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1 ARQUITETURA ACESSIVEL: UMA REFLEXÃO SOBRE O DESIGN DE AMBIENTES RESIDENCIAIS Maiara Ines Orlowski 1 RESUMO Este artigo propõe reflexões sobre a importância de mudanças no padrão de construção brasileira, pensando no direito de liberdade e igualdade de todos. São apresentados conceitos teóricos relacionados com pessoas com necessidades especiais e com mobilidade reduzida. Na sequencia é feita uma pesquisa e análise sobre padrões de construção na cidade de Erechim. E para finalizar é feita uma discussão sobre os referencias teóricos atinentes, destacando a importância da busca de uma condição de uma vida digna para o ser humano, neste contexto do design de ambientes residenciais. Palavras-Chave: Arquitetura Acessivel; Necessidades Especiais; Design de Ambientes Residenciais. ABSTRACT This article reflects on the importance of changes in the pattern of Brazilian construction, thinking the right to freedom and equality for all. Are presented theoretical concepts related to people with disabilities and reduced mobility. In the sequence is made a survey and analysis of building standards in the city of Erechim. And finally is made a discussion of relating theoretical references, highlighting the importance of seeking a condition of a decent life for humans in this context the design of residential environments. Key-words: Accessible Architecture; Special Needs; Design Residential Environments. 1 INTRODUÇÃO A arquitetura está passando por modificações em seu modo de pensar, pois nos últimos anos vem se deparando com novos desafios, aonde está se percebendo que a arquitetura comtemporanea não está mais apta a atender as necessidades atuais e neste caso não está alcançando seu objetivo maior que é o ser humano. Fazem-se obras com referenciadas em imagens muitas vezes desprovidas de significado e, quanto ao espaço urbano, este ainda é pensado dentro de uma metodologia que está comprovadamente ultrapassada. O objetivo geral deste artigo é instigar a discussão sobre a necessidade de se repensar a produção da arquitetura tendo como parâmetro a qualidade de vida, assunto este de competência da ergonomia. Como objetivos específicos, observamos como as pessoas comprederam o conceito de acessibilidade e discutem as implicações no caso de adaptações. A relevância do assunto proposto é justamente pela carência de melhor produção das edificações unifamiliares, cenário este onde tem-se pleno direito de ter qualidade de vida. 1 Arquiteta Urbanista, Aluna do curso de Especialização em Design de Ambientes da Faculdade Anglicana de Erechim, e-mail: [email protected].

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ARQUITETURA ACESSIVEL: UMA REFLEXÃO SOBRE O DESIGN DE

AMBIENTES RESIDENCIAIS

Maiara Ines Orlowski1

RESUMO Este artigo propõe reflexões sobre a importância de mudanças no padrão de

construção brasileira, pensando no direito de liberdade e igualdade de todos. São apresentados

conceitos teóricos relacionados com pessoas com necessidades especiais e com mobilidade

reduzida. Na sequencia é feita uma pesquisa e análise sobre padrões de construção na cidade

de Erechim. E para finalizar é feita uma discussão sobre os referencias teóricos atinentes,

destacando a importância da busca de uma condição de uma vida digna para o ser humano,

neste contexto do design de ambientes residenciais.

Palavras-Chave: Arquitetura Acessivel; Necessidades Especiais; Design de Ambientes

Residenciais.

ABSTRACT This article reflects on the importance of changes in the pattern of Brazilian

construction, thinking the right to freedom and equality for all. Are presented theoretical

concepts related to people with disabilities and reduced mobility. In the sequence is made a

survey and analysis of building standards in the city of Erechim. And finally is made a

discussion of relating theoretical references, highlighting the importance of seeking a

condition of a decent life for humans in this context the design of residential environments.

Key-words: Accessible Architecture; Special Needs; Design Residential Environments.

1 INTRODUÇÃO

A arquitetura está passando por modificações em seu modo de pensar, pois nos últimos

anos vem se deparando com novos desafios, aonde está se percebendo que a arquitetura

comtemporanea não está mais apta a atender as necessidades atuais e neste caso não está

alcançando seu objetivo maior que é o ser humano. Fazem-se obras com referenciadas em

imagens muitas vezes desprovidas de significado e, quanto ao espaço urbano, este ainda é

pensado dentro de uma metodologia que está comprovadamente ultrapassada.

O objetivo geral deste artigo é instigar a discussão sobre a necessidade de se repensar a

produção da arquitetura tendo como parâmetro a qualidade de vida, assunto este de

competência da ergonomia. Como objetivos específicos, observamos como as pessoas

comprederam o conceito de acessibilidade e discutem as implicações no caso de adaptações.

A relevância do assunto proposto é justamente pela carência de melhor produção das

edificações unifamiliares, cenário este onde tem-se pleno direito de ter qualidade de vida.

1 Arquiteta Urbanista, Aluna do curso de Especialização em Design de Ambientes da Faculdade Anglicana de

Erechim, e-mail: [email protected].

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Confrontados com uma realidade diferente da imaginada em meados do século XX, essa

população tem necessidade de novas soluções para suas residências que, até o momento,

prioriza a estética e status social. Sendo este assunto de interesse tanto de profissionais da

área, assim como da população em geral, que se questionem seu papel social em construir

cidades melhores.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ACESSIBILIDADE

Hoje no Brasil ha milhares de pessoas com deficiencia física ou mobilidade reduzida, o

preconceito do povo brasileiro é grande em pleno século XXI, sendo que toda a pessoa em

alguma fase da vida, possuira algum tipo de mobilidade reduzida. Para entendermos melhor,

vou citar os conceitos. Segundo a norma brasileira NBR 9050 uma pessoa com deficiencia

física possui: Redução, limitação ou inexistência das condições de percepção das

características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações, espaço,

mobiliário, equipamento urbano e elementos, em caráter temporário ou permanente. E a

mesma norma diz que a pessoa com mobilidade reduzida, é aquela que, temporária ou

permanentemente, tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo.

Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa,

gestante entre outros. Assim podemos compreender melhor quando digo: Todos os Brasileiros

de alguma forma ou outra, são deficiêntes pelo menos em algum momento de sua vida. Desta

forma temos uma lição para aprender segundo Hamlin (1962):

[...]fez soar uma grande lição aos ouvidos da humanidade, uma lição que o homem

deve aprender, mesmo relutantemente, ou perecer. É a lição da fraternidade, o

reconhecimento do fato de que todos os homens são parte de uma grande unidade - a

unidade de toda a humanidade - e de que tudo que fazemos como individuos afeta

outros de infinitas maneiras, como tudo o que os outros fazem nos afeta.[...]

Segundo a Norma Brasileira ABNT/NBR 9050 Todos os espaços, edificações, mobiliário

e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados,

bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender

ao disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis, sendo que é facultativa a

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aplicação desta norma em edificações unifamiliares, segundo Mazzoni (2014) a acessibilidade

não deve ser caracterizada por um conjunto de normas e leis, e sim por um processo de

observação e construção, feito por todos os membros da sociedade, desta forma cabe a nos

analisar até que ponto temos conciência do dia de amanhã, e porque não torná-lo mais

agradável a todos.

Cada vez é maior o número de incidência de individuos com deficiência física. Pelo censo

do IBGE de 2010 Erechim possui cerca de 24% de sua população com algum tipo de

deficiencia, além deste índice temos as pessoas idosas, que a cada ano vai aumentado, devido

ao aumento da expectativa de vida do brasileiro que passou a ser de 74,6 anos em 2012,

segundo o IBGE, entretanto até que ponto viver mais significa ter qualidade de vida. A

deficiência fisica ou mobilidade reduzida não escolhe classe social, idade ou organização, mas

tem o agravante para as classes menos favorecidas, estas possuem ajuda do governo para a

compra da casa própria, mas cada vez possuem medidas reduzidas, que segundo Costa (1982)

isso é fruto de uma era de exploração imobiliária e de desperdício, sendo que geralmente estas

pessoas possuem problemas ou há uma grande porcentagem de adquirerem com o tempo.

Neste caso porque não abrir o pensamento das pessoas para que as residencias tenham

medidas mínimas, mas ou mesmo tempo sejam construídas de maneira mais coerente com a

nossa própria natureza.

Segundo Cambiaghi (2007) a utilização do homem-padrão, baseados nos princípios de

Vitrúvio, o modulor de Le Corbusier, ainda que distantes no tempo, ambos representam

esforços em busca das proporções ideais do ser humano para executar ambientes para atender

ao homem tipo. Mas já se sabe que a arquitetura se restigem ao homens modularmente

exemplares, deixando uma grande maioria de pessoas de fora, aos quais encontran-se

crianças, idosos, pessoas em cadeiras de rodas, pessoas empurando ou puxando carinhos entre

outros e Massari (2007) diz que a cidade tem sido produzida dentro do padrão estético da

funcionalidade e reprodução do capital, sendo construída de forma a adequar-se

ergonomicamente aos padrões tradicionais de seus usuários.

A maneira de conceber projetos vem mudando ao longo dos anos, costuma se dizer

que um projeto pode habilitar ou inabilitar uma pessoa a utilizar um determinado

ambiente ou produto. [...]Assim, um usuário de cadeira de rodas poderia se

perguntar se não pode andar em um ônibus urbano porque usa cadeira de rodas ou

porque os ônibus não são adequados a usuários de cadeira de rodas. Considerando,

portanto esse poder de inclusão ou de exclusão, a questão mais importante a levantar

é: em que medida um projeto inclui e em que medida ele exclui o usuário? [...]

(CAMBIAGHI, 2007).

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Um avanço para a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade aconteceu na década

de 1970, com a promulgação da Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, na

Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro de 1975. Já em

1976, a Organização Mundial de Saúde (OMS), na 29° Assembleia Mundial de Saúde,

aprovou a publicação WHA29.35, aonde a classificação de deficiencias foi retirado da

Classificação Internacional de Doenças (CID), o que resultou positivamente na esfera social.

A acessibilidade hoje está contida em muitos locais, desde as áreas comuns de

condomínios, vias de circulação de pedestre, transportes coletivos, mobiliários urbanos até em

edificações de uso público, com é exemplo a Figura 1. Assim passo a passo, uma rede

articulada acessível começa a ser esboçada e as pessoas estão começando a ter mais

independência e autonomia, mas no Brasil ainda temos muito o que fazer.

Figura 1: Acesso Justiça do Trabalho

Fonte: A Autora

2.2 ERGONOMIA

A ergonomia conforme Filho (2003) começou a existir desde os primórdios do homem, ao

momento que o homem primitivo construiu seus primeiros objetos para garantir a sua

sobrevivência, fazendo apenas uso de sua intuição criativa, conforme Figura 2. Assim ao

longo do passar dos anos foram cada vez melhor elaborados, sendo que oficialmente a

ergonomia nasceu como um estudo de maneira sistematizada durante a segunda guerra

mundial, onde começaram os problemas entre homem e máquina, quando foi organizado um

grupo de pessoas de diversas ciências com a finalidade de repensar os equipamentos de guerra

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para se adaptarem melhor ao ser humano. Terminada a guerra em 1949 estes profissionais se

reuniram em Oxford, Inglaterra, onde perceberam que podiam aplicar seus conhecimentos na

área industrial, assim deram o nome de ergonomia a esta nova tecnologia de aplicação.

Figura 2: Instrumentos da Idade da Pedra

Fonte: (OHISTORIANTE, 2014)

Conforme Dul E Weerdmeester (1963) O termo ergonomia é derivado das palavras gregas

ergon (trabalho) e nomos (regras), sendo que nos Estados Unidos usa-se tambem como

sinonimo a palavra human factors (fatores humanos).

Segundo Dul E Weerdmeester (1963) Ergonomia é uma união de conhecimentos

específicos de diversas áreas, tal como: antoprometria, fisiologia, psicologia, desenho

industrial, toxicologia entre outras ciências, para desenvolver métodos ou técnicas para aplicar

estes conhecimentos na melhoria do trabalho e das condições de vida do ser humano, já Pires

(2001) diz que ergonomia se movimenta a partir de conceitos genéricos que versam

fundamentalmente sobre conhecimentos científicos relativos aos produtos e processos

utilizados e construídos pelos seres humanos.

A ergonomia tem como um princípio importante a coletividade nos projetos de

equipamentos, sistemas e tarefas. Sabendo-se que há diferenças individuais em uma

população, os projetos, em geral, devem atender a 95% dessa população. Significa que 5%

dos extremos da população os projetos não se adaptam bem, nesse caso há necessidade de

projetos específicos.

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Os requisitos básicos para projetos ergonomicos segundo Filho (2003), englobam desde as

fases do desenvolvimento do projeto até a fabricação ou confecção do produto final, estes

divididos em requisitos para projeto; ações de manejo; ações de percepção; signos visuais;

codigos visuais.

Os requisitos para projeto são divididos em Tarefa (conjunto de ações humanas que torna

possível um sistema atingir um objetivo); Segurança (utilização segura e confiável dos objetos

em relação as suas características funcionais, operacionais, perceptiveis, de montagem, de

fixação, sustentação entre outras); Conforto (sensação de bem-estar, comodidade e segurança

percebida pelo usuário nos niveis fisico e sensorial); Esteriótipo Popular (são praticas de

utilização já gravadas em memória, pela maioria das pessoas); Envoltórios de Alcances

Físicos (é o volume espacial aonde devem estar localizados os botoes, alavancas para

acionamento das pessoas para facil utilização); Postura (organização dos segmentos corporais

no espaço, esta se expressa na imobilização de partes do esqueleto em posições determinadas

que conferem ao corpo uma atitude de conjunto; Aplicação de força (energia física ou esforço

necessário para fazer alguma tarefa); Materiais (compotente do objeto, que este pode ser

liquido, solido ou gasoso, é o que da forma faz o objeto existir).

A ergonomia do manejo é definida como um ato ou ação física que se relaciona com o

manuseio ou operacionalidade de qualquer produto ou ambiente, que está associada a ação de

controle, pois na hora de maneja qualquer objeto é necessário a ação de controle por parte do

usuário. Estas ações podem ser mais simples ou mais complexas dependendo o numero de

atos operacionais e o tempo a ser despreendindo no movimento. Outro aspecto importante diz

respeito a cinco conceitos básicos associados ao controle de manejo, que são eles: Atributos

de qualificação do usuário ( Habilidade, Sensibilidade, Força, Precisão, Compatibilidade,

Sincronismo, Treinamento, Experiencia); Atributos de qualificação dos manejos e controles

(está associado a uma ação que exige maior ou menor habilidade, precisão e sensibilidade

para execução); Atributos dos manejos e controles (quanto o grau de exigencia da ação de

manejo e controle); Características do usuário (se refere a algumas caráteristicas basicas do

usuários , como biotipo, sexo, faixa etária, instrução) e Conceitos projetuais – Elementos

Físicos de Manejo (conceitos importantes levados em consideração para o projeto do

produto).

As ações de percepção dizem respeito á configuração adequada do sistema de informações

contido, expresso ou inerente a um determinado objeto de uso em nivel da percepção,

discriminalidade e decodificação da mensagem visual, auditiva, tátil ou cinestésica, tendo em

conta a capacidade de percepção do usuário.

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Signo visual é o nome dado ao processo informativo que acontece de forma escrita, sinais

e imagens, ao qual se divide em signos de identificação ( servem para identificar uma loja,

parque etc); orientação (placas de transito); publicitários (placas, faixas, outodoors);

simbolicos (monumentos); naturais (lagos, fontes); compostos (Torre Eifel); de localização

(placas com nome da rua).

Códigos visuais é o termo usado para a leitura ergonomica dos fatores cromáticos,

tipograficos, morfológicos e tecnologicos dos produtos e ambientes.

Segundo Filho (2003), o papel da ergonomia no design de ambientes e produtos para

pessoas com deficiencia física possui uma importancia fundamental. Tanto na concepção,

quanto na determinação da sua configuração estético-formal, assim como na correta utilização

dos dados antropometricos, criando assim soluções criativas em termos funcionais e

operacionais, para gerar facilidade, praticidade e conforto ao usuários. Podemos perceber

atravéz da Figura 3 a facilidade de manuseio de um microondas na altura de 80cm.

Figura 3: Manuseio de um Microondas

Fonte: A Autora

2.3 ARQUITETURA INCLUSIVA

A arquitetura inclusiva segundo Mello (2013), é a arquitetura que respeita a diversidade

humana e gera acessibilidade para todos.

É importante compreender através de um breve histórico a evolução desse processo. A

arquitetura no Brasil passou a ser representativa a partir do período Modernista. As cidades de

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São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os territórios privilegiados onde surgiram

grandes arquitetos como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, João Villanova Artigas, Oswaldo

Bratke e tantos outros de importância impar nesse quadro de valorização da estética brasileira.

Esse período da arquitetura foi muito valioso e marcou profundamente conceitos de estética e

construção que são ensinados até os dias de hoje. Um dos mais respeitados personagens desse

período foi Le Corbusier um francês que difundiu a base desse movimento pelo mundo. Um

dos preceitos para esse tipo de produção era padronizar o homem. O ícone a ser seguido era

muito bem representado pelo desenho do corpo humano feito por Leonardo da Vinci que

possuía dimensões perfeitas de um homem jovem, saudável e esbelto.

Segundo Mello (2013), As barreiras arquitetônicas e o desconforto no uso das edificações

ficaram evidentes após a Segunda Guerra Mundial, onde veteranos de guerra, mutilados, não

conseguiam exercer mais funções. Já no Brasil, os deficientes foram esquecidos por muito

mais tempo. Somente na década de 80 que começaram a ocorrer transformações no que tange

a legislação e algumas poucas intervenções espaciais.

Os benefícios da utilização dos conceitos de arquitetura inclusiva segundo Mello (2013)

estão sendo ampliados também para as residências, surgindo uma visão relativamente nova de

casa para vida toda. Esse conceito garante que a moradia suporte mudanças e adaptações ao

longo dos anos, de modo que atenda as diversas necessidades que cada fase da vida solicita,

sem prejuízo ou comprometimento do espaço.

Segundo Cambiaghi (2007), os principios básicos da arquitetura inclusiva, para se obter

ambientes e produtos adaptados á capacidade e necessidades das pessoas, são: facilitar para

todos a utilização do ambiente ou dos produtos a serem projetados e contar com uma amostra

representativa de pessoas para avaliação de criterios para a elaboração do projeto, para

assegurar que os produtos sejam adequados as caracteristicas antoprometricas e funcionais,

um exemplo disso são as cozinhas projetadas por uma marca estrangeira, totalmente adaptada

a utilização por cadeirantes, conforme Figura 4.

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Figura 4: Cozinha Adaptada para cadeirantes

Fonte: (SNAIDERO, 2014).

A Bio Arq – Soluções em Arquitetura, empresa que tem como missão aplicar o conceito

do Universal Design em seus projetos, que possui experiências concretas nessa área diz: [...]O

desafio de produzir para todos é enriquecedor e os resultados são sentidos diretamente. Há

uma melhora significativa na vida dos usuários e o papel social do profissional aumenta com

essa conquista[...] (MELLO,2013).

2.4 DESENHO UNIVERSAL

O desenho universal surgiu desde a década de 80, que segundo Cambiaghi (2007), é

responsável pela criação de ambientes ou produtos que podem ser usados pelo maior numero

de pessoas possiveis, seguindo o pressusto da expressão desenho universal. Assim como

Mello (2013) se refere ao desenho universal como o design de produtos e de ambientes para

serem usados por todas as pessoas, na maior extensão possível, sem a necessidade de

adaptação ou design especializado.

Segundo Garcia (2012) O conceito de desenho universal coexiste com outros termos, tais

como desenho inclusivo ou desenho integrador, menos conhecidos mas de significado similar.

Nenhum deles anula nem substitui o conceito de acessibilidade na medida em que este não se

refere apenas à concepção e ao desenho sem barreiras, mas sim à progressiva supressão destas

quando existem previamente.

Desse modo, a ideia do desenho para todos, que, como o da acessibilidade, parte do

pressuposto de que todos somos diferentes (uns mais altos, outros mais lentos, outros mais

velhos etc.) e que o mais adequado e eficiente seria conceber espaços, produtos e serviços de

maneira que estes pudessem ser utilizados pelo maior número de pessoas na maior quantidade

de situações possível. Assim, projetados desde o princípio, os espaços urbanos, os bens e

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serviços não se tornariam mais caros, evitando adaptações posteriores. Nesse sentido, a ênfase

na melhora da acessibilidade passaria primeiro pelo desenho para todos ou desenho universal

que, independente de se referir a um produto ou à forma de planejar um serviço, deveria ser

funcional e cumprir uma série de requisitos, tais como ser flexível no uso ou realização, de

modo que seja utilizado diretamente pelo maior número de pessoas (com diferentes

habilidades ou em circunstâncias distintas) sem ajuda nem necessidade de elementos

auxiliares ou modificações; ser compatível com o uso de ajudas técnicas ou tecnológicas por

parte daqueles que não podem utilizar diretamente o serviço; uso universal e simples (que

considere as características físicas e sensoriais de toda a população); informação perceptível;

tolerância ao erro ou ao mau uso; que requeira pouco esforço físico; tamanho e espaço

adequados para acesso, manipulação e uso. Podemos perceber nas Figuras 5 e 6 a dificuldade

de uma pessoa cadeirante na utilização de móveis e eletrodomesticos projetados para o

homem padrão, aonde no armários superiores ele com um pouco de esforço consegue abrir a

porta, mas e como ele vai pegar algum utensílio?

Figura 5: Alcance de Armário Aéreos

Fonte: A Autora

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Figura 6: Abertura e Alcance de comidas em Geladeira

Fonte: A Autora

Os princípios pela North Caroline State University (EUA) para produzir espaços para a

diversidade humana são: Uso Equitativo; Flexibilidade no uso; Uso simples e intuitivo;

Informação Perceptível; Tolerância ao erro; Baixo esforço físico; Tamanho e Espaço para

aproximação e uso.

Em resumo o desenho para todos, ou desenho universal, é a atividade pela qual se concebe

ou se projeta desde o princípio entornos, processos, bens, serviços, objetos, instrumentos,

dispositivos ou ferramentas de forma que possam ser utilizados por todas as pessoas, sem

exceção.

A incorporação dessas condições facilita a convivência sem hierarquias nem papéis

estabelecidos, adaptada ao ciclo de vida, sem segregação ou discriminação de determinados

coletivos, promovendo a participação e a visibilidade das diferentes identidades existentes.

Nessa perspectiva, o objetivo da acessibilidade e do desenho universal é o de oferecer

soluções de acordo com essas múltiplas e variadas necessidades, diversidades de condições

(características físicas, cognitivas, culturais) e eliminar a ideia de “maiorias” ou

“normalidades” em seus projetos. Desse modo, parece claro que ainda não se deva pensar que

as únicas pessoas com problemas de acessibilidade são aquelas com alguma deficiência física

permanente. Esse é o grupo prioritário no momento de pensar a questão do desenho e da

acessibilidade universal.

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2.5 NORMAS E LEGISLAÇÕES PARA EXECUÇÃO DE PROJETOS

Segundo Bragança (2009) Muitos direitos defendidos pelos movimentos sociais

consolidaram-se na Constituição de 1988, estes foram regulamentados com o objetivo de

garantir a cidadania as pessoas com deficiencia. Pode-se destacar o Decreto n°. 3.298 de 20 de

dezembro de 1999, que dispõe sobre política nacional para a integração das pessoas

deficientes; o Decreto n°. 3.956 de 8 de outubro de 2001, que promulga a convenção

internacional para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas

deficientes. Essa atitude deu início a uma série de movimentações partidárias, de organizações

não governamentais e de empresas para o cumprimento deste último Decreto; afinal, nenhum

projeto de natureza arquitetônica e urbanística, de comunicação e informação, de transporte

coletivo, bem como a execução, construção ou reforma de qualquer tipo de obra, quando

tenha destinação pública ou coletiva, terá permissão se não estiver cumprindo rigorosamente a

legislação de acessibilidade.

Uma norma técnica brasileira muito relevante é a NBR 9050/04 - Acessibilidade a

Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos e que tem força de lei federal.

Nesse documento existem diversos parâmetros obrigatórios para que as produções

arquitetônicas respeitem a diversidade. Outras legislações que se destacam nesse universo são

as leis federais n° 10.048 e n° 10.098 regulamentadas através do decreto 5.296 de 2 de

Dezembro de 2004. A primeira trata de atendimento prioritário e de acessibilidade nos meios

de transportes e a segunda subdivide a acessibilidade ao meio físico, meios de transporte,

comunicação e informação e em ajudas técnicas.

Segundo Mello (2013) essas medidas, aliadas aos empenhos de organizações não

governamentais e por pessoas interessadas, a implantação da acessibilidade no Brasil está

crescendo e os termos como inclusão, acessibilidade, direito de ir e vir estão bem mais

comuns a população, mas já Bragança (2009) diz que o número significativo de leis e normas

sobre a questão da acessibilidade urbana não garante as cidades a mobilidade necessária de

seus cidadãos, assim como Cambiaghi (2007) diz que as leis resultaram na implementação de

alguns ajustes na arquitetura, ou tornaram os locais publicos parcialmente acessiveis, mas em

sua maioria não fazem parte do conjunto arquitetonico, ocasionando assim o sentimento de

exclusão. Sendo assim, perceptível que as pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida

enfrentam diarimente barreiras arquitetônicas intransponíveis, fora das normas estabelecidas,

enfim, essas são algumas dentre outras situações que dificultam a vida de todos, pessoas

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deficientes ou não, inibindo o direito de ir e de vir assegurado nas leis. Nesse sentido, pode-se

afirmar que

[...] as cidades se tornarão efetivamente democráticas para esse seguimento quando

superar as barreiras urbanas, e todos os cidadãos, deficientes ou não, capacitados a

participar ativa e igualitariamente das decisões coletivas. Uma cidade para ser

acessível, precisa atender as diferentes necessidades [...] (MASSARI, 2007).

A acessibilidade não deve ser caracterizada por um conjunto de normas e leis, e sim por

um processo de observação e construção, feito por todos os membros da sociedade.

Segundo Garcia (2012) A inserção da acessibilidade universal de forma transversal em

todos os espaços, equipamentos e serviços públicos é a chave para atingir o objetivo principal

dessas políticas, que é incluir todas as pessoas, ou ao menos o maior número possível, no

processo de planificação e aplicação de todas as ações, sejam públicas ou privadas, em temas

como edificações, urbanismo, transporte, comunicação e informação. Portanto, considera-se

tanto uma pessoa com carrinho de bebê, um idoso, uma pessoa com deficiência permanente,

quanto uma pessoa acidentada devem poder desfrutar dos mesmos espaços que as demais

pessoas.

3 METODOLOGIA

A metodologia proposta é da pesquisa baseada em material científico de autores

consagrados, buscando conceitos sobre arquitetura inclusiva, acessibilidade, mobilidade

reduzida, ergonomia, desenho universal. Após essa conceituação, espera-se com a discussão e

reflexão dos temas, que possa ser acareada a interdisciplinaridade dos assuntos, verificando

sua real importância.

O estudo ocorrerá entre 30 habitantes, sendo 15 pessoas com idade entre 20 a 35 anos, 15

pessoas com idade entre 36 a 60 anos, de ambos os sexos e classes sociais, na Cidade de

Erechim, estado do Rio Grande do Sul. Para mensuração dos dados foram utilizadas

entrevistas com um roteiro de perguntas, registradas na forma escrita.

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4 PESQUISA E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 ANÁLISE QUANTITATIVA

A Figura 7, nos apresenta o percentual de pessoas por faixa etária entrevistadas, aonde

podemos perceber que a maioria se encontra entre 31 e 40 anos, faixa etária esta onde já

começam a perceber mais claramente o tema deste artigo, pois convivem constantemente com

algum caso.

Figura 7: Gráfico referente ao percentual entrevistadas por faixa etária

Fonte: A Autora

Conforme as perguntas foi possivel chegar ao gráfico da Figura 8, aonde podemos

perceber até que ponto as pessoas entrevistadas envistiriam em acessibilidade no caso de

construir uma nova residência.

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Figura 8: Gráfico referente ao percentual de gasto com acessibilidade

Fonte: A Autora

4.2 ANÁLISE QUALITATIVA

Após levantado os dados com as pessoas entrevistadas, separadas por suas diferentes

faixas etárias, classes sociais e grau de estudo. Os dados revelam que a maioria das pessoas

não possuem claro esclarecimento do que se trata acessibilidade e muito menos até que ponto

ela pode ser desfrutada. As pessoas tem como compreendimento que acessibilidade serve

somente para pessoas com portadoras de deficiencia física, que seria a questão de rampas de

acesso para cadeirantes, vagas de estacionamento, corrimões. Na parte de design de interiores

as mesmas não possuem nem noção como poderia ser.

Quando foram questionadas sobre como construiriam suas casas, antes de ser explicado o

que seria a acessibilidade, a maioria das pessoas comentou que gostaria de ter suas casas com

dois pavimentos, levando em consideração somente a parte estética de sua residência. Após a

explicação da abrangencia do tema em questão, as pessoas compreenderam melhor, mudando

sua forma de pensar. Estando dispostas a fazer modificações no seu projeto inicial, algumas

permaneceriam com a casa de dois pisos, mas deixariam uma válvula de escape em caso de

necessidade e investiriam principalmente em fazer ambientes mais amplos e com portas

maiores, principalmente em banheiros (onde hoje é comum a porta ser de 70cm), que no caso

de utilização de andador, cadeira de rodas imposibilitaria o uso.

Observou-se também o grande preconceito que as pessoas possuem pelo termo “Pessoa

Portadora de Deficência Física”, aonde muitas comentaram que não gostariam de ser

denominadas desta forma, caso tivesem em algum momento de suas vidas nessas condições.

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Estes dados mostram a necessidade de maiores esclarecimentos referente a acessibilidade

em diversos patamares, visto que as pessoas não estão percebendo o aumento destas

necessidade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo possibilita aos interessados uma visão mais abrangente das interrelações

dos vários temas abordados, propiciando maior informação, por meio de alguns conceitos

para que haja a possibilidade de construção de residências mais afinadas com a o conceito de

arquitetur a acessível. Neste sentido, foi possível observar as características principais de cada

um dos temas bem como a já citada inter-relação dos mesmos. Pôde-se ainda, constatar a

importância de um trabalho sócio-cultural, onde os estudos sobre a produção da arquitetura e

acessibilidade passam por aspectos não só técnicos, mas também por outros de ordem

subjetiva, muitos deles de competência social. O tema é carente de estudos aprofundados onde

se possa averiguar de forma metodológica os principais pontos levantados neste ensaio:

construção de forma acessível, cultura, individualidade. A principal contribuição deste artigo

é justamente incitar a temática, para as pessoas tanto profissionais da área, assim como a

população em geral se questionem seu papel social e discutam uma forma para obtermos uma

arquitetura que venha de encontro com a melhor forma de viver do ser humano.

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pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos:

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