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UNIVERSIDADE DO VALE DE ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ARTUR KOPPER FILHO ANÁLISE DA MARCA SOFFYE Marketing Tijucas 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DE ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ARTUR KOPPER FILHO

ANÁLISE DA MARCA SOFFYE

Marketing

Tijucas

2007

ARTUR KOPPER FILHO

ANÁLISE DA MARCA SOFFYE

Trabalho de Conclusão de Estágio

desenvolvido para o Estágio

Supervisionado do Curso de Graduação

em Administração da Universidade do

Vale do Itajaí, Centro de Educação III –

Tijucas.

Orientador: Prof. Nelson Zunino Duarte

Tijucas

2007

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, a minha família e a todos que, de alguma forma,

auxiliaram-me.

EQUIPE TÉCNICA a) Nome do Estagiário

Artur Kopper Filho

b) Área de Estágio

Marketing

c) Coordenador de Estágios

Prof. Nelson Zunino Duarte

d) Supervisor de campo

Magda Costa Barbosa

e) Orientador de Estágio

Prof. Nelson Zunino Duarte

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social

Fanthasy Ind. Com. de Conf. e Decor. Ltda.

b) Endereço

Rua Elói Franciso dos Anjos, 1215, Bairro Sul do Rio – Tijucas/SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Marketing

d) Duração do estágio

300 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Magda Costa Barbosa – Diretora

f) Carimbo e visto da empresa

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Tijucas, 9 de abril de 2007.

A Fanthasy Ind. Com. de Confec. Decor. Ltda. autoriza, pelo presente

instrumento, a publicação do Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante

o Estágio Supervisionado, pelo acadêmico Artur Kopper Filho na Biblioteca da

Univali – Centro de Educação Tijucas.

__________________________________

Magda Costa Barbosa

RESUMO

A consolidação de uma marca vem a ser um encaminhamento na atuação no

mercado, agregando elementos de forma estratégica com intuito de estimular os

sentidos e registrar a imagem pretendida junto ao consumidor. Este trabalho teve

como principal objetivo analisar a marca Soffye, permitindo, assim, uma atuação

com mais acerto na sua gestão. Trata-se de uma avaliação formativa por meio de

pesquisa bibliográfica. A coleta de dados empregada foi a observação participante.

Foram analisados três componentes principais da marca Soffye: a cor, o desenho e

o nome. Verificou-se a presença de aspectos favoráveis ao desenvolvimento e à

divulgação da marca estudada.

Palavras-chave: Marca. Cor. Comunicação visual.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – As funções da marca para os consumidores..................................... 15

Quadro 2 – Posicionamento da grife na relação aura / dinheiro........................... 27

Quadro 3 – A identidade da marca........................................................................ 32

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10

1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 11

1.2 Objetivos específicos .................................................................................... 11

2 EMPRESA........................................................................................................... 12

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 13

3.1 Conceituações e objetivos de marca ........................................................... 13

3.2 Evolução histórica da marca ......................................................................... 15

3.3 Marca nominal ................................................................................................ 16

3.3.1 Evolução na adoção dos nomes................................................................... 17

3.3.2 A escolha do nome........................................................................................ 17

3.4 Símbolos ......................................................................................................... 20

3.4.1 Logomarca ou logotipo.................................................................................. 21

3.4.2 Cores............................................................................................................. 21

3.4.3 Slogans......................................................................................................... 24

3.5 Marca registrada ............................................................................................. 25

3.6 Grifes ............................................................................................................... 26

3.7 Marca de certificação ou selos de qualidade .............................................. 27

3.8 Marca prototípica ........................................................................................... 28

3.9 Marca descritiva ............................................................................................. 28

3.10 O valor da marca .......................................................................................... 29

3.10.1 Brand equity ................................................................................................ 29

3.11 Identidade de marca ..................................................................................... 30

3.12 Posicionamento da marca ........................................................................... 32

3.13 Associações de marca ................................................................................. 35

3.14 Consumidores / fidelidade .......................................................................... 37

4 MÉTODO............................................................................................................. 39

4.1 Delineamento do Projeto ............................................................................... 39

9

4.2 Coleta de dados .............................................................................................. 40

4.3 Análise de dados ............................................................................................ 40

5 A PESQUISA ...................................................................................................... 42

5.1 O nome: Soffye ............................................................................................... 42

5.2 A cor: Laranja ................................................................................................. 43

5.3 O desenho: Gato ............................................................................................ 48

6 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................... 51

6.1 O nome ............................................................................................................ 51

6.2 A cor ................................................................................................................ 52

6.3 O desenho ....................................................................................................... 53

7 OUTRAS CONSIDERAÇÕES ............................................................................ 54

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 56

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS .................................................................. 61

ANEXOS................................................................................................................ 62

10

1 INTRODUÇÃO

Em decorrência da competição mercadológica em volumosa ascensão em

âmbito global, toda oportunidade de utilização de recursos técnicos que viabilizem

diferenciais competitivos deve ser considerada. A busca pela manutenção da saúde

empresarial, nos dias atuais, exige que seja desenvolvida a consciência coletiva na

organização voltada para a gestão da marca e, conseqüentemente, da imagem

organizacional. Tal preocupação objetiva amenizar os efeitos das constantes

intempéries provenientes do ambiente externo pelas quais as empresas são

submetidas.

A criação e consolidação de uma marca vêm a ser um encaminhamento na

atuação no mercado, agregando elementos de forma estratégica com intuito de

estimular os sentidos e registrar a imagem pretendida junto ao consumidor. Este

mesmo que, a cada dia, mostra-se mais exigente, criterioso e conhecedor dos

direitos que o amparam.

Conseqüência das transformações ambientais, a administração de uma

marca é cada vez mais complexa com o passar dos dias. O atual cenário aponta que

apenas a tradição de uma empresa não garante sua posição no mercado. Por outro

lado, o acompanhamento de inovações não deve significar a perda da identidade da

marca, e sim precisa admitir como premissa a preservação de todas as

potencialidades e funções para quais ela foi concebida. A forma com que este

importante ativo intangível é tratado tem determinado a configuração do ciclo vital

das organizações.

A Fanthasy Ind. e Com. de Confecções e Decorações Ltda projeta fabricar e

comercializar produtos vinculados ao mercado de sleepwear, principalmente

chinelos de quarto e pijamas, agregando posteriormente produtos correlatos em seu

portfólio, utilizando para tal a marca Soffye.

Por estar próxima de importantes pólos calçadista e têxtil, visualiza-se que a

Soffye possui a oportunidade de se locupletar de toda estrutura de fornecedores,

assessoria técnica e recursos humanos que compõem essa tendência

mercadológica local. Assim, amplia-se a gama de alternativas de estabelecimento de

características da marca.

11

Assumir o desafio de constituir uma marca forte tem se demonstrado

determinante para o êxito das estratégias corporativas. Com um planejamento

voltado para a marca, acredita-se que a Soffye estabeleça norteadores para suas

futuras ações e, por conseqüência, ocupe o espaço no mercado pretendido com

mais eficácia e eficiência.

O mix de produtos representados na gama de modelos de chinelos de quarto

da empresa tem como fim atender preferências pessoais diversas e, ao mesmo

tempo, manter características que possibilitem menores restrições de limites

territoriais ao seu mercado.

Estando na condição de uma empresa que se encontra em processo de

formação, a Soffye almeja determinar as principais atitudes para iniciar a

consolidação de sua marca. A empresa reconhece como fator original para uma

participação efetiva e duradoura no mercado a necessidade de uma gestão eficiente

da marca.

1.1 Objetivo geral

O objetivo geral do presente trabalho é analisar a marca Soffye, permitindo a

atuação com mais acerto na sua gestão.

1.2 Objetivos específicos

• Identificar características da marca;

• Avaliar os fatores que influem na percepção da marca;

• Identificar pontos positivos e negativos na marca adotada.

12

2 A EMPRESA

O presente capítulo relata brevemente a respeito do histórico da empresa na

qual se estabeleceu o ambiente de estágio, bem como sua relação com a marca

objeto de pesquisa deste trabalho.

A empresa Fanthasy Artigos Natalinos Ltda. (CNPJ 03.359.677/0001-09) foi

fundada, em 16 de agosto de 1999, na cidade Guaíba/RS, com o intuito de se

dedicar exclusivamente ao mercado natalino brasileiro, confeccionando produtos

exclusivos e específicos nos mais diversos materiais. Esse mercado já era

conhecido pelos sócios, desde 1996, por meio de experiências anteriores atuando

em outra organização.

No início do ano de 2000, a empresa transferiu-se para Tijucas/SC,

estabelecendo sede própria na Rua Elói Francisco dos Anjos, 1215, no bairro Sul do

Rio. A Fanthasy conquistou, no decorrer dos anos, um reconhecimento de âmbito

nacional, principalmente devido a participações em feiras específicas do setor e por

inovações encontradas em parte de seus processos e política comercial.

No ano de 2006, a razão social da empresa passou a ser Fanthasy Ind. e

Com. de Decoração e Confecção Ltda. e a mesma começou a fabricar e

comercializar chinelos de quarto e pijamas femininos diferenciados utilizando a

marca Soffye, sem cessar suas atividades no ramo de natal.

Não foi desenvolvido um estudo aprofundado pela empresa acerca da

escolha da marca, usando-se, pois, métodos empíricos para tal. A opção do nome

se deve a uma gata persa pertencente à sócia majoritária da marca, a qual fora

batizada de Sofia, em decorrência da maciez de seu vasto pêlo e o fato de ser um

animal que freqüenta os cômodos mais reservados da casa. O logotipo também fora

baseado na figura felina visando provocar associações semelhantes ao conforto do

lar. A cor laranja foi escolhida para ser a predominante em tudo que envolve a marca

sem que houvesse estudos detalhados a seu respeito, foi uma opção baseada na

preferência pessoal dos sócios.

Atualmente, a organização vende os produtos Soffye por meio de uma

incipiente rede de representantes espalhados pelo território nacional e de três lojas

próprias de produtos exclusivos da marca. As lojas estão localizadas em shopping

centers nas cidades de Itapema/SC, Balneário Camboriú/SC e Brusque/SC.

13

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Objetivando apresentar os aspectos teóricos que possam executar papel de

norteadores no desenvolvimento do trabalho, neste capítulo, é exposta a produção

científica relacionada ao tema marcas e os seus principais assuntos correlatos.

Sob a forma de tópicos, serão elucidados conceitos e definições gerais da

marca no primeiro momento e, a posteriori, aspectos relativos à construção da

marca.

3.1 Conceituações e objetivos de marca

De acordo com Aacker (1998), a marca identifica bens ou serviços de um

vendedor, ou grupo deles, por meio de um símbolo ou um nome diferenciado. Tem

função também de indicar a origem do produto ao consumidor, diferenciando uns

dos outros. Uma definição mais completa está na expressão de Martins (1997, p.

15):

Uma marca é um produto ou serviço ao qual foi dada uma identidade, um nome e valor adicional de uma imagem de marca. A imagem é desenvolvida pela propaganda ou em todas as outras comunicações associadas ao produto, incluindo a sua embalagem.

Todavia, segundo Schultz (2001), a definição anterior não qualifica com

precisão a real importância da marca no mercado. O mercado faz com que a marca

do século XXI seja mais do que um símbolo, nome ou sinal. Hoje, a marca tem papel

de elo entre o comprador e vendedor. Faz com que o uso de determinado produto

evidencie o perfil do consumidor, ajudando-o a reforçar seu espaço na sociedade.

A importância da marca varia de acordo com o produto. Certas marcas não

influenciam o poder de compra devido à importância que o consumidor dá àquele

ato. Kapferer (2003, p. 22) afirma que “fundamentalmente, uma marca existe

quando há risco”. O risco será percebido quando o preço unitário é maior ou as

conseqüências da escolha forem importantes. O homem, na condição de ser social,

é julgado pelas suas escolhas porque, através delas, será construída sua identidade,

14

de acordo com signos e marcas que exibimos. Nos alimentos e bebidas, a

importância da marca se dá pelo fato de se perceber o risco em tudo que se ingere

ou que penetra nosso corpo.

Rosa (2004) considera que a marca exerce importante papel no ajuste do

produto ou serviço a fim de satisfazer as necessidades perceptíveis dos

consumidores.

Na visão de Tavares (1998), as marcas têm papel de unir todas as ações da

empresa, especialmente as relatadas nas tradicionais ferramentas do composto de

marketing. A marca é mais um elemento que as empresas utilizam de forma

estratégica para promover a diferenciação. O produto em si não transmite

mensagens sobre sua qualidade ou características específicas, ficando para a marca

exercer esse papel, expressando os benefícios funcionais, experimentais e

simbólicos, ao mesmo tempo sendo economicamente viáveis para o grupo de

consumidores específicos pretendidos pela organização.

Tavares (1998) argumenta que as marcas se apresentam como um recurso

importante para evitar que determinado produto entre na qualidade de commoditie,

ou seja, um produto que não possui diferenças marcantes em relação aos outros

existentes no mercado.

Em geral, uma marca com status superior proporciona à organização a

oportunidade de cobrar um preço maior pelo seu produto ou serviço, especialmente

em relação ao estabelecido pela concorrência, explica Martins (1999). Em

contrapartida, uma experiência desagradável com determinado produto ou serviço é

mais divulgada pelo cliente do que são as recomendações positivas. Essa

informação é reafirmada por Martins (1997) quando expõe que estudos

internacionais realizados pelas mais renomadas universidades indicam que um

consumidor satisfeito atrai, em média, outros seis novos consumidores. Entretanto,

apenas um consumidor insatisfeito tem o poder de divulgar sua má experiência com

o produto para quatorze clientes em potencial, em média.

No entendimento de Martins (1997), a marca tem função de transmitir um

conjunto de informações. Essas informações, por sua vez, precisam criar a

percepção junto ao consumidor de que determinada marca possui diferenciais

importantes quando comparada aos concorrentes.

15

FUNÇÃO BENEFÍCIO AO CONSUMIDOR

De referência Ver claramente, situar-se em relação à produção setorial,

identificar rapidamente os produtos procurados.

De praticidade Permitir ganho de tempo e de energia na recompra de

produto idêntico pela fidelidade.

De garantia Segurança de encontrar uma qualidade estável em todos

os lugares e em todo instante.

De otimização Segurança de comprar o melhor produto de sua categoria,

com o melhor desempenho para um uso específico.

De personalidade Sentir-se reconfortado com sua auto-imagem ou com a

imagem que é passada pelos outros.

De permanência

Satisfação nascida da familiaridade e da intimidade das

ligações com uma marca que foi consumida durante anos e

que ainda dura.

Hedonista Satisfação ligada à estética da marca, seu design e suas

comunicações.

Ética

Satisfação ligada ao comportamento responsável da marca

nas suas relações com a sociedade (ecologia, emprego,

cidadania, publicidade não chocante).

Quadro 1 : As funções da marca para os consumidores Fonte : Kapferer (2003, p. 24)

3.2 Evolução histórica da marca

Desde o Antigo Egito, já eram usados símbolos na confecção de tijolos para a

identificação da origem do produto, comenta Tavares (1998). Na Europa Medieval, a

marca já desempenhava funções relativas à garantia de qualidade e proteção legal.

Rosa (2004) destaca que a data aproximada do surgimento das marcas é

incerta, mas existem registros que, há 3000 anos, os artesões indianos usavam a

assinatura para marcar seus trabalhos artísticos mandados para o Irã.

16

No Império Romano, foram criadas mais de 100 marcas, entre elas a

FORTIS, que ganhou mais notoriedade. Já naquele tempo, essa marca foi pirateada

e copiada. Entretanto, o sinal distintivo impresso nos produtos pirateados

efetivamente passou a ser utilizado com o início das grandes viagens marítimas e o

comércio internacional no século XV.

As marcas registradas foram concebidas a partir de uma necessidade dos

escoceses fabricantes de uísque no século XVI, quando marcavam seus barris de

madeira a fogo, na parte superior, menciona Tavares (1998). Porém, desde o fim do

século XV, os irmãos Johan e Wendelin utilizavam a marca tipográfica para

identificar os produtos de sua tipografia, a primeira de Veneza.

Segundo Rosa (2004), no século XX, ocorreu um grande crescimento do

contingente de empresas detentoras de tecnologias específicas para a produção.

Dessa forma, os produtos passaram a se tornar commodities, isto é, muito

semelhantes entre si e com mesmos níveis tecnológicos agregados. Nesse período,

é evidenciado que a diferenciação se daria pela forma com que a marca era

trabalhada, no que ela representava em relação a qualidade, valores e

características. Em suma, na segurança que a marca transmitia ao comprador.

Conforme Schultz (2001), o termo marca (brand ou brandr) tem origem

remota em uma palavra norueguesa que possui como significado to burn (queimar).

A partir desse momento, surgiu a forma mais comum do uso do termo, literalmente

“queimando” as marcas sobre o gado, eqüinos, ovinos e outros bens.

3.3 Marca Nominal

É a porção da marca que pode ser expressa verbalmente, independente de

qualquer símbolo. Pode ser uma letra, grupo de letras, palavra ou grupo de palavras,

expõe Tavares (1998).

Rosa (2004) acrescenta que marca nominal ou nominativa pode ainda ser

exposta também por algarismos e não dispõe de representações gráficas ou

colorações. Podem ser nomes de pessoas, expressões ou conjunto dos mesmos.

17

3.3.1 Evolução na adoção dos nomes

Ao classificar os nomes usados historicamente para definir a adoção de uma

marca, Tavares (1998) encontra quatro tipos:

1. Nomes Pessoais: denota distinção e reputação. Identifica pessoas, coisas

e objetos. Está atrelado a pessoas ou aos atos das mesmas. Dessa forma, a marca

representa os valores da empresa e da pessoa que empresta o nome ou sobrenome

à organização.

2. Nomes Toponímicos: foi a segunda tendência na evolução das marcas.

Com o crescimento e urbanização das cidades, o uso de nomes que remetem à

localização começou a ser usado para a adoção de marcas. Pode representar

nacionalismos, regionalismos ou até vaidade, orgulho e identificação com uma

determinada cidade.

3. Nomes de produtos e de processos: busca enfatizar o produto ou processo

produtivo adotado, assim como a abrangência da atividade e a forma jurídica na qual

a empresa fora constituída. Apesar desse estilo de marca parecer ter sido mais

adotado na indústria, não predominou nesse tipo de atividade.

4. Nomes de marketing: essa quarta tendência transformou as marcas em

uma questão prioritária para as organizações. Tem como objetivo na criação de

marcas o estabelecimento de diferenciais e sua valorização. Pode ser considerada a

síntese de todas as etapas evolutivas na adoção de marcas, fazendo valer os

modernos estudos das práticas mercadológicas.

3.3.2 A Escolha do nome

Ao determinar o nome de uma marca, Kotler (1999) realça a importância de

existir coerência com o posicionamento pretendido. Os nomes transmitem a idéia do

posicionamento que se busca assumir.

O nome é de fundamental importância tanto para dar suporte aos

investimentos em conhecimento como em comunicação. Observado Aaker (1998)

que, em muitos casos, a principal função do nome consiste em criar associações

18

que descrevem a marca, ou seja, o que ela é e o que faz. Acrescenta-se que o

nome, uma vez estabelecido, pode exercer papel de proteção contra novos

lançamentos.

Em alguns casos, é conferido pouco valor para a tarefa de criação do nome

em detrimento a outras partes dos programas de marketing. O nome se caracteriza

por ser mais permanente do que outros elementos como embalagem, preço ou tema

de campanha. Por esse fato, é conveniente utilizar um processo sistemático e

objetivo a fim de gerar alternativas para o nome.

Com o objetivo de iniciar o processo de gerar alternativas de nomes, Aaker

(1998) afirma que o primeiro passo a ser dado é determinar quais palavras

descreverão as associações que seriam úteis para a marca. Assim que seja

confeccionada uma lista de associações, esta pode ser expandida por meio de uma

pesquisa. Os participantes de tal pesquisa – elementos do público-alvo – respondem

o que vem em suas mentes quando as palavras da lista inicial forem projetadas em

uma tela ou lidas. Assim, gera-se um novo conjunto de associações, aumentando a

gama de alternativas. Tal pesquisa serve também para avaliar os nomes-candidatos

ao indicar se as associações provocadas são positivas ou negativas, convenientes

às estratégias da empresa ou não.

A metáfora constitui uma importante fonte de nomes. Ela se caracteriza por

ser uma palavra ou frase que denota um conceito no lugar do outro, sugerindo uma

semelhança entre eles, explica Aacker (1998). Ela expõe de forma compacta uma

idéia complexa.

Os morfemas também são usados como blocos de construção de nomes.

“Morfemas são conjuntos de cerca de seis mil fragmentos de nomes capazes de

estimular imagens mentais, embora sem qualquer significado próprio (AACKER,

1998, p. 199).”

Exemplos de morfemas mencionados por Aacker (1998) são: Acura

(derivação de acurado), Sentra (de sentinela), Geo (de geografia, global ou mundial)

e Compaq (derivação de computador + de compacto). Entretanto, ao optar por um

nome que comunique de forma clara a associação com a classe do produto, a marca

encontrará óbvias dificuldades, caso decida expandir sua atuação para outras

classes de produtos.

Também fragmentos de palavras ou letras podem exercer grande influência

nas associações. É citado por Aacker (1998) um estudo que mostra que a palavra

19

“mal” era julgada como representando um objeto maior do que aquele sugerido pela

palavra “mil”. Independentemente dos seus significados, os sons provenientes das

palavras podem indicar forma, luminosidade, juventude ou gênero. Sons cortados e

guturais são mais ligados à masculinidade, enquanto os sons de “s”, “c” macios e “f”

fraco são associados à feminilidade.

Em contrapartida à orientação do uso de nomes que estimulem associações

desejadas, existe a teoria do vaso vazio ou do quadro em branco. Trata-se da

escolha por um nome que não tenha qualquer associação. Características do

produto como refinamento, embalagem ou propaganda são os fatores que podem

promover a fixação das associações ao nome escolhido.

A memorização é um aspecto de grande importância do nome da marca.

Apesar da complexidade que permeia o tema, um volume substancial de pesquisas

sobre os consumidores possibilita que se tenha acesso a algum conhecimento em

relação à memória. De uma forma geral, Aacker (1998) expõe que a fixação na

memória será maior quando:

1. O nome for diferente ou incomum o bastante para atrair a atenção e

talvez despertar curiosidade;

2. O nome tiver algo a seu respeito que seja interessante. Algo como uma

rima, aliteração, trocadilho ou humor;

3. O nome despertar um quadro ou imagem mental;

4. O nome tiver significado;

5. O nome gerar alguma emoção;

6. O nome for simples.

Outro ponto que precisa ser devidamente considerado é a análise do nome

em relação à ligação com o símbolo ou slogan. Um nome mais descritivo pode

estimular e dar suporte a símbolos e slogans eficazes, fortificando associações

correlatas. Por outro lado, os menos descritivos têm maiores dificuldades para tal,

comenta Aacker (1998).

Citam-se alguns critérios básicos na concepção do nome da marca, propostos

por Rosa (2004):

1. Facilidade de pronúncia, soletrar e leitura;

2. Ser expressiva, ter reconhecimento;

3. Facilidade de memorização;

4. Adaptável à veiculação em publicidade e propaganda;

20

5. Ausência de vínculo a tempo ou época;

6. Ser adequada para os rótulos ou embalagens do produto;

7. Ser compreensível aos consumidores em geral;

8. Não ter conotação pejorativa ou obscena;

9. Facilidade de pronúncia em outros dialetos.

3.4 Símbolos

Símbolo representa e reflete a personalidade e a cultura da marca, comenta

Tavares (1998). São escolhidos de forma deliberada e objetivam proteger e

promover um produto. Em alguns casos, possuem raízes culturais, vinculando o

produto a um lugar ou hábito específico. Quando a marca ganha posição de

destaque, o uso de um símbolo perde importância, fazendo com que a própria marca

seja uma referência.

O uso de símbolos nas comunicações da marca é uma atitude comentada por

Kotler (1999) que pode auxiliar a empresa a divulgar as suas qualidades. Esse é o

caso quando uma organização contrata uma personalidade famosa para anunciar

seus produtos. Dessa forma, pretende-se a transferência das qualidades pessoais

do contratado para a imagem da marca. Todavia, trata-se de um recurso que, em

geral, é muito dispendioso e não está ao alcance da maioria das empresas.

Quase tudo pode se tornar um símbolo. Aacker (1998) inclui nesses

elementos formas geométricas, embalagens, logos, pessoas, cenas, personagens,

objetos, animais, entre outros.

Um símbolo pode ser elevado ao nível de estratégia de marca em vez de ser delegado às comunicações táticas. Um símbolo forte pode dar coesão e estrutura a uma identidade, tornando muito mais fácil a obtenção de reconhecimento e de lembrança (AAKER, 2000, p. 68).

Uma alternativa menos onerosa é a criação de uma personagem, seja

animada ou estática, mas que atinja o objetivo de ficar gravada na mente do cliente.

Da mesma forma, Kotler (1999) declara que podem ser empregados objetos que

representem os valores da organização.

21

3.4.1 Logomarca ou logotipo

De acordo com Tavares (1998), “logo” é proveniente da palavra grega que é

traduzida como “significado”. E “tipo” significa símbolo ou modelo. Portanto,

logomarca ou logotipo é considerada a síntese mais evidente da identidade de

marketing de uma organização.

Rosa (2004) declara que tal marca é manifestada graficamente, sejam por

meios de desenhos abstratos, não abstratos ou até mesmo caracteres adornados de

forma distintiva.

O logotipo é, geralmente, a imagem gráfica mais visível e central de uma

marca, afirma Aaker (2000). Nessa representação gráfica, de acordo com as

dimensões primárias de logotipo, a cor, o layout e o tamanho/estilo dos caracteres, é

possível fazer uma declaração sobre a marca, seu contexto e seu relacionamento

com outras possíveis marcas do portfólio da empresa.

3.4.2 Cores

O fato de uma marca utilizar constantemente a mesma cor, ou combinação

delas, ajuda no reconhecimento da marca, propõe Kotler (1999).

“A cada instância, a associação de cores permite a identificação e o despertar

de imagens e emoções específicas”, como afirma Gobé (2002, p.126). Sempre que

se deseja criar marcas que provoquem emoção é preciso levar em conta os efeitos

que as cores terão na marca. Para isso, Gobé (2002) sugere que não seja apenas

considerada a beleza, continuidade e vivacidade como elementos que compõe a

marca.

As cores, suas matizes, os tons, a saturação e a luminosidade influenciam

psicologicamente o ser humano. Barros (2006) afirma que, no momento que nosso

órgão visual tem contato com a luz, ele identifica as cores e a sensação visual da cor

é o proveniente de vários fatores, entre eles, estão as compensações dos contrastes

que já acontecem na retina até as suas relações com as formas e com as nossas

associações psicológicas.

22

A escolha da cor deve ser uma preocupação primária. Martins (1997)

esclarece que a cor adequadamente empregada reflete sobre a imagem que

acompanha a marca ou, até mesmo, sobre a imagem pretendida no mercado. A

escolha das cores influencia as escolhas dos consumidores. Tanto que, ao existir

uma primorosa combinação entre desenho e cor, aliado a um bom trabalho de

comunicação, é possível reconhecer a marca sem mesmo que exista qualquer

palavra para identificação.

Tendo como base inúmeros casos práticos bem sucedidos, apresenta-se, a

seguir, uma relação elementar de cores e suas aplicações. Salienta-se que essa lista

tem como função apenas sugerir uma tendência a ser empregada, sempre primando

pela harmonia nas combinações de cores seja em papel ou fachada:

• Leite: Azul escuro, amarelo claro, branco e toque de vermelho;

• Café: Marrom, ouro;

• Chocolate: Marrom, amarelo;

• Gordura Vegetal: Amarelo e verde claro;

• Carne: Vermelho e branco;

• Doces em geral: Vermelho, laranja;

• Biscoitos: Amarelo, marrom claro;

• Frutas: Tons de laranja, azul e fundo branco;

• Detergentes: Rosa e azul turquesa;

• Ceras: Tons de marrom;

• Dentifrícios: Azul e branco;

• Cosméticos: Rosa ou azul pastel;

• Perfumes: Violeta, lilás;

• Desodorantes: Azul, verde e branco;

• Desodorante íntimo: Tons de lilás;

• Inseticidas: Amarelo e preto;

• Desinfetantes: Azul ultramarinho, verde e branco;

• Cigarros: Vermelho e branco;

• Açúcar: Branco, verde e toque de vermelho;

• Massas: Amarelo-ouro, vermelho, branco, toque de azul;

• Iogurte: Branco e azul;

• Cerveja: Dourado, branco e vermelho.

23

• Serviços: Tons escuros de azul, vermelho, marrom ou verde com fundo

branco.

De acordo com Gobé (2002), as cores desencadeiam rápidas respostas no

sistema nervoso central e no córtex cerebral. Elas ativam os pensamentos, a

memória e outras percepções.

Cores escolhidas adequadamente definem o logotipo, os produtos, o arranjo das vitrines, etc., impressionando favoravelmente a marca na memória dos consumidores e promovendo uma melhor compreensão do que a marca representa. Uma seleção pobre de cores confunde os consumidores e, em situações extremas, contribui para o fracasso da marca (GOBÉ, 2002, p. 127).

A busca pelas cores ideais tem como objetivo alcançar associações positivas

e envolventes com os consumidores. Martins (1997) elucida que as cores básicas

trazem consigo certo grau de psicologia. A forma de aplicação, bem como a

tonalidade, objetiva uma comunicação subjetiva com os consumidores. Segue um

sucinto guia para nortear essa espécie de comunicação:

• Branco: Sugere pureza, simplicidade e otimismo. Não havendo

caracteres, surge a impressão de vazio e infinito. Refrescante e desinfetante,

principalmente quando empregado junto com o azul.

• Preto: Caracteriza o impenetrável. É uma cor que não transmite

sentimento, mas tem relação com a nobreza, distinção e elegância, caso se

apresente brilhante.

• Cinza: Não tendo a mesma característica passiva do preto e também

não apresentando todas as possibilidades do branco, o cinza exprime estado de

alma duvidoso e neutro, provocando monotonia e desânimo. Já, Gobé (2002)

associa o cinza ao profissionalismo, seriedade e anonimato.

• Rosa: Romântico, doce e até mesmo tímido. Tem vitalidade fraca.

Transmite idéia de feminilidade e afeição. Sugere intimidade.

• Azul: Transmite calma profunda, interior e diferente do verde. Preferida

por pessoas adultas e remete às lembranças da infância. O azul-escuro leva até o

infinito. O claro traz impressão de frescor e higiene, sobretudo quando unido ao

branco. O turquesa tem grande força. Gobé (2002, p.127) afirma que “o azul pálido

implica calma”, e o “azul marinho simboliza a fidelidade”.

• Vermelho: Expressa virilidade, força, dinamismo e alegria de viver.

Pode ser exaltante e até chegar a ser enervante. Transmite severidade, dignidade,

24

benevolência e charme. Os tons mais claros têm relação com a juventude e o

fantasioso. Enquanto, ao contrário, quanto mais escuros são os tons, mais graves,

profundos e psíquicos se tornam. Segundo Gobé (2002, p.127), “o vermelho é a cor

de maior estímulo, atraindo o olhar mais rapidamente que as outras cores”.

• Verde: É a cor que mais traduz calma e tranqüilidade. Não possui

elementos como alegria, tristeza ou paixão. É a cor da esperança também.

Carregado de amarelo, ganha força ativa, ensolarada. Caso o azul prevaleça,

adquire seriedade e cheio de reflexões. Os tons mais escuros aumentam a calma

como característica, enquanto os tons mais claros acentuam a indiferença.

• Laranja: Exalta a irradiação e expansão muito mais que o vermelho. É

acolhedor, quente e íntimo.

• Amarelo: Vistosa, luminosa e gritante. Não transmite profundidade,

contrário do azul. É uma cor ativa, porém, quando esverdeada, assume tom doente.

Acompanhada com o vermelho, alegra o olhar, evocando sentimento de alegria e

satisfação. De acordo com Gobé (2002), o amarelo atrai a atenção com facilidade.

• Marrom: É a cor mais realista, trazendo impressão de compacidade e

utilidade. Quando não brutal ou vulgar, encarna a vida sã e o trabalho cotidiano.

Quanto mais sombrio, mais adquire características de preto.

• Violeta: Meditativa, misteriosa, triste, melancólica e cheia de dignidade.

Ao passar por lilás, clareia-se, tornando-se mágica e mística.

• Pastel: Caracteriza-se por abrandar, tornar mais afável as cores das

quais se origina. São característicos da esfera íntima.

3.4.3 Slogans

Tavares (1998, p. 29) expõe que “slogans são vocalizações (vocare).

Representando vocatio, a chamada ou vocalização da marca. São frases ou

sentenças usadas repetidamente na propaganda de uma empresa, produto ou

serviço.”

Várias empresas se utilizam de slogans em todos os anúncios que

apresentam sua marca. Esses slogans podem ter excelentes efeitos no

25

estabelecimento da imagem da marca, propiciando associações adicionais. Porém,

Kotler (1999) salienta que nem sempre é simples estabelecê-lo.

O slogan tem a capacidade de retirar certas ambigüidades entre o nome e o

símbolo. Aacker (1998) comenta que algumas empresas têm uma imagem confusa

ou geram associações diferentes, contudo o slogan ajuda a definir esses pontos.

Ao provocar as associações pretendidas pelos gestores, o slogan pode gerar

valor próprio. Ou então, o slogan pode exercer papel que reforce o nome e o

símbolo, por vezes, repetindo o nome na sentença ou fazendo algum tipo de

trocadilho. Aacker (1998) atribui o sucesso dos slogans eficazes às seguintes

características: Ser específico, direto ao ponto e memorizável por ser interessante,

relevante, engraçado, atraente ou qualquer outro motivo.

3.5 Marca registrada

Conforme Tavares (1998), uma marca registrada representa o direito de o

proprietário usar ou conceder seu uso a um ou mais bens e serviços aos quais a

marca é adequada. “A marca pode ser requerida em nome de uma pessoa física

(geralmente profissionais liderais) ou jurídica” (ROSA, 2004, p.55).

O artigo 5º da Lei 9.279/96, citado por Rosa (2004), estabelece que as

marcas são consideradas Bens Móveis para todos efeitos legais. Porém, Martins

(1997) comenta que a marca e o nome necessitam estar legalmente registrados para

que eles sejam considerados patrimônio.

O registro legal viabiliza os investimentos realizados para construção de uma

marca forte, evitando que a mesma seja utilizada por terceiros sem a devida

autorização. Martins (1997) observa que existe a crença por parte de muitos

empreendedores que o cuidado com a realização do registro seja útil apenas para

empresas de maior porte, evidenciando assim a falta de informação a respeito dos

benefícios que tal ação traz.

O início do processo de registro se dá na pesquisa das marcas já existentes

na categoria em que a empresa está inseria ou que pretende atuar. Após a definição

da marca e categoria, deve ser executada a busca do nome e símbolo junto ao

Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

26

Las Casas (2002) resume os passos para a proteção legal da seguinte forma:

1ª. Fase: criação e elaboração da idéia;

2ª. Fase: busca para assegurar que não exista outra marca igual ou

semelhante na mesma classe;

3ª. Fase: depósito, nesta fase, o pedido é apresentado formalmente junto ao

INPI, acompanhado dos documentos necessários requeridos;

4ª. Fase: momento em que o INPI publica o resultado de viabilidade.

Terceiros têm o direito de se manifestar em oposição caso sintam-se prejudicados.

5ª. Fase: definição, quando o pedido de registro é deferido ou indeferido.

Após a publicação de deferimento, abre-se prazo para que terceiros possam

apresentar eventuais recursos;

6ª. Fase: após todas as etapas, o certificado é expedido mediante pagamento

das taxas pelo titular. O não pagamento implica o arquivamento do processo. O

registro tem validade para 10 anos a partir da data de expedição do certificado,

podendo ser renovado por prazos iguais e sucessivos.

3.6 Grifes

Tavares (1998) expõe que as grifes são assinaturas concebidas para serem

usadas como marca. Passa-se a idéia de produtos provenientes de trabalho

artesanal, manual. Produtos embebidos por características que buscam refletir a

personalidade e valores do criador. Artigos exclusivos e ligados com a idéia de arte.

Por vezes, o termo grife é empregado ao mencionar marcas luxuosas, porém

essa não é uma premissa, como declara Tavares (1998). “A marca de luxo, mais do

que as outras marcas, é testemunha de um projeto interior. Ela não é a resposta a

uma demanda, mas a expressão de uma vontade criadora”, explica Kapferer (2003,

p. 71).

Comparando as diferenças entre marca e grife, Kapferer (2003) comenta que

elas devem ser diferenciadas pelo seu território e seu funcionamento. O direito não

deixa claras muitas diferenças entre as duas, explicitando que a grife é uma imagem

fixa de uma assinatura, petrificada para fazer a função de marca. A etimologia da

palavra grife tem relação com o termo francês graphie (grafia), o que remete à mão

27

humana. A grife tem ligação com a arte, a exclusividade, criação pura, instinto.

Marcas como Dupont, Montblanc, Boss ou Armani não podem ser consideradas

grifes. Elas não têm seu foco fixado na obra individual, e sim na produção em série.

Evidentemente que são limitadas e não estão ao alcance de todos, todavia seu

modo de produção não é baseado no instinto, mas na racionalização dos métodos.

“Um ateliê pode industrializar-se, passar para série e depois para grandes volumes.

Jamais foi visto o inverso” (KPAFERER, 2003, p. 74).

Quadro 2 : Posicionamento da grife na relação aura / dinheiro Fonte : Kapferer (2003, p.75)

3.7 Marca de certificação ou selos de qualidade

Tavares (1998) define selo de qualidade como uma marca elaborada por

instituições, produtores ou autoridades públicas a fim de atestar que determinado

produto está em conformidade com um conjunto de características estabelecidas.

Pode constituir um diferencial importante, no entanto não necessariamente contribui

de forma definitiva para a construção de uma marca, proporcionando à empresa a

chance de resolver adotar ou não determinado selo.

O uso de selos ou certificados é proveniente da preocupação pela proteção

ou promoção. Kapferer (2003, p. 54) comenta que “algumas marcas vêem nos selos

um trampolim útil e necessário. Elas trabalham para promover um símbolo de

qualidade que terá conseqüências sobre alguns de seus produtos”.

28

3.8 Marca prototípica

Conforme Tavares (1998), a marca prototípica, por vezes, é utilizada como

referência para descrever determinado produto. A própria marca se torna sinônimo

do nome da categoria do produto, ou seja, o nome da marca é confundido com o

nome do produto. Kapferer (2003, p. 265) comenta que, “em certos mercados, uma

marca encarna a categoria de produto. Ela é seu protótipo”. Em quase a totalidade

dos casos da ocorrência dessa categoria de marca, trata-se da mais antiga ou que

maiores volumes de investimentos recebeu na sua classe.

Geralmente, marcas desse tipo desencadeiam reações emocionais dos

consumidores, em decorrência de experiências anteriores com a marca, explicita

Tavares (1998). É prudente que essas reações sejam levadas em conta quando se

pretende lançar marcas novas no mercado, pois uma marca prototípica é a

referência mais presente.

3.9 Marca descritiva

Tavares (1998) menciona que as marcas descritivas são as que procuram

descrever características, classe ou função do produto. Por vezes, são anexadas a

marcas nominais e, assim, correm menores riscos de perderem o foco principal.

Marcas descritivas são fortemente ligadas ao produto.

De acordo com Rosa (2004), as marcas descritivas possuem dificuldades de

se distinguir das demais e são mais propensas a enfrentarem dificuldades no

momento do registro.

Na maioria dos casos, os fabricantes gostariam que o nome da marca fosse a

descrição de qual produto será comercializado com a assinatura da marca. Kapferer

(2003) adverte que esse tipo de comportamento reflete a má compreensão do

conceito de marca e qual a vocação do nome de marca. A função da marca não é

descrever o produto, mas distingui-lo.

Escolher um nome descritivo é também deixar de explorar as possibilidades da comunicação global. As qualidades e

29

características do produto serão conhecidas de seu público-alvo graças à publicidade, aos vendedores, ao marketing direto, aos artigos das revistas especializadas, aos estudos comparativos dos movimentos de consumidores. Seria desgastante pedir ao nome para ser redundante junto com todos esses vetores de melhor desempenho e mais completos. É preciso, em vez disso, explorar o nome para exibir um sentido suplementar, o ‘espírito da marca’ (KAPFERER, 2003, p. 128).

3.10 O valor da marca

Tavares (1998) expõe que, por meio da marca, a empresa promete ao

consumidor maior valor ao adquirir um produto ou serviço em relação ao

normalmente praticado pelo mercado. Ao fazê-lo de forma constante e permanente,

existe a tendência de ser mais lembrada, criando uma relativa proteção e

fortalecimento às ações da concorrência.

Ao investir na construção de uma marca, espera-se aumentar a lucratividade,

tornando determinados produtos uma referência no mercado, ao invés de ter papel

de commodities, relata Martins (1999). Ao contrário de adotar uma política de

margens de lucro reduzidas, espera-se que a valorização da marca traga consigo

valores aspiracionais específicos, aumentando o modo com que o consumidor

percebe o valor embutido na marca. Ao adquirir uma imagem envolvente, a marca

gera níveis de lucratividade muito acima da média de mercado, pois consegue

satisfazer as aspirações emocionais e racionais do indivíduo.

De acordo com Rosa (2004), existem quatro fatores que podem mensurar o

valor de uma marca: lealdade, reconhecimento, qualidade percebida e o conjunto de

associações feitas a partir da marca.

3.10.1 Brand equity

Brand equity é a totalidade de ativos e passivos relacionados à marca, afirma

Aacker (1998). Podem agregar ou subtrair valor proporcionado por um produto ou

30

serviço. Ao trocar o nome ou símbolo, determinados ativos e passivos relativos ao

brand equity poderão ser afetados, ou, até mesmo, perdidos.

O brand equity baseia-se em diferentes ativos e passivos dependendo do

contexto em que o produto está inserido, todavia Aacker (1998) divide os mesmos

nas seguintes categorias: lealdade à marca, conhecimento do nome, qualidade

percebida, associações à marca em acréscimo à qualidade percebida e outros ativos

do proprietário da marca (patentes, trademarks, relações com os canais de

distribuição, etc).

Existem divergências na conceituação do termo brand equity. São usados três

sentidos distintos, argumenta Jones (2004). Sejam eles:

1. Representa a soma do valor de uma marca na condição de patrimônio

separável – no momento que ela pode ser negociada e que faz parte do balanço da

empresa.

2. Indica o quão forte é a ligação do consumidor com determinada marca.

3. Descreve as associações e crenças assimiladas pelos consumidores

quando se trata de determinada marca.

Os três sentidos acima de brand equity podem ser chamados de estimativa de

valor de marca, fidelidade à marca e imagem da marca, respectivamente. Os dois

últimos são chamados, por vezes, de consumer brand equity para distingui-los do

conceito original.

Brand equity é uma expressão de muito interesse e recorrência para a comunidade do marketing moderno, mas freqüentemente também é usada de forma imprecisa. Muitos consideram equity sinônimo de imagem, caráter ou personalidade. Na verdade, equity no contexto de marca é essencialmente um conceito financeiro. É a riqueza em dólares de um produto ou serviço além de seus custos físicos, a qual é gerada devido ao impacto do seu branding (NUNES apud KOTLER, 1999, p. 82).

3.11 Identidade de marca

Devido a sua complexidade, a identidade é algo impossível de se representar

por inteiro através de um simples indicador. Tavares (1998) explica que ela é

constituída por muitos componentes e, por vezes, contraditórios entre si. A

31

identidade é vista como algo pessoal, intransferível e expressa nossas

características particulares. A nossa identidade pessoal serve para estabelecer

direção, propósito e significados.

Derivado do latim idem e identitas, “identidade” é um termo que significa “o

mesmo”. Entitas denota entidade. Ou seja, identidade pode significar “a mesma

identidade”.

A identidade de marca pode ser definida como um conjunto único de características de marca que a empresa procura criar e manter. É nessas características que a empresa se apóia e se orienta para satisfazer consumidores e membros da empresa e da sociedade (TAVARES, 1998, p. 75).

A identidade de uma marca forte é rica e clara. Aacker (2000, p. 54) afirma

que “a identidade de marca representa aquilo que a organização deseja que sua

marca signifique”. Ela representa um conjunto de associações que, por sua vez,

expõe a promessa que os membros de uma organização fazem aos seus clientes.

Em geral, a identidade de marca é formada em congruência com os produtos

iniciais e através de ações deliberadas, comenta Tavares (1998). A construção de

uma identidade deve ser realizada sob orientação de alguns elementos que vão lhe

firmar substância:

- Essência: Relativo ao que é básico ou essencial na organização;

- Permanência: Propicia sua manutenção no decorrer do tempo;

- Singularidade: Reflete o que é único, próprio ou original da organização;

- Unicidade: Refere-se à coerência e ao sentido da organização em seu

contexto de atuação.

É mais recomendável que a identidade da marca contenha características da

organização, bem como objetivos básicos, valores e estratégias do que apenas focá-

la em características vinculadas ao produto, recomenda Tavares (1998). Outro ponto

importante é observar o risco que representa ligar a marca a características que a

sociedade pode abandonar. “A identidade da marca precisa ser ampla, e não

estreita, estratégica, e não tática, envolver ações com impacto interno e externo.

Deve procurar estabelecer um consenso sobre o seu caráter, seus valores, sua

missão e seu programa” (TAVARES, 1998, p. 77).

Partindo de quatro perguntas, Kapferer (2003) propõe uma prática analítica

para evidenciar as características que difere a marca em relação à concorrência e

servem para motivar seu público. Dessa forma, as respostas a essas perguntas têm

32

função de auxiliar a definição de identidade da marca por meio dos limites do seu

posicionamento:

- A marca por quê? Representa a direção da promessa. Exemplo: a Le Chat

respeita o meio ambiente, ou ainda, a Twix mata a fome.

- A marca para quem? É voltado para o objetivo. Exemplo: por muito tempo a

Schweppes foi a bebida para pessoas refinadas, ao passo que a Coca-Cola é o

refrigerante para adolescentes.

- A marca para quando? É o ângulo que foca a ocasião para o consumo ou

uso. Exemplo: o J&B é o uísque para ser servido à noite.

- A marca contra quem? Este questionamento visa definir o(s) concorrente(s)

prioritário(s). Exemplo: A vodca Absolut é concorrente do uísque.

Quadro 3 : A identidade da marca Fonte : Kapferer (2003, p. 88)

3.12 Posicionamento da marca

No entendimento de Kotler (1999), nenhuma empresa pode ser boa em tudo,

pois é necessário priorizar certas áreas onde receberão maiores investimentos.

Dessa forma, quando uma organização escolhe ser boa em algo, a possibilidade de

ser boa em outra coisa fica reduzida. Para tal, são propostas três amplas

alternativas: diferenciar produtos, ser líder em preço baixo ou atender a um nicho.

A posição de competitividade pode ser atingida a partir de uma marca bem-

posicionada, suportada por consolidadas associações, comenta Aacker (1998).

33

A ‘posição de uma marca’ realmente reflete como as pessoas percebem a marca. Contudo, ‘o posicionamento’, ou uma ‘estratégia de posicionamento’, pode ser usado também para refletir como uma empresa está procurando ser percebida (AACKER, 1998, p.115).

Partindo da definição de posicionamento da empresa junto ao mercado, a

empresa precisa estabelecer sua política de marca, ou seja, a maneira com que a

mesma será trabalhada na mente dos consumidores. Rosa (2004) divide em duas as

alternativas de política:

1. Trading-up: nessa circunstância, a marca é posicionada com um conceito

de valor superior, concebida para ser considerada top de linha. É o caso em que a

organização almeja figurar em um segmento nobre do mercado. Desde seu

lançamento, deve-se ter a preocupação em transmitir uma imagem diferenciada, de

prestígio, de alto padrão.

2. Trading-down: nesse caso, a marca é introduzida no mercado com conceito

de simplicidade, buscando fazer parte de uma faixa menos nobre de mercado.

Busca-se, assim, obter maior volume de vendas por ter a preferência de um número

maior de consumidores. É viável a uma marca tradicional, que tenha outro

posicionamento, a criação de uma segunda marca, porém com enfoque popular, não

comprometendo o mercado distinto já estabelecido.

Kotler (1999) salienta que as empresas precisam se aprofundar e não

estabelecerem apenas definições do posicionamento amplo. É necessário

apresentar ao mercado um benefício ou uma razão concreta para a compra.

Diversas organizações mostram posicionamentos específicos com apenas um único

benefício central. Seguem as possibilidades:

- A melhor qualidade;

- O melhor desempenho;

- A maior confiabilidade;

- A maior durabilidade;

- A maior segurança;

- A maior velocidade;

- O melhor valor pelo preço pago;

- O menor preço;

- O maior prestígio;

- O melhor estilo ou projeto;

- A maior facilidade de uso;

34

- A maior conveniência.

Ao buscar o posicionamento específico, a empresa precisa levar em conta as

fontes a seguir:

- Posicionamento por atributo: Em geral, por não proclamar benefício nenhum,

é a mais fraca das escolhas. Exemplo: Um hotel afirmar que é o mais alto da cidade

ou uma fabricante de cerveja se descrever como a mais antiga.

- Posicionamento por benefício: Os profissionais de marketing costumam

trabalhar basicamente com essa categoria de posicionamento. Exemplo: A Volvo

alega que seus carros são os mais seguros.

- Posicionamento por uso/aplicação: A marca oferece um produto como o

melhor para um fim específico. Exemplo: A Nike exalta um de seus tênis como o

melhor para jogar basquete.

- Posicionamento por usuário: O produto é o melhor para um determinado

grupo de usuários: Exemplo: A Apple afirma que seus computadores e softwares são

os melhores para designers gráficos.

- Posicionamento contra concorrentes: O produto se diz melhor ou diferente

em relação a seus concorrentes. Exemplo: A Avis explicita que “se empenha mais”.

Dessa forma, fica subentendido que a empresa está se comparando a Hertz, sua

concorrente.

- Posicionamento por categoria: A empresa afirma ser a líder em uma

categoria específica. Exemplo: Kodak em relação a filme, Xerox pelas máquinas de

fotocópias.

- Posicionamento por preço/qualidade: O produto se coloca em determinado

patamar de qualidade e preço. Exemplo: O perfume Chanel n.5 é posicionado como

um produto de alta qualidade e preço alto.

Ao se mencionar os erros que as empresas devem evitar ao posicionar suas

marcas, Kotler (1999) lista os seguintes:

- Subposicionamento: Quando não é apresentada uma forte razão para

comprar a marca.

- Superposicionamento: É o caso em que se adota um posicionamento tão

restrito e específico ao ponto de clientes potenciais não se atentarem à marca.

- Posicionamento confuso: Quando ocorre contradição entre os benefícios

exaltados.

35

- Posicionamento irrelevante: Alegação de benefícios que não têm valor para

a maioria dos clientes potenciais.

- Posicionamento duvidoso: Divulgar benefícios que as pessoas duvidem que

a empresa possa oferecer de fato.

3.13 Associações de marca

Aacker (1998) conceitua associação de marca como algo que tem ligação a

uma imagem na memória. Essas associações têm grau de força, ou seja, quando a

ligação de uma marca for baseada em diversas experiências ou exposições a

comunicações, as associações serão fortes. Também serão fortes quando houver

apoio de uma rede de outras associações.

Por meio das associações, é possível que uma marca seja construída ou

destruída. Tavares (1998) classifica as associações da marca em duas categorias

principais: primárias e secundárias.

As associações primárias estão diretamente ligadas ao desempenho, uso ou

qualidades que caracterizam o produto como durabilidade, rapidez, potência, sabor

e cheiro. São associações que decorrem, na maioria das vezes, do desempenho

apresentado pelo produto no uso ou consumo. De acordo com Tavares (1998, p.

104), “uma marca associada a um benefício funcional ou que proporciona

associações primárias não pode ser amplamente estendida sem o risco de ser

enfraquecida”.

Geram-se as associações secundárias a partir das associações primárias,

mas não estão diretamente ligadas ao desempenho do produto. São criadas por

informações que chegam ao consumidor por meio da empresa ou outra fonte.

Tavares (1998, p. 104) afirma que “o tipo e força da interferência dependem da

percepção da correlação entre atributos e benefícios pelos consumidores”. Uma

exemplificação é dada quando determinado artigo indica ao consumidor que o

produto lhe propicia status social e prestígio em razão do valor elevado. As

associações secundárias podem ser relacionadas aos seguintes itens:

- Empresa: O consumidor visualiza os atributos organizacionais, que tendem

a ser mais duradouros e resistentes aos ataques da concorrência. Em geral, esses

36

atributos são empregados para um leque muito amplo de produtos. Possibilitam à

marca associações secundárias como reputação e credibilidade.

- Origem: Quando a marca é associada a cidades, regiões ou até mesmo

instituições, ela pode perder ou ganhar força. Em determinados países, existe uma

cultura e fama internacional de sua excelência na fabricação de produtos em

determinado setor. Algumas marcas utilizam sua origem para gerar associações. “Os

estereótipos nacionais e culturais influenciam as percepções e avaliações”, afirma

Tavares (1998, p. 105). O contrário também é verdadeiro. Os produtos vindos do

Paraguai, por exemplo, são encarados por muitos com desconfiança, evidenciando

assim as possibilidades de existir associações negativas.

- Canais de distribuição: A marca pode estar associada aos canais de

distribuição adotados pela organização. Dependendo do canal, pode-se reconhecer

uma imagem de prestígio, possibilidade de barganha, entre outras. Tavares (1998, p.

105) comenta que “o consumidor pode formar a imagem da marca a partir da forma

de sua disposição no varejo”. O sortimento, as políticas de preço, a qualidade do

serviço, a localização, a aparência, o conteúdo das campanhas de comunicação e

de promoção, entre outros são características que induzem o julgamento do

consumidor.

- Celebridade ou porta-voz: Quando a marca é mostrada através de

celebridades, as associações que são buscadas têm sua base na idealização do que

as pessoas gostariam de ser. Essa categoria pode ser exemplificada por estrelas da

televisão, estrelas do rock, empresários de sucesso, ídolos esportivos, entre outros.

Tais celebridades devem ter alguma característica ou atributo que as vincule à

marca.

Além de celebridade, pode se considerar ainda dois principais tipos característicos, representativos de grupo de referência: o expert e o ‘homem comum’. O uso de ambos está condicionado ao tipo de produto, tipo de usuário, contexto de uso e o que se pretende com a comunicação (TAVARES, 1998, p. 106).

37

3.14 Consumidores / Fidelidade

Martins (1997, p.113) ressalta que “os consumidores devem ser devidamente

convencidos de que a marca escolhida representa a solução de problemas ou

necessidades, sejam elas tangíveis ou intangíveis”. Ter consumidores fiéis a sua

marca é o grande sonho de toda empresa. Essa conquista está intimamente ligada

ao grau de atenção que é dispensada no desenvolvimento e acompanhamento do

desempenho da marca. Todavia, o principal fator na formação de clientes fiéis é a

satisfação obtida pela experiência de uso, pondera Rosa (2004), classificando os

níveis de fidelidade da seguinte forma:

1. Comprador sem lealdade: Compra por conveniência. Decide pelo preço ou

outras vantagens independentemente de marca.

2. Comprador habitual: Não muda de marca se não houver motivo. Porém,

são vulneráveis. Mudam quando o concorrente oferece algo a mais ou alguma

diferenciação.

3. Comprador satisfeito: Só troca de marca se as vantagens que isso lhe

trará compensarem o risco. Essa categoria percebe que existe o risco de ficar

insatisfeito em uma eventual troca.

4. Comprador que aprecia a marca: Tem preferência por determinada marca,

faz distinção das demais e só trocará de marca na falta ou impossibilidade de

comprá-la.

5. Comprador comprometido: Apenas compra determinada marca, na qual

deposita total confiança. Rejeita todas as demais. Propaga as qualidades e

recomenda sua marca de preferência sempre que possível.

De acordo com Martins (1997), uma redução na faixa de 5% do número de

consumidores que são perdidos para a concorrência pode significar um aumento no

faturamento entre 25 e 85%. Isso não se dá apenas pelo fato de conseguir manter

esse percentual de consumidores, mas principalmente pela economia gerada nos

investimentos que são destinados a buscar novos consumidores, despesa com

pessoal, mídia, ajuste de preços, promoção, campanhas, entre outros.

Para medir a lealdade à marca, Aacker (1998) considera útil analisar diversos

caminhos de medição, pois proporciona uma visão adicional em seu escopo e suas

nuances, além de representar uma ferramenta de conexão com a lucratividade.

38

Uma forma direta de medir a lealdade é analisar o comportamento real,

observando:

- Taxas de recompra: Qual percentual de clientes escolhe a mesma marca na

próxima compra?

- Percentual de compras: Das cinco últimas compras, quantas vezes o

consumidor escolheu cada marca?

- Número de marcas compradas: Qual o percentual de clientes que comprou

uma, duas ou três marcas diferentes?

A lealdade tem grande variação dependendo da classe do produto, número

de marcas disponíveis e da natureza. No entanto, Aacker (1998) faz ressalvas em

relação aos dados de comportamento: Eles são objetivos, todavia apresentam

limitações. Podem se tornar inconvenientes, dispendiosos e não apresentarem um

rico diagnóstico a respeito do futuro. Existem outros caminhos de medição que são

baseados nos conceitos abaixo:

- Custo de Mudança: É valor que o cliente precisará investir caso opte em

trocar de marca.

- Medição de Satisfação: Desde que feito de forma sensata e representativa é

um diagnóstico de grande importância. Tão importante quanto essa medida consiste

em detectar os pontos de insatisfação.

- Gosto pela Marca: Envolve sentimentos de simpatia, respeito, admiração,

amizade, confiança, apreciação ou afeto pela marca. Difícil de ser medido, mas de

importante valor na proteção sobre as investidas dos concorrentes. Pode ser medido

no questionamento sobre até qual o valor adicional em relação aos concorrentes que

o cliente está disposto a pagar para ter sua marca preferida.

- Nível de Comprometimento: É mais facilmente detectado nas marcas fortes

e consolidadas. O principal indicador consiste na quantidade de interação e

comunicação em torno do produto. É medido pelo quanto o consumidor conversa

sobre o produto, recomenda, divulga e incorpora à sua personalidade ou estilo.

39

4 MÉTODO

Tendo como base Roesch (1996), a metodologia utilizada neste trabalho de

pesquisa contém o delineamento do estágio, apresentando o tipo de pesquisa e a

abordagem, as formas de coleta de dados empregadas e, por fim, a análise dos

dados.

4.1 Delineamento do Trabalho

Classifica-se a abordagem adotada neste estudo como qualitativa. Conforme

Roesch (1996), a pesquisa qualitativa é apropriada para pesquisas em fase

exploratória. Em pequenas empresas, onde as mudanças, na sua maioria, são

também de pequeno porte, as técnicas de análise qualitativa podem ser usadas

como um estudo-piloto. Posteriormente, ao se adquirir conhecimento e realizar uma

intervenção bem-sucedida, a mudança poderá ser empregada em escalas mais

abrangentes.

O tipo de trabalho empregado é denominado como avaliação formativa, pois

tem como propósito melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou processos, afirma Roesch

(1996). Na maior parte dos casos, para a utilização desse tipo de projeto, é

necessário um diagnóstico do sistema atual, bem como sugestões para a sua

reformulação.

[...] Por isso requer certa familiaridade com o sistema e, idealmente, a possibilidade de implementar as mudanças sugeridas e observar seus efeitos. É um dos tipos mais escolhidos pelos alunos que trabalham e identificam problemas ou oportunidades de melhoria em sua organização (ROESCH, 1996, p. 67).

O estudo também é enquadrado na classificação de pesquisa bibliográfica, ou

de fontes secundárias. Segundo Lakatos (1992), essa técnica caracteriza-se pela

utilização de bibliografia já publicada, seja em forma livros, revistas, publicações

avulsas, imprensa escrita, entre outras. Tem com objetivo apresentar ao pesquisador

o conteúdo existente sobre um assunto específico, possibilitando ao estudante “o

40

reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações”

(TRUJILLO, 1974, p. 230 apud LAKATOS, 1992).

4.2 Coleta de dados

A técnica de coleta de dados adotada foi a observação participante, sendo

empregada de forma aberta. Essa técnica ocorre “quando o pesquisador tem

permissão para observar, entrevistar e participar no ambiente de trabalho em

estudo” (ROESCH, 1996, p. 152).

Os dados obtidos não foram criados pelo pesquisador, mas sim extraídos de

livros, Internet e publicações em geral. Aliando esse fator ao conhecimento da

organização por parte do acadêmico, foi possibilitado o aprofundamento dos

conhecimentos relativos ao tema.

4.3 Análise de dados

No presente estudo, foi empregada a técnica de análise de conteúdo citada

por Roesch (1996) e, quando por meio de observação, permite ao pesquisador uma

análise com profundidade e detalhamento dos eventos.

A validade da pesquisa depende da habilidade, competência e seriedade do pesquisador. Assim, pode-se dizer que a pessoa do pesquisador é o instrumento de pesquisa, no caso da observação (ROESCH, 1996, p. 157).

Geralmente, a apresentação da informação colhida pelo pesquisador é feita

através de textos, afirma Roesch (1996). Esse método procura classificar palavras,

frases ou até mesmo parágrafos em categorias de conteúdo, sejam elas: o nome

Soffye, a cor laranja e o desenho do gato. A análise é feita baseada no seguinte

roteiro com objetivo de avaliar o conteúdo:

1. Definição das unidades de análise;

2. Definição das categorias: nome, cor e desenho.

41

3. Codificação dos textos ou parte deles.

4. Apresentação dos dados;

5. Interpretação dos dados.

42

5 A PESQUISA

Com o desenvolvimento deste capítulo, objetiva-se explorar o material

bibliográfico que abrange o nome, a cor e o desenho encontrados no contexto da

marca Soffye. É possibilitada, dessa forma, a obtenção de dados para que seja

executada a análise do conteúdo e, por conseqüência, uma visão mais abrangente

dos compostos de marca em questão.

5.1 O nome: Soffye

Nesta etapa do trabalho, objetiva-se analisar o nome já adotado pela

organização para a marca que estampa o produto chinelo de quarto e correlatos.

Ao determinar o nome Soffye para trabalhar o produto, a empresa utilizou

métodos empíricos, sem que houvesse a busca por qualquer estudo ou orientação

relacionada ao tema. Tendo em vista a importância do nome para o sucesso da

marca e o fato de que já existe uma relativa divulgação do nome Soffye no mercado,

tal avaliação se faz pertinente.

A análise do nome da marca se dará a partir do levantamento das principais

particularidades, características ou informações que têm relação ao nome Soffye.

O nome Soffye contém os sons de “s” e “f” que Aacker (1998) caracteriza

como ligados à feminilidade. Essa associação gera interesse à organização devido

ao posicionamento pretendido pelo produto. O portfólio da empresa é composto por

um percentual muito maior de produtos voltados ao consumidor do sexo feminino do

que ao masculino.

Levando em consideração a proximidade e semelhança da grafia da marca

em questão, Houaiss (2001) apresenta palavras que variam de sofia, que é

proveniente do grego sophia, e significa saber, ciência, sagacidade, habilidade

manual. Ainda se aproximam com o nome da marca Soffye as palavras

“sofisticação” e “sofisma”.

Sof(i/o)- el.comp. antepositivo, do gr. Sophós,ê, ón hábil, particularmente, em técnicas mecânicas; p.ext. hábil na poesia, na

43

adivinhação, na medicina, hábil em alguma atividade; em relação à inteligência ou caráter, sábio, prudente, instruído [...] (HOUAISS, 2001, p. 2598).

“O termo sofisma não significa toda argumentação falsa. Mas, em virtude de

determinado defeito lógico manifestado nas premissas sob a forma de verdadeiro,

conduz a uma conclusão falsa”, conforme consta na Logos (1999). Para Aristóteles,

sofisma é definido como um argumento falacioso que se assemelha a um argumento

válido equivocadamente. De acordo com o filósofo, o sofista é aquele que lucra por

meio de uma sabedoria aparente. Houaiss (2001) credita ao termo sofismar algo que

pretende encobrir a verdade por meio de argumentos falsos, significação ligada a

lograr, iludir ou enganar. As mesmas relações são encontradas na língua espanhola,

em pesquisa em Larousse (1999), visto que as palavras ligadas a sofisma são as

que mais têm proximidade em grafia com a marca Soffye.

Utilizando o mesmo critério, o de aproximação na grafia, Michaelis (1987)

define a palavra soft com os seguintes adjetivos: flexível, plástico, maleável, mole,

tenro, dúctil, suave, brando, agradável, gentil, fino, liso, macio, baixo (quando

relacionado à voz), delicado, afável, meigo e difuso (luz).

Em pesquisa realizada, no dia 03 de março de 2007, no site www.google.com,

na rede mundial de computadores, averiguou-se que foram encontradas 215

ocorrências do nome Soffye em todo o mundo, sendo que, na sua maioria, refere-se

a nomes próprios. Essas páginas têm como origem principalmente países como

França, Hungria, Holanda, Dinamarca, Itália e outros países europeus. Na pesquisa

em que se estabeleceu a restrição apenas para páginas brasileiras, constatou-se a

ocorrência de 8 páginas, todas elas relacionadas à marca em estudo no presente

trabalho.

5.2 A cor: laranja

A cor adotada pela empresa que predomina no logotipo, na pintura das lojas,

nas embalagens e nos materiais destinados à publicidade é a cor laranja. Sabendo

do complexo número de informações que cada cor suscita dentre as mais variadas

44

áreas do conhecimento humano, busca-se, nesta etapa do trabalho, analisar este

importante componente da marca.

Segundo Souza (2007), especialista de vitrine, que está concluindo tese de

doutorado sobre o assunto na área de design e arquitetura na Faculdade de

Arquitetura e Urbanismo da USP, as vitrines que possuem uma boa combinação da

cor e da iluminação podem ser responsáveis pelo aumento de até 75% nas vendas

das lojas a varejo. Esse é um ponto no qual a empresa em estudo concentra

especial atenção. Em suas três lojas próprias, existe a preocupação pela

padronização, harmonia dos tons de alaranjado nas paredes e nas peças

decorativas, bem como uma iluminação que valoriza os detalhes.

Para Farina (1990), na publicidade, a cor laranja é indicada para as mesmas

aplicações do vermelho, com resultados um pouco mais amenos. O vermelho, por

sua vez, aumenta a atenção, é estimulante, motivador. Indicado para uso em

anúncios de produtos que indicam calor e energia, artigos técnicos e de ginástica.

De acordo com evidências científicas, o centro das emoções no cérebro pode

ser influenciado pela luz que entra através dos olhos, afirmam Porto e Dias (2007).

As respostas de cada indivíduo a essas cores diferem entre si. A personalidade, as

circunstâncias, os desejos e os processos mentais mais íntimos e até inconscientes

podem ser os fatores que determinam o quão atraída cada pessoa fica por

determinada cor. Dessa forma, alguns testes feitos com cores são capazes de dar

pistas da personalidade do indivíduo. Tais estudos descrevem o laranja como uma

cor expansiva e afirmativa, assim como o vermelho, todavia mais construtiva. Reflete

entusiasmo com vivacidade impulsiva natural. É vista como de boa saúde, de

vitalidade, de criatividade e de alegria. A confiança, coragem, animação,

espontaneidade, comunicação, movimento e iniciativa são elementos do laranja.

Entretanto, existem aspectos desfavoráveis da cor laranja. Estes podem incluir

atitudes autoritárias, com ostentação ou exibicionismo.

Os efeitos psicológicos causados pela cor laranja são capazes de exercer

influência sobre os processos circulatórios do corpo. Ela também influencia as

funções mentais e os sistemas respiratório e nervoso. Existe a recomendação do

uso dessa cor para gestantes e mães que procuram aumentar a produção de leite

para amamentar. Cabelos, unhas, ossos e dentes saudáveis são estimulados por

essa cor. O laranja pode ser usado no tratamento dos distúrbios do baço e dos rins.

O laranja afeta as funções fisiológicas do estômago, pâncreas, bexiga e pulmões e

45

trata úlceras e cálculos biliares. Também se mostra eficaz para a eliminação de

flatos e gases do corpo, reconstituindo o equilíbrio aos que sofrem de cólicas

intestinais, assim como é indicado para o tratamento da constipação. O laranja

provoca aumento nos batimentos cardíacos e se mostra útil para o fígado. Dessa

forma, no tratamento de alcoólicos, pode ser adequado o uso dessa cor. Também é

eficaz no tratamento da bronquite, auxiliando o indivíduo a obter respirações rítmicas

e profundas. Certas tonalidades mais suaves dessa cor podem ser usadas no

tratamento da artrite e do reumatismo. O laranja não é recomendado para pessoas

facilmente irritáveis ou estressadas. Algumas das vibrações negativas da cor laranja

são associadas ao descontentamento, melancolia e tristeza.

Conforme afirma Hasse (1987), a laranjeira constitui-se como uma das mais

cultivadas, conhecidas e estudadas árvores frutíferas do mundo. Como todas as

plantas cítricas, a laranjeira é nativa da Ásia, mas a região de origem é motivo de

controvérsia. Atualmente, o Brasil figura entre os maiores produtores mundiais.

Carrion (2007) comenta que a laranja é um símbolo de fecundidade, assim

como todas as frutas de numerosas sementes. No Vietnã, presenteavam-se os

jovens casais com laranjas. Na China antiga, oferecer laranjas às moças tinha

significado de um pedido de casamento.

A cor complementar do laranja é a azul. O equilíbrio das duas é feito em

decorrência do calor do laranja e o frio do azul. Simbolicamente, o laranja,

representa a prosperidade, a fartura de frutos e o sol. O equilíbrio que esta cor

concebe tende a se desfazer tornando o alaranjado a revelação do amor divino ou o

emblema da luxúria.

É alaranjada a cor das vestes de alguns monges budistas e da cruz de veludo

dos Cavaleiros do Espírito Santo. O véu dos noivos é o emblema da perpetuidade

do casamento e corresponde, no sentido profano, a auriflama (bandeira, estandarte,

lábaro, pendão) do sagrado. O véu que Virgílio dá à Helena é açafroado. Assim

como nas musas que aparecem em certas versões como filhas do céu e da terra e

cuja importância nos cultos apolíneos é conhecida, também teriam vestes da cor do

açafrão.

Uma das doze tribos de Israel tinha o emblema constituído pela cor laranja e

estava sobre o peitoral do Grande Sacerdote de Jerusalém. Na coroa dos reis da

Inglaterra, essa cor representa a temperança e a sobriedade do Rei. Pelo fato do

46

equilíbrio entre o espírito e a libido é algo tão difícil, o alaranjado torna-se também a

cor simbólica da infidelidade e da luxúria.

Segundo a história, o alaranjado era usado nas orgias nos rituais ao culto da

Terra-Mãe, nos quais se buscavam a revelação e a sublimação iniciatórias. Também

se afirma que Dionísio usava vestimentas alaranjadas.

O chacra do umbigo tem essa cor como predominante e está ligado com os

órgãos reprodutores femininos e com as glândulas supra-renais. Ele tem vínculo

com a energia feminina, a energia da criação.

Na natureza, a cor laranja é causada por uma substância química chamada

caroteno. A cenoura, o caqui, a manga, entre outras têm essa inconfundível cor. Até

a gordura, que apresenta uma coloração um pouco mais amarelada possui esse

mesmo componente químico. Porém, essa molécula é, para nós, mais que uma cor,

ela age como vitamina (COR..., 2007).

Nos frutos laranjas, o caroteno ajuda a captar a luz, que a clorofila sozinha

não pôde captar.

No corpo humano, quando a bile digere o caroteno, ele é, primeiramente,

chamado de pró-vitamina A. Somente com raios solares ela transforma-se no retinol,

que é a vitamina A, propriamente dita. A vitamina A é depositada no fígado, na pele

e na retina.

No fígado, por ser um importante armazenador da vitamina A, alimentos,

como óleo de fígado de bacalhau e carne de fígado de peixe e outros animais de

corte, também são ricos em caroteno.

Na pele, a indústria cosmética utiliza óleos "cenoura e bronze", ricos em

caroteno, que, à luz solar, reage os melanócitos, glândulas produtoras de melanina,

pigmentação da pele. Excesso de alimentação à base de cenoura ou outros

alimentos com caroteno, e a falta de sol deixa a pele com aspecto amarelado.

O caroteno desempenha importante papel na visão, participando da formação

da rodopsina, substância que absorve a luz na retina.

A falta de vitamina A (avitaminose) implica cegueira noturna e outros

problemas oftálmicos, além de diminuir a resistência do corpo às infecções.

No campo da cromoterapia, a cor laranja é bastante aplicada. Os adeptos

dessa técnica atribuem às cores uma capacidade terapêutica decorrente das suas

vibrações. Desse modo, cada cor auxiliaria no tratamento de determinados males.

47

Segundo a cromoterapia, a cor laranja é indicada para combater a prisão de ventre e

infecções subagudas como, por exemplo, sífilis, lepra e tuberculose. Outras fontes

atribuem ao alaranjado o papel de tonificar, combater a fadiga, estimular o sistema

respiratório, fixar o cálcio no organismo, aumentar o otimismo e combater o medo

(PELTIER, 2007).

Em relação às roupas, a cor laranja, para a cromoterapia, é vinculada à

conquista do sucesso financeiro. Em contrapartida, Porto e Dias (2007) mencionam

que as roupas alaranjadas trazem traços corajosos e aventureiros, provocando

entusiasmo e zelo. As pessoas que usam essa cor nas roupas são bem-humoradas.

Existem estudos ligados à astrologia que relacionam a cor a outros

elementos, e os adeptos julgam influenciar a vida humana diariamente. Nesses

estudos, a cor laranja é relacionada com o dia domingo, o astro Sol, o número 1 e a

nota D (ATIVIDADES..., 2007).

Tanto nas artes plásticas como na fotografia, os profissionais que trabalham

com composição de cores e gráficos precisam estar atentos à questão da cor. Nos

ambientes em que existe a predominância da cor laranja, a sensação que se almeja

é de otimismo e leveza. As crianças, em específico, sentem-se muito bem em

ambientes com paredes alaranjadas. Sua energia faz as pessoas ficarem mais

descontraídas e se sentirem mais confortáveis (SIGNIFICADO..., 2007).

Os objetos cor de laranja provocam a ambição, vontade de vencer e

despertam a cobiça. As paredes pintadas de laranja atrapalham o estudo e o

descanso. Estudos mostram que ela pode deixar as pessoas eufóricas, muito

entusiasmadas.

Para Carrion (2006), a cor laranja está associada a quem busca algo novo e

curioso. Assim como para a pessoa que necessite criar ou para aquelas que tenham

medo de críticas. É a cor da autoconfiança, da liberdade e independência.

Pode-se resumir como as principais ligações materiais e afetivas dessa cor

quente são: fogo, pôr do sol, luz, chama, calor, festa, perigo, força, luminosidade,

dureza, euforia, energia, advertência e tentação.

O fato de a Soffye utilizar uma cor e esta seja empregada de forma intensiva

ajuda no reconhecimento da marca, de acordo com as afirmações de Kotler (1999).

Este é um ponto favorável em relação à marca adotada.

48

5.3 O desenho: gato

De acordo com Chinery (1992), o gato doméstico é um pequeno felino cujo

aparelho auditivo pode detectar sons acima da faixa percebida pelos ouvidos

humanos. Eles caçam silenciosamente, porém emitem uma variedade de sons,

como o mio, o ronronar e uivos nas situações de acasalamento. Existem mais de 30

espécies de gatos domésticos. Provavelmente, as espécies domesticadas sejam

provenientes da mistura do gato selvagem europeu e do gato do mato africano. Há

mais de três mil anos, o gato do mato era domesticado pelos egípcios.

Os antigos egípcios consideravam o gato um animal sagrado, representando

a agilidade (HISTÓRIA..., 2007). Bastet, a deusa gata egípcia, era a protetora dos

lares, das mães e das crianças. Sakall (2006) afirma que, por ser um animal divino,

quando algum gato morria de causas naturais, os membros da casa raspavam a

sobrancelha em sinal de luto. Todavia, outras civilizações também atribuíam a este

felino outros significados. Para os celtas, os gatos teriam nove vidas. No decorrer

dos anos, durante a Idade Média, o gato passou a ter sete vidas apenas. Associava-

se o gato aos poderes da lua, à magia e às bruxas. Os animais machos e pretos

eram tidos como a personificação do diabo.

No budismo e na cabala, o gato tem relação à sabedoria, prudência e

vivacidade. Para os japoneses, em sua tradição popular, o gato traz má sorte.

Cicco (2007) afirma que o gato é um animal gracioso, limpo, simpático, ágil e,

ao mesmo tempo, executa movimentos harmoniosos. Entre a grande variedade de

sons que emitem, o miado é dirigido exclusivamente às pessoas e nunca aos outros

gatos.

Considera-se o gato desobediente, algo justificado plenamente em

decorrência de seu comportamento individualista, altivo, solitário e independente.

Concomitantemente, uma característica pertinente é sua prudência, sempre

buscando lugares seguros para se proteger e, se sai à noite, sempre espera algum

tempo na penumbra para seus olhos se acostumarem com a escuridão.

A vida cotidiana é repleta de associações aos gatos. Eles são encontrados

em anúncios, desenhos animados, filmes, objetos decorativos e até em expressões

usuais na língua portuguesa (TERAPIA..., 2007).

49

Com os gatos, as crianças podem aprender muitas lições, inclusive noções de

responsabilidade ao confiarem a elas os tratos deste animal.

Na sociedade atual, na qual existe um número cada dia maior de solteiros que

moram em locais com dimensões restritas, o gato é um animal de estimação muito

procurado para atuar como companheiro dos solitários, fazendo com que as pessoas

desviem seus pensamentos e esqueçam suas preocupações ao chegarem a casa.

Nas duas últimas décadas, médicos e psicólogos tiveram interesse pelos

efeitos terapêuticos do relacionamento com gatos. Foi constatado que, quando o

gato é acariciado, a pressão arterial de quem executa o afago baixa e os músculos

se descontraem. Um estudo americano da década de 80 sugeria que as pessoas

adotassem gatos. Ficou constatado que os indivíduos que estabeleceram laços

afetivos com os animais sofreram efeitos positivos na saúde, bem como a diminuição

da pressão arterial e melhora nos quadros de depressão. Os gatos estão sendo

adotados em âmbito internacional em casas de repouso e centros de reabilitação.

Na literatura, a figura do gato é ostensivamente empregada em obras com

foco na criança, principalmente em obras com cunho pedagógico. Em “Bulunga, o rei

azul”, Bloch (1992) coloca o gato como um animal doméstico que brincava com o

novelo de lã. Já na obra “A onça e o gato” de Martins ([19--]), o animal é

apresentado como um ser esperto. Na história, ele era tão astuto que não deixava

uma onça pegá-lo. O mesmo enfoque é notado na obra “O gato sapeca” de Souza

(1991).

Alcoforado Filho (2003), em “O gato dengoso”, fez a seguinte descrição do

felino:

O gato dengoso se encolhe, se enrosca, se estica, se lambe, se lava, se arrisca num pulo, num salto felino. O gato dengoso, ladino, depressinha escapa pro alto do muro, levando na boca a sardinha.

Esse instinto caçador do gato é abordado na obra “O guizo do gato”, de

Bandeira (1995), na qual se apresenta o felino como um animal temido pela

comunidade de ratos. Ele atacava sem fazer barulho, por isso surgiu a idéia de

pendurar um guizo no pescoço do gato, todavia nenhum rato sabia como fazê-lo.

No clássico infantil dos irmãos Grimm (1986), “O gato de botas” mostra o

felino como uma personagem extremamente inteligente, que falava e, dessa forma,

conseguiu escapar da morte e, devido a sua esperteza, acabou como primeiro-

ministro do seu reino. No livro “Alice no país das maravilhas”, o autor Carrol (1997)

50

menciona que Alice teve a impressão que o gato de Cheshire tinha boa índole,

todavia ela o tratou com respeito devido a suas longas garras e a quantidade de

dentes. O gato dizia que lá onde estavam todos eram loucos, inclusive ele próprio.

Para confirmar essa sua afirmação, ele exemplificou dizendo que o cachorro não era

louco, pois rosna quando está bravo e abana o rabo quando está satisfeito,

enquanto os gatos rosnam quando estão satisfeitos e abanam o rabo quando

bravos.

No livro “A inspetora e o gato de olhos de esmeralda”, Oliveira (1975)

apresenta uma passagem em que é comentado que a personagem Nininha

Tupinambá tratava o gato Valentino como se fosse um bebê, beijando-o e

acariciando-o sem parar.

Há também literatura destinada ao público adulto que menciona o animal em

estudo. Sabino (1983) escreveu o conto “O gato sou eu”, em que um paciente relata

ao analista um sonho no qual um gato ficava fitando-lhe como se estivesse

analisando-o. O paciente considerava que o gato em questão era ele próprio. O

analista comenta que “essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior.

É uma projeção do seu subconsciente”. Ele dizia que o paciente tinha no gato a

figura de seu analista.

Em “O gato preto”, Poe descreve o gato do conto como um animal lindo,

grande e muito inteligente (LISPECTOR, [19--]). O homem do clássico de Poe,

motivado pelo abuso de álcool e pelo amor incondicional que um animal pode

dedicar ao dono, nota seus sentimentos de afeto se transformar em perversidade e

acaba por arrancar um olho e, posteriormente, por enforcar seu gato. Após adotar

outro gato preto acaba matando sua esposa e escondendo o corpo entre as paredes

de sua casa. A tônica do conto é voltada ao obscuro, ao macabro, ou seja, a

associações típicas à pelagem negra do gato. Uma possível interpretação em

relação ao que seria o gato preto no texto é que ele era uma espécie de bruxo ou

feiticeiro.

Diaferia (1982) escreveu “Os gatos pardos da noite” e aborda o sentido

figurado de gato, como gatuno, ladrão. Cita o ditado “à noite, todos os gatos são

pardos” e comenta sobre o “churrasco de gato”, ou seja, carne assada em pequenos

espetos muito comum nos grandes centros urbanos onde a origem da carne é

duvidosa, chegando-se a dizer que é proveniente de gatos de rua.

51

6 ANÁLISE DOS DADOS

Com base no estudo realizado e no conhecimento do acadêmico no que tange

à empresa, esta etapa do trabalho tem como objetivo interpretar e analisar os dados

de três componentes de marca em questão: nome, cor e desenho. Possibilita-se,

assim, tecer recomendações embasadas à organização.

6.1 O nome

A idéia de compor um nome de marca proveniente do nome próprio Sofia,

mesmo que sendo executada de forma empírica, tem relação confirmada devido à

proximidade da grafia e à ocorrência em alguns países europeus exatamente como

é visto na marca adotada: Soffye.

A letra “S” (maiúscula) e os dois “ff” deixam bem evidente uma sonoridade

que é relacionada à feminilidade. Mesmo sendo o mix de produtos da empresa

predominantemente destinado ao público feminino, adota-se a marca também para a

comercialização de produtos destinados aos homens. A associação mencionada é

interessante e recomendável apenas no caso da empresa adotar a marca Soffye

para os artigos femininos. A associação da marca com produtos destinados a ambos

os sexos fica dificultada por diversos fatores: sonoridade, semelhança com o nome

próprio, decoração feminina adotada nas lojas, entre outros.

No caso da intenção de manter a comercialização de produtos destinados ao

consumidor masculino, recomenda-se a adoção de uma sub-marca própria para tal

fim e, quando comercializada nos mesmos pontos de venda que os produtos Soffye,

é conveniente uma apresentação diferenciada ao contexto proposto na marca

feminina. Deve-se começar pelo nome, passando pela comunicação visual até a

disposição apresentada no espaço físico.

Analisando os aspectos que possam favorecer a memorização do nome,

Soffye enquadra-se no item que se refere aos que se mostram diferentes ou

incomuns o suficiente para atraírem a atenção ou despertarem curiosidade. Essa

52

afirmação é baseada na pesquisa de ocorrência do nome com grafia idêntica no

mercado nacional.

Pode-se afirmar que, mesmo sem estudo prévio, o nome da marca está

ambientado no último grau da escala de evolução na adoção dos nomes. Ou seja,

nomes de marketing. Essa tendência tem as marcas como uma importante questão,

utilizando-as como diferenciais e buscando sua valorização através das práticas

mercadológicas. Com respaldo da aprovação da Soffye no registro de marcas e

patentes, esse objetivo torna-se viável com o nome adotado.

6.2 A cor

A empresa utiliza a cor laranja de forma marcante. Essa cor está sempre

presente em todo material publicitário, nas lojas, nas embalagens e na comunicação

visual em geral. Dessa forma, ajuda no reconhecimento da marca. Entretanto, a cor

não é aplicada como cor exclusiva. Para amenizar o impacto oferecido pela cor

laranja, utiliza-se a cor branca. Combinação interessante, pois o branco transmite

pureza, simplicidade e otimismo, enquanto o alaranjado é uma cor quente,

acolhedora, alegre, energética, provocante e estimulante. Por suas características, a

cor branca ajuda a abrandar os aspectos negativos do alaranjado, que, por vezes,

pode provocar irritação e estimulação excessiva.

Apesar de o azul ser a cor complementar do laranja, não é conveniente para o

negócio que ele tenha contato com a cor branca, pois reforça a idéia de frescor ou

refrescância, comprometendo as características de calor provocadas pela cor mais

presente na marca, o laranja.

Recomenda-se à organização manter o laranja como cor principal, mas duas

opções são possíveis nesse contexto: o laranja com o branco, como vem sendo

empregado, ou a substituição do branco pela cor azul, cor complementar ao laranja.

53

6.3 O desenho

A figura felina estimula uma série de associações, das mais diversas

possíveis. Tanto podem ser agradáveis, interessantes e desejáveis pela empresa

como provocarem estímulos desfavoráveis à identificação junto ao cliente. Os

fatores culturais são importantes aspectos a serem considerados na adoção do gato

como símbolo gráfico da marca. Recomenda-se um estudo mais detalhado caso

exista a oportunidade de iniciar algum processo de exportação dos produtos com a

marca Soffye. Para países com origem celta ou para o Japão, existem indícios que o

desenho adotado não seja conveniente. Enquanto para regiões onde a religião

budista seja a predominante, o desenho do gato pode ser associado à sabedoria,

prudência e vivacidade.

Largamente é utilizada a figura do gato em vários campos da sociedade

brasileira. A intenção de associar esse animal ao aconchego doméstico,

graciosidade, inteligência e maciez é pertinente e fundamentada. Por outro lado, há

casos em que o gato é mencionado como animal ligado às trevas, à bruxaria e ao

azar. Nesses casos, em geral, ele é apresentado com a pelagem negra.

Mesmo que estilizado, considera-se favorável o emprego do desenho felino

no logotipo da marca. Apesar das más associações existentes, os fatores positivos

se encaixam perfeitamente à idéia que se deseja ao apresentar uma linha de

produtos “sleepwear”, ou seja, chinelos para dentro de casa, pijamas e relacionados.

A parte da cauda do gato no desenho é propositalmente posicionada em forma da

letra “S”, ou seja, a primeira letra do nome Soffye. Essa característica possibilita o

uso, no futuro, apenas da estilização do felino sem o resto no nome da marca,

fazendo com que o nome por extenso da marca ficasse subentendido.

54

7 OUTRAS CONSIDERAÇÕES

A busca pela compreensão acerca do assunto desfralda um campo fértil de

informações e possibilidades diversas. Aliado ao desenvolvimento contínuo do

conhecimento prático e específico do mercado de sleepwear, o estudo mostra-se

capaz de ampliar horizontes e dar respaldo a uma utilização mais acertada da marca

Soffye.

O intenso bombardeio de propagandas e o constante contato com as mais

diversas marcas, pelos quais os indivíduos participantes da comunidade global

unificada dos dias atuais estão sujeitos, compõem um ambiente em que promover

um produto ou uma empresa depende de um grande conjunto de esforços, inclusive

financeiros. Assim, o estudo também capacita à empresa um uso mais racional das

verbas com comunicação de marca.

Por meio da elucidação proporcionada pelo embasamento teórico e da

pesquisa científica, a empresa pode estabelecer objetivos e projetar os caminhos a

serem percorridos. Da mesma forma, tal conhecimento é útil para a criação de novas

marcas e sub-marcas já adaptadas com as intenções mercadológicas propostas pela

organização.

Tendo em vista o mercado no qual a Soffye pretende atuar, essa capacidade

de estudar os principais componentes de marca pode ser considerada uma válida

ferramenta de diferencial competitivo. Mesmo que seja notado o fácil acesso ao

grande número de dados e informações sobre os mais diversos campos, não são

todas as empresas do porte em questão que apresentam algum tipo de preocupação

perante o tema.

No decorrer do presente trabalho, as novas ações da empresa que envolvem

a marca Soffye vêm sendo balizadas pelo conhecimento adquirido. É possível

verificar as conseqüências práticas de tais providências. Observa-se a real

possibilidade de provocar e estimular o consumidor de um modo mais conveniente

com os propósitos definidos previamente, todavia existe a consciência das diferentes

reações e respostas a estímulos em decorrência de características individuais do ser

humano.

55

Foram alcançados os objetivos propostos de forma satisfatória, de modo que

se evidencia no trabalho a presença das características da marca, os fatores que

influem na sua percepção e os pontos positivos e negativos do objeto de estudo.

Conclui-se que o presente estudo se mostra capaz de alicerçar um incipiente

trabalho de promoção da marca Soffye, possibilitando o estabelecimento de atitudes

que favoreçam sua consolidação. Para tal, é conveniente ressaltar a importância do

constante estudo e aprofundamento das questões mercadológicas.

56

REFERÊNCIAS

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Artur Kopper Filho

Estagiário

Magda Costa Barbosa

Orientador de campo

Prof. Nelson Zunino Duarte

Orientador de estágio

Prof. Nelson Zunino Duarte

Responsável pelo Estágio Supervisionado

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ANEXOS

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ANEXO A – Logotipo da marca Soffye

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ANEXO B – Fotos das filiais

Filial 1 – Itapema

Filial 2 – Balneário Camboriú

Filial 3 - Brusque

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ANEXO C – Registro da marca