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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 918 832

Despesas de funcionamento 100 084

Iniciativas directas 1 205 160

Subsídios 20 081

Investimento 36 920

Total 3 244 157

Proveitos 700 994

O Museu Calouste Gulbenkian desenvolve umconjunto de actividades regulares que otornam referência no contexto dos museus e da Cultura em Portugal, sendo tambémsolicitado a colaborar, através dos seus técnicos ou da cedência temporáriade peças, em eventos internacionaisrelevantes.

As exposições temporárias e as edições quepromove são o resultado de trabalhos deinvestigação que se pretende deverem-seconstituir como obras de referência,significando um avanço do conhecimentonas suas áreas específicas. Tais actividadessão desenvolvidas tanto por técnicos dopróprio Museu como por outros especialistasnacionais e estrangeiros, convidados acolaborar no sentido de melhor estudar,conhecer e divulgar as qualificadascolecções que o Museu detém.

Exposição PermanenteA maior divulgação da colecção e aapresentação em excelentes condições daexposição permanente enquanto documentorevelador de uma das mais qualificadascolecções privadas feitas nos últimos doisséculos – que se manteve indivisa e foitornada pública – são as tarefas primeirasdo Serviço do Museu.

Assim, procedeu-se, entre outros pequenosacertos que permitem ao visitante contemplar

mais peças da colecção, à melhoria davisibilidade de algumas das encadernaçõesfrancesas do século XVIII e ao enriquecimentodo núcleo de jóias de René Lalique.

O espaço que, entre os circuitos da arteoriental e da arte europeia, está destinadoa apresentar obras pertencentes ao acervo e que, por razões de conservação ou deinadequação ao percurso expositivo, seguardam em reserva, foi ocupado com cincoiniciativas da “Obras em Foco”, que sereferem em Exposições Temporárias.

Exposições Temporárias› “Uma Tradição Secular. Bordados doImpério Otomano à Índia, séculos XVIII-XIX”,inaugurada em 7 de Outubro de 2003,esteve patente até 10 de Abril de 2004.Neste ano foi visitada por 9432 pessoas e o Serviço Educativo orientou 41 grupos numtotal de 417 pessoas. Foi comissariada porMaria Fernanda Passos Leite, com projectomuseográfico de Mariano Piçarra.› “Goa e o Grão-Mogol”Comissários: Jorge Flores e Nuno Vassallo e SilvaProjecto museográfico: Mariano Piçarra.

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Aspecto da exposição “Goa e o Grão-Mogol”.

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Capa do catálogo da exposição “Arte Islâmica daColecção CalousteGulbenkian”, versãoem árabe.

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Esteve patente na Sala de ExposiçõesTemporárias do edifício da sede entre 8 de Junho e 5 de Setembro. Exposição que,através de 119 objectos, alguns inéditos, e diversos textos no catálogo, pretendeuactualizar o conhecimento das relaçõesculturais entre Portugal e o Império Islâmicodo Norte da Índia nos séculos XVI e XVII.Foi vista por 32 265 pessoas, das quais 757, em 51 grupos, acompanharam as visitas promovidas pelo ServiçoEducativo.

Obras em Foco› “Félix Ziem (1821-1911) na ColecçãoCalouste Gulbenkian”Exposto desde 23 de Dezembro de 2003, o conjunto de cinco obras pertencentes aoMuseu deste pintor francês ficou patenteaté 28 de Março.› “Apolo”, de Guillaume II CoustouEscultura de 1753, pertencente ao Paláciode Versalhes, esteve exposta na recepção do Museu até final de Maio, momento doregresso do Apolo de Houdon, pertencenteao Museu, que figurara na exposição sobreeste escultor francês, com últimaapresentação em Versalhes.› “Quotidianos Familiares. Gravuras de Francesco Bartolozzi (1728-1815) da Colecção Calouste Gulbenkian”18 de Maio a 18 de AgostoResponsável: Manuela FidalgoObra em foco que destacou um conjunto de gravuras alusivas aos meses, ilustradosatravés de cenas de trabalho de gruposfamiliares, associando-se o Museucom esta iniciativa às comemorações do 10.º Aniversário do Ano Internacional da Família, em 1994.› “Álbum de Gravuras Inglesas Setecentistas: Memória das Pinturas da Colecção Walpole”20 de Outubro a 27 de Janeiro de 2005Responsável: Manuela FidalgoAdquirida pelo Museu em 2004, esta obraem dois volumes contém gravuras,correspondendo a parte das pinturas que Sir Robert Walpole coleccionou e em 1779foram vendidas a Catarina II da Rússia. Uma das grandes obras de arte destacolecção era o retrato de Helena Fourmentpor Rubens, que Calouste Gulbenkianadquiriu em 1930, quando integrava a colecção do Museu do Hermitage.

› “Francesco Petrarca na ColecçãoGulbenkian”Respondendo à proposta da Unesco, no sentido de comemorar o Dia Mundial do Livro, apresentaram-se em Abril e Maioas obras manuscritas e impressas da colecção, da autoria de Petrarca, cujo 700.º aniversário do nascimento se comemorou em 2004.

Exposição em Abu Dhabi› “Arte Islâmica na Colecção Gulbenkian”Comissárias: Maria Fernanda Passos Leite e Maria Queiroz RibeiroProjecto museográfico: Mariano Piçarra› Entre 17 de Janeiro e 18 de Fevereiro, a Fundação Calouste Gulbenkian apresentouno Centro Cultural de Abu Dhabi umconjunto de cerâmicas, vidros, têxteis e documentos iluminados da colecção do Museu, num total de 55 peças, produzidasno Próximo e Médio Oriente entre os séculos XII e XX. Deu-se a ver pela primeiravez num país islâmico uma qualificadaselecção de objectos provenientes de umespaço geográfico e cultural que interessouespecialmente Calouste Gulbenkian.A exposição foi inaugurada pelo Xeque Zayedbin Sultan bin Khalifa Al Nahyan tendo naaltura o Director do Centro Cultural destacadoa importância da iniciativa como veículo parapromover o conhecimento das raízes árabes e islâmicas dos Emiratos.

Projectosde Exposições› “Calouste Gulbenkian Bibliófilo”Uma selecção de livros europeus, entreiluminados medievais e obras impressas doséculo XVI ao primeiro terço do século XX, e de livros produzidos no mundo islâmico,no seio da cultura arménia e no Japão,todos pertencentes ao Museu Gulbenkian,será apresentada no Museu Sabanci, de Istambul, no início de 2006.› “Arte Islâmica na Colecção Gulbenkian”A exposição que em 2004 foi apresentada em Abu Dhabi será levada, com as alterações aque um espaço diferente obriga, ao sultanatode Omã no primeiro trimestre de 2006.

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› “7000 Anos de Arte Persa”A exposição itinerante de arte persa,organizada pelo Kunsthistorisches Museumde Viena, terá na sala de exposiçõestemporárias do Museu a sua últimaapresentação europeia, a partir de Abril de 2005.› “Espelhos do Paraíso. Tapetes do MundoIslâmico, século XV-XX”Produzida pelo Instituto do Mundo Árabe, de Paris, e aí apresentada em 2004, com o título de “Le Ciel dans un Tapis”, esta grande exposição de tapetes do mundo islâmico, organizada em parceria com o Museu, será mostrada na Sala de Exposições Temporárias da Sede da Fundação CalousteGulbenkian, a partir do início de Maio de 2005.› “Conceber as Artes Decorativas. DesenhosFranceses do século XVIII”Produção exclusiva do Museu CalousteGulbenkian, a apresentar na sua Sala deExposições Temporárias, no último trimestrede 2005, esta exposição comissariada porPeter Fuhring dará uma panorâmica dasArtes Decorativas do século XVIIIem França, período que interessouespecialmente o Coleccionador, através de desenhos, muitos inéditos, provenientesde colecções públicas e privadas daquele país.

Participaçãoem Exposições Temporárias

Depois de analisados os pedidos de inclusãode obras do Museu em exposições

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Aspecto dainauguração daexposição “ArteIslâmica na ColecçãoGulbenkian” que aFundação apresentouno Centro Culturalde Abu Dhabi.

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Encadernação persa cedida para a exposição “A Caccia in Paradiso”, (Museu Poldi-Pezzoli,Milão).

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internacionais e tendo em conta a garantiadas melhores condições de segurança e aqualidade dos projectos, foram cedidas asseguintes obras:

› Apolo, escultura em bronze de Houdon,para a exposição “Houdon, Sculpteur desLumières”, Musée National du Château deVersailles (1 de Março a 31 de Maio);› Tapete de seda e livro, Pérsia, século XVI,para a exposição “A Caccia in Paradiso”, no Museu Poldi-Pezzoli e no Palácio Real,Milão (10 de Março a 27 de Junho);› Seis tapetes islâmicos para a exposição“Le Ciel dans un Tapis”, no Institut duMonde Arabe, Paris (7 de Dezembro de 2004a 27 de Março de 2005);› Livro de Horas de Isabel da Bretanha, para a exposição “Paris 1400. Les Arts sur Charles VI”, no Museu do Louvre, Paris (22 de Março a 19 de Julho).› Taça de cerâmica “Minai” (inv. 938) e pote defarmácia da Síria (inv. 891) para a exposição“Mediterraneum: l’Esplendor de la Mediterrania”no Museu de História da Catalunha, Barcelona(18 de Maio a 27 de Setembro).

Dois painéis e três azulejos Iznik foramcedidos ao Museu Benaki de Atenas, a títulode empréstimo, de longa duração, renovávelanualmente.Durante 2004, regressaram ao Museu asseguintes obras cedidas no final de 2003:Livro de Horas de Alfonso d’Este, que figurarana exposição “Une Renaissance Singulière”,Bruxelas; As Bolas de Sabão, de Manet, queintegrou a exposição “Manet en el Prado”,Madrid; e Retrato de Monsieur e MadameThomas Germain, de Largillierre, que estiverapatente na exposição “Nicolas de Largillierre,Peintre du Grand Siècle”, no MuseuJacquemart-André, Paris.

AquisiçãoO Museu, mantendo a coesão original doacervo, não faz, em princípio, aquisições,excepção feita quando uma obra com valorartístico e documental complementa ainformação sobre obras existentes na Colecção.

É o caso do álbum de gravurassetecentistas intitulado “A set of printsengraved after the most capital paintings

in the collection of Her Imperial Majesty the Empress of Russia, lately in thepossession of the Earl of Orford at Houghton in Norfolk, with plans, elevations,sections, chimney pieces and ceilings”,publicado em Londres em 1788, conjuntode 129 gravuras – segundo pinturas quehaviam sido adquiridas em Inglaterra por Catarina II da Rússia – feitasmaioritariamente por artistas ingleses,alguns representados na Colecção.

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Livro de Horas deIsabel da Bretanha,obra cedida para a

exposição “Paris1400. Les Arts sur

Charles VI”, noMuseu do Louvre.

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Retrato de Helena Fourment,

de Rubens, gravuraincluída no álbum

adquirido peloMuseu.

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O álbum, a que pertence a gravura querepresenta o retrato de Helena Fourment,que fora pintado por Rubens cerca de 1630-1632 e agora pertence ao MuseuCalouste Gulbenkian, foi adquirido em leilão realizado em Lisboa e pouco depois exposto como “Obra em Foco”.

In-Arte PremiumAplicação Informática para Gestão de Museus

No ano de 2004 foram efectuados 1234 registos de obras do acervo,continuando a anterior previsão de que, até ao final de 2006, a totalidadeda colecção constará do inventárioinformatizado.

Estão já integralmente informatizados osnúcleos de Escultura, Pintura, PorcelanaEuropeia e Porcelana da China.

PublicaçõesCatálogos/Roteiros de exposições

Goa e o Grão-Mogol (catálogo da exposição,versões portuguesa e inglesa)Ed. Nuno Vassallo e Silva e Jorge FloresTextos: Muzaffar Alam, SanjaySubrahmanyam, Jorge Flores, Pedro Dias,Pedro Moura Carvalho, Nuno Vassallo e Silva,Susan Stronge, Gauvin Alexander Bailey,Asok Kumar Das, Milo C. Beach e Amina OkadaCoordenação editorial: João Carvalho DiasEm colaboração com a editora Scala(Londres)Designer: Janet James

Goa e o Grão-Mogol (roteiro da exposição,versões portuguesa e inglesa)Designer: Luís Moreira

Islamic Art in the Calouste GulbenkianCollection (catálogo da exposição, versõesinglesa e árabe)Textos: Maria Fernanda Passos Leite e Maria Queiroz RibeiroCoordenação editorial: João Carvalho DiasDesigner: Luís Moreira

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Carlos Azevedo Carlos Azevedo

Capa do Guia doMuseu CalousteGulbenkian.

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Capa do catálogo da exposição “Goa e oGrão-Mogol”.

‹‹Sobre a Colecção

Guia do Museu Calouste Gulbenkian(versões portuguesa e inglesa)Textos dos responsáveis das diferentescolecções do museuCoordenação editorial: João Carvalho DiasDesigner: Alda Rosa

365 Obras de Arte do Museu Calouste Gulbenkian(edição bilingue, português/inglês)Designer: Alda Rosa

Porcelana Chinesa/Chinese Porcelain(edição bilingue, português/inglês)Textos: Maria Antónia Pinto de MatosCoordenação editorial: João Carvalho DiasDesigner: Luís Chimeno Garrido

Medalhas e Plaquetes da Colecção CalousteGulbenkian(versões portuguesa e inglesa)Textos: Maria RosaFigueiredoCoordenação editorial:João Carvalho DiasDesigner: Luís Moreira

Desdobráveis

Uma Obra em Foco:Quotidianos FamiliaresGravuras de FrancescoBartolozzi (1728-1815) da Colecção CalousteGulbenkian

Medalharenascentista

incluída no catálogoMedalhas e Plaquetesda Colecção Calouste

Gulbenkian.

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(edição bilingue, português/inglês)Textos: Manuela Fidalgo e AnaNunes de AlmeidaCoordenação editorial: JoãoCarvalho DiasDesigner: Luís Moreira(18 de Maio a 18 de Agosto de 2004)

Uma Obra em Foco: Álbum deGravuras Inglesas SetecentistasMemória das Pinturas da ColecçãoWalpole (edição bilingue, português/inglês)Textos: Manuela FidalgoCoordenação editorial: JoãoCarvalho DiasDesigner: Luís Moreira(28 de Outubro a 27 de Janeirode 2005)

Reedições

Álbum do Museu Calouste Gulbenkian(edições em francês e inglês).

Em preparaçãoCatálogos de exposição

› 7000 Anos de Arte Persa.› Espelhos do Paraíso. Tapetes do MundoIslâmico, séculos XV-XX.› Conceber as Artes Decorativas. DesenhosFranceses do Século XVIII.

Outras publicações

› Catálogo dos Livros Manuscritos Europeus,da Colecção Calouste Gulbenkian.

Estágios no MuseuÉ prática corrente acolher estagiários emdiversos sectores do Museu, no sentido delhes permitir um primeiro contacto com aprática de uma actividade profissional.Assim, estagiaram no Museu técnicos nasáreas do Serviço Educativo, Design deExposições, Museologia e Investigação.

No sentido de o Museu possibilitar comcarácter mais sistemático a formação práticaa recém-licenciados nas áreas da Museologia

e da História da Arte, foram estabelecidos,no início de 2004, protocolos entre aFundação Calouste Gulbenkian e aUniversidade Clássica e a Universidade Novade Lisboa, no sentido de anualmente oMuseu receber estagiários que, ao participarnas suas actividades, fiquem mais aptos parase iniciarem nas suas carreiras profissionais.

ConcertosEm colaboração com o Serviço de Músicarealizaram-se ao longo do ano 11 doshabituais Concertos de Domingo no Átrio daBiblioteca/Museu, e que tiveram umaassistência superior a 2000 pessoas.

Publicaram-se desdobráveis de divulgação e os programas dos concertos em que intervieram: Quarteto Lacerda, que realizou um concerto por ocasião dos dez anos da morte de Fernando Lopes-Graça; Sandra Medeiros (soprano) e Francisco Sassetti (piano), integrados no Ciclo Bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian;Eurico Rosado (piano); Andrew Swinnerton(oboé) e Michel Gal (piano); Pedro Castro (oboé barroco), Terá Shimizu (violino barroco),Sofia Diniz (viola de gamba) e Flávia Almeida Castro (cravo), que realizaram um concerto campestre; Tiago Neto (violino), Khatchatour Amirkhanian (viola); José Maria Mosqueda(clarinete), Leonor Braga Santos (viola), Armando Vidal (piano); Marco Alves dos Santos (tenor), Nuno Lopes (piano), também integrados no Ciclo Bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian, tal como Luís Magalhães (piano),Emanuel Salvador (violino) e Pau Casan (piano),que realizaram o Concerto de Natal.

Divulgação do MuseuArquivo FotográficoDurante o ano de 2004 prosseguiu aactualização e reorganização dos ficheirosdos catálogos bem como o tratamento dedocumentação e selecção de documentaçãofotográfica destinada a publicações,exposições, actividades do Serviço Educativoe outras actividades do Museu.

Deu-se resposta a pedidos de cedência dedocumentação fotográfica para exposições

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Uma obra em Foco:QuotidianosFamiliares.

Gravuras deFrancesco Bartolozzi

(1728-1815) da Colecção

Calouste Gulbenkian.

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e edições de publicações nacionais e estrangeiras e para o Serviço deComunicação, tendo em vista a divulgaçãodas actividades do Museu na News Lettere a actualização do site do Museu.

DocumentaçãoEste sector manteve a sua actividade de renovação de assinaturas de revistas e outros periódicos, oferta de publicações a instituições nacionais e estrangeiras,recebendo em permuta publicações de interesse não só para o Museu, como também para os frequentadores da Biblioteca de Arte, para onde transitamquando aí podem ser mais úteis para os leitores.

Trabalhos de fotografia› No decorrer de 2004 foram realizadas 6265 imagens de obras da Colecção, 3226 das quais em suporte digital.

Processo digital› Apresentação em suporte multimédia daexposição “Goa e o Grão-Mogol” (site doMuseu e CD de divulgação à imprensa).› Imagens digitais para o desenvolvimentodo projecto educativo “Técnicas Artísticas –Pintura” (site do Museu).› Apresentação em suporte multimédia daObra de Arte em Foco Álbum de GravurasInglesas Setecentistas, Memória das Pinturasda Colecção Walpole.› Imagens digitais para projecção nasconferências proferidas por técnicos do Museu,João Castel-Branco Pereira, Manuela Fidalgo eMaria Rosa Figueiredo (ver Conferências,Congressos, Colóquios e Cursos) e na comunicação do Serviço Educativo, a apresentarno início do próximo ano em Assuão, Egipto.

Foram registados diferentes eventos noMuseu, tais como inaugurações, conferênciase visitas especiais.

Conservação e RestauroFizeram-se intervenções de conservação erestauro em diversas peças que nos foramcedidas para a exposição temporária “Goa eo Grão-Mogol” e intervenções de conservaçãonas molduras das 12 gravuras que integrarama exposição “Quotidianos Familiares: Gravuras

de Bartolozzi da Colecção CalousteGulbenkian”. Procedeu-se igualmente aorestauro da moldura da pintura Apresentaçãono Templo, de Stephan Lochner. Foram feitosestudos preliminares para a intervenção notorso egípcio de Petubastis, tendo em vista oseu restauro em 2005.

Conferências, Congressos,Colóquios e CursosDando continuidade ao programa deconferências de Novembro iniciado em 2003,teve lugar o II Ciclo, desta vez dedicado às“Artes Decorativas Europeias do Século XVIII”,e no qual se integram as seguintescompetências: “Invention and Craftsmanship inFrench Silver of the Rococo”, por PeterFuhring; “Passagens do Efémero. Coches eCortejos Barrocos em Roma e Paris”, por JoãoCastel-Branco Pereira; “Los Palacios de laCorona y la Real Fábrica de Tapices de Madrid”,por Concha Herrero Carretero; e “The Art of theAugsburg Goldsmith”, por Lorenz Seelig.

A conservadora Maria Rosa Figueiredoparticipou no Encontro de Esculturapromovido pela Faculdade de Belas-Artes doPorto, com a intervenção intitulada “ApenasUma Vez Vi Rodin”, e assistiu ao simpósiosobre Houdon, que decorreu em Versalhes.

O Director interveio na jornada-debate“Musée-Musées”, no auditório do Museu doLouvre, dedicada à apresentação de arteislâmica nos museus, falando sobre “LaGalerie d’Art Islamique du Musée Gulbenkianà Lisbonne” e foi convidado a participar noseminário para directores de museus sobre ofuturo Museu da Europa (Bruxelas), assistiu à4.ª conferência “Communicating the Museum”(Valência), integrou o grupo de profissionaisde museus convidados para a conferência“Museum Collections on the Move”, quedebateu a questão dos empréstimos de longaduração de obras de museus (Haia), eparticipou na 21.ª Assembleia Geral do ICOM– International Council of Museums (Seul).

A conservadora Manuela Fidalgo falou sobreo “Livro Objecto de Arte. Bem Conhecerpara Melhor Preservar” no curso promovidopela Associação Portuguesa de Bibliotecários,Arquivistas e Documentalistas (Lisboa).

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As conservadoras Manuela Fidalgo e MariaRosa Figueiredo deram uma aula no Cursode Curadoria e Organização de Exposições deArte Contemporânea sobre Embalagens,Seguros e Transporte de Obras de Arte noCentro de Arte Moderna José de AzeredoPerdigão e apresentaram uma comunicaçãono Colóquio “Segurança e Museus. Tópicospara a Salvaguarda do Património Cultural”,organizado em Lisboa pela AssociaçãoNacional de Bombeiros Profissionais.

A conservadora Maria Rosa Figueiredo,enquanto delegada de Portugal na FIDEM –Federação Internacional de Medalhas, foi co-organizadora do XXIX CongressoMundial de Medalhística, que decorreu noSeixal, integrando o júri de selecção.

O técnico de restauro Rui Xavier fez duasconferências, uma sobre “As Lacas: dasorigens às práticas museológicas deconservação e restauro”, na Escola Superiorde Conservação e Restauro – Departamentode Arte, Arqueologia e Restauro, em Tomar,e outra sobre “A Conservação de Lacas: daessência química à identificação/prevençãode riscos e práticas curativas”, que serealizou no Museu da Farmácia, em Lisboa.

Colaboração com outrosServiços da Fundaçãoe Instituições no ExteriorNo âmbito da colaboração com o ServiçoInternacional, o designer Mariano Piçarraprojectou a museografia da exposição“Artes Tradicionais Portuguesas”, que iniciou em

2004 uma itinerância no Brasil. A conservadoraMaria Fernanda Passos Leite, que integravao comissariado da referida exposição,deslocou-se, juntamente com o designer, ao Brasil, para acompanhar a montagem daexposição em Brasília e no Rio de Janeiro.

O Serviço Educativo colaborou cominstituições educativas, no intuito de, com oseu apoio, serem desenvolvidos projectos nasescolas, como seja pequenas exposições,consequência de visitas dos alunos ao Museuou incentivo para que o venham a conhecer.Destaque-se a exposição na Escola B2Professor Pedro d’Orey da Cunha, “A Paisagem. Do Museu à Escola”, que integratrabalhos dos alunos nas disciplinas deEducação Visual e Tecnológica, Português eMúsica, desenvolvidos após visitas ao Museu.

Integrou ainda o GAM, grupo de trabalhosobre acessibilidade nos Museus, que, cominstituições congéneres, estuda propostaspara um melhor acolhimento a todo o tipode públicos com necessidades especiais, no sentido da sua integração.

Serviço EducativoVisitasForam feitas 937 visitas orientadas à Exposição Permanente a gruposconstituídos por públicos pré-escolares, dos ensinos básico, secundário e superior e de escolas profissionais de ensinorecorrente, a grupos de professores, de associações com necessidades educativasespeciais, infanto-juvenis não escolares,seniores, de associações culturais nacionaise estrangeiras, a guias de turismo,tradutores e intérpretes, bem como a convidados da Fundação. Fizeram-setambém visitas comentadas em ocasiõesespeciais, tais como “Natal no Museu”,“Páscoa no Museu”, “Dia da Floresta” ou “Dia Internacional dos Museus”.

Estas visitas tiveram 11 090 participantes.No âmbito das exposições temporáriasorganizadas pelo Museu, o Serviço Educativoorientou 92 visitas, para 1174 pessoas.

Questionário ao públicoNo seguimento de uma proposta feita aoMuseu, o Serviço Educativo foi

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Peter Fuhringapresentou

uma conferência no ciclo dedicado

às “Artes DecorativasEuropeias

do século XVIII”.

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co-responsável pelo conteúdo e distribuiçãode um questionário elaborado com oobjectivo de conhecer melhor os públicosque o frequentam.

Assim, ao longo do ano, durante umasemana de cada mês, técnicos do Museu ou seus colaboradores procederam àdistribuição dos inquéritos, cujas respostas deverão ser analisadas eponderadas em 2005, para que, conhecendomelhor a diversidade de interesses eexpectativas de quem o visita, o Museu possa tornar mais eficaz a relação com os públicos.

MultimédiaHá a registar a crescente dinâmica do site,através da constante actualização deconteúdos e criação de novasfuncionalidades e aplicações e odesenvolvimento de mini-sites temáticos(técnicas de pintura) ou relativos àsexposições temporárias. Essa mesmadinâmica tem obtido resultadossignificativos, que se traduzem, porexemplo, no número crescente de sessõesregistadas desde a data da suaimplementação (Julho de 2001) até aopresente. Registou-se em 2004 um total de 170 548 sessões, o que representa umaumento de 102% em relação ao anoanterior (84 326 sessões).

VisitantesEm 2004, as galerias de exposiçãopermanente foram visitadas por um total

de 140 745 pessoas, sendo 32 894 nacionais e 107 851 estrangeiras.

Quanto às exposições temporárias, “UmaTradição Secular. Bordados do ImpérioOtomano à Índia. Séculos XVIII-XIX”, esta inaugurada ainda no ano anterior, e “Goa e o Grão-Mogol”, foram visitadas por 41 697 pessoas.

O número de visitantes na ExposiçãoPermanente é significativo no contexto dos museus portugueses, confirmando-se o interesse do público por uma colecção exemplarpela superior qualidade, nomeadamente porparte de visitantes estrangeiros conhecedoresdo prestígio do conjunto exposto.Entre os visitantes oficiais que estiveram noMuseu destacam-se o Primeiro-Ministro daGuiné-Bissau, os Ministros dos NegóciosEstrangeiros da Turquia e do Iraque, oMinistro do Petróleo e do Gás do Sultanatode Omã, o Vice-Ministro da Cultura do Irãoe o Comissário da União Europeia para a Saúde.

Refira-se o trabalho permanente por partedo Serviço Educativo no sentido de chamarao Museu um ainda maior número denacionais, através de iniciativas inovadorase em constante reavaliação, como sejamoficinas para crianças (e adultos seusfamiliares) ou visitas temáticas, sugeridastanto pela Colecção Permanente como pelasexposições temporárias. Estas actividades,que podem ter lugar aos fins-de-semana ouem períodos de férias, complementam otrabalho mais tradicional das visitasorientadas para núcleos da Colecção,desenvolvido conforme os interesses dosgrupos de alunos ao longo do ano escolar.

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“A Volta ao Mundono Museu” foi umdos programaseducativosdestinados aos maisnovos. A China fezparte do itinerário.

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Visita do ministro do Petróleo e do Gásdo Sultanato de Omã.

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O maestro Guillaume Bourgogne dirige a Orquestra Gulbenkian no concerto de encerramento do 2.º Workshop OrquestraGulbenkian para Jovens Compositores, na Culturgest, 20.03.2004.

››Eduardo Saraiva

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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 113 366(com excepção dos quadros artísticos)

Despesas de funcionamento 207 882

Iniciativas directas 11 507 159(inclui despesas com pessoal e funcionamento)

Orquestra Gulbenkian 5 931 308

Coro Gulbenkian 685 720

Ballet Gulbenkian 2 862 229

Outras iniciativas

Grandes Orquestras Mundiais 1 029 288

Recitais e música de câmara 933 435(inclui Música Antiga)

Cursos de aperfeiçoamentoartístico, musicologia 65 179

Subsídios e bolsas 351 076Plano de descentralizaçãocultural 20 093

Subsídios e incentivoà criação musical 78 350

Bolsas de estudo 252 633

Investimento 68 685

Total 13 179 483

Proveitos 2 271 047

Em 2004, a actividade do Serviço de Músicacontinuou a centrar-se nos seus trêsagrupamentos artísticos residentes – a Orquestra, o Coro e o Ballet Gulbenkian –e nas respectivas temporadas e digressõesnacionais e internacionais. O prosseguimentode uma aposta contínua nas mais elevadasreferências qualitativas internacionais, tantono que se refere ao recrutamento dasformações permanentes e das suas direcçõesartísticas como no que toca à selecção dosartistas convidados, tem vindo a conduzir, aolongo dos anos, a uma solidificação e umaprofundamento dos padrões artísticos destesagrupamentos, sem paralelo no panorama dasartes do espectáculo em Portugal.

›› Serviço de Música

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Em torno das apresentações regulares daOrquestra, do Coro e do Ballet Gulbenkianarticula-se uma temporada que cobre umleque muito vasto de domínios no seio doreportório erudito, da música de câmarainstrumental ao lied e da música antiga à música contemporânea. A escolha dosartistas apresentados procura garantir ocontacto sistemático do público portuguêscom as abordagens interpretativas maisdiversificadas, contrapondo múltiplas leiturasem permanente renovação, unificadas apenaspela sua qualidade e coerência intrínsecas. E por sua vez a selecção do repertóriopossibilita um equilíbrio entre a revisitaçãofrequente do repertório de referência e aexploração de áreas menos conhecidas daliteratura vocal e instrumental.

À articulação entre os repertórios orquestrale camarístico, garantidos, respectivamente.pela Orquestra Gulbenkian e pelos recitaisde música de câmara junta-se, como terceiropilar da temporada, o ciclo “GrandesOrquestras Mundiais”, permitindo a audiçãoao vivo de um repertório sinfónico demaiores dimensões que ultrapassa o efectivode base da Orquestra Gulbenkian.

Por outro lado, tem vindo a reforçar-segradualmente, nos últimos anos, ainterligação entre a temporada e osprogramas de apoio à formação de jovensmúsicos desenvolvidos pelo Serviço.Em 2004, para lá de uma nova edição doWorkshop da Orquestra Gulbenkian paraJovens Compositores, iniciou-se no seio daprópria temporada um ciclo destinado anovos intérpretes, com o qual se pretendedivulgar jovens músicos de particulartalento, ainda em início de carreira. Nestamesma perspectiva se insere a continuaçãodos programas de bolsas de estudo parafrequência de estabelecimentos de ensinomusical no País e para pós-graduação eaperfeiçoamento artístico no estrangeiro,bem como dos cursos intensivos e masterclasses por professores visitantes.

Por último, estão em fase adiantada denegociação protocolos com a ImprensaNacional, a Biblioteca Nacional e a Casa daMúsica na esfera da edição de partituras demúsica portuguesa e de estudosmusicológicos, visando a optimização da

aplicação dos recursos de cada uma destasinstituições no plano editorial e aarticulação das respectivas esferas própriasde intervenção neste domínio.

Iniciativas DirectasOrquestra Gulbenkian

No ano de 2004, a actividade da OrquestraGulbenkian assentou mais uma vez,fundamentalmente, na TemporadaGulbenkian de Música e Dança, através dosseus concertos semanais no GrandeAuditório, no âmbito da qual ocorreram 50 das suas 80 apresentações públicas.

Neste enquadramento, a Orquestra Gulbenkianfoi responsável pela execução de um vastorepertório orquestral que faz parte datradicional programação das salas de concertoe que compreende a literatura musicalclássico-romântica e do século XX, nãodescurando a difusão de obras menosconhecidas do grande público e que,regularmente, tem vindo a introduzir nos seusprogramas. Neste último domínio, é de referira apresentação em 2004 de obras como Cenasdo “Fausto” de Goethe, de Robert Schumann,a Sinfonia N.º 1, de Muzio Clementi, a Sinfonia em Lá Menor, de Arrigo Boito, o Prelúdio Sinfónico, de Giacomo Puccini, a Suite “Old Polish”, de Andrzej Panufnik, as três sinfonias de Leonard Bernstein, o Requiem Ebraico, de Eric Zeisl, e, já no quediz respeito à música do nosso tempo,Métaboles, de Henri Dutilleux, o Concerto paraViola e Orquestra, de Krzystof Penderecki, a oratória Judas secundum Lucam, Joannem,Mathaeum et Marcum, de António PinhoVargas, e o Requiem, de Maurice Duruflé.

Durante o ano de 2004, a OrquestraGulbenkian concluiu a integral das sinfoniasde Beethoven dirigidas pelo maestroGünther Herbig, bem como o ciclo de óperasde Mozart com libretos de Da Ponte, dirigidopor Lawrence Foster, com a apresentação deDon Giovanni.

A par da sua actividade no seio da TemporadaGulbenkian, a Orquestra manteve durante2004 a sua acção de descentralização,actuando em diversas regiões do País

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e participando em alguns dos seus principaisfestivais de música. Neste quadro, actuou emAlmada, Coimbra, Benavente, Elvas, Espinho,Évora, Felgueiras, Funchal, Maia, Mateus,Montemor-o-Novo, Santa Maria da Feira,Sintra, Tomar e Viana do Castelo.

Por outro lado, de destacar a colaboraçãoda Orquestra Gulbenkian no ConcursoInternacional “Vianna da Motta”, no Festival“Música Viva”, no concerto de laureados do Prémio “Jovens Músicos” e na Festa da Música.

Dando continuidade ao projecto deincentivo à criação musical que o Serviço de Música lançou em 2003, conheceu a suasegunda edição o Workshop da OrquestraGulbenkian para Jovens CompositoresPortugueses. Durante duas semanas, váriosjovens que se dedicam à criação musical,seleccionados por um júri presidido porEmmanuel Nunes, tiveram oportunidade detrabalhar as suas obras com a OrquestraGulbenkian, culminando este período com aapresentação pública das mesmas, em doisconcertos que tiveram lugar na Culturgest,instituição que se encontra associada a esteprojecto. Em 2004, participaram nesteworkshop os compositores Patrícia Almeida,Jorge Campos, Bruno Gabirro, NunoHenriques, Gonçalo Lourenço, Rui Penha,Jaime Reis, Hugo Ribeiro e Bruno Soeiro.

No plano internacional, a OrquestraGulbenkian apresentou-se em Dezembro nacidade de Madrid sob a direcção do maestroLawrence Foster, acompanhando o pianistaEvgeny Kissin, no âmbito de um projectomais alargado de apresentação da integraldos cinco concertos para piano deBeethoven noutras cidades europeias, a concretizar-se durante 2005.

No ano de 2004 dirigiram a OrquestraGulbenkian os maestros Moshe Atzmon,Guillaume Bourgogne, Michel Corboz,Fernando Eldoro, Lawrence Foster, GüntherHerbig, Heinz Holliger, Emmanuel Krivine,Cristian Mandeal, John Nelson, KrzysztofPenderecki, Claudio Scimone, StanislawSkrowaczewski, Yaron Traub, Simone Young e Michael Zilm.

Como solistas, actuaram no ano de 2004 aolado da Orquestra Gulbenkian os sopranos

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Apresentação da versão de concerto de Don Giovanni, última das óperas da trilogiaMozart / Da Ponte dadas ao longo de três temporadas pelo Coro e OrquestraGulbenkian, sob a direcção de Lawrence Foster, Grande Auditório, 22.04.2004.

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O soprano Renée Fleming, com a Orquestra Gulbenkian dirigida por Lawrence Foster,Grande Auditório.

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Maria Bengtsson, Liliana Bizineche-Eisinger,Heidi Brunner, Marisa Figueira, MariaGuleghina, Renée Fleming, Mlada Hudoley,Maria Cristina Kiehr, Ute Lemper, TwylaRobinson, Letizia Scherrer, Teresa Seidl eRuth Ziesak, os meios-sopranos DelphineHaidan, Barbara Hölzl, Cynthia Jansen,Cornelia Kallisch, Ann Murray e LucySchaufer, o contralto Helena Rasker, ostenores Alfons Brandl, Werner Güra, AlgirdasJanutas, Donald Litaker, Hubert Nettinger,Daniel Norman, Christoph Prégardien, MarcoAlves dos Santos, Bruce Sledge e Ray M.Wade Jr., os barítonos Marcos Fink, DietrichHenschel, Christian Immler, Michael Mantaj,Luís Rodrigues, Benno Schollum, RichardShapp, Roman Trekel e Kwangchul Youn, os baixos Gilles Cachemaille, BertrandGrünenwald, Reinhard Hagen, Alastair Miles,

Peter Harvey, Christian Schmidt e MichaelSchöpper, os violinistas Boris Belkin, MaximVengerov e Floriant Zwiaver, os violetistasRoberto Diaz e Herbert Müller, osvioloncelistas Mischa Maisky e Clélia Vital,os pianistas Jonathan Biss, Pedro Burmester,Finghin Collins, Nami Ejiri, Anne Kaasa,Evgeny Kissin, Ewa Kupiec, Nicholas McNaire Ignat Solzhenitsyn, os organistas MarceloGiannini, Eric Latour e Rui Paiva, o cravistaWilliam Hobbs, a guitarrista Sharon Isbin, o gambista Juan Manuel Quintana e ainda oactor Mervon Mehta, como orador.

Paralelamente à actividade central doagrupamento, de referir também, no âmbitoda temporada, os recitais por solistas daOrquestra Gulbenkian que habitualmente têmlugar no Auditório 2 da Fundação. Durante oano de 2004 actuaram neste âmbito o oboístaPedro Ribeiro, os violinistas Maria Balbi,Cecília Branco, Alexandra Mendes, PedroPacheco e Daniel Rowland, as violetistasBarbara Friedhoff, Maia Kouznetsova e IsabelPimentel, os violoncelistas Maria José Falcão,Jeremy Lake, Levon Mouradian, Teresa PortugalNúncio e Clélia Vital, o contrabaixista AlejandroErlich Oliva e a pianista Bárbara Dória.

Em 2004, Lawrence Foster permaneceu no cargo de director artístico/maestrotitular da Orquestra Gulbenkian, enquantoClaudio Scimone manteve o título de maestro honorário.

Coro Gulbenkian

Grande parte da actividade do CoroGulbenkian durante 2004 manteve-seassociada à Orquestra Gulbenkian, naexecução do repertório coral-sinfónicoapresentado no quadro da TemporadaGulbenkian de Música e Dança. Das 34apresentações públicas do Coro Gulbenkian,23 foram em colaboração com a Orquestra,sendo 22 no âmbito da Temporada.

À parte do trabalho desenvolvido emconjunto com a Orquestra, o CoroGulbenkian participou ainda com outrosagrupamentos na execução de um reportóriode grande diversidade. Com os Segréis deLisboa, sob a direcção de Manuel Morais,apresentou um programa exclusivamente

O soprano UteLemper, com a

Orquestra Gulbenkiandirigida por

Lawrence Foster, noGrande Auditório,

26.02.2004.

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O violoncelistaMischa Maisky, com

a OrquestraGulbenkian dirigida

por Lawrence Foster,Grande Auditório,

07.10.2004.

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dedicado a Carlos Seixas, o qual foi ouvidoem diversas cidades do País, assinalando otricentenário do nascimento daquelecompositor. Com a Orquestra Nacional Russa,apresentou a cantata São João Damasceno,de Sergei Taneyev, sob a direcçãode Mikhail Pletnev, num concerto integrado nociclo “Grandes Orquestra Mundiais”. Por último,o Coro Gulbenkian apresentou-se com aOrquestra Sinfónica Portuguesa, a OrquestraSinfónica do Porto e o Coro do Teatro deSão Carlos, para a execução dos Gürrelieder,de Arnold Schoenberg, num concerto no CCB.De destacar também a apresentação, emprimeira audição moderna, de uma série deobras do Cancioneiro Anónimo da Bibliotecada Ajuda, do século XVII, e de FranciscoAntónio de Almeida, num concerto a cappella sob a direcção de Jorge Matta.

Entre o repertório executado pelo Coro em2004, pela sua singularidade, de destacarCenas do “Fausto” de Goethe, de RobertSchumann, Cantata op. 1, São JoãoDamasceno, de Sergei Taneyev, a oratóriaJudas secundum Lucam, Joannem, Mathaeumet Marcum, de António Pinho Vargas, RequiemEbraico, de Eric Zeisl, a Sinfonia N.º 3,Kaddish, de Leonard Bernstein, Gloria e Credoda Missa para Duplo Coro, de Frank Martin, eo Requiem, op. 9, de Maurice Duruflé.

Fora de Lisboa, cumprindo igualmente a suavocação de descentralização, o CoroGulbenkian actuou em Castro Verde,Coimbra, Funchal, Leiria, Mafra, Santa Mariada Feira e Tomar.

No ano de 2004, o Coro Gulbenkian foidirigido por Michel Corboz, Lawrence Foster,Fernando Eldoro, Günther Herbig, JorgeMatta, Manuel Morais, John Nelson, MikhailPletnev e Simone Young.No que respeita a cantores, colaboraramcom o Coro Gulbenkian no ano de 2004 os sopranos Maria Bengtsson, Heidi Brunner,Marisa Figueira, Mlada Hudoley, NickiKennedy, María Cristina Kiehr, TwylaRobinson, Letizia Scherrer, Teresa Seidl,Jennifer Smith e Ruth Ziesak, os meios--sopranos Liliana Bizineche-Eisinger,Delphine Haidan, Barbara Hölzl, Ann Murraye Lucy Schaufer, o contralto Helena Rasker,o contratenor Nicolas Domingues, os tenoresMário Alves, Werner Güra, Algirdas Janutas,

Donald Litaker, Daniel Norman, ChristophPrégardien, Marco Alves dos Santos, BruceSledge e Ray M. Wade Jr., os barítonosAntónio Wagner Diniz, Marcos Fink, DietrichHenschel, Christian Immler, Luís Rodrigues,Benno Schollum, Richard Shapp, RomanTrekel e Kwangchul Youn e os baixos GillesCachemaille, Bertrand Grünenwald, ReinhardHagen, Peter Harvey, Alastair Miles e Michael Schöpper.

Colaboraram ainda com este agrupamento osflautistas de bisel Pedro Sousa Silva e PedroCouto Soares, os gambistas Kenneth Frazer eJuan Manuel Quintana, o cravista WilliamHobbs, os organistas Marcelo Giannini, Eric Latour, Rui Paiva e João Vaz e ospianistas Anne Kaasa e Nicholas McNair.Em 2004, Michel Corboz manteve o cargo demaestro titular do Coro Gulbenkian,ocupando Fernando Eldoro e Jorge Matta os cargos de maestro adjunto e maestroassistente, respectivamente.

Ballet Gulbenkian

O primeiro semestre de 2004 correspondeainda à primeira temporada do BalletGulbenkian programada por Paulo Ribeiro

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Ballet Gulbenkian,Outsight. Coreografiade Didy Veldman,estreia absoluta em 3 de Novembrode 2004, no GrandeAuditório.

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enquanto director artístico da Companhia,cargo que ocupa desde Setembro de 2003, o qual optou pela quase exclusivaapresentação de trabalhos expressamentecriados para o elenco do Ballet Gulbenkian.Assim, durante 2004, foram dançadas emestreia mundial as seis coreografiasseguintes: Delicado, de Gilles Jobin, White,de Paulo Ribeiro, O Céu que nos Resta, deJuan Carlos Garcia, Os Monólogos do Oriente,de Rui Horta, Outsight, de Didy Veldman, e O Canto do Cisne, de Clara Andermatt.Para além das obras dadas em estreia, o repertório incluiu ainda, em reposição,Paradise Practice, de Stijn Celis.

Além dos 15 espectáculos integrados naTemporada Gulbenkian de Música e Dança,no Grande Auditório, o Ballet Gulbenkianefectuou 39 espectáculos em digressão, 20 dos quais em cidades portuguesas e 19 no estrangeiro. Entre as digressões noestrangeiro destacam-se as actuações emEspanha, que levaram a Companhia a actuarem Madrid (Teatro Albéniz), Alicante (Teatro Principal), Bilbau (Teatro Arriaga),Barañain (Auditório de Barañain) e Santiagode Compostela (Auditório Galicia), na Suíça,onde o Ballet Gulbenkian se apresentou emseis cidades (Lausanne, Genebra, Zurique,Berna, Zug e Basileia) no âmbito do festivalSTEPS, bem como em França, em respostaao convite para a abertura do Festival de Marselha.

No País, o Ballet Gulbenkian actuou emAveiro, Bragança, Évora, Figueira da Foz,Leiria, Montemor-o-Novo, Porto, Santa Mariada Feira (Europarque) e Viseu.

Em 2004, as responsabilidades de ensaiadorcontinuaram partilhadas por PascaleMosselmans e Vítor Garcia. Como professoresconvidados colaboraram Samuel Wuersten,Luísa Taveira, Carlos Prado, José Grave,Annabelle Bonnéry, Alphonse Poulin, JeanneSolan, Angelique Willkie e Aäron Watkin.

Ciclo “Grandes Orquestras Mundiais”

O ano de 2004 abrangeu parcialmente asedições de 2003-2004 e 2004-2005 do ciclo“Grandes Orquestras Mundiais”, promovidomais uma vez pela Fundação em parceria como BPI – Banco Português de Investimento.Da primeira destas temporadas constaramcinco concertos, o primeiro dos quais com a Orquestra Sinfónica da Rádio da Baviera,participante frequente deste ciclo e aquidirigida por Mariss Jansons. Seguiram-se-lhea Orquestra Nacional Russa, regida pelo seufundador e titular, Mikhail Pletnev, aOrquestra do Festival de Budapeste, dirigidapor István Fischer, a Orquestra de Filadélfia,com direcção de Christoph Eschenbach, e aOrquestra Filarmónica de Munique, sob aregência de James Levine. Já na temporadaseguinte, teve lugar ainda em 2004 a

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O soprano Gabriele Schnaut,

acompanhada pela Orquestra

da Ópera Alemã de Berlim,

sob a direcção deChristian Thielemann

(Ciclo GrandesOrquestras Mundiais),Coliseu dos Recreios,

22.11.2004.

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apresentação da Orquestra da Ópera Alemã de Berlim, dirigida por Christian Thielemann.

O repertório executado abrangeu diversaslinhas de força da grande literaturasinfónica dos séculos XIX e XX, desde agermânica (Schubert, Brahms, Wagner,Mahler, Schönberg) à francesa (Berlioz,Debussy) e à russa (Tchaikovsky, Taneyev,Rachmaninov, Chostakovitch). Todos estesconcertos tiveram lugar, como é habitual,no Coliseu dos Recreios de Lisboa.

Recitais de música de câmara

Apresentaram-se no Grande Auditório, aolongo de 2004, em recitais de canção decâmara, os seguintes cantores: o sopranoAngela Gheorghiu (com o pianista JeffCohen), os meios-sopranos Magdalena Kozena (com Malcom Martineau), Marjana Lipovsek(com Anthony Spiri) e Dagmar Peckova (comIrwin Gage), o tenor Bem Heppner (comCraig Rutenberg) e ainda, em duo, o sopranoBarbara Bonney e o meio-soprano AngelikaKirschlager (com Malcom Martineau).

Os pianistas convidados foram DmitriBashkirov, Sequeira Costa (dois recitais,prosseguindo a sua integral das Sonataspara Piano de Beethoven), Richard Goode,Angela Hewitt, Elisabeth Leonskaya, Louis Lortie,Koon-Woo-Paik e Mikhail Rudy, para lá deFilipe Pinto Ribeiro, com o qual se inauguroua temporada com um novo ciclo dedicadoa novos intérpretes em início de carreira.

A programação de música de câmara integrouainda recitais de violino e piano por MaximVengerov (com Fazil Say ao Piano) e Midori(com Robert MacDonald), de viola de arco epiano por Gérard Caussé (com Jean-PhilippeCollard) e de violoncelo e piano com AntónioMeneses (com Menahem Pressler), para lá deapresentações dos quartetos Hagen e Vermeer,e ainda do Trio Kalichestein/Laredo/Robinson.

Música antiga e música contemporânea

A programação de música antiga integrouconcertos pela Capella della Pietà deiTurchini, com direcção de Antonio Florio;

pelo grupo Concerto Soave, dirigido por Jean--Marc Aymes e tendo como solista o sopranoMaria Cristina Khier; pela orquestra barrocaEuropa Galante, com o violinista Fabio Biondicomo maestro e solista; pelo grupo coral The Sixteen, regido por Harry Christophers;por Les Talens Lyriques, sob a direcção deChristophe Rousset; pela orquestra barrocaConcerto Köln, com o Coro de Câmara daRIAS, dirigidos por René Jacobs; pela CapellaReial de Catalunya e pelo Hesperion XXI, como soprano Montserrat Figueras, dirigidos porJordi Savall; e ainda por um programaespecial dedicado ao quarto centenário donascimento do compositor português CarlosSeixas, com o Coro Gulbenkian e os Segréisde Lisboa, com direcção de Manuel Morais.A esta série deve ainda somar-se o concertoapresentado pelo Coro Gulbenkian sob aregência de Jorge Matta, incidindo nestemesmo período. O barroco francês e alemãofoi assim revisitado por alguns dos seusintérpretes contemporâneos maisespecializados, com incursões pelo repertórioespanhol do tempo de Isabel, a Católica, e pelo património da música sacra portuguesados séculos XVII e XVIII.

Quanto à música contemporânea, a série deconcertos que lhe foi expressamentededicada incluiu apresentações de obras deautores fundamentais da segunda metade doséculo XX, de Berio e Donatoni a Rhim eTakemitsu, em dois concertos pelo QuartetoArditti; compositores contemporâneosbritânicos pelo Psapha Ensemble (com a

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O soprano AngelaGheorghiu e opianista Jeff Cohen(Ciclo Canto), noGrande Auditório,22.03.2004.

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estreia de uma obra encomendada pelaFundação ao português Tomás Henriques);um programa incluindo peças de Kagel eSolbiati e uma estreia absoluta de JoãoPedro de Oliveira pelo Trio Matisse; e umconcerto em torno de Ligeti e dos autoreshúngaros seus contemporâneos (com umaobra do português Eurico Carrapatoso).Particular destaque teve o ciclo“Compositores-Intérpretes” dedicado, nestaedição, ao compositor, maestro e oboístaHeinz Holliger, que em dois recitais com oEnsemble Contrechamps e dois concertoscom a Orquestra Gulbenkian apresentou umaselecção de obras de sua autoria e de peçassignificativas de compositores dos séculos XVIII e XIX em que ele próprio reconhece as suas raízes históricas mais directas(Bach, Mozart, Haydn, Schubert, Schumann).Refira-se ainda, neste mesmo domínio, a vinda do compositor e maestro KrzystofPenderecki para dirigir a Orquestra Gulbenkiannum programa que incluía obras suas, e ofrequente repertório de autores “clássicos” doséculo XX apresentado pela mesma orquestraao longo de toda a temporada, de Weil eHindemith a Enesco e Prokofiev ou a Brittene Bernstein. A realização da segunda ediçãodo Workshop para Jovens CompositoresPortugueses foi já anteriormente mencionada.

Plano de descentralização cultural

Paralelamente à intervenção dos agrupamentosartísticos da Fundação fora de Lisboa, que, defacto, constitui a acção do Serviço de Músicade maior impacto em termos dedescentralização cultural, é igualmenterelevante o apoio concedido a iniciativaslevadas a cabo por outras entidades naorganização de recitais de música de câmara.Ainda em 2004, o Serviço de Música esteveassociado à realização de recitais de músicade câmara por elementos da OrquestraGulbenkian, através da atribuição de subsídiospara a viabilização dos mesmos. Nesteâmbito, foram realizados recitais em Alenquer,Leiria, Maia, Ourém, Tomar e Torres Novas.

Por outro lado, o Serviço de Música manteveem 2004 o seu apoio à organização derecitais de órgão em instrumentos históricospelos organistas Antoine Sibertin-Blanc,António Duarte, João Vaz e Rui Paiva, tendosido realizados um total de sete eventos,que tiveram lugar em Coimbra, Óbidos,Salvaterra de Magos e Setúbal.

Subsídios e Bolsas de EstudoIncentivo à criação musical

No âmbito deste programa foram feitas em2004 sete encomendas de novas obras acompositores, todas elas integradas naestratégia transversal do Serviço de Música noquadro da música contemporânea; para alémdisso foi ainda concretizado o pagamento do subsídio final destinado à composição da ópera Das Märchen, por Emmanuel Nunes,já encomendada no ano anterior.Três das encomendas articulam-se com a programação antecipada da temporada deconcertos da Fundação de 2005-2006: umafeita ao compositor Pedro Amaral, referente a uma obra que deverá ser executada emFevereiro de 2006 pela London Sinfonietta,sob a direcção de Peter Eötvos, e as outrasduas referentes a novas partituras de JoãoRafael e Jesus Rueda, para execução pelogrupo de percussões Drumming em Maio de2006. Foram feitas ainda encomendas aoscompositores portugueses Patrícia Almeida eNuno Miguel Henriques, na sequência da sua

Eduardo Saraiva

Rodrigo César

O violinista FabioBiondi dirige o

agrupamento EuropaGalante (Ciclo

Música Antiga), noGrande Auditório,

13.03.2004.

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Heinz Holliger dirigea Orquestra

Gulbenkian, GrandeAuditório,

26.11.2004.

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participação destacada na edição do anotransacto do Workshop da OrquestraGulbenkian para Jovens Compositores, e aocompositor João Pedro Oliveira para a criaçãode uma obra para piano e orquestra, comelectrónica, em que o autor deseja explorar“uma nova técnica composicional derivada dapesquisa feita sobre a interacção gestualentre os instrumentos e a electrónica”.De referir, por último, a encomendaendereçada à compositora sueca KarinRehnquist, para estreia em 2006 pelaOrchestrutopica, agrupamento orquestralportuguês especializado em músicacontemporânea com o qual o Serviço deMúsica tem mantido estreita colaboraçãodesde a sua criação, em 2001.

Bolsas de estudo no estrangeiro

Para o ano lectivo de 2004-2005, a Fundação concedeu, através do seuServiço de Música, 21 bolsas de estudo paraaperfeiçoamento artístico ou pós-graduaçãoem estabelecimentos de ensino superior emAmesterdão (Holanda), Berlim (Alemanha),Boston (EUA), Erba (Itália), Evanston (EUA),Fullertton (EUA), Haia (Holanda), Kansas(EUA), Karlsruhe (Alemanha), Londres (RU),Madrid (Espanha), Milão (Itália) e Toronto(Canadá). Destas, nove correspondem arenovações de bolsas concedidas em anosanteriores, para prosseguimento dos planosde estudos iniciados e considerados paraapoio em anos anteriores, tendo sido asrestantes 12 atribuídas a novos bolseiros.

No que respeita a áreas disciplinares, o anolectivo de 2004-2005 verificou a seguintedistribuição: canto (dois), clarinete (um),dança (um), fagote (um), trompete (um),violino (quatro), violeta (um), violoncelo(sete) e piano (três).

Bolsas de estudo no País

No ano de 2004, o Serviço de Música mantevea sua associação ao Prémio Jovens Músicos,uma iniciativa da Radiodifusão Portuguesa, no que respeita à selecção de novos bolseiros,privilegiando-se deste modo a aferição directae prática dos candidatos, mais justa erigorosa, opção posta em prática desde há já

alguns anos. Paralelamente, o Serviço deMúsica abriu concurso para renovação debolsas, no sentido de apoiar o prosseguimentodos estudos a candidatos a quem em anosanteriores tenha sido concedida bolsa e quemantenham as condições requeridas para amanutenção da mesma.

Neste quadro foram atribuídas 18 bolsaspara prosseguimento de estudos emestabelecimentos de ensino de música noPaís, dez das quais correspondendo arenovações e oito a novas bolsas.

Relativamente à sua distribuição por áreasdisciplinares, verificou-se o seguinte: flauta(três), clarinete (um), fagote (um), violino(seis), violeta (três), contrabaixo (dois) e saxofone (dois).

Cursos

O Serviço de Música promoveu a realizaçãode sete cursos de aperfeiçoamento musicaldestinados a jovens em fase adiantada deformação ou em início de carreira artísticaprofissional. Tiveram assim lugar dois cursosde técnica e interpretação pianística regidospelo pianista Sequeira Costa e dois semináriosde composição da responsabilidade docompositor Emmanuel Nunes. Em colaboraçãocom a Escola Superior Rainha Sofia, de Madrid,foram ainda organizadas master classes nasáreas de violino (Prof. Zakhar Bron), viola dearco (Prof. Gérard Caussé) e piano (Prof. DimitriBahkirov), ministrados por docentes daquelaprestigiada instituição internacional.

Outros subsídios

Foram atribuídos em 2004 seis subsídiospontuais: dois à Associação de Amigos daEscola de Música do Conservatório Nacional,para a promoção de actividades de apoiopedagógico àquela escola; um à Miso MusicPortugal, para apoio ao desenvolvimento doprojecto de um Centro de InformaçãoMusical; um à Academia de Música Antiga deLisboa, para a realização de master classes demúsica barroca; e dois à Juventude MusicalPortuguesa e à Associação Portuguesa deEducação Musical, respectivamente, paraprossecução das suas actividades estatutáriasno plano pedagógico.

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“Vidas Imaginárias”, Sur la Tage 2005, Patrick Corillon.

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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 384 093

Despesas de funcionamento 138 420

Iniciativas directas 2 542 413

Subsídios 24 940

Investimento 410 489

Total 4 089 866

Proveitos 279 107

A ideia de que no ano de 2003 se encerravaum ciclo na história do Centro de ArteModerna e que um tempo novo deconsolidação e reforço da sua vocaçãoessencial – a divulgação da arte moderna econtemporânea – se abria, foi amplamenteconfirmada no ano de 2004.

Quer pelas linhas de programação expositiva,quer pelos desenvolvimentos na área daeducação, quer pelo avanço e conclusão deum conjunto de tarefas fundamentais da suaprática museológica, esta antecipação revelou--se ajustada, como seguidamente se verá.

Um facto de uma outra ordem impõe-se,porém, como algo extraordinário,constituindo certamente a ocorrência maismarcante deste ano.

Por ocasião do 2.º aniversário da morte deFernando Calhau, a sua mulher MariaCândida Calhau doou ao Centro umimpressionante conjunto de mais dequatrocentas e sessenta obras do artista,que integra filmes, fotografias, pinturas,esculturas, desenhos e gravuras. Esteacontecimento representa um enorme“enriquecimento” da Colecção, criando,como é natural, o estabelecimento de umcompromisso do Centro na divulgação daobra deste grande artista.

Deixando, provisoriamente, de lado asexposições temporárias e rotativas e oSector de Educação, os quais serão

›› Centro de Arte ModernaJosé de Azeredo Perdigão – CAMJAP

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abordados em secções específicas, há quereferir, no entanto, algumas das tarefas aque o Centro se propôs para o ano 2004.

› A publicação de um roteiro da Colecção,numa versão portuguesa e numa versãoinglesa, conclusão do trabalho de uma vastaequipa de 32 autores e investigadores,iniciado já há algum tempo, coordenado porLeonor Nazaré. São nele contemplados 139artistas considerados representativos daColecção e dele faz parte ainda umacronologia comparada do século XX. Nãopretendendo ser uma obra definitiva, elerepresenta um enorme avanço porcomparação com o roteiro de 1966, e virácertamente a constituir uma plataformamuito importante para disponibilização dacolecção on-line.

› Prosseguiram os trabalhos de preparaçãodo catálogo raisonné de Amadeo de Souza--Cardoso, tendo a investigação avançado emaspectos de aprofundamento técnico da obrae igualmente no conhecimento dos circuitosexpositivos e dos contactos do artista.Foram realizados ensaios do módulo dabibliografia In-Arte, trabalho que está nestemomento a ser concluído. A investigaçãobiográfica beneficiou consideravelmente doacesso ao espólio da família do artista, que amavelmente o disponibilizou nesta fase do trabalho.

› Foram retomados os trabalhos tendentes àcriação no mais breve tempo possível de umsite na Internet, que facilite um maior emelhor acesso a informações sobre asactividades do CAM e a dados sobre acolecção e os artistas que a integram.

› Foi publicado o livro CAPITALS, coordenadopor Maria de Assis e Mårten Spångberg quereuniu o pensamento, a memória e asinquietações que estiveram na base doprojecto homónimo que decorreu entre Maiode 2002 e Setembro de 2003. Muitosartistas, portugueses e estrangeiros,participaram no percurso CAPITALS –Encontros ACARTE 2003 atravessando sete“ilhas” de espectáculos, conferências,workshops, seminários e encontros informais,que o volume lançado reequacionou. Incluiutextos de Adrien Heathfield, Alexandre Melo,Ana Pinto, André Lepecki, Bogdan Szyber e

Carina Reich, Catarina Campino, ClaudeWampler, Cláudia Galhós, Cláudia Madeira,Dorothea Von Hantelmann, Franz AntonCramer, Gary Stevens, Herlander Elias, JoãoCarneiro, José Gil, Kristian Seltun, MariaTeresa Cruz, Mário Carneiro, MónicaGuerreiro, Myriam Von Imschoot, NelsonGuerreiro, Nikolaus Müller-Schöll, PatríciaPortela, Petra Kuppers e Rebecca Schneider.

› O acervo do Museu foi acrescentado comnovas obras de José Loureiro, MichaelBiberstein, João Paulo Feliciano, BrunoPacheco, Gil Heitor Cortesão, Luísa CorreiaPereira, Pamela Golden, António Pedro, MárioEloy, João Vilhena, Rita Magalhães, JoséLuís Neto, Rui Calçada Bastos, Noé Sendas,Vasco Araújo, Callum Innes e Alex Pollard.Nesta lista merecem destaque o quadro deAntónio Pedro, La Belle au Bois Dormant,uma obra muito rara do períododimensionista, de 1935, e o quadro de MárioEloy, A Fuga, uma das obras fundamentais da história do expressionismo em Portugal.

Exposições TemporáriasAntony Gormley,“Mass and Empathy”

Esta exposição foi porventura uma das maiores jamais realizadas por Antony Gormley e possivelmente a mais vasta exposição individual feita na FundaçãoCalouste Gulbenkian. De facto, para além deocupar as duas galerias de exposições dasede, a mostra usou ainda três espaçosexteriores e a grande nave de preparação de exposições, espaço nunca antes abertoao público.A exposição incluiu dois grandes gruposescultóricos, Domain Field (mais de 200esculturas) e Critical Mass (60 esculturas) e ainda um conjunto de esculturaspertencentes a períodos diferentes da obrade Antony Gormley e com os quais se traçouuma visão da sua trajectória artística.A exposição foi recebida entusiasticamentepelo público e pela crítica. Sede da Fundação: hall, galerias deexposições do piso 0 e 01, nave depreparação de exposições, lago e diversaspartes do jardim19 Fevereiro a 16 de Maio de 2004

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Lluís Hortalá,“Right Place,Wrong Time”

A obra de Lluís Hortalá tem vindo aconstituir-se cada vez mais como umainterrogação sobre a relação do corpo com o espaço e, mais recentemente, comouma reflexão sobre a relação com um espaçoparticular: as montanhas. Este paisagista derelevos é um “criador de topografiasabstractas da visão”, como referiu Teresa Blanch. De facto, partindo da suaexperiência sensível das paisagens, Lluís Hortalá converte essa experiência em representações que reflectem os jogossubtis operados pela percepção. Muito embora a sua obra não pretenda dar a ver uma experiência de caráctersubjectivo, alguns trabalhos deixam adivinhar algo sobre o seu relacionamento peculiar com essas paisagens acidentadas.Nesta exposição foram mostradas quatroobras de produção recente: Right Place,Wrong Time, Carne de Grieta, S/T (after rightplace, wrong time) e Thin Air.Galeria de Exposições Temporárias do Centro26 de Fevereiro a 30 de Maio de 2004

“Ponto de Encontro – 25 Anos deJoalharia no AR.CO”

Tendo completado, em 2003, vinte e cinco anos de existência, o departamento de Joalharia do Ar.Co tem tido como objectivo prioritário a formação de autores no quadro de uma prática multidisciplinar, visando a renovação do conceito de jóia enquanto forma de expressãoplástica.Esta exposição, realizada no âmbito do 30.º aniversário da escola, apresentoutrabalhos seleccionados de artistasportugueses e estrangeiros que colaboraram com o departamento de Joalharia, contribuindo de forma mais ou menos directa para odesenvolvimento de uma tradição dejoalharia de autor no nosso país. A mostra incluiu ainda uma secção escolaronde se apresentam actividades pedagógicas e produções destedepartamento, assim como diversas peças da colecção de joalharia do Ar.Co.Comissariado: Teresa SeabraGaleria de Exposições Temporárias do Centro26 de Fevereiro a 30 de Maio de 2004

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“Mass and Empathy”,Antony Gormley.

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Gil Heitor Cortesão,“Mnemopolis”

Foram apresentadas nesta exposição 12 pinturas inéditas em acrílico sobplexiglas, onde ambientes feéricosmisturavam recintos públicos, multidões,edifícios, frases publicitárias, aparelhagenseléctricas ou balões de feira, arrumando-seao jeito das imagens de um caleidoscópio.Na sequência do que tem vindo a fazer, GilHeitor Cortesão pinta no reverso de placasde plexiglas e pontualmente nas duas faces,fazendo conviver formas muito definidas efigurativas, com apontamentos libertos, desimples materialidade e expressão pictóricas:manchas, escorridos, luminosidadecromática, transparências.Comissariado: Leonor NazaréGaleria de Exposições Temporárias do Centro17 de Junho a 26 de Setembro de 2004

Pamela Golden,“Nothing Personal/Nada de Pessoal”

O tamanho importa. Pinturas muitopequenas, iguais ou menores do que otamanho de fotografias Polaroid (que nãosão em vão invocadas com o seu trabalho),realizadas a partir de fotografias antigas. As belas cores e a atmosfera aparentementeserena destas cenas, que mais do quepintadas são iluminadas, invadem denostalgia e inquietação o observadoratento. Pamela Golden convoca o cinema e a fotografia para os transformar numexercício requintado de pintura e emsimultâneo reflectir sobre o sentido dessemesmo exercício. A exposição reuniu 48obras e constituiu para o público e para acrítica uma surpresa, muito bem acolhida.Galeria de Exposições Temporárias do Centro7 de Outubro a 9 de Janeiro de 2005

Pedro Calapez,“Obras Escolhidas 1992-2004”

A exposição reuniu uma selecção detrabalhos (pintura, desenho, escultura)realizados entre 1992 e 2004. A apresentação de peças desconhecidas oumenos conhecidas em Portugal, a aposta nareunião de séries completas de trabalhos,

“Mnemopolis”, Gil Heitor Cortesão.

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“Nothing Personal/Nada de Pessoal”, Pamela Golden.

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“Obras Escolhidas 1992-2004”, Pedro Calapez.

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assim como a total ausência de sentido depercurso cronológico ou retrospectivo, foramalguns dos princípios orientadores destaselecção. Paisagens, estudos de paisagens,lugares de casa ou do bosque, das águas oudas sombras, surgem num espaço aberto ede desejável perspectivação para o livreexercício do olhar. Um vasto conjunto detrabalhos inéditos foi apresentado, comoclara expressão de uma obra em movimento.Apesar de ser inegável o facto de a obradeste artista ter sido sempre bemacompanhada pelo público e pela crítica, a exposição deixou ver momentos menosconhecidos e igualmente muito importantesna obra deste artista. Comissariado: Helena de Freitas e João Miguel Fernandes Jorge Galeria de Exposições Temporárias do Centro14 de Outubro a 9 de Janeiro de 2005

“Vidas Imaginárias”, Emilia e IlyaKabakov, Patrick Corillon, Jan Fabree Susanne Themlitz

Usando como pretexto as tão particularesVidas Imaginárias de Marcel Schwob, esse requintado visitante de vidas e de paragens longínquas, que tantoimpressionou Jorge Luís Borges, o CAM

propôs a quatro artistas, cujas obrasmostram evidentes afinidades, viagens amundos imaginados.O quarto do Artista sem Talento, de Emilia e Ilya Kabakov, o barco de Sur le Tage de Carlos Icator, de PatrickCorillon, o Lancelot de Jan Fabre e opersonagem fugido de oh la la… oh labalançoire, de Susanne Themlitz foram asrespostas por eles encontradas para estedesafio, aliás, notáveis.Sede da Fundação – galeria do piso 04 de Novembro a 9 de Janeiro de 2005

Visitantes da colecção permanente do Museu do CAM

Nacionais: 39 758Estrangeiros: 36 231 Total: 75 989

Exposições Rotativas“XVI Desenhos de António Areal”

Datado de 1968 e raramente exibido, oálbum a tinta-da-china e aguarela sobrepapel agora exposto tem 21 outrosexemplares realizados pelo autor. Dois são

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“Vidas Imaginárias”:Lancelot, de JanFabre, o Oh la la…oh la blançoire deSusanne Themlitz eThe UntalentedArtist, de Emilia e Ilya Kabakov.

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as possibilidades de apresentação dosmétodos de exame e de análise, utilizados noestudo técnico das obras de arte. É nestecontexto que foram reveladas ao público asduas composições que estão subjacentes àreferida pintura.Comissariado: Gabinete de Conservação e Restauro K4 Piso 01 do Centro 13 de Janeiro a 4 de Julho de 2004

“Alfaiataria Cunha – Imagens da Moda do Início do século XX”

Em torno da apresentação de duas pinturasde figurinos de Almada Negreiros gerou-seuma oportunidade de revisitar o excelente

pertença do CAMJAP. Questões como a queinterroga o estatuto de peça única e demúltiplo são assim centrais para oentendimento da obra deste autor. Trata-se de um exemplo daquilo a queAreal chamava o “novo figurativismo”.Comissariado: Alexandre Conefrey Piso 0 do Centro13 de Janeiro a 4 de Julho de 2004

“Os Galgos de Amadeo – Olhar a História de uma Pintura”

Esta exposição desenvolveu-se em torno da pintura Os Galgos (c. 1911) de Amadeo deSouza-Cardoso, numa tentativa de explorar deum modo didáctico e visualmente atractivo,

“XV Desenhos de António Areal”.

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“Alfaiataria Cunha – Imagens da Moda do Início do Século XX”.

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Os Galgos de Amadeo de Souza-Cardoso.

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“Desenhos de Ruy Leitão – Caderno de Esboços”.

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núcleo de obras do Centro sobre o grafismoe ilustração dos anos 20 e 30. A temáticada exposição envolveu o inesgotáveluniverso da moda. Comissariado: Alice Costa GuerraPiso 01 do Centro25 de Julho de 2004 a 2 de Janeiro de 2005

“Desenhos de Ruy Leitão – Cadernode Esboços”

Vários papéis pessoais de Ruy Leitão, comdesenhos inéditos e inesperadas revelaçõessobre o seu processo de trabalho, foramdeixados pelo artista ao cuidado de HélèneChetwind, uma sua grande amiga, em casade quem viveu durante algum tempo em Londres. Estes trabalhos doados recentemente ao Centro, vieram enriquecer o espólio doartista já existente na Colecção, e do qualesta exposição apresentou uma selecção.Comissariado: Ana Vasconcelos e MeloPiso 0 do Centro25 de Julho de 2004 e 2 de Janeiro de 2005

No âmbito do protocolo celebrado entre aFundação Calouste Gulbenkian e aAssembleia da República, foi apresentadanaquela instituição a exposição “Entre DuasLuzes”, com início em Novembro de 2004.Esta exposição integrou obras dos artistasÂngelo de Sousa, Bruno Pacheco, FernandoCalhau, Gil Heitor Cortesão, João PauloFeliciano, Rui Valério e Susanne Themlitz,pertencentes à colecção do Centro de ArteModerna José de Azeredo Perdigão. A exposição foi acolhida com agrado porparte da crítica e do público.

2.º Curso de Mestrado Internacionalem Curadoria

No âmbito do protocolo celebrado entre aFundação Gulbenkian e a Faculdade deBelas-Artes da Universidade de Lisboarealizou-se o 2.º Curso de MestradoInternacional em Curadoria de exposições.Tal como para o 1.º curso houve um elevadonúmero de candidatos e a selecção foibastante rigorosa. A título de curiosidaderefira-se que dos participantes do 1.º curso agrande maioria desenvolve hoje actividadesem entidades públicas e privadas.

Obras Cedidasda Colecção do CAMPara Portugal› Fundação EDP e Museu da Cidade:cedência de seis pinturas e uma colagem deMário Cesariny de Vasconcelos, de Novembrode 2004 a Fevereiro de 2005;› Museu da Quinta de Santiago: cedência deescultura de Gustavo Bastos, de Setembro aOutubro de 2004;› Museu Nogueira da Silva, da Universidadedo Minho: cedência de quatro desenhos euma pintura de Emmerico Nunes, deDezembro de 2004 a Março de 2005;› Câmara Municipal da Azambuja: cedênciade 17 gravuras de Henry Moore, de Março ade Abril de 2004;› Câmara Municipal de Lisboa: exposiçãocomemorativa do 30.º Aniversário do 25 de Abril, cedência de cinco colagense um vídeo de Ana Hatherly, de Abril a Maio de 2004;› Câmara Municipal do Porto: exposição “50 Anos de Actividade Artística”, cedênciade uma pintura de António Leite, de Maio aJunho de 2004;› Câmara Municipal do Porto de Mós:cedência de 17 gravuras de Henry Moore, de Julho a Agosto de 2004;› Centro Cultural de Belém: exposição “A Comédia Humana”, cedência de duaspinturas de Júlio Pomar, de Outubro de2004 a Janeiro de 2005; exposição “Helena Almeida – Pés no Chão, Cabeça no Céu”, cedência de uma obra compostapor uma série de 12 fotografias e duasfotografias da série Seduzir de HelenaAlmeida, de Março a Maio de 2004;› Centro Português de Fotografia: exposição “Mnemosyne”, cedência da umainstalação composta por um conjunto de 14 fotografias, de José Barrias e umDVD, de Setembro a Novembro de 2004;› Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva:exposição “Vieira da Silva nas ColecçõesInternacionais”, cedência de duas pinturasde Vieira da Silva, de Novembro de 2004 aJaneiro de 2005;› Galeria Luís Serpa: exposição retrospectiva“Horizonte”, cedência de fotografia de Cristina Ataíde, 15 de Outubro aNovembro de 2004;› Museu de José Malhoa: homenagem ao pintor Fernando de Azevedo, cedência

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de duas pinturas, um desenho e uma colagemde Fernando de Azevedo, de Maio a Julhode 2004;› Instituto Português do PatrimónioArquitectónico, Galeria Nacional de Queluz:exposição “Luzes”, cedência de umaescultura de Rui Sanches, de Novembro de 2004 a Fevereiro de 2005;› Museu de Serralves: exposição “Paula Rego”, cedência de uma pintura de Paula Rego, de Outubro de 2004 a Janeiro de 2005; exposição“Homeostética”, cedência de uma escultura de Xana, de Abril a Julho de 2004;› Museu do Neo-Realismo e CâmaraMunicipal de Mação: exposição “Júlio Pomar– Desenho, Gravura e Pintura”, cedência deuma pintura de Júlio Pomar, de Dezembrode 2004 a Janeiro de 2005;› Museu Nacional de Soares dos Reis:exposição retrospectiva de Eduardo Nery,cedência de duas tapeçarias de EduardoNery, de Março a Maio de 2004;› Museu de Arte Moderna, Sintra: exposição“Autobiografia” de Júlio Pomar, cedência de seis pinturas de Júlio Pomar, de Maio a Novembro de 2004.

Para o estrangeiro› Fundació Caixa Catalunya: exposição“Cinco Pintores da Modernidade Portuguesa”, cedência de cinco pinturas de Amadeo de Souza-Cardoso, três pinturase um desenho de José de Almada Negreiros e duas pinturas de Paula Rego, de Fevereiro a Maio (entre Junho eSetembro as mesmas obras estiveramexpostas no Museu de Arte Moderna de São Paulo);› The Esbjerg Art Museum and Nikolaj,Copenhagen Contemporary Art Center:exposição “Ashflowers”, cedência de umaescultura de Rui Chafes, de Fevereiro a Abril;› Centre Culturel Calouste Gulbenkian, Paris:exposição “Desenho e Escultura de RuiSanches”, cedência uma escultura de Rui Sanches, de Março a Abril;› Centro Galego de Arte Contemporânea deSantiago de Compostela: exposição “As Palavras da Pintura”, cedência de umapintura de Sonia Delaunay, de Outubro aDezembro;› Sociedade Estatal para la Acción CulturalExterior: exposição “Um Paseo por laVanguardia Española. Instantánea de Ramón

Gómez de la Serna”, cedência de umapintura de Sonia Delaunay, de Novembro de 2004 a Fevereiro de 2005;› Van Abbemuseum, Eindhoven: exposição“Echo”, cedência de uma instalação de Julião Sarmento, de Fevereiro a Maio;› The Menil Collection, Houton: exposição“Arshile Gorky – A Drawing Retrospective”,cedência de um desenho de Arshile Gorky,de Março a Maio.

Sector EducativoO ano de 2004 foi um ano de consolidaçãoda maioria das iniciativas educativas jáexistentes e, como tem vindo a ser regra,também de alargamento das áreas deactividade e intervenção ao nível daformação e educação artística e daconquista de novos públicos.

Foi também o ano de arranque de um alargado estudo de público, que se desenrolará até Junho de 2005, como intuito de conhecer as audiências doCAMJAP e avaliar a programação educativa.

Visitas guiadas

No seguimento das iniciativas realizadas no ano anterior o Sector Educativo alargouo programa de visitas para o público emgeral, grupos escolares (todos os níveis deensino) e outros grupos organizados,verificando um aumento substancial devisitantes em relação aos anos anteriorescom incidência no programa de ciclostemáticos de visitas e/ou conversas parapúblico adulto, de entrada livre, dedicadas à divulgação da história de arte e aocruzamento de áreas do saber e passou a realizar visitas-jogos para crianças a partir dos 3 anos no primeiro domingo de cada mês.

Visitas de fim-de-semana – adultos e criançasVisitas em torno da colecção permanente edas exposições temporárias queproporcionam espaços de discussão, debatee aprendizagem a partir de percursosguiados a uma selecção temática de obraspresentes nas salas do Museu.

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Na totalidade, foram realizadas 152 visitasde fim-de-semana que contaram com 1993 participantes.

Visitas guiadas para escolas e outrasinstituições – crianças, jovens e adultosA diversificação da programação específicapara as escolas, com o aumento do númerode visitas temáticas disponíveis para osvários níveis de ensino e o alargamento dasiniciativas para crianças do pré-escolar a partir dos 3 anos, permitiu aumentarsubstancialmente o número de visitantesprovenientes de instituições escolares e educativas e, sobretudo, incrementar o número de repetição de visitas por parte destas mesmas instituições. O ano de2004 foi ainda dedicado a uma maioraproximação às escolas e ao trabalhopedagógico através da realização deparcerias com algumas instituições escolarese do desenvolvimento de um programa de visitas pedagógicas dirigidas a agentesde acção educativa.

Na totalidade, foram realizadas 1041 visitaspara grupos organizados que contaram com25 024 participantes.

Ateliês

Em 2004 aumentou o número de ateliêsrealizados, sobretudo no que se refere aosprogramas especiais em período de férias e ao ateliês de modelo familiar.

Ateliês de continuidade (dirigidos a crianças)Ateliês de longa duração (trimestrais,semestrais ou anuais), onde se promove um trabalho de continuidade com osparticipantes através do cruzamento dediferentes linguagens artísticas (animaçãodo livro, expressão dramática, artes visuais,expressão plástica) e apelando à utilizaçãode todos os sentidos de uma formaintegrada. Foi realizado um total de 20 ateliês (194 sessões) que contaram coma participação de 303 crianças. De salientartambém a continuação do trabalho com aCerci de Lisboa através da realização de umateliê de expressão dramática em 22 sessõespara jovens com necessidades educativasespeciais.

Ateliês temáticos (dirigidos a gruposescolares, jovens, crianças e famílias)Ateliês em torno da programação deexposições temporárias ou da colecçãopermanente do Centro de Arte Moderna,realizados durante o ano lectivo, quer para grupos organizados, quer para inscrições individuais. Verificou-se um aumento do número de ateliês (74) que contaram com um total de 830 utentes.

Programas especiais em períodos de férias ou dias especiais (Dia Mundial da Árvore, Dia Internacional dos Museus, Dia Mundial da Criança, Natal, Carnaval,Páscoa, Verão)

Ao longo do ano foi aumentado o número de ateliês dedicados a períodos especiais de férias ou dias comemorativos promovendosimultaneamente o conhecimento da colecçãopermanente do CAMJAP, das exposiçõestemporárias e do Jardim Gulbenkian.Aproveitando os vários períodos de férias, o Sector Educativo alargou o número deateliês de média duração, com realização emcinco sessões, de segunda a sexta, de formaa permitir um trabalho de grupo maiscontinuado e aprofundado. Na totalidade, foram realizados 159 ateliêsque contaram com a participação de 1753 crianças.

Total de ateliês: 253Total de utentes: 2886

Cursos

Na senda do trabalho formativo promovidopelo Sector Educativo foram realizados diversos cursos e acções de formação nas áreas da educação artística e educaçãoem museus.

Os cursos ministrados dividiram-se em quatro categorias: cursos de educaçãoartística e prática pedagógica, cursos de introdução geral à arte, cursos comateliês práticos e cursos teóricos parapúblico em geral.

Total de cursos: 13 (140 horas)Total de utentes: 242

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Formação artística para professores

› Cursos de educação artística e práticapedagógica• “Educação e Cultura Visual: os desafios da contemporaneidade”• “A Escola vai ao Museu/O Museu vai à Escola”• “Ler o Desenho: Instrumentos para aCompreensão do Alfabeto Visual”

› Cursos com ateliê prático• “Cores Sabores e Odores: da Cozinha paraa Paleta”• “Rasga, Corta, Junta e Cola: Técnicas de Colagem para Todos”

› Introdução geral à arte• “Temas da Arte e da Cultura: doModernismo à Contemporaneidade, Parte I”• “Temas da Arte e da Cultura: doModernismo à Contemporaneidade, Parte II”• “A Pintura nas Palavras: a Literatura doPrimeiro Modernismo Português à Luz da Pintura e Vice-Versa”• “A Pintura nas Palavras: a Literatura do Surrealismo Português à Luz da Pintura eVice-Versa”

› Cursos teóricos para público em geral• “Concepção e Organização de exposições e catálogos” (2 edições)• “Estética e Sonho”• “O Vídeo em Questão”

Outras actividades

› Publicação do primeiro número dacolecção educativa do CAMJAP para crianças“Viva o Museu – Descobre os Animais”.Publicação dos primeiros três números dacolecção de guias familiares do CAMJAPpara utilização na colecção permanente(n.º 1 – “De que somos feitas?”; n.º 2 – “O que estás a ouvir?”; n.º 3 – “Aqui há arte abstracta?!”).

Sector de Animação ArtísticaPrémio ACARTE/Maria Madalenade Azeredo Perdigão

O prémio referente a 2004, no valor de € 10 000, foi atribuído a Patrícia Portela,

pelo seu trabalho de autoria e concepção da peça Flatland. Foi também atribuída umamenção honrosa a Jorge Andrade pelo seutrabalho na peça Os Justos.

Jazz em Agosto

O relevo da edição do Jazz em Agosto 2004 que agrupou 12 concertos, foi dado a uma representação significativado actual jazz do Canadá, ainda poucoconhecido na Europa, mantendo-se o focosobre artistas da Europa. Assim, do Canadá presenciaram-se concertos de duas orquestras, N.O.W. dirigida pelo trombonista norte-americano George Lewis e a Paul CramOrchestra, o sexteto da violoncelista Peggy Lee, o quarteto electroacústico do clarinetista François Houle, o dueto do pianista Paul Plimley e do contrabaixista Lisle Ellis e ainda o turntablist Martin Trétault que actuou com o seu congénere japonês Otomo Yoshihide, tendo este último sidoapresentado com o seu New Jazz Ensembleque incluiu o saxofonista sueco Mats Gustafsson em estreia mundial. O mesmo M. Gustafsson actuou com o seutrio The Thing. O trompetista austríacoFranz Hautzinger e seu novo projectoRegenorchester XI, os músicos ibéricos Nuno Ferreira (guitarra) e Jesus Santandreu(saxofone tenor), o trompetista Arve Henriksen e o histórico bateristaalemão Günter “baby” Sommer, ambos em solo, complementaram a representaçãoeuropeia, na perspectiva iniciada em 2000pelo Jazz em Agosto de apresentaçõesinéditas em Portugal.

CITEN – Centro de Imageme Técnicas Narrativas

O CITEN realizou um conjunto de actividades em 2004, das quais se destacam cursos e workshops inovadorespela sua metodologia e transdisciplinaridade.

No âmbito das suas actividades e divulgação e reflexão das áreas do cinemade animação, banda desenhada, ilustração

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e argumento, bem como através de trabalhos dos alunos resultantes dosdiferentes cursos e workshops, o CITENparticipou ainda em exposições, encontros,festivais, debates e ciclos, em Portugal e no estrangeiro.

Cursos

Seguindo este princípio detransdisciplinaridade, em 2004, para alémdos cursos de banda desenhada, ilustração e cinema de animação de desenho e devolumes, o CITEN alargou as suas áreas deformação e criou dois novos cursos – oCurso de Argumento e o Curso de Imagem,Movimento e Som.

A criação destes cursos afigurou-seimportante e urgente dado não existirnenhuma entidade em Portugal que assegurea formação nestas áreas, à semelhança doque acontece com outras áreas deintervenção do CITEN.

O Curso de Imagem, Movimento e Som éuma acção de formação transdisciplinar emque convergem o vídeo e a animação, a dança e a performance, e o som analógicoe digital.

Na tentativa permanente de dar resposta àscrescentes necessidades de formação dacomunidade dos alunos já formados por esteCentro, e ao mesmo tempo dar continuidadeaos objectivos de divulgação esensibilização nas áreas que investiga, o CITEN organizou workshops deespecialização e iniciação: o workshopde especialização de cinema de animação na técnica de plasticina e o ciclo de seis workshops de banda desenhada sob o tema do conto tradicional O Capuchinho Vermelho.

Curso Aprofundado de Cinema de Animação para Professores

Ainda em 2004 realizou-se pela primeira vez em Portugal, numa iniciativa do CITENcom o apoio do ICAM/MC, um CursoAprofundado de Cinema de Animação paraProfessores.

Este curso reuniu ao longo de seis meses e150 horas de formação, nove professores noactivo e cinco alunos da Escola Superior deEducação de Lisboa que aprenderam eexperimentaram as técnicas e linguagens docinema de animação. De forma a potenciaros conhecimentos adquiridos no curso e aspossibilidades criativas, narrativas, técnicase tecnologias do cinema de animação, foramrealizados durante o curso trabalhosexperimentais em permanente ligação comas comunidades escolares dos formandos.

Destas diferentes acções de formaçãoresultaram espectáculos no auditório do CAM, experiências, intercâmbios e trabalhos colectivos que originarão aedição de um álbum de banda desenhada(intitulado Memórias 10) e um conjunto de filmes de animação experimentais que estão neste momento a participar em festivais de cinema nacionais e internacionais.

Mostras, festivais, ciclos e debates

A exemplo de anos anteriores o CITENorganizou e participou nacional einternacionalmente em festivais de cinema,debates e exposições onde divulgou as suasactividades e método pedagógico.

Com o apoio da Bedeteca de Lisboa, foi criado um aplicativo web alojado no siteda Bedeteca, a ser actualizado todos anos, e onde podem ser consultadas as propostasmetodológicas e os trabalhos realizados no âmbito deste curso.(http://www.bedeteca.com/citen/citen.html)

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1/10 e Modo de Usar#4, de Leonor Antunes. Balsa, duas escápulas em ouro, elástico. Public, Paris, 2004 (Bolsa João Hogan)

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Valores em euros

Encargos com pessoal 484 014

Despesas de funcionamento 154 350

Iniciativas directas 127 199

Subsídios e bolsas 1 172 786

Total 1 938 349

Proveitos 149 133

O Serviço de Belas-Artes prosseguiu, em2004, a actividade distributiva de apoio àcriação, divulgação e investigação nasdiferentes áreas artísticas no âmbito da suacompetência – artes plásticas, arquitecturae design, história da arte, arqueologia epatrimónio, cinema e teatro – concretizadaatravés da atribuição de bolsas e subsídios.

Os seus objectivos principais são apoiarnovos projectos de qualidade, dinamizandoo meio artístico nacional e promover a artee os artistas portugueses nos circuitosinternacionais, privilegiando parcerias comentidades relevantes nacionais eestrangeiras. Em complemento, têm vindo a ser desenvolvidas actividades directas(exposições, prémios e projectostransversais e inovadores), em consonânciacom os objectivos do Serviço.

Artes Plásticas e Exposições € 341 709

Acordo tripartido € 50 000

Em 2004 manteve-se o acordo decolaboração entre a Fundação Luso--Americana para o Desenvolvimento (FLAD),o Ministério da Cultura – Instituto das Artese a Fundação Calouste Gulbenkian, acordoque visa apoiar a divulgação e promoção daarte portuguesa no estrangeiro, através daconcessão de subsídios a artistas, galerias einstituições culturais portuguesas, para a

›› Serviço de Belas-Artes

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sua participação em exposições e eventosinternacionais.

Ao abrigo deste programa foram apoiadas 17 iniciativas, tendo os subsídios sidorepartidos entre o apoio à participação das galerias portuguesas em feiras internacionais de arte (México, Bruxelas, Milão, Basileia) e à participação de artistas nacionais emeventos e exposições internacionais,nomeadamente na Bienal de Sidney.

Este foi um ano com uma muitosignificativa presença de projectos oriundosdo espaço europeu, com uma entradaimportante dos países do recentealargamento a leste da União Europeia,projectos que envolvem muitas vezesparcerias entre instituições, curadores eartistas europeus, tendo como tema e pontode partida o próprio espaço europeu. A Bienal de Arte de Pontevedra, a Bienaleuropeia Manifesta 5 em San Sebastian, a Quadrienal de Escultura de Riga, osprojectos “Shake the Limits” no MuseuNacional de Arte Contemporânea deBucareste e o “Continental BreakfastBelgrade” no Centro Cultural de Belgradosão disso exemplos significativos.

Projectos de criação artística € 40 100

Esta linha de apoio, cuja naturezaprospectiva e experimental visa contribuirpara o desenvolvimento da obra dosautores, destina-se essencialmente ao apoioà investigação, realizada individualmente ouem colaboração, procurando sintonizar-se

com o tempo da criação artística. O ano de2004 foi de consolidação do modelo decandidaturas, iniciado em 2003 comresultados encorajadores, pelo aumento equalidade das propostas apresentadas,contribuindo para a realização de projectosde longo fôlego, relevantes e coerentes nointerior de percursos autorais. Foram assimfinanciados seis projectos dos artistasFrancisco Tropa, Rui Moreira, Thierry Simões,Hugo Brito, Bernardas Bagdanavicius e Teresa Milheiro.

Apoio à produçãode exposições € 62 700

Este programa, especificamente vocacionadopara o apoio à realização de exposições dearte contemporânea, individuais ecolectivas, constitui-se há vários anos comouma linha de financiamento fundamentalpara a consolidação do tecido artísticoportuguês, bem como para a formação de públicos.

Se, relativamente ao ano anterior, o númerode projectos apoiados, num total de 15,representa uma diminuição sensível, no queconcerne ao valor global do financiamentoverificou-se um substancial acréscimo, queaponta, quer para uma maior escala dosprojectos, quer para uma crescenteprofissionalização do sector. Os projectos“Projectar o Rio”, organizado pelas Oficinasdo Convento, em Montemor-o-Novo, e “EmTrânsito”, organizado pelo Instituto Alemão,em Lisboa, ambos intervenções artísticas emespaço público (rural e urbano), são umexemplo desta escala mais ambiciosa.

Projectos de desenvolvimento e divulgação artística € 76 710

Durante o ano de 2004 foram apoiados21 projectos que, em continuidade com a prática do ano anterior, confirmaram a vocação deste programa para o apoio ao desenvolvimento pessoal dos agentesartísticos, bem como à solidificação das estruturas que operam na distribuição,formação e divulgação artísticas.Os subsídios atribuídos centraram-se no apoio a projectos que promovem

A Assembleia de Deus, aspecto da

montagem da exposição deFrancisco Tropa

(Programa de Apoioa Projectos de

Criação Artística).

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o Tr

opa

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o estudo e documentam as obras de artistascontemporâneos, no apoio a residênciasartísticas no estrangeiro, nomeadamente naCité des Arts, em Paris, e no apoio aestruturas que desempenham um papelessencial na divulgação e ensino artístico nacional.

Assim, destacamos, na área dadocumentação e divulgação da artecontemporânea, as atribuições à FundaçãoCasa-Museu Mário Botas, para aorganização, pesquisa e inventariação doespólio do artista Mário Botas, e aosprojectos “A Dois”, de André Guedes e Centa(Vila Velha de Ródão), “Livro emMovimento”, de João Sousa Cardoso eDaniela Paes e “Alheava” de Manuel SantosMaia, cuja edição em livro, pela suaespecificidade, se individualiza e se autonomiza.

Exposição “Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian.Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geração de ArquitectosPaisagistas. 1940-1970” € 60 684

Inaugurada em 22 de Outubro de 2003, a exposição “Do Estádio Nacional ao JardimGulbenkian” esteve aberta ao público até18 de Janeiro de 2004, na Galeria deExposições Temporárias da Sede daFundação, tendo sido visitada por mais de15 000 pessoas.

A exposição deu a conhecer a arquitecturapaisagista em Portugal através da obra doProfessor Francisco Caldeira Cabral, seu fundador, e da primeira geração de arquitectos paisagistas portugueses, nomeadamente,Gonçalo Ribeiro Telles e António Barreto, os autores do Jardim Gulbenkian.

Comissariada pela Professora TeresaAndresen e com design de Maria JoãoMântua, a exposição contou com umaequipa alargada de colaborações, como é ocaso da artista plástica Gabriela Albergaria,da videasta Renata Sancho e daentrevistadora Ana Sousa Dias, que conduziuentrevistas a quatro arquitectos paisagistasda primeira geração.

Levou-se ainda a cabo um importante levantamento fotográfico de desenhos e obras de arquitectura paisagista em todo o país, realizado pelo fotógrafo Manuel Silveira Ramos, entre 2002 e 2003. Este levantamentodocumental e iconográfico exaustivo, um relevante arquivo para o estudo da disciplina em Portugal, foi depositado na Bibliotecade Arte da Fundação e está, desde Janeirode 2004, à consulta do público.

Foi ainda desenvolvido um extenso programaeducativo e cultural em torno de questõessobre a paisagem, com uma forte adesãopor parte do público, que resultou dacolaboração entre os Serviços de Belas-Artes, o Centro de Arte Moderna Joséde Azeredo Perdigão e o Museu CalousteGulbenkian.

Catálogo “Do Estádio Nacionalao Jardim Gulbenkian.Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geração de ArquitectosPaisagistas. 1940-1970” € 30 209

No âmbito da apresentação da exposiçãoatrás referida foi publicado um catálogo,com edições em português e inglês, quereuniu as contribuições de autores nacionaise estrangeiros.

Foi igualmente publicado um pequeno guiaque contém um conjunto de textosinformativos sobre os diferentes núcleos daexposição e um texto sobre as quatrointervenções-instalações da artista GabrielaAlbergaria que integraram a exposição.

Exposição “Sede e Museu da Fundação Calouste Gulbenkian: A Arquitectura dos Anos 60” € 13 796

Em 2004 iniciaram-se os trabalhospreparatórios para a realização da exposição“Sede e Museu da Fundação CalousteGulbenkian. A Arquitectura dos Anos 60”.

A exposição, que terá lugar na Galeria deExposições Temporárias da Sede da FundaçãoCalouste Gulbenkian e cuja abertura ao público está prevista para Fevereiro de 2006,

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integra o programa das comemorações docinquentenário da Fundação.

O projecto, comissariado pela arquitecta AnaTostões, insere-se num ciclo de três grandesexposições, iniciado em 2001 com aexposição dedicada à obra do designerDaciano da Costa, um dos autores dosinteriores, equipamento e mobiliário da Sededa Fundação, e continuado em 2003 com aexposição dedicada à obra do arquitectopaisagista Francisco Caldeira Cabral.

Catálogo “Sede e Museu da Fundação Calouste Gulbenkian: A Arquitectura dos Anos 60” € 7 140

No âmbito da realização da exposição acimareferida será publicado um catálogobilingue, português e inglês, que constituiráuma contribuição para o estudo do projectoarquitectónico das instalações da Sede eMuseu da Fundação, no contexto daprodução arquitectónica dos anos 60, assimcomo para o estudo desta Instituiçãoenquanto equipamento cultural precursor emPortugal. Para tal, o catálogo contará comum conjunto de textos de importantesautores nacionais e estrangeiros.

Estudos de Arte, Arqueologiae Património € 161 005

História da arte e arqueologia € 71 005

História da arteNo âmbito deste programa, atribuiu-se umsubsídio para apoio à realização daexposição “As Formas do Espírito – ArteSacra da Diocese de Beja”, exposiçãoitinerante organizada pelo DepartamentoHistórico e Artístico da Diocese de Beja, e apoiou-se a realização, pela RealIrmandade da Rainha Santa Mafalda, deArouca, de uma exposição sobre a beataMafalda, fundadora do Convento. Deu-secontinuidade, em parceria paritária com aFundação Oriente, ao importante projecto deinvestigação do “Corpus da Tapeçaria emPortugal (séculos XIV-XVIII)”, coordenadopela Dr.ª Maria Antónia Quina, com a

duração prevista de três anos. Concedeu-seum apoio à Culturporto para a vinda aPortugal, em Novembro, do Professor MarcAugé, e concederam-se também setesubsídios para possibilitar a participação emestágios e reuniões científicasinternacionais de especialistas portuguesesde reconhecida e elevada qualidade emeventos realizados no Dubai, Chipre, Texas,Harrogate (Reino Unido), Paris, SãoPetersburgo e Rio de Janeiro, nas áreas dahistória da arte, história da arquitectura emuseologia.

ArqueologiaConcederam-se seis subsídios para arealização de trabalhos de campo e deinvestigação, levados a cabo porarqueólogos, investigadores e instituiçõesespecializadas nacionais, incluindo: (1) a prossecução do apoio ao Projecto“MARCAS – Castro Marim e o seu TerritórioImediato durante a Antiguidade”,coordenado pela Professora Doutora AnaMargarida Arruda, da Faculdade de Letras de Lisboa; (2) a continuação do apoio aoprojecto “Villa Romana do Rabaçal”,desenvolvido pela Associação de Amigos da Villa Romana do Rabaçal, presidido peloDr. Miguel Pessoa; (3) um subsídio àDr.ª Catarina Viegas para a investigação

Catálogo daexposição

“As Formas doEspírito. Arte Sacra

da Diocese de Beja”,organizada pelo

Departamento doPatrimónio Histórico

e Artístico daDiocese de Beja

(História da Arte e Arqueologia).

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conducente à publicação, pelo InstitutoPortuguês de Museus, do próximo volume doCorpus dos Mosaicos Romanos em Portugal,dedicado ao Algarve; (4) um subsídio paraapoio à realização, pela Universidade doAlgarve, do IV Congresso de ArqueologiaPeninsular, bem como dois outros subsídios(5) a Victor Gonçalves, para a continuaçãodo Projecto “Placa Nostra”, sobre omegalitismo em Reguengos de Monsaraz, e(6) ao Centro de Arqueologia de Almada,para a prossecução dos seus trabalhos desalvaguarda e investigação. Atribuíram-seigualmente oito subsídios para possibilitar a participação em estágios e reuniõescientíficas internacionais de especialistasportugueses de reconhecida e elevadaqualidade, em reuniões que tiveram lugarem Montreal, Recife, Sidney, Antuérpia,Lyon, Rabat, Pelotas (Brasil) e Madrid.

Apoio a edições em arqueologia, históriada arte e patrimónioNo primeiro ano da realização desteconcurso, foram atribuídos três subsídios de apoio à edição: (1) à Associação para o Desenvolvimento da Cooperação emArqueologia Peninsular (ADECAP), emparceria com o Serviço Internacional, para a edição do n.º 6 do Journal of IberianArchaeology; (2) à Universidade do Algarve,para a edição das Actas do IV Congresso deArqueologia Peninsular; e (3) aoDepartamento de História da Arte daFaculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, para oarranque de uma nova revista de história da arte.

Património € 75 000

No âmbito do programa de “Apoio para aRecuperação e Valorização do PatrimónioArtístico”, concederam-se cinco subsídiosaos projectos vencedores dos respectivosconcursos.

A Universidade Católica do Porto/Escola dasArtes, recebeu um subsídio para o estudo erecuperação de um tríptico quinhentista daIgreja de São Pedro de Miragaia, no Porto,enquanto a Câmara Municipal de Lagos foiapoiada no seu projecto de recuperação daIgreja de Nossa Senhora do Carmo, naquela

cidade algarvia. Ambos os projectos foramapresentados no âmbito do concurso de2003, apenas atribuído no início de 2004.

Já no que se refere ao concurso de 2004,foram contemplados, a título excepcional,três projectos de grande qualidade, com a atribuição de subsídios (1) ao World Monuments Fund – Portugalpara o restauro de altares e telas da Igrejade Nossa Senhora da Encarnação, em Lisboa;(2) à Igreja Matriz de São Mateus, na ilhaGraciosa, Açores, para o restauro de um importante conjunto de imagens do século XVII; e (3) à Santa Casa daMisericórdia de Caminha, para a recuperaçãode uma pintura sobre tela setecentista da sua igreja.

Prémio Gulbenkian de Arqueologia € 15 000

Foi atribuído o Prémio Gulbenkian deArqueologia, relativo ao biénio 2001-2002,aos trabalhos de Ana Margarida Arruda, LosFenícios en Portugal, e de Françoise Mayet eCarlos Tavares da Silva, L’Atelier d’Amphoresd’Abul (Portugal), ex-aequo e porunanimidade do Júri.

Teatro € 169 085

O Sector de Teatro reduziu para três osquatro programas desta área, procurandodefinir mais claramente as prioridades de intervenção, de forma a tornar maiseficaz a sua missão distributiva. Destemodo, fez incidir a sua acção no apoio aosencenadores em início de profissionalização,às acções de investigação e formaçãoteatral e à consolidação de estruturasteatrais.

Novos encenadores € 55 705

O programa continua a dar provas da suaeficácia na promoção da carreira de jovenscriadores. Em 2004 foram subsidiados17 encenadores, dos quais se destacam:André Braga, do “Circolando”, com o espectáculo Cavaterra; Jorge Andrade, da “Mala Voadora”, com Os Justos de Albert

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Anjo, pormenor do tríptico da Igreja de São Pedro deMiragaia, Porto(Programa de Apoioà Recuperação e Valorização do PatrimónioArtístico).

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Camus; Patrícia Portela, com o espectáculoFlatland; Carlos Afonso Pereira, com My ZincBed de David Hare e Rui Guilherme Lopes,com O Príncipe – Materiais, baseado na obrade Niccoló Machiavelli.

Formação e investigação na área teatral € 34 230

No âmbito deste programa foram subsidiadasnove acções de formação e investigação,sendo evidente um reforço dos pedidosvisando residências artísticas de criadoresestrangeiros em Portugal. Deste modo,apoiou-se não só a estada no nosso país deTim Carroll, responsável pela encenação deA Tempestade de William Shakespeare,produzido por Valérie Braddell e ProduçõesPróspero, bem como da escritora italianaLetizia Russo para a criação de uma peçaencomendada pelos Artistas Unidos.Guilherme Mendonça foi o dramaturgo

seleccionado este ano para a residência de jovens escritores do Royal Court,assegurando a Fundação, deste modo, a continuidade da presença portuguesanesta prestigiada instituição. BeatrizCantinho recebeu um subsídio para a frequência de um workshop intensivo de teatro Noh no Japão.

Consolidação de estruturas teatrais € 79 150

Após um período de adaptação, verificou-seum maior equilíbrio entre as candidaturasrecebidas e os objectivos deste programa, o que permitiu à Fundação desempenharuma acção determinante na resposta àscarências das estruturas teatrais. Sãoexemplo desta asserção os apoios conferidospara a reestruturação das instalações do CEM– Centro Em Movimento, de Sofia Neuparth;da Casa Conveniente, de Mónica Calle e da

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shoes.bmp – Flatland,de Patrícia Portela

(Programa de Apoio a Novos Encenadores).

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Workshop de teatroNoh no Kyoto Art

Center, Japão(subsídio concedido

a Beatriz Cantinho –Programa de Apoio

à Formação eInvestigação na Área

Teatral).

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Os Justos de AlbertCamus, encenação de

Jorge Andrade(Programa de Apoio

a Novos Encenadores).

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RE.AL – Criação, Formação e ProduçãoArtísticas Ld.ª, de João Fiadeiro. Ainda noâmbito deste programa, o Teatro das Beirasfoi subsidiado para a publicação de umamonografia comemorativa dos seus trintaanos de existência, mantendo assim aFundação o apoio à preservação da memóriadas companhias teatrais.

Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras de Lisboa

O Centro de Estudos de Teatro prosseguiu arealização do “Estudo da Intervenção daFundação Calouste Gulbenkian no Teatro emPortugal”, respondendo assim à necessidadede informatização do arquivo do Sector,memória imprescindível para a história destaactividade artística no nosso país. Deacordo com o inicialmente estipulado,concluiu-se o levantamento dadocumentação constante no arquivo morto,correspondente a um espectro temporal quese estende dos primeiros anos da década de60 até ao início dos anos 90. A finalizaçãodeste projecto foi adiada para 2005, deforma a incluir a restante documentação até2000, data da adopção das aplicaçõesinformáticas actualmente em funcionamentona Fundação.

Cinema € 40 400

A actividade do Serviço de Belas-Artes nocampo do cinema tem-se centrado, emespecial, no apoio à realização de filmes decarácter experimental e inovador sobretemas de arte, prosseguindo uma linha deacção privilegiada nos últimos anos comexcelentes resultados.

Assim, em 2004 foram concedidos subsídiosa Laranja Azul – Produções e Pelefilmespara a realização de filmes documentaissobre as obras de Jorge de Sena e José deGuimarães, respectivamente. As realizadorasRaquel Freire e Ana Vicente, co-fundadorasda Associação Cultural “Ponta”, foramigualmente distinguidas com a concessão deum apoio significativo, no total de€ 15 000, para desenvolverem um projectocinematográfico, intitulado “Esta É a MinhaCara”, que tem como objectivo ser um

documentário sobre os novos criadores dasartes do espectáculo em Portugal noséculo XXI. Este subsídio poderá serrenovado em 2005, face aos resultadosentretanto obtidos.

Por outro lado, e tendo em vista adivulgação internacional do cinemaportuguês, o Serviço concedeu à Associação“Eira” um subsídio destinado acomparticipar nos encargos com arealização, em Portugal, da terceira ediçãodo Festival Europeu “Temps d’Images” e ao“Número Magazine – Festival Internacionalde Arte(s), Multimédia, Cinema e Música deLisboa” um apoio financeiro para apublicação do livro Portugal: Um RetratoCinematográfico, em português e inglês. Estaobra, editada por Dinis Guarda e NunoFigueiredo, pretende traçar um retrato dePortugal, a partir do nosso cinema e dasimagens produzidas pelos nossos cineastas.Com a colaboração dos mais conceituadosensaístas, investigadores e críticos decinema, esta publicação constitui umobjecto de estudo e de referência sobre ocinema português dos últimos cinquentaanos. A participação de Regina Guimarães eSerge Saguenail entre os colaboradoresdeste ensaio é duplamente significativa,uma vez que eles próprios são também osautores do trabalho experimental O NossoCaso – uma história do cinema portuguêsatravés da imagem –, que a Fundação

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Fotogramas dosfilmes Amor dePerdição, O Meu Casoe Vale Abraão, deManoel de Oliveira.Projecto “Portugal:um RetratoCinematográfico” de Regina Guimarães e Saguenail (Cinema).

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subsidiou durante os anos de 2001 a 2003.Foi ainda apoiada a apresentação, no New York International Independent Film and Video Festival, do filme de João Trabulo sobre oartista Rui Chafes, intitulado Durante o Fim.

Bolsas de Estudo € 587 786

O Serviço de Belas-Artes vem concedendobolsas de especialização nas áreas artísticasdesde 1957, ano da apresentação da I Exposição de Artes Plásticas. O rápidoaumento dos pedidos e o alargamento doscampos contemplados às outras actividadesda competência do Serviço, levaram àorganização de um concurso anual e àelaboração do respectivo regulamento.A concessão destas bolsas tem sido, desdeentão, uma acção constante do Serviço,permitindo que um número muitosignificativo de artistas, investigadores eprofissionais tenha podido, ao longo dequase cinco décadas, desenvolver, actualizare divulgar o seu trabalho, contribuindo nãosó para a sua valorização pessoal,académica e profissional, como também para o enriquecimento do meio artístico e cultural do País.

No ano de 2004 foram concedidas bolsas deespecialização e valorização profissional, no País e no estrangeiro, e bolsas “exemplares”, destinadas a projectos específicos, em áreasconsideradas prioritárias ou de vanguarda, a cumprir em instituições estrangeiras deprestígio, para afirmação e solidificação dascarreiras artísticas e profissionais dosnossos bolseiros.

Bolsas de estudode especialização e valorização profissional € 551 600

Apresentaram-se a concurso 321 candidatos,cujas propostas de trabalho se enquadraramnas diversas áreas de competência doServiço de Belas-Artes, como segue:arquitectura e urbanismo – 70; artesplásticas e artes aplicadas – 82; design – 36; arqueologia – 11; história daarte, estética e património – 27; teatro – 47; cinema – 29; museologia erestauro – 19. Analisadas as candidaturas

por uma Comissão Consultiva, constituídapara o efeito, vieram a ser concedidas 35 bolsas, cuja distribuição por domínios de especialização é a seguinte:

Foram atribuídas bolsas em todos ossectores, tendo sido seleccionados projectosde qualificação académica e profissional, a par de projectos de criação eexperimentação, valorizando-se a qualidade,a consistência e a originalidade daspropostas. A sua distribuição por países é a seguinte:

As 11 bolsas destinadas a estudos a realizarnos EUA foram atribuídas no quadro doprotocolo estabelecido com a FLAD em 1987,cabendo às duas fundações o estudo dospedidos, a selecção dos candidatos e osencargos com este programa.

Procedeu-se também, ao abrigo das normasregulamentares em vigor, à prorrogação de30 bolsas, a fim de permitir oprosseguimento ou conclusão dos estudosou estágios de especialização e valorização

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profissional iniciados com o nosso apoio. As bolsas nos EUA foram renovadasigualmente no âmbito do programa conjuntocom a FLAD.

Bolsas “Exemplares” € 36 186

Bolsa Ernesto de Sousa (BES) € 7 185Na sua 12.ª edição, a BES premiou oprojecto do artista André Gonçalves,intitulado “Resonating Objects”, baseado naexploração das ressonâncias de diferentesobjectos, integrando meios diversos, como ovídeo e a luz. Esta bolsa, que tem comoobjectivo distinguir um projectointerdisciplinar e experimental, permite aoartista seleccionado realizar um estágio naExperimental Intermedia Foundation (EIF),em Nova Iorque, complementado com outrasactividades na mesma área, entre as quais aapresentação pública do trabalho realizado.A BES é uma iniciativa conjunta da EIF, daFLAD e da Fundação em homenagem aoartista Ernesto de Sousa e conta com acolaboração da produtora cultural IsabelAlves, viúva do artista.

Bolsa João Hogan € 27 016O Serviço de Belas-Artes mantém desde1999 uma parceria com a instituição

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berlinense Künstlerhaus Bethanien para a realização de uma residência artística,com a duração de 12 meses, aproporcionar a um jovem artistaportuguês ou estrangeiro residente emPortugal. Este programa de residência eworkshop tem como principais objectivospromover a arte contemporânea eincentivar o intercâmbio cultural entreartistas de diversos países. Os artistas queforam já premiados com esta bolsa – NoéSendas, Gabriela Albergaria, Nuno Cera,Rui Calçada Bastos e Jorge Queiroz –tiveram a oportunidade de beneficiar das excelentes condições oferecidas pelaprestigiada instituição de acolhimento,tendo consolidado as suas carreirasartísticas e estabelecido contactosduradouros com artistas e agentesculturais que o estágio em Berlim lhesrevelou. Em 2004, foi seleccionada aescultora Leonor Antunes, pela solidez econsistência do seu percurso artístico.

Bolsa para o Whitney Museum of American Art € 1 985O Serviço concedeu uma bolsa de carácterexcepcional ao artista Sancho Silva, a fim de lhe permitir concluir o WhitneyIndependent Study Program, em Nova Iorque.

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Valores em euros

Encargos com pessoal 190 720

Despesas de funcionamento 35 217

Iniciativas directas 97 104

Total 323 041

Proveitos 16 119

Em 2004, a revista Colóquio/Letraspreparou, para publicação próxima, trêsnúmeros dedicados às traduções de poesiafeitas em vida por David Mourão-Ferreira edois números duplos com o texto dosprogramas, de sua autoria, Imagens daPoesia Europeia, transmitidos pela RTPentre 1969 e 1974. O conjunto detraduções cifra-se em cerca de 500espécimes, de Homero a Dylan Thomas,conjunto que se revela por um ladoextremamente didáctico na forma como éexposto o desenvolvimento formal etemático da poesia ocidental e, por outro,de refinadíssimo acabamento verbal,podendo considerar-se o maior e mais bemacabado repositório da tradição poéticaeuropeia em língua portuguesa.

Nos três primeiros números, intituladosVozes da Poesia Europeia, distribuem-se,no inaugural, a poesia grega, latina eárabe, no segundo, composições escritasentre os séculos X e XIX, e, no último, astraduções de poetas posteriores aBaudelaire. Para além da recolha econfronto das várias versões de cadatradução, procedeu-se à indagação dasfontes utilizadas pelo tradutor econsultaram-se especialistas em cada árealinguística para apuramento das edições dereferência actuais. Este trabalho permite--nos apresentar, no final de cada volume,e em relação a cada poema, o local deeventual publicação anterior, a ediçãoprovavelmente utilizada e a edição dereferência mais recente. Nuno Viegas, umjovem pintor, encarregou-se dasilustrações.

Os dois números duplos, intituladosImagens da Poesia Europeia, onde Davidtraçou uma história da poesia portuguesainserida no contexto europeu, incluem otexto que se encontrava escrito à mão dos135 programas televisivos com a mesmadesignação, de que constituem o únicotestemunho. Esta edição contará com oapoio da RTP, que se dispõe a produzir um DVD com algumas passagens de outros programas literários da autoria deMourão-Ferreira.

No âmbito dos projectos a concretizar emanos futuros, encontram-se recolhidas etranscritas cerca de 400 cartas – de umacervo em número certamente superior –enviadas por Sebastião da Gama aosamigos entre 1945 e 1952, ano da suamorte, aos 27 anos. Esta correspondência– cuja edição era já desejada no númerode 1953 de Távola Redonda emhomenagem ao poeta – interessa tanto aoconhecimento da vida e obra do autorcomo ao do seu vasto círculo de amigos.Se, por um lado, nos revela um “caso”humano extraordinário na convivênciaquotidiana com a morte, por outroapresenta-nos não só um escritor em todasas suas facetas – a criação, a publicação,a ânsia de crítica, a reacção a esta, odesejo de divulgação em recitais, emrevistas tanto portuguesas comoestrangeiras, a perspectiva de tradução, astomadas de posição literárias e políticas –como ainda uma extraordinária vocação deprofessor. Durante o ano de 2004continuou a proceder-se sistematicamenteà anotação das cartas, implicando aelaboração de biobibliografias, ainvestigação em bibliotecas e hemerotecas,contactos com correspondentes ainda vivosou seus familiares, tendo uma importanteexposição no Porto dedicada ao pintorAntónio Sampaio – um dos destinatárioscom maior volume de cartas – fornecidomuito material e imagens. Contactos com afamília do escritor permitiram transcrever

›› Revista Colóquio/Letras

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parte das cartas para a mulher –importante ajuda à elucidação das outras –e inventariar a biblioteca e colecção depintura do escritor.

No âmbito da preparação do número dehomenagem à amizade entre AlmadaNegreiros e Lálá Marco, para além depesquisas levadas a cabo na BibliotecaNacional, no Museu do Teatro, na FundaçãoMário Soares e no Centro de Arte Modernada Fundação, foram elaboradas notas,biografias e biobibliografias,nomeadamente no que respeita à vidafamiliar e social de Maria Adelaide bemcomo à vida política e cultural da épocaem causa. A colaboração daColóquio/Letras numa exposição dedicadaaos anos espanhóis de Almada, organizadapela Bedeteca de Lisboa, revelou inúmerosaspectos inéditos tanto em termospessoais como artísticos, susceptíveis deenriquecer tanto o número em causa comoaquele, também em preparação, sobre oentrecruzamento em Lisboa, nos anos 20, de intelectuais espanhóis (entre os quaisRamón Gómez de la Serna e Carmen de Burgos), portugueses (Almada, Pessoa, Ferro)e franceses (sobretudo Valery Larbaud).

Finalmente, prosseguiram os trabalhosrelativos ao número dedicado ao estudo do mito da “dama pé de cabra”, com a entregae revisão de alguns artigos, bem como tarefas relacionadas com a inserção na Internet da base de dados da Colóquio/Letras, quevem também a ser alvo de uma profunda e detalhada análise para detecção deincorrecções e sua eliminação.

Ilustração de Nuno Viegas para Vozes da Poesia Europeia.

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