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ARTIGO CIENTÍFICO Implementação de um plano de gerenciamento de resíduos em um centro de beleza em Jonville SC Grasiela Warmeling 1 – Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale de Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Nayara Martinez Moreira 2 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale de Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Janine Maria Pereira Ramos Bettega 3 – Orientadora. Farmacêutica-Bioquímica. Especialista em Farmácia Magistral. Mestre em Biotecnologia. Professora do Curso de Cosmetologia Universidade do Vale de Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Contatos: 1 [email protected] 2 [email protected] 3 [email protected] RESUMO Com a crescente evolução na área da beleza, observa-se a preocupação dos profissionais com a satisfação dos clientes, incluindo cuidados de higiene, avaliação dos riscos inerentes às atividades no setor e também procedimentos de biossegurança, especialmente no que se diz respeito ao gerenciamento de resíduos em centros de beleza. O presente estudo constitui-se em uma pesquisa bibliográfica descritiva exploratória, bem como a elaboração e implementação de um plano de gerenciamento de resíduos em um estabelecimento de beleza localizado em Joinville – SC, o Nuevo Instituto de Beleza. O plano de gerenciamento de resíduos foi baseado na RDC 306 (2004), que regulamenta o correto manejo de resíduos para a área da saúde, sendo adaptada para a área da beleza, e o seu manejo seguiu as seguintes etapas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário e coleta por empresa especializada. O processo de implementação foi acompanhado de análise da melhor localização das lixeiras em cada setor, avaliação financeira, treinamento inicial e contínuo de funcionários. Além de chamar a atenção para a conscientização da questão ambiental e prevenir riscos durante os procedimentos de Cosmetologia e Estética, o plano de gerenciamento de resíduos implementado no Nuevo Instituto de beleza, teve repercussão extremamente positiva entre os funcionários, clientes e comunidade em geral, constituindo-se em um diferencial positivo para o estabelecimento. Palavras-chave: biossegurança, gerenciamento de resíduos, estabelecimentos de beleza. e Estética da

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ARTIGO CIENTÍFICO

Implementação de um plano de gerenciamento de resíduos em um centro de beleza em

Jonville SC

Grasiela Warmeling 1 – Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do

Vale de Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Nayara Martinez Moreira 2 - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da

Universidade do Vale de Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Janine Maria Pereira Ramos Bettega 3 – Orientadora. Farmacêutica-Bioquímica. Especialista

em Farmácia Magistral. Mestre em Biotecnologia. Professora do Curso de Cosmetologia

Universidade do Vale de Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Contatos:

1 [email protected]

2 [email protected]

3 [email protected]

RESUMO

Com a crescente evolução na área da beleza, observa-se a preocupação dos profissionais com a satisfação dos clientes, incluindo cuidados de higiene, avaliação dos riscos inerentes às atividades no setor e também procedimentos de biossegurança, especialmente no que se diz respeito ao gerenciamento de resíduos em centros de beleza. O presente estudo constitui-se em uma pesquisa bibliográfica descritiva exploratória, bem como a elaboração e implementação de um plano de gerenciamento de resíduos em um estabelecimento de beleza localizado em Joinville – SC, o Nuevo Instituto de Beleza. O plano de gerenciamento de resíduos foi baseado na RDC 306 (2004), que regulamenta o correto manejo de resíduos para a área da saúde, sendo adaptada para a área da beleza, e o seu manejo seguiu as seguintes etapas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário e coleta por empresa especializada. O processo de implementação foi acompanhado de análise da melhor localização das lixeiras em cada setor, avaliação financeira, treinamento inicial e contínuo de funcionários. Além de chamar a atenção para a conscientização da questão ambiental e prevenir riscos durante os procedimentos de Cosmetologia e Estética, o plano de gerenciamento de resíduos implementado no Nuevo Instituto de beleza, teve repercussão extremamente positiva entre os funcionários, clientes e comunidade em geral, constituindo-se em um diferencial positivo para o estabelecimento. Palavras-chave: biossegurança, gerenciamento de resíduos, estabelecimentos de beleza.

e Estética da

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2. INTRODUÇÃO

Atualmente o mercado da beleza vem evoluindo significativamente. A busca do

ser humano pela aparência e beleza do corpo está entre os fatores mais importantes desse

grande crescimento.

O campo de trabalho dos profissionais da beleza é diversificado e também vem

aumentando consideravelmente nos últimos tempos. Os brasileiros buscam produtos e

serviços na incansável busca pelo corpo escultural e rosto perfeito

(MARCELO;RODRIGUES, 2006). Assim, a busca pela melhor qualidade de vida e elevação

da auto-estima, contribui para a expansão desse mercado, que tem respondido com avanços

consideráveis em relação à tecnologia de produtos cosméticos, de equipamentos de última

geração.

Pode-se observar que, com o aumento da demanda no setor, aumenta também a

preocupação dos profissionais com a satisfação do cliente, incluindo cuidados de higiene,

proteção ao meio ambiente e preocupação com riscos inerentes às atividades, tanto dos

profissionais quanto dos clientes, sendo que a Biossegurança é a principal área relacionada

com a proteção da saúde humana, animal, e do meio ambiente.

“A Biossegurança pode ser entendida, hoje, como uma ocupação, agregada a qualquer

atividade onde o risco à saúde humana esteja presente” (COSTA & COSTA, 2002). “As

práticas de Biossegurança baseiam-se na necessidade de proteção ao operador, seus auxiliares

e à comunidade local contra riscos que possam prejudicar a saúde, assim como proteger o

local de trabalho, os instrumentos de manipulação e meio ambiente” (HIRATA; MANCINI

FILHO, 2002).

A comissão de Biossegurança da fundação Oswaldo Cruz (2003) traz um conceito

amplo e completo para a Biossegurança, considerando-a como um conjunto de ações voltadas

para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisas,

produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam

comprometer a saúde do homem, dos animais, do ambiente ou a qualidade dos trabalhos

desenvolvidos.

As atividades desenvolvidas em um estabelecimento de beleza podem gerar riscos

que, dependendo da sua natureza, podem ser classificados como riscos químicos, biológicos,

físicos, ergonômicos e de acidentes.

Diversas são as medidas de Biossegurança que devem ser tomadas visando minimizar,

prevenir ou eliminar os riscos envolvidos, como o uso de Equipamentos de Proteção

Individual (EPIs), higienização das mãos do profissional a cada atendimento, uso de materiais

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limpos, desinfetados e estéreis (quando necessário), manutenção de um ambiente limpo e

organizado e também a adoção de um plano de gerenciamentos de resíduos gerados no

estabelecimento (HIRATA;MANCINI FILHO, 2002).

De acordo com a Agencia Nacional De Vigilância Sanitária (ANVISA,2006), o

gerenciamento de resíduos constitui um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e

implementados a partir de bases científicas, técnicas e normativas legais, com o objetivo de

minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos mesmos um encaminhamento seguro, de

forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a prevenção da saúde pública, dos

recursos naturais e do meio ambiente. O gerenciamento deve abranger todas as etapas de

planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos

humanos envolvidos no manejo dos resíduos. Todo gerador deve elaborar um plano de

gerenciamento de resíduos baseado nas características dos resíduos gerados.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos, segundo Jácomo (2004), é o documento que

aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas

características, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à

geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e

destinação final, bem como a proteção à Saúde Pública.

“A existência de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos é fundamental para

disciplinar a gestão integrada, contribuindo para a mudança dos padrões de produção e

consumo no país, melhoria da qualidade ambiental e das condições de vida da população,

assim como para a implementação mais eficaz da Política Nacional do Meio Ambiente. A

gestão integrada de resíduos deve priorizar a não geração, a minimização da geração e o

reaproveitamento dos resíduos, a fim de evitar os efeitos negativos sobre o meio ambiente e a

Saúde Pública. A prevenção da geração de resíduos deve ser considerada tanto no âmbito das

empresas como também no âmbito de projetos e processos produtivos, baseada na análise do

ciclo de vida dos produtos e na produção limpa para buscar o desenvolvimento sustentável”

(VICTOR, 2006).

Desenvolvimento Sustentável, segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (2003), é aquele que atende às

necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras

satisfaçam as suas próprias necessidades. É importante despertar o desenvolvimento da

consciência ambiental nos profissionais da área da beleza, pois é de responsabilidade de todo

o gerador o correto gerenciamento de seus resíduos, não só a fim de eliminar os riscos que

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eles representam tanto para profissionais como para clientes, mas também visando a proteção

ambiental.

“O controle dos resíduos e do descarte final de produtos e insumos é responsabilidade

direta do estabelecimento. Cabe a ele providenciar o treinamento dos participantes, planejar e

distribuir as tarefas comuns de coleta de resíduos, controlar a limpeza e a desinfecção de

equipamentos e ambientes” (HIRATA ; MANCINI FILHO, 2002). A destinação correta dos

resíduos é uma das ferramentas primordiais para externar uma boa imagem do

estabelecimento perante seu público e à comunidade.

Atualmente, a questão do gerenciamento de resíduos está bem definida e

regulamentada na área da saúde como hospitais, clínicas odontológicas, laboratórios clínicos,

farmácias e outros, através de portarias e resoluções, como a RDC 306 (2004) da ANVISA e

Resolução 358 da CONAMA (2005). Entretanto, ainda não existe uma regulamentação sobre

gerenciamento de resíduos especificamente para a área da beleza.

Evidenciando a importância que representam as questões relacionadas à

Biossegurança em estabelecimentos de beleza, como satisfação dos clientes, higiene e meio

ambiente, este trabalho tem como objetivo padronizar e implantar um Plano de

Gerenciamento de Resíduos no Nuevo Instituto de Beleza.

3. METODOLOGIA

Este trabalho constitui-se em uma pesquisa bibliográfica descritiva exploratória,

abordagem qualitativa, sobre gerenciamento de resíduos na área da beleza, associado à

elaboração e implementação de um plano de gerenciamento de resíduos em um

estabelecimento de beleza localizado na Rua Rio Branco, 275, Centro, Joinville – SC,

denominado Nuevo Instituto de Beleza.

O plano de gerenciamento de resíduos, baseado na RDC 306 (ANVISA, 2004), foi

adaptado à realidade cotidiana do estabelecimento citado, incluindo diversos passos, dentre

eles: classificação dos resíduos de acordo com suas características físicas, químicas e

biológicas; delineamento do tipo e quantidade de resíduos gerados por setor do

estabelecimento; análise das etapas necessárias ao manejo dos resíduos (segregação,

acondicionamento, identificação, transporte, armazenamento temporário, coleta e destino

final), inclusive a confecção das etiquetas de identificação e contratação de empresas

qualificadas para a coleta dos resíduos especiais; planejamento da melhor localização das

lixeiras nos diferentes setores e adaptação de local de armazenamento temporário dos

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resíduos; treinamento inicial e capacitação continuada dos profissionais do estabelecimento;

análise da viabilidade e custos necessários à implantação do plano.

4. DESENVOLVIMENTO 4.1 MANEJO DOS RESÍDUOS

É a ação de gerenciar todas as fases que envolvem de certa forma a manipulação dos

resíduos e que possam oferecer riscos ocupacionais aos profissionais envolvidos, desde a sua

geração até a disposição final, compreendendo as seguintes etapas: segregação,

acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário,

armazenamento externo, coleta e transporte externos e disposição final (SCHNEIDER, et al;

2004).

4.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

4.2.1 GRUPO A- RESÍDUOS BIOLÓGICOS

Englobam os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas

características de maior virulência ou concentração, podem apresentar riscos de infecção

(RIBEIRO FILHO, 2000).

A presença de microrganismos como bactérias, vírus e fungos, por exemplo, associada

a procedimentos inadequados realizados nos estabelecimentos de beleza, deixam expostos

clientes e funcionários a esse tipo de risco (JACOMO, 2004).

4.2.2 GRUPO B- RESÍDUOS QUÍMICOS

Contêm substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio

ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e

toxicidade (ANVISA, 2006). Na área da beleza, são exemplos de riscos químicos, produtos

cosméticos que contêm substâncias relativamente tóxicas, como derivados de amônia,

peróxido de hidrogênio, alisantes capilares à base de hidróxidos, tioglicolato e guanidina.

4.2.3 GRUPO C- RESÍDUOS RADIOATIVOS

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos

provenientes de laboratório de análises clinicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia

(SCHNEIDER, et al; 2004). Em Cosmetologia e Estética, as lâmpadas utilizadas em câmaras

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de bronzeamento artificial podem ser consideradas riscos radioativos. O Nuevo Instituto de

Beleza não trabalha com esse equipamento.

4.2.4 GRUPO D- RESÍDUOS COMUNS

Todos os resíduos que não se enquadram nos tipos biológicos e químicos, por sua

semelhança aos resíduos doméstico, não oferecem risco adicional a Saúde Pública

(SCHNEIDER, et al; 2004). Podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Incluem os

resíduos orgânicos (grupo D1, de acordo com classificação interna do estabelecimento); e os

recicláveis, como papéis, metais, vidros e plásticos (grupo D2, de acordo com classificação

interna do estabelecimento).

4.2.5 GRUPO E- RESÍDUOS PERFURO-CORTANTES

São os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias

rígidas e agudas, capazes de cortar ou perfurar.

Para os resíduos cortantes ou perfurantes, o acondicionamento deve ser em recipiente

rígido, estanque, resistente à punctura, ruptura e vazamento, impermeável, com tampa,

contendo a simbologia de risco biológico. Os materiais perfuro-cortantes devem ser

acondicionados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso. É

proibido reencapar ou proceder à retirada manual das agulhas descartáveis. Os recipientes

devem ser descartados quando o preenchimento atingir dois terços de sua capacidade, sendo

proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento (ANVISA, 2006).

5. ETAPAS ENVOLVIDAS NO MANEJO DOS RESÍDUOS

5.1 SEGREGAÇÃO

Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com

as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. Para

que a segregação dos resíduos seja eficiente é necessário uma classificação preestabelecida

dos resíduos a serem separados (SCHNEIDER, et al; 2004)

Os principais objetivos da segregação são: minimizar a contaminação de resíduos

considerados comuns; permitir a adoção de procedimentos específicos para o manejo de cada

grupo de resíduos, reduzir os riscos para a saúde e meio ambiente, reciclar ou reaproveitar

parte dos resíduos comuns.

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A segregação é o ponto crucial com relação à periculosidade dos resíduos gerados na

área da beleza. Exige procedimentos especiais, devendo ser padronizados em cada

estabelecimento; sendo que os profissionais devem ser treinados para a sua realização correta.

5.2 ACONDICIONAMENTO

Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que

evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de

acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Os sacos

de acondicionamento devem ser alocados em lixeiras fechadas, com acionamento através de

pedal, evitando o contato manual (ANVISA, 2006).

5.3 IDENTIFICAÇÃO

Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos

contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações para o correto manejo dos resíduos

(ANVISA, 2006). A identificação, que é específica para cada grupo de resíduos, deve estar

aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos locais

de armazenamento, em local de fácil visualização, utilizando-se frases e símbolos de

identificação.

5.4 TRANSPORTE INTERNO

Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao

armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de apresentação para

a coleta .

A condição mais importante é que o resíduo esteja acondicionado de forma adequada,

assegurando o seu confinamento. O transporte deve ser feito de forma a evitar ruptura do

acondicionamento e a disseminação do resíduo (TEXEIRA; VALLE, 1996)

5.5 ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO (INTERNO E EXTERNO)

Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados,

em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e

otimizar o deslocamento entre os pontos geradores até o ponto destinado à apresentação para

coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos

sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de

acondicionamento.

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O armazenamento temporário externo consiste no acondicionamento dos resíduos em

abrigo, em recipientes coletores adequados, em ambiente exclusivo e com acesso facilitado

para os veículos coletores, no aguardo da realização da etapa de coleta externa (ANVISA,

2006).

5.6 TRANSPORTE EXTERNO

A coleta e transporte externo consiste da remoção dos resíduos até a unidade de

tratamento ou destinação final, utilizando-se que garantam a preservação da integridade física

dos profissionais envolvidos, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com

as orientação dos órgãos de limpeza urbana (TEXEIRA; VALLE, 1996).

5.7 DESTINO FINAL

É a prática de dispor os resíduos sólidos no solo previamente preparado para recebê-

los, de acordo com critérios técnicos construtivos e operacionais adequados, em consonância

com as exigências dos órgãos ambientais competentes.

A ultima etapa do gerenciamento dos resíduos é a destinação final, entendendo-se

como a etapa que a partir do qual o resíduo não sofrerá nenhum tipo de manuseio.

Relativamente a problemática da destinação final dos resíduos ocupam um lugar de destaque,

pois são considerados críticos tanto na segurança dos estabelecimentos quanto para a Saúde

Pública da própria comunidade (SCHNEIDER, et al; 2004).

6. IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NO

NUEVO INSTITUTO DE BELEZA

A tabela 1 apresenta os principais resíduos gerados no Nuevo Instituto de beleza, na

qual os resíduos foram classificados em grupos, de acordo com suas características (RDC 306,

2004).

TABELA 1. RESÍDUOS GERADOS NO NUEVO INSTITUTO DE BELEZA SETOR RESÍDUOS GERADOS

Recepção Copos descartáveis (D2), papéis (D2), papelão(D2)

Manicure e pedicure Lixas(A), algodão(A), cutículas(A), luvas(A), protetores de

bacias(D2), vidros esmaltes e acetonas(B), saco plástico(D2)

Sala de Cabelos e

maquiagem

Capa descartável de tintura(D2), cabelos(A), lâminas de

navalha(E), saco plásticos(D2), máscara(D1), algodão(A), gaze(A)

Sala de Lavatórios Capa descartável de tintura(D2), cabelos(A), saco plásticos(D2)

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Sala de Tintura Frascos de tintas e alisantes(B), embalagens secundárias(D2),

luvas(D1), frascos de produtos como shampoo(D2),

condicionador(D2) e hidratantes capilares(D2),

Refeitório Embalagens plásticas(D2), sobras de alimentos(D1)

Sala de Depilação e

Banho Luvas(A), lençol descartável(D2)(A), ceras(A), gaze(A), agulhas(E)

Sala de Estética Facial Luvas(A), lençol descartável(D2)(A), algodão(A), gaze(A), agulhas(E), embalagens de produtos(D2), mascaras e toucas(D1)

Sala de Estética Corporal Luvas(A), lençol descartável(D2)(A), embalagens de produtos(D2)

Banheiros Papéis toalha (D1)

Legenda A – RESÍDUOS BIOLÓGICOS B – RESÍDUOS QUÍMICOS D1 – RESÍDUOS COMUNS D2- RESÍDUOS RECICLÁVEIS E – RESÍDUOS PÉRFURO-CORTANTES 6.1 SEGREGAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

GERADOS:

RESÍDUOS BIOLÓGICOS (GRUPO A)

Os resíduos deste grupo devem ser segregados no momento e local de geração nos

devidos setores, e imediatamente acondicionados em sacos brancos leitosos identificados com

símbolo e frase de risco biológico. O saco deve ser resistente e possuir o tamanho adequado

de acordo com a quantidade gerada, devendo estar alocado em lixeiras com pedal, fechadas e

sem acionamento manual, também devidamente identificada.

Os rótulos de identificação dos resíduos do grupo A no Nuevo Instituto de beleza

foram confeccionados conforme mostrado na figura 1 em anexo:

RESÍDUOS QUÍMICOS (GRUPO B)

Estes resíduos devem ser segregados no momento e local de geração nos devidos

setores, e imediatamente acondicionados em saco plástico de cor laranja leitosa, com

identificação de resíduos e riscos químicos, ou acondicionados em recipiente rígido e

estanque, compatível com as características físico-químicas do resíduo ou produto a ser

descartado, identificado de forma visível com o nome do conteúdo e suas principais

características.

Os rótulos de identificação dos resíduos do grupo B no Nuevo Instituto de Beleza

foram confeccionados conforme figura 2 em anexo

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RESÍDUOS COMUNS (GRUPO D)

Os resíduos Comuns Domiciliares (grupo D1) devem ser segregados no momento e

local de geração nos devidos setores, e imediatamente acondicionados em sacos pretos;

enquanto os resíduos Comuns Recicláveis (grupo D2) devem ser acondicionados em sacos de

cor azul.

O saco deverá ser resistente e possuir o tamanho adequado de acordo com a geração

deste tipo de resíduo, devendo estar alocado em lixeiras com pedal, fechadas e sem

acionamento manual, também devidamente identificada.

Os rótulos de identificação dos resíduos do grupo D no Nuevo Instituto de Beleza

foram confeccionados conforme figura 3 em anexo

RESÍDUOS PÉRFURO-CORTANTES (GRUPO E)

Os resíduos perfuro-cortantes devem ser segregados no momento e local de geração

nos devidos setores, e imediatamente acondicionados em recipientes rígidos, estanques,

vedados, impermeáveis e identificados com símbolo internacional de risco biológico

acrescidos da inscrição de perfuro-cortante.

O recipiente coletor utilizado no Nuevo Instituto de beleza está de acordo com as

normas da NBR 13853, contendo alça dupla para transporte, trava de segurança e

revestimento interno que evita perfurações e vazamentos. Os rótulos de identificação dos

resíduos do grupo E foram confeccionados conforme figura 4 em anexo, sendo que serão

anexados ao coletor.

6.2 TRANSPORTE INTERNO E ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO

O recolhimento dos resíduos de todos os grupos deve ser realizado após o expediente

por uma pessoa treinada para esta função. A funcionária designada deve recolher os resíduos

devidamente acondicionados em sacos específicos para cada grupo, amarrando-os de forma a

vedá-los completamente. Imediatamente após a retirada dos sacos das lixeiras, novos sacos

deverão ser colocados nas mesmas. A funcionária será responsável, ainda, pelo transporte até

a sala de armazenamento temporário, separando-os em lixeiras grandes e resistentes, que

também serão identificadas com os rótulos de cada grupo de resíduos.

A funcionária deve fazer uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs)

necessários para sua segurança, tais como: luvas descartáveis, máscara facial, touca e avental.

Os resíduos coletados permanecerão no local de armazenamento temporário,

aguardando o transporte externo.

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6.3 TRANSPORTE EXTERNO

O transporte externo será realizado toda semana, sendo que os resíduos dos grupos A

(resíduos biológicos) e E (perfuro-cortantes) serão recolhidos através da chamada coleta

especial pela empresa Ambiental Saneamento e Concessões Ltda localizada na Rua Barra

Velha, 290 CEP 89210-601 CNPJ 03.094.629/0008.02 Joinville SC (nome fantasia Engepasa

Ambiental). A coleta e transporte dos resíduos especiais, devido à natureza do material, são

realizados por profissionais treinados e com veículos adequados e sinalizados especialmente

para esta atividade. Não será cobrada taxa sobre este serviço.

Os resíduos do grupo D1 (resíduos comuns domiciliares) serão recolhidos pela mesma

empresa acima citada, porém através de veículo comum (não diferenciado), sendo o mesmo

destinado à coleta urbana. Os resíduos do grupo D2 (comuns recicláveis) também serão

coletados pela Engepasa Ambiental, através de veículo específico para coleta seletiva. A

freqüência da coleta comum, tanto para resíduos domiciliares quanto para recicláveis, é diária

e realizada após às dezoito horas.

Os resíduos do grupo B (resíduos químicos) serão transportados pela empresa

Catarinense Engenharia Ambiental, localizada na rua dos bororos, 875 – Pirabeiraba –

Joinville SC.

O trabalho de coleta é realizado por profissionais treinados, com caminhões equipados

e sinalizados, oferecendo eficiência e segurança em todas as etapas do serviço.

7. PLANEJAMENTO LOGÍSTICO

Para a implantação do plano de gerenciamento de resíduos no Nuevo instituto de

beleza, analisou-se a melhor localização das lixeiras, nos locais onde os resíduos serão

gerados para a facilidade dos profissionais e clientes do estabelecimento.

Na sala de recepção foi colocada a lixeira do grupo D2 (resíduos comuns recicláveis),

já na sala dos cabeleireiros e manicures as lixeiras implantadas são dos grupos A (resíduos

biológicos), D2 (resíduos comuns recicláveis) e também a embalagem de segregação do

Grupo E (resíduos perfuro-cortantes).

Seguindo a etapa de implantação, na sala de tintura foi instalada a lixeira do grupo B

(resíduos Químicos) e do grupo D2 (resíduos comuns recicláveis). Na sala de lavatórios foi

instalada lixeiras do grupo D2 (resíduos comuns recicláveis) e do grupo A (resíduos

biológicos). E ainda no refeitório foram colocadas lixeiras dos grupos D2 (resíduos Comuns

Recicláveis) e D1 (resíduos comuns domiciliares).

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No piso superior, onde estão localizadas as salas de banho e depilação, foi instalada

lixeira do grupo A (resíduos biológicos) grupo D2 (resíduos comuns recicláveis) e ainda

embalagem de segregação do grupo E (resíduos perfuro-cortantes).Na sala de estética facial

além das lixeiras do grupo D2 (resíduos comuns recicláveis) grupo A (resíduos biológicos)

também está presente o coletor do grupo E (resíduos perfuro-cortantes)

Na sala de estética Corporal as lixeiras colocadas são a do grupo D2 (resíduos comuns

recicláveis) grupo A (resíduos biológicos).

Finalizando o procedimento de implantação dos recipientes de acondicionamento dos

resíduos gerados, nos banheiros foram instaladas lixeiras do grupo D1 (Resíduos comuns

domiciliares).

Após a implantação das lixeiras nos seus devidos setores, foi adaptado um local para o

Armazenamento Temporário dos resíduos, onde os mesmos devem ser alocados até sua

destinação do transporte externo

A localização das lixeiras nos diversos setores e a sala de Armazenamento Temporário

podem ser observadas pelas plantas baixas anexadas em anexo.

8. TREINAMENTO DE PESSOAL

Para que o sucesso do plano de gerenciamento de resíduos seja alcançado, é

imprescindível promover o treinamento inicial e continuado dos funcionários do

estabelecimento, incluindo um programa de sensibilização em todos os níveis hierárquicos. A

capacitação aumenta a eficiência do projeto.

O treinamento inicial teve informações sobre os tipos de resíduos gerados, bem como

sua classificação e correto manejo, desde a segregação até a coleta, enfatizando a importância

de o colaborador realizar corretamente todas as etapas do plano. Para isso, as funcionárias

Grasiela Warmeling e Nayara Martinez Moreira, graduandas em Tecnologia em Cosmetologia

e Estética – UNIVALI – SC, apresentaram palestra sobre os temas envolvidos no plano.

A formação continuada dos funcionários será de responsabilidade da gerente

administrativa, que será incumbida de capacitar novos funcionários para o ideal manejo dos

resíduos gerados, ainda, realizar vistorias periódicas. Após os treinamentos, os colaboradores

deverão conhecer todas as etapas do sistema de gerenciamento de resíduos do Nuevo Instituto

de Beleza, inclusive os símbolos gráficos, padrões de cores adotados, horários e percurso de

coleta dos resíduos, localização dos locais armazenamentos desses resíduos, adotando as

práticas adquiridas no cotidiano de suas atividades.

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9. ANÁLISE FINANCEIRA DO PROJETO

A questão financeira, para muitos, é um entrave para a viabilização de qualquer

projeto ou inovação. Abaixo, na tabela 02 estão listados os recursos materiais imprescindíveis

para a implementação do plano de gerenciamento de resíduos em um estabelecimento de

pequeno a médio porte, como é o caso da Nuevo Instituto de Beleza.

TABELA 02 Custos para implantação inicial do gerenciamento de resíduos PRODUTO VALOR UNITÁRIO QUANTIDADE VALOR TOTAL

LIXEIRAS 12lt R$ 10,84 20 R$ 216,80

CESTOS 100 lt R$ 40,00 04 R$ 160,00

ETIQUETAS R$ 1,50 24 R$ 36,00

ADAPTAÇÃO SALA

ARMAZENAMENTO

R$ 416,00 Pintura e Forração de

sala R$ 416,00

PALESTRANTE

TREINAMENTO

R$ 100,00 02 R$ 200,00

LIXEIRA EXTERNA R$ 80,00 01 R$ 80,00

COLETORES PERFURO-

CORTANTES

R$ 3,69 03 R$ 11,07

TOTAL R$ 1.119,87

Na Tabela 03 abaixo, pode-se observar o baixo custo estimado para manutenção mensal do

plano de gerenciamento de resíduos em um estabelecimento de pequeno a médio porte, como

é o caso da Nuevo Instituto de Beleza.

TABELA 3 Custos estimados para manutenção mensal do plano de gerenciamento de resíduos PRODUTO VALOR UNITÁRIO QUANTIDADE MENSAL VALOR TOTAL

Saco de lixo resíduo biológio

(grupo A)

R$ 0,09 182 R$ 16,38

Saco de lixo resíduo Químico

(grupo B)

R$ 0,08 26 R$ 2.08

Saco de lixo resíduo Comuns R$ 0,07 312 R$ 21,84

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(grupo D1 e D2)

Empresa coletora resíduos

Químico (grupo B)

R$ 50,00 01 R$50,00

Manutenção R$ 20,00 R$ 20,00

VALOR TOTAL R$110,30

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O gerenciamento de resíduos na área da beleza é ainda uma questão pouco difundida.

O subsídio teórico para a implementação de um plano de gerenciamento de resíduos em um

estabelecimento de beleza foi encontrado na área da saúde, sendo realizadas as adaptações

necessárias, devido à escassez de regulamentações e material bibliográfico específico.

Porém, é de extrema necessidade que estudos sejam realizados na área da beleza sobre

o manejo de resíduos, uma vez que os procedimentos de Cosmetologia e Estética geram

resíduos perigosos à saúde e segurança tanto de profissionais quanto de clientes, como os

resíduos químicos (tinturas e alisantes capilares), biológicos (ceras usadas, material

descartável contaminado com sangue e secreções) e perfuro-cortantes (agulhas e navalhas). É

indiscutível a importância da separação e correto manejo destes resíduos visando prevenir e

evitar riscos de contaminação. Por outro lado, estabelecimentos de beleza também geram

resíduos passíveis de reciclagem, como copos descartáveis, material de escritório, papéis,

embalagens de produtos não tóxicos e muitos outros. A separação deste lixo do lixo

contaminado química e biologicamente é o primeiro passo para o correto manejo, mas não é o

único. A correta identificação, o acondicionamento em recipientes apropriados, bem como a

coleta seletiva e especial por pessoal especializado são etapas imprescindíveis para a

implementação do programa.

Outros itens essenciais foram a conscientização dos profissionais da área da beleza

para a questão do gerenciamento de resíduos e o treinamento inicial e continuado. A questão

financeira, que geralmente é apontada como um empecilho por alguns estabelecimentos para a

não realização de uma política séria de manejo dos resíduos, não constituiu um entrave para a

implantação do plano, pois este estudo mostrou a viabilidade econômica de implementação do

plano, um pouco mais dispendiosa no início, mas plenamente acessível mensalmente para

estabelecimentos de pequeno a médio portes.

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Além dos fatores citados acima, observou-se que outro ponto importante para o

sucesso do plano de gerenciamento de resíduos no Nuevo Instituto de beleza, foi o apoio do

setor administrativo e a aceitação e colaboração por parte dos funcionários. Deste modo, o

plano de gerenciamento de resíduos obteve uma excelente repercussão entre funcionários,

clientes e fornecedores deste estabelecimento, além da comunidade em geral, por se tratar de

uma medida na qual todos saem ganhando, além de assegurar a saúde e segurança dos

freqüentadores, contribuindo para uma boa imagem do estabelecimento perante seu público.

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11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil, Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.

RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 306, de 07 de

dezembro de 2004, Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de

saúde.

Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em 15 de maio 2008.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde / Ministério da Saúde,

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006.

182 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

Disponível em http://www.anvisa.gov.br. Acesso em 03 de fevereiro 2008.

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182 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

Victor Zular Zveibil

Disponível em http://www.anvisa.gov.br. Acesso em 03 de fevereiro 2008.

BRITTO, M.G.M. Obrigatoriedade de Licença para Funcionamento em Salões de Beleza

no Distrito Federal. Monografia de final de curso. Fundação Osvaldo Cruz – Curso de

Especialização em Direito Sanitário para Profissionais de Saúde.

Disponível em: http://www.fiocruz.br Acesso em 28 de dezembro de 2006.

COSTA, M.A.F.; COSTA, M.F.B. Elo estratégico de segurança e de saúde no trabalho.

Revista CIPA, São Paulo, 2002, v.266, 86-90

HIRATA; M.H.; MANCINI FILHO; J. Manual de biossegurança. 1.ed. São Paulo: Manole,

2002.

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JÁCOMO, J V M; Manual de Gerenciamento de Resíduos De Serviços de Saúde Goiás.

Julho de 2004

Disponível em: http://www.visa.goias.gov.br/arquivos/manual_PGRSS.pdf

Acesso em 24 fev 2008.

MARCELO, C; RODRIGUES,L. O bilionário mercado da beleza

Disponívelem: http://www.xis.art.br/05_O%20bilionario%20mercado%20da%20beleza.pdf

Acesso em janeiro de 2008.

RIBEIRO FILHO, V.O. Gerenciamento de resíduos de Serviços de Saúde. In:

FERNANDES, A.T. et al. Infecção Hospitalar e Suas Interfaces na área da Saúde 2. São

Paulo: Atheneu, 2000.

SCHNEIDER, V.E. et al. Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de

Saúde. São Paulo: CLR Baliero, 2001.

VALLE; S.; TEIXEIRA; P. Biossegurança: Uma abordagem Multidisciplinar. 1a ed. Rio

de Janeiro: Fiocruz, 1996.

.ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Desenvolvimento Sustentavel, 2003

Wikipédia, a enciclopédia livre

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel

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ANEXOS

NUEVO INSTITUTO DE BELEZA RESÍDUOS INFECTANTES GRUPO A: Unhas, cutículas, cabelos, cera com pêlos, luvas, máscaras, toucas, algodão, gaze e lençóis descartáveis contaminados com material biológico.

Figura 1. Rótulo de identificação dos resíduos biológicos gerados na Nuevo Instituto de Beleza.

Fonte imagem 1: VALLE;S.;TEIXEIRA; P. Biossegurança uma abordagem multidisciplinar. 1a ed. Rio de

Janeiro: Fiocruz, 1996

NUEVO INSTITUTO DE BELEZA RESÍDUOS INFECTANTES GRUPO B: Embalagens de produtos cosméticos contendo substâncias tóxicas, como amônia, peróxido de hidrogênio, tioglicolato, ácidos esfoliantes.

Figura 2. Rótulo de identificação dos resíduos químicos gerados na Nuevo Instituto de Beleza.

Fonte imagem 1: VALLE;S.;TEIXEIRA; P. Biossegurança uma abordagem multidisciplinar. 1a ed. Rio de

Janeiro: Fiocruz, 1996

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NUEVO INSTITUTO DE BELEZA RESÍDUOS COMUNS DOMICILIARES GRUPO D1 Resíduos Orgânicos, sobras de alimentos

Figura 3. Rótulo de identificação dos resíduos comuns (grupo D1) gerados no Nuevo Instituto de Beleza.

Fonte: Acadêmicas do curso de Cosmetologia e Estética - Univali

NUEVO INSTITUTO DE BELEZA RESÍDUOS RECICLÁVEIS GRUPO D2

Papéis, lençóis descartáveis não contaminados com material biológico, embalagens de produtos não tóxicos, caixas de papelão, latas e plásticos em geral.

Figura 4. Rótulo de identificação dos resíduos comuns recicláveis (grupo D2) gerados na Nuevo Instituto de

Beleza.

Fonte imagem 1: VALLE;S.;TEIXEIRA; P. Biossegurança uma abordagem multidisciplinar. 1a ed. Rio de

Janeiro: Fiocruz, 1996

NUEVO INSTITUTO DE BELEZA RESÍDUOS PÉRFURO CORTANTES GRUPO E

Lâminas, agulhas

Figura 4. Rótulo de identificação dos resíduos pérfuro-cortantes gerados na Nuevo Instituto de Beleza.

Fonte imagem 1: VALLE;S.;TEIXEIRA; P. Biossegurança uma abordagem multidisciplinar. 1a ed. Rio de

Janeiro: Fiocruz, 1996

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