Apresentação de parasitarias

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ALTERNATIVAS DE CONTROLE DA VERMINOSE EM OVINOS Universidade Estadual do Maranhão Departamento de Patologia Disciplina de Doenças Parasitárias Profº.: Tiago da Silva Teófilo Componentes: Anderson Reis Carla Janaina Joisiane Cristina Natália São Luís – MA 2013

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A LT E R N AT I VA S D E C O N T R O L E D A V E R M I N O S E E M OV I N O S

Universidade Estadual do MaranhãoDepartamento de Patologia

Disciplina de Doenças ParasitáriasProfº.: Tiago da Silva Teófilo

Componentes:Anderson ReisCarla JanainaJoisiane CristinaNatália

São Luís – MA2013

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FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DOS OVINOS À VERMINOSE

Idade

• Animais jovens são mais suscetíveis do que adultos;

• O grau de infecção varia conforme as condições de manejo e a intensidade de contaminação das pastagens.

Idade

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FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DOS OVINOS À VERMINOSE

Animais bem alimentados

Aumento da habilidade para

enfrentar as condições adversas

do parasitismo

Aumento na resistência

Estado Nutricional

(COOP E KYRIAZAKIS, 2001)

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FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DOS OVINOS À VERMINOSE

• Dietas com nível elevado de proteína propiciam melhora na resposta imunológica;

(BRICARELLO et al., 2005)

• Quando infectados os ruminantes com baixa condição nutricional são mais suscetíveis e manifestam os sinais clínicos com mais intensidade;

(COOP & HOLMES,1996; VAN HOUTERT & SYKES, 1996)

• Entretanto, a imunidade contra os parasitos pode ficar prejudicada em alguns estados fisiológicos particulares quando a concorrência por nutrientes é aumentada. (COOP e KYRIAZAKIS, 2001)

Estado Nutricional

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FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DOS OVINOS À VERMINOSE

Raças Resistentes• Algumas raças demonstram resistência às infecções por nematódeos gastrintestinais como: Florida Native, St. Croix , Crioula Lanada, Santa Inês; •A capacidade de adquirirem e expressarem imunidade contra os nematoides gastrintestinais é transmitida aos seus descendentes geneticamente, variando entre as diferentes raças;

(STEAR E MURRAY, 1994)

• A eficiência do controle de verminoses pode ser aumentada a partir da identificação de raças mais resistentes ou na seleção de rebanhos e/ou indivíduos resistentes.

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FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DOS OVINOS À VERMINOSE

Resistência Individual

•Em rebanhos de raças com indivíduos predominantemente sensíveis é possível que uma parcela destes animais apresente elevado nível de resistência, em relação aos demais animais do rebanho;

•Por outro lado, também é possível encontrar animais suscetíveis em rebanhos de animais de raças reconhecidas como resistentes.

(GRAY, 1991; EADY et al., 1996)

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FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DOS OVINOS À VERMINOSE

Período do Periparto•Aumento no número de ovos eliminados

nas fezes, e, consequentemente, aumento da contaminação das pastagens;

•O fenômeno do periparto é devido ao aumento na fecundidade dos vermes adultos, à retomada do desenvolvimento de larvas hipobióticas e ao estabelecimento de novas larvas infectantes;

(O’SULLIVAN; DONALD, 1970).

•Após a desmama dos cordeiros, a resposta imunológica se restabelece o que provoca redução acentuada nas contagens de OPG.

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FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DOS OVINOS À VERMINOSE

• Os mecanismos pelos quais esse fenômeno ocorre ainda são desconhecidos, porém acredita-se que sejam provocados por imunossupressão decorrente de variações hormonais;

• As ovelhas apresentam uma necessidade relativamente elevada de proteína metabolizável no final da gestação e durante a lactação; (COOP; KYRIAZAKIS, 2001) • O fornecimento de suplementação proteica propicia diminuição significativa do número de OPG de ovelhas no final da gestação e durante a lactação. (HOUDIJK et al. 2001)

Período do Periparto

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MÉTODO FAMACHA :TRATAMENTO SELETIVO NO CONTROLE DO HAEMONCHUS CONTORTUS

• Foi criado na África do Sul e tem sido avaliado em diversos países, com o propósito de apresentar uma nova alternativa no controle ao parasita hematófago Haemonchus. contortus, principal parasita de ovinos;

• O exame se baseia na correlação da conjuntiva ocular de ovinos e cinco intervalos de anemia existentes em um cartão guia ilustrativo, que auxilia na determinação do grau de anemia dos animais indicados pelo exame de sangue – hematócrito.

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MÉTODO FAMACHA :TRATAMENTO SELETIVO NO CONTROLE DO HAEMONCHUS CONTORTUS

Tabela 1: Relação do grau Famacha com a coloração da conjuntiva ocular e o hematócrito, orientando ou não o tratamento.

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Para avaliação pelo método Famacha deve seguir a sequência :

• Examinar o animal sob luz natural;• Expor a conjuntiva pressionando a pálpebra superior com um dedo polegar, pressionando levemente a pálpebra inferior para baixo com o outro;• Evitar a exposição parcial da terceira pálpebra e do olho;•Observar a coloração na parte medial da conjuntiva inferior;• Determinar o grau conforme o cartão;

MÉTODO FAMACHA TRATAMENTO SELETIVO NO CONTROLE DO HAEMONCHUS CONTORTUS

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MÉTODO FAMACHA TRATAMENTO SELETIVO NO CONTROLE DO HAEMONCHUS CONTORTUS

• O monitoramento dos animais deve ser implantado como rotina na propriedade;

• Nos meses de chuva pode-se avaliar os animais a cada dez dias e nos meses de seca, a cada 20 a 30 dias; • O acompanhamento individual e frequente permite a observação de outros problemas sanitários, tais como bicheiras, linfadenite caseosa e problemas de casco, em associação com a seleção zootécnica para reprodução e o descarte.

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• O método promove economia no uso de vermífugos como também reduz os resíduos dos medicamentos nos produtos de origem animal e no meio ambiente; (Molento et al., 2004)

• Com isto a produção animal será mais eficiente economicamente, além de haver redução na evolução da resistência e manter a eficiência dos anti-helmínticos por períodos prolongados; Kaplan et al., 2004

• Outra vantagem do método é permitir a seleção de animais geneticamente resistentes à verminose, além de ser simples, barato e de fácil execução.

MÉTODO FAMACHA TRATAMENTO SELETIVO NO CONTROLE DO

Haemonchus contortus

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MÉTODO FAMACHA TRATAMENTO SELETIVO NO CONTROLE DO HAEMONCHUS CONTORTUS

• A preparação dos avaliadores por meio de cursos é fundamental para que o profissional possa observar bem as variações na coloração entre os diferentes graus;

• Animais estressados, subnutridos e fatores ambientais também podem causar anemia, e o técnico não pode negligenciar o tratamento em animais suspeitos.

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MÉTODO FAMACHA TRATAMENTO SELETIVO NO CONTROLE DO HAEMONCHUS CONTORTUS

Portanto, alguns cuidados na utilização do método devem ser tomados como: Somente pessoas treinadas devem utilizar o método;O método é válido somente para vermes sugadores de sangue, como Haemonchus contortus; Os valores de hematócrito que correspondem ao grau Famacha são fixos; A vermelhidão da mucosa da conjuntiva pode ser causada por: estresse, febre, calor excessivo, poeira, conjuntivite; Deve-se tratar os animais pelo cartão, e manter o monitoramento com OPG; Cuidado com as ovelhas no período periparto, pois os animais podem apresentar palidez fisiológica, e ficam mais suscetíveis no primeiro mês de lactação.

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O CONTROLE DA VERMINOSE EM SISTEMA INTENSIVO DE PRODUÇÃO DE OVINOS PARA ABATE

Sistema de pastejo é rotacionado;

No período de amamentação, as ovelhas ficam confinadas até o desmame;

Uso de vermífugos pós-parto

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CATEGORIAS SUSCEPTÍVEIS

I. Animais jovens (até 6 meses de idade);

II. Fêmeas (periparto)

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CRIAS EM AMAMENTAÇÃO (PRÉ-DESMAME)

Animais jovens têm grande susceptibilidade à verminose;

Em ambientes infestados, o 1º surto de verminose é entre 40 e 60 dias;

Evitar o contato dos hospedeiros susceptíveis com as larvas, para desmamar animais com baixa infecção, sem uso de vermífugos

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CRIAS EM AMAMENTAÇÃO (PRÉ-DESMAME)

Evitar o contato prolongado entre mãe e crias é uma maneira de diminuir a infecção parasitária da prole;

A menor exposição dos cordeiros lactentes em ambientes contaminados e adoção do sistema de desmame precoce;

Fornecimento de alimentação diferenciada, em cochos especiais para cordeiros;

Evitar que os cordeiros em amamentação, estejam com suas mães pelas pastagens

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CRIAS EM TERMINAÇÃO (PÓS-DESMAME)

Após desmame, os cordeiros são susceptíveis à verminose;

Confinamento dos cordeiros recém-desmamados até o abate, com alimentação adequada, ambiente seco,salubre, em cochos que impeçam a entrada de animais;

Uso de galpões de piso em terra batida, com a utilização de cama de material absorvente;

A cama é trocada a cada 15 dias

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BORREGAS(OS) DE REPOSIÇÃO

• Borregas têm que atingir o peso de cobertura entre 10 a 12 meses, para poderem serem cobertas;

• Submeter animais menores que 6 meses a pastagens, é preciso aplicar vermífugos;

• Aplicação de vermífugos somente nos animais com perda da condição corporal e anemia

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OVELHAS NO PERIPARTO

Elevada suscetibilidade devido a baixa capacidade de reação imunológica às infecções por helmintos;

Sintomas clínicos de verminoses:alteração da pelagem, anemia e diarreia. Se a anemia é intensa ocorre edema submandibular(“papeira”);

No final da gestação necessitam de alimentação adequada;

Após a parição e durante a amamentação, a exigência nutricional é muito elevada, principalmente as de parto duplo e fêmeas jovens(em crescimento)

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OVELHAS NO PERIPARTO

Após o desmame e secagem do leite, as ovelhas retomam o funcionamento do sistema imunológico e apresentam maior resistência aos endoparasitas;

Fêmeas adultas vazias apresentam baixa exigência nutricional e podem ser alimentadas em pastagens de média qualidade;

Animais susceptíveis deixam descendentes também susceptíveis no rebanho

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SISTEMA DE PASTEJO COM MANEJO DIFERENCIADO

Sistema de pastejo com lotação rotacionada tem como finalidade a utilização eficiente da forrageira, bem como diminuição da exposição dos animais às larvas;

Sistema de lotação rotacionada subdividi a área total da pastagem em piquetes menores;

O período de repouso entre 25 a 40 dias encontra fundamento no ciclo de crescimento da forrageira

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SISTEMA DE PASTEJO COM MANEJO DIFERENCIADO

• O período de ocupação pode afetar o grau de infecção dos animais em pastejo;

• A diminuição do número de larvas presentes nas pastagens é feita através da intensa exposição à radiação solar

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FITOTERAPIA

No Piauí.......

Operculina sp. (batata de purga)

Luffa operculata (bucha paulista)

Momordica charantia (melão de são caetano)

Croton sp. (velame)

Fonte: http://www.davesgarden.com

Fonte: http://www.biologiaplantasav.blog

Fonte: http://www.otolog.comFonte: http://www.diacaatingaflora

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1 g/Kg de P.V

2g/kg de P.V

3g/kg de PV

0102030405060

Melia azedarach

Melia azedarach

Girão et al., 1996

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NO CEARÁ......

Anona squamosa (fruta-do-conde)administrada por quatro dias consecutivos na dose de 1g/kg de suco de folhas e talos triturados em liquidificador e passados na peneira com gaze.

reduzindo 51,9% da população adulta de Oesophagostomum columbianum.

Fonte: http://revistagloborural.com.br

Vieira et al., 1999

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2g/kg de PV de folhas tritu-

radas

12g/kg do fruto em pó

4g/kg do tubérculo

0

10

20

30

40

50

60

batata-purgalírioerva lombrigueira

Vieira et al., 2002

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redução superior a 95% do número de larvas

concentração de 224mg/ml

Concentração 355,2 e 138,75mg/ml

Cymbopogon citratus (capim-santo) Digitaria insularis (capim-açú)

Almeida et al., 2003

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Oesop

hago

stum

sp.

Tricho

stro

ngylus

sp.

Coope

ria sp

Haem

onch

us sp.

0

20

40

60

80

Musa sp. (folhas da bananeira)

Musa sp (folhas da bananeira

Braga et al., 1997

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CONTROLE INTEGRADO (CIP)

• É a combinação e a utilização de métodos químicos e não químicos de controle parasitário disponíveis, com a finalidade de manter níveis aceitáveis de produção, sem a eliminação total do agente causal.

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CONTROLE INTEGRADO (CIP)

O objetivo do CIP é retardar o aumento das populações parasitárias com maior proporção de indivíduos geneticamente resistentes a um ou mais anti-helmínticos.

Limpeza e desinfecção das instalações; Manutenção das fezes em locais distantes dos

animais; Evitar a superlotação das pastagens; Separar os animais por faixa etária; Vermifugar os animais ao trocar de área; Não introduzir no rebanho animais provenientes de

outras propriedades, antes de serem; Manter os animais no aprisco, no mínimo 12 horas

após a vermifugação.

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HOMEOPATIA

A homeopatia foi elaborada no século XVIII pelo médico alemão Samuel Hahnemann. É o sistema de tratamento clínico-terapêutico, que consiste em tratar doenças por doses muito pequenas de drogas capazes de produzir efeitos semelhantes aos sintomas das doenças que se pretende combater.

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• A medicação homeopática tem origens a partir de vegetais, minerais e animais. Estes produtos são preparados através de diluições e dinamizações sucessivas (NOGUEIRA, 1986). O processo de dinamização, isto é, a liberação da energia dinâmica contida nos medicamentos, através de vibrações moleculares (sucussão ou trituração), surgiu no final do século XVII, tendo sido anterior ao aparecimento da primeira edição do “Organon’’ em 1810 (NOGUEIRA, 1986).

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• segundo Arenales & Rossi (2000), o medicamento homeopático tem como objetivo interromper a ovopostura das fêmeas dos nematódeos gastrintestinais, de forma que seis meses após o início do tratamento, ocorre uma redução significativa da contaminação ambiental e as larvas que são adquiridas no meio ambiente pelos animais não conseguem efetuar a ovopostura.

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• 1,6 a 2 g do medicamento/animal/dia, o que equivale a 2 kg (1 pacote) de FATOR VERMES® para cada saco de sal mineral em um consumo de 25 g de sal mineral/animal/dia

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COLOCANDO EM PRÁTICA...

• Foram utilizados o Ferrum phosphoricum D6, usado alternadamente com o Arsenicum album D6 por um período de 07 dias, apresentaram os melhores resultados em relação ao parâmetro oviposição por grama de fezes (OPG), atingindo o percentual de redução de 92,86% de eficácia em relação ao grupo controle.

ZACHARIAS et al. (2003)

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COLOCANDO EM PRÁTICA...

• ovelhas Ile de France gestantes

• 60 dias

• Os autores utilizaram o medicamento no concentrado dos 30 aos 90 dias de gestação em 10 ovelhas com OPG entre 200 e 500.

• Dez ovelhas semelhantes receberam concentrado sem o medicamento homeopático

• Os autores mostraram que não é necessário utilizar anti-helmíntico durante o segundo e terceiro mês de gestação em ovelhas Ile de France que receberam o medicamento homeopático. Zeola et al. (2007)

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OBRIGADA!