Aula 02 - portaldeacessibilidade.rs.gov.br · -A gestão pública: a sociedade participa dos...

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Mini-Curso Aula 02 1

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Mini-CursoAula 02

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AudiodescriçãoCONSTRUÇÃO POLÍTICA E SOCIAL

• As pessoas com deficiência viveram momentos de extermínio (em Esparta e nos campos

de concentração nazistas);

•Momentos de segregação (nos asilos, na Idade Média);

•Momentos de integração (entre as décadas de 50 e 80, aproximadamente, nas salas

especiais das escolas, por exemplo);

•Atualmente: inclusão – desde a década de 90, aproximadamente.

RECAPITULANDO

CID (1980)

Classificação Internacional de Doenças e Deficiências (modelo clínico-médico)

CIF (2001)

Classificação Internacional de Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde (modelo social – contexto)

Convenção da ONU (2006)

Estudos sobre Deficiência

RECAPITULANDO

Dados – Censo IBGE 2010 - Brasil

População total População com deficiência

190.755.799 (100,0%) 45.623.910 (23,9%)

Tipos de Deficiência Números no Brasil

Deficiência Visual 35.791.488

Deficiência Mental/Intelectual 2.617.025

Deficiência Motora 13.273.969

Deficiência Auditiva 9.722.163

Rio Grande do Sul – 2,5 milhões de pessoas com deficiência

Segundo o Censo 2010, havia 20,5 milhões de idosos ou 10,8% da população.

•A prevalência de deficiência visual severa (3,4%) é decomposta em 2,4% napopulação até 59 anos e 12,0% entre idosos.

•A prevalência de deficiência auditiva severa (1,1%) é decomposta em 0,6% napop. < 59 anos e 5,2% entre idosos.

•Projeção para 2030 é de 40,5 milhões de pessoas idosas ou 18,7% dapopulação — uma taxa de crescimento anual de 3,78%, enquanto a populaçãototal crescerá somente 0,57%.

O que são Políticas Públicas?

Demandas sociais...

Conciliação...

RECAPITULANDO

Políticas Públicas

O conjunto de decisões e ações de um governo parasolucionar problemas que em um dado momento oscidadãos e o próprio governo de uma comunidade políticaconsideram prioritários ou de interesse público [..].

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RECAPITULANDO

• O que define o caráter público nas políticas públicas?

- A origem dos recursos: a fonte dos fundos públicos é a sociedade;

- A finalidade pública: sanar problemas públicos, que dizem respeito a

toda a sociedade ou que resultem em benefícios para toda a

sociedade;

RECAPITULANDO

- O acesso público: as “regras do jogo” são de conhecimento

público;

- A gestão pública: a sociedade participa dos processos de

planejamento, execução e controle;

- A responsabilidade da execução pública: dever do estado e

direito do cidadão.

RECAPITULANDO

EXEMPLO

Disque 100 - 2015

Saúde e Proteção social - 32%

Acessibilidade - 16%

Educação - 12%

Trabalho - 10%

Esporte cultura e lazer - 4%

III Conferência

EXEMPLO

Conferência Propostas Audiodescrição

I Conferência (2006) 265 0

II Conferência (2008) 54 2

III Conferência (2012) 399 - 10 propostas- 4 eixos

IV Conferência 89 propostas132 ações estratégicas9 moções

- 01 ação estratégica- 01 moção

EXEMPLO

Linha do Tempo – Marco Legal e Políticas Públicas1988 – Constituição Federal

1989 – Política Nacional de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

1991 – Lei de Cotas para Pessoa com Deficiência

1999 – Criação do CONADE

2000 – Leis da Acessibilidade

2003 – Política Nacional da Saúde da Pessoa com Deficiência

2004 – Decreto 5.296/2004

2006 – I Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência

RECAPITULANDO

Linha do Tempo – Marco Legal e Políticas Públicas2007 – Agenda Social – Pessoa com Deficiência

2007 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

2007 – Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência

2008 – II Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência

2012 – III Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência

2008 – Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana

2009 – Programa Turismo Acessível

2011 – Plano Viver sem Limite

2012 – Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista

2013 – Aposentadoria Especial da Pessoa com Deficiência

2015 – Lei Brasileira da Inclusão – Estatuto da Pessoa com Deficiência

RECAPITULANDO

E a Audiodescrição???

COMUNICACIONALACESSIBILIDADE

DESAFIOS!!! RECAPITULANDO

A audiodescrição é parte deste cenário de construção política. Elavem sendo estabelecida e afirmando-se no contexto das políticaspúblicas a partir dos documentos normativos, teses, dissertações,mas também, e de forma bastante significativa, pela ação dossujeitos na compreensão de que para além de um recurso, é umdireito, e assim, merece ser disputado.

Linha do Tempo – Marco Legal da Audiodescrição

2000 – Leis da Acessibilidade (Leis nº 10.048 e 10.098/2000)

2004 – Decreto nº 5.296/2004

2005 – Decreto nº 5.371/ 2005

2005 – ABNT NBR 15290/2005

2005 – Decreto 5.645/2005

2006 – Portaria nº 310/2006 Ministério das Comunicações

2008 – Portaria nº 466/2008 Ministério das Comunicações

2010 – Portaria nº 188/2010 Ministério das Comunicações

2012 – Nota Técnica nº 21/2012 Ministério da Educação

2014 – Instrução Normativa nº 116/2014 da Ancine

2015 – Consulta Pública nº 18/2015 ANATEL

2015 – Lei Brasileira da Inclusão (Lei nº 13.146/2015)2016 –Consulta Pública Ancine

Lei 10.098/2000

Estabelece normas gerais e critérios básicospara a promoção da acessibilidade daspessoas portadoras de deficiência ou commobilidade reduzida, e dá outrasprovidências.

Lei 10.098/2000Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as seguintes definições: ...II –barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, aliberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas, classificadasem:...d) barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo quedificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens porintermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa;

Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras na comunicaçãoe estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessíveis ossistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de deficiênciasensorial e com dificuldade de comunicação, para garantir-lhes o direito deacesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, àcultura, ao esporte e ao lazer;

Decreto nº 5.296/2004Regulamenta as Leis Nºs 10.048, de 8 de novembro de2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas queespecifica, e 10.098, de 9 de dezembro de 2000, queestabelece normas gerais e critérios básicos para apromoção da acessibilidade das pessoas portadoras dedeficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outrasprovidências.

Decreto nº 5.296/2004Em seu artigo 52 determinou a adaptação dos aparelhos televisoresde modo a poderem ser utilizados por pessoas com deficiência e oartigo 53 atribuiu à Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL)a competência para regulamentar as questões referentes àacessibilidade na programação veiculada pelas emissoras detelevisão, entre elas: closed caption ou legenda oculta,audiodescrição e janela para intérprete de Língua Brasileira de Sinais(LIBRAS)

Decreto nº 5.371/2005

Reformulou e estabeleceu as competências do Ministério dasComunicações e da ANATEL, no que se refere aos serviços detransmissão e retransmissão da programação de televisão, o queexigiu assim que o artigo 53 do Decreto 5.296 também fossereformulado.

Decreto nº 5.645, que deu nova redação ao Artigo 53 do Decreto nº5.296, atribuindo ao Ministério das Comunicações aresponsabilidade pela regulamentação das diretrizes deacessibilidade na programação das emissoras de televisão, bemcomo estabeleceu prazo de 120 dias para a publicação dessasdiretrizes, ficando assim compatível com as novas determinaçõesestabelecidas pelo Decreto nº 5.371.

Art. 53 Os procedimentos a serem observados para implementação do plano de medidas técnicas previstos no Art. 19 da Lei Nº 10.098, de 2000., serão regulamentados, em norma complementar, pelo Ministério das Comunicações. (Redação dada pelo Decreto Nº 5.645, de 2005)

Decreto nº 5.645/2005

Lei nº 12.527/2011 - LAIArt. 8º...

VIII – adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade deconteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Leinº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da Convençãosobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo DecretoLegislativo no 186, de 9 de julho de 2008.

Instrução Normativa nº 116/2014Agência Nacional do Cinema (ANCINE)

Todos os projetos de produção audiovisual financiados comrecursos públicos federais geridos pela ANCINE deverãocontemplar nos seus orçamentos serviços de legendagemdescritiva, audiodescrição e LIBRAS – Língua Brasileira deSinais.

Regulamento Geral de Acessibilidade - AnatelEste Regulamento tem como objetivo estabelecer regras parapropiciar às pessoas com deficiência a fruição de serviços detelecomunicações e a utilização de equipamentos detelecomunicações em igualdade de oportunidades com as demaispessoas, por meio da supressão das barreiras à comunicação e àinformação.

III - Audiodescrição: é a narração, em língua portuguesa, integrada ao som original da obra audiovisual, contendo descrições de sons e elementos visuais e quaisquer informações adicionais que sejam relevantes para possibilitar a melhor compreensão desta por pessoas com deficiência visual e intelectual.

Regulamento Geral de Acessibilidade - Anatel

Consulta Pública AncineMinuta de Instrução Normativa que dispõe sobre as normas geraise critérios básicos de acessibilidade visual e auditiva a seremobservados nos segmentos de distribuição e exibiçãocinematográfica

http://www.ancine.gov.br/consultas-disponiveis

O conceito de Desenho Universal tem como pressupostos:

equiparação nas possibilidades de uso;

flexibilidade no uso;

uso simples e intuitivo;

captação da informação;

tolerância para o erro;

dimensão e espaço para uso e interação.

Desenho Universal

Acessibilidade à informação e à comunicação

Condições de utilização, percepção, compreensão e pleno usufruto de serviçosde informação e comunicação, bem como de bens, obras e produtos, onde éassegurada a remoção de qualquer entrave ou barreira que dificulte ou impeça aplena fruição da informação e da comunicação, respeitando-se os princípios dodesenho universal.

Está inserida mesmo dentro da TraduçãoAudiovisual (TAV), junto com a legendagem,a dublagem, o voice-over e a interpretação.

Acessibilidade Comunicacional

Closed Caption - ou legenda oculta - é um sistema de transmissão de legendasdaquilo que está sendo falado em um programa de televisão em tempo real.Essas legendas podem ser reproduzidas por um televisor que possua essafunção ativada.

Estenotipia - em caso de eventos, o estenotipista faz o registro em tempo real,com sincronização do áudio com o texto, no local do evento ou remotamente. Éopcional a utilização de telões/monitores para acompanhamento de texto emlugares distintos do local do evento.

Há 20 anos, a estenotipia era usada somente no Tribunal de Justiça de SãoPaulo, de acordo com Wagner Medici, fundador da Steno do Brasil, empresapioneira em Closet Caption (CC) ao vivo no Brasil.

Protagonismo

LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002: Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências.

DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005: Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.

Lei Nº12.319 de 1º de setembro de 2010: Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Conquistas recentes...

1. Curso de Audiodescrição – UFJF (2013)

2. INSTRUÇÃO NORMATIVA 116/2014

ANCINE

3. Portaria 269/2015 INMETRO

4. Revisão da NBR 9050/2015 da ABNT

5. Resolução 585/2015 CONTRAN (LIBRAS)

6. Consulta Pública nº 18/2015 ANATEL -

Regulamento Geral de Acessibilidade em

Serviços de Telecomunicações de interesse

coletivo

Lei Brasileira da Inclusão (Lei 13.146/2015)Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem permitir o usodos seguintes recursos, entre outros:

I - subtitulação por meio de legenda oculta;

II - janela com intérprete da Libras;

III - audiodescrição.

Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria com organizaçõesda sociedade civil, promover a capacitação de tradutores e intérpretes da Libras,de guias intérpretes e de profissionais habilitados em Braille, audiodescrição,estenotipia e legendagem.

Audiodescrição InformalA audiodescrição traz a formalidade para algo que era, anteriormente, feitoinformalmente, graças à sensibilidade e boa vontade de alguns. Isso acontece eacontecia, quando as pessoas com deficiência visual mais curiosas começavam afazer perguntas, tirar dúvidas, durante o filme, peças de teatro e outros tipos deespetáculo.

Entretanto, nem todas as pessoas que os acompanham estão preparadas paraprestar esse tipo de serviço, e, além disso, essas pessoas também queremassistir o filme ou espetáculo e, ter que dar informações adicionais, pode fazercom que a pessoa perca o fio da meada, deixe de entender determinadas coisase cenas.

Audiodescrição é a arte de transformar imagens

em palavras o que abre uma janela para o mundo

para as pessoas com deficiência visual.

Recurso de acessibilidade comunicacional que consistena tradução de imagens em palavras por meio detécnicas e habilidades, aplicadas com o objetivo deproporcionar uma narração descritiva em áudio, paraampliação do entendimento de imagens estáticas oudinâmicas, textos e origem de sons nãocontextualizados, especialmente sem o uso da visão.

Audiodescrição – o que é

descrição

É a arte de transformar aquilo que é visto no que é

ouvido. É o visual transformado em verbal.

Audiodescrição – o que é

É a descrição de cenários, roupas, expressão

facial, linguagem corporal, entrada e saída de

personagens, utilizada em televisão, filmes,

peças de teatro, museus e exposições, games

para dar informação a pessoas cegas ou

com baixa visão, permitindo que essas pessoas

entendam verdadeiramente o que assistem.

Audiodescrição – o que é

A audiodescrição é um recurso de acessibilidade que amplia o entendimento das pessoas com deficiênciavisual em eventos culturais, gravados ou ao vivo, como: peças de teatro, programas de TV, exposições,mostras, musicais, óperas, desfiles e espetáculos de dança; eventos turísticos, esportivos, pedagógicos ecientíficos tais como aulas, seminários, congressos, palestras, feiras e outros, por meio de informação sonora.É uma atividade de mediação linguística, uma modalidade de tradução intersemiótica, que transforma ovisual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para ainclusão cultural, social e escolar. Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia tambémo entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos. (MOTTA e ROMEU FILHO, 2010:11)

Audiodescrição – o que é

“Audiodescrição é um tipo de informação em forma de traduçãode imagens em palavras; Da mesma forma, a legendagem para surdos é umatradução da linguagem falada, presente no texto audiovisual, uma línguaescrita com certas restrições ou adaptações que fazem um tipo específicode texto. Portanto, o campo científico da tradução einterpretação precisa começar a trabalhar e começar a estudar este fenômenoemergente e transformá-lo em um objeto de prioridade de estudo.”(JIMMENEZ-HURTADO, 2010: 14)

Audiodescrição – o que é

Narração descritiva em voz de sons e elementos visuais-chave –movimentos,vestuário, gestos, expressões faciais, mudanças de cena, textos e imagens queapareçam na tela, sons ou ruídos não literais – desapercebidos ouincompreensíveis sem o uso da visão. (NBR 15290/2005)

Audiodescrição – o que é

HistóriaComo uma atividade formal, ligada às artes visuais e ao entretenimento,entretanto, a audiodescrição é algo bem mais recente, tendo início nos anos 80nos Estados Unidos e Inglaterra.

Audiodescrição no Teatro - Estados Unidos e Inglaterra.

Nos Estados Unidos, teve início em 1981, em Washington DC, no Arena StageTheater, como resultado do trabalho de Margaret e Cody Pfanstiehl. Elesfundaram um serviço de audiodescrição que promoveu a descrição de peças deteatro e, até o final dos anos 80, mas de 50 casas de espetáculo já tinham emsua programação algumas apresentações com descrição.

HistóriaA primeira vez que a audiodescrição apareceu formalmente descrita como tal, foi na tese depós-graduação “Master of Arts”, apresentada na Universidade de São Francisco pelo norte-americano Gregory Frazier, em 1975. Uma série de estudos começaram a ser feitos e osresultados favoráveis que foram sendo comprovados nessas primeiras experiências fizeram comque a técnica se desenvolvesse em teatros, museus e cinemas dos Estados Unidos durante adécada de 80. O encontro de Frazier comAugust Copolla facilitou a divulgação daaudiodescrição pela América do Norte.

HistóriaEm 1989 a audiodescrição foi realizada em alguns filmes do Festival de Cannes. Rapidamente, atécnica se estendeu por alguns países da Europa, principalmente no Reino Unido, que primeiroexperimentou inserir a audiodescrição na televisão. Essa experiência ficou conhecidacomo“Descriptive Video Service”. Graças ao êxito deste programa pioneiro, outras experiênciasforam estimuladas, como por exemplo, no Canal Network.

Em 1992, surgiu o Projeto Audetel, uma iniciativa britânica coordenada pelo Royal NationalInstitute for the Blind, que se dedica a investigar os requisitos técnicos necessários para aincorporação da audiodescrição nas emissoras de televisão.

HistóriaNa Espanha, a partir de 1991, foi desenvolvido o sistema Sonocine, que permitiu que as pessoascom deficiência visual seguissem a audiodescrição dos filmes exibidos na televisão através deum canal de rádio especialmente habilitado. Os canais TVE e La 2 colocaram em prática essaexperiência por algum tempo. Hoje, somente o Canal Surainda utiliza este sistema.

Em 1993, a Fundação ONCE, uma organização espanhola para a cooperação e integração socialde pessoas com deficiência, começou um programa de investigação e pesquisa emaudiodescrição, que culminou com a publicação da norma UNE 153020, intitulada:Audiodescripciónpara personas con discapacidad visual . Requisitos para la audiodescripción yelaboración de audioguías.

HistóriaNa Inglaterra, essa prática data também dos anos 80, tendo início em umpequeno teatro chamado Robin Hood, em Averham, Nottinghamshire, onde asprimeiras peças foram narradas. Um dos mantenedores do teatro, Norman King,ficou tão impressionado com os benefícios das descrições, que incentivou aCompanhia de Teatro Real of Windsor a introduzir esse serviço em umaabrangência maior. Instalaram, então, o equipamento para a transmissãosimultânea para a audiência no Teatro Real, em fevereiro de 1988, com a peça"Stepping Out". Hoje, há 40 teatros no Reino Unido que oferecem,regularmente, apresentações com audiodescrição. É o país líder nesse setor,seguido pela França, com 5 teatros.

HistóriaAudiodescrição no Teatro Brasileiro.

No Brasil, a primeira peça comercial a contar com o recurso de audiodescriçãofoi "O Andaime", no Teatro Vivo, em março 2007. A segunda peça comaudiodescrição, "A Graça da Vida", estreou em junho do mesmo ano, tambémno Teatro Vivo. O teatro dispõe de aparelhos de tradução simultânea e aaudiodescrição é feita pelos voluntários do Instituto Vivo.

HistóriaAudiodescrição na Natureza - Grupo Terra.

O projeto de inclusão cultural, que deu origem a este trabalho, foi elaborado pormim e por Isabela Abreu, ambas integrantes do Grupo Terra, ONG cujo objetivoé a inclusão social das pessoas com deficiência visual, pelo contato com anatureza. Foi nas atividades promovidas pelo Grupo Terra, passeios para lugaresde extrema beleza, com estreito contato com a natureza, que pudemos percebera necessidade de descrever as paisagens para as pessoas com deficiência visual,podendo, então, constatar a importância da descrição para uma participaçãomais plena nas atividades sociais e culturais, enfatizando o seu uso como práticanos passeios.

HistóriaAudiodescrição no Cinema.

Também o cinema vem se beneficiando com a audiodescrição em vários paíseseuropeus. No Reino Unido, Chapter Arts Center, em Cardiff, foi o primeiro afazer uso do recurso com tradutores ao vivo. Na França, a Fundação ValentinHaüy também começou a oferecer esses serviços. Na Europa e nos EstadosUnidos, já são muitos os filmes que contam com o recurso.

HistóriaAudiodescrição no Cinema - Brasil.

No Brasil, o primeiro filme, no circuito comercial, com audiodescrição foi "Irmãos de Fé", doPadre Marcelo, lançado em 2005. Outras iniciativas têm sido feitas, como o Clube do Silêncio,em Porto Alegre, que produziu alguns filmes curta-metragem com audiodescrição, além detrabalhos de pesquisadores, como a professora Dra. Eliana Franco, da Universidade Federal daBahia, e o professor Dr. Francisco Lima, da Universidade Federal de Pernambuco. Ambos têmfeito trabalhos importantes sobre a audiodescrição, sendo que a primeira com filmes e osegundo com mapas e recursos didáticos.

Também o festival internacional de filmes sobre deficiência, o Festival Assim Vivemos ,produzido por Lara Pozzobon, que acontece no Rio de Janeiro e em Brasília**, nas salas do CCBB- Centro Cultural Banco do Brasil - oferece acessibilidade para pessoas com deficiência visual eauditiva em todos os filmes desde 2003. Graciela Pozzobon, atriz, é responsável pelaaudiodescrição em todos os filmes do festival.

HistóriaAudiodescrição na Televisão.

Na televisão, o primeiro episódio envolvendo a audiodescrição aconteceu em1983, na rede japonesa NTV. Nos anos 80, algumas experiências também foramfeitas na Espanha, mas foi nos Estados Unidos que a audiodescrição decoloucom programação produzida desde 1990 pela Media Access Group, oDescriptiveVideo Service.

Esse serviço é patrocinado por doações e fundações, produzindo cerca de 6 a 10horas de programação com audiodescrição por semana, que fica disponível em50% das residências nos Estados Unidos. Estas transmissões são possíveis devidoà presença de um canal secundário de áudio, a tecla SAP (secondary audioprogramme).

- Pessoas cegas

- Pessoas com baixa visão

- Dislexos

- Pessoas com Deficiência Intelectual

- Pessoas com dificuldade de aprendizagem

Audiodescrição – Para quem é?

350.000

Audiodescrição – benefícios

• Acesso à informação e à cultura;

• Entendimento maior dos programas de tv, filmes

e peças de teatro, exposições e mostras, games;

• Independência e autonomia.

• Instrumento de inclusão

Formação crítica e cidadã do indivíduo

com deficiência visual

Audiodescrição – benefícios

• Com este recurso é possível conhecer cenários, figurinos,

expressões faciais, linguagem corporal, entrada e saída de

personagens de cena, bem como outros tipos de ação,

utilizados em televisão, cinema, teatro, museus e

exposições.

• Desta forma, as pessoas com deficiência visual poderão

frequentar sessões de cinema, ir ao teatro e a outros

espetáculos, visitar museus, exposições e mostras,

atividades que, geralmente, não fazem parte do cotidiano

destas pessoas; em primeiro lugar porque são artes que

exploram os recursos visuais tanto na cenografia como na

caracterização dos personagens e da época.

Audiodescrição – benefícios

•Em segundo, porque a sociedade, em geral, impede o

acesso das pessoas com deficiência a determinados

espaços, confinando-as a conviver com seus pares em

espaços especialmente destinados a elas, como as escolas

especiais.

• Ainda é pequeno o número de ações que visam

possibilitar o acesso das pessoas com deficiência a todas

as atividades da vida diária, incluindo aqui as atividades

sociais e culturais.

• mais compreensão também para idosos,

pessoas com dificuldade de

entendimento, com algum déficit

cognitivo, disléxicos;

• mais compreensão para pessoas que

querem fazer outras tarefas enquanto

assistem a filmes ou programas (tricotar,

cozinhar, passar, ler o jornal).

audiodescrição – benefícios para outras pessoasAudiodescrição – benefícios para outras pessoas

• desenvolvimento da observação,

objetividade, poder de síntese,

fluência verbal e da linguagem;

• oportunidade de trabalho.

audiodescrição – benefícios para quem descreveAudiodescrição – benefícios para quem descreve

O profissional...Audiodescritor consultor

Profissional que realiza a revisão e adequação do roteiro e da narração da audiodescrição com formação técnica adequada.

Audiodescritor narrador

Profissional que realiza a narração do roteiro da audiodescrição

Audiodescritor roteirista

Profissional que elabora o roteiro da audiodescrição, com formação técnica adequadaequada. Convém que seja um profissional com deficiência visual

São algumas atribuições do audiodescritor

a) pesquisar e analisar previamente o assunto a ser audiodescrito;

b) adequar a terminologia e a linguagem, bem como todas as informações relativas à obra e pertinentes

à audiodescrição;

c) elaborar a nota introdutória;

d) elaborar o roteiro.

Parcerias...

Audiodescritores

Profissionais da Comunicação

Profissionais das áreas de áudio-visual (cinema, TV, Teatro)

Pessoas com Deficiência

Gestores

Iniciativa privada

Nota IntrodutóriaDeve ser lida antes de qualquer evento, incluindo descrições que, por falta de tempo hábil, não possam ser fornecidas no decorrer do evento. Devem conter:

a) descrição do ambiente e da localização de recursos e serviços disponíveis;

b) detalhamento e complementação dos procedimentos de segurança para situações de emergência;

c) breve explicação sobre o processo e a relevância da audiodescrição;

d) créditos e patrocinadores;

e) características físicas dos personagens, papéis que desempenham, vestimentas, quaisquer gestos ou maneirismos que usem repetidamente durante o evento;

f) cenários;

g) definição de estilos e terminologias usados na performance;

h) descrição da audiência, bem como registro de presença de autoridades, pessoas famosas

e conhecidas da comunidade.

Roteiro

O roteiro da audiodescrição é formado por unidades descritivas que devemser introduzidas em momentos especificados, com base nesta Norma. Apóselaborado o roteiro, é recomendada sua avaliação por um audiodescritorconsultor. No roteiro de audiodescrição deve ser aplicada a regra espaço-temporal, de modo a privilegiar os seguintes elementos: o que, quem, como,onde, quando – não necessariamente nessa ordem – que incluam a descriçãoda ação, personagens, cenários, gestos, expressões, enquadramento de cenae outros dados plásticos contidos nas imagens.

Programas gravados

Para elaboração do roteiro da audiodescrição de programas de TV gravados, oaudiodescritor roteirista deve acompanhar a gravação e pós-produção dosprogramas.

Em programas gravados, com pouco entre a finalização e a veiculação, quandonão há tempo hábil para a gravação e mixagem da trilha de audiodescrição, énecessário que o audiodescritor acompanhe a gravação e a pós-produção, paraelaboração do roteiro da audiodescrição que pode ser veiculada ao vivo.

A trilha de audiodescrição deve acompanhar a edição final do programagravado.

Onde é aplicada?Atividades Culturais, Acadêmicas e Sociais...

Onde houver necessidade de igualdade de oportunidades...

Há barreiras no ambiente?

Cinema / Televisão

Teatro

Circo

Musicais

Palestras

Sala de Aula

Casamentos

Revistas em Quadrinhos

Esporte (Futebol)

Trilhas

Reuniões

Seminários

Conferências

Atividades religiosas

Sites

Museus

Descrevendo Fotografias

Para fazer a leitura de uma fotografia, temos que prestar atenção a algunsaspectos tais como:

o objeto fotografado (o que/quem);

de onde foi fotografado (de onde, a que distância, de que ângulo);

como foi feito o enquadramento da câmera (como recortou o objeto, a pessoaou a cena);

o espaço e o tempo a que se refere (onde e quando);

composição: iluminação e os planos (primeiro plano, plano de fundo).

Fotografia de Pessoas1. A descrição de fotografias de pessoas deverá observar a seguinte ordem:

Gênero e faixa etária: homem, mulher, jovem, criança, garoto, garota, menino, menina, senhor,senhora, homem idoso, mulher idosa, homem de meia idade, mulher de meia idade.

Cor de pele: louro, moreno, negro, ruivo, oriental.

Estatura: alto, baixo, estatura mediana.

Peso: corpulento, esquelético, magro, musculoso, corpo atlético.

Olhos: cores (azuis, pretos, castanhos, verdes, cor de mel); formato (amendoados, grandes,puxados, pequenos).

Cabelos: cores (pretos, castanhos, louros, vermelhos, brancos, grisalhos); comprimento (longos, curtos, curtíssimos, na altura dos ombros) tipo/textura (encaracolados, lisos, anelados, ondulados, cacheados, espetados, armados, fartos, ralos).

Fotografia de PessoasBoca: lábios finos, lábios grossos.

Sobrancelhas: espessas, finas, grossas, arqueadas.

Nariz: afilado, arrebitado, grande, largo, adunco.

Trajes: vestido, saia, calça, blazer, terno, bermuda, shorts, colete, camiseta, jeans, vestido longo, capa, casaco, sobretudo, camisa de manga longa, cueca, calção de banho. Atenção para os trajes de época.

2. Não será necessário mencionar todas as características físicas, somente as mais marcantes.

3. Iniciar a descrição da seguinte maneira: fotografia colorida/em preto e branco, em primeiro plano (do peito para cima), em plano médio (da cintura para cima), em close, de .....(mencionar o nome do personagem). Ou: A fotografia em preto e branco mostra/retrata....

Fotografia de Pessoas4. Mencionar o enquadramento de câmera

5. Se não quiser mencionar o nome técnico, pode optar pela definição do plano.

5. Os trajes devem vir depois das características físicas.

6. Localizar onde a pessoa está e caracterizar o lugar, quando isso for possível.

Fotografia de PessoasEnquadramento da Câmera- Plano Americano: Mostra o personagem dos joelhos ou coxas para cima.

- Plano Médio: Mostra o personagem da cintura para cima.

- Primeiro Plano: Mostra o personagem do peito para cima.

- Primeiríssimo plano ou close-up: Mostra o rosto do personagem em destaque.

Descrição: fotografia colorida, em planomédio (da cintura para cima), deMarcello Antony, um homem de peleclara, alto, porte atlético, olhos verdes ecabelos castanhos ligeiramenteanelados, com expressão sorridente. Eleveste jaqueta de couro bege queimadosobre suéter cinza mescla de decote V.

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