ARTE EAD 9a12- E.M. 3ano · O estilo começou em 1901, mas foi denominado e reconhecido como um...

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ARTE – AULA 09 a 12 EAD – 3° ANO AULA 09 EAD - 3° ANO FAUVISMO O estilo começou em 1901, mas foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 1905, em Paris, no Salão de Outono e desenvolveu-se até 1907. Os artistas desse período foram denominados do francês le fauves, as feras, porque eles não seguiam os cânones impressionistas vigentes na época. Usavam as cores puras e intensas, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico conservador Louis Vauxcelles, pois as pinturas fovistas estavam expostas ao lado de uma estatueta renascentista de um menino, no Salão de Outono, “um Donatello entre as feras” disse ele, comparando os artistas fovistas com feras selvagens. O Dicionário Houaiss indica fovismo como um termo homônimo de Fauvismo. O campo da criação artística é atingido fortemente pela velocidade da Revolução Industrial, o artista possui, diante de si, cada vez mais informações em razão das mudanças e dos acontecimentos de sua época. Há um novo propósito: pintar as sensações que despertam o estado de espírito no livre curso dos impulsos interiores. Os pintores fovistas receberam influência das obras de Van Gogh, por seu emocionalíssimo e ardor passional no uso das cores, e por Gauguin, com seu primitivismo e visão sintética da natureza. Os princípios deste movimento artístico são: Criar em arte não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos; Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias; A cor pura deve ser exaltada; As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens. Características da pintura: Simplificação das formas, não há busca pela perspectiva; Pincelada violenta, espontânea e definitiva; Ausência de pinturas ao ar livre; Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo à realidade; O movimento rítmico das linhas, texturas e para dar continuidade dos elementos desenhados; Uso exclusivo das cores puras, assim como saem das bisnagas, há pouca ou nenhuma gradação entre os matizes; Pintura por manchas largas, formando grandes planos; Impulsividade e experimentação, em vez de exaustivos estudos preparatórios. Destacamos alguns dos principais artistas:

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ARTE – AULA 09 a 12 EAD – 3° ANO AULA 09 EAD - 3° ANO FAUVISMO

O estilo começou em 1901, mas foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 1905, em Paris, no Salão de Outono e desenvolveu-se até 1907.

Os artistas desse período foram denominados do francês le fauves, as feras, porque eles não seguiam os cânones impressionistas vigentes na época. Usavam as cores puras e intensas, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico conservador Louis Vauxcelles, pois as pinturas fovistas estavam expostas ao lado de uma estatueta renascentista de um menino, no Salão de Outono, “um Donatello entre as feras” disse ele, comparando os artistas fovistas com feras selvagens.

O Dicionário Houaiss indica fovismo como um termo homônimo de Fauvismo. O campo da criação artística é atingido fortemente pela velocidade da Revolução Industrial, o artista possui, diante de si, cada vez mais informações em razão das mudanças e dos acontecimentos de sua época. Há um novo propósito: pintar as sensações que despertam o estado de espírito no livre curso dos impulsos interiores.

Os pintores fovistas receberam influência das obras de Van Gogh, por seu emocionalíssimo e ardor passional no uso das cores, e por Gauguin, com seu primitivismo e visão sintética da natureza. Os princípios deste movimento artístico são: Criar em arte não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos; Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias; A cor pura deve ser exaltada; As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens. Características da pintura: Simplificação das formas, não há busca pela perspectiva; Pincelada violenta, espontânea e definitiva; Ausência de pinturas ao ar livre; Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo à realidade; O movimento rítmico das linhas, texturas e para dar continuidade dos elementos desenhados; Uso exclusivo das cores puras, assim como saem das bisnagas, há pouca ou nenhuma gradação entre os matizes; Pintura por manchas largas, formando grandes planos; Impulsividade e experimentação, em vez de exaustivos estudos preparatórios. Destacamos alguns dos principais artistas:

Henri Matisse (1869-1954), pintor francês, nas suas pinturas ele não se preocupa como realismo, tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não as figuras em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as técnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como valor em si mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.

Raoul Dufy (1877-1953), pintor, gravador e decorador francês. Contrastes tonais e a geometrização da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu gradativamente para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de receber o prêmio de pintura da Bienal de Veneza.

Maurice de Vlaminck (1876-1958), nasceu em Paris, em uma família de músicos, foi o mais autêntico fovista, dizia: “Quero incendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis”. Trabalhou junto com André Derain em um estúdio que mantinham juntos. Casou-se duas vezes e teve duas filhas com a segunda esposa.

André Derain (1880-1954), pintor francês, totalmente autodidata, começou a pintar aos 15 anos. Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de Vlaminck e a Henri Matisse, com os quais se tornou um dos principais pintores fovistas. Nessa fase, pintou figuras e paisagens em brilhantes cores chapadas, recorrendo a traços impulsivos e a pinceladas descontínuas para obter suas composições espontâneas. Dizia, “As cores chegaram a ser para nós cartuchos de dinamite.” A obra de Derain mostrou uma superfície mais tranquila, que o resto dos fauvistas, produto da aplicação de tonalidades quentes e harmônicas. Sua obra agradou tanto ao galerista Vollard que ele tentou repetir com esse artista o sucesso alcançado com Monet, organizando em Londres uma exposição com suas obras mais fauvistas. No entanto, ao voltar, o pintor assinou um contrato com Kahnweiler, o marchand de Picasso. Foi assim que Derain entrou em contato com a elite cubista e abandonou o fauvismo. Após romper com o fovismo, em 1908, sofreu influências de Cézanne e depois do Cubismo. Na década de 1920, seus nus, retratos e naturezas-mortas haviam adquirido uma entonação neoclássica, com o gradual desaparecimento da gestualidade espontânea das primeiras obras. Henri Rousseau, pintor francês, não era um fovista, mas a sua grande cena de selva na obra “O Leão Faminto Atacando um Antílope” foi exibida perto da obra de Henri Matisse e pode ter tido uma influência do nome pejorativo usado no comentário de Vauxcelles, publicado em 17 de outubro de 1905 em Gil Blas, um jornal diário, e passou para o uso popular.

As pinturas ganharam uma condenação considerável como “Um pote de tinta foi arremessado na cara do público”, escreveu o crítico Camille Mauclair, mas também alguma atenção favorável. A pintura que foi escolhida para os ataques da crítica foi “Mulher com um Chapéu”, de Matisse, e a compra deste

trabalho por Gertrude e Leo Stein teve um efeito muito positivo sobre ele, que estava sofrendo a desmoralização da má recepção de suas obras. Carta-Prefácio, de Maurice de Vlaminck, extraído de Lettres, Poèmes ET 16 Reproductions dês Oeuvres Du Peintre (Paris,1923): Caro amigo, Você me pergunta o que penso do movimento que se opera na “jovem pintura francesa” e em que obra estou trabalhando? Vou fazer o possível para satisfazê-lo. Nunca vou ao museu. Fujo de seu odor, de sua monotonia e de sua severidade. Reencontro ali as iras do meu avô quando eu cabulava a aula. Empenho-me em pintar com o coração e os rins, sem me preocupar com o estilo. Nunca me pergunto a um amigo como ele ama a sua mulher para amar a minha, nem que mulher devo amar; não me interessa como se amavam e, 1802. Amo como homem, e não como um colegial ou professor. Não tenho de agradar a ninguém, a não ser eu mesmo. O estilo a priori, como o cubismo, o rondismo, etc., etc., deixa-me indiferente. Não sou modista, nem médico, nem homem de ciência. A ciência me dá dor de dente. Ignoro a matemática, a quarta dimensão, a seção áurea. O “uniforme cubista” é muito militarista para mim, e você sabe como faço pouco o “gênero soldado”. A caserna me trona neurastênico e a disciplina cubista, e faz lembrar as palavras do meu pai: “O regimento te fará bem! Dar-te-á caráter! ” Detesto a palavra clássico no sentido em que o público a emprega. Os loucos me dão medo. A loucura raciocinada, matemática, cubista e cientifica de 4 de agosto de 1914 demonstrou-nos cruelmente a falsidade do resultado. A “pintura”, caro amigo, é bem mais difícil e em mais tola que tudo isso. Se isso pode interessá-lo, alguns detalhes suplementares. Não vou a enterros, não danço no dia 14 de julho, não aposto em corrida de cavalos e não participo de manifestações de rua. Adoro crianças. Valminck

AULA 10 EAD - 3° ANO CUBISMO

Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Para Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da natureza, tampouco copiava a natureza; de fato, a transformava. Ele dizia: “Mudo a água em vinho, o mundo em pintura”. E era verdade. Em suas telas, a árvore da paisagem ou a fruta da natureza morte não eram a árvore e a fruta que conhecemos – eram pintura. Preservavam-se as referências exteriores que as identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do mundo pictórico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne pintava numa zona limite, na fronteira da natureza e da arte. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.

O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes. Principais características:

geometrização das formas e volumes renúncia à perspectiva o claro-escuro perde sua função representação do volume colorido sobre superfícies planas sensação de pintura escultórica

cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave Braque e Picasso, seguindo a lição de Cézanne deram inicio à

geometrização dos elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o Salão de Outono de 1908, onde Matisse, como membro do júri, os viu e comentou: “Ele despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos”. Essa frase, citada por Louis Vauxcelles, em artigo publicado, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento.

O cubismo se divide em duas fases: Cubismo Analítico – (1909) caracterizado pela desestruturação da obra

em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.

Cubismo Sintético – (1911) reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis. Principais artistas:

Pablo Picasso (1881-1973) Tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas e africanas compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com a tendência de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da realidade, essa tela subverteu o sentido da arte moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista. Também destacamos a obra Guernica que foi mostrada pela primeira vez na Exposição Internacional de Paris, em 1937.

Foi concebido e executado com grande rapidez em seu estúdio em Paris. Picasso pretendia que seu quadro fosse uma denúncia contra a s mortes que estavam destruindo a Espanha na terrível Guerra Civil (1936-39), e contra a perpétua desumanidade do Homem. A motivação imediata do quadro foi a destruição de Guernica, capital da região basca, no dia da feira da cidade, 26 de abril de 1937. Em plena luz do dia, os aviões nazistas, sob as ordens do general Franco, atacaram a cidade indefesa. De seus 7 mil habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos. Algumas frases de Pablo Picasso:

“A obra de um artista é uma espécie de diário. Quando o pintor, por ocasião de uma mostra, vê algumas de suas telas antigas novamente, é como se ele estivesse reencontrando filhos pródigos – só que vestidos com túnica de ouro”. “A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade”. “Braque sempre disse que na pintura só conta a intenção. É verdade. O que conta é aquilo que se faz. É isso o importante. O que era afinal o mais importante no cubismo, era aquilo que se queria fazer, a intenção que se tinha. E isso não se pode pintar”. “Nada pode ser criado sem a solidão. Criei em meu redor uma solidão que ninguém calcula. É muito difícil hoje em dia estar-se sozinho, pois existem relógios. Já alguma vez se viu um santo com relógio?” “Não sou nenhum pessimista, não detesto a arte, pois não poderia viver sem lhe dedicar todo meu tempo. Amo-a como a minha única razão de ser. Tudo que faço relacionado com a arte dá-me a maior alegria. Mas por isso mesmo não vejo por que razão todo o mundo pretende interrogar a arte, exigindo-lhe certificados, deixando correr livremente sua estupidez em relação a este tema”.

Georges Braque (1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e cores puras (fovismo. No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.

Juan Gris (1887-1927), pintor espanhol que aderiu ao cubismo em 1912, era um homem muito lúcido em cuja arte o fator racionalizante tinha grande peso. Por essa razão, não conseguiu entregar-se totalmente à liberdade inventiva de Picasso e Braque, mantendo seu cubismo preso a uma composição formal muitas vezes rígida e fria. Não obstante, dá uma contribuição importante ao introduzir no cubismo uma visão nova do espaço como espaço-tempo, ao decompor o objeto no plano, buscando exprimir as várias etapas de sua apreensão no tempo. Fernand Léger (1881-1955) se desenvolveu o seu cubismo numa direção diferente de Braque e Picasso. Se também ouviu a frase de

Cézanne, que chamava a atenção para a geometria contida nos objetos naturais, passou a pintá-los não como se fossem cubos, mas como cilindros e cones, tal como se observa em seu quadro “Nus dans la forêt” (1909-10). Léger nunca atingira o grau de abstração dos dois mestres cubistas, Picasso e Braque. De origem modesta, de família de camponeses normandos, desde cedo se interessou pelo desenho, o que o leva a Caen, capital da Alta Normandia, França, aos dezesseis anos, onde trabalhou como aprendiz de arquiteto. Em 1900, mudou-se para Paris, onde em um escritório de arquitetura e retoques fotográficos trabalhou como desenhista. Reprovado no exame de ingresso da Escola de Belas-Artes de Paris, estudou na Escola de Artes Decorativas e na Academia Julien; frequentando ainda vários ateliês, entrando em contato com a arte de Cézanne.

Aproxima-se dos cubistas em 1909, conhecendo os poetas Apollinaire, Max Jacob, Blaise Cendrars, os pintores Albert Gleizes, Robert Delaunay e, mais tarde, Georges Braque e Pablo Picasso. Em 1911, expôs no Salão dos Independentes e, no ano seguinte, participa da Section D’Or, e publica seu ensaio ‘Les origines de la peinture contemporaine’, na revista Der Sturm. Em contato com o Cubismo, Léger não aceitou sua representação exclusivamente conceitual, suas abstrações curvilíneas e tubulares contrastavam-se com as formas retilíneas preferidas por Picasso e Braque, e preconizavam uma aproximação às imagens orgânicas surrealistas. Robert Delaunay (1885-1941), pintor francês o seu caminho no movimento cubista, o levaria a uma redescoberta da cor e do ritmo espacial, que daria à sua pintura algo de composição musical. Quando em 1912, pintou seus “Discos simultâneos”, uma nova vertente surgiu no cubismo, à qual o poeta Apollinaire daria o nome de orfismo. AS fontes da pintura de Delaunay são as mesmas de Braque, ou seja, a lição cezanniana, que estão evidentes na séria de “Villes”, suas primeiras telas cubistas. Nelas, ele abdica das cores vivas que marcaram sua pintura anterior. Ele cria um novo repertório de signos (ou objetos figurativos). Como Léger, ele chega rapidamente a uma linguagem abstrata, que se aproxima do decorativo, mas de que ele se afasta imprimindo em sua pintura a preocupação de expressar o dinamismo da vida moderna. A partir de 1912, Delaunay recorre à cor como seu meio de expressão. Interessa-se pela lei dos contrastes simultâneos de Chevreul, que servirá de pretexto para suas “frases cromáticas” e outras obras, fundadas na exploração daqueles contrastes. AULA 11 EAD - 3° ANO Arte Abstrata

A arte abstrata não tem a intenção de representar figuras de objetos como realmente são. Ela não se preocupa em representar objetos, pois expressa-se por si mesma, ela é, em si, um objeto de algo e não a representação de algo, uma ilusão para o mundo, como a arte figurativa.

A arte abstrata utiliza-se somente das formas cores e texturas, sem retratar nenhuma figura. Com isso, ela rompe com a figuração ou representação naturalista da realidade. A significação da obra depende, essencialmente, da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.

Podemos ainda classificar a arte abstrata em outras duas, Abstração Geométrica e Abstração Informal, de acordo com as formas apresentadas nas obras.

Pioneiro do Movimento Abstracionista, Wassily Kandinsky foi um pintor russo que apesar da formação no curso de Direito pela Universidade de Moscou, demostrou grande interesse e inclinação para Artes Visuais após conferir uma exposição de pintores impressionistas e ficar deslumbrado por aquelas pinturas.

Kandinsky

Kandinsky nasceu em Moscou, Rússia, no dia 16 de dezembro de 1866, foi educado pela tia em função da separação dos pais, passando grande parte da infância em Odessa, na Ucrânia. Formou-se em Direito pela Universidade de Moscou, mas desistiu da profissão, recusando um cargo de assistente na faculdade de Direito. Em seguida, mudou-se para Munique em 1896, casado com Anya Chimiakin, onde iniciou seus estudos de pintura.

Em maio de 1901, Kandinsky fundou juntamente com outros artistas a Sociedade Artística Phalanx onde lecionou na escola fundada pela sociedade. Gabriele Münter foi uma de suas alunas que mais tarde viria a ser sua esposa.

Kandinsky, no começo da carreira, deu preferência pela pintura de paisagens ao ar livre em detrimento a pintura realista de modelos vivos, mostrando nítida influência do impressionismo. No início do século XX, iniciou seus primeiros estudos não figurativos após um grande processo de evolução pictórica. Kandinsky foi considerado o primeiro pintor do ocidente a produzir pinturas abstratas. A partir daí suas telas sofrem grande influência do abstracionismo, perdendo as definições e contornos figurativos. Outra influência em seu trabalho foi à música, suas primeiras pinturas deixavam transparecer um toque musical, salientando as tendências abstratas.

Junto com August Macke e Franz Mare, em 1911, formou o grupo “O Cavaleiro Azul”, que se mantem até 1914. Suas pinturas nesse período já remetem ao abstracionismo rompendo com a representação do objeto na

pintura. Nessa mesma época Kandinsky lança o livro Do Espiritual na Arte, onde expõe suas ideias estéticas.

Com a chegada da Primeira Guerra Mundial em 1914, Kandinsky deixou a Alemanha e seguiu para a Suíça, acompanhado de sua atual esposa Gabriele Münter. Tempos mais tarde, ainda sob as consequências da guerra, o artista voltou a Rússia, retornando a Alemanha somente em 1921, separado de Münter e acompanhado da russa Nina de Andreewsky.

Kandinsky foi professor da Bauhaus, escola alemã de design, arte e arquitetura. O artista, sempre conectado com as vanguardas europeias, lecionou na escola até seu fechamento pelo governo nazista em 1933. Após o fechamento da escola, Kandinsky seguiu para Paris onde permaneceu até sua morte, adotando nacionalidade francesa.

Mesmo doente, o artista produziu até o fim de sua vida. Kandinsky morreu no dia 13 de dezembro de 1944, na França, aos 78 anos de idade.

 

 

 

AULA 12 EAD - 3° ANO

FUTURISMO

Em 20 de Fevereiro de 1909 foi lançado pelo poeta italiano Felippo Tommaso Marinetti, no jornal francês Le Figaro, o Manifesto Futurista. Este foi o ponta pé inicial para dar início a criação de um movimento de cunho artístico e literário denominado Futurismo. O Futurismo caracterizou-se principalmente pelo

rompimento com a arte e a cultura do passado, celebrando o progresso e a tecnologia moderna, a vida urbana, a velocidade e a energia ao ponto de, os mais extremos, exaltarem as armas e a violência. Os integrantes desse estilo foram os grandes divulgadores do movimento, recorrendo a palestras e a publicidade para dar visibilidade a este estilo.

O Manifesto Futurista deixou clara a rejeição dos futuristas ao passado e a destruição de tudo o que era velho e venerado, ascendendo espaço para o novo e o vital. Giacomo Balla (1871 – 1958), Carlo Carrà (1881 – 1966) e Umberto Boccioni (1882 – 916) estão entre os principais expoentes desse movimento, além de Gino Severini (1883 – 1966) e Luigi Russolo (1885 -1647).

Com frequência nas pinturas Futuristas aparecem cores vibrantes e contrastantes, formas geométricas, sobreposição de imagens além do uso do que os futuristas chamavam de linhas de força. O uso desses recursos pretendia dar ideia de uma cena dinâmica, ou seja, o objeto em ação. A ideia de movimento vigoroso e velocidade eram centrais na poética do Futurismo. Os futuristas não estavam interessados em representar um automóvel em suas pinturas, porém representar o movimento do automóvel e a experiência de sua aceleração. Isso era mais importante que detalhar sua forma ou o veículo parado.

Uma das mais impressionantes obras desse movimento artístico é Dinamismo de um cão na coleira de autoria (1912) de Giacomo Balla. Nela, Balla representa uma senhora passeando com seu cachorro onde é possível perceber uma espécie de close-up dos movimentos dos personagens. No quadro de formas simples e precisas, podem-se apreender as diversas pinceladas que dão a sensação de movimento das figuras. O cão assim como à senhora tem

inúmeros traços, uns transparente e outros opacos, que compõem as patas, o rabo, a coleira e os pés criando uma magnífica expressão dinâmica do movimento.

O Futurismo influenciou diversos artistas que mais tarde vieram a fundar outros estilos artísticos como o Cubismo, o Surrealismo e o Dadaísmo. O movimento Futurista durou até aproximadamente a década de 1930, quando foi se esvaziando com a Segunda Guerra Mundial.

No Brasil influenciou artistas como Anita Malfatti e Oswald de Andrade ainda no começa do século XX, que viram nos ideais nesse movimento a possibilidade de deixar de copiar modelos europeus e construir uma identidade renovando a arte brasileira.

GIACOMO BALLA

Nasceu em Turim, na região do Piemonte, em 18 de julho de 1871, era filho de um fotógrafo.

Já como um adolescente Giacomo Balla tinha mostrado uma predileção por arte, aproximando-se do violino, mas desistiu da música para a pintura e desenho. Enquanto isso, seu pai transmitiu sua paixão pela fotografia, iniciando-o na técnica que seria fundamental para a sua formação. Em 1891, Giacomo Balla decidiu frequentar a Academia Albertina e o Liceu de Artes de Turim, onde estudou perspectiva, anatomia e composição geométrica, e exibiu seu trabalho pela primeira vez.

Ele estudou na Universidade de Turim com Cesare Lombroso em 1892. Em 1895, Balla deixou de Turim para se estabelecer em Roma, onde trabalhou muitas vezes como ilustrador, caricaturista e pintor de retratos. Em 1899, seu trabalho foi aceito na Bienal de Veneza e na exposição internacional na Sociedade dos Amantes da Cultura das Belas Artes em Roma, onde ele exibiu regularmente durante dez anos.

Na capital italiana, ele era um avant-garde da nova técnica pontilhista, que logo encontrou um bom número de estudantes. Em 1897, ele se envolveu com Elisa Marcucci, irmã de Alexander, um amigo de Cambellotti.

Por volta de 1903, ele começou a ensinar as técnicas da pintura divisionista para Umberto Boccioni e Gino Severini. Influenciado por Filippo Tommaso Marinetti, Giacomo Balla adota o estilo futurista, criando uma representação pictórica de luz, movimento e velocidade. Ele foi signatário do

Manifesto Futurista, em 1910, com Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo e Gino Severini. Começou também a desenhar e pintar móveis futuristas, também criado vestuário futurista “antineutral”.

Em 1912, ele viajou para Londres e para Düsseldorf onde ele começou a pintar seus estudos abstratos. Em 1913, Balla participou de exibições em Berlim e em Rotterdam. Na pintura, o seu novo estilo é demonstrado no dinamismo de um cão na coleira (1912). Outro trabalho conhecido, é intitulado “Velocidade Abstrata + Som”. Em 1914, Balla também começou a esculpir, e no ano seguinte, criou a escultura conhecida, Punho de Boccioni.

Ele também desenhou cenários para balé de Igor Stravinsky, em 1917, encenada no Teatro Costanzi, em Roma. Criou móveis e acessórios e até mesmo participou das sequências da filmagem junto com Marinetti.

Em outubro de 1918, ele publicou o “Manifesto da Cor”, onde analisou o papel da cor na pintura de vanguarda. Durante a I Guerra Mundial, o estúdio dos Balla Tornou-se o ponto de encontro para jovens artistas. Até o final da guerra, o movimento futurista mostrou sinais de declínio.

Com Fortunato Depero, Balla escreveu o manifesto Reconstrução Futurista do Universo em 1915. Nesse mesmo ano, ele teve primeira exposição solo na Sociedade Italiana Lâmpada Elétrica “Z” e na Sala de Arte A. Angelelli em Roma. Seu trabalho também foi exibido na Exposição Internacional Pacífico-Panamá em São Francisco. Em 1918, ele desistiu de expor na Casa de Arte Bragaglia em Roma.

Balla continuou a exibir na Europa e nos Estados Unidos. Em 1935, ele foi tornou-se um membro da Academia de San Luca, em Roma. Em 1955, Balla participou da Documenta em Kassel, Alemanha. Ele faleceu em 01 de março de 1958 na cidade de Roma.

EXERCICIOS 1: Onde se iniciou o movimento Fauvismo? 2: O futurismo tem uma característica muito marcante, qual é? 3: De quais formas a arte abstrata se utiliza? 4: Quais as características marcantes do Fauvismo? 5: Onde se iniciou o Cubismo? https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/fovismo/ http://brasilescola.uol.com.br/artes/futurismo.htm