gua chegar s torneiras.

    Para controlar, medir e registrar a quantidade de gua consumida em cada

    imvel, instala-se um hidrmetro junto ligao.

    A tarifa mnima da COPASA d direito a um consumo residencial de 6.000 litros de

    gua por ms.

    Ultrapassando esse limite, a conta de gua calculada sobre a quantidade de

    litros que foi consumida e registrada pelo hidrmetro.

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    3 - SISTEMA DE ESGOTO

    O sistema utilizado pela Copasa, do tipo separador absoluto. Esse sistema

    destina-se somente para a coleta de esgotos, havendo a necessidade de outra rede destinada

    exclusivamente para as guas pluviais.

    3.1 COMO FUNCIONA

    O esgoto escoa dentro das tubulaes a no mximo 75% da sesso dos tubos, ou

    seja, eles no preenchem todo o contedo da canalizao.

    Elas so implantadas a profundidades variadas, com certa declividade necessria

    para o encaminhamento do esgoto por gravidade.

    As redes correm para as partes mais baixas de uma sub bacia, onde esto

    instalados os emissrios e os interceptores.

    Em algumas situaes, o esgoto encaminhado para as partes mais altas, por

    meio das Estaes Elevatrias de Esgotos (EEE).

    3.2 LIXO E GUA DA CHUVA

    O lixo que vai para as redes de esgoto entope os tubos, impedindo a passagem do

    esgoto, e fazendo com que as redes se rompam.

    As guas de chuva quando vo para as redes de esgoto causam extravasamentos.

    A gua de chuva enche toda a tubulao de esgoto, pressionado as paredes dos tubos

    fazendo com que se rompam, provocando refluxos.

    3.3 QUESTO LEGAL

    Algumas prefeituras exigem que todos os imveis, que tenham sua disposio

    rede de esgotamento sanitrio, sejam ligados a ela, eliminando outros tipos de lanamento,

    como fossas ou at mesmo a cu aberto.

    O esgoto a cu aberto uma fonte contnua de transmisso de doenas de

    veiculao hdrica, por meio do contato das pessoas com o esgoto ou atravs de insetos e

    animais que se multiplicam nesses locais.

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    3.4 CLASSIFICAO

    Esgotos domsticos

    So aqueles gerados nas atividades residncias e nas instalaes hidrulico-

    sanitrias.

    Esgotos no domsticos

    Podem ser gerados nos processos produtivos de indstrias e das prestadoras de

    servios, rgos pblicos, do comrcio, e em outros segmentos da atividade econmica.

    3.5 CONSTITUIO DO ESGOTO

    Os esgotos domsticos so constitudos aproximadamente de 99,9% de lquido e o

    restante 0,1% de material slido. A composio dos esgotos depende dos usos das guas de

    abastecimento e varia com o clima, os hbitos e as condies scio-econmicas da populao

    e da presena de efluentes industriais, infiltrao de guas pluviais, idade das guas

    residurias etc.

    3.6 SISTEMA DE COLETA, TRANSPORTE E TRATAMENTO

    Os esgotos domsticos e no domsticos so encaminhados para a rede coletora,

    atravs dos coletores primrios.

    O coletor tronco recebe os esgotos dos coletores primrios e os encaminham at

    os interceptores.

    Os interceptores correm nos fundos de vale, margeando os cursos dgua ou

    canais. So responsveis pelo transporte dos esgotos gerados na sua sub-bacia, evitando que

    os mesmos sejam lanados nos corpos dgua.

    Os emissrios so iguais aos interceptores, com a diferena de que no recebem

    contribuies ao longo do seu percurso. Sua funo transportar os esgotos at a estao de

    tratamento de esgotos - ETE.

    Nas estaes de tratamento de esgotos, os esgotos passam por processos fsicos

    e/ou biolgicos que produzem efluentes tratados, atendendo a legislao vigente, prontos

    para serem lanados no meio ambiente outra vez.

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    3.7 CARACTERIZAO DOS ESGOTOS

    possvel a partir do conhecimento dos seguintes parmetros:

    Parmetros fsicos

    Temperatura, odor, cor e turbidez, slidos sedimentveis, materiais solveis.

    Parmetros qumicos

    pH, DBO, DQO, Nitrognio (N), Fsforo (P), dentre outros.

    Parmetros biolgicos

    A Escherichia coli o parmetro indicador da presena de fezes humanas e

    animais em guas. A poluio fecal possibilita a veiculao de vrios microorganismos

    patognicos como vrus entricos e outros, bactrias enteropatognicas, protozorios e

    vermes.

    3.8 RAZES PARA TRATAR O ESGOTO

    Razo de sade pblica

    Reduzir o nmero de organismos patognicos presentes nos esgotos,

    possibilitando o seu retorno ao Meio Ambiente sem o risco de transmisso de doenas de

    veiculao hdrica.

    Razo ecolgica

    Evitar a degradao ambiental, protegendo a vida vegetal e animal.

    Razo econmica

    Reduzir o custo do tratamento da gua e a indisponibilidade deste recurso para

    diversos usos, dentre eles o consumo industrial, comercial, assim como das comunidades.

    Razo esttica

    Evitar prejuzos ao lazer e ao turismo, pelo mau aspecto, cheiro, presena de lixo

    e animais transmissores de doenas.

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    Razo legal

    Evitar a depreciao dos patrimnios, pois os proprietrios de reas a jusante dos

    lanamentos de esgotos tm direitos legais ao uso da gua em seu estado natural.

    3.9 PROCESSOS DE TRATAMENTO

    Consiste em separar a parte lquida da parte slida do esgoto e tratar cada uma

    delas separadamente, reduzindo ao mximo a carga poluidora, de forma que elas possam ser

    dispostas adequadamente sem prejuzo ao meio ambiente.

    Figura 03 - Processo convencional de tratamento de esgoto.

    Imitando a natureza

    As Estaes de Tratamento de Esgoto reproduzem, num menor espao de tempo,

    a capacidade que os cursos dgua tm naturalmente de decompor a matria orgnica.

    Agentes de tratamento

    So as bactrias aerbias ou anaerbias que se reproduzem em grande

    quantidade, degradando a matria orgnica presente nos esgotos, quando encontram

    condies favorveis.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 30

    Condies para o tratamento

    Os nveis e a maneira de se tratar os esgotos dependem:

    a) Da carga orgnica presente

    b) Da classificao das guas do rio que receber o efluente tratado

    c) Da capacidade de autodepurao do rio que receber o efluente tratado

    d) Da disponibilidade de rea e energia eltrica

    3.10 NVEIS DE TRATAMENTO

    3.10.1 TRATAMENTO PRELIMINAR

    - So retirados do esgoto os slidos grosseiros, como lixo e areia.

    - Utiliza processos fsicos, como gradeamento, peneiramento e a sedimentao.

    3.10.2 TRATAMENTO PRIMRIO

    Reduz parte da matria orgnica presente nos esgotos removendo os slidos em

    suspenso sedimentveis e slidos flutuantes.

    Processo:O esgoto ainda contm slidos em suspenso, no grosseiros, que so

    mais pesados que a parte lquida. Esses slidos se sedimentam, indo para o fundo dos

    decantadores, formando o lodo primrio bruto. Esse lodo retirado do fundo do decantador,

    atravs de raspadores mecanizados, tubulaes ou bombas.

    Processo Anaerbio: Ocorre atravs da fermentao, na ausncia de oxignio.

    Tipos mais comuns:

    - Sistema fossa sptica filtro anaerbio Muito usado no Brasil, no meio rural e em

    comunidades de pequeno porte. Os slidos em suspenso se sedimentam no fundo da

    fossa sptica e formam o lodo onde ocorre a digesto anaerbia. O lquido se encaminha

    para o filtro anaerbio que possui bactrias que crescem aderidas a uma camada suporte

    formando a biomassa, que reduz a carga orgnica dos esgotos.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 31

    - Reator Anaerbio de Manta de Lodo (UASB): A biomassa cresce dispersa no meio e no

    aderida como nos filtros. Esta biomassa, ao crescer, forma pequenos grnulos, que por

    sua vez, tendem a servir de meio suporte para outras bactrias. O fluxo do lquido

    ascendente e so formados gases metano e gs carbnico, resultantes do processo de

    fermentao anaerbia.

    3.10.3 TRATAMENTO SECUNDRIO

    Remove a matria orgnica e os slidos em suspenso.

    Processo: Atravs de processos biolgicos, utilizando reaes bioqumicas, atravs

    de microorganismos bactrias aerbias, facultativas, protozorios e fungos.

    No processo aerbio os microorganismos presentes nos esgotos se alimentam da

    matria orgnica ali tambm presente, convertendo-a em gs carbnico, gua e material

    celular. Esta decomposio biolgica do material orgnico requer a presena de oxignio e

    outras condies ambientais adequadas como temperatura, pH , tempo de contato etc.

    Tipos mais comuns de tratamento secundrio:

    - Lagoas de estabilizao (ou lagoas de oxidao) e suas variantes - So lagoas construdas

    de forma simples, onde os esgotos entram em uma extremidade e saem na oposta. A

    matria orgnica, na forma de slidos em suspenso, fica no fundo da lagoa, formando

    um lodo que vai aos poucos sendo estabilizado. O processo se baseia nos princpios da

    respirao e da fotossntese: As algas existentes no esgoto, na presena de luz,

    produzem oxignio que liberado atravs da fotossntese. Esse oxignio dissolvido (OD)

    utilizado pelas bactrias aerbias (respirao) para se alimentarem da matria orgnica

    em suspenso e dissolvida presente no esgoto. O resultado a produo de sais minerais

    alimento das algas - e de gs carbnico (CO2).

    - Lodos ativados e suas variantes composto, essencialmente, por um tanque de

    aerao (reator biolgico), um tanque de decantao (decantador secundrio) e uma

    bomba de recirculao do lodo. O princpio do sistema a recirculao do lodo do fundo

    de uma unidade de decantao para uma de aerao. Em decorrncia da recirculao

    contnua de lodo do decantador e da adio contnua da matria orgnica, ocorre o

    aumento da biomassa de bactrias, cujo excesso descartado periodicamente.

    - Tratamento aerbio com biofilme - Os esgotos so aplicados sobre um leito de material

    grosseiro, como pedras e ripas ou material plstico, e percola em direo a drenos no

    fundo. Este fluxo do esgoto permite o crescimento de bactrias na superfcie do leito,

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 32

    formando uma pelcula de microorganismos. O ar circula nos espaos vazios entre as

    pedras ou ripas, fornecendo oxignio para os microorganismos decomporem a matria

    orgnica.

    Tratamento Tercirio

    Remove poluentes especficos (micronutrientes e patognicos), alm de outros

    poluentes no retidos nos tratamentos primrio e secundrio. Este tratamento utilizado

    quando se deseja obter um tratamento de qualidade superior para os esgotos. Neste

    tratamento remove-se compostos como nitrognio e fsforo, alm da remoo completa da

    matria orgnica.

    - Processo:- Atravs de processos por radiao ultravioleta, qumicos e outros.

    - Tratamento do lodo - Todos os processos de tratamento de esgoto resultam em

    subprodutos: o material gradeado, areia, escuma, lodo primrio e lodo secundrio, que

    devem ser tratados para serem lanados no meio ambiente.

    - Lodo estabilizado - Disposio do lodo em aterros sanitrios ou aplicando como fertilizante

    na agricultura, aps tratamento adequado.

    - Lodo no estabilizado :

    - Adensamento, para remoo da umidade

    - Estabilizao para remoo da matria orgnica

    - Condicionamento para preparar para a desidratao

    - Desidratao para remover a umidade, com reduo do volume, em leitos de secagem,

    lagoas de lodo e equipamentos mecnicos

    - Disposio final em aterros sanitrios, aplicao no solo etc.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 33

    4 - INSTALAES PREDIAIS DE GUA E ESGOTO

    - Devem ser definidas, dimensionadas e projetadas conforme as normas da ABNT, posturas

    municipais.

    - Devem ser mantidas em bom estado;

    Voc sabia:

    - Que a gua de chuva no pode ser despejada nas instalaes ou nos ramais prediais de

    esgoto?

    - Que as peas sanitrias devem ter sifo prprio para evitar que os gases da rede atinjam

    o seu imvel provocando mau cheiro?

    - Que obrigatria a construo e utilizao de caixa de gordura sifonada na instalao

    predial de esgoto, ou outras caixas especiais definidas em normas especficas?

    4.1.1 CAIXA DE GORDURA

    - A gua proveniente das pias, tanques, pisos de copas e cozinhas tem que passar

    obrigatoriamente por caixa de gordura sifonada.

    - A caixa de gordura deve ser verificada mensalmente e limpa sempre que necessrio.

    - A gordura retirada deve ser colocada em sacos plsticos e colocada no lixo. Essa gordura

    no pode ser jogada na rede de esgoto nem na rede pluvial.

    - A gua esgotada pelo ralo do piso de cozinhas onde h produo ou manipulao de

    alimentos, tais como lanchonetes, bares, restaurantes, aougues, etc. deve passar pela

    caixa de gordura, dimensionada conforme o porte do estabelecimento.

    - at 15 cozinhas, a abertura da parede do septo de 10 cm. A partir de 16 cozinhas, ou

    100 refeies, a abertura da parede do septo de 20 cm.

    - lanchonetes pequenas: as caixas de gordura desses estabelecimentos, com pouco espao

    fsico e utilizao de descartveis, devero ter as seguintes dimenses (C x L x A) = 60 x

    30 x 46 cm. Demais lanchonetes devero utilizar caixa de gordura para volume a partir de

    216 litros.

    - informaes a respeito de caixas de gordura menores e/ou de formato cilndrico constam

    da Norma ABNT NBR 8160, Sistemas prediais de esgoto sanitrio Projeto e execuo.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 34

    O quadro a seguir indica as dimenses mnimas para se construir ou comprar uma

    caixa de gordura, dentro dos limites ideais:

    TABELA 1- Dimensionamento de Caixa de Gordura.

    CAIXA DE GORDURA PRISMTICA (BASE RETANGULAR)

    NMERO NMERO CAPACIDA

    DE

    DIMENSES INTERNAS MNIMAS (cm)

    DE

    COZINHAS

    DE

    REFEIES

    (N)

    DA CAIXA

    (LITROS)

    (A x C x L)

    COMPRIMENT

    O (C)

    LARGURA

    (L)

    ALTURA

    (H)

    ALTURA DA

    SADA (A)

    1 e 2 - 31 44 22 47 32

    3 - 44 50 25 50 35

    4 - 50 52 26 52 37

    5 - 56 54 27 53,5 38,5

    6 - 63 56 28 55 40

    7 - 71 58 29 57,5 42,5

    8 - 77 59 29,5 59 44

    9 - 83 60 30 61 46

    10 - 90 62 31 62 47

    11 - 97 64 32 62,5 47,5

    12 - 105 66 33 63 48

    13 - 111 68 34 63 48

    14 - 118 70 35 63 48

    15 - 124 72 36 63 48

    16 a 28 100 216 90 40 75 60

    29 a 36 125 288 120 40 75 60

    37 a 43 150 360 120 50 75 60

    44 a 57 200 432 120 60 75 60

    58 a 73 250 504 120 70 75 60

    74 a 86 300 588 140 70 75 60

    87 a 100 350 756 140 90 75 60

    101 a 115 400 810 150 90 75 60

    116 a 129 450 918 170 90 75 60

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 35

    Caixa de Gordura (base retangular) - Exemplo de construo, passo a

    passo, para imveis com 1 ou 2 cozinhas residenciais

    1 passo

    Escolher um local perto da pia da cozinha e abrir

    um buraco de 80 cm x 60 cm x 80 cm

    (comprimento x largura x profundidade).

    2 passo

    Fazer o fundo da caixa em concreto simples,

    trao 1:3:3 (cimento, areia, brita) com 8 cm de

    altura.

    Levantar as paredes com tijolos deitados at 10

    cm de altura.

    Os tijolos devem ser macios e requeimados.

    3 passo

    Fazer uma placa de concreto simples, com 30 cm

    x 37 cm x 2 cm, que ser a parede de sifo. Essa

    placa tambm pode ser de qualquer tipo de

    pedra, desde que tenha as mesmas medidas. A

    pedra ardsia a mais usada. Assentar a placa

    sobre as paredes a 13cm acabados (*) da sada

    da caixa.

    (*) revestimento interno da caixa: massa forte

    (argamassa de cimento e areia, trao 1:3).

    4 passo

    Subir as paredes da caixa at 32 cm de altura, a

    partir do fundo.

    Assentar o tubo de 100 mm, saindo para a caixa

    de inspeo.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 36

    5 passo

    Subir as paredes mais 5 cm, assentando a 37 cm

    do fundo da caixa o tubo de 50 mm para entrada

    de gua utilizada na lavagem dos utenslios de

    cozinha.

    6 passo

    Subir as paredes mais 10 cm e chumbar uma

    tampa de concreto ou de pedra sobre a parte

    menor da caixa.

    7 passo

    Continuar subindo as paredes do lado maior da

    caixa at o nvel do terreno.

    8 passo

    Aterrar as laterais da caixa. Encaixar, no lado maior, uma tampa mvel para permitir a

    limpeza da caixa.

    9 passo

    A caixa de gordura deve ter seu fundo e paredes perfeitamente vedados, evitando

    infiltrao de lquidos no solo. Visando confirmar essa vedao, depois que ela estiver

    pronta e seca, realize o teste de estanqueidade.

    Encha a caixa com gua at o transbordamento. A gua dever permanecer neste nvel

    mximo por 15 minutos.

    Se no houver vazamentos, aterre as laterais da caixa e solicite a vistoria da COPASA.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 37

    4.1.2 CAIXA DE INSPEO

    - a gua usada nos banheiros (vasos sanitrios, pias, chuveiros, bids, banheiras, etc) vo

    para a caixa de inspeo localizada em um ponto abaixo da caixa de gordura.

    - Entre a caixa de gordura e a caixa de inspeo deve ser respeitada uma distncia mnima

    de 1 m, no podendo haver, em hiptese alguma, parede comum s duas caixas.

    - toda a canalizao de esgoto dever ser construda em trechos retos. Se houver

    mudanas de inclinao ou de direo, instalar em todas elas caixas de inspeo ou peas

    apropriadas com tampa para permitir inspees e desentupimentos;

    4.1.3 RESERVATRIOS PARTICULARES (CAIXAS DGUA)

    O projeto e execuo dos reservatrios devem atender aos seguintes requisitos de

    ordem sanitria e tcnica:

    - seguir norma ABNT;

    - assegurar perfeita estanqueidade;

    - utilizar em sua construo com materiais que no causem prejuzo qualidade de gua;

    - permitir inspeo e reparo, atravs de aberturas dotadas de bordas salientes e tampas

    hermticas;

    - possuir vlvula de flutuador (bia) que vede a entrada de gua quando cheio, e

    extravasor descarregando visivelmente em rea livre, dotado de dispositivo que impea a

    penetrao de elemento que possa poluir a gua; e

    - possuir tubulao de descarga que permita a limpeza interna do reservatrio.

    Outras observaes importantes:

    - lavar o reservatrio/caixa dgua a cada 6 meses;

    - vedada a passagem de tubulaes de esgoto sanitrio ou pluvial pela cobertura ou pelo

    interior dos reservatrios.

    - nenhum depsito de lixo domiciliar ou incinerador de lixo poder estar localizado sobre

    qualquer reservatrio de modo a dificultar o seu esgotamento ou representar perigo de

    contaminao de suas guas.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 38

    - se o reservatrio subterrneo tiver que ser construdo em recinto ou rea interna fechada,

    nos quais exista canalizao ou dispositivo de esgoto sanitrio, devero ali ser instalados

    ralos e canalizao de guas pluviais, capazes de escoar qualquer refluxo eventual de

    esgoto sanitrio.

    - os imveis com trs ou mais pavimentos ou aqueles cuja presso dinmica disponvel da

    rede junto ligao seja insuficiente para alimentar o reservatrio superior devero

    possuir reservatrio e instalao elevatria conjugada.

    Limpeza da caixa dgua

    Ter um reservatrio de gua em casa necessrio. A caixa dgua a sua reserva

    para uma eventualidade qualquer, como, por exemplo, nos dias em que a COPASA estiver

    executando algum servio de manuteno e seja preciso desligar temporariamente a rede de

    abastecimento. Mas no basta ter uma caixa dgua. preciso saber cuidar dela. Afinal de

    contas, trata-se de um reservatrio que deve estar sempre limpo, para evitar algum tipo de

    contaminao.

    Nunca deixe que a caixa fique destampada;

    Se caixa subterrnea preciso proteg-la contra as guas de enxurradas ou de

    esgotos e fossas;

    Toda caixa dgua deve estar fora do alcance de crianas;

    De 6 em 6 meses, faa uma limpeza na caixa dgua.

    Procedimentos preparatrios para limpeza da caixa dgua

    - Verifique o consumo mensal em m3 na sua conta de gua;

    - Divida o volume mensal por 30, correspondente aos dias do ms;

    - O resultado obtido possibilitar identificar quando voc dever fechar o registro de

    entrada da caixa dgua, para ter uma quantidade adequada para iniciar a limpeza.

    EXEMPLO:

    Consumo mensal de 80.000 litros ms (80 m3/ms)

    Consumo dirio: 80.000 litros : 30 dias = 2.700 litros / dia

    Caixa dgua (reservatrio) = 30.000 litros (30 m3)

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 39

    (30.000/2.700=11) Isto significa que o reservatrio de 30.000 litros atende s

    necessidades por aproximadamente 11 dias.

    Se a limpeza da caixa dgua for programada para ser feita no dia 20 , fechar o

    registro de entrada do reservatrio no dia 9 ou 10, de forma que no dia 20 haver gua

    necessria para iniciar a limpeza, e no haver desperdcio.

    TABELA 2- Relao entre os volumes de gua da caixa, para limpeza e sanitria

    CAIXA DGUA GUA PARA INICIAR LIMPEZA GUA SANITARIA

    5.000 litros 10 litros 2 litros

    10.000 litros 20 litros 4 litros

    20.000 litros 40 litros 8 litros

    30.000 litros 60 litros 12 litros

    Manter a caixa dgua limpa manter a qualidade da gua

    que a COPASA leva at a sua casa.

    1 passo: Esvazie a caixa;

    2 passo: Escove bem as paredes

    e o fundo. No use escova de ao;

    3 passo: Lave bem a caixa com jatos fortes de gua;

    4 passo: Num balde limpo, faa uma mistura de 1 litro de gua sanitria e 5

    litros de gua;

    5 passo: Com uma broxa ou pano

    espalhe a mistura no fundo e nas paredes da

    caixa;

    6 passo Espere meia hora para

    que a soluo possa agir, desinfetando a caixa;

    7 passo Lave novamente a caixa

    com um jato forte de gua pura. Deixe a gua escorrer at a caixa ficar

    vazia;

    8 passo Agora, s encher de

    novo a caixa. Dentro de 6 meses,

    repita esta operao.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 40

    Figura 04 - Passo a passo para a limpeza da caixa dgua.

    4.2 VERIFICAO DE VAZAMENTOS

    Quando sua conta apresentar um consumo acima do normal, verifique se existe

    vazamento nas instalaes hidrulicas. Vazamento gua que voc no usa, mas paga. A

    Copasa ajuda voc a descobrir vazamentos e a economizar gua e dinheiro.

    No passe canalizaes prximas a buracos ou instalaes de esgotos, pois voc

    poder no perceber vazamentos, se eles ocorrerem; alm disso, a gua pode ser

    contaminada.

    Faa vistoria peridica para verificar se existe alguma anormalidade nas

    proximidades dos tubos, como paredes mofadas ou molhadas, terreno molhado, piso fofo,

    rudo provocado pelo vazamento de gua, entre outros.

    Se qualquer um dos testes a seguir indicar a presena de vazamento de gua,

    confie o conserto a um profissional competente.

    TESTE 1

    NA TUBULAO QUE LEVA GUA AT A CAIXA DGUA

    1) deixe o registro do

    padro aberto;

    2) feche bem todas as

    torneiras e no use os

    sanitrios;

    3) vede todas as bias de

    caixa dgua;

    4) anote a posio dos nmeros do hidrmetro e, aps uma hora, verifique se houve

    movimentao dos mesmos. Em caso afirmativo, h vazamento no ramal alimentado

    diretamente pela rede.

    TESTE 2

    NA VLVULA OU NA CAIXA DE DESCARGA

    1) jogue cinza de carvo no vaso sanitrio;

    2) se a cinza ficar depositada no fundo do vaso, no h

    vazamento; caso contrrio, h vazamento na vlvula ou na

    caixa de descarga;

    Voc pode tambm esvaziar todo o vaso sanitrio e sec-lo. Se ele

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 41

    tornar a encher sem que se d descarga, h vazamento.

    TESTE 3

    NA INSTALAO ALIMENTADA PELA CAIXA DGUA

    1) vede bem a bia; 2) feche as torneiras e no use os sanitrios;

    3) marque o nvel da gua na caixa;

    4) depois de uma hora, confira o nvel da gua na caixa;

    5) se o nvel baixar, existe vazamento na tubulao interna do

    seu imvel, nos sanitrios ou na prpria caixa

    TESTE 4

    EM RESERVATRIOS DE EDIFCIOS

    1) feche o registro do hidrmetro ou prenda a bia da caixa

    dgua;

    2) feche os registros de limpeza e de sada de gua;

    3) marque o nvel da gua no reservatrio;

    4) se depois de duas horas o nvel baixar, h

    vazamento. Neste caso, verifique se o registro de limpeza no tem defeitos ou se existe

    trinca no reservatrio.

    4.3 DICAS CONTRA DESPERDCIO-CUIDADOS PARA NO PERDER GUA

    TORNEIRAS

    Ao lavar as mos, feche a torneira na hora de ensabo-las.

    Ao escovar os dentes ou fazer a barba, faa o mesmo. S

    volte a abrir a torneira na hora de enxaguar.

    Tenha o mesmo costume na hora de lavar roupa e louas,

    ou seja, mantenha a torneira fechada na hora de ensaboar.

    VASOS SANITRIOS

    Os vasos sanitrios podem consumir at 40%

    da gua do uso domstico;

    Diminua as descargas;

    Regule periodicamente a vlvula de descarga;

    Nunca jogue papel, pontas de cigarros ou lixo

    dentro do vaso, pois, alm de gastar muita gua,

    pode causar entupimentos.

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    CHUVEIRO

    Os banhos demorados consomem 37% da gua

    de uso domstico;

    5 minutos com o chuveiro aberto consomem

    60 litros de gua;

    Diminua o fluxo do chuveiro e, quando estiver

    se ensaboando, faa-o com o chuveiro fechado.

    MANGUEIRA

    Se for indispensvel o uso da mangueira, utilize sempre um

    esguicho (tipo bico). Assim, quando voc no estiver

    utilizando, o fluxo da gua interrompido;

    Evite lavar caladas, garagens e carros vrias vezes por

    semana, assim como irrigar os jardins;

    No use o jato da gua para varrer o cho. Use a vassoura;

    na hora de lavar o carro, troque a mangueira pelo balde de

    gua.

    BIAS DE GUA

    Observe sempre o funcionamento da bia da sua caixa

    dgua. Bia com defeito gua jogada fora pelo

    ladro.

    MQUINA DE LAVAR ROUPA

    Vai ligar a mquina de lavar roupas?

    Use sempre a quantidade mxima de roupas

    indicada pelo fabricante. Evite repetir operaes de

    enxge.

    Assim voc economiza gua e energia.

    O mesmo vale para a mquina de lavar loua.

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    5 - HIDRMETROS

    O hidrmetro um aparelho utilizado para medir o consumo de gua. Assim toda vez que voc abrir a torneira, o chuveiro ou der descarga, o hidrmetro entra em ao. ele que indica a quantidade de gua que voc consome.

    Modelos de mostradores de hidrmetros

    Existem vrios modelos de mostradores de hidrmetros. Por norma, todos esses

    modelos tm indicadores de metros cbicos na cor preta, e indicadores de litros na

    cor vermelha (combinaes de roletes vermelhos e ponteiros vermelhos ou somente

    ponteiros vermelhos). Todos os modelos so aprovados pelo INMETRO.

  • Curso para artfices e gestores sobre o uso racional da gua em prdios pblicos 44

    5.1 COMO FAZER A LEITURA E ACOMPANHAR O SEU CONSUMO

    Exemplo:

    Para fazer a leitura do hidrmetro, basta anotar os nmeros pretos, desprezando os

    nmeros vermelhos. Para acompanhar o seu consumo, faa leituras periodicamente

    e calcule o quanto voc est gastando pela diferena entre duas leituras.

    Clculo do volume de gua consumido no perodo: [36 - 30) = 6m

    Isto quer dizer que voc gastou 6m (metros cbicos) em 10 dias, ou 0,600 m por

    dia, que igual a 600 litros. Fazendo a conta, em 30 dias seu consumo ser de

    provavelmente 18m. bom lembrar que a COPASA faz a leitura de 30 em 30 dias

    aproximadamente.

    Cuidados e Responsabilidades

    A instalao e manuteno do hidrmetro so executadas pela COPASA ou pessoas

    por ela credenciadas.

    Ao ser instalado, o hidrmetro est calibrado e em perfeitas condies de uso;

    O aparelho de propriedade da COPASA, porm sua conservao e guarda

    so de inteira responsabilidade do cliente;

    O hidrmetro dever ser bem cuidado e conservado, os lacres tm de ser

    mantidos intactos;

    Evite que crianas ou outras pessoas mexam no hidrmetro;

    O acesso a ele deve estar sempre livre para facilitar o trabalho do leiturista.

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    5.2 NORMALIZAO

    A fabricao, a especificao e a instalao dos hidrmetros obedecem s normas tcnicas e portaria dos rgos responsveis. No Brasil esses rgos so ABNT e INMETRO.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas -

    ABNT Normas: NBR 8009 NBR 8194

    NBR NM 212 NBR 14005

    Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade

    Industrial -

    INMETRO Portaria 246/00

    Laboratrio de Hidrometria

    A Copasa mantm uma unidade responsvel pelos hidrmetros instalados em seu imvel. Neste laboratrio os aparelhos usados recebem manuteno e so realizados ensaios que garantem a condio de uso, conforme determinam normas e portarias.

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