Artefato Nº 4

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Suplemento Especial de Cultura do Jornal ES de Fato | Edição Nº 4 | Julho/Agosto 2013 O Fazendeiro do Ar EXPOSIÇÃO EM COMEMORAÇÃO AO CENTENÁRIO DO GRANDE CRONISTA CAPIXABA CHEGA AO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Rubem Braga

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Artefato Nº 4 - Caderno de Cultura do Jornal Fato | Cachoeiro de Itapemirim - ES

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Suplemento Especial de Cultura do Jornal ES de Fato | Edição Nº 4 | Julho/Agosto 2013

O Fazendeiro do ArEXPOSIÇÃO EM COMEMORAÇÃO AO CENTENÁRIO DO GRANDE CRONISTA

CAPIXABA CHEGA AO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA

Rubem Braga –

2 Julho/Agosto 2013 | nº4 artefato

Fora do mundo virtual, em meio a tantos mecanismos que, consideravelmente, tentam corresponder às expectativas daqueles que lutam arduamente pela

manutenção da literatura, cinema, teatro, his-tória e música, hoje contamos com periódicos impressos, como o “Artefato”, para amparar e reparar esta lacuna existente no campo das publicações.

Creio que todas as ferramentas podem co-laborar mutuamente para realizarem juntas uma divulgação mais ampla. Claro que finan-ceiramente é muito mais atrativo publicar na internet, porém, algumas obras são mais ad-miradas quando são impressas em veículos dedicados exclusivamente à arte, educação e literatura.

Temos publicações culturais respeitáveis em Cachoeiro de Itapemirim-ES e outras cidades, como as revistas da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), entidade que já é parceira do Artefato, e a revista bimensal Cachoeiro Cult, uma desbravadora nesta editoria. Todas elas rompem as barreiras do município e se propa-gam mundo afora como a internet. Há colabo-radores internacionais na revista da ACL, bem como a Cachoeiro Cult abrange todo o estado.

Digamos que o Caderno Especial “Artefato” veio para somar com as demais publicações e também aliar às novas tecnologias para divul-gar a arte. É um caderno especial repleto de pontos de vista e aberto a qualquer posiciona-mento dos autores ou leitores sobre seu con-teúdo, que é concreto, mesmo sendo abstrato na sua concepção.

Mesmo correndo o risco de parecer tradicio-nalista, as publicações on line têm seu valor, mas o papel tem o seu charme. É menos frio. Consegue, como nenhuma outra mídia, seg-mentar o público com eficiência e, ao mesmo tempo, ser o livro, suplemento ou revista de cabeceira.

EDITORIAL

O charme da impressão

Rabisco

Bruno Paraíso:Jornalista e editor; membro fundador da Academia Cacho-eirense de Letras (ACL); e sócio do Instituto Histórico e Geográfico do ES.

Paulo Tarso:Membro fundador e efetivo da Academia Cachoeirense de Letras (ACL). Atual-mente mora no Rio de Janeiro e colabora com esta edição.

Breno Callegari: Poeta, cursou Histó-ria na Universidade Federal do Recônca-vo da Bahia. Atual-mente cursa Letras/Português/Literatura na São Camilo.

Ailson Lovato:Mora em Castelo e é estudante de Letras/Literatura no Centro Universitário São Camilo Espírito San-to, em Cachoeiro de Itapemirim.

Quem faz Arte

Desde 14 de março de 2003

Jornal Espírito Santo de FATO - CNPJ.: 06056026000138 - (28) 3515-1067 [email protected] - Bernardo Horta, 81, sala 101, Guandu, CEP 29.300-782 - www.jornalfato.com.br

Diretor - Wagner Santos [email protected]

Departamento Comercial - Lília Argeu e Elenir Atalaia

Editoração/Design/Capa - Gil [email protected]

Editor - Roney Moraes [email protected]

Suplemento Especial mensal de cultura, arte e literatura do Jornal ES de Fato.

Suplemento Especial de Cultura do Jornal ES de Fato

artefato

cultura 3Julho/Agosto 2013 | nº4

Higner Mansur: Advogado, escritor, articulista, cronista, membro da Acade-mia Cachoeirense de Letras (ACL) e cola-borador do Jornal Fato.

Felicia Scabello: Castelense, advoga-da, poetisa Membro correspondente da Academia Cachoei-rense de Letras (ACL) e colaboradora do Artefato.

Roberto Al Barros: Escritor, Jornalista, membro efetivo da Academia Cacho-eirense de Letras, colaborador do ca-derno de cultura do Fato.

Janine Bastos: Fisioterapeuta – es-pecialista em RPG, Osteopatia, Shiat-su, Pilates, Terapia Corporal(Bioenergética em curso),casada e mãe de três filhos.

ArteRelatos de mais uma despedida

Minhas costas doem. Eu deitado em um sofá abandonado pela vida numa madrugada qualquer, observo uma página em branco. Odeio quando não consigo escre-ver! Resolvo observar o céu pra ver se ele derrama sobre mim ta-manha inspiração necessária pra colorir com palavras o dito papel que repousa sobre meu olhar can-sado.

Pra minha surpresa o céu estava anêmico. Mesmo aberto, sem ne-nhum sinal de nuvens, ele parece triste. Seu meio luar não contente com algo se refugiava dos meus olhos por detrás de um prédio azul anil. As estrelas, poucas, amuaram-se em um cantinho do céu e brilharam pela metade. Que merda é essa? Um boicote. Todos eles estavam enraivados por mi-nhas atitudes amorosas. Acho que eles presenciaram o beijo de adeus que eu dei na menina com o rosto de lua. Na verdade, não foi bem um beijo de adeus. Eu contei a ela que eu era um perigo. Que eu amava o amar. Não quero ma-goar mais uma moça. Não quero derrubar mais um coração. Mas se ela for inteligente, como pare-ce ser, fará daquele beijo o ultimo. Eu não quero que ela vá embora, até pedi que ficasse mais um pou-co. Contudo, se eu estivesse em seu lugar iria pra longe enquanto é tempo. Enviei-lhe uma mensa-gem antes que a noite se vertesse em madrugada e ela, pela primei-ra vez, não respondeu. Isso deve significar um adeus. Adeus!

Esta é a primeira vez que o céu me nega poesia. Esta é a primeira discussão que tenho com o céu. Dói, espero que na menina do ros-to de lua não doa tanto! Espero que ela não chore por mim, eu re-almente não valeria uma, se quer, lágrima. Espero que o céu me per-doe. Espero que a poesia volte.

Esperarei até amanhã. Boa noite!

Breno Callegari

4 Julho/Agosto 2013 | nº4 artefato

A Associação dos Psicanalistas do Estado do Espírito Santo (Apees), em reunião, dia 03 de julho, com início às 19h30, realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Saúde do Sul do Estado (Sitesci), no-meou sua diretoria e ainda criou núcleo de estudos que vai debater temas a serem levados no seminário de psicaná-lise, para o público em geral, no mês de outubro deste ano.

Aconteceu no dia 11, na histórica Capela São Pedro, no centro de Mimoso do Sul, mais uma mostra de artes sacras organizada pelo artista plástico Renato Aleixo. O vernissage contou com a participação de mais dois ar-tistas, também mimosenses, Luciano Santos e Walleson Chanca. A pianista Josette deu a sua colaboração ao evento fazendo o som ambiente. Na abertura de seu repertório a música “Jesus, Alegria dos Homens”. Os artistas Walleson Chanca e Luciano Santos apresentaram quadros em óleo sobre tela, já Renato Aleixo, além de telas, também apresentou imagens em gesso, cerâmica e madeira pintadas em estilo barroco.

Tamara Ferreira Fonseca, mais conhecida como Tamara Angel, nasceu na cidade de Cachoeiro de Itapemirim – Espírito Santo no dia 19 de junho de 1991.Começou a carreira aos 14 anos, fazendo shows por vários estados brasileiros, como cover da cantora canadense Avril Lavigne.Em 2010, participou do programa Raul Gil, no Quadro Jovens Talentos. Tamara Angel representou o Rock Nacional e che-gou as semi-finais.Conterrânea do Rei, em 2011, ganhou o prêmio e título da comenda Roberto Carlos, em sua cidade natal, Cachoeiro de Itapemirim, pela câmara municipal da cidade, em homenagem ao excelente trabalho no ramo artístico.Tamara Angel trabalhou como repórter no RockinRio 2011 pela SKYTV. Onde fez a cobertura completa do evento e entrevis-

tou vários artistas como: Capital Inicial, Jota Quest, NxZero e Amy Lee (Evanes-cence). Além disso, a cantora também fez a cobertura do Show do Justin Bieber no Brasil, também pelaSKYTV.Em 2012, Tamara Angel participou do acesso MTV, protagonizou a campanha publicitaria da operadora TIM (Trem Azul) e resolveu dar inicio a seu trabalho próprio na música, onde lançou seu primeiro hit “Oi”.O hit repercutiu tanto no interior paulista, que entrou para as 10+ pedidas em rádios renomadas. A cantora chegou a fazer sho-ws para um publico de 15 mil pessoas.Em 2013, foi repórter para TVT Cannes + Revista Tribo Skate e visitou a Europa onde gravou seu WebClipe da musica “Perto de Mim”.

Seminário

Mostra de artes

Perfil: Tamara Angel

Coluna

Os cachoeirenses têm frequentado mais o teatro. É o que demonstram os nú-meros apresentados pela Secretaria de Cultura do município. O Teatro Rubem Braga possui 292 lugares e estrutura adequada para receber grandes espetá-culos. Sete atrações nacionais subiram ao palco do espaço neste ano, entre eles, as peças “Parem de falar mal da rotina”, com a atriz Elisa Lucinda, e “Ma-nual Prático da Mulher Desesperada ”, estrelada por Adriana Birolli.

Casa cheia

Rock Explícito realizado no dia 13 na Pastelaria Mutantes foi um sucesso. A banda The Legend Floyd foi a atração principal do evento que agitou a noite de sábado.

cultura 5Julho/Agosto 2013 | nº4

“O fazendeiro do ar” título destinado a Ru-bem Braga porque na agitada Ipanema ele reconstruiu os aromas e os sons de sua infân-cia: um recanto para se inspirar e receber os amigos. Pois bem, me recordo do quintal onde eu passava muitas horas exercendo a imagi-nação da melhor forma possível um local recheado de mangueiras, enorme parreira, hibiscos e margaridas. Ao fundo contemplava o rio Castelo ainda limpo e mais cheio onde a meninada jogava brinquedo na água para se banhar, pois piscina somente na casa do vizinho e a vontade era muita.

Este rio que lá pelas bandas de Itaóca Pedra deságua no Itapemirim tornando-o mais com-pleto e cheio de vida. Com o tempo o quintal virou uma casa de colunas grossas e cômodos enormes e do universo infantil restou a jabuticabeira, a ameixeira e a jaqueira que sobreviveu por certo períodoaté uma família de gambá subir pelos seus galhos próximos das janelas e se apoderar dos quartos. Na jardineira média duas pitangueiras que ninguém plantou, e sim os passarinhos, e um pé de hortelã para temperar os deliciosos quibes que a família aprecia, local este deno-

minado “Villa Adriana” porque remete a uma estimada amiga que reside na cidade natal do “fazendeiro do ar”.

No ginásio nas aulas de Técnicas Agrícolas eu e outra amiga, xará da cachoeirense, fi-zemos um canteiro de alface e parecíamos fazendeiras com enxadas e regadores naque-la pequena horta escolar, porém bastante produtiva. O rio passa hoje sem crianças brincando em suas margens e felizmente ouço rolinhas e bem-te-vis nos pés de jamelão, fruta também conhecida como jambolão.

Sem nada em troca esperar receber.Elogio, agradecimento, compaixão, companheiris-mo, solidariedade...Nada, nadinha.Já ouviu falar em amor ágape, aquele que tudo dá, sem nada em troca querer?Os que conquistaram tal façanha ou vira-ram santos, ou foi o próprio Jesus Cristo.É provável que não conseguiremos com esta atitude, alcançarmos tamanha hon-raria. Penso que este comportamento sim-plesmente nos encoraja a acreditarmos,

que não precisamos ser super, para des-frutarmos das alegrias de simplesmente sermos.Em outras palavras, podemos ser bons no que fazemos sem necessariamente nos preocuparmos em sermos super.Talvez ser super seja apenas uma forma de fugirmos de nossas fragilidades, de nossas grandes inseguranças, e assim, como em um passe de mágica, ser super nos coloca-ria em outro patamar.É claro, bem superior.

Por isso, sigamos nossa caminhada, construindo nossos caminhos com nossos próprios passos. E quando bater uma von-tade de logo correr para aquele super lugar lembraremos que este lugar pode também ser morada de grandes frustrações.Pena! Quem é que nunca sonhou em ser super?Mas talvez agora percebam, o quanto pode ser mais real sermos o que somos, pura e simplesmente, ser e fazer sem nada em troca esperar receber.

“Os Quintais e os Rios”Felicia Scabello

Janine Bastos

Fazer...puro e simplesmente

Crônicas

6 Julho/Agosto 2013 | nº4 artefatoEspecial

Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar

A mostra interativa comemora o centenário do autor e reúne textos, documentos, correspondências, de-senhos, pinturas, fotografias, objetos, depoimentos em vídeos e publica-ções, para que os visitantes – em es-pecial as novas gerações – possam mergulhar no universo deste grande escritor. Nascido em 12 de janeiro de 1913, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, Rubem Braga elevou a crônica à potência máxima na litera-tura brasileira.

A concepção e realização do projeto são do Instituto de Inovação do Es-tado e da Sociedade (IIES) e da Em-pório Empreendimentos Artísticos. A realização é do Governo do Estado do Espírito Santo e a exposição no Mu-seu é uma realização da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.

A curadoria da exposição é de Joa-quim Ferreira dos Santos – ele pró-prio escritor, jornalista e cronista –, que mergulhou nos arquivos integral-mente cedidos pela família de Ru-bem Braga, e ainda nos documentos e fotografias já doados à Fundação Casa de Rui Barbosa, para traçar o percurso da exposição. O projeto ce-nográfico é de Felipe Tassara.

Joaquim Ferreira dos Santos afirma que Rubem Braga, em uma frase

rápida, é o prazer de ler. “Ele vai atravessar todas as gerações. Suas crônicas falam dos detalhes, das cenas cotidianas, dos consensos da humanidade, e são embrulhadas uma a uma com um texto que veste a roupa da língua comum”. O curador observa não ser à toa que chamam Rubem Braga de inventor da moder-na crônica brasileira. “O gênero já existia, vinha desde José de Alencar, passara pela maestria de Machado de Assis, a carioquice peripatética de João do Rio. Foi Rubem quem lhe acrescentou lirismo poético e a in-fluência, bem humorada e coloquial, dos modernistas de 1922. É o for-mato que a gente conhece hoje, por exemplo, em textos de Veríssimo”, explica.

O diretor técnico do Museu da Lín-gua Portuguesa, Antonio Carlos de Moraes Sartini, afirma que a obra de Rubem Braga é muito apropria-da, por sua simplicidade cativante e enorme qualidade, para promover a aproximação entre os jovens fre-quentadores do Museu e os bons livros. “Estamos muito felizes com a exibição da mostra ‘Rubem Braga - O Fazendeiro do Ar’ no Museu da Lín-gua Portuguesa”.

O secretário de Estado da Cultura, Marcelo Mattos Araujo, ressalta que

o Museu da Língua Portuguesa vem conseguindo, por meio de exposições como estas, conquistar um público diversificado, que encontra no local soluções criativas na abordagem de um patrimônio que é imaterial. “Museus devem ser principalmente lugares para o desenvolvimento de experiências humanas. O Museu da Língua alcança isso proporcionando uma vivência multissensorial das questões desenvolvidas em suas mostras”.

Estarão na mostra vídeos com depoimentos de amigos próximos, que conviveram com Rubem Braga, como Ziraldo, Zuenir Ventura, Ana Maria Machado, Danuza Leão, Fer-nanda Montenegro, Lygia Marina, José Hugo Celidônio, entre outros.

“Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar” está dividida em módulos temáticos:

Retratos, Redação, Guerra, Passari-nhos e Cobertura, que abordarão sua infância em Cachoeiro de Itapemi-rim; o dia-a-dia em jornais como re-dator, repórter político e também de artes plásticas; sua ação como cor-respondente de Guerra na Itália; sua paixão por pássaros, tema recorrente de seus textos; e sua lendária cober-tura em Ipanema, no Rio, um pedaço do mundo rural em plena selva urba-

Exposição em comemoração ao centenário do grande cronista capixaba chega ao Museu da Língua Portuguesa

Visitação: 25 de junho a 01 de setembro de 2013

cultura 7Julho/Agosto 2013 | nº4

Especial

na, com pomar e passarinhos.

Cada um desses espaços tem uma concepção visual de modo a provo-car no espectador a ideia de imersão no universo ali retratado. Assim, na sala Retratos, imagens do escritor, em diversas épocas de sua vida, ocupam uma parede. Em Capital Secreta do Mundo estão dez caixas suspensas que, ao serem abertas, revelam textos, documentos e fo-tos. Em Redação, reproduções de páginas de jornal cobrem paredes e chão, e dez mesas, típicas das exis-tentes dos jornais da época, trazem

um tema cada uma, que podem ser explorados pelo espectador a partir de iPads acoplados a antigas má-quinas de escrever, como se fossem folhas de papel. As mesas temáticas, que mostram suas várias facetas, atividades e interesses, são: Espírito Santo, Manchete, Diplomata, O an-darilho, Homem de televisão, Editor, Repórter, Escritor, Arte, O homem Rubem Braga.

No espaço Guerra, em uma mesa estão dez telefones antigos, típi-cos dos anos 1940, que, ao serem tirados do gancho, permitem ao

visitante ouvir músicas, jingles, trechos de programas de rádio e noticiário da época da Segunda Guerra Mundial. E, pendurados no teto, aviões de papel, feitos na técnica japonesa de dobradura, o origami. No último espaço, Co-bertura, é reproduzida sua famo-sa cobertura, palco de reuniões memoráveis com amigos artistas e intelectuais. Nela, os visitantes podem assistir os depoimentos em vídeo de Ziraldo, Zuenir Ven-tura, Ana Maria Machado, Danuza Leão, Fernanda Montenegro, entre outros.

CURADORIA: Joaquim Ferreira dos SantosPROJETO CENOGRÁFICO: Felipe TassaraCONCEPÇÃO E REALIZAÇÃO: Instituto de Inovação do Estado e da Sociedade (IIES) e Empório Empreendimentos ArtísticosCoordenação e Produção Executiva: Luciana Vellozo Santos e Robson Outeiro / Empório Empreendimentos Artísticos e CulturaisREALIZAÇÃO: Governo do Estado do Espírito Santo/ Secretaria de Estado da Cultura/ Ministério da CulturaPARCERIA: Instituto SincadesAPOIO: Fundação Casa de Rui Barbosa e Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim.REALIZAÇÃO EM SÃO PAULO: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, Museu da Língua PortuguesaSERVIÇO: Exposição “Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar”Museu da Língua PortuguesaVISITAÇÃO: de 25 de junho a 1 de setembroENDEREÇO: Praça da Luz s/n; tel.: (11) 3322-0080

HORÁRIO: de quarta-feira a domingo, das 10h às 18h (a bilheteria fecha às 17h). Fechado às segundas. Às terças-feiras, o museu fica aberto até as 22h.INGRESSOS: R$ 6 e R$ 3 (meia entrada), com entrada gratuita às terças-feiras e ao sábados

FICHA TÉCNICA:

Especial

cultura

8 Julho/Agosto 2013 | nº4 artefato

Sergio Damião, Estelemar Martins e Da-vid Lóss em momento de descontração.

A acadêmica Gláucia Moulin foi à França no mês passado, com os filhos, pela primeira vez. Ela está muito feliz e disse que se virou bem com o francês que aprendeu no Colégio Jesus Cristo Rei.

+ No dia 28 de junho, no Teatro Ru-bem Braga, nossa confreira Joacy Novaes recebeu a COMENDA RUBEM BRAGA, outorgada pelo Município.

+ Dr. Solimar Soares da Silva entre-gou finanças em dia, com pequeno saldo positivo, ao novo presidente da ACL, David Alberto Lóss.

+ Célia Ferreira, Ariette Moulin e Mar-celo Grilo foram contemplados com a Lei Rubem Braga para publicarem suas obras.

A Academia Cachoeirense de Letras (ACL) promove o III CONCURSO BENJAMIM SILVA DE SONETOS, com o objetivo de incentivar e divulgar a produção literária, e, principalmente, despertar o gosto pela linguagem escrita, em verso.O tema é de livre escolha, podendo cada concorrente inscrever até 2 (dois) trabalhos iné-ditos, separadamente, datilografados ou digitados, em 3 (três) vias e em espaço 2 (dois), vedada a participação dos Membros Efetivos da ACL.

Serão observados 3 (três) níveis:

a) Local – para quem reside em Cachoeiro de Itapemirim;b) Estadual - para quem reside em outra cidade do Estado do Espírito Santo; c) Nacional – para quem reside em outros Estados da federação.

Maiores informações no site http://www.academiacl.com.br

Nova diretoria da ACL

Visita cultural

III CONCURSO BENJAMIM SILVA DE SONETOS

Entre linhas

Parceria

Coluna

Lançamento do livro “Em nome da Lei”, do acadêmico Evandro Moreira.

Shopping Cachoeiro faz parceria culturalcom a Academia. Foram lançados dia 18 os livros: “Em nome da lei”, “Cachoeiro e ou-tras capitais” e “Filosofia de Butiquim”. De Evando Moreira, Sergio Damião e Ricardo Lemos. Em agosto será a vez de Roney, Marilene Depes e Ariette Moulin.

ColunaColuna

artefato8 Julho/Agosto 2013 | nº4

Coluna da Academia de Letras (ACL)

Joacy Ribeiro Novaes, Roney Moraes, Valquiria Volpato, David Loss, Isaura Theodoro e Solimar Soares.

cultura 9Julho/Agosto 2013 | nº4

Nova diretoria da ACL

10 Julho/Agosto 2013 | nº4 artefato

Bruno Torres Paraiso

Cachoeiro, o nome da minha saudade

(...) O canto do rio rolando nas pedras; os trilhos do trecho da Leopoldina entre altos paredões, que levavam até a ponte de ferro; descer a rua Moreira a caminho do Liceu; a poesia de Newton Braga, Benja-min Silva, Solimar de Oliveira e tantos ou-tros que formavam uma multidão de poe-tas; os jornais quentinhos com as crônicas da província cosmopolita que era Cachoei-ro; a fanfarra do maestro Taveira e as bali-zas de Dona Geni; a bandeira do Brasil que eu carregava nos desfiles do Liceu, o coração saltando do peito; o grito de guer-ra do professor Deusdedit, do alto do pa-lanque, na festa da cidade: “La vem o Li-ceu!!!”; a casa do Dr. João Madureira filho, apóstolo do desenvolvimento sustentável e da liberdade; os papos com Tróphanes Ramos, enquanto ele compunha um texto de jornal com minúsculos caracteres tipo-gráficos; o início das aulas do Liceu, no mês março, o auge do calor cachoeirense; as aulas de Aylton Bermudes, José Xavier do Valle, Deusdedit, e tantos outros mes-tres sublimes; as reuniões da Casa do Estu-dante (Ceci) e da União Cachoeirense de Estudantes Secundários (Uces), escolas de cidadania; os cinemas Central, Santo Antô-nio, Broadway, Cacique, São Luiz e Alvora-da; as bandas de música 26 de Julho e Lira de Ouro; Suely Paes, Laís Flores da Cunha e Marilene Depes, desfilando com o fogo simbólico, na olimpíadas do Liceu; as elei-ções da Rainha dos Estudantes; a misses Cachoeiro, Joselina Cipriano, Antoinete Ribeiro e Dinah Machado; Míriam Coelho dançando a Dança do Fogo, nas horas sociais do Liceu; Margarida Lofego, rainha nacional do Turismo; as missas na Igreja de Nosso Senhor dos Passos; a casa ale-gre, cheia de filhos e amigos de Dona Nair Coelho e Dr. Valdelino; a morte do profes-sor Gilceu Machado; Joselina Cipriano adentrando os corredores do Liceu, com toda a sua beleza, para dar a sua primeira aula de História, substituindo Waldemar Mendes; o encanto e o gingado de Atalídia Depes Bueno passando pelas ruas da cida-de; a Rádio Cachoeiro, ZYL-9, e seus canto-res, regionais, e locutores; a fundação da Academias Estudantil de Letras e Cachoei-rense de Letras; o tenente Pereira, codino-me Nordestino Filho, vendendo, de porta em porta, os seus livros de trovas; os Cana-rinhos de Cachoeiro, de Dona Evanny Ra-mos, dando seus recitais no Jardim de Infância; Marialva Pinto, loura, linda e inte-ligente, mancando levemente, passando pela minha rua sob o meu olhar deslum-brado; as moças Intra, filhas de operário, muito orgulhosas dessa condição: Vera era intelectual e Nola e Rejane, atletas; Rogé-rio Franzotti, com seu riso fácil e seu jeito comunicativo, convi-dando-me para uma festa junina em Matilde, distrito à margem da estrada de ferro a caminho de Vitória, onde se comia doce em prato fundo; as reuniões da nossa turma no Liceu na casa de Lucília do Rosário Baptista, lá no alto,

muito acima da minha casa, cheias de alegria e calor humano; Miriam Branca Très descendo a sua rua, cruzando a Si-queira Campos, linda como a Branca de Neve; dona Clarice Caiado, com a sua pose de matriarca; Nagibinho, irmão do Zé da Jóia, mongolóide esperto, sempre andando de um lado para outro; as broncas de dona Olga Ayd e de dona Ormy Resende, Cati-qunha, Gregório e Náureo Valdino, seu Ovídio e Seu José, eternos chefes e inspe-tores de disciplina, no Liceu, mantendo-a ferreamente, sem jamais perder a ternura; dona Stael de Medeiros Corrêa, a doce secretária do Liceu e nosso anjo da guar-da; a beleza da senhora Gerson Moura, iluminando a cidade, nas raras passagens pela praça; o sonho que era ver passar dona Ivone Marins Vivacqua e dona Nina Pivovaroff Arão; a padaria de seu Eutímio e o pudim de pão e a empada de dona Alta, parada obrigatória, a caminho do Liceu; dona Azenath e o pastor Jader Coelho, em frente ao Ateneu, recebendo seus alunos; as freirinhas do Cristo Rei, que mais pare-ciam pinguins ensopados pelo calor escal-dante de Cachoeiro; Dona Zulmira pente-ando os cabelos na janela com um pente em brasa; Solimar de Oliveira, indo para a Prefeitura, inteiramente no mundo da lua, poetando enquanto caminhava com seu passo lento, lento; Deusdedit Baptista com suas passadas de galgo, sempre com pres-sa, a caminho de um sonho impossível; Gilson Carone, Newton Meirelles, João Cân-dido dos Santos e Ramon Ramos fazendo suas pregações socialistas, junto a outros companheiros do comitê nacionalista, que defendia as reformas sociais, a igualdade e a justiça; o 31 de março de 1964 e, mui-to especialmente, o 1º de abril daquele ano, o início do reino de terror que iria du-rar 21 anos; a cooperativa dos funcionários públicos, onde se comprava com caderne-ta, por mês; a mansão dos Amaral, com Maria Luiza na janela; as meninas ricas do Morro São João, perto da catedral, Mara, Heloísa, Lourdinha, e tantas outras desfi-lando sua beleza; as meninas Freitas, entre elas a linda Celinha, com sua extrema comunicabilidade; a Rua Estela do Norte, onde Elzinha passava a sua graça; o Guan-du fervilhando, com se fosse um shopping popular céu aberto; a estação da Leopoldi-na, onde se chegava e de onde partiam trens sonolentos para tantos destinos; a praça Luiz Tinoco da Fonseca, em torno da qual se espalhava a colônia libanesa, gen-te hábil no manejo do comércio; a pensão de Maria do Carmo Gomes Novo, minha colega de Liceu, bem em frente à estação; o velho Hotel da Estação, com sua arquite-tura encantadora; as ilhas da Luz e do Mei-relles; a fábrica de pios de aves do velho Coelho, um louco que esculpia sons em madeira; caminhar pelo Amarelo, em tar-des perdidas; ir sonhar na Baiminas, lá onde o rio Itapemirim, outrora, recebia as embarcações que vinham da Barra de Ita-

pemirim; a Curva do Caixão, onde Rubem Braga quis que suas cinzas fossem espa-lhadas; O Belas Artes, de boa culinária, e Rubem Braga lá dentro, com a sua falsa cara de poucos amigos; o cartório de Newton Braga, depois do meu professor de História das Américas e diretor no Liceu, Edmar Mendes Baião; a Casa Manhães, pioneira em eletrodoméstico, do velho Manoel Manhães, pai de Hélio Carlos, pre-feito e, depois, deputado federal; a agência do Banco do Brasil, pólo irradiador de de--senvolvimento, com Raymundo Araújo Andrade na gerência, lugar que foi, depois, do jornalista Ormando Moraes e de Juanito Gama; a mansão-símbolo da riqueza de então, de dona Ruth Vivacqua Vieira, ao lado da Rádio Cachoeiro; o Aquidabã se espalhando em desordenado crescimento; os bailes do Cruzador, e do Caçadores, nos quais a minha timidez nunca me deixou entrar; as matinês dançantes da Casa do Estudante onde as meninas chiques não iram; as solteironas passeando na praça de braço dado; o palácio de pedras de Ana-cleto Ramos e sua mulher, filha do lendá-rio Samuel Levy; o Bernardinho Monteiro fervilhando de meninos e meninas bem no centro da praça que leva o nome do seu irmão; bairro dos Ferroviários, em terreno doado por Anacleto, de onde saíram tantos líderes das lutas populares; o armazém dos Fornazier, perto da linha do trem, onde eu a contra gosto fazer compras de casa, atendido pela Tieta; a Campanha de Alfa-betização da genial Zilma Coelho Pinto; “seu” Kleber Massena, comunista histórico e excelente comerciante popular; as fotos Brunini e Byron, que registravam a história da cidade; a banca de jornal dos Santana; a casa de sapatos A Principal, onde se comprava para pagar no fim do mês, cujo dono era pai de Cláudio e Roberto Guima-rães, colegas do Liceu; o Jardim de Infân-cia com suas lindas professoras, que pare-ciam escolhidas a dedo; O Coronel Borges e a chácara dos Athayde, onde nunca ousei entrar, mas que me parecia o próprio para-íso, no qual dona Ertha, severa professora de Francês do Liceu, escondia-se do mun-do; o teatro de Elias Aoni Filho; a poetisa Alma Selva lendo seus poemas na Acade-mia; o sobrado do professor de Física e advogado Osires de Azevedo Lopes; Rage Miguel, com seu sorriso e delicadeza, atra-vessando, lentamente, a rua 25 de Março; os prédios da Maçonaria e do Centro Ope-rário, monumentos de história municipal. Lembranças, lembranças e lembranças, que não acabam mais. Tudo isso são peda-ços da minha saudade.

*Trecho de livro inédito, Glossário Senti-mental de Cachoeiro.

*Jornalista e editor; membro fundador e efetivo da Academia Cachoeirense de Le-tras (ACL); e sócio efetivo do Instituto Histó-rico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES).

artefato

cultura 11Julho/Agosto 2013 | nº4

A Sombra do Vento (IV)Roberto Al Barros

Continua...

Que telefone desastrado! – justamente quando tento reaver meus laços acadê-micos, vem a telefonista me dizer que o professor Lacan não é mais catedrático de Estruturalismo na Universidade Lino Ar-zverda. Pergunto então, quase apoplético, pelo meu ex-mestre, ao que ela responde:

– Deve estar na Europa. Amster-dã... Zurique. E não é só ele: os que não foram presos, partiram para o exílio!

– Meu Deus! – exclamei incrédu-lo – O que está acontecendo?

– Hoje não tem aula – continuou a telefonista –, greve nem se fala, o exér-cito ameaça invadir o campus, caso haja alguma reação dos acadêmicos... Mas, afinal de contas, quem é o senhor que não sabe de nada?

A essa altura eu já passara de aturdido a perplexo. O coração batia rápi-do, o pulso estava acelerado; procurei me explicar:

– Desculpe – respondi atrope-lando o bom-senso –, meu nome é Pedro Zarzuela. Eu estava tão compenetrado esses dias terminando um livro, que me

descuidei do noticiário.

– Ah, o senhor então é escritor!... Então não posso falar com o senhor sobre o professor Lacan ...

– Por qual motivo o professor foi para o exílio? – insisti.

– Não posso falar sobre isso!

– Por quê?

– O senhor também não sabe? Muitas linhas estão sendo vigiadas...

– Linhas grampeadas? Não acre-dito que estejam ouvindo nossa conversa agora!

– Olhe bem, senhor escritor, o professor Lacan...

Naquele momento ouvi um cli-que, e a ligação caiu.

Na noite daquele mesmo dia, enquanto concluía o desfecho do conto “Trevas urbanas”, percebi que havia uma movimentação diferente na rua. Afastei o canto da cortina, mas não percebi que a

casa se encontrava cercada, pois na rua às escuras todos os carros eram pretos. Eu só veria esse detalhe dez minutos depois, quando saí detido a sob acusação de ser mentor intelectual de um grupo contrare-volucionário.

Agora, à pálida luz de uma lâm-pada fria, enquanto escrevo toscamente nesta folha de papel, relembro meus tempos de estudante: ao olhar para trás, não encontro parâmetros no presente. Enquanto anoto, aguardo para ser levado a novo interrogatório..., mas, meu Deus! Que gritos são esses...?

NOTA: Estas memórias foram resgatadas dos pertences de Pedro Zarzuela, deixa-dos misteriosamente numa noite chuvosa na varanda da casa de uma sua tia, em Cincerro. A família os manteve intactos por trinta anos, aguardando sua volta, o que nunca ocorreu. Sua mulher, Levínia Zarzuela, morreu sem saber se o marido estava vivo. A reprodução do trecho aci-ma, agradecemos a Pedro Zarzuela Jú-nior, concedida em simultâneo à recente doação dos originais à Universidade Lino Arzverda.

À medida que a gente vai pegando idade e escrevendo com maior regularidade e maior responsabilidade, acabamos por elevar o nível de exigência ao fazer afirma-tivas, que só são escritas com probabilida-de grande de não errar. Ao menos é assim comigo.

Por isso, quando li, em espaço da impren-sa local (Atenas Noticias), entrevista de Joaquim Ferreira dos Santos, curador da Exposição “Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar”, me preocupei, mas não escrevi. Precisava apurar, antes.

O curador Joaquim disse, textualmente, em 29 de março: “A exposição estará em Vitória até o dia 26 de maio. Depois de Vitória, ela segue para São Paulo e de lá para o Rio de Janeiro, retornando para o Espírito Santo, onde ficará na Casa dos Braga, em Cachoeiro”.Achei que nada deveria escrever naquele momento. É que baixou perplexidade: para caber fisica-mente na Casa dos Braga, espaço nobre da cultura local, e sempre em más condi-ções de conservação (“só” de conservação, pois o pessoal de lá é ótimo), a exposição “Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar” de-veria ser no mínimo, pequena, vez que o espaço lá é mínimo e, sendo mínimo, tem

esse mínimo tomado por livros, afinal é biblioteca. Por conhecer a biblioteca e não conhecer, na ocasião, a exposição, intui que algo estava errado: com o rebuliço com o qual foi anunciada a Exposição, não poderia ser ela coisa pequena, não poderia ser coisa simples, não poderia ser algo que apenas fosse depositada entre os corredores do Palácio Anchieta, em Vitória e nem na Casa dos Braga. Como diz Sérgio Neves, tinha algo errado e eu não sabia o que era – e nada falei.

Pois bem, agora posso escrever com possi-bilidade mínima de errar: Fui lá ver: a Ex-posição “Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar” é algo grandioso, da altura de Rubem Braga e merece sim, após rodar capitais do Brasil, retornar ao Espírito Santo, espe-cificamente a

Cachoeiro, mais especificamente ao Ber-nardino Monteiro, antiga escola no centro da cidade, único local com espaço sufi-ciente para acolhe-la permanentemente e sempre aberta à população daqui e dos visitantes que colocam Cultura em primei-ro lugar.

Eu vi: é exposição que custou caro, que será de manutenção cara. Sendo boa (óti-

ma, aliás), trará dividendos para Cachoei-ro, mais que os R$ 1.500.000,00 anuais de tendas na praça local. E a manutenção será cara, mas proveitosa, muito mais barata do que as mesmas tendas.

Volto ao que queria dizer em março, e não pude, por não ter certeza. Hoje tenho. Cor-remos sério risco de cairmos no ridículo quando a exposição, no inicio de 2014, vier para Cachoeiro. A Casa dos Braga é o que é e não cabe. O Bernardino Monteiro, apesar da promessa do Padre Mariano, Diretor de Imprensa da Prefeitura, não vai voltar para a Cultura tão cedo e não tem outro local para a instalação da Exposição “Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar” que, pela grandiosidade, será dispendiosa na manutenção. Talvez a saída possa ser como aquela do início deste ano, em rela-ção à Revista do Globo, que andou falan-do algumas verdades incômodas: como o Curador Joaquim Ferreira dos Santos também é colunista de O GLOBO, vamos dizer logo que ele é PIG, Partido da Im-prensa Golpista e está tudo resolvido; que mandou-nos a exposição só para humilhar nossa cidade e patati patatá. Mas que estamos à beira do ridículo, isso estamos.

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Personagens de Nossa HistóriaHigner Mansur

Exposição de Rubem Braga

12 Julho/Agosto 2013 | nº4 artefato