ATPS ECONOMIA

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1 UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP – CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - PÓLO GUAICURU KATIANI ALMEIDA FERREIRA - 373919 MARIA FRANCISCA DA SILVA – 373253 LUIZ AUGUSTO PASSOS DE SOUZA – RA 375340 RICARDO DE BARROS CARNEIRO – RA 369406 ROSANGELA RODRIGUES DO NASCIMENTO – RA: 375339 ECONOMIA Profa. Ma. Renata M. G. Dalpiaz CAMPO GRANDE – MS

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ATPS ECONOMIA

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ADMINISTRAO RURAL E GESTO DO AGRONEGCIO

1

UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP CENTRO DE EDUCAO A DISTNCIA - PLO GUAICURU

KATIANI ALMEIDA FERREIRA - 373919

MARIA FRANCISCA DA SILVA 373253

LUIZ AUGUSTO PASSOS DE SOUZA RA 375340

RICARDO DE BARROS CARNEIRO RA 369406

ROSANGELA RODRIGUES DO NASCIMENTO RA: 375339

ECONOMIAProfa. Ma. Renata M. G. DalpiazCAMPO GRANDE MS

17/09/2012

UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP CENTRO DE EDUCAO A DISTNCIA - PLO GUAICURU

KATIANI ALMEIDA FERREIRA - 373919

MARIA FRANCISCA DA SILVA 373253

LUIZ AUGUSTO PASSOS DE SOUZA RA 375340

RICARDO DE BARROS CARNEIRO RA 369406

ROSANGELA RODRIGUES DO NASCIMENTO RA: 375339

ECONOMIAATPS Atividade Prtica Supervisionadas do segundo semestre sobre Teorias da Administrao do curso de Cincias Contbeis da Universidade Anhanguera Educacional a Distncia, sob orientao do professor Rafael Martins Noriller, como requisito obteno de nota parcial para atingir mdia no bimestre.

CAMPO GRANDE MS

17/09/2012Avaliao Econmica em Sistemas Pecurios de Ciclo Completo no estado

Mato Grosso do SulRESUMO

A pecuria de corte no estado do Mato Grosso do Sul apresenta inmeras dificuldades, tanto no ponto de vista produtivo como econmico. Uma das ferramentas mais utilizadas para a verificao da rentabilidade econmica das propriedades rurais a anlise de custos que permite diagnosticar a condio financeira enfrentada pelas empresas rurais. Diversos fatores influem na obteno de receita ao longo do ano por parte dos pecuaristas, fazendo com que a anlise do fluxo de caixa dentro das propriedades se torne indispensvel para a melhor distribuio da rentabilidade. O objetivo do presente trabalho confrontar a renda bruta e o fluxo de caixa, em duas propriedades que desenvolvem a pecuria de corte de ciclo completo no estado do Mato Grosso do Sul, nos anos de 2010, 2011 e 2012 alm de analisar a composio percentual dos componentes de seus custos variveis. As duas propriedades apresentaram saldo positivo no final dos trs anos pesquisados, com a fazenda 1 obtendo margem bruta ha-1 de R$1,21, R$1,01 e R$ 4,05 e a fazenda 2 de R$4,58, R$6,44 e R$6,56 nos anos de 2010, 2011 e 2012 respectivamente. Ao observarmos o fluxo de caixa da fazenda 1, podemos visualizar que a propriedade trabalhou com saldo negativo durante 6 meses nos trs anos pesquisados. A fazenda 2 apresentou apenas 3 meses em cada ano de saldo negativo no fluxo de caixa. A fazenda 1 concentrou seu custo, nos dois primeiros anos analisados, em mo de obra, insumos veterinrios, comisses e compra de touros. Durante o ano de 2012 obteve custo maior com o arrendamento e o pagamento de emprstimos adquiridos nos dois anos anteriores. A Fazenda 2 apresenta seu custo distribudo principalmente na lavoura de arroz, na parte pecuria os gastos com mo de obra e a nutrio representaram o maior percentual. Os resultados mostram que sem modernizao na pecuria, ou uma integrao com a agricultura, torna-se difcil remunerar todos os fatores de produo. O planejamento permite uma melhor distribuio de obteno de receitas reduzindo os meses de fluxo de caixa negativo.Sumrio

INTRODUO11. METODOLOGIA 4

2. RESULTADOS E DISCUSSO 5

2.1. Renda bruta 6

2.2. Fluxo de caixa...........................................................................................................9

2.3. Custos variveis.............................................................................................11

3. CONCLUSES.........................................................................................................................17

4. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................18

INTRODUO

A pecuria de corte no estado do Mato Grosso do Sul apresenta inmeras dificuldades, tanto no ponto de vista produtivo como econmico. Como parte dos grandes desafios pode ser consideradas a expanso de novos mercados e suas exigncias sanitrias, a competio com outras carnes e com os paises do Mercosul, alm da necessidade da produo de animais padronizados e jovens. Alm disso, no caso do Mato Grosso do Sul, a concorrncia no mercado interno com os Estados do Brasil Central outro fator a ser considerado.

Os preos do quilograma de boi vivo nos ltimos anos se mantiveram constante e os

preos dos insumos apresentaram elevao, esse cenrio trouxe um panorama de queda na renda dos pecuaristas, levando muitos fazendeiros a vender parte de suas terras ou deixar o

ramo pecurio. Componentes tecnolgicos so importantes, mas ganhos em eficincia s se

transformam em ganhos financeiros na medida em que a gesto dos processos produtivos seja eficaz. Embora a intuio possa ajudar aqueles produtores que detm muita experincia, esta s vlida para identificar grandes efeitos, dada complexidade dos sistemas de produo. Assim, as inexistncias de fontes de informaes confiveis levam os produtores tomada de deciso condicionada sua experincia, tradio, ao potencial da regio, falta de outras opes e disponibilidade de recursos financeiros e de mo-de-obra.

Quando a rentabilidade baixa, o produtor percebe, mas tem dificuldade em quantificar e identificar os pontos de estrangulamento do processo produtivo. Os custos de produo so variveis desconhecidas pela imensa maioria dos produtores brasileiros, sendo este desconhecimento um importante ponto de estrangulamento da cadeia produtiva pecuria, j que essas informaes so imprescindveis para o processo de tomada de decises.Uma das ferramentas mais utilizadas para a verificao da rentabilidade econmica

das propriedades rurais a anlise de custos. A correta elaborao dos custos de produo permite uma leitura mais clara da realidade da atividade produtiva e possibilita um diagnstico mais preciso da real situao da propriedade frente aos diversos cultivos, culturas e exploraes desenvolvidas. Entretanto, o pecuarista geralmente dispe somente dos dados referentes ao desembolso realizado (custo varivel ou direto) e as receitas oriundas do seu sistema produtivo. Assim, o fluxo de caixa mensal, passa a constituir uma ferramenta factvel para avaliar a situao econmica da empresa.

A sazonalidade, o clima e o mercado so alguns fatores que agravam a previso de receitas pelos pecuaristas, tornando instvel a produo e conseqentemente a receita ao longo dos anos. Essa instabilidade conduz a falta de capital circulante nos diferentes meses do ano, representado por um fluxo de caixa negativo na maioria dos meses. Assim, a obteno de um fluxo de caixa positivo na ao longo meses do ano um desafio a ser alcanado. O planejamento da produo se torna indispensvel para manter um fluxo de caixa mais estvel, alm de uma anlise mais precisa dos custos e seus componentes, no objetivo de manter a rentabilidade da atividade. O presente trabalho teve como objetivo confrontar a renda bruta e o fluxo de caixa, em duas propriedades que desenvolvem a pecuria de corte de ciclo completo no estado do Mato Grosso do Sul , nos anos de 2010, 2011 e 2012. Tambm foi analisada a composio percentual dos componentes de seus custos variveis.

1.METODOLOGIAFoi analisada a renda bruta, o fluxo de caixa e os componentes dos custos variveis em duas propriedades no estado do Mato Grosso do Sul, que apresentam como foco principal de produo a pecuria de corte de ciclo completo. Os custos com a produo de cada empresa rural, nos anos de 2010, 2011 e 2012, foram coletados e agrupados por categorias. O somatrio destas compe o desembolso mensal da propriedade constituindo os custos variveis. As receitas so todos os valores obtidos com as vendas de produtos produzidos em cada propriedade. O saldo final de cada ms se d pela subtrao das receitas pelos desembolsos realizados obtendo-se saldos positivos ou negativos.

Os valores de margem bruta foram deflacionados para dezembro de 2012 pelo ndice Geral de Preos (IGP-DI). As propriedades localizam-se em duas regies do Mato Grosso do Sul. A Fazenda 1 onde se desenvolve a produo exclusiva de pecuria. Apresenta uma rea de 1300 hectares com rea pastoril de 1200 hectares, predominantemente de campo nativo. A explorao pecuria baseada na bovinocultura de corte e na ovinocultura. A bovinocultura de corte apresenta taxas produtivas semelhantes mdia das propriedades do estado do Mato Grosso do Sul, sendo o rebanho constitudo na sua totalidade pela raa nelore, em torno de 900 cabeas. As matrizes so colocadas em servio em monta campo, utilizando o rodzio de touros. Em vacas selecionadas e novilhas utiliza-se inseminao artificial, obtendo assim em mdia 65% de taxa de pario. Na fase de cria, as vacas amamentam os terneiros em campo nativo, o aleitamento ocorre at aos 6 meses de idade, onde feito desmame com tabuleta. A mdia de mortalidade at o desmame de 2%.

Durante a fase de recria, os animais so mantidos exclusivamente em campo nativo e recebem os controles sanitrios adequado, passando assim para a fase de terminao, onde ao trmino so negociados para abate. A reposio das vacas e dos touros controlada, e o desfrute da propriedade fica em torno de 20%. Os produtos gerados pelo sistema so resultados da terminao de novilhos, vendidos em mdia com 3 anos de idade, e pela venda de vacas de invernar. A ovinocultura tambm desenvolvida na propriedade, com um rebanho em torno de 950 cabeas, criadas extensivamente, com bom controle sanitrio, e associada a uma pequena cabanha de reprodutores, tendo como produtos finais cordeiros, ovelhas de descarte, carneiros e l.

A fazenda 2 ocupando uma rea de 2.381 ha. A principal atividade produtiva a pecuria de corte de ciclo completo (cria, recria e terminao) baseada nas pastagens naturais que constituem principal fonte de alimento para o gado. Os solos e relevo so muito variados e implicam em diferente qualidade e produtividade das pastagens naturais. Existe grande rea de matos nativos e afloramento de rocha reduzindo a rea pastoril para 1870 Ha. A lavoura de arroz conduzida numa rea de 60 ha dividida em trs cortes permitindo a rotao de culturas: arroz e pastagem cultivada. Um dos objetivos incrementar a produo de carne atravs da sobressemeadura de pastagens consorciadas na resteva da lavoura. A safra 2009/2010 no foi plantada prejudicando o fluxo de caixa no ano seguinte. A produo de terneiros sempre foi importante no processo produtivo, e a busca da mxima eficincia neste item determinou o rumo das principais decises de manejo adotadas. Atualmente faz-se a engorda da maioria dos novilhos e das fmeas excedentes. A venda de animais para abate constitui-se na principal fonte de receitas. A produo de reprodutores permite atender as necessidades da fazenda e ainda constitui-se em renda adicional ao sistema produtivo.

Algumas prticas de manejo utilizadas na propriedade so: inseminao artificial de novilhas aos 2 anos de idade; desmame precoce em vacas de 1 cria; desmame geral em abril/maio; ajuste de carga animal; exame androlgico; manejo sanitrio adequado. Permitindo assim alcanar os seguintes ndices na pecuria em 2010/2011: 70% de taxa de

prenhez 0,89% de mortalidade; 32,6% de taxa de desfrute medida em kg e uma produo de 129,2 kg de peso vivo/ha. Portanto, as propriedades 1 e 2 tm com base o sistema de produo de ciclo completo, sendo que a propriedade 2 realiza a integrao da bovinocultura de corte com a com a lavoura de arroz.

2.RESULTADOS E DISCUSSO

Os resultados sero apresentados considerando a renda bruta, o fluxo de caixa e os componentes dos custos de produo, por fim observa-se a matriz tecnolgica utilizada nas duas propriedades.2.1. Renda bruta

As duas propriedades apresentaram saldo positivo no final dos trs anos pesquisados, a tabela 1 mostra os valores de margem bruta, atualizados, obtidos em cada sistema.

Tabela 1 Valores de margem bruta (R$), nas duas propriedades pesquisadas.

FAZENDA 1

FAZENDA 2

2010

2011

2012

2010

2011

2012

MARGEM BRUTA ANUAL

17.420,12

14.546,43

58.369,62

102.757,50

144.522,04

147.214,17

MARGEM BRUTA MENSAL

1.451,68

1.212,20

4.864,14

8.563,12

12.043,50

12.270,10

MARGEM BRUTA MENSAL H

1,21

1,01

4,05

4,58

6,44

6,56

Nota-se o baixo valor da margem bruta mensal da fazenda 1 durante os anos de 2010 e 2011, isso decorreu da reestruturao do ativo fixo (mquinas, benfeitorias, e reteno do rebanho). A propriedade ainda passa por um processo de transio, de mdio prazo, de um sistema produtivo baseado na pecuria extensiva e baixa modernizao para um sistema mais tecnificado. Os resultados de 2012 j so provenientes de novas tcnicas adotadas, como a implementao de pastagens de inverno, acesso a crdito e anlise de custos de produo, o que resultou num acrscimo de margem bruta com relao aos anos anteriores. Os resultados obtidos na Fazenda 1 em 2012 que obtiveram como mdia R$ 4,20 de margem bruta mensal ha-1 nos sistemas de bovinocultura de corte sem produo vegetal no Mato Grosso do Sul.

A fazenda 2 apresenta tambm margens brutas positivas nos trs anos. No ano de 2010, a margem bruta provm basicamente da bovinocultura de corte, sendo a nica remunerao da lavoura um pequeno estoque de gros provenientes da safra 2009, correspondente a 13% das receitas do ano de 2010. No ano de 2011, a lavoura de arroz representou, em torno de 67% da receita obtida na propriedade. Porm, no ano de 2012, as receitas foram obtidas principalmente da bovinocultura de corte (75%) decorrente da crise do setor orizcola. Estes fatos comprovam que a integrao lavoura-pecuria se torna uma ferramenta de segurana para os proprietrios, pois dessa forma as crises cclicas das diferentes culturas no afetam a propriedade por inteiro.

2.2. Fluxo de caixa

O fluxo de caixa permite observar a situao da empresa mensalmente, no s aps o fechamento de um ano, visto que cada sistema produtivo tem suas peculiaridades ao longo do perodo. Ao observarmos o fluxo de caixa da fazenda 1, podemos visualizar que a propriedade trabalha com saldo negativo durante 6 meses nos trs anos pesquisados, embora os meses em que estes ocorrem, diferem devido a efeitos como clima, mercado e safra. Apesar do aumento de margem bruta no ano de 2012, o fluxo negativo durante 6 meses no foi evitado, sendo caracterstico da concentrao de venda de animais em perodos distintos.

Figura 1 Saldo do fluxo de caixa da fazenda 1 durante os anos de 2010, 2011 e 2012. A fazenda 2 apresentou apenas 3 meses em cada ano de saldo negativo no fluxo de caixa, isso se deve ao planejamento implantado pela propriedade de prever as receitas e as despesas, resultando assim num processo de estabilizao do fluxo de caixa, distribuindo as

receitas ao longo do ano. Este fato tambm possvel pela integrao lavoura-pecuria, permitindo receitas provenientes de gros, ao contrrio da fazenda 1 que apenas concentra as vendas com animais.

Assim, nos meses mais crticos da pecuria ofertado o gro para obter receitas mais constante, que afirma que a integrao lavoura-pecuria uma alternativa eficiente de manuteno da produtividade permitindo o uso mais racional de insumos, mquinas e mo de obra alm de diversificar o fluxo de caixa e diminuir os custos de produo.

Figura 2 Saldo do fluxo de caixa da fazenda 2 ao longo dos anos de 2010, 2011 e 2012.2.3. Custos variveis

Os desembolsos realizados em cada propriedade foram classificados por categorias, representados na tabela 1. Esta classificao foi realizada para avaliar a proporo de cada despesa no custo total e traar um comparativo nos dois diferentes sistemas produtivos. O tipo de despesa Gasto com pessoal inclui todos os custos de salrios, frias, 13 salrio, FGTS e honorrios contbeis; os Servios temporrios representam todos os honorrios tcnicos, mo de obra eventual e servios de terceiros; Insumos veterinrios so todos os materiais destinados ao controle da sanidade animal, bem como insumos complementares produo; Nutrio inclui todos os gastos com sal mineral, raes, farelos e todos os custos com implementao e manejo de pastagens; Gasto com vendas/compras representa as despesas com aquisio de animais, fretes e custos de comisses de venda e compra; Gastos diversos incluem desembolsos com alimentao, limpeza, luz, material e produtos diversos; os Gastos com manuteno so despesas de conservao de mquinas agrcolas e benfeitorias; Combustvel est representado pela gasolina e leo diesel; a discriminao Lavoura de arroz abrange os custos totais com todo o ciclo da cultura, desde a preparao da terra a colheita do gro; e por sua vez, esto discriminados o Pagamento de emprstimos adquiridos e os Gastos com arrendamentos. Tabela 2 Custos, em percentuais, realizados nas propriedades durante trs anos de estudo.

Analisando a tabela 2, podemos verificar que a fazenda 1, que desenvolve uma pecuria mais extensiva, concentra seu custo, nos dois primeiros anos analisados, em mo de obra e insumos veterinrios, e por falta de um planejamento adequado contrai altos custos com comisses e compra de touros para reposio, apresentando um percentual elevado de gasto com vendas/compras dentro dos custos. Observa-se tambm o baixo gasto com nutrio, que reflete nos baixos nveis de produo.

O elevado valor desembolsado para insumos veterinrios pode ser explicado pela grande exigncia que apresenta a pecuria de ciclo completo, porm a diferena percentual nos dois sistemas se deve pela melhor utilizao dos insumos por parte da fazenda 2, sendo que basicamente a mo de obra composta por tcnicos rurais. O valor percentual mais elevado na fazenda 1 atribudo pelo maior desperdcio e a m utilizao dos insumos, fator caracterstico de uma mo de obra menos especializada.

Durante o ano de 2012, a fazenda 1 redirecionou os seus gastos, obtendo menores desembolsos com insumos veterinrios e gastos com vendas/compras, porm houve um custo maior com o arrendamento e o pagamento de emprstimos adquiridos nos dois anos anteriores. Estes emprstimos tiveram parcela importante no salto da margem bruta do ano de 2012, tendo desta forma, capital para investimentos em infra-estrutura e nutrio, alcanando maiores receitas e obtendo condies de ressarcir seus credores.

Com o sistema integrao lavoura e pecuria, a Fazenda 2 apresenta seu custo distribudo principalmente na lavoura de arroz. Na parte pecuria os gastos com mo de obra e a nutrio representaram o maior percentual. Comparando a pecuria da Fazenda 1 com a da Fazenda 2 verificado a igualdade de maior proporo de custo com mo de obra, porm na Fazenda 2 se observa um gasto maior com nutrio, o que leva a propriedade a obter melhores resultados, fornecendo uma base para alcanar um maior desfrute. O baixo custo com a categoria de vendas/compras se deve ao planejamento das vendas, no sendo necessrio o custo com agentes e corretores. Ao contrrio da fazenda 1, a fazenda 2 no faz compras de reprodutores, os touros utilizados so de produo da propriedade.

No ano de 2012, a lavoura de arroz representou um custo de 40,97% e uma participao nas receitas de 25%, situao resultante da crise orizcola e do comportamento cclico dos preos deste gro, tornando indispensvel integrao lavoura-pecuria para que o produtor se mantenha na atividade.

Na fazenda 2, os gastos com combustveis esto agregados na categoria de custos com a lavoura de arroz j que na agricultura est seu maior consumo. Nos dois sistemas, os percentuais se mantiveram em nveis prximos ao longo dos trs anos, mostrando que apesar da quantidade maior ou menor de desembolso em anos diferentes,

o valor monetrio gasto em cada tipo de despesa nos diferentes sistemas no se modifica.

Se observarmos a matriz tecnolgica, que uma ferramenta que esclarece detalhadamente as tcnicas utilizadas nas duas propriedades, fica claro o impacto dos diferentes manejos produtivos e gerenciais praticados pela fazenda 2, tendo como diferencial os resultados obtidos anteriormente.

Tabela 3 Matriz tecnolgica das fazendas 1 e 2.

Analisando a matriz tecnolgica, dentro do ambiente produtivo, fica evidente a diferena de manejos adotados nas duas propriedades. A fazenda 2 investe na nutrio animal atravs de pastagens cultivadas e suplementaes a base de farelos, sendo estes investimentos importantes para a prtica do desmame precoce e a produo de touros na propriedade. A integrao com a lavoura de arroz traz uma maior receita a fazenda 2 alm de propiciar a rotao de cultura nas reas agricultveis e o aproveitamento da resteva do arroz para alimentao animal.

Dentro do ambiente gerencial, as duas propriedades controlam a entrada e sada de dinheiro, obtendo o fluxo de caixa e os seus custos de produo. Porm apenas a fazenda 2 realiza seu plano de atividades, ou seja, planeja as atividades a serem realizadas no curto, mdio e longo prazo. Com base na gesto dos ndices produtivos, inicia um trabalho de previso de receitas e custos, o que ajudar no processo de tomada de decises com relao comercializao de seus produtos.

O planejamento da comercializao hoje uma das ferramentas mais importantes para manter o fluxo de caixa positivo no decorrer do ano. Isso se consegue atravs de uma oferta contnua de produtos, planejando o perodo de venda e projetando uma entrada de receita constante ao longo do ano. Outra vantagem do planejamento da comercializao a eliminao dos custos com agentes intermedirios da cadeia, evitando o desembolso de taxas e percentual das vendas com corretores.

3. CONCLUSES

As prticas de manejo e gesto tm grande impacto na receita bruta das propriedades, mostrando que a propriedade que no acompanhar a modernizao do processo produtivo tende a perder espao, e em longo prazo, ser excludo da atividade.

Os resultados mostram que sem modernizao na pecuria, ou uma integrao com a agricultura, torna-se difcil remunerar todos os fatores de produo. O planejamento permite uma melhor distribuio de obteno de receitas reduzindo os meses de fluxo de caixa negativo. Entretanto, a baixa remunerao bruta por rea demonstra a gravidade da situao econmica da pecuria no Mato Grosso do Sul.

5. BIBLIOGRAFIA

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