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Art déco

• Art déco = arte decorativa

• Sinônimo de moderno, industrial, cosmopolita e exótico

• Estruturação compositiva cubista com temática fora da

tradição greco-romana ocidental, ou seja, da Malásia,

vietnamita, arte egípcia assim como a dos povos nativos das

Américas e da África.

• No Brasil Art Déco converge com o nacionalismo modernista

absorvendo temas indígenas - flora, fauna e motivos

geométricos.

Pioneiros do estilo

• Vicente do Rego Monteiro, Antônio Gomide e John Graz

• Atuaram não só na pintura, como na produção de objetos de

decoração e arquitetura de interiores, como vitrais e painéis

pintados com temas alegóricos decorativos, abajures, tapetes

e almofadas.Cristo Redentor, o maior

ornamento Art Déco do mundo.

Construído entre 1922 e 1933.

Figura Sentada, de Vicente doRego Monteiro

Vicente do Rego Monteiro

Vendedor de Frutas

óleo sobre tela 69 x 79 cm

Contexto

Ainda muito presos ao academicismo e às influências francesas da BelleÉpoque

Preocupação com a identidade nacional, com uma nova alteridade Reflexos do pós guerra I Guerra Mundial e pela proximidade dos festejos

do primeiro centenário da Independência. Rev. Russa de 1917: injustiças, problemas de classes, o proletariado Anarquismo italiano de 1920: vindo com os imigrantes Ideias de liberdade de expressão

Repensar a história, a arte e a cultura do Brasil: quem é o brasileiro?MESTIÇO

Forte processo de URBANIZAÇÃO, INDUSTRILAIZAÇÃO e IMIGRAÇÃO —de SÃO PAULO

Projeto de hegemonia política-econômica de São Paulo 1920 Jovens Futuristas ----> contato com Victor Brecheret polariza o

pensamento moderno em relação às vanguardas mundiais.

As vanguardas europeias:

• Futurismo: primeiro movimento de vanguarda, caracteriza-se pelo interesse ideológico na

arte. Sua produção preconiza a subversão radical da cultura e dos costumes, negando o

passado em sua totalidade e pregando a adesão à pesquisa metódica e à experimentação

estilística e técnica. A velocidade é a sua principal característica.

• Cubismo: resultado das experiências de Pablo Picasso (1881 – 1973) e de Georges Braque

(1882 – 1963), esteve, inicialmente, ligado à pintura e teve por princípio a valorização das

formas geométricas. Na literatura, caracteriza-se pela fragmentação da linguagem e

geometrização das palavras, dispostas no papel de maneira aleatória a fim de conceber

imagens.

• Expressionismo: tem como herança a arte do final do século 19 e valoriza aquilo que

chama de expressão: a materialização criativa (na tela ou no papel) de imagens geradas no

mundo interior do artista.

• Surrealismo: como o Expressionismo, preocupa-se com a sondagem do mundo interior, a

liberação do inconsciente e a valorização do sonho. Esse fascínio pelo que transcende a

realidade aproxima os surrealistas das ideias do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856

– 1939).

• Dadaísmo: surgido em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), constitui um

grito de revolta contra o capitalismo burguês e o mundo em guerra. Por isso, os dadaístas

são contra as teorias e ordenações lógicas.

Semana da Arte Moderna de 192215, 16 e 17 de Fevereiro, São Paulo

Antecedentes.

• A exposição de Lasar Segall, em 1913 (pouco repercutida / marca contato com

a vanguarda Alemã)

• A exposição de Anita Malfatti, em dezembro de 1917 e Janeiro de 1918

“Causa? Paranóia ou mistificação?”

¨Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes,

através de uma obra torcida em má direção, se notam tantas e tão preciosas

qualidades latentes. Percebe-se, de qualquer daqueles quadrinhos, como a

sua autora é independente, como é original, como é inventiva¨

E acrescenta que, seduzida por teorias modernas, ela deixou sua arte

descambar para um novo tipo de caricatura.

• Crítica de Monteiro Lobato à exposição de Anita Malfatti

Monteiro Lobato Anita Malfatti

A Semana.• Pensada por Di Cavalcanti como um evento que

causasse impacto e escândalo

• Mário de Andrade: o idealizador, o pensador, ofilósofo

Poemas Ode aoBurguês, da obraPauliceia Desvairada

• Oswald de Andrade: o agitador cultural, opatrocinador da semana

• Tarsila do Amaral: exposição do quadroAbaporu, nome dado por Raul Bopp

• Manuel Bandeira: apesar de não tercomparecido à semana de 1922 por motivos desaúde, enviou um poema manifesto de reaçãoaos parnasianos para ser declamado na aberturado evento:

Os Sapos

Heitor Villa-Lobos: ópera Guarani (Reproduçãoem português)

Cartaz de divulgação feito

por Vicente do Rego

Monteiro

Cartaz de divulgação feito por

Di Cavalcante

Objetivos

• Renovação do pensamento através do choque, da ironia, daagressividade à Burguesia em ascensão

• Dar protagonismo ao prosaico, ao cotidiano, comum, popular, real

• Linguagem coloquial: a antisintaxe, desconstrução da gramática edesapego da pontuação

• Distanciar-se das idealizações europeias e do alheamento parnasiano

• Repensar o Brasil:

História

Expressões artísticas: canção, literatura,arquitetura, artes plásticas

Cultura e identidade: a miscigenação

Mudança econômica: III Rev. Industrial eurbanização veloz e violenta

Vanguardas brasileiras.A. Pau-Brasil: Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de 1924, defendia uma ironia

contra o bacharelismo, lutava por uma nova linguagem sem erudição e apela descoberta do popular, do cotidiano, dos elementos verdadeiramentebrasileiros

B. Antropofagia cultural: inspirado em uma pintura de Tarsila do Amaral,Abaporu, que em guarani significa “o comedor de gente”, oferecida a Oswaldde Andrade em 1928, ano em que cria A Revista de Antropofagia. Era ummovimento que defendia o agregar a cultura do outro, misturar, “comer” acultura do outro.

C. Verde-Amarelo: fazia uma oposição ao primitivismo destruidor e debochadode Oswald de Andrade, reforçando o Sentido de Brasilidade, o nacionalismoconservador e uma visão direitista no plano social.

I Geração Modernista

• Oswald de Andrade – o agitadorcultural

• Mário de Andrade – o pensador,idealizador do movimentomodernista brasileiro

• Manuel Bandeira: não participou daSemana de 1922, mas enviou umpoema manifesto contra a arteparnasiana

• Artistas de todas a expressões:

canção: Heitor Villa-Lobos

artes plásticas: Anita Malfatti eTarsila do Amaral

Mário de Andrade (primeiro à esquerda, no

alto), Rubens Borba de Moraes (sentado,

segundo da esquerda para a direita) e outros

modernistas em 1922, dentre os quais (não

identificados) Tácito, Baby, Mário de Almeida e

Guilherme de Almeida e Yan de Almeida Prado

Forte reação ao Parnasianismo

Os sapos

Manuel Bandeira

Enfunando os papos,

Saem da penumbra,

Aos pulos, os sapos.

A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,

Berra o sapo-boi:

― "Meu pai foi à guerra!"

― "Não foi!" ― "Foi!" ― "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,

Parnasiano aguado,

Diz: ― "Meu cancioneiro

É bem martelado.

Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.

O meu verso é bom Frumento sem joio. Faço rimas com Consoantes de apoio.

Vai por cinquenta anos Que lhes dei a norma: Reduzi sem danos A fôrmas a forma.

Clame a saparia Em críticas céticas:Não há mais poesia, Mas há artes poéticas..."

Urra o sapo-boi: ― "Meu pai foi rei!" ― "Foi!" ― "Não foi!" ― "Foi!" ― "Não foi!".

Brada em um assomo O sapo-tanoeiro: ― A grande arte é como Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário. Tudo quanto é belo, Tudo quanto é vário, Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas (Um mal em si cabe), Falam pelas tripas, ― "Sei!"― "Não sabe!" ― "Sabe!".

Longe dessa grita, Lá onde mais densa A noite infinita Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo, Sem glória, sem fé, No perau profundo E solitário, é

Que soluças tu, Transido de frio, Sapo-cururu Da beira do rio...

Ode ao BurguêsMário de Andrade

Eu insulto o burguês! O burguês-níquelo burguês-burguês!A digestão bem-feita de São Paulo!O homem-curva! O homem-nádegas!O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!Eu insulto as aristocracias cautelosas!Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!Que vivem dentro de muros sem pulos,e gemem sangue de alguns mil-réis fracospara dizerem que as filhas da senhora falam o francêse tocam os “Printemps” com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!Fora os que algarismam os amanhãs!Olha a vida dos nossos setembros!Fará sol? Choverá? Arlequinal!Mas as chuvas dos rosaisO êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!Morte às adiposidades cerebrais!Morte ao burguês-mensal!Ao burguês-cinema! Ao burguês-tiuguiri!

Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos?_ Um colar... _ Conto e quinhentos!!!

_ Más nós morremos de fome!

Come! Come-te a ti mesmo, oh! Gelatina pasma!Oh! Purée de batatas morais!Oh! Cabelos na ventas! Oh! Carecas!Ódio aos temperamentos regulares!Ódio aos relógios musculares! Morte á infâmia!Ódio à soma! Ódio aos secos e molhadosÓdios aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,sempiternamente as mesmices convencionais!

De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!

Dois a dois! Primeira posição! Marcha!

Todos para a central do meu rancor inebriante!

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!

Morte ao burguês de giolhos,

cheirando religião e que não crê em Deus!

Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!

Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burguês!..

Ode ao Burguês é um dos

célebres poemas de Mário de

Andrade que compõe sua obra

máxima, considerada como um

dos manifestos modernistas,

Pauliceia Desvairada.

Anita Malfatti - A Boba, 1915/16 Anita Malfatti - Torso/Ritmo, 1915/16

Anita Malfatti

O homem Amarelo A mulher de cabelo verdes

Mulatas e Flor

Baile Popular

Di Cavalcante

Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral - Abapuru,

1928.

Tupi or not tupi.

Tarsila do Amaral – Operários, 1933

A Cuca, 1924Antropofagia

Tarsila do Amaral

A moreninha, por Tarsila do Amaral 1886-1973

O Beijo, escultura de

Victor Brecheret

A obra "Tocadora de

Guitarra", de Victor Brecheret,

faz parte do acervo do espaço

Victor Brecheiret

1930 - 1940 Rotinização e sistematização das Vanguardas

Artistas afastados dos centros eruditos e do exterior, conhecimento provém dos

mestres de ateliês e de centros profissionalizantes de artes e ofício.

Os artistas desta geração são operários e artesãos que vivem com dificuldades,

que trabalham em outros ofícios para se sustentar.

Surgem as Associações e os grupos de artistas

São Paulo - Salões de Maio, Grupo Santa Helena, Família Artística Paulista,

Sindicato dos Artista Plásticos, Osirarte, Grupo dos 19, Grupo dos 15 ou Jacaré,

Grupo Guanabara, Sociedade Pro- Arte Moderna e Clube dos Artista Modernos.

Rio de Janeiro - Salão Revolucionário, Núcleo Bernadeli, Grupo Flor de Abacate

ou Guignard, Grupo dos Dissidentes e o Grupo Portinari.

Belo Horizonte - Escolinha Gingnard

Modernidade Brasileira

Mestiço - 1934 - Óleo

sobre tela - 81x61 cm

1934 - O Café

Candido Portinari

Candido Portinari

Cândido Portinari, Os Retirantes, 1944, óleo sobre tela, MASP, São Paulo.

Cândido Portinari, Criança Morta, série

Os Retirantes, 1944, óleo sobre tela.

Guernica, Pablo Picasso – 1937.A obra é uma das mais emblemáticas sobre os horrores da II Guerra Mundial.Representa o bombardeio realizado por tropas aéreas alemãs à cidadeespanhola de Guernica em 26 de abril de 1937.

CUBISMO Europeu

Grande Composition, 1949. A guerra civil africana, violentíssima, tribal e que

serviu como referência cultural e social para muito da identidade africana.

Cubismo Africano, que inicia muito antes do europeu.