Aquarela comemora Abertura oficial do Projeto resultados...

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Aquarela comemora resultados do Projeto Pró Autista / Oficinas Culturais

A Associação Aquarela Pró Autista de Ere-chim/RS está comemorando os resultados do Projeto Pró Autista / Oficinas Culturais desenvol-vido de maio de 2013 a abril de 2014.

O projeto é coordenado pela Associação e foi aprovado pelo Ministério da Cultura através do Programa Nacional de Apoio à Cultura – Pro-nac, com financiamento da Companhia Estadu-al de Energia Elétrica - CEEE. O Instituto Federal do Rio Grande do Sul - IFRS - Campus Erechim também é parceiro na viabilização do projeto.

Inédito no Brasil, o Projeto tem como propos-ta realizar atividades formativas de caráter cul-tural junto a crianças, jovens e adultos autistas com necessidades especiais e/ou transtornos as-sociados, contemplando também suas famílias,

Abertura oficial do Projeto foi no auditório da IFRS - Campus Erechim

A solenidade oficial de abertura do início do Projeto Pró Autista/Oficinas Culturais foi realiza-da no dia 24 de maio de 2013, no auditório do IFRS - Campus Erechim.

Durante a semana de 20 a 23 de maio foi realizada a Oficina de Música, da qual os aten-didos participaram e no dia 24 à tarde foi reali-zada uma mesa redonda com profissionais que trabalham com os autistas, tendo em vista discutir sobre as práticas a serem adotadas.

Participaram das discussões Sheila Cristina Hernandes Dias, que ministrou a Oficina de Música, e Laíse Kovalczyk que foi a facilitado-ra das oficinas culturais do projeto Pró Autista. Sheila é especialista em Educação Especial e pesquisadora sobre o desenvolvimento do au-

EVENTO CONTOU COM UMA MESA REDONDA COM PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM COM AUTISMO

tista, atuando na Escola de Educação Especial Tânia Regina na cidade de Maringá/PR. Laíse é fonoaudióloga, pós-graduada em Distúrbios da Comunicação Humana, trabalhando sobre questões de deglutição dos alunos, além de ser sócio-fundadora da Associação de Pais e Ami-gos do Autista de Santa Maria/RS.

através da realização de 12 oficinas culturais de artes visuais, teatro, dança e música buscando alcançar uma experiência integralizadora que envolva conjuntamente todos os participantes, promovendo a socialização dos autistas e bus-cando desenvolver a linguagem através da arte.

PROPOSTA FOI DESENVOLVER A LINGUAGEM ATRAVÉS DAS ARTES

LANÇAMENTO UM ANO DEPOIS

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Superando barreiras com melodiasDesde o início da humanidade, o ser humano

é capaz de juntar sons e ritmo e fazer música. Considerada por muitos como uma prática cul-tural, por outros, já é considerada uma forma de arte e expressão. Por ser tão importante na vida de todos, é que a Associação Aquarela Pró Au-tista de Erechim incluiu a Oficina de Música no Projeto Pró Autista/Oficinas Culturais.

Usada como recurso da linguagem e forma de expressão, a música tem comprovado que traz benefícios. Conduzida pela professora Sheila Cristina Hernandes Dias, a Oficina de Música foi desenvolvida nos meses de maio e de outubro de 2013. Segundo Sheila, a proposta foi trabalhar, através da música, o desenvolvimento da lingua-gem, a comunicação e a afetividade, com vistas ao desenvolvimento do ser. “Nós queremos que a música faça parte da vida do autista: que ele escute música para tomar banho, para escovar os dentes e para fazer as suas atividades do dia a dia”, reforça. Em suas aulas ela utilizou sons, ritmo, harmonia e melodia com alguns recursos

MÚSICA USADA COMO RECURSO DA LINGUAGEM E FORMA DE ARTE E EXPRESSÃO

lúdicos para promover a comunicação, a oralidade, a expressão, a aprendizagem,

a socialização e a troca social. Com músicas do repertório infantil, como Dona Aranha, Pirulito que

Bate-Bate e outras, a professora desenvolveu o ritmo, a pulsação, os movimentos, o balanço e até a pos-

tura. As aulas foram individuais ou em

pequenos grupos, buscando trabalhar as dificuldades de cada um. Ela lembra que no primeiro encontro houve até resistência, mas, na segunda vez, muitos já tomaram a iniciativa de repetir o que era ensinado ou estimulado. Para Sheila, a música como forma de intervenção para pessoas com autismo pode promover me-lhor interação social, melhoria no foco, atenção e na comunicação verbal, além de diminuição da ansiedade. As aulas foram acompanhadas pelo arte-educador e professor de música Julio Cezar Xavier dos Santos.

OFICINA DE MÚSICA I OFICINA DE MÚSICA I

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Música como ponte de comunicação alternativa

A música serve como uma ponte de comu-nicação alternativa para que o autista possa in-teragir e demonstrar suas habilidades e gostos. A Oficina de Música busca também uma maior socialização e identificação dos integrantes entre si e com os demais participantes, melhorando a sua qualidade de vida. Ela foi desenvolvida de 8 a 12 de julho e de 2 a 6 de dezembro de 2013.

O arte-educador e professor de música res-ponsável pela oficina, Rafael Palma, se surpre-endeu logo no primeiro dia das atividades. “O principal objetivo da oficina é aumentar a res-posta com relação à manifestação sonora dos participantes. Eu que nunca havia trabalhado com autistas me surpreendi e percebi que as ati-vidades estavam colaborando na maneira como eles recebiam os sons e como isso melhorava as suas expressões”, revelou.

Segundo Rafael Palma, este projeto é uma nova experiência. “Já temos uma caminhada com

ATIVIDADE BUSCA MEXER COM O LADO AFETIVO DOS PARTICIPANTES

Teatro permite um novo olhar sobre o autismo

Outra oficina desenvolvida com sucesso foi a de Teatro, ministrada por Rosane Brandão Dor-nelles. Ela esteve em Erechim pela primeira vez de 24 a 28 de junho de 2013 e, pela segunda vez, de 18 a 22 de novembro, para trabalhar com as crianças e jovens da Associação Aquarela. Sua proposta foi aplicar jogos dramáticos desenvolvi-dos através de ações. Nada era falado, tudo atra-vés de mímica ou de imitação.

Segundo a professora, durante a oficina são estabelecidas regras entre o professor e o aluno, com o intuito de estabelecer uma relação entre eles. “Vamos apresentando mudanças aos au-tistas até eles perceberem que foi proposta uma troca. Quando eles imitam o que foi apresenta-do significa que compreenderam a atividade”, explica a professora.

Rosane também confirmou que na segunda oficina foi muito mais fácil estabelecer a troca. “Eles compreenderam mais rápido, confiaram logo e demonstraram que estão mais foca-dos”, esclarece. Ela também afirma que hou-ve evolução na linguagem e nos balbucios, ou seja, na forma de se exprimirem verbalmente. “Alguns não falavam nada na primeira vez”, recorda. Para a especialista, isto é resultado das oficinas que vinham se desenvolvendo desde maio de 2013 e se prolongam até abril de 2014.

OS RECURSOS UTILIZADOS FORAM BRINQUEDOS, MÚSICA, FANTOCHES, PAPEL, CANETA E DESENHOS

Na sua oficina utilizou brinquedos, música, fantoches, papel, caneta, desenhos. Conforme relata, cada um opta por uma linguagem: um a música; outro o desenho; outro ainda o fan-toche. A proposta da oficina não é fazer uma peça de teatro, é anterior à criação de cena, sem texto. “Buscamos situação de faz de conta, como brincar de casinha, apostamos no jogo e no lúdico. É o ser outra coisa, admitir outra pos-sibilidade, trabalhar o imaginário, abstrair da realidade”, reforça.

esses alunos, minha primeira visita foi em maio quando o projeto teve início, depois eles tiveram o acompanhamento de outros professores, então o crescimento desses jovens foi muito bom”, des-tacou Rafael.

Ainda de acordo com o educador musical, as oficinas buscam mexer com o lado afetivo deles. “Meu objetivo principal é trazer o desen-volvimento da musicalidade, buscar atividades que mexam com a afetividade desses alunos. A maioria gosta, mas cada um tem seu universo, então tem os que gostam mais, outros menos, cada um tem seu interesse, mas todos partici-pam”, comentou Rafael.

“Cada autista tem seu próprio mundo, então para que se possa entrar nesses universos indivi-duais, deve haver muita paciência, pois a criança ou jovem autista é que deve abrir esse espaço para que pessoas, músicas e objetos entrem no seu cotidiano”, finaliza Rafael.

OFICINA DE TEATRO I OFICINA DE MÚSICA II

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a

ATRAVÉS DA MUSICALIDADE, DO CANTO, DA DANÇA OU DO TOQUE DE INSTRUMENTOS PERCEBEMOS O CRESCIMENTO

Desenvolvimento foi imenso e visível

No teatro a exploração de um corpo expressivo

É característica do autismo a falta de conexão do seu corpo com o meio social externo. Tam-bém é característica da arte na modernidade, diante do fazer teatral e da dança, o “desven-dar” de possibilidades expressivas de um corpo interno acessível a todos que observam e assis-tem a uma obra artística, com o objetivo de abs-tração. É parte do trabalho de composição do ator e do bailarino contemporâneo o “descorti-namento” da abstração interna ao corpo para a concretização do trabalho de intérprete.

Dessa forma, o universo do Corpo Autista fas-cina e instiga a pesquisa de arte na contempora-neidade. O que ocorre enquanto expressão nesse corpo de tão difícil acesso ao nosso entendimento social? Como estabelecer contato através da arte com a abstração que habita o interno de um cor-po sem “aparente” conexão com o meio?

A Oficina de Teatro 2 realizada em dois Mó-dulos, de 5 a 9 de agosto de 2013 e de 24 a 28 de fevereiro de 2014, foi ministrada pelo

JOGOS E ATIVIDADES PSICOMOTORAS FORAM PROPOSTAS PARA QUE ENTENDESSEM REGRAS TEATRAIS

professor Alessandro Antonio Silva, graduado em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina/PR, com mestrado em Artes pelo Instituto de Artes da UNICAMP/SP, doutorando em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP com projeto destinado ao corpo semiótico em artes.

A metodologia aplicada na oficina foi voltada para jogos e atividades psicomotoras, para que se estabelecesse contato do oficineiro junto aos autistas e exercícios relacionados à Psicomotri-cidade. Essa forma de abordagem foi aplicada para que os alunos autistas iniciassem o enten-dimento de possíveis regras teatrais, através de suas possibilidades corporais junto ao espaço, tanto interno como externo ao corpo. Em segui-da, foram introduzidos exercícios relacionados ao movimento somático, também relacionando o contato do corpo com o espaço interno/externo. Neste momento, a oficina se desenvolveu através de abordagens da metodologia da Eutonia de Gerda Alexander.

De acordo com o professor de música da Aquarela, Julio Cezar Xavier dos Santos, já foi possível perceber grande desenvolvimento vindo dessas oficinas musicais. “Trabalho com esses jo-vens já faz doze meses, e através da musicalida-de, seja pelo canto, dança ou toque de instrumen-tos, podemos ver o crescimento que eles tiveram”, contou. “Temos muito que trabalhar, mas através dessas oficinas bons resultados foram atingidos, temos alunos que não falavam nada e agora fa-lam sílabas, como ‘ai e oi’. Isso é um grande or-gulho, é a nossa maior alegria”, ressalta Santos.

O professor explicou que é um trabalho de paciência, “porque o autista não possui a mesma forma de imaginação das outras crianças, para eles tudo acontece de uma forma diferente, então o simples fato de tocar um tambor ou pandeiro é algo bastante elaborado. Primeiro esse objeto tem que fazer parte do mundo do autista”.

Santos falou sobre o orgulho dos pais dessas crianças e jovens que frequentam a Aquarela. “Cada pequeno passo, que para nós não parece ter importância, para eles é um novo caminho descoberto. Temos muito apoio dos pais e podemos ver que a nossa alegria é compartilhada com eles. Ver as peque-nas conquistas de seus filhos traz muito orgulho”, finalizou.

MÚSICA SEMPRE TEATRO II

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Explorando a linguagem do movimento

A arte é uma ferramenta essencial para o cresci-mento do ser humano. Neste contexto, a dança au-xilia no desenvolvimento dos autistas e possibilita a essas pessoas com deficiência expressar sentimen-tos, vontades e habilidades. Com estes objetivos, a Aquarela desenvolveu a Oficina Cultural de Dan-ça, de 23 a 27 de setembro de 2013. Quem minis-trou foi a psicóloga formada em dança, Margarida Vine, que veio de Londrina/PR, especialmente para trabalhar com os autistas de Erechim e região a parte de movimento com a proposta de oferecer a possibilidade de ampliação da linguagem do mo-vimento.

Durante a oficina, foram ministradas ativida-des para desenvolver a expressão corporal sendo

trabalhados ritmos, exercícios técnicos em dança – alongamentos, apoios, direções, mudança de eixo – e improvisações estimulando a dança sozi-nho, em duplas e trios, com temas relacionados ao tempo, peso e espaço do corpo. “Exploramos o movimento de comunicação e interpretação da música”, explica a psicóloga, destacando que o objetivo é a reorganização do padrão neuromotor do movimento.

No primeiro encontro, Margarida explica que iniciou observando cada participante enquanto uma música envolve o ambiente para chamar-lhes a atenção. Pouco a pouco vai introduzindo exercí-cios de aquecimento estacionário – mexer o om-bro, descer e subir, movimentos de locomoção e movimentos pelo espaço – peixe, sapo, lagarto e mamífero. “Com isso, podemos perceber qual o padrão de movimento em que há bloqueios para

AJUDA A EXPRESSAR SENTIMENTOS, VONTADES E HABILIDADES

que se possa ir sugerindo que sejam feitos para que o autista consiga também percebê-los e fazer o restabelecimento destes padrões”, relata a psicó-loga. Segundo ela, esses movimentos são impor-tantes para o vocabulário de movimento que ele vai ter ao longo da sua vida.

Durante a oficina também foram trabalhados ritmo, voz e respiração. Tudo isso feito passo a passo, de acordo com a observação feita ini-cialmente, verificando o que pode ser inserido e de que forma. “Se não há resposta, tem-se que

mudar de estratégia”, salienta. “É um desafio”, reforça, acrescentando que um dos objetivos também é buscar mudar o foco de movimen-tos estereotipados. Ao mesmo tempo, se busca alcançar uma experiência integralizadora que envolva conjuntamente todos os participantes, promovendo a socialização dos autistas e bus-cando desenvolver a linguagem através da arte.

A última oficina de dança será realizada de 7 a 12 de abril de 2014, encerrando as ofici-nas do projeto.

DepoimentoLilian Paula Scolari, mãe de Yago Scolari Calgarotto, de 12 anos, conta que seu filho começou a frequentar a Aquarela em 2013 e está adorando, especialmente as Oficinas do projeto. “Ele tem duas paixões: a música e o seu time do coração, o Internacional”, revela Lilian. Segundo ela, esta interação e socialização está auxiliando na questão do limite. Os dois moram em Ipiranga do Sul e toda a segunda-feira vêm participar das atividades na Aquarela e, nas semanas do Projeto, vêm todos os dias. “Ele fica ansioso e não quer perder nenhum dia”, afirma Lilian, que ficou sabendo que seu filho era autista somente quando ele tinha sete anos de idade. Conforme lembra, o que mais lhe chamava a atenção de que havia algo errado era que ele não se socializava e queria brincar sempre sozinho. “Hoje isso está mudando”, finaliza, dizendo estar feliz com o desenvolvimento de Yago depois que começou a participar da Aquarela.

OFICINA DE DANÇA OFICINA DE DANÇA

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As semanas de 26 a 30 de agosto de 2013 e de 24 a 28 março de 2014 foram especiais para 18 autistas de 4 a 33 anos, procedentes da cidade de Erechim e região. Elas foram dedi-cadas ao acesso à pintura, descoberta de cores, desenvolvimento da coordenação motora e da concentração. Com este objetivo eles participa-ram da Oficina de Artes Visuais oferecida pela Associação Aquarela.

Durante quatro dias destes meses, os autistas participaram da oficina de Artes Visuais com o professor Max Delly, formado em Ciências So-ciais com habilitação em Antropologia, Artista Plástico há mais de 15 anos, que veio de Umu-arama/PR, para realizar aulas de pintura, traba-lhar com pincéis e muita tinta colorida.

Acesso a pincéis e tintas desenvolve a coordenação motora e a concentraçãoATIVIDADE MOSTRA QUE É POSSÍVEL TIRÁ-LOS DA ROTINA

Segundo ele, é necessário quebrar a rotina, porque os autistas têm a tendência de fazer a mesma coisa repetidamente. “Se conseguimos acrescentar coisas positivas na sua rotina, ele vai assimilando aos poucos as coisas novas”, afirma Max. Conforme explica, o estímulo tem que ser contínuo. Porém, para isso, Max diz que é preciso adotar formas lúdicas de desenvolver um interesse, em fazer eles sentarem e traba-lharem. Os trabalhos foram desenvolvidos em grupo e individualmente.

A experiência de Max com autistas vem de casa. Ele tem um enteado de 19 anos autista e vem trabalhando com ele música e artes, tendo resultados positivos comprovados. Max elogiou o projeto, afirmando ser um trabalho importan-

Depoimento“A Associação Aquarela Pró-Autista de Erechim/RS atua com atividades especificas para pessoas com Transtorno do Espectro Autista – TEA, trabalho que representa ganho na qualidade de vida, socialização e independência dos atendidos. Com o Projeto Pró-Autista/Oficinas Culturais tivemos a oportunidade de explorar o ser humano “autista” em diferentes áreas. Com a realização de 12 oficinas nos sentimos capazes de irmos além, de acreditarmos que é possível. O interesse e alegria que mostram a cada dia, aliados à evolução conquistada refletem nas famílias, que buscam, permanentemente, a melhoria da qualidade de vida de seus filhos, mesmo os adultos. Por isso, concluímos que independentemente do Teatro, das Artes Visuais ou da Dança, a Música foi elemento determinante e unânime aplicada em cada módulo. Isso nos fez refletir nos remetendo ao segundo projeto, visando trabalhar a música como intervenção no atendimento multidisciplinar. Como mãe de uma criança autista, me sinto mais conectada com meu filho, me possibilitando ter a atenção e contato através de uma simples melodia. As artes, envolvendo as diversas cores das tintas, deram a ele capacidade de desenvolver as áreas cognitiva e sensorial. Enfim, podemos dizer que o projeto foi um sucesso e nos abriu portas para fazermos a ligação com pessoas autistas que desejam ser entendidas, não importando qual linguagem será utilizada.” Marilei da Rosa, mãe do Gustavo – Presidente da Aquarela Gestão 2010/2014

te para os autistas de Erechim e região terem a oportunidade de participarem destas oficinas, pois em muitos lugares não existe este tipo de atendimento.

Segundo ele, houve avanços significativos nos participantes das oficinas. Alguns, na primeira vez, sequer seguravam um pincel, e agora qua-se todos estão dominando o instrumento. “Estão

mais receptivos, integrados e se comunicando mais facilmente. Estão bem mais calmos, produ-zem bastante e já estão fazendo representações através de objetos do cotidiano”, informa. Max salienta que, para eles, fazer abstrações não é fácil, eles preferem coisas concretas. “Por isso, podemos dizer que o projeto tem resultados al-tamente positivos”, conclui Max.

ARTES VISUAISARTES VISUAIS

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A facilitadora da linguagem no Projeto Pró Au-tista/Oficinas Culturais, Laíse Kovalczyk, explica que os primeiros cinco meses do projeto foram dedicados à adaptação de cada proposta. A partir daí, passou-se à consolidação do projeto, porém se percebeu que havia muito ainda por fazer e seria necessária a continuação do projeto. Laíse é fonoaudióloga, pós-graduada em Distúr-bios da Comunicação Humana, com formação no Método ABA – Análise Aplicada do Compor-tamento, Aperfeiçoamento em Fonoaudiologia Hospitalar com Ênfase em Disfagia e Formação no Currículo Funcional Natural, além de ser sócia fundadora da Associação de Pais e Amigos do Autista de Santa Maria/RS.

Segundo ela, a proposta das oficinas é estimu-lar a interação, a socialização, o potencial que cada um tem e descobrir quais as suas habilida-des para ir promovendo, cada vez mais, a sua evolução, desenvolvendo a linguagem oral e a linguagem compreensiva.

É ela quem ajuda os educadores e alunos nas nuances de linguagem, essencial para a eficácia do projeto. “As compreensões são diferentes e nem sempre o aluno consegue entender o que o professor quer passar, então fazemos este tra-

Oficinas promovem interação, socialização e potencial de cada autistaOBJETIVO É PROMOVER A SUA EVOLUÇÃO CADA VEZ MAIS, DESENVOLVER A LINGUAGEM ORAL E A LINGUAGEM COMPREENSIVA

balho de intermediação”, destaca. Conforme sua avaliação, percebe-se que os alunos estão mais integrados e mais participativos uns com os ou-tros. Os grupos eram formados conforme a ida-de e a capacidade de interação.

Nos últimos dias de cada oficina fo-ram realizadas reuniões com professo-

res da rede de ensino do Município de Erechim/RS que trabalham com

autistas que frequentam a Asso-ciação Aquarela e das escolas de onde são oriundos, tendo

como objetivo debater sobre as práticas que estavam sendo adota-

das no Projeto e como poderiam au-xiliar os alunos, além de dicas do que foi trabalhado nas oficinas. A proposta é de que os profissio-

nais atuantes com os autistas também tenham conhecimento da metodologia

utilizada.

Trabalho com professores da rede pública de ensinoNO ENCONTRO SÃO REPASSADAS INFORMAÇÕES SOBRE AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E COMO PODEM DAR CONTINUIDADE

LINGUAGENS APRENDIZADO

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