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  • 1 OS NAVIOS MERCANTES, CARACTERSTICAS E FINALIDADES A QUE SE DESTINAM.

    NAVIOS MERCANTES - CONCEITOS :

    Navio qualquer construo de madeira ou de ferro apta para andar sobre a gua, movida por qualquer fora motriz, como vento, vapor, eletricidade; em sentido restrito, a construo apropriada para receber em seu bordo mercadorias ou pessoas e transport-las ou para qualquer uso . ( S.Silva Dir.Com.Martimo Vol. I Pg. 116 ). Ferreira Borges define o navio como toda embarcao de mar, porm o nome que se d s embarcaes empregadas no comrcio. Navio ou embarcao toda a construo de madeira ou de ferro, movida por fora de vento, de vapor ou de eletricidade ( ou nuclear ), destinada a correr sobre as guas, e apropriada para receber a bordo, mercadorias ou pessoas,a fim de transport-las de um ponto a outro. ( Waldemar Ferreira O Comrcio Martimo e o Navio - Pg. 27 ). O Cdigo Comercial Brasileiro e o Regulamento para o Trfego Martimo no fazem distino entre navio e embarcao. O Artigo 10 do Regulamento para o Trfego Martimo d o significado para o termo embarcao como sendo qualquer construo, capaz de transportar pessoas ou coisas,suscetvel de se locomover na gua por meios prprios ou no . O RTM no seu Artigo 11 estabelece o significado de embarcao mercante como sendo as embarcaes destinadas ao comrcio martimo, fluvial ou lacustre, e ao transporte de carga e/ou passageiros . luz desses conceitos, poderamos dizer que o navio mercante toda construo capaz de transportar pessoas ou coisas, suscetvel de se locomover na gua, por meios prprios ou no e destinadas ao comrcio martimo.

    NATUREZA JURDICA

  • O navio definido como instrumento do transporte martimo e, como tal, tem sido considerado como bem mvel, conforme declara o Cdigo Comercial no seu Art. 478, quando diz :

    Ainda que as embarcaes sejam reputadas bens mveis, contudo, nas vendas judiciais , se guardaro as regras que as leis prescrevem para as arremataes dos bens de raiz . Tambm o cdigo Civil classifica o navio entre os bens mveis. Porm em determinados casos, o navio fica sujeito ao regime dos bens imveis. Assim, a prova de sua propriedade s se faz com documento escrito, devidamente transcrito no Registro Martimo, no se podendo transferi-la a outrem pela simples tradio manual. Alm disso, o navio suscetvel de ser hipotecado, o que contraria sobre modo, o regime dos bens mveis, cuja garantia o penhor. Certos autores consideram o navio como um bem mvel sui generis . Ripert comparou o navio pessoa vivente , porque da mesma forma que o homem, traz um nome prprio que o identifica, pertence a uma determinada classe social, tem domiclio e nacionalidade. INDIVIDUALIDADE

    Uma das principais caractersticas jurdicas a sua individualizao, manifestada pelo nome que recebe, que gravado na popa e na proa de ambos os lados, pelas amuras, junto roda de proa, inscrito na Capitania dos Portos ( embarcao com arqueao bruta inferior a 20) e no Tribunal Martimo ( embarcao com arqueao bruta a 20 ).

    CLASSIFICAO

    grande importncia a classificao dos navios mercantes, certificando o seu valor tcnico e identificao, para efeito de seguro, contratos de afretamento e outros. A classificao e individualizao dos navios vm desde tempos remotos, Sec. XVIII, tendo se originado na Inglaterra com a fundao de uma Sociedade especialmente destinada a esse fim : o Lloyds

  • Register , cujo nome derivou de Edward Lloyd, que era um comerciante ingls do Sec. XVIII, que explora um caf em uma rua comercial de Londres e que era freqentado por vrios comerciantes, armadores, capites, seguradores e outros interessados nas aventuras martimas a fim de discutirem assuntos martimos e conclurem seus contratos. Surgiu ento, a iniciativa de constiturem um centro de informaes martimas, com dados sobre a navegao e classificao de navios, sendo o Lloyds Coffee uma perfeita fonte de informaes, merecedora da confiana de todos. Da surgiu o Lloyds Register aparecendo como uma central de operaes do comrcio martimo, transacionando com o registro de navios, arquivos de contratos martimos e informaes de navios no mar. Mais tarde, essas Sociedades surgiram em outros pases, tais como o Bureau Veritas ( 1828 ) na Blgica, o Registro Naval Italiano ( 1861 ), na Itlia, o American Bureau of Shipping ( 1864 ), nos Estados Unidos, o Registro Noruegus ( 1864 ) , o Alemo ( 1867 ) e o Registro Martimo no Brasil. Os navios so, pois, inscritos e classificados conforme o estado em que se encontram e o grau de confiana que merecem. A sociedade Classificadora determina as normas a serem observadas na construo de um navio, fiscaliza essa construo, examina os navios por meio de peritos, controlando a vida deles por meio de agentes, fornecendo ao navio um Certificado de Classificao e, permanentemente, com publicaes peridicas, informa acerca de tudo o que a ele diz respeito. No Brasil a classificao feita pela Diretoria de Portos e Costas, e sua rede de Capitanias, podendo ser feita por terceiros, desde que autorizados por essa Diretoria. Posteriormente veremos maiores detalhes.

    NACIONALIDADE

    A aquisio da nacionalidade por um navio, depende de certos pressupostos e condies fixadas em lei, variveis de pas para pas, originrias historicamente do ato de navegao de Cromwell, de 1651. Costumam os autores, classific-los em trs : o da propriedade, o da construo e o da composio da equipagem. A legislao brasileira segue um critrio misto para a nacionalidade, exigindo o pargrafo 1 do artigo 178 da Constituio que diz : os

  • proprietrios, armadores e comandantes de navios nacionais, assim como dois teros, pelo menos de seus tripulantes, sero brasileiros . Por esse Artigo, ainda em fase de regulamentao, observa-se que a condio de brasileiro nato expressa no artigo 173 da Constituio anterior j no mais exigida; que qualquer estrangeiro naturalizado brasileiro, poder vir a ser proprietrio, armador ou comandante da embarcao brasileira, fato esse s observado nos navios de falsa bandeira ( navios que pertencem a pessoas domiciliadas em um pas e que so matriculados ou registrados em outros pases, ditos parasos fiscais ). A nacionalidade de cada navio provada atravs de seu registro e, no Brasil, a nacionalidade brasileira provada pela Proviso de Registro de Propriedade Martima, expedida pelo Tribunal Martimo, ou pelo Ttulo de Inscrio, expedido pela Capitania dos Portos, Delegacias e agncias. Adquirida uma nacionalidade, o navio passa a ser parte integrante do pas ao qual pertence, nele dominando as suas leis, mas, sujeito as leis da nao em que possa se encontrar. PERDA DA NACIONALIDADE

    O navio perde a nacionalidade brasileira desde que seja: capturado pelo inimigo em tempo de guerra e seja considerado boa presa; vendido ou confiscado no estrangeiro, ou quando deixar de preencher outros requisitos prescritos em legislao especfica. QUANTO FINALIDADE : Os navios quanto a finalidade a que se destinam, Classificam-se em : 1. Navios de Guerra So navios construdos para fins militares,

    estando divididos em dois grupos, os navios de combate e os navios auxiliares;

    2. Navios Mercantes So navios que se destinam, basicamente ao transporte de passageiros e/ou mercadorias:

  • 3. Navios Para Servios Especiais So aqueles construdos com uma finalidade totalmente especfica;

    4. Navios de Recreio So navios de prioridade particular, utilizados

    pelo prprio dono, sem fins lucrativos.

    QUANTO NAVEGAO A QUE SE DESTINA : No Brasil, a navegao mercante classificada como : 1. Longo Curso a navegao realizada no trfego martimo

    mercantil entre os portos do Brasil e os portos estrangeiros; 2. Grande Cabotagem a navegao realizada no trfego martimo

    mercantil entre os portos brasileiros e, entre estes e os portos da Costa atlntica da Amrica do Sul, das Antilhas e da Costa Leste, excludos os portos de Porto Rico e Ilhas Virgens:

    3. Pequena Cabotagem a navegao realizada no trfego martimo

    mercantil entre os portos brasileiros, no se afastando a embarcao mais de 20 (vinte) milhas da costa e fazendo escala em portos cuja distncia no se exceda de 400 ( quatrocentas ) milhas;

    4. Alto-Mar a navegao realizada fora da visibilidade da costa; 5. Costeira a navegao realizada ao longo do litoral brasileiro,

    dentro dos limites de visibilidade da costa: 6. Apoio Martimo a navegao realizada entre os portos ou

    terminais martimos e as plataformas tripulveis; 7. Interior Este tipo de navegao subdividido em Fluvial e

    Lacustre, de Travessia e de Porto. QUANTO AO TIPO DE OPERAO ( TIPO DE EMPREGO ) : So trs os tipos de operaes nos quais os navios podem ser empregados, so eles:

  • 1. Navios de Linha ( Liners ) Liner Trade So navios que percorrem sempre a mesma linha, fazendo parte de uma Conferncia de frete ou no. As cargas que so transportadas por estes navios tem seu frete cotado uma tarifa de frete fixa e por prazo determinado;

    2. Navios a Frete ( Tramps ) Tramp Trade navios que no

    percorrem uma linha fixa. As cargas transportadas por este tipo de navio pagam um frete vinculado lei da oferta e da procura;

    3. Navios de Trfego Privado Private Trade So navios de

    empresas que produzem e transportam suas prprias cargas.

    QUANTO AO TIPO DE NAVIO MERCANTE :

    1. Navios de Passageiros So navios destinados ao transporte de grande nmero de passageiros, podendo, alguns, receber uma carga moderada;

    2. Navios Cargueiros So navios destinados ao transporte exclusivo

    de carga, podendo transportar um nmero reduzido de passageiros;

    3. Navios Mistos So navios que podem transporte ao mesmo tempo

    muita carga e regular nmero de passageiros; 4. Navios Pesqueiros So navios aparelhados especialmente para a

    pesca em alto-mar. Obs.: Vimos, acima, a classificao geral. Agora vamos detalhar um pouco mais essa classificao. Navios Para Carga Geral : so aqueles que transportam cargas

    soltas, tais como: caixas, veculos, sacaria, tubos de ao, barras de ferro, produtos qumicos em tambores, etc;

    Navios Porta-Contineres : so navios utilizados unicamente no

    transporte de contineres ;

  • Navios Roll-on/Roll-off : so navios que possuem rampas que do acesso ao interior do navio, por onde entram e saem carretas transportando carga normalmente unitizada, ou carros, ou contineres, etc;

    Navios Porta-Barcaas : so navios que em vez de carregarem

    contineres , carregam barcaas; Navios Frigorficos : so aqueles destinados ao transporte de carga

    congelada e/ou refrigerada; Navios Graneleiros ( slidos ) : so navios destinados ao transporte

    de carga slida a granel. Existe uma grande variedade de navios que transportam granis slidos. Aqui s daremos as subdivises de Ore e Bulk . Ore Carriers So graneleiros que se destinam ao

    transporte de minrios. Bulk Carriers So navios que se destinam ao transporte

    de cereais, sal, carvo, etc.

    Navios Graneleiros ( lquidos ) so navios que se destinam ao transporte de carga lquida a granel. Podemos subdividir este tipo de graneleiros em :

    Petroleiros So os que transportam o petrleo em seu

    estado ( Tankers ) pr-refino;

    Derivados Claros So os que transportam os subprodutos ( Clean P. Carriers ) claros refinados do petrleo ; Derivados Escuros So os que transportam os subprodutos ( Dirty P. Carriers ) escuros refinados do petrleo; Gs Liquifeito do Petrleo Transportam o gs, em estado ( LPG ) lquido: Produtos Qumicos Transportam qualquer tipo de produtos ( Chemical Tankers ) qumicos e/ou petroqumicos;

  • Navios Graneleiros Combinados : So aqueles que podem fazer o

    transporte combinado de mais de um tipo de granel, ou, para o transporte alternado de granel slido e lquido. Ex.: Minrio-Petrleo ( Ore-Oil ) , Minrio-Gro-petrleo ( Ore-Bulk-Oil ).

    QUANTO AO TIPO DE NAVIOS ESPECIAIS :

    1. Navios Sonda Destinam-se a rea de explorao de petrleo; 2. Navios Quebra-Gelo So navios especialmente construdos para

    trafegarem nas regies polares e em locais onde h grande nmero dos rios e mares;

    3. Navios Pesqueiros Fbrica So aqueles que industrializam o pescado que lhes entregue por barcos e navios pesqueiros. So muito adotados pelos russos, filandeses, espanhis e noruegueses;

    4. Navios Oceanogrficos So os navios que se destinam s pesquisas oceanogrficas;

    5. Navios de Pesquisas Polares So aqueles que empreendem viagens de pesquisas e exploraes aos plos norte e sul.

    CONDIES A QUE O NAVIO DEVE SATISFAZER : as condies mais importantes que os navios devem satisfazer so as seguintes : FLUTUABILIDADE a propriedade que devem ter os navios, pela

    qual permanecem flutuando, mesmo que se esteja imerso at a linha de carga mxima, mas com volume emerso suficiente para poder navegar sob mal tempo. Isto quer dizer que, em qualquer momento, o navio deve ter reserva de flutuabilidade suficiente para navegar em situaes extremamente adversas de mar e vento.

    ESTABILIDADE a flutuao do navio deve ter equilbrio, isto , o

    navio deve gerar uma fora que o faa tender a voltar posio de equilbrio, sempre que foras externas como as exercidas pelas ondas e o vento. dele o afastarem.

  • ESTANQUEIDADE o navio deve ser estanque ( impermevel ) gua , isto , deve ser dotado de dispositivos que evitem a penetrao de gua no seu interior, mesmo que haja embarque de grandes massas dgua , a qual deve escoar rapidamente para o mar atravs de aberturas nas bordas denominadas sadas dgua.

    MANOBRABILIDADE : a capacidade que o navio deve ter de

    obedecer ao leme no menor tempo e no menor espao possvel. Alm das condies mencionadas, temos que considerar outras que por sua natureza vo influir diretamente no desempenho comercial do navio, apesar de no estarem intimamente ligadas a sua segurana como no caso da flutuabilidade, estabilidade, estanqueidade e manobrabilidade. Assim na performance dos navios, devemos dar especial ateno ao: CONSUMO E VELOCIDADE : so parmetros importantssimos

    nos custos da viagem. O consumo no deve ser excessivo e toda economia nesse aspecto redunda em benefcio direto para o armador, melhorando o poder de competio dos fretes com outras linhas estabelecidas. O consumo de combustvel est intimamente ligado com a velocidade pelo navio. Assim necessrio se estabelecer um velocidade econmica na qual a mquina propulsora imprima a maior rapidez com o menor consumo, j que ao ser maior a velocidade, pode-se efetuar mais viagens, aumentando-se assim o rendimento econmico. Deve-se portanto, minimizar a relao consumo por tonelada/milha navegada.

    DESCRIO RESUMIDA DO NAVIO

    Um dos propsitos deste curso familiarizar o aluno com a terminologia utilizada na identificao, localizao e denominao das principais regies, reas ou pontos de interesse para o profissional do transporte martimo, de modo que, ao estar a bordo, possa identificar esses pontos e algumas outras partes de fundamental importncia na estrutura do navio. extremidade anterior do navio, no sentido normal da sua marcha, denominamos PROA, e extremidade posterior, chamamos POPA.

  • Na proa localiza-se a mquina de suspender com dois ferros (ncoras) destinadas ao fundeio do navio, cabeos destinados amarrao dos cabos de atracao e, normalmente o mastro de vante que suporta uma luz branca que a noite deve ser exibida conforme previsto no Regulamento Para Evitar Abalroamente no Mar RIPEAM. Na popa fica o farol de alcanado, o leme e o eixo / hlice propulsor. As duas partes simtricas em que o casco dividido pelo plano diametral ( plano imaginrio que atravessa o navio de proa popa no sentido de seu comprimento ) so os bordos do navio. O bordo denominado BORESTE a parte simtrica que fica do lado direito do plano diametral, o do lado esquerdo chamado BOMBORDO. Nos lados de boreste e bombordo noite so exibidos uma luz verde e outra encarnada respectivamente conforme previsto no RIPEAM. A regio mdia longitudinal do navio toma o nome de meia-nau; para designar a regio a meio comprimento do navio, usa-se a expresso a meio navio . Entretanto comum encontrarmos os dois termos usados como sinnimos, indicando a regio a meio comprimento do navio. O invlucro exterior do navio chama-se casco; est dividido em fundo, encolamento e costado. O fundo a parte inferior, o encolamento a regio de transio entre o fundo e o costado, quando o encolamento cheio e curvo chamado bojo, o costado a parte lateral do casco. As faces internas do costado chamam-se amuradas ( no confundir com amuras ). Com o navio flutuando, a parte mergulhada do casco chamada carena ou obras vivas, e a parte fora dgua de obras mortas, tambm chamada impropriamente de costado. As regies curvas nas imediaes da proa so conhecidas como bochechas, ou amuras ( de BE e de BB ), as de popa como alhetas ( de BE e de BB ).

  • Borda o limite superior do costado; a borda pode terminar na altura do convs, ou elevar-se um pouco mais, chamando-se neste caso de borda falsa, que pode ser construdas com chapas com aberturas pela parte inferior, para escoamento das guas que embarcam no convs em caso de mau tempo, ou construda em forma de grade chamadas balaustradas. CONVS E COBERTAS - os navios possuem diversas conveses. Porm denomina-se convs principal ao convs mais alto, reforado e contnuo de proa a popa e transversalmente, e normalmente exposto ao tempo embora haja navios cujo convs aberto ao tempo no o convs principal ( navios de convs de abrigo Shelter Deck Vessel ). O convs principal, tambm chamado apenas de convs, alm de ser estanque gua, constitui-se em importante elemento estrutural de resistncia aos esforos sofridos pelo navio no mar. Os pavimentos abaixo do convs principal so as cobertas numeradas de cima para baixo e destinam-se ao recebimento da carga. O piso dos pores denomina-se cobro.

    AS SUPERESTRURAS so construes acima do convs principal. Dentre elas destacam-se o castelo de proa, onde se situa o aparelho de fundeio; o tijup, imediatamente acima do passadio onde se encontra normalmente instalada a agulha padro; o prprio passadio ou ponte de comando onde so instalados os instrumentos para execuo da navegao e manobras; o convs das embarcaes onde esto alojadas as baleeiras e/ou outras embarcaes salva-vidas, etc. Para acesso de pessoas ao navio usam-se passagens laterais existentes em ambos os bordos, normalmente na regio de popa do navio, denominadas portals. So servidas normalmente por escada com balastres e dois patins : o superior e o inferior e chamada de escada de portal. Em alguns tipos de navios, o portal abre-se na borda-falsa ou costado como qualquer resbordo. O Comandante do navio juntamente com os Oficiais, quando previamente avisado,

  • receber no patim superior da escada de portal a autoridade anunciada, procedendo da mesma forma por ocasio da sua sada. 2.0 - NOMENCLATURA BSICA DE UM NAVIO

    Na construo do casco distingui-se a ossada e os forros. A ossada o esqueleto do navio e compreende as seguintes peas principais: quilha, balizas, cavernas, roda de proa, cadaste, sobrequilha, longarinas, vaus e trincaniz.

    QUILHA - uma pea longitudinal onde se fixam as cavernas inferiormente, contribuindo em grande parte para a resistncia longitudinal do casco. Na sua parte anterior, proa, fixa-se a roda de proa, e na posterior, popa, fixa-se o cadaste onde instalado o leme. Constitui a espinha dorsal e a parte mais importante do navio. A quilha pode ser saliente ou chata; a saliente usada apenas em pequenas embarcaes e rebocadores. A quilha chata ou chapa-quilha utilizada nos navios propriamente ditos, constitui-se de uma fiada de chapas horizontais, mais espessas e portanto mais resistentes que as chapas do casco. BALIZAS so peas curvas de dois ramos denominados meias balizas, que vo desde a quilha, at a borda. A parte inferior das balizas, no fundo do navio, fixada na quilha, chama-se caverna, e, a parte reta, brao. O conjunto das cavernas, ou das balizas designa-se por cavername. A baliza correspondente maior largura do navio ( boca ) , recebe o nome de baliza mestra; as de proa e de popa so chamadas reviradas, sendo as restantes conhecidas por balizas direitas. So numeradas de vante para r. RODA DE PROA prolongamento da quilha na proa onde so soldadas as chapas do casco nessa regio. Pode ser vertical ou apresentar uma inclinao para vante, caracterizando a proa lanada, ou para r arredondada, caracterizando a proa redonda.

  • CADASTE prolongamento da quilha a r, recebendo a fixao do chapeamento do casco nessa regio e o leme que governa o navio. Pode ter vrias formas consoante o tipo de leme e a disposio dos hlices do navio. Se o leme for do tipo ordinrio e houver um hlice central, haver dois cadastes : um exterior para suporte do leme e outro inferior, chamando-se de clara do hlice, o espao entre eles. SOBREQUILHA pea longitudinal que repousa sobre as balizas em todo o comprimento do navio e no plano mediano, concorrendo com a quilha para resistncia do casco e consolidao do cavername . conhecida tambm como quilha vertical. LONGARINA para aumentar a resistncia longitudinal do casco e a consolidao do cavername, utilizam-se peas unindo as balizas entre si , de ambos os lados da quilha, em todo o comprimento do navio. Essas peas de reforo chamam-se longarinas, e , as localizadas no fundo e no encolamento recebem a denominao especfica de ESCOAS . VAUS so peas reforadas que ligam os braos das cavernas transversalmente e servem de apoio para os pavimentos ( conveses, cobertas, etc. ). Quando o vau interrompido, isto , no se projeta de um bordo a outro, toma o nome de lata. PS DE CARNEIRO so colunas de sustentao dos vaus. Aumenta a rigidez da estrutura. TRINCANIZ a fiada de chapas que une o costado ao convs, no trincaniz se localizam os embornais, que so aberturas ou esgotos destinados ao escoamento da gua acumulada no convs. COMPARTIMENTAGEM ESTANQUE projetada para manter a flutuabilidade do navio em caso de gua aberta. obtida por meio de anteparas longitudinais e transversais estanques, havendo especialmente uma antepara transversal a vante e a r, denominadas de antepara de coliso a vante e antepara de coliso a r respectivamente, delimitando os tanques de coliso a vante e a r, ou, pique tanque de vante e pique de r.

  • DUPLO FUNDO com propsito de assegurar a flutuabilidade no caso de avaria no fundo, a maioria dos navios dotada de um findo interior, de estrutura celular e estanque, compreendido entre parte interna do fundo propriamente dito e o piso dos pores o qual constitui o teto do duplo fundo, Contribui tambm, o duplo fundo, para aumentar a resistncia do casco. O duplo fundo dividido longitudinalmente por anteparas transversais estanques que formam compartimentos independentes, normalmente utilizados como tanques de lastro, de combustvel, ou de aguada. Para assegurar a estanqueidade do navio e portanto, a sua flutuabilidade, as aberturas de passagem em anteparas, so guarnecidas com portas , que , quando fechadas mantm a estanqueidade do compartimento. Essas portas so ditas : portas estanques. Alm do leme que serve para dar direo ao movimento do navio, existem no casco, outros apndices como as bolinas laterais, ou quilhas de balano, destinadas a diminuir a amplitude dos balanos transversais do navio. So chapas dispostas longitudinalmente, de ambos os bordos, na altura do encolamento. Para reduzir a corroso no casco, instalado um conjunto de ctodos de zinco, que recebem a denominao genrica de proteo catdica e atraem para si o ataque corrosivo ao casco. 3.0 - PRINCIPAIS DIMENSES LINEARES E GEOMETRIA DO NAVIO

    CONVS PRINCIPAL ( MAIN DECK ) o piso principal do navio, vai de proa a popa e serve como referncia para inmeras medies que so utilizadas a bordo, inclusive para a marcao de Borda Livre.

  • TIJUP ( COMPASS BRIDGE DECK ) Convs da superestrutura, imediatamente acima do convs do passadio, onde encontra instalada a agulha magntica. CONVS DO PASSADIO ( NAVIGATION BRIDGE DECK ) Convs da superestrutura onde se encontram instalados os equipamentos de navegao ( convs da ponta de comando ). CONVS DOS OFICIAIS ( OFFICERS DECK ) Convs da superestrutura onde se encontram os camarotes, sales de estar e refeies, telegrafia ( estao rdio telegrfica ) e paiis dos oficiais. CONVS DAS EMBARCAES ( BOAT DECK ) Convs da superestrutura onde se encontram as baleeiras ( turcos das baleeiras) e, normalmente, alguns camarotes de oficiais. CONVS DA GUARNIO ( CREW DECK ) Convs da superestrutura onde se encontram os camarotes, sales de estar e refeies, lavanderia, cozinha, etc...da guarnio.

    MASTRO PRINCIPAL ( MAIN MAST ) Mastro onde esto instaladas as antenas dos radares, antena do radiogonimetro, antena do navegador por satlite, luzes de navegao e outros instrumentos necessrios navegao. BALAUSTRADA ( SHIPS RAIL ) uma espcie de corrimo ao longo dos bordos, ou em qualquer limite de convs exposto, destinado a proteo das pessoas e/ou carga e outros objetos que transitem ou estejam no convs. BALEEIRA ( LIFE BOAT ) Embarcao utilizada para abandonar o navio em caso de naufrgio. BORDAS ( BULWARK ) So estruturas de ao que atendem s mesmas finalidades das balaustradas, mas somente so encontradas no convs principal. Podem ser BORDAS ou BORDAS FALSAS, dependendo do tipo de construo.

  • COSTADO ( SHIPS SIDE ) a parte lateral do casco do navio, a parte exterior do casco do navio. a parte lateral externa do casco do navio que est permanente ou eventualmente em contato com a gua do mar. BOLINA / QUILHA DE BALANO ( BILGE KEEL ) So estruturas metlicas, ou chapas, colocadas no sentido longitudinal, que visam diminuir a amplitude e velocidade dos balanos do navio. BORDA-FALSA ( BULWARK ) Anteparas ( chapas ) formadas por chapas de ao mais finas do que as do costado do navio, elevando-se pouco acima do nvel do convs principal em ambos os bordos, de proa popa, com finalidade de proteo de pessoas, carga e objetos que se encontram no convs. Alm disso dificultam o embarque de gua do mar quando o navio navega sob mau tempo. CORPO DE PROA ( FORE SECTION ) a metade anterior do navio. a metade que fica ante-a-vante da seo a meio navio.

    CORPO DE POPA ( STERN SECTION ) a metade posterior do navio que fica ante-a-r da seo a meio navio. PROA ( BOW / FORE ) a extremidade anterior do navio. POPA ( STERN / AFT ) a extremidade posterior do navio. MEIO-NAVIO ( MIDSHIP ) a parte do navio compreendida entre a proa e a popa. SEO A MEIO-NAVIO ( MIDSHIP SECTION ) a linha que divide o navio em corpo de proa e corpo de popa.

    BORDOS ( BOARDS ) So as duas partes simtricas em que o casco dividido pelo plano diametral. So os lados do navio. BORESTE ( STARBOARD SIDE ) a parte simtrica que fica do lado direito do plano diametral, devendo ser sempre considerado olhando-se da popa a proa.

  • BOMBORDO ( PORT SIDE ) a parte simtrica que fica do lado esquerdo do plano diametral, devendo ser sempre considerado olhando-se da popa para a proa. MEIA-NAU ( AMIDSHIP ) a parte do navio prxima ao plano diametral, confundindo-se com a linha de centro. Obs.: Existem muitas divergncias quando s definies de meia- nau e meio-navio, portanto, adote a sua e defenda-a. LINHA DE CENTRO o eixo de simetria das cavernas. determinada pela interseo do plano diametral com qualquer plano horizontal ou vertical transversal. SUPERESTRUTURA ( SUPERSTRUCTURE ) a construo feita sobre o convs principal, estendendo-se ou no de um bordo a outro. o local onde se encontram os camarotes e demais acomodaes da tripulao. CASTELO DE PROA ( FORE CASILE ) a superestrutura formada pela elevao da borda na proa.

    PRAA DE MQUINAS ( ENGINE ROOM ) o local onde esto instalados os motores auxiliares ( geradores ) , motor principal ( MCP ) e demais equipamentos necessrios conduo do navio. TANQUE DE COLISO DE VANTE ( FORE PEAK TANK ) o tanque localizado na parte externa da proa. TANQUE DE COLISO DE R ( AFT PEAK TANK ) o tanque localizado na parte externa da popa. PORES ( CARGO HOLDS ) So os compartimentos estanques destinados carga. Podem ser divididos em duas ou mais partes ( andares ). COBERTAS ( TWEEN DECKS ) So as partes superiores ( andares superiores ) dos pores.

  • COBRO ( LOWER HOLD ) a parte inferior ( andar inferior ) dos pores. ESCADA DE PORTAL ( ACCOMMODATION LADDER ) Escada do navio que permite o acesso de pessoas a bordo. PORTAL ( GANGWAY DOOR ) Passagem lateral no convs, normalmente abaixo ou prximo da superestrutura. a porta do navio. PLANOS E LINHAS DE REFERNCIA

    PLANOS DE REFERNCIA

    Qualquer ponto do navio referido a trs planos principais : o plano da base moldada, o plano de meia-nau, e o plano diametral. PLANO DA BASE o plano horizontal que tangncia a parte anterior de superfcie moldada. tangente quilha por dentro do navio e, a partir dele so medidas as cotas verticais. PLANO DE MEIA-NAU o plano vertical transversal que fica a meio comprimento do navio, dividindo-o em duas partes: o corpo de proa e o corpo de popa. uma das origens para medies de cotas longitudinais. PLANO LONGITUDINAL OU DIAMETRAL o plano de simetria do casco. Passa pelo eixo da quilha e divide o navio em duas partes iguais, os bordos, um a direita chamado boreste, e outro a esquerda chamado bombordo. a origem das cotas horizontais transversais denominadas afastamento. LINHAS DE REFERNCIA So linhas de referncia : as perpendiculares, a linha de centro, a linha da base moldada. PERPENDICULARES

  • So retas normais linha dgua de projeto, contidas no plano diametral e traadas no desenho do navio e, pontos caractersticos, na popa e a meio navio. PERPENDICULAR A VANTE a perpendicular traada pela face exterior da roda, na altura da linha de mxima carga de vero.

    PERPENDICULAR A R a vertical traada pela face de r do cadaste, nos navios de leme ordinrio; se o navio tem leme compensado, ou tem dois hlices, a perpendicular de popa coincide com a madre do leme. PERPENDICULAR A MEIO NAVIO O meio navio o ponto determinado na metade do comprimento entre as perpendiculares de vante e de r. assinalado nos planos pelo smbolo )o( , conhecido pelos Oficiais de Nutica como aranha. A perpendicular que passa pela aranha a perpendicular de meio navio, e tambm conhecida como linha da aranha . Determina a caverna mestre ou o plano transversal de meio navio. O centro do disco de borda livre deve estar sempre sobre a linha da aranha. LINHA DE CENTRO o eixo de simetria das cavernas. determinada pela interseo do plano diametral com qualquer plano horizontal ou vertical transversal.

    COMPRIMENTO TOTAL/COMPRIMENTO RODA-A-RODA ( LENGTH OVERALL ).

    a distncia medida da extremidade da proa extremidade da popa, usado para atracao, docagem, etc. COMPRIMENTO ENTRE PERPENDICULARES ( LENGTH BETWEEN PERPENDICULARS ) .

  • a ) Marinha brasileira e americana : a distncia medida entre a

    perpendicular de vante ( normal no ponto em que a linha dgua de projeto corta o contorno da proa ), e a perpendicular de r ( normal no ponto em que a linha dgua de projeto corta o contorno da popa ).

    b ) Marinhas inglesa e italiana : a distncia medida entre perpendiculares de vante e de r. No entanto, a perpendicular de r, para estas duas marinhas a normal no ponto em que a linha dgua de projeto corta a face externa da poro reta do cadaste ou seu prolongamento. BOCA MOLDADA ( BEAM / BREADTH ) a maior largura do casco, medida pela parte de dentro, ou seja excluindo a espessura do chapeamento do chapeamento do costado ( B ). BOCA MXIMA ( EXTREME BEAM / BREADTH ) a maior largura do navio, entre as faces exteriores do costado ( bex ). PONTAL ( DEPTH ) a distncia medida no plano transversal de meio navio e sobre a linha de centro, da face interna da quilha face interna da chapa do convs principal ( D ). CALADO ( DRAFT / DRAUGHT ) a distncia vertical entre a parte mais baixa do navio e a linha de flutuao ( dex ).

    CALADO MOLDADO ( MOLDED DRAFT / DRAUGHT ) a distncia vertical entre o plano da base moldada e a linha de flutuao ( d ). BORDA LIVRE ( FREEBOARD ) a distncia que vai da superfcie da gua a um convs determinado, geralmente o convs principal, quando no especificado, considera-se a medida a meio navio.

  • LINHAS DE FLUTUAO So linhas determinadas pelos planos de flutuao que contornam o casco, ou seja, linha da interseo do casco da embarcao com a superfcie das guas tranqilas. 4 SISTEMAS DE ATRACAO E AMARRAO

    ANCORA / FERRO ( ANCHOR ) uma pea de peso proporcional ao deslocamento do navio. Destina-se a segurar o navio ao fundo, por meio de uma corrente de ao denominada AMARRA ( ANCHOR CHAIN ), evitando que ele seja arrastado por foras externas como vento, correntezas e ondas. BUZINA ( FAIRLEAD ) Pea de forma elptica, aberta ( instalada ) na borda, que serve de guia para os cabos de amarrao, evitando que os mesmos tenham atrito com os cantos vivos. CABEOS ( BITTS ) So colunas de ferro, de pequena altura, montadas aos pares e instaladas geralmente junto amarradura ou as balaustradas, que servem para dar-se volta s espias ( cabos de amarrao ). Os cabeos encontram-se no cais, normalmente so singelos, e, em ingls, recebem o nome de BOLLARD. CABRESTANTES ( CAPSTAN ) Consta de uma mquina a vapor, motor eltrico ou um sistema hidroeltrico, acionando um eixo vertical, o qual tem no seu extremo superior uma coroa de barbotin, ou uma saia, ou ambas. Nos navios mercantes somente utilizado para manobra de cabo. ESCOVM ( HAWSE - HOLE ) Aberturas em cada amura ou na parte de vante do navio onde a haste da ncora patente engolida e peada. GUINCHO ( WINCH ) Mquina de eixo horizontal, provida de tambores, utilizado para colher ou alar cabos. Os CABRESTANTES ( CAPSTANS ) so guinchos cujo eixo fica na vertical.

  • MORDENTE ( BOW STOPPER ) Equipamento que tem por finalidade agentar a amarra com o navio fundeado ou com o ferro em cima, afim de no forar o molinete. TORNEL ( SWIVEL ) Pea que permite amarra girar em relao ncora.

    5 NOES DE ESTABILIDADE - DISCO DE PLIMSOLL

    LINHAS DE CARGA As linhas de carga so determinadas conforme o estabelecido pela Conveno Internacional de Linhas de Carga de 1966 plos pases signatrios, ou pelas Sociedades Classificadoras a quem eles delegam competncia e que emitem o competente Certificado.

    BORDA LIVRE , genericamente, a distncia que vai da superfcie da gua a um determinado convs, que normalmente o convs principal. Pela Conveno a distncia vertical medida a meio navio desde a aresta superior da linha do convs de borda livre at a aresta superior da faixa horizontal da faixa que representa a linha de carga adequada. A borda livre a medida da reserva da flutuabilidade do navio. A Conveno determina a borda livre mnima que o navio deve ter , a fim de manter reserva de flutuabilidade suficiente para suportar, com segurana, condies de mau tempo nas regies em que navega. CONVS DA BORDA LIVRE normalmente contnuo, mais elevado exposto ao tempo e estanque a gua. LINHA DO CONVS DA BORDA LIVRE a aresta superior de uma faixa de 300 mm de comprimento por 25 mm de largura, marcada a meio navio, nos dois bordos, cujo limite superior passa pela intercesso do prolongamento da superfcie superior do convs da borda livre com a superfcie exterior do costado.

  • MARCA DA BORDA LIVRE um disco de 300 mm de dimetro exterior, com uma orla de 25 mm de largura cortado por uma faixa horizontal de 25 mm de largura e 450 mm de comprimento, cuja aresta superior passa pelo centro do disco. Situa-se a meio navio, a uma distncia da marca da linha do convs igual a borda livre de meio navio, a uma distncia da marca da linha do convs igual a borda livre de vero. LINHAS USADAS COM A MARCA DE BORDA LIVRE PARA NAVIOS DE MAIS DE 100 METROS DE COMPRIMENTO.

    As linhas de carga, conforme a Conveno, so indicadas no costado dos navios por faixas horizontais de 230 mm de comprimento de 25 mm de largura, situada distncia de 540 mm para vante do centro do disco. Essas faixas so traadas para vante da faixa vertical. As linhas utilizadas so as seguintes: LINHA DE CARGA DE VERO indicada pelo limite superior da faixa que passa pelo centro do disco, e portanto, pelo limite superior de uma faixa com a letra S , ou V . LINHA DE CARGA TROPICAL indicada pelo limite superior de uma faixa com a letra T . LINHA DE CARGA DE INVERNO indicada pelo limite superior de uma faixa com a letra W , ou I . LINHAS SUPLEMENTARES So aquelas exigidas pr outras Convenes e so traadas para r da faixa vertical. So as seguintes: LINHA DE CARGA DE VERO EM GUA DOCE indicada pelo limite superior de uma faixa com a letra F , AD . A diferena entre as linhas F e S representa o aumento de imerso permitido quando o navio carrega em gua doce, em relao s outras linhas de carga;

  • LINHA DE CARGA TROPICAL EM GUA DOCE indicada pelo limite superior de uma faixa com as letras TF , ou ADT . Para navios com menos de 100 m de comprimento, bem como para aqueles que transportam madeira no convs, h outras linhas de carga complementares. O disco de borda, as faixas e as letras, so pintados em branco ou amarelo sobre fundo escuro, ou em preto sobre fundo claro, de forma permanente no costado, e de modo bem visvel. As indicaes da Autoridade que atribuiu a borda livre so apostas de um e outro lado do disco e por cima da faixa horizontal que passa pelo seu centro, ou por baixo dela. o disco tambm conhecido por razes histricas como DISCO DE PLIMSOLL . RELAO BORDA LIVRE, CALADO, PONTAL

    Conhecidas as bordas livres relativas as diversas linhas de carga e o pontal da borda livre que a distncia vertical entre a face superior da quilha e a aresta superior da linha do convs da borda livre, por simples subtrao determina-se o calado, o qual por sua vez vai permitir a determinao dos deslocamentos correspondentes a cada linha de carga.

    ALQUEBRAMENTO

    NAVIO ALQUEBRADO quando o calado a meio navio menor que a mdia dos calados de vante e r. NAVIO CONTRA ALQUEBRADO ( SAGGED ) quando o calado a meio navio maior que a mdia dos calados de vante e r.

    ADERNAMENTO

  • NAVIO ADERNADO ( LISTED ) quando o navio se encontra inclinado para um dos bordos. Obs.: Tirar o adernamento do navio ( banda ) chama-se ADRIAR ( to raise ).

    BANDA

    BANDA ( LIST ) Inclinao transversal da embarcao.

    DISTRIBUIO VERTICAL, LONGITUDINAL E TRANSVERSAL DE PESOS.

    DIMENSES EM PESO

    As principais dimenses em peso so deslocamento e porte bruto. DESLOCAMENTO ( DISPLACEMENT ) o peso do navio. o peso da gua que o navio desloca. Varia de um deslocamento leve, que o peso do navio vazio, a um deslocamento mximo, ou em plena carga, que corresponde a um mximo permitido. Obtm-se o deslocamento nas curvas hidrostticas, em tabelas, ou no plano de capacidade em funo do calado. Como a densidade da gua em que o navio flutua normalmente diferente das densidades utilizadas nos planos, para se ter o deslocamento real, tem-se que fazer uma correo para diferena de densidade. em funo do deslocamento que se determina o peso da carga a bordo. DESLOCAMENTO A PLENA CARGA ( LOAD DISPLACEMENT ) o maior deslocamento que um um navio pode ter. o somatrio de todos os pesos que o navio pode deslocar, ou seja, o somatrio de : peso do navio leve, combustveis, gua, rancho, passageiros, tripulantes, etc... e, principalmente, o mximo de carga que o navio pode transportar. DESLOCAMENTO LEVE ( LIGHT DISPLACEMENT ) o peso do navio leve, sem combustvel, gua, etc.

  • PORTE BRUTO ( TPB ) / ( DEADWEIGHT TDW ) a diferena entre o deslocamento mximo e o deslocamento leve. o peso que o navio capaz de embarcar.

    PORTE LQUIDO ( TLP ) / ( CARGO DEADWEIGHT TDWC ) a parte ( frao ) do PORTE BRUTO utilizvel comercialmente. a capacidade de carga que o navio pode transportar. PORTE OPERACIONAL ( TPO ) / ( OPERATIONAL DEADWEIGHT TDW Op ) o peso de todos os elementos a serem supridos embarcao de modo que ela opere em uma dada condio. ESTABILIDADE LONGITUDINAL a tendncia que tem o navio de manter o mesmo calado. BALANO ( TO ROLL ) o movimento transversal que faz com que o navio esteja permanentemente adernado para um lado e para o outro. CATURRAR ( TO PITCH ) o movimento longitudinal que nos d a impresso de que o navio est fazendo um cumprimento. CABECEAR ( TO YAW ) o movimento transversal suportado pelo navio, com sensao inversa na proa e popa ( como se fosse em ziguezague ). ARFAGEM ( TO HEAVE ) o movimento vertical do navio, para cima e para baixo, como se estivssemos andando em um elevador maluco , subindo e descendo sem parar. NAVIO EM GUAS PARELHAS ( EVEN KEEL ) Diz-se que um navio est em guas parelhas quando os calados de proa, meio navio e popa so iguais. NAVIO DERRABADO/COM TRIM PELA POPA ( TRIMMED BY THE STERN ) Diz-se que um navio est derrabado quando o calado de proa menor que o calado de popa.

  • NAVIO ABICADO/EMBICADO ( TRIMMED BY THE HEAD ) Diz-se que um navio est abicado/embicado quando o calado de proa maior que o calado de popa.

    6.0 ACESSO DA CARGA AOS PORES : ESCOTILHAS

    O sistema de carga e descarga nos navios cargueiros convencionais lift-on/lift-off, ou seja, esses navios so de carregamento vertical onde a carga chega e sai dos pores atravs de escotilhas. Escotilhas so aberturas nos conveses, de forma geralmente retangular, por onde passam carga, pessoas, material, luz, etc. Nos pores de carga so denominadas escotilhas de carga . Quando a abertura de pequena dimenso, como aquelas destinadas unicamente passagem de pessoas, como j vimos tem o nome de escotilho. Quartis so os pranches de madeira ( na escotilha tradicional ) e os painis de chapa de ao ( nas escotilhas modernas ) que formam a cobertura da escotilha.

    6.0 EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAO DA CARGA

    PAUS DE CARGAS E GUINDASTE

    O aparelho do navio usado na movimentao da carga e outros pesos de terra para bordo e vice-versa constitudo por paus de carga e/ou guindaste. Pau de carga , de maneira geral, um tubo de ao ou trelia que assenta e se articula no p do mastro, pescador ou na mesa do mastro, com um aparelho de fora na parte superior, e que serve para movimentao de pesos. Guindaste uma mquina que possui uma lana inclinada ou na horizontal, e aparelhos de fora para movimentao de pesos

  • verticalmente e horizontalmente. A maioria dos guindaste usados a bordo de navios possuem lanas inclinadas. Os primeiros porta-contentores usavam guindastes de prtico ( em inglsgantry crane ), Os paus de carga para pesos muito grandes, geralmente superiores a 30 toneladas, so chamados erroneamente de cbreas . O pau de carga aparelhado com os seguintes apetrechos :

    GUINDASTES

    Os guindastes esto, cada vez mais, se impondo a bordo de navios cargueiros, em substituio aos paus de carga ordinrios. Eles apresentam a vantagem de uma maior velocidade de operao, maior capacidade ( manuseiam cargas mais pesadas ), menor trabalho para coloc-los em funcionamento ( os paus de carga, como vimos, necessitam ser preparados antes de cada operao ) e podem posicionar a lingada com exatido em qualquer lugar diretamente abaixo da escotilha. A desvantagem que so mais caros que um sistema com paus de carga, mas a diferena de capital investido retornado com lucro ao longo dos anos de uso do equipamento. Os guindastes normais so os comuns, estacionrios, com ngulo de giro de 360 graus, movimento da lana no plano vertical, apropriado para movimentar carga geral ( fracionada e unitizada ) se bem que tambm possam ser utilizados nas operaes de granis slidos ( com baldes de garras ). Guindaste para garras so os especializados na movimentao de granis slidos, com baldes de garras, mas tambm podem ser empregados na descarga de carga geral, unitizada e fracionada. Os baldes com garras de que falamos so as caambas conhecidas na faixa do cais como grabs . Os guindaste de prtico so usados para operar contentores, barcaas ( como nos navios Lash ), e so usados internamente nos navio Ro-ro para posicionamento de cargas.

  • Guindaste com ngulo de rotao limitado, so aqueles que a lana no gira uma circunferncia completa. PRTICO ROLANTE Aparelho construdo de um portal sustentado por dois ou quatro colunas, com rodas nas extremidades inferiores ( prtico ) , que se desloca sobre trilhos colocados no convs. No seu corpo existem duas hastes metlicas onde corre uma talha acionada eletricamente. GUINDASTE FLUTUANTE Destinada ao desembarque ou embarque de grandes pesos, sem que se tenha necessidade de atracar o navio ao cais; ao transporte de grandes pesos e pequenas distncias e retirada, do fundo do mar, de objetos pesados ou embarcaes submersas.

    7 GALES E DISTINTIVOS USADOS NA MARINHA MERCANTE

    Regulamento de Uniformes da Marinha Mercante do Brasil Aprovado pelo Decreto numero 87.891 de 03-12-82. Publicado no Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil de 07-12-82. Art. 14 Os uniformes do pessoal da Marinha Mercante sero usados pelo Grupo de Martimos e, no que couber, pelos Grupos de Fluvirios, Pescadores e Regionais. Art. 15 Para os efeitos deste Regulamento, os Grupos mencionados no artigo so constitudos por categorias que pertencem a trs Crculos a saber : Crculo de Oficiais , Crculo de Graduados e Crculo de Subalternos. I So do Crculo de Oficiais no 1. Grupo Martimos, os integrantes das categorias de : SEO DE CONVS Capito de Longo Curso

  • Capito de Cabotagem 1. Oficial de Nutica 2. Oficial de Nutica 1. Oficial de Radiocomunicaes 2. Oficial de Radiocomunicaes SEO DE MQUINAS Oficial Superior de Mquinas 1. Oficial de Mquinas 2. Oficial de Mquinas II So do Crculo de Graduados no 1. Grupo Martimos os integrantes das categorias de : SEO DE CONVS Mestre de Cabotagem Contramestre SEO DE MQUINAS 1. Condutor 2. Condutor 1. Eletricista 2. Eletricista SEO DE SADE Enfermeiro Auxiliar de Sade III So do Crculo de Subalternos no 1. Grupo Martimos os integrantes das categorias de : SEO DE CONVS Marinheiro de Convs Moo de Convs

  • SEO DE MQUINAS Marinheiro de Mquinas Moo de Mquinas SEO DE CMARA 1. Cozinheiro 2. Cozinheiro 1. Taifeiro 2. Taifeiro 8 CDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS ( CIS ) MARIAT

    As bandeiras exibidas pelos navios so de acordo com o quadro de bandeiras do Cdigo Internacional de Sinais. Alm delas, os navios tambm podem exibir a bandeira ou flmula da companhia armadora, bandeira do pas de registro e quando no exterior, a bandeira do pas que ele est visitando. As bandeiras do Cdigo Internacional de Sinais ( CIS ) possuem significado prprio quando usadas individualmente ou combinadas. O significado individual de cada bandeira do CIS usada plos navios no porto : A - Tenho mergulhador ngua; mantenha-se bem afastado e baixa velocidade.

    B - Estou carregando ou transportando carga perigosa. C - Afirmativo, sim, concordo ou ainda, o grupo anterior dever ser interpretado na forma afirmativa . D - Mantenha-se bem afastado; estou manobrando com dificuldade. E - Estou guinando para boreste.

  • F - Estou matroca, comunique-se comigo. G - Solicito prtico. H - Tenho Prtico a bordo. I - Estou guinando para bombordo. J - Mantenha-se bem afastado de mim. Tenho incndio a bordo e tenho carga perigosa a bordo ou estou com vazamento de carga perigosa. K - Desejo me comunicar com voc.

    L - Pare imediatamente se navio. M - Meu navio est parado e sem seguimento. N - Negativo , no, no concordo. O - Homem ao mar . P - Todas as pessoas embarcadas devero regressar imediatamente, pois o navio est prestes a sair. Q - O estado sanitrio do meu navio bom e peo livre prtica. R - Minhas mquinas esto dando atrs. S - Mantenha-se bem afastado de mim , estou arrastando rede em paralelo . T - Voc se dirige para um perigo. U - Solicito auxlio. V - Solicito assistncia mdica.

  • X - Suspenda a execuo do que voc est fazendo e observe os meus sinais. Y - Estou arrastando meu ferro. Z - Solicito rebocador. De acordo com a regulamentao estabelecida em normas da Diretoria de Portos e Costas, qualquer embarcao que conduzir mais de 5 toneladas de inflamveis e/ou 300 quilos de explosivos ou de produtos agressivos ao demandar o porto, hastear o sinal indicativo de inflamveis ou explosivos a bordo: bandeira B ( BRAVO ) de dia e luz encarnada no topo do mastro principal noite.