argumentação e rétorica

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Pensar Azul 11.º 06 ∎ argumentação e retórica 01 ∎ Discurso argumentativo e adesão do auditório Resumindo 1 Lógica formal e lógica informal Exercício 1 Elementos da comunicação argumentativa Exercício 3 Resumindo 4 Estrutura do discurso argumentativo Exercício 5 Exercício 6 Resumindo 9 Usos da retórica Exercício 4 Resumindo 6 Retórica e opinião pública Ethos , pathos e logos Estratégias discursivas Discurso publicitário Regras para construir bons argumentos Estratégias da publicidade Tácticas da publicidade Exercício 2 Resumindo 2 Resumindo 3 Resumindo 5 Resumindo 7 Resumindo 8 Resumindo g lobal 1 Resumindo g lobal 2 Tema III Racionalidade Argumentativa e Filosofia 2. ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA 2.1 O Domínio do Discurso Argumentativo A Procura de Adesão do Auditório Apresentação 1/2 Problema índi ce

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Slide 1Discurso argumentativo e adesão do auditório
Resumindo 1
Exercício 1
Estratégias da publicidade
Tácticas da publicidade
2. ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA
– A Procura de Adesão do Auditório Apresentação 1/2
Problema
índice
III Racionalidade
Sumário
argumentativo
Apresentação 1/2
Problema
início
Discurso argumentativo
e a adesão do auditório
Todos os dias utilizamos o discurso para levar os nossos interlocutores a aderir
às nossas opiniões – chamamos a isto comunicação argumentativa.
Estamos no domínio da lógica informal, mais centrada nos efeitos
da comunicação do que na validade formal dos argumentos.
início
Lógica formal
da comunicação
Demonstração
visa uma verdade universal e necessária
início
Argumentação (retórica)
é comunicação, diálogo
é um poder exercido através do discurso
utiliza a linguagem natural, equívoca
argumentação
retórica
início
Retórica é o domínio da lógica informal
que estuda a arte de falar com eloquência. Nasceu na democracia da Grécia Clássica
e foi estudada por Aristóteles.
Aristóteles distinguiu entre:
e persuadir acerca do que é apenas provável.
início
06 argumentação e retórica 01
O que é a retórica
No século XX, os debates sobre problemas axiológicos, éticos e jurídicos levaram
à renovação da retórica.
O filósofo Chaim Perelman, de origem polaca,
foi um dos contribuiu para essa renovação. Retomando a concepção aristotélica, Perelman construiu uma «teoria da argumentação»,
ou «nova retórica».
A comunicação argumentativa é uma relação intersubjectiva e pressupõe:
a existência de uma língua comum, em geral, uma língua natural, uma vez que
a comunicação decorre
o reconhecimento implícito, tanto pelo orador como pelo auditório,
de que a outra parte é constituída por seres, dotados de razão,
capazes de compreender
início
1
2
A comunicação argumentativa pressupõe:
e a elementos capazes de desencadear estados emocionais
o recurso a estratégias
a utilização de imagens e / ou sons para
criar um ambiente adequado à mensagem a transmitir e à reacção a obter
início
3
5
4
6
Características gerais da retórica
pretende modificar as crenças,
do auditório
com a verdade
A maior parte da comunicação tem
um carácter persuasivo, visa influenciar
o pensamento, os sentimentos e a acção
dos interlocutores. O meio usado
é o discurso argumentativo.
O s argumentos podem ser válidos e não convencerem. Para ser convincente,
o discurso deve usar argumentos válidos
e com força persuasiva.
domínio do constringente
centra-se na análise da validade dos argumentos
demonstração da relação necessária entre a verdade das premissas e a da conclusão
processo de inferência impessoal
(argumentação) domínio do verosímil
processo de negociação racional de consensos
analisa os aspectos expressos em linguagem natural e situados no contexto em que ocorrem
início
Retórica
o objectivo de persuadir.
Surgiu na Grécia clássica.
Objectivo: preparar as elites políticas para falar nas assembleias, fazendo-as aprovar as propostas apresentadas.
Aristóteles teorizou e sistematizou
a retórica antiga. Chaim Perelman renovou a importância da retórica, criando o que chamou «nova retórica».
Exercícios 1 e 2
Elementos da comunicação argumentativa
A comunicação argumentativa supõe
Aristóteles chamou…
Elementos da comunicação argumentativa
Alguém que se propõe exercer uma certa influência: o que é determinante
é a vontade de agradar, de persuadir,
de seduzir, de convencer, através de belos discursos ou de argumentos racionais.
orador
ethos
início
Elementos da comunicação argumentativa
Pessoa ou pessoas que o orador pretende influenciar. O que conta é a decifração
das intenções e do carácter do orador,
a inferência que temos o direito de fazer
a partir daquilo que é enunciado literalmente.
auditório pathos
Elementos da comunicação argumentativa
Conjunto dos argumentos organizados de modo
a persuadir. Hoje designa o medium (meio – palavra ou imagem) que transmite a mensagem. Refere
a racionalidade dos argumentos e o tipo
e a estrutura dos discursos.
discurso
logos
início
Estratégias
discursivas
Para exercer influência sobre o auditório através do discurso e não pela força,
o orador tem de usar estratégias adequadas ao auditório,
às suas características psicológicas, conhecimentos, crenças
e valores, para o levar a interessar-se,
a ouvir e a dialogar.
início
Procedimentos mais usados:
e facilitar
a compreensão
da mensagem
Procedimentos mais usados:
e o jogo para produzir emoções favoráveis
Modular a voz e usar o tom adequado para induzir estados emocionais no auditório
Alteração do tom de voz
Dizer o contrário daquilo que
as palavras significam, alterando o tom de voz ou sorrindo
Ironia
Linguagem gestual
06 argumentação e retórica 01
«[Não devemos produzir argumentos excessivos. Por isso], os Chineses enunciam a seguinte máxima: aquele que é eloquente e que tem a língua afiada só deverá enunciar metade de uma proposição; e aquele que tem a razão do seu lado pode voluntariamente sacrificar três décimas do seu discurso.»
Schopenhauer, A. Le monde comme volonté et comme représentation.
Estratégias
discursivas
06 argumentação e retórica 01
ethos à dimensão do orador; o seu objectivo é persuadir o auditório
pathos à disposição emocional do auditório; o seu objectivo é ponderar a aceitação da mensagem
logos à organização lógico-racional do discurso; hoje designa o meio de transmissão da mensagem
Elementos da comunicação argumentativa:
ethos, pathos e logos
A comunicação argumentativa supõe
Aristóteles chamou:
O orador pode usar diferentes estratégias, em função
das características do auditório:
usar comparações para facilitar a compreensão da mensagem
apelar à imaginação do auditório e usar imagens apelativas (caso da publicidade)
repetir uma frase (um slogan) para vincar uma ideia
usar diferentes gestos e modelações de voz
usar figuras de estilo: ironia, metáforas, analogia e metonímias
Exercício 3
São muitos os domínios onde se usa a retórica:
Usos
*
06 argumentação e retórica 01
Na política, quer nos regimes democráticos quer nos regimes totalitários, a retórica é usada para formar, controlar e manipular a opinião pública.
Do mesmo modo, quer os meios de comunicação social quer a publicidade adoptam procedimentos retóricos para captar a atenção dos seus auditórios.
Retórica
Factores que influenciam a opinião pública
início
Factores individuais
Como os seres humanos têm tendência gregária (pertencer
a um grupo) e gostam de partilhar crenças, opiniões e valores,
estão predispostos a aceitar
integração social.
início
Factores sociais
Cada grupo ou classe social tem um conjunto
de estereótipos e preconceitos que se traduzem em atitudes e comportamentos considerados normais, entre os membros desse grupo,
e que são como que cartões de identificação,
ou passwords, necessários para que
se estabeleça a comunicação.
início
Emoções colectivas
Quando as pessoas estão em multidão, o nível de capacidade crítica e de discernimento racional diminui, porque as mensagens emotivas
se comunicam mais rapidamente
e são mais fortes. Isto cria uma empatia que permite a difusão
de ideias simples (não analisadas pelo auditório) e que facilita o controlo
e a manipulação da multidão.
Factores que influenciam a opinião pública
início
Líderes de opinião
Os líderes de opinião são pessoas que, pela sua autoridade, prestígio
ou carisma, influenciam
os comportamentos
das pessoas.
início
Meios de comunicação social
de comunicação social para condicionar
e manipular as emoções do auditório através de artigos de opinião, filmes, documentários e outros programas.
O poder político procura controlar
os meios de comunicação social, reconhecendo a capacidade persuasiva das suas mensagens.
Factores que influenciam a opinião pública
início
 A retórica é usada
no discurso publicitário
da opinião pública.
Factores que influenciam a opinião pública 
Factores individuais
Factores sociais
Emoções colectivas
Na nossa sociedade, a retórica é aplicada
na actividade publicitária
06 argumentação e retórica 01
A figura de retórica a utilizar numa campanha é discutida e analisada,
de modo a compatibilizar a ideia com
o produto anunciado (acordo entre
a mensagem e o signo).
Também deve adequar-se ao canal, pois deverá ser diferente conforme se destine a ser usada num anúncio televisivo,
na comunicação escrita ou num outdoor.
Planificação de um anúncio publicitário
início
início
e despertando o desejo de as satisfazer
Propõe um jogo de associações semânticas
Explora o poder da palavra e da imagem
Impõe uma escala de valores concretizada nos objectos publicitados
*
início
fazem da realidade
Mobiliza o desejo
por um determinado produto
Estratégias da publicidade
envolvê-lo emocionalmente
faz crer que aderir ao apelo dá um estatuto superior
Objectivos
início
Estratégia
Tácticas da publicidade
Tácticas da publicidade
06 argumentação e retórica 01
A publicidade utiliza a retórica para induzir o consumo. Recorre a símbolos, imagens, valores e associações semânticas.
Estratégias e objectivos: persuasão; envolvimento emocional
e psicológico do auditório.
início
Um discurso argumentativo deve ter uma estrutura
e uma organização adequadas ao auditório.
Um dos modelos de organização mais utilizados
é o seguinte:
*
06 argumentação e retórica 01
Neste sermão, este mestre português da retórica sugeriu, para o discurso argumentativo,
uma organização em três momentos:
Estrutura do discurso argumentativo
Estrutura do discurso argumentativo
Estabelecer um objectivo
Estabelecer as fontes de informação
Qual o assunto ou tema a tratar?
Definir o tema
Sublinhar o sentido e a utilidade da tese
início
Tarefas
Perguntas
Como organizar o discurso?
Definir conceitos, estruturar ideias
e construir bons argumentos
Como responder às refutações?
Apresentar uma conclusão
do auditório
Regras para construir
Distinguir claramente entre premissas e conclusão
Apresentar
Usar premissas fidedignas, evitando
início
Para construir bons argumentos (segundo Sérgio Navega):
Aceitabilidade
é diferente
de verdadeiro)
da conclusão
Suporte / justificação
para podermos aceitar
e proporcionar
os argumentos que conduzam
Regras para construir
Exercícios 5 e 6
início
Usos da retórica
?
?
?
Discurso – processo de troca de mensagens cuja finalidade é a procura da adesão dos outros às nossas teses, perspectivas ou opiniões.
V / F
Afirmações
Diga quais são as afirmações verdadeiras e quais são as falsas.
V
F
F
início
?
?
?
?
V / F
Afirmações
Diga quais são as afirmações verdadeiras e quais são as falsas.
F
F
V
V
início
?
?
?
V / F
Afirmações
Diga quais são as afirmações verdadeiras e quais são as falsas.
V
F
F
início
06 argumentação e retórica 01
Opinião pública é o conjunto de representações que os cientistas sociais fazem da sua colectividade.
Opinião pública é o conjunto de representações da colectividade que um indivíduo tem.
Opinião pública é o conjunto de representações da realidade partilhadas por uma dada colectividade.
Indique a opção verdadeira.
?
?
?
O discurso argumentativo está organizado em quatro momentos: introdução, tema, campo argumentativo e conclusão.
V / F
Afirmações
Diga quais são as afirmações verdadeiras e quais são as falsas.
V
F
F
?
?
?
?
Num discurso argumentativo, o tema deve ser apresentado na conclusão.
V / F
Afirmações
Diga quais são as afirmações verdadeiras e quais são as falsas.
V
F
V
F
início
Discurso
os sentimentos e a acção do receptor.
início
Comunicação argumentativa
O processo de troca de mensagens cuja finalidade (telos) é a procura da adesão
dos outros às nossas teses, perspectivas
ou opiniões.
Lógica informal
que não dependem exclusivamente da forma lógica, analisando os argumentos
em linguagem natural e no contexto
em que ocorrem.
Constringente
início
Verosímil
Diz-se do que se pode admitir como eventualmente verdadeiro, ou seja,
o provável.
Argumentação
e discursiva que, utilizando um conjunto
de razões bem fundamentadas (argumentos), visa justificar ou refutar uma opinião e obter
a aprovação e a adesão de um auditório, com
o intuito de alterar o seu comportamento.
início
Retórica
Nome que a antiguidade clássica grega e romana atribuía à arte (a um conjunto de teoria e prática)
de persuadir através da palavra (discurso). Designa
a arte de falar com eloquência com o objectivo de conseguir o assentimento (acordo) e o convencimento (adesão) do auditório. Há retórica sempre que se procura convencer outrem, sempre que há intenção persuasiva. No século XX, a retórica clássica deu lugar ao que alguns autores chamam a «nova retórica»
e outros «argumentação».
Aristóteles
No século IV a.C., este filósofo grego definiu retórica como «capacidade de descobrir o que é adequado
a cada caso com o fim de persuadir».
início
Nova retórica
a cabo por Chaim Perelman (século XX),
que contribuíram para recuperar
a importância da retórica, definida como
uma teoria da argumentação e coincidindo com o domínio da lógica informal.
início
Ethos
Designa a autoridade moral do orador,
que argumenta (elemento racional) e seduz (elemento emotivo) para persuadir o auditório.
início
Logos
Designa o elemento racional de comunicação orador / auditório que é próprio do discurso.
início
Pathos
Designa a disposição emocional dos ouvintes para ponderar a aceitação da mensagem
do orador.
Schopenhauer
Influenciado pela filosofia kantiana, especialmente pela concepção
de fenómeno, Schopenhauer defendeu
início
Opinião pública
Designa a convicção ou juízo colectivo
a respeito de um determinado assunto; portanto, é o conjunto de representações
da realidade partilhadas por uma dada comunidade.
início
Validade
Propriedade formal dos argumentos dedutivos. É diferente de verdade: enquanto esta é uma propriedade das proposições,
a validade é uma propriedade
dos argumentos.