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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Rodrigo Guimaraes Pilatti ANALISE DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE FUTEBOL NAS CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E JUNIOR CURITIBA 2007 rSETOR'AL~, ~9HAfFEP,

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Rodrigo Guimaraes Pilatti

ANALISE DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE FUTEBOL NAS

CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E JUNIOR

CURITIBA

2007

rSETOR'AL~,~9HAfFEP,

ANALISE DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE FUTEBOL NAS

CATEGORIAS INFANTIL. JUVENIL E JUNIOR

Curitiba

2007

Rodrigo Guimaraes Pilatti

ANALISE DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE FUTEBOL NAS

CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E JUNIOR

Trabalho de Conclusao de Curso

apresentado ao ClIrso de Educa~ao Fisica

da Facllldade de Ciencias Biol6gicas da

Universidade Tuiuti do Parana, como

requisito parcial para obten~ao do titulo de

professor de Educa~ao Fisica.

Orientador: Prof Ms Adel Yossef

CURITIBA

2007

TERMO DE APROVA<;AO

Rodrigo Guimaraes Pilatti

ANALISE DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE FUTEBOL NAS

CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E JUNIOR

Este trabalho de conclusao de curso foi julgado e aprovado e aprovado para obten<;ao

do titulo de licenciatura no curso de Educa<;ao ffsica da Universidade Tuiuti do Parana.

Curitiba, 21 de novembro de 2007

Curso de Educa<;ao Ffsica

Universidade Tuiuti do Parana

Professor Ms Adel Yossef _

Universidade Tuiuti do Parana

Professor Ms Rodrigo Rezende _

Universidade Tuiuti do Parana

Professor Ms Rolando Ferreira _

Universidade Tuiuti do Parana

SUMARIO

1 INTRODU<;AO 11

2 FUNDAMENTA<;AOTEDRICA 12

2.1 DEFINI<;:Ao DE FLEXIBILIDADE 12

2.2 MECANISMOS FISIOLOGICOS DA FLEXIBILIDADE 13

'2.2.1Propriocep~ao 13

2.2.2 Fuso muscular... 14

2.2.30rgaos tendinisos de golgi... , 14

2.3 IMPORTANCIA DA FLEXIBILIDADE 15

2.3.1Profilaxia a les6es 16

2.3.2 Consciencia corporal " 18

2.4 CLASSIFICA<;:Ao DA FLEXIBILIDADE 18

2.5 COMPONENTES DA FLEXIBILIDADE 21

2.6 TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE 26

2.7 AVALIA<;:AoDA FLEXIBILIDADE 30

3 PROCEDIMENTOS METODOLDGICOS , 32

4 RESULTADOS E DISCUSSAO 33

5 CONSIDERA<;OES FINAIS 38

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 39

ANEXO 41

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - COMPARATIVO DA MEDIA DA FLEXIBILIDADE 33

LISTA DE GRAFICOS

GRAFICO 1- MEDIA DAS POSH:;:OES DA CATEGORIA INFANTIL.. 34

CRAFICO 2- MEDIAD AS POSIC;;OES DA CATEGORIA JUVENIL.. 35

CRAFICO 3- MEDIA DAS POSIC;;OES DA CATECORIAJUNIOR 35

CRAFICO 4 - COMPARATIVO DAS MEDIA DAS CATECORIAS 36

AGRADECIMENTOS

Agrade<;:oem primeiro lugar a Deus por me proporcionar esta oportunidade de

realizar urn curso superior, a minha familia, ao meu orientador Adel Yussef, ao

meu co-orientador Rodrigo Rezende, aos profess ores que passaramos

conhecimentos para chegar ate aqui, e aos meus colegas de todas as turmas, que

sempre me receberam de bra<;:osabertos.

DEDICATDRIA

Dedico este trabalho a minha mae Evenilde Pilatti e ao meu pai Leandro Pilatti,

que estiveram ao meu lado em nos momentos dificieis de minha vida, me

apoiando e sempre me incetivando em busca de urn futuro melhor.

RESUMO

o presente estudo teve 0 objetivo verificar OS niveis de flexibilidade em atletas de

futebol das categorias infantil, juvenil e jlinior, e identificar qual delas apresenta

melhores resultados. Este trabalho contou com a participac;:ao de 36 atletas do sexo

masculino com idade entre 14 e 20 anos, pertencentes a um clube de futebol da cidade

de Curitiba - PI'. 0 processo de coleta de dados foi realizada atraves do teste sen tar e

alcanc;:ar (Banco de Wells ), e com os resultados obtidos foi possivel verificar que os

atletas pertencentes a categoria jllllior apresentaram melhores resultados, com

excelente niveis de flexibilidade, os atletas da categoria juvenil apresentaram niveis

inferiores ao da categoria junior, POI'ern os resultados foram considerado acima da

media, os atletas da categoria infantil apesar de tel' apresentado os rnenores niveis de

flexibilidade, os resultados sUio na media do quadro de classificac;:ao do teste de

sell tar e alcanc;:ar. Os resultados obtidos c1emollstrararn que com 0 treinamento e

possivel ganhos nos niveis de flexibilidade COIll0 aurnento da idade.

Palavras chaves: Flexibilidade, Resultados, Atletas

11

1 INTRODUC;AO

1.1 jUSTIFICATIVA

Para uma equipe estar preparada fisicamente deve se trabalhar todas as

capacidades fisicas, uma delas e a flexibilidade, tema proposto desta pesquisa. 0 tema

abordado justifica-se pela imporUincia da flexibilidade para 0 desempenho esportivo,

'mais especificamente no futebol, pois 0 treinamento desta capacidade fisica tem se

mostrado bastante efetivo na preparac;ao fisica dos atletas.

1.2 PROBLEMA

Existe diferenc;a nos niveis de flexibilidade entre atletas de futebol nas categorias

infantil, juvenil e junior?

1.3 OBjETIVO

1.3.10bjetivo Ceral

-Verificar 0 nivel de flexibilidade nas categorias infantil, juvenil e Junior

1.3.2 Objetivos Especificos

- Identificar qual categoria apresenta maior nivel de flexibilidade.

- Identificar qual posic;aoapresenta maior nivel de flexibilidade.

- Comparar 0 nive! de flexibilidade de cada posic;ao, entre a categoria infanti!, juvenil,

junior.

12

2 FUNDAMENTA<;AO TEORICA

2.IDEFINI<;:AO DE FLEXIBILIDADE

Para Susan (2000) flexibilidade e urn termo usa do para descreveramplitude de

movimento (ADM) permitida em cada plano de uma articulat;:ao (p.94).Dantas (1999)

conceitua flexibilidade como a "qualidade fisica responsavel pela execut;:ao voluntaria

de urn movimento de amplitude angular maxima, pOI' uma articulat;:ao ou conjunto de

articulat;:oes, dentJO dos limites morfol6gicos, sem 0 risco de provocar lesao" (p.57).

Outros autores expo em que a flexibilidade se refere a amplitude de movimento.

Segundo Pavel e Araujo (1980) citado pOl' Araujo, (1983)" flexibilidade e a qualidade

motriz que depende da elasticidade muscular e da mobilidade articular, express a pela

maxima amplitude de movimentos necessaria para perfeita execut;:ao de qualquer

atividade fisica eletiva, sem que ocorram lesoes anatomopatoI6gicas". Os autores

concord am ao afirmar que a flexibilidade esta relacionada com grande amplitude de

movimento, segundo Aratuo(1999)flexibilidade"e a amplitude maxima passiva

fisioJ6gica de urn movimento articular'. Weineck (1999) tambem afirma que

flexibilidade "e a capacidade e a caracteristica de urn atleta de executar movimentos de

grande amplitude, ou sob fort;:as externas, ou ainda que requeiram a movimentat;:aode

muitas articulat;:oes"(p.470). Fanali (1981) conceitua como amplitude do movimento

"a dimensao do desJocamento do corpo ou de seus segmentos entre certos pontos, de

orientat;:ao convencionalmente escolhida, expressada em graus e unidades lineares".

Para Barbanti (1994) flexibilidade "e a capacidade de realizar movimentos em certas

articulat;:oes com apropriada amplitude de movimento. "Tubino (1993) ressalta a

13

possibilidade de realizar movimentos que determinadas a~6es exigem e conceitua a

flexibilidade coma a "qualidade fisica que condiciona a capacidade funcional das

articula~6es a movimentarem se dentro do Iimites ideais de determinadas

a~6es"(p.18l).

POI'em ao contnirio dos outros autores Fox e Mathews (1986) descrevem dois

tipos de flexibilidade. estatica e dinamica. Flexibilidade estatica pode ser definida

.como a amplitude de movimento ao redor de uma articula~ao. "Flexibilidade

Dinamica pode ser definida como a oposi~ao ou resistencia de uma articula~ao ao

movimento" (p.120).

Conclui-se que temos varias defini<;:6es sobre flexibilidade e 0 importante e

sabermos que se refere a capacidade de realizar movimentos de grande amplitude. a

seguir estaremos relatando sobre a importancia da flexibilidade.

2.2 MECANISMOS FISIOLOCICOS DA FLEXIBILIDADE

No ponto de vista fisiol6gico observamos alguns mecanismos fisiol6gicos

desenvolvimento da flexibilidade. entre eles pode-se destacar:

2.2.1Propriocep~ao

Segundo Fleck e Kraemer (2006) 0 alongamento e a tensao nos musculos e

tend6es sao continuamente monitorados por receptores sensoriais localizados dentro

de musculos e tend6es.denominados proprioceptores (p.153). Achour Jr (1996) utiliza

a nomenclatura proprioceptivos musculares e cita Hunt (1990) os proprioceptivos

musculares tern por fun~ao informar ao sistema nervoso central as altera~6es na

extensao e na contra~ao muscular e na percep~ao da posi~ao corporal (p.37). Fleck e

14

Kraemer (2006) cita Hutton e Atwater (1992) as informat;oes reunidas pelos

proprioceptores sao continuamente conduzidas as port;oes consciente e subconsciente

do cerebro e sao importante para aprendizagem motora (p.74). Podemos perceber que

as estruturas proprioceptoras mantem 0 sistema nervoso central constantemente

informado do movimento.

2.2.2 Fuso Muscular

Segundo AchourJr (1996) 0 fuso muscular e urn orgao sensitivo composto de

fibras musculares envolvido por uma capsula localizada entre e em paralelo as fibras

musculares (37). Para Fleck e Kraemer (2006) as duas funt;oes dos fusos musculares

sao monitorar 0 estiramento ou alongamento do musculo no qual estao inseridos e

iniciar a contrat;ao para reduzir 0 estiramento muscular. 0 reflexo de estiramento e

atribuido a uma resposta dos fusos musculares (p.74). Achour Jr (1996) cita que os

fusos musculares reagem rapidamente em resposta ao alongamento para amortecer

uma extensibilidade abrupta, protegendo a ruptura do tecido muscular (p.40).

2.2.3 Orgaos Tendinosos de Golgi

Para Fleck e Kraemer (2006) os orgaos tendinosos de golgi sao proprioceptores

que se localizam dentro dos tendoes musculares. Suas principais funt;oes sao responder

a tensao dentro do tendao e, caso ela se tome excessiva, diminui-la (p.74). Beaulieu

(19S1) citado pOI'Achour Jr (1996) relata que diminuindo a tensao, 0 musculo pode ser

alongado urn pouco mais (p.4l). Segundo Achour Jr (1996) durante a contrat;ao

15

muscular 0 fuso tendineo descarrega urn impulso nervoso capaz de inibir a contra~ao

muscular e provoca 0 relaxamento do musculo (p.4l). Devido a isso. observamos que

o 6rgao tendinoso e urn sistema inibit6rio enquanto 0 fuso muscular e excitativo.

Conclui-se que os mecanismos fisiol6gicos sao responsaveis para manter 0

sistema nervoso central informado do movimento. monitorando 0 estiramento e a

contra~ao muscular.

2.3 IMPORT ANCIADAFLEXIBILIDADE

Uma boa flexibilidade permite a realiza~ao de arcos articulares mais amplos.

possibilitando a execu~ao de urn movimento mais dificil com urn menor consumo

energetico. alem dos movimentos serem mais harmonicos e elegantes. uma pessoa

tensa teni dificuldade para liberar de maneira harmoniosa sutil a energia expressiva de

movimento. Segundo Dantas (1999) ate para 0 sedentario. este aspecto da flexibilidade

influencia. permitindo que ele execute. sem ajuda e de forma elegante. gestos

cotidianos. como subir numa moto. vestir urn palito apertado. cortar a unha do pe ou

entrar em urn carro baixo. e que "uma boa flexibilidade e tambem fator imprescindivel

para que 0 bailarino fa~a movimentos amplos. pr6ximos ao seu limite maximo. com

suavidade e gra~a. sem requerer esfor~o e tensao muscular. para obter 0 estiramento da

musculatura que possibilita 0 movimento" (p.77).

A flexibilidade possui caracteristicas fisiol6gicas e biomedinicas. mas uma

pessoa tensa tera muito mais dificuldade para chegar a urn relaxamento muscular do

que outra pessoa rnais descontrafda. Como podemos observar a f1exibilidade eimportante tanto para a manuten~ao da saude do individuo. quanta para 0 desempenho

16

desportivo, provavelmente atletas com amplitude restrita de movimento, terao sua

capacidade atleticadiminuida,quando for realizar movimentos de grande amplitude

deve se certificar se de uma margem de segurarll;:a de pelo menDs 20% a mais do que 0

arco articular que vai ser utilizado, esta precalll;:ao reduz 0 desgaste energetico do

atleta e permite uma maior elegancia de movimento ao nao atleta, Para Achour Jr.

(1996) "A flexibilidade e importante para 0 atieta melhorar a qualidade do movimento,

para realizar habilidades atieticas com grandes amplitudes de movimento reduzir os

riscos de les6es musculo-articulares" (p.103).

2.3.1Profilaxia de Les6es

Muitas pessoas envolvidas com a ati iclacle fisica afirmam que 0 aumento cia

flexibilidade recluz 0 risco cle les6es. Para Fox& Mathews (1986, p.123) uma

flexibilidade excessiva costuma ser indicativa cle propensao as les6es, particularmente

nos esportes de contato. De aCQl'clocom DOMINGUES, citado pOI' ACHOUR

JR. (1995), jogaclores de futebol com excessiva flexibilidade na regiao do tornozelo

lesavam se com freqiiencia, rnais pelo excedente alongamento clos ligamentos do que

pelos traumas da atividade. Estudos clesenvolvidos na Suecia constataram que os

atletas que apresentavam um nivel regular de flexibilidacle estavam menDs propensos

as les6es do que os atletas com excesso de flexibilidade. Isto pode ser explicado, pois

os jogadores cle futebol necessitam cle tencl6es, cartilagens e ligamentos estaveis

capazes cle suportar as altas sobrecargas sobre as articula~6es, que sao exigidas durante

a pratica esportiva, por outro laclo afirma Dantas (1999) que 0 jogaclor de futebol que

nao tem boa flexibilidacle nos movimentos de articllla~ao coxofemoral, em especial

17

abduc;ao, flexao e extensao, e um candidato certo a les6es musculo-articulares. POI'este

motivo, deve ser realizado um trabalho de flexibilidade sobre tal articulac;ao (p.80).

Dantas cita Sharkey (1984) que relata que "As les6es ocon'em quando um

membro e forc;ado alem de sua angulaC;aode utilizac;ao normal. Assim, um aumento da

flexibilidade reduzira este risco" (p.60).

Berger (1982, p.78) e Oliveira (1970, p. 112), defend em a tese de ser a flexibilidade

um fator preventivo de les6es. Darden (1980), citado por Dantas (1999) comentando 0

assunto, declarou: " Pode ser meramente " ouvi dizer", ou talvez um efeito de placebo,

que faz com que a maior parte das pessoas envolvidas com 0 esporte acredite que 0

aumento da flexibilidade diminui as les6es. Talvez seja um pouco de ambos, mas um

sincero desejo de acreditar em alguma coisa que fac;a sentido. POI'em, deve ser

reiterado que estudos control ados que comprovem que 0 aumento da flexibilidade

previne les6es nao existem.

Conclui se que a forma do desenvolvimento da flexibilidade depende da

modalidade que 0 individuo deseja realizar, e deve se observar com cuidado em cada

articulac;ao, pois elas tem particularidades diferentes uma das outras, pois urn treino de

flexibilidade nao pode ser realizado de forma global em todo 0 corpo, mas sim

avaliando as judiciosamente a conveniencia ou nao de aumentar a amplitude de cada

urn dos movimentos considerados. Outro fator importante em relac;ao a flexibilidade e

o seu importante papel no desenvolvimento da expressividade e consciencia corporal,

o despertar da consciencia.

2.3.2 Consciencia corporal

A capacidade de conferir consciencia corporal ao seu praticante e uma

18

possibilidade dos exercicios de alongamento e Oexibilidade pouco explorada. Dantas

cita Ceas et alii (1987) comenta que ate mesmo parado, apenas buscando as sensa<;:6es

de contra<;:aoe relaxa<;:ao,pode-se experimentar 0" despertar muscular "(p.124).

Para Dantas (1999, p.81) 0 despertar da consciencia muscular pode, a bern da

verdade, ser obtido por meio de qualquer atividade fisica, mas de forma bern menos

acentuada do que por meio da flexibilidade. 0 autor considera que 0 entre 0

estiramento maximo da musculatura e a mobiliza<;:ao extrema das articula<;:6es,

contraposto a relaxa<;:aodestas estruturas. Leve se em conta, ainda, 0 auxilio prestado

por uma respira<;:aoampla e compassada, assim sendo uma concentra<;:aoda aten<;:aono

movimento executado. Certamente se esta diante da mais poderosa ferramenta para

despertara a consciencia corporal. Ao flexionar e estender a articula<;:aodo cotovelo,

com aten<;:aoconcentrada do gesto, a pessoa que trabalha a flexibilidade, prestando

aten<;:aoem suas proprias sensa<;:6es,aprendera como 0 movimento se desencadeia e as

modifica<;:6essistemicas que provoca em toda a musclilatura circllnvizinha. Concllli-se

que 0 trabalho da flexibilidade e um instrumento importante no desenvolvimento da

consciencia corporal, pois possibilita ao individllo a capacidade de intelectualizar 0

movimento, permitindo tomar consciencia dos limites do proprio corpo.

2.4 CLASSIFICA<;:Ao DA FLEXIBILIDADE

Pode-se classificar a flexibilidade em diferentes perspectivas, quanta ao lipo, e

a abrangencia. Para Dantas (1999) a flexibilidade pode-se dividir em quatro tipos

apresentando caracteristicas totalmente divers as uma da outra (p.8S).

19

A) Flexibilidade balistica

Este tipo de flexibilidade s6 possui interesse te6rico, pois nao tem existencia

pr<itica no dia-a-dia. Poderia ser observada num movimento com as seguintes

caracteristicas: toda a musculatura circundante a articula~ao empregada no movimento

ficaria em estado de relaxamento total, e 0 segmento corporal seria mobilizado por um

agente externo (Olltro grupo muscular ou outra pessoa) de forma rapida e explosiva,

uma a~ao com estas caracteristicas possui uma pod rosa influencia sobre 0 fuso

muscular, provocando reflexo miot<itico com grande possibilidade de causar uma lesao

muscular devido ao desequilibrio provocado no mecanismo de propriocep~ao.

B) Flexibilidad estatica

E 0 tipo de flexibilidad mais facilmente mensuravel. Sua medida pode ser

realizada alI'aves de r laxa~ao cle toda a mus ulatura ao reclor cia articula~ao que

participa do rnovimento e mobiliza~ao clo segmento de forma lenta e gradual por

agente externo, buscando alcan~ar 0 limite maximo.

C) Flexibilidade dinamica

E expressa pela maxima amplitude de movimentos obtida pelos musculos motores do

mesmo, volitivamente, de forma rapida (p.86).

Fox, Bowers e Foss (1989) definem-na como "a posit;:ao ou resistencia de uma

articula~ao ao movimento" (p.134). Para Dantas (1999) e, sem duvida, a mais utilizada

na educa~ao fisica e 0 tipo de flexibilidade norrnalm nte observavel na pratica

20

desportiva. mas no entanto. devido ao pequeno lapso de tempo em que a maxima

amplitude do movimento e mantida. possui grande dificuldade em ser avaliada. Nao

existem. ainda. estudos que apresentem correla~6es entre os dois tipos de flexibilidade

(p.86). Dantas (1999) cita Hollmann e Hettinger (1983) ressaltam que "geralmente a

flexibilidade dinamica e maior do que a estatica"(p.158). Para Fox e Mathews (1998)

esta defini~ao como "a posi~ao ou resistencia e uma articula~ao ao movimento". em

outras palavras. diz respeito as for~as que se op6em ao movimento au·aves de qualquer

amplitude. e nao apenas a amplitude em si. Esse tipo de flexibilidade e mais dificil de

medir e. como tal. recebeu pouca aten~ao na area da educa~ao fisica e dos desportos

(p.120).

D) Flexibilidade control ada

E observavel quando se realiza urn movimento sob a a~ao do musculo agonista

de forma lenta. ate chegar it maior amplitude na qual seja possivel realizar uma

contra~ao isometrica. E de importancia capital para ginastas. dan~arinos. pois e

observavel amiude nas respectivas praticas. Este tipo de flexibilidade e 0 que permite

ao praticante de uma atividade sustentar urn segmento corporal. numa contra~ao

estatica. realizada num amplo arco articular (Dantas. 1999.p.87).

Dantas (1999. p.88) relata sobre a abrangencia. que a flexibilidade pode ser de

dois tipos. geral e especifica.

A) Flexibilidade geral

E observada em todos os_movimentos de uma pessoa englobando todas as suas

articula~6es.

B) Flexibilidade especifica

21

E referente a um ou alguns movimentos realizados em determinadas

articula~6es. Tendo como exemplo flexibilidade da cintura escapular dos nadadores de

uma equipe.

Pode-se concluir que quanta aos tipos de flexibilidade, cada uma possui

caracteristicas diversas uma da outra, e que para desenvolvermos um treinamento de

flexibilidade e necessario tal conhecimento, analisaremos a seguir os metodos de

treinamento da flexibilidade.

2.5 COMPONENTES DA FLEXIBILIDADE

Ao observar 0 grau de flexibilidade de uma articula~ao, verifica-se que alguns

componentes influenciam no seu desenvolvimento, Segundo Dantas (1999, p.S8 )

podemos citar: Mobilidade: no tocante ao grau de liberdade de movimento da

articula~ao; Elasticidade: com referencia ao estiramento elastica dos componentes

musculares; Plasticidade: grau de deforma~ao temporaria que estruturas musculares

e articula~6es devem sofrer, para possibilitar 0 movimento. Existe um grau residual

de deforma~ao que se mantem ap6s cessada a for~a aplicada, conhecida como

histeresis; Maleabilidade:modifica~6es das tens6es parciais da pele, fruto das

acomoda~6es necessarias no segmento considerado. Estes componentes tambem

constituem fatores restritivos da flexibilidade.

Johns e Wrigth (1962) apresentam alguns fatores relativos para a limita~ao da

flexibilidade:

22

Capsula articular: 47%

Musculo: 41%

Tendoes: 10%

Pele: 2%

Para Susan J Hall (2000) os formatos das superficies 6sseas articuladas e 0

tecido adiposo interposto podem limitar 0 movimento. Ligamentos e musculos tensos

com extensibilidade limitada sao os inibidores mais comuns da amplitude de

movimento de uma determinada articulac;:ao.quando esses tecidos nao sao distendidos.

sua extensibilidade em geral diminui. Tubino (1993) cita Hurton (1971) que explica

que existem varios fatores podem influenciar a elasticidade muscular como 0 sistema

nervoso central. aspectos bioqufmicos. caracterfsticas musculares. Achour Jr (1996)

relata que as estruturas que interferem na f1exibilidade sao 6ssea. musculo. tendao.

ligamentos e capsula articular. Podemos observar outros fatores influenciadores na

flexibilidade como por exemplo. a idade. sexo. hora do dia e temperatura ambiente.

A)Idade

Quanto mais velha a pessoa. menor sua flexibilidade. pode-se ressaltar que 0

momenta da vida em que 0 ser humano mostra-se potencialmente mais flexivel e

justamente na hora do nascimento. quando ate mesmo as articulac;:oes da calota

craniana mobilizam-se para permitir a passagem pelo canal vaginal. Kirchner e Gleins

(1957) afirmam que na primeira infancia a flexibilidade natural e maior do que aquela

observada em idades superiores a 10 ou 12 anos. Rodrigues cita Piorek (1971) que

preconiza que os melhores resultados no treinamento da flexibilidade ocorre entre 10 e

23

16 anos de idade embora reconhe<;:a que a melhor mobilidade de algumas articula<;:aes

corresponde a uma idade mais avan<;:ada.

Dantas (1999) ao contni.rio de Piorek (1971) acredita que a idade ideal para se

iniciar 0 treinamento da flexibilidade com finalidade desportiva e na terce ira infancia

que vai dos seis anos ate 0 inicio da puberdade, principal mente em desportos que

exijam elevado grau de desenvolvimento dessa qualidade fisica. Weineck (1999) cita

Neumann (1976) que apos a adolescencia espera-se um retrocesso deste valor maximo,

caso nao seja desenvolvido um treinamento especifico para flexibilidade.

Na terceira idade e a faixa etaria propensa as complica<;:aes do aparelho

locomotor, Segundo Dantas (1999) a atividade fisica cos tum a intervir para prevenir ou

minimizar tais acometimentos, auxiliando 0 organismo conviver, mais saudavelmente,

com 0 processo de envelhecimento.

Heath (1994) assim como Dantas, acredita que" os programas de exercicios

para idosos, que dao enfase as atividades de flexibilidade, trazem beneficios

significantes a estes individuos no diz respeito a varia<;:ao da mobilidade articular

incluindo pesco<;:o, ombros, cotovelos, dorso quadril, joelhos e tornozelos" (p. 312).

Como podemos observar a flexibilidade e importante em todas as idades, a crian<;:a

possui uma flexibilidade natural normalmente elevada que, se convenientemente

trabalhada e mantida, mas devemos enfatizar a aten<;:ao que devemos tel' ao realizar um

trabalho de flexibilidade, pas deve se evitar que a disputa natural entre as crian<;:as se

torne um fator de risco, ja quanta aos idosos devemos tambem respeitar suas

limita<;:aes de corrente da idade.

24

B) Sexo

Ao analisarmos se a diferen<;as na f1exibilidacle entre hom ens e mulheres,

percebemos que a mulher pOl' possllir tecidos men os clensos e normalmente mais

f1exivel que 0 homem. Kircher e Gleins (1967), cHaclos por Hollmann e Hettinger

(1983) afirmam que em geral a mulher e mais f1exivel que 0 homem. Jensen e Fisher

(1970) seguem 0 mesmo pensamento, e relatmrI que a flexibilidacle clas meninas, em

compara<;ao com ados Illeninos, e levemente superior descle a escola elementar. A

partir do inicio clo surto pubert:irio, no entanto, ao meSIllO tempo ern que aumenta a

for<;a clos meninos, vai climinuinclo sua flexibilidacle, conferinclo progressivamente

uma diferenc;a mais acentuacla nest a qualiclacle fisica em favor do sexo feminino.

Weineck (1986) relata que os niveis cle flexibiliclacl entre homens e mulheres esta

reiaciollaclo cliferen as hormonais, a taxa superior cle estrogeno procluz uma reten<;ao

cle agua lIIll pouco superior e a uma porc ntagem mais elevacla de teciclo acliposo e

menos elevada de massa mus ular, a capacidacle cI estiramento cia mulher acha-se

aumentacla pel a densiclacle dos tecidos. As mulheres apresentam maior grau cle

flexibiliclacle, mas isto vai clepencler tambem do treinamento desenvolvido, caso um

homem realize um trabalho cle flexibilidade mais especifico do que a mlliher, sua

flexibiliclacle sera maior.

C) Horario

Ao acorclar, toclos os componentes plasmaticos clo COl"pOestao em sua forma

original devido as horas em que 0 organismo esteve cleitaclo, segundo Piorek (1971) a

elasticiclacle muscular varia clurante 0 clia, senclo recluzicla peJa manha, aumentanclo

25

gradativamente ate atingir seu ponto 6timo por voltadas 13 horas, para mais tarde

vol tara diminuir. Sobre este terna Weineck (1986) posiciona-se da seguinte forma:" De

manha , depois de levantar-se, 0 limiar de sensibilidade dos fusos musculares esta

acentuado". Devido a este fato, qualquer estiramento da musculatura disparara 0

reflexo miotatico. Os exercicios feitos durante a manha devem, ser procedidos de urn

aquecimento de dura<;ao e intensidade maiores. Achour Junior (1996) assim como

'Weineck (1986), relata que no periodo da manha,o aquecimento deve ter uma dura<;ao

maior, mas ressalta que urn aquecimento muito intenso ou prolongado poderia a

prejudicar 0 atleta pela fadiga.

D) Temperatura

A temperatura ambiente pode influenciar diretamente no desenvolvimento do

treinamento da flexibilidade. Segundo Wright e Johns (1960) uma eleva<;ao da

temperatura favorece a flexibilidade, enquanto a baixa prejudica. Hollmann e

Hettinger (1983) relata que "0 estimulo de frio atua sobre 0 sistema dos motoneuronios

gama , aumentando 0 tonus muscular". A temperatura ambiente alta acarreta uma

eleva<;ao da temperatura corporal com efeito inibit6rio sobre os motoneuronios gama

e conseqiiente relaxamento da musculatura e aumento da flexibilidade. As altas

temperaturas ambientais, os mecanismos e processos capazes de elevar a temperatura

corporal possuem efeitos semelhantes, favorecendo a amplitude de movimento.

26

2.6 TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE

Para Dantas 0 treinamento da flexibilidade pode ser realizado de tres formas por

meio de insistencias estaticas (Metodo Passivo), por meio de insistencias dinamicas ou

balisticas (Metodo Ativo) e Metodo de Facilita<;ao Neuromuscular Proprioceptiva

(p.lll).

A)Metodo ativo

Este metoda consiste na realiza<;ao de exercicios dinamicos, que devido a

inercia do segmento do carpo resulta num momenta de natureza provocando trabalho

nas estruturas limitantes do movimento. Cada musculo cleve ser submetido a tres ou

quatro series de 10 a 20 repeti<;6escada uma, alternada com movimentos de soltura. A

realiza<;ao de movimentos de amplitude maxima, em velocidade, estimula 0 Fuso

Muscular, acarretando 0 Reflexo miotatico ou reflexo de estiramento. Este reflexo

provoca contra<;ao da musculatura que esta sendo estirada. Devido a esta rea<;ao

proprioceptiva, neste tipo de flexionamento, a estrutura limitante ao movimento e, via

de regra, a musculatura antagonista e em especial, os componentes elasticos em serie

(parte das fascias de tecido conjuntivo que ficam entre duas fibras musculares e entre

estas e 0 tendao) dos citados grupos musculares. Estes metodos enfatizam a

elasticidade muscular. Na decada passada, alguns estudiosos russos estiveram testando

urn novo processo de realiza<;ao deste metoda (Issurin et alii, 1994) que consistia na

estimulac;ao vibrat6ria do musculo (44 Mz., com amplitude de 03 mm.). Os efeitos

desta metodologia, pOI'em embora superiores a forma classica de aplica<;ao, sao

inferiores aos obtidos por meio da (FNP) Facilitac;ao Neuromuscular Proprioceptiva

B) Metodo passivo

27

o metoda passivo para ser empregado deve se lentamente, chegar ao limite

normal do arco articular do atleta (limiar entre 0 alongaento e 0 flexionamento ), fon;:ar

suavemente alem deste limite, aguardar cerca de seis segundos e realizar novo

fon;:amento suave, procurando alcan<;:ar0 maior arco de movimento. Neste ponto, 0

arco articular obtido deve ser mantido por 10 a 15 segundos (DANTAS,1999,p.llO). A

rolina deve ser repelida por tres a seis vezes, com intervalo de contra<;:aoe entre elas. 0

objetivo deste metoda e 0 aumento da Flexibilidade pelo incremento prioritario sobre a

mobilidade articular. Borms et alii (1987), indicam como ideal urn tempo de

insistencia de 10 segundos e chegaram a conclusao que tempos de 20 ou 30 segundos

sao desnecessarios. ]a Madding ET alii (1987), comparando os efeitos provocados por

insistencias de 15, 45 e 120 segundos, verificaram nao haver qualquer vantagem na

utiliza<;:aode insistencias com mais de 15 segundos. Para superar as duvidas que

possam persistir quanta it eficacia de aumentar 0 tempo de insistencia para conseguir

urn melhor efeito de treinamento, cabe citar 0 trabalho de Bandy, Irion e Briggler

(1997), que compararam os efeitos de insistencias de 30 e de 60 segundos, com uma

ou tres repeti<;:5ese nao encontraram diferen<;:assignificativas entre os resultados. 0

estudo encontrado, de Bandy e Irion (1997), que se op5e ao que foi exposto ate aqui,

aponta melhoras de flexibilidade, depois de seis semanas de treinamento, dos grupos

que realizaram insistencias de 30 e de 60 segundos, sobre 0 grupo que realizou

insistencias de 15segundos. No entanto, os autores consideraram 0 tempo total de

atividade e nao a insistencia depois de se alcan<;:ar0 arco maxima de movimento,

detalhes que estes resultados nao sejam levados em considera<;:ao.A tensao isometric a

28

provocada pela insistencia estatica a que se submete 0 musculo. atuando sobre 0 Orgao

Tendinoso de Golgi. provocando urn relaxamento da musculatura agonista.

acarretando que 0 fator limitante do movimento seja. normalmente. a articulac;ao. Por

ser esta estrutura que suporta a forc;a que se esta realizando. ela tende a se adaptar.

aumentando a extensibilidade de seus tecidos moles e diminuindo. desta forma. sua

estabilidade. 0 fen6meno exposto torna contra indicado 0 Metodo Passivo para 0

treinamento da flexibilidade das articulac;6es sujeitas a choques. tendo como exemplo

os desportos de contato (Mcnaire Stanley. 1996).

C) Metodo de Facilitac;ao Neuromuscular Proprioceptiva (FNP)

Esta tecnica de alongamento vern se mostrando eficaz no aumento da

flexibilidade. para Fleck e Kraemer (2006) a base te6rica dessa tecnica esta na

atividade voluntaria agonista. que fornece ativac;ao neural resultando em inibic;ao

reciproca do musculo antagonista. permitindo assim maior amplitude do movimento

(p.153). Encontramos varias variac;6es dessa tecnica (FNP). segundo (Dantas1999.

p.112) podemos citar:

A) Scientific Stretching for Sports. que consiste em tres passos:

* Mobilizac;ao do segmento corporal ate 0 seu limite de amplitude;

* Realizac;ao de uma contrac;ao isometrica maxima durante oito segundos;

*Forc;amento do movimento alem do limite original. durante 0 relaxamento da

musculatura do atleta ap6s a contrac;ao.

29

B) Processo de sustenta<;:3.o-relaxa<;:3.oconsciste em tres passos.

* 0 SlUeitoque vai ser treinado relaxa a musculatura a ser trabalhada (antagonista ao

movimento), que e estirada passivamente pelo treinador ate 0 limiar de tlexionamento;

* Contrai 0 mllsculo agonista, durante oito segundos, numa contra<;:3.oisometrica

ma.xima;

* Ap6s os oito segundos de contra<;3.o,0 sujeito r laxa, e tem 0 seu segmento

conduzido passivamente ao novo limite;

C) Processo de reversao lenta consciste em quatro passos:

* 0 sujeito relax a a musculatura a ser trabalhada, e 0 segmento e conduzido ao arco

articular maximo, passivamente, pelo treinador;

* paJ'lindo cia posi<;:aomaxima, 0 sujeito realiza uma ontra<;ao do mLlsculo agonista

durante oilo segundos. 0 tr inador imp de 0 movim nto. caracterizando a contra<;:ao

isometrico) ;

* Sem solu<;aode continuidade, 0 treinador inverte 0 ponto de apoio, e 0 SlUeitopassa.

segundos; agora. a realizar uma contra<;:3.oisometrica maxima do antagonista. tambern

durante oito segundos.

* 0 treinador comanda Relaxe!, e conduz passivarnente 0 segmento a um arco

articular mais amplo.

Existern rnuitas polemicas sobre qualmetodo e mais eficaz. Sady et alii (1982),

comparando os metodos passivo, ativo e de facilita<;ao neuromuscular

proprioceptiva (FNP), durante uma pesquisa que durou seis semanas. chegaram a

conclusao de que" a FNP deve ser a tecnica prefericla para desenvolver tlexibilidacle".

30

Pode-se concluir que todos os metoclos proporcionam ganhos nos indices de

flexibilidade, com tecnicas particulares, e a escolha do metodo adequaclo para 0

treinall1ento da flexibilidacle, tall1bell1sera cliretall1ente influenciaclo pelo periodo de

competi~i:\O.

2.7 AVALIA<;:AoDA FLEXIBILIDADE

A avalia~ao da flexibilidade e fator importante para saber a necessidade do

aumento da flexibilidade, para verificar se teve volu~ao com 0 treinamento, equal foi

esta evolu~ao. (Dantas 1995) cita (Marins e Giannichi 1998) ensinam que" os testes

existentes para a mecli~ao e avalia~ao da flexibilidade podern ser divididos em tres

grandes grupos.

A)Testes angulares

Sao aqueles que possuem resultados em angulos ( formados entre dois segmentos

que se op6em na articula~ao) os testes angulares sao divididos em dois grupos, 0

invasivo e os nao invasivos.O primeiro grupo pertencem as medidas angulares

realizadas sobre radiografias ou imagens d ressonancia magnetica ( IRM ), 0 segundo

grupo e cornposto pelas rnedidas angulares, efetuadas pOI' rneio de goniOrnetros e

clinometro (ou inclinometros) .

B) Testes adimensionais

Constituern se na interpreta~ao dos 1l10vill1entosarticulares, cOll1parando-os

corn uma folha de gabarito, este teste e bastante clifundido em nosso pais, sendo 0 mais

31

utilizado 0 flexiteste, que constitui urn metodo de avaliac;:aopassiva maxima de vinte

movimentos articulares corporais ( trinta e seis se considerados biiateralmente).O

metoda estuda 0 movimento nas articulac;:6es do tornozelo, quadril, tronco, punho,

cotovelo e ombro, oito movimentos sao feitos em membros inferiores, tres no tronco,

sendo os noyes restante nos membros superiores.

,C) Testes lineares

Este teste se caracteriza par expressar os seus resultados em uma escala de distancia".

Johnson e Nelson (1979) exp6em 0 teste de Sentar e levantar, que tern 0 objetivo

mediI' a flexibilidade do quadril. dorso e musculos posteriores dos membros inferiores.

Conclui-se que a avaliac;:aoe um instrumento importante para verificar a necessidade e

a evoluc;:aodos niveis de flexibilidade.

32

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

3.IDESCRIc;:Ao DO UNIVERSO:

Este trabalho contou com a participa<;ao de 54 atletas do sexo masculino, que

atuam nas categorias infantil com idade de 14 e 15 anos, categoriajuvenil com idade

de 16 e 17 anos, categoriajunior com idade de 18 a 20 anos, pertencente a uma equipe

de futebollocalizada na cidade de Curitiba.

3.2 MATERIAL E PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS:

o processo de coleta de dados foi realizado no periodo da tarde, atraves do

protocolo banco de Wells (sentar e alcan<;ar). este teste propos to por Wells fornece urn

indicativo da flexibilidade da articula<;ao coxo-femoral, 0 avaliado senta com os

joelhos estendidos, tocando os pes descal<;os na caixa sob a escala, em seguida

posiciona as maos uma sobre a outra na escala, com os cotovelos estendidos, e executa

uma flexao do tronco a frente, registrando-se 0 ponto maximo, em centimetros,

atingido pelas maos.

3.3 ANALISE DOS DADOS:

A partir da coleta de dados obtida de 3 atletas par posi<;ao separados por

categoria , foi verificado a media dos indices de flexibilidade, e realizado uma analise

estatistica simples na forma de quadro e graficos comparativos.

33

4 RESULTADOS E DISCUSSAO

o quadro abaixo mostra a comparac;:aoda media de flexibilidade entre atletas

das mesmas posic;:6es,porem em categorias diferentes, os resultados mostram um

dominio quase que total da categoriajunior.

QUADRO 1- COMPARATIVO DA MEDIA DA FLEXIBILIDADE DAS POSIC;;OES

ENTRE AS CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E JUNIOR.

Posic;:ao Categoria infantil Categoriajuvenil Categoria junior

Goleiro 29 35,25 41,33

Zagueiro 35 36,54 39

Lateral 33,25 29,54 43,50

Volante 31,50 37,40 37,50

Meia 30,25 36,38 43,33

Atacante 33 32,60 34,33

NOTA: Quadro resultante dos niveis de flexibilidade dos jogadores de futebol.

FONTE: Clube de Futebol da Cidade de Curitiba.

A media das posic;:6esda categoria junior foram superiores aos da categoria

juvenil, apresentando indices considerado excelente pelo quadro de classificac;:ao, na

categoria juvenil seus atletas apresentaram niveis acima da media, tendo apenas duas

posic;:6es que ficaram com media inferior a categoria infantil, que apesar de ter

34

apresentado os menores resultados, ficou dentro da media do quadro de c1assifica<;ao

RESULTADOS DA CATEGORIA INFANTIL

o grafico abaixo demonstra a compara<;ao da media dos nfveis de flexibilidade

entre as posi<;6es goleiro, zagueiro, lateral, volante, meia e atacante da categoria

infantil.

GRAFICO 01 COMPARA<;:AO DA MEDIA DE FLEXIBILIDADE

ENTRE AS POSI<;:OES DA CATEGORIA INF ANTIL - 2007

5045

~ 40 35 o GOLEIRO:a 35.~ 30 _ZAGUEIRO

I!; 25 o LATERAL

.a 20 o VOLANTE

.~ 15 _MEIA

Z 10 o ATACANTE

50

Media de flexibilidacle das posic;;:6es

Posic;6es

NOTA: Gnifico resultante dos nfveis de flexibilidade dosjogadores de futeboL

FONTE: Clube de Futebol da Cidade de Curitiba.

Observa-se que os zagueiros apresentaram nfveis acima da media, seguido pel os

laterais, atacantes, volantes, meias e goleiros que apresentaram nfveis dentro da media

do quadro de classifica<;ao da flexibilidade.

RESULTADOS DA CATEGORIAJUVENIL

35

o grafico seguinte demonstra a compara<;ao da media dos niveis de

categoriajuvenil.

flexibilidade entre as posi<;6es goleiro, zagueiro, lateral, volante, meia e atacante da

GRAFICO 02 - COMPARA<;:Ao DA MEDIA DE FLEXIBILIDADE ENTRE

POSI<;:OESDA CATEGORIA JUVENIL-2007

Media de f1exibilidades das pos~6es

5045

is 40 37,5 36,38co:s: 35 o GOLEIRO

:a .ZAGUEIRO.~ 30C 25 o LATERALaJ 20'0 o VOLANTE.~ 15i MEIA10

50

Posic;:6esNOTA: Grafico resultante dos niveis de flexibilidade dosjogadores de fUlebol.

FONTE: Clube de Futebol da Cidade de Curitiba.

Observa-se que os volantes apresentaram os maiores niveis de flexibilidade

entre as posi<;6es, seguidos pelos zagueiros, meias, e goleiros que estao com a

flexibilidade acima da media. Os atacantes e laterais apesar de ter apresentado os

menores resultados, estao dentro da media do quadro de classifica<;ao da flexibilidade.

36

RESULTADOS DA CATEGORIA JUNIOR

o gr<ifico seguinte demonstra a comparac;:ao da media dos niveis de

flexibilidade entre as posic;:6esgoleiro, zagueiro, lateral, volante, meia e atacante da

categoria juvenil.

GRAFICO 03 - COMPARA<;:AO DA MEDIA DE FLEXIBILIDADE ENTRE

AS POSI<;:OESDA CATEGORIA JUNIOR - 2007

Posic;6es

Media de flexibilidade das posic;6es

50,00

40,00"is o GOLEIROco] 30,00 _ZAGUEIROB DLA1ERAL')(OJ 20,00 DVOLAN1E~Q)

_MEIA'0

.!!l 10,00Q) DATACAN1E>Z0,00

NOTA: Gnifica resultante das niveis de flexibilidade das jagadares de [uleba!.

FONTE: Clube de FUlebal da Cidade de Curitiba

Observa-se que os laterais apresentam a maior media, seguidos pelos meias e

goleiros que estao com niveis de flexibilidade considerado excelente pelo quadro de

classificac;:ao.Os zagueiros, volantes e atacantes, apesarem de ter apresentado niveis de

flexibilidade inferior comparando com as outras posic;:6es, tiveram urn born

desempenho, ficando acima da media.

MEDIA DAS CATEGORIAS INFANTIL, JUVENIL E JUNIOR

37

o gnifico seguinte demonstra a compara<;ao da media dos niveis de

flexibilidade das categorias infantil, juvenil e junior, foram analisados os niveis de

flexibilidade de 24 atletas por categoria.

GRAFICO 04 - COMPARA<;AO DA MEDIA DE FLEXIBILIDADE ENTRE AS

CATEGORIAS, INFANTIL, JUVENIL E JUNIOR.

Media de flexibilidade das categorias - Infantil - juvenil-JUnior

50-d'" 40 D InfantilJ2 32,04]'x 30'" • juvenil~ 20'""0

.~ 10 Dj(miorQ)

~ 0Categorias

NOTA: Grafico resultante dos niveis de flexibilidade das Categorias dos jogadores.

FONTE: Clube de Futebol da Cidade de Curitiba.

Verificando a media de cada categoria, constatou-se que a categoria junior ,

apresentou os melhores resultados, a categoria juvenil apresentou um born

desempenho, com niveis de flexibilidade acima da media. A categoria infantil que

apresentou 0 menor nivel, mas esta dentro da media do quadro de classifica<;ao da

flexibilidade. Conclui-se que os atletas que possuem maior idade apresentaram

resultados superiores.

38

5 CONSIDERA<::OES FINAlS

o presente trabalho analisou os niveis de flexibilidade dos atletas de futebol das

categorias infantil. juvenil e junior, tendo como objetivo comparar a media das

posi<;:6es e das categorias. Mediante a analise dos resultados em relac;ao a media de

flexibilidade entre as posic;6es, constatou-se que e relativo de uma categoria para outra,

pOis a mesma posic;ao da categoria junior que apresenta a maior media, e a menor

media da categoria juvenil, demonstrando que 0 nivel de flexibilidade nao tem relac;ao

direta com a posic;ao que 0 atleta joga.

Na comparac;ao entre a media de flexibilidade entre as categoria infantil,

juvenil e junior, observou-se claramente que a categoria que possui atletas com idade

superior, apresentou maior media de flexibilidade, demonstrando que atraves do

treinamento e possivel elevar os niveis de flexibilidade com 0 aumento da idade.

Sugere-se aos que queiram pesquisar sobre 0 lema, realizar a comparac;ao dos niveis de

flexibilidade com atletas da categoria adulta.

39

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Midiograf, 1996. p.37-40-41-103.

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RODRIGUES, Tania L. Flexibilidade e alongamanto.20 ed Rio de Janeiro: Sprint

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2007.

40

ANEXO

FONTE: Canadian Standardized Test of Fitness (CSTF)

41

ANEXO 1

QUADRO DE CLASSIFICA(AO DO TESTE SENTAR E ALCAN(AR

Idade 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 44 50 a 59 60 a 69

Anos

Sexo M F M F M F M F M F M F

Excelente > > > 40 > 41 > 38 > 41 > 35 > 38 > 35 > > 33 >

39 43 39 - 35

> Media 34 38- 34- 37- 33- 36-40 29- 34-37 28- 33- 25- 31-34

38 42 39 40 37-

34I---

34 38 32

Media 29 34- 30- 33- 28- 32-35 24- 30-33 24- 30- 20-24 27-30

33 37 33 36 32 - 28r---

27 32

< Media 24 29- 25- 25- 23- 27-31 18- 25-29 16- 25- 15-19 23-26

28 33 29 29 27 - 23r---

23 29

Fraco < < < 24 < 27 < < 26 < 17 < 24 < < < 14 <

23 28 22 15 24 - 23

FONTE: Canadian Standardized Test of Fitness (CSTF)