Áreas da filosofia
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Filosofia – 1a série – Volume 1
Epistemologia
1. Questões introdutórias
a) Nós devemos confiar na Ciência? Escrevatrês motivos que comprovem sua opinião.Os exemplos são maneiras de aproximar a teoria da vida
dos alunos. A Ciência não explica tudo. Ela tem limites, mas
é o conhecimento mais adequado desenvolvido pela razão
humana para tentar resolver os seus problemas. Só é cientí-
fico o conhecimento que garante a sua validade.
b) Quem faz a Ciência? Como se forma umcientista?A Ciência é produzida por pesquisadores em diferentes cam-
pos do conhecimento. No Brasil, a produção científica é pre-
dominantemente produzida nas universidades e em centros
de pesquisas associados a indústrias. A localização social do
sujeito da Ciência convida a refletir sobre ela como uma ati-
vidade humana capaz de grandes proezas e de erros.
c) A Ciência é importante? Por quê?A produção científica é importante quando beneficia a
humanidade. A Filosofia discute, inclusive, duas questões
diretamente associadas à importância da Ciência: uma diz
respeito ao acesso desigual aos benefícios científicos e a
outra refere-se ao fato de que nem toda a produção científica
é favorável à humanidade.
d) A Ciência tem limites? Quais?Os limites da Ciência são os conhecimentos racionais e expe-
rimentais (empíricos), pois, fora deles, a Ciência nada pode
afirmar. Alguns limites: tecnológicos (aparelhos insuficientes
Epistemologia (também chamada Teoria da Ciência) é uma parte da Filosofia da Ciên-cia que está relacionada à natureza do conhe-cimento científico e seus grandes problemas, entre os quais: como, e em que condições é possível conhecer? Existe a certeza absoluta do conhecimento? Se existe, como, e em que con-dições? Quais são as características do conhe-cimento dentre as Ciências Naturais, as Ciências Humanas e as Ciências Formais?
Centro de lógica, Epistemologia e História da Ciência – ClE/Unicamp. Disponível em: <http://www.
unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2007/ju375pag05.html>. Acesso em: 12 jul. 2013.
Em primeiro lugar, é preciso saber formu-lar problemas. E, digam o que disserem, na vida científica, os problemas não se formulam de modo espontâneo. É justamente esse sen-tido do problema que caracteriza o verdadeiro espírito científico. Para o espírito científico, todo conhecimento é resposta a uma per-gunta. Se não há pergunta, não pode haver conhecimento científico.
BACHElARD, gaston. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento.
Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. p. 18.
para observação e comparação de hipóteses); humanos
(conflitos sociais e políticos que impedem ou retardam algu-
mas descobertas).
2. Proposta de conceito de Epistemologia
teoria do conhecimento
1. Questões introdutórias
a) O que é conhecer?Criar uma representação, a mais próxima possível, da realidade.
3. texto de apoio
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SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 4 ÁREAS DA FIlOSOFIA
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Conhecer uma realidade é, no sentido usual da palavra “conhecer”, tomar conceitos já feitos, dosá-los, e combiná-los em conjunto até que se encontre um equivalente prático do real.
BERgSON, Henri. O pensamento e o movente. tradução Bento Prado Neto. São Paulo:
Martins Fontes, 2006. (tópicos).
Ética é uma investigação sobre os princípios que motivam, justificam ou orientam as ações humanas, refletindo sobre os fundamentos dos valores sociais e historicamente construídos.
b) Como podemos conhecer?Podemos conhecer quando realizamos atividades intelectuais
sobre nossas sensações e sobre as ideias que nos informam.
2. Proposta de conceito de teoria doconhecimento
o bem é, às vezes, algo difícil, mas melhora nossas relações
de convivência.
2. Proposta de conceito de Ética
3. texto de apoio
Agora, algo como felicidade, acima de tudo, é dado como algo em si; por isso nós sempre a escolhemos por si mesmo e nunca por outro motivo, enquanto honra, prazer, razão e todas as virtudes são escolhidas em função de si mesmas (pois se nada resultasse delas ainda assim deve-ríamos escolher todas), mas também as escolhe-mos em função da felicidade, julgando que por meio de todas elas seremos felizes. Felicidade, por outro lado, não é escolhida por ninguém em função das demais virtudes e, em geral, por nenhuma outra razão que não ela própria.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/mc000011.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2013.
Tradução Eloisa Pires.
3. texto de apoio
A Teoria do Conhecimento é uma investi-gação sobre as diversas maneiras pelas quais podemos conhecer as coisas e as relações que os conhecimentos podem estabelecer ou esta-belecem. Por exemplo, memória, expe riências dos sentidos, analogias, reflexão, realidade, imaginação e outros. O seu problema princi-pal é como o sujeito se relaciona com o objeto de conhecimento.
Ética
1. Questões introdutórias
a) Como saber qual é a melhor atitude a sertomada?Existem várias maneiras de se tentar fazer o bem, mas para
encontrar a maneira mais adequada precisamos, sempre,
treinar a nossa reflexão racional, pois há situações em que
uma atitude mal pensada pode trazer prejuízo para nós e para
muitas outras pessoas.
b) Qual é a importância de se fazer o bem?O bem é algo a ser construído para podermos enfrentar
os problemas que encontramos na sociedade ou em nós
mesmos. Pensar em boas atitudes é lutar contra os sofri-
mentos que, eventualmente, enfrentamos. É certo que fazer
Política
1. Questões introdutórias
a) Quais são as melhores leis?As melhores leis são aquelas que beneficiam todos, permi-
tem a construção da liberdade no convívio com o outro e
são conhecidas por todos. Cada lei deve levar em considera-
ção as necessidades das pessoas.
b) Como podemos conviver com as outraspessoas sem violência?Podemos conviver com outras pessoas sem violência agindo
de maneira sensata em todas as dimensões. A maneira sen-
sata de agir consiste, em primeiro lugar, em escolher os
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Filosofia – 1a série – Volume 1
Não houve, portanto, um tempo em que nada fizeste, porque o próprio tempo foi feito por ti. E não há um tempo eterno contigo, por-que tu és estável, e se o tempo fosse estável não seria tempo. O que é realmente o tempo? Quem poderia explicá-lo de modo fácil e breve? Quem poderia captar o seu conceito, para exprimi-lo em palavras? No entanto, que assunto mais familiar e mais conhecido em nossas conversa-ções? Sem dúvida, nós o compreendemos quando dele falamos, e compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. Porconseguinte, o que é o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; porém, se quero explicá-lo a quem me pergunta, então não sei. No entanto, posso dizer com segurança que não existiria um tempo passado, se nada passasse; e não existiria um tempo futuro, se nada devesse vir; e não haveria o tempo presente se nada existisse. De que modo existem esses dois tempos – passado e futuro –, uma vez que o passado não mais existe e o futuro ainda não existe? E quanto ao pre-sente, se permanecesse sempre presente e não se tornasse passado, não seria mais tempo, mas eternidade. Portanto, se o presente, para ser tempo, deve tornar-se passado, como poderemos dizer que existe, uma vez que a sua razão de ser é a mesma pela qual deixará de existir? Daí não podemos falar verdadeiramente da existência do tempo, senão enquanto tende a não existir.
SANtO AgOStINHO. Confissões. Tradução Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo: Paulus, 2002. p. 342-343.
governantes que se preocupem, sinceramente, com a edu-
cação e que demonstrem sensibilidade em relação às neces-
sidades das pessoas e à qualidade de vida em geral.
2. Proposta de conceito de Política
Filosofia da história
1. Questões introdutórias
a) O que é o tempo?Responder o que é o tempo é uma das questões mais difíceis
do nosso intelecto e da própria Filosofia. Em geral, dizemos
que tempo é o meio no qual se desenrolam os acontecimen-
tos e o lugar das possibilidades.
b) O que é história humana?A história humana pode ter vários significados. Em geral, ela
é pensada como passado, desejo de futuro, tradições, com-
preensão das relações sociais no tempo e no espaço e como
objeto de investigação da História.
Política é a investigação filosófica sobre qual é o melhor governo, o que é justiça e como deve ser o comportamento das pessoas em suas relações de convivência.
De resto, se o primeiro dever do homem de Estado é conhecer a constituição, que, conside-rada geralmente como a melhor, possa estender--se à maior parte das cidades, é preciso confessar que na maioria das vezes os teóricos políticos, mesmo dando provas de grande talento, se equi-vocaram em pontos capitais; porque não basta imaginar um governo perfeito; é necessário, sobretudo, um governo praticável, que possa ser facilmente aplicado em todos os Estados.
ARISTÓTELES. Política. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bk000426.pdf>.
Acesso em: 15 jul. 2013. tradução Maria lucia de Oliveira Marques.
3. texto de apoio
Filosofia da História é uma área de inves-tigação da Filosofia, que se preocupa com a relação dos homens com o tempo, com seus processos culturais e sociais. Além disso, preocupa-se com o significado do desenvol-vimento das sociedades e da racionalidade.
3. texto de apoio
2. Proposta de conceito de Filosofia dahistória
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A estética tem como temas o estudo dos critérios e problemas sobre processos de cria-ção artística. Problematiza os valores estéti-cos e as relações entre forma e conteúdo, bem como a importância da arte para as socieda-des humanas.
estética
1. Questões introdutórias
a) Quais são os critérios para identificarmosuma obra de arte?Os critérios são historicamente definidos, isto é, cada cultura
valida critérios para a sua produção artística.
b) Existe um padrão de beleza universal válidopara todas as culturas?Assim como a arte, a beleza depende de valores culturais e
históricos para ser definida, por isso, não se pode falar em um
único padrão válido para toda a humanidade.
2. Proposta de conceito de Estética
Pode-se também pensar em uma perfeição estética, que contenha o fundamento de uma satisfação subjetivamente universal, isto é, a beleza: o que agrada os sentidos na intuição e, precisamente por isso, pode ser o objeto de uma satisfação universal.
KANT, Immanuel. Manual dos cursos de Lógica Geral. Tradução Fausto Castilho. 2. ed. bilíngue.
Campinas: Editora da Unicamp; Uberlândia: Edufu, 2003. p. 75-77.
3. texto de apoio
Metafísica
A palavra metafísica possui origem grega e significa: meta: depois de, além de e física/physis: natureza ou físico, e trata-se de um ramo da filosofia que se ocupa em estudar a essência do mundo. Pode ser definida como o estudo do ser ou da realidade, e se destina a buscar respostas para perguntas complexas como: O que é realidade? O que é a vida? O que é natural? O que é sobrenatural? O que nos faz essencialmente humanos?
William James conceituou metafísica como sendo "apenas um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza". Trata-se de uma visão simplista e equivocada de pessoas que só conseguem perceber a vida por meio de dimensões práticas. Os homens em geral sentem-se mais à vontade quando pensam sobre como fazer uma coisa ou outra, do que pensar no motivo pelo qual estão fazendo. É por isso que a política, a engenharia e a indústria são consideradas mais naturais pelos homens do que a filosofia, por exemplos. A metafísica não está interessada, de maneira nenhuma, por esse "cosmos" da vida humanas, mas sim pelos "porquês", por aquelas questões que uma pessoa pode passar a vida inteira para formular, sem muitas vezes encontrar uma resposta satisfatória.Para se formular um pensamento metafísico é preciso pensar, sem estar baseado em dogmas ou de forma superficial, nos básicos e intrigantes problemas da existência dos homens. São problemas básicos por serem fundamentais para a vida humana e porque muitos aspectos da vida dependem deles. Tomemos como exemplo a religião, ela não é metafísica, porém quando nos questionamos sobre o motivo das crenças e das práticas religiosas e sua influência no viver diário, passamos a pensar metafisicamente.
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