Entrevista com Marcio Alves Roiter sobre o primeiro Congresso Mundial Art Déco

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SALVADOR SEXTA-FEIRA 24/6/2011 5 2 ENTREVISTA Márcio Alves Roiter NÃO É SÓ TOMBAR E DEIXAR ABANDONADO, SENÃO VAI ACABAR CAINDO AOS PEDAÇOS PEDRO FERNANDES De 14 a 21 de agosto, o Rio de Janeiro será a primeira cidade na América Latina a receber o Congresso Mundial Art Déco, que acontece a cada dois anos e está na 11ª edição. O estilo nas- cido nos anos 1920 é caracte- rizado por suas formas geomé- tricas e linhas arrojadas. Para falar sobre a preservação de edi- ficações , o organizador do con- gresso, Márcio Alves Roiter, pre- sidente do Instituto Art Déco Brasil concedeu entrevista por telefone ao Caderno 2+. Apesar de o Rio ser um grande celeiro desse movimento, por ser a ca- pital brasileira na época em que ele nasceu, Roiter lembra que o estilo está presente em diversas capitais, como Salvador, e mes- mo em cidades do interior do Brasil. Quais serão as principais dis- cussões do Congresso? O mais relevante é a tomada de posição em relação a esse patrimônio, essa herança cul- tural, arquitetônica e imate- rial, porque envolve a ques- tão da música, da dança e do vestuário. Quantos filmes art déco brasileiros da década de 1930 estão disponíveis para serem vistos? Quase nada. E o patrimônio arquitetural vai por aí. Salvador é um lugar onde existem coisas como o Cine Jandaia, que precisam que alguém tome uma po- sição. O Rio de Janeiro tam- bém, prédios e mais prédios são demolidos ou desfigura- dos, o que, na minha opinião, é até pior. Quando você põe abaixo, deixa de ver, mas quando reforma, modifica e você ainda pode lembrar o que era antes, é muito triste também. Como tem sido esse trabalho de preservação do patrimônio em outros países? Só a partir de 1976, com a primeira Art Decó Society, é que o mundo passou a dar atenção a isso. O bairro art déco de Miami, que todos ho- je cultuam, é muito bonito e é explorado turisticamente pela cidade. Quando você sai do aeroporto vê logo uma placa: Art déco disctrict. Mas, em 1976, aquilo tudo iria abaixo se não fosse esse gru- po de pessoas que fundaram a Art Déco Society em Miami, que foi a primeira de mais de 30 que existem hoje pelo mundo. No Rio, a gente fun- dou em 2005 o Instituto Art Déco Brasil, que está orga- nizando o Congresso que acontece pela primeira vez na América Latina, e pela primei- ra vez será falado em línguas não-inglesas. Vamos falar português, francês, espa- nhol, com gente da Argen- tina, vamos também falar português de Portugal com o Ruy Afonso, que vai falar do seu país, que também é cheio de art déco, mas que também está abandonadíssimo. O estilo é muito expressivo no Rio, mas encontra bons exem- plares no resto do País? Em Salvador, há vários mo- numentos art déco. O Eleva- dor Lacerda, por exemplo. A própria sede de A TARDE, da Castro Alves, também é. O edifício Oceania, meu Deus! Salvador, Rio, Belo Horizon- te, São Paulo nem se fala. Vamos até realizar um pré-congresso lá. Porto Ale- gre, Goiânia, cidades que a gente nem ouve falar e que são celeiros de art déco. Acho que essas cidades precisam ser olhadas. A influência art déco chegou também em cidades menores, não apenas nas capitais. Claro, o art déco sertanejo. A gente vai ter uma palestran- te, chamada Lia Monica Ros- si, que vai falar sobre esse tema. Você se surpreende com os lugares, como Cam- pina Grande, onde o tema da preservação tem sido levan- tado. Embora a situação de preservação não seja de ca- lamidade, temos que alertar o brasileiro. Ele sõ se dá conta de que a coisa é importante quando percebe que o mun- do está de olho. O tombamento é o caminho? Sim, mas não é suficiente. Ele tem que ser simultâneo a ou- tras ações, como a mudança de uso. Você tem um cinema antigo imenso, mas que nin- guém mais consegue man- ter, e você divide em cinco salas, para dar lucro. Eu não posso ser contra a essas mu- danças de uso, ninguém po- de. Você pode pegar um pré- dio que por dentro está aban- donado, dar novos usos, mas deixar a cara dele preserva- da, é o futuro. É dar vida ao local. Sim. Não é só tombar e deixar abandonado, senão vai aca- bar tombando mesmo, cain- do aos pedaços. São atitudes que devem ser tomadas em conjunto. No caso de edifícios residen- ciais, alguns proprietários aca- bam contra o tombamento. Co- mo explica essa mentalidade? As pessoas demoram a en- tender que elas estão moran- do num lugar que tem a im- portância de patrimônio cul- tural, que marca uma época. Da mesma forma que você não vai demolir uma igreja do século 19, você não pode de- molir um prédio dos anos 1920, 30. Daqui a mais al- guns anos, eles terão a mes- ma importância que uma igreja do século 19. São fatias de uma história que não po- dem ser colocadas num pa- tamar abaixo. No Rio, os mo- radores de prédios dessa épo- ca estão cada vez mais cons- cientes da importância da preservação. No que o art déco brasileiro difere da vertente europeia? O Brasil conseguiu ter um art déco nacional. Tem um exem- plo aí perto de vocês, que é o Instituto do Cacau. É um pré- dio espetacular, que apresen- to em todas as minhas pa- lestras. Ele é superarrojado, com linhas aerodinâmicas e, por dentro, é uma coisa fan- tástica, cinematográfica, de relevos reproduzindo moti- vos marajoaras. Poucos país- ses tiveram esse privilégio de ter um art déco com carac- terísticas genuinamente na- cionais. Se você for olhar, as linhas marajoaras pres- tam-se perfeitamente ao vo- cabulário do estilo, que é bem geometrizado. E muita gente não sabe disso. A partir do momento que ela conhece a história, ela se preocupa em preservar. Ultimamente, o estilo tem sido revisitado com uma certa cons- tância. Eu nunca vi tanta citação, é uma fonte inesgotável, que está na moda agora. Tem uma empresa de Minas, cha- mada Patachou, que se ins- pirou no edifício Biarritz, que é um dos ícones do estilo no Rio de Janeiro. Imagine, uma coleção de moda inspirada num prédio! Nesse caso, não se trata apenas de olhar para o passado. O es- tilo ainda diz muito sobre nos- sos dias. Não tem nada de nostalgia. Não é “ah, vamos preservar a casa da vovó”. Os prédios eram espaçosos, sólidos, bem iluminados. É lição para o presente. Quem não conhe- ce o passado não vai saber nada do futuro. Divulgação Em Salvador, há vários monumentos art déco. O Elevador Lacerda, a sede de A TARDE, da Praça Castro Alves As pessoas demoram a entender que estão morando num lugar que é um patrimônio cultural EDIFÍCIO DOURADO Construído em 1938, o prédio residencial, localizado na Graça, foi tombado pelo IPAC em 2008. Tem dois blocos iguais e simétricos, separados por um corpo central, composto por dois cilindros destacados no nível do térreo. INSTITUTO DO CACAU Exemplar de art déco marajoara, foi inaugurado em 1937, pelo governador Juraci Magalhães, na região do Comércio. Por fora, linhas retas e cantos arredondados. Por dentro, painéis de inspiração indígena. EDIFÍCIO OCEANIA Erguido em 1943, foi tombado em 2008. É considerado o primeiro prédio voltado para a Baía de Todos os Santos e também o primeiro “arranha-céu”. Tem estilo sóbrio e imponente, como pede o art déco. Marco Aurélio Martins / Ag A TARDE Raul Spinassé/ Ag. A TARDE Thiago Teixeira / Ag. A TARDE

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De 14 a 21 de agosto, no Rio de Janeiro.

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Page 1: Entrevista com Marcio Alves Roiter sobre o primeiro Congresso Mundial Art Déco

SALVADOR SEXTA-FEIRA 24/6/20114 SALVADOR SEXTA-FEIRA 24/6/2011 52 2ENTREVISTA Márcio Alves Roiter

NÃO É SÓ TOMBAR E DEIXAR ABANDONADO,SENÃO VAI ACABAR CAINDO AOS PEDAÇOSPEDRO FERNANDES

De 14 a 21 de agosto, o Rio deJaneiro será a primeira cidadena América Latina a receber oCongresso Mundial Art Déco,que acontece a cada dois anos eestá na 11ª edição. O estilo nas-cido nos anos 1920 é caracte-rizado por suas formas geomé-tricas e linhas arrojadas. Parafalar sobre a preservação de edi-ficações , o organizador do con-gresso, Márcio Alves Roiter, pre-sidente do Instituto Art DécoBrasil concedeu entrevista portelefone ao Caderno 2+. Apesarde o Rio ser um grande celeirodesse movimento, por ser a ca-pital brasileira na época em queele nasceu, Roiter lembra que oestilo está presente em diversascapitais, como Salvador, e mes-mo em cidades do interior doBrasil.

Quais serão as principais dis-cussões do Congresso?

O mais relevante é a tomadade posição em relação a essepatrimônio, essa herança cul-tural, arquitetônica e imate-rial, porque envolve a ques-tão da música, da dança e dovestuário. Quantos filmes artdéco brasileiros da década de1930 estão disponíveis paraserem vistos? Quase nada. Eo patrimônio arquitetural vaipor aí. Salvador é um lugaronde existem coisas como oCine Jandaia, que precisamque alguém tome uma po-sição. O Rio de Janeiro tam-bém, prédios e mais prédiossão demolidos ou desfigura-dos,oque,naminhaopinião,é até pior. Quando você põeabaixo, deixa de ver, masquando reforma, modifica evocê ainda pode lembrar oque era antes, é muito tristetambém.

Como tem sido esse trabalho depreservação do patrimônio emoutros países?

Só a partir de 1976, com aprimeira Art Decó Society, éque o mundo passou a daratenção a isso. O bairro artdéco de Miami, que todos ho-je cultuam, é muito bonito eé explorado turisticamentepela cidade. Quando você saido aeroporto vê logo umaplaca: Art déco disctrict. Mas,em 1976, aquilo tudo iriaabaixo se não fosse esse gru-po de pessoas que fundarama Art Déco Society em Miami,que foi a primeira de mais de30 que existem hoje pelomundo. No Rio, a gente fun-dou em 2005 o Instituto ArtDéco Brasil, que está orga-nizando o Congresso queacontece pela primeira vez naAméricaLatina,epelaprimei-ra vez será falado em línguasnão-inglesas. Vamos falarportuguês, francês, espa-nhol, com gente da Argen-tina, vamos também falarportuguês de Portugal com oRuy Afonso, que vai falar doseu país, que também é cheiodeartdéco,masquetambémestá abandonadíssimo.

O estilo é muito expressivo noRio, mas encontra bons exem-plares no resto do País?

Em Salvador, há vários mo-numentos art déco. O Eleva-dor Lacerda, por exemplo. Aprópria sede de A TARDE, daCastro Alves, também é. Oedifício Oceania, meu Deus!Salvador, Rio, Belo Horizon-te, São Paulo nem se fala.Vamos até realizar umpré-congresso lá. Porto Ale-gre, Goiânia, cidades que agente nem ouve falar e quesão celeiros de art déco. Achoque essas cidades precisamser olhadas.

A influência art déco chegoutambém em cidades menores,não apenas nas capitais.

Claro, o art déco sertanejo. Agente vai ter uma palestran-te, chamada Lia Monica Ros-

si, que vai falar sobre essetema. Você se surpreendecom os lugares, como Cam-pina Grande, onde o tema dapreservação tem sido levan-tado. Embora a situação depreservação não seja de ca-lamidade, temos que alertaro brasileiro. Ele sõ se dá contade que a coisa é importantequando percebe que o mun-do está de olho.

O tombamento é o caminho?Sim, mas não é suficiente. Eletem que ser simultâneo a ou-tras ações, como a mudançade uso. Você tem um cinemaantigo imenso, mas que nin-guém mais consegue man-ter, e você divide em cincosalas, para dar lucro. Eu nãoposso ser contra a essas mu-danças de uso, ninguém po-de. Você pode pegar um pré-

dio que por dentro está aban-donado, dar novos usos, masdeixar a cara dele preserva-da, é o futuro.

É dar vida ao local.Sim.Nãoésótombaredeixarabandonado, senão vai aca-bar tombando mesmo, cain-do aos pedaços. São atitudesque devem ser tomadas emconjunto.

No caso de edifícios residen-ciais, alguns proprietários aca-bam contra o tombamento. Co-mo explica essa mentalidade?

As pessoas demoram a en-tender que elas estão moran-do num lugar que tem a im-portância de patrimônio cul-tural, que marca uma época.Da mesma forma que vocênãovaidemolirumaigrejadoséculo 19, você não pode de-molir um prédio dos anos1920, 30. Daqui a mais al-guns anos, eles terão a mes-ma importância que umaigreja do século 19. São fatiasde uma história que não po-dem ser colocadas num pa-tamar abaixo. No Rio, os mo-radoresdeprédiosdessaépo-ca estão cada vez mais cons-cientes da importância dapreservação.

No que o art déco brasileirodifere da vertente europeia?

O Brasil conseguiu ter um artdéconacional.Temumexem-plo aí perto de vocês, que é oInstituto do Cacau. É um pré-dio espetacular, que apresen-to em todas as minhas pa-lestras. Ele é superarrojado,com linhas aerodinâmicas e,por dentro, é uma coisa fan-tástica, cinematográfica, derelevos reproduzindo moti-vos marajoaras. Poucos país-ses tiveram esse privilégio deter um art déco com carac-terísticas genuinamente na-cionais. Se você for olhar, aslinhas marajoaras pres-tam-se perfeitamente ao vo-cabuláriodoestilo,queébemgeometrizado. E muita gentenão sabe disso. A partir domomento que ela conhece ahistória, ela se preocupa empreservar.

Ultimamente, o estilo tem sidorevisitado com uma certa cons-tância.

Eu nunca vi tanta citação, éuma fonte inesgotável, queestá na moda agora. Temuma empresa de Minas, cha-mada Patachou, que se ins-pirou no edifício Biarritz, queé um dos ícones do estilo noRio de Janeiro. Imagine, umacoleção de moda inspiradanum prédio!

Nesse caso, não se trata apenasde olhar para o passado. O es-tilo ainda diz muito sobre nos-sos dias.

Não tem nada de nostalgia.Não é “ah, vamos preservar acasa da vovó”. Os prédioseram espaçosos, sólidos,bem iluminados. É lição parao presente. Quem não conhe-ce o passado não vai sabernada do futuro.

Divulgação

Em Salvador, hávários monumentosart déco. O ElevadorLacerda, a sede deA TARDE, da PraçaCastro Alves

As pessoasdemoram aentender que estãomorando numlugar que é umpatrimônio cultural

EDIFÍCIO DOURADO

Construído em 1938, o prédioresidencial, localizado naGraça, foi tombado pelo IPACem 2008. Tem dois blocosiguais e simétricos, separadospor um corpo central,composto por dois cilindrosdestacados no nível do térreo.

INSTITUTO DO CACAU

Exemplar de art décomarajoara, foi inaugurado em1937, pelo governador JuraciMagalhães, na região doComércio. Por fora, linhasretas e cantos arredondados.Por dentro, painéis deinspiração indígena.

EDIFÍCIO OCEANIA

Erguido em 1943, foitombado em 2008. Éconsiderado o primeiro prédiovoltado para a Baía de Todosos Santos e também oprimeiro “arranha-céu”. Temestilo sóbrio e imponente,como pede o art déco.

Marco Aurélio Martins / Ag A TARDE

Raul Spinassé/ Ag. A TARDE

Thiago Teixeira / Ag. A TARDE

LANÇAMENTO Zeca Pagodinho e Ed Mottaparticipam do novo CD de Arlindo Cruz

Batuques paradeclarar amor àfamília, ao povoe ao sambaCYDA BRITO

Há bons motivos para o sam-bista Arlindo Cruz comemorar.Com 30 anos de carreira, temquase 600 composições no cur-rículo, é um dos artistas maisrequisitados para participar deprogramas de TV e está lançan-do o seu 22º CD, intitulado Ba-tuques e Romances (Sony Mu-sic), com as participações de Ze-ca Pagodinho e Ed Motta.

“Eu sou um batuqueiro e gos-to de todos os batuques. Vou àroda de samba, ao pagode, aocandomblé e à bateria de escolade samba. Vejo o Brown, a Tim-balada, enfim, tudo que tem asonoridade de batuque. E souromântico porque as minhasmúsicas têm como temática oamor”, explica Arlindo Cruz, so-bre a escolha do nome do seunovo álbum.

Em Batuques e Romances,Cruz deixou de lado o seu banjoe deu o lugar para o músico FredCamacho. As letras do novo ál-bum são verdadeiras declara-ções de amor ao samba, à fa-mília, “e ao povo também”, afir-ma o cantor. “São mensagensque mais parecem uma reza,uma prece, que também estãoligadas a uma questão social”.

Com a música de trabalho OBem, ele revela o que quer pas-sar de especial para os seus fãs:“Alegria, muita alegria e o amor

ao próximo”. Para o músico, ootimismo pode fazer a diferen-ça. ”Nós precisamos acreditarque, fazendo o bem, estaremosconstruindo um mundo melhor,onde há conscientização com aágua do planeta, com a nossaselva e onde o menor abando-nado e os idosos carentes sãoassistidos”, afirma o cantor, quedemonstra a sua fé em Oferen-das, “uma homenagem à Ie-manjá, como a grande mãe doBrasil”.

ConvidadosO compadre Zeca Pagodinhoparticipa da música Meu Poeta.“O Zeca é como os móveis eutensílios. É um cara que per-tence à gente, pertence ao nos-so ambiente”, brinca Cruz.

Segundo ele, os parceiros delonga data têm uma boa inte-ração musical. “Quando a gentesenta para compor, em meia ho-ra, a música já está pronta”.

A canção Bancando o Durãofoi escolhida para Ed Motta porcausa do seu estilo: “Um sambaque tem uma tendência maisamericanizada, com influênciano jazz e no blue”.

Quem também marcou pre-sença nas batucadas românticasfoi o comediante Hélio de laPeña (Casseta & Planeta). Comum humor sofisticado, resultouem Citações/ Cleptomaria. Aparceria não é antiga, mas o

trabalho dos dois já é conhecidoem todo Brasil.

Exposição“A partir da vinheta da Globa-lização (da Rede Globo), nós co-meçamos a compor juntos. Hojeeu brinco dizendo que se elecontinuar compondo, eu vou ti-raraquelesolhosverdeseelevaivirar um crioulo de verdade”, diz

o sambista, entre risos.Alémdavinhetaglobal,ocan-

tor esteve presente nos domin-gos da telinha, comandando abanda do programa Esquenta!.“Tamanha exposição fez au-mentar o público do samba. Ho-je, posso dizer que o meu pú-blico é de 8 a 80 anos”.

Com o trabalho reconhecido,ele também acredita em ama-

durecimento artístico. “Hoje euinterpreto melhor as minhasmúsicas, estou me sentindomais cantor, antes eu era ba-sicamente um compositor”, ad-mite Cruz, que já teve compo-sições interpretadas por artistascomo Beth Carvalho, Zeca Pa-godinho e Alcione.

O cantor também atribui acrescente receptividade do sam-ba à quebra do preconceito emrelaçãoaogêneromusical.“Pre-conceito está fora de moda to-tal. Tem que tratar com precon-ceito quem tem preconceito e osamba se distancia de qualquertipo de discriminação”.

Cristina Granato / Divulgação

Comparticipaçãoem programasde TV, públicopassou a serde todas asfaixas etárias

ARLINDO CRUZ

Batuques e Romances SONY / R$ 25

CURTAS

Yoko Ono cria obradedicada às viúvas

A artista Yoko Ono criou umaobra para a fachada do edifícioda Assembleia Geral da sede daONU, em Nova York. É uma ho-menagem às mulheres viúvasdo mundo todo que consiste naprojeção de uma série de fo-tografias de mães e filhos. "Es-colhi um trabalho que faz partedo meu projeto My Mommy isBeautiful, que convida todos amostrarem o amor por suasmães", disse Yoko, na apresen-tação do trabalho, na quar-ta-feira. Yoko é viúva do cantore compositor John Lennon(1940-1980).

Andrés Lamartino / EFE

A viúva de John Lennon na sededa ONU na última quarta-feira

TWITTER.COM / CCALLIGARIS, CONTARDO

CALLIGARIS, ESCRITOR E PSICOTERAPEUTA

“Alguns não estãonunca presentesnos eventos de suaprópria vida. É bomnão se deixarseduzir por essaparte sempreausente”

“Estou amando Oque Eu Amava, deSiri Hustvedt”

Edital para o projetoQuarta que Dança

Estão abertas até o dia 1º deagosto as inscrições para o edi-tal Quarta Que Dança, da Fun-dação Cultural do Estado da Ba-hia (FUNCEB). São quatro li-nhas: apresentações de espe-táculos de dança (R$ 8 mil),intervenções urbanas (R$ 6mil), dança de rua (R$ 6 mil) etrabalhos de dança em proces-so de criação (R$ 5 mil). Osselecionados devem realizartrês apresentações na capital eno interior. Mais informaçõesno site: http://www.fundacao-cultural.ba.gov.br ou pelo (71)3116-6863.

CURTAS

Amanhã é dia de jazz no Solar do Unhão

De bobeira em Salvador nesteferiadão? A Banda Base, for-mada por Ivan Huol, Ivan Bas-tos, André Becker, André Ma-galhães, Rowney Scott, GabiGuedes, Paulo Mutti, OrlandoCosta e Joatan Nascimento, agi-ta o jazz no MAM, amanhã. Oprojeto mais assíduo do calen-dário cultural da cidade farámais uma de suas sessões se-manais no Museu de Arte Mo-derna da Bahia, a partir das 18horas. Como segue à risca oestilo jam session, ela permitea participação de músicos que,sem ensaio prévio, tocam con-forme a regra número um do

jazz: tema e improvisação. OMuseu de Arte Moderna fica naAv. Contorno e o ingresso custaR$ 5 e R$ 2,50 (meia).

A Jam do MAM éum espaço abertoà participação demúsicos quefazem belasimprovisações

Diamba comemora15 anos com shows

A Diamba está completando 15anos de carreira e, para marcara data, o grupo traz inovaçõese aposta em novos projetos. Nomês de julho, a banda retornaaos palcos numa temporada deshows semanais (toda sexta),no Farol do Rio Vermelho, às 22horas, na rua Dr. Odilon Santos,244, próximo à Fonte do Boi. ADiamba traz em seu históricotrês CDs e um DVD, gravados deforma independente. No 2º se-mestredesteano,ogrupolançao seu 4º CD. Em novembro elestrazem de volta o projeto TeEncontro no Pelô.

Fernanda Sajuan / Divulgação

A Diamba vai lançar o seu quarto CD no segundo semestre

Cinemark exibeVincere no Cine Cult

Até 30 de junho, o Cine Cult daRede Cinemark exibe o dramaVincere, de Marco Bellocchio,no Salvador Shopping. Sempreàs 11h, o espectador poderáassistir ao filme pagando entreR$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)pelo ingresso, qualquer dia dasemana – inclusive no sábado eno domingo. O Cine Cult surgiucomo uma forma de ofereceraos moradores de Salvador eregião uma programação alter-nativa, mas com a mesma qua-lidade do que já é exibido noscinemas da Rede Cinemark emtodo o Brasil.

O cantor tambématribui a crescentereceptividade dosamba à quebra dopreconceito emrelação ao gênero

Contigo lança PrêmioTalentos em Salvador

A Contigo! está lançando o 1ºPrêmio de Talentos do Brasil,que irá prestigiar e revelar ascelebridades regionais do Bra-sil. A capital baiana será a pri-meira a entregar o prêmio. Se-rão10categorias:ArquiteturaeDecoração, Artes Cênicas, Be-leza, Empresariado, Esporte,Gastronomia, Moda, Música eSociedade e Sustentabilidade.O ganhador de cada uma delasserá revelado no dia 29 de ju-lho. O Prêmio Contigo! Talentosdo Brasil também será realiza-do em Fortaleza, Belo Horizon-te, Recife e Porto Alegre.

TELEVISÃO

Às vezes vítima, às vezes vilã, Normamata mais um em Insensato CoraçãoISABELA ROSEMBACK E CAMILABRANDALISEFolhapress

Há quem torça pela volta porcima da pobre enfermeira Nor-ma (Glória Pires), que levou umtremendo golpe do principal vi-lão de Insensato Coração (Glo-bo). Mas a viúva de Teodoro(Tarcísio Meira), que fará a suaterceira vítima no capítulo quedeve ir ao ar amanhã, não atraiolhares tão caridosos de quemenxerga nela uma vilã.

No limite entre o heroísmojusticeiro e a vilania, a prota-gonista da novela de GilbertoBraga e Ricardo Linhares con-tinua obstinada em se vingar deLéo (Gabriel Braga Nunes), masseguindo caminhos tortuosos.Com o assassinato de Zeca (An-dré Barros), que levará o tirofatal do capanga de Norma, Is-mael (JulianoCazarré),aex-pre-sidiária carregará nas costasquatro mortes.

O lado obscuro da persona-lidade de Norma começou a

aparecer depois que ela saiu dacadeia. Ela acabou dando fim àvida de Araci (Cristiana Olivei-ra), de Teodoro e, como deve serexibido amanhã, de Milton (Jo-sé de Abreu). "As pessoasacham que a vingança se jus-tifica e se identificam com a per-sonagem”, observa Ricardo Li-nhares. Mas o autor já preparao público para novas transfor-mações de Norma.

ChantagensNão é só o sentimento de justiçaque move as ações de Norma

contra Léo. É também paixão oque está por trás de toda a sagada ex-enfermeira para fazê-losofrer em suas mãos. E o vilãosabe disso. Quando conseguirmanter o picareta sob a sua vi-gilância, tornando-o refém deseus mandos e desmandos,Norma terá de resistir à sedu-ção. "Ela sempre foi apaixonadapor Léo e ficará dividida, comconflitos”, afirma Linhares.

A disputa entre os dois seráiniciadapelaex-enfermeira,quemarcará um encontro com omau-caráter quando ele estiverprestes a colocar a mão na for-tuna desviada pelo patrão Cor-tez (Herson Capri) – a essa al-tura, preso devido a uma traiçãode Léo. Crente de que fecharáum grande negócio, Léo irá àmansão em que Norma mora eterá um choque ao descobrirque a herdeira do milionário é aenfermeira. Enquanto a famíliaestiver certa de que Léo fugiupor causa do escândalo do ban-co, o vilão será encarcerado namansão de Norma.

Renato Rocha Miranda / TV Globo

Norma é responsável pela morte de Milton (José de Abreu)

Norma (GlóriaPires) vai usar odossiê que temcom Léo parachantageá-lo esubjugá-lo

VOTO POPULAR

Baiana é finalistado Prêmio daMúsica Brasileiracantando Noel Rosa

DA REDAÇÃO

A cantora baiana Karol Guaito-liniestáentreosfinalistasdo22ºPrêmio da Música Brasileira. Osmelhores de 2011 serão pre-miados na cerimônia de entre-ga, no dia 6 de julho de 2011,no Teatro Municipal do Rio deJaneiro.

O clipe mais votado entre os10 finalistas, escolhido por votopopular, será o grande vencedorda categoria Vale Cantar Noel.Os produtores musicais da can-tora Karol Guaitolini, Ferreyri-nha e Cara de Cobra (ambosmembros da Banda do Bem, deIvete Sangalo), estão muito sa-tisfeitos com o resultado.

Karol pensa que sem batalhanão há vitória e convoca o pú-blico para acessar o site do prê-mio e votar em Último Desejo,de Noel Rosa — homenageadodesta edição. O site: www.pre-miodamusica.com.br/finalis-tas/karol-guaitolini.

TWITTER.COM / MAGAAFROPOP,

MARGARETH MENEZES, CANTORA

“Maga foi indicadaao Prêmio daMúsica Brasileira nacategoria melhorcantora regional”

“Maga participouAltas Horas (TVGlobo) especial deaniversário doSerginho Groisman!Vai ao ar sábado”