Atividade_Discursiva1_ED8

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Caro(a) aluno(a)!

Esta atividade discursiva vale uma porcentagem em sua frequência neste ED, antes de

respondê-la, estude o texto teórico e o complementar, anexos a esta atividade.

1) O registro e o controle de frequência são feitos automaticamente pelo Portal

Universitário. Dessa forma, a sua frequência somente será registrada através do envio

e alcance mínimo de 60% de acertos. Portanto, não se esqueça de salvar e enviar a

atividade ao concluir a tarefa.

2) O manual do aluno traz informações importantes, sobre os Estudos Dirigidos. Leia-

o com atenção e consulte-o sempre que tiver alguma dúvida.

3) Ao redigir as suas respostas às questões dissertativas, espera-se que você elabore

textos respondendo às questões de forma crítica e argumentativa. Textos em

formatos de tópicos, por exemplo, não atenderão à estrutura de elaboração das

respostas.

Boa Atividade!

As novas famílias e os desafios da educação

Qual o conceito de família e como os pais e educadores têm trabalhado estes novos

padrões na formação das crianças e jovens?

Jornal Cidadania - Edição Online 09 – Janeiro, 2013.

O conceito de família mudou. Na nova realidade mostrada pelo último levantamento do

IBGE, a formação tradicional - pai, mãe e filhos - divide lugar com outros grupos que vivem

sob o mesmo teto. Qual o conceito de família e como os pais e educadores têm trabalhado

estes novos padrões na formação das crianças e jovens?

Pesquisas recentes revelam que a família é uma instituição em constante movimento e

sujeita a determinações econômicas que forçam reorganizações e, consequentemente,

novas formas de relacionamento com parentes, novas organizações familiares, para dar

respostas às necessidades e mudanças causadas.

Dentro desta nova configuração, alguns dados se destacam, segundo o último Censo do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Atualmente a

formação clássica ‘casal com filhos’ representa 49,9% dos domicílios, enquanto outros

tipos de famílias já somam 50,1%; são 10,197 milhões de famílias em que só há mãe ou

pai; em 37% dos lares, as mães já são as principais responsáveis pelo sustento de todos e

existem pelo menos 60 mil famílias homoafetivas brasileiras, das quais 53,8% são

formadas por mulheres.

Os pesquisadores do IBGE encontraram vivendo sob o mesmo teto mãe criando filho

sozinha, pai criando filho sozinho, mãe com filho gerado de forma “independente”, pai que

assumiu o filho de uma relação ocasional, marido e mulher vivendo juntos com os pais,

irmãos e filhos de outros casamentos, “famílias” formadas por grupos de amigos, casais

gays com filhos de relacionamentos tradicionais, adotados ou concebidos a partir de

barrigas de aluguel, entre outros tantos arranjos identificados em todo o país (veja os

números no infográfico).

As novas composições recebem novas nomenclaturas, com as quais passamos a nos

familiarizar. Entre elas estão: “família margarina”, “família mosaico”, “família

monoparental”, “família estendida”, “família homoafetiva”. Outro termo para designar um

tipo específico de composição familiar é o DINK - “Double Income No Kids”-, sigla em inglês

que define os casais onde os dois têm renda e não têm filhos. Esta designação, ainda sem

tradução, confirma que o que define os agrupamentos familiares é, de fato, o componente

financeiro.

Um modelo em mutação

O levantamento do IBGE reflete as mudanças ocorridas ao longo das últimas décadas e

intensificadas a partir do ingresso da mulher no mercado de trabalho e do advento da

pílula anticoncepcional, que ampliaram, no universo feminino, a liberdade de escolha e a

possibilidade de desfazer e refazer casamentos. A principal constatação é que a formação

clássica já não é dominante e a família não é mais determinada apenas por laços

consanguíneos.

O componente econômico também é apontado pela psicanalista Belinda Mandelbaum,

professora do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho e coordenadora do

Laboratório de Estudos da Família da Universidade de São Paulo (USP). Mas, na visão de

Mandelbaum, a noção idealizada de família não é significativa para o desenvolvimento

psíquico ou o desempenho escolar das crianças. Ela defende que as configurações

existentes atualmente podem fugir ao modelo idealizado pela sociedade, mas têm plenas

condições de obter sucesso na formação dos filhos e dependentes sob sua

responsabilidade.

Para a psicanalista, a ideia de que existe um modelo “certo” para a formação familiar deve

ser deixada de lado, por ser extremamente preconceituosa. "Nunca houve um modelo

definitivo de família e o essencial, quando existem filhos, é a criança ter em casa alguém

que exerça os papéis materno e paterno – mesmo que seja uma pessoa só. Mas não é

necessário ser o pai e a mãe biológicos para fazer isso – outros adultos podem ter uma

dessas atribuições, como o avô e a madrasta”.

Ela explica que o papel materno seria de acolhimento para criar o sentimento de confiança,

fundamental para o desenvolvimento e, também, para a capacidade de aprendizado, em

relação à educação formal. Nesse contexto, caberia ao pai exercer a autoridade, colocar

limites, mostrar que há regras a respeitar. “Por outro lado, pode haver pai, mãe e filhos

dentro de uma casa em que ocorrem situações de abuso ou de falta de limite”, compara.

Aos pais e professores que ainda têm dificuldades em definir qual a melhor forma de

abordar com as crianças as novas formações familiares (particularmente nos casos de

filhos de casais separados ou de pais assumidamente gays), Belinda Mandelbaum sugere

que utilizem as próprias estatísticas do IBGE. "Os dados são uma ótima maneira de falar do

assunto e os números mostram que esses arranjos refletem a realidade das famílias

atuais".

Para a terapeuta Angélica Amigo, as premissas básicas de uma boa abordagem sobre o

assunto são o respeito e o diálogo franco e aberto, mas dentro da capacidade de

compreensão de cada faixa etária. “Criança é muito esperta e precisa ser conquistada para

ganhar a confiança e o respeito do adulto que pretende orientá-la sobre qualquer

assunto”.

Um exemplo interessante de abordagem do tema com as crianças vem da dupla Rita Rameh

e Luiz Waak, ganhadora do prêmio TIM de melhor CD infantil em 2012: “Por quê?”. A

música “Família” é uma ótima síntese dos novos tempos: “Tantas famílias, tão diferentes.

Famílias com pouca, com muita gente. Isso não importa, o importante é ter, sempre uma

família bem pertinho de você.” Para ouvi-la acesse: http://www.myspace.com/cdporque/

Laços e sobrevivência

Seja qual for o arranjo familiar, o papel do Estado ainda é determinante para garantir a

manutenção da família, na opinião da assistente social Nayara Hakime Dutra Oliveira.

Docente do Grupo de Estudos e Pesquisas GEPEFA – Família, perspectivas e tendências –

da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), pelo qual desenvolveu o Projeto de

Extensão Universitária “Falar de família é familiar”, no campus de Franca, Nayara classifica

a família como um local para a construção da identidade pessoal e social,

independentemente de sua forma ou configuração. A construção dos indivíduos sociais, no

entanto, depende da ação profissional em diversas áreas, que deveria ser propiciada pelo

Estado, permitindo que vínculos entre os membros dessa família se desenvolvam da melhor

maneira.

“Diante da crise no mundo do trabalho, cujas principais características podemos verificar

na atualidade, como o desemprego, a tripla jornada de trabalho e a ausência dos pais na

criação dos filhos, entre outras, a abordagem com famílias assume novos contornos e

especificidades”, afirma Nayara, para quem a política social ainda tem muito a crescer.

Pós-familismo

Para o demógrafo americano Joel Kotkin, responsável pelo relatório internacional “A

Ascensão do Pós-Familismo”, atualmente as pessoas se identificam mais com a classe a

que pertencem do que com a família. Para ele, os países ricos estão na dianteira desse

processo, por razões econômicas, mas também culturais e políticas, envolvendo o custo

alto de se criar um filho, a importância cada vez maior que as mulheres dão à carreira e a

falta de incentivos à maternidade, em contraponto às políticas que pregam o controle da

natalidade.

Já o sociólogo brasileiro Dário Caldas, em recente artigo jornalístico, considera que os

novos estudos colocam uma interrogação sobre o futuro da família, mas observa também

que os sinais de sua renovação multiplicam-se. Para ele é especialmente relevante o anseio

por família e casamento dos casais homoafetivos – normalmente considerados

precursores de novas tendências e comportamento.

REFERÊNCIA

JORNAL CIDADANIA. As novas famílias e os desafios da educação. Qual o conceito

de família e como os pais e educadores têm trabalhado estes novos padrões na

formação das crianças e jovens? Edição Online 09. São Paulo, 15 de janeiro de 2013.

Disponível em:

http://www.fundacaobunge.org.br/jornal-

cidadania/materia.php?id=11988&/as_novas_familias_e_os_desafios_da_educacao.

Acesso em: 06 jan. 2016.

Tendo em vista os modelos de organização e constituição familiar discutidos na

reportagem e com proteção garantida pela Constituição Federal de 1988, realize as

duas questões abaixo:

a) Após a leitura e reflexão sobre as considerações apresentadas na reportagem

anterior, escreva um texto expondo sua visão pessoal e crítica sobre a organização ou

reorganização da nova concepção de família brasileira.

b) Indique por meio de uma lista de itens quais as influências diretas e indiretas que

resultam desse novo modelo de constituição familiar. Você deve organizar a sua lista

indicando as influências nos aspectos social, político, econômico e cultural.

O levantamento do IBGE do ano de 2010 reflete as mudanças ocorridas ao longo das

últimas décadas na constituição familiar e intensificadas a partir do ingresso da

mulher no mercado de trabalho e do advento da pílula anticoncepcional, que

ampliaram, no universo feminino, a liberdade de escolha e a possibilidade de desfazer

e refazer casamentos. A principal constatação é que a formação clássica já não é

dominante e a família não é mais determinada apenas por laços consanguíneos. Ao

ler este fragmento extraído do texto apresentado e intitulado de “As novas famílias e

os desafios da educação”, percebe-se a importância do papel da mulher nesta nova

concepção de família, fundamentada por laços de pertencimento afetivos, solidários,

éticos e fundados na pessoa humana, correspondendo, assim, a uma natureza

eminentemente integrativa. Com base nestas informações, analise a abertura do

texto jornalístico abaixo e teça considerações, realizando um texto argumentativo

sobre a especificidade da formação social da família brasileira.

Mais mulheres são chefes de família, e jovens optam por ser mãe mais tarde

Elas comandam 87% das famílias sem cônjuge e com filhos. IBGE divulga dados de gênero do país

relativos a 2010.

Cida Alves - Do G1, em São Paulo.

Os dados de gênero divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE) mostram que as brasileiras estão tendo filhos mais tarde e se tornando

chefes de família em mais domicílios do país. A análise engloba uma década e compara

dados dos censos de 2000 e 2010. Nesse período, a proporção de brasileiras com ao

menos um filho diminuiu em todas as faixas etárias mais jovens. Esse seria um dos reflexos

do aumento da escolarização delas, que passaram a postergar a maternidade para

continuar os estudos.

Fonte: ALVES, Cida. Mais mulheres são chefes de família, e jovens optam por ser mãe mais tarde.

Elas comandam 87% das famílias sem cônjuge e com filhos. IBGE divulga dados de gênero do país

relativos a 2010. G1 – Globo, São Paulo, 31 de outubro de 2014. Disponível em:

<http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/10/mais-mulheres-sao-chefes-de-familia-e-jovens-

optam-por-ser-mae-mais-tarde.html>. Acesso em: 06 jan. 2016.

Realize as etapas a seguir dessa atividade:

a) Leia o excerto abaixo:

Comissão aprova definição de família como união entre homem e mulher

Em sessão tumultuada, deputados aprovaram o chamado Estatuto da Família. Texto-base ainda pode

ser modificado por destaques em nova sessão.

Em reunião tumultuada, a comissão especial que discute o Estatuto da Família na Câmara

dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (24) o texto principal do projeto, que define

família como a união entre homem e mulher. A comissão aprovou o relatório por 17 votos

favoráveis e cinco contrários, mas quatro destaques ao texto ainda precisam ser

aprovados. Os deputados chegaram a iniciar a discussão dos destaques, mas as votações

no plenário, presididas por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foram iniciadas. De acordo com o

regimento interno da Casa, nenhuma comissão pode votar projetos e destaques

simultaneamente ao plenário. Assim, os destaques devem ser apreciados em uma próxima

reunião.

ALEGRETTI, Laís; OLIVEIRA, Letícia de. Comissão aprova definição de família como união entre

homem e mulher. Em sessão tumultuada, deputados aprovaram o chamado Estatuto da Família.

Texto-base ainda pode ser modificado por destaques em nova sessão. G1 – Globo, São Paulo, 24 de

setembro de 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/09/comissao-aprova-

definir-familia-como-uniao-entre-homem-e-mulher.html> Acesso em: 6 jan. 2016.

b) Acesse o link a seguir e leia a matéria completa, inclusive, os vídeos que compõem

a íntegra da matéria.

Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/09/comissao-aprova-

definir-familia-como-uniao-entre-homem-e-mulher.html> Acesso em: 6 jan. 2016.

Elabore um texto argumentativo, posicionando-se diante do discurso político acerca

do Estatuto da Família apresentado pela Comissão Especial na Câmara dos

Deputados. É importante você fundamentar cientificamente seu texto. Para isso,

realize outras leituras sobre o assunto.

Caso sua atividade seja selecionada, você nos autoriza sua publicação integral ou parcial no Guia de Possibilidades de Respostas?

( ) Sim

( ) Não