Artigo cientifico o aluguer de brinquedos traz inovação na arte de brincar em portugal

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O ALUGUER DE BRINQUEDOS TRAZ INOVAÇÃO NA ARTE DE BRINCAR EM PORTUGAL Paulo Jorge Gomes da Costa [email protected] TRABALHO APRESENTADO NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE ESTÁGIO 2014/2015 ORIENTADOR – DR. JOÃO PAULO PEIXOTO

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O ALUGUER DE BRINQUEDOS TRAZ

INOVAÇÃO NA ARTE DE BRINCAR EM

PORTUGAL

Paulo Jorge Gomes da Costa [email protected]

TRABALHO APRESENTADO NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE ESTÁGIO 2014/2015 ORIENTADOR – DR. JOÃO PAULO PEIXOTO

1

Índice Resumo .......................................................................................................................................... 3

Abstract ......................................................................................................................................... 4

1. Introdução ............................................................................................................................. 5

2. Revisão teórica ...................................................................................................................... 7

3. Metodologia ............................................................................................................................ 12

3.1. Desenho da investigação ............................................................................................. 12

3.2. Caracterização da amostra .......................................................................................... 13

3.3. Objetivos ...................................................................................................................... 15

3.4. Elaboração do inquérito por questionário ................................................................. 15

3.5.Tratamento dos resultados .......................................................................................... 18

4.Resultados ................................................................................................................................ 19

5. Conclusões ............................................................................................................................... 32

6. Limitações e Investigação Futura ............................................................................................ 36

7. Implicações na Gestão Empresarial ........................................................................................ 38

Agradecimentos .......................................................................................................................... 39

Anexos ......................................................................................................................................... 40

Apêndice 1: Resumo Executivo ................................................................................................... 48

Apêndice 2: Revisão da Literatura .............................................................................................. 51

2.1 Inovação: ponto de partida .......................................................................................... 51

2.2 Comércio eletrónico: uma tendência ........................................................................... 55

2.3 Consumo sustentável: outra tendência ....................................................................... 56

2.4 Crianças: consumo e comportamentos ....................................................................... 61

2.5 Brincar: uma necessidade ............................................................................................ 66

2.6 Alugar para Brincar ....................................................................................................... 70

Bibliografia .................................................................................................................................. 73

Referências bibliográficas ........................................................................................................... 73

Referências Cibergráficas ............................................................................................................ 76

Índice Figuras Figura 1 Fontes Externas de Inovação Fonte: Dantas, 2010: 131. .............................................. 53

Figura 2 Satisfação Funcional Fonte: Brito, 2014: 32. ................................................................. 54

Figura 3 Elementos para Mudar o Comportamento do Consumidor Fonte: Ana Filipa Alves,

2012: 21. ...................................................................................................................................... 59

2

Índice de Gráficos Gráfico 1: N.º Total de inquiridos por género 19 Gráfico 2: N.º Total de inquiridos por idade 19 Gráfico 3: N.º Total de inquiridos por grau de instrução 20 Gráfico 4: N.º Total de inquiridos por estado civil 20 Gráfico 5: N.º Total de inquiridos por número de crianças 21 Gráfico 6: N.º Total de inquiridos por relação com as crianças 21 Gráfico 7: N.º Total de inquiridos por localidade 22 Gráfico 8: N.º Total de inquiridos por adepto de serviços e produtos inovadores para as crianças e por que motivo

22

Gráfico 9: N.º Total de inquiridos por aquisição de artigos em segunda-mão 23 Gráfico 10: N.º Total de inquiridos por compra de brinquedos 23 Gráfico 11: N.º Total de inquiridos por frequência de compra de brinquedos 24 Gráfico 12: N.º Total de inquiridos por sentimento de prazer no ato de compra para as crianças

24

Gráfico 13: N.º Total de inquiridos por influência das promoções no ato de compra dos brinquedos

25

Gráfico 14: N.º Total de inquiridos por ser adepta do consumo sustentável 25 Gráfico 15: N.º Total de inquiridos por fomentar a partilha nas crianças 26 Gráfico 16: N.º Total de inquiridos por considerar que as crianças devem ter muitos brinquedos para serem mais estimuladas

26

Gráfico 17: N.º Total de inquiridos por considerar que o que importa é a brincadeira e não ter o brinquedo

27

Gráfico 18: N.º Total de inquiridos por ter tempo para escolher os brinquedos mais adequados para a idade da criança

27

Gráfico 19: N.º Total de inquiridos por preocupação em saber se tem espaço em casa, antes da compra

28

Gráfico 20: N.º Total de inquiridos por preocupação da vida útil dos brinquedos no ato da compra

28

Gráfico 21: N.º Total de inquiridos por destino dado aos brinquedos que as crianças não usam

29

Gráfico 22: N.º Total de inquiridos por conhecimento da Alugar para Brincar 29 Gráfico 23: N.º Total de inquiridos por hipótese de alugar brinquedos e por que motivo

30

Gráfico 24: N.º Total de inquiridos por adesão ao alugar brinquedos se isto fosse moda

30

Gráfico 25: N.º Total de inquiridos por recomendação de uma figura pública se aderia mais facilmente ao alugar brinquedos

31

Índice de Tabelas Tabela1 Indicadores de localidade, rendimento e oferta de pré-escolar de ensino privado nas zonas geográficas da Alugar para Brincar.

14

Tabela 2 Objetivos e perguntas do questionário 17

3

Resumo

Quando a inovação se torna um imperativo no mercado da era moderna, cabe

às empresas ativar manobras estratégicas que se diferenciem num determinado

serviço ou produto para se imporem como recém-chegadas ou prolongarem o

ciclo de vida.

Um dos indicadores de inovação são as tendências e segui-las é assumir o

compromisso que se quer ir mais além do que já está a ser feito. O comércio

eletrónico é considerado uma poderosa ferramenta para a criação de valor de

um serviço/produto e para o estabelecimento de relações com os consumidores.

Este estudo pretende investigar esta plataforma digital, o ato de inovar em

empresas aliadas a outra tendência atual: o consumo sustentável, em torno de

um ponto comum: o brincar. Esta abordagem com reduzida expressão

investigatória, conduz à elaboração de propostas de hipóteses e ao

desenvolvimento de pistas de gestão que levem a compreender a atuação no

mercado da Alugar para Brincar, a primeira loja online de aluguer de brinquedos

na zona Norte do país.

Palavras-chave

Inovação, comércio eletrónico, consumo sustentável, alugar, brincar

4

Abstract

When innovation becomes imperative in the market of the modern era, it is up to

companies to enable strategic maneuvers that differentiate a given service or

product to impose themselves as newcomers or prolong the life cycle.

One of the innovation indicators are the trends and follow them is to commit that

want to go beyond what is already being done. E-commerce is considered a

powerful tool for creating value of a service / product and for establishing

relationships with consumers. This study aims to investigate this digital platform,

the act of innovating companies combined with other current trends: sustainable

consumption, around a common point: playing. This approach with reduced

expression of investigation, guides to proposals of hypotheses and development

management slopes that lead to understand the market performance of Alugar

para Brincar, the first toys rental store online in the north of the country.

Keywords

Innovation, e-commerce, sustainable consumption, rent, play

5

1. Introdução

Era uma vez... A inovação que queria ir para mais longe e correr riscos, que

olhou para as tendências e encontrou dois grandes aliados: o comércio

eletrónico e o consumo responsável. Não havia nada que a fizesse parar e,

então, partiu em direção a um mercado competitivo, com o objetivo de ganhar o

consumo dos pais e os sorrisos das crianças por ter chegado em primeiro lugar.

E foi assim criada a marca Alugar para Brincar. Todos estes pontos enunciados

deram um contributo para o seu aparecimento e serão desenvolvidos na revisão

da bibliografia do presente artigo.

O ponto central inicial recairá, portanto, sobre o conceito de inovação. A atenção

foi igualmente dirigida para a importância crescente que o comércio eletrónico

tem no dia-a-dia dos consumidores portugueses, bem como para os princípios

da sustentabilidade que cada vez mais são propagados de forma a

consciencializar comportamentos de consumo, sendo o mercado infantil o que

interessa avaliar. Um mercado que, apesar de ter pontos altos em épocas

festivas, é sempre dinâmico. Aponta-se o dedo ao consumismo desenfreado,

aos pais que não negam a compra de mais um, especialmente se o menino se

comportar bem até chegar a casa, à sua substituição pela brincadeira em família

e à elevada oferta de múltiplos brinquedos que se empurram nas prateleiras…

Após a reflexão destes conceitos, percebe-se a escolha destes para

compreensão do negócio de aluguer de brinquedos em Portugal.

A contextualização teórica é sustentada pela análise empírica, que fundamenta

a realidade percecionada por vários especialistas e que permite o

aprofundamento do conhecimento desta matéria. Além disso, e com perspetivas

práticas futuras, esta investigação poderá munir a Alugar para Brincar de

importantes ferramentas operacionais.

No campo do trabalho é definida com exatidão a questão a estudar, quais os

dados que sustentam as hipóteses, a metodologia aplicada e as variáveis

explicativas. Numa fase posterior, serão apresentados os resultados decorrentes

do trabalho anterior. Através destes poderá concluir-se a oportunidade da

natureza do negócio em causa, tendo em conta a problemática que se propôs

6

estudar. Por fim, serão apresentadas as limitações do estudo e as possíveis

implicações na gestão empresarial.

É importante salientar, desde já que, devido à natureza diferenciadora desta

empresa, no quadro nacional e internacional, não existem referências

bibliográficas e científicas relacionados diretamente com a temática abordada

para suportar este estudo. Mesmo, assim, resolvemos avançar com o estudo por

considerá-lo: oportuno para o mercado atual, sendo visto como uma

oportunidade de negócio; e, inovador no campo científico, sendo o contributo dos

autores de maior mérito. Tomando consciência de concretas lacunas científicas,

foram concentrados esforços em estudos teóricos recentes para encontrar a

fórmula certa para a questão em causa. Entre a explicação dos conceitos e

reflexões de enquadramento, encontraram-se relações, as quais juntas

fundamentam a presente investigação e respondem à questão: o aluguer de

brinquedos traz inovação na arte de brincar em Portugal.

Este tema é, assim, inovador por si só.

7

2. Revisão teórica

As temáticas abordadas foram estudadas em diferentes perspetivas e

propósitos, pois este estudo propõe uma nova abordagem ao demonstrar

interações entre estas, um cruzamento inovador no âmbito científico, tal como o

espírito do negócio em investigação. Apesar do interesse que este tema possa

constituir pela sua novidade, salienta-se, desde já, a dificuldade teórica que

cruza a inovação, comércio eletrónico, consumo sustentável em Portugal e

mercado infantil. Desde logo, porque são poucas as referências que abordam

estes temas relacionados com as crianças. Face ao cruzamento destes

conceitos abordados, houve a preocupação de pesquisar várias fontes

bibliográficas que fornecessem significados e reflexões para o desenvolvimento

teórico deste trabalho. Nesse sentido, foram selecionados obras de autores

reconhecidos e artigos científicos que consideramos mais oportunos para

conseguirmos compreender o negócio de aluguer de brinquedos em Portugal.

Foram três os contributos fundamentais:

- Santos (2011) pelo seu Plano de Negócios para uma Empresa de Locação de

Brinquedos na cidade de Navegantes/SC foi importante, pois permitiu pela sua

leitura conferir um paralelismo entre uma empresa de aluguer de brinquedos

brasileira com a Alugar para Brincar.

Este estudo visou a implantação de uma empresa de aluguer de brinquedos,

tendo como objetivo principal verificar as variáveis que influenciam na tomada

de decisão na abertura de uma empresa desta natureza e como objetivos

específicos: definir a missão, visão, objetivos e estrutura do negócio,

desenvolver planeamento metedológico e financeiro. O método utilizado para a

aplicação da pesquisa foi a proposição de planos, onde foram levantados os

dados quantitativos como a definição dos principais clientes, e dados qualitativos

que foram obtidos por entrevistas com os concorrentes e com a empreendedora.

A sugestão final, após o conhecimento adquirido, é que o negócio, embora seja

de pequeno empreendimento, é viável, mas a aposta deveria ser direcionada

para a publicidade da empresa.

8

- Outro estudo que foi de mais-valia para dar pistas à presente investigação, foi

de Plano de Negócios de uma empresa de troca e aluguel de brinquedos infantis.

Os autores refletem sobre os autores e especialistas que afirmam que, em geral,

as crianças têm necessidade de brincar, para poderem, assim, se desenvolver

com relação ao mundo. A indústria de brinquedos cresce cada vez mais, no

entanto, existem entraves que dificultam a constante compra de novos

brinquedos. A partir da identificação dos mesmos, surgiu a ideia de criação de

um novo conceito: a troca ou aluguer de brinquedos. Este estudo apresenta uma

análise detalhada de elementos operacionais, mercadológicos e financeiros.

Após a sua elaboração, concluiu-se que, atualmente, há uma ampla variedade

de brinquedos com funções diversas para incentivar a parte emocional, motor e

intelectual das crianças. Selecionar os brinquedos mais adequados para cada

faixa etária passou a não ser uma tarefa fácil e barata para os pais,

principalmente pelo fato das crianças se cansarem rapidamente dos mesmos. O

modelo de negócio proposto por esta empresa inovadora, a Roda dos

Brinquedos, resolve, portanto, estes problemas e torna mais prático, económico

e sustentável o processo para os pais..

- Além deste, o Projeto inovador: plano de negócio de aluguer de malas de luxo

(Bernardo, 2010) serviu de base para compararmos a estratégia implementada

de um negócio de aluguer online com a da Alugar para Brincar, atitudes de

consumo e comportamento de consumidor. Não se trata do mesmo produto, mas

tornou-se importante para criar referências.

Nesta tese foi analisado o plano de negócios de aluguer online de malas de luxo,

que tem como público-alvo as mulheres portuguesas na área da Grande Lisboa.

Na parte teórica discutem-se os modelos de aceitação tecnológica existentes,

analisando questões que dizem respeito ao grau de aceitação da tecnologia por

parte das pessoas, em particular no que diz respeito ao comércio eletrónico. São

também analisadas as perceções que os consumidores têm relativamente à

compra online e algumas das soluções encontradas pelos autores de estudos

que visam combater as dificuldades percecionadas. Após esta reflexão, efetua-

se uma análise de mercado, onde se apresenta a evolução do comércio

eletrónico em Portugal, a análise da concorrência e uma análise interna e externa

tanto do comércio eletrónico como do negócio em si. De seguida, foi analisado

9

o plano de negócios com especial ênfase no plano de marketing e na

especificação do website que será criado, uma vez que este é o fator crítico de

sucesso do negócio.

A primeira conclusão deste estudo é que a Malas&Malas é um negócio inovador

e ambicioso e será necessário a implementação de uma estratégia focada

essencialmente nos aspetos de marketing, uma vez que é necessário conseguir

fidelizar desde o primeiro instante as potenciais clientes. Para o efeito decidiu-

se ter como base uma plataforma eletrónica, a forma central de comunicar e

fazer chegar a mensagem do negócio. Sabe-se que existe ainda relutância no

uso da Internet para efetuar compras, mas que é urgente valorizar o valor

percebido deste serviço. A política da Malas&Malas passa pela qualidade e

transparência do serviço, ou seja, a experiência da marca é o fator diferenciador.

Demonstrar eficiência, conseguir criar elos de ligação com as clientes, tornando-

as habituais, fazer chegar-lhes as últimas novidades em acessórios de luxo que

a Malas&Malas vai adquirindo e disponibilizá-las rapidamente, mostrar que se

está atento às exigências do mercado, apresentar uma atitude de respeito,

discrição e experiência, serão os aspetos que a marca terá de trabalhar para

poder ultrapassar uma variável importante nestes negócios ditos “da moda”, que

tem a ver com a dificuldade de se conseguir prever (com certeza) o

comportamento da consumidora. Na gestão deste negócio é primordial procurar

constantemente formas de reduzir os custos e aumentar as receitas, daí o papel

fundamental do posicionamento e comunicação da marca.

No que toca à sustentabilidade, tiveram-se alguns estudos como âncora. Não

estando diretamente relacionados com o aluguer ou os brinquedos, as suas

leituras serviram de linhas condutoras para a parte relacionada com o consumo

sustentável.

O papel do consumidor nas políticas de sustentabilidade (Alves, 2012), pois a

partir da leitura deste texto foi possível desenvolver a temática do consumo

sustentável, tendo como foco os comportamentos do consumidor. Aqui

demonstra-se que as escolhas do consumo quotidiano estão relacionadas com

determinadas motivações e valores que dificultam a mudança para um

comportamento mais sustentável. O aumento de uma grande variedade de

produtos, de forma a satisfazer os gostos de cada consumidor, dificulta a tomada

10

de decisão, o que leva a que o consumidor utilize atalhos mentais. Compreender

mais claramente o comportamento do consumidor, bem como o que influencia

as suas escolhas é importante para alcançar uma forma de motivar o consumo

sustentável. Com esta tese pretende saber-se o que influencia a decisão de

compra de um consumidor português, se este está informado ou tem

conhecimento, e quais os instrumentos que as pessoas achavam serem mais

promissores para induzir um consumo mais sustentável . Concluiu-se que os

componentes que mais influenciam a escolha do consumidor são o preço e a

qualidade. O papel decisivo, da seleção de produtos com melhor desempenho

ambiental, vai sempre pertencer ao consumidor, mas se a informação for

simples, acessível, que permita a comparação entre produtos semelhantes e

certificada por uma entidade credível, o consumidor vai mais facilmente escolher

a melhor opção.

Com a leitura de Atitudes e comportamentos das famílias sobre consumo

sustentável (Costa, 2011), tendo esta referência bibliográfica interligado a

sustentabilidade e o comportamento de consumo, o que permitiu criar

paralelismos entre estes dois conceitos e ver de que maneira estão a funcionar

em sintonia. As famílias da atualidade, muito associadas ao consumismo e ao

materialismo, têm hoje uma pesada herança a receber e a transmitir fruto dos

excessos económicos, o que provoca problemas ambientais. Coloca-se, assim,

a família no centro do problema, pelo efeito multiplicador das suas atitudes e

comportamentos. Este facto não deixa quaisquer dúvidas de que são requeridas

mudanças de hábitos e de padrões de consumo para o alcance de um futuro

sustentável. Por não ser um tema com grande desenvolvimento em Portugal,

este trabalho contribuiu para o estudo dos atuais conhecimentos relativos às

atitudes e comportamentos das famílias portuguesas sobre o consumo

sustentável. Este estudo centrou-se numa amostra de conveniência, os

estudantes da Universidade Aberta, dada a sua abrangência geográfica, tendo

sido desenvolvido um inquérito por questionário, de forma a analisar em

pormenor a perceção destas famílias portuguesas sobre esta temática.

Além destes, há ainda a destacar estudos bibliográficos que se revelaram

importantes no desenvolvimento desta investigação.

11

Comportamento do Consumidor. Análise do Comportamento de consumo da

Criança (2002), sendo que este texto serviu de reflexão sobre uma sociedade de

consumo, em que o comportamento do consumidor é para as empresas que

fabrica produtos ou proporciona serviços uma variável estratégia de primeira

magnitude.

A Importância do ato de comprar (Duarte, 2013), o qual constituiu uma reflexão

sobre o comportamento de consumo na sociedade atual, incidindo nos adultos

que compram para os mais novos e o que o comprar tem subjacente no seu ato.

Brito (2014), com o seu estudo atual Novos Horizontes do Marketing, serviu de

base com uma perspetiva mais completa de vários temas em estudo. Trata das

principais motivações do marketing verde, ou seja, os princípios indicadores de

sustentabilidade das empresas, sendo que muitas delas já reconhecem os

ganhos potenciais de eficiência e criação de valor que representa. Além disso,

constituiu leitura para refletir nas crianças enquanto diferentes consumidoras

quando comparadas aos adultos, tendo como base comportamentos consoante

a fase de crescimento em que se encontram e os estímulos. É também

fundamental conhecer aqui o papel dos pais, da escola, dos pares e da

publicidade.

Face a estes estudos científicos constituiu-se uma base de trabalho,

fundamentada em outras pesquisas bibliográficas e que mediante um

cruzamento de conceitos deram origem a este estudo com cariz inovador, quer

na sua parte teórica quer na prática.

12

3. Metodologia

3.1. Desenho da investigação

Neste capítulo, descreve-se a metodologia utilizada, especificando-se os

objetivos, a caracterização da amostra, a elaboração do questionário, os

procedimentos para o tratamento dos resultados e, por fim, a análise dos

mesmos.

A metodologia seguida para a elaboração do presente artigo consistiu numa

abordagem quantitativa, com recurso a um inquérito por questionário online,

efetuado junto a consumidores. A escolha da amostra prendeu-se com o facto

de estarem reunidos neste grupo, clientes e potenciais clientes de diferentes

faixas etárias, de diferentes estratos sociais e pertencentes à localização de

atuação da Alugar para Brincar, o Grande Porto e nas sedes de concelho de

Viana do Castelo, Esposende, Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova de

Famalicão. A amostra também não se limitou aos pais, pois a empresa dirige-se

não apenas a este público-alvo, mas a todos que se relacionem com crianças

dos 0 aos 6 anos, como, por exemplo, avós, tios, padrinhos, madrinhas,

amigos…Por outro lado, atendendo ao limite temporal deste estudo, houve a

necessidade de escolher um universo de análise no qual estivesse facilitada o

uso da Internet, pois esta é a plataforma do negócio em investigação.

Os dados recolhidos foram tratados quantitativamente, aplicando-se o

tratamento estatístico de base como indicadores de respostas e gráfica para

permitir o tratamento e discussão dos mesmos. Os critérios de divulgação do

inquérito condicionaram a amostra, pois quem não acedeu à sua página do

Facebook neste período, ficou sem tomar conhecimento que o mesmo se

encontrava a decorrer.

No âmbito deste estudo foram selecionadas questões que permitissem a

avaliação das opções consumistas das pessoas. Apenas essa vertente, sem

intencionar identificar com rigor a preferência de tipologia dos brinquedos ou

aptidões relacionadas com o brincar.

Todo o presente estudo teve como suporte uma pesquisa bibliográfica e análise

da mesma, projetando-se para o trabalho de campo uma leitura prévia do retrato

13

dos indivíduos da zona Norte do país. Assim sendo, conseguimos uma melhor

compreensão destas temáticas e, consequentemente, conseguimos agir mais

facilmente sobre elas.

3.2. Caracterização da amostra

Portugal é composto por uma superfície de 92 090 km2 e é composto por 10

562178 habitantes. Tendo em conta os resultados do INE 2001, dos municípios

mais populosos de Portugal encontram-se Vila Nova de Gaia com 302 295

habitantes; Porto com 232 591; Braga com 175 478; Matosinhos com 175 478;

Gondomar com 168 027; Guimarães com 158 269; Maia 135 306; Famalicão 133

832.

Por família verifica-se que Vila Nova de Gaia e Porto são as cidades com maior

densidade no que toca à zona geográfica em questão que interessa estudar para

a presente investigação. Estes dados não têm implicação direta nos indicadores

de rendimento per capita, pois os mais elevados pertencem às cidades do Porto,

Matosinhos e Maia. Para apurarmos ainda mais os dados que poderão ser

indicadores do poder de compra das famílias destas cidades, analisamos a oferta

do pré-escolar de ensino privado. Mais uma vez o Porto destaca-se, seguindo

de Vila Nova de Gaia.

14

Local de residência Famílias (N.º) por Local

de residência; Decenal

Indicador per Capita

Rendimento

Preescolar Ensino

Privado

Período de referência

dos dados

Período de referência

dos dados

Período de

referência dos

dados

2011 2009 2011

N.º N.º % N.º

Viana do Castelo

31.766

89,74

19

Barcelos

38.082

67,49

13

Braga

64.092

105,59 40

Esposende

11.091

77,24

7

Guimarães

53.941

79,78

33

Vila Nova de Famalicão

45.162

82,37

34

Santo Tirso

24.986

80,41

11

Trofa

13.090

79,46

4

Espinho

12.022

105,14 7

Gondomar

61.479

81,66

22

Maia

50.307

119,14 32

Matosinhos

67.871

130,57 45

Porto

101.015

178,77 109

Póvoa de Varzim

21.683

89,05

17

Valongo

33.970

86,79

21

Vila do Conde

27.231

94,66

12

Vila Nova de Gaia

114.328

101,04 59

Tabela 1: Indicadores de localidade, rendimento e oferta de pré-escolar de

ensino privado nas zonas geográficas da Alugar para Brincar.

15

A amostra do questionário apenas recai sobre indivíduos da zona Norte do país,

especificamente na zona de atuação da Alugar para Brincar: Grande Porto,

Famalicão, Viana do Castelo, Esposende, Guimarães, Braga e Barcelos, que se

relacionassem com crianças dos 0 aos 6 anos, ou seja, que mantivessem

relações parentais ou amigáveis, como pais, avós, tios, padrinhos ou amigos.

3.3. Objetivos

Partindo da questão base do estudo: o aluguer dos brinquedos traz inovação na

arte de brincar em Portugal, pretende-se apurar o comportamento dos

consumidores face à inovação e às preocupações de poupança, espaço, tempo

na aquisição dos brinquedos, bem como a sustentabilidade do consumo dos

mesmos. Sendo que o principal objetivo do trabalho é contribuir para o

desenvolvimento de ferramentas que ajudem a compreendem a posição do

Alugar para Brincar no mercado nacional, destaca-se:

1. identificar e caracterizar o comportamento de compra do consumidor

português;

2. avaliar o comportamento inovador dos inquiridos face ao comportamento de

consumo;

3. avaliar o nível de conhecimento dos entrevistados sobre este negócio;

4. identificar a relação entre o nível de conhecimento sobre sustentabilidade e

os comportamentos de compra;

5. caracterizar o comportamento de consumo dos inquiridos face a este negócio;

6. promover o aluguer de brinquedos no mercado.

3.4. Elaboração do inquérito por questionário

Tendo como base a teoria os objetivos propostos, para o presente estudo, o

método de análise de investigação consistiu na elaboração de um questionário

online, que decorreu entre 31 de janeiro a 9 de março de 2015.

O questionário foi disponibilizado através do Googleforms, por convite via

Facebook e com o auxílio de amigos e familiares que divulgaram o endereço do

mesmo a pessoas conhecidas e estas o foram partilhando. Antes de abrir o

16

formulário, os inquiridos eram convidados a ler um pequeno texto a explicar o

âmbito e os objetivos do estudo.

A partilha online do inquérito foi efetuada com recurso a uma aplicação do

Google Documents especializada em formulários, a Google Forms, uma folha de

preenchimento rápido e automático que facilita a recolha e organização dos

dados das respostas. A forma de administração deste questionário foi de

administração direta, sendo enviado ao inquirido e sendo o próprio a preenchê-

lo. A opção pelo preenchimento digital e não presencial prende-se pelo facto de

a plataforma deste negócio ser essencialmente a consumidores que utilizam a

Internet. Além disso, apresenta as vantagens de haver menos possibilidade de

enviesamento por parte do inquiridor, a análise poder ser automotizada, poder

ser aplicado a um grande número de pessoas num curto espaço de tempo e

estas sentirem-se livres por escolher o seu melhor horário para responder. A

única desvantagem deste método é a impossibilidade do individuo não ser

esclarecido no caso de não entender o sentido da pergunta e dos pouco recursos

que motivem o individuo a responder ao inquérito. Evitou-se o recurso a muitas

questões abertas para facilitar o seu preenchimento e não levar ao cansaço dos

inquiridos.

Ao todo obtiveram-se 47 respostas a este inquérito.

Cada indivíduo respondeu via online e estima-se que o tempo de resposta tenha

sido de 2 minuto2, como foi possível averiguar no pré-teste.

O inquérito é composto por 30 questões (ver em anexo), organizadas por grupos,

consoante o objetivo das perguntas, da forma listada na tabela X:

17

Objetivos Perguntas

Caracterização do indivíduo

Sexo

Idade

Grau de instrução

Estado civil

Número de crianças

Idades

Relação com as crianças

Localidade

Identificar as principais características do comportamento de consumo

É adepta de serviços e produtos inovadores para as suas crianças?

Porquê?

Costuma adquirir artigos em segunda-mão para as suas crianças?

Compra brinquedos?

Com que frequência compra brinquedos?

Identificar e caracterizar motivações da família no seu ato de compra

Sente prazer no ato de comprar brinquedos?

É influenciada pelas promoções ao comprar brinquedos?

É adepta do consumo sustentável?

Fomenta a partilha nas crianças?

Considera que as crianças devem ter muitos brinquedos para serem mais estimuladas?

Considera que o que importa é a brincadeira e não ter o brinquedo?

Caracterizar o comportamento face aos brinquedos

Tem tempo para escolher os brinquedos mais adequados para a idade da sua

criança?

Antes de comprar, preocupa-se em saber se tem espaço em casa?

Tem em conta a vida útil dos brinquedos, quando os compra?

Que destino dá aos brinquedos que as suas crianças já não usam?

Promover o aluguer de brinquedos

Conhecia a Alugar para Brincar?

Acha que é um negócio inovador para a

sociedade portuguesa?

Alugaria um brinquedo?

Sim, porquê?

Não, porquê?

Se alugar fosse moda, aderia mais facilmente a este conceito?

Se houvesse uma figura pública, a recomendar este serviço aderia mais

facilmente a este conceito?

Tabela 2: Objetivos e perguntas do questionário

18

Com o objetivo de testar o inquérito e a formulação das perguntas foi efetuado

um pré-teste a um conjunto de 5 pessoas, o que permitiu retificar algumas

questões e elaborar a versão final do questionário.

As questões eram todas de caráter obrigatório, daí não haver respostas em

branco a assinalar nem questionários não-válidos.

3.5.Tratamento dos resultados

Os resultados obtidos no questionário foram tratados com recurso ao Microsoft

Office Excel 2007 para análise de estatística descritiva e tratamento gráfico dos

resultados.

19

4. Resultados

Das 47 pessoas que deram as suas respostas, 32 eram do sexo feminino e 15

do sexo masculino. Denota-se uma clara percentagem de mulheres que

responderam a este inquérito, o que é compreensível se tivermos em conta que

são estas que socialmente estão mais aptas para comprar e para se tornarem

clientes de marcas de brinquedos. Na Alugar para Brincar, o sexo feminino está

em maioria nas subscrições do serviço.

Gráfico 1: N.º Total de inquiridos por género.

A maioria dos inquiridos tem 40 anos de idade, seguindo-se os 39, 38 e 34. É de

destacar a faixa etária dos 30 anos de idade.

Gráfico 2: N.º Total de inquiridos por idade.

32

15

Feminino Masculino

Sexo

20

No que se refere ao grau de instrução, salienta-se a não alta formação dos

inquiridos, pois mestres só contam-se 9 e doutores 1.

Gráfico 3: N.º Total de inquiridos por grau de instrução.

Na sua maioria, os inquiridos são casados, totalizando 29 indivíduos.

Gráfico 4: N.º Total de inquiridos por estado civil.

21

Dos 47 inquiridos, 25 apenas se relacionam com 1 criança, 18 com 2 crianças e

apenas 4 convivem com 3 crianças.

Gráfico 5: N.º Total de inquiridos por número de crianças.

38 inquiridos são pai ou mãe das crianças com que se relacionam, 5 são tios, 3

padrinhos e apenas 1 é amigo.

Gráfico 6: N.º Total de inquiridos por relação com as crianças.

22

Se tivermos a localidade dos inquiridos, verifica-se que a larga maioria pertence

ao Grande Porto. Os que responderam Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Maia

também se incluem nesta percentagem, pois estas 3 cidades pertencem ao

Grande Porto. De seguida, encontram-se em Guimarães, Esposende, Braga e

Viana do Castelo. Barcelos situa-se em último lugar.

Gráfico 7: N.º Total de inquiridos por localidade.

Analisando as respostas sim ou não dos adeptos de serviços e produtos

inovadores para as crianças, claramente as respostas são afirmativas,

apontando como motivo máximo o facto de desejar conhecer coisas novas.

Outros motivos apontados foram por 6 indivíduos pela modernidade e 1 indivíduo

pelo medo de ficar para trás. Houve um outro inquirido que preferiu não apontar

o motivo. Respostas negativas só se verificaram 2 justificados por serem

defensoras do tradicional.

Gráfico 8: N.º Total de inquiridos por adepto de serviços e produtos inovadores

para as crianças e por que motivo.

23

No que se refere à aquisição de artigos em segunda-mão, os inquiridos

estiveram bem distribuídos nas suas respostas, tendo 57% respondido

positivamente e os restantes 43% negativamente.

Gráfico 9: N.º Total de inquiridos por aquisição de artigos em segunda-mão.

Através da leitura deste gráfico, é possível salientar que a larga maioria dos

indivíduos que responderam ao questionário, em 94%, compram brinquedos

para as crianças que se relacionam.

Gráfico 10: N.º Total de inquiridos por compra de brinquedos.

24

No que toca à frequência de compra de brinquedos, as percentagens 1 vez em

6 meses e só em datas festivas são muito próximas, 32% e 34% respetivamente.

Logo de seguida, com 30% é 1 vez por mês e 4% ainda afirma não comprar com

frequência.

Gráfico 11: N.º Total de inquiridos por frequência de compra de brinquedos.

Analisando o gráfico dos inquiridos que compram brinquedos para as suas

crianças, por ser a percentagem mais representativa, verifica-se

consequentemente que estes o fazem por nutrir prazer no ato da compra, com

89%.

Gráfico 12: N.º Total de inquiridos por sentimento de prazer no ato de compra

para as crianças.

25

60% dos inquiridos são influenciados pelas promoções dos brinquedos no ato da

compra e 40% respondeu não o ser.

Gráfico 13: N.º Total de inquiridos por influência das promoções no ato de

compra dos brinquedos.

Verifica-se que há uma maioria dos indivíduos que responderam a este

questionário que são adeptos do consumo sustentável, sendo estes 39. Apenas

8 dos inquiridos responderam não.

Gráfico 14: N.º Total de inquiridos por ser adepta do consumo sustentável.

26

No seguimento da pergunta do consumo sustentável, mais uma vez, se denota

que a larga maioria dos inquiridos, 43, responderam afirmativamente.

Gráfico 15: N.º Total de inquiridos por fomentar a partilha nas crianças.

Ainda no âmbito do consumo sustentável e pedagógico, à questão se as crianças

deverão ter muitos brinquedos para serem mais estimuladas, 41 pessoas

responderam não e 6 pessoas responderam sim.

Gráfico 16: N.º Total de inquiridos por considerar que as crianças devem ter

muitos brinquedos para serem mais estimuladas.

27

Apesar de não ser muito representativa, ainda se apuraram 13% de pessoas que

responderam que ter o brinquedo é importante quando comparado ao valor da

brincadeira.

Gráfico 17: N.º Total de inquiridos por considerar que o que importa é a

brincadeira e não ter o brinquedo.

Apenas 13 pessoas responderam que têm tempo para escolher os brinquedos

mais adequados para a idade da criança com que se relacionam. 34 pessoas

responderam que não têm essa disponibilidade.

Gráfico 18: N.º Total de inquiridos por ter tempo para escolher os brinquedos

mais adequados para a idade da criança.

28

Relativamente à preocupação em saber se tem espaço em casa antes de

comprar o brinquedo, 70% respondeu que não contra os 30% que responderam

que sim.

Gráfico 19: N.º Total de inquiridos por preocupação em saber se tem espaço

em casa, antes da compra.

A percentagem dos inquiridos que tem em conta a vida útil dos brinquedos

quando a compra é de 57% e dos que não têm essa preocupação é de 43%.

Gráfico 20: N.º Total de inquiridos por preocupação da vida útil dos brinquedos

no ato da compra.

29

Doar a crianças necessitadas foi a resposta que contou com mais inquiridos, com

26, seguida de dar aos filhos dos amigos, emprestar aos filhos dos amigos e

arrumar em casa. O não saber ainda foi apontado por 2 pessoas, que deverão

ser aquelas que não se relaciona tão diretamente com as crianças.

Gráfico 21: N.º Total de inquiridos por destino dado aos brinquedos que as

crianças não usam.

Em 100% de respostas, a maioria com 70% afirma conhecer já a empresa Alugar

para Brincar.

Gráfico 22: N.º Total de inquiridos por conhecimento da Alugar para Brincar.

30

Relativamente à questão se as pessoas alugariam brinquedos, 6 inquiridos

responderam que não, tendo justificado 1 pessoa por ser um serviço inovador e

os restantes 5 não indicaram motivo. 41 responderam afirmativamente que

alugariam brinquedos, apontando os seguintes motivos favoráveis: poupar

dinheiro, com 14 respostas; 10 pelo serviço inovador; 9 pela partilha; 7 pelo

poupar espaço; e, 1 pelo poupar tempo.

Gráfico 23: N.º Total de inquiridos por hipótese de alugar brinquedos e por que

motivo.

No que toca à importância de ser moda ou não o conceito de alugar brinquedos,

72% respondeu que não se deixaria condicionar por isso.

Gráfico 24: N.º Total de inquiridos por adesão ao alugar brinquedos se isto

fosse moda.

31

Também relativamente à importância de uma figura pública a recomendar o

serviço de aluguer de brinquedos, 81% afirmou que não era condicionado por

esse fator e 19% afirmou que era.

Gráfico 25: N.º Total de inquiridos por recomendação de uma figura pública se

aderia mais facilmente ao alugar brinquedos.

32

5. Conclusões

Ser uma marca nova no mercado infantil não é tarefa fácil, pois não se trata de

agradar as crianças consumidoras, mas os familiares e amigos que as rodeiam

que compram o produto/serviço. O primeiro passo é conhecer as preferências

das crianças e as expectativas desses que assumem o papel de educadores

diretos ou indiretos. Eles têm de ser convencidos que aquilo que adquirem é o

melhor para os seus pequenos. Nesta perspetiva o trabalho de campo do

presente trabalho, baseou-se num questionário aplicado a pais, avós, tios,

padrinhos e amigos, de forma expressarem as suas opiniões e expectativas e de

ser possível responder aos objetivos colocados.

As mulheres, na casa dos 30 anos de idade, foram as que mais se propuseram

a responder ao questionário, auferindo-se a partir destes dados que são mais

elas a participar nas decisões relativas às crianças. Socialmente é natural que

seja o papel feminino a assumir preponderância nos cuidados, educação e

compras dos mais pequenos, mais especificamente, as mães.

Os adultos mais jovens, hoje em dia, exibem uma mentalidade mais aberta a

negócios inovadores e, por estarem mais aptos tecnologicamente, têm

propensão a adquirir novos produtos e a experimentar novos serviços online.

Primeiro, porque nutrem o desejo de conhecer coisas novas, segundo pela

modernidade que a inovação oferece e terceiro pelo receio de ficar por trás e

não acompanhar a evolução do mercado. Esta realidade é mais denotada nos

grandes centros urbanos do país, como o Grande Porto. Por aqui compreende-

se que a marca Alugar para Brincar fosse já conhecida pela maioria da amostra.

A inovação é fundamental para que as empresas possam singrar no panorama

atual empresarial. As empresas buscam pela diferenciação num mercado

saturado e marcado por consumidores que têm sede por produtos/serviços

novos, que lhes ofereça utilidade, bem-estar e um envolvimento personalizado.

A relação marca-clientes cada vez mais é dinâmica e é verdadeiramente

essencial para a sobrevivência de qualquer empresa.

A Alugar para Brincar apresenta pela sua natureza os pressupostos inovadores:

uma solução de aluguer de brinquedos em vez da compra e com aplicação

tecnológica, visto utilizar a Internet como plataforma física. A inovação que se

33

propõe passa também pelo preço, sendo muito mais barato alugar do que

comprar brinquedos. O aluguer de um brinquedo mensal corresponde a 20% do

valor de compra do mesmo brinquedo no mercado nacional. Alugar é um modelo

de negócio inovador que está cada vez mais generalizado a vários produtos, mas

este até se diferencia por ser um serviço e não um imóvel, um automóvel, um

livro como são mais vulgarmente alugados.

Outra alternativa é as lojas de produtos em segunda-mão. Apesar de cada vez

existirem mais, algumas dirigidas para crianças com vestuário e brinquedos,

ainda não convencem uma fatia significativa da população. Pelo apuramento

destes dados, alugar brinquedos é um ato que padece de mais adeptos do que

comprar em segunda-mão. Todavia, há que ter em consideração que,

atualmente, há muitas lojas a promover a redução de preços dos brinquedos

para aliciar a compra, o que comprovadamente resulta. Os consumidores

deixam-se influenciar por essas promoções. Este indicador revela que estes têm

atenção ao preço dos brinquedos, podendo ser importante o negócio que

apresenta uma alternativa de aluguer por um preço inferior ao do mercado.

Apesar de ser uma empresa de pequenas dimensões, os gestores da Alugar

para Brincar decidiram correr riscos e entraram no mercado, numa altura em que

não havia concorrência na sua zona de atuação, na zona Norte do país, existindo

apenas em Lisboa uma empresa de aluguer de brinquedos. E isto para ter a

possibilidade de ser mais bem-sucedida no mercado. Tendo consciência dos

riscos inerentes de ser uma empresa com um serviço completamente distinto e

como tal não ter referências comportamentais nem de gestão e de ser encarada

pelos indivíduos com desconfiança e receio, a Alugar para Brincar aposta numa

proximidade com os clientes. É um negócio online, mas de elevado

envolvimento.

Olharam para o mercado e consideraram que uma tendência para o futuro

passaria por estar online, estar sempre ligado e relacionado em comunidade,

mas, simultaneamente, estabelecer uma relação de consumo proximidade,

propiciando um serviço que conferisse um maior conforto aos clientes. Neste

caso, é uma vantagem este negócio, pois conclui-se que a maior parte dos

inquiridos não têm tempo para escolher os brinquedos mais adequados para a

34

idade da criança, apesar de sentirem grande satisfação em fazê-lo. O que ocorre

com mais frequência em datas festivas, 1 vez em 6 meses e 1 vez por mês.

Aliado à inovação está, como anteriormente observado, está o consumo

sustentável. No caso da Alugar para Brincar está estreitamente relacionado com

a partilha, o aumento de vida dos brinquedos e o atraso da necessidade de

comprá-los. Até porque acredita-se que as crianças não deverão ter muitos

brinquedos para serem mais estimuladas. Pode-se concluir que os problemas

relacionados com o consumo sustentável estão cada vez mais a chamar a

atenção dos consumidores, o que pode refletir nos hábitos de comportamento

de consumo. Estes estão mais alerta para vida do produto, o seu bom uso e

serviços que fomentem a reutilização. Tratando-se de um universo da população

inquirida com um nível de escolaridade relativamente elevado, pode acontecer

uma ocorrência maior de preocupação de sustentabilidade.

A Alugar para Brincar facilita o consumo sustentável, integrando-os no estilo de

vida, sensibilização dos consumidores e na atração financeira.

Esta ideia do aluguer de brinquedos permite aos consumidores poupar dinheiro,

ao mesmo tempo que retiram benefícios do brinquedo e, além disso, de trocar

entre si experiências individuais do mesmo artigo. A crise económica da

sociedade atual pode ser uma explicação.

No entanto, a verdade concebida que “sou aquilo do que consumo” já não é

certeira. Consome-se menos brinquedos no ato da compra. Os brinquedos como

bens materiais não são servidos como identidade do indivíduo, podendo por isso

alugá-los, sem colocar em causa a posição social e profissional dos clientes. O

rótulo de produto/serviço da moda nem sequer é um fator diferenciador para

captar mais clientes, bem como a utilização de uma figura pública como

embaixador da marca para o promover.

O que poderá acontecer é que quem aluga brinquedos poderá tornar-se

identificável como o indivíduo que promove o consumo responsável e fomenta

fortes valores educacionais no seio familiar. O sistema de código das razões

pelas quais os pertences são importantes não são fortemente aplicadas aos

brinquedos, que têm valor monetário geralmente médio e elevado, com utilidade

temporária e permitem uma atividade específica associada a ele. A Alugar para

35

Brincar não aluga bonecas, peluches nem outros brinquedos que possam

desenvolver afetos, pois esses sim são preferencialmente comprados. Nesses

casos, trata-se de pertences de apego emocional, de escape/terapia emocional,

proporciona conforto ou segurança, ligação ao passado ou à infância das

crianças.

No caso de brinquedos de estímulo motor ou cognitivo ou de entretenimento para

uma determinada idade, é mais fácil o desapego. E como os pais as incentivam

à troca, as crianças, por sua vez, compreendem o ato da partilha, não encarando

os brinquedos como “é meu”. Se a criança comportar-se bem mediante este ato

de troca de brinquedo e os pais explicarem o processo, os consumidores já não

se preocupam em adquirir cada vez mais brinquedos para as crianças, mas em

alugar. A influência da criança em tornar a alugar é decisiva.

O fim em si mesmo, de estimular e brincar continua presente, mas promove-se

o consumo sustentável. Simultaneamente, está-se a educar a criança, na

medida em que os valores da partilha e da responsabilidade lhe estão

associados. A estas ideias educacionais está ainda associada a doação a

crianças necessitadas dos brinquedos que as crianças já não usam. Os mais

pequenos tomam estes comportamentos dos pais como exemplos a seguir.

Mediante todas estas conclusões, pode-se afirmar que a Alugar para Brincar

reúne todas as condições para se implementar no mercado nacional como uma

marca direcionada para o mercado infantil distinguida pela sua natureza

inovadora. As crianças continuam a brincar, mas com este conceito oferecesse

uma nova forma de brincar: a alugar e a trocar de brinquedos sempre que se

quiser. Trata-se de incutir às crianças o sentimento de partilha, negar o da posse

e logo que os educadores tenham este comportamento no dia a dia este irá

refletir-se no comportamento dos mais pequenos. Sem dúvida, que os adultos

servirão de exemplo àqueles que estão constantemente a espiar o que fazem

para terem modelos a copiar.

Além deste consumo sustentável, a Alugar para Brincar introduz um brincar mais

poupado, mais arrumado, mais disponível por parte dos pais, pois já não têm de

se preocupar em procurar o brinquedo mais adequado. E um brincar mais

divertido, pois podem ter mais brinquedos por menos dinheiro. Afinal, o que

interessa é brincar e não ter o brinquedo.

36

6. Limitações e Investigação Futura

Apesar do interesse que este tema possa constituir pela sua novidade, salienta-

se a dificuldade teórica que cruza distintas áreas: inovação, comércio eletrónico,

consumo sustentável em Portugal e mercado infantil. Desde logo, porque são

poucas as referências que abordam estes temas relacionados com as crianças.

Embora haja muita matéria disponível sobre inovação, especialmente nestas

últimas décadas, bem como do comércio eletrónico, denotam-se algumas

lacunas quando se trata de analisar em profundidade o mercado infantil em

relação ao consumo sustentável. Não nos foi possível encontrar referências

teóricas relativamente a estas duas temáticas em conjunto, o que dificultou a

sustentação do presente estudo.

Devido ao trabalho proposto ter uma limitação de tempo e ao meio disponível,

não foi possível à investigação avaliar uma amostra de maiores dimensões na

população do Grande Porto, Famalicão, Viana do Castelo, Esposende, Barcelos,

Braga e Guimarães, que seria preferencial para identificar algumas diferenças

entre regiões, estando esta maioritariamente nas cidades do Grande Porto.

O presente estudo pretendeu dar o seu contributo para a avaliação da inovação

por parte das famílias portuguesas da região do Norte no que toca ao aluguer de

brinquedos. Apesar da amostra selecionada e do reduziro número de respostas

abriu-se caminho para futuros trabalhos que venham a considerar a relação do

aluguer de brinquedos ao consumo sustentável.

Futuros estudos nesta área terão de ser realizados com mais tempo e meios de

questionário para possibilitar a avaliação de uma amostra de maiores

dimensões, bem como a utilização de outras técnicas e metodologias, o que

permitia um melhor conhecimento e caracterização dos potenciais clientes deste

conceito de aluguer de brinquedos.

Para desenvolvimento futuro seria também interessante ter dados sobre o

consumo de brinquedos, estimar-se quais são os mais comprados e os que

poderiam ser alugados com mais frequência. A área de sensibilização e

educação do consumo das famílias continua a ser primordial, por isso uma

abordagem diferente e convincente de mudar os comportamentos das famílias

37

poderia passar por se aliar a preocupação do consumo sustentável e aos valores

da partilha e da responsabilidade.

Outro estudo com interesse, que poderia ser desenvolvido posteriormente, era

comparar as 2 lojas online de aluguer de brinquedos em Portugal, A Alugar para

Brincar, na região Norte, e a outra na zona de Lisboa. Outro ponto a considerar

no futuro era encontrar pontos comuns e diferenças entre este conceito a nível

nacional e o praticado em outros países.

38

7. Implicações na Gestão Empresarial

Os primeiros benefícios que surgem da presente investigação são as conclusões

retiradas para a prática da empresa Alugar para Brincar. Esta poderá refletir

sobre as mesmas e aspirar por melhorias na sua gestão ao ter em conta que

este estudo incidiu sobre a sua própria empresa, a sua área de atuação e

potenciais clientes.

A parte teórica, juntamente com o trabalho de campo, ajudam esta organização

a munir-se de ferramentas para que no futuro imediato possam orientar a sua

gestão e áreas comercial e marketing para um rumo mais construtivo. Além

disso, poderá afirmar a sua identidade numa base mais sólida e ajustada à

realidade do mercado e às necessidades dos consumidores.

Sendo a Alugar para Brincar uma empresa intimamente ligada à inovação, à

tecnologia, usando a Internet e o comércio eletrónico como base do negócio, e

a um serviço personalizado, esta tem a obrigação de estar sempre em contante

atualização, sendo este artigo apenas um passo a fazer na sua história ainda

curta. A preocupação de dar seguimento a este estudo com mais estudos,

análises e leituras tem de ser regular se quer apostar no sucesso dos seus

resultados.

Apesar do estudo ter recaído sobre a Alugar para Brincar, alguns dados poderão

ser analisados por outras empresas e estas poderão servir-se deles para encarar

o seu mercado.

39

Agradecimentos

A realização do trabalho que conduziu a esta dissertação apenas foi possível

devido à colaboração de um conjunto de pessoas, às quais aqui dirijo o meu

sincero agradecimento.

Queria dirigir as minhas primeiras palavras ao meu orientador Professor Dr. João

Paulo Peixoto.

As suas qualidades humanas, elevados saberes, rigor científico, capacidade de

trabalho, entusiasmo, empenhamento e disponibilidade que sempre revelaram

foram determinantes para o delinear e executar esta tese.

A Professora Dra. Ana Lisa Moutinho, Diretora do IESF, pela confiança em mim

depositada, pela oportunidade que me deu a sua permanente disponibilidade e

dedicação, exemplo de trabalho, rigor científico e experiência. Agradeço-lhe

muito reconhecidamente todo o total e incondicional apoio que sempre recebi da

sua parte.

A Dra. Ana Catia Ferreira, da Empresa Alugar para Brincar, pelo prazer,

disponibilidade e orientação que mais uma vez me proporcionou o apoio e o rigor

da discussão da metodologia estatística muito me ajudaram na concretização

deste trabalho.

Ao meu PAI e à minha MÃE, pela sólida formação, que me proporcionou a

continuidade nos estudos até à chegada a esta licenciatura, os meus eternos

agradecimentos.

Finalmente à minha Mulher Andreia Ferreira, agradeço todo o seu amor, carinho,

admiração, e pela presença incansável com que me apoiou ao longo do período

de elaboração desta tese.

A todos obrigado por permitirem que esta tese seja uma realidade.

40

Anexos

1. O aluguer de brinquedos traz inovação à arte de brincar?

Paulo Jorge Gomes da Costa, estudante de Licenciatura em Gestão e Negócios,

no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais, no âmbito de um artigo

científico, estou a efectuar um projecto de investigação sobre a empresa Alugar

para Brincar. O objectivo geral é obter respostas quanto à sua inovação no

mercado e ao consumismo por parte dos indivíduos.

O questionário decorre até 10 de Março de 2015 e dirige-se a indivíduos do

Grande Porto, Guimarães, Braga, Barcelos, Esposende e Viana do Castelo, que

se relacionem com crianças entre os 0-6 anos de idade.

O seu preenchimento demora cerca de 2 minuto.

Muito obrigada pela sua participação.

*Obrigatório

1.Sexo *

o Feminino

o Masculino

2. Idade *

3. Grau de instrução *

o Básico

o Licenciatura

o Mestrado

o Doutoramento

4. Estado Civil *

41

o Casado

o Divorciado

o Solteiro

o União de facto

o Viúvo

5. Número de crianças *

o 1

o 2

o 3

o mais de 4

6. Idades *

o 0-1

o 1-2

o 2-3

o 3-4

o 4-5

o 5-6

7. Relação com essas crianças *

o Pai/Mãe

42

o Avô/avó

o Tio (a)

o Amigo (a)

o Padrinho/madrinha

o Outra:

8. Localidade *

o Grande Porto

o Guimarães

o Braga

o Barcelos

o Esposende

o Viana do Castelo

o Outra:

9. É adepta de serviços e produtos inovadores para as suas crianças? *

o Sim

o Não

10. Se sim, por que motivo?

o Pela modernidade

o Para conhecer coisas novas

43

o Com medo de ficar para trás

11. Se não, por que motivo?

o Desconfiança

o Defensora do tradicional

o Para as crianças não

12. Costuma adquirir artigos em segunda-mão para as suas crianças? *

o Sim

o Não

13. Compra brinquedos? *

o Sim

o Não

14. Com que frequência compra brinquedos? *

o 1 por semana

o 1 em 2 semanas

o 1 por mês

o 1 em 6 meses

o Só em datas festivas

o Não compro

15. Sente prazer no acto de comprar para as suas crianças? *

o Sim

44

o Não

16. É influenciada pelas promoções ao comprar brinquedos? *

o Sim

o Não

17. É adepta do consumo sustentável? *

o Sim

o Não

18. Fomenta a partilha nas crianças? *

o Sim

o Não

19. Considera que as crianças devem ter muitos brinquedos para serem

mais estimuladas? *

o Sim

o Não

20. Considera que o que importa é a brincadeira e não ter o brinquedo? *

o Sim

o Não

21. Tem tempo para escolher os brinquedos mais adequados para a idade

da criança? *

o Sim

o Não

45

22. Antes de comprar, preocupa-se em saber se tem espaço em casa? *

o Sim

o Não

23. Tem em conta a vida útil dos brinquedos, quando os compra? *

o Sim

o Não

24. Que destino é dado aos brinquedos que as crianças já não usam? *

o Arruma em casa

o Empresta a filhos de amigos

o Dá a filhos de amigos

o Doa a crianças necessitadas

o Não sei

25. Conhece a Alugar para Brincar? *

o Sim

o Não

26. Alugaria um brinquedo? *

o Sim

o Não

27. Se sim, por que motivo?

o Serviço inovador

46

o Pela partilha

o Poupar dinheiro

o Poupar espaço

o Poupar tempo

28. Se não, por que motivo?

o Serviço inovador

o Higienização dos brinquedos

o Receio de estragar

o Prefiro comprar

29. Se alugar fosse moda, aderia mais facilmente a este conceito? *

o Sim

o Não

30. Se houvesse uma figura pública, a recomendar este serviço aderia mais

facilmente a este conceito? *

o Sim

o Não

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48

Apêndice 1: Resumo Executivo

O ALUGUER DE BRINQUEDOS TRAZ INOVAÇÃO NA ARTE DE BRINCAR

EM PORTUGAL

Nos tempos modernos, discute-se muito em torno da palavra inovação. O

mercado assim o exige e a sociedade tenta acompanhar o ritmo acelerado com

que as coisas acontecem, urgindo, assim, encontrar negócios que inovem.

Pretende-se com este trabalho refletir sobre a estratégia inovadora da Alugar

para Brincar, a primeira empresa online de aluguer de brinquedos da zona Norte

do país. Nesse sentido, o principal objetivo definido para este estudo é: o

desenvolvimento de ferramentas que ajudem a compreender a posição do

Alugar para Brincar no mercado nacional, destacando-se outros objetivos

complementares:

1. identificar e caracterizar o comportamento de compra do consumidor português;

2. avaliar o comportamento inovador face ao comportamento de consumo;

3. avaliar o nível de conhecimento sobre este negócio;

4. identificar a relação entre o nível de conhecimento sobre sustentabilidade e os comportamentos de compra;

5. caracterizar o comportamento de consumo face a este negócio;

6. promover o aluguer de brinquedos no mercado.

As temáticas da inovação, comércio eletrónico, consumo sustentável e brincar

foram estudadas em diferentes perspetivas e propósitos, mas este estudo

propõe uma nova abordagem ao demonstrar interações entre estas, um

cruzamento inovador no âmbito científico. Na fase teórica do estudo vão ser

focados quatro blocos principais para o enquadramento da empresa Alugar para

Brincar no panorama do mercado nacional: a inovação, o comércio eletrónico, o

consumo sustentável e os brinquedos. Este último corresponde à natureza do

serviço que esta empresa se propõe a atuar.

Ao longo dos anos, assistiu-se à exploração do conceito de inovação. São vários

os autores que numa tentativa de descobrir o seu significado apresentaram a

sua versão, sem contudo haver uma que seja absoluta. Schumpeter (1942 in

Braga, 2009), considerado por muitos como o grande mentor e defensor do

49

conceito de inovação na teoria económica, é um dos autores referidos neste

estudo. Além da dificuldade em encontrar uma única definição de inovação,

ainda se entra num campo mais pantanoso quando se tenta encontrar definições

entre inovação de serviços – a que interessa para o presente estudo – e a de

produtos. Neste ponto, recorreu-se a Dantas (2010) para enumerar os

constrangimentos que estão implícitos quando se trata de inovar nos serviços.

Mas falar de inovação hoje em dia é inevitável referir também o digital. O

comércio eletrónico é uma das ferramentas mais promissoras para o consumo.

Consumo esse que se quer cada vez mais sustentável. Para este artigo apenas

importa referir o consumo sustentável especificamente do mercado infantil e o

dos brinquedos, no sentido do alugar, da partilha e do aumento de vida dos

produtos. Neste caso de brinquedos, bens essenciais para o desenvolvimento

físico e cognitivo das crianças. Todavia, a nova forma de brincar e dos

brinquedos são o espelho do que se passa socialmente no discurso dos adultos.

Devido à conjugação de todos estes conceitos e de uma experiência familiar, a

Alugar para Brincar nasceu para o mercado infantil.

O presente estudo obedeceu a uma metodologia quantitativa, com recurso a um

inquérito por questionário online, efetuado a clientes e potenciais clientes de

diferentes faixas etárias, de diferentes estratos sociais e pertencentes à

localização de atuação da Alugar para Brincar. A amostra também não se limitou

aos pais, pois a empresa dirige-se não apenas a este público-alvo, mas a todos

que se relacionem com crianças dos 0 aos 6 anos. A partilha online do inquérito

foi efetuada com recurso a uma aplicação do Google Documents especializada

em formulários, a Google Forms. Os resultados obtidos no questionário foram

tratados com recurso ao Microsoft Office Excel 2007 para análise de estatística

descritiva e tratamento gráfico dos resultados. O inquérito era composto por 30

questões e ao todo obtiveram-se 47 respostas.

Tendo por base os resultados, denota-se uma clara percentagem de mulheres

que responderam a este inquérito, o que é compreensível se tivermos em conta

que são estas que socialmente estão mais aptas para comprar, têm um prazer

mais profundo no ato da compra e para se tornarem clientes de marcas de

brinquedos. Apesar de haver adeptos de serviços e produtos inovadores para as

crianças, apontando como motivo máximo o facto de desejar conhecer coisas

50

novas, a verdade é que ainda se compra em vez de alugar ou adquirir em

segunda-mão.

Através do questionário aplicado, percebe-se que a maioria dos inquiridos

conhecia a Alugar para Brincar e que eram a favor do aluguer de brinquedos,

pelos seguintes apontados: poupar dinheiro; pelo serviço inovador; partilha;

poupar espaço; e, pelo poupar tempo. Descartando-se a possibilidade de o

aluguer ser influenciado por estar na moda ou por uma figura pública o fazer.

Se a inovação é fundamental para que as empresas possam singrar no

panorama atual empresarial, o estudo permite perceber que a Alugar para

Brincar apresenta pela sua natureza os pressupostos inovadores: uma solução

de aluguer de brinquedos em vez da compra e com aplicação tecnológica, visto

utilizar a Internet como plataforma física. A inovação que se propõe passa

também pelo preço, sendo muito mais barato alugar do que comprar brinquedos.

Alugar é um modelo de negócio inovador que está cada vez mais generalizado

a vários produtos, mas este até se diferencia por ser um serviço e não um imóvel,

um automóvel, um livro como são mais vulgarmente alugados. Obedece

igualmente à tendência de estar online, relacionado em comunidade, apesar de

também criar envolvimento com os clientes, propiciando um serviço que

conferisse proximidade e conforto, pois, apesar de haver o prazer da compra,

não há tempo para a fazer.

Aliado à tendência do comércio eletrónico e da inovação, a Alugar para Brincar

promove o consumo sustentável, sendo que este está estreitamente relacionado

com a partilha, o aumento de vida dos brinquedos e o atraso da necessidade de

comprá-los. Pode-se concluir que os problemas relacionados com o consumo

sustentável estão cada vez mais a chamar a atenção dos consumidores, o que

pode refletir nos hábitos de comportamento de consumo.

Esta ideia do aluguer de brinquedos permite aos consumidores poupar dinheiro,

ao mesmo tempo que retiram benefícios do brinquedo e, além disso, de trocar

entre si experiências individuais do mesmo artigo. A crise económica da

sociedade atual pode ser uma explicação.

Palavras-chave

Inovação, comércio eletrónico, consumo sustentável, alugar, brincar.

51

Apêndice 2: Revisão da Literatura

Neste capítulo é exposta a base teórica para o desenvolvimento da pesquisa,

dando-se a conhecer o estado atual do conhecimento sobre o foco do presente

estudo. A revisão bibliográfica vai focar quatro blocos principais para o

enquadramento da empresa Alugar para Brincar no panorama do mercado

nacional: a inovação, o comércio eletrónico, o consumo sustentável e os

brinquedos. Este último corresponde à natureza do serviço que esta empresa se

propõe a atuar. Por fim, apresentamos em traços gerais a Alugar para Brincar.

2.1 Inovação: ponto de partida

O nosso ponto de partida é perceber o que se entende por inovação. Se o

diferencial da empresa é a sua própria oferta de serviço, tem-se, pois, de

começar por perceber o que é inovar nos negócios e, principalmente, no setor

dos serviços.

Atualmente, cada vez mais investigadores concordam com a importância da

inovação como fator fundamental de competitividade no mundo empresarial,

reconhecem a capacidade de inovar das organizações como o grande diferencial

competitivo que surge nos dias de hoje e que, se esta for bem-sucedida,

melhorará a posição competitiva da empresa no mercado em que opera.

A revisão da literatura, em torno da temática, vai ao encontro das teorias de

Schumpeter (1942 in Braga, 2009), considerado por muitos como o grande

mentor e defensor do conceito de inovação na teoria económica. O autor definiu-

o, propôs fases para o seu processo e criou, ainda, o conceito de atividades de

inovação. A definição de inovação proposta por Schumpeter cria duas vertentes

distintas para a inovação: (1 implementação de um equipamento adquirido a

outra empresa num novo processo produtivo, ou venda de um produto novo

obtido de outra empresa, não se fazendo, neste caso, nenhum esforço inventivo

ou criativo; e 2) comercialização de novos produtos ou implementação de novos

processos, desenvolvidos pela empresa. O autor define, ainda, cinco tipos de

atividades de inovação: 1) introdução de um produto novo ou uma mudança

qualitativa num produto existente; 2) novo processo de inovação na indústria; 3)

52

abertura de um mercado novo; 4) desenvolvimento de novas fontes de

fornecimento de matérias-primas ou outras; e 5) mudança organizacional.

O conceito de inovação tem sido muito explorado nos últimos anos, intimamente

ligado ao empreendedorismo, devido ao aparecimento de novas empresas no

mercado nacional. Para Dantas (2013) não é fácil encontrar uma definição única

de inovação, devido a ser alvo de grandes interesses e ao seu caráter

multifacetado. Todavia, reconhece haver diferenças entre a inovação de

produtos e inovação de serviços. Sendo esta última a que interessa salientar:

“consistirá na introdução de novidades no serviço, no seu processo e entrega,

no âmbito organizacional ou na atuação do marketing, mesmo que apenas no

contexto da empresa, desde que contribua para reforçar a sua posição no

mercado”. O autor aponta alguns fatores como inovação em serviços. Todavia,

este são os mais relevantes para o trabalho: 1) serviços novos para o mercado:

inovação radical, que “se consubstancia-se em soluções inequivocamente novas

para o mercado, que estabelecem uma rutura com o passado”. Esta inovação

pode estar relacionada com a aplicação de tecnologias já conhecidas em outros

setores de atividade e envolve riscos consideráveis. No entanto, o seu impacto

pode ser enorme na sociedade e na organização; 2) inovação a nível de suporte

físico, que contribui para a diferenciação do serviço e a oferta de um valor

superior ao cliente; 3) inovação do preço através da definição do preço, da forma

de pagamento e da oferta de garantias; e, 4) novas abordagens na distribuição

e na comunicação.

Fica, assim, claro que inovação não é apenas para as empresas de maior

dimensão e com mais recursos. A inovação está ao alcance de todas as pessoas

que queiram entrar no mercado e das organizações que estejam dispostas a

correr riscos e sair da sua zona de conforto. Provost (1991, in Braga, 2009:107)

afirma que “sejam quais forem as precauções que adotemos, a inovação é e será

sempre uma aventura”. Nos dias de hoje, não inovar é um risco ainda maior,

impondo-se gerir o processo de inovação de uma forma rigorosa e eficaz. O

último objetivo de inovação é o aumento dos lucros.

Apesar deste cenário, Dantas (2010) considera que a inovação de serviços sofre

de alguns constrangimentos, ao contrário da indústria, a começar pela natureza

da atividade e por, normalmente, não haver um departamento e orçamento

53

dedicados a esta área. O facto de os serviços serem facilmente imitáveis obriga

as organizações que apostam na inovação a tentar ir buscar de uma forma rápida

os custos do desenvolvimento, refletindo-os no preço do novo serviço, o que, por

vezes, dificulta a sua adoção no mercado.

Mesmo tendo consciência dos constrangimentos que podiam ocorrer no

mercado por ser um negócio novo, a Alugar para Brincar decidiu correr riscos.

Para além de contar com capital próprio, decidiu concorrer a meios financeiros

disponibilizados para financiar a inovação nos serviços, Vale de Inovação

atribuído pelo QREN, tendo sido bem-sucedida na sua aprovação.

Para inovar é preciso ter novas ideias e a fonte são pessoas ou organização,

que observam o mercado e fazem uma análise sistemática do meio contextual e

que antecipam tendências.

Figura 1 Fontes Externas de Inovação Fonte: Dantas, 2010: 131.

Das fontes externas, salientam-se: 1) a rede informativa e comunicacional que

potencia a inovação nos processos, produtos e abordagens, bem como a

interação com os indivíduos; 2) clientes que anseiam por produtos e serviços

54

novos que vão de encontro as suas expectativas. A importância dos clientes no

processo de inovação é frisada por vários autores (Von Hippel, 1988; West,

1992; in Dantas, 2010).

A observação para inovar presta atenção às tendências futuras. Partindo desta

premissa, passamos para Brito (2014), que frisa o estudo das tendências de

consumo e dos clientes para potenciar qualquer negócio. Existem, aliás, muitos

estudiosos a debruçarem-se sobre estas temáticas. Optou-se por este autor pela

atualidade da sua reflexão, pelo destaque que oferece ao marketing relacional e

por ser uma fonte nacional.

Aaker (in Brito, 2014: 29): “o conceito de relacionamento entre uma marca e uma

pessoa abre uma perspetiva diferente sobre o modo de funcionamento […] da

marca…”.

A relação marca-cliente deve ser dinâmica, especialmente quando se trata de

empresas pequenas e médias, como é o caso da Alugar para Brincar. Neste

caso, o relacionamento funcional é essencial, ou seja, a satisfação que o cliente

obtém do ponto de vista utilitário, da qualidade percebida pelas expectativas que

este tipo do serviço e do produto e a perceção que tem após o consumir ou

utilizar.

Figura 2 Satisfação Funcional Fonte: Brito, 2014: 32.

Naturalmente, que numa relação funcional satisfeita, o grau de envolvimento

emocional do cliente em relação a uma marca tende a crescer e acaba por

Satisfação Confiança na marca

Fidelização

Qualidade

percebida

Perceção do

Produto / serviço

Expectativas

55

fidelizá-lo. Além disso, o relacionamento emocional induz a boca-a-boca. A

somar a estes fatores, uma empresa que queria inovar tem de ter em

consideração as tendências atuais. Brito (2014) enumera oito, estando incluídas

três que destacamos como fundamentais para o desenvolvimento teórico deste

capítulo: 1) online-ontime: conexão, permanente. Aqui a Internet faz o seu papel

omnipresente, gerando a sensação de pertencer a uma vida em comunidade

virtual; 2) bem-estar: parecer, precisar, desejar. Possuir objetos e serviços que

propiciem mais conforto à vida doméstica, na locomoção dos indivíduos e nas

relações de estudo e trabalho; 3) criatividade naturalizada: o admirável é bom.

Premeia-se diferentes dimensões das relações de consumo.

2.2 Comércio eletrónico: uma tendência

A evolução rápida da tecnologia e o forte enraizamento do uso da Internet em

Portugal trouxeram profundas alterações na maneira como as empresas operam

e uma revolução cultural na sociedade. Mais especificamente o aparecimento do

comércio eletrónico ou e-commerce em computadores, smartphones/ tablets

veio revolucionar o mercado dos negócios. Para Drucker (in Nogueira, 2013): “o

comércio eletrónico representou uma evolução inesperada que levou à

revolução da informação. Esta revolução afetou drasticamente a sociedade e a

economia, obrigando os consumidores e a empresa a adaptarem-se

rapidamente”. O comércio eletrónico pode, então, ser entendido como o

fornecimento relativo a produtos, serviços e pagamentos através de linhas

telefónicas, redes de computadores ou outros meios de comunicação, em que

as principais características são interatividade, espontaneidade, divulgação e

desenvolvimento de mercados online, havendo expectativa por parte dos

indivíduos de criatividade e inovação.

A difusão tecnológica é definida por Rogers (1995, in Campos, 2010: 5) como

“um processo onde a inovação é comunicada em certos canais, ao longo do

tempo, entre membros de um sistema social.”

Todavia, a difusão da compra online tem sido mais lenta do que se esperava

(Swinyard e Smith, 2003; Anckar e D’Iren 2000; Prabhaker, 2000, in Campos,

2010.), daí ser fundamental descobrir os fatores que influenciam os utilizadores

a adotar ou a rejeitar o online. Sem dúvida que, um dos mais importantes é o

56

risco percebido nas transações. Para Campos (idem) o uso do comércio

eletrónico “está relacionado com o facto de o consumidor sentir ou não que a

web corresponde às exigências da tarefa que tem de fazer”. Dois dos fatores que

ajudam a ultrapassar esse receio é a notoriedade da marca e a comunicação

boca-a-boca. Como defendem Andrews e Boyle (2008, in idem) ao indicar que

os consumidores assumem que os sistemas de segurança, relativamente a

pagamentos online assegurados por uma loja que tem muita notoriedade são

automaticamente mais confiáveis; e Wirtz e Chen (2002, in idem) ao sublinharem

que outro elemento que concorre para reduzir o risco é a comunicação boca-a-

boca. Se a empresa estabelecer uma boa relação com o consumidor este seu

receio ao risco é menos adverso.

Ultrapassada esta questão, os consumidores indicam que o importante quando

estão a navegar na Internet é: apresentação da página, rapidez de download da

página, o seu conteúdo, a eficácia na navegação, eficiência, as medidas de

segurança e o marketing e a focalização no cliente.

Em Portugal, a importância do comércio eletrónico é bem notória, como

representam os indicadores. De acordo com os resultados do Netpanel da

Marktest (2014), durante o quarto trimestre de 2013, foram 4 456 mil os

residentes do Continente com 4 e mais anos que acederam a sites comerciais a

partir de computadores pessoais. O número médio diário de visitantes situou-se

no 530 mil. Ao longo do trimestre foram visitadas 820 milhões de páginas de sites

desta natureza, uma média de 184 por utilizador. Os portugueses dedicaram

mais de 6,8 milhões de horas a estes sites, uma média de 1 hora e 32 minutos

por utilizador. À exceção de sites de leilões e de compras em grupo, o site da

Fnac liderou em número de utilizadores único, bem como em visualizações com

42 milhões, seguida do Ikea (39 milhões) e La Redoute (38 milhões).

2.3 Consumo sustentável: outra tendência

Aliado às tendências está intrinsecamente relacionado o consumo. Conceito

explorado por muitos autores nas suas múltiplas variáveis e domínio geral, mas

que para este artigo apenas o consumo na perspetiva de sustentável é que se

pretende relacionar especificamente com o mercado infantil e o dos brinquedos.

57

Inicia-se por um conceito que Brito (2014) explorou: o consumo verde. Iremos

referi-lo não no sentido mais global do termo, mas no sentido da partilha e do

aumento de vida dos produtos, o que atrasa ou diminui a necessidade de

comprar produtos novos. Efeito esse que pode ser obtido através da

intermediação entre quem possui bens que não quer e quem quer esses bens.

Ou então, entre quem possui e aluga esses bens e quem quer usufruir deles por

determinado tempo. “Outros modelos de negócio baseiam-se no aluguer de bens

a clientes que precisam deles pontualmente. A possibilidade de alugar, vulgar

em algumas categorias de produtos, está a ser alargada a casa vez mais

produtos de uso geral, desde carteiras a automóveis” (Brito, 2014: 148). O autor

continua a sua afirmação: “Os conceitos de alugar, troca, doação ou venda de

bens usados baseiam-se na ideia de que a utilização temporária e a transmissão

a outras pessoas permitem poupar dinheiro e manter a fruição dos benefícios do

produto. Do ponto de vista ambiental, reduzem a procura de novos produtos e,

naturalmente, a necessidade de os fabricar, diminuindo o consumo de recursos

naturais e as emissões associadas. A crise económica atual e a redução do

rendimento disponível pode ser um catalisador da redução de consumo e da

multiplicação com sucesso destes modelos de negócio”. (idem: 148). O rótulo de

produto ou serviço sustentável pode ser um fator diferenciador no mercado, mas

uma marca não basta ser verde para os consumidores aderirem. É preciso ter

em conta outros fatores como as mensagens e o preço ou outros obstáculos.

Apesar de ser datado de alguns anos, o estudo de Reto (1992, in Costa, 2011:

20) indica a tendência de redefinição dos valores de consumo: “A maturidade

crescente dos consumidores e em particular a atenção prestada aos problemas

ambientais, aprece estar a provocar uma mudança significativa no sistema de

valores associados aos atos de consumo. O comprador tende a tornar-se cada

vez mais vigilante, a preocupar-se com a vida do produto antes e depois da sua

utilização, exigindo igualmente mais serviços apara além da utilidade direta, que

a compra de um determinando produto lhe pode fornecer; rapidez, serviço

completo, atendimento personalizado, proteção ambiental, etc.”.

O termo sustentável vem do latim “sustentare”, que significa sustentar; defender;

favorecer, apoiar; conservar, cuidar, estando na base do conceito de

desenvolvimento sustentável, que foi usado pela primeira vez na Assembleia

58

Geral das Nações Unidas em 1979. Foi assumido pelos governos e pelos

organismos multilaterais a partir de 1987 quando se publicou o documento Nosso

Futuro Comum. Nele aparece a definição que já se tornou clássica: "Sustentável

é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer

a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades".

(Costa, 2011: 20). O consumo sustentável está intimamente ligado ao ato de

comprar produtos mais compatíveis com o ambiente e com as pessoas, quer as

que os produzem quer as que os consomem.

Todavia, há outras formas de poupar e prolongar a vida dos objetos, como a

recusa a um consumismo desnecessário, o bom uso dos objetos, a reparação e

a recuperação dos que estão danificados ou avariados, a procura de lojas com

objetos em segunda mão, etc.

Podem ser apontados alguns obstáculos que dificultam o consumo de produtos

sustentáveis são: desinformação sobre produtos sustentáveis; conveniência e

interesses pessoais; restrições culturais, económicas ou políticas externas;

pouca oferta de produtos; desconfiança no marketing e indisponibilidade dos

produtos.

Para mudar este o comportamento do consumidor é preciso (Institute for

Ecological Economy Research; Institute for European Studies; The National

Institute for Consumer Research, 2009) sensibilizar os indivíduos para aumentar

o interesse em produtos mais sustentáveis; 2) facilitar o consumo sustentável,

integrando-os nos estilos de vida, tornando-o uma escolha fácil de implementar,

prático e financeiramente atraente; 3) criar mercados verdes, disponibilizando

produtos ecológicos nos mercados, melhorando o desempenho ambiental dos

produtos e estimular inovações.

59

Figura 3 Elementos para Mudar o Comportamento do Consumidor Fonte: Ana Filipa Alves, 2012: 21.

Não se pode também deixar de referir que o ter é ser, uma ideia muito enraizada

nos valores nacionais. Uma questão cultural que entronca na relação alugar

versus comprar.

Para muitos ocidentais desde o final do século passado a convicção de que “sou

aquilo do que consumo” permanece forte. A ideia de Descartes “Eu compro, logo

existo” não parece descabida, pois os bens materiais fazem parte da identidade

do indivíduo: a roupa, a habitação, o automóvel. Os possuidores são bens

materiais da identidade e apresentam numerosas funções para quem usa, quem

observa oferece informações acerca da posição social e profissional, das

orientações sexuais, das convicções políticas, da etnia e dos valores pessoais.

Dittmar (1992, in Gunter, 1988: 75) produziu uma classificação pormenorizada

de motivos que levam a que esses objetos sejam tão cruciais:

Sistema de código das razões pelas quais os pertences são importantes _______________________________________________________________

A. Qualidades «intrínsecas» do objecto

1) Durabilidade, fiabilidade, qualidade;

2) Economia;

3) Valor monetário;

4) Singularidade, raridade;

5) Estética.

B. Instrumentalismo

1) Utilidade geral do objecto;

2) Permite uma actividade específica associada ao objecto.

60

C. (Outras) características relacionadas com o uso

1) Permite o contacto social;

2) Proporciona prazer;

3) Proporciona entretenimento e relaxamento;

4) Aumenta a independência, a autonomia, a liberdade;

5) Proporciona segurança financeira;

6) Fornece informações ou conhecimentos;

7) Proporciona privacidade ou solidão.

D. Esforço despendido na aquisição/manutenção do bem

E. Características emotivas dos pertences

1) Apego emocional;

2) Melhora ou regula o humor;

3) Fuga;

4) Escape/terapia emocional;

5) Proporciona conforto ou segurança emocional;

6) Aumenta a autoconfiança.

F. Expressão pessoal

1) Expressão pessoal por si;

2) Expressão pessoal para os outros verem;

3) Individualidade/diferenciação dos outros;

4) Símbolo para futuras metas pessoais;

5) Símbolo de competências/capacidades pessoais.

G. História pessoal

1) Ligação a eventos ou locais;

2) Ligação ao passado ou à infância;

3) Símbolo da continuidade pessoal;

4) Relação de longa duração.

H. Inter-relações simbólicas

1) Símbolo de uma relação com uma pessoa(s) específica;

2) Companhia simbólica;

3) Símbolo de inter-relação com um grupo(s) particular.

Fonte: Dittmar, 1992.

As coisas que se possuem na forma de bens de consumo são espontaneamente

descritas pelos seus proprietários como fazendo parte de si mesmos e estão

relacionadas com a autoestima e bem-estar. Como veremos mais adiante, “as

crianças estabelecem frequentemente fortes relações com objetos (muitas vezes

um brinquedo fofo) que proporciona conforto e segurança. À medida que

começam a compreender como “meu”, “teu”, etc. as crianças consideram os

seus pertences como instrumentos de controlo e poder social. Os bens

preferidos podem incorporar as afinidades no mundo da criança, pois podem

61

ajudar a ditar a quem é e a quem não é permitido usar ou manipular estes bens.

“A influência da criança nas decisões de económicas da sua família deve ser

compreendida em estreita relação com a conceção da família como um sistema

social que observa valores e normas.” (Alves, 2002: 36).

O indivíduo tem necessidades básicas que precisam de ser satisfeitas e

estímulos que os levam a consumir, como explica a Hierarquia das necessidades

de Maslow. O marketing atualmente baralha as prioridades.

Foi-se desenvolvendo a ideia de que qualidade de vida está associada ao

consumo. “As facilidades de crédito e a publicidade induzem o consumidor à

aquisição de um número cada vez maior de produtos. (…). Cada vez mais é

imprescindível defender o consumidor e promover nele o consumo do que

precisa e não o consumo pelo consumo”. (Costa, 2011: 9). Todavia, nos últimos

anos os consumidores têm vindo a assumir um papel determinante nas

mudanças de padrões de consumo e produção, tornando-se mais responsáveis

e sustentáveis. Daí terem aparecido “um crescente movimento de anti consumo,

reivindicando estilos e vida modernos e conscientes, mais tentos ao ambiente e

todas as implicações inerentes ao ato de consumir, para além do produto em si”

(idem: 10).

Todos estes processos ganham dimensão na era da globalização, promovendo

o aceleramento de bens, estilos de consumo, novas reações e necessidades

atuais que estão relacionadas com novas ofertas de mercado. Isto é, por um

lado, novos modos e estilos de vida geram novas oportunidades, que estando

atento, o setor empresarial procura agarrar. Por outro lado, a introdução no

mercado de novos produtos/serviços, com um bom trabalho de marketing, traz

novas necessidades facilitadoras.

2.4 Crianças: consumo e comportamentos

No entanto, ser uma marca nova no mercado com um serviço inovador e que

promove o consumo responsável não é tarefa fácil. Aliás, ser uma marca de

confiança é um longo percurso, pois precisa de ganhar dos pais o consumo e

ganhar das crianças a amizade.

Sem dúvida, que é muito importante estudar as crianças e os seus

comportamentos, o que desejam, o que consomem e em que acreditam para o

62

setor comercial e financeiro, mas, não chega conhecer este segmento. É

essencial estudar o público-alvo: os pais que pagam o serviço ou o produto. Por

outras palavras, ao compreender a forma como moldar as preferências das

crianças e identificar as melhores técnicas de comunicação para chegar até eles

(publicidade, eventos, promoção, etc.), é fundamental conhecer os adultos que

controlam os meios de aquisição. Por isso, a comunicação deve ser dirigida

também a eles. As crianças podem querer comprar algo, mas os pais têm de ser

convencidos de que vale a pena comprar aquele produto ou serviço.

Nesta perspetiva há que ter em consideração que a aquisição de artigos ou

serviços para as crianças são tidas como decisões do seio familiar, o que se

traduz numa complexidade maior e talvez, por isso, a área do comportamento

de consumo o menos estudado (Alves, 2002).

Em nenhum outro grupo como na família se tomam decisões conjuntas. A

unidade familiar ajuda a estruturar valores dos seus membros e,

consequentemente, ao avaliar os artigos/serviços prefiram uns em relação a

outros. Riviera, Arellano e Molero (in Alves, 2002) classificam a composição

familiar e os papéis de cada membro: 1) iniciador, o que coloca a necessidade

de comprar o produto. Atua na etapa do reconhecimento do problema; 2)

informador: obtém a informação sobre o produto. Influi na etapa de busca de

informação. 3) influenciador: atua na etapa da evolução da alternativa; 4) decisor:

tomada de decisão de compra. Opera na etapa de tomada de decisão; 5)

comprador: adquire o produto; 6) usuário: consome o produto. Incide na etapa

de avaliação oós-compra.

Sem haver necessidade de apresentar exaustivamente estudos que relatem o

comportamento de consumo infantil, apenas fazemos uma breve referência a

pontos que contribuem para melhor compreensão do tema.

Para McNeal (1992, in Gunter, 1988) as crianças são: 1) um mercado principal

por direito próprio; 2) um mercado importante dada a sua influência nas

aquisições parentais da família; 3) um mercado para o futuro de todas as nações;

4) um segmento demográfico particular; 5) um segmento de estilo de vida

específico, segundo os mesmos critérios que os pais; e, 6) um segmento de

lucros, tais como os lucros educacionais.

63

Deborah John (in Brito, 1999) deu um contributo essencial à criança enquanto

consumidora, analisando a influência dos pais, escola, pares e publicidade e

defendendo que as crianças desenvolvem precocemente a preferência pelas

marcas de uma forma afetiva e sensorial. Carlson e Grossbar (in Gunter, 1988:

25) concordam com esta ideia e acrescentam que além das forças socioculturais,

os pais, os colegas, a escola, as experiências de compra e os meios de

comunicação, o processo de aquisição é igualmente influenciado pelo estado da

economia local, nacional e global.

Naturalmente, que por falta de meios financeiros próprios para comprarem para

si, a larga maioria das crianças, não são um grupo de consumidores ativo por

direito próprio, ao contrário do mercado dos adolescentes. Elas são mediadoras

e estimuladoras de aquisições, pelo menos nas idades compreendidas entre os

0 aos 6 anos, que são as que interessam analisar. No entanto, à medida que as

crianças crescem, envolvem-se cada vez mais nas decisões relacionadas com

a aquisição de produtos e serviços. Estas tendem a ter uma maior influência nas

decisões de compra que envolvam produtos do seu próprio uso (Faria, 2012).

Muitas famílias acreditam que excluir os filhos das decisões familiares significa

privá-los do desenvolvimento de competências importantes para a maturidade

(Sutherland e Thompson, 2003, in Faria, 2012).

Tem-se observado que o envolvimento com o processo de consumo ocorre muito

cedo. Os pais apresentam as crianças ao ato de compra quando estas ainda são

bebés. “Na realidade, a criança, desde o nascimento, passa por um processo de

evolução de desenvolvimento das duas faculdades cognitivas, que conduz à

realização de certos atos de consumo, em que vai crescendo a sua atividade

consumidora e a sua necessidade de autonomia (Alves, 2002: 94). Se as

crianças gostarem do estímulo que uma marca lhes dá, desenvolvem uma

resposta favorável. A acrescentar a este aspeto, temos a imagem da marca, pois

se esta for apelativa e distinta, as crianças irão identificá-la rapidamente. As

crianças a partir dos 2 anos começam a recordam nomes de marcas e cores,

desenhos e mascotes (Brito, 2014). As mães levam os filhos às compras a partir

dos 2 ou 3 anos e explicam-lhes frequentemente o que fazem, proporcionando

assim um forte modelo (Gunter, 1988). O autor defende que esta socialização do

consumidor infantil pode assentar em duas componentes: 1) consumo direto,

64

estando relacionada diretamente com a aquisição de competências,

conhecimentos e atitudes ligados às atitudes de orçamentos, preços e marcas;

2) e a socialização indireta relacionada com o consumo, tais como as motivações

subjacentes que estimulam a compra. Por exemplo, os pais utilizam

frequentemente a promessa e a recompensa de bens materiais para modificar

ou controlar o comportamento de uma criança.

As atitudes e valores do consumidor são suscetíveis de sofrer alterações durante

a infância de acordo com o seu desenvolvimento cognitivo, o qual varia

consoante a idade. Montigneaux (2003, in Veloso, 2008) reflete sobre o

desenvolvimento da criança e a formação da sua visão do mundo ao trabalhar

segmentos de idade, devendo o mercado infantil ser dividido tendo em conta

esta divisão: 0 aos 3 anos; 2 ou 3 anos até 6 ou 7 anos; de 7 aos 12 anos.

Aqui vale a pena enquadrar Piaget (in Falvel, 1963, in Brito, 2014: 194) e as suas

quatro fases no desenvolvimento das crianças, estabelecendo alguns limiares

de idade que separam crianças com diferentes capacidades cognitivas. Ao tentar

segmentar o mercado infantil, a empresa deve estará tenta a esses limiares, pois

a capacidade de compreensão da criança mida entre um perídio e outro.

No entanto, para este estudo cabem apenas as duas primeiras de Piaget, isto é,

crianças dos 0 aos 2 anos e dos 2 aos 7 anos. Não se pretende fazer uma análise

destas fases, mas apenas destacar os seus aspetos que podem influenciar o

mercado infantil: 1) desenvolvimento sensório-motor, no qual os bebés

aprendem acerca de si próprios e do mundo através da sua atividade sensorial

e motora e desenvolvem gradualmente a permanência do objeto, mesmo que já

não seja visível. Além disso, desenvolve a capacidade de imitar respostas novas

e complexas; 2) estádio animismo, realismo e egocentrismo, sendo difícil

entender uma perspetiva diferente da sua. A criança ainda é incapaz de partilhar

e assumir compromissos com facilidade e a partir dos 4 ou 5 anos começa a

interagir de forma mais significativa com aqueles à sua volta. O seu

comportamento é caracterizado pela centralização.

É muito comum ouvir-se uma criança com cerca de 2 anos afirmar “É meu!”, “Dá-

me”, pois considera que tudo o que encontra ao seu alcance lhe pertence e o

brinquedo que a outra criança tem é sempre mais cativante do que o seu. Como

a criança não tem muito meios para manifestar o seu desacordo, grita, morde ou

65

outras formas de obter o objeto cobiçado. Antes da aprendizagem da partilha, a

criança deve compreender a noção de propriedade, o que dá geralmente por

volta dos 2 anos: tal brinquedo pertence-lhe, outro pertence ao colega. (Fonseca,

2005). Como a noção é nova para ela e leva algum tempo a ser integrada, o

adulto tem de servir como mediador. Por volta dos 3 anos, duas ou três crianças

podem participar numa mesma atividade, mas é necessária a vigilância do

adulto, pois podem surgir desavenças. O adulto deverá ajudar as crianças a

negociarem, a resolver os seus diferendos. A partir dessa ideia, a criança prefere

nitidamente passar tempo com os colegas a estar sozinha. Através das suas

atividades com os outros a criança aprende gradualmente a partilhar, a esperar

pela sua vez, a respeitar os outros, a cooperar com outras crianças numa

atividade comum e a fazer cedências. Desta forma, descobre as regras da vida

em sociedade, bem como os prazeres da amizade. Para se relacionar

eficazmente com os outros e para demonstrar comportamentos altruístas, a

criança deve, no entanto, aprender, a controlar as suas emoções. Para ajudar a

consegui-lo, será útil incitá-la a ver as coisas do ponto de vista do outro,

desenvolver a capacidade de se auto-observar, ou seja, a descobrir como se

manifesta o seu comportamento aos olhos das outras pessoas. Explicar-lhe as

consequências das suas ações sobre os outros ajuda-a a tomar consciência dos

seus sentimentos. É preciso explicar-lhe as regras e especificar o que irá

acontecer. A partir dos 3 anos, a criança aprende quando e como exprimir as

suas emoções e por conveniência, como por exemplo, sorrirá para agradar os

pais, dissimulará quando está dececionado. A partir dos 4 anos, a expressão das

emoções passa para o plano verbal do que físico: durante os conflitos com outras

crianças as mordeduras e outros gestos agressivos passam a injúrias e troças.

Tem de aprender progressivamente a expressar as sua emoções negativas e a

disciplinar-se. Sendo estas mais frequentes entre irmãos, devido ao grau de

intimidade, do que crianças que mal se conhecem.

Aliada ao desenvolvimento cognitivo de acordo com a faixa etária está a

educação moral das crianças, que hoje em dia assume-se ainda mais como

necessária em virtude da expansão de uma mentalidade mundana da vida que

está em crise. Mais uma vez deparamo-nos com o sentimento de posse e o

consumismo dos adultos, que naturalmente se refletirá nas crianças. As

66

tendências egoístas das crianças: ciúmes, agressividades, açambarcamento dos

brinquedos são frequentemente encaradas como normais. No entanto, isto

requer um trabalho paciente, delicado por um adulto que já seja ele moralmente

maduro. Educar moral é despir a criança de atitudes egoístas e incutir valores

de partilha. A educação social pretende que a criança tenha capacidade de

estabelecer relações satisfatórias com outras crianças, na esfera íntima e

pública. Com a educação pretende-se dotar a criança de certos conhecimentos

hábitos que façam dela um cidadão inserido numa sociedade e a ajudar viver

pacificamente e construtivamente. Um dos hábitos e atitudes que é desejável é

a partilha, respeito pelo outro. Aqui a família tem um papel insubstituível.

Convém, ao longo dos primeiros anos, ir educando a criança a ser desprendida

e generosa, o que se consegue incitando-a a partilhar os brinquedos, a oferece

rum objeto de que gosta. Os pais devem convidar frequentemente a criança a

realizar atos deste tipo e felicitá-la, seguidamente, por os haver praticado. Outro

aspeto importante é aprender a estimar os seus objetos pessoais, arrumados e

limpos. Quando a criança cresce é conveniente que tome consciência dos gastos

feitos com compras para ela e do tempo que o pai e mãe têm de trabalhar para

poder adquiri-las. A criança deve, também, conseguir dominar os seus desejos

de aquisição. O menino que agora é caprichoso deve ser levado a pensar sobre

o que é necessário e não satisfazer todos os pedidos.

Se a criança for habituada a respeitar as suas coisas e as dos outros, terá mais

facilidade e proceder da mesma forma com a propriedade pública. Este

comportamento de partilha e generosidade irá estender-se a outras áreas

sociais. Neste contexto surge uma melhor compreensão por parte das crianças

em relação ao consumo responsável e por valores como a partilha, a

responsabilidade o cuidar. Valores esses que são os pilares da Alugar para

Brincar.

2.5 Brincar: uma necessidade

Como foi referido, o bem-estar relacionado com o que se precisa e deseja é uma

tendência atual e futura. Deter objetos e serviços que propiciem mais conforto

ao quotidiano e tragam maior qualidade de vida são sempre bem-vindos. E, se

eles forem novos, criativos melhor ainda.

67

É inquestionável a necessidade de brincar para o desenvolvimento das crianças,

logo justifica-se de imediato a natureza deste negócio. Objetos de cultura, os

brinquedos capturam e transmitem valores, ideologias, expectativas no campo

social, sendo também uma ferramenta fundamental através das qual a criança

de desenvolve fisicamente.

A brincadeira é a atividade mais importante da infância. É como um barómetro

de saúde: se estiver fraca, ansiosa, inquieta ou doente não brinca e se estiver

energia é um bom indício de saúde física e mental. A brincadeira é a atividade

que melhor revela as diversas capacidades da criança, pois quando brincar

utiliza simultaneamente diferentes habilidades, nomeadamente como se

relaciona com outros e de partilhar as suas brincadeiras, assinalando

simultaneamente o seu lugar. Brincar em família pode ser a via privilegiada para

estabelecer com o filho com interação rica e satisfatória para favorecer uma

vinculação mútua e para contribuir para o seu desenvolvimento afetivo. “A

criança que não brinca, não se aventura em algo novo, desconhecido. Se, ao

contrário, é capaz de brincar, de fantasiar, de sonhar, está revelando ter aceitado

o desafio do crescimento, a possibilidade de errar, de tentar e arriscar para

progredir e evoluir”. (Lebovici e Diatkine, 1986, in Lopes e Bernardino, 2011).

Relativamente ao brinquedo pode-se definir: “provoca o impulso de atividade que

vai converter-se em jogo; ele suporta essa atividade, é função da sua associação

com o jogo. Um objeto concebido como brinquedo e que serve para um outro

fim, ou que não é utilizado, não é um brinquedo. É a utilização que lhe confere o

seu caráter definitivo de brinquedo”. (R. Pinon, Bandet, in Manson, 2001).

Existem diversas maneiras de classificar os brinquedos, de acordo com os

materiais utilizados, graus de dificuldade e idade cronológica das crianças. Além

destas outras mais especificas como pedagógicas, psicológicas, etnológicas…

Michelet (1998,in Sheila, 2011) apresenta uma distribuição dos brinquedos de

acordo com as suas respetivas influências no desenvolvimento infantil: 1)

atividades sensório-motoras; 2) atividades físicas; 3) atividades intelectuais; 4)

mundo técnico; 5) desenvolvimento afetivo; 6) atividades criativas; e 7) relações

sociais.

68

Historicamente sempre se brincou e no futuro a histórica dos brinquedos poderá

alterar-se, mais especificamente o conceito de brinquedo, como, aliás, iremos

ver de seguida, mas brincar continuará a ser fundamental.

Na era dos brinquedos eletrónicos, o moinho de vento parece-nos hoje um

autêntico objeto de museu. É difícil imaginar como fontes de prazer e descoberta

para várias gerações de crianças, mas é verdade é quer o foram. No Antigo

Regime, os brinquedos não eram prioridade orçamental e embora os pais se

deixassem fascinar, não ofereciam aos filhos. Rabelais (Manson, 2001)

considera os brinquedos como objetos frívolos; Montaigne (idem) recrimina os

pais que os oferecem aos mais pequenos. Só nos finais do século XVII os

brinquedos começaram a ser dados às crianças, cabendo, todavia, aos

educadores decidir quanto à sua melhor utilização e sob a recomendação que

apenas fosse dado um brinquedo de cada vez para que aprendam ser

cuidadosos e poupados. Na mesma época, a maioria dos pedagogos franceses

continuavam a desconfiar dos brinquedos. Rousseau (idem) e os seus

sucessores acabaram por admitir que os brinquedos devem ocupar um lugar na

educação, mas ainda não com a ideia de que são importantes para construção

da personalidade. A partir do Renascimento, começa-se a prestar atenção às

brincadeiras dos mais pequenos, mas só com Chardin e Greuze (idem) se

começou a reparar nos laços que unem a criança ao seu brinquedo. No começo

do século XX, o brinquedo passou a fazer parte dos bens de consumo corrente.

É nesta perspetiva de consumo que interessa reforçar a ideia de que,

atualmente, os brinquedos são descartáveis e empilham-se apenas pela

necessidade de consumir mais um. A nova forma de brincar e dos brinquedos

são o espelho do que se passa socialmente no discurso dos adultos. A oferta de

brinquedos é muita nas prateleiras das lojas, o que torna mais fácil o consumo,

até, porque, cada vez mais são criativos e com tecnologias avançadas. Os

brinquedos tradicionais e simples estão a perder espaço nas prateleiras e

categorizá-las cada vez mais é difícil.

Os brinquedos fazem parte do orçamento familiar, especialmente em datas

festivas, como Natal, dia de aniversário, Páscoa e dia da Criança. Nessas

épocas as campanhas de marketing são ferozes. Todavia, é uma prática que se

69

repete ao longo do ano. Todavia, como poderemos analisar de seguida, as

vendas têm vindo a descer gradualmente.

O ano que compreendeu os últimos meses de 2013 a 2014, foram 2 922 mil o

número de indivíduos que diz ter comprado brinquedos para crianças, o que

corresponde a 34.1% dos residentes no continente com 15 e mais anos. Os

dados do estudo TGI da Marktest (2014) mostram que nos últimos 3 anos tem

diminuído o número de portugueses que diz ter comprado brinquedos para

crianças, hoje estão 22% abaixo do verificado em 2011, quando 43.5% dos

portugueses referiam ter adquirido brinquedos. Este hábito de compra é diverso

por idade e por classe social, sendo entre os 35 e os 44 anos que é maior a

probabilidade de adquirir brinquedos (59%), tal como entre os indivíduos das

classes mais elevadas (46.3%). Os dados do TGI mostram ainda que, junto dos

compradores de brinquedos, a preferência vai para os didáticos.

Um outro estudo de 2009 serve para comparamos estes dados. O estudo TGI

de 2009 da Marktest contabiliza 3 632 mil portugueses que compraram

brinquedos para crianças no último ano, o que representa 54,3% dos residentes

no Continente com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. As maiores

taxas de compra observam-se entre os indivíduos dos 35 aos 44 anos (70.6%

comprou brinquedos em 2009), enquanto por região são os residentes na

Grande Lisboa (58,4%) e no Sul (57.2%) que registam o maior valor.

Entre as classes sociais, os valores baixam gradualmente de 62,8% de

compradores na classe alta e média alta para 55.7% na classe média e 50.4%

na classe média baixa e baixa.

Entre os compradores de brinquedos, indica-se que 62% destas faz estas

comprar com periocidade inferior a uma vez de 2 a 3 meses, gastando com mais

frequência entre 26 a 50 euros em brinquedos. 28.8% dos portugueses que

indicaram comprar brinquedos referiram este intervalo quando questionados

sobre o valor médio gasto em brinquedos nos últimos 12 meses. Relativamente

às idades dos destinatários dos brinquedos, 47% dos compradores afirmaram

que eram para crianças com menos de 3 anos, 51.1% para crianças de 4 a 7

anos, 25.9% crianças de 8 a 12 anis e 4.9% com mais de 12 anos.

70

2.6 Alugar para Brincar

“Era uma vez… o sonho de duas irmãs, Ana Cátia e Andreia, em construir algo,

uma pequena invenção que com o tempo se tornasse numa grande construção.

Depois de muitas conversas à volta da mesa dos seus pais, as ideias começaram

a surgir como bonecos saltitões em dia de festa, mas nenhuma lhes fez saltar o

coração!

Um belo dia, quando as irmãs estavam a tentar pôr ordem no quarto dos

brinquedos improvisado, na casa dos avós, perceberam que estava a ficar

lotado. Até porque as primas, Nanu e Tami, tinham preferências bem distintas.

Como a estes brinquedos ainda se juntaram os da “sobrinha de coração”, Kiki, o

quarto ainda se tornara mais pequenino. Imaginem… encaixados construíam

uma torre até à lua! Foi, então, que os brinquedos começaram a girar da casa

dos avós para as suas casas, para a dos titios, para a dos tios Pinóquio, para e

para… E, assim, desde cedo, as três pequenas aprenderam a partilhar e a cuidar

dos brinquedos comos se fossem os seus melhores amigos. Certo dia, fez-se

luz! Uma loja de aluguer de brinquedos!? Porque não? Isso ter-lhes-ia poupado

muito dinheiro, muito espaço e muito tempo. Os maridos, mais ligados, às

tecnologias, propuseram que a loja fosse online. E elas concordaram sem

pestanejar! O nome? Esse surgiu num abrir e fechar de olhos. Com uns pozinhos

de magia e jogos de habilidade e lógica, as irmãs, sempre com os maridos por

perto, criaram a marca Alugar para Brincar.

1, 2, 3… e o sonho concretizou-se de vez!” (Alugar para Brincar)

A Alugar para brincar - www.alugarparabrincar.com - é a primeira loja online de

aluguer de brinquedos a operar na região Norte. Com sede em Matosinhos,

opera nas sedes de concelho de Barcelos, Braga, Esposende, Guimarães, Viana

de Castelo e Vila Nova de Famalicão e nas cidades do Grande Porto: Alfena,

Ermesinde, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Rio

Tinto, Santo Tirso, São Mamede de Infesta, Senhora da Hora, Trofa, Valbom,

Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia.

Pretende-se com este negócio responder a várias necessidades das famílias:

não ter tempo para comprar brinquedos, o preço dos mesmos e o espaço que

ocupam. Além do custo que acarreta face à crise económica, estes brinquedos

71

têm um uso temporário. As crianças cansam-se rapidamente dos brinquedos,

crescem e não oferecem mais estímulos apropriados à faixa etária e depois

tornar-se-ão mais uma caixa arrumada a ocupar espaço em casa.

São mais diversões por menos dinheiro, pois ao alugar um brinquedo, o cliente

particular paga em média apenas 20 por cento do seu preço de venda no

mercado e todos os meses pode trocar por outro brinquedo!

Todavia, não se trata apenas de poupar tempo, dinheiro e espaço, mas de

valorizar os sentimentos de partilha entre as crianças e da responsabilidade ao

cuidarem do que não é seu. É uma alterativa ao consumismo e uma possibilidade

em oferecer experiências diferentes.

Além de se dirigir a particulares, esta solução é dada também a outro leque de

clientes: empresas, hotéis, restaurantes, organizadores de evento, salas de

espera, fotógrafos, lojas de comércio, infantários, etc.

Os clientes podem criar pacotes de brinquedos personalizados e decidir o tempo

que querem ficar com eles.

A oportunidade de negócio surge mediante a verificação de uma necessidade do

mercado – “market pull” definida e que poderão assentar em alguns pilares, que,

aliás, foram focados ao longo deste capítulo: crise económica e a procura por

maior competitividade do mercado, inovação, maior adesão ao comércio

eletrónico, valorização do consumo responsável, a dinâmica do mercado infantil

e o brincar com brinquedos como um bem imprescindível para o

desenvolvimento diário de todas as crianças.

O catálogo de brinquedos dirige-se às crianças dos 0 aos 6 anos e inclui

brinquedos que estimulam o desenvolvimento físico, sensorial, cognitivo e

emocional infantil. Denota-se a preocupação por incluir brinquedos em madeira,

brinquedos tradicionais, os que promovem a brincadeira em família e os jogos

coletivos. O catálogo conta com marcas de grande relevo nacional e

internacional, que obedeçam às normas europeias de segurança ou fabricantes

artesanais certificados. A higienização e segurança dos brinquedos são as

maiores preocupações deste serviço. O Alugar para Brincar obedece a um

rigoroso processo de higienização dos brinquedos após cada utilização.

72

A missão é oferecer o melhor serviço de aluguer de brinquedos da região Norte,

centrado na pedagogia e diversidade de um catálogo digital, na higiene e

segurança dos brinquedos e na rapidez e personalização das entregas.

Relativamente, à visão, quer promover mais diversão às crianças e

maior qualidade de vida aos seus familiares e a todos os outros clientes,

oferecendo um serviço que promove a partilha, o consumo sustentável e o

poupar dinheiro, tempo e espaço. Os valores que a sustentam são: confiança,

credibilidade, partilha, responsabilidade, diversão, emoção e dinamismo.

Concebida no conceito de B2C, a Alugar para Brincar pretende ser uma empresa

de aluguer de brinquedos personalizada e familiar através do serviço e do

acompanhamento no ato das entregas e recolhas, as quais serão sempre

combinadas de acordo com a disponibilidade do cliente.

O posicionamento da empresa assenta na natureza do serviço, com o lema da

partilha e do consumo sustentável, ao mesmo tempo que poupa tempo, dinheiro,

espaço.

1, 2, 3… e troca de brinquedo outra vez.

Além da análise a este site, foram consultados sites internacionais de aluguer de

brinquedos, pois a Alugar para Brincar segue um modelo de negócios

semelhante a alguns deles: Rent a Toy, Club do Brinquedo, Joaninha, Toys

Trunk, Rent that Toy e Sparkboxtoys.

73

Bibliografia

Face ao cruzamento dos conceitos abordados, houve a preocupação de

pesquisar várias fontes bibliográficas que fornecessem significados e reflexões

para o desenvolvimento teórico deste trabalho. Nesse sentido, foram

selecionados obras de autores reconhecidos e artigos científicos que

consideramos mais oportunos para conseguirmos compreender o negócio de

aluguer de brinquedos em Portugal. Acompanhando os tempos modernos, foram

consultadas referências de suporte tradicional, em papel, bem como online,

estando assinaladas em baixo para melhor leitura de acordo com a sua fonte.

Referências bibliográficas

ALVES, Carlos Teixeira. 2002. Comportamento do Consumidor. Análise do

Comportamento de consumo da Criança. Lisboa, Portugal: Escolar Editora,

2002.

Este texto constitui uma reflexão sobre uma sociedade de consumo, em que o

comportamento do consumidor é para as empresas que fabrica produtos ou

proporciona serviços uma variável estratégia de primeira magnitude.

BANDET, Jeanne, SARAZANAS, RÉJANE. 1973. A criança e os brinquedos.

Lisboa, Portugal: Editorial Estampa, 1973.

A reflexão sobre a relação que as crianças têm com os brinquedos foi redigido a

partir desde texto. Brincar é um exercício de direito de todas as crianças que lhes

permite a aprendizagem da vida. A leitura também permitiu descobrir como

devemos escolher um brinquedo e quais os brinquedos mais adaptados às

idades.

74

BRITO, Carlos Melo, LENCASTRE, Paulo de (coord.). 2014. Novos

Horizontes do Marketing. Lisboa, Portugal: D. Quixote. 2014.

Esta fonte serviu de base para indicar as principais motivações do marketing

verde, ou seja, os princípios indicadores de sustentabilidade das empresas,

sendo que muitas delas já reconhecem os ganhos potenciais de eficiência e

criação de valor que representa. Além disso, constituiu leitura para refletir nas

crianças enquanto diferentes consumidoras quando comparadas aos adultos,

tendo como base comportamentos consoante a fase de crescimento em que se

encontram e os estímulos. É também fundamental conhecer aqui o papel dos

pais, da escola, dos pares e da publicidade.

DANTAS, José. 2013. Inovação e marketing de serviços. Lisboa, Portugal:

Lidel, 2013.

Na parte da inovação recorreu-se a este texto para clarificar o papel

determinante dos serviços enquanto responsável pela criação de riqueza, realçar

a realidade distinta face aos produtos, particularmente no âmbito do marketing.

DUBOIS, Bernanrd. 1993. Compreender o consumidor. Lisboa, Portugal:

Publicações Dom Quixote, 1993.

Esta referência bibliográfica indica os diversos fatores que podem influnciar a

compra e os desafios que as crianças enfrentam numa sociedade consumista.

Levanta-se o “véu” do ato de compra e desmontam-se os mecanismos do

mecanismo de consumo.

FERLAND, Francine. 2006. O desenvolvimento da criança no dia a dia.

Lisboa, Portugal: Climepsi Editores, 2006.

Este texto constitui uma reflexão sobre o comportamento da criança em relação

ao poder das coisas, consoante as suas idades e a atitude dos pais e outras

influências.

75

FONSECA, Vitor da. 2005. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem.

Lisboa, Portugal: Editora Âncora, 2005.

A abordagem a esta temática foi feita para analisar o conhecimento da condição

humana, quer do ponto de vista do património biológico quer da diversidade

cultural, situado num dado contexto sócio-histórico.

GAZAL, Chantal, 2004. A criança feliz. Lisboa, Portugal: Editorial Presença,

2004.

A leitura deste texto salienta que o brincar é essencial para o equilíbrio mental e

físico das crianças, as quais têm comportamento próprios em relação ao poder

das coisas.

GUNTER, Barrie, FURNHAM, Adrian. 1988. As Crianças como

Consumidoras. Uma análise psicológica do mercado juvenil. Piaget

Editora. 1998.

A partir da leitura deste texto compreende-se melhor a importância do mercado

infantil e o conhecimento deles enquanto atores de um mercado com

especificidades próprias.

MANSON, Michel. 2001. História dos brinquedos. Brincar através dos

tempos. Lisboa, Portugal: Teorema. 2001.

Esta fonte serviu de base para revelar como o brinquedo e o brincar eram

entendidos ao longo dos tempos e as suas diferentes perspetivas de evolução

até aos dias de hoje.

76

Referências Cibergráficas

ABREU, Alexandre Maduro de. Valores, consumo e sustentabilidade.

[online]. 2011. Consultado 8/2/2015.

http://repositorio.unb.br/handle/10482/7049.

A partir da leitura deste texto compreende-se que a sustentabilidade está na

ordem do dia e que o consumo deverá refletir essa tendência.

ALMEIDA, Danielle Barbosa Lins de. Sobre brinquedos e infância: aspetos

da experiência e da cultura do brincar. [online]. 2006. Consultado 10

/2/2015.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01017330200600

0200011

Esta referência bibliográfica indica a importância do brincar como experiência

individual e fator cultural inserido numa comunidade.

ALVES, Ana Filipa Puga. O papel do consumidor nas políticas de

sustentabilidade. [online]. 2012. Consultado 8/2/2015.

http://run.unl.pt/handle/10362/8430

A partir da leitura deste texto foi possível desenvolver a temática do consumo

sustentável, tendo como foco os comportamentos do consumidor.

Alugar para Brincar. [online]. Consultado a 28/1/2015.

https://www. alugarparabrincar.com

Esta fonte serviu de base para identificar a empresa em estudo, a sua

funcionalidade, o catálogo de brinquedos, bem como analisar a sua imagem.

77

BERNARDO, Ana Luísa da Costa Campos. Projeto inovador: plano de

negócio de aluguer de malas de luxo. [online]. 2010. Consultado 3/2/2015.

https://repositorio.iscte-iul.pt/handle/10071/1935

Esta fonte serviu de base para compararmos a estratégia implementada pelo

negócio de malas de luxo, sendo que este trata também de aluguer.

BRAGA, Alexandra, MARQUES, Carla, BRAGA, Vitor. A Decisão em Inovar

nas Empresas Portuguesas-uma análise multivariada. [online]. 2009.

Consultado 28/2/2015

https://www.cetrad.info/static/docs/documentos/126.pdf

Na parte da inovação recorreu-se a este texto para perceber a importância que

as empresas devem dar à inovação, uma aposta para quem quer sobreviver no

mercado.

Club do brinquedo. www.clubdobrinquedo. com.br

COSTA, Glória. Atitudes e comportamentos das famílias sobre consumo

sustentável. [online]. 2011. Consultado 19/2/2015.

https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/1898

Esta referência bibliográfica interliga a sustentabilidade e o comportamento de

consumo, o que permitiu criar paralelismos entre estes dois conceitos e ver de

que maneira estão a funcionar em sintonia.

DUARTE, Ana Paula, TRINDADE, Paula. Consumo Sustentável. A

Importância do ato de comprar. [online]. 2013. Consultado 10/2/2015.

https://repositorio.lneg.pt/handle/10400.9/2183

Este texto constitui uma reflexão sobre o comportamento de consumo na

sociedade atual, incidindo nos adultos que compram para os mais novos e o que

o comprar tem subjacente no seu ato.

78

FARIA, Daniela Pinheiro dos Reis. Fatores determinantes na escolha de

produtos pelas crianças e sua influência na opção de compra pelo adulto.

[online]. 2012. Consultado 8/2/2015.

https://comum.rcaap.pt/handle/123456789/5296

A leitura deste texto salienta que as crianças podem ser decisoras de compras

e podem influenciar o comportamento dos adultos.

Joaninha. http://www.joanninha.com.br/index.php

LOPES, Tanja Joy Schoner, LEDA, Mariza Fisher Bernardino. O Sujeito em

Constituição, o Brincar e a Problemática do Desejo na Modernidade.

[online]. 2012. Consultado 8/2/2015.

https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=27121482014

A partir da leitura deste texto compreende-se que o ato de brincar tem-se

modificado ao longo dos tempos, o que implica outras mudanças de atitudes e

de valores na sociedade atual.

Marktest. 530 mil utilizadores diários de sites de eCommerce. [online]. 2014.

Consultado a 28/1/ 2015.

https://www.marktest.com/wap/a/n/id~1cb3.aspx

A reflexão sobre os números deste artigo permitiram tirar conclusões sobre os

hábitos dos consumidores online.

Marktest. TGI quantifica compradores de brinquedos. [online]. 2010.

Consultado a 28/1/2015.

http://www.marktest.com/wap/a/n/id~158a.aspx

Com este artigo foi feita uma análise ao ato de compra dos adultos em relação

aos brinquedos

.

79

Marktest. Compra de brinquedos caiu 22% nos últimos três anos. [online].

2014. Consultado a 28/1/2015.

http://www.meiosepublicidade.pt/2014/10/compra-de-brinquedos-caiu22-

nos-ultimos-tres-anos/

Este texto constitui uma reflexão sobre a percentagem de compra de brinquedos

nos últimos 3 anos, o que levantou algumas questões.

MARTINS, Edna. Brincar educa: a brincadeira como prática educativa na

família. [online]. 2003. Consultado 8/2/2015.

http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7453

Na parte do brincar recorreu-se a este texto para perceber a importância do

brincar no seio familiar e no desenvolvimento da criança.

PAVONE, Sandra. Brinquedos e cultura: o universo lúdico na

contemporaneidade. [online]. 2006. Consultado 8/2/2015.

http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4279

A abordagem a esta temática foi feita para analisar culturalmente o que se

entende por brincar.

Rent a toy. http://www.rentatoyrio.com.br/

Rent that Toy. http://www.rent-that-toy.com/

RIBEIRO, Juliana Radspieler Varges, BERNARDO, Paula Allevato. Olano de

negócios de uma empresa de troca e aluguel de brinquedos infantis.

[online]. 2013. Consultado 8/2/2015.

http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10008285.pdf

80

SANTOS, Ana Carolina Souza. Plano de Negócios para uma Empresa de

Locação de Brinquedos na cidade de Navegantes/SC. [online]. 2011.

Consultado 8/2/2015.

http://www.trabalhosfeitos.com/topicos/empresa-loca%C3%A7%C3%A3o-

de-brinquedos/0

A leitura deste texto conferiu um paralelismo entre uma empresa de aluguer de

brinquedos brasileira com a Alugar para Brincar.

SANTOS, Norberto Nuno. Lazer tempo livre e novos consumos. [online].

2011. Consultado 10/2/2015.

https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/handle/10316/20066

A abordagem a esta temática foi feita para analisar o consumismo na

modernidade, o seu efeito sobre as pessoas.

SHEILA, Tatiana, CORDAZZO, Duarte, VIEIRA, Mauro Luis, ALMEIDA, Ana

Maria Tomas de. O lugar dos brinquedos: Semelhanças e singularidades

das escolhas de crianças brasileiras e portuguesas. [online]. 2011.

Consultado 30/1/2015.

http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&hid=126&bquery=co

mportamento+alugar&type=0&site=eds-live&scope=site

A leitura deste texto salienta que as crianças precisam de brincar,

independentemente do país em questão, apesar de algumas variáveis culturais

que condicionam a forma do brincar.

Spark Box Toys. https://www.sparkboxtoys.com/

Toys Trunk. http://www.toystrunk.com/,

81

VELOSO, Andres Rodriguez. Estratégias de segmentação e

posicionamento direcionadas para o mercado infantil. [online]. 2008.

Consultado 8/2/2015.

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-06102008-

125154/pt-br.php

A reflexão sobre o comportamento do mercado no segmento infantil foi redigido

a partir desde texto.