Argumentação e Lógica Formal (introdução)

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ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL JORGE BARBOSA >> 2012-2013 Filosofia

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ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL

JORGE BARBOSA >> 2012-2013 Filosofia

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SUMÁRIO

ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL  Distinção validade/verdade  Formas de inferência válida  Principais falácias

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NOÇÕES GERAIS  Argumento e proposição  Dedução e indução  Forma e conteúdo  Validade e verdade

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DEDUÇÃO E INDUÇÃO

DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Um  argumento  dedu$vamente  válido  é  aquele  em  que  é  impossível  que  as  premissas  sejam  verdadeiras  e  a  conclusão  seja  falsa.  

Um  argumento  indu$vamente  válido  é  aquele  em  que  é  muito  improvável,  mas  não  impossível,    que  as  premissas  sejam  verdadeiras  e  a  conclusão  seja  falsa.  

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DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Vejamos  um  exemplo  de  um  argumento  dedu$vamente  válido:  

Exemplo  de  argumento  dedu@vamente  válido  

1.  Se  temos  livre-­‐arbítrio,  somos  responsáveis  pelo  que  fazemos.  

2.  Temos  livre-­‐arbítrio.  

∴  Somos  responsáveis  pelo  que  fazemos  

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DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Este  argumento  é  dedu$vamente  válido,  porque:  

 A  conclusão  segue  necessariamente  das  premissas:  

 É  uma  consequência  lógica  das  premissas.  

 Se  as  premissas  forem  verdadeiras,  então  é  absolutamente  garan@do  que  a  conclusão  também  é  verdadeira.  

1.   Se  temos  livre-­‐arbítrio,  somos  responsáveis  pelo  que  fazemos.  

2.   Temos  livre-­‐arbítrio.  

∴  Somos  responsáveis  pelo  que  fazemos  

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DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Um  argumento  dedu$vamente  válido  pode  ter  premissas  falsas  e/ou  conclusão  falsa.  Aquilo  que  não  pode  ter  é  premissas  verdadeiras  e  conclusão  falsa.  

1.   Se  temos  livre-­‐arbítrio,  somos  responsáveis  pelo  que  fazemos.  

2.   Temos  livre-­‐arbítrio.  

∴  Somos  responsáveis  pelo  que  fazemos  

Quando  estamos  perante  um  argumento  dedu$vamente  válido,  e  aceitamos  as  suas  premissas,  não  podemos,  portanto,  rejeitar  a  sua  conclusão  

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DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Vejamos  agora  um  exemplo  de  um  argumento  indu$vamente  válido:  

Exemplo  de  argumento  indu$vamente  válido  

1.  Os  cães  têm  coração  e  têm  rins.  

2.  Os  leões  têm  coração  e  têm  rins.  

3.  Os  cangurus  têm  coração  e  têm  rins.  

4.  Os  pombos  têm  coração  e  têm  rins.  

5.  Etc.  Logo,  todos  os  animais  que  têm  coração  

também  têm  rins.  

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DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Este  argumento  não  é  dedu$vamente  válido,  porque:  

 É  possível  que  as  suas  premissas  sejam  verdadeiras  e  que,  ainda  assim,  tenha  uma  conclusão  falsa  

 Mesmo  que  todos  os  animais  com  coração  observados  até  hoje  tenham  rins,  isso  não  exclui  a  possibilidade  de  exis@rem  algures  animais  com  coração  mas  sem  rins.  

1.  Os  cães  têm  coração  e  têm  rins.  

2.  Os  leões  têm  coração  e  têm  rins.  

3.  Os  cangurus  têm  coração  e  têm  rins.  

4.  Os  pombos  têm  coração  e  têm  rins.  

5.  Etc.  

Logo,  todos  os  animais  que  têm  coração  também  têm  rins.  

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DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Porém,  se  as  premissas  deste  argumento  forem  verdadeiras,  é  muito  improvável  que  a  respe@va  conclusão  seja  falsa.  

É  por  esta  razão  que  este  argumento  é  indu$vamente  válido.  

 O  símbolo  ∴  só  se  usa  em  argumentos  dedu@vos  

1.  Os  cães  têm  coração  e  têm  rins.  

2.  Os  leões  têm  coração  e  têm  rins.  

3.  Os  cangurus  têm  coração  e  têm  rins.  

4.  Os  pombos  têm  coração  e  têm  rins.  

5.  Etc.  

Logo,  todos  os  animais  que  têm  coração  também  têm  rins.  

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 DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Num  argumento  dedu$vamente  válido  existe  uma  relação  de  implicação  entre  as  premissas  e  a  conclusão.  As  premissas  implicam  a  conclusão.  

Num  argumento  indu$vamente  válido  existe  uma  relação  de  confirmação  entre  as  premissas  e  a  conclusão.  As  premissas  confirmam  a  conclusão  com  uma  probabilidade  muito  elevada.  

Duas  formas  de  as  premissas  apoiarem  a  conclusão.  

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FORMA E CONTEÚDO

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FORMA E CONTEÚDO

FORMA E CONTEÚDO

Vejamos  dois  argumentos  dedu@vamente  válidos:  

1.  Se  temos  livre-­‐arbítrio,  somos  responsáveis  pelo  que  fazemos.  

2.  Temos  livre-­‐arbítrio.  

∴  Somos  responsáveis  pelo  que  fazemos  

1.  Se  João  bebeu,  teve  um  acidente.  

2.  João  bebeu.  ∴  João  teve  um  acidente.  

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FORMA E CONTEÚDO

No  que  respeita  ao  conteúdo,  estes  argumentos  em  nada  se  assemelham:  1.  Um  fala  do  livre  arbítrio  e  da  

responsabilidade  pelas  nossas  ações;  2.  O  outro  refere-­‐se  às  consequências  

da  bebida  sobre  a  condução.  

1.  Se  temos  livre-­‐arbítrio,  somos  responsáveis  pelo  que  fazemos.  

2.  Temos  livre-­‐arbítrio.  

∴  Somos  responsáveis  pelo  que  fazemos  1.  Se  João  bebeu,  

teve  um  acidente.  

2.  João  bebeu.  ∴  João  teve  um  acidente.  

Embora  o  conteúdo  seja  diferente,  ambos  apresentam  a  mesma  forma  lógica:  Se  P,  então  Q.  P.  ∴  Q.  

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FORMA E CONTEÚDO

FORMA E CONTEÚDO

Vejamos  agora  outros  dois  argumentos  dedu@vamente  válidos:  

1.  Todas  as  ações  são  acontecimentos.  

2.  Todos  os  acontecimentos  são  causados  (têm  uma  causa).  

∴  Todas  as  ações  são  causadas  

1.  Todos  os  alentejanos  são  portugueses.  

2.  Todos  os  portugueses  são  europeus.  ∴  Todos  os  alentejanos  são  europeus.  

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FORMA E CONTEÚDO

Uma  vez  mais,  estamos  perante  argumentos  que  diferem  totalmente  no  conteúdo,  mas  têm  a  mesma  forma  lógica:  

1.  Todos  os  A  são  B.  2.  Todos  os  B  são  C.  ∴  Todos  os  A  são  C.  

1.  Todas  as  ações  são  acontecimentos.  

2.  Todos  os  acontecimentos  são  causados  (têm  uma  causa).  

∴  Todas  as  ações  são  causadas  

1.  Todos  os  alentejanos  são  portugueses.  

2.  Todos  os  portugueses  são  europeus.  

∴  Todos  os  alentejanos  são  europeus.  

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FORMA E CONTEÚDO

Por  que  razão  é  importante  dis@nguir  o  conteúdo  dos  argumentos  pela  sua  forma  lógica?  

Porque  a  validade  dedu$va  de  um  argumento  depende  da  sua  forma  lógica  

Para  determinar  se  um  argumento  é  dedu@vamente  válido,  podemos  ignorar  o  seu  conteúdo  e  examinar  apenas  a  sua  forma  

A  forma  lógica  de  um  argumento  é  a  sua  estrutura  relevante  para  a  validade  dedu;va.  

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LÓGICA FORMAL

A  lógica  formal  serve  para  dis@nguirmos  a  argumentação  dedu@vamente  válida  da  inválida,  consis@ndo  no  estudo  da  forma  lógica  dos  argumentos.  

Uma  falácia  é  um  argumento  enganador.  Muitas  falácias  são  argumentos  inválidos  que  podem  parecer-­‐nos  válidos.  

As  falácias  formais  são  aquelas  que  resultam  de  uma  confusão  entre  formas  dedu@vamente  válidas  e  formas  dedu@vamente  inválidas.  

Quando  cometemos  uma  falácia,  julgamos  estar  a  raciocinar  corretamente,  mas  na  verdade  estamos  a  incorrer  num  erro  de  raciocínio.  

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VALIDADE E VERDADE

A  validade  relaciona-­‐se  com  a  verdade,  na  medida  em  que  um  argumento  válido  é  aquele  em  que,  se  as  premissas  forem  verdadeiras,  a  conclusão  também  é  verdadeira.  

A  validade  e  a  invalidade  são  propriedades  dos  argumentos.  

A  verdade  e  a  falsidade  são  propriedades  das  proposições.  

Só  um  argumento  no  seu  todo  pode  ser  considerado  válido  ou  inválido.  

Um  argumento  não  tem  valor  de  verdade;  Só  as  proposições  (premissas  e  conclusão)  podem  ser  consideradas  verdadeiras  ou  falsas.  

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Não  se  esqueça  de  fazer  os  exercícios  no  “moodle”.