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    APOSTILA DE

    METROLOGIA

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    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

    M267aMarco Filho, Flvio de.

    Apostila de metrologia/ Flvio de Marco Filho, Jos Stockler C. Filho. - Rio deJaneiro: UFRJ, Sub-Reitoria de Ensino de Graduao e Corpo Discente/SR-1, 1996.

    106 p. (Cadernos Didticos UFRJ; 29)

    Inclui bibliografia.

    1. Instrumentos de medio. 2. Medidas fsicas. 3. Medio. I. C. Filho, JosStockler. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sub-Reitoria de Ensino de Graduao e CorpoDiscente/SR-1. Ttulo. IV. Srie.

    96-1391 CDD 620.0044CDU 621:53.083

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    APOSTILA DE

    METROLOGIA

    FLVIO DE MARCO FILHO

    JOS STOCKLER C. FILHO

    SUB-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAO E CORPO DISCENTEUFRJ 1996

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

    Reitor

    Paulo Alcntara Gomes

    Sub-Reitora de Ensino de Graduao e Corpo Discente

    Neyde Felisberto Martins Ribeiro

    Superintendente de Ensino de Graduao e Corpo Discente

    Ricardo Andrade de MedronhoCoordenao

    Maria Lusa Porto de Figueiredo C. Marchiori

    Gerenciamento

    Rosngela Maria Medeiros Gambine

    Comit editorial

    Antnio Cludio Gmez de Sousa CT

    Lilian Nasser CCMN (1 e 2 graus)

    Maria Emlia Barcellos da Silva CLA

    Marli Sousa Aguiar da Rocha CLA (1 e 2 graus)

    Susana de Sousa Barros CCMN

    Capa

    Mauro Sobczyk e Ricardo DuvalProjeto grficoRicardo DuvalDiagramaoVnia GarciaRevisoAndra Antnia Moura e Vnia Garcia

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    SUMRIO

    HISTRICO, 6

    1.INTRODUO, 9

    2. PRINCPIOS GERAIS DA AJUSTAGEM MECNICA, 11Definies e Simbologia, Sistema ISSO, Escolha do Ajuste, Recomendaes,

    Exerccios, Exemplos de Ajustes.

    3. CONTROLE DE FABRICAO, 26Organizao do Controle da Produo, Calibradores e Contra-Calibradores,Especificao de Calibradores, Exerccios.

    4.AJUSTE COM FOLGA, 37Introduo, Determinao das Folgas, Escolha do Ajuste a partir da Imposio dasFolgas, Exerccios.

    5.AJUSTE COM INTERFERNCIA, 42

    Introduo, Determinao das Interferncias, Ajustes Fretados, Exerccios.

    6.RUGOSIDADE SUPERFICIAL, 52Introduo, Rugosidade Superficial.

    7. TESTES DE MQUINAS, 78Introduo, Mtodos de Ensaio, Exemplo - Torno Mecnico.

    8.ANEXOS.

    1 - Ajustes Recomendados e Aplicaes, 902 - Coeficiente de Atrito dos Materiais, 933 - Caractersticas dos Materiais de Fabricao Mecnica, 944 - Tabela de afastamentos padronizados para FUROS1, 955 - Tabela de afastamentos padronizados para EIXOS2, 1026 - Tabela de afastamentos para FUROS e EIXOS - 500 mm < D < 1000 mm, 1127 - Tabela de afastamentos para peas isoladas - IT 12 a IT 16, 114

    BIBLIOGRAFIA, 117

    1. ABNT NB - 0086 - Sistemas de Tolerncias e Ajustes - 1961.2. ABNT NB - 0185 - Seleo dos Campos de Tolerncias para Ajustes Preferenciais, 1972.

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    HISTRICO

    A ARTE DE MEDIR

    As mais antigas informaes sobre medidas definidas na histria da civilizao, encontram-

    se no livro Gnese da Bblia, onde relatado que o Criador ordenou a No que construsse uma arca

    com determinadas dimenses. No, apesar de no conhecer a arte da engenharia, obedeceu ao

    Senhor, que com sua infinita sabedoria, obviamente sabia que peas com medidas bem controladasacoplam-se com maior facilidade e diminuem o tempo gasto na fabricao.

    Outras obras de engenharia e de arquitetura na antiguidade comprovam a imensa capacidade

    do ser humano de construir e de medir com arte. Cada etapa vencida na trajeto da evoluo desta

    arte equivale a uma conquista, a um marco decisivo no progresso da humanidade, no s na rea

    tecnolgica, mas tambm e principalmente, na rea de cultura em geral.

    As unidades de medio primitivas eram especificadas a partir do corpo humano - polegar,

    palmo, p, braa, cvado (ou cbito), alna, etc. - e so chamadas de unidades naturais e ainda soutilizadas em algumas partes do mundo. Entretanto a partir da Revoluo Francesa o sistema

    mtrico comeou a ser utilizado e, combinado com o sistema numrico decimal inventado pelos

    Hindus quatro sculos a.C., hoje quase universalmente adotado devido s grandes vantagens que

    proporciona.

    As contribuies de grandes inventores e homens de viso como P. Nunez e P. Vernier,

    inventores do nnio, J. Watt, do micrmetro, A. A. Michelson, do interfermetro, C. E. Johansson,

    do bloco padro e muitos outros, colocaram a metrologia como uma cincia aplicada e umarealidade em nossos dias. Sem esta cincia, no seria possvel a fabricao de peas que se

    acoplassem perfeitamente, sem qualquer tipo de ajuste, mesmo que fabricadas em mquinas,

    lugares e pocas diferentes.

    A tecnologia moderna criou instrumentos controladores que, incorporados s mquinas

    operatrizes, vigiam automaticamente o processo total da produo, eliminando quase que

    completamente as imperfeies geomtricas das peas e garantindo assim um nmero mnimo de

    peas refugadas.

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    Entre os fatores que influenciam a qualidade, a quantidade e o custo de uma produo, trs

    so de extrema importncia:

    mquinas operatrizes modernas.

    ferramentas eficientes.

    instrumentos adequados de medida e controle.O estudo dos dois primeiros itens faz parte da disciplina Usinagem dos Materiais; os

    Instrumentos de medida, controle e tcnicas de medio sero estudados nos captulos a seguir. O

    objetivo atingir a produo ideal, capaz de satisfazer as necessidades humanas, com baixo custo e

    alta qualidade e produtividade.Algumas definies preliminares devem ser agora feitas.

    METROLOGIA

    Conhecimento dos pesos e medidas e dos sistemas de unidades de todos os povos, antigos e

    modernos. a cincia da medio.

    METRO1

    Unidade fundamental de medida de comprimento do S.I., igual ao comprimento do trajeto

    percorrido pela luz, no vcuo, durante um intervalo de tempo de 1/ 299.792.458 de segundo.

    METRO2

    Unidade fundamental de medida de comprimento no S.I., igual a 1.650.753,73

    comprimentos de onda, no vcuo, de uma raia vermelha do criptnio 86, correspondente

    transio entre os estados dubleto p10 e quinteto d5.

    METRO3

    Unidade fundamental das medidas de extenso no sistema mtrico, que representa a dcima

    milionsima parte do quarto do meridiano terrestre.

    1 FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa - Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira - 1a edio - 4aimpresso, 1975.

    2 FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa - Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira - 1 a edio - 5aimpresso, 1975.

    3 Dicionrio Brasileiro da Lngua Portuguesa - O GLOBO - Impresso Cochrane S.A. - 1aedio - Santiago - Chile - 1993.

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    METRO PADRO1

    Unidade de comprimento adotada internacionalmente at 1960 e igual a distncia entre

    duas linhas paralelas existentes em um prottipo de platina iridiada, depositada em Paris, na

    temperatura de 0o C e em condies de sustentao perfeitamente definidas. O Sistema

    Internacional de medida utiliza o metro [m] como unidade padro, com mostram as definiesacima. Os mltiplos e submltiplos mais utilizados so:

    DIVISES DO METRONOME VALOR SMBOLO

    FIGURA 1.1. Quilograma PadroCortesia do Danish Institute of Fundamental Metrology

    1 quilmetro1 hectmetro1 decmetro1 metro

    1 decmetro1 centmetro1 milmetro1 micrometro

    103 m102 m101 m10

    0m

    10-1m10-2m10-3m10-6m

    [km][hm][dam][m]

    [dm][cm][mm][m]

    Tabela 1.1. Unidades de Base do Sistema Internacional.

    GRANDEZAUNIDAD

    ESMBOLO DEFINIO

    Comprimento metro mComprimento do trajeto percorrido pela luz, no vcuo,durante um intervalo de tempo de 1/299792458 de segundo

    Massa quilograma kg Igual a massa do prottipo internacional do quilograma

    Tempo segundo sDurao de 9192631770 perodos da radiaocorrespondente transio entre os dois nveis hiperfinos doestado fundamental do tomo de csio-133

    Correnteeltrica

    ampre A

    Intensidade de uma corrente eltrica constante que, mantidaem dois condutores paralelos, retilneos de comprimentoinfinito, de seo circular desprezvel e situado distnciade 1 metro entre si, no vcuo, produz entre esses condutoresuma fora igual a 2x10-7N.

    Temperaturatermodinmic

    akelvin K

    Frao 1/273,16 da temperatura termodinmica do pontotrplice da gua.

    Quantidade dematria

    mol molQuantidade de matria de um sistema contendo tantasentidades elementares quanto tomos existem em 0.012quilogramas de carbono-12.

    Intensidadeluminosa

    candela cd

    Intensidade luminosa, numa dada direo de uma fonte queemite uma radiao monocromtica de freqncia 54x1012hertz e cuja intensidade energtica nessa direo 1/683watt por esterradiano.

    1 FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa - Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira - 1a edio - 4aimpresso, 1975.

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    1. INTRODUO

    Nos modernos processos de fabricao normalmente so desejveis alta produtividade e

    baixo custo, caractersticas que dependem, entre outros fatores, da velocidade da linha demontagem e da reduo da quantidade de peas defeituosas ou refugadas. Em uma produo

    seriada, a linha de montagem no deve ser atrasada nem interrompida para a execuo de quaisquer

    ajustes mecnicos ou trabalhos de usinagem em determinadas peas, a fim de corrigir inevitveis

    defeitos de fabricao, pois a produtividade seria alterada. Porm, a no execuo destas correes

    aumentaria o nmero de peas refugadase, conseqentemente, o seu custo.

    Para solucionar este impasse, as peas fabricadas necessitam de uma outra caracterstica

    denominada Intercambialidade, que permite que qualquer pea seja fabricada em qualquermquina, data ou lugar se acople a outra, fabricada em outra mquina, data ou lugar, com garantia

    de perfeito funcionamento do conjunto, isto , conforme as especificaes do projeto, sem

    necessidade de qualquer operao de usinagem. Para que a intercambialidade seja obtida,

    necessria a fabricao de peas iguais, o que no possvel devido s seguintes razes:

    desgaste da ferramenta;

    desalinhamentos, vibraes e folgas da mquina;

    variaes de temperatura; erros de posicionamento da pea, da ferramenta, do operador, de medida, etc.;

    determinao das medidas adequadas para as peas, isto , falta ou excesso de preciso.

    O controle de todas essas variveis acarretaria em um alto custo da produo. Porm no

    necessrio que as peas sejam exatamente iguais. Certas variaes dimensionais so permitidas,

    aceitveis, tolerveis, em funo do tipo de acoplamento e finalidade a que se destinam. Basta

    determinar, ento, os limites mximo e mnimo tolerveis e garantir que a dimenso real da pea

    esteja entre eles, de forma que esta se acople adequadamente e que o conjunto funcione conforme oespecificado no projeto.

    Uma importante concluso que, quanto maior o intervalo entre estes limites ou a tolerncia

    dimensional, menor a qualidade e a preciso na fabricao e, tambm menor a quantidade de peas

    refugadase o custo da produo. A determinao destes limites, que devem ser os mais adequados

    ao conjunto, funo do engenheiro projetista, garantindo as condies de funcionalidade,

    economia e segurana, bem como determinar a forma mais adequada de sua verificao.

    funo do engenheiro de fabricao determinar os processos de fabricao maisadequados para obteno das peas projetadas, dentro dos limites especificados. tambm sua

    funo garantir a integridade das mquinas utilizadas para fabricao, atravs dos processos de

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    manuteno e de verificaes peridicas, empregando testes normalizados para verificar se o

    desgaste das mquinas ultrapassou limites aceitveis, comprometendo a qualidade das peas

    fabricadas.

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    2. PRINCPIOS GERAIS DA AJUSTAGEM

    MECNICA

    2.1. DEFINIES E SIMBOLOGIA

    2.1.1. PROJETO

    um desenho mecnico indicando a forma e as dimenses da pea, de modo a se reproduzir

    um nmero ilimitado sem necessidade de novas informaes.

    2.1.2. DIMENSO NOMINAL - D

    a dimenso bsica da pea e que fixa a origem dos afastamentos. a dimenso indicada

    no projeto, em milmetros [mm]. Na prtica no possvel nem necessrio obter esta dimenso.

    2.1.3. INTERCAMBIALIDADE

    a possibilidade de se tomar ao acaso uma pea qualquer de um lote e utiliz-la na

    montagem de um conjunto, sem necessidade de qualquer trabalho de usinagem e com segurana de

    que equipamento funcionar conforme o especificado.

    2.1.4. SISTEMAS DE TOLERNCIA

    Conjunto de princpios, regras, frmulas e tabelas que permite a escolha racional de

    tolerncias para a produo econmica de peas mecnicas intercambiveis. Tm por finalidade

    estabelecer limites para os desvios, em relao dimenso nominal e evitar que se tente obter uma

    exatido excessiva nas dimenses das peas.

    2.1.5. AFASTAMENTOS

    a diferena entre as dimenses limite e a nominal. o desvio, a tolerncia permitida para a

    pea, em funo do tipo de trabalho e da dimenso nominal.

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    Afastamento inferior: diferena entre as dimenses mnima e a nominal.

    Afastamento superior: diferena entre as dimenses mxima e a nominal.

    Afastamento superior: As as

    FURO EIXOAfastamento inferior: Ai ai

    Dimenso mxima:Dmx=D+As(as) As(as) =Dmx -D

    Dimenso mnima:Dmn=D+Ai(ai) Ai(ai) =Dmn-D

    As asSimbologia: FURO:DAi EIXO:Dai

    2.1.6. TOLERNCIA DE FABRICAO - t

    a variao permissvel da dimenso da pea, dada pela diferena entre as suas dimenses

    mxima e mnima.

    tf=Dmx-Dmn = (D+As) - (D+Ai) =As-Aitolerncia de fabricao do furo

    te=Dmx-Dmn= (D+ as) - (D+ ai) = as- ai tolerncia de fabricao do eixo

    Linha ZERO

    DD m

    x.

    Dmn.

    te

    ai

    as

    FIGURA 2.1. Representao dos afastamentos em um eixo (ase ai).

    2.1.7. GRAU DE TOLERNCIA, QUALIDADE DE TRABALHO - IT (ISO TOLERANCE)

    o grau de preciso fixado pela Norma de Tolerncias e Ajustes. a preciso exigida na

    fabricao das peas, segundo o tipo de mecanismo a que se destinam; teoricamente cada dimenso

    nominal admite 20 tolerncias fundamentais ou qualidades de trabalho, conforme a tabela 2.1.

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    Tabela 2.1. Tolerncias, grau de qualidade das peas

    IT 01 0 1 2 3 54 6 7 1098 11 12 13 14 15 181716

    1 GRUPOo o o2 GRUPO 3 GRUPO

    1o GRUPO: Reservado para peas de grande preciso de fabricao e para fabricao de

    calibradores.

    IT1 - reservado para dimenses padro de medida e para verificao da fabricao dos

    calibradores destinados aos ITs 2, 3 e 4.

    IT2 - reservado para verificao das peas fabricadas com IT5.IT3 - reservado para verificao das peas fabricadas com IT6 e IT7.

    IT4 - reservado para verificao das peas fabricadas com IT5, IT6 e IT7.

    2oGRUPO: Reservado para fabricao de peas mecnicas em geral.

    IT5 - reservado apenas para dimenses externas (eixos); a mxima preciso utilizada em

    fabricao mecnica

    IT6 e IT7 - reservado normalmente para trabalhos de mecnica fina.

    IT8 a IT11 - reservados para trabalhos mecnicos de usinagem comum.

    3oGRUPO: Reservado para fabricao de peas isoladas, no destinadas a acoplamentos.

    IT12 a IT18 - reservados para trabalhos de forja, fundio, laminao, mecnica agrcola, etc.

    2.1.8. SISTEMAS DE AJUSTES

    Conjunto de princpios, regras, frmulas e tabelas que permitem a escolha racional de

    tolerncias no acoplamento EIXO/FURO, para se obter, economicamente, uma condio

    preestabelecida. Tm por finalidade estabelecer, em funo da dimenso nominal, valores

    padronizados para as folgas ou interferncias, isto , o modo como as peas devero trabalhar em

    conjunto.

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    2.1.9. AJUSTAGEM

    estabelecer as dimenses de uma pea e os limites de variao dessas, de modo que fique

    bem determinado o funcionamento do conjunto a ser fabricado.

    2.1.10. CATEGORIA DO AJUSTE

    a classificao dos ajustes segundo a possibilidade de movimento relativo entre seus

    elementos.

    Ajustes com FOLGA O afastamento superior do EIXO menor ou igual ao afastamento

    inferior do FURO.

    Ajuste com INTERFERNCIA O afastamento superior do FURO menor ou igual ao

    afastamento inferior do EIXO.

    FOLGA F> 0 ef> 0

    Ajustes INCERTOS F> 0 eIM> 0 (f< 0)

    INTERFERNCIA IM> 0 eIm> 0

    2.1.11. FOLGAS MXIMA E MNIMA - F e f

    a maior e a menor diferena entre as dimenses que deve existir em um acoplamento

    especificado para trabalhar com folga.

    F=DmxF- DmnE= (D+As) - (D+ ai) F=As- ai

    f=DmnF-DmxE= (D+Ai) - (D+ as) f =Ai- as

    2.1.12. INTERFERNCIA MXIMA E MNIMA - IM e Im

    IM=DmxE- DmnF= (D+ as) - (D+Ai) IM= as-Ai

    Im=DmnE-DmxF= (D+ ai) - (D+As) Im= ai-As

    Obs.: Os valores das folgas e interferncias so sempre POSITIVOS, porm para clculospode-se considerar:

    F= -Im f= -IM

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    f

    s

    f

    i i

    Im

    i sD+A

    DD D

    D+a D+a

    D+As

    sD+a D+as

    F

    D+a

    D+ai

    D+As

    D+A

    D+Ai D+Ai

    IM IM

    Ajuste com Folga Ajuste Incerto Ajuste com Interferncia

    FIGURA 2.2. Categorias de Ajuste.

    2.1.13. TOLERNCIA DE FUNCIONAMENTO - T

    a soma das tolerncias de fabricao do FURO (tf) e do EIXO (te).

    T = tf+ te= (As- Ai) + (as- ai) T = F - f

    2.1.14. CAMPO DE TOLERNCIA

    o valor da dimenso compreendida entre os afastamentos superior e inferior da pea.

    A (a) at G (g) ajustes mveis, livres, com folga.

    J (j) at N (n) ajustes incertos (folga e/ou interferncia, porm pequenas).

    P (p) at ZC (zc) ajustes com interferncia.

    H ajustes no Sistema FURO-BASE (S.F.B.)

    h ajustes no Sistema EIXO-BASE (S.E.B.)

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    2.1.15. SISTEMA FURO-BASE - S.F.B.

    o sistema pelo qual, para todas as categorias de ajuste, a dimenso mnima do FURO

    igual dimenso nominal. O nmero de ajustes possveis e que satisfaam as condies de

    operao do conjunto extremamente elevado. Para maior simplicidade, sempre que possvel, deve

    ser adotada a posio H do campo de tolerncias para FURO, obtendo-se, a partir destes, as

    tolerncias do EIXO.

    Obs.: O sistema FURO-BASE o mais utilizado em fabricao mecnica, pois fixando-se a

    dimenso mnima do furo, executa-se apenas usinagem externa no eixo, tarefa mais fcil

    de executar e medir.

    O sistema EIXO-BASE possui poucas aplicaes. Por exemplo:ajuste de diversos cubos no mesmo eixo;

    montagem de anis externos de rolamentos;

    ajustes de furos com eixos calibrados e etc.

    S.E.B.: as= 0 DmxE =D

    S.F.B.: Ai= 0 DmnF =D

    2.1.16. SISTEMA EIXO-BASE - S.E.B.

    o sistema pelo qual, para todas as categorias de ajuste, a dimenso mxima do eixo igual

    dimenso nominal. Utiliza a letra hpara o seu campo de tolerncia.

    2.1.17. SISTEMA MISTO

    Quando o ajuste feito fora dos sistemas FURO-BASE e EIXO-BASE, o sistema chame-se

    misto.

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    FIGURA 2.3. Campo de Tolerncia.

    2.1.18. SIMBOLOGIA DO AJUSTE

    .DW/w. onde: D dimenso nominal do conjunto.

    W letra maiscula para o campo de tolerncia.

    w letra minscula para o campo de tolerncia.

    IT do furo.

    IT do eixo.

    Exemplos: 120 H8/e7 86 Mh

    98

    55 H10-a9

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    2.2. SISTEMA ISO DE TOLERNCIAS E AJUSTES

    As principais caractersticas do sistema ISO so:

    diviso em grupos de dimenses nominais, variando de 1 a 500 mm

    srie de 20 tolerncias fundamentais para cada grupo de dimenses acima.

    srie de posies, em relao a linha zero, que determinam a categoria do ajuste (folga ou

    interferncia)

    Este conjunto de caractersticas resumido em uma das mais importantes tabelas, Tabela de

    tolerncias fundamentais,e obtida da seguinte forma:

    GRUPO DE DIMENSES

    Os grupos de dimenses so colocados na 1a

    coluna e so obtidos atravs de sriesgeomtricas, baseadas na teoria dos nmeros normalizados (sries de Renard), conforme mostrado

    abaixo.

    srie R05 105 = 1.5849 1.60

    srie R10 1010 = 1.2589 1.25

    srie R20 1020 = 1.1220 1.12

    srie R40 10

    40

    = 1.0553 1.05

    GRUPO DE QUALIDADES DE TRABALHO

    A 1alinha da tabela composta do grau de tolerncia exigido nas peas pelo projetista.

    BASE DO SISTEMA

    O restante da tabela formado pela tolerncia dimensional, em

    m. O clculo dessastolerncias baseado na UNIDADE DE TOLERNCIA (i), calculada atravs da equao abaixo.

    .1000

    45.0 3D

    Di +=

    onde: iunidade de tolerncia [m].

    D mdia geomtrica dos dois valores extremos de cada grupo de

    dimenses [mm].

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 18

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    20/123

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 19

    Tabela 2.2. Tolerncias Fundamentais - Sistema ISO.

    DIMETROS [mm](mais de - at)

    IT 1 - 3 3 - 6 6 - 10 10 - 18 18 - 30 30 - 50 50 - 80 80 - 120 120 -180 180 - 250 250 - 315 315 - 400 400 - 500 UT

    01 0.3 0.4 0.4 0.5 0.6 0.6 0.8 1.0 1.2 2.0 2.5 3.0 4.0 0.5i

    0 0.5 0.6 0.6 0.8 1.0 1.0 1.2 1.5 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 1i

    1 0.8 1.0 1.0 1.2 1.5 1.5 2.0 2.5 3.5 4.5 6.0 7.0 8.0 1.5i2 1.2 1.5 1.5 2.0 2.5 2.5 3.0 4.0 5.0 7.0 8.0 9.0 10 2i

    3 2.0 2.5 2.5 3.0 4.0 4.0 5.0 6.0 8.0 10 12 13 15 3.5i

    4 3.0 4.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 10 12 14 16 18 20 5i

    5 4.0 5.0 6.0 8.0 9.0 11 13 15 18 20 23 25 27 7i

    6 6.0 8.0 9.0 11 13 16 19 22 25 29 32 36 40 10i

    7 10 12 15 18 21 25 30 35 40 46 52 57 63 16i

    8 14 18 22 27 33 39 46 54 63 72 81 89 97 25i

    9 25 30 36 43 52 62 74 87 100 115 130 140 155 40i

    10 40 48 58 70 84 100 120 140 160 185 210 230 250 64i

    11 60 75 90 110 130 160 190 220 250 290 320 360 400 100i

    12 100 120 150 180 210 250 300 350 400 460 520 570 630 160i

    13 140 180 220 270 330 390 460 540 630 720 810 890 970 250i14 250 300 360 430 520 620 740 870 1000 1150 1300 1400 1550 400i

    15 400 480 580 700 840 1000 1200 1400 1600 1850 2100 2300 2500 640i

    16 600 750 900 1100 1300 1600 1900 2200 2500 2900 3200 3600 4000 1000i

    17 900 1200 1500 1800 2100 2500 3000 3500 4000 4600 5200 5700 6300 1600i

    18 1400 1800 2200 2700 3300 3900 4600 5400 6300 7200 8100 8900 9700 2500i

    O sistema ISO possui uma extenso para dimenses acima de 500 mm. (Tabela 2.3)

    A partir dos nmeros normalizados da tabela acima, a norma ABNT NB-86 fixa grupos de

    dimenses utilizados para elaborao do ajuste.

    A srie R05 chamada srie primria.

    A srie R10 contm todos os termos da srie R05; a srie R20 contm todos os termos da

    srie R10 e assim por diante.

    Para se cotar peas mecnicas a 1aescolha deve ser a srie R05, seguindo-se as sries R10,

    R20 e etc.

    Tabela 2.3. Tolerncias fundamentais para dimenses acima de 500 mm.

    QUALIDADE DE TRABALHO (IT)6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16Grupo de

    dimenses [mm]

    mais de at[m] [mm]

    500 630 44 70 110 175 280 440 0,7 1,1 1,75 2,8 4,4630 800 50 80 125 200 320 500 0,8 1,25 2,0 3,2 5,0800 1000 56 90 140 230 360 560 0,9 1,4 2,3 3,6 5,61000 1250 66 105 165 260 420 660 1,05 1,65 2,6 4,2 6,61250 1600 78 125 195 310 500 780 1,25 1,95 3,1 5,0 7,81600 2000 92 150 230 370 600 920 1,5 2,3 3,7 6,0 9,22000 2500 110 175 280 440 700 1100 1,75 2,8 4,4 7,0 11,0

    2500 3150 135 210 330 540 860 1350 2,1 3,3 5,4 8,6 13,5

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 20

    2.3. ESCOLHA DO AJUSTE

    Os principais fatores que influenciam a escolha do ajuste so:

    acabamento superficial das superfcies em contato.

    comprimento de contato.

    movimento relativo entre as peas.

    velocidade de funcionamento.

    tipo de material das peas.

    temperatura.

    lubrificao.

    quantidade de peas

    custo da produo

    2.4. RECOMENDAES PARA ESCOLHA DO AJUSTE

    1. Evitar excesso de preciso, utilizando na fabricao das peas as tolerncias mais amplas

    possveis, de acordo com as condies de trabalho do conjunto.

    2. Verificar a possibilidade de execuo das peas, de acordo com as limitaes dos processos deusinagem recomendados ou disponveis.

    3. Optar por tolerncias mais amplas para o furo e mais apertadas para o eixo, devido a maior

    facilidade de usinagem e medio.

    4. Coerncia entre as tolerncias do furo e do eixo, de acordo com as recomendaes abaixo:

    REGRA GERAL:

    Ajustes com folga (IT8 a IT11)1aopo: = - 1

    FURO de IT EIXO de IT 2aopo: = 3aopo: = - 2

    Ajustes incertos ou fixos (IT5 a IT10)1aopo: = - 1

    FURO de IT EIXO de IT

    2a

    opo: =

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 21

    5. Utilizar sempre que possvel os ajustes recomendados, devido certeza de funcionamento

    adequado.

    6. Seguir sempre as recomendaes dos fabricantes e as tabelas constantes em livros

    especializados em ajustagem mecnica e normas tcnicas. O ANEXO 1 apresenta alguns

    ajustes recomendados e suas caractersticas.

    EXEMPLO: Estudar os seguintes ajustes:

    1) 55 F7/h6

    EIXO: 55 h6 qualidade de trabalho: IT 6 (preciso)

    dimenso nominal [mm]:D= 55 posio no campo de tolerncia: h (S.E.B.)

    afastamento superior [m]: as= 0

    afastamento inferior [m]: ai= -19

    dimenso mxima [mm]:Dmx=D+ as= 55 + 0 = 55

    dimenso mnima [mm]:Dmn=D+ ai= 55 + (-0.019) = 54.981

    tolerncia de fabricao [m]: te= as- ai= 0 - (-19) = 19

    0

    indicao: 55-19

    FURO: 55 F7 qualidade de trabalho: IT 7 (preciso)

    dimenso nominal [mm]:D= 55

    posio no campo de tolerncia: F

    afastamento superior [m]:As= 60

    afastamento inferior [m]:Ai= 30

    dimenso mxima [mm]:Dmx=D + As= 55 + 0.060 = 55.060

    dimenso mnima [mm]:Dmn=D + Ai= 55 + 0.030 = 55.030

    tolerncia de fabricao [m]: tf=As- Ai= 60 - 30 = 30

    60

    indicao: 5530

    AJUSTE 55 F7/h6 ajuste com folga, livre, normal.

    folga mxima [m]: F = As- ai= 60 - (-19) = 79

    folga mnima [m]:f = Ai - as= 30 - 0 = 30

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    tolerncia de funcionamento [m]: T = F - f = 79 - 30 = 49

    de at D7 E7 F7 G7 H7 J7 JS7 K7 M7 N7 P7 R7 S7 T7 U7 V7 X7 Y7 Z7

    50 65-30

    -60

    -42

    -72

    -55

    -85

    -76

    -106

    -91

    -121

    -111

    -141

    -133

    -163

    -161

    -191

    65 80

    130

    100

    90

    60

    60

    30

    40

    10

    30

    0

    18

    -12

    15

    -15

    9

    -21

    0

    -30

    -9

    -39

    -21

    -51 -32

    -62

    -48

    -78

    -64

    -94

    -91

    -121

    -109

    -139

    -135

    -165

    -163

    -193

    -199

    -229

    de at d6 e6 f6 g6 h6 j6 js6 k6 m6 n6 p6 r6 s6 t6 u6 v6 x6 y6 z6

    50 6560

    41

    72

    53

    85

    66

    106

    87

    121

    102

    141

    122

    163

    144

    191

    117

    65 80

    -100

    -119

    -60

    -79

    -30

    -49

    -10

    -29

    0

    -19

    12

    -7

    10

    -9

    21

    2

    30

    11

    39

    20

    51

    32 62

    43

    78

    59

    94

    75

    121

    102

    139

    120

    165

    146

    193

    174

    228

    210

    FIGURA 2.4. Exemplo de Ajuste.

    2.5. EXERCCIOS

    01) 63 H7/j6 02) 120 B8/h7 03) 10 H9/e8 04) 120 H9/b8

    05) 30 A9/h7 06) 115 F9/h8 07) 65 H8/m7 08) 110 J6/h5

    09) 70 H6/f6 10) 100 M8/h8 11) 23 N7/h6 12) 80 J8/h8

    13) 60 N8/m7 14) 170 H7/p6 15) 82 H6/p5 16) 73 H8/s6

    17) 97 S7/h6 18) 100 H8/e7 19) 20)

    2.6. EXEMPLOS DE AJUSTES

    Nas pginas seguintes, encontram-se alguns exemplos de projetos mecnicos contendo

    indicaes de tolerncias, ajustes, tolerncias geomtricas e rugosidade superficial normalmente

    utilizadas.

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    24/123

    B

    A A

    B

    19

    15

    15

    14

    17.15

    15.85

    4.85

    8.3

    16

    110

    0

    1.1

    -90

    0

    140

    0

    1.1

    1.6

    0

    .5

    0.5

    1.6

    0.5

    6.5

    6

    O9.5

    O109

    -3

    -3

    9

    O11

    -3

    9

    O10

    140

    0

    2.5

    100

    0-30

    04

    0.04B

    B

    O12-24-6

    SeoB-B

    98

    O9-900

    A

    0

    2.5

    100

    -30 40

    0.04A SeoA-A

    1

    Prof.O8.6

    Prof.O8.6

    1x45o

    1x45o

    1.2

    1

    TTULO

    EIXOD

    ETRANSMISSO

    ESCALA

    COTAS

    DIEDRO

    DATA

    1:1mm

    3o

    25/12/2008

    PROJETISTA

    DESENH

    O

    N

    o-

    TolernciasGerais:

    E

    ixos:h12

    MATERIAL

    Ao43400

    D

    imenseslineares:J12

    ngulos:

    2+

    o

    Rugosidadesuperficialgeral:

    Ra=5

    Peso:

    0.06kgf

    VCM-001-002

    UNIVERSIDADEFEDERALD

    OR

    IO

    DEJANEIRO

    DEPARTAMENTO

    DEENGENHARIA

    MECNICA

    OB

    S.:Usinarfurosdecentroparausinagemem

    pontasconforme

    normaABNT-PB164

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 23

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    25/123

    Seo A-A

    TTULO

    TAMPA 3

    ESCALA

    COTAS

    DIEDRO

    DATA

    1:1

    mm

    3o

    25/12/2008

    PROJETISTA

    DESENHO N o-

    Tolerncias Gerais: Eixos: h12Furos: H13

    MATERIAL AISI - 1045

    Dimenses lineares: J14Rugosidade superfic ial geral: Ra = 12

    Peso: 0.19 kgfVCM-001-014

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

    DEPARTAMENTODE ENGENHARIA

    MECNICA

    A

    A

    1

    O1

    0O5.5

    O 74

    O6

    0

    O4

    6

    O4

    1

    O2

    6

    3639

    0

    R 1 x 1 Prof.

    63

    13

    6.5

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 24

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    TTULO

    ENGRENAGENS1e2

    ESCALA

    COTAS

    DIEDRO

    DATA

    1:1mm

    3o

    25/12/2008

    PROJETISTA

    DESEN

    HO

    N

    o-

    TolernciasGerais:

    E

    ixos:h13

    MATERIAL

    G4

    3400E316

    C

    D

    imenseslineares:J14

    Rugosidadesuperficialg

    eral:

    Ra=12

    Peso:(1)0.73kgf

    (2)1.69kgf

    VCM-001-007

    UNIVERSIDADE

    FEDERALD

    OR

    IOD

    E

    JANEIRO

    DEPARTAMENTO

    DE

    ENGENHARIA

    MECNICA

    ENGRENAGEM2

    (48dentes)

    ENGR

    ENAGEM1

    (29dentes)

    COR

    TEA-A

    6FUROS

    O

    25x60o

    A

    A

    O1

    50

    144

    O5

    6

    19.8

    210

    0

    R2

    R2

    O1

    36.8

    O1

    28

    O4

    8

    O1

    716

    0

    13.5

    15

    19.526

    -26

    O6

    0

    O9

    5

    615

    -15

    o

    R2

    R2

    A

    A 0.01

    1.2

    1.2

    676

    -30

    O9

    3

    O4

    8

    O2

    133

    0

    13.5

    315

    19.526

    -26

    O8

    7

    O7

    9.8

    O5

    6

    4.5

    O3

    8

    26.6

    23.8

    -80

    -142

    210

    033

    0

    Facedosdentes:Ra=

    0.8

    B

    B

    CORTEB-B

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 25

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 26

    3. CONTROLE DE FABRICAO

    3.1. ORGANIZAO DO CONTROLE DE PRODUO

    Em uma linha de produo devem ser empregados trs tipos de controle sucessivos.

    1o) Controle de mquina, executado periodicamente, pelo prprio operador, com o objetivo

    de verificar a preciso dos movimentos da mquina e o desgaste da ferramenta. So

    realizados, em funo da mquina operatriz, cerca de 18 testes para verificao de

    alinhamento do barramento, da rvore de trabalho, do carro porta-ferramentas, do

    cabeote mvel, do fuso, da castanha, etc.

    2o) Controle de fabricao, realizado, pelo fabricante sobre as peas produzidas,

    individualmente ou sobre uma amostra de um lote, para verificao das dimenses.

    3o) Controle de recebimento, realizado pelo cliente, geralmente sobre uma amostra do lote,

    independentemente do fabricante. Os calibradores de recebimento so especificados de

    modo especial, a fim de evitar dificuldades entre fabricantes e compradores.

    3.2. CALIBRADORES E CONTRA-CALIBRADORES

    So instrumentos fabricados com usinagem de preciso, utilizados para verificao das

    tolerncias dimensionais das peas fabricadas. Apresentam as seguintes vantagens:

    fcil e rpido controle da produo

    controle essencialmente mecnico

    no exige qualquer especializao por parte do operador.

    so chamados calibradores PASSA/NO PASSA

    Os principais tipos de calibradores so:

    calibradores para controle de FUROS ou calibradores TAMPO

    calibradores para controle de EIXOS ou calibradores deBOCA

    calibradores para controle da fabricao, para verificao das peas pelo fabricante.

    calibradores de recebimento, para verificao das peas pelo cliente

    calibradores de referncia, utilizados no controle e aferio de outros calibradores

    contra-calibradores calibradores de referncia, blocos padro.

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    FIGURA 3.1. Calibradores para controle de FUROS ou TAMPO

    FIGURA 3.2. Calibradores para controle de EIXOS ou calibradores de BOCACortesia da Mitutoyo S.A.

    Os contra-calibradores so instrumentos fabricados com tolerncias extremamente apertadase utilizados para verificao das dimenses dos calibradores. So controlados em laboratrios de

    metrologia, com instrumentos de medida de alta preciso e pessoal especializado. So previstos trs

    tipos de contra-calibradores:

    BOM NOVO

    Destinados a controlar o lado BOM ou PASSA dos calibradores, devendo passar livremente

    ou com ligeiro atrito aps a sua fabricao. Especificados apenas para calibradores de BOCA.

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    BOM GASTO

    Utilizados para o controle peridico do calibrador em uso, verificando se o desgaste

    ocorrido durante o uso no atingiu o limite admissvel, caso em que deve ser substitudo.

    REFUGO

    Utilizado para controle do lado REFUGOouNO PASSAdos calibradores.

    O lado BOM dos calibradores est sujeito a um desgaste devido ao atrito com as peas

    controladas, tornando-se necessrio, ento, a fixao de um limite de desgaste que, uma vez

    ultrapassado determina sua substituio. Este limite fixado pelo valor de USURAe normalizado.

    Devido s dilataes trmicas, a temperatura de referncia para controle de calibradores e

    contra-calibradores de 20 oC.

    Tipos de calibradores TAMPO

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    Calibrador de Boca ajustvel Calibradores de Boca e Tampo

    FIGURA 3.3. Tipos de calibradores de BOCA.

    3.3. ESPECIFICAO DE CALIBRADORES

    MATERIAIS

    Para a fabricao de calibradores, os materiais devem possuir as seguintes caractersticas:

    alta dureza

    resistncia ao desgaste e deformao

    baixo coeficiente de dilatao trmica

    3.4. PRINCIPAIS MATERIAIS UTILIZADOS

    AO INDEFORMVEL

    Material de mais alta qualidade e custo, possui alta resistncia e dureza elevada, sofrendo

    pequenos efeitos de desgaste superficial e deformaes trmicas.

    AO DOCE

    Com baixo teor de carbono para tratamento trmico de cementao, so utilizados para

    fabricao de calibradores de menor responsabilidade, onde as tolerncias de fabricao a serem

    verificadas sejam mais largas.

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    FERRO FUNDIDO COQUILHADO

    Utilizados para fabricao de calibradores que controlem cotas nominais acima de 100 mm,

    onde as tolerncias de fabricao sejam bem largas.

    Os calibradores que, pelo uso, tiverem sofrido desgaste em suas cotas de controle, a ponto

    de no mais servirem, podem se recuperados por meio de cromagem dura sobre a superfcie de

    trabalho, seguido de retificao para as dimenses primitivas.

    DIMENSIONAMENTO

    A determinao das dimenses nominais e tolerncias dos calibradores e contra-calibradores

    de fabricao e recebimento feita de acordo com a tabela 3.1, onde determina-se, em funo das

    cotas a serem controladas (ajuste padronizado), a dimenso nominal e os afastamentos permissveis.

    Tabela 3.1. Especificao das dimenses de calibradores e contra-calibradores.

    FURO AsDAi

    EIXO asDaiTipo de Calibrador Espcie Smbolo

    Dimenso nominal tol. () Dimensonominal

    tol. ()

    BOM DB D +Ai+z

    2

    1H D + as -z1

    2

    2H

    Calibrador

    REFUGO DR D +As+ 2

    1H D + ai+ 1 2

    2H

    BOM NOVO Db DB2

    H DB

    2

    H

    BOM GASTO Dg DB -u2

    H DB + u1 2

    H

    FABRICAO

    Contra-Calibrador

    REFUGO Dr DR2

    H DR

    2

    H

    BOM DB Dg2

    1H Dg2

    2H Calibrador

    REFUGO DR DR +2

    1H

    21H

    DR -2

    2H

    22H

    BOM Db Dg2

    H DB

    2

    H

    RECEBIMENTO

    Contra-Calibrador

    REFUGO Dr DR2

    H DR

    2

    H

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 30

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 31

    onde: zez1=f(IT, D) deslocamento da dimenso do lado BOM dos calibradores; este

    deslocamento especificado de forma que a cota de execuo do lado

    BOM no seja igual a uma das dimenses limite da pea.

    e 1=f(IT, D)

    desvio da dimenso nominal do lado REFUGO dos calibradores; estedesvio compensa as incertezas causadas pela deformao elstica nas

    garras dos calibradores de BOCA ou esmagamento do metal nos

    calibradores TAMPO.

    yey1=f (IT, D) desgaste permitido para calibradores.

    ue u1 valor de USURA admissvel previsto para o lado BOM dos

    calibradores.

    .u = z + y. .u1= z1+ y1.

    H,H1eH2 tolerncias admissveis para as dimenses dos calibradores e

    contra-calibradores. A tabela 3.2 fornece os graus de tolerncia a

    serem utilizados; a tabela 2.2 determina a tolerncia adequada.

    Tabela 3.2. Grau de tolerncia para calibradores.

    IT da pea 5 6 7 8 a 10 11 a 12 13 a 16

    Calibrador tampo - IT 2 IT 3 IT 3 IT 5 IT 7

    Calibrador de boca IT 2 IT 3 IT 3 IT 4 IT 5 IT 7

    Contra-calibrador IT 1 IT 1 IT 1 IT 2 IT 2 IT 3

    Calib. de ponta esfrica - IT 2 IT 2 IT 2 IT 4 IT 6

    AFERIO DE CALIBRADORES

    Todo calibrador antes de entrar em uso aferido, sendo os resultados registrados em uma

    ficha, conforme figura 3.3.

    Aps um perodo de utilizao, o calibrador retorna seo de Controle de Qualidade para a

    aferio de suas dimenses, sendo a periodicidade deste controle determinada pelo uso e pelo

    estado anterior de suas dimenses.

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 32

    FBRICA: DESIGNAO: Calibre TAMPO (retangular) +50 SERVIO DE ENSAIO E REVISO Nodo calibre: Cota de controle: 17-20 Seo de Controle de Qualidade Contole de Aferio de Calibres DADOS DE PROJETO: LP = 16.9881.5 Ficha no: LNP = 17.0501.5 Node peas controladas DATA Aferidor COTAS MEDIDAS OBSERVAES Parcial Acumulado de aferio LP LNP

    FIGURA 3.3. Modelo de ficha para controle de calibradores.

    Tabela 3.3. Deslocamento das cotas nominais dos calibradores BOM e REFUGO eusura admissvel do lado BOM [m].

    Grupo dedimenses IT 05 IT 06 IT 07 IT 08 IT 09

    de atz1 y1 1 z y

    1

    z1 y1 zz1

    yy1

    1

    zz1

    yy1

    1

    zz1

    1

    1 a 3 1 1 0 1 1 0 1.5 1.5 1.5 1.5 0 2 3 0 5 03 a 6 1 1 0 1.5 1 0 2 1.5 2 1.5 0 3 3 0 6 06 a 10 1 1 0 1.5 1 0 2 1.5 2 1.5 0 3 3 0 7 010 a 18 1.5 1.5 0 2 1.5 0 2.5 2 2.5 2 0 4 4 0 8 0

    18 a 30 1.5 2 0 2 1.5 0 3 3 3 3 0 5 4 0 9 030 a 50 2 2 0 2.5 2 0 3.5 3 3.5 3 0 6 5 0 11 050 a 80 2.5 2 0 2.5 2 0 4 3 4 3 0 7 5 0 13 0

    80 a 120 3 3 0 3 3 0 5 4 5 4 0 8 6 0 15 0120 a 180 3 3 0 4 3 0 6 4 6 4 0 9 6 0 18 0180 a 250 4 3 1 5 4 2 7 5 7 6 3 12 7 4 21 42 50 a 325 5 3 1.5 6 5 3 8 6 8 7 4 14 9 6 24 6325 a 400 6 4 2.5 7 6 4 10 6 10 8 6 16 9 7 28 7400 a 500 7 4 3 8 7 5 11 8 11 9 7 18 11 9 32 9

    Grupo dedimenses IT 10 IT 11 IT 12 IT 13 IT 14 IT 15 IT 16

    de atz

    z1

    1

    z

    z1

    1

    z

    z1

    1

    z

    z1

    1

    z

    z1

    1

    z

    z1

    1

    z

    z1

    11 a 3 5 0 10 0 10 0 20 0 20 0 40 0 40 03 a 6 6 0 12 0 12 0 24 0 24 0 48 0 48 06 a 10 7 0 14 0 14 0 28 0 28 0 56 0 56 010 a 18 8 0 16 0 16 0 32 0 32 0 64 0 64 018 a 30 9 0 19 0 19 0 36 0 36 0 72 0 72 030 a 50 11 0 22 0 22 0 42 0 42 0 80 0 80 050 a 80 13 0 25 0 25 0 48 0 48 0 90 0 90 080 a 120 15 0 28 0 28 0 54 0 54 0 100 0 100 0120 a 180 18 0 32 0 32 0 60 0 60 0 110 0 110 0180 a 250 24 7 40 10 45 15 80 25 100 45 170 70 210 110250 a 325 27 9 45 15 50 20 92 35 110 55 190 90 240 140325 a 400 32 11 50 15 65 30 100 45 125 70 210 110 280 180400 a 500 37 14 55 20 70 35 110 55 145 90 240 140 320 220

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 33

    3.4. EXERCCIOS

    Especificar os calibradores e contra-calibradores de fabricao e recebimento, para controlar

    as seguintes dimenses:

    01) 41.4 D11/h1002) 68 H10/f8

    03) 87 H8/e7

    04) 125 H9/u8

    05) 98 F7/h6

    06) 36 H6/g5

    07) 25 J8/h8

    08) 57 H7/p6

    09) 160 F9/h8

    10) 75 H10/c9

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    Tabela 3.4.1. Forma dos calibradores de fabricao.

    CALIBRADORES DE EIXO INSCRIES

    Medidas entre 1 e 100 mm

    LADO A:1. Smbolo da Montagem. Ex.: 30 f10

    2. Afastamento Superior - as3. Afastamento Inferior - ai4. Designao do lado BOM (Passa)5. Designao do lado REFUGO (No Passa)

    LADO B:1. Firma e temperatura padro (20o)

    B A

    2135 4

    B

    A A

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 34

    1

    5 3

    B

    1

    4 2

    Medidas acima de 100 mm

    LADO A:1. Smbolo da Montagem - Ex.120 h11

    2. Afastamento Superior - as3. Afastamento Inferior - ai4. Designao do lado BOM (Passa)5. Designao do lado REFUGO (No Passa)

    LADO B:1. Firma e temperatura padro.

    1

    B A2

    3

    Bom e refugo em uma s pea

    LADO A:

    1. Smbolo da Montagem - Ex.20 d92. Afastamento Superior - as3. Afastamento Inferior - ai

    LADO B:1. Firma e temperatura padro.

    1

    Calibrador ajustvel.

    LADO A:

    1. Smbolo da Montagem - Ex: 80 p82. Afastamento Superior - as3. Afastamento Inferior - ai

    LADO B:1. Firma e temperatura padro.

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    Tabela 3.4.2. Forma dos calibradores de fabricao. (cont.)

    CALIBRADORES DE FURO INSCRIES

    Medidas de 1 a 100 mm

    1. Nesta ordem:

    - Afastamento inferior - Ai- Firma- Cota nominal com o smbolo do ajuste - 35 H9- Temperatura padro- Afastamento superior - As.

    Calibrador BOM Calibrador REFUGO

    Medidas de 1 a 100 mm

    1. Nesta ordem:- Afastamento inferior - Ai - ou superior - As.- Firma- Cota nominal com o smbolo do ajuste - 68 F8- Temperatura padro

    3 3

    2 2

    Medidas de 100 a 260 mm

    2.Cota nominal com o smbolo do ajuste - 35 H9Temperatura padro.

    3. LADO BOM - Afastamento inferior - AiLADO REFUGO - Afastamento superior - As

    Medidas acima de 260 mm

    4. Nesta ordem:- Lado BOM- Lado REFUGO- Afastamento - Ai e As

    - Firma- Temperatura padro- Cota nominal e simbologia do ajuste - 300 F10

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 35

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    Tabela 3.4.3. Forma dos contra-calibradores

    CONTRA-CALIBRADORES PARACALIBRADORES DE FUROS INSCRIES

    1 B A

    2

    3

    Medidas entre 1 e 500 mm.

    LADO A:1. Bom gasto.2. Afastamento inferior (Ai) do furo controlado, com osinal

    respectivo e tolerncias de usura, sem sinal.3.Como sinal caracterstico de contra-calibradores, umC,

    seguido de cota nominal e smbolo do ajuste. Ex.: C10h4

    LADO B: Firma e temperatura padro.

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 36

    CONTRA-CALIBRADORES PARA

    CALIBRADORES DE EIXOS INSCRIES

    BOM NOVO BOM GASTO REFUGO

    Contra-calibradores de cabo. Medidas entre 3 e 18 mm

    1. C (caracterstica de contra-calibradores), cota nominal, smbolo do ajuste.

    1

    2

    3

    4

    1

    2

    3

    4

    BOM NOVO BOM GASTO REFUGO

    Contra-calibradores de disco.Medidas entre 18 e100mm

    2. BOM ou REFUGO

    1

    2

    3

    4

    1

    2

    3

    4

    BOM NOVO BOM GASTO REFUGO

    Medidas entre 100 e 260 mm

    3. BOM NOVO: afastamento superior do eixo, as, e o sinal. BOM GASTO: afastamento superior do eixo, as, com osinal e o valor de usura, sem sinal.

    REFUGO: afastamento inferior do eixo, ai, com o sinal.

    1

    2

    3

    4 4

    2

    3

    1

    2

    3

    1

    4

    BOM NOVO BOM GASTO REFUGO

    Contra-calibradores de haste. Medidas acima de 260mm

    4. Firma e temperatura padro

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    4. AJUSTES COM FOLGA

    4.1. INTRODUO

    A determinao das folgas mais adequadas para um conjunto constitui um problema de

    soluo no muito simples em engenharia mecnica. As informaes disponveis na literatura nem

    sempre satisfazem as condies de funcionamento previstas para o conjunto. Para sua determinao

    o engenheiro deve se orientar pelas seguintes diretrizes:

    experincias com projetos anteriores,

    recomendaes dos fabricantes, normas e literatura existente,

    ensaios com prottipos em laboratrios.

    Outro mtodo para determinao das folgas consiste no conhecimento das variaes

    inerentes ao processo de fabricao, j descritas no Captulo 1. Com este controle, a dimenso da

    pea deixa de ser um valor exato e passa a ser representada como uma distribuio estatstica,

    conforme a figura 4.1.

    Quanto maior for o domnio do processo de fabricao, mais conhecida ser a distribuio

    dimensional e conseqentemente menor o custo de produo da pea.

    FIGURA 4.1. Representao da distribuio de dimenses de um eixo.

    Para cada um dos casos mostrados na figura 4.2, pode-se observar a representao da

    distribuio dimensional obtida durante um processo de fabricao de um lote de peas.

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 37

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    Nos casos em que se deseja uma montagem com folga ou com interferncia, os dimetros e

    os processos de fabricao devem ser selecionados de forma que as curvas de distribuio do furo e

    do eixo no possuam uma regio em comum.

    Neste Captulo ser estudada apenas a possibilidade de montagens com folga.

    Os ajustes com folga possuem as seguintes caractersticas:

    fabricados no sistema ISO, do IT 4 ao IT11; e

    folgas sempre positivas (F> 0 e f> 0).

    FIGURA 4.2. Formas de montagem entre eixos e furos e distribuies dimensionais

    As aplicaes so diversas, normalmente em elementos que possuam movimento relativo

    entre si, rotao ou translao, e devem transmitir carga. Os ajustes com folga so normalmente

    especificados para:

    mancais de deslizamento,

    parafusos e porcas,

    acoplamentos de eixos com engrenagens, polias, freios e embreagens,

    eixos estriados e blocos deslizantes de engrenagens, etc.

    4.2. DETERMINAO DAS FOLGAS

    Para determinao das folgas mxima (F) e mnima (f) de um conjunto, o projetista deve

    conhecer os seguintes valores:

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 38

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 40

    onde , 1, z, z1, u, u1, H1e H2so valores de desvios dimensionais e tolerncias j definidos no

    Captulo 3.

    Com os valores limites das folgas, pode-se definir, tambm, valores limites para a vida do

    conjunto, expressa em m, da seguinte forma:

    vida do conjunto [m] : VIDAconj= F1fu

    vida mxima [m]: VIDAmx= F1-f (F1>fu>f1)

    vida mnima [m]: VIDAmn= F1- F

    4.3. ESCOLHA DO AJUSTE A PARTIR DA IMPOSIO DAS FOLGAS

    Com as folgas ou limites das folgas j determinados, preciso escolher o ajuste normalizado

    mais adequado ao conjunto. Para isso deve-se seguir o seguinte procedimento:

    1. Determinar, atravs de ensaios, testes ou do projeto, as folgas limite, F1ef1.

    2. Calcular as folgas de segurana (Fsefs).

    3. Calcular as folgas mxima e mnima (Fef)

    4. Calcular a tolerncia de funcionamento (T = F-f)

    5. Distribuir esta tolerncia entre os elementos a ajustar, procurando atribuir ao furo umatolerncia superior a do eixo, de modo a satisfazer as duas exigncias abaixo:

    .ITF+ ITE< T. e .ITFITE.

    6. Procurar um ajuste normalizado que satisfaa as condies acima.

    6.1. Escolher o ajuste normalizado que fornea as folgas reais, Fef, mais prximas das

    folgas de segurana, caso vrios ajustes satisfaam as condies.

    6.2. Procurar sempre um ajuste no sistema FURO-BASE; se no for possvel, em lugar do

    furo H, adotar outra letra do campo de tolerncia, a mais prxima de H (F, G, J ou K) e

    repetir o procedimento.

    6.3. Se em lugar das folgas, as interferncias forem conhecidas, executar o mesmo

    procedimento, substituindo:

    IM = - f e Im = - F

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    4.4. EXERCCIOS

    1. Determinar o ajuste padronizado que satisfaa as seguintes condies:

    a)D= 100 mm F= 170 m b)D= 80 mm F= 120 m

    f = 70 m f = 40 m

    2. Deseja-se produzir em srie um produto, no qual h um mancal de deslizamento com dimetro de

    54 mm. A pelcula de leo mnima necessria para lubrificao 38 m. Um prottipo fabricado

    apresentou folga de usinagem de 74 m. Para uma vida de 100 m, pede-se:

    a) As folgas limite.

    b) As folgas mxima, mnima e o ajuste normalizado adequado.

    c)

    A vida mxima e mnima do conjunto.

    3. Testes em um conjunto com 80 mm de dimenso nominal indicaram que as folgas no devem

    ultrapassar 198 e 405 m. Pede-se:

    a)

    O ajuste normalizado adequado para o problema.

    b)

    A vida mxima e mnima do conjunto.

    4. Em testes de laboratrio foram determinadas as folgas para uma montagem com as dimensesnominais abaixo. Para os dados abaixo, pede-se:

    a) Calcular as dimenses normalizadas a serem utilizadas para o furo e para o eixo.

    b) Especificar as dimenses para os calibradores e contra-calibradores para controlar a

    fabricao e o recebimento das peas fabricadas.

    4.1)D= 76 mm F= 90 m

    f= 40 m

    4.2)D= 18 mm F= 350 mf = 40 m

    4.3)D= 180 mm F= 0.350 mm

    f= 0.040 mm

    4.4)D= 230 mm F= 170 m

    f = 45 m

    4.5)D= 37 mm F= 0.083 mm

    f= 0.032 mm

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    5. AJUSTES COM INTERFERNCIA

    5.1. INTRODUO

    O ajuste com interferncia caracterizado, conforme mostra a figura 5.1, por apresentar as

    dimenses do eixo sempre maiores que as do furo, necessitando que uma carga seja aplicada para

    que a montagem seja executada. Quanto maior a interferncia, maior a carga e menor a

    possibilidade de desmontagem do conjunto, sem qualquer dano para o furo ou eixo.

    essencialmente uma unio por atrito e so normalmente conhecidos como:

    ajustes FORADOS quando a carga necessria para execuo da montagem

    pequena, podendo ser manual ou feita com um martelo, etc.;

    ajustes PRENSADOS quando a carga necessria para execuo da montagem de

    maior intensidade, sendo necessria uma prensa; e

    ajustes FRETADOS quando necessrio para execuo da montagem, alm do

    esforo, o aquecimento e/ou resfriamento das peas.

    Os ajustes so utilizados para transmisso de esforo tangencial e axial, sem deslizamento,

    ou para aumentar a resistncia de um conjunto. Os ajustes com interferncia possuem qualidade de

    trabalho, no sistema ISO, normalmente do IT5 at o IT10. Alguns exemplos de aplicaes so:

    mancais de rolamento, buchas;

    acoplamentos permanentes de engrenagens, polias, etc.;

    camisas de cilindros;

    sede de vlvulas;

    tubos de canhes.

    5.2. DETERMINAO DO AJUSTE

    RELAO ENTRE INTERFERNCIA E PRESSO

    Quando dois tubos so montados sob presso, surgem, nas superfcies em contato, tenses

    radiais e tangenciais (re t), provenientes da presso recproca exercida por ambos os tubos.

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    Deformao do eixo

    Deformao do furoF

    F

    deformaodo eixo

    deformaodo furo

    D

    D

    b

    I = Interferncia [ m]

    FIGURA 5.1. Ajuste com interferncia - deformao do eixo e do furo.

    Para que um ajuste com interferncia seja obtido, necessrio que o dimetro externo do

    tubo interno (Di) seja maior que o dimetro interno do tubo externo (De), conforme a figura 5.1. A

    diferena entre as dimenses chamada interferncia e igual deformao que sofrem ambos os

    tubos, o que possibilita a deduo das seguintes equaes:

    . )()( iii

    eee

    xE

    Dx

    E

    D

    P

    I ++= . [1]

    )1(

    )1(2

    2

    +=

    e

    eex

    )1(

    )1(2

    2

    +=

    i

    iix

    ii D

    D=

    D

    D ee =

    onde: I interferncia

    P presso interna (pi) e externa (pe),pi=pe

    D dimetro da interface

    E mdulo de elasticidade longitudinal (mdulo de Young) do material

    coeficiente de Poison

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    FIGURA 5.2. Presso na interface de tubos (interna e externa).

    CASOS MAIS COMUNS

    1. Tubos do mesmo material: Ee= Ei= E; e= i=

    )( ie xx

    E

    D

    P

    I+= [1a]

    2. Tubo interno macio (eixo):Di= 0 xi= 1

    )1()( ii

    eee E

    Dx

    E

    D

    P

    I ++= [1b]

    3. Tubos do mesmo material e interno macio: Ee= Ei= E; e= i= ;Di= 0 xi= 1

    )1( += exE

    D

    P

    I [1c]

    4. Dimetro externo do tubo externo muito grande em relao ao interno:Dexe= 1

    )()1( iii

    ee

    xE

    D

    E

    D

    P

    I ++= [1d]

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 44

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    5. Dimetro externo do tubo externo muito grande em relao ao interno e tubos do mesmo

    material: Ee= Ei= E; e= i= ; Dexe= 1

    )1( ix

    E

    D

    P

    I+= [1e]

    6. Dimetro externo do tubo externo muito grande em relao ao interno, tubos do mesmo

    material e tubo interno macio: Ee= Ei= E; Dexe= 1

    e= i= , Di= 0 xi= 1

    E

    D

    P

    I 2= [1f]

    A equao [1] e suas derivadas fornecem uma relao entre a interferncia e a presso em

    uma certa montagem. Se as presses limite puderem ser determinadas, as interferncias limite

    tambm podero ser.

    Atravs do esforo a ser transmitido, calcula-se a presso mnima necessria para que a

    transmisso ocorra sem deslizamento. Os critrios de resistncia fornecero a presso mxima que

    os materiais do furo e do eixo suportaro, sem ruptura.

    Substituindo os valores depmxepmnna equao [1], determinam-se os valores limite deIM

    eIm, respectivamente.

    CLCULO DA PRESSO MNIMA (pmn)

    O clculo da presso mnima funo do tipo de esforo a ser transmitido.

    Esforo tangencial:T = Fa.R={

    {

    222DbDPDAPDN

    ANFa

    ==321

    2

    2

    min

    DpbT = 2min

    2

    Db

    Tp

    =

    Esforo axial: DpbF = min Db

    Fp

    =

    min

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    onde: T= torque transmitido [N.mm]

    F= esforo tangencial transmitido [N]

    D= dimetro da interface [mm]

    b= largura da montagem [mm]

    = coeficiente de atrito entre as superfcies (Anexo 2)

    pmn= presso mnima necessria [MPa]

    CLCULO DA PRESSO MXIMA (pmx)

    O clculo da presso mxima funo das tenses provenientes de dois tubos montados sob

    presso e de suas resistncias, obtidas dos critrios de falha dos materiais.

    Variao das tenses em tubos:

    1 - tubo externo submetido presso interna: (pi 0 epe= 0)

    ri= -pi ti=xe.pi

    re= 0 te=)1(

    .22

    2

    e

    ie p

    2 - tubo interno submetido presso externa: (pe 0 epi= 0)

    ri= 0 ti=)1(

    .22

    2

    i

    ei p

    re= - pe te= - xi.pe

    CRITRIOS DE RESISTNCIA

    1 - HIPTESE DE COULOMB/TRESKA (Teoria das Mximas Tenses Cisalhantes)

    Esta teoria prev que a falha do elemento ocorrer quando a maior tenso tangencial atuante

    se igualar tenso tangencial correspondente tenso normal mxima (Sy) suportada pelo elemento

    no ensaio de trao simples.

    .mx= Ssy= 0.5 Sy.

    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 46

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    Tubo externo: Sye= 2

    2

    2

    2

    .2

    )1.(

    )1(

    ..2

    e

    eei

    e

    ie Sypp

    =

    Tubo interno: Syi= 2

    2

    2

    2

    .2

    )1.(

    )1(

    ..2

    i

    iie

    i

    ei Sypp

    =

    Tubo interno macio:2

    ie

    Syp =

    OBS: Esta teoria, de fcil utilizao, muito utilizada em projetos e est sempre na zona desegurana dos resultados dos ensaios.

    2 - HIPTESE DE RANKINE (Teoria das Mximas Tenses Normais)

    Esta teoria prev que a falha do elemento ocorrer quando a maior tenso normal atuante se

    igualar tenso normal mxima (Sy) suportada pelo elemento no ensaio de trao simples.

    .mx= Sy.

    Tubo externo: Sye= xe.pi pi=e

    e

    x

    Sy

    Tubo interno: Syi= 2

    2

    2

    2

    .2

    )1.(

    )1(

    ..2

    i

    iie

    i

    ei Sypp

    =

    Tubo interno macio: pe=2

    iSy

    OBS: Esta teoria bastante utilizada no dimensionamento de tubos montados com interferncia,

    fabricados com material frgil (l

    /l

    < 5%).

    3 - HIPTESE DE SAINT -VENANT (Teoria das Mximas Deformaes Lineares)

    Prev que a falha do elemento ocorrer quando o maior valor da deformao se igualar

    deformao mxima correspondente deformao (sy) suportada pelo elemento no ensaio de

    trao simples.

    .mx= sy.

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    Tubo externo: Sye= pi.(xe+ e) pi=ee

    e

    x

    Sy

    +

    Tubo interno: Syi= 2

    2

    2

    2

    .2

    )1.(

    )1(

    ..2

    i

    iie

    i

    ei Sypp

    =

    Tubo interno macio: pe=2

    iSy

    OBS: Esta hiptese utilizada no dimensionamento de tubos com parede grossa, fabricados commaterial dctil (l/l > 5%).

    Para simplificar os clculos, substituem-se as interferncias limite pelas folgas limite com

    sinal negativo, IM1 = -f1 e Im1 = - F1, e utilizam-se as equaes abaixo para determinao das

    interferncias adequadas.

    .Fs= F1+ (+ 1) -2

    )( 21 HH + .

    .fs=f1- (z+z1) + (u+ u1).

    onde , 1, z, z1, u, u1, H1e H2so valores de desvios dimensionais e tolerncias j definidos no

    Captulo 3. Estabelecidas as interferncias, determina-se o ajuste padronizado que melhor satisfaa

    as especificaes do projeto.

    5.3. AJUSTES FRETADOS

    So ajustes permanentes, no sendo possvel a desmontagem sem danos ao conjunto. Estes

    ajustes so obtidos atravs de aquecimento do tubo externo, provocando sua dilatao, ouresfriamento do tubo interno, provocando sua contrao, ou ambos, seguido de montagem

    executada sob carga.

    O aquecimento pode ser executado em trs nveis:

    banho de leo

    vapor

    forno

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    O resfriamento pode ser feito das seguintes formas:

    CO2lquido - 60oC

    gelo seco - 80 oC

    oxignio lquido - 143 oC

    ar lquido - 200 oC

    O ajuste por contrao tem certas vantagens sobre o por dilatao: economia de operao,

    uniformidade e facilidade de colocao da pea interna na externa, por esta estar na temperatura

    ambiente. Para o clculo das temperaturas de esfriamento da pea interna ou aquecimento da pea

    externa, as seguintes frmulas podem ser utilizadas:

    DIMtt

    ee

    +=

    Im0

    D

    IMtt

    ff

    ++=

    Im0

    onde: te[oC] temperatura a ser resfriada a pea interna (eixo).

    tf[oC] temperatura a ser aquecida a pea externa (furo).

    to[oC] temperatura ambiente.

    e, f coeficiente de dilatao trmica do eixo e do furo (Anexo 3, tab. 3.2, pg. 96).

    IM[m] interferncia mxima.

    Im[m] interferncia mnima.

    D[mm] dimetro da interface (nominal).

    A oxidao da superfcie aumenta o coeficiente de atrito e, conseqentemente, a capacidade

    de transmisso de carga do conjunto. O estudo da variao dimensional das superfcies requerconhecimentos mais profundos de transferncia de calor. O Anexo 3 apresenta os valores de

    coeficientes de condutibilidade trmica para diversos materiais.

    5.4. EXERCCIOS

    1. Dois tubos, com dimenso nominal de 100 mm, devem ser montados com interferncia de

    modo a transmitir um torque de 103N.m, aplicado no dimetro externo do tubo interno. Para os

    dados abaixo, pede-se:

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    a) o ajuste padronizado que melhor satisfaz o problema; e

    b) a capacidade da prensa para executar a montagem.

    DADOS: comprimento da montagem: b= 150 mm

    = 0.15

    tubo interno: Ao SAE 1020 Di= 60 mm

    Ei= 207 GPa

    Sut= 400 MPa e Sy= 290 MPa

    i= 0.30

    tubo externo: FoFoASTM 20De= 140 mm

    Ee= 79 GPaSut= 140 MPa

    e= 0.27

    2. Dois tubos devem ser acoplados com uma presso de montagem compreendida entre 10 e

    22.3 MPa. Pede-se:

    a) o torque que o acoplamento capaz de transmitir;

    b) as interferncias limite;c) o ajuste padronizado que satisfaa o problema;

    d) o limite de escoamento do material dos tubos; e

    e) a capacidade necessria prensa para execuo da montagem.

    DADOS: - comprimento da montagem: 150 mm

    - material dos tubos: AO

    - mdulo de elasticidade: E= 207 GPa

    - coeficiente de Poison: = 0.30

    - coeficiente de atrito: = 0.20

    - tubo externo:De= 150 mm

    D= 120 mm

    - tubo interno:D= 120 mm

    Di= 90 mm

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    3. Um eixo deve ser montado em um furo, com interferncia de modo a suportar uma carga

    de 5 kN, com as caractersticas abaixo. Pede-se:

    a) as interferncias mxima e mnima para o conjunto;

    b) o ajuste padronizado que satisfaa o problema; e

    c) a capacidade da prensa para executar a montagem.DADOS: - dimenso nominal do conjunto [mm] = 80

    - comprimento da montagem [mm] = 100

    - dimetro externo [mm] = 150

    - eixo e furo fabricados no mesmo material: Ao SAE 1020

    - mdulo de elasticidade [GPa] = 207

    - coeficiente de Poisson= 0.30

    - coeficiente de atrito = 0.15- Tenso de ruptura [MPa] = 380

    - Tenso de escoamento [MPa] = 280

    4. Um conjunto, com as caractersticas abaixo, deve ser acoplado com interferncia, de

    modo a suportar uma carga de 43 kN. Pede-se:

    a) o ajuste padronizado que satisfaa as condies do problema;

    b) a capacidade necessria prensa para executar a montagem; e

    c) especificar os calibradores e contra-calibradores, de fabricao e recebimento, para controle

    da fabricao.

    DADOS: - comprimento da montagem [mm] = 95

    - dimetro nominal do conjunto [mm] = 80

    - dimetro externo [mm] = 150

    - material das peas: Ao ABNT 1045 - tenso de ruptura [MPa] = 570

    - tenso de escoamento [MPa] = 430

    - mdulo de elasticidade [GPa] = 207

    - coeficiente de atrito = 0.15

    - coeficiente de Poisson= 0.30

    5. Calcular a temperatura mnima a que se deve elevar a pea que contm o furo, sabendo

    que o conjunto de ao e que as dimenses dos elementos so:

    40 168

    FURO: 1250

    EIXO: 125143

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    6. RUGOSIDADE SUPERFICIAL

    6.1. INTRODUO

    Duas superfcies em contato e em movimento se aquecem e se desgastam. A razo e a

    natureza deste processo ainda assunto para diversas pesquisas. A rugosidade superficial uma

    caracterstica importante que afeta e define o modo como estas superfcies iro trabalhar e interagir.

    Felizmente ela definida e controlada pelo projetista. A contnua diminuio nos limites das

    tolerncias dimensional e de forma, as exigncias funcionais cada vez maiores e a quase total

    eliminao do perodo de amaciamentotem levado os projetistas a utilizarem e aplicarem com cada

    vez maior intensidade os conceitos e normas associados tecnologia de superfcies. Mancais derolamento e de deslizamento, transmisses contnuas e escalonadas, so alguns exemplos de

    elementos mecnicos sob contato superficial, onde a rugosidade um fator muito importante para

    sua correta especificao. O campo da Engenharia Mecnica dedicado ao estudo do atrito, desgaste

    e lubrificao a TRIBOLOGIA.

    As superfcies, ainda que rigorosamente trabalhadas, apresentam, quando examinadas no

    microscpio, descontinuidades, imperfeies geomtricas, ondulaes e asperezas. So

    denominadas de rugosidade superficiale funo do tipo de acabamento superficial especificado,

    que por sua vez funo do processo de fabricao e mquina-operatriz utilizada.

    A importncia do estudo da rugosidade superficial aumenta medida que cresce a preciso

    do ajuste entre as peas a serem acopladas. importante ainda quando somente as tolerncias

    dimensional e de forma e posio no so suficientes para garantir a funcionalidade do par

    acoplado. A qualidade do acabamento superficial das peas fabricadas avaliada atravs da medida

    de sua rugosidade superficial. Para sua aferio so utilizados equipamentos de medidas especficos

    e os procedimentos so normalizados. Seus valores so expressos em micrmetros[m].

    6.2. DIFERENA DE FORMA E RUGOSIDADE SUPERFICIALEINFLUNCIA DO

    ACABAMENTO SUPERFICIAL

    Chama-se diferena de forma a totalidade de todas as diferenas entre a superfcie real e a

    superfcie geomtrica (ideal). Estas diferenas so classificadas conforme a tabela 6.1.

    A rugosidade superficial definida, ento, como a soma das diferenas de forma de 3aa 5a

    ordem, superpondo-se e compondo seu perfil, conforme a tabela 6.1. o conjunto de desvios natopografia da superfcie cuja relao entre distncia e profundidade varie entre 150:1 e 5:1, com

    freqncias peridicas e aperidicas.

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    Tabela 6.1. Classificao das rugosidades superficiais.

    DIFERENADE

    FORMADESCRIO

    CARACTERSTICAE

    EXEMPLOSESQUEMA

    CAUSASPRINCIPAIS

    1aordem

    Diferenas de formaque podem ser

    verificadas em toda aextenso da pea.

    Conhecida comodesigualdade, ovalizao,

    circularidade oucilindricidade. Podem serdeterminadas porinstrumentos normais demedio

    -desalihamento deguias

    -fixao errada dapea-distoro devido atratamento trmico,etc.

    2aordem

    Diferenas de formada superfcie real quese repetem e cujasdistncias so ummltiplo considervelde sua profundidade.

    Ondulaes onde aamplitude de mesmaordem de grandeza doperodo.

    -fixao excntrica dapea-deflexes da M.Opt.-tratamento trmico-tenses residuais

    3aordem

    Diferenas de forma

    da superfcie real quese repetem e cujasdistncias so ummltiplo reduzido desua profundidade.

    Ranhuras e sulcos -Desvio de forma da

    ferramenta (raio deponta, etc.)-marcas de avanoincorreto

    4aordem IDEM

    Estrias, escamas, craterasque ocorrem durante aformao do cavaco

    -Processos galvnicos,jateamento de areia,etc.

    5aordem IDEM

    Processo de cristalizaoe/ou modificao dasuperfcie por aoqumica e por corroso.

    Processosmetalrgicos derecristalizao,corroso e decapagem.

    Para melhor entender, quantificare facilitar o estudo das texturas superficiais oportuno e

    necessrio fazer algumas definies, mostradas na figura 6.1.

    1

    Pea

    Perfil da rugosidade - irregularidade primria - 5 ordema

    Perfil da rugosidade - irregularidade secundria - 4 ordema

    Perfil do erro de forma - 2 ordema

    4

    32

    FIGURA 6.1. Elementos componentes de uma superfcie.

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 54

    orientao das irregularidades

    passo ou comprimento das ondulaes secundrias (ou da rugosidade)

    altura ou amplitude das ondulaes das secundrias (ou da rugosidade)

    passo ou comprimento das ondulaes de 2 ordem (erro de forma)

    fundamental para as peas acopladas a especificao da rugosidade superficial nas

    seguintes situaes:

    atrito entre as superfcies,

    desgaste,

    corroso,

    aparncia,

    resistncia fadiga, transmisso de calor,

    propriedades ticas,

    escoamento de fluidos (paredes de dutos, tubos, etc.)

    superfcie de medio (blocos padro, micrmetros, etc.)

    Se for considerado o deslizamento entre as superfcies, uma especificao de rugosidade

    inadequada pode causar desgaste excessivo, vibraes, maior consumo de energia e,consequentemente, maior custo. A rugosidade influencia tambm no armazenamento e distribuio

    do filme de lubrificante e na fixao e durabilidade de camadas protetoras ou isolantes (pintura,

    plastificao, recobrimentos e etc.).

    A qualidade da superfcie influencia diversas propriedades do material. Uma das principais

    a resistncia fadiga, podendo ser bastante aumentada (em alguns casos, dobrada) quanto melhor

    for o acabamento superficial, conforme mostra a figura 6.2.

    Mancais de motores de combusto tm uma melhoria de at 100% em sua capacidade decarga quando suas superfcies de contato so obtidas por superacabamento do que por retificao

    normal (figura 6.3).

    A influncia do acabamento superficial tambm pode ser verificada na transmisso de calor

    entre duas superfcies metlicas; medida que diminui a rugosidade superficial, aumenta o

    coeficiente de transmisso de calor, pois aumenta a rea de contato (figura 6.4).

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    FATOR

    DEACABAMENTOS

    UPERFICIAL-ka

    TENSO DE RUPTURA - Sut [MPa]

    Polido/Espelhado

    Retificado

    Corroso em gua comum

    Corroso em gua salgada

    Usinado/Laminado frio

    Laminado quente

    Fundido/Forjado

    200 600 1000 1400400 800 1200 16000.0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    0.1

    0.3

    0.5

    0.7

    0.9

    Figura 6.2. Influncia do acabamento superficial na vida do elemento

    Rugosidade mdia aritmtica- Ra [ m]

    Capacidaderelativade

    carga

    Coeficiente de transmisso de calor[kcal.h.m C]2 o

    RugosidadeSuperficial-Ra[

    m] 51

    25.5

    12.77.65.1

    2.5

    1.3

    0.5

    0.25

    0.13

    100

    200

    300

    500

    400

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    10000

    20000

    30000

    Figura 6.3. Influncia da rugosidade superficial sobre acapacidade de carga.

    Figura 6.4. Influncia da rugosidade superficial sobrea capacidade de transmisso de calor.

    6.3. INSTRUMENTOS DE MEDIO

    Em geral a medio da textura compreende a captao de um ou mais perfis da superfcie e

    o subseqente processamento eletrnico e/ou digital desses perfis para a determinao dos diversos

    parmetros de textura existentes. um processo normalizado, relativamente simples, porm onde

    h vrias fontes de erro, principalmente devido aos seguintes fatores:

    geometria da ponta do apalpador (tipo estilete) ou feixe tico (seguidor tico),

    fora e velocidade de apalpamento,

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    DEM/UFRJ Flvio de Marco/Jos Stockler 56

    tipo de sistema de apalpamento (com ou sem patim de apoio),

    tipo de transdutor (deslocamento/sinal eltrico),

    tipo de filtro (eletrnico ou digital),

    resoluo da placa A/D (analgico/digital),

    caractersticas da superfcie de medida e condies ambientais da medio (em campo ou laboratrio).

    O rugosmetro um aparelho eletrnico amplamente empregado na indstria para

    verificao de superfcie de peas (forma e rugosidade) e ferramentas. Assegura um alto padro de

    qualidade nas medies. Destina-se anlise dos problemas relacionados rugosidade de

    superfcies. Inicialmente, o rugosmetro destinava-se somente avaliao da rugosidade ou textura

    primria. Com o tempo, apareceram os critrios para avaliao da textura secundria, ou seja, aondulao, e muitos aparelhos evoluram para essa nova tecnologia. Mesmo assim, por

    comodidade, conservou-se o nome genrico de rugosmetro tambm para esses aparelhos que, alm

    de rugosidade, medem a ondulao.

    Os rugosmetros podem ser classificados em dois grandes grupos:

    aparelhos que fornecem somente a leitura dos parmetros de rugosidade (analgicos ou

    digitais).

    aparelhos que, alm da leitura, permitem o registro, em papel, do perfil efetivo dasuperfcie.

    O primeiro mais utilizado em linhas de produo, enquanto o outro tem mais uso em

    laboratrios, pois tambm apresenta um grfico que importante para uma anlise mais profunda

    da textura superficial.

    Os aparelhos para avaliao da textura superficial so compostos das seguintes partes:

    Apalpador(pick-up): desliza sobre a superfcie que ser verificada, levando os sinais da

    agulha apalpadora de diamante, at o amplificador. Unidade de acionamento: desloca o apalpador sobre a superfcie, numa velocidade

    constante e por uma distncia desejvel, mantendo-o na mesma direo.

    Amplificador: contm a parte eletrnica principal, dotada de um indicador de leitura que

    recebe os sinais da agulha, amplia-os, e os calcula em funo do parmetro escolhido.

    Registrador:um acessrio do amplificador (em certos casos fica incorporado a ele) e

    fornece a reproduo, em papel, do corte efetivo da superfcie.

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    Ponta dediamante

    Patim

    Apalpador

    Apalpador

    Transdutor

    Amplificador

    Filtro

    Conversor A/D

    Sada

    Computador

    Grfica (registrador ou impressora ou plotter)

    Gravao (digital ou magntica)

    FIGURA 6.5. Componentes do rugosmetro.

    O processo de determinao da rugosidade consiste em percorrer a superfcie a ser avaliada

    com um apalpador de formato normalizado, acompanhado de uma guia (patim) em relao ao qual

    ele se move verticalmente. Enquanto o apalpador acompanha a rugosidade, a guia (patim)

    acompanha as ondulaes da superfcie. O movimento da agulha transformado em impulsos

    eltrico e registrado no mostrador e no grfico. A figura 6.6 mostra alguns tipos de rugosmetros e

    apalpadores.

    (b)

    (a) (c)

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    (d)

    (e)

    (f)

    FIGURA 6.6. Tipo de rugosmetro (a), apalpadores (b) e (c), medio com rugosidade (d), um sistema completo deaferio (e) e detalhe do sistema de amortecimento da mesa (f).

    6.4. DEFINIES

    Alguns conceitos, parmetros e definies sero agora descritos. Eles so importantes para o

    entendimento das tcnicas de medio e determinao do procedimento correto para a avaliao da

    rugosidade superficial.

    6.4.1. Superfcies

    1. SUPERFCIE GEOMTRICA

    Superfcie ideal prescrita no projeto, onde no existem erros de forma e acabamento.

    2. SUPERFCIE REAL

    Superfcie que limita o corpo e o separa do meio que o envolve.

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    3. SUPERFCIE EFETIVA

    Superfcie avaliada pela tcnica de medio, com forma aproximada da real. Depende do

    mtodo e do instrumento utilizado para a medio.

    Diferentes sistemas de medio, analgicos, como diferentes raios de ponta de apalpadores,

    ou digitais (sistemas a laser), podem resultar em diferentes superfcies efetivas, como mostra afigura 6.7.

    Apalpador

    Superfcie

    Apalpadorperfil registrado

    perfil real

    FIGURA 6.7. Superfcies real e efetiva.

    6.4.2. Linha Mdia - LM

    Linha que separa o perfil de rugosidades em regies de mesma rea (acima e abaixo),

    dentro do percurso de medio.

    Superfcie

    Linha Mdia

    rea acima dalinha mdia

    rea abaixo dalinha mdiaComprimento de

    amostragem = L

    eriorerior AA infsup =

    FIGURA 6.8. Perfil de Rugosidades com linha mdia.

    6.4.3. Percursos

    1. PERCURSO INICIAL (Lv)

    a extenso da 1aparte do percurso total de medio.

    No utilizado para medio, tendo por finalidade permitir o amortecimento das oscilaes

    mecnicas e elsticas iniciais do sistema e centragem do perfil de rugosidades.

    mV LL = 1.0

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    2. PERCURSO DE MEDIO (Lm) a extenso do trecho til da medio, onde a medida deve ser realmente efetuada.

    3. COMPRIMENTO DA AMOSTRAGEM (Le)

    Esta extenso que depende das condies de filtragem e do avano do sistema. definida

    como:

    me LL = 2.0

    A tabela 6.2 apresenta algumas recomendaes para utilizao de comprimentos mnimos de

    amostragem para a medida da rugosidade.

    Tabela 6.2. Comprimentos mnimos de amostragem recomendados.

    RUGOSIDADE [mm] Lemin[mm]de at0 0.3 0.25

    0.3 3 0.80> 3 2.50

    4. PERCURSO FINAL (Ln):

    Vn LL =

    y

    x

    A

    A

    S

    i

    LMy

    i

    Lv Lm Ln

    Lt

    FIGURA 6.9. Perfil de Rugosidades, linha mdia e percursos.

    5. PERCURSO TOTAL (Lt)

    a extenso total percorrida pelo sensor ou apalpador. calculada da seguinte forma:

    nmvt LLLL ++=

    A figura 6.9 mostra todos os percursos importantes em um perfil de rugosidades.

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    6.4.4. Comprimento de Amostragem e Ondulao

    As ondulaes so desvios predominantemente peridicos e que se situam entre 1000:1 e

    100:1 na relao entre distncia entre as rugosidades e a profundidade. So as diferenas de forma

    de 2 ordem. Um rugosmetro apresentar como resultado da medio, um perfil composto de

    rugosidades e ondulaes. A distino entre os dois feita atravs de uma filtragem adequada.

    1. FILTRAGEM DA ONDULAO

    A figura 6.10 representa uma superfcie onde a rugosidade e a ondulao so claramente

    evidentes. Considerando-se os valores Le1 e Le2como comprimento de amostragem, nota-se que

    para o comprimento Le1 a amplitude da rugosidade tem o valor h1que corresponde realmente

    profundidade da rugosidade, no entanto, para o comprimentoLe2resulta uma altura maior h2que

    claramente incorpora tambm a ondulao. direita esto representados novos valores Le1 e h1

    apenas que desta vez apresentam-se inclinados, acompanhando a direo geral do perfil.

    Conclui-se, assim, que se for definido adequadamente um comprimento de amostragem Le,

    onde estejam includos apenas detalhes da rugosidade com sua correspondente linha mdia

    acompanhando a direo geral do perfil, podem ser isolar trechos de rugosidade para depois coloc-

    los em linha reta orientados por essa linha mdia.

    h h

    Le

    h1 2 1

    11LeLe2

    FIGURA 6.10. Superfcie com ondulaes e rugosidades.

    2. COMPRIMENTO DE AMOSTRAGEM E ONDULAO

    O comprimento de amostragem conhecido tambm como cut-offou comprimento de ondalimite c. Sua finalidade filtrar a ondulao. Para ilustrar a idia de excluso da ondulao,

    considere uma curva de perfil efetivo composto (rugosidade superposta ondulao), na qual seja

    definido um valor de cut-offadequadoLe1(figura 6.11 .a). Para cada segmento com esse valor deve

    ser traada uma linha mdia, conforme definido anteriormente. Os extremos destas linhas podem se

    apresentar descontinuados de um segmento para outro. Alinhando-se a linha mdia de cada um dos

    segmentos ser formada uma s linha reta horizontal e, ento, obtido o perfil de rugosidade (figura

    6.11.b), onde a ondulao foi filtrada. Se o valor de cut-offselecionado for maior que o necessrio,por exemploLe2 na figura 6.11.c, sero includos valores do perfil de ondulao que influenciariam

    os resultados da medio de rugosidade.

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    Le Le1 1

    Le2 2Le

    (a)

    (b)

    (c)

    FIGURA 6.11. Definio dos comprimentos de amostragem (cut-off) adequados.

    6.4. AVALIAO DA RUGOSIDADE

    Existem dois sistemas distintos de medio da rugosidade superficial:

    Sistema M, baseado na linha mdia (LM) e empregado em diversos pases (Brasil, EUA,

    GB, Japo) e utiliza a normalizao ISO.

    Sistema E: Tambm chamado de sistema de envolvente, empregado na Alemanha, Frana

    e Itlia.

    O sistema M composto por trs classes, que se distinguem por serem baseadas:

    na altura/profundidade das rugosidades,

    nas distncias entre as rugosidades e

    em ambas as anteriores (proporcionalidade entre altura/profundidade e distncia).

    1. RUGOSIDADE (ou DESVIO) MDIO ARITMTICO (Ra,AAou CLA):

    Mdia aritmtica dos valores absolutos das ordenadas de afastamento (yi), em relao

    linha mdia, dentro do percurso de medio. Este parmetro conhecido tambm como CLA

    (Center Line Average) ou AA (Aritmetical Average).

    O clculo da rugosidadeRa baseado em algumas hipteses:

    considera que a topografia da superfcie regular,

    a superfcie tem um padro repetitivo.

    Isto tpico de superfcies metlicas obtidas por processo de usinagem. A rugosidade deve

    ser determinada pela equao abaixo.

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    dxyL

    RL

    a .1

    0=

    0

    1

    2

    m

    Percurso de medio Percurso finalPercurso inicial

    Percurso total

    (Lv) (Lm) (Ln)

    (Lt)

    y1

    y2

    y3

    y4

    y5

    y6

    y7

    y1 y

    9

    y8

    LM

    FIGURA 6.12. Rugosidade Mdia Aritmtica Ra

    Emprego do parmetroRa:

    Quando for necessrio o controle da rugosidade continuamente nas linhas de produo,

    devido sua facilidade de obteno.

    Superfcies onde o acabamento apresenta os sulcos de usinagem bem orientados

    (torneamento, fresagem, etc)

    Superfcies de pouca responsabilidade, por exemplo: acabamentos para fins apenas

    estticos.

    Determinao do valor de cut-offpara efetuar a medioRa

    Existem duas situaes diferentes na seleo do valor de cut-offnecessrio para efetuar uma

    medio de rugosidade: quando o perfil da pea peridico e quando aperidico. Quando o perfil

    peridico o valor de cut-off depende da distncia entre os sulcos deixados pelo avano da

    ferramenta no processo de usinagem, conforme tabela 6.3 abaixo.Esta classificao resulta da exigncia de que o comprimento de onda limite seja no mnimo

    2,5 vezes maior que a distncia entre sulcos e de no mximo 8 vezes. Essa distncia pode ser

    determinada a partir de um grfico preliminar da superfcie ou por meio de medio sobre a pea,

    por exemplo, 10 sulcos para se determinar o espaamento mdio.

    Quando o perfil aperidicoo valor de cut-offtem relao com o grau de rugosidade mdia

    Ra a ser avaliado. Estes perfis so normalmente resultantes de esmerilhamento, retificao,

    fresagens de contorno e frontal sem inclinao, alargamento, deformao, etc. Para definir o valoraproximado da rugosidade pode-se usar inicialmente um valor de cut-off tambm aproximado

    (geralmente usa-se o valor 0,8 mm), conforme a tabela 6.4.

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    Tabela 6.3. Valores de cut-off para perfis

    peridicosTabela 6.4. Valores de cut-off para

    perfis aperidicos

    Distncia entre sulcos[mm]

    Rugosidade Ra[m]

    de at

    Cut-off[mm]

    de at

    Cut-off[mm]

    0,01 0,032 0,08 0,1 0,250,032 0,1 0,25 0,1 2 0,80,1 0,32 0,8 2 10 2,50,32 1 2,5

    1 3,2 8,010 8,0

    Vantagens do parmetroRa:

    o parmetro de medio mais utilizado em todo o mundo.

    um parmetro aplicvel maioria dos processos de fabricao.

    Devido a sua grande utilizao, quase a totalidade dos equipamentos apresentam este

    parmetro (de forma analgica ou digital eletrnica)

    Os riscos superficiais inerentes ao processo, no alteram substancialmente o seu valor.

    Para a maioria das superfcies o valor da rugosidade neste parmetro est de acordo com

    a curva de Gauss que caracteriza a distribuio de amplitude.

    Desvantagem do parmetroRa:

    O valor de Raem um percurso de amostragem representa a mdia da rugosidade, por