ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A CEFALÉIA PÓS RAQUIANESTESIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

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ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A CEFALÉIA PÓS RAQUIANESTESIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Daniel A R Oliveira, Abílio L Santiago Filho*, Luziany C Araújo, Jaime E B Araújo Unidade Acadêmica de Ciências da Vida, Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, PB, Rua Sérgio Moreira de Figueiredo, s/n – Casas Populares – 58900-000. Introdução– A cefaléia pós-punção da dura-máter é a complicação mais freqüente após a raquianestesia, com incidência estimada inferior a 3%, sendo considerada incapacitante em alguns casos. Inúmeros fatores contribuem para seu aparecimento, daí a importância de se conhecerem essas variáveis a fim de evitar novos casos. Método - Utilizando os bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, foram selecionados 25 artigos relacionados ao tema a partir dos seguintes termos de pesquisa em várias combinações: 1)Raquidiana; 2)Raquianestesia; 3)Cefaléia; 4)Anesthesia; 5)Spinal; 6)Subarachnoid; 7)Headache; 8)Gauge needle. Resultados– A cefaléia pós raquianestesia aparece entre as 12 primeiras horas e 7º dia após a punção dural, sendo mais comum no 2º dia. O grupo de risco é composto por adultos jovens, gestantes, mulheres e pessoas com história de cefaléia decorrente de punção lombar. O mecanismo responsável pelo seu aparecimento é a diminuição da pressão liquórica por perda do LCR, através de lesões determinadas pela agulha de punção ou pelo cateter. Isso provoca vasodilatação cerebral e poderá haver a tração das estruturas intracranianas sempre que o paciente assumir a postura ereta. O tamanho do orifício dural influencia diretamente na incidência e na gravidade da cefaléia; é aceito que um menor calibre da agulha reduz a incidência, desta maneira, recomenda-se o uso de agulhas não traumáticas, ponta de lápis ou Quincke. Verifica-se uma maior ocorrência em pacientes que deambulam nas primeiras horas após o procedimento. O acesso paramediano e o menor número de tentativas de acesso são fatores que parecem diminuir a chance de desenvolver essa cefaléia. Os quadros leves e moderados respondem bem ao tratamento conservador à base do repouso, hidratação, analgésicos e cafeína. Se a dor de cabeça for intensa ou durar mais que 24 horas, um tampão peridural de sangue pode ser realizado. Conclusão– Fica evidente que as técnicas utilizadas são determinantes para a ocorrência de cefaléia pós raquianestesia, portanto, é fundamental mais estudos na área para que surjam avanços tecnológicos que possibilitem minorar a incidência desse problema nos pacientes que se submetem a esse tipo de anestesia. Referências: 1. Ahmed SV, Jayawarna C, Jude E. Post lumbar puncture headache: diagnosis and management. Postgrad Med J. 2006 November; 82(973):713-716. 2. Ganem EM, Castiglia YMM, Vianna PTG. Complicações neurológicas determinadas pela anestesia subaracnóidea. Rev Bras Anestesiol. 2002; 52(4):471-480. 3. Reina MA, López A, Badorrey V et al. Dura-arachnoid lesions produced by 22 gauge Quincke spinal needles during a lumbar puncture. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2004;75:893- 897.

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Apresentação oral no 9º Congresso Brasileiro de Dor - Fortaleza/CE (2010)

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ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A CEFALÉIA PÓS RAQUIANESTESIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.Daniel A R Oliveira, Abílio L Santiago Filho*, Luziany C Araújo, Jaime E B AraújoUnidade Acadêmica de Ciências da Vida, Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, PB, Rua Sérgio Moreira de Figueiredo, s/n – Casas Populares – 58900-000.

Introdução– A cefaléia pós-punção da dura-máter é a complicação mais freqüente após a raquianestesia, com incidência estimada inferior a 3%, sendo considerada incapacitante em alguns casos. Inúmeros fatores contribuem para seu aparecimento, daí a importância de se conhecerem essas variáveis a fim de evitar novos casos. Método - Utilizando os bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, foram selecionados 25 artigos relacionados ao tema a partir dos seguintes termos de pesquisa em várias combinações: 1)Raquidiana; 2)Raquianestesia; 3)Cefaléia; 4)Anesthesia; 5)Spinal; 6)Subarachnoid; 7)Headache; 8)Gauge needle. Resultados– A cefaléia pós raquianestesia aparece entre as 12 primeiras horas e 7º dia após a punção dural, sendo mais comum no 2º dia. O grupo de risco é composto por adultos jovens, gestantes, mulheres e pessoas com história de cefaléia decorrente de punção lombar. O mecanismo responsável pelo seu aparecimento é a diminuição da pressão liquórica por perda do LCR, através de lesões determinadas pela agulha de punção ou pelo cateter. Isso provoca vasodilatação cerebral e poderá haver a tração das estruturas intracranianas sempre que o paciente assumir a postura ereta. O tamanho do orifício dural influencia diretamente na incidência e na gravidade da cefaléia; é aceito que um menor calibre da agulha reduz a incidência, desta maneira, recomenda-se o uso de agulhas não traumáticas, ponta de lápis ou Quincke. Verifica-se uma maior ocorrência em pacientes que deambulam nas primeiras horas após o procedimento. O acesso paramediano e o menor número de tentativas de acesso são fatores que parecem diminuir a chance de desenvolver essa cefaléia. Os quadros leves e moderados respondem bem ao tratamento conservador à base do repouso, hidratação, analgésicos e cafeína. Se a dor de cabeça for intensa ou durar mais que 24 horas, um tampão peridural de sangue pode ser realizado. Conclusão– Fica evidente que as técnicas utilizadas são determinantes para a ocorrência de cefaléia pós raquianestesia, portanto, é fundamental mais estudos na área para que surjam avanços tecnológicos que possibilitem minorar a incidência desse problema nos pacientes que se submetem a esse tipo de anestesia.Referências: 1. Ahmed SV, Jayawarna C, Jude E. Post lumbar puncture headache: diagnosis and management. Postgrad Med J. 2006 November; 82(973):713-716. 2. Ganem EM, Castiglia YMM, Vianna PTG. Complicações neurológicas determinadas pela anestesia subaracnóidea. Rev Bras Anestesiol. 2002; 52(4):471-480. 3. Reina MA, López A, Badorrey V et al. Dura-arachnoid lesions produced by 22 gauge Quincke spinal needles during a lumbar puncture. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2004;75:893-897.