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    As Tarefas dos ConselhosOperrios

    Anton Pannekoek

    Fonte: http://www.terravista.pt/IlhadoMel/1188/anton_pannekoek.htmHTML por Jos ra!para The Mar"ists Internet #r$hive

    Capitulo 1: O Trabalho

    Capitulo 2: A Lei e a Propriedade Capitulo 3: A Organizao no Lo!al deTrabalho Capitulo ": A Organizao #o!ial Capitulo $: Ob%e!&es Capitulo ': (ifi!uldades Capitulo ): A Organizao dosConselhos Capitulo *: Cres!i+ento

    Cap,tulo 1 - O Trabalho

    #$t%almente e no per&odo '%e se est( a ini$iar) nomomento em '%e a *%ropa devastada e a h%manidadeempo+re$ida pela ,%erra m%ndial) aos tra+alhadores detodo o m%ndo '%e $%mpre or,ani!ar a ind-stria) para seli+ertarem da misria e da e"plorao. # s%a tare0a empreender a or,ani!ao da prod%o dos +ens. ara

    reali!arem esta o+ra imensa e di0&$il) ne$ess(rio '%e$onheam plenamente o $ar($ter do tra+alho. 2%anto melhor0or o $onhe$imento '%e poss%&rem da so$iedade e) dentrodesta so$iedade) do l%,ar '%e a& devem o$%par) menosdi0i$%ldades) de$ep3es) e 0ra$assos en$ontraro no $om+atea travar.

    4a +ase da so$iedade en$ontra5se a prod%o de todos os+ens ne$ess(rios 6 vida. # maior parte desta prod%o 0a!5se

    re$orrendo a t$ni$as m%ito ela+oradas) em ,randes 0(+ri$as)%tili!ando m('%inas $ompli$adas. *ste desenvolvimento das

    http://www.terravista.pt/IlhadoMel/1188/anton_pannekoek.htmhttp://www.marxists.org/admin/volunteers/biographies/jbraz.htmhttp://www.marxists.org/index.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap01.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap02.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap03.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap03.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap04.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap05.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap06.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap07.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap07.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap08.htmhttp://www.marxists.org/admin/volunteers/biographies/jbraz.htmhttp://www.marxists.org/index.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap01.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap02.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap03.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap03.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap04.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap05.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap06.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap07.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap07.htmhttp://www.marxists.org/portugues/pannekoe/ano/tarefas/cap08.htmhttp://www.terravista.pt/IlhadoMel/1188/anton_pannekoek.htm
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    t$ni$as) '%e 0e! passar da pe'%ena 0erramenta) mane7adapor %m -ni$o homem) 6s enormes m('%inas) postas a0%n$ionar por vastas $ole$tividades de oper(rios) $om'%ali0i$a3es di0erentes) opero%5se no de$%rso dos s$%los

    pre$edentes. *m+ora ainda se7am %tili!adas pe'%enas0erramentas) $omo a$essrios) e em+ora e"istam aindan%merosas pe'%enas o0i$inas) 7( no o$%pam prati$amente'%al'%er l%,ar no $on7%nto da prod%o.

    9ada 0(+ri$a %ma or,ani!ao min%$iosamenteadaptada aos se%s 0ins) %ma or,ani!ao de 0oras) tantoinertes $omo vivas) de instr%mentos) de oper(rios. #s 0ormase o $ar($ter desta or,ani!ao so determinados pelos

    o+7e$tivos '%e devem servir. 2%ais so estes o+7e$tivos4os nossos dias) a prod%o dominada pelo $apital. ;

    $apitalista '%e poss%i o dinheiro 0%nda a 0(+ri$a) $ompra asm('%inas e as matrias5primas) $ontrata oper(rios e 0(5losprod%!ir mer$adorias) '%e podem ser vendidas. Isto si,ni0i$a'%e ele $ompra a 0ora de tra+alho dos oper(rios) 0ora essa'%e ir( ser despendida no tra+alho '%otidiano) e pa,a5lhe ovalor desta 0ora) o sal(rio) $om o '%al podem o+ter a'%ilo de'%e ne$essitam para viver e para resta%rar permanentementea s%a 0ora de tra+alho. ; e"$edente $onservado pelo$apitalista '%ando o prod%to vendido) a mais5valia) $onstit%io l%$ro '%e) na medida em '%e no $ons%mido) a$%m%lado) trans0ormando5se assim em novo $apital. # 0orade tra+alho da $lasse oper(ria pode ser $omparada a %mamina: pela e"plorao) rende mais do '%e o '%e $%sto%.

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    esses l%$ros 0orem ins%0i$ientes. # maneira normal de o+terl%$ros evidentemente prod%!ir mer$adorias '%e possam servendidas por +om preo) e ,eralmente s podem ser vendidasse 0orem +ens de $ons%mo ne$ess(rios e pr(ti$os para '%em

    os $ompra. ara o+ter l%$ros) o ne,o$iante de sapatos temportanto de prod%!ir +ons sapatos) melhores e menos $aros'%e os dos $on$orrentes. # prod%o $apitalista $onse,%eassim) em per&odo normal) atin,ir a'%ilo '%e deve ser oo+7e$tivo de toda a prod%o: 0orne$er 6 h%manidade a'%ilode '%e ne$essita para viver. Mas toda a ,ente sa+e '%e) parao $apitalista) pode ser mais rent(vel prod%!ir) para os ri$os)o+7e$tos de l%"o s%pr0l%os) o%) para os po+res) mer$adoriasordin(rias) '%e pode ser mais vanta7oso vender a s%a 0(+ri$a

    a %m $on$orrente) '%e a pode en$errar se tal lhe apro%ver.*stes so e"emplos 0re'%entes) e mostram $laramente

    '%e o o+7e$tivo primordial da prod%o a$t%al $ontin%a a sero l%$ro.

    *ste o+7e$tivo determina o $ar($ter da or,ani!ao dotra+alho na 0(+ri$a. 9omea por imp@r a a%toridade de %msenhor a+sol%to. >e o prprio propriet(rio '%em diri,e) temde ter o $%idado de no perder o se% $apital) +em pelo$ontr(rio tem de o a%mentar. ; tra+alho dominado pelo se%interesse: os oper(rios so a s%a mo5de5o+ra e devemo+ede$er. #ssim so determinados o se% papel e a s%a 0%nono tra+alho. >e os oper(rios se '%ei"arem do n-merodemasiado elevado de horas o% do tra+alho es,otante)responde5lhes insistindo no se% prprio tra+alho e naspreo$%pa3es '%e o o+ri,am a manter5se a$ordado pela noitedentro) '%ando eles 7( re,ressaram a $asa e s t?m '%e sepreo$%par $onsi,o prprios. > se es'%e$e de di!er) e deresto ele mesmo mal o $ompreende) '%e todo este tra+alho)m%itas ve!es to penoso) todos estes a+orre$imentos '%e lhetiram o sono s servem o l%$ro e no a prpria prod%o.Todo o se% tra+alho $onsiste 0inalmente em pro$%rar $omovender as mer$adorias) $omo %ltrapassar os $on$orrentes)$omo $onse,%ir '%e %m m("imo de mais5valia entre nos se%s$o0res. 4o %m tra+alho prod%tivo) e os es0oros '%edespende para l%tar $ontra os $on$orrentes so in-teis para aso$iedade. Mas ele o patro) e so os se%s o+7e$tivos '%e

    re,em a empresa.

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    >e este patro da 0(+ri$a %m dire$tor $ontratado) sa+e'%e 0oi $olo$ado nesse posto $om o 0im de o+ter l%$ros paraos a$$ionistas. >e no o $onse,%ir) despedido e s%+stit%&dopor o%tro. 4at%ralmente '%e) se '%iser diri,ir o tra+alho de

    prod%o) tem de ser %m espe$ialista e"periente) ao $orrentedas t$ni$as %tili!adas no se% ramo de a$tividade. Mas almdisso) o% melhor) antes de mais) tem de ser %m perito na artede reali!ar l%$ros. Tem de $omear por o+ter e dominar ast$ni$as de a%mento de l%$ro l&'%ido) por des$o+rir $omoprod%!ir ao menor $%sto) $omo vender o melhor poss&vel)$omo ven$er os rivais. 2%al'%er dire$tor sa+e isto. A isto '%e$omanda a mar$ha dos ne,$ios. A tam+m isto '%edetermina a or,ani!ao na prpria 0(+ri$a.

    # or,ani!ao da prod%o na 0(+ri$a se,%e portanto d%asvias: a da or,ani!ao t$ni$a e a da or,ani!ao $omer$ial.; r(pido desenvolvimento das t$ni$a no s$%lo passado) '%ese +aseo% em pro,ressos $ient&0i$os not(veis) provo$o%melhoramentos dos mtodos de tra+alho nestes $ampos. Ter6 s%a disposio %ma t$ni$a s%perior a melhor arma para a$on$orr?n$ia: permite o+ter %m maior l%$ro 6 $%sta dos$on$orrentes '%e 0i$arem para tr(s. or'%e odesenvolvimento t$ni$o a%menta a prod%tividade dotra+alho) dimin%i o preo dos +ens -teis e de $ons%mo) torna5os mais a+%ndantes e mais variados= a%menta assim aspossi+ilidades de atin,ir %m $erto +em5estar e) +ai"ando o$%sto de vida) 5 o% se7a) o valor da 0ora de tra+alho 5permite elevar $onsideravelmente o l%$ro do $apital. *ste alton&vel de desenvolvimento t$ni$o atrai% 6s 0(+ri$as %mn-mero $ada ve! maior de espe$ialistas: en,enheiros)'%&mi$os) 0&si$os) $ientistas $ompetentes 0ormados nas%niversidades e nos la+oratrios) indispens(veis para dominaras opera3es t$ni$as $omple"as e melhor(5las$onstantemente atravs de novas des$o+ertas $ient&0i$as. >o+a dire$o destes espe$ialistas tra+alham t$ni$os e oper(rios'%ali0i$ados. # or,ani!ao t$ni$a a$arreta assim %ma$ola+orao estreita entre di0erentes $amadas detra+alhadores: %m pe'%eno n-mero de espe$ialistas $om0ormao %niversit(ria) %m maior n-mero de pro0issionais'%ali0i$ados e de oper(rios espe$iali!ados) e %ma ,randemassa de oper(rios no '%ali0i$ados) '%e e0e$t%am tare0asman%ais. >o ne$ess(rios os es0oros $om+inados de todos

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    para 0a!er mover as m('%inas e para prod%!ir asmer$adorias.

    # or,ani!ao $omer$ial deve asse,%rar a venda da

    prod%o. *st%da os mer$ados e os preos= o$%pa5se dap%+li$idade= 0orma a,entes '%e iro in$rementar as vendas.Btili!a o Cmana,ementC dito $ient&0i$o para 0a!er +ai"ar os$%stos de prod%o) repartindo o melhor poss&vel os homense o material= inventa estim%lantes para ini$iar os oper(rios aes0oros mais elevados e mais intensos. Trans0orma ap%+li$idade n%ma esp$ie de $i?n$ia) ensinada mesmo nas%niversidades. ara os $apitalistas) a or,ani!ao $omer$ial eas s%as t$ni$as no so menos importantes do '%e as

    t$ni$as de prod%o= so a arma prin$ipal na l%ta entre$apitalistas. >e nos $olo$armos do ponto de vista de %maso$iedade '%e deve asse,%rar a prod%o de +ensne$ess(rios 6 vida) veremos '%e isto %m desperd&$io detalentos sem nenh%ma %tilidade. e7a '%al 0or o l%,ar onde se e0e$t%e) otra+alho ass%me o mesmo $ara$ter $apitalista. A essa a s%a$ara$ter&sti$a essen$ial) a s%a nat%re!a pro0%nda) apesar dasdi0erenas s%per0i$iais $onstit%&das pelas $ondi3es) melhoreso% piores) em '%e e"er$ido.

    # prpria nat%re!a do tra+alho) no re,ime $apitalista) $onstit%ir %ma e"torso. ;s tra+alhadores t?m de ser levados)o% pela 0ora) o% pela arte mel&0l%a da pers%aso a dar om("imo das s%as 0oras. ; prprio $apital est( s%7eito a %m$onstran,imento semelhante. >e no 0or $ompetitivo) se osl%$ros 0orem ins%0i$ientes o ne,$io desmoronar5se5(. ;stra+alhadores de0endem5se instintivamente desta opressopor meio de %ma resist?n$ia $ont&n%a. >e no o 0i!essem) se)vol%ntariamente) se dei"assem arrastar) veriam '%e Ihesseria e"tor'%ido m%ito mais '%e a s%a 0ora de tra+alho'%otidiana: a s%a prpria $apa$idade 0&si$a de tra+alhar seria$ons%mida) a s%a 0ora vital ver5se5ia pre$o$emente es,otadaD 7( o '%e a$onte$e ho7e em dia pelo menos at $ertopontoE. >eria) para eles e para a s%a des$end?n$ia) ade,eneres$?n$ia) a destr%io da sa-de e das 0oras. or issot?m de resistir. Mesmo 0ora dos per&odos de $on0litos a,%dos)

    de ,reves o% de dimin%io de sal(rios) $ada o0i$ina) $ada

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    empresa pal$o de %ma ,%erra silen$iosa e permanente) de%ma l%ta perpt%a 0eita de press3es e de $ontra5o0ensivas.4os altos e +ai"os desta l%ta esta+ele$em5se determinadasnormas de sal(rios) de tempo de tra+alho) de $ad?n$ias) '%e

    se sit%am no ponto limite entre o toler(vel e o intoler(vel Dseestas normas 0orem intoler(veis) toda a prod%o ser(a0e$tadaE. #s d%as $lasses) tra+alhadores e $apitalistas)em+ora o+ri,adas a la+%tar 7%ntas no '%otidiano) nem porisso dei"am de ser) pro0%ndamente e devido aos se%sinteresses $ontraditrios) inimi,as impla$(veis '%e) '%andono se de0rontam) vivem n%ma esp$ie de pa! armada.

    ; tra+alho) em si mesmo no rep%,nante. A %ma

    ne$essidade imposta ao homem pela nat%re!a) para o+ter asatis0ao das s%as ne$essidades. ; homem) $omo todos oso%tros seres vivos) tem de %tili!ar as s%as 0oras para o+teralimento. # nat%re!a doto% todos os seres de r,os$orporais e de 0a$%ldades mentais) m-s$%los) nervos e %m$re+ro) para se poderem adaptar a esta ne$essidade. #sne$essidades e os meios de as satis0a!er esto) nos seresvivos) harmoniosamente adaptados %ns aos o%tros) pelomenos no de$%rso normal da s%a vida. ; tra+alho) o% se7a)esta %tili!ao normal dos mem+ros e das $apa$idadesmentais) %m imp%lso normal tanto do homem $omo doanimal. >em d-vida '%e h( %m $omponente de o+ri,ao nane$essidade de pro$%rar alimentos e %m a+ri,o. # %tili!aolivre e espontnea dos m-s$%los e dos nervos) ao sa+or dos$apri$hos do tra+alho e do re$reio) sit%a5se na prpriaess?n$ia da nat%re!a h%mana. ; $onstran,imento imposto aohomem pela satis0ao das s%as ne$essidades o+ri,a5o a %mtra+alho re,%lar) ao re$al$amento do imp%lso do momento) a%tili!ao das s%as 0oras) a %m $ontrole poderoso e ass&d%o.Mas deste a%todom&nio) por ne$ess(rio '%e se7a para a s%aprpria preservao) para a da 0am&lia e da $om%nidade) ohomem e"trai a satis0ao de ver ven$idos os o+st($%lose"istentes em si mesmo o% no m%ndo '%e o $er$a) e ad'%ireo sentimento or,%lhoso de ser $apa! de atin,ir os 0ins '%e seprop@s. ; h(+ito do tra+alho re,%lar 0i"o%5se assim pelo se%$ar($ter so$ial) pelos %sos e $ost%mes da 0am&lia) da tri+o o%da aldeia= trans0ormo%5se n%ma se,%nda nat%re!a) n%mmodo de vida nat%ral) n%ma %nidade harmoniosa de 0oras ede ne$essidades) de tend?n$ias nat%rais e de deveres. ;

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    $ampon?s) por e"emplo) d%rante %ma vida de tra+alho) m%itod%ra o% tran'%ila) trans0orma a nat%re!a '%e o rodeia n%ml%,ar onde se sente se,%ro.

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    pode dar) os tra+alhadores ,astam5se antes do tempo.*$onomistas i,norantes) '%e no $onhe$em a verdadeiranat%re!a do $apitalismo) s v?m a pro0%nda averso dosoper(rios pelo se% tra+alho) e $on$l%em da& '%e o tra+alho

    prod%tivo) pela s%a prpria nat%re!a) rep%,nante para ohomem e deve portanto ser imposto) a +em o% a mal) 6h%manidade) atravs dos mais severos $onstran,imentos.

    *videntemente) este $ar($ter do tra+alho nem sempre $ons$ientemente per$e+ido pelos tra+alhadores. or ve!es)reapare$e i,%almente o $ar($ter primitivo do tra+alho) esseimp%lso instintivo para a a$o ,eradora de satis0ao. *mparti$%lar) 7ovens tra+alhadores) i,norantes da nat%re!a do

    $apitalismo) am+i$ionando mostrar as s%as $apa$idades)impa$ientes por se verem re$onhe$idos $omo oper(nosplenamente '%ali0i$ados) sentem em si %ma esp$ie de 0orade tra+alho ines,ot(vel. ; $apitalismo tem mtodos7%di$iosos para e"plorar esta disposio. > mais tarde'%ando s%r,em) $ada ve! maiores) as preo$%pa3es e aso+ri,a3es 0amiliares) '%e o oper(rio se vai sentir apanhadoentre os $onstran,imentos e os limites das s%as 0oras)a$orrentado por ine"or(veis o+st($%los de '%e no $onse,%eli+ertar5se. or 0im) sente as 0oras 0%,irem5lhe n%ma idadeem '%e o homem da +%r,%esia est( no apo,e% da s%a 0ora eda s%a mat%ridade. Tem ento de s%portar a e"ploraro $om%ma resi,nao silen$iosa temendo ser posto de parte) $omo%ma 0erramenta %sada.

    or m%ito ma% e $onden(vel '%e possa ser o tra+alho emre,ime $apitalista) a 0alta de tra+alho ainda m%ito pior.9omo '%al'%er mer$adoria) a 0ora de tra+alho no en$ontrapor ve!es $omprador. # li+erdade pro+lem(ti$a) dei"ada aotra+alhador) de es$olher o se% patro) vai de par $om ali+erdade '%e o $apitalista tem de $ontratar o% despedir osse%s oper(rios. ; desenvolvimento $ontin%o do $apitalismo) a$riao de novas empresas) o de$l&nio e a 0al?n$ia das maisanti,as dispersam permanentemente os tra+alhadores: a'%i)re-nem5se ,randes massas de tra+alhadores) a$ol(despedem5se. 4o 0%ndo) devem $onsiderar5se m%ito 0eli!es'%ando so a%tori!ados a dei"arem5se e"plorar.

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    $onsentimento dos patr3es t?m a$esso as m('%inas) essasm('%inas '%e esperam por eles para poderem 0%n$ionar.

    ; desempre,o o pior 0la,elo da $lasse oper(ria. A

    inerente ao $apitalismo. A %ma $alamidade '%e ress%r,esempre. #$ompanha as $rises e as depress3es peridi$as '%e)d%rante todo o dom&nio do $apitalismo) destroaram aso$iedade a intervalos re,%lares) e '%e so %ma $onse'%?n$iada anar'%ia da prod%o $apitalista. 9ada $apitalista)en'%anto senhor independente da s%a empresa) livre para adiri,ir $omo m%ito +em entende) para prod%!ir o '%e Ihepare$e l%$rativo) o% para 0e$har a 0(+ri$a '%ando os l%$rosdimin%em. *m oposio 6 or,ani!ao min%$iosa '%e reina no

    interior da 0(+ri$a) h( %ma 0alta a+sol%ta de or,ani!ao daprod%o so$ial ,lo+al. ; r(pido $res$imento do $apital)res%ltado da a$%m%lao dos l%$ros) a ne$essidade deen$ontrar l%$ros tam+m para este novo $apital $ond%!em a%m a%mento r(pido da prod%o. *sta in%nda assim omer$ado $om prod%tos invend(veis.

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    prod%o se havia de0initivamente desmantelado. *m todo om%ndo) milh3es de oper(rios) de $amponeses) e mesmo deintele$t%ais viram5se red%!idos a viver de so$orros '%e os,overnos eram o+ri,ados a prestar5lhes: a $rise da a$t%al

    ,%erra de$orre dire$tamente desta $rise da prod%o.*sta $rise oriento% os holo0otes da histria para o

    verdadeiro $ar($ter do $apitalismo e para a impossi+ilidade deo 0a!er d%rar. ara milh3es de pessoas era 7( imposs&vel o+tero estritamente ne$ess(rio. Havia milh3es de oper(rios emplena posse das s%as 0oras '%e s pro$%ravam tra+alho=havia milh3es de m('%inas) em milhares de 0(+ri$as) 6 esperade serem postas a 0%n$ionar para prod%!irem mer$adorias em

    a+%ndn$ia. Mas isso no era permitido. ; direito depropriedade $apitalista so+re os meios de prod%o er,%ia5seentre os oper(rios e as m('%inas. *ste direito depropriedade) de0endido se ne$ess(rio pelas 0oras da pol&$ia edo *stado) impedia os oper(rios de to$arem nas m('%inas ede prod%!irem a'%ilo de '%e a so$iedade e eles prpriosne$essitavam para viver. #s m('%inas en0err%7ar5se5iamparadas) os tra+alhadores passariam a va,%ear deso$%padose a a,%entar a s%a misria. or'%? or'%e o $apitalismo in$apa! de p@r em mar$ha as enormes $apa$idades t$ni$as eprod%tivas da h%manidade para o se% verdadeiro o+7e$tivo: asatis0ao das ne$essidades da so$iedade.

    4o h( d-vida '%e o $apitalismo tenta a$t%almente ini$iar%ma esp$ie de or,ani!ao e de plani0i$ao da prod%o. #s%a insa$i(vel sede de l%$ros no pode ser satis0eita dentrodos se%s limites tradi$ionais. A levado a estender5se a todo om%ndo) a apropriar5se de todas as ri'%e!as) a a+rir mer$adose a s%+7%,ar as pop%la3es dos o%tros $ontinentes. ;s ,r%pos$apitalistas t?m de) 6 $%sta de %ma $ompetio sem piedade)pro$%rar $on'%istar o% $onservar as partes mais ri$as dom%ndo. # $lasse $apitalista de In,laterra) de Frana) daHolanda o+tinha l%$ros 0($eis e"plorando ri$as $olnias)$on'%istadas d%rante ,%erras passadas. 4a mesma alt%ra) o$apitalismo alemo podia apenas $ontar $om a s%a prpriaener,ia) $om as s%as $apa$idades e) a despeito do se%desenvolvimento r(pido) s l%tando pelo dom&nio do m%ndo)s preparando5se para a ,%erra m%ndial) poderia o+ter a s%a

    parte) 7( '%e $he,ara demasiado tarde 6 partilha do m%ndo

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    $olonial. Tinha de ser ele o a,ressor) e os o%tros osCa,redidosC. Foi assim o primeiro a p@r em a$o e aor,ani!ar todas as 0oras da so$iedade $om vista a atin,ireste o+7e$tivo) e os o%tros tiveram '%e se,%ir o se% e"emplo.

    4esta l%ta pela vida entre ,randes pot?n$ias $apitalistas)a ine0i$($ia do $apitalismo privado no podia ser tolerada porm%ito mais tempo. ; desempre,o s%r,ia $omo %mdesperd&$io) no s est-pido $omo $riminoso de 0orasprod%tivas $%7a ne$essidade era a+sol%tamente vital. *rane$ess(ria %ma or,ani!ao estrita e min%$iosa para ass%miro pleno empre,o de todas as 0oras de tra+alho e do poten$ialde l%ta da nao. ; $ar($ter ins%stent(vel do $apitalismo

    revelava5se a partir desse momento so+ %m aspe$to m%itodi0erente) mas i,%almente ameaador. ; desempre,otrans0ormava5se no se% $ontr(rio) o tra+alho o+ri,atrio.Tra+alho 0orado) o desses $om+ates nas 0ronteiras em '%emilh3es de homens 7ovens e 0ortes) dotados dos meios dedestr%io mais aper0eioados) se m%tilam) se matam %ns aoso%tros) se e"terminam) se s%primem m%t%amente para odom&nio m%ndial dos se%s pat3es $apitalistas. Tra+alho0orado) o '%e e"e$%tado nas 0(+ri$as por todo o resto dapop%lao) in$l%indo m%lheres e $rianas) '%e tem deprod%!ir ininterr%ptamente $ada ve! mais instr%mentos demorte) ao passo '%e a prod%o do ne$ess(rio vital se limitaestritamente ao m&nimo. # rare0a$o de t%do o '%e ne$ess(rio 6 vida) a pen-ria) o re,resso 6 +ar+(rie maismiser(vel e mais atro!) eis a $onse'%?n$ia do e"tremodesenvolvimento da $i?n$ia e da t$ni$a) eis o 0r%to ,loriosodo pensamento e do tra+alho de tantas ,era3es * por'%?or'%e) apesar de todos os dis$%rsos en,anadores so+re a$om%nidade e a 0raternidade) o $apitalismo or,ani!ado )tam+m ele) $ompletamente in$apa! de p@r a 0%n$ionar asri$as 0oras prod%tivas da h%manidade para a'%ilo '%e ose% verdadeiro o+7e$tivo) no 0a! seno %tili!(5las $omomeios de destr%io.

    # $lasse oper(ria v?5se assim 0a$e 6 ne$essidade de tomarela prpria em mos a prod%o. ; dom&nio so+re asm('%inas) so+re os meios de prod%o) tem de ser retiradodas mos indi,nas dos '%e dele 0a!em tal %so. A a $a%sa

    $om%m de todos os prod%tores) de todos os '%e asse,%ram o

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    tra+alho prod%tivo na so$iedade: os oper(rios) os t$ni$os) os$amponeses. Mas as prin$ipais e eternas vitimas do sistema$apitalista 5 '%e alm disso $onstit%em a maioria dapop%lao 5) aos oper(rios) '%e $ompete a tare0a de se

    li+ertarem) a si prprios e ao mesmo tempo ao m%ndo) deste0la,elo. T?m '%e se apropriar dos meios de prod%o. Tem dese trans0ormar em donos das 0(+ri$as) em donos do se%prprio tra+alho e de $ond%!i5lo se,%ndo a s%a prpriavontade. 4esse momento as m('%inas reass%miro o se%verdadeiro destino: a prod%o em a+%ndn$ia dos +ensdestinados a satis0a!er as ne$essidades da vida de todos.

    A esta a tare0a dos tra+alhadores no per&odo '%e se Ini$ia.

    A esta a -ni$a via para a li+erdade= a revol%o para '%e seen$aminha a so$iedade) revol%o '%e ir( s%+vertertotalmente o $ar($ter da prod%o= na +ase desta iro estarnovos prin$&pios. *) desde lo,o) por'%e a e"plorao ter($essado. ; prod%to do tra+alho $om%m perten$er( aos '%etiverem parti$ipado na o+ra $om%m. J( no haver( mais5valiapara o $apital) nem aam+ar$amento de %ma parte doprod%to so$ial por parasitas $apitalistas.

    Mais importante '%e o 0im da apropriao de %ma partedo prod%to so$ial ser( o 0im do dom&nio do 9apital so+re aprod%o. # partir do momento em '%e os oper(rios se7amdonos das 0(+ri$as) os patr3es perdero a possi+ilidade dedei"ar paradas as m('%inas) essas ri'%e!as da h%manidade)esses prod%tos pre$iosos dos es0oros intele$t%ais e man%aisde tantas ,era3es de tra+alhadores e de investi,adores. 9omos $apitalistas) desapare$er( o poder de imp@r a prod%o deo+7e$tos s%pr0l%os) de prod%tos de l%"o o% de mer$adoriasordin(rias. 2%ando os oper(rios tiverem o $ontrole dasm('%inas) servir5se5o delas para prod%!ir t%do o '%e ne$ess(rio a vida da so$iedade.

    Isto s ser( poss&vel rea,r%pando todas as 0(+ri$as)mem+ros separados de %m mesmo $orpo) n%m sistema deprod%o +em or,ani!ado. ;s $onta$tos '%e) no $apitalismo)so res%ltado 0ort%ito do mer$ado e de %ma $ompetio $e,a)dependente da o0erta e da pro$%ra) passaro ento a sero+7e$to de %ma plani0i$ao $ons$iente. *m ve! das

    tentativas de or,ani!ao imper0eitas e par$iais do$apitalismo moderno) $%7o res%ltado tornar mais 0ero!es as

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    l%tas e as destr%i3es) ir5se5( desenvolver %ma or,ani!aoper0eita da prod%o) '%e se alar,ar( n%m sistema de$ola+orao 6 es$ala m%ndial) por'%e as $lasses dosprod%tores no podero entrar em $ompetio) mas to

    somente $ola+orar.*stas tr?s $ara$ter&sti$as da nova prod%o de0inem %m

    m%ndo novo. ; 0im do l%$ro $apitalista) o 0im do s%+5empre,odos homens e das m('%inas) a re,%lao $ons$iente eade'%ada da prod%o) o a%mento desta prod%o ,raas a%ma or,ani!ao e0i$iente daro a $ada tra+alhador %mamaior '%antidade de +ens $ontra %m tra+alho menor. Bmanova via se a+re a,ora para %m desenvolvimento m%ito mais

    vasto da prod%tividade. ela apli$ao de todos os pro,ressost$ni$os) a prod%o a%mentar( de tal modo '%e aa+%ndn$ia para todos se 0ar( a$ompanhar dodesapare$imento de todo o tra+alho penoso.

    9ap&t%lo K 5 # Lei e a ropriedade

    Bma tal trans0ormao do sistema de tra+alho impli$a%ma trans0ormao do

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    ; sentido do +em e do mal) a $ons$i?n$ia da 7%stia) noso $oisas a$identais no homem. T%do isto se desenvolve)irresistivelmente e nat%ralmente) a partir da s%a e"peri?n$ia)a partir das $ondi3es 0%ndamentais da s%a vida. # so$iedade

    tem de viver) e por isso as rela3es entre os homens devemser re,%ladas de maneira tal '%e a prod%o do ne$ess(riovital se possa pro$essar sem entraves De este o papel daleiE. A 7%sto antes de t%do) o '%e +om e ne$ess(rio paraviver= no s -til no momento presente) mas ne$ess(rio em,eral tanto para a vida de %m -ni$o indiv&d%o $omo para a detodos) $onsiderados no se% $on7%nto) isto ) $omo$om%nidade) no tomando %ni$amente em $onsiderao osinteresses pessoais o% tempor(rios) mas i,%almente a

    0eli$idade d%rado%ra de todos. 2%ando m%dam as $ondi3esde vida) '%ando o sistema de prod%o se desenvolve eass%me novas 0ormas) as rela3es entre os homensmodi0i$am5se) e sim%ltaneamente o sentido '%e os homenst?m do +em e do mal. # lei tem ento de ser modi0i$ada.

    Isto transpare$e $laramente nas leis '%e re,em o direitode propriedade. 4o estado ori,inal) selva,em e +(r+aro) aterra era $onsiderada $omo perten$endo a %ma tri+o '%e nelavivia) $aava o% apas$entava ,ado. ara empre,ar alin,%a,em de ho7e) pode di!er5se '%e o territrio erapropriedade $om%m da tri+o) '%e o %tili!ava para viver e ode0endia $ontra as o%tras tri+os. #s armas) os %tens&lios) '%eo indiv&d%o podia 0a+ri$ar $om as s%as prprias mos) eramde $erto modo pessoais) eram a s%a propriedade privada) masno no sentido e"$l%sivo) $ons$iente) '%e este termo ass%mepara ns) e isto devido aos laos m-t%os e poderosos '%e%niam os mem+ros da tri+o. 4o eram leis e sim %sos e$ost%mes '%e re,%lamentavam as rela3es m-t%as. *ssespovos primitivos e mesmo) em po$as mais pr"imas de ns)determinadas pop%la3es a,r&$olas D$omo) por e"emplo) os$amponeses r%ssos de antes de 18E no podiam $on$e+er aideia de propriedade privada de %ma par$ela de terreno) tal$omo ns no podemos $on$e+er a ideia de propriedadeprivada de %ma determinada '%antidade de ar.

    *stas re,%lamenta3es tiveram de se modi0i$ar '%ando astri+os se estenderam e se 0i"aram) des+astaram as 0lorestas)

    se dispersaram em individ%alidades distintas Do% se7a) em

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    0am&liasE) tra+alhando $ada %ma %ma par$ela distinta.Modi0i$aram5se ainda mais '%ando o artesanato se separo%da a,ri$%lt%ra) '%ando o tra+alho o$asional de todos passo% aser o tra+alho permanente de al,%ns) '%ando os prod%tos se

    trans0ormaram em mer$adorias destinadas 6 venda) '%andose esta+ele$e% %m $omr$io re,%lar) '%ando os prod%tospassaram a ser $ons%midos por o%tros '%e no osprod%tores. *ra $ont%do nat%ral '%e o $ampon?s) '%e haviatra+alhado %ma par$ela de terra) '%e a havia melhorado) '%etinha la+%tado ele prprio) sem re$orrer a o%tras pessoa)disp%sesse livremente da terra e dos %tens&lios) '%e o prod%toda terra lhe perten$esse) '%e a terra e a prod%o '%e delae"tra&a $ontin%assem a ser propriedade s%a. Todavia) na

    Idade Mdia) 0oram 0eitas restri3es a estas re,%lamenta3es:ass%miram a 0orma de o+ri,a3es 0e%dais) tornadasne$ess(rias para asse,%rar a de0esa das terras. or o%trolado) era nat%ral '%e o arteso) -ni$o a mane7ar os se%s%tens&lios) deles disp%sesse em e"$l%sivo) tal $omo doso+7e$tos '%e 0a+ri$ava: $ontin%ava a ser o -ni$o propriet(riodeles.

    # propriedade privada passo% deste modo a ser a lei0%ndamental de %ma so$iedade +aseada em %nidades detra+alho de pe'%ena dimenso. >em '%e tenha sidoe"pressamente 0orm%lado) isto 0oi sentido $omo %m direitone$ess(rio: '%em %tili!asse e"$l%sivamente os %tens&lio) aterra) %m prod%to) devia ser dono deles) e dispor deleslivremente. # propriedade privada dos meios de prod%o prpria do pe'%eno $omr$io) o se% $omplemento 7%r&di$one$ess(rio.

    4ada deste ponto de vista se modi0i$o% '%ando o$apitalismo se trans0ormo% em senhor da ind-stria. 2%andom%ito) estes prin$&pios 0oram e"pressos) $om %ma $lare!aainda maior) pela evol%o Fran$esa '%e) em pleno$onhe$imento de $a%sa) pro$lamo% a li+erdade) a i,%aldade ea propriedade $omo direitos 0%ndamentais do $idado. * eranem mais nem menos '%e a propriedade privada dos meiosde prod%o '%e vemos mani0estar5se '%ando) em ve! deal,%ns aprendi!es) o mestre de o0&$io re$r%tava servos) emn-mero $ada ve! maior) para o a%"iliarem no se% tra+alho) a

    '%em 0orne$ia %tens&lios '%e $ontin%avam a ser propriedade

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    s%a) e '%e 0a+ri$avam) para ele) prod%tos destinados 6venda. or intermdio da e"plorao da 0ora de tra+alho dosoper(rios) as 0(+ri$as e as m('%inas) propriedade privada do$apitalista) trans0ormaram5se em 0onte de %ma a$%m%lao)

    imensa e sempre $res$ente de $apital. # propriedade privadadesempenha assim %ma nova 0%no na so$iedade. *n'%antopropriedade $apitalista) tro%"e o poder e %ma ri'%e!a $adave! maior a %ma nova $lasse diri,ente: os $apitalistas=permite5lhes desenvolver poderosamente a prod%tividade dotra+alho e estender o se% dom&nio so+re a terra inteira. *stainstit%io 7%r&di$a) apesar da de,radao e da misria dostra+alhadores e"plorados) s%r,i% assim $omo %ma instit%io+en0i$a e mesmo ne$ess(ria) vei$%lando a promessa de %m

    pro,resso ilimitado da so$iedade.o%$o a po%$o) este desenvolvimento provo$o%

    trans0orma3es no $ar($ter interno do sistema so$ial. #0%no da propriedade privada modi0i$o%5se de novo. 9om asso$iedades por a$3es) $indi%5se o d%plo $ar($ter dopropriet(rio $apitalista Ddiri,ir a prod%o e meter ao +olso amais5valiaE. ;%trora intimamente li,ados) o tra+alho e apropriedade esto presentemente separados. ;s propriet(riosso) ho7e) a$$ionistas '%e vivem 0ora do pro$esso deprod%o) '%e pre,%iam nas s%as lon,&n'%as $asas de$ampo e '%e) por ve!es) 7o,am na +olsa. Bm a$$ionista notem li,a3es dire$tas $om o tra+alho. # s%a propriedade nadatem a ver $om as 0erramentas de '%e se serviria paratra+alhar. # s%a propriedade $onsiste simplesmente em+o$ados de papel) em partes nas empresas) '%e ele nemse'%er sa+e onde 0%n$ionam. # s%a 0%no na so$iedade deparasita. # s%a propriedade no si,ni0i$a '%e ele $omande ediri7a as m('%inas D tare0a %ni$amente do dire$torE)simplesmente) ele pode re$lamar %ma determinada '%antiade dinheiro sem Ter '%e tra+alhar para o o+ter. # propriedadeda'%ilo '%e tem em mos) as s%as a$3es) so $erti0i$ados'%e indi$am os se%s direitos 5 ,arantidos pela lei) pelo,overno) pela 7%stia) pela pol&ti$a 5 de parti$ipar nos l%$ros.T&t%los de $o5parti$ipao nesta ,rande >o$iedade para a*"plorao do M%ndo) eis o '%e ho7e o $apitalismo.

    ; tra+alho nas 0(+ri$as $ompletamente distinto das

    a$tividades a$$ionistas. ; dire$tor e os '%adros todo o dia

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    t?m de diri,ir) $orrer por todo lado) pensar em t%do= osoper(rios tra+alham e pensam de manh 6 noite)pressionados) maltratados. 9ada %m tem de se es0orar pordar o m("imo) por prod%!ir o mais poss&vel. Mas o prod%to do

    tra+alho $om%m no para os '%e o 0orne$eram. ;%trora) os+%r,%eses eram despo7ados pelos salteadores de estradas.Ho7e) pessoas inteiramente estranhas 6 prod%o v?m)0a!endo valer os se%s papis 5 $omo detentores de a$3esdevidamente re,istadas 5 apoderar5se da maior parte doprod%to. 4em se'%er t?m de 0a!er o %so da viol?n$ia) not?m '%e me"er %ma palha: a parte '%e lhes $a+e a%tomati$amente depositada na s%a $onta +an$(ria. 2%anto6'%eles '%e) em $on7%nto) 0orne$eram o tra+alho) s lhes

    dei"ado %m soldo de misria o% %m sal(rio modesto. T%do oresto se trans0orma em dividendo levado pelos a$$ionistas.>er( lo%$%ra A a nova 0%no da propriedade privada dosmeios de prod%o. A simplesmente o '%e d() na pr(ti$a) aherana da velha lei) apli$ada 6s novas 0ormas de tra+alho a'%e 7( no est( de modo nenh%m adaptada.

    ode assim ver5se $omo) devido 6 modi0i$ao ,rad%al das0ormas de prod%o) a 0%no so$ial instit%io 7%r&di$a setrans0orma no oposto da'%ilo '%e era ini$ialmente. #propriedade privada '%e) ori,inalmente) era %m meio de dara $ada %m a possi+ilidade de desempenhar %m tra+alhoprod%tivo) trans0ormo%5se n%m meio de privar ostra+alhadores da livre %tili!ao dos instr%mentos deprod%o. *n'%anto '%e) ori,inalmente) esta propriedade,arantia ao prod%tor a possi+ilidade de dispor do 0r%to do se%tra+alho) trans0ormo%5se no meio pelo '%al os tra+alhadoresso desapossados deste 0r%to por %ma $lasse de parasitasin-teis.

    9omo poss&vel '%e leis to o+soletas $ontin%em adominar a so$iedade ara $omear) so n%merosos os '%eainda a elas se a,arram) por'%e pensam '%e elas ,arantem ape'%ena propriedade e a vida das $lasse mdias e de todosos Cpe'%enosC $amponeses) artesos independentes= masno v?m '%e) na realidade) so 0re'%entemente v&timas da%s%ra e do 9apital +an$(rio) '%e os tem na mo porintermdio dos t&t%los de propriedade) devidamente

    hipote$ados. 2%ando di!em: Cso% dono de mim mesmoC)

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    '%erem di!er: Cno tenho '%e o+ede$er a %m estranhoC. >ototalmente in$apa!es de ima,inar %ma $om%nidade notra+alho) o% se7a) %m ,r%po onde i,%ais $ola+orariam n%mamesma tare0a. Mas) e m%ito mais '%e isso) se tais leis

    s%+sistem so+ret%do por'%e o poder do *stado) $om a s%a0ora poli$ial e militar) as imp3e) no interesse da $lassedominante: os $apitalistas.

    4a $lasse oper(ria) a $ons$i?n$ia desta $ontradio$omea a mani0estar5se) so+ a 0orma de no3es novas de

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    $onsiderao) o 0a$to 0%ndamental $ontin%a a ser este: noso os oper(rios prod%tores) mas sim os '%adros do *stado)'%e disp3em dos meios de prod%o) '%e disp3em doprod%to) '%e diri,em todo o pro$esso de prod%o e '%e

    de$idem '%al a parte da prod%o '%e ir( ser reservada paraas inova3es) para a s%+stit%io do material) para osmelhoramentos e para as despesas so$iais= so portanto eles'%e de$idem '%e parte do prod%to so$ial deve $a+er aostra+alhadores e '%e parte iro ,%ardar para si. ;s oper(riosre$e+em portanto %m sal(rio) %ma parte do prod%to)determinado pelos diri,entes. >o+ o re,ime de propriedadep-+li$a dos meios de prod%o) os tra+alhadores so aindadominados e e"plorados por %ma $lasse dominante. #

    propriedade p-+li$a o pro,rama +%r,%?s de %ma 0ormamoderna e dis0arada de $apitalismo. # propriedade $om%mdos prod%tores dever( ser o -ni$o o+7e$tivo da $lasseoper(ria.

    Bma revol%o no sistema de prod%o est( portantoestreitamente li,ada a %ma revol%o no dom&nio do

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    adaptao a tempo das s%as velhas leis ao novo poder dast$ni$as. * por isso '%e tem presentemente de so0rer tantasr%&nas e destr%i3es.

    # t$ni$a %m dado da po$a. ; se% desenvolvimentor(pido $om toda a eviden$ia o+ra do homem) o $%lminarnormal da re0le"o so+re o tra+alho) da e"peri?n$ia e dae"perimentao) de es0oros e de $ompetio. Mas %ma ve!ad'%irida) a apli$ao de %ma t$ni$a a%tom(ti$a)independente da nossa livre es$olha) imposta $omo %ma 0orainata da nat%re!a. 4o podemos voltar a atr(s) $omodese7aram os poetas) e voltar a %tili!ar os pe'%enos %tens&liosdos nossos antepassados. #lm disso) o '%ando este sentimento se trans0ormar n%ma$onvi$o $lara e pro0%nda para ,randes massas detra+alhadores) '%ando tiver penetrado todo o se% ser)$om%ni$ando5lhes %ma 0irme determinao e %m ent%siasmoardente '%e podero 7orrar as 0oras ne$ess(rias para atrans0ormao radi$al das estr%t%ras so$iais. Mas isto nopassar( ainda de %ma $ondio preliminar. >er( ne$ess(ria%ma l%ta lon,a e penosa para ven$er a resist?n$ia da $lasse$apitalista) '%e de0ender( o se% poder at ao -ltimo e"tremo

    e $om todos os re$%rsos da s%a 0ora= %ma tal l%ta imp3e5separa esta+ele$er %ma ordem so$ial nova.

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    9ap&t%lo 5 # ;r,ani!ao no Lo$al deTra+alho

    # ideia de propriedade $om%m dos meios de prod%oameaa a instalar5se no espirito dos tra+alhadores. Lo,o '%etomarem $ons$i?n$ia de '%e a ordem nova) de '%e o se%prprio dom&nio so+re o tra+alho %ma '%esto dene$essidade e de 7%stia) todos os se%s pensamentos e #$tosse diri,iro no sentido da s%a reali!ao. *les sa+em '%e issono se $onse,%e n%m dia. >er( inevit(vel %m lon,o per&odode l%ta. ara veneer a resist?n$ia o+stinada das $lassesdiri,entes) os tra+alhadores tero '%e desenvolver todos os

    se%s es0oros) at aos mais e"tremos re$%rsos. Tero '%e%tili!ar todas as s%as 0a$%ldades) tanto as '%e relevam dainteli,?n$ia $omo as '%e relevam da 0or$a de $ar($ter) todasas s%as $apa$idades de or,ani!ao) todos os se%s$onhe$imentos. Tero '%e mostra5se $apa!es de re%nir t%do'%anto p%derem mo+ili!ar. Mas) antes de mais) tero '%edeterminar $laramente o o+7e$tivo visado e o '%e representaa ordem nova a esta+ele$er.

    2%ando %m homem tem %m tra+alho a 0a!er) deve$omear por $on$e+?5lo na s%a mente) so+ a 0orma de %mplano o% de %m pro7e$to mais o% menos $ons$iente. *is o '%edistin,%e as a$3es dos homens dos a$tos p%ramenteinstintivos dos animais. Isto tam+m v(lido em prin$ipio)nas l%tas $om%ns) nas a$3es revol%$ion(rias das $lassesso$iais. 4o inteiramente) evidente) por'%e h( %ma ,randeparte de a$3es espontneas e no premeditadas nase"plos3es de %ma revolta apai"onada. ;s tra+alhadores eml%ta no so %m e"r$ito $ond%!ido por %m estado5maior de$he0es $ompetentes) a,indo se,%ndo %m planomin%$iosamente preparado. Formam %ma massa '%e) apo%$o e po%$o) emer,e da s%+misso e da i,norn$ia) '%e) apo%$o e po%$o) toma $ons$i?n$ia da e"ploraro) '%e se v?o+ri,ada a l%tar impla$avelmente por melhores $ondi3es devida e '%e) assim) v? a s%a 0ora desenvolver5se,rad%almente. Jorram novos sentimentos) elevam5se novospensamentos: di!em respeito ao '%e poderia ser) ao '%edeveria ser o m%ndo. #,ora) t?m em mente novos dese7os)novos ideais) novos o+7e$tivos '%e determinam a s%a vontade

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    e ,%iam os se%s a$tos. o%$o a po%$o) as perspe$tivases+oam5se mais $laramente. #'%ilo '%e ini$ialmente) noera mais '%e %ma simples l%ta por melhores $ondi3es detra+alho) d( ori,em a ideias de reor,ani!ao 0%ndamental da

    so$iedade. ; ideal de %m m%ndo sem e"plorao nemopresso assedio% d%rante ,era3es a mente dostra+alhadores. # $on$epo dos tra+alhadores $omo donosdos meios de prod%o) devendo diri,ir) eles prprios) otra+alho) imp3e5se $ada ve! mais $laramente a todos.

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    as mais poderosas 0oras e pai"3es do homem. A o res%ltadode %ma l%ta de $lasse lon,a e o+stinada.

    > atravs deste $om+ate podem nas$er e desenvolver5se

    as 0oras ne$ess(rias para a $onstr%o de %m m%ndo novo.2%ais sero as +ases deste m%ndo >ero as 0oras

    so$iais: a 0raternidade e a solidariedade) a dis$iplina e oent%siasmo= sero as 0oras morais: a a+ne,ao e adedi$ao 6 $om%nidade= sero as 0oras espirit%ais: o sa+er)a $ora,em) a perseverana= ser( a slida or,ani!ao '%e$on,re,a e en$aminha para %m o+7e$tivo -ltimo estas 0oras'%e) todas) so a $on$reti!ao da l%ta de $lasse. 4o sepode $ri(5las ante$ipadamente por %ma a$o vol%ntarista.;s primeiros sintomas dessas 0oras s%r,iro nostra+alhadores espontaneamente) a partir da s%a e"plorao$om%m= desenvolver5se5o in$essantemente atravs dasne$essidades da l%ta) so+ a in0l%?n$ia da e"peri?n$ia) doest&m%lo m-t%o) da ed%$ao re$&pro$a. 4as$erone$essariamente) por'%e a s%a e"panso trar( a vitria) aopasse '%e a s%a a%s?n$ia sinnimo de derrota. *n'%antoestas 0or$as so$iais $ontin%arem ins%0i$ientementedesenvolvidas) en'%anto os novos prin$&pio no o$%parem$ompletamente o $orao e a mente dos tra+alhadores)0ra$assaro as tentativas para $onstr%ir %m m%ndo novo)mesmo se as l%tas o+tiverem %m $erto s%$esso. or'%e oshomens t?m de viver) a prod%o tem de $ontin%ar e) na s%aa%s?n$ia) o%tras 0oras) de $oa$o) de represso e dere,resso tomaro em mos a prod%o.

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    dos '%e os serviam. ; medo da 0ome e do ris$o permanentede perder o tra+alho sero s%+stit%&dos pelo sentido do dever)pela dedi$ao 6 $om%nidade) pelos lo%vores o% $ens%ras0eitos pelos $amaradas aos es0oros e 6s reali!a3es de $ada

    %m e '%e a,iro $omo estim%lantes. *m ve! de serem osinstr%mentos passivos e as vitimas do 9apital) ostra+alhadores sero os donos e os or,ani!adores daprod%o) se,%ros de si) e"altados pelo or,%lho de$ooperarem a$tivamente no apare$imento de %ma novah%manidade.

    ; r,o de ,esto) nesta or,ani!ao da 0(+ri$a) ser($onstit%&do pela $ole$tividade dos tra+alhadores '%e nela

    $ola+orarem. e%nir5se5o para dis$%tir todos os pro+lemas etomaro as de$is3es em assem+leia. #ssim) todos os '%etomarem parte no tra+alho parti$iparo na or,ani!ao dotra+alho $om%m. *ste mtodo imp3e5se nat%ralmente $omoevidente e normal= pare$e ser id?nti$o ao '%e adoptado emre,ime $apitalista pelos ,r%pos e sindi$atos de tra+alhadores'%ando de$idem) pelo voto) ass%ntos $om%ns. Mas e"istemdi0erenas essen$iais. 4os sindi$atos) en$ontramosha+it%almente %ma diviso do tra+alho entre os dele,ados eos mem+ros: os dele,ados preparam e en%n$iam aspropostas e os 0iliados votam. # 0adi,a dos $orpos e alassido dos esp&ritos o+ri,am os tra+alhadores a dele,arno%tros a tare0a de $on$e+er os pro7e$tos. > m%itopar$ialmente e aparentemente '%e se o$%pam dos se%sprprios ass%ntos. 4a or,ani!ao em $om%m da 0(+ri$adevero 0a!er eles prprios t%do ter as ideias) ela+orar ospro7e$tos) +em $omo tomar as de$is3es. # dedi$ao e aem%lao no se limitaro a desempenhar %m papel notra+alho de $ada %m) mas sero ainda mais importantes natare0a $om%m de or,ani!ar toda a prod%o. ara $omear)por'%e se trata de %ma o+ra $om%m) lo,o da maiorimportn$ia) '%e no podem dei"ar para o%tros 0a!erem.>e,%idamente) por'%e est( em relao dire$ta $om o sistemadas rela3es m-t%as no seio do se% prprio tra+alho) '%e atodos di! respeito e em '%e todos so $ompetentes. A porisso '%e esta tare0a deve a+sorver toda a s%a ateno e '%eos pro+lemas postos se devem resolver atravs de dis$%ss3espro0%ndas. 4o %ni$amente $om o es0oro 0&si$o) mas maisainda $om o es0oro intele$t%al '%e $ada %m dever( $ontri+%ir

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    para a or,ani!ao ,eral da prod%o e estes es0oros seroo+7e$to da em%lao e da apre$iao re$ipro$as. # dis$%ssodever( alm disso apresentar %m $ar($ter di0erente da'%ele'%e e"iste nas asso$ia3es e nos sindi$atos so+ o re,ime

    $apitalista) onde se veri0i$am sempre diver,?n$ias devidas (e"ist?n$ia de interesses pessoais) onde $ada %m) no maispro0%ndo da s%a $ons$i?n$ia) se preo$%pa antes de mais $oma s%a sorte pessoal e onde as dis$%ss3es t?m por 0%noa7%star e aplanar as di0erenas $om vista a %ma a$o$om%m. 4a nova $om%nidade do tra+alho) pelo $ontr(rio)todos os interesses sero essen$ialmente os mesmos e todosos pensamentos sero orientados para o o+7e$tivo $om%m daor,ani!ao) n%ma $ooperao e0e$tiva.

    4as ,randes 0a+ri$as) o n-mero de oper(rios demasiadoelevado para '%e possam re%nir n%ma assem+leia -ni$a epara '%e possam levar a $a+o %ma dis$%sso real e pro0%nda.#s de$is3es s podero ser tomadas a dois tempos: pelaa$o $om+inada de assem+leias nas di0erentes o0i$inas da0(+ri$a $om as assem+leias de $omits $entrais de dele,ados.#s 0%n3es e o andamento pr(ti$o destes $omits no podemser determinados ante$ipadamente= $onstit%em al,ointeiramente novo) %m r,o essen$ial da nova estr%t%rae$onmi$a. A '%ando se en$ontrarem a +raos $om asne$essidades pr(ti$as '%e os oper(rios $onstit%iro asestr%t%ras ade'%adas. #s linhas ,erais de al,%mas das$ara$ter&sti$as dessas estr%t%ras podem $ont%do serded%!idas por $omparao $om as or,ani!a3es e os ,r%pos'%e $onhe$emos.

    4o m%ndo $apitalista) o $omit $entral de dele,ados %ma instit%io +em $onhe$ida. *n$ontramo5la noparlamento) em toda a esp$ie de or,ani!a3es pol&ti$as enos +%rea%" de diversas asso$ia3es e sindi$atos. >oinvestidos de %ma a%toridade so+re os '%e os desi,naram) o%mesmo) por ve!es) reinam so+re estes $omo verdadeirospatr3es. *sta a 0orma ass%mida por estes or,anismos) e'%e $orresponde a %m sistema so$ial em '%e %ma ,randemassa de tra+alhadores e"plorada e $omandada por %maminoria: a $lasse dominante. # tare0a essen$ial) no m%ndonovo) $onsistir( em en$ontrar %ma 0orma de or,ani!ao

    $onstit%&da por %ma $ole$tividade de prod%tores) livres e

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    asso$iados) '%e $ontrolem) tanto nos a$tos $omo na$on$epo destes) a a$tividade prod%tiva $om%m)re,%lamentando5a se,%ndo a s%a prpria vontade) mas $ompoderes id?nti$os para $ada %m= ser( %m sistema so$ial

    totalmente di0erente do anti,o. 4o sistema anti,o) tam+me"istem $onselhos sindi$ais '%e administram os ass%ntos$orrentes) entre d%as re%ni3es dos 0iliados) a intervalos maiso% menos pr"imos) em '%e se 0i"am as ,randes linhas dapol&ti$a ,eral. #'%ilo de '%e estes $onselhos se o$%pam entoso apenas os imprevistos do '%otidiano e no as '%est3es0%ndamentais. 4o m%ndo novo) e a prpria +ase da vida) as%a ess?n$ia) '%e esto em $a%sa: o tra+alho prod%tivo '%eo$%pa e o$%par( permanentemente o espirito de $ada %m)

    '%e ser( o o+7e$to primordial do se% pensamento.#s novas $ondi3es de tra+alho 0aro destes $omits de

    0a+ri$a al,o m%ito di0erente do '%e $onhe$emos no m%ndo$apitalista. >ero or,anismos $entrais mas no or,anismosdiri,entes) no $onselhos ,overnamentais. ;s dele,ados '%eos $omp%serem tero sido mandatados pelas assem+leias dese$o $om instr%3es espe$i0i$as= viro de novo a estasassem+leias para prestar $ontas da dis$%sso e do res%ltadoo+tido e) aps deli+era3es mais amplas) os mesmosdele,ados) o% o%tros) m%nidos de novas instr%3es) voltaroa re%nir5se no $omit de 0(+ri$a.

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    0%n$ionamento in$%m+a a toda a $om%nidade) podero$on0iar5se a $ertas pessoas) e s a elas) tare0as espe$i0i$as'%e desempenharo devido 6s s%as $apa$idades parti$%lares)so+ a s%a inteira responsa+ilidade) re$e+endo todas as honras

    se 0orem +em s%$edidas.Todos os mem+ros do pessoal) homens e m%lheres) novos

    e velhos) tero %ma parte i,%al no tra+alho) %ma parte i,%alnesta or,ani!ao da 0(+ri$a) tanto na e"e$%o '%otidiana$omo na re,%lamentao ,eral. >em d-vida '%e haver(,randes di0erenas na nat%re!a dos tra+alhos= mais o% menos(rd%os se,%ndo a 0or$a e as $apa$idades de $ada %m) serorepartidos em 0%no dos ,ostos e das aptid3es. *) +em

    entendido) as disparidades em matria de $%lt%ra ,eralpermitiro '%e os mais $onhe$edores o% mais inteli,entes0aam prevale$er a s%a opinio.

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    todos os se%s desenvolvimentos) por representa3esade'%adas. >o+ a 0orma de n-meros) o '%e reali!a a$onta+ilidade. *sta re,ista t%do o '%e se passa no pro$essode prod%o: as matrias primas '%e entram na 0a+ri$a) as

    m('%inas de '%e esta disp3e) o '%e ela prod%!) a '%antidadede horas de tra+alho '%e 0oram ne$ess(rias para o+ter %mdado prod%to e '%e $ada oper(rio 0orne$e) 0inalmente '%aisso os prod%tos terminados e entre,%es. *la se,%e edes$reve os tra7e$tos dos diversos materiais no pro$esso deprod%o. ermite assim $omparar) $om o a%"ilio de +alanossistem(ti$os) os res%ltados e0e$tivos $om as previs3es doplano. # prod%o da empresa trans0orma5se deste modon%m pro$esso s%+metido a %m $ontrole mental.

    # ,esto $apitalista da empresa +aseia5se i,%almente no$ontrole mental da prod%o. 4este $aso) $omo no o%tro) asopera3es so representadas so+ 0orma de $onta+ilidade.Mas) ao $ontr(rio do pre$edente) o mtodo de $(l$%lo$apitalista est( a todos os n&veis adaptado ao ponto de vistada prod%o de l%$ro. ;s se%s dados 0%ndamentais so ospreos e os $%stos= o tra+alho e os sal(rios entram%ni$amente na '%alidade de 0a$tores no +alan$e da empresa)'%ando este e0e$t%ado para $al$%lar o montante an%al dol%$ro. elo $ontr(rio) no novo sistema de prod%o) o dado0%ndamental o n-mero de horas de tra+alho) '%er se7ae"presso em %nidades monet(rias) nos primeiros tempos) o%so+ 0orma real. 4o seio da prod%o $apitalista) o $al$%lo e a$onta+ilidade $ontin%am a ser se,redos reservados%ni$amente 6 dire$o. 4o di!em respeito aos oper(rios.*stes no passam de o+7e$tos s%+metidos 6 e"plorao) '%es%r,em apenas $omo 0a$tores entre m%itos o%tros no $al$%lodos $%stos e dos rendimentos) $omo v%l,ares a$essrios dasm('%inas. 9om a apropriaro $ole$tiva da prod%o) a$onta+ilidade passa a ser %m ass%nto p-+li$o= toda a ,entepode ter a$esso aos livros. ;s tra+alhadores t?m a todo omomento %ma viso $ompleta do pro$esso de $on7%nto. >assim podero estar aptos a dis$%tir pro+lemas '%e se p3emnas assem+leias da %nidade de prod%o e nos $omits deempresa) a de$idir '%ais as medidas a tomar e a e"e$%tar. ;sres%ltados n%mri$os so tornados vis&veis so+ a 0orma de'%adros estat&sti$os) de ,r(0i$os e de mapas '%e permitama+ar$ar 0a$ilmente a sit%ao. *stas in0orma3es no so

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    reservadas ao pessoal da 0(+ri$a: so p-+li$as) a$ess&veis atodos) empre,ados o% no. 4o passando toda e '%al'%erempresa de %m elemento da prod%o so$ial) a relao entreas s%as a$tividades e o $on7%nto do tra+alho so$ial e0e$t%a5se

    por meio da $onta+ilidade. #ssim) o $onhe$imento e"a$to daprod%o em $ada empresa $onstit%i %m simples 0ra,mentode %m $onhe$imento $om%m ao $on7%nto dos prod%tores.

    9apit%lo O 5 # ;r,ani!ao >o$ial

    ; tra+alho %m pro$esso so$ial. 9ada empresarepresenta %ma 0ra$o do $orpo prod%tivo da so$iedade. #s$one"3es e a $ooperao entre estas diversas partes

    $onstit%em o%tros tantos elementos da prod%o so$ial,lo+al. Tal $omo as $l%las de '%e se $omp3e %m or,anismovivo) estas partes no podem s%+sistir isoladamente)independentemente do $orpo prod%tivo. ;r,ani!ar o tra+alhonas empresas representa portanto apenas metade da tare0a.esta o%tra parte) in0initamente mais importante: esta+ele$er%m sistema de li,a3es entre as di0erentes empresas e re%ni5las no seio de %ma mesma or,ani!ao so$ial.

    *stando a empresa 7( or,ani!ada em re,ime $apitalista) s%0i$iente s%+stit%i5la por %m tipo de or,ani!ao $om novas+ases. elo $ontr(rio a or,ani!ao so$ial do $on7%nto dasempresas 5 o% era) at aos -ltimos anos 5 %m pro+lemaa+sol%tamente novo) sem pre$edentes) $omo testem%nha o0a$to de todo o s$%lo PIP ter $onsiderado '%e a $lasseoper(ria tinha por misso $onstr%ir %ma or,ani!ao deste,nero) 5 a '%e se $hamava o Cso$ialismoC. ; $apitalismo$omp%nha5se de %ma massa no or,ani!ada de empresas

    independentes 5 Co $ampo de pele7a dos empres(riosprivadosC) $omo di!ia o pro,rama do partido tra+alhistas 5li,adas entre si %ni$amente pelos a$asos do mer$ado e da$on$orr?n$ia) tendo $omo res%ltado a 0al?n$ia) aso+reprod%o) a $rise) o desempre,o e %m enormedesperd&$io de materiais e de 0ora de tra+alho. ara a+olireste sistema) a $lasse oper(ria teria de $on'%istar o poderpol&ti$o e servir5se dele para or,ani!ar a ind-stria e aprod%o. ensava5se) nesse tempo) '%e o so$ialismo de

    *stado mar$aria o ini$io de %ma evol%o nova.

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    4estes -ltimos anos) a sit%ao modi0i$o%5se na medidaem '%e o $apitalismo $omeo% a %tili!ar a or,ani!ao pelo*stado. 4o 0oi levado a isso apenas pelo dese7o de a%mentara prod%tividade e os l%$ros atravs de %ma plani0i$ao

    ra$ional da prod%o. 4a -ssia) por e"emplo) era ne$ess(rio$ompensar o atraso do desenvolvimento e$onmi$o por meiode or,ani!ao r(pida da ind-stria. Foi o '%e 0e! o ,overno+ol$hevi'%e. 4a #lemanha) 0oi a l%ta pelo poder m%ndial '%e$ond%!i% ao $ontrole da prod%o pelo *stado e 6 or,ani!aoestatal da ind-stria. *sta l%ra era %ma tare0a de tal modopesada '%e a $lasse $apitalista da #lemanha s tinha hiptesede a levar a $a+o $on$entrando o poder so+re todas as 0or$asprod%tivas nas mos do *stado. 4a or,ani!ao na$ional5

    so$ialista) a propriedade e o l%$ro 5 em+ora 0ortementeatin,idos pela tri+%tao do *stado 5 $ontin%am nas mos dos$apitalistas privados) mas a dire$o e a administrao dosmeios de prod%o so ass%midas pelos 0%n$ion(rios do*stado. ; 9apital e o *stado asse,%ram para si a totalidadeda prod%o do l%$ro por meio de %ma or,ani!ao e0i$iente.*sta or,ani!ao de toda a prod%o +aseia5se nos mesmosprin$&pios '%e a or,ani!ao no seio da empresa) o% se7a) naa%toridade pessoal do dire$tor ,eral da so$iedade) do FQhrer)

    do $he0e de *stado. *m todos os $asos em '%e o ,overnodetm nas s%as mos a alavan$a de $omando da ind-stria) aanti,a li+erdade dos prod%tores $apitalistas $ede o l%,ar aosmtodos a%torit(rios) 6 $oa$o. ;s 0%n$ion(rios do *stadov?m o se% poder pol&ti$o $onsideravelmente re0orado pelopoder e$onmi$o '%e Ihes $on0erido) pela s%a he,emoniaso+re os meios de prod%o) +ase da vida so$ial.

    ;s prin$&pios da $lasse oper(ria sit%am5se) a todos osn&veis) no $ampo oposto. # or,ani!ao da prod%o pelostra+alhadores) $om e0eito) +aseia5se na livre $ooperao:nem patr3es nem servos. ; mesmo prin$&pio preside aorea,r%pamento de todas as empresas n%ma or,ani!aoso$ial %ni0i$ada. A aos oper(rios '%e $ompete $onstr%ir ome$anismo so$ial $orrespondente.

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    $onselhos oper(rios. 9ada ,r%po de tra+alhadores '%e$ooperam desi,na os mem+ros '%e iro e"pressar as s%asopini3es e dese7os nas re%ni3es dos $onselhos. >e) atravs de%ma parti$ipao a$tiva nas deli+era3es do se% ,r%po) se

    tiverem eviden$iado $omo de0ensores h(+eis dos pontos devista adoptados pela maioria) dele,ar5se5( neles a 0%no deporta5vo!es do ,r%po) '%e iro $on0rontar os pontos de vistadeste $om os dos o%tros ,r%pos) para $he,arem a %made$iso $ole$tiva. *m+ora as s%as $apa$idades pessoais$ontem m%ito para pers%adir os $ompanheiros e para$lari0i$ar os pro+lemas) a importn$ia '%e ass%mem noprovm da s%a 0ora pessoal) e sim da da $om%nidade '%e oses$olhe% $omo dele,ados. 4o so meras opini3es '%e

    prevale$em) mas m%ito mais a vontade e o dese7o do ,r%pode a,ir em $om%m. Indiv&d%os di0erentes desempenharo as0%n3es de dele,ados) $onsoante as '%est3es postas e ospro+lemas delas de$orrentes.

    ; pro+lema 0%ndamental) a +ase de t%do o resto) aprpria prod%o. # or,ani!ao desta $omporta doisaspe$tos: o esta+ele$imento das re,ras ,erais e das normas)e o tra+alho propriamente dito. A ne$ess(rio ela+orar re,ras enormas '%e 0i"em as rela3es m-t%as no tra+alho) os direitose os deveres de $ada %m. *m re,ime $apitalista) a norma erao poder do patro) do dire$tor. 4o $apitalismo de *stado) opoder ainda maior do 9he0e s%premo) do ,overno $entral. 4aso$iedade nova) pelo $ontr(rio) todos os prod%tores so livrese i,%ais. ; $ampo e$onmi$o) o $ampo do tra+alho assiste a%ma metamor0ose $ompar(vel 6'%ela '%e a as$enso da+%r,%esia provo$o% no $ampo pol&ti$o) nestes -ltimos s$%los.2%ando o reinado do monar$a a+sol%to 0oi s%+stit%&do pelopoder dos $idados) isso de modo nenh%m si,ni0i$o% %mas%+stit%io do ar+itr(rio do a%to$rata pelo ar+itr(rio de'%al'%er o%tro indiv&d%o. >i,ni0i$ava '%e as leis) $on0ormes$om a vontade ,eral) passavam a 0i"ar os direitos e osdeveres.

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    diver,?n$ias ,raves. *stas re,ras ,erminaro nat%ralmentena $ons$i?n$ia de $ada tra+alhador) %ma ve! '%e $onstit%ema +ase nat%ral da so$iedade nova: $ada %m tem o dever departi$ipar na prod%o se,%ndo as s%as 0oras e as s%as

    $apa$idades) $ada %m tem direito a %ma parte propor$ionaldo prod%to $ole$tivo.

    9omo avaliar a '%antidade de tra+alho e0e$t%ada e a'%antidade de prod%tos '%e $a+e a $ada %m 4%maso$iedade em '%e a prod%o vai dire$tamente para o$ons%mo) no e"iste nem mer$ado para tro$ar os prod%tos)nem valor) en'%anto e"presso do tra+alho $ristali!adonesses prod%tos) '%e se esta+ele$e a%tomati$amente) pelo

    pro$esso da $ompra e da venda. ; tra+alho despendido naprod%o tem por isso de ser avaliado de %ma maneiradire$ta) pelo n-mero de horas de tra+alho. ;s servios de,esto $al$%lam a '%antidade de horas de tra+alho$ristali!adas em $ada elemento o% '%antidade %nit(ria de %mprod%to) +em $omo a '%antidade de horas de tra+alho0orne$idas por $ada tra+alhador. Fa!em5se depois as mdias)tanto em relao ao $on7%nto de oper(rios de %madeterminada 0(+ri$a $omo ao $on7%nto das 0(+ri$as da mesma$ate,oria= desapare$em assim as varia3es devidas a 0a$toresindivid%ais e podem $omparar5se os diversos res%ltados.

    4o ini$io do per&odo de transio) '%ando ne$ess(riore$onstr%ir %ma e$onomia arr%inada) o pro+lema essen$ial$onsiste em p@r a 0%n$ionar o aparelho de prod%o) paraasse,%rar a e"ist?n$ia imediata da pop%lao. A m%itoposs&vel '%e) nestas $ondi3es) se $ontin%e a repartir%ni0ormemente os ,neros alimentares) $omo sempre se 0a!em tempo de ,%erra o% de 0omes. Mas mais prov(vel '%e)nesta 0ase de re$onstr%o) em '%e todas as 0orasdispon&veis se devem empenhar a 0%ndo e) mais do '%e isso)em '%e os novos prin$&pios morais do tra+alho $om%m votomando 0orma de %ma maneira ,rad%al) o direito ao$ons%mo este7a li,ado ao desempenho de '%al'%er tra+alho.; velho ditado pop%lar C'%em no tra+alha no $omeCe"prime %m sentido instintivo da 7%stia. Isto si,ni0i$a semd-vida ver no tra+alho a'%ilo '%e ele na realidade: o0%ndamento da e"ist?n$ia h%mana. Mas isto tam+m si,ni0i$a

    '%e) a partir desse momento) a e"plorao $apitalista

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    desapare$e%) '%e a$a+o% a apropriao dos 0r%tos dotra+alho de o%trm por %ma $lasse o$iosa) em virt%de dosse%s t&t%los de propriedade.

    *videntemente '%e isto no si,ni0i$a '%e a totalidade daprod%o passar( a ser repartida pelos prod%torespropor$ionalmente ao n-mero de horas de tra+alho 0orne$idopor $ada %m deles o%) por o%tras palavras) '%e todos osoper(rios iro re$e+er so+ a 0orma de prod%tos o e'%ivalentee"a$to das horas de tra+alho '%e 0orne$eram. 9om e0eito)%ma parte m%ito ,rande do tra+alho tem de ser $onsa,rada 6propriedade $om%m) tem de servir para aper0eioar e paraa%mentar o aparelho de prod%o. 4o re,imen $apitalista)

    %ma $erta '%antidade de mais5valia era %tili!ada para este0im. ; $apitalista tinha de empre,ar %ma parte do se% l%$ro)a$%m%lado so+ a 0orma de $apital adi$ional) a inovar) aa%mentar e a moderni!ar o e'%ipamento t$ni$o= ao 0a!?5lo)era movido pela ne$essidade de 0a!er 0rente a $on$orr?n$ia.

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    a$o se en$ontram no n&vel mais alto. 9om o r(pidopro,resso da prod%o do tra+alho) a parte da e"ist?n$iadedi$ada a prod%!ir os arti,os ne$ess(rios 6 vida ir(dimin%indo permanentemente) en'%anto %ma parte $ada ve!

    maior da e"ist?n$ia poder( vir a ser dedi$ada a o%tros 0ins e ao%tras a$tividades.

    # or,ani!ao so$ial da prod%o +aseia5se n%ma +oa,esto) atravs de estat&sti$as e de dados $onta+ili!(veis.*stat&sti$as relativas ao $ons%mo dos di0erentes +ens)estat&sti$as so+re a $apa$idade das empresas ind%striais) dasm('%inas) da terra) das minas) dos meios de transporte)estat&sti$as so+re a pop%lao e os re$%rsos das $idades) das

    re,i3es) dos pa&ses) 5 t%do isto representa) em $ol%nas +emordenadas de dados n%mri$os) a +ase do pro$essoe$onmi$o. 4o re,ime $apitalista) 7( se $onhe$iam estat&sti$asrelativas a $ertas a$tividades e$onmi$as) mas $ontin%avam aser imper0eitas) devido 6 0alta de $oeso entre os homens done,$io privado e 6s s%as vis3es limitadas. # apli$ao dessasestat&sti$as era limitada. Mas) a,ora) so o ponto de partidada or,ani!ao da prod%o. ara prod%!ir a '%antidade de+ens ade'%ada) ne$ess(rio $onhe$er as '%antidades%tili!adas o% ne$ess(rias. >im%ltaneamente) estasestat&sti$as) res%ltado n%mri$o $ondensado do invent(rio dopro$esso de prod%o) res%mo ,lo+al da $onta+ilidade)e"pressam a mar$ha do desenvolvimento.

    # $onta+ilidade ,eral) '%e di! respeito e en,lo+a asadministra3es das di0erentes empresas) re-ne5as a todasn%m '%adro de evol%o e$onmi$a da so$iedade. #di0erentes n&veis) re,ista o pro$esso total da trans0ormao damatria) a$ompanhando esta desde a e"tra$o das matrias5primas) se,%indo5a nas diversas 0(+ri$as onde tra+alhadaat se trans0ormar em prod%tos terminados) prontos a serem$ons%midos. e%nindo n%m todo os res%ltados das empresasdo mesmo tipo '%e $ooperam) $ompara a e0i$($ia destas)esta+ele$e a mdia das horas de tra+alho ne$ess(rias e diri,ea ateno para as possi+ilidades de pro,resso. Bma ve!or,ani!ada a prod%o) a administrao passa a ser tare0a)relativamente simples) de %ma rede de es$ritrios de$onta+ilidade) li,ados %ns aos o%tros. 9ada empresa) $ada

    ,r%po de empresas li,adas) $ada ramo da prod%o) $ada

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    $idade o% re,io ter( o se% $entro administrativo para re%nir)analisar e dis$%tir os n-meros da prod%o e do $ons%mo) epara Ihes dar %ma 0orma $lara e de 0($il e"ame. Rraas aotra+alho $om+inado desses $entros) a +ase material da vida

    trans0orma5se n%m pro$esso dominado pelo intele$to. ;pro$esso de prod%o patenteado 6 vista de todos) so+ a0orma de %ma ima,em n%mri$a simples e inteli,&vel. A nessemomento '%e a h%manidade $ontempla e $ontrola a s%aprpria vida. #'%ilo '%e os oper(rios e os se%s $onselhosde$idem e plani0i$am n%ma $ola+orao or,ani!ada s%r,e$om $lare!a) trad%!ido nos n-meros da $onta+ilidade. or'%eestes res%ltados esto permanentemente diante dos olhos de$ada oper(rio) a dire$o da prod%o so$ial pelos prprios

    prod%tores pode 0inalmente ser reali!ada.*sta or,ani!ao da vida e$onmi$a inteiramente

    di0eren$e das 0ormas de or,ani!ao e"istentes em re,ime$apitalista= mais per0eita e mais simples. #s $ompli$a3es edi0i$%ldades da or,ani!ao do $apitalismo) a '%e tiveram dese $onsa,rar tantos ,randes homens de ne,$ios de ,nio toelo,iado) esto li,adas 6s l%tas m-t%as) a essa ,%erra$apitalista '%e e"i,e tanta arte e tantos sa$ri0&$ios paradominar o% ani'%ilar os $on$orrentes. T%do isso ir(desapare$er. # simpli$idade do o+7e$tivo a atin,ir) '%e satis0a!er as ne$essidades vitais da h%manidade) 0a! $om '%etoda a estr%t%ra se7a simples e dire$ta. *m prin$ipio)administrar ,randes '%antidades no mais di0&$il o% mais$ompli$ado do '%e administrar pe'%enas '%antidades= +astaa$res$entar al,%ns !eros aos n-meros. # diversidade ri$a em%lti0a$etada das ne$essidades e dos dese7os) '%e po%$omenor em pe'%enos ,r%pos de pessoas do '%e em ,randesmassas) pode ser satis0eita mais 0($il e $ompletamente)devido pre$isamente 6 nat%re!a massiva destas ne$essidades.

    # 0%no e a importn$ia de '%e se revestem os serviosde estat&sti$a e de $onta+ilidade p-+li$a no seio de %ma dadaso$iedade dependem do $ar($ter desta so$iedade.

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    prod%o est( s%7eita a %ma or,ani!ao so$ial omnipotente)os '%e det?m em mos a administrao $entral passam de0a$to a ser os senhores prin$ipais da e$onomia etrans0ormam5se ,rad%almente em +%ro$ra$ia diri,ente. 4a

    -ssia) por e"emplo) a revol%o de 1G1S provo$o% %mae"panso ind%strial a$elerada. ;s oper(rios a0l%&ram emmassa as 0(+ri$as novas mas) ainda im+%&dos de %mai,norn$ia $rassa) prpria da vida r%ral) 0oram in$apa!es deo+star aos pro,ressos da +%ro$ra$ia '%e) nesse momento) se$onstit%&a em nova $lasse dominante. 4a #lemanha de 1G)'%ando %m partido s%+metido a %ma dis$iplina de 0erro$on'%isto% o poder de *stado e dele 0e! %m r,o deadministrao $entral a ele devotado) ass%mi%

    sim%ltaneamente a or,ani!ao de todas as 0oras do$apitalismo.

    # sit%ao modi0i$a5se radi$almente '%ando os oper(riosor,ani!am a prod%o na '%alidade de donos do se% tra+alhoe de prod%tores livres.

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    +ase nestes $onhe$imentos ,erais '%e os oper(rios e asassem+leias dos se%s dele,ados dis$%tem e tomam asde$is3es) atravs das '%ais se $onstri a or,ani!ao dotra+alho.

    ela primeira ve! na histria) os homens tero diante desi) $omo %m livro a+erto) o $on7%nto e os pormenores da vidae$onmi$a. *m re,ime $apitalista) as +ases da so$iedadeeram dissim%ladas aos olhares) enorme massa perdida nomeio de trevas espessas '%e) de tempos a tempos) erampenetradas por al,%mas estat&sti$as so+re o $omr$io e so+rea prod%o= a partir de a,ora) nem %m s pormenor es$apaao olhar) todo o edi0&$io s%r,e $laramente. # partir desse

    momento) passa a haver %ma $i?n$ia da so$iedade) '%eassenta n%ma ordenao ade'%ada dos 0a$tos e '%e permitedes$o+rir sem di0i$%ldade as ,randes rela3es $a%sais. *ssa$i?n$ia $onstit%i a +ase da or,ani!ao so$ial do tra+alho) tal$omo o $onhe$imento dos 0a$tos da nat%re!a) tam+m eles$on$e+idos so+ a 0orma de rela3es $a%sais) serve de +ase 6or,ani!ao t$ni$a do tra+alho. Todos podem assim ad'%irir%m $onhe$imento per0eito da vida '%otidiana) nos se%s mais&n0imos pormenores) podem est%dar e $ompreender tanto ase"i,?n$ias do $on7%nto so$ial $omo a parte '%e) dentro desse$on7%nto) Ihes respeita. *sta $i?n$ia da so$iedade $onstit%i oinstr%mento por meio do '%al os prod%tores 0i$am aptos a,erir a prod%o e a dominar o se% %niverso.

    9ap&t%lo 5 ;+7e$3es

    ;s prin$&pios da nova estr%t%ra da so$iedade revelam5seto nat%rais e evidentes '%e) em prin$&pio) no pare$eria

    poss&vel '%e se levantassem '%ais'%er d-vidas o% o+7e$3es.#s d-vidas ori,inam5se nas velhas tradi3es) '%e $ontin%aroa en$her o espirito de teias de aranha at ao momento em'%e o vento sal%+re das tempestades so$iais as vier varrer.Mas so so+ret%do as o%tras $lasses 5 a'%elas '%e) aindaho7e) esto 6 0rente da so$iedade 5 '%e levantam o+7e$3es. Apor isso '%e temos de e"aminar os ar,%mentos da +%r,%esiada $lasse dominante) dos $apitalistas.

    oderia pensar5se no ter interesse determo5nos na$onsiderao das o+7e$3es dos '%e 0ormam esta $lasse

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    $apitalista. 4o se p3e o pro+lema de os $onven$er) e deresto no ne$ess(rio. #s s%as ideias e $onvi$3es so ideiasde $lasse) determinadas) tal $omo as nossas) por $ondi3esde $lasse.

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    7( '%e 0oi pre$edida por o%tras 0ormas mais primitivasE. A porisso '%e) se,%ndo a +%r,%esia) as $ara$ter&sti$as do sistema$apitalista no so tempor(rias e sim 0enmenos nat%rais)e"presso da eterna nat%re!a h%mana. # $lasse $apitalista v?

    +em a pro0%nda averso '%e os oper(rios e"perimentam 0a$eao se% tra+alho '%otidiano. 9onstata '%e eles s se resi,nama tra+alhar so+ a $oa$o de %ma ne$essidade impla$(vel.9on$l%i dai '%e da prpria nat%re!a da maior parte doshomens sentir %ma rep%lsa espontnea por todo e '%al'%ertra+alho re,%lar. em d-vida '%e tero dedemonstrar as s%as $apa$idades. Mas no se trata de ven$er

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    as provas de %m teste prvio. >ero na realidade a s%a l%ta ea s%a vitria '%e $onstit%iro as provas a ven$er.

    4o temos '%e dis$%tir $om a $lasse $apitalista. Temos

    sim '%e 0orne$er ar,%mentos aos nossos $amaradastra+alhadores. #s ideias pe'%eno5+%r,%esas impre,namainda ,rande parte deles: 0a!em s%+sistir neles a d-vida e a0alta de $on0iana na s%a prpria 0ora. *n'%anto %ma $lasseno a$redita nela prpria) no pode esperar '%e o%tros,r%pos so$iais a$reditem. # 0alta de $on0iana em si prpria)prin$ipal ponto 0ra$o da $lasse oper(ria dos nossos dias) nopode desapare$er totalmente no seio deste re,ime) o$apitalismo) '%e se,re,a 0a$tores de de,radao e de

    es,otamento. Mas em $aso de %r,?n$ia) a $rise m%ndial e ar%&na iminente $oa,em a $lasse operaria 6 revolta e ao$om+ate) e $oa,i5la5o i,%almente) lo,o '%e o+tiver a vitria)a tomar em mos o $ontrole da prod%o. 4esse momento osimperativos de %ma ine"or(vel ne$essidade varrero todo otemor) toda a 0alta de $on0iana em si prpria) e as tare0as'%e da& res%ltarem revelaro ener,ias ins%speitadas. H( o%tra$oisa de '%e os tra+alhadores t?m a $erte!a) por m%itasd-vidas e hesita3es '%e tenham: '%e) melhor '%e oso$iosos detentores do direito de propriedade) eles sa+em o'%e o tra+alho= sa+em '%e so $apa!es de tra+alhar) sa+em'%e tero de tra+alhar. #s vs o+7e$3es da $lasse $apitalistadesmoronar5se5o $om esta $lasse.

    ;+7e$3es mais srias prov?m de o%tro lado. >olevantadas pelos '%e se $onsideram ami,os) aliados e mesmoporta5vo!es da $lasse oper(ria. 4as 0ormas mais re$entes de$apitalismo en$ontramos) entre os intele$t%ais e osre0ormadores so$iais) entre os diri,entes sindi$ais e os so$ial5demo$ratas) a se,%inte opinio) lar,amente espalhada: aprod%o $apitalista $om vista ao l%$ro m() devedesapare$er e ser s%+stit%&da por %m sistema de prod%oso$ialista. >e,%ndo estas pessoas) a or,ani!ao da prod%odeve servir para prod%!ir em a+%ndn$ia para todos. #anar'%ia $apitalista da prod%o deve ser a+olida es%+stit%&da por %ma or,ani!ao id?nti$a 6 '%e e"iste dentroda 0(+ri$a. Tal $omo) n%ma empresa +em ,erida) a mar$haper0eita do $on7%nto) at ao mais &n0imo pormenor) e a s%a

    e0i$($ia so asse,%radas ,raas 6 a%toridade $entrali!adora

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    do dire$tor e do se% estado5maior) tam+m) n%ma estr%t%raso$ial ainda mais $omple"a) as li,a3es e a intera$o entretodas as partes do $on7%nto s podem ser $orre$tamenteasse,%radas por %m poder diri,ente $entral.

    >o estes mesmos '%e pretendem '%e a a%s?n$ia de talpoder $entrali!ador e re,%lador a o+7e$o 0%ndamental '%ese pode levantar ao sistema de or,ani!ao em $onselhosoper(rios. ; prin$ipal ar,%mento a0irma '%e) nos nossos dias)a prod%o 7( no $onsiste no mane7ar de %tens&lios simples'%e $ada %m podia 0a$ilmente dominar) $omo nos tempos idosdos nossos antepassados) mas sim na apli$ao das $i?n$iasmais a+stra$tas) a$ess&veis %ni$amente a $re+ros $apa!es e

    +em instr%&dos. retendem '%e %ma $on$epo) %ma$ompreenso $lara e pre$isa de estr%t%ras $omple"as e arespe$tiva or,ani!ao e0i$iente e"i,em '%alidades '%e s seen$ontram n%ma minoria de pessoas) parti$%larmentedotadas. retendem '%e o sistema dos $onselhos se re$%sa aver '%e as pessoas) na s%a maioria) so dominadas por %me,o&smo mes'%inho e '%e no t?m nem as aptid3es) nemse'%er o interesse) ne$ess(rios para ass%mirem to ,randesresponsa+ilidades. * se os tra+alhadores) por pres%noest-pida) re7eitassem esta dire$o pelos mais $apa!es etentassem diri,ir eles prprios a prod%o e a so$iedade)$ontando %ni$amente $om o se% n-mero) o 0ra$asso seriainevit(vel) por maior '%e 0osse o se% !elo e a s%a dedi$ao.9ada 0(+ri$a $onhe$eria em +reve o $aos e a prod%o$omearia a de$linar. ;s tra+alhadores 0alhariam por'%e noteriam sa+ido %tili!ar %m poder diri,ente) dotado de %maa%toridade s%0i$iente para imp@r a o+edi?n$ia e asse,%rar oandamento sem so+ressaltos desta or,ani!ao $omple"a.

    Mas onde en$ontrar esse poder $entral >e,%ndo eles) 7(e"iste: simplesmente o ,overno) o *stado. #t a,ora) estelimitava as s%as atri+%i3es aos ass%ntos pol&ti$os) serias%0i$iente estend?5las aos ass%ntos e$onmi$os 5 $omo 7( o$aso em $ertos $ampos de importn$ia limitada 5 o% se7a)$on0iar5lhe a or,ani!ao ,eral da prod%o e da distri+%io.4o ser( a ,%erra $ontra a 0ome e a misria to importante) emesmo mais importante) '%e a ,%erra $ontra o inimi,oe"terno

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    * se o *stado diri,e as a$tividades e$onmi$as a$t%a) de0a$to) $omo or,anismo $entral da $ole$tividade. ;sprod%tores so os donos da prod%o) no em pe'%enos,r%pos separados) mas todos em $on7%nto) en'%anto $lasse)

    en'%anto pop%lao. ara a maior parte destes Cso$ialistasC)propriedade p-+li$a dos meios de prod%o si,ni0i$apropriedade do *stado) sendo o $on7%nto da pop%laose,%ndo as $on$ep3es deles) representado pelo *stado.*stado demo$r(ti$o) evidentemente) no '%al o povo es$olheos diri,entes. * %ma or,ani!ao so$ial e pol&ti$a na '%al asmassas es$olhem os se%s $he0es a todos os n&veis) tanto na0(+ri$a $omo nos sindi$atos e na $he0ia do *stado) eis o '%e %ma demo$ra$ia %niversal *videntemente '%e) %ma ve!

    eleitos) estes $he0es devem ser o+ede$idos sem hesitao esem %m m%rm-rio. or'%e s atravs da o+edi?n$ia 6sordens de diri,entes $ompetentes) '%e reinam so+re oaparelho de prod%o) '%e a or,ani!aro poder( 0%n$ionarsem $ho'%es e de 0orma satis0atria.

    A este o ponto de vista dos de0ensores do so$ialismo de*stado. A evidente '%e este pro7e$to de or,ani!ao so$ial totalmente di0erente do de %ma or,ani!ao na '%al osprod%tores detenham eles prprios o dom&nio real daprod%o. 4o so$ialismo de *stado) os tra+alhadores sosenhores do tra+alho apenas de %ma maneira 0ormal) dessamesma maneira 0ormal '%e asse,%ra o dom&nio da pop%laoso+re o *stado. 4estas pretensas Cdemo$ra$iasC Dassimdenominadas por'%e as assem+leias parlamentares soeleitas por s%0r(,io %niversalE) os ,overnos no so de modonenh%m $ompostos por dele,ados desi,nados pela pop%laopara e"e$%tarem) as vontades desta. A sa+ido '%e) em todosos pa&ses) o ,overno est( nas mos de pe'%enos ,r%pos dearisto$ratas) de pol&ti$os e de altos 0%n$ion(rios) em n-merolimitado e $om 0%n3es m%itas ve!es heredit(rias) e '%e osparlamentares 0ormam o $orpo so$ial '%e os apoia) mas noso eleitos pelos mandantes para e"e$%tar a s%a vontade. #'%em vota s resta) prati$amente) a es$olha entre d%ase'%ipas de pol&ti$os sele$$ionados) apresentados e lanadospelos dois prin$ipais partidos pol&ti$os $%7os $he0es) se,%ndoos res%ltados) o% 0ormam o ,a+inete ministerial o% entoesperam a s%a ve! prati$ando %ma Coposio lealC. ;s0%n$ion(mos do *stado '%e diri,em os ass%ntos p-+li$os

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    tam+m no so es$olhidos pelo povo: so nomeados de$ima) pelo ,overno. Mesmo '%e %ma propa,anda h(+il osapresente $omo servidores do povo) so na realidade osdiri,entes deste) os se%s senhores. 4o so$ialismo de *stado)

    esta +%ro$ra$ia de 0%n$ion(rios) $onsideravelmente maisn%merosa diri,e a prod%o.

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    $apitalismo e so$ialismo) este -ltimo teria ento +oaspro+a+ilidades de se reali!ar.

    Mas a realidade totalmente di0erente. ; 9apital detm o

    poder e de0ende5o. 2%em poder( ter a il%so de '%e a $lasse$apitalista ir( a+andonar o se% imprio o se% dom&nio) os se%sl%$ros) '%e so as prprias +ases do se% poder) o '%e si,ni0i$aren%n$iar 0inalmente 6 s%a prpria e"ist?n$ia) perante osimples res%ltado de %m voto ;% mesmo) '%em pode $rer'%e a $lasse $apitalista ir( passar os poderes depois de %ma$ampanha de pers%aso da opinio p%+li$a atravs demeetin,s e de mani0esta3es de r%a A +em evidente '%eesta $lasse se ir( +ater) $onven$ida dos se%s direitos.

    >a+emos 7( '%e ne$ess(rio +atermo5nos) mesmo porre0ormas) e '%e a menor re0orma!inha) em sistema$apitalista) sempre res%ltado de %ma l%ta= evidente '%eno %ma l%ta at as -ltimas $onse'%?n$ias) at 6 ,%erra$ivil o% 6 e0%so de san,%e) o% pelo menos 5o m%itoraramente. * isto m%ito simplesmente por'%e a opiniop-+li$a) o% se7a) a da +%r,%esia no se% $on7%nto) alertadapela resist?n$ia de$idida dos tra+alhadores) se de% $onta de'%e estas reivindi$a3es oper(rias no p3em em $a%sa aprpria ess?n$ia do $apitalismo) '%e o l%$ro) en'%anto tal)no ameaado. elo $ontr(rio. Todos sentem '%e o$apitalismo sair( re0orado) %ma ve! '%e as re0ormasapa!i,%am os tra+alhadores e os li,am mais estreitamente aosistema e"istente.

    >e e a prpria e"ist?n$ia da $lasse $apitalista en'%anto$lasse dominante e e"ploradora '%e est( em 7o,o) toda a$lasse +%r,%esa alinhar( atr(s dela. >e o se% poder) a s%ae"plorao) os se%s l%$ros 0orem ameaados) no por %marevol%o il%sria 0ormal) mas por %ma revol%o real '%eatin7a as prprias +ases da so$iedade) podemos ter a $erte!ade '%e a $lasse +%r,%esa ir( resistir $om todas as s%as0oras. ;nde est( o poder $apa! de a ven$er ;s ar,%mentosirre0%t(veis e as +oas inten3es dos re0ormadores ,enerososno podem travar) e m%ito menos destr%ir) %ma 0ora tosolidamente esta+ele$ida. Bm -ni$o poder no m%ndo $apa!de ven$er o 9apital) a $lasse oper(ria. # $lasse oper(ria nopode ser li+ertada por o%tros= s pode ser li+ertada por ela

    prpria.

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    Mas a l%ta ser( lon,a e di0&$il) por'%e o poder da $lasse$apitalista enorme. Firmemente entrin$heirada no aparelhode *stado e no ,overno) ela tem 6 s%a disposio todas asinstit%i3es e todos os re$%rsos da'%eles) toda a s%a

    a%toridade moral e todos os meios 0&si$os de represso.er( %ma trans0ormao daso$iedade na s%a prpria ess?n$ia) no s por'%e as rela3esde 0ora entre as $lasses tero sido invertidas) no s por'%e

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    as rela3es de propriedade tero sido m%dadas) no s)ainda) por'%e a pop%lao ter( sido reor,ani!ada so+re novas+ases) mas essen$ialmente De o elemento $apital em todoeste pro$essoE por'%e a $lasse operaria se ter( trans0ormado)

    no mais pro0%ndo de si mesma. ;s tra+alhadorestrans0ormar5se5o) de indiv&d%os s%+metidos) em donos dose% destino) $on0iantes em si prprios e na s%a li+erdade)$apa!es de $onstr%ir e de or,ani!ar o m%ndo novo.

    Foi o ,rande h%manista so$ialista o+ert ;wen'%em nosensino% '%e para edi0i$ar %ma a%t?nti$a so$iedade so$ialistaseria ne$ess(ria %ma modi0i$ao de $ar($ter no homem) e'%e esse $ara$ter pode ser trans0ormado pelo meio e pela

    ed%$ao. 9ompletando as teorias do se% prede$essor) o,rande teri$o $om%nista Uarl Mar"ensina5nos '%e aprpria h%manidade '%e tem de modi0i$ar o se% meio) de seed%$ar $om+atendo) atravs da l%ta de $lasse) a e"plorao ea opresso. # do%trina do so$ialismo de *stado) o% se7a) a$on$epo d%m so$ialismo atin,ido atravs de re0ormas) %ma teoria o$a e me$ani$ista= 7%l,a ela '%e para 0a!er arevol%o so$ial +asta m%dar as instit%i3es pol&ti$as e as$ondi3es e"teriores da vida) sem ne$essidade d%matrans0ormao do prprio homem '%e 0aa do es$ravos%+misso %m $om+atente or,%lhoso e a%da$ioso. ;so$ialismo de *stado) pro,rama da so$ial5demo$ra$ia) narealidade %tpi$o) 7( '%e pretende esta+ele$er %m novosistema de prod%o pela simples $onverso das pessoas 6snovas ideias pol&ti$as atravs da propa,anda. # so$ial5demo$ra$ia era in$apa! 5 e de resto no o pretendia a preonenh%m 5 de $ond%!ir a $lasse operaria pelo $aminho d%mal%ta revol%$ion(ria a%t?nti$a. ; se% de$l&nio $omeo% '%andoo desenvolvimento moderno do ,rande $apitalismo 0e! doso$ialismo eleitoral %ma il%so ana$rni$a.

    9ont%do) as ideias so$ialistas $onservam ainda ho7e a s%aimportn$ia) se +em '%e d%ma maneira di0erente.

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    $apitalismo vier a re$e+er os r%des ,olpes '%e o esperam)todos a'%eles '%e no t?m $on0iana na li+erdade $ompletadas massas) os '%e a temem) os '%e dese7am preservar adistino entre senhores e servos) entre in0eriores e

    s%periores) se re%niro so+ esta +andeira. apidamente seassistir( ao apare$imento de palavras de ordem apropriadas:a CordemC e a Ca%toridadeC opostas ao C$aosC) o Cso$ialismoCe a Cor,ani!aoC $ontra a Canar'%iaC. or'%e %m sistemae$onmi$o no '%al os tra+alhadores dominem o se% tra+alhoe possam orient(5lo s pode ser sinnimo de anar'%ia e de$aos para os esp&ritos pe'%eno5+%r,%eses. #ssim) o -ni$opapel '%e o so$ialismo poder( vir a desempenhar) no 0%t%roser( o de o+st($%lo no $aminho do $om+ate dos

    tra+alhadores pela s%a eman$ipao.*m res%me) o es'%ema so$ialista de re$onstr%o tal

    $omo e proposto pelos re0ormistas) est( votado ao 0ra$asso.*m primeiro l%,ar) por eles no deterem a possi+ilidade de$riarem as 0oras $apa!es de ven$erem o 9apital) em se,%ndol%,ar) por'%e s os prprios tra+alhadores podem $onse,%i5lo. >omente as s%as prprias l%tas permitiro odesenvolvimento dessas 0oras irresist&veis) indispens(veis ao$%mprimento d%ma tal tare0a. >o estas l%tas '%e oso$ialismo tem de evitar. Bma ve! derr%+ado pelostra+alhadores o poder $apitalista e $on'%istada a li+erdade)por '%e ra!o a a+andonariam para se s%+meterem a novospat3es

    *"iste %ma teoria '%e tenta e"pli$ar esta inevita+ilidade) epor '%e ra!o as $oisas se passariam assim: a teoria dadesi,%aldade entre os homens) essa teoria '%e a$ent%a o0a$to da nat%re!a os ter 0eito di0erentes. Bma minoria dehomens $apa!es) dotados) dinmi$os) er,%er5se5ia a$ima damassa inapta) im+e$il e ap(ti$a. # despeito de todos osde$retos e de todas as teorias '%e instit%em a i,%aldade0ormal e le,al) a minoria inteli,ente e enr,i$a ass%miria adire$o e a maioria in$apa! se,%&5la5ia e o+ede$er5lhe5ia.

    4o a primeira ve! '%e %ma $lasse diri,ente tentae"pli$ar e portanto perpet%ar o se% dom&nio apresentando5o$omo a $onse'%?n$ia d%ma di0erena inata entre d%as

    esp$ies de pessoas: %mas destinadas pela nat%re!a a0%n3es de $omando) as o%tras a serem $omandadas. #

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    aristo$ra$ia 0%ndi(ria do passado 0a!ia 7( a de0esa da s%aposio de privil,io van,loriando5se de des$ender d%ma raano+re de $on'%istadores) '%e teria s%+7%,ado a raa in0eriordas pessoas v%l,ares. ;s ,randes $apitalistas e"pli$am a s%a

    posio de dom&nio a0irmando serem inteli,entes en'%anto'%e os o%tros no o so. Ho7e em dia podemos o%vir amesma $anti,a na +o$a dos intele$t%ais. 9onsideram5se $omoos le,&timos diri,entes de amanh e pro$lamam a s%as%perioridade espirit%al. Inte,ram a $lasse as$endente de0%n$ion(mos e de mem+ros de pro0iss3es li+rais '%ere$e+eram %ma 0ormao %niversit(ria) '%e se espe$iali!aramno tra+alho intele$t%al) no est%do dos livros) das $i?n$ias=a$ham5se as pessoas mais dotadas no $ampo das a$tividades

    espirit%ais. *ssa a ra!o por '%e estariam destinados atornar5se os diri,entes da prod%o) 0i$ando para as massasinaptas as tare0as man%ais '%e no e"i,em re0le"o. 4o0a!em a de0esa do $apitalismo= s%stentam '%e a inteli,?n$iae no o 9apital '%e ter( '%e diri,ir o tra+alho) so+ret%do nosnossos dias em '%e a so$iedade ass%mi% %ma estr%t%ra de talmodo $omple"a) assentando em $i?n$ias a+stra$tas e di0&$eis)'%e s %ma elevada $apa$idade intele$t%al pode a+ar$ar)$ompreender e apli$ar. >e a $lasse oper(ria) por 0alta de

    l%$ide!) no $ompreendesse a ne$essidade d%ma tal dire$ointele$t%al) se tentasse est%pidamente diri,ir5se a si prpria)o $aos e a r%&na seriam as $onse'%?n$ias inevit(veis.

    A +om '%e real$emos a'%i '%e o termo intele$t%al nodesi,na o indiv&d%o detentor d%ma inteli,?n$ia. Intele$t%al %ma palavra '%e $ara$teri!a %ma $lasse $om 0%n3esde0inidas na vida e$onmi$a e so$ial) para $%7o $%mprimentoa'%ilo '%e se revela mais ne$ess(rio e %ma 0ormao%niversit(ria. # inteli,?n$ia) a 0a$%ldade de $ompreender)e"iste em todas as $lasses) tanto entre os $apitalistas e osartesos) $omo entre os $amponeses e os oper(rios. ;sCintele$t%aisC no so dotados d%ma inteli,?n$ia s%perior)poss%em simplesmente %ma $apa$idade espe$ial de mane7ara+stra$3es e 0rm%las $ienti0i$as) m%itas ve!es) em verdade)de as de$orar) $apa$idade essa '%e se alia 0re'%entemente a%m $onhe$imento limitado das o%tras $oisas da vida. # s%apres%no ori,ina %m intele$t%alismo limitado) '%e i,nora amaior parte das restantes '%alidades '%e desempenham %mpapel importante nas a$tividades h%manas. 4o homem

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    podem en$ontrar5se %ma '%antidade de disposi3es ri$as evariadas '%e di0erem tanto pela s%a nat%re!a $omo pelo se%,ra% de desenvolvimento: n%m determinando indiv&d%o)poder de a+stra$o o% ha+ilidade man%al= n%m o%tro)

    inteli,?n$ia viva o% ima,inao ri$a= no%tros ainda)$ompreenso r(pida o% ima,inao pro0%nda= o% ainda,rande perseverana o% espontaneidade impa$iente= o% ainda%ma $ora,em indom(vel na a$o e na l%ta= o% ento %mati$a amplamente a+erta para a $ompreenso dos homens.Todas estas '%alidades so ne$ess(rias na vida so$ial=se,%ndo as $ir$%nstn$ias e de a$ordo $om as e"i,?n$ias davida e do tra+alho) poder( ser %ma o% o%tra a ass%mir %mplano de desta'%e. A rid&$%lo '%erer separ(5las em s%periores

    e in0eriores. >o 7%stamente as di0erenas e"istentes entreelas '%e permitem '%e as predile$3es e disposi3es de $ada%m en$ontrem o se% $ampo de apli$ao nas diversas 0ormasde a$tividade. Bma destas aptid3es) a aptido para osest%dos a+stra$tos e $ient&0i$os D'%e 0re'%entementeass%mem em re,ime $apitalista a 0orma a+astardada deespe$iali!a3es 0oradasE en$ontra o se% verdadeiro l%,ar nopro$esso t$ni$o de prod%o) '%er para vi,iar) '%er paradiri,ir. 4o passa d%ma aptido entre m%itas o%tras. 4o h(

    na realidade '%al'%er ra!o para '%e os intele$t%ais dominemdo alto da s%a s%perioridade as massas de no intele$t%ais.4o $erto '%e) re0erindo5se ao s$%lo PVIII) o historiadorTravelWan 0alava da Cri'%e!a de ima,inao) da pro0%ndidadeemo$ional) do vi,or e variedade da inteli,?n$ia entre ospo+res... %ma ve! despertos os se%s espiritoC

    A evidente '%e al,%ns se en$ontram mais +em m%nidosde $ertas '%alidades do '%e o%tros= os homens e m%lheres detalento) so+ressaem no meio dos se%s $ontemporneos. Masem re,ime $apitalista eles so $om toda a $erte!a em m%itomaior n%mero do '%e o '%e pode pare$er) pois %ma das$ara$ter&sti$as deste re,ime o despre!o) a m( %tili!ao) ae"plorao das '%alidades h%manas. 4o seio d%mah%manidade li+erta) estes di0erentes talentos sero m%itomelhor aproveitados= a $ons$i?n$ia de estarmos a $ontri+%irpara a $a%sa $om%m) pondo em 7o,o o melhor de nsprprios) trar( %ma satis0ao m%ito mais $ompleta do '%e%m '%al'%er privil,io material 0orne$ido pelo m%ndo dae"plorao.

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    2%e si,ni0i$a esta pretenso da $lasse dos intele$t%ais)esta a0irmao d%ma s%perioridade do tra+alho intele$t%also+re o tra+alho man%al) lo,o do dom&nio do primeiro so+re ose,%ndo 4o o espirito '%e deve $omandar o $orpo) as

    a$tividades 0&si$as >em d-vida '%e sim. ; esp&rito h%mano$onstit%i ali(s o ponto mais alto do desenvolvimento danat%re!a. elas s%as $apa$idades intele$t%ais) o homemeleva5se a$ima do animal. ; esp&rito o '%e o homem tem demais pre$ioso. Foi ,raas a ele '%e p@de tornar5se senhor dom%ndo. #'%ilo '%e distin,%e o tra+alho do homem daa$tividade do animal) so 7%stamente as +ases dopensamento: primeiro $on$e+er) re0le$tir e ela+orar %mpro7e$to antes de passar a s%a e"e$%o. *ste predom&nio da

    teoria) do pensamento so+re o tra+alho pr(ti$o no para dese re0orar) 6 medida '%e o pro$esso de prod%o se vaidesenvolvendo) se vai $ompli$ando $ada ve! mais) tornando5se pro,ressivamente dependente da $i?n$ia.

    Isto no permite $on$l%ir '%e os tra+alhadores intele$t%aiseste7am a%tori!ados a dominar os tra+alhadores man%ais. #oposio man%al5intele$t%al no e"iste na nat%re!a: %mprod%to da so$iedade= $onstit%i %ma distino de $lassearti0i$ial. 2%al'%er tra+alho) mesmo o mais simples) temtanto de intele$t%al $omo de man%al.

    Todo o tra+alho) at se tornar me$ni$o 6 0ora derepetio) e"i,e a interveno do esp&rito. A 7%stamente esta$om+inao pensamento/a$o '%e 0a! o en$anto daa$tividade h%mana. *ste atra$tivo s%+siste na diviso nat%raldo tra+alho) na '%e assenta em di0erenas de ,ostos e deaptid3es. Mas o $apitalismo perverte% estas disposi3esnat%rais. 9om o 0im de a%mentar o l%$ro) levo% ao e"tremo adiviso do tra+alho) introd%!i% %ma espe$iali!ao de sentido-ni$o. H( 7( tr?s s$%los '%e) desde o se% apare$imento pelaprimeira ve! $om o sistema da man%0a$t%ra) a repetioin$essante das mesmas manip%la3es em n-mero limitado 0e!do tra+alho %ma retina montona) em '%e a %tili!aoa+%siva de $ertos mem+ros o% de $ertas 0a$%ldades mentais)em detrimento das o%tras) ori,ina %ma m%tilao perpet%a doespirito e do $orpo. Ho7e o $apitalismo) 6 semelhana disto)para a%mentar a prod%tividade e os l%$ros) opero% a

    separao do tra+alho man%al e intele$t%al) 0e! de $ada %m

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    dela o o+7e$to d%ma ed%$ao espe$iali!ada) em detrimentodas restantes $apa$idades. 9rio% assim d%as espe$ialidades)onde o tra+alho nat%ral no via seno %ma) ori,ino% tare0asdistintas) pro0iss3es distintas) reali!adas po