Aula 01

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CURSO ONLINE ATUALIDADES PARA O TJ-DFT PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES Prof. Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 01 - Política Olá, pessoal, estão animados nossa aula de hoje? Espero que sim pois hojee veremos um dos temas mais interessantes de todo o nosso curso e que vem despencando nas provas de atualidades! Como vocês mesmo devem imaginar falar de política implica falar de muitas coisas do nosso cotidiano, mas, para fins de prova alguns temas são muito mais recorrentes do que outros e é justamente desses temas que vamos tratar aqui hj, ok? Pois bem, iniciaremos nossa aula falando sobre um dos aspectos políticos mundiais que mais tem estado na mídia nos últimos meses: os vários conflitos que se estendem pelo mundo afora. Esse é um dos assuntos mais fortes do ano de 2012 e por isso não podemos de forma alguma, deixar de estudá-lo, por mais chato que alguns alunos o julguem. Eu entendo que temos uma grande dificuldade de compreender esse assunto, afinal a realidade é muito distinta da nossa, não é mesmo? No entanto, ignorar esse aspecto político mundial seria correr o risco de perder valioooosos pontinhos na prova... e esse risco nós não podemos correr!! Na segunda parte da nossa aula, abordaremos alguns importantes e atuais aspectos políticos nacionais, ok? Então simbora trabalhar esses assuntos. ;-)

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atualidades para o TJDFT 2015

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    Aula 01 - Poltica

    Ol, pessoal, esto animados nossa aula de hoje? Espero que sim

    pois hojee veremos um dos temas mais interessantes de todo o nosso curso e

    que vem despencando nas provas de atualidades!

    Como vocs mesmo devem imaginar falar de poltica implica falar de

    muitas coisas do nosso cotidiano, mas, para fins de prova alguns temas so

    muito mais recorrentes do que outros e justamente desses temas que vamos

    tratar aqui hj, ok?

    Pois bem, iniciaremos nossa aula falando sobre um dos aspectos

    polticos mundiais que mais tem estado na mdia nos ltimos meses: os vrios

    conflitos que se estendem pelo mundo afora. Esse um dos assuntos mais

    fortes do ano de 2012 e por isso no podemos de forma alguma, deixar de

    estud-lo, por mais chato que alguns alunos o julguem. Eu entendo que temos

    uma grande dificuldade de compreender esse assunto, afinal a realidade

    muito distinta da nossa, no mesmo? No entanto, ignorar esse aspecto

    poltico mundial seria correr o risco de perder valioooosos pontinhos na

    prova... e esse risco ns no podemos correr!!

    Na segunda parte da nossa aula, abordaremos alguns importantes e

    atuais aspectos polticos nacionais, ok?

    Ento simbora trabalhar esses assuntos. ;-)

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    Primavera rabe

    Bem, amigos, infelizmente esse um dos assuntos mais famosos do

    momento, pois, apesar de ter tido inicio em 2011 ainda hoje, o caos que se

    instalou parece no ter fim e basta um filme, mal produzido, para ser o

    estopim de novas revoltas nos pases rabes.

    Mas afinal o que essa to falada Primavera rabe?

    Bem, ela pode ser entendida como sendo um conjunto de

    manifestaes realizadas com objetivo de questionar os regimes autoritrios e

    centralizadores que ocorrem em diversos pases do Oriente Mdio. O fenmeno

    continua ativo no norte de frica e no Oriente Mdio e, mesmo que muitos

    insistam em afirmar que a Primavera j passou, no isso que vemos nos

    noticirios, no mesmo?

    Apesar das incertezas, alguns continuam otimistas sobre as

    conquistas da Primavera rabe, que colocou a democratizao entre os

    principais assuntos de uma regio que parecia condenada a seguir como um

    santurio de regimes autocrticos intocveis. Muitas ditaduras j caram e

    outras tantas sofrem com a presso popular exigindo seu fim.

    O fato que o fenmeno est mais vivo do que nunca,

    principalmente em alguns pases como a Sria. Mas acredito que grande

    questo aqui , o que afinal eu devo saber sobre todos esses inumertos

    movimentos rabes que no param de acontecer?

    Bem, pessoal, pra no nos determos aqui na historicidade de cada

    conflito com a complexidade que cada um deles tem, acredito que a melhor

    forma de otimizar nosso aprendizado sobre o que realmente importante

    para o concurso eu proponho que comecemos ento a fazer questes, que tal?

    A partir delas vou entrando e me aprofundando na teoria necessria para eu

    compreenda um pouco melhor aquela situao, ok?

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    Assim, pessoal, o que vemos que todas as revoltas que tm

    eclodido e sido noticiadas exaustivamente na mdia nos ltimos meses so os

    elementos dessa primavera, que no tem nada de florida, no mesmo?

    2(CESGRANRIO/CEF/2012-Advogado) O mundo no vai acabar em

    2012. Que pena!, diro os cnicos. Mas, para aqueles que so, em

    variados graus, mais otimistas, 2012 ser um ano de atos de

    equilibrismo. A Primavera rabe vai tornar-se outro vero.

    SUU KYI, A. Um senso de equilbrio. The economist/ Revista Carta Capital, So Paulo:

    Confiana. O mundo em 2012, n. 677, jan./fev. 2012, p.86.

    A expresso Primavera rabe, empregada no texto, refere-se aos

    levantes polticos de 2011 ocorridos majoritariamente no

    (A) norte da frica

    (B) sudeste da frica

    (C) sudeste da sia

    (D) nordeste da sia

    (E) centro-sul da Europa

    Comentrios

    A assertiva correta a letra A. Em 2010, um jovem tunisiano ateou fogo ao

    prprio corpo em protesto contra as condies de vida em seu pas. O protesto

    se espalhou por toda a Tunsia, levando o presidente Zine el-Addine Ben Ali,

    que estava no poder desde 1987, a fugir para Arbia Saudita apenas dez dias

    depois. Este ato foi o incio de uma srie de protestos que seria mais tarde

    chamado de Primavera rabe. Apenas como lembrete: a Tunsia fica no norte

    da frica e sua capital Tnis.

    4(ESAF/MCTI/2012 -adaptada) Muitos acontecimentos, ao longo de

    2011, podem ser classificados como histricos, seja pelo impacto que

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    causaram, seja pelas repercusses que ainda podem se desdobrar por

    muito tempo. A respeito desse fato a chamada Primavera rabe, cujo

    ponto de partida foi o solitrio gesto de um homem comum ao se

    imolar, representou o caminho sem volta dos pases rabes em direo

    democracia laica ocidentalizada.

    O inicio da questo est perfeito, no entanto, ela se torna errada no momento

    em que afirma que o gesto solitrio do homem comum representou um

    caminho sem volta em direo a democracia laica ocidentalizada. Ainda que

    estejam se dirigindo a uma democracia, ainda no podemos entend-la como

    uma democracia nos moldes do ocidente, tampouco laica, como ns

    conhecemos, no mesmo? Cuidado com o etnocentrismo, pois ele pode nos

    conduzir ao erro numa questo dessas, ok? Portanto, preciso ter claro que o

    elemento democracia no existe apenas nos moldes laicos e ocidentais, como

    conhecemos, no!! Portanto, a resposta est errada!

    5 (CESPE/TJ/AL-2012/adaptada) A Primavera rabe caracterizou-se

    por uma srie de manifestaes e revoltas populares contra os

    regimes polticos ditatoriais de pases do norte da frica e do Oriente

    Mdio. Acerca desse processo poltico e de suas consequncias, julgue

    os itens seguintes:

    a)Na Tunsia, os protestos se transformaram em uma guerra civil no

    declarada que j causou a morte de milhares de pessoas.

    A assertiva est errada. Na Tunsia, j ocorreram eleies e no h mais

    guerra civil, apesar de ter sido o pas que marcou o incio da Primavera rabe,

    em dezembro de 2010. Em agosto de 2012, recomearam os protestos no

    pas, contra os islamitas do partido An-Nahda. Desta vez no existe um

    pretexto evidente, mas as razes profundas para o descontentamento so as

    mesmas: os problemas sociais e a misria da maioria da populao. At agora,

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    a Tunsia era considerada a vitrine da Primavera rabe. Ao contrrio da Lbia,

    do Egito, do Imen e da Sria, a sua revoluo decorreu quase sem

    derramamento de sangue, mas no se deve excluir que os atos de protesto

    social e a grande ciso entre os rgos de poder, coloquem a Tunsia beira

    de uma nova revoluo, que j no ser nada pacfica.

    b)Em Israel, a maioria da populao rabe busca, por meio de uma

    nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de direitos.

    A assertiva est errada. Israel possui uma democracia representativa com um

    sistema parlamentar, j contando, portanto, com representao proporcional e

    sufrgio universal. Alm disso, Israel tem uma das mais altas expectativas de

    vida do mundo e considerado um pas desenvolvido, sendo membro da OCDE

    e da ONU.

    c) Na Lbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou com a

    destituio do general Muammar Kaddafi do poder e a diviso do

    territrio do pas entre os diversos grupos rebeldes.

    A assertiva est errada. Nem mesmo a morte do ditador conseguiu acalmar a

    revolta popular lbia, e o pas continua vivendo uma intensa instabilidade

    poltica. Em setembro de 2012, o embaixador e outros trs americanos foram

    mortos no local, vitimas do crescimento de grupos islamitas radicais.

    d) Na Sria, as manifestaes populares resultaram na convocao de

    eleies livres e democrticas no 1. semestre de 2012.

    A assertiva est errada. As eleies legislativas ocorridas em maio na Sria,

    foram uma tentativa do regime conseguir alguma credibilidade, apesar

    violncia que permeou todo o processo. Estas foram as primeiras eleies

    "multipartidrias" em meio sculo na Sria, onde o regime do presidente

    Bashar al-Assad enfrenta desde maro de 2011 um movimento de contestao

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    reprimido com violncia. Entretanto no podemos classificar essas eleies

    como tendo sido livres tampouco democrticas, no mesmo? A oposio

    considerou "absurda" uma eleio que teve inmeras crticas por ser uma

    tentativa do regime para ganhar legitimidade.

    e)No Egito, as eleies populares foram vencidas pelo candidato da

    Irmandade Muulmana, uma organizao poltica de inspirao

    religiosa.

    A assertiva esta correta! Apesar de ter sido a primeira eleio livre de toda

    histria do pas ela foi vencida pelo candidato de uma organizao poltica de

    inspirao religiosa. bom lembrar, pessoal, que at 2005, as eleies no

    Egito eram indiretas, com o presidente escolhido pelo Parlamento e ratificado

    por consulta popular, tida como claramente fraudulenta pela oposio e por

    observadores internacionais.

    A) Crise na Tunsia

    Bom, para entendermos essa crise aqui nossa historinha ter que

    retornar a 17 de dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano ateou fogo no

    prprio corpo ao ser repreendido por policiais que o impediam de vender

    vegetais, sem permisso, em uma banca de rua.

    Essa revolta uma das mais importantes de ser compreendida, pois

    ela foi o verdadeiro estopim de todas as outras, que s ocorreram aps o gesto

    desse jovem, o que desencadeou uma onda de protestos em todo o pas,

    clamando por maior liberdade poltica e reclamando do desemprego.

    A Tunsia um pas do Norte da frica de maioria muulmana (99%

    da populao), que se destacava como um importante destino turstico e

    exemplo de prosperidade no mundo rabe. No campo poltico, todavia, o pas

    era governado desde 1987 por Zine Al-Abdine Ben Ali, que impunha ao pas

    um regime de carter autoritrio.

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    Dessa forma, se no campo econmico a Tunsia vinha conseguindo

    desenvolver-se progressivamente, no campo poltico-social surgiram condies

    para a revolta da populao: liberdades polticas restritas, desemprego e

    corrupo da elite dominante. Com isso, os protestos ecoaram por todo o pas,

    exigindo que o presidente Ben Ali deixasse o poder.

    Como forma de tentar manter-se no poder, Ben Ali anunciou diversas

    reformas, dentre as quais citamos:

    I criao de um comit especial com a atribuio de investigar a corrupo;

    II promessa de criao de 300.000 empregos;

    III combate inflao (alta dos preos);

    IV permisso liberdade de imprensa e ao amplo acesso Internet;

    V aprofundamento da democracia.

    Mesmo com o anncio dessas reformas os protestos continuaram e

    Ben Ali foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente.

    Por fim, vale destacar que outros pases rabes da regio do Norte da

    frica, como Lbia e Egito, tambm possuam regimes ditatoriais, o que gerou

    a perspectiva de que pudessem ocorrer nesses pases movimentos parecidos

    com o da Tunsia. A expectativa foi confirmada em ambos os casos, como

    veremos a seguir. Mas antes veremos questes que abordaram esse assunto!

    6) (IBFC/Analista de Promotoria I Assistente Social MP-SP /2011

    /adaptada) O presidente da Tunsia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou

    em 14 de janeiro de 2011 aps um ms de violentos protestos contra o

    governo. Ele estava h 23 anos no poder. Foi a primeira vez que um

    lder rabe foi deposto por fora de movimentos populares.

    Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

    Acerca do movimento que resultou na renncia e priso do ex lder tunisiano,

    julgues os itens subsequentes:

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    a) Os protestos na Tunsia comearam aps um jovem de 26 anos ter

    ateado fogo em seu corpo aps ser impedido pela polcia de vender

    frutas e legumes em uma barraca de rua.

    A assertiva est correta. Mohammed Bouazizi, de 26 anos, levou a cabo a

    autoimolao ateando fogo em seu prprio corpo. A ao foi feita em frente a

    um prdio governamental em protesto ao confisco de seu carrinho de

    mercadorias (frutas e legumes). Ele era um licenciado e desempregado. O que

    poderia ter sido uma manifestao pontual tornou-se uma onda de protestos

    que duraram mais de ms, levando o ex - lder da Tunsia a renunciar ao

    governo e deixar o pas.

    b) Os protestos foram motivados pela no adeso da Tunsia Liga

    rabe, principal instituio poltica supranacional do mundo islmico.

    A assertiva est incorreta. A Tunsia membro da Liga rabe desde 1958,

    portanto, quando a afirmativa diz que os protestos eram contra a no adeso

    do pas Liga incorre em erro.

    c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela

    fraude ocorrida nas eleies nacionais em dezembro de 2010.

    A assertiva est errada. As eleies presidenciais que reelegeram pelo quinto

    mandato o ex-presidente Ben Ali aconteceram em 2009 e no em 2010. No

    final do ms de outubro de 2011 foram feitas as primeiras eleies livres para

    a escolha da Assembleia Constituinte tunisiana. J no que se refere a

    dezembro de 2010, este foi o ms que teve incio os protestos contra o

    desemprego, a inflao e a corrupo naquele pas.

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    d) A Tunsia era o nico pas islmico a ter um regime poltico

    ditatorial, o que gerou insatisfao popular e, consequentemente, os

    protestos que derrubaram o presidente.

    A assertiva est errada. A Tunsia no era o nico pas islmico que vivia uma

    ditadura e nem o nico que derrubou o governo. Outro exemplo e que est na

    pauta do dia dos noticirios do mundo a Lbia, portanto, esta afirmativa est

    incorreta.

    7) (IBFC / Analista de Promotoria I Assistente Social MP-

    SP/2011/adaptada) Em relao aos desdobramentos e consequncias

    dos protestos tunisianos a outros pases da frica do Norte e do

    Oriente Mdio, julgue os itens subsequentes:

    a)A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,

    resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim

    como seu colega tunisiano, tambm estavam h dcadas no poder.

    A assertiva est incorreta. Embora o Marrocos e o Saara tambm tenham

    apresentado grandes manifestaes populares, o governo no caiu. O rei

    marroquino, Mohammed VI, permanece no poder que detm h 12 anos. Ele

    tambm o foco das manifestaes no Saara, pois seu governo comanda a

    regio, no aceitando a sua independncia e autodeterminao. Nesse sentido,

    quando a afirmativa diz que as ondas de protestos nessas duas regies

    tiveram o mesmo resultado da Tunsia, ela torna-se incorreta. interessante

    relembrar que no Marrocos, as eleies de novembro elegeram maioria de

    islmicos moderados, bastante abertos a negociaes com a monarquia.

    b) Os principais desdobramentos e consequncias do acontecido na

    Tunsia foram relacionados tambm queda do presidente egpcio e de

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    uma onda de protestos contra o ditador Lbio Muammar Gaddafi,

    resultando em uma violenta e sangrenta guerra civil na Lbia.

    A assertiva est correta. Como j foi dito nos comentrios da questo anterior,

    o caso da Lbia tambm resultou no fim da ditadura de Muammar Kadhafi. Em

    fevereiro de 2011 estouraram algumas manifestaes na Lbia contra o

    governo de Muammar Kadhafi, essas manifestaes se estenderam at agosto,

    havendo contnuos combates. Neste mesmo ms, os rebeldes conseguiram

    cercar o quartel-general de Kadhafi, pressionando-o a deixar o poder. Um de

    seus filhos, Seif AL Islam, foi capturado e enviado para o Tribunal Penal

    Internacional, no qual responder por crimes contra a Humanidade. Ao final de

    agosto de 2011, os rebeldes conseguiram dominar Trpole, promovendo a fuga

    do ex-ditador. Convm lembrar que o ex-ditador lbio foi morto no dia 20 de

    outubro de 2011, e no foi apenas a populao da Lbia que comemorou sua

    morte. Em vrios pases tambm aconteceram manifestaes comemorativas

    com a morte de Kadhafi. (nesta aula ainda falaremos mais sobre esse tema!)

    Por outro lado, tambm no Egito foram promovidos protestos contra o

    presidente Hosni Mubarak. Iniciaram-se no dia 25 de janeiro de 2011

    manifestaes populares exigindo a renncia do presidente egpcio, depois de

    18 dias de intensos protestos contra seu governo, o presidente renunciou

    entregando todo poder ao Exrcito. Mubarak governou o Egito por 30 anos, foi

    aliado do governo norte-americano e coordenou a poltica com mos de ferro,

    combatendo grande oposio em seu pas. Mas, a presso popular fez com ele

    deixasse o governo.

    Em junho de 2012 foi eleito Mohamed Mursi, apoiado pela Irmandade

    Mulumana, com 51,73% dos votos. Mas nem tudo so flores. Nas ltimas

    semanas, tanto a oposio quanto o governo levaram multides s ruas,

    principalmente no Cairo. Houve episdios de enfrentamento e violncia,

    inclusive diante do palcio presidencial, na periferia do Cairo, que deixaram

    mortos. Os problemas comearam quando Mursi assinou decretos que lhe

    atriburam "superpoderes", pois eximiram as decises dele de exame judicial, e

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    se agravaram quando ele acelerou a finalizao da nova Constituio numa

    assembleia dominada por seus aliados islmicos.

    Assim sendo, pessoal, tanto o caso da Lbia quanto o caso do Egito

    so anlogos ao da Tunsia e, portanto, esta assertiva est correta.

    c) Os acontecimentos foram abafados em outros pases rabes pela

    Liga rabe a fim de conter a queda nos preos do barril do petrleo.

    A assertiva est incorreta. Como podemos verificar nos comentrios das

    opes anteriores, as manifestaes no foram abafadas em outros pases.

    d)As consequncias dos protestos na Tunsia chegaram at a

    Palestina, onde os grupos islmicos deste pas (Hamas e Fatah) se

    uniram contra o domnio israelense.

    Esta assertiva era considerada errada, pois quando foi realizado o referido

    concurso, a aproximao entre essas duas faces ainda no havia ocorrido,

    todavia, atualmente ela j seria entendida como correta.

    Portanto, vamos dar uma ateno a mais pra isso aqui, ok?).

    No incio do ms de fevereiro de 2012, o Hamas e o Fatah, assinaram

    um compromisso formal para constituir um governo interino unificado na

    Cisjordnia e na Faixa de Gaza, com o objetivo de organizar eleies

    parlamentares e presidenciais nas regies ainda este ano. Essa

    aproximao complicou, ainda mais, as negociaes

    de paz entre palestinos e israelenses, pois a unio dos dois grupos d indcios

    de uma luta contra Israel, o que pe fim s negociaes de paz.

    De todo modo, bom lembrar que o Hamas o mais importante

    movimento fundamentalista islmico na Palestina o qual controla a regio da

    Faixa de Gaza e defende o enfrentamento e a resistncia contra Israel. Por

    outro lado, o Fatah uma organizao poltica e militar que luta pela libertao

    dos povos da Palestina, sendo a maior faco da OLP (Organizao para

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    Libertao da Palestina). No entanto, o Fatah menos radical que o Hamas e

    atualmente prega a reconciliao e negociaes com Israel.

    A diferena de posicionamento dos dois grupos ainda no havia

    permitido que eles se unissem, mas, na segunda quinzena de dezembro de

    2011, o lder do movimento Fatah, Mahmoud Abbas, e Khaled Meshaal, lder

    do Hamas, comprometeram-se a promover a reconciliao entre ambos os

    grupos e outras faces palestinas, formando assim um governo unificado cuja

    composio ficou conhecida em fevereiro deste ano.

    Dessa forma, depois de vrios dias de negociaes no Cairo, Egito, o

    esforo promovido no sentido de sanar as divergncias que levaram diviso,

    em 2007, entre Gaza e a Cisjordnia e ao colapso do conselho legislativo

    palestino, parece ter surtido efeito. Aps um contato bilateral entre

    representantes do Hamas e do Fatah, autoridades das restantes faces

    reuniram-se no Cairo para estudar propostas que levem formao de um

    governo de unidade nacional e organizao das eleies gerais previstas para

    maio deste ano.

    Este anncio de unio entre os dois grupos foi um indicativo do

    regresso do Hamas Organizao de Libertao da Palestina (OLP),

    reconhecida internacionalmente como representante do povo palestino.

    Em novembro de 2012, as faces rivais palestinas Fatah e Hamas

    afirmaram que decidiram terminar com anos de disputas em uma

    demonstrao de solidariedade pela crise de Gaza.

    "A partir daqui, anunciamos com outros lderes (de faces) que

    estamos acabando com a diviso", afirmou Jibil Rajoub, do Fatah, grupo do

    presidente palestino Mahmoud Abbas, a uma multido de cerca de mil pessoas

    que se reuniram para um protesto em Ramallah, a capital poltica da

    Cisjordnia.

    No incio de dezembro deste ano, foi noticiado que os governos

    palestinos do Hamas, em Gaza, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), cuja

    maioria formada pelo Fatah, na Cisjordnia, permitiro pela primeira vez

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    desde 2007 os festejos do outro grupo em seus respectivos territrios, em um

    novo gesto em direo reconciliao definitiva entre ambas as formaes.

    B) Crise no Egito

    O Egito um pas rabe situado no Norte da frica, bem prximo ao

    Oriente Mdio, fazendo fronteira a leste com Israel e Faixa de Gaza, conforme

    podemos observar no mapa a seguir. Trata-se de um dos pases mais

    populosos da frica, cuja maior parte da populao (cerca de 90%) professa a

    religio islmica sunita.

    A Repblica do Egito foi estabelecida em 1953, sendo que ,em 1956,

    foi declarada a total independncia do pas em relao ao Reino Unido (que

    colonizou a regio). Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a

    Pennsula do Sinai (territrio egpcio). Em 1973, na Guerra do Yom Kippur, o

    Egito e a Sria tentaram recuperar territrios perdidos para Israel na Guerra

    dos Seis Dias, respectivamente, a Pennsula do Sinai (territrio egpcio) e as

    Colinas de Gola (territrio srio). Apesar de no terem obtido sucesso militar na

    empreitada, considera-se que a Guerra do Yom Kippur foi uma vitria poltica

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    para o Egito, que lhe permitiu recuperar em 1979 o territrio da Pennsula do

    Sinai como contrapartida paz com Israel.

    Em 1981, assumiu a presidncia do Egito Mohamed Hosni

    Mubarak, que permaneceu no poder at o incio de 201. Alis, esse foi o

    grande motivo da recente crise no Egito! Mubarak permaneceu no poder

    durante 30 anos, sendo seu governo um regime de carter fortemente

    autoritrio.

    Ocorre que, nos dias de hoje, percebe-se que h diminuio cada vez

    maior do espao para regimes antidemocrticos. Sendo assim, no incio de

    2011, centenas de milhares de pessoas foram s ruas para manifestar seu

    desagrado ao governo de Mubarak, exigindo sua retirada do poder. Os egpcios

    clamavam pela implantao de uma democracia verdadeira, na qual no haja

    eleies fraudulentas. O presidente Mubarak tentou, sem sucesso, fazer

    algumas concesses, como a nomeao de um vice-presidente (primeiro em

    30 anos). Alm disso, foram tomadas medidas de carter repressivo, como

    toque de recolher, bloqueio de telefone e Internet (todas sem sucesso para

    conter o mpeto dos egpcios). Depois de 18 dias de intensos protestos contra

    seu governo,no dia 11 de fevereiro de 2011, Hosni Mubarak renunciou

    entregando todo poder ao Exrcito. No incio de dezembro de 2011, a Junta

    Militar, que governou o pas depois da queda do ditador, anunciou a formao

    de um Conselho Consultivo para ajud-la no processo de transio. J em

    fevereiro de 2012, a mesma Junta anunciou que as eleies presidenciais

    acontecero at o final de maio.

    Em razo de sua posio geogrfica privilegiada, o Egito um pas

    fundamental geopoltica do Oriente Mdio. E justamente por isso que a

    situao do pas causa preocupao na comunidade internacional. O regime de

    Mubarak, embora de carter autoritrio, estava alinhado com os objetivos dos

    EUA no Oriente Mdio, reconhecendo o Estado de Israel. Alm disso, o Canal

    de Suez, importante passagem entre a Europa e sia, de posse egpcia.

    O grande temor dos EUA era que, com a queda do regime de

    Mubarak, assumisse o poder no Egito, a Irmandade Muulmana e que, como

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    15

    consequncia disso, ocorressem mudanas no posicionamento poltico do pas.

    A Irmandade Muulmana tem como objetivos principais a luta contra a

    interveno ocidental e a implantao, no Egito, da Sharia (lei islmica). Por

    outro lado, os EUA tambm no podiam se posicionar a favor de um regime

    ditatorial, j que se autointitulam defensores da democracia.

    A posio oficial do governo norte-americano foi emitida pelo porta-

    voz do Conselho de Segurana Nacional dos EUA: "O presidente disse que

    agora o momento de incitar uma transio pacfica, ordenada e substancial,

    com negociaes confiveis e inclusivas." Esse posicionamento mantido at o

    presente momento, mas a comunidade internacional (incluindo a os EUA)

    permanece atenta ao andamento e desenvolvimento da poltica no Egito.

    As primeiras eleies parlamentares do Egito foram marcadas por

    manifestaes contra o governo militar e perduraram durante o perodo

    eleitoral. Os partidos islmicos mostraram sua fora e obtiveram a maioria dos

    votos.

    Assim, finalmente, neste ano, aconteceu a eleio presidencial do

    Egito. Vamos entender esse processo. A eleio aconteceu em duas etapas:

    com primeiro e segundo turno ocorridos em maio e junho, respectivamente.

    De acordo com o sistema eleitoral, se nenhum dos candidatos obtivesse a

    maioria absoluta dos votos (50%+1), um segundo turno seria realizado em 16

    e 17 de junho. Foi exatamente o que aconteceu, com a no confirmao de

    resultado conclusivo no primeiro turno, foi eleito no segundo turno, com 51,73

    dos votos

    Mohammed Mursi, apoiado pela Irmandade Muulmana. Mursi

    prometeu trazer "estabilidade, segurana, justia e prosperidade" ao Egito,

    depois de um ano de tantos tumultos. Apesar disso, essa promessa ainda no

    foi cumprida, uma vez que a crise no Egito perdura at os dias de hoje.

    8) (CESPE / Todos os Cargos Seger ES / 2011/adaptada) A

    exploso de revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de

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    16

    Hosni Mubarak, no incio de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser

    este um dos poucos pases rabes que no se democratizaram

    plenamente ao longo do sculo XX.

    A assertiva est errada. O que invalida a questo dizer que o Egito um dos

    poucos pases rabes que no se democratizaram. Quando, na verdade, o

    Egito mais um entre os vrios pases rabes que viviam em ditaduras, as

    quais, inclusive, tm atualmente passado por processos desestabilizadores.

    9) (FCC/Escriturrio-Banco do Brasil/2011/adaptada) Ativistas

    egpcios usam Facebook e outras ferramentas da Internet para

    organizar marchas pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes

    entraram ontem [27/01] em confronto com a tropa de choque da

    polcia egpcia no centro do Cairo. Trs pessoas dois manifestantes e

    um policial morreram.

    (O Estado de So Paulo, 28/01/2011, p. A8)

    Os protestos no Egito tinham como principal causa o regime repressivo

    do presidente, no poder h trs dcadas.

    A assertiva est correta. Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2011

    vrias foram as notcias sobre os protestos feitos no Egito contra o governo de

    Hosni Mubarak, presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981.

    Os motivos alegados para a organizao das manifestaes so variados, como

    vimos anteriormente, entre eles podemos citar: as queixas de altos ndices de

    desemprego, o autoritarismo do governo, os elevados nveis de corrupo, a

    violncia policial, as leis de exceo, o baixo salrio mnimo, a falta de

    moradia, a falta de liberdade de expresso e as ms condies de vida. O

    principal objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial de

    Mubarak.

    Segundo a informao de ativistas, os protestos vinham sendo planejados e

    organizados h mais de 1 ano, usando como meio de comunicao a internet.

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    17

    Tambm foi pela internet, principalmente usando as redes sociais, que as

    manifestaes eram divulgadas pelo mundo.

    C) Crise na Lbia

    A Lbia um pas localizado no norte do continente africano fazendo

    fronteira com a Tunsia e o Egito, dentre outros pases. Conforme vem sendo

    exaustivamente noticiado pela mdia, o norte da frica est sendo palco de

    uma onda de manifestaes contra governos ditatoriais, como os dois que

    vimos acima, Tunsia e Egito.

    No dia 15 de fevereiro de 2011, a populao lbia desencadeou suas

    manifestaes diante da priso do advogado humanitrio Fethi Tarbel, que

    representava a famlia de mais de 1200 detentos mortos em um massacre

    promovido pelo governo lbio em 1996, representado por Muammar Kadhafi.

    Pai da frica, irmo lder, guia da revoluo. Esses foram apenas

    alguns dos ttulos que Muammar Kadhafi atribuiu a si mesmo para se solidificar

    no governo lbio desde 1969 quando deps, num golpe militar, a monarquia

    que governava o pas.

    Todas as manifestaes vistas no Oriente Mdio e na frica, incluindo

    as ocorridas no Iraque, Ir, Sudo e Angola, foram surpreendentemente

    superadas pela rapidez e violncia dos eventos ocorridos na Lbia. Tal fato

    causa certa surpresa, uma vez que, apesar do governo ditatorial, esse pas

    possui o melhor ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) da frica, superior,

    inclusive, ao brasileiro. A distribuio de renda satisfatria, o ndice de

    alfabetizao o terceiro melhor do continente e o de pobreza est entre os

    mais baixos de todos os pases perifricos. Ento volta a surpresa: porque se

    erguer contra um governo que lhes proporciona uma qualidade de vida

    relativamente boa?

    A populao na Lbia formada por mais de 140 tribos diferentes,

    algumas das quais sempre desfrutaram de muitos privilgios no governo de

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    Kadhafi que sempre fez questo de mant-las o menos coesas possvel. Do

    mesmo modo, para evitar qualquer tipo de motim contra seu governo, o

    ditador manteve um exercito frgil e com pouca articulao nacional, fazendo

    dos soldados lbios mais leais aos seus lderes tribais do que aos seus generais.

    Essa ttica de desmembramento social parece ter funcionado durante

    muito tempo. Porm, nesse momento, apesar da diversidade tribal e da

    fragilidade das instituies lbias, a populao parece ter chegado ao seu limite

    diante das arbitrariedades do governo Kadhafi, sempre marcado por violncia e

    imposio.

    Dentre as inmeras aes vinculadas figura desse lder, esto

    algumas das mais covardes das ltimas dcadas, como o ataque a uma

    discoteca em Berlim que era frequentada por soldados americanos, o

    assassinato de atletas israelenses nas Olimpadas de Munique (1972) e o

    atentado ao avio da Pan Lam na Esccia, em 1988. A participao nesses

    eventos conferiram a Muammar Kadhafi um lugar de destaque na lista dos

    patrocinadores do terrorismo, onde permaneceu at 2006 quando suas

    relaes com o Ocidente finalmente foram normalizadas.

    Essa normalizao s ocorreu depois de a Lbia aceitar algumas

    imposies da comunidade internacional, como assumir as responsabilidades

    sobre os atentados areos ocorridos em 1988, entregando os responsveis

    justia britnica. Alm disso, o pas teve que abandonar o programa nuclear

    que desenvolvia, indenizando s famlias de vitimas e reabrindo o pas s

    transnacionais.

    Assim, amigos, a onda de protestos e violncia que assomaram a

    Lbia ocorreu exatamente no que podamos classificar como o melhor momento

    vivido pelo pas no cenrio internacional. Essa crise envia ao mundo a

    mensagem de que, independente das boas relaes econmicas, a maior busca

    da humanidade ainda pela liberdade! Cabe destacar tambm que as

    condies sociais da populao lbia, marcadas pela falta de liberdade, tambm

    motivaram a revolta popular.

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    As revoltas e protestos na Lbia se transformaram em uma verdadeira

    guerra civil, com os rebeldes sofrendo represses das Foras Armadas. A

    sociedade internacional passou a exigir um cessar-fogo imediato no pas. Tais

    exigncias no foram respeitadas e o governo lbio continuou com as violentas

    represses aos rebeldes.

    No dia 17/03/2011, o Conselho de Segurana da ONU aprovou

    uma resoluo que determinou uma zona de excluso area na Lbia.

    Assim, o objetivo da ONU era utilizar da fora area para proteger os civis e

    conter o exrcito de Muammar Kadhafi. Por meio dessa Resoluo, a ONU se

    comprometeu a adotar todas as medidas necessrias para proteger a

    populao civil. Entre os 15 membros do Conselho de Segurana da ONU, 10

    votaram a favor da Resoluo e 5 se abstiveram (dentre eles o Brasil).

    Embora diante da presso estrangeira para que sasse do governo,

    Kadhafi continuou os ataques s cidades dominadas pelos rebeldes at que foi

    morte em outubro de 2011 gerando comemoraes tanto entre o povo lbio

    quanto nos EUA onde as manifestaes oficiais diziam que uma nova era

    nascia para o povo lbio depois da morte do ditador. O mesmo pde ser

    verificado na Inglaterra e outros pases europeus, notadamente, na Frana a

    grande maioria dos meios de comunicao foi enftico ao dizer que seu pas

    teve participao ativa na luta contra Kadhafi e que sua morte representava

    um novo comeo para a Lbia.

    Muito do desenrolar dessas histrias lhes devem parecer um pouco

    similar, no mesmo? Interveno internacional em pas rabe sempre acaba

    nos remetendo ao Iraque, mas importante percebermos a diferena dessas

    situaes, ok?

    Vejamos o tratamento deste assunto em provas!

    10) (IBFC/Oficial de Promotoria I MP-SP / 2011/adaptada)

    Muammar Gaddafi considerado um dos piores ditadores do mundo.

    Ele no hesitou em usar as Foras Armadas em represso aos

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    protestos iniciados em fevereiro de 2011. Em relao ao ditador

    descrito anteriormente, julgue os itens subsequentes:

    a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunsia, no poder aps

    golpe militar (apoiado pela antiga URSS) na dcada de 1970.

    A assertiva est incorreta. O ex-presidente da Tunsia, que deixou o pas no

    incio deste ano, era Zine Al-Abdine Ben Ali, ele governou o pas por 23 anos.

    Entrou no poder em 1987 depois de derrubar, sem derramamento de

    sangue, a presidncia vitalcia de Habib Burguiba e estabeleceu as bases da

    liberalizao econmica tunisiana. Aplicou uma poltica social de solidariedade,

    criando fundo especial para os mais pobres. Tendo o apoio, principalmente, da

    classe mdia que se desenvolvia em seu governo conseguiu controlar as

    aes das oposies, principalmente de esquerda e islamitas, controlando, com

    mos de ferro, os sindicatos e a imprensa. Grandes potncias ocidentais

    limitavam as crticas ao seu governo pelo fato de ele ser considerado uma

    barreira capaz de frear a fora dos islamitas. Foi reeleito pela 5 vez em 2009,

    despertando grandes manifestaes das oposies contra seu governo,

    manifestaes que foram acirradas com a autoimolao do jovem Mohammed

    Bouazizi, 26 anos. Os protestos eram contra o desemprego, a corrupo e a

    inflao e levaram o ditador a sair da Tunsia em janeiro deste ano.

    b) Gaddafi est h 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o

    poder na Lbia.

    A assertiva est correta. Em fevereiro de 2011 estouraram algumas

    manifestaes na Lbia contra o governo de Muammar Kadhafi. Os primeiros

    pontos de confronto foram em Trpole, capital do pas, e Benghazi, sua

    segunda maior cidade. Ainda em fevereiro os rebeldes conseguiram dominar

    Benghazi e instauraram o Conselho Nacional de Transio.

    Como vimos acima, o desenrolar dos acontecimentos desembocaram na morte

    do ex-ditador. Hoje, o pas tem como governo de transio o chanceler Ashour

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    Ben Khayil que afirmou que espera que as relaes internacionais da Lbia

    possam se regularizar e que a economia volte a ter o investimento

    internacional, principalmente para ajudar na reconstruo nacional.

    c) Mesmo aps a represso, o povo egpcio conseguiu derrubar Gaddafi

    do poder e hoje o Egito governado por uma equipe de transio at

    as novas eleies, marcadas para novembro de 2011.

    A letra C est incorreta. Na verdade, as manifestaes feitas no Egito durante

    os meses de janeiro e fevereiro de 2011 foram contra o governo de Hosni

    Mubarak, presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981. O principal

    objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial de Mubarak.

    No dia 11 de fevereiro de 2011, depois de 18 dias de protestos, o presidente

    Hosni Mubarak renunciou ao governo. O poder foi transferido para o Conselho

    Supremo das Foras Armadas que dirigir o pas at o resultado das eleies

    dos deputados que sero realizadas em trs turnos, com previso para o

    primeiro turno em 28 de novembro de 2011. Portanto, embora traga algumas

    informaes corretas, a afirmativa no diz respeito ao governo de Muammar

    Gaddafi, sendo assim, est incorreta.

    d) Alado de forma democrtica ao poder na dcada de 1980, Gaddafi

    vem, atravs de sucessivas reeleies, mantendo-se no poder, algo

    que considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de

    ditadura.

    A assertiva est errada. Kadhafi entrou no poder na Lbia em 1969 depois de

    liderar o Movimento dos Oficiais Livres que expulsou o rei Idriss do poder.

    Desde ento o ditador manteve-se no poder, sem passar por eleies.

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    22

    D) Crise na Sria Essa uma das crises que tem atingido os mais diversos pases do

    mundo nos mais diversos setores: poltico, econmico e social. O prprio ms

    de abril deste ano vem concentrando muitos debates sobre esse conflito em

    diferentes regies do planeta:Turquia, Rssia, Nova York e at o Brasil.

    Isso ocorre porque cada um desses pases se sente atingido de algum

    modo pelo desenrolar do conflito. Para termos uma ideia, nesse momento,

    temos mais ou menos 24 mil srios tentam se refugiar no pas vizinho: a

    Turquia, gerando um grave problema social nesse pas.

    Do mesmo modo, mesmo estando a milhares de quilmetros da

    regio do conflito, a economia brasileira tambm acabou se ferindo. Pois ,

    pessoal, mesmo estando do outro lado do Atlntico, nossa balana comercial

    sentiu um baque de mais de 180 milhes de dlares que foram perdidos em

    vendas devido continuidade do conflito. :- /

    Sei que muitas vezes olhamos para esses conflitos como algo bem

    distante e que no interfere em nada na nossa realidade, no mesmo? No

    entanto, o que vemos na prtica uma situao muito mais complexa e que

    pode afetar sim, o nosso cotidiano.

    Atualmente, a Liga rabe tem cumprido a misso de monitoramento

    na Sria para conter a onda de violncia que assola o pas desde maro de

    2011 - quando manifestantes iniciaram protestos contra o regime de Bashar

    AL-Assad, que respondeu com represso violenta. Assim, j faz mais de um

    ano que o pas enfrenta forte crise poltica e social e que a comunidade

    internacional tenta, sem sucesso, promover acordos entre o governo srio e a

    oposio. De todo modo, uma coisa os dois lados tm em comum, pois mesmo

    as foras de oposio, no aceitam interferncia militar estrangeira no pas.

    A Liga rabe traou ainda um plano para acabar com a violncia na

    Sria, entre as medidas esto: fim de todas as aes violentas, permisso de

    entrada de jornalistas no pas e libertao dos detidos durante os protestos

    contra o regime do presidente Bashar AL-Assad. A Liga seria responsvel,

    ainda, pela entrega de relatrios internacionais informando sobre o andamento

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    23

    da implantao do plano no pas. Alm disso, a Liga responsvel por mediar

    o dilogo entre o governo srio e a oposio, para chegar a acordos.

    A ONU iniciou um processo para discutir uma resoluo contra a Sria,

    mas essa proposta foi rejeitada pela Rssia e pela China. Principalmente

    porque a Rssia a maior aliada da Sria no Conselho de Segurana da ONU e

    porque a resoluo proposta pelo organismo no previa punies contra os

    grupos opositores ao regime srio.

    Para finalizar e ajud-los a compreender um pouco mais do assunto

    vou falar da Liga rabe, ok?

    A Liga rabe uma organizao de estados rabes, fundada em

    1945, no Cairo. O objetivo principal da Liga reforar e coordenar os laos

    econmicos, sociais, polticos e culturais entre seus membros. Alm disso, a

    Liga rabe tambm media disputas entre seus membros.

    Historicamente, a Liga foi formada sob estmulo do Reino Unido, que

    objetivava conseguir aliados na guerra contra a Alemanha nazista (Segunda

    Guerra Mundial). Posteriormente, o estreitamento das relaes econmicas

    entre os pases rabes acabou fortalecendo a iniciativa de formao da Liga,

    alm de promover o desenvolvimento de movimentos nacionalistas pan-

    rabes, reforando ainda mais os laos culturais e religiosos que ligam os

    pases rabes.

    Em setembro de 1944 foi feita uma reunio no Cairo (Egito) e dela

    saiu o Protocolo de Alexandria, que propunha a formao da Liga dos Estados

    rabes.

    A Liga passou, ento, a defender a independncia dos estados

    rabes, fornecendo apoio Sria e ao Lbano para independncia do domnio

    francs, fortalecendo, assim, o estreitamento entre seus membros.

    O rgo formado por um Conselho, como rgo supremo da Liga,

    sendo formado por um representante de cada Estado-membro e tendo direito

    a um voto, independente do tamanho do pas e do nmero de habitantes. Em

    seguida vem o Conselho de Defesa Conjunta, responsvel pela adoo de

    medidas que visam manuteno da defesa dos membros da Liga. Existe

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    24

    tambm o Conselho Econmico e Social, responsvel pela prosperidade

    econmica e social dos membros.

    Por fim, existe o Secretariado Geral, que o rgo administrativo e

    executivo da Liga, este rgo gere, de maneira geral, o funcionamento da Liga.

    Os sete membros fundadores foram: Lbano, Egito, Iraque, Sria,

    Jordnia, Arbia Saudita e Imen. Atualmente, a Liga conta com 22 membros

    e mais 4 pases observadores. Os membros, alm dos 7 acima referidos so:

    Lbia, Sudo, Marrocos, Tunsia, Kuwait, Arglia, Emirados rabes Unidos,

    Bahrein, Catar, Om, Mauritnia, Somlia, Palestina, Djibouti, Comores. E

    como observadores: Eritreia (desde 2003), Brasil e ndia (desde 2006) e

    Venezuela (desde 2007).

    Como essa a crise do momento vamos ver algumas questes sobre

    ela que foram cobradas neste ano.

    11(CESPE-TRE/RJ -2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos recentes conflitos ocorridos na Sria. a) A crise poltica da Sria movida basicamente por questes

    religiosas, muito em virtude de a Sria ser o nico pas rabe cuja

    maioria da populao crist.

    A assertiva est errada. Fique atento, pessoal, e no caiam no erro de achar

    que s a religio move os conflitos rabes. No caso da Sria, ditadura do atual

    governo e o desemprego so causas do conflito.A populao da Sria de 90%

    de mulumanos e apenas 10% crist.

    b) Ao contrrio de outros pases da regio, a Sria uma ditadura

    militar cujo governante-mor, Bashar Assad, foi o responsvel pela

    introduo da sharia, a lei islmica, razo pela qual foi instaurada a

    revolta das minorias religiosas do pas.

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    25

    A assertiva est errada. Antes de qualquer coisa importante sabermos que a

    Sharia um conjunto de leis (morais e espirituais) que regem a vida do

    muulmano sendo a combinao de diversas fontes, incluindo o Alcoro (o livro

    sagrado dos muulmanos). Entretanto, a Sharia no foi introduzida pelo atual

    governante srio e no pode ser considerada causa das revoltas atuais.

    c) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-se

    politicamente em uma ideologia de nacionalismo pan-rabe e de

    oposio a Israel.

    A assertiva est correta. Realmente, amigos, para legitimar seu poder, tanto o

    atual governante como seu pai, se utilizaram, durante quatro dcadas, tanto

    do autoritarismo poltico quanto da ideologia pan-rabe, mas afinal, vocs

    sabem o que essa ideologia?

    O Pan-arabismo um movimento poltico que tende a reunir os pases

    de lngua rabe e de civilizao rabe numa grande comunidade de interesses.

    Assim, ele busca unificar as populaes e naes rabes do Oriente Mdio e

    possui estreita vinculao com o nacionalismo rabe.

    d)Um dos aliados do governo Srio a Rssia, grande fornecedora de

    armas para esse governo.

    A assertiva est correta. A Rssia um dos maiores apoiadores da Sria. A

    Rosoboronexport, companhia de armas russa, continua a enviar armas a Sria,

    mesmo sendo criticada internacionalmente.

    E) Sudo do Sul

    O mais novo pas do mundo surgiu no dia 09 de janeiro de 2011,

    denomina-se Sudo do Sul e j est envolvido em conflitos com Sudo que

    registrou no final de agosto de 2011 uma queixa formal contra seu vizinho,

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    26

    acusando-o de gerar distrbios nas suas fronteiras. Como um conflito ainda

    muito recente, no h muito que ser trabalhado, mas fica a recomendao

    para que estejamos sempre de olho nessa regio, ok?

    Todavia, pessoal, importante a gente ter uma ligeira noo sobre a

    situao desse pas que comporta as maiores reservas de petrleo do pas

    (cerca de 75%). Todavia, toda a infraestrutura est no Norte, o que gera uma

    inegvel necessidade de cooperao entre os dois Estados.

    Mas foi em janeiro de 2005, quando foi assinado o Tratado de

    Naivasha, que o governo do Sudo decidiu conceder autonomia regio sul,

    na tentativa de colocar um fim Segunda Guerra civil sudanesa.

    A Segunda Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1983 e

    1995, opondo o Norte do Sudo e os rebeldes do Sul. A motivao desse

    conflito foi eminentemente religiosa. O governo muulmano do Norte tentou

    impor a lei islmica (Sharia) em todo o pas, o que no agradou a populao

    do Sul, cuja maioria crist e animista.

    Em dezembro de 2005, foi assinada a Constituio Interina do Sudo

    do Sul, prevendo a realizao de um referendo em 2011, ocasio em que seria

    decidido pela manuteno da autonomia regional ou pela independncia.

    No referendo realizado, o povo decidiu pela independncia, por uma

    expressiva votao de 98,81%. O resultado do referendo no foi contestado

    pelo governo do Sudo e a diviso oficial foi declarada em 09 de julho de

    2011. Com isso, surgiu um dos pases mais pobres do mundo, dotado de uma

    enorme falta de infraestrutura.

    Para que possamos ter uma noo do que estamos dizendo, 85% da

    populao do Sudo do Sul vive abaixo da linha da pobreza, o que nos faz

    pensar que certamente esse conflito ainda est muito longe de ter fim. Os

    EUA reconheceram o Sudo do Sul como um Estado soberano e a ONU

    tambm se manifestou, comemorando a celebrao pacfica do referendo.

    Apesar disso, o novo pas possui inmeros problemas internos e em

    agosto de 2012 os rebeldes do Sudo do Sul mataram 24 militares e feriram

    outros 12 no Estado de Jonglei. Do mesmo modo, no incio de dezembro, pelo

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    27

    menos 10 pessoas morreram no Sudo do Sul quando o exrcito disparou

    contra manifestantes que protestavam contra a mudana da sede da

    autoridade local para fora da capital regional.

    Contudo, diante dos inumeros problemas do novo estado, gerado

    principalmente, pela enorme pobreza da populao e precria infraestrutura,os

    conflitos nessa regio tendem a perdurar por um longo tempo ainda!

    Guerra das Malvinas

    Outro conflito poltico que esteve na mdia no ano de 2012 foi a

    antiga divergncia entre Inglaterra e Argentina. No ms de abril de 2012,

    principalmente, ouvimos falar muito desse conflito, pois ele ocorreu h exatos

    30 anos. A Guerra das Malvinas foi um conflito ocorrido entre Argentina e

    Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas. Desde 1883, o Reino Unido

    possui o controle dessas ilhas, as quais foram ocupadas em 1982 pela

    Argentina.

    Essas ilhas se situam a apenas 480 quilmetros do litoral da

    Argentina, que nunca aceitou este domnio e, em 1982, o ditador argentino,

    Leopoldo Galtieri, promoveu a invaso, com tropas, capital das Malvinas,

    Stanley. Essa invaso, que tinha razes polticas evidentes, esperava unir a

    nao numa espcie de surto patritico em apoio a esta iniciativa, o que no

    ocorreu!

    Iniciado no inicio dos anos 80 entre Gr-Bretanha e Argentina, esse

    conflito foi bem mais rpido se comparado aos outros que estudamos aqui

    hoje. Para o total desastre da iniciativa argentina de invadir as Malvinas, a

    Gr-Bretanha reagiu imediatamente, enviando regio uma fora-tarefa com

    28 mil combatentes quase trs vezes o tamanho da tropa rival. Com o apoio

    dos Estados Unidos, os britnicos demoraram pouco mais de dois meses para

    encerrar o conflito. Aos nossos vizinhos, restou apenas voltar para casa e

    resolver os problemas internos que se amontoavam por l!

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    28

    O fato que at hoje a Argentina no se conforma em no ter a

    soberania das Ilhas Malvinas. Isso to evidente que j foi vrias vezes usado

    como discurso poltico pela atual presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

    Apesar disso, o governo do Reino Unido reiterou, no ms de

    Setembro de 2012, que no negociar a soberania das Malvinas "a menos que

    os ilhus assim desejarem", em resposta presidente da Argentina, Cristina

    Kirchner, que pediu na ONU um "dilogo" sobre a "usurpao ilegal" do

    arquiplago.

    Vejam como esse assunto foi cobrado em prova.

    3) (FCC/APOFP / 2010/adaptada) A presidente da Argentina, Cristina

    Kirchner, em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o

    cancelamento da classificao de segurana (confidencial) a toda

    informao e documentao vinculada com as operaes das Foras

    Armadas durante o perodo de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas

    ao "conflito blico no Atlntico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer

    outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do

    retorno da democracia, no possvel continuar aceitando a falta de

    acesso informao e documentao, sob pretexto de segredo de

    Estado ou qualquer definio de segurana que impea o

    conhecimento da histria recente.

    (OESP, 7/1/2010, adaptado)

    Tendo o texto acima como referncia inicial e considerando as mltiplas implicaes do tema por ele abordado, julgue os itens subsequentes.

    a) A classificao de confidencial, aplicada a "toda informao e

    documentao, vinculada com as operaes das Foras Armadas"

    durante o perodo de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia

    apenas os crimes comuns praticados por militares.

    A assertiva est errada. A deciso tomada pela presidente Cristina Kirchner de

    abrir ao conhecimento pblico todos os arquivos do perodo da ditadura

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    29

    abrange tanto os crimes e violaes aos direitos humanos praticados pelos

    militares quanto os praticados pelos civis em resistncia ao regime. Com

    efeito, a ditadura argentina foi uma das mais violentas de toda a Amrica

    Latina e em apenas sete anos de regime, estima-se que cerca de 30 mil

    pessoas tenham desaparecido nas mos de agentes da represso.

    b) A abertura dos arquivos permitir conhecer toda a documentao

    referente atuao das Foras Armadas da Argentina, no perodo

    indicado, relativas ao confronto com a Inglaterra pela soberania nas

    Ilhas Malvinas.

    A assertiva est errada. As informaes referentes Guerra das Malvinas no

    esto abrangidas, por uma questo de segurana nacional, pela medida.

    c) A medida diz respeito s informaes e documentao sobre

    violaes dos direitos humanos durante os anos da ditadura militar na

    Argentina, apontada por historiadores como uma das mais violentas na

    Amrica Latina na dcada de 1970.

    A assertiva est correta. A medida abre os arquivos da ditadura argentina, j

    que se considera que, passados mais de 25 anos do fim do regime, no h

    porque mant-los afastados do conhecimento pblico.

    d) As Foras Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner,

    j haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a

    transio para a democracia na Argentina.

    A assertiva est errada. As Foras Armadas mantiveram os arquivos sob sigilo.

    e) O conhecimento do passado recente argentino no supe

    necessariamente a abertura dos arquivos das Foras Armadas, pois

    todos os acusados de crimes durante a ditadura militar j foram

    julgados e os desaparecidos, encontrados.

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    30

    A assertiva est errada. Nem todos os desaparecidos durante o perodo da

    ditadura foram encontrados

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    31

    Poltica nacional

    A insero do Brasil na Amrica

    1 O Brasil e a Amrica

    Bem, depois de termos estudado a globalizao, ficou claro para

    todos ns que atualmente vivemos num contexto bem diferente do perodo da

    Guerra Fria, no mesmo? Se antes tnhamos apenas dois plos de poder no

    mundo (comandados por EUA e URSS), hoje em dia, a existncia de vrios

    desses plos o elemento central do cenrio vivido.

    Todavia, essa multipolarizao no ocorre de forma tranquila, e sim

    bastante conflituosa, j que os detentores do poder no desejam perd-lo!

    Ainda assim, no mundo globalizado, a desconcentrao de poder no uma

    escolha. Inevitavelmente vo surgindo novos competidores - que possuem

    meios e disposio - para contestar o papel de liderana das superpotncias

    na conduo dos mais variados assuntos internacionais.

    Em meio a tanta competio, torna-se comum a existncia de

    discordncias sobre questes relevantes do cenrio poltico e econmico

    internacional. Em consequncia disso, aumentam as tenses entre os

    principais atores da poltica mundial, que se lanam em jogos de aliana

    envolvendo pequenas e mdias potncias.

    Esse contexto de busca por aliados favorece, significativamente, a

    importncia do Brasil no cenrio internacional, uma vez que ele se destaca e se

    fortalece econmica e institucionalmente ao constituir determinadas alianas.

    Para analisar a insero brasileira no contexto internacional,

    precisamos levar em considerao seu entorno estratgico e suas

    ambies no ajuste das naes.

    Bem, nosso pas est localizado na Amrica do Sul, portanto, est

    distante dos grandes focos de conflitos mundiais Oriente Mdio, ndia e

    Paquisto, Corias, frica e livre de armas nucleares. O conflito mais srio

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    32

    que permeia a nossa realidade o caso dos brasiguaios. Entretanto, ele vira

    caf pequeno diante dos outros conflitos espalhados pelo mundo.

    Alm disso, o perfil poltico da Amrica Latina mudou

    significativamente nos ltimos anos, colocando a regio no fenmeno

    conhecido pelo nome de onda vermelha. Caracterizado pela subida de

    vrios lderes de esquerda ao poder, esse fenmeno se iniciou com o

    presidente venezuelano Hugo Chvez, em 1998. A partir dali, a escalada da

    esquerda no parou mais e foi entendida como uma reao ao fracasso dos

    governos conservadores, j que a proposta vermelha sempre esteve voltada

    aos problemas sociais e econmicos da Amrica Latina.

    Com um discurso totalmente anti-Bush, Hugo Chvez se transformou

    em inspirao para outros presidentes latinos como Evo Morales, da Bolvia,

    Rafael Correa, do Equador e o reeleito agora em 2012, Daniel Ortega, da

    Nicargua! A onda vermelha contagiou at mesmo governantes de partidos

    mais tradicionais como Nstor Kirchner, ex-presidente argentino, falecido em

    2010.

    Em contraposio a esta realidade, os Estados Unidos tambm

    possuem seus aliados na Amrica Latina, donde se destacam o Mxico e a

    Colmbia. Alm disso, os americanos se mostram bastante dispostos a se

    aproximar dos dirigentes esquerdistas que possuem polticas econmicas de

    no-interveno do Estado na economia, como o Brasil e o Chile.

    Durante a maior parte do sculo XX, a poltica externa brasileira se

    orientou pelo eixo da diplomacia desenvolvimentista, coerente com o projeto

    de industrializao nacional e com o modelo de substituio de importaes.

    Isso lhe permitiu um bom ambiente externo para que se desenvolvesse

    internamente.

    Apesar disso, durante o regime militar, o projeto geopoltico brasileiro

    estava voltado para garantir a sua supremacia militar sul-americana por meio

    da aquisio de tecnologias de msseis e enriquecimento de urnio, inclusive

    com fins nucleares. Em nome da aquisio de toda a tecnologia nuclear, o

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    33

    Brasil, inclusive, rejeitou em 1968 o Tratado de No Proliferao (TNP),

    tornando-se signatrio deste tratado apenas na dcada de 90.

    O fato que com a redemocratizao na Amrica do Sul, na dcada

    de 80, a situao se reconfigurou e o Brasil firmou-se como liderana regional

    construtiva, devido ao tamanho de sua economia e metas de sua poltica

    externa.

    Alm disso, pessoal, se observarmos o mapa da Amrica do Sul, fica

    fcil visualizar a dimenso da superioridade territorial do Brasil com relao

    aos seus vizinhos, no mesmo? Essa superioridade acaba se estendendo

    tambm ao lado econmico, mas no necessariamente ao social.

    Vejam as tabelas a seguir e analisem, rapidamente, tanto os PIBs

    quanto os IDHs de cada pas. Se num primeiro momento tendemos a pensar

    que um Produto Interno Bruto alto, garante um bom Indice de

    Desenvolvimento Humano, ao observarmos as tabelas que seguem

    perceberemos que o buraco mais embaixo como diria vov...rs!!

    Ento vamos dar uma olhadinha nos dados, sempre lembrando que

    no precisa decorar nadinha deles, ok? Eles servem aqui s pra reforar os

    argumentos que viro! ;-)

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    34

    Posio Pas

    Valor do

    IDH 2011

    44 Chile 0.805 45 Argentina 0.797 47 Barbados 0.793 48 Uruguai 0.783 51 Cuba 0.776 53 Bahamas 0.771 57 Mxico 0.770 58 Panam 0.768 60 Antgua e Barbuda 0.764 62 Trinidade e Tobago 0.760 67 Granada 0.748 69 Costa Rica 0.744 72 So Cristvo e Nvis 0.735 73 Venezuela 0.735 79 Jamaica 0.727 80 Peru 0.725 81 Dominica 0.724 82 Santa Lcia 0.723 83 Equador 0.720 84 Brasil 0.718

    85 So Vicente e Granadinas 0.717

    87 Colmbia 0.710 93 Belize 0.699 98 Repblica Dominicana 0.689

    104 Suriname 0.680 105 El Salvador 0.674 107 Paraguai 0.665 108 Bolvia 0.663 117 Guiana 0.633 121 Honduras 0.625 129 Nicargua 0.589 131 Guatemala 0.574 158 Haiti 0.454

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    35

    Posio Pas PIB Data da informao

    8 Brasil $

    2,172,000,000,000 2010 est.

    11 Mxico $ 1,567,000,000,000 2010 est.

    23 Argentina $ 596,000,000,000 2010 est.

    28 Colmbia $ 435,400,000,000 2010 est.

    34 Venezuela $ 345,200,000,000 2010 est.

    42 Peru $ 275,700,000,000 2010 est.

    45 Chile $ 257,900,000,000 2010 est.

    63 Equador $ 115,000,000,000 2010 est.

    74 Repblica Dominicana $ 87,250,000,000 2010 est.

    81 Guatemala $ 70,150,000,000 2010 est.

    90 Costa Rica $ 51,170,000,000 2010 est.

    91 Uruguai $ 47,990,000,000 2010 est.

    92 Bolvia $ 47,880,000,000 2010 est.

    93 Panam $ 44,360,000,000 2010 est.

    95 El Salvador $ 43,570,000,000 2010 est.

    103 Honduras $ 33,630,000,000 2010 est.

    104 Paraguai $ 33,310,000,000 2010 est.

    111 Trinidade e Tobago $ 26,100,000,000 2010 est.

    129 Nicargua $ 17,710,000,000 2010 est.

    145 Haiti $ 11,480,000,000 2010 est.

    159 Guiana $ 5,379,000,000 2010 est.

    164 Suriname $ 4,711,000,000 2010 est.

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    36

    Pelas tabelas vemos que o PIB brasileiro , de longe, o maior da

    Amrica do Sul, certo? Entretanto, isso no significa que tenhamos o melhor

    ndice de desenvolvimento humano, que ficou para o Chile. :-/

    E o que isso significa professora?? Significa, pessoal, nosso

    crescimento econmico excelente, pois o PIB medido a partir da soma do

    valor de todos os servios e bens produzidos em um perodo determinado. No

    entanto, apesar de termos muitas riquezas para comercializar, um volume

    imenso dinheiro rodando pelo pas e entrando nos cofres pblicos isso no

    resulta, necessariamente, em qualidade de vida para a populao.

    Ento creio que se eu perguntasse a vocs: Qual o pas da Amrica

    latina que apresenta o menor ndice de desigualdade sua resposta seria Chile,

    certo???

    Erraaaado!! Pois , queridos, quando se fala em desigualdade surge

    um dado recente importantssimos de sabermos: a Venezuela o pas com

    menor desigualdade da Amrica Latina!

    Muitos de vocs devem estar se perguntando por que no ouviram

    falar disso, no mesmo? O Engraado que eu me perguntei a mesma coisa

    quando li isso num jornal muito pouco conhecido!! Mas o fato que a

    Venezuela mesmo o pas com menor desigualdade entre ricos e pobres da

    Amrica Latina e Caribe, segundo o informe apresentado pela ONU em Agosto

    de 2012 e a divulgao dessa noticia no parece interessar a muita gente!

    No campo econmico, existem pases com economia madura, como

    Brasil e Argentina, enquanto outros so mais frgeis economicamente, como

    Bolvia e Paraguai. J no campo social, a Amrica do Sul sofre, de forma

    generalizada, com o problema da desigualdade na distribuio de renda e com

    a concentrao do poder econmico nas mos de uma minoria. Basta

    analisarmos, ainda que rapidamente as tabelas acima, para percebermos.

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    37

    A Venezuela, com 0,41 no ndice de Gini, o de menor inequidade,

    segundo dados de 2009 (mas continua sendo mais desigual que os Estados

    Unidos ou Portugal - o mais desigual de Europa).

    O governo venezuelano, presidido por Hugo Chvez, tem como uma

    de suas metas principais a reduo da pobreza extrema e a incluso social,

    objetivos que vem alcanando, segundo as cifras oficiais, graas aos

    programas sociais e cientficos que desenvolve para as populaes mais

    vulnerveis.

    Em contrapartida, entre os mais desiguais encontra-se o Brasil que

    perdeu o primeiro lugar que ostentava h dcadas para a Guatemala como o

    pas lder da desigualdade.

    Como podemos constatar, o continente sul-americano marcado por

    ampla heterogeneidade poltica, social e econmica. Ao mesmo tempo em que

    h pases com o regime democrtico consolidado, como o Brasil, h outros em

    que ainda persistem regimes autoritrios, que limitam a liberdade de imprensa

    e de opinio, como o caso da Venezuela.

    A existncia de todas essas heterogeneidades um ponto que cria

    complicaes ao processo de integrao na Amrica do Sul. E por que essa

    integrao to valorizada?

    Bem, uma vez que o territrio esteja integrado, isso significa que os

    interesses esto compatveis e, portanto, se reduziria a possibilidade de

    conflitos na regio. Embora a iniciativa de formao da UNASUL ressalte a

    inteno de congregar todos os pases da Amrica do Sul sob um nico bloco

    econmico, o que se v na prtica outra coisa.

    Atualmente, h dois fortes blocos no continente: o MERCOSUL

    (formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e a

    Comunidade Andina (Bolvia, Colmbia, Equador e Peru).

    Considerando que, conforme afirma a Poltica de Defesa Nacional, a

    segurana de um pas afetada pelo grau de instabilidade da regio em que se

    insere, importante termos uma noo de como funcionam as relaes

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    38

    polticas entre os pases sul-americanos. A seguir, comentarei situaes

    relevantes nas relaes entre os pases da regio.

    Bom, vamos observar o mapa para termos em mente a configurao

    da regio que ser abordada nos prximos itens. No se acanhem em voltar ao

    mapa quantas vezes precisar para lembrar quem vizinho de quem,

    t?

    Pases-membros da Comunidade Andina

    Pases-membros do MERCOSUL

    Vamos ver como esses conhecimentos j foram cobrados em

    concursos anteriores

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    39

    (CESPE/TRE-RJ/2012) A respeito do Mercado Comum do Sul

    (MERCOSUL) e das dificuldades que esse bloco ainda encontra para se

    consolidar, julgue os prximos itens.

    a) A dependncia do Brasil em relao ao MERCOSUL crescente, haja vista

    que as exportaes para esse bloco mais do que dobraram entre janeiro e

    junho de 2012, quando comparadas com os mesmos meses de 2011.

    Comentrios

    Esta assertiva est errada. O que ocorreu, na verdade, foi justamento

    o inverso. No acumulado janeiro-junho de 2012, as exportaes apresentaram

    um valor inferior ao igual perodo de 2011. As exportaes registraram

    retrao de 1,7%, pela mdia diria. Fiquem atentos!As importaes, sim,

    tiveram um aumento de 3,7% sobre o mesmo perodo anterior, pela mdia

    diria.

    b) A aprovao da entrada da Venezuela no MERCOSUL se deu depois de

    recente crise poltica ocorrida no Paraguai.

    Comentrios

    A assertiva B est correta. O Paraguai foi suspenso temporariamente

    do bloco do MERCOSUL por causa da maneira pouco democrtica pela qual foi

    conduzido o impeachment do presidente Fernando Lugo. Como o Paraguai era

    contra da participao da Venezuela, a retirada do Paraguai abriu uma brecha

    para que os demais pases aceitassem o ingresso da Venezuela a partir de 31

    de julho desde ano.

    c) Na mesma reunio em que foi aprovada a entrada da Venezuela no bloco,

    foi recusada a admisso dos pases da Aliana do Pacfico (Chile, Colmbia,

    Peru e Mxico), sob a argumentao de eles serem considerados neoliberais.

    Comentrios

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    40

    A assertiva C est errada. Tenham cuidado com este tipo de questo.

    Chile, Colmbia e Mxico so pases neoliberais, somente o Peru de

    esquerda. Corre-se, ento, o risco de considerar a questo como certa, por

    conter um dado verdadeiro. Os pases que compem a Aliana do Pacfico

    uniram-se com o objetivo de dar plena liberdade s suas empresas e aos seus

    215 milhes de habitantes para transitar, estudar, trabalhar, movimentar

    capitais e fazer negcios sem precisar de licena prvia dos governos locais.

    Na prtica, a Aliana do Pacfico um novo bloco poltico e econmico capaz de

    rivalizar com o MERCOSUL, distanciando-se dele.

    ___X___

    Bom, pessoal, ficaremos por aqui, desejo a todos vocs uma excelente semana

    Lembrem-se que, qualquer dvida ou comentrio, no se acanhem em utilizar

    o frum! ;)

    Um forte abrao e at a prxima

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    41

    LISTA DE QUESTES

    1-(CESPE/TRE-RJ/2012) A respeito do Mercado Comum do Sul

    (MERCOSUL) e das dificuldades que esse bloco ainda encontra para se

    consolidar, julgue os prximos itens.

    a) A dependncia do Brasil em relao ao MERCOSUL crescente, haja vista

    que as exportaes para esse bloco mais do que dobraram entre janeiro e

    junho de 2012, quando comparadas com os mesmos meses de 2011.

    b) A aprovao da entrada da Venezuela no MERCOSUL se deu depois de

    recente crise poltica ocorrida no Paraguai.

    c) Na mesma reunio em que foi aprovada a entrada da Venezuela no bloco,

    foi recusada a admisso dos pases da Aliana do Pacfico (Chile, Colmbia,

    Peru e Mxico), sob a argumentao de eles serem considerados neoliberais.

    2(CESGRANRIO/CEF/2012-Advogado) O mundo no vai acabar em

    2012. Que pena!, diro os cnicos. Mas, para aqueles que so, em

    variados graus, mais otimistas, 2012 ser um ano de atos de

    equilibrismo. A Primavera rabe vai tornar-se outro vero.

    SUU KYI, A. Um senso de equilbrio. The economist/ Revista Carta

    Capital, So Paulo: Confiana. O mundo em 2012, n. 677, jan./fev.

    2012, p.86.

    A expresso Primavera rabe, empregada no texto, refere-se aos

    levantes polticos de 2011 ocorridos majoritariamente no

    (A) norte da frica

    (B) sudeste da frica

    (C) sudeste da sia

    (D) nordeste da sia

    (E) centro-sul da Europa

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    3) (FCC/APOFP / 2010/adaptada) A presidente da Argentina, Cristina

    Kirchner, em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o

    cancelamento da classificao de segurana (confidencial) a toda

    informao e documentao vinculada com as operaes das Foras

    Armadas durante o perodo de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas

    ao "conflito blico no Atlntico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer

    outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do

    retorno da democracia, no possvel continuar aceitando a falta de

    acesso informao e documentao, sob pretexto de segredo de

    Estado ou qualquer definio de segurana que impea o

    conhecimento da histria recente.

    (OESP, 7/1/2010, adaptado)

    Tendo o texto acima como referncia inicial e considerando as mltiplas implicaes do tema por ele abordado, julgue os itens subsequentes.

    a) A classificao de confidencial, aplicada a "toda informao e

    documentao, vinculada com as operaes das Foras Armadas"

    durante o perodo de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia

    apenas os crimes comuns praticados por militares.

    b) A abertura dos arquivos permitir conhecer toda a documentao

    referente atuao das Foras Armadas da Argentina, no perodo

    indicado, relativas ao confronto com a Inglaterra pela soberania nas

    Ilhas Malvinas.

    c) A medida diz respeito s informaes e documentao sobre

    violaes dos direitos humanos durante os anos da ditadura militar na

    Argentina, apontada por historiadores como uma das mais violentas na

    Amrica Latina na dcada de 1970.

    d) As Foras Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner,

    j haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a

    transio para a democracia na Argentina.

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    e) O conhecimento do passado recente argentino no supe

    necessariamente a abertura dos arquivos das Foras Armadas, pois

    todos os acusados de crimes durante a ditadura militar j foram

    julgados e os desaparecidos, encontrados.

    4 (ESAF/MCTI/2012 -adaptada) Muitos acontecimentos, ao longo de

    2011, podem ser classificados como histricos, seja pelo impacto que

    causaram, seja pelas repercusses que ainda podem se desdobrar por

    muito tempo. A respeito desse fato a chamada Primavera rabe, cujo

    ponto de partida foi o solitrio gesto de um homem comum ao se

    imolar, representou o caminho sem volta dos pases rabes em direo

    democracia laica ocidentalizada.

    5 (CESPE/TJ/AL-2012/adaptada) A Primavera rabe caracterizou-se

    por uma srie de manifestaes e revoltas populares contra os

    regimes polticos ditatoriais de pases do norte da frica e do Oriente

    Mdio. Acerca desse processo poltico e de suas consequncias, julgue

    os itens seguintes:

    a)Na Tunsia, os protestos se transformaram em uma guerra civil no

    declarada que j causou a morte de milhares de pessoas.

    b)Em Israel, a maioria da populao rabe busca, por meio de uma

    nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de direitos.

    c) Na Lbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou com a

    destituio do general Muammar Kaddafi do poder e a diviso do

    territrio do pas entre os diversos grupos rebeldes.

    d) Na Sria, as manifestaes populares resultaram na convocao de

    eleies livres e democrticas no 1. semestre de 2012.

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    e)No Egito, as eleies populares foram vencidas pelo candidato da

    Irmandade Muulmana, uma organizao poltica de inspirao

    religiosa.

    6) (IBFC/Analista de Promotoria I Assistente Social MP-SP /2011

    /adaptada) O presidente da Tunsia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou

    em 14 de janeiro de 2011 aps um ms de violentos protestos contra o

    governo. Ele estava h 23 anos no poder. Foi a primeira vez que um

    lder rabe foi deposto por fora de movimentos populares.

    Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

    Acerca do movimento que resultou na renncia e priso do ex lder tunisiano,

    julgues os itens subsequentes:

    a) Os protestos na Tunsia comearam aps um jovem de 26 anos ter

    ateado fogo em seu corpo aps ser impedido pela polcia de vender

    frutas e legumes em uma barraca de rua.

    b) Os protestos foram motivados pela no adeso da Tunsia Liga

    rabe, principal instituio poltica supranacional do mundo islmico.

    c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela

    fraude ocorrida nas eleies nacionais em dezembro de 2010.

    d) A Tunsia era o nico pas islmico a ter um regime poltico

    ditatorial, o que gerou insatisfao popular e, consequentemente, os

    protestos que derrubaram o presidente.

    7) (IBFC / Analista de Promotoria I Assistente Social MP-

    SP/2011/adaptada) Em relao aos desdobramentos e consequncias

    dos protestos tunisianos a outros pases da frica do Norte e do

    Oriente Mdio, julgue os itens subsequentes:

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    45

    a)A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,

    resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim

    como seu colega tunisiano, tambm estavam h dcadas no poder.

    b) Os principais desdobramentos e consequncias do acontecido na

    Tunsia foram relacionados tambm queda do presidente egpcio e de

    uma onda de protestos contra o ditador Lbio Muammar Gaddafi,

    resultando em uma violenta e sangrenta guerra civil na Lbia.

    c) Os acontecimentos foram abafados em outros pases rabes pela

    Liga rabe a fim de conter a queda nos preos do barril do petrleo.

    d) As consequncias dos protestos na Tunsia chegaram at a

    Palestina, onde os grupos islmicos deste pas (Hamas e Fatah) se

    uniram contra o domnio israelense.

    8) (CESPE / Todos os Cargos Seger ES / 2011/adaptada) A

    exploso de revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de

    Hosni Mubarak, no incio de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser

    este um dos poucos pases rabes que no se democratizaram

    plenamente ao longo do sculo XX.

    9) (FCC/Escriturrio-Banco do Brasil/2011/adaptada) Ativistas

    egpcios usam Facebook e outras ferramentas da Internet para

    organizar marchas pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes

    entraram ontem [27/01] em confronto com a tropa de choque da

    polcia egpcia no centro do Cairo. Trs pessoas dois manifestantes e

    um policial morreram.

    (O Estado de So Paulo, 28/01/2011, p. A8)

    Os protestos no Egito tinham como principal causa o regime repressivo

    do presidente, no poder h trs dcadas.

    10) (IBFC/Oficial de Promotoria I MP-SP / 2011/adaptada)

    Muammar Gaddafi considerado um dos piores ditadores do mundo.

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    Ele no hesitou em usar as Foras Armadas em represso aos

    protestos iniciados em fevereiro de 2011. Em relao ao ditador

    descrito anteriormente, julgue os itens subsequentes:

    a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunsia, no poder aps

    golpe militar (apoiado pela antiga URSS) na dcada de 1970.

    b) Gaddafi est h 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o

    poder na Lbia.

    c) Mesmo aps a represso, o povo egpcio conseguiu derrubar Gaddafi

    do poder e hoje o Egito governado por uma equipe de transio at

    as novas eleies, marcadas para novembro de 2011.

    d) Alado de forma democrtica ao poder na dcada de 1980, Gaddafi

    vem, atravs de sucessivas reeleies, mantendo-se no poder, algo

    que considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de

    ditadura.

    11(CESPE-TRE/RJ -2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos recentes conflitos ocorridos na Sria. a) A crise poltica da Sria movida basicamente por questes

    religiosas, muito em virtude de a Sria ser o nico pas rabe cuja

    maioria da populao crist.

    b) Ao contrrio de outros pases da regio, a Sria uma ditadura

    militar cujo governante-mor, Bashar Assad, foi o responsvel pela

    introduo da sharia, a lei islmica, razo pela qual foi instaurada a

    revolta das minorias religiosas do pas.

    c) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-se

    politicamente em uma ideologia de nacionalismo pan-rabe e de

    oposio a Israel.

    d)Um dos aliados do governo Srio a Rssia, grande fornecedora de

    armas para esse governo.

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    GABARITO

    1. A- ERRADA

    B- CERTA

    C- ERRADA

    2. A- CERTA

    3. A- ERRADA

    B- ERRADA

    C- CERTA

    D- ERRADA

    E- ERRADA

    4. ERRADA

    5. A- ERRADA

    B- ERRADA

    C- ERRADA

    D ERRADA

    E- CERTA

    6. A- CERTA

    B- ERRADA

    C- ERRADA

    D- ERRADA

    7. A- ERRADA

    B- CERTA

    C- ERRADA

    D- ERRADA

    8. ERRADA

    9. CERTA

    10. A- ERRADA

    B- CERTA

    C- ERRADA

    D- ERRADA

    11. A-ERRADA

    B- ERRADA

    C- CERTA

    D- CERTA

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