ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA … · mente o espírito natalino. É tempo de renascer....

6
ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA ESPIRITUAL páG. 5 Ação! AnO II - N° 08 - NOVEMBRO / DEZEMBRO DE 2012 - EDIÇÃO NACIONAL “No fundo da alma de qualquer povo dormem, ignoradas, forças infinitas. Quem as souber despertar, moverá montanhas.” Gustavo Barroso *** Acesse e divulgue o Portal Nacional: WWW.INTEGRALISMO.ORG.BR O Natal como Norte para a compreensão e atitude no confuso mundo moderno REFLEXAO EM TEMPOS DIFICEIS editorial voz dos companheiros memórias brasil 02 02 05 06 Anauê! páG. 3 ~ ´

Transcript of ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA … · mente o espírito natalino. É tempo de renascer....

Page 1: ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA … · mente o espírito natalino. É tempo de renascer. ... pelo qual passa a doutrina integra- ... nas simples agrupamentos de pessoas tristes,

ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA ESPIRITUAL páG. 5

Ação!AnO II - N° 08 - NOVEMBRO / DEZEMBRO DE 2012 - EDIÇÃO NACIONAL

“No fundo da alma de qualquer povo dormem, ignoradas, forças infinitas. Quem as souber despertar, moverá montanhas.”

Gustavo Barroso

***

Acesse e divulgue o Portal Nacional:

WWW.INTEGRALISMO.ORG.BR

O Natal como Norte para a compreensão e atitude no confuso mundo moderno

Reflexao em tempos dificeis

editorialvoz dos companheiros

memóriasbrasil

02020506

Anauê!

páG. 3

~ ´

Page 2: ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA … · mente o espírito natalino. É tempo de renascer. ... pelo qual passa a doutrina integra- ... nas simples agrupamentos de pessoas tristes,

É dezembro! Com ele, assoma nova-mente o espírito natalino. É tempo de renascer. De despertar novamente o desejo de união e de solidariedade. É tempo de caridade... A cada de-zembro essas palavras perdem para a formosu-ra poética a sublimidade de seu significado mais puro. É um conceito consolidado em terreno materialista que, mais que boas ações, atrai con-sumo. O Natal se afastou, em realidade, daquilo que representa em poesias. Com premência, carecemos de resga-tar os valores cristãos do Natal. Não é mentira que nesta época do ano elevam-se as ações fi-lantrópicas. Entretanto, não é de filantropia su-perficial que se constrói o espírito daquele, mas, precipuamente, de caridade, em seu sentido ra-dical. Esta conjuntura aflitiva nos faz olhar para nosso passado recente e reavivar os gran-des feitos dos integralistas de outrora. Grande orgulho devemos sentir daqueles que exerce-ram a mais nobre caridade, em sintonia com o verdadeiro desígnio do espírito natalino, em eventos que são pouco lembrados hoje, como o chamados “Natal dos Pobres”. Reflitamos, portanto, neste notável momento, pelo qual passa a doutrina integra-lista, acerca dos princípios cristãos de caridade, solidariedade e humildade. Para tal, trazemos ao nosso leitor a riqueza de nosso passado e a grandeza de nosso presente, para que possa-mos construir em chão firme nosso futuro.

...à todos, uma boa leitura

Lucas Sequeira Cardeal

A exemplo do trabalho desenvolvido na última edição, a capa deste número também é uma releitura de uma arte antiga. O desenho foi publicado originalmente em dezembro de 1937, nas páginas da revista Anauê!, dirigida pelo camisa-verde Manoel F. Hasslocher.

Expediente COLABORADORES

Ferreira CunhaItapetininga, SP

Alexandre VillacianCuritiba, PR

Victor Emanuel Vilela BarbuySão Paulo, SP

www.integralismo.org.br [email protected]

AÇÃO! - Ano II - N° 08 - NOVEMBRO / DEZEMBRO de 2012 - ediÇão NaCional2

EDITORIAL

Ação! Eduardo FerrazDireção Geral

Lucas Sequeira CardealCoordenação

Victor Emanuel Vilela BarbuyPresidente Nacional

Esta é uma publicação oficial da Frente Integralista Brasileira - FIB, sob responsabilidade da Diretoria Administrativa Nacional e de suas secretarias re-gimentares. É livre a reprodução e distribuição. Distribuição gratuita em todo território nacional.

Caixa Postal 1156, São Paulo - SP - CEP 01032-970

ANO II - N° VIII

VOZ DOS COMPANHEIROSAs mensagens devem ser dirigidas à seção “Voz dos Companheiros” pelo correio eletrônico [email protected], ou pelo Portal Nacional (www.integralismo.org.br), informando nome, endereço e telefone para conta-to. Ação! recomenda mensagens curtas e objetivas e se reserva o direito de publicar apenas trechos.

Visão Pessoal

“Olá! Gostaria de dizer que acho perfeita toda a visão política e econômica defen-dida pelo Integralismo, sou um grande adepto. [...] Moro no interior de Minas Gerais e acabo de conhecer a existência dessa Frente. Estou disposto a ajudar no que for preciso para a divulgação dessa ideia.”

_Rodrigo Ribeiro*N/D

Casa de Plínio Salgado

“Tomei conhecimento da Casa de Plínio Salgado pelo portal da FIB, que publicou reporta-gem a respeito. Gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho na manutenção da memória de Plínio Salgado.”

_Fernando DepieriUberaba, MG

Valores Esquecidos

“É gratificante saber que existem pessoas com esse es-pírito consciente, fomentando na rede valores nacionalistas, hoje esquecidos por grande parte da população.”

_Ruy CarlosNiterói, RJ

Mais um a somar

“Sou um grande admirador do integralismo, pois é hoje mais que necessário. Precisamos retomar os valores das famílias e da nossa Pátria, que está nas mãos de bandidos, anarquistas e corruptos. Serei mais um a somar. Anauê!!”

_Raphael AndradeOlinda, PE

* Via Facebook

ENVIE VOCÊ TAMBÉM UMA MENSAGEM

[email protected]

LXXX DA era integralista

CAPA>>

Page 3: ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA … · mente o espírito natalino. É tempo de renascer. ... pelo qual passa a doutrina integra- ... nas simples agrupamentos de pessoas tristes,

AÇÃO! - Ano II - N° 08 - NOVEMBRO / DEZEMBRO de 2012 - ediÇão NaCional 3

Refl exão em tempos difíceis

ANÁLISE [email protected]

O Natal como Norte para a compreensão e atitude no obscuro período de confusão do mundo moderno

É complexo para os homens, em um mundo marcado pelo relativismo, pelo laicismo e pelo ateísmo, compreender o verdadeiro sig-nifi cado do natalício de Jesus Cristo e o que este acontecimento representa para toda a humani-dade. Na chamada ‘sociedade de consumo’, o Natal parece ser um dos grandes paradoxos da sociedade moderna, tendo se transformado em mais um feriado comercial repleto de tradições superfi ciais, em que é impossível, para a maior parte das pessoas, enxergar além dos presentes e das luzes piscantes que ornamentam as praças e os edifícios das cidades. As superfi cialidades difi cilmente darão lugar ao verdadeiro signifi cado do Natal se os homens não compreenderem a miséria na qual se encontram: não é uma pessoa que caminha diante do abismo, é um povo, é toda uma Civi-lização que está perdida no escuro e não sabe disso...

*

Em Marcha Fúnebre, Plínio Salgado de-monstra que “o homem moderno retornou ao estado de espírito anterior ao monoteísmo e à revelação cristã, para viver apavorado diante dos elementos. Pois, se hoje já não treme diante dos trovões e dos raios, começa a tremer e vai até ao delírio, sentindo o rumor ‘freudiano’ do seu subconsciente em tropel, que ele procura decifrar através da psicanálise, como outrora os povos primitivos procuravam conhecer o mun-do exterior através dos seus sortilégios e supers-tições”. O homem moderno, tão entendido das ciências e das mais diversas técnicas, destruíra a razão e o verdadeiro signifi cado do espírito, para voluntariamente regressar ao período de trevas de que tinha saído com o advento da Revelação Cristã. O mundo moderno é um mundo medí-ocre de espírito, egoísta, sem moral e, por con-

seguinte, sem Cristo. A Civilização Cristã deu lu-gar a uma tirânica Civilização Materialista, onde o homem é julgado pelo que tem e não pelo que representa. Perder Cristo, neste regresso ao ma-terialismo absoluto, faz das sociedades huma-nas simples agrupamentos de pessoas tristes, pois, por mais esplêndido que o seja, nenhum progresso ou conquista material será capaz de suprir as carências do espírito. A humanidade precisa olhar com hu-mildade para o passado...

*

“O povo que andava nas trevas viu uma grande Luz”. É dessa forma que o Profeta Isaías se refere ao nascimento de Jesus – a gran-de luz que tira a humanidade das trevas. Na-

quele tempo, os homens estavam tão confusos quanto se encontram hoje, procurando sentido em um mundo insensato, vivendo uma vida a esmo diante da total falta de sentido. Este povo viu, então, uma grande Luz. Não uma luz qualquer, mas, uma Luz Alfa, prin-cípio e fi m de todas as coisas, que veio e que iluminou tudo, clareando o sentido da vida e a fi nalidade das coisas. Não era simplesmente a estrela de Belém, era muito mais: “Porque um menino nos nasceu, um fi lho se nos deu; o go-

Eduardo [email protected]

...o Homem, mais do que nunca, precisa compreender a mensa-gem Cristã; e esta deve continu-ar a ser a Luz que conduz a hu-manidade para fora das trevas.

verno está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz.” – Prosseguiu Isaías, em seu livro, no capítulo 9. Eis que se dispersaram as trevas para o povo que estava perdido, pois, se antes os ho-mens angustiados tinham como destino de seu próprio ser apenas eles mesmos, agora tudo mudara: o destino do homem não é o homem. A fi nalidade do Homem na terra é suprema e este caminha para Deus. O sentido da vida não está no mundo de trevas em que caminhavam os ho-mens perdidos. O sentido da vida vem de fora, do exterior. Os homens caminham em uma mar-cha transcendental em direção a Deus. O logos divino se fez carne, ou seja, a lógica se fez carne, veio ao mundo e equilibrou todo o sentido do Universo. O Universo se curva diante daquela pe-quena criança, tão frágil e nascida em local tão incomum, mas que consegue dar sentido à vida de cada um.

*

Além de ser momento de profunda re-fl exão e verdadeiro aprendizado na desmedida confusão do mundo moderno, o nascimento de Cristo deve ser oportunidade para um glorioso “Despertar de Consciências”, onde aqueles que foram libertos por suas consciências ajudam a libertar aqueles que ainda estão com a alma aprisionada nas masmorras de ignorância da so-ciedade burguesa, vulgarizada pelos costumes e indiferente aos problemas do mundo. Neste período de grande confusão, em que a própria humanidade prepara sua cova, o Homem, mais do que nunca, precisa compreen-der a mensagem Cristã; e esta deve continuar a ser a Luz que conduz a humanidade para fora das trevas.

Page 4: ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA … · mente o espírito natalino. É tempo de renascer. ... pelo qual passa a doutrina integra- ... nas simples agrupamentos de pessoas tristes,

a restauração do Homem Tradicional, ou, sim-plesmente, como propõe Plínio Salgado, a “re-construção do Homem” [3]. Ao falarmos que devemos destruir o burguês que há dentro de cada um de nós com-preendemos a burguesia não como uma classe, mas, consoante leciona o autor de Espírito da burguesia, como “um estado de espírito”, que não é senão “o próprio espírito da avareza e da sensualidade”, hoje presente em todas as clas-ses, e que se traduz, antes de tudo, pela “pre-ocupação exclusiva pelos bens materiais”, que deixam de se constituir em um meio da Pessoa Humana, ordenado a seu Fim Último, que é Deus, e se transformam em um fim, o mesmo ocorren-do com os cinco sentidos do Homem, tornados fins únicos de todas as suas manifestações e realizações [4]. É, pois, o espírito daqueles que, segundo Cícero, têm apego ao dinheiro, às casas magníficas, aos bens materiais, ao poder e aos prazeres “como sendo coisas boas ou desejáveis em si mesmas” e que, “embora repletos dessas coisas”, “desejam acima de tudo aquilo que já têm em abundância”, posto que neles a “sede da cobiça nunca é extinta ou saciada” [5]. Enquanto o espírito burguês é, na frase do autor de Mensagem às pedras do deserto, “o conformismo, o comodismo, o interesse vulgar, o prazer mesquinho, a incapacidade de ideal, a demissão dos deveres, a submissão ao cotidia-no, o fatalismo inerme, a indiferença criminosa, o abandono à rotina, o egoísmo cego, a osten-tação ridícula, a descrença e a incapacidade de ação” [6], o espírito nobre, a que também pode-mos denominar espírito aristocrático e espírito de elite, no sentido autêntico, espiritual e não econômico, deste último vocábulo, e que, como sublinhamos algures, se caracteriza, antes e aci-ma de tudo, pela busca das virtudes espirituais e cívicas, pela existência voltada sobretudo à acu-mulação de bens extraterrenos, pela rejeição da vida cômoda e o combate sem trégua em prol dos valores perenes da Tradição, que implica, na hora que passa, em nadar sempre contra a maré de erros da inautêntica civilização materialista a que denominamos Modernidade, ou Mundo Mo-derno [7]. A reconstrução do Homem dar-se-á por meio da Revolução Interior, ou Revolução Espiritual, que implica, como faz salientar Plínio Salgado, na autoimposição de “normas de no-breza tanto na vida particular como na vida pú-blica” [8] de cada um de nós e que, na frase de Gustavo Barroso, se configura numa “mudança de atitude do espírito em face dos problemas que se lhe apresentam, em qualquer ordem moral ou material”,alterando a totalidade dos conceitos e dando “um novo sentido de vida” e se processando “com ideias e homens cheios dessas ideias, não correndo o perigo de ver à sua

frente, no dia da vitória, um deserto de homens e de ideias” [8]. Foi esta Revolução Interior que teve em mente Corneliu Codreanu, líder máximo da Legião de São Miguel Arcanjo, ao proclamar que “o homem novo e a nação renovada pressu-põem uma grande revolução espiritual de todo o povo, isto é, uma mudança da orientação espiri-tual moderna, e uma ofensiva categórica contra essa orientação” [9]. O Integralismo é, enfim, uma escola de nobreza espiritual, que visa preparar o Homem para reconstruir a si mesmo e à Sociedade au-têntica, formando uma lídima Aristocracia do Es-pírito, disposta a tudo sacrificar em prol de Deus, da Pátria e da Família sem nada pedir em troca, nem mesmo a compreensão dos seus patrícios.

***

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] SALGADO, Plínio. Manifesto de Outubro, art. I. Disponível em: http://www.integralismo.org.br/?cont=75. Acesso em 06 de dezembro de 2012.[2] Idem. Código de Ética do Estudante, parágra-fos XI e XIV. Disponível em: http://www.integra-lismo.org.br/?cont=79. Acesso em 06 de dezem-bro de 2012.[3] Idem. Reconstrução do Homem. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Clássica Brasileira, s/d.[4] Idem. Espírito da burguesia. 3ª ed. In Idem. Obras completas. 2ª ed., vol. XV. São Paulo: Edi-tora das Américas, 1957, pp. 11-12.[5] CÍCERO, Marco Túlio. Os paradoxos dos estoi-cos. Tradução de Luiz Antônio Lindo. In SEABRA FILHO, José Rodrigues, LINDO, Luiz Antônio (or-ganizadores). Atas da IV Semana de Filologia na USP. São Paulo: Serviço de Divulgação e Infor-mação FFLCH/USP, 2011, pp. 53-74. O trecho aqui citado se encontra à página 55.[6] SALGADO, Plínio. Código de Ética do Estudan-te, parágrafo XXVI. Disponível em: http://www.integralismo.org.br/?cont=79. Acesso em 06 de dezembro de 2012.[7] BARBUY, Victor Emanuel Vilela. Espírito burguês e espírito nobre. Disponível em: http://www.integralismo.org.br/?cont=781&ox=195. Acesso em 06 de dezembro de 2012.[8] SALGADO, Plínio. Espírito da burguesia, cit., pp. 47.[9] CODREANU, Corneliu Zelea. Manual del Jefe de la Guardia de Hierro. Trad. para o espanhol de Manuel de laIsla Paulin. 2ªed. Barcelona: Edicio-nes Ojeda, 2004, p. 93.

AÇÃO! - Ano II - N° 08 - NOVEMBRO / DEZEMBRO de 2012 - ediÇão NaCional4

O integralismo, escola de nobreza espiritual

Nós outros, Integralistas, proclama-mos que o Homem tem o seu valor medido por seus feitos e suas virtudes e não pelo poder ou os bens materiais que possui, uma vez que te-mos plena consciência de que tal poder e tais bens não são, ao contrário dos bens do Espíri-to, bons em si e por si próprios, sendo legítimos apenas quando e enquanto ordenados ao Bem Comum. Noutros termos, entendemos que a Pessoa Humana não vale por aquilo que tem, mas sim por aquilo que é e por aquilo que realiza em prol do Bem Geral, e a propriedade das rique-zas terrenas está condicionada ao cumprimento dos deveres que tem o proprietário para com a Sociedade, do mesmo modo que só é lídimo o poder que promove o engrandecimento do Bem Social. Assim, fazemos nossas as palavras de Plínio Salgado, quando este proclama, numa das imorredouras páginas do Manifesto de Outubro, que “o homem vale pelo trabalho, pelo sacrifício em favor da Família, da Pátria e da Sociedade”, assim como “pelo estudo, pela inteligência, pela honestidade, pelo progresso nas ciências, nas artes, na capacidade técnica, tendo por fim o bem-estar da Nação e o elevamento moral das pessoas”, não sendo a riqueza senão “bem pas-sageiro, que não engrandece ninguém, desde que não sejam cumpridos pelos seus detentores os deveres que rigorosamente impõe, para com a Sociedade e a Pátria” [1]. E fazemos nossas, do mesmo modo, as palavras daquele ilustre pensa-dor patrício quando este preleciona, no Código de Ética do Estudante, que é necessário se lem-brar “sempre de que a verdadeira grandeza está na virtude e não no êxito dos negócios ou da carreira, porque os bens do mundo são incons-tantes” e podemos perdê-los, enquanto os bens acumulados em nós mesmos à custa de nos aperfeiçoarmos “no saber e na dignidade” não poderão ser destruídos por força alguma, assim como quando ensina ele que não devemos nos impressionar“com a riqueza dos ricos e o brilho dos que esplendem em altos postos”, mas sim “com a sabedoria dos sábios, o heroísmo dos heróis e a santidade dos santos” [2]. Sustentamos, destarte, os soldados do Sigma, arautos e paladinos de Deus, da Pátria e da Família, que o Ente Humano deve buscar a santidade, isto é, lutar com todas as suas forças para permanecer sempre no caminho dos jus-tos, pelejar para ser perfeito como o Pai Celeste, aprimorando-se no zelo das virtudes, destruindo o burguês que há dentro de si e tornando-se um exemplo de Nobreza do Espírito, de Aristocracia da Virtude. Isto porque sabemos que a crise de nossos dias é, antes e acima de tudo, uma crise do Homem, de sorte que, antes de empreender-mos a restauração da Sociedade Orgânica, da Sociedade Tradicional, é necessário empreender

Victor Emanuel Vilela [email protected]

Escola de nobreza espiritual, o integralismo visa preparar o Homem para reconstruir a si mesmo e à Sociedade autêntica

Page 5: ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA … · mente o espírito natalino. É tempo de renascer. ... pelo qual passa a doutrina integra- ... nas simples agrupamentos de pessoas tristes,

MEMÓRIAS

O espírito natalino da Acção Integralista Brasileira

As comemorações do Natal são res-ponsáveis por envolver o mês de dezembro em uma grande magia que desperta a solidariedade e compaixão de crianças, homens e mulheres em todo o Brasil. As campanhas contra a fome e a miséria humana se multiplicam, tornando-se a mais clara demonstração da capacidade humana de humildade, generosidade e de compartilhar emoções e alegrias com o outros, independente da classe social ou crença religiosa. Em uma sociedade competitiva, ide-alizada pelo capitalismo liberal, somos fomen-tados constantemente a esquecer valores e sentimentos de bondade para nos tornarmos verdadeiros tiranos, intolerantes e incompre-ensivos com nossos semelhantes. O espírito do Natal é responsável por resgatar valores esque-cidos, que deveriam estar presentes durante o decorrer do ano. Neste período, o sucesso das campa-nhas solidárias dependem unicamente do sen-timento natalino. O olhar adormecido se abre, no mês de dezembro, para as mazelas da socie-dade, numa tentativa de ao menos, em um mês do ano, proporcionar alegria ao próximo, com a

doação de alimentos e brinquedos para a popu-lação carente. Muitas entidades fi lantrópicas reali-zam estas atividades, porém poucas são as orga-nizações políticas que destinam seu tempo em participar de ações sociais. Um notável exemplo desses casos foi o trabalho desenvolvido pela Acção Integralista Brasileira (AIB / 1932-1937), pioneira nas ações assistencialistas, idealizou inúmeros eventos, como “o Pão de Cada Dia”, para amenizar a omissão do Estado brasileiro que, em muitas regiões, abandonou a população à própria sorte, deixando os menos favorecidos à sombra da bandeira nacional. Entre os outros diversos eventos re-alizados destacava-se, no mês de dezembro, a atividade presente no calendário ofi cial do mo-vimento, intitulada “Natal dos Pobres”. O even-to, de responsabilidade da Secretaria de Arregi-mentação Feminina e da Juventude, presidida no Estado da Guanabara pela blusa-verde Sra. D. Carmella P. Salgado, era responsável pela distri-buição de presentes às crianças carentes, ameni-zando assim a desigualdade social e proporcio-nando um natal repleto de alegria aos jovens.

Ferreira [email protected]

AÇÃO! - Ano II - N° 08 - NOVEMBRO / DEZEMBRO de 2012 - ediÇão NaCional 5

Eventos benefi centes eram o foco das festas natalinas realizadas pelos integralistas na década de 1930

Estes e outros eventos sociais eram amplamente divulgados nos órgãos ofi ciais do movimento, com imagens e textos convocando os camisas-verdes e simpatizantes para partici-parem de suas atividades. Desta forma, a Acção Integralista Brasileira demonstrava sua genero-sidade e diferença frente as demais legendas partidárias existentes no âmbito nacional.

* * *

REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS[1] ALBUQUERQUE, Carlos de Faria. Plínio Sal-gado – resumo biográfi co. Bahia, Ed. Gazeta dos Municípios, 1951.[2] LOUREIRO, Maria Amélia Salgado. Plínio Salgado, meu pai. São Paulo: Editora GRD, 2001.[3] SALGADO, Plínio. O Integralismo na Vida Brasileira. Rio de Janeiro, Ed. Livraria Clássica Brasileira. 1958.[4] SILVA, Jaime Ferreira da. A verdade sobre o Integralismo – respondendo a Carlos Lacerda e outros. São Paulo: Edição GRD, 1996.

Intitulada “Natal dos Pobres”, esta ma-ni�estação �oi promovida pela Acção Inte-gralista Brasileira (AIB) no Centro de Rio Claro (SP), em dezembro de 1937. Na imagem encontra-se o not�vel camisa-verde, o Sr. Antonio Bortolotti, com a mão na cintura e de calças brancas, ao lado es�uerdo da �oto. Nota-se a presença de diversas crian-ças durante o evento, �ue contava com am-pla distribuição de presentes.

Fonte: Acervo / Fam�lia Lorenzon

Page 6: ARTIGO O INTEGRALISMO, ESCOLA DE NOBREZA … · mente o espírito natalino. É tempo de renascer. ... pelo qual passa a doutrina integra- ... nas simples agrupamentos de pessoas tristes,

Belgas e espanhóis felicitam a FIB pelos oitenta anos de luta do movimento integralista

6

AVANTE! Por onde segue a nobre marcha...

No dia 11 de Novembro foi realizada, na Praia de Iracema, em Fortaleza, por iniciati-va do Movimento em Favor da Vida (Movida), a Marcha pela Vida contra o aborto. O evento contou com a presença, segundo estimativas da Polícia Militar, de 5 mil pessoas de todas as faixa-etárias. Representantes do Movimento Pró-Vida, aproveitaram ainda para divulgar uma nova iniciativa agendada para o dia 22 de julho do ano que vem. Este próximo evento será um show musical e contará com a participação do cantor católico Dunga e da cantora Elba Rama-lho. Na ocasião a FIB esteve representa-da por Companheiros da capital cearense que ostentaram a bandeira azul e branca durante todo o evento. Em setembro, conforme noticiado neste veículo, a Frente assinou a “Declaração do VII Encontro Nacional de Movimentos em Defesa da Vida e da Família”.

Em Fortaleza, integralistas participam da Marcha pela Vida contra o Aborto

BrasilAÇÃO! - Ano II - N° 08 - NOVEMBRO / DEZEMBRO de 2012 - ediÇão NaCional

Alexandre [email protected]

ambos liderados por um capitão do Exército da Argentina, Gustavo Breide Obeid, que participou de duas tentativas dos setores mais nacionalis-tas das Forças Armadas argentinas (os chama-dos carapintadas), em 1987 e 1990, de derrubar o corrupto regime partidocrático, até hoje vigente. Mais recentemente tivemos o privilé-gio de iniciar novos contatos no Chile, particular-mente com Erwin Robertson, diretor da Ciudad de los Césares, única revista impressa e periódica de tendência nacionalista em toda a América do Sul e em torno da qual se reúne toda a intelectua-lidade nacionalista chilena. Modesto, Robertson diz que cada número de Ciudad de los Césares é um “pequeno milagre”. Saliente-se que até agora já ocorreram noventa e oito pequenos milagres... Para este final de ano e começo do ano que vem, estamos otimistas. Pretendemos ini-ciar vários novos contatos na Europa e, principal-mente, na América Latina. É necessário criar um laço mais estreito entre os movimentos naciona-listas latino-americanos, nos moldes dos já exis-tentes há muitos anos entre os mais experien-tes movimentos nacionalistas europeus. Assim, poderemos nos apoiar mutuamente e trocar experiências, sabendo que não travamos uma

luta isolada no Brasil, mas que fazemos parte de uma corrente de pensamento existente em vá-rias partes do mundo e voltada para a instalação de uma nova ordem, afastada dos materialismos marxista e capitalista e mais próxima de uma so-ciedade orgânica, que leve em consideração e valorize as ricas especificidades de cada povo. Costumo citar uma frase que me foi dita certa vez por um camarada francês, Mi-chel Thibault, redator-chefe da revista nacio-nalista francesa Éléments. Peço paciência aos que já me ouviram dizer isso antes, mas acho que a frase sintetiza bem o motivo pelo qual devemos nos aproximar de nacionalistas de outros países. Segundo Thibault, “podemos vencer ou perder esse combate (contra o siste-ma), mas venceremos ou perderemos juntos”.

***

Para conhecer um pouco mais a respeito do NA-TION e de seu fundador, Hervé Van Laethen, leia a entrevista com ele publicada no Portal Nacional: http://bit.ly/M130m6

A Direção Nacional da Frente Inte-gralista Brasileira (FIB) tem estado empenha-da em ampliar os contatos internacionais com movimentos nacionalistas de outros países. Tal esforço começa a dar os primeiros frutos com as felicitações recebidas em outubro des-te ano, por ocasião dos oitenta anos do lança-mento do Manifesto de 7 de Outubro de 1932, por parte dos belgas do NATION e dos espa-nhóis do Movimento Social Republicano (MSR). Estes movimentos irmãos, que crescem rapidamente devido ao desper-tar dos povos europeus para a dura re-alidade provocada por um sistema eco-nômico focado exclusivamente no lucro, sabendo que os integralistas são os seus aliados naturais deste lado do Atlântico, tem respondi-do com grande interesse à nossa aproximação. Entretanto, como pertencemos à América Latina, a FIB está buscando estabelecer contatos não apenas com os experientes pares europeus, mas também com os nacionalistas latino-americanos. Neste processo, tem se de-senvolvido um importante relacionamento com os argentinos do Movimento pela Identidade Nacional e do Partido Popular da Reconstrução,

Font

e: D

ivul

gaçã

o / M

ovid

a