As origens da literatura portuguesa e o quinhentismo
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C A P . 4
C A P . 5
AS ORIGENS DA LITERATURA PORTUGUESA E O
QUINHENTISMO NO BRASIL
PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
1500 a 1822 (período colonial) Escritores portugueses ou com formação universitária em Portugal
Referências ERA MEDIEVAL
I. Século XII (expulsão dos árabes da península ibérica)
textos em galego-português (Portugal e Galícia)
primeira época medieval ( XII a XIV)
Trovadorismo
I. Século XV (baixa idade média)
segunda época medieval ( XV e início do XVI)
O TROVADORISMO
Prosa , teatro e poesia
Escrita pouco popularizada
Poemas cantigas
Poetas trovadores ou jograis
nobreza e clero populares
“Cancioneiros” (Cancioneiro da ajuda, XIII; Cancioneiro do Vaticano, XV; Cancioneiro da Biblioteca Nacional, XIV)
INÍCIO
Cantiga da Ribeirinha, ou Cantiga de Guarvaia, é o primeiro texto literário em língua galaico-portuguesa de que se tem registro.
A cantiga foi composta provavelmente em 1198, por Paio Soares de Taveirós, e recebeu esse nome por ter sido dedicada a D. Maria Pais Ribeira, concubina de Sancho I de Portugal, apelidada de "Ribeirinha".
Segue, abaixo, o poema que serve como modelo das cantigas de amor do Trovadorismo galego-português (possui o eu-lírico masculino), pois fala de um amor platônico do poeta, plebeu, por uma mulher nobre e inacessível.
CANTIGA DA RIBEIRINHA
No mundo non me sei parelha,mentre me for' como me vai,ca ja moiro por vós - e ai!mia senhor branca e vermelha,Queredes que vos retraiaquando vos eu vi em saia!Mao dia me levantei,que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di', ai!me foi a mi muin mal,e vós, filha de don PaaiMoniz, e ben vos semelhad'haver eu por vós guarvaia,pois eu, mia senhor, d'alfaiaNunca de vós ouve nem eivalía d'ũa correa.
No mundo ninguém se assemelha a mim (parelha: semelhante)enquanto a vida continuar como vai,porque morro por vós, e aiminha senhora de pele alva e faces rosadas,quereis que vos descreva (retrate)quando vos eu vi sem manto (saia: roupa íntima)Maldito dia! me levanteique não vos vi feia (ou seja, a viu mais bela)
E, mia senhora, desde aquele dia, ai!tudo me foi muito male vós, filha de don PaiMoniz, e bem vos parecede ter eu por vós guarvaia (guarvaia: roupa luxuosa)pois eu, minha senhora, como mimo (ou prova de amor)de vós nunca recebialgo, mesmo que sem valor. (correa: coisa sem valor)
CANTIGAS DE AMIGO CANTIGAS DE AMOR
Cultura árabe
Eu-lírico feminino
Predomínio da musicalidade
Lamento da moça
Amor natural e espontâneo
Ambientação popular
Tradição oral ibérica
Cultura provençal
Eu-lírico masculino
Predomínio das ideias
Sofrimento amoroso
Amor cortês (vassalagem amorosa)
Ambientação aristocrática
Influência provençal
GÊNERO LÍRICO AMOR CORTÊS
CANTIGAS DE ESCÁRNIO CANTIGAS DE MALDIZER
Crítica indireta; normalmente a pessoa satirizada não é identificada.
Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades
Ironia
Crítica direta; geralmente a pessoa satirizada é identificada
Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena
Zombaria
GÊNERO SATÍRICO
A SEGUNDA ÉPOCA MEDIEVAL
Poesia palaciana
Amantes mais íntimos e mais recursos formais
Prosa historiográfica
Fernão Lopes (cronista-mor)
Teatro
Ligado à Igreja.
Gil Vicente iniciou o teatro leigo
* GIL VICENTE (XVI)
Laicização do teatro e da literatura
Baixa Idade Média manifestação literária leiga
Missão moralizante e reformadora apelos da carne e do dinheiro
OBRAS MAIS IMPORTANTES Auto da barca do inferno
Auto da barca do purgatório
Auto da barca da glória
O velho da horta
Auto da Índia
Farsa de Inês Pereira
FARSA DE INÊS PEREIRA
Gil Vicente foi acusado de plagiar obras do teatro espanhol de Juan del Encina. Em vista disso, pediu para que aqueles que o acusavam dessem um tema para que ele pudesse, sobre ele, escrever uma peça. Deram-lhe o seguinte ditado popular como tema: “Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”.
No auge de sua carreira dramática, sobre este tema, Gil Vicente criou A Farsa de Inês Pereira, respondendo assim àqueles que o acusavam de plágio. A peça foi apresentada pela primeira vez para o rei D. João III, em 1523.
A Farsa de Inês Pereira é considerada a peça mais divertida, complexa e humanista de Gil Vicente. O aspecto humanístico da obra vê-se pelo fato de que a protagonista trai o marido e não recebe por isso nenhuma punição ou censura, diferentemente de personagens de O Auto da Barca do Inferno e O Velho da Horta, que são castigadas por fatos moralmente parecidos.
CLASSICISMO (QUINHENTISMO)
Em Portugal, o Quinhentismo (Classicismo) teve início em 1527 , quando do retorno do poeta Sá de Miranda da Itália, onde viveu vários anos para estudos . Na bagagem, trazia novas técnicas versificatórias , o "dolce stil nuovo" ("doce estilo novo"). Além de introduzir no país o verso decassílabo (medida nova) em oposição à redondilha medieval (5 ou 7 sílabas), que passou a ser chamada de medida velha, trouxe uma nova conceituação artística. Devemos entender, portanto, que Sá de Miranda não trouxe para Portugal apenas um verso de medida diferente, mas um gosto poético mais refinado.
CLASSICISMO (QUINHENTISMO)
Contexto histórico Renascimento
Movimento artístico, cultural e científico (XVI)
Cultura clássica greco-latina
desde o final do século XII Itália Humanismo (Dante Alighiere, Petrarca e Boccaccio)
CLASSICISMO (QUINHENTISMO)
Redondilhas , decassílabos
Sonetos , cantigas
Soneto italiano 2 quadras e 2 terças
Fé medieval , razão
Cristianismo , mitologia
Teocentrismo , antropocentrismo
Era clássica: Classicismo, Barroco e Arcadismo
CLASSICISMO (QUINHENTISMO)
Juntamente com o decassílabo, passaram a ser cultivadas novas formas fixas de poesia, como o soneto (dois quartetos e tercetos, com metrificação em decassílabos e rimas em esquemas rigorosos), a ode (poesia de exaltação), a écloga (que tematiza o amor pastoril), a elegia (revelação de sentimentos tristes) , a epístola (carta em versos). É preciso lembrar que a substituição do verso redondilha (medida velha), característico da Idade Média, pelo decassílabo (medida nova) não se deu de forma imediata, pois ambas as medidas conviveram por grande parte do século XVI.
* LUÍS DE CAMÕES
Expansão marítima e comercial (XV e XVI)
Os Lusíadas, 1572 rendeu grande importância à literatura portuguesa
principal expressão do Renascimento português
LÍRICA CAMONIANA MEDIDA NOVA
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.
Mas esta linda e pura semidéia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assim como a alma minha se conforma,
está no pensamento como idéia:
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
LÍRICA CAMONIANA MEDIDA VELHA
Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m'espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim
anda o mundo concertado.
ÉPICA CAMONIANA
Os Lusíadas, 1572
Narra os feitos heroicos dos portugueses Vasco da Gama lidera os lusos para além do Cabo das
tormentas, até Calicute (Índia)
Fatos históricos recentes e narração da história de Portugal
Respondeu ao anseio nacionalista português
Herói coletivo
Paganismo e cristianismo
Os Lusíadas ESTRUTURA
1102 estrofes em oitava – rima
10 cantos
Introdução: 18 estrofes do Canto I
Proposição
Invocação (tágides)
Dedicatória (D. Sebastião)
... ESTRUTURA...
Narração: 19ª estrofe do Canto I a 144ª do Canto X
Epílogo: 145ª a 156ª do Canto X
QUINHENTISMO NO BRASIL
Literatura de informação A carta, Pero Vaz de Caminha
O diário de navegação, de Pero Lopes de Sousa
Literatura de catequese José de Anchieta
LITERATURA DE INFORMAÇÃO
= literatura dos viajantes ou dos cronistas
Relatórios, documentos, cartas
Fauna, flora e costumes da nova terra
Encontrar riquezas
Literatura de pouco valor literário
Ufanismo nativismo (XVII, Arcadismo)
LITERATURA DE CATEQUESE
Contra-Reforma
Poesia e teatro voltados para a catequese
Melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro
Jesuítas: Poesia de devoção
Teatro pedagógico (trechos bíblicos)
Cartas informativas à Europa
JOSÉ DE ANCHIETA
Estudou o tupi-guarani
Precursor do teatro no Brasil
Apresenta traços barrocos
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