AS CIDADES QUE ANDAM NO NOSSO BOLSO · 2018. 4. 24. · za 170 motos, número que deverá duplicar...

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11-03-2018 | Urbano TE MA PA ESSENCIAL Cidades em modo self-serviee O ritmo alucinante do desen- volvimento tecnológico está a fazer com que cada vez mais seja possível aceder a uma sé- rie de serviços a partir de um simples telemóvel. A vivência nos grandes territórios urba- nos experimenta mudanças impensáveis há muito poucos anos, com as relações inter- pessoais a perderem terreno para um mundo muito mais virtual. As máquinas que fa- zem o trabalhos do Homem já não são ficção científica ellá quem tema os efeitos no mundo laborai. AS CIDADES QUE ANDAM NO NOSSO BOLSO Tecnologia está a mudar vivência nas grandes urbes. Há cada vez mais automatismos e menos relações interpessoais. Um smartphone e um cartão de crédito são chaves de acesso a um mundo de serviços Por: Paulo Lourenço As ferramentas tecnológicas atuais estão a mudar a vida nas cidades e, por arrasta- mento, a causar transforma- ções importantes nas rela- ções interpessoais. Os auto- rna tismos dispensam con- tactos diretos e basta uni te- lemóvel e um cartão de cré- dito para termos acesso a um conjunto de serviços, que permitem até viajar de um pais para outro sem trocar uma palavra com ninguém. Há também quem veja com redobrada preocupação o avanço das máquinas sobre o Homem, por causa da re- dução de empregos. A una- nimidade é comum num ponto: as cidades self-servi- ce são a prova exata de que estamos a viver uma revolu- ção tecnológica a um ritmo sem paralelo.

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11-03-2018 | Urbano

TE MA

PA ESSENCIAL

Cidades em modo self-serviee O ritmo alucinante do desen-volvimento tecnológico está a fazer com que cada vez mais seja possível aceder a uma sé-rie de serviços a partir de um simples telemóvel. A vivência nos grandes territórios urba-nos experimenta mudanças impensáveis há muito poucos anos, com as relações inter-pessoais a perderem terreno para um mundo muito mais virtual. As máquinas que fa-zem o trabalhos do Homem já não são ficção científica ellá quem tema os efeitos no mundo laborai.

AS CIDADES QUE ANDAM NO NOSSO BOLSO

Tecnologia está a mudar vivência nas grandes urbes. Há cada vez mais automatismos e menos relações interpessoais. Um smartphone e um cartão de crédito são chaves de acesso a um mundo de serviços Por: Paulo Lourenço

As ferramentas tecnológicas atuais estão a mudar a vida nas cidades e, por arrasta-mento, a causar transforma-ções importantes nas rela-ções interpessoais. Os auto-rna tismos dispensam con-tactos diretos e basta uni te-lemóvel e um cartão de cré-dito para termos acesso a um conjunto de serviços, que permitem até viajar de um pais para outro sem trocar uma palavra com ninguém. Há também quem veja com redobrada preocupação o avanço das máquinas sobre o Homem, por causa da re-dução de empregos. A una-nimidade é comum num ponto: as cidades self-servi-ce são a prova exata de que estamos a viver uma revolu-ção tecnológica a um ritmo sem paralelo.

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Luigi (nome fictício) via-jou de Roma para Lisboa, num voo low-cost, que en-controu num portal de via-gens. Fez o check-in auto-mático e recebeu o cartão de embarque no telemóvel. Ao chegar à capital portuguesa. abriu a mesma aplicação de partilha de scooters que uti-liza na sua cidade e localizou uma no aeroporto da Portela, que recolheu e conduziu até ao Saldanha. onde se insta-lou no hotel, depois de fazer o check-in na máquina da receção. Foi dar urna volta pela cidade e levou a roupa da viagem a uma lavandaria automática, onde a lavou e secou. lá tarde, saiu do hotel, utilizou o telemóvel para chamar um Uber e foi até ao centro, onde comeu um hambúrguer, retirado de

uma máquina de vending" automática.

Este é um cenário perfei-tamente quotidiano nos dias de hoje em qualquer cidade mundial. Em territórios de maior dimensão, como São Paulo, no Brasil. por exem-plo, Luigi poderia até ter re-servado um helicóptero Uber para atravessar mais rapidamente a cidade.

Longe da cidade antiga "As nossas cidades hoje es-tão nos nossos bolsos, nos nossos telemóveis". resume. ao IN. Carlos Fortuna, pro-fessor catedrático da Facul-dade de Economia da Uni-versidade de Coimbra.

O sociólogo chama a aten-ção para "uma tecnologia que proporciona um ritmo alucinante de contactos, co-

municações e conhecimen-to, que nos desvincula de uma cidade antiga, em que as pessoas tinham relações duradouras. que construíam ao longo do tempo e manti-nham com rituais festivos, acontecimentos políticos e familiares".

Carlos Fortuna salienta. a propósito do que classifica como "uma era nova que es-tamos a experimentar". o desaparecimento de ferra-mentas como o "mapa". "Houve essa invenção ex-traordinária chamada mapa. que nos indicava obstáculos a transpor como montanhas e rios. Hoje, a geografia das cidades tornou-se plana. deixou .de ser importante. Está ao alcance do nosso te-lemóvel, que nos leva ao hoste'", sublinha.

Os sociólogos e psicólo-goschamam, por outro lado, a atenção para o ritmo frené-tico das vivências nos gran-des aglomerados urbanos. "Parece que o ritmo das má-quinas impõe um novo ritmo e um novo tempo para o ser humano", escreve Shani Fal-chetti, graduanda do 5.° ano de Psicologia da Universida-de Tuiuti do Paraná. no Bra-sil, na sua tese de doutora-mento.

Outro dos debates que se colocam à volta destes ternas é o potencial efeito que pos-sa ter sobre o emprego. Ma-nuel Carvalho da Silva, so-ciólogo e ex-secretário-geral da CGT P. desdramatiza e considera que não deve ha-ver álarmismos

"Não há determinismos em caso algum. É tudo cons-

trução humana e vai tudo depender das decisões que coletivamente tomarmos", observa. Acrescenta que "é preciso olhar para as políti-cas e para a política", caso contrário, salienta. "a coisa pode ser desastrosa".

Carvalho da Silva recorda, porém, que "em todas as re-voluções industriais se tra-çaram visões apocalípticas do mundo do trabalho, que não se confirmaram".

Os perigos do turismo As cidades estão mais auto-máticas, mais impessoais e viradas para o imediato. Mas a tecnologia proporciona também outras oportunida-des, com destaque para o se-tor do turismo. Veja-se, por exemplo, como o Airbnb tornou possível alugar uma

casa em qualquer cidade, sem contactar ninguém.

Carlos Fortuna considera. por isso, que "o turismo é um perigoso utilizador destas tecnologias". "É cada vez mais um turismo rápido, com duração curta, tipo a es-capadela urbana. e é um tu-rismo barato", observa. Para o investigador de Coimbra, o fator custo tem de ser leva-do em conta. E destaca os casos de Lisboa e Porto. "Es-tas cidades são hoje o que são em grande parte devido aos low-cost", diz.

Numa sociedade global como a atual, não há como escapar a estas realidades. E em Portugal as mesmas não só estão presentes como es-tão em crescimento acelera-do. O IN foi conhecer algu-mas.

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LAVAR E SECAR A ROUPA DE FORMA "MUITO PRATICA" roi uma "conjugação feliz" que, em março de 2013, le-vou um conceito inovador à Rua da Conceição, no Porto. Uma lavandaria self-service que, em plena Baixa da cida-de, prometia facilitar a vida de muitos, principalmente de turistas e estudantes. A ideia partiu de Glória Santos e Isilda Viana, duas amigas que tinham em comum uma "grande vontade de em-preender". Na altura, "não havia nada do género" e a lo-calização parecia "a ideal". Por isso, um dia depois de a ideia ter surgido, arrenda-ram o espaço. E o público não tardou em aderir — hoje já são mais de mil com car-tão de cliente. "É um serviço muito prático, porque .a rou-pa sai daqui pronta a ir para as gavetas". explica Glória, acrescentando que "o con-ceito não serve só os turis-tas". Isilda explica: "Também agrada a muitos estudantes, principalmente aos estran-geiros, que ficam a viver nas residências universitárias". Exemplo disso é Amanda da Rosa, aluna de Direito na

Universidade do Porto, que descobriu recentemente a loja. "Sou do Brasil e lá as la-vandarias não são tão práti-cas", comenta a jovem, que ficou a conhecer a Lavandei-ra através dos colegas.

As lavagens podem ir até aos 13 quilos e demoram, no máximo, uma hora. E a pos-sibilidade de "secar a roupa em Is minutos" traz ainda mais clientes, principalmen-te nos dias mais chuvosos. Se há quem "aproveite para ir dar uma volta enquanto es-pera pela roupa", outros há que aguardam na loja, des-frutando, por exemplo, da internet do espaço.

Além da loja na Rua da Conceição. aberta todos os dias das 6 às 24 horas, a La-vandeira está, também, aberta ao público no centro comercial La Vie, em Santa Catarina.

MÁQUIRAS SAQRAPIOAS_ _BARATAS_ E NÃO OBRIGAM A ESPERAS Práticas, rápidas e baratas. Estas são as três principais qualidades das cinco máqui-nas de "vending" que com-põem o "Grab&Go" de Gui-marães, um espaço abriga-do, estrategicamente colo-cado junto ao Centro Histó-rico e que tem ganho utiliza-dores de dia para dia.

A hora de ponta, ali na Rua Dr. José Sampaio, é a meio da tarde. Pelas 17 horas os es-tudantes do liceu cruzam-se com os funcionários saidos dos serviços públicos e che-gam a estar mais de 20 pes-soas na fila para as máquinas de "vending".

Outra hora de grande azá-fama é o final de almoço, al-tura em que o IN encontrou Maria Cerqueira a tomar um café. "Se pudesse tomava sempre um café aqui porque as máquinas são baratas e acho que são práticas", refe-re a vimaranense de 53 anos. Enquanto fala, toca no botão do café expresso e compro-va que custa 40 cêntimos, um preço pelo menos um terço mais barato que o va-

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lor do café na maioria dos estabelecimentos da cidade.

Para além disso, acrescen-ta Maria, na "Grab&Go" não é preciso esperar que venham trazer o café à mesa, ou aguar-dar por um lugar vago num estabelecimento cheio. "É só chegar e saio logo, o café sai quentinho, não se tem de es-perar que alguém venha tra-zer à mesa e aqui não há me-sas ocupadas, a gente despa-cha-se logo", resume.

A par do café, que é de longe o produto mais procu-rado, a "Grab&Go" Guima-rães também há sandes. snacks, hambúrgueres, ba-guetes e todo o tipo de bebi-das sem álcool. Todos os uti-lizadores são recebidos com uma mensagem de voz, gra-vada, que diz "bem-vindo à Grab&Go". A mesma mensa-gem de voz fornece um con-tacto de telemóvel para onde

ligar caso haja algum proble-ma, como dinheiro retido nas máquinas, por exemplo.

SCODTERS PARTILHADAS ESTAO A CRESCER RAPIDAMENTE EM LISBOA A ideia começou em Barce-lona em 2016 e chegou a Lis-boa um ano depois: disponi-bilizar scooters partilhadas, totalmente operadas a partir de um smartphone. Na capi-tal, a eCooltra já disponibili-za 170 motos, número que deverá duplicar até final do mês. O sistema é simples: o cliente descarrega a aplica-ção, regista os seus dados pessoais, incluindo cartão

de crédito para pagamento do serviço. e está pronto a começar a viajar. Ao abrir a aplicação, é indicada a moto mais próxima. Esta tem dois capacetes guardadas no banco e na mala, que abrem com a ativação do: serviço. O serviço custa 24 cêntimos por minuto.

"O percurso médio é de 14 minutos. o que dá uma mé-dia de 3.36 euros por via-gem.", expl ica Susana Rodri-guescountry manager da eCooltra. Acrescenta que a maioria dos utilizadores "são portugueses, corno es-tudantes que estão atrasa-dos para uma aula ou profis-

sionais que vão a reuniões na cidade e que querem des-locar-se de uma forma rápi-da, simples e barata".

Atualmente, a eCooltra está presente em Lisboa. Madrid, Roma e Barcelona. Para já, não há ainda previ-são do alargamento do ser-viço, por exemplo, ao Porto.

MELAM, MIM AUTO TICO E MITRW1 DO QUARTO NO TELEMOM Considerado o primeiro ho-tel "hitech" em Portugal. o Sana Evolution, na Praça do Saldanha. em Lisboa, é o exemplo do que pode ser a estadia numa unidade hote-

leira requintada recorrendo à tecnologia e praticamente sem contacto interpessoal, se o cliente o entender.

Logo à chegada, o check in pode ser feito numa máquina própria, que inclui um termi-nal de pagamento Multiban-co. Ali o cliente só tem de in-troduzir os seus dados e é lhe fornecida a chave do quarto. Depois há um bar 24 horas por dia, em sistema self-ser-vice e uma ampla sala com wifi grátis, aberta não só a clientes "mas a simples tran-seuntes, que a aproveitam, por exemplo, para reuniões de trabalho", explica Marisa Mar-tins, porta voz do grupo Sana.

A aposta na tecnologia está, por exemplo, na aplica-ção, que permite ao cliente estar no bar e regulara tem-peratura que deseja á chega-da ao quarto ou abrir e fe-char persianas. Neste hotel de corredores futuristas, o diretor não tem gabinete. "Estou sempre por aqui, na zona da receção. E aqui que me consigo aperceber da vi-vência das pessoas, da rea-ção dos clientes e por ai fora", destaca José Arnaut.

Aberto à comunidade. este é também um hotel em que todas as semanas há Af-ter hours partys, ao final da tarde, para pessoas que gos-tam de sair do trabalho e ou-vir música ou dançar antes do jantar. ' c,w CÉLIA SOARES E DELFIM MACHADO

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a ali o

Jorge Malheiros, geógrafo e investigador, vê progresso das novas tecnologias a dois tempos e considera que os GPS não podem substituir mapas

"Os autc contri3L socïcdcc

Com cidades cada vez mais automáticas, onde com um simples GPS as pessoas chegam aos destinos, a ne-cessidade de procurar in-formação sobre a geografia dos territórios perde im-portância? A geografia não se desvalo-riza, apenas pode assumir outras formas. Desde logo, o

GPS é uma ferramenta do geógrafo. A sua utilização simples não basta, é preciso atualizar informação, senti-dos de rua, os engarrafa-mentos, obstáculos, etc. Além disso, há pessoas mais velhas que continuam a • precisar do mapa, que não estão familiariza-das com estas novas

realidades. A informação não chega a toda a gente e ao mesmo tempo. As pessoas devem continuar a ter algu-ma literacia geográfica. sa-ber para onde vão, sem se basearem apenas no GPS. até porque o sistema por ve-zes pode ter erros.

Todas estas novidades e transformações em curso que influência têm na geo-grafia das cidades? Neste momento, se olhar-mos para a realidade de Lis-boa e Porto, percebemos que se estão a criar cidades diferentes, em que determi-nados grupos mais favoreci-dos ficam no centro e os ou-tros são empurrados para a periferia.

E estes automatismos como interferem nas

relações entre as pessoas?

As relações são diferen-

tes hoje, com duas realida-des diferentes. Uma mais virtual, que tem vantagens para as pessoas mais tími-das, que assim conseguem estabelecer contactos com outras. A outra é aquela mais virada para o contacto dire-to, que apresenta desvanta-gens para quem gosta das re-lações face to face. Os auto-matismos contribuem para uma sociedade mais indivi-dual, em que as pessoas só podem resolver os proble-mas por si próprias.

Mas a tecnologia não resol-ve tudo... Basta o sistema não funcio-nar. Se a máquina de ven-ding não der o produto, quando a reserva da viagem falha, se não houver um back office para resolver as situações. as coisas podem ficar mais difíceis, porque deixa de haver loja para ir re-clamar. PAULO LOURENÇO

rn atisTcs

para 11215 inc

EXEMPLOS PELO MUNDO

Susana

Rodrigues,

country manager

da Cooltra,

empresa

de aluguer

de motas

em Lisboa

Glória Santos

e Isilda Viana

gerem uma

lavandaria

automática

no Porto

Marisa

Martins,

porta-voz

do grupo Sana,

dono do Sana

Evolution,

o primeiro

hotel hitech

em Portugal

Das ações em hotéis serão feitas pelos clientes até 2020 Um estudo da consultora tec-nológica Gartner estima que até 2020, os clientes desen-volverão 85% das ações com uma empresa ou hotel sem interagir com nenhum ser hu-mano. Para isso, diz, é neces-sário "dar cada vez mais poder aos clientes" para que desem-penhem muitas das tarefas que hoje exigem interação.

HOTEL SEM FUNCIONÁRIOS BUDAPESTE

O primeiro hotel totalmente controla-do por smartphone, sem receção nem funcionários, abriu no início da última semana em Budapeste, capi-tal da Hungria. No KviHotel (na foto), através da aplicação Hotéis TMRW para smartphones, o cliente gere todo o processo, desde a reserva até à saí-da da unidade hoteleira. A aplicação é também a chave do quarto e, no caso de chegar mais tarde, o telemóvel do cliente abre também a porta principal do hotel. É chamado o "hotel do futu-ro" e distingue-se por preços mais baixos do que o habitual no segmen-to quatro estrelas.

CIDADES MAIS TECNOLÓGICAS SAN FRANCISCO LIDERA LISTA A 2thinknow, uma empresa de pes-quisa especializada na análise de ci-dades inovadoras, classificou as 25 cidades mais tecnológicas do Mundo. A lista é encabeçada por San Francis-co, Califórnia, um epicentro inegável de todas as coisas ligadas à tecnolo-gia. Londres, Nova Iorque e Seoul são as que se seguem neste ranking, onde não constam cidades portugue-sas nem do Sul da Europa.

VOAR SEM FAZER CHECK-IN LUFTHANSA SEM BILHETES Desde o Início do ano que os clientes Lufthansa não precisam de se preo-cupar com o check-in antes de um voo na Europa. A companhia alemã realiza automaticamente todo o pro-cesso e envia o cartão de embarque automaticamente a todos os seus passageiros 23 horas antes da parti-da. O cliente não precisa assim de so-

licitar o check-in online, nem há ne-cessidade de nenhum procedimento manual no aeroporto, nem no tele-móvel.

FRACASSO TOTAL MASDAR, ABU DHABI Masdar, em Abu Dhabi, foi uma cida-de projetada a partir do nada. As au-toridades acreditaram que o conceito futurista, ambiental e tecnológico traria gente para a habitar. Fracasso total. Hoje é um local fantasma. Em 2006, foi apresentada como a cidade sem combustíveis fósseis nem resí-duos, alimentada por energias reno-váveis, onde apenas poderiam circu-lar automóveis elétricos, e com um sofisticado sistema de tratamento e reciclagem das águas e uma torre de

vento que recolhia :o ar fresco que cir-cula sobre o local e o espalha pelas ruas.

O FIM DOS MAPAS EM PAPEL GPS VULGARIZOU-SE NO MUNDO Os mapas em papel devem desapa-recer totalmente nos próximos anos, tal como aconteceu com os antigos "roteiros" das cidades, pequenos li-vros com a indicação de todas as ruas. A generalização do uso de GPS faz com que apenas as faixas etárias mais elevadas recorram ainda ao ve-lho mapa. O ACP, por exemplo, dispo-nibiliza mapas aos sócios, mas ape-nas a quem os quiser levantar nas suas instalações. Há alguns anos eram enviados por correio para todos os associados.

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ENTREVISTA

Carlos Oliveira e o que vai mudar em Braga com o Forum P12

PORTEFÕLIO P. 8 E 9

A RUA DAS FLORES, NO PORTO, É UM PALCO DO MUNDO

111 MARÇO 12018 SUPLEM NTO INTEGRANTE DO TORNAI. DE NOTÍCIAS

- NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

A CIDADE DE

João Pedro Pais regressa à infância para matar saudades de Lisboa P11

IN TEMA

CIDADE HOLANDESA LANÇA AROMA A LARANJA NA RUA PARA ACALMAR MULTIDÕES LÁ FORA P.10

C.-4 ILIMITADA

POST SCRIPTUM, A CERVEJA ARTESANAL QUE NASCEU DA BRINCADEIRA DE UNS MIÚDOS TROFA P13

TEMA DE CAPA P.2A5 .

Tecnologia está a tornar cidades mais impessoais Lavandarias automáticas, hotéis em que se controla tudo pelo telemóvel, motas alugadas sem intermediários através de uma aplicação, máquinas de vending sem ninguém que nos sirva o café. O futuro está a afastar-nos uns dos outros? Por, Paulo Lourenço