Aula 04

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LÍNGUA PORTUGUESA INSS (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 4 (Ortografia. Semântica) Olá, pessoal! O assunto Ortografia inclui o uso da acentuação gráfica, a qual será vista no início de nossa aula. Você vai notar que esses assuntos são simples, não necessitando de tanta decoreba. Muitas palavras se repetem. Como esses temas aparecem mais no nível técnico, você perceberá algumas questões deste nível na aula. Bom, de antemão peço desculpas pela quantidade de questões, mas precisava ter certeza de que vocês estariam praticando bastante estes assuntos, para se evitar a decoreba. ACENTUAÇÃO GRÁFICA. Há dois tipos de acentuação das palavras: a tônica e a gráfica. Acentuação tônica As palavras podem ser átonas ou tônicas. Algumas preposições (“em”, “de”, “por”), os artigos, os pronomes oblíquos átonos (“o”, “me”, “nos”, se”) etc são palavras átonas. Já as palavras-chave de uma frase, como os substantivos, verbos, adjetivos, advérbios, são tônicas, isto é, possuem sílaba mais forte em relação às outras. Assim, quando a sílaba tônica de uma palavra é a última, é chamada de oxítona (ruim, ca, ji, alguém, anzol, condor). Quando a tonicidade recai na penúltima sílaba, é chamada de paroxítona (lar, planeta, rus, capa, jato, âmbar, fen). Quando a sílaba tônica é a antepenúltima, é chamada de proparoxítona (rrego, pula, trânsito, cara, dico). Com base na acentuação tônica, há a acentuação gráfica. Imagine por que ocorrem as regras de acentuação gráfica, vendo esta frase: Dona Delia, arquejava para o lado, empunhava a citara¹ e fazia um belo som ao fundo, enquanto o poeta, de renome entre a corte, citara² um pequeno recorte de seus preciosos versos. “Depois dele, quem mais citara³ coisa tão linda!”, exclamou Ambrozina, filha de Galdeco. 1. tara: instrumento musical; 2. citara: verbo “citar” no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo; 3. cita: verbo “citar” no futuro do presente do indicativo. Sem a acentuação gráfica nas ocorrências de “citara”, temos dificuldade de entender o texto acima, não é? A Língua Portuguesa já passou por tempos em que não havia a acentuação gráfica e isso fazia com que houvesse alguns problemas de interpretação dos textos da corte, das leis, das ordens. Língua Portuguesa para Analista do INSS (Teoria e exercícios)

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Aula 4

(Ortografia. Semântica)

Olá, pessoal!

O assunto Ortografia inclui o uso da acentuação gráfica, a qual será vista no início de nossa aula.

Você vai notar que esses assuntos são simples, não necessitando de tanta decoreba. Muitas palavras se repetem.

Como esses temas aparecem mais no nível técnico, você perceberá algumas questões deste nível na aula.

Bom, de antemão peço desculpas pela quantidade de questões, mas precisava ter certeza de que vocês estariam praticando bastante estes assuntos, para se evitar a decoreba.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA.

Há dois tipos de acentuação das palavras: a tônica e a gráfica.

Acentuação tônica

As palavras podem ser átonas ou tônicas. Algumas preposições (“em”, “de”, “por”), os artigos, os pronomes oblíquos átonos (“o”, “me”, “nos”, se”) etc são palavras átonas. Já as palavras-chave de uma frase, como os substantivos, verbos, adjetivos, advérbios, são tônicas, isto é, possuem sílaba mais forte em relação às outras. Assim, quando a sílaba tônica de uma palavra é a última, é chamada de oxítona (ruim, café, jiló, alguém, anzol, condor). Quando a tonicidade recai na penúltima sílaba, é chamada de paroxítona (dólar, planeta, vírus, capa, jato, âmbar, hífen). Quando a sílaba tônica é a antepenúltima, é chamada de proparoxítona (córrego, cúpula, trânsito, xícara, médico). Com base na acentuação tônica, há a acentuação gráfica. Imagine por que ocorrem as regras de acentuação gráfica, vendo esta frase:

Dona Delia, arquejava para o lado, empunhava a citara¹ e fazia um belo som ao fundo, enquanto o poeta, de renome entre a corte, citara² um pequeno recorte de seus preciosos versos. “Depois dele, quem mais citara³ coisa tão linda!”, exclamou Ambrozina, filha de Galdeco.

1. cítara: instrumento musical; 2. citara: verbo “citar” no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo; 3. citará: verbo “citar” no futuro do presente do indicativo.

Sem a acentuação gráfica nas ocorrências de “citara”, temos dificuldade de entender o texto acima, não é?

A Língua Portuguesa já passou por tempos em que não havia a acentuação gráfica e isso fazia com que houvesse alguns problemas de interpretação dos textos da corte, das leis, das ordens.

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Houve, portanto, necessidade de padronizar a linguagem de forma a ter mais clareza, disso resultaram as regras de acentuação gráfica.

A acentuação gráfica é a aplicação de sinais sobre algumas vogais de forma a representar a tonicidade da palavra. Esses sinais são basicamente os acentos agudo (´) e circunflexo (^).

Além desses, há ainda o acento grave (`), que é o indicador da crase; o trema (¨), o qual foi suprimido das palavras portuguesas ou aportuguesadas pela Reforma Ortográfica, exceto nos casos de derivados de nomes próprios: “mülleriano” (derivado de “Müller”); o til (~), o qual indica nasalização das vogais a e o.

As regras básicas nasceram da necesidade de padronização: Vamos estudá-las como foram geradas: do mais simples (tonicidade que

possui poucas regras) para o mais trabalhoso (tonicidade que possui mais regras).

Foi percebido no vocabulário da época que a menor quantidade de vocábulos tônicos se concentrava nas proparoxítonas. Por isso, todas são acentuadas: lâmpada, relâmpago, Atlântico, trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo, víssemos, flácido.

Assim, ficou mais fácil e prático. Depois, foi percebido que os monossílabos tônicos também tinham,

dentre o vocabulário da época, pouca quantidade de palavras e maior incidência das vogais “a”, “e”, “o”, podendo ficar no plural. Então acharam por bem acentuar:

a, as: já, gás, pá. e, es: pé, mês, três. o, os: pó, só, nós.

Os monossílabos tônicos terminados em “ói”, “éi”, “éu” eram acentuados. Mas, antes da reforma ortográfica assinada em 2009, esses ditongos abertos e tônicos tinham acento em qualquer sílaba tônica. A partir de janeiro de 2009, ela passou a ser fixa do monossílabo tônico. Por isso, acrescentamos:

ói, éu, éi: dói, mói, céu, véu, méis.

Foi visto, à época − e hoje não é diferente −, que a quantidade de vocábulos paroxítonos é muito maior do que os oxítonos. Percebeu-se, também, que havia muita paroxítona terminada em “a”, “e”, “o”, “em”, ens”. Então se criou a regra justamente das oxítonas, em oposição às paroxitonas, para evitar que tivéssemos que acentuar tanta palavra. Assim:

a, as: crachá, cajá, estás.

Por isso, não acentuamos as paroxítonas “capa, ata, tapa”.

e, es: você, café, jacarés.

Por isso, não acentuamos as paroxítonas “pele, crepe, parede”. o, os: paletó, jiló, retrós. Por isso, não acentuamos as paroxítonas “rolo, bolo, copo”. em, ens: ninguém, também, parabéns.

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Por isso, não acentuamos as paroxítonas “garagem, item, hifens”.

Como ocorreu nos monossílabos tônicos, as oxítonas terminadas em “ói”, “éi”, “éu” já eram acentuadas. Mas, antes da reforma ortográfica assinada em 2009, esses ditongos abertos e tônicos tinham acento em qualquer sílaba tônica. A partir de janeiro de 2009, ela passou a ser fixa também das oxítonas. Por isso, acrescentamos:

ói, éu, éi: herói, corrói, troféu, chapéu, ilhéu, anéis, fiéis, papéis.

Por esse motivo, deixamos de acentuar as paroxítonas que possuem a tonicidade nestes ditongos abertos tônicos, como “assembleia, ideia, heroico, joia”.

Restaram, então, as demais terminações para as paroxítonas. Perceba que a acentuação desta regra ocorreu também em oposição à oxítona.

i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri.

us, um, uns: vírus, bônus, álbum, parabélum, álbuns, parabéluns.

l, n, r, x, ps: incrível, útil, ágil, fácil, amável, próton, elétron, herôon1, éden, hífen, pólen, dólmen, lúmen, líquen, éter, mártir, blêizer,contêiner, destróier, gêiser2, Méier, caráter, revólver, tórax, ônix, fênix, bíceps, fórceps.

ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos.

on, ons: elétron, elétrons, próton, prótons.

ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s:

água, árduo, pônei, vôlei, cáries, mágoas, pôneis, jóqueis.

Por isso, não acentuamos as oxítonas “caqui, jabutis”; “urubu, bambus”; “anel, cateter, ureter, durex”; “irmã, irmão” (Perceba que o “til” é apenas um marcador de nasalização); e “voltei, carregarei”.

Como no Direito, a regra geral não abarca tudo. Deve haver algumas peculiaridades para determinadas situações. No caso da linguagem, há particularidades para algumas palavras. Daí se seguem as regras especiais.

Isso ocorreu primeiro por causa de vocábulos como: pais, país cai, caí, saia, saía

O vocábulo “pais” é um monossílabo tônico e não tem acento porque sua terminação não permite (apenas os monossílabos terminados em “a, e, o”, seguidos ou não de “s”, são acentuados). Esse vocábulo é formado pela vogal “a” (som mais forte) e a semivogal “i” (som mais brando). Assim, percebemos um declínio no som. Chamamos isso de ditongo, pois é construído por uma vogal e uma semivogal. Mas também pode haver o ditongo formado por semivogal e em seguida uma vogal. Veja as paroxítonas terminadas em ditongo oral para ficar mais claro:

á-gua, ár-duo, cá-ries, má-goas, pô-nei, vô-lei, jó-queis.

1 Herôon: espécie de santuário que era construído em homenagem aos antigos heróis gregos e romanos.

2 Gêiser: nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor

para o ar.

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As quatro primeiras palavras possuem a sequência semivogal (u, u, i, o), seguida de vogal (a, o, e, a). Já as três últimas possuem a vogal (e) seguida de semivogal (i).

Veja agora o vocábulo “país”. Ele possui duas sílabas (pa-ís). Há, na realidade, duas vogais. Assim, obrigatoriamente, devem ficar em sílabas diferentes. Chamamos isso de HIATO.

Houve necessidade de criar a regra do hiato, para evitar confundir a pronúncia das palavras. Veja como ficou: As regras especiais

a) hiato – as vogais “i” ou “u” recebem acento, quando nas seguintes condições:

- sejam a segunda vogal do hiato; - sejam tônicas; - estejam sozinhas ou com s na mesma sílaba;

- não sofram nasalização. ex.: saída: sa-í-da; faísca: fa-ís-ca; balaústre: ba-la-ús-tre; (nós)arguímos: ar-gu-í-mos; (vós)arguís: ar-gu-ís; possuímos: pos-su-í-mos; possuía: pos-su-í-a.

Observação: as vogais “i” ou “u”, após ditongo nas palavras oxítonas, recebem acento: Piauí, tuiuiú, teiú. Com a reforma ortográfica, não há mais acento nas paroxítonas de mesma regra: feiura, baiuca. (Cuidado com estas duas palavras! Por serem a exceção, podem cair em prova.) b) acento diferencial − é utilizado para diferenciar palavras de grafia semelhante. I) Usamos o acento diferencial para distinguir o verbo “pôde” (pretérito perfeito do indicativo) do verbo “pode” (presente do indicativo). II) Também usamos para distinguir o verbo “pôr” da preposição “por”. III) Ele distingue ainda os verbos “vir” e “ter” para marcar plural: ele tem − eles têm

ele vem − eles vêm IV) Admite-se o acento circunflexo na acepção de “vasilha” (fôrma de bolo) para diferenciar-se da homógrafa de timbre aberto equivalente a “formato” (forma física) ou relativa à conjugação do verbo FORMAR (ele forma). Para ajudar na acentuação gráfica, é importante recorrermos à prosódia, isto é, o estudo da correta pronúncia da sílaba tônica das palavras. Assim, cuidado com a pronúncia:

Oxítonas: cateter, condor, mister , Nobel, novel, ruim Paroxítonas: acórdão, avaro, caracteres, cânon, edito (lei, decreto), efebo, filantropo, fluido, fortuito, gratuito, ibero, impio (cruel), látex, libido, misantropo, necropsia, pudico, recorde, rubrica Proparoxítonas: arquétipo, crisântemo, édito(ordem judicial), ímpio(sem fé), ímprobo, ínterim Não se esqueça de que acentuamos os verbos oxítonos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos dos pronomes pessoais oblíquos átonos “-lo”, “-la”, “-los”, “-las".

Veja:

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Vou cantar a música. Vou cantá-la. Vou beber a água. Vou bebê-la. Vou compor a música. Vou compô-la. Então não acentuamos as oxítonas terminadas em “i”: Vou partir o bolo. Vou parti-lo. Vou dividir as tarefas. Vou dividi-las. Mas não se descuide da oxítona formada por hiato com o “i” tônico, pois há acento nesse caso: Vou instruir a equipe. Vou instruí-la. (ins-tru-í) Vou construir uma ponte. Vou construí-la. (cons-tru-í)

RESUMO DO ACORDO ORTOGRÁFICO (ACENTUAÇÃO GRÁFICA)

Como era Nova regra Como é Alfabeto: O alfabeto era formado por 23 letras, mais as letras chamadas de ‘especiais’ k, w, y.

O alfabeto é formado por 26 letras.

As letras k, w, y fazem parte do alfabeto. São usadas em siglas, símbolos, nomes próprios estrangeiros e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano.

Trema: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, freqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente,

argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo,

lingüiça

O trema é eliminado em palavras portuguesas e aportuguesadas.

aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente,

arguição, delinquir, pinguim, tranquilo,

linguiça

O trema permanece em nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Müller, mülleriano, hübneriano.

Acentuação assembléia, platéia,

idéia, colméia, boléia, panacéia,

Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio

(forma verbal), heróico, paranóico

Não se acentuam os ditongos abertos -ei e –oi nas palavras paroxítonas.

assembleia, plateia, ideia, colmeia,

boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio

(forma verbal), heroico, paranoico

• O acento nos ditongos -éi e -ói permanece nas palavras oxítonas e monossílabos tônicos de som aberto: herói, constrói, dói, anéis, papéis, anzóis. • O acento no ditongo aberto –éu permanece: chapéu, véu, céu, ilhéu.

enjôo (subst. e forma verbal),

vôo (subst. e forma verbal),

Não se acentua o hiato -oo.

enjoo (subst. e forma verbal),

voo (subst. e forma verbal),

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corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo

coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo

crêem, dêem, lêem, vêem

descrêem, relêem, revêem

Não se acentua o hiato -ee dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados ( 3a p. pl.).

creem, deem, leem, veem,

descreem, releem, reveem

pára (verbo), péla (subst. e verbo),

pêlo (subst.), pêra (subst.), péra

(subst.), pólo (subst.)

Não se acentuam as palavras paroxítonas que são homógrafas.

para (verbo), pela (subst. e verbo),

pelo (subst.), pera (subst.), pera

(subst.), polo (subst.)

• O acento diferencial permanece nos homógrafos: pode (3ª pessoa do sing. do presente do indicativo do verbo poder) e pôde (3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo). • O acento diferencial permanece em pôr (verbo) em oposição a por (preposição).

argúi, apazigúe, averigúe,

enxagúe, obliqúe

Não se acentua o -u tônico nas formas verbais rizotônicas

(acento na raiz), quando precedido de -g ou -q e

seguido de –e ou -i (grupos que/qui e

gue/gui).

argui, apazigue, averigue,

enxague, oblique

baiúca, boiúna cheiínho, saiínha,

feiúra, feiúme

Não se acentuam o -i e -u tônicos das palavras paroxítonas quando precedidas de ditongo.

baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha,

feiura, feiume

Antes de entrarmos nas questões de acentuação, vamos, agora, à ortografia propriamente dita:

Ortografia

Costumo dizer que neste tema trabalha-se a memória fotográfica. O ideal, portanto, é ler essa regra e as palavras que a compõem em voz alta, para que se fixem na memória. Ao lermos em voz alta, forçamos o cérebro a captar o som e consequentemente a “imagem” da palavra. Então, grife somente as palavras que possam ter escrita diferente ou pouco comum ao seu conhecimento; depois volte lendo apenas as que deram trabalho. Isso ajuda muito! Volto a afirmar, não perca tempo com decoreba!

Alguns fonemas e algumas letras Usa-se a letra “X”

a) após um ditongo: ameixa, caixa, peixe, eixo, frouxo, trouxa, baixo, encaixar, paixão, rebaixar.

Cuidado com a exceção recauchutar e seus derivados.

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b) após o grupo inicial “en”: enxada, enxaqueca, enxerido, enxame, enxovalho, enxugar, enxurrada.

Cuidado com encher e seus derivados (lembre-se de cheio) e palavras iniciadas por ch que recebem o prefixo en-: encharcar (de charco), enchapelar (de chapéu), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro).

c) após o grupo inicial “me”: mexer, mexerica, mexerico, mexilhão, mexicano. A única exceção é mecha.

d) nas palavras de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas: xavante, xingar, xique-xique, xará, xerife, xampu.

Atente para a grafia das seguintes palavras: capixaba, bruxa, caxumba, faxina, graxa, laxante, muxoxo, praxe, puxar, relaxar, rixa, roxo, xale, xaxim, xenofobia, xícara.

Atente para o uso de “ch” nas seguintes palavras: arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, broche, chalé, chicória, cachimbo, comichão, chope, chuchu, chute, debochar, fachada, fantoche, fechar, flecha, linchar, mochila, pechincha, piche, pichar, salsicha, tchau.

Uma boa dica para fixar a grafia de lixo é associá-la a faxina: depois da faxina, refugos no lixo.

Há vários casos de palavras cuja grafia se distingue pelo contraste entre o “x” e o “ch":

brocha (pequeno prego) e broxa (pincel para caiação de paredes); chá (planta para preparo de bebida) e xá (título do antigo soberano do Irã); chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos); cheque ,(ordem de pagamento) e xeque (jogada do xadrez, risco, contratempo); cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (capenga, imperfeito); tacha (mancha, defeito; pequeno prego) e taxa (imposto, tributo); daí, tachar (colocar defeito ou nódoa em alguém) e taxar (cobrar impostos).

O FONEMA /g/ (letras “g” e “j”)

A letra g somente representa o fonema /g/ diante das letras e e i. Diante das letras “a”, “o” e “u”, esse fonema é necessariamente representado pela letra j.

Usa-se a letra g:

a) nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem: agiotagem, aragem, barragem, contagem, coragem, garagem, malandragem, miragem, viagem; fuligem, impigem (ou impingem), origem, vertigem; ferrugem, lanugem, rabugem, salsugem.

Cuidado com as exceções pajem e lambujem.

b) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -igio, -ógio, -úgio: adágio, contágio, estágio, pedágio; colégio, egrégio; litígio, prestígio; necrológio, relógio; refúgio, subterfúgio.

Preste atenção ainda às seguintes palavras grafadas com g: aborígine, agilidade, algema, apogeu, argila, auge, bege, bugiganga, cogitar, drágea,

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faringe, fugir, geada, gengiva, gengibre, gesto, gibi, herege, higiene, impingir, monge, rabugice, tangerina, tigela, vagem.

Usa-se a letra j:

a) nas formas dos verbos terminados em -jar: arranjar (arranjo, arranje, arranjem, por exemplo); despejar (despejo, despeje, despejem); enferrujar (enferruje, enferrujem), viajar (viajo, viaje, viajem).

b) nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica: jê, jiboia, pajé, jirau, caçanje, alfanje, alforje, canjica, jerico, manjericão, Moji.

c) nas palavras derivadas de outras que já apresentam j: gorjear, gorjeio, gorjeta (derivadas de gorja); cerejeira (derivada de cereja); laranjeira (de laranja); lisonjear, lisonjeiro (de lisonja); lojinha, lojista (de loja); sarjeta (de sarja); rijeza, enrijecer (de rijo); varejista (de varejo).

Preste atenção ainda às seguintes palavras que se escrevem com j: berinjela, cafajeste, granja, hoje, intrujice, jeito, jejum, jerimum, jérsei, jiló, laje, majestade, objeção, objeto, ojeriza, projétil (ou projetil), rejeição, traje, trejeito.

O FONEMA /z/ (LETRA “s” e “z”)

A letra s representa o fonema /z/ quando é intervocálica: asa, mesa, riso.

Usa-se a letra s:

a) nas palavras que derivam de outra em que já existe s:

casa - casinha, casebre, casinhola, casarão, casario; liso - lisinho, alisar, alisador (não confunda com a grafia de “deslize”); análise - analisar, analisador, analisante.

b) nos sufixos:

-ês, -esa (para indicação de nacionalidade, título, origem): chinês, chinesa; marquês, marquesa; burguês, burguesa; calabrês, calabresa; duquesa; baronesa;

-ense, -oso, -osa (formadores de adjetivos): paraense, caldense, catarinense, portense; amoroso, amorosa; deleitoso, deleitosa; gasoso, gasosa; espalhafatoso, espalhafatosa;

-isa (indicador de ocupação feminina): poetisa, profetisa, papisa, sacerdotisa, pitonisa.

c) após ditongos: lousa, coisa, causa, Neusa, ausência, Eusébio, náusea.

d) nas formas dos verbos pôr (e derivados) e querer: pus, pusera, pusesse, puséssemos; repus, repusera, repusesse, repuséssemos; quis, quisera, quisesse, quiséssemos.

Atente para o uso da letra s nas seguintes palavras: abuso, aliás, anis, asilo, atrás, através, aviso, bis, brasa, colisão, decisão, Elisabete, evasão, extravasar, fusível, hesitar, Isabel, lilás, maisena, obsessão (mas obcecado), ourivesaria, revisão, usura, vaso.

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Usa-se a letra z:

a) nas palavras derivadas de outras em que já existe z:

deslize – deslizar (não confunda com a grafia do adjetivo “liso”), baliza - abalizado; razão - razoável, arrazoar, arrazoado; raiz - enraizar

Como batizado deriva do verbo batizar, também se grafa com z.

b) nos sufixos:

-ez, -eza (formadores de substantivos abstratos a partir de adjetivos): rijo, rijeza; rígido, rigidez; nobre, nobreza; surdo, surdez; inválido, invalidez; intrépido, intrepidez; sisudo, sisudez; avaro, avareza; macio, maciez; singelo, singeleza.

-izar (formador de verbos) e ção (formador de substantivos): civilizar, civilização; humanizar, humanização; colonizar, colonização; realizar, realização; hospitalizar, hospitalização.

Não confunda com os casos em que se acrescenta o sufixo -ar a palavras que já apresentam s: analisar(análise), pesquisar(pesquisa), avisar(aviso).

Observe o uso da letra z nas seguintes palavras: assaz, batizar (mas batismo), bissetriz, buzina, catequizar (mas catequese), cizânia, coalizão, cuscuz, giz, gozo, prazeroso, regozijo, talvez, vazar, vazio, verniz.

Há palavras em que se estabelece distinção escrita por meio do contraste s/z: cozer (cozinhar) e coser (costurar); prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender); traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior).

Em muitas palavras, o fonema /z/ é representado pela letra x: exagero, exalar, exaltar, exame, exato, exasperar, exausto, executar, exemplo, exequível, exercer, exibir, exílio, exímio, existir, êxito, exonerar, exorbitar, exorcismo, exótico, exuberante, inexistente, inexorável. O FONEMA /s/ (LETRAS “s”, “c”, “ç” e “x” ou DÍGRAFOS “sc”, “sc”, “ss”, “xc” e “xs”) Observe os seguintes procedimentos em relação à representação gráfica desse fonema:

a) a correlação gráfica entre nd e ns na formação de substantivos a partir de verbos:

ascender→ascensão; distender→distensão; expandir→expansão; suspender→suspensão; pretender→pretensão; tender→tensão; estender→extensão.

b) a correlação gráfica entre ced e cess em nomes formados a partir de verbos:

ceder→cessão; conceder→concessão; interceder→intercessão; exceder→excesso, excessivo; aceder→acesso.

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c) a correlação gráfica entre ter e tenção em nomes formados a partir de verbos:

abster→abstenção; ater→atenção; conter→contenção; deter→detenção; reter→retenção.

Observe as seguintes palavras em que se usa o dígrafo sc: acrescentar, acréscimo, adolescência, adolescente, ascender (subir), ascensão, ascensor, ascensorista, ascese, ascetismo, ascético, consciência, crescer, descender, discente, disciplina, fascículo, fascínio, fascinante, piscina, piscicultura, imprescindível, intumescer, irascível, miscigenação, miscível, nascer, obsceno, oscilar, plebiscito, recrudescer, reminiscência, rescisão, ressuscitar, seiscentos, suscitar, transcender.

Na conjugação dos verbos acima apresentados, surge sç: nasço, nasça; cresço, cresça.

Cuidado com sucinto, em que não se usa sc. Em algumas palavras, o som /s/ é representado pela letra x: auxílio, auxiliar, contexto, expectativa, expectorar, experiência, experto (conhecedor, especialista), expiar (pagar), expirar (morrer), expor, expoente, extravagante, extroversão, extrovertido, sexta, sintaxe, têxtil, texto, textual, trouxe.

Cuidado com esplendor e esplêndido.

Há casos em que se criam oposições de significado devido ao contraste gráfico. Observe: acender (iluminar, pôr fogo) e ascender (subir); acento (inflexão de voz ou sinal gráfico) e assento (lugar para se sentar); caçar (perseguir a caça) e cassar (anular); cegar (tornar cego) e segar (ceifar, cortar para colher); censo (recenseamento, contagem) e senso (juízo); cessão (ato de ceder), seção ou secção (repartição ou departamento; divisão) e sessão (encontro, reunião); concerto (acordo, arranjo, harmonia musical) e conserto (remendo, reparo); espectador (o que presencia) e expectador (o que está na expectativa); esperto (ágil, rápido, vivaz) e experto (conhecedor, especialista); espiar (olhar, ver, espreitar) e expiar (pagar uma culpa, sofrer castigo); espirar (respirar) e expirar (morrer); incipiente (iniciante, principiante) e insipiente (ignorante); intenção ou tenção (propósito, finalidade) e intensão ou tensão (intensidade, esforço); paço (palácio) e passo (passada).

Pode ocorrer ainda xc, e, mais raramente, xs: exceção, excedente, exceder, excelente, excesso, excêntrico, excepcional, excerto, exceto, excitar; exsicar, exsolver, exsuar, exsudar.

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AINDA A LETRA “x” Esta letra pode representar dois fonemas, soando como "ks": afluxo, amplexo, anexar, anexo, asfixia, asfixiar, axila, boxe, clímax, complexo, convexo, fixo, flexão, fluxo, intoxicar, látex, nexo, ortodoxo, óxido, paradoxo, prolixo, reflexão, reflexo, saxofone, sexagésimo, sexo, tóxico, toxina. AS LETRAS “e” E “i” a) Cuidado com a grafia dos ditongos: os ditongos nasais /ãj/ e /ãj/ escrevem-se ãe e õe: mãe, mães, cães, pães, cirurgiães, capitães; põe, põem, depõe, depõem;

- só se grafa com i o ditongo /ãj/, interno: cãibra (ou câimbra).

b) Cuidado com a grafia das formas verbais:

- as formas dos verbos com infinitivos terminados em -oar, e -uar são grafadas com “e”: abençoe, perdoe, magoe; atue, continue, efetue;

- as formas dos verbos infinitivos terminados em -air, -oer, e -uir, são grafadas com “i”: cai, sai; dói, rói, mói, corrói; influi, possui, retribui, atribui.

c) Cuidado com as palavras se, senão, sequer, quase e irrequieto.

A oposição e/i é responsável pela diferenciação de várias palavras: área (superfície) e ária (melodia); deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir); delação (denúncia) e dilação (adiamento, expansão); descrição (ato de descrever) e discrição (qualidade de quem é discreto); descriminação (absolvição) e discriminação (separação); emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar); emigrar (sair do país onde se nasceu) e imigrar (entrar em país estrangeiro); eminente (de condição elevada) e iminente (inevitável, prestes a ocorrer); vadear (passar a vau) e vadiar (andar à toa).

AS LETRAS “o” E “u” A oposição o/u é responsável pela diferença de significado entre várias palavras: comprimento (extensão) e cumprimento (saudação; realização); soar (emitir som) e suar (transpirar); sortir (abastecer) e surtir (resultar). A LETRA “h” É uma letra que não representa fonema. Seu uso se limita aos dígrafos ch, lh e nh, a algumas interjeições (ah, hã, hem, hip, hui, hum, oh) e a palavras em que surge por razões etimológicas. Observe algumas palavras em que surge o h inicial: hagiografia, haicai, hálito, halo, hangar, harmonia, harpa, haste, hediondo, hélice, Hélio, Heloísa, hemisfério, hemorragia, Henrique, herbívoro (mas erva), hérnia, herói, hesitar, hífen, hilaridade, hipismo, hipocondria, hipocrisia, hipótese, histeria, homenagem, hóquei, horror, Hortênsia, horta, horto (jardim), hostil, humor, húmus. Em Bahia, o h sobrevive por tradição histórica. Observe que nos derivados ele não é usado: baiano, baianismo.

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RESUMO DO USO DO HÍFEN:

Como era Nova regra Como é ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social,

anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidade,

auto-regulamentação, auto-sugestão,

contra-senso,contra-regra, contra-senha,

extra-regimento, extra-sístole, extra-seco,

infra-som, infra-renal, ultra-romântico, ultra-sonografia,

semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível

Não se emprega o hífen nos compostos em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo essas consoantes se duplicarem.

antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial,

antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade,

autorregulamentação, autossugestão,

contrassenso, contrarregra, contrassenha,

extrarregimento, extrassístole, extrasseco,

infrassom, infrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia,

semirreal, semissintético, suprarrenal, suprassensível

• O uso do hífen permanece nos compostos em que os prefixos super, hiper, inter, terminados em -r, aparecem combinados com elementos também iniciados por -r: hiper-rancoroso, hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente, super-revista etc.

auto-afirmação,auto-ajuda, auto-aprendizagem,

auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação,

contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial,

infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino,

neo-expressionista, neo-imperialista,

semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade,

supra-ocular,ultra-elevado

Não se emprega o hífen nos compostos em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente.

autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem,

autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação,

contraordem, extraescolar, extraoficial,

infraestrutura, intraocular, intrauterino,

neoexpressionista, neoimperialista,

semiaberto, semiautomático,

semiárido, semiembriagado, semiobscuridade,

supraocular, ultraelevado

• Esta nova regra normatiza os casos do uso do hífen entre vogais diferentes, como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: antiaéreo, antiamericanismo, coeducação, agroindustrial, socioeconômico etc. • O uso do hífen permanece nos compostos com prefixo em que o segundo elemento começa por -h: ante-hipófise, anti-herói, anti-higiênico, anti-

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hemorrágico, extra-humano, neo-helênico, semi-herbáceo, super-homem, supra-hepático etc.

antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperalista, arquiinimigo,

arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico

Emprega-se o hífen nos compostos em

que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo

elemento começa por vogal igual.

anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperalista, arqui-inimigo,

arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico

• Estes compostos, anteriormente grafados em uma única palavra, escrevem-se agora com hífen por força da regra anterior. • Esta regra normatiza todos os casos do uso do hífen entre vogais iguais, como já acontecia anteriormente na língua em compostos como: auto-observação, contra-argumento, contra-almirante, eletro-ótica, extra-atmosférico, infra-assinado, infra-axilar, semi-interno, semi-integral, supra-auricular, supra-axilar, ultra-apressado etc. (Nestes casos, o hífen permanece.) • Nos prefixos átonos3 co-, pre-, re- e pro-, não se usa o hífen: coordenar, reescrever, propor, preestabelecer.

manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista

Não se emprega o hífen em certos compostos em que se perdeu, em certa medida, a noção de composição.

mandachuva, paraquedas, paraquedista

• O uso do hífen permanece nas palavras compostas que não contêm um elemento de ligação e constituem uma unidade sintagmática e semântica, mantendo acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva- doce, mal-me-quer, bem-te-vi, formiga-branca etc.

1. O uso do hífen permanece: a) nos compostos com os prefixos ex-, vice-, soto-: ex-marido, vice-

presidente, soto-mestre; b) nos compostos com os prefixos circum- e pan- quando o segundo

elemento começa por vogal, m ou n: pan-americano, circum-navegação; c) nos compostos com os prefixos tônicos 4acentuados pré-, pró- e pós-

quando o segundo elemento tem vida própria na língua: pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação.

d) nos compostos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como -açu, -guaçu e -mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica entre ambos: amoré-guaçu, manacá-

3 É muito importante você perceber que os prefixos “pre” e “pro” são átonos (portanto, sem acento).

4 É muito importante você perceber que os prefixos “pré” e “pró” são tônicos (portanto, acentuados).

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açu, jacaré-açu, Ceará-Mirim, paraná-mirim. e) nos topônimos iniciados pelos adjetivos grão e grã ou por forma verbal ou

por elementos que incluam um artigo: Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-Quatro, Baía de Todos-os-Santos etc.

f) nos compostos com os advérbios mal e bem quando estes formam uma unidade sintagmática e semântica e o segundo elemento começa por vogal ou -h: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-estar, mal-humorado. Entretanto, nem sempre os compostos com o advérbio bem escrevem-se sem hífen quando este prefixo é seguido por um elemento iniciado por consoante: bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário de malnascido, malcriado e malvisto).

g) nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-casados, sem-número, sem-teto.

2. Não se emprega o hífen nas locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel , sala de jantar, cor de vinho, ele próprio, à vontade, abaixo de , acerca de, a fim de que etc.

• São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.

Agora, vamos às questões de prova.

Questão 1: CNJ / 2013 / Analista Judiciário (banca CESPE) A mesma regra de acentuação gráfica, justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída” e “possíveis”. Comentário: O vocábulo “construída” possui o hiato “u-i”, em que a segunda vogal é tônica, por isso é acentuada. Já a palavra “possíveis” é paroxítona terminada em ditongo oral “ei”, seguido de “s”. Assim, as regras são diferentes. Gabarito: E Questão 2: CNJ / 2013 / Técnico Judiciário (banca CESPE) No terceiro parágrafo, as palavras “Políticas”, “âmbito”, “década” e “cônjuges” recebem acento gráfico com base em diferentes regras gramaticais. Comentário: As palavras “Po-lí-ti-cas”, “âm-bi-to”, “dé-ca-da” e “côn-ju-ges” são proparoxítonas. Como foi afirmado que havia regra diferente para a acentuação de tais palavras, a questão está errada. Gabarito: E Questão 3: TRT 10ª R / 2013 / Analista Judiciário (banca CESPE) As palavras “países”, “famílias” e “níveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. Comentário: O vocábulo “países” possui o hiato “a-i”, em que a segunda vogal é tônica, por isso é acentuada. Já as palavras “famílias” e “níveis” são paroxítonas terminadas em ditongos orais “ia” e “ei”, seguidos de “s”. Assim, as regras são diferentes.

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Gabarito: E Questão 4: Ancine / 2012 / Técnico (banca CESPE) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação gráfica. Comentário: As palavras “indivíduo”, “diária” e “paciência” são paroxítonas terminadas em ditongo oral (“uo” e “ia”), por isso apresentam a mesma regra de acentuação. Gabarito: C Questão 5: PRF 2012 Agente Administrativo (banca CESPE) As palavras “Polícia”, “Rodoviária” e “existência” recebem acento gráfico porque são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Comentário: As palavras “Polícia”, “Rodoviária” e “existência” são paroxítonas terminadas em ditongos orais crescentes (“ia”). Gabarito: C Questão 6: PRF 2012 Superior (banca CESPE) As formas “patrimônio” e “polícia” são acentuadas em decorrência da mesma regra de acentuação. Comentário: As palavras “patrimônio” e “polícia” são paroxítonas terminadas em ditongos orais (“io” e “ia”), por isso apresentam a mesma regra de acentuação. Gabarito: C Questão 7: IBAMA / 2012 / Técnico (banca CESPE) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. Comentário: Os vocábulos “pó”, “só” são monossílabos tônicos terminados em vogal “o”; já o vocábulo “céu” também é monossílabo tônico, porém é terminado em ditongo oral aberto “éu”. Assim, apresentam regras diferentes de acentuação. Gabarito: E Questão 8: MPE-PI / 2012 / Superior (banca CESPE) De acordo com a ortografia oficial vigente, o vocábulo “órgãos” segue a mesma regra de acentuação que o vocábulo “últimos”. Comentário: O vocábulo “órgãos” é acentuado por ser paroxítono terminado em “ão”, seguido de “s”. Já o vocábulo “últimos” é acentuado por ser uma palavra proparoxítona. Gabarito: E Questão 9: MPE-PI / 2012 / Superior (banca CESPE) Os verbos “comunicar”, “ensinar” e “comandar”, quando complementados pelo pronome a, acentuam-se da mesma forma que “constatá-las”, “designá-las” e “elevá-las”. Comentário: Os verbos “comunicar”, “ensinar” e “comandar” são oxítonos. Quando recebem o pronome oblíquo átono “a”, perdem obrigatoriamente o “r”

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para se inserir a consoante “l”. Assim, todos os vocábulos enumerados nesta questão devem receber acento pelo mesmo motivo: oxítona terminada em “a”. Veja: “comunicá-la”, “ensiná-la”, “comandá-la”, “constatá-las”, “designá-las” e “elevá-las”. Gabarito: C Questão 10: TCE PB 2006 - Técnico de Controle Externo I (banca FCC) As palavras que recebem acento gráfico pela mesma norma gramatical estão reunidas em

(A) transferência, série, contrário. (B) fácil, veículos, tecnológica. (C) tecnológicos, médio, possível. (D) eletrônico, automóvel, rápido. (E) aderência, fábricas, irreversível. Comentário: As palavras “transferência”, “série”, “contrário”, “médio” e “aderência” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo oral. As palavras “fácil”, “possível”, “automóvel” e “irreversível” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em “l”. As palavras “veículos”, “tecnológica”, “tecnológicos”, “eletrônico”, “rápido” e “fábricas” são acentuadas por serem proparoxítonas. Assim, a alternativa correta é a (A). Gabarito: A Questão 11: TRT 24ªR 2006 Técnico (banca FCC) Palavras que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica na palavra jacarés estão reproduzidas em:

(A) negócios e únicos. (B) município e amazônica. (C) mantém e tamanduás. (D) tucunarés e santuários. (E) ecológicos e tuiuiús. Comentário: A palavra “negócios” é acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo oral seguido de “s”; “únicos” é acentuada por ser proparoxítona; “município” é acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo oral; “amazônica” é acentuada por ser proparoxítona; “mantém” e “tamanduás” são oxítonas terminadas em “em” e “a”, esta seguida de “s”; “tucunarés” é oxítona terminada em “e”, seguida de “s”; “santuários” é paroxítona terminada em ditongo oral seguido de “s”; “ecológicos” é proparoxítona e “tuiuiús” é acentuada por haver hiato de ditongo seguido de vogal na oxítona. Assim, a alternativa (C) é a correta. Gabarito: C Questão 12: TRE PE 2004 Analista (banca FCC) As palavras que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica em agrária e países são, respectivamente,

(A) sufrágio e possível. (B) média e obrigará. (C) domínio e saído. (D) constituída e salário. (E) histórico e torná-los.

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Comentário: A palavra “agrária” é acentuada por ser uma paroxítona terminada em ditongo oral; enquanto “países” tem acento por possuir hiato “aí”. (A) sufrágio (paroxítona terminada em ditongo oral) e possível (paroxítona terminada em “l”). (B) média (paroxítona terminada em ditongo oral) e obrigará (oxítona terminada em “a”). (C) domínio (paroxítona terminada em ditongo oral) e saído (hiato “aí”). Por isso é a correta. (D) constituída (hiato “uí”) e salário (paroxítona terminada em ditongo oral). (E) histórico (proparoxítona) e torná-los (oxítona terminada em “a”). Gabarito: C Questão 13: TCE AP 2012 Analista de Controle Externo (banca FCC) A frase que está em conformidade com a ortografia oficial é: (A) Não interessa recaptular a indesejável dissensão, mas sim aliviar as

tensões agudizadas pelo desnecessário enxerto de questões polêmicas. (B) Sempre quis ser assessora de moda em lojas, mas eram tantos os

empecilhos, que acabou por vencer a ojeriza de coser sob encomenda e, com isso, tornou-se grande costureira.

(C) Endoidescia o marido com seus gastos extravagantes, pois acreditava que o tão desejado charme era questão de plumas e brilhos esplendorosos, de preferência, vindos do exterior.

(D) Quando disse que não exitaria em abandonar o emprego de sopetão e ir relaxar numa praia distante, lhe disseram que seria sandice, mas não conseguiram vencer o fascínio da aventura.

(E) Representava na peça um cafageste que tratava a todos com escárneo, mas sua atuação era sempre tão fascinante que diariamente angariava a simpatia de toda a platéia.

Comentário: As frases abaixo serão reescritas com correção gramatical. As palavras corrigidas ficarão em negrito e as que estão corretas e que levariam a dúvidas estão sublinhadas, para que você atente à sua grafia. A alternativa (A) está errada, porque o verbo “recapitular” deve possuir a vogal “i” após a consoante “p”. As demais palavras estão corretas. Note que a palavra “dissensão” é grafada com “s” por ser gerada do verbo “dissentir”; o particípio “agudizadas” é gerado do adjetivo “agudo”; o substantivo “enxerto” possui “x” por estar após “en”. Não interessa recapitular a indesejável dissensão, mas sim aliviar as tensões agudizadas pelo desnecessário enxerto de questões polêmicas. A alternativa (B) é a correta, o verbo “quis” está corretamente grafado com “s”; o adjetivo “assessor” apenas recebe a desinência de gênero feminino “a” (“assessora”). Cuidado com o substantivo “empecilhos”, o qual está corretamente grafado e sempre cai em provas. O verbo “coser” tem o sentido de “costurar”, enquanto o verbo “cozer” significa “cozinhar”. Assim, o verbo “coser” está corretamente grafado de acordo com o contexto. Sempre quis ser assessora de moda em lojas, mas eram tantos os empecilhos, que acabou por vencer a ojeriza de coser sob encomenda e, com isso, tornou-se grande costureira.

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A alternativa (C) está errada, pois “endoidecer” não possui “sc", mas apenas “c”. Assim, o pretérito imperfeito é “Endoidecia”. Endoidecia o marido com seus gastos extravagantes, pois acreditava que o tão desejado charme era questão de plumas e brilhos esplendorosos, de preferência, vindos do exterior. A alternativa (D) está errada, pois o verbo “hesitar” é grafado no futuro do pretérito do indicativo da seguinte forma: “hesitaria”. O substantivo corretamente grafado é “supetão”. Quando disse que não hesitaria em abandonar o emprego de supetão e ir relaxar numa praia distante, lhe disseram que seria sandice, mas não conseguiram vencer o fascínio da aventura. A alternativa (E) está errada, pois as grafias corretas são “cafajeste”, “escárnio”. Note que a palavra “plateia”, conforme a Nova Reforma Ortográfica, perdeu o acento gráfico por possuir ditongo aberto tônico “éi" numa palavra paroxítona. Como estamos em um período de transição das duas regras (a antiga e a nova ortografia), não podemos dizer que a grafia “platéia” esteja errada. Representava na peça um cafajeste que tratava a todos com escárnio, mas sua atuação era sempre tão fascinante que diariamente angariava a simpatia de toda a platéia. Gabarito: B Questão 14: TCE SP 2012 Agente de Fiscalização Financeira (banca FCC) A frase que respeita a ortografia é:

(A) Antes de cochilar, era-lhe natural fazer um exame de consciência e reiterar a si próprio seu empenho em vencer a itemperança.

(B) O desleixo com que passou a manuzear os objetos da coleção fez o respeitado colecionador optar pela despensa do já antigo colaborador.

(C) O debate recrudesceu, mas os mais bem-intencionados foram hábeis em dirimir as provocações, às vezes pungentes, das lideranças que se confrontavam.

(D) Estava bastante ciente de que era à sua gulodice que podia creditar a desinteria que o abatera às vésperas do exótico casamento.

(E) O poder descricionário dos ditadores, responsável por tantas atrocidades em tantas partes do mundo, é analisado na obra com um rigor admirável.

Comentário: As frases abaixo serão reescritas com correção gramatical. As palavras corrigidas ficarão em negrito e as que estão corretas e que levariam a dúvidas estão sublinhadas, para que você atente à sua grafia. A alternativa (A) está errada, pois devemos inserir “n” no vocábulo “intemperança”.

Antes de cochilar, era-lhe natural fazer um exame de consciência e reiterar a si próprio seu empenho em vencer a intemperança.

A alternativa (B) está errada, pois “manusear” deve ser grafado com “s”. O contexto exige o substantivo “dispensa”, o qual significa “licença”. O substantivo “despensa” não cabe neste contexto, por significar “repartimento de casa onde se guardam mantimentos”.

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O desleixo com que passou a manusear os objetos da coleção fez o respeitado colecionador optar pela dispensa do já antigo colaborador.

A alternativa (C) é a correta. Atente que “recrudesceu” possui “sc". O advérbio “bem”, seguido de vogal na outra palavra, deve receber hífen.

O debate recrudesceu, mas os mais bem-intencionados foram hábeis em dirimir as provocações, às vezes pungentes, das lideranças que se confrontavam. A alternativa (D) está errada, pois a grafia correta é “disenteria”

Estava bastante ciente de que era à sua gulodice que podia creditar a disenteria que o abatera às vésperas do exótico casamento.

A alternativa (E) está errada, pois a grafia correta é “discricionário”.

O poder discricionário dos ditadores, responsável por tantas atrocidades em tantas partes do mundo, é analisado na obra com um rigor admirável. Gabarito: C Questão 15: TRE-SP 2012 Técnico Judiciário (banca FCC) É preciso corrigir deslizes relativos à ortografia oficial e à acentuação gráfica da frase:

(A) As obras modernistas não se distinguem apenas pela temática inovadora, mas igualmente pela apreensão do ritmo alucinante da existência moderna.

(B) Ainda que celebrassem as máquinas e os aparelhos da civilização moderna, a ficção e a poesia modernista também valorizavam as coisas mais quotidianas e prosaicas.

(C) Longe de ser uma excessão, a pintura modernista foi responsável, antes mesmo da literatura, por intênsas polêmicas entre artistas e críticos concervadores.

(D) No que se refere à poesia modernista, nada parece caracterizar melhor essa extraordinária produção poética do que a opção quase incondicional pelo verso livre.

(E) O escândalo não era apenas uma consequência da produção modernista: parecia mesmo um dos objetivos precípuos de artistas dispostos a surpreender e a chocar.

Comentário: A frase abaixo será reescrita com correção gramatical. As palavras corrigidas ficarão em negrito e as que estão corretas e que levariam a dúvidas estão sublinhadas, para que você atente à sua grafia.

(A): As obras modernistas não se distinguem apenas pela temática inovadora, mas igualmente pela apreensão do ritmo alucinante da existência moderna.

(B): Ainda que celebrassem as máquinas e os aparelhos da civilização moderna, a ficção e a poesia modernista também valorizavam as coisas mais quotidianas e prosaicas.

(C): Longe de ser uma exceção, a pintura modernista foi responsável, antes mesmo da literatura, por intensas polêmicas entre artistas e críticos conservadores.

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(D): No que se refere à poesia modernista, nada parece caracterizar melhor essa extraordinária produção poética do que a opção quase incondicional pelo verso livre.

(E): O escândalo não era apenas uma consequência da produção modernista: parecia mesmo um dos objetivos precípuos de artistas dispostos a surpreender e a chocar. Gabarito: C Questão 16: TRT 4ªR 2011 – Analista (banca FCC) A redação correta é:

(A) A regente insistiu junto à auxiliar que caberia à ela falar com a imprensa e nós, não aquiecendo, impusemos que a mídia tem de lidar com nós mesmos, os funcionários.

(B) Diz-se que o tio é mais bom do que preparado, mas o convívio com a adolescente tem sido dulcíssimo, em que lhe pesem os excessivos maus humores da jovem.

(C) Pai extremoso, ele soe ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se o exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro.

(D) Em se cuidando dessa doença no início, não existe dúvidas de que haverá cura − é o que os Estados Unidos, recentemente, provou ao mundo.

(E) Desejando intensamente alçar-se diretor e ele passou a agir com zelo e discrição, não exitando em exceder suas funções e o horário do fim do expediente.

Comentário: Na alternativa (A), não há crase antes do pronome “ela”. O pronome “nós” não está paralelo ao outro núcleo; por isso a construção correta seria: “conosco e com a imprensa”. O verbo corretamente grafado seria “aquiescendo”. Nesta construção, o ideal seria a oração reduzida de gerúndio “não aquiescendo” iniciar novo período. Como toda a estrutura possui verbo no passado, a correlação ficaria correta com o verbo “tem” no pretérito imperfeito do indicativo. Corrigindo, ficaria:

A regente insistiu junto à auxiliar que caberia a ela falar conosco e com a imprensa. Não aquiescendo, impusemos que a mídia tinha de lidar com nós mesmos, os funcionários.

Na (B), a construção “mais bom do que preparado” está correta gramaticalmente, pois há comparação de dois adjetivos com um só elemento (um ser). Assim, construções como “ele é mais bom do que bonito”, “ele é mais grande do que seguro”, “ele é mais pequeno do que silencioso” estão corretas; pois há comparação de dois adjetivos com apenas um ser (ele). O errado é a combinação “mais grande”, “mais pequeno”, “mais bom”, “mais mau” em comparação de dois elementos (dois seres) e um adjetivo. Veja:

Ele é mais grande do que ela (errado) Ele é maior do que ela (certo) Ele é mais pequeno do que ela (errado) Ele é menor do que ela (certo) Ele é mais bom do que ela (errado) Ele é melhor do que ela (certo) Ele é mais mau do que ela (errado) Ele é pior do que ela (certo)

Note o emprego correto do adjetivo “dulcíssimo” (derivado da palavra “doce”). Veja também que “em que” está corretamente empregado, pois retoma

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“convívio”, isto é, nesse convívio os excessivos maus humores pesam ao tio. Por tudo isso, esta alternativa é a correta.

Na (C), o verbo correto seria “sonha”. Além disso, deve-se empregar o pronome “lhe” com valor de posse: “lhe exacerbam os ânimos”, isto é, “exacerbam seus ânimos”. Corrigindo, teríamos:

Pai extremoso, ele sonha ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se lhe exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro.

Na (D), o verbo “existe” deve se flexionar no plural, porque seu sujeito é “dúvidas”. O verbo “provou” deve também se flexionar no plural, porque o sujeito possui substantivo próprio no plural iniciado por artigo “os”.

Em se cuidando dessa doença no início, não existem dúvidas de que haverá cura − é o que os Estados Unidos, recentemente, provaram ao mundo.

Na (E), deve-se retirar a conjunção “e” antes da oração principal e inserir uma vírgula, pois há uma oração subordinada adverbial antecipada. O verbo corretamente grafado seria “hesitando” (derivado de hesitar). Corrigindo, teríamos:

Desejando intensamente alçar-se diretor, ele passou a agir com zelo e discrição, não hesitando em exceder suas funções e o horário do fim do expediente. Gabarito: B Questão 17: TCE AL 2008 Analista de Sistemas (banca FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras em:

(A) A inverossimilhança dos nossos enfáticos propósitos de Ano Novo constitui uma prova de que, via de regra, somos uns inconsequentes.

(B) Há quem formule com tanta desfaçateza seus propósitos de Ano Novo que acaba provocando em todos um mixto de irrisão e pena.

(C) Não há porquê imaginar que nos baste divizar imagens do futuro para que elas venham a se tornar uma inextricável realidade.

(D) O dilema que constitue nosso desejo de liberdade diante de amarras entrincadas está diretamente associado à questão da liberdade.

(E) É prazeirosa a experiência de quem formula propósitos e promove ações que vão de encontro aos mesmos.

Comentário: A alternativa correta é a (A). Note a palavra “inverossimilhança” corretamente grafada. Note que anteriormente caiu semelhante palavra, apenas sem o prefixo “in”. Na (B), desfaçatez, misto (lembre-se de mistura). Na (C), por que (separado e sem acento: pode-se inserir ou subentender o substantivo “motivo” ou “razão” após esta expressão. Veja: “Não há por que razão...”), divisar. Veremos o uso dos porquês adiante. Na (D), constitui e intrincadas. Na (E), o correto é “prazerosa” e a expressão “de encontro a” não está sendo corretamente utilizada, pois não há oposição neste contexto. Assim, o correto seria: “ao encontro de”. Veremos o uso dessas expressões adiante. Gabarito: A

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Questão 18: Sec Faz SP 2006 - Fiscal de rendas SP (banca FCC) A frase que está totalmente de acordo com o padrão culto da língua é:

(A) As reflexões do iminente estudioso, insertas em texto bastante acessível ao leigo, nada têm daquele teor iracível e tendencioso que se nota em algumas obras polêmicas.

(B) Disse adivinhar o que alguns detratores diriam acerca de questões polêmicas como a de rever o significado assente de fatos históricos: “é mera questão de querer auferir prestígio”.

(C) Todos reconheceram que Vossa Senhoria, a despeito da exigüidade do vosso tempo, sempre recebeu os estudiosos do assunto e lhes deu grande apôio.

(D) Sob a rubrica de “As grandes explorações”, o autor leu muito do que lhe sucitou interesse pelo tema e desejo de pôr em discussão algumas questões.

(E) Certas pessoas consideram ultrage a hesitação em associar o início da modernidade à Descartes, mas a questão não pára por aí: há pontos mais complexos em discussão.

Comentário: Na alternativa (A), o vocábulo “iminente” (o que está a ponto de acontecer) deve ser substituído por “eminente” (sublime; ilustre, notável). O adjetivo “insertas” está correto, pois significa “inseridas”, “introduzidas”. O verbo “têm” está corretamente acentuado por estar no plural, concordando com “reflexões”. O adjetivo corretamente grafado é “irascível” (característica daquele que se ira com facilidade, irritável).

As reflexões do eminente estudioso, insertas em texto bastante acessível ao leigo, nada têm daquele teor irascível e tendencioso que se nota em algumas obras polêmicas.

A alternativa (B) é a correta, pois “adivinhar” realmente recebe o “i” após o “d” (adivinhar); “detratores” são aqueles que depreciam o mérito de algo ou de alguém (difamar, infamar, detrair); “acerca de” é o mesmo que “sobre”; “assente” é o mesmo que “assentado”, “admitido”, “comprovado”; “auferir” é o mesmo que “obter”.

Disse adivinhar o que alguns detratores diriam acerca de questões polêmicas como a de rever o significado assente de fatos históricos: “é mera questão de querer auferir prestígio”.

Na alternativa (C), a palavra “exiguidade", à época da prova, poderia receber trema. A partir de 2009, não se usa mais o trema. Esta palavra significa “escasso” e está corretamente empregada. Os verbos e pronomes que se referem a um pronome de tratamento (“Vossa Senhoria”) devem se flexionar na terceira pessoa do singular. Assim, o verbo “recebeu” está corretamente empregado, mas o pronome correto é “seu”. O substantivo “apoio” é uma paroxítona terminada em “o”, por isso não tem acento.

Todos reconheceram que Vossa Senhoria, a despeito da exiguidade do seu tempo, sempre recebeu os estudiosos do assunto e lhes deu grande apoio.

Na alternativa (D), o substantivo “rubrica” está corretamente grafado

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sem acento, por ser uma paroxítona terminada em “a”. Note que a preposição “sob” está corretamente empregada, pois significa “debaixo de”. Assim, entendemos que “As grandes explorações” foram as bases de seu interesse pelo tema. O problema nesta frase é o verbo “sucitou”, que deve receber “s”: “suscitou”. O verbo “pôr” está corretamente grafado, por possuir acento circunflexo, que o diferencia da preposição “por”. O substantivo “discussão” está corretamente grafado com “ss", por ser gerado do verbo “discutir”.

Sob a rubrica de “As grandes explorações”, o autor leu muito do que lhe suscitou interesse pelo tema e desejo de pôr em discussão algumas questões.

Na alternativa (E), “ultraje” deve ser grafado com “j”. O substantivo “hesitação” (dúvida) está corretamente grafado, não o confunda com “êxito”. O substantivo “Descartes” é um nome próprio masculino, portanto não admite artigo “a”. Por isso, não admite crase. O verbo “pára”, à época da prova, era acentuado. A partir de 2009, esse acento não existe mais.

Certas pessoas consideram ultraje a hesitação em associar o início da modernidade a Descartes, mas a questão não para por aí: há pontos mais complexos em discussão. Gabarito: B Questão 19: Prefeitura São Paulo 2007 - Auditor-Fiscal (banca FCC) Está correta a grafia de todas as palavras na frase:

(A) Não constitui uma primasia dos animais a satisfação dos impulsos instintivos: também o homem regozija-se em atender a muitos deles.

(B) As situações de impunidade infligem sérios danos à organização das sociedades que tenham a pretenção da exemplaridade.

(C) É difícil atingir uma relação de complementaridade entre a premênsia dos instintos naturais e a força da razão.

(D) Se é impossível chegarmos à abstensão completa da satisfação dos instintos, devemos, ao menos, procurar constringir seu poder sobre nós.

(E) A dissuasão dos contraventores se faz pela exemplaridade das sanções, de modo que a cada delito corresponda uma justa punição.

Comentário: Na alternativa (A), a palavra “primasia” deve ser grafada com “z”: primazia. Na alternativa (B), o verbo “infligem” está corretamente empregado, pois significa “causar”, “produzir”; mas o substantivo “pretenção” deve ser grafado com “s”, por ser gerado a partir do verbo “pretender”. Assim: “pretensão”. Na alternativa (C), o erro está no substantivo “premênsia”, o qual deve ser grafado com “c”: premência. Na alternativa (D), o substantivo deve ser “abstenção”, pois foi gerado do verbo “abster”. O verbo “constringir” está correto, pois se encontra no sentido de “envolver”. A alternativa (E) é a correta, pois o substantivo “dissuasão” está corretamente grafado com “s”, por ser gerado a partir do verbo “dissuadir”; “sanções” está corretamente grafado com “ç”.

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Gabarito: E Questão 20: TCE AM 2008 - Analista Técnico de Controle Externo (banca FCC) O emprego e a grafia de todas as palavras estão corretos na frase:

(A) É difícil haver uma recepção concensual do sentido das palavras: Helvétius surprendeu-se com o atribuído a amor-próprio.

(B) O mal entendimento do termo amor-próprio concitou Helvétius a investir contra os detratores de La Rochefoucauld.

(C) Mesmo o mais exitoso filósofo tem de enfrentar os empecilhos criados por pessoas sem qualquer envergadura intelectual.

(D) La Rochefoucauld, celebrizado por seu verve de humor, criou máximas que transporam as fronteiras do tempo e do espaço.

(E) As pessoas indignadas, que assacavam as idéias de La Rochefoucauld, justificavam o fato alegando ser o filósofo um nilista impedernido.

Comentário: A alternativa (A) está errada, e a grafia correta seria “consensual” e “surpreendeu-se”. A alternativa (B) está errada, pois o substantivo composto formado do advérbio “mal” e do substantivo “entendimento” deve ser unido por hífen: mal-entendimento. O substantivo composto formado do substantivo “amor” e do pronome “próprio” está corretamente grafado com hífen. O verbo “concitar” está corretamente grafado com “c”. O substantivo “detratores” está corretamente grafado e tem o sentido de “aquele que deprecia o mérito de outrem”. A alternativa (C) é a correta, pois “exitoso” é gerado do substantivo “êxito”. Note também a grafia correta de “empecilhos”. Na alternativa (D), o verbo “celebrizar” está corretamente grafado com “z”, por ser gerado do adjetivo “célebre”. O substantivo “verve” está corretamente grafado e significa “calor de imaginação que anima o artista”. O problema nesta alternativa é a flexão de verbo “transpor”, o qual é derivado de “pôr”. Assim: as máximas puseram, as máximas transpuseram... Na alternativa (E), perceba que o verbo “assacavam” é o pretérito imperfeito do indicativo do verbo “assacar”, que significa “imputar, inventar ou espalhar calúnias sobre outrem”. Os adjetivos “nilista” e “impedernido” estão errados, pois devem ser grafados da seguinte maneira: niilista (adepto da doutrina segundo a qual nada existe de absoluto: niilismo) e “empedernido” (insensível, duro). Gabarito: C Questão 21: TCE PB 2006 - Técnico de Controle Externo I (banca FCC) Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase:

(A) O uso indiscriminado e criminoso de redes de arrasto em alto-mar constitui uma ameaça ambiental preocupante.

(B) Quilômetros abaixo da superfície marinha, na ausência de luz solar, animais retiram energia de orifícios vulcânicos.

(C) A suspensão provisória de redes de arrasto no mar profundo conta com o respaldo de países em desenvolvimento.

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(D) É necessária a prevenção da ocorrência de danos irreversíveis ao equilíbrio ambiental existente no mar profundo.

(E) Alguns países querem restrinjir a expanção da pesca no fundo do mar, porém essa atividade parece ampliar-se por interesses comerciais.

Comentário: A alternativa (E) é a incorreta, pois devemos corrigir duas palavras. Assim: restringir e expansão. Gabarito: E

Questão 22: TRF 2ªR 2007 Técnico (banca FCC) Quanto ao emprego e à forma ortográfica das palavras, a frase inteiramente correta é:

(A) Obsecado pelo mito da eterna juventude, o homem contemporâneo não deixaria de viver as experiências de que cada fase da vida se constitue naturalmente?

(B) Na expressão sólido esteio indica-se o papel que se atribue o mercado junto a quem ansia pelo desfrute eterno da juventude.

(C) Quem idolatriza a juventude acaba por não viver plenamente os encantos que nos propisciam as outras fases da nossa vida.

(D) Quando se vive o que é extemporânio em relação às experiências determinadas pela natureza, deixa-se de usufluir os encantos de cada idade.

(E) Se apraz a um surfista valer-se da linguagem que compartilha com outros jovens, por que haveriam as velhinhas de dissimular a que lhes é própria?

Comentário: Veja que a questão aborda aspectos gramaticais gerais, além da ortografia. Nosso ponto principal aqui é observar a grafia das palavras. Outros problemas de emprego do vocábulo serão apenas apontados para evitar estendermos muito nas explicações. Na alternativa (A), o correto é obcecado. Este particípio é gerado do verbo “obcecar”, o qual também gera o substantivo “obcecação”. Verbos terminados em “uir”, quando flexionados na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, terminam em “i”: constitui. Além disso, perceba que o emprego do tempo futuro do pretérito do indicativo (“deixaria”) transmite uma noção de hipótese, mas o contexto nos mostra certeza. Assim, o ideal seria o presente do indicativo: deixa. Na alternativa (B), verbos terminados em “uir”, quando flexionados na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, terminam em “i”: atribui. A flexão verbal correta é “anseia” (eu anseio, tu anseias, ele anseia...). Além disso, o verbo “atribui” é transitivo direto e indireto e o pronome “se” é apassivador. Como o seu sujeito paciente é o pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo “papel”, o objeto indireto deve ser iniciado pela preposição “a” “(ao mercado). Assim, temos:

“papel que se atribui ao mercado” = “papel que é atribuído ao mercado”.

Na alternativa (C), a flexão verbal correta é “idolatra” (quem idolatra). Além disso, o verbo propiciar não tem “s”. Assim, o correto é “propiciam”. Na alternativa (D), a grafia correta é “extemporâneo” (inoportuno, fora do tempo próprio) e “usufruir” (gerado do substantivo “usufruto”).

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A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “apraz” é o presente do indicativo do verbo “aprazer”. Veja que “valer-se da linguagem” é o sujeito oracional deste verbo e o termo “a um surfista” é o objeto indireto (isso apraz ao surfista). Note que “por que” está separado e sem acento por fazer parte de uma pergunta. O verbo “haveriam” está correto no plural. Veja que ele não está empregado como sinônimo de “existir”. Ele é apenas o verbo auxiliar da locução verbal “haveriam de dissimular”, cujo sujeito é “as velhinhas”. Note que o pronome “a”, antes do pronome relativo “que”, é demonstrativo (=aquela) e serve para retomar “linguagem” (a linguagem que lhes é própria = a linguagem que é própria a elas). Gabarito: E Questão 23: TRF 5R 2008 Técnico (banca FCC) A frase em que se encontram palavras escritas de modo INCORRETO é:

(A) Observou-se um repentino comportamento agressivo em um dos integrantes do grupo, sem que se soubesse por que ele agia de modo tão estranho.

(B) Na sociedade moderna, as regras são produzidas como em uma linha de montagem industrial e recheiam os manuais de auto-ajuda.

(C) A insegurança no relacionamento dentro de uma equipe em situação de trabalho pode gerar graves conseqüências na produtividade.

(D) A complexidade do mundo moderno exige sençatez diante dos dezafios do convívio social, que aumentam em proporção geométrica.

(E) Por que se tornou tão necessário haver regras de convivência harmoniosa, não só nas empresas, mas também nos relacionamentos pessoais?

Comentário: Questão tranquila!!!! Veja que, na alternativa (D), o correto é “sensatez” e “desafios”. Gabarito: D Questão 24: Prefeitura Salvador 2008 Técnico (banca FCC) Todas as palavras estão corretamente escritas na frase:

(A) Ganhar a vida no mar exige audácia e coragem diante da magnitude propissiada pela natureza, em contraste com a umildade do homem.

(B) Para quem nunca viu o mar, a imagem de marés que vão esvaziando e enchendo auternadamente é inesplicável e perturbadora.

(C) É grandioso o espetáculo que o mar proporciona, com o extrondo e a espantoza beleza das grandes ondas que explodem nos rochedos.

(D) Caminhar pela praia significa catar conchas e búzios, converçar com banhistas e observar pescadores que concertam suas redes.

(E) A visão do mar, com o incessante vaivém das ondas, exerce fascínio sobre as pessoas, que permanecem horas a fio a observá-lo.

Comentário: Na alternativa (A), devemos corrigir as palavras para a seguinte forma: propiciada e humildade. Na alternativa (B), devemos corrigir as palavras para a seguinte forma: alternadamente e inexplicável. Note que o verbo “enchendo” está corretamente grafado com “ch”, porque é derivado do adjetivo “cheio”, o qual

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tem radical com “ch”. Na alternativa (C), devemos corrigir as palavras para a seguinte forma: estrondo e espantosa. Na alternativa (D), devemos corrigir as palavras para a seguinte forma: conversar e consertam. Note que o verbo “concertar” (com “c”) tem ligação semântica com “harmonizar”, “concordar”, “ajustar”. Já “consertar” (com “s”) tem ligação semântica com “pôr em bom estado”, “corrigir”, “reparar”, “arrumar”. Assim, cabe apenas o segundo valor. A alternativa (E) é a correta. Note as palavras “incessante” (sem cessar), “vaivém” e “fascínio”, corretamente grafadas. Gabarito: E Questão 25: TRT 16ªR 2009 Técnico (banca FCC) A frase em que há palavras escritas de modo INCORRETO é:

(A) A aridez que sempre caracterizou as paisagens do Nordeste brasileiro aparece agora, para assombro de todos, na região Sul, comprometendo as safras de grãos.

(B) Alguns estudiosos reagem com sensatez às recentes explicações, considerando se o papel da bomba biótica é realmente crucial na circulação do ar.

(C) Se for comprovada a correção da nova teoria, a preservação das florestas torna-se essencial para garantir a qualidade de vida em todo o planeta.

(D) O desmatamento indescriminado, que reduz os índices de chuvas e altera o ciclo das águas, pode transformar um continente em um estenso e inabitável deserto.

(E) Com ventos mais próximos ao mar, o ar úmido resultante da evaporação da água do oceano é puxado para o continente, distribuindo a chuva ao redor do planeta.

Comentário: O correto é “indiscriminado” e “extenso”. Uma curiosidade: o verbo é “estender” e o adjetivo é “extenso”. Gabarito: D Questão 26: TRT 20ªR 2006 Técnico (banca FCC) Há palavras escritas do modo INCORRETO na frase:

(A) Gozar a vida com qualidade é objetivo de muitos profissionais que não hesitam em deixar seu país de origem, para trabalhar no exterior.

(B) Países emergentes têm apresentado desenvolvimento consistente em produção científica, indicador seguro dos benefícios trazidos pela globalização.

(C) Produção científica está deixando de ser previlégio dos países mais ricos, pois dados rescentes apontam salto qualitativo em ciência e tecnologia na Ásia.

(D) Observa-se um aspecto reverso em relação ao fenômeno de migração: profissionais altamente habilitados e capazes emigram do primeiro mundo, atualmente.

(E) A capacidade de um país de produzir sua própria tecnologia torna-se excelente instrumento de percepção da solidez de seu desenvolvimento.

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Comentário: O correto é “privilégio”, “recentes”. Gabarito: C Questão 27: TRT 24ªR 2006 Técnico (banca FCC) Há palavras escritas de forma INCORRETA na frase:

(A) Os proprietários, conscientes da necessidade de preservar o equilíbrio ecológico, criaram regras rígidas de controle das atividades de turismo.

(B) Os emprendimentos turísticos da região Centro-Oeste são divercificados, desde atividades culturais até a prática de esportes náuticos e radicais.

(C) As atividades turísticas no Pantanal devem adaptar-se às condições climáticas da região, que permanece alagada e intransitável metade do ano.

(D) A exploração não predatória das maravilhas naturais da região Centro-Oeste constitui um itinerário bastante atraente para o turismo ecológico.

(E) O turismo ecológico é seletivo e oferece atrações, como o lazer urbano e rural, que não comprometem o equilíbrio do meio ambiente.

Comentário: O correto é “empreendimentos” e “diversificados”. Gabarito: B Questão 28: TRT 18ªR 2008 Analista (banca FCC) Está correta a grafia de todas as palavras da frase:

(A) Muitos se deixam embalar por um mixto de torpor e devaneio, quando se entretém à janela do ônibus.

(B) Tentou convencer o jovem a desligar a engenhoca, mas não obteve sucesso nessa tentativa de dissuazão.

(C) Que temos nós a haver com o relatório que deixou frustado aquele executivo?

(D) Por que não se institue a determinação de por um fim ao abuso dos ruídos no interior de um ônibus?

(E) É difícil explicar o porquê de tanta gente sentir-se extasiada diante das iniqüidades de um filme violento.

Comentário: Veja que a correta é a (E), pois “iniqüidades” vem do vocábulo “iníquo” (sem equidade). Esse vocábulo tinha trema, à época da prova. Hoje em dia, devemos retirar o trema. Na alternativa (A), o correto é “misto” (mistura). Na alternativa (B), o correto é “dissuasão”. Na alternativa (C), o correto é “temos a ver”, “frustrado” (frustrar-se). Na alternativa (D), o correto é “institui” (verbo de infinitivo terminado em “uir” permanece o “i” no presente). Gabarito: E Questão 29: BB 2011 Escriturário (banca FCC) Todas as palavras estão escritas corretamente na frase:

(A) Os esforsos para entender os fenômenos da natureza nem sempre conseguem hêsito, como, por exemplo, algumas pesquisas sobre aves.

(B) O crecente desenvolvimento tecnológico permitiu aos pesquisadores analizar as reações provocadas pelo fluxo de sangue no bico do tucano.

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(C) O imenso tamanho do bico do tucano sempre causou estranheza naqueles que costumam observar os exemplos oferecidos pela natureza.

(D) Com o tamanho imprecionante de seu bico, o tucano é considerado por estudiosos uma das aves brasileira mais exquizitas.

(E) Os cientistas que se puzeram a estudar os tucanos concluíram que existem diverças funções para o enorme bico dessa ave.

Comentário: Questão bem tranquila, não é? Basta eliminar as palavras gritantemente erradas. Vamos lá! (A): esforços, êxito (A banca queria confundi-lo com “hesitar”)

(B): crescente, analisar (D): impressionante (derivado de “impressionar”), esquisitas

(E): puseram, diversas Gabarito: C Questão 30: TRF 1ªR 2011 Técnico (banca FCC) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase:

(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aeroportos.

(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês.

(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio.

(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise.

(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios ilegítimos.

Comentário: A alternativa correta é a (A). Note que o verbo “viajar” possui “j”. Esse verbo conserva esta letra no radical de todos os tempos verbais. Assim, no presente do subjuntivo: talvez eu viaje, tu viajes, ele viaje, nós viajemos, vós viajeis, eles viajem. (B): Veremos na aula de semântica a diferença entre vocábulos parecidos, como cheque (ordem de pagamento); xeque (risco, perigo, contratempo). Por isso, “ponha em xeque” é o correto. O correto é “deslizes” (não confunda com “liso”). Note que está correta a grafia “cortês” (derivada de cortesia). (C): O substantivo “descanso” gera o verbo “descansar”. O substantivo “fronde” significa “copa das árvores”. Esse substantivo recebe o sufixo “osa” para derivar o adjetivo “frondosa”. (D): Os verbos terminados em “uir” formam o presente com “ui”: influi”. Note, também, que o correto é “empecilho”. (E): Não confunda “êxito” com o verbo “hesitar” (hesitou). O substantivo “taxa” tem seu homônimo “tacha”, mas o sentido muda. Taxado (tributo, imposto cobrado); tachado (acusado, censurado). Assim, “ser tachado de conivente”. O verbo querer no pretérito não recebe a consoante “z”, mas “s”: quis. Atente às palavras corretamente grafadas “concessão” e “privilégios”. Gabarito: A

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Questão 31: TRF 3ªR 2007 Analista (banca FCC) Está correta a grafia de todas as palavras na frase:

(A) A presunção de verossimilhança é inerente aos escritos ficcionais, mesmo aos que exploram as rotas e as sendas mais fantasiosas da imaginação.

(B) Deprende-se do texto que, no futuro, as civilizações adotarão paradigmas que substituirão com vantajem aqueles que regeram a vida do século XX.

(C) Distila-se nesse texto o humor sutil de Mário Quintana, um autor gaúcho para quem a poesia e a vida converjem de modo inelutável.

(D) A apreenção humana diante das forças da natureza deriva de épocas préhistóricas, quando o homem não dispunha de recursos técnicos para enfrentá-las.

(E) As obsessões humanas pelo progresso parecem ignorar que as leis da natureza não sofrem nenhum processo de obsolecência, e custam caro para quem as transgrida.

Comentário: A alternativa (A) é correta. Note as palavras “verossimilhança” e “ficcionais” corretamente grafadas. Vejamos as correções das palavras das demais alternativas: (B): Depreende-se, vantagem. (C): Destila-se, convergem. (D): “apreender” gera o substantivo “apreensão”; “pré-históricas”. (E): A palavra “obsessões” está corretamente grafada. Mas cuidado com a palavra “obcecado”, grafada com “c”. Novamente a palavra “obsolescência” apareceu. Então, cuidado. Gabarito: A Questão 32: TJ PE 2007 Superior (banca FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:

(A) Para muitos, as regras da norma culta não são fortuítas, pois elas reinteram as raízes mesmas da língua.

(B) A extorção a que se refere o autor no final do texto corresponde a uma espécie de recaida em um pecado.

(C) Quem fala e escreve na estrita observância da norma culta não recai nos deslises que acometem a linguagem espontânea.

(D) O que mais obstrue a comunicação de muitos são a impropriedade lexical e a sintaxe mal cozida, desarticulada.

(E) Concisa é a linguagem de quem não se mostra subserviente às falácias de um estilo artificioso.

Comentário: Veja a correção: Na (A), “fortuitas” não possui hiato, mas ditongo. Dessa mesma regra, temos as palavras “gratuito” (está errada a forma gratuíto) e o substantivo “fluido”. Cuidado com o particípio “fluído”. Veja:

Comprei um fluido de freio (substantivo)

As aulas têm fluído bem. (verbo no particípio)

Ainda nesta alternativa, o correto é “reiteram”. Na (B), “extorsão”; “recaída“. Na (C), “deslizes” (não confundir com “liso”)

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Na (D), verbos terminados em “uir” devem ser grafados na terceira pessoa do presente do indicativo com “ui”: obstrui. Gabarito: E Questão 33: Pol Civ MA 2006 Médio (banca FCC) Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase:

(A) O desrespeito aos objetos que testemunham o progresso cultural da humanidade culminou com saques e contrabando de obras raríssimas.

(B) O caos provocado por situações e conflito entre países atinge seu ápice quando se destrói um acervo de importantes documentos históricos.

(C) Autores de relevo foram perseguidos em todas as épocas, acusados de disseminar idéias revolucionárias contra o sistema vigente.

(D) Tropas invasoras nem sempre agem com a sencibilidade necessária quando se trata de preservar tezouros culturais da humanidade.

(E) Obras valiosas foram destruídas em imensas fogueiras ateadas por líderes, cegos pelo radicalismo de suas convicções.

Comentário: “sensibilidade” e “tesouros”. Gabarito: D

A partir de agora, nosso assunto é semântica: o sentido das palavras. Abaixo temos uma teoria rápida que vai nortear o caminho, mas este tema se resolve mesmo é fazendo uma boa interpretação do texto. Isso tira qualquer dúvida.

Procurei nas provas as questões puramente de semântica, mas é difícil encontrar as que envolvam somente esse assunto. Muitas vezes ele está relacionado às questões de ortografia e de interpretação de texto.

Vamos a alguns dados conceituais que nos ajudarão.

I) Denotação e conotação: Denotação é o sentido literal da palavra. Por exemplo, podemos dizer:

A onça é uma fera.

O vocábulo “fera” significa “animal bravio e carnívoro”. Esse é o seu sentido literal.

Mas, por associação, visto que as feras têm muita astúcia, agilidade, agressividade; esse vocábulo ganha uma dimensão além do literal. É o que chamamos de Conotação.

Nos dicionários, normalmente são os últimos significados e vêm com a abreviatura “fig.”, mostrando que é um sentido figurado.

Assim, por associação à ideia de agilidade, podemos dizer:

Ele é uma fera no computador.

Mas podemos associá-lo à braveza:

O meu chefe está uma fera comigo.

Vamos a mais alguns exemplos de denotação, agora com a palavra “flor”: Essa flor de seu jardim não deve receber água por muito tempo.

A orquídea é uma flor muito bela.

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Vamos comparar com o sentido conotativo: Ela é uma flor de pessoa!

Muitas vezes, veremos perguntas do CESPE quanto ao valor denotativo ou conotativo, o que é menos comum na banca FCC. Nesta, há mais ocorrência da cobrança do sentido das palavras. Por isso, é muito importante a leitura atenta do texto.

Questão 34: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. O termo “sanções” (linha 5) está empregado em sentido conotativo. Comentário: O substantivo “sanções” está sendo empregado em sentido literal (denotativo) de punições. Gabarito: E Questão 35: TSE / 2006 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática. As expressões “folheia a gramática política” (linha 4) e “tem a gramática na mão” (linhas 5 e 6) estão sendo empregadas em sentido denotativo. Comentário: As expressões “folheia a gramática política” e “tem a gramática na mão” estão em sentido figurado, conotativo; pois o substantivo “gramática” está sendo empregado no sentido de regra e, por consequência, poder. Gabarito: E Questão 36: MRE / 2008 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: O boom no preço das commodities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também produz efeitos adversos, não neutralizados pela política econômica. A palavra “fôlego” (linha 2) está sendo empregada em sentido conotativo e tem o mesmo significado de força, resistência. Comentário: Note que “fôlego” não está no sentido literal (voltado à respiração: boa respiração, bom fôlego, boa saúde), mas tem a ver com força, resistência. Assim, bom fôlego na economia é maior rendimento. Gabarito: C

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I) Campos semânticos As palavras podem associar-se de várias maneiras. Quando se

relacionam pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos, mas de aproximação de sentido num dado contexto.

Ex.: perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz → partes do corpo humano azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás → cores martelo, serrote, alicate, torno, enxada → ferramentas batata, abóbora, aipim, berinjela, beterraba → legumes

Observações a) Também constituem campos semânticos palavras como flor, jardim, perfume, terra, espinho, embora não pertençam a um grupo delimitado; mas a associação entre elas é evidente.

b) As palavras podem pertencer a campos semânticos diferentes. Veja o caso de abóbora, citada há pouco. Ela também serve para indicar cor, o que a colocaria no segundo grupo de palavras.

c) Essas palavras também podem ser associadas no grupo de hiperônimos e hipônimos que serão vistos em seguida.

Hiperônimo:

Quando há vocábulos reunidos em grupo fazendo parte um mesmo campo semântico, podem-se associar esses vocábulos aos hiperônimos e hipônimos. O prefixo “hiper” e “hipo” significam, respectivamente, generalização e especificação. Assim, hiperônimo é uma palavra que apresenta um significado mais abrangente do que o do seu hipônimo (vocabulário de sentido mais específico).

Por exemplo: Legume (sentido mais geral) é hiperônimo de batata (sentido mais específico).

Fruta (sentido mais geral) é hiperônimo de abacaxi (sentido mais específico).

Doença (sentido mais geral) é hiperônimo de catapora (sentido mais específico)

Por associação, hipônimo são palavras que se relacionam pelo sentido dentro de um conjunto, ligando-se por afinidade ou por um ser parte do outro. Por exemplo: Banana ou laranja (sentido mais específico) são hipônimos de fruta (sentido mais geral)

Azul ou preto (sentido mais específico) são hipônimos de cor (sentido mais geral) Alface ou couve (sentido mais específico) são hipônimos de verdura (mais geral) Veja o que acontece com as palavras doença e gripe – doença é hiperônimo de gripe porque em seu significado contém o de gripe e o sentido de mais uma série de palavras como dengue, malária, câncer. Então se conclui que gripe é hipônimo de doença. A relação existente entre hiperônimo e hipônimo é fundamental para a coesão textual.

Ex: Grupos de refugiados chegam diariamente do sertão castigado pela seca. São pessoas famintas, maltrapilhas, destruídas.

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Note que a palavra “pessoas” é um hiperônimo da palavra “refugiados”, uma vez que “pessoas” apresenta um significado mais abrangente que seu hipônimo “refugiados”.

Questão 37: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. Nessa hipótese, as normas jurídicas sobre o voto pertenceriam à categoria das normas imperfeitas, o que redundaria em fazer do sufrágio simples dever cívico ou moral. Somente quando se torna obrigatório, o voto assume verdadeiro caráter de dever jurídico. Tal obrigatoriedade foi estabelecida por alguns países, menos pelos argumentos sobre a natureza do voto do que pela abstenção de muitos eleitores — fato prenhe de consequências políticas, inclusive no sentido de desvirtuar o sistema democrático. Nos pleitos eleitorais com alta porcentagem de abstenção, a minoria do eleitorado poderia formar os órgãos dirigentes do Estado, ou seja, governo e parlamento.

Eleições e sistemas eleitorais. In: Revista de Jurisprudência – Arquivos do tribunal de alçada do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1.º trim./1981, p. 66 (com adaptações).

Pertencem ao mesmo campo de significação, no texto, as palavras: “voto” (linha 1); “sufrágio” (linha 7) e “eleitorado” (linha 13). Comentário: Note que campo semântico não significa sinônimo, mas apenas palavras que dizem respeito a ideias que cobrem um mesmo assunto. As palavras “voto”, “sufrágio” e “eleitorado” dizem respeito ao mesmo assunto: eleição. Gabarito: C Questão 38: Tribunal de Justiça – RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Fragmento do texto: A divulgação científica, as informações e os conhecimentos que podemos oferecer à educação são elementos que contribuem para formar a opinião, a capacidade de crítica e de decisão dos diferentes setores da sociedade. O termo “elementos” funciona como hiperônimo de “divulgação científica”, “informações” e “conhecimentos”. Comentário: Note que “elementos” é o predicativo do sujeito, isto é, caracteriza esse sujeito composto. Naturalmente o vocábulo “elementos” deve ser abrangente para abarcar as ideias específicas de cada núcleo desse termo enumerado, por isso “elementos” é hiperônimo (sentido geral) de seus hipônimos (sentido específico) “divulgação científica”, “informações” e “conhecimentos”. Gabarito: C Questão 39: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia)

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Comentário: Na realidade, “crime” (mais específico) é um termo incluso em “delitos” (mais abrangente), por isso a relação deveria ser contrária: (hiponímia/hiperonímia) Gabarito: E Questão 40: TRE TO - 2011 – Analista (banca FCC) ... capaz de fornecer as mais diferentes soluções para questões humanas eminentes.

Considerando-se o par de palavras eminentes / iminentes, é correto afirmar que se trata de exemplo de

(A) antonímia. (B) sinonímia. (C) paronímia. (D) homonímia. (E) homofonia. Comentário: Perceba que esses vocábulos possuem escrita e pronúncia parecidas, por isso são parônimos. Gabarito: C Questão 41: DPE RS 2010 - Analista (banca FCC) Fragmento do texto: O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em extinção e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais. A palavra animais estabelece ligações com espécies que estão em extinção. Qual a propriedade semântica dessa relação?

(A) Hiperonímia. (B) Sinonímia. (C) Homonímia. (D) Paronímia. (E) Antonímia. Comentário: Entre a palavra “animais” (nome mais específico) e espécie (nome mais generalizado), há um desnível. Há várias espécies (humana, vegetal, animal etc). Assim, animais está dentro do grupo de espécies. Portanto, há uma relação de hiperonímia: “espécies” é hiperônimo e “animais” é hipônimo. Gabarito: A III Polissemia: O radical “poli” significa vários. Assim, o vocábulo polissêmico é aquele que pode possuir vários significados a depender de seu contexto. Veja os diferentes contextos de emprego do verbo pegar:

1. Ele pegou um balde grande de plástico.

2. Os alunos pegam facilmente tudo o que é ensinado.

3. Pegar um bom emprego é o objetivo de todos.

4. Pegou do irmão a mania de fazer coleção de figurinhas.

(questão de prova: PROMINP 2010)

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No contexto da frase 1, o verbo “pegou” está sendo empregado no sentido de “apanhar”, “segurar”. Na frase 2, “pegam” tem o sentido de “abstrair”, “entender”. Na frase 3, “Pegar” tem o sentido de “conquistar”, “conseguir”. Na frase 4, “Pegou” tem o sentido de “receber algo por influência”.

IV Sinonímia: é um item de suma importância para a interpretação de textos e também para a coesão referencial, pois se pode retomar palavra anteriormente expressa por seu sinônimo, evitando a repetição viciosa. Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto.

Joana procedeu de Manaus.

Joana veio de Manaus.

A substituição de procedeu por veio não altera o sentido da frase, pois os termos são sinônimos.

Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. É a riqueza da língua portuguesa falando mais alto. Pode-se dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face do exposto, aceitarei.

Então o mais importante é a atenção na interpretação. Como abordamos anteriormente, uma leitura atenta do texto retira qualquer dúvida.

Questão 42: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Julgue a afirmativa em que a palavra grifada mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: O crime já foi definido como toda conduta humana que infringisse a lei penal. Nesse sentido, o indivíduo que transgredisse essa lei deveria ser punido. (homonímia) Comentário: A relação é de sinonímia, pois as palavras em destaque possuem o mesmo sentido. O conceito de homonímia será visto adiante. Gabarito: E Questão 43: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: Além de apresentarem certa precocidade na aquisição do hábito de ingerir álcool, os adolescentes paulistas bebem frequentemente, exageram nas doses e, em muitos casos, agem assim com anuência familiar. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse o vocábulo “frequentemente” (linha 2) por diuturnamente. Comentário: O advérbio de modo “frequentemente” tem o sentido de ação repetida, continuada, habitual. Já o advérbio “diuturnamente” significa longa duração, muito tempo. Assim, a substituição não preserva o mesmo sentido. Gabarito: E Questão 44: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento do texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição.

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O sentido do advérbio “primordialmente” (linha 1) equivale ao do adjetivo “primordial” na frase: O conceito primordial da arte encerra a ideia de equilíbrio. Comentário: O adjetivo “primordial” e o advérbio “primordialmente” significam principal, principalmente, respectivamente. Assim, a afirmativa está correta. Gabarito: C Questão 45: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: A expansão do agronegócio, segundo as Contas Regionais do Brasil 2004-2008, divulgadas pelo IBGE, foi um notável vetor de crescimento das regiões menos desenvolvidas. A cana-de-açúcar, a soja e o café ajudaram Rondônia; as lavouras temporárias empurraram o Acre; o Amazonas sofreu percalços na área industrial, mas ganhou com a criação de gado, o café e o cultivo de frutas cítricas. Mantém-se a informação do segundo período, ao se substituir o vocábulo “percalços” (linha 5) por qualquer uma das seguintes palavras: dificuldades, transtornos, contratempos. Comentário: O substantivo “percalços” transmite, no texto, a ideia de dificuldade. Veja que o próprio verbo “sofreu” já indica que é algo negativo. Por extensão, podemos entender também a ideia de “transtornos” e “contratempos”, por serem sinônimos contextuais. Gabarito: C Questão 46: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa decepção: não conseguiu produzir um documento tornando obrigatórias as metas de redução da emissão de poluentes, mas houve consensos. A expressão “sob o signo da” poderia, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por sob a influência da. Comentário: Importante observarmos o sentido da palavra “signo”. Esse vocábulo tem seus sinônimos literais: sinal, símbolo. Por extensão, entendemos que a civilização possui alguns símbolos, como os das constelações (representando o zodíaco), a cruz (representando o cristianismo), as placas (representando as várias informações) etc. Daí observarmos que esses signos (símbolos) passam a influenciar a conduta do ser humano. Eis o novo sentido da palavra signo: influência. Daí a expressão “sob o signo de” ter seu sentido categórico nos dicionários como “sob a influência de”. Veja que, contextualmente, a COP-15 foi uma relativa decepção, porque as metas de redução da emissão de poluentes não se tornaram obrigatórias. Segundo o texto, uma possível explicação para que isso não tornasse obrigatório foi a forte influência da recessão mundial. Note que, nessa situação de forte recessão, dificilmente se iria querer reduzir a produção, para baixar as metas da emissão de poluentes. Por isso, a expressão “sob o signo da” foi utilizada no texto. A questão está corretíssima. Gabarito: C

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Questão 47: PC - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: Recentemente, a Coreia do Norte, mais uma vez, atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas pelos sulistas em águas sob sua jurisdição. A tensão na fronteira é grande. O governo de Seul ameaça com uma retaliação que pode desencadear um confronto de proporções catastróficas, não só para os coreanos de ambos os lados, mas para todo o planeta. Mantêm-se a coerência textual e as informações originais do texto ao se substituir a palavra “retaliação” (linha 9) por represália. Comentário: O sinônimo de “retaliação” é vingança, desforra, represália. Por isso, a questão está correta. Veja que o governo de Seul quer dar uma resposta à Coreia do Norte. E essa resposta não é nada amigável, pois poderá ter consequências catastróficas, segundo o texto. Daí entendermos que os sentidos literais arrolados acima realmente cabem neste contexto. Gabarito: C Questão 48: TRE - PA / 2007 / Analista (banca CESPE) Fragmento do texto: A partir da diplomação, os deputados federais eleitos só podem ser presos em caso de incontestável crime. A regra vale para todos os membros do Congresso Nacional, conforme dispõe o texto constitucional em vigor. Enquanto não forem diplomados, os eleitos continuam sujeitos às penalidades da lei, como qualquer cidadão, podendo, inclusive, ser presos, mesmo se não se tratar de crime evidente. O artigo 53 da Constituição Federal expressa que, a partir da posse, com a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos. Ainda de acordo com o texto constitucional promulgado em 1988, a diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A mesma norma legal estabelece que deputados e senadores, a contar da expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Considerando os sentidos das palavras empregadas no texto, há relação de sinonímia contextual entre

A “incontestável” (linha 2) e imponderável. B “diplomados” (linha 4) e reformados. C “evidente” (linha 6) e indubitável. D “invioláveis” (linha 10) e permanentes. E “expedição” (linha 12) e envio. Comentário: Na alternativa (A), perceba que “incontestável” significa indiscutível (em caso de crime indiscutível). Já “imponderável” significa aquilo que não se pode avaliar. Assim, não são sinônimos. Na alternativa (B), o segundo parágrafo explica literalmente o que venha a ser diplomação: é a formalidade da posse dos membros do Congresso Nacional. Já “reformados” significa, de maneira geral, aquilo que foi corrigido.

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A alternativa (C) está correta, pois a expressão “evidente” significa “às claras”, “que não oferece dúvida”. Por isso, a substituição pelo adjetivo “indubitável” preserva o sentido no texto. Na alternativa (D), perceba que invioláveis significa aquilo que não pode ser violado, mexido, aberto. No contexto, significa que deputados e senadores não serão imputados civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos; a partir da diplomação. O adjetivo “permanentes” significa aquilo que perdura, aquilo que é ininterrupto. Isso não cabe no contexto. Na alternativa (E), “expedição” está no sentido do ato da homologação, assinatura, despacho do documento. Já “envio” significa remessa, por isso não cabe no contexto. Gabarito: C Questão 49: TRE - TO / 2007 / Analista (banca CESPE) Fragmento do texto: O debate sobre as deficiências na legislação penal brasileira, as falhas na justiça e a crise do sistema penitenciário oscila em função do noticiário policial. Cada crime de impacto, como as ondas de violência deflagradas, no Rio e em São Paulo, de dentro de penitenciárias, produz clamores por leis mais duras e prisões com rigidez absoluta. Os críticos desse tipo de reação argumentam que mais eficaz do que qualquer agravamento de penas ou aperto extremo nos presídios é o cumprimento da legislação vigente, para se acabar com a perigosa sensação de impunidade que existe na criminalidade. Essa posição é bastante razoável, por ter uma sólida fundamentação. É certo que muitas leis podem até ser formalmente bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se forem mal aplicadas. A expressão “clamores” (linha 5) está sendo empregada no sentido de rejeições. Comentário: O substantivo “clamor” tem o sentido de “queixar, protestar, bradar”. Pelo contexto, entendemos que os crimes de impacto produzem protestos, rogos por mais rigidez na legislação. Observe que “rejeições” não tem esse valor semântico, por isso a questão está errada. Gabarito: E Questão 50: TRE - TO / 2007 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: Na movimentação em curso, uma das preocupações predominantes é a de fugir de partidos que, nos estados representados pelos parlamentares, não conseguiram eleger governador. A outra justificativa é a de que não há como ficar de fora da ampla coalizão de apoio ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em fase de montagem no Congresso. A palavra “coalizão” (linha 4) está sendo empregada com o sentido de oposição. Comentário: A palavra “coalizão” significa acordo, aliança, união; enquanto “oposição” significa contraste, contrário; por isso a questão está errada. Gabarito: E

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No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.” Era o reconhecimento de um direito. Restava regulamentar a forma pela qual esse direito seria garantido. Em novembro de 2003, o presidente da República assinou o Decreto n.º 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.º: “Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.” E, logo em seguida, o parágrafo primeiro do mesmo artigo reafirma e esclarece: “Para os fins deste decreto, a caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade.” Essa regulamentação resultou naquilo que o professor Denis Rosenfield descreveu como “ressemantização da palavra quilombo”; segundo ele, “o quilombo já não significaria um povoado formado por escravos negros (...), mas uma identidade cultural.”

O Estado de S.Paulo, 29/11/2010 (com adaptações). Questão 51: O vocábulo ‘presunção’ (linha 10) é empregado no texto com o sentido de suposição que se tem como verdadeira. Comentário: O substantivo ‘presunção’ é derivado do verbo “presumir”. Esses vocábulos têm o sentido de “opinião ou juízo (suposição, suspeita) baseado em algo”. Esse sentido, juridicamente, foi estendido para “Consequência que a lei deduz de certos atos ou fatos, e que estabelece como verdade por vezes até prova em contrário.” (Dicionário Aurélio). No texto, é essa extensão de sentido que foi empregada. Veja o contexto:

“Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos (...) os grupos étnico-raciais (...) com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”.

Assim, na forma da lei, são considerados remanescentes das comunidades aqueles que se declaram de ancestralidade negra e que satisfaçam as exigências legais. Há uma declaração, uma suposição, que é dada como verdadeira, até que se prove o contrário. Por isso, a questão está correta. Gabarito: C Questão 52: Mantêm-se as informações do período ao se substituir a palavra ‘remanescentes’ (linha 7) por descendentes. Comentário: O vocábulo “remanescentes” tem o sentido de aquilo que resta, restante, remanente. Contextualmente, esse sentido se amplia. Não são apenas aquelas pessoas que restaram, mas aquelas que descendem daquela ancestralidade, de acordo com as restrições da lei. Por isso, contextualmente, o sentido permanece o mesmo.

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Gabarito: C Questão 53: De acordo com os sentidos do texto, a palavra ‘ressemantização’ (linha 17) pode, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por ressignificação. Comentário: O vocábulo “semantização” é derivado de semântica, que significa o sentido das palavras. O prefixo “re” mostra que há nova semântica, isto é, novo sentido (ressignificação). Por isso, a questão está correta. Gabarito: C Questão 54: TSE / 2006 / Analista (banca CESPE) Fragmento do texto: Muitos defendem o federalismo, quando se encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia política. A palavra “manietados” (linha 3) está sendo empregada com o sentido de mobilizados. Comentário: O adjetivo “manietados” é gerado do verbo “manietar”, o qual possui a variação “maniatar”. Esse vocábulo é constituído dos substantivos “mão” e o verbo “atar”: maniatar. Então, o sentido desses vocábulos é “atar as mãos”, prender-se ou sentir-se preso.

Assim, entendemos que os municípios sentiam-se tolhidos, dificultados, presos, imobilizados, por causa da falta de recursos próprios, por isso reclamam por ajuda dos governos estaduais e federal. Veja:

“Os municípios, tolhidos pela falta de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia política.” Gabarito: E Questão 55: TSE / 2006 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: Uma sociedade democrática vive de suas clivagens, que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político. Cada partido tem o direito de fazer suas próprias propostas, procurando mostrar para a opinião pública a sua viabilidade, a sua pertinência e a sua importância. A palavra “clivagens” (linha 1) está sendo empregada com o sentido de convergências, uniões. Comentário: O substantivo “clivagens” significa divisão, fragmentação. Mas você não precisava saber o sentido desse substantivo, pois bastava interpretar o texto. Veja:

Uma sociedade democrática vive de suas clivagens, que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político.

A oração “que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político” é subordinada adjetiva explicativa e com isso mostra o sentido deste substantivo no texto: as clivagens de uma sociedade democrática fundamentam-se no respeito à pluralidade, à diversidade política. Assim, não se pode entender como convergência ou união.

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Gabarito: E Questão 56: SEPLAG - MG/ 2008 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: O programa Fica Vivo, carro-chefe da SEDS, tem como objetivo a prevenção da violência e é focado em jovens de 12 a 24 anos. Criado em 2002, em Belo Horizonte, atualmente atende a mais de 13 mil jovens de onze municípios mineiros. O programa Fica Vivo consiste na atuação de várias esferas do poder público em comunidades marcadas pela violência. A palavra “esferas” (linha 5) está sendo empregada com o sentido de instâncias. Comentário: Note que o vocábulo “esferas” tem o seu sentido literal como um espaço geométrico limitado por uma superfície esférica. Esse ambiente limitado se estendeu ao sentido figurado de área de atuação, campo, instância, setor, ramo profissional etc. Dessa forma, usamos as expressões “esfera (ou instância) do poder público”. Por isso, a alternativa está correta. Gabarito: C Questão 57: Prefeitura VV – ES / 2008 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Eu tinha todas as outras liberdades, preso no porão — de pensar, de xingar meus captores, de ter uma religião (caso quisesse uma), de escolher minhas convicções políticas. Tinha liberdade de sonhar. Contudo, de que me adiantava isso, se estava preso dentro de um porão? O sentido do texto seria mantido se o vocábulo “convicções” fosse substituído por crenças. Comentário: O substantivo “convicções” está relacionado a ideologias, crenças. Por isso, a questão está certa. Gabarito: C Questão 58: SEDUES – ES / 2010 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: Existe um problema que tende a ser minimizado na elaboração e divulgação das campanhas de preservação ambiental, sobretudo naquelas que enfocam, especificamente, o relacionamento do ser humano com o meio onde vive e ao qual está diretamente relacionado. Trata-se da chamada poluição urbana, observada, sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento demográfico. Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu nos últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos, a situação resulta da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de mínimas noções de higiene. A palavra “proliferação” (linha 7) está sendo empregada com o sentido de liberação. Comentário: O substantivo “proliferação” tem o sentido de ampliar, propagar-se. Assim, entendemos no texto que houve o aumento, a propagação desenfreada do consumo. Já o substantivo “liberação” transmite a ideia de que algo estava fechado e foi liberado, o que não cabe no contexto. Gabarito: E

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Questão 59: Com o emprego da palavra “consumismo” (linha 7), confere-se à ideia de consumo a noção de exagero. Comentário: O próprio sufixo “-ismo” confere ao vocábulo uma ideia pejorativa, transmitindo a noção de exagero. Isso foi reforçado ainda mais com a expressão “proliferação desenfreada”. Por isso, a questão está certa. Gabarito: C Questão 60: SEDAP – PB / 2009 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: O fato é que, antes da atual crise, nem todos os mutuantes foram predadores e nem todos os mutuários foram idiotas. Mas alguns empréstimos foram imprudentes e outros foram fraudulentos. Alguns investidores correram riscos que não entendiam. Muito poucos estavam dispostos a aprender com as evidências dos projetos de microcrédito bem-sucedidos em todo o mundo; então, agora, teremos todos que aprender com as evidências de nossos erros. A substituição da palavra “fraudulentos” (linha 3) pela palavra fraudadores não altera o sentido nem a adequação gramatical do período em que a palavra está inserida. Comentário: Não há adequação vocabular com essa troca, porque o sufixo de substantivo or(ores) em “fraudadores” denota a ação de alguém; já o sufixo de adjetivo ente(entos) denota uma característica da ação ou do elemento fraudado (eleição fraudulenta, campeonato fraudulento, empréstimos fraudulentos). Por isso, a substituição não cabe neste contexto. Gabarito: E Questão 61: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: Na verdade, idealiza-se o que fazer (e que dificilmente acontece), esquecendo-se do presente. Geralmente, as expectativas centradas nesse futuro refletem uma insatisfação com a situação presente, tanto no nível pessoal como no profissional. Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (linhas 3 e 4) fosse reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho. Comentário: A expressão “a nível de” é viciosa. O substantivo “nível” não possui o valor de “relativo a”, “a respeito de”, como vulgarmente é utilizado (Falei a nível de problema social). Os valores corretamente empregados da palavra “nível” são:

• Elevação relativa de uma linha ou de um plano horizontal: O nível das águas subiu.

• Padrão, qualidade, gabarito: bairro residencial de alto nível. • Altura relativa numa escala de valores (plano): nível econômico; nível

de disciplina.

No contexto, o substantivo “nível” está sendo usado com o sentido número 3, visto anteriormente. Assim, um substantivo sinônimo que pode ser utilizado é “plano”:

“tanto no plano pessoal como no profissional”

Gabarito: E

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PM ES / 2010 / Médio (banca CESPE) 5 10 15 20 25 30

A democracia é o único regime que permite ao cidadão ser contra, dentro da lei. Os demais regimes recusam ou reprimem esse direito e permitem ao cidadão apenas ser a favor ou neutro, jamais ser contra. Portanto, para funcionar bem, a democracia precisa garantir ao cidadão aquilo que a distingue dos demais regimes: o direito legal de ser contra. Eleições no mundo todo são feitas somente com o voto a favor e não há como distinguir a democracia da ditadura, pois esta também permite o voto a favor. Muitos ditadores do mundo submeteram-se a eleições e foram “reeleitos”, sempre com votos a favor. No Brasil, há muitos políticos que, embora rejeitados por muitos, acabam sendo eleitos por poucos, lamentavelmente com votos suficientes para ganhar o cargo. O voto a favor, sozinho, não garante a democracia. As eleições atuais não detectam verdadeiramente a vontade da maioria dos cidadãos — um dos traços da democracia —, pois não levam em conta a rejeição dos eleitores ao candidato. É uma democracia pela metade. Para que uma eleição seja democrática, cada eleitor deveria receber duas cédulas, uma para o voto a favor do candidato preferido e outra para o voto contrário ao candidato que ele não quer. Seriam apurados os votos a favor, os contrários e o saldo de votos. Assim, estaria eleito o candidato com o maior saldo de votos. Puro, simples e democrático. A primeira eleição seria talvez um pouco confusa para o eleitor e para o candidato, mas as vantagens seriam tão grandes que ambos aprenderiam logo para a eleição seguinte. De início, a vantagem seria a imediata exclusão de políticos “profissionais”, picaretas, enganadores, populistas, marqueteiros, tudo de acordo com as regras democráticas, pelo voto; nesse caso, tanto o voto a favor quanto o contrário. Mas a principal vantagem seria fazer funcionar plenamente a democracia, ao dar ao eleitor aquilo que a distingue, o direito de oposição legal.

Milton Nogueira. Voto a favor, voto contrário. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

Questão 62: A expressão “Puro, simples e democrático” (linha 21) qualifica o processo eleitoral verdadeiramente democrático proposto pelo autor do texto. Comentário: Observe o início do parágrafo em que o autor afirma: “Para que uma eleição seja democrática”. Dado o desenvolvimento dessa ideia, o parágrafo termina com a expressão “Puro, simples e democrático”. Por isso, está correta a afirmativa. Gabarito: C Questão 63: O vocábulo “confusa” (linha 22) foi empregado no texto com sentido denotativo. Comentário: O vocábulo “confusa” realmente está em sentido denotativo, literal, pois está no sentido de que as primeiras eleições não seriam muito claras, seriam tumultuadas, obscuras. Gabarito: C

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Questão 64: O vocábulo “populistas” (linha 26) poderia ser substituído, sem prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto, por populares. Comentário: Populista não é o mesmo que popular. O primeiro significa o adepto ao populismo, que se diz amigo do povo. Termo muito usado na política. Diferente do segundo, que significa aquilo ou aquele que tem a simpatia do povo. O primeiro traduz um valor um tanto pejorativo, ligado à intenção de manipular, já o segundo não. Por isso não possuem o mesmo sentido. Gabarito: E Questão 65: A conjunção “ou” (linha 3) é empregada, no texto, com o objetivo de ligar termos sinônimos. Comentário: A conjunção “ou” é alternativa de exclusão. Assim, um termo (a favor) exclui o outro (neutro), não cabendo o mesmo sentido. Gabarito: E Questão 66: Os vocábulos “democracia” e “ditadura”, ambos na linha 7, são antônimos. Comentário: O texto ratifica o sentido oposto entre democracia e ditadura. Perceba isso no segundo parágrafo, em que o autor afirma que as eleições no mundo todo admitem somente o voto a favor. Ele continua dizendo que isso também é feito na ditadura (algo tão contrastante). Veja:

“Eleições no mundo todo são feitas somente com o voto a favor e não há como distinguir a democracia da ditadura, pois esta também permite o voto a favor.“ Gabarito: C Questão 67: MRE / 2008 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: O boom no preço das commodities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também produz efeitos adversos, não neutralizados pela política econômica. A palavra “neutralizados” (linha 4) está sendo empregada com o sentido que compreende as seguintes ideias: eliminados, solucionados, resolvidos. Comentário: Neutralizar significa tirar o efeito, como ocorre com os vocábulos “eliminados”, “solucionados” e “resolvidos”. Gabarito: C

MRE / 2008 / Superior (banca CESPE) 5

O afastamento de Fidel Castro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta para o fim de uma singular experiência revolucionária no hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevida melancólica nas condições de hoje, ao nascer incendiou romanticamente a imaginação de muitos de nós e nos mobilizou. Eram os tempos provavelmente mais quentes da Guerra Fria, e a fantasia de uma alternativa socialista e revolucionária atraía muitos jovens generosos, estimulados pela visão sartriana de um furacão benigno sobre Cuba, protagonizado igualmente

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por jovens abnegados e heróicos. A movimentação resultante concorreu, naturalmente, para que o processo político brasileiro desaguasse no desastre de 1964, enquanto em plano mundial se evidenciava a face bárbara da experimentação com o socialismo e se engendrava a dinâmica que terminaria por inviabilizá-lo. Felizmente, as circunstâncias do presente permitem, quando nada, evocar com bom humor algo do clima do imediato pós-Revolução Cubana — e quem sabe procurar refletir de novo sobre importantes e perenes temas políticos.

Fábio Wanderley Reis. Valor Econômico, 24/2/2008 (com adaptações). Questão 68: A palavra “incendiou” (linha 5) está sendo empregada em sentido conotativo, com o significado de estimulou. Comentário: O verbo “incendiar” em sentido denotativo é colocar fogo, incinerar. Esse é o processo primeiro da ignição. Como sabemos que a ignição é o início de um efeito de combustão que movimenta máquinas; também associamos o vocábulo “incendiar” como um processo de ignição (estímulo) de nossas ações. Vemos vários exemplos desse uso conotativo em expressões como “Ela incendiou a passarela, com seu encanto.”, “Vamos incendiar a torcida no jogo”. Gabarito: C Questão 69: A expressão “se engendrava” (linha 13) está sendo empregada com o sentido de rejeitava, recusava. Comentário: O verbo “engendrar” tem o sentido de dar origem, gerar, produzir, engenhar. Daí entendermos que uma dinâmica era produzida, gerada, não cabendo o sentido de “rejeitava”, “ recusava”. Gabarito: E Questão 70: TRE TO - 2011 - Analista (banca FCC) ... por que nos darmos o trabalho de lê-lo?

A expressão que contém o mesmo sentido do segmento grifado acima é:

(A) entediarmos ao. (B) esforçarmos para. (C) preservarmos de. (D) pouparmos de. (E) resguardarmos em. Comentário: A expressão dar-se o trabalho de transmite a ideia de que algo necessita de muito esforço. Por isso, a expressão “darmos o trabalho de lê-lo” é o mesmo que “esforçamos para lê-lo”. A alternativa (B) é a correta. Gabarito: B Questão 71: TRT 1ªR - 2011 - Analista (banca FCC) Fragmento do texto: Compartilhar o espaço com estranhos é uma condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. A presença ubíqua de estranhos é fonte de ansiedade, assim como de uma agressividade que volta e meia pode emergir. Faz-se necessário experimentar, tentar, testar e (espera-se) encontrar um modo de tornar a coabitação palatável. Essa necessidade é “dada”, não-negociável. Mas o modo como os habitantes de cada cidade se conduzem para satisfazê-la é questão de escolha. E esta é feita diariamente.

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... condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir.

Mantendo-se a correção e a lógica, o verbo grifado acima pode ser substituído, sem qualquer outra alteração na frase em que se encontra, APENAS por

(A) escapar. (B) afastar. (C) evadir. (D) evitar. (E) prevenir. Comentário: Note que as alternativas (D) e (E) não possuem verbos com mesmo sentido de “fugir”. Por isso as eliminamos. Os verbos “escapar”, “afastar” e “evadir” são sinônimos de “fugir”. Mas perceba o contexto: Compartilhar o espaço com estranhos é uma condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. Deixando mais claro seria: Os habitantes das cidades consideram difícil fugir dessa condição. O verbo fugir é transitivo indireto e exige preposição “de”. O verbo sinônimo e de mesma regência é “escapar”. Veja:

Os habitantes das cidades consideram difícil escapar dessa condição.

Note que os verbos “afastar” e “evadir” são pronominais e deveriam receber o pronome “se”. Veja:

Os habitantes das cidades consideram difícil afastar-se dessa condição. Os habitantes das cidades consideram difícil evadir-se dessa condição.

Assim, o problema é a regência nas alternativas (B) e (C); fazendo com que a alternativa correta seja a (A). Gabarito: A Questão 72: TRF 1ªR - 2006 – Analista (banca FCC) Fragmento do texto: Um editorial da respeitada revista britânica The Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma polêmica com pesquisadores latino-americanos. O texto da revista sugeriu que o país pode mergulhar num caos após a morte do ditador Fidel Castro, que sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do Leste Europeu após a queda de seus regimes comunistas. E conclamou os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária para os cubanos. De quebra, a publicação insinua que há dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano fazer frente a esse quadro. Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo do texto, ao editorial da revista britânica The Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar.

Considerando-se o contexto, não haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido empregados, respectivamente,

(A) ensejar − aventar − convocar − sugerir (B) instigar − propor − reiterar − infiltrar (C) dirimir − conceder − atribuir − insuflar (D) solapar − retificar − conceder − induzir (E) conduzir − insinuar − proclamar − confessar

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Comentário: Veja o significado do primeiro verbo de cada alternativa: ensejar: dar ensejo, incitar, provocar; instigar: incitar , estimular; dirimir: suprimir, resolver; solapar: demolir, destruir; conduzir: guiar, levar. Veja que apenas as alternativas (A) e (B) possuem o sentido de acordo com o contexto. Notamos que o verbo “aventar” e “propor” são sinônimos de “sugerir”. Veja que “conclamar” é sinônimo de “convocar”. O verbo “reiterar” só seria possível, neste contexto, se já houvesse sido feita a convocação anteriormente e então pela segunda vez seria a reiteração, a confirmação. Por isso, a alternativa (B) é excluída e a correta é a (A). Veja que “insinuar” é sinônimo de “sugerir”, o que a confirma como correta. Gabarito: A Questão 73: DPE - SP – 2010 Superior (banca FCC) Fragmento do texto: Não se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar um termo técnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o vocabulário especializado; trata-se, sim, de evitar o exagero das linguagens opacas, cifradas, que pedem “tradução” para a própria língua a que presumivelmente pertencem. O exemplo de Graciliano diz tudo: quando o propósito da comunicação é honesto, quando se quer clareza e objetividade no que se escreve, as palavras devem expor à luz, e não mascarar, a mensagem produzida. No caso desse honrado prefeito alagoano, a ética rigorosa do escritor e a ética irrepreensível do administrador eram a mesma ética, assentada sobre os princípios da honestidade e do respeito para com o outro. Na construção Não se trata de ir contra (...), de não reconhecer (...), de abolir, os elementos sublinhados têm, na ordem dada, o sentido de

(A) contrariar - desconhecer - procrastinar (B) ir ao encontro - ignorar - suspender (C) contradizer - desmerecer - extinguir (D) contraditar - discordar - reprimir (E) ir de encontro - rejeitar - suprimir Comentário: Não se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar um termo técnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o vocabulário especializado; trata-se, sim, de evitar o exagero das linguagens opacas, cifradas, que pedem “tradução” para a própria língua a que presumivelmente pertencem. Perceba que “ir contra a” termina com preposição “a”, e o substantivo “necessidade”, no texto, não possui artigo “a”; por isso não há crase. Essa expressão tem o sentido equivalente às expressões “contradizer”, “contraditar” (nestes casos, o “a” viraria artigo do substantivo “necessidade”) e “ir de encontro” (neste caso, o “a” continua sendo preposição “a”, e o substantivo “necessidade” não possui artigo “a”, como no texto original). Assim, eliminamos a alternativa (B), pois “ao encontro de” não transmite valor de oposição, mas de aproximação de ideias.

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Na expressão “não reconhecer a vantagem”, podemos entender que “não reconhecer” não quer dizer “desconhecer”, mas não dar crédito a algo. Por isso, também eliminamos a alternativa (A). Perceba que o verbo “desmerecer” transmite a ideia de rebaixar, menosprezar; por isso, não cabe no contexto, e podemos eliminar a alternativa (C). Veja que o verbo “discordar”, além de não transmitir o mesmo sentido de “não reconhecer”, possui regência diferente (exige a preposição “de”). Por isso, eliminamos a alternativa (D). Assim, a alternativa correta é a (E). Veja que o vocábulo “abolir” realmente tem o sentido de “suprimir”. Gabarito: E Questão 74: Infraero – 2010 Superior (banca FCC) Fragmento do texto: Mais do que um marinheiro de primeira viagem, o passageiro de primeiro voo leva consigo os instintos e os medos primitivos de uma espécie criada para andar sobre a terra. As águas podem ser vistas como extensão horizontal de caminhos, que se exploram pouco a pouco: aprende-se a nadar e a navegar a partir da segurança de uma borda, arrostando-se gradualmente os perigos. Mas um voo é coisa mais séria: há o desafio radical da subida, do completo desligamento da superfície do planeta, e há o momento crucial do retorno, da reconciliação com o solo. Se a rotina das viagens aéreas banalizou essas operações, nem por isso o passageiro de primeira viagem deixa de experimentar as emoções de um heroico pioneiro. Na frase a rotina das viagens aéreas banalizou essas operações, o sentido do verbo banalizar é equivalente ao sentido que assume o verbo sublinhado em:

(A) O progresso trivializou experiências que eram vistas como temerárias. (B) A nova diretoria restringiu algumas das iniciativas programadas. (C) A agência de turismo fez de tudo para popularizar seus planos de viagem. (D) O comandante vulgarizou-se ao se dirigir daquele modo à tripulação. (E) A companhia apequenou seus novos projetos diante da crise. Comentário: O verbo “banalizar” tem o sentido de tornar banal, vulgar, trivial, simplificar. Assim, somente a alternativa (A) é a correta, pois o verbo “trivializou” pode ser substituído por “simplificou”, “banalizou”. Note que a alternativa (D) poderia nos confundir, porém o verbo “vulgarizar-se” não produz o sentido de “simplificar”, mas de tornar chulo, baixo, grosseiro. Gabarito: A Questão 75: TRE TO – 2011 Analista (banca FCC) Fragmento do texto: Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.

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A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por:

(A) pessoalmente. (B) de modo incisivo. (C) apontando. (D) entre outras coisas. (E) cuidadosamente. Comentário: A expressão “a dedo” significa de maneira cuidadosa. Por isso, a alternativa (E) é a correta. Gabarito: E

Cuidado quando a prova “camufla” a questão gramatical numa de semântica, ao pedir para substituir um vocábulo por outro. O sentido pode permanecer, mas às vezes a troca dos vocábulos pode gerar um problema de concordância ou de regência. Veja exemplos:

Questão 76: PGM RR/ 2010 / nível médio (banca CESPE) Fragmento do texto: Assim, a noção de capacidade é essencialmente um regime de liberdade — o leque de opções que uma pessoa tem para decidir que tipo de vida levar. Preservam-se a coerência e a correção gramatical ao se substituir “tem” por dispõe, com a vantagem de tornar o texto mais de acordo com o padrão culto da língua. Comentário: Os verbos “tem” e “dispõe” são sinônimos, mas o problema é que um não pode substituir o outro, se não houver ajustes gramaticais, pois o verbo “tem” é transitivo direto e “dispõe” é transitivo indireto e exige preposição “de”.

Veja os ajustes:

“...que uma pessoa tem... (“que” =OD, “uma pessoa” = sujeito, “tem” = VTD) “...de que uma pessoa dispõe...” (“de que” =OI, “uma pessoa”= sujeito, “dispõe”= VTI) Gabarito: E Questão 77: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: O governo do estado de São Paulo lançou um programa que fechará o cerco ao consumo de álcool por crianças e adolescentes. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse a expressão “fechará o cerco” (linha 2) pela forma verbal coibirá. Comentário: O verbo “coibir” significa a tentativa de impedimento de realização de algo, repressão a algo, refreamento de algo. Este sentido é o mesmo da expressão “fechar o cerco”. Assim, semanticamente, a substituição estaria correta, mas sintaticamente há um problema: o verbo “coibirá” é transitivo direto e não admite a preposição “a”, a qual deve ser retirada: “...coibirá o consumo de álcool...”

Gabarito: E

Neste tipo de cobrança, note que a banca salienta para o candidato que ele deve observar, além da “coerência” e do “sentido”, a “correção gramatical”.

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V - Antonímia

Requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário. Antonímia é o emprego de palavras de sentido contrário, oposto.

Ex.: É um menino corajoso. É um menino medroso.

Questão 78: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação. (sinonímia) Comentário: A relação é de antonímia, pois os sentidos dessas palavras são opostos. Gabarito: E

Homônimos, parônimos e expressões afins

Homônimos são vocábulos de sentidos diferentes que, por apresentarem semelhanças formais, costumam provocar dúvidas de significado e de grafia. Há dois tipos de homônimos: homônimos homógrafos e homônimos homófonos.

Os homógrafos são palavras que têm a mesma grafia, podendo a sua pronúncia coincidir ou não, como nos exemplos: manga (de roupa), manga “fruta” e manga “tubo de vidro ou cristal para lâmpadas”; seco /ê/ (adjetivo) e seco /é/ (verbo), gosto /ô/ (substantivo) e gosto /ó/ (verbo).

Já os homófonos caracterizam-se por terem pronúncia idêntica e grafia diferente: censo/senso, cessão/seção/sessão, etc.

Por sua vez, os parônimos são palavras que se apresentam como muito parecidas na pronúncia e na grafia, mas não chegam a ser idênticas. Exemplos: deferir/diferir, infligir/infringir.

Vamos, assim, elencar alguns vocábulos que têm caído nas provas:

Questão 79: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos não houve ato algum de descriminação. (paronímia) Comentário: Paronímia significa que o nome é parecido, mas não idêntico; por isso esta afirmativa é correta. Gabarito: C 1) Uso dos porquês

1) Porquê (junto e com acento) é usado quando for sinônimo de motivo, causa, indagação. Por ser substantivo, admite artigo e pode ir ao plural:

Os considerandos são os porquês de um decreto. O Relator explicou o porquê de cada emenda. Qual é o porquê desta vez?

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2) Por quê (separado e com acento) é usado quando a expressão aparecer após uma pausa, em final de frase, ou sozinha:

Brigou de novo, por quê? Brigou de novo? Por quê? Ria, ria sem saber por quê.

3) Porque (junto e sem acento) é usado nos seguintes casos:

a. Para introduzir explicação, causa, motivo, podendo ser substituído por conjunções causais como pois, porquanto, visto que:

Traga agasalho, porque vai fazer frio.(conjunção coordenativa explicativa = pois)

A reunião foi adiada porque faltou energia.(conjunção subordinativa causal = pois)

Porque ainda é cedo, proponho esperarmos um pouco mais. (conjunção subordinativa causal = como)

b. Nas frases interrogativas a que se responde com “sim” ou “não”:

Ele não votou o projeto porque estava de licença?

Essa medida provisória está na pauta de votação porque é urgente?

Na realidade, a conjunção “porque” continua sendo subordinativa adverbial causal. A diferença é que na própria pergunta já se dá a causa (oração subordinada adverbial causal).

c. Como conjunção de finalidade (= para que), levando o verbo para o subjuntivo. Esta construção é arcaica, mas vez por outra tem sido encontrada:

Rezo porque tudo corra bem. Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas.

Contemporaneamente, para exprimir finalidade, objetivo, prefere-se usar para que em lugar de porque: Rezo para que tudo corra bem.

4) Por que (separado e sem acento) é usado nos seguintes casos:

a. nas interrogativas diretas e indiretas:

Por que você demorou tanto? (interrogativa direta)

Quero saber por que meu dinheiro acabou. (interrogativa indireta)

b. sempre que se puder inserir as palavras motivo, razão:

Não sei por que ele se ofendeu. (Não sei por que motivo ele se ofendeu.)

O funcionário explicou por que havia faltado. (O funcionário explicou por que motivo havia faltado.)

c. quando a expressão puder ser substituída por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, confirma-se que há pronome relativo “que” antecedido da preposição “por”:

A estrada por que passamos está em péssimo estado de conservação. (A estrada pela qual passamos está em péssimo estado de conservação.)

Esse é o motivo por que a reunião foi adiada. (Esse é o motivo pelo qual a reunião foi adiada.)

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d. quando “que” for conjunção integrante iniciando oração subordinada substantiva objetiva indireta ou completiva nominal, com imposição da preposição “por” pelo verbo ou nome, respectivamente:

Torcemos por que tudo se resolva logo. (= torcemos por isso)

O Relator estava ansioso por que começasse a votação. (= ansioso por isso)

Não se pode confundir este último caso com o uso da conjunção de finalidade (conforme acima - nº 3, letra c). Veja a diferença:

Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas.

Note que o nome opinião, anterior à conjunção, não exigiu a preposição por. Além disso, percebe-se a intenção, a finalidade de não expressar sua opinião: para que não desanimasse os colegas.

O Relator estava ansioso por que começasse a votação.

Aqui, o nome ansioso exige a preposição por, razão pela qual deve ser separada do que.

2. Mau e mal 1) Mau é antônimo de bom. Pode aparecer como:

a. adjetivo – varia em gênero e número:

Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso. Não eram maus rapazes, apenas um pouco preguiçosos.

Obs.: (feminino) Não era má atriz nas novelas, mas boa cantora no palco.

b. palavra substantivada:

Os bons vencerão os maus.

2) Mal é antônimo de bem. Pode aparecer como:

a. advérbio – não varia:

O candidato foi mal recebido.

Fizeram mal em dizer tais coisas.

b. substantivo – varia em número:

O mal nem sempre vence o bem.

Há males que vêm para o bem.

c. conjunção (corresponde a quando)– não varia:

Mal cheguei, ele saiu.

d. mal é também um prefixo:

mal-educado, malcriado, mal-humorado

3. Mas – más – mais 1. Mais pode ser um pronome ou um advérbio. É o contrário de menos:

a. advérbio (indica intensidade) – modifica verbo ou adjetivo:

Converse menos e trabalhe mais.

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A garota está mais bonita hoje.

b. pronome indefinido (indica quantidade) – modifica um substantivo:

Comprei mais lâmpadas para a sala de aula.

2. Mas é uma conjunção adversativa (indica oposição). Equivale a porém, todavia, contudo:

Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu.

3. Más é adjetivo:

Ela é uma má aluna.

4. Há – a – à 1) Emprega-se o há:

a. Com referência ao verbo fazer, indicando tempo decorrido:

Não o vejo há quinze dias.

Não se encontram há tempos.

Saiu daqui há duas horas.

b. Quando se trata de forma do verbo haver:

Há um artigo interessante nesta revista.

2) Emprega-se o a (preposição):

a. Com referência a tempo futuro:

A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a maquilagem.

b. Com referência a distância:

Morava a cinco quadras daqui.

3) Emprega-se o a (artigo) quando se antepõe a substantivo feminino:

A apólice tornou-se grande trunfo na mão do advogado.

4) Emprega-se o à quando houver crase da preposição a com o artigo a ou com o demonstrativo a:

Rendeu à colega uma homenagem semelhante à que recebera.

5. Senão – se não 1. A palavra senão é usada equivalendo a :

a. do contrário (conjunção)

Saia daqui, senão vai se molhar.

b. a não ser, salvo, exceto (preposição):

Não podia acreditar, senão vendo com os próprios olhos.

Não faz outra coisa, senão reclamar.

c. mas sim, porém (conjunção adversativa)

Não tive a intenção de exigir, senão de pedir.

Aconselhava não como chefe, senão como amigo.

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d. defeito, falha (substantivo):

Fez um discurso perfeito, sem nenhum senão. (Esta é a forma que se usa na expressão “senão vejamos”.)

2. A expressão se não é usada equivalendo a caso não (conjunção condicional e hipotética):

Esperarei mais um pouco; se não vier, irei embora. (caso não venha)

Se não buscares, não encontrarás.

O dispositivo está na Constituição, se não no Regimento Interno.

6. A fim de – afim 1. A expressão a fim de indica finalidade; corresponde a para:

Cheguei cedo a fim de terminar meu serviço.

(Deve-se evitar estar a fim de no sentido de estar com vontade de em textos mais elaborados, pois trata-se de modismo, de gíria. Seu emprego só se justifica em textos coloquiais: Eu não estou a fim de sair hoje.)

2. A palavra afim (numa única palavra) corresponde a semelhante ou parente por afinidade:

A Matemática e a Física são ciências afins.

A língua portuguesa é afim da espanhola.

7. A par ou ao par? 1. A expressão a par equivale a ciente, informado, prevenido; em geral, emprega-se com o verbo estar:

O diretor não estava a par do assunto.

2. A expressão ao par emprega-se em relação a câmbio; indica título ou moeda de valor idêntico:

O real já esteve ao par do dólar. As ações foram cotadas ao par.

A lista a seguir mostra os distintos significados das palavras e expressões que podem gerar dúvidas:

Abaixo-assinado: documento em geral de reivindicação, protesto ou solidariedade assinado por várias pessoas: Não faltaram abaixo-assinados contra a reforma da Previdência. Abaixo assinado: cada uma das pessoas que assinam um abaixo-assinado: Nós, abaixo assinados, vimos manifestar... Abjeção: baixeza, degradação: Em um ambiente de abjeção, as pessoas perdem o respeito. Objeção: réplica, contestação, obstáculo: O projeto tramitou sem encontrar nenhuma objeção. Absolver (absolvição): inocentar, perdoar: O tribunal absolveu o réu. Absorver (absorção): embeber em si, recolher em si, fazendo desaparecer por incorporação ou assimilação: O novo órgão absorveu as funções das duas secretarias que foram extintas. Acender: pôr fogo: Acender uma fogueira; ligar: Acender a lâmpada. Ascender: subir, elevar-se: Ascender na carreira.

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Acento: sinal gráfico, tom de voz: Nos discursos que fazia, era mestre em pôr o acento certo nas palavras certas. Assento: banco, cadeira: O Brasil reivindica assento no Conselho de Segurança da ONU. Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, falou acerca de seus projetos. A cerca de: preposição “de” + quantidade aproximada: Brasília fica a cerca de duzentos quilômetros de Goiânia. Há cerca de: verbo “há” + quantidade aproximada: O povoado existe há cerca de um século; Atualmente, há cerca de trezentos moradores vivendo em suas ruelas. Acessório: suplementar, adicional, secundário: As questões acessórias serão discutidas posteriormente; aquilo que se junta ao principal, complemento: Comprou acessórios de informática. Assessório: assessorial; relativo a assessores. Acidente: acontecimento casual, imprevisto: Encontraram-se por acidente em uma solenidade; desastre: Por sorte, ninguém se feriu no acidente. Incidente: episódio; dificuldade passageira: O incidente da agressão ao diplomata desencadeou uma crise entre os dois países. Alto: de grande dimensão vertical, elevado: alto-falante, muro alto. Auto: de si mesmo; ato público; registro escrito de uma ocorrência: automóvel; autos do processo. À medida que: à proporção que, ao passo que (expressa o desenvolvimento de ação simultânea a outra): À medida que amadurecem, as pessoas aumentam sua capacidade de compreensão; A situação foi se aclarando, à medida que a testemunha relatava os fatos. Na medida em que: pelo fato de que, uma vez que; porque (expressa causa ou a ideia de utilização de dado preexistente): Na medida em que o Relator apresentar seu parecer, a Comissão poderá votá-lo imediatamente; Devemos usar nossas prerrogativas de cidadãos, na medida em que elas existem. Amoral: que não tem senso de moral; moralmente neutro: Diz-se que a ciência é amoral. Imoral: contrário à moral, aos bons costumes; indecoroso; libertino: Conduta imoral. Moral: que está conforme os princípios socialmente aceitos: Encerrou o discurso com uma anedota de cunho moral. Ante: preposição: em frente a, perante: A verdade está ante nossos olhos; em consequência de; diante de: Ante os protestos, recuou da decisão. (Diz-se ante a, ante o, e não *ante à, *ante ao.) Ante: pref. expressa anterioridade: anteontem, antessala. Anti: pref. expressa contrariedade, oposição: antiácido, antirregimental. Ao encontro de: para junto de: Com os braços abertos, caminhou ao encontro dos colegas; favorável a, concordante ou compatível com: Suas ideias vêm ao encontro do que o projeto defende (as ideias concordam com o que o projeto defende). De encontro a: contra; em prejuízo de: Tropeçou, indo de encontro à mesa; Suas ideias vão de encontro ao que o projeto defende (as ideias são contrárias ao que o projeto defende). Ao invés de: ao contrário de (deve ser empregado quando houver oposição real entre uma coisa e outra): Ao invés de aprovar, rejeitou; Ao invés de rir, chorou. Em vez de: em lugar de; em substituição a: Em vez do Presidente, falou o Vice-Presidente; Em vez de pôr o projeto em votação, suspendeu a sessão; ao invés de: Em vez de rir, chorou. Aonde: usa-se com verbos de movimento (ir a, dirigir-se a, chegar a, etc.): Aonde vai o Brasil?; A comissão aonde (à qual / para a qual) foi encaminhado o projeto irá apreciá-lo hoje.

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Onde: usa-se com verbos que não dão idéia de movimento: Onde está o projeto no momento?; A comissão onde (em que / na qual) se encontra o projeto irá apreciá-lo hoje; Onde será a reunião? Aparte: interrupção ao orador: “Concedo o aparte ao nobre Colega.” À parte: isoladamente: O destaque apresentado foi votado à parte. Apreçar: perguntar o preço. Apressar: dar pressa. A princípio: no começo, inicialmente: A princípio, ninguém acreditava que o projeto seria aprovado. Em princípio: antes de qualquer consideração; de maneira geral; em tese: Em princípio, as leis visam ao bem comum. No princípio: mesmo que a princípio. Aresto: acórdão, solução de um julgado. Arresto: apreensão judicial de bens para garantir futura cobrança de dívida; embargo. Arrochar (arrocho): apertar muito: Arrochar o salário. Arroxar: variação do verbo arroxear “tornar roxo”. Ascendente: ancestral, antepassado (pai, avô, etc.): O avô materno foi o ascendente que mais o estimulou a seguir a carreira política. Descendente: pessoa que descende de outra (filho, neto, etc.): Os descendentes souberam consolidar o império industrial iniciado pelo patriarca. À toa: com a reforma ortográfica, é a mesma grafia para adjetivo (irrefletido; inútil): Um gesto à toa e para locução adverbial de modo (a esmo; irrefletidamente): Uma pessoa que vive à toa. Avocar: chamar; atribuir a si; arrogar-se: Avoca a si poderes de que não está investido. Evocar: lembrar; invocar: De maneira saudosa, vive evocando o passado. Invocar: pedir a proteção ou a ajuda de; chamar: Invocou o apoio de seus pares. Caçar (caça): perseguir para aprisionar ou matar: A polícia caçou os fugitivos até encontrá-los. Cassar (cassação): anular, revogar: A portaria cassou as aposentadorias concedidas irregularmente. Cardeal: adj. principal, fundamental. • subst. prelado: O cardeal foi quem celebrou a missa. Cardial: cárdico, cardíaco. Cavaleiro: que anda a cavalo; cavalariano. Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. Cela: pequeno quarto de dormir. Sela: assento que se põe sobre cavalgadura. Censo: levantamento de dados estatísticos; recenseamento: De acordo com o Censo 2000, há 171 milhões de brasileiros. Senso: faculdade de julgar, de sentir; juízo, entendimento: O estudo da Filosofia desenvolve o senso crítico. Cerrar: fechar; unir fortemente: Cerrou as mãos e soltou um grito; Encontrou todas as portas cerradas. Serrar: cortar com serra ou serrote: Os fugitivos serraram as grades da cela. Cessão: ato ou efeito de ceder: Agradeceu ao orador a cessão do aparte; transferência de posse ou direito: Cessão sem ônus. Seção: setor, repartição: Trabalha na Seção de Editoração; subdivisão de um todo: Um extenso capítulo com muitas seções. Sessão: espaço de tempo em que se realiza um trabalho: A sessão solene estendeu-se por mais de três horas; A primeira sessão do filme começará às 17 h. Chá: bebida: Em vez de chá, tomou café.

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Xá: antigo soberano do Irã. Cheque: ordem de pagamento. Xeque: chefe muçulmano; lance de xadrez. (xeque-mate = o rei morreu ou o rei está morto) Pôr em xeque: pôr em dúvida ou dificuldade. Comprimento: dimensão longitudinal de um objeto; tamanho: A sala tem 10 m de comprimento. Cumprimento: ato ou efeito de cumprir: o cumprimento de uma promessa; gesto ou palavra de elogio ou de saudação: Recebeu emocionado os cumprimentos dos colegas. Concertar: fazer acordo; combinar: Os Líderes concertaram a votação para hoje. Concerto: acordo; ajuste: O projeto foi aprovado graças ao concerto entre os partidos; harmonia: O concerto das nações; espetáculo musical: O concerto foi aplaudido de pé. Consertar (conserto): reparar; restaurar: Mandou consertar o relógio. Coser: costurar. Cozer: cozinhar. Deferir (deferimento): atender: A Diretora deferiu prontamente o pedido; outorgar, conceder: Os jurados deferiram o prêmio ao jovem cientista. Diferir (diferimento): adiar: A empresa diferiu o pagamento; ser diferente: Esses projetos diferem apenas no acessório, sendo idênticos no essencial. Defeso /ê/: adj. proibido: É defeso utilizar tributo com efeito de confisco; não sujeito a, isento. • subst. período do ano em que é proibido caçar ou pescar: O defeso da lagosta. Defesso /é/: que se fatigou; cansado. Delatar (delação): denunciar; revelar (crime ou delito): No interrogatório, o assaltante delatou seus comparsas. Dilatar: aumentar as dimensões ou o volume (dilatação): O calor dilata os sólidos; adiar, diferir, prorrogar (dilação): O Governo dilatou o prazo para pagamento do imposto. Demais e por demais: excessivamente, em demasia: A discussão deixou-a irritada demais (ou: por demais irritada). De mais: a mais: A conta veio com trinta reais de mais. (Na dúvida entre demais e de mais, lembrar que de mais é intercambiável com de menos.) Descrição: ato ou efeito de descrever; retrato: Fez uma descrição sumária da situação. Discrição: qualidade de discreto, do que não atrai a atenção: Veste-se com discrição; discernimento; poder (discricionário) da autoridade de agir. Descriminalizar: isentar de culpa; excluir a criminalidade: Há uma tendência de se descriminalizar a maconha. Descriminar: mesmo que descriminalizar. Discriminar: diferençar, distinguir; separar: Discriminar o bem do mal. Desidioso: em que há desídia; preguiçoso; negligente. Dissidioso: em que há dissídio, divisão; conflituoso, desarmonioso. Destratar: maltratar com palavras. Distratar: desfazer (trato, acordo). Discente: relativo a alunos: O corpo discente reclamou daquele professor. Docente: relativo a professores: O corpo docente avaliou os recursos dos alunos. Dorso: costas. Torso: tronco. Elidir: fazer elisão “supressão”; excluir, eliminar: A elisão fiscal é lícita. Ilidir: rebater, contestar, refutar: No tribunal, foi capaz de ilidir as provas que o incriminavam.

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Eludir: evitar ou esquivar-se com astúcia ou com artifício: Eludir a lei. Iludir: causar ilusão em; enganar; burlar: Suas promessas já não iludem ninguém. Emenda: correção de falta ou defeito, alteração: A emenda aperfeiçoou o projeto; regeneração. Ementa: resumo, síntese (de lei, decisão judicial, etc.): Muitas ementas terminam com a expressão “e dá outras providências”. Emergir: vir à tona; surgir, manifestar-se. Imergir: fazer submergir; mergulhar, afundar. Emigrar (emigrante): sair de um país para ir viver em outro: Milhares de descendentes de japoneses emigraram do Brasil para o Japão. Imigrar (imigrante): entrar em outro país para nele viver: A maioria dos alemães que imigraram para o Brasil fixaram-se no Sul. Migrar (migrante): mudar periodicamente de região ou país; passar de um lugar para outro. Eminente: proeminente; sublime; ilustre, notável: O eminente professor marcou época com aulas memoráveis. Iminente: que está a ponto de acontecer: Com o transbordamento do rio, a inundação da cidade é iminente. Empoçar: formar poça. Empossar: dar ou tomar posse. Espectador: aquele que assiste a um espetáculo. Expectador: aquele que permanece na expectativa. Esperto: atento; perspicaz; ativo. Experto: especialista, perito. Espiar: observar secretamente, espionar. Expiar: remir (a culpa), cumprindo pena; purificar-se. Estada: ato de estar; permanência: A estada da comitiva na capital foi de três dias. Estadia: prazo concedido para carga e descarga de um navio mercante num porto. Observação: O dicionário Aurélio (2009) categoriza este vocábulo também com valor de estada, permanência, mesmo este uso sendo condenado por muitos. Estático: imóvel como estátua; sem movimento; parado, hirto. “Olhava, estática, os destroços espalhados pelo chão”. Extático: posto em êxtase, absorto, enlevado. Estrato: camada; faixa ou camada de uma população: Estratos sociais. Extrato: coisa que se extraiu de outra; resumo: Extrato bancário; perfume. Flagrante: registrado no momento da realização: Prisão em flagrante; evidente. Fragrante: perfumado. Florescente: que floresce; próspero: pomares florescentes. Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência: Comprei uma lâmpada fluorescente. Florescer: florir; prosperar, desenvolver-se: A indústria do turismo floresce a cada dia. Fluorescer: emitir radiação de fluorescência. Incerto: duvidoso; impreciso. Inserto: inserido; introduzido. Incipiente: que está no começo. Insipiente: ignorante; tolo. Incontinente: adj. imoderado, desregrado; sensual, lascivo. Incontinente ou incontinênti: adv. imediatamente, logo, sem intervalo: Os bombeiros responderam incontinente/ incontinênti ao chamado. Indefeso /ê/: sem defesa; desprotegido. Indefesso /é/: incansável; incessante.

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Infligir: impor, aplicar (pena, castigo): Na votação, os partidos de Oposição infligiram uma dura derrota ao Governo. Infringir: desobedecer a; transgredir: Quem infringe o Código Penal está sujeito a ser levado preso. Intemerato: não corrompido; puro. Intimorato: que não sente temor; destemido. Intercessão: ato de interceder, de intervir. Interse(c)ção: cruzamento; corte. Mandado: ordem escrita emitida por autoridade pública: Mandado de prisão. Mandato: concessão de poderes para desempenho de uma representação; procuração; delegação: Mandato parlamentar. Melhora: recuperação de mal físico ou moral; mudança para melhor estado ou condição. Melhoria: melhoramento; aprimoramento; mesmo que melhora “mudança para melhor estado ou condição”. Óptico: respeitante à óptica “ciência da visão”; relativo à visão ou ao olho; ocular. Ótico: relativo ao ouvido; que é eficaz contra os males do ouvido. Ordinal: que denota ordem, posição. Ordinário: conforme ao costume; comum; frequente; vulgar. Original: que não ocorreu antes; novo; autêntico; com caráter próprio; primitivo. Originário: oriundo, proveniente; que não se alterou. Paço: palácio real ou episcopal. Passo: ato ou jeito de andar. Pleito: questão em juízo; discussão; eleição: Ele elegeu-se no pleito do ano passado. Pleitear: demandar em juízo; falar a favor de; fazer por conseguir: Pleitear um cargo. Preito: homenagem; respeito; assunto. Render preito: fazer declaração de louvor, gratidão, respeito. Posar (pose): assumir atitude, modos ou ares de algo que se quer aparentar; fazer pose: Posar para fotos. Pousar (pouso): descer, baixar em pouso: O avião pousou; pernoitar: Pousaram em um hotel à beira da estrada. Preceder: anteceder, vir antes; ter precedência. Proceder: vir, provir; originar-se. Preeminente: que ocupa lugar mais elevado; superior; sublime. Proeminente: que sobressai; que avança em ponta; preeminente. Prescrever (prescrição): preceituar; receitar: O médico prescreveu repouso; perder o efeito: O prazo para cobrança da dívida prescreveu. Proscrever (proscrição): banir; expulsar; vetar: A Constituição proscreve a pena de banimento. Prever: ver antecipadamente. Prover: abastecer; regular; nomear para um cargo; deferir. Provir: vir de; originar-se; resultar: Certas doenças provêm da falta de saneamento básico. Ratificar (ratificação): confirmar, validar. Retificar (retificação): corrigir. Recrear: proporcionar recreação a; divertir(-se). Recriar: criar de novo. Reincidir (reincidência): tornar a incidir, recair em; repetir. Rescindir (rescisão): tornar nulo (contrato); cancelar. Remição: ato ou efeito de remir “tornar a obter, resgatar”; liberação de pena ou dívida. Remissão: ato ou efeito de remitir “perdoar”; perdão; ação ou efeito de remeter.

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Repreensão: ato de repreender; censura; advertência. Repressão: ação de reprimir; contenção; impedimento. Saldar: pagar o saldo de; liquidar (contas). Saudar: cumprimentar; aclamar. Segmento: porção de um todo: Segmento de mercado. Seguimento: continuação: Dar seguimento ao trabalho. Sob: debaixo de: A lixeira fica sob a mesa; debaixo de autoridade, comando, orientação: Agiu sob o manto da lei; Sob esse ponto de vista, o argumento dele está correto; Ficou sob a mira do assaltante. Sobre: em cima de: O livro está sobre a mesa; acima de, em lugar superior: Nem sempre sabemos que forças atuam sobre nós; a respeito de: No discurso, falou sobre a seca. Sobrescrever ou sobrescritar: escrever (no envelope) nome e endereço do destinatário. Subscrever ou subscritar: assinar. Sortir: prover, abastecer: Sortiu a despensa com as compras. Surtir: dar como resultado: Apesar de oportuna, a medida não surtiu a mudança desejada. Tachar: pôr defeito em, qualificar negativamente; censurar: Tachou a Oposição de revanchista; Tacharam-no de provinciano. Taxar: tributar; submeter a uma taxa: O Brasil taxa pesado as importações de certos produtos; fixar o preço de: O correio taxa as cartas com base no peso das mesmas; qualificar positivamente ou negativamente: Taxou a Oposição de aguerrida; Taxaram-no de provinciano. Tampouco: também não, muito menos (é usado para reforçar uma negação): Não veio, tampouco telefonou; Não pôde encaminhar o trabalho no prazo, tampouco teve tempo de revisá-lo. (Nem tampouco é expressão redundante, a ser evitada.) Tão pouco: muito pouco: É pena que demonstre tão pouco interesse pelos estudos; em tal (pequeno, escasso) grau ou quantidade: Ganha tão pouco, que mal tem dinheiro para comer. Tráfego: movimento ou fluxo: tráfego aéreo; trânsito: Tráfego congestionado. Tráfico: negócio, comércio: tráfico negreiro; negócio ilícito: Tráfico de entorpecentes. Trás: atrás, detrás; após, depois de. Traz: forma do verbo trazer. Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. Vestuário: conjunto das peças de vestir; traje. Vultoso: de grande vulto, volumoso, muito grande: Pagou pelo resgate uma vultosa soma em dinheiro. Vultuoso: acometido de vultuosidade “inchaço no rosto”. Vamos agora às questões!!!!

TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Questão 80: Julgue os próximos itens, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por que e por quê. Se me perguntam por que sou favorável ao voto distrital, qual o motivo porque defendo tal sistema, explico de pronto: porque com ele diminui a briga interna dos partidos em cada distrito. Além disso, porque o voto distrital dá ao eleitor a possibilidade de controlar quem foi por ele eleito. Comentário: O primeiro “por que” está correto, pois se encontra em frase interrogativa indireta. O “que” é um advérbio interrogativo de causa. O segundo “porque” está errado, pois deveria estar separado (por que), tendo

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em vista que inicia oração subordinada adjetiva, podendo ser substituído por “pelo qual”. Isso mostra que há pronome relativo “que”. Os dois últimos estão corretos, porque são conjunções subordinativas adverbiais causais, podendo ser substituídos por porquanto, pois. Gabarito: E Questão 81: Alguns prefeitos se reelegem com extrema facilidade. Por que isso ocorre? Por que prefeitos de municípios recém-criados se reelegem com muito mais facilidade do que os demais? Provavelmente, porque têm mais liberdade para gastar e amplas possibilidades de contratar novos funcionários para compor a burocracia local. Comentário: A primeira e a segunda ocorrências do “Por que” estão corretas, pois fazem parte de frases interrogativas diretas. Então o “que” é advérbio interrogativo. O terceiro “porque” também está correto, por ser uma conjunção causal, podendo ser substituído por porquanto, pois. Gabarito: C Questão 82: Em cada eleição se manifesta o desejo de permanência ou mudança. Mudar por quê? Nem todos os porquês são razoavelmente justificáveis. É preciso que cada um reflita seriamente para saber por que quer mudar, ou por que quer a continuidade de determinado grupo no poder. Comentário: O primeiro “por quê” está em final de frase, por isso fica separado e com cento. O segundo (“porquês”) fica junto e recebeu acento por ser um substantivo, fato provado pela presença do artigo “os” antecipando-o, além de poder flexionar-se no plural. As duas últimas, com esse termo separado e sem acento, ocorre por estar em estrutura de frase interrogativa indireta, pois eles estão antecedidos do verbo “saber”, além disso, pode-se subentender o vocábulo “motivo, causa ou razão” após esse termo. Gabarito: C Questão 83: Pref. Santos 2005 - Fiscal de Tributos Municipais (banca FCC) (...) que carregamos sem saber por que, apenas porque nos deram para carregar.

As formas sublinhadas preencherão corretamente, na mesma ordem, as lacunas da frase:

(A) Queria saber o ...... de os filhos se esquecerem dos pais; será ...... é uma lei da natureza?

(B) Não se sabe ...... razão se esquecem os filhos dos pais, qual o ...... de os deixarem de lado.

(C) A mãe é mais importante ...... ela é absolutamente necessária nos primeiros anos do filho, não há ...... o pai ficar enciumado.

(D) ...... o cronista não explica seu ceticismo? o leitor fica se perguntando, sem atinar com o ...... de tamanha melancolia.

(E) Embora o cronista não diga ...... se tornou tão melancólico, o leitor deixa-se abater um pouco, ...... suspeita quais sejam as razões.

Comentário: Na alternativa (A), a lacuna deve ser preenchida pelo substantivo “porquê”, tendo em vista ser antecipado do artigo “o”.

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Já a segunda lacuna deve ser preenchida pela conjunção “porque”, tendo em vista que se pode responder com a palavra “sim”. Assim, a pergunta contém a oração subordinada adverbial causal. Veja que podemos entender o seguinte: O fato de os filhos se esquecerem dos pais ocorre será porque é uma lei da natureza? O verbo “será” é apenas enfático e pode ser retirado: O fato de os filhos se esquecerem dos pais ocorre porque é uma lei da natureza?

Você poderia ter ficado na dúvida, confundido com a expressão interrogativa “por que”. Para evitar isso, perceba que não conseguimos inserir uma das palavras causa, motivo ou razão.

Na alternativa (B), a primeira lacuna deve ser preenchida pela expressão “por que”, tendo em vista fazer parte de uma frase interrogativa indireta. Note a presença do verbo “sabe” antes e do substantivo “razão” depois. A segunda lacuna deve ser preenchida pelo substantivo “porquê”, tendo em vista ser antecipado do artigo “o”. Na alternativa (C), a primeira lacuna deve ser preenchida pela conjunção adverbial causal “porque”, tendo em vista iniciar uma oração subordinada adverbial causal. Note que podemos substituir por “pois”. A segunda lacuna deve ser preenchida pela expressão “por que”, fazendo parte de uma frase interrogativa indireta. Veja que podemos subentender a palavra “causa”, “razão”, “motivo” após esta expressão: “não há por que (motivo) o pai ficar enciumado”. Na alternativa (D), a primeira lacuna deve ser preenchida pela expressão “Por que”, tendo em vista iniciar uma frase interrogativa direta. Note que esta frase termina com ponto de interrogação e podemos subentender as palavras “causa”, “motivo” ou “razão”. A segunda lacuna deve ser preenchida pelo substantivo “porquê”, tendo em vista ser antecipado do artigo “o”. Na alternativa (E), a primeira lacuna deve ser preenchida pela expressão “por que”, tendo em vista iniciar uma frase interrogativa indireta. Note que podemos subentender as palavras “causa”, “motivo” ou “razão”: “Embora o cronista não diga por que (motivo) se tornou tão melancólico...” A segunda lacuna deve ser preenchida pela conjunção adverbial causal “porque”, tendo em vista iniciar uma oração subordinada adverbial causal. Note que podemos substituir por “pois”. Assim, a alternativa correta é a (E). Gabarito: E Questão 84: TCE AM 2008 - Analista de Controle Externo (banca FCC) A forma por que preenche corretamente a lacuna da frase:

(A) Os cearenses expandiram as fronteiras ...... movidos pelas mais duras necessidades.

(B) Um dos motivos ...... Hélio Pólvora se agradou desse romance é a visão original do autor.

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(C) Márcio Souza decidiu-se pelo humor ...... se dispôs a fazer de seu livro uma sátira histórica.

(D) O livro de Márcio Souza fez sucesso pela inteligência e pelo humor, não há outro ...... .

(E) Muitos se escandalizaram com romance, mas se recusaram a dizer o ....... Comentário: Na alternativa (A), cabe a conjunção adverbial causal “porque”, a qual iniciará uma oração subordinada adverbial causal em que o verbo “foram” está subentendido, por estilo do autor. Veja:

Os cearenses expandiram as fronteiras porque (foram) movidos pelas mais duras necessidades.

A alternativa (B) é a correta, pois a expressão “por que” é um adjunto adverbial de causa, dentro da oração subordinada adjetiva restritiva. Veja que podemos substituir essa expressão por “pelos quais” ou “pelo qual”. (Hélio Pólvora se agradou desse romance por quê? Por causa de um desses motivos.)

Na alternativa (C), cabe a conjunção adverbial causal “porque”, a qual iniciará uma oração subordinada adverbial causal. Veja que podemos substituir esta conjunção por “pois”.

Na alternativa (D), mesmo sendo a última palavra da frase, perceba que o vocábulo é antecedido do pronome indefinido “outro”, o qual caracteriza o substantivo “porquê”.

Na alternativa (E), mesmo sendo a última palavra da frase, perceba que o vocábulo é antecedido do artigo “o”, o qual determina o substantivo “porquê”. Gabarito: B

Questão 85: TRT 24ªR - 2006 – Analista (banca FCC) Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

(A) As alterações porque sofrem as instituições podem ser necessárias. (B) Os caminhos porque percorrem os valores humanos são, por vezes,

indevassáveis. (C) Se há rigor e ética nas instituições, algumas não funcionam mesmo

porquê? (D) Há que se investigar o porquê de as instituições serem tão manipuláveis. (E) Não se sabe o por que das instituições serem falhas, mesmo quando bem

arquitetadas. Comentário: Na alternativa (A), ocorre pronome relativo antecedido da preposição “por”. Veja que “As alterações podem ser necessárias” é a oração principal e “por que (pelas quais) sofrem as instituições” é a oração subordinada adjetiva restritiva. Na alternativa (B), a estrutura é a mesma da anterior. A oração “Os caminhos são, por vezes, indevassáveis” é a principal, e “por que (pelos quais) percorrem os valores humanos” é a oração subordinada adjetiva restritiva.

Na alternativa (C), em final de frase, deve ficar separado e com acento:

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Se há rigor e ética nas instituições, algumas não funcionam mesmo por quê?

A alternativa (D) é a correta, pois o vocábulo recebeu artigo, o que o fez transformar-se em substantivo. Assim, recebe o acento e não pode ficar separado: o porquê.

Na alternativa (E), há um artigo “o” antecipando o vocábulo, deve ficar junto e com acento: o porquê. Gabarito: D Questão 86: TRT 6ªR 2006 Técnico (banca FCC) Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

(A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber porquê. (B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança a imagem ilusória

das pessoas. (C) Não sei porque razão os outros querem nos impor a imagem que têm de

nós. (D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória traz alguma

compensação. (E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por quê nossa imagem

não está lá. Comentário: Na alternativa (A), veja que em final de frase, deve ficar separado e com acento: ...saber por quê.

A alternativa (B) é a correta, pois o vocábulo recebeu o artigo, por isso recebe o acento e fica junto: o porquê.

Na alternativa (C), há uma pergunta indireta, por isso deve ficar separado e sem acento. Para confirmar, basta observar o vocábulo “razão” explicitamente após o vocábulo: “Não sei por que razão”. Lembre-se de que os vocábulos “razão”, “motivo”, “causa” podem estar explícitos ou implícitos na frase, para tornar a expressão “por que” separada e sem acento.

Na alternativa (D), perceba que há uma conjunção causal, por isso deve ficar junto e sem acento: “...é porque nossa imagem...”. Uma observação: veja que essa conjunção causal não pode ser substituída por “pois”. Isso ocorre tendo em vista que a estrutura “Se ...é ” é enfática e mais afeita à linguagem coloquial (mas não é errada na norma culta). Sem a estrutura enfática, a conjunção causal fica mais clara. Veja: “A ela aderimos porque nossa imagem ilusória traz alguma compensação.” A diferença é apenas a perda da ênfase. Agora, sim, podemos substituir a conjunção “porque” por “pois”, “porquanto”, etc. Na alternativa (E), há uma pergunta indireta, típica de estruturas com os verbos “saber”, “perguntar”, “indagar”, “questionar”. Esse é o caso em que pode haver explícita ou implicitamente os vocábulos “motivo”, “razão” e “causa”. Portanto, separado e sem acento: Queremos perguntar (...) por que motivo nossa imagem não está lá. Gabarito: B

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Questão 87: BAHIA GÁS - 2010 – Analista (banca FCC) Está correta a forma de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) Ela não nos disse por que razão tornou-se uma otimista; e se ela tornar ao seu pessimismo, será que nos explicará por quê?

(B) A razão porque muitos se tornam pessimistas está no mundo violento de hoje; por quê outra razão haveriam de se desenganar?

(C) “Por que sim”: eis como respondem os mais impacientes, quando lhes perguntamos porque, de repente, se tornaram otimistas.

(D) Sem mais nem porquê, ele passou a ver o mundo com outros olhos, dizendo que isso aconteceu por que encontrara a verdade na religião.

(E) Não sei o por quê do seu pessimismo; porque você não me explica? Comentário: A alternativa (A) é a correta, é uma pergunta indireta, em que podemos perceber o vocábulo “razão” explicitamente, por isso a expressão deve ficar separada e sem acento. No final de frase, essa expressão deve ficar separada e com acento. Na (B), a expressão deve ficar separada e sem acento, pois “por que” é pronome relativo antecedido da preposição “por”. Para perceber isso, basta substituir por “pela qual”. A segunda ocorrência da expressão deve permanecer separada e sem acento, pois há uma pergunta, e o termo não está em final de frase. Na (C), a estrutura entre aspas é uma resposta, por isso a expressão deve ficar unida e sem acento, por ser uma conjunção causal. A segunda ocorrência deve ficar separada e sem acento, pois é uma pergunta indireta, após o verbo “perguntamos” e podemos inserir o vocábulo “motivo”, “razão” ou “causa” para a confirmação: “...por que motivo se tornaram...”. Na (D), a expressão encontra-se em final de enunciado, por isso fica separada e com acento: “Sem mais nem por quê”. Na segunda ocorrência, os vocábulos devem ficar juntos e sem acento, por haver uma conjunção causal. Na (E), na primeira ocorrência, há substantivo: “o porquê” (unido e com acento). Na segunda, há pergunta direta e o vocábulo não se encontra no final de frase, por isso deve ficar separado e sem acento. Gabarito: A Questão 88: DPE RS 2011 – Analista (banca FCC) Assinale a alternativa que contém erro gramatical.

(A) Os porquês dos conceitos de sujeito e predicado na gramática. (B) Por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema? (C) Os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Por quê? (D) Os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Porquê? (E) Não se sabe por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o vocábulo recebeu o artigo “Os”, por isso deve ficar junto e com acento.

A alternativa (B) está correta, pois há uma pergunta. Como não está em final de frase, a expressão fica apenas separada e não pode receber acento.

A alternativa (C) está correta, pois a expressão “Por quê” é a única da frase e é uma interrogação. Assim, deve ficar separada e com acento. Por esse mesmo motivo, a alternativa (D) é a incorreta. Tome cuidado, porque

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alguns candidatos nesta prova relataram-me que não perceberam a separação do vocábulo e pensaram que a banca havia errado colocando duas alternativas iguais. Por isso, marcaram outra alternativa. É mole? Isso acontece. Mas você deve prestar atenção, ok?

A alternativa (E) está correta, pois ocorre uma pergunta indireta. Podemos subentender os vocábulos “motivo”, “razão” ou “causa”: Não se sabe por que (motivo) os conceitos... Por isso, deve ficar separado e sem acento. Gabarito: D Questão 89: TRT - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Nas camadas mais pobres, se podem distinguir famílias se esforçando para ascender e outras tantas soterradas cada vez mais na pobreza, na delinquência e na marginalidade. A palavra “ascender” poderia ser corretamente grafada, nesse contexto, também como acender. Comentário: São palavras homônimas (pronúncia igual), em que acender significa pôr fogo, ligar; já ascender significa subir, elevar-se. Gabarito: E

Questão 90: INCA / 2010 / nível médio (banca CESPE) Fragmento do texto: Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da criança monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de 6 anos de idade...” Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de” por acerca de. Comentário: A expressão “cerca de” significa quantidade aproximada e acerca de significa a respeito de, sobre. Por isso a substituição não manteria a correção gramatical. Gabarito: E Questão 91: TCE MG 2007 - Técnico de Controle Externo I (banca FCC) O equívoco quanto ao sentido exato de uma palavra ou expressão torna necessário corrigir seu emprego na seguinte frase:

(A) Inteirado das questões que recebera, optou o professor pela forma do diálogo, abdicando da formalidade de uma palestra.

(B) Durante a palestra, o professor ficou feliz ao ver que o seu fascínio pelo assunto ia de encontro à legítima curiosidade dos alunos.

(C) Não é dada a todos os professores a faculdade de afinar seu interesse real pelo que seus alunos também mantêm vivo.

(D) As perguntas essenciais são como aquelas leis que jamais prescrevem: estão em todas as culturas e em todos os tempos.

(E) Quem não se provê de boas perguntas jamais chega a respostas de fato satisfatórias.

Comentário: Veja que a questão nos orienta a procurar palavras mal-empregadas dentre as alternativas. A alternativa (B) é a que se encontra nesta situação, pois a expressão “de encontro a” transmite valor de contraste, oposição, choque de ideias. No

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contexto, o correto seria a expressão “ao encontro de”, que transmite valor de ratificação (em favor de). Veja que o professor ficou feliz e o motivo foi perceber que os alunos tiveram curiosidade no assunto palestrado por ele. Gabarito: B

SERPRO / 2010 / Técnico (banca CESPE) 1 5 10 15 20 25

Incentivar o uso de transportes que desafoguem o trânsito e diminuam a poluição é uma necessidade urgente nas metrópoles. Sintonizado com essa demanda, o Rio de Janeiro seguiu o exemplo de cidades europeias e implantou um serviço de aluguel de bicicletas públicas, o Pedala Rio, há um ano. A iniciativa louvável, porém, esbarrou em um velho problema dos grandes municípios brasileiros: o furto. Em menos de duas semanas, cinquenta e seis unidades foram roubadas. O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo em uma cidade que sofre com a falta de segurança pública e a atuação de gangues criminosas. Incapaz de operar sem quase um terço da frota, a concessionária responsável cancelou o serviço temporariamente. A empresa prometeu reativá-lo, mas agora com novas precauções para tentar driblar os gatunos. Para isso, usará mecanismos como travas mais resistentes nas estações e dispositivos eletrônicos que permitam comunicar à central de operações a retirada forçada dos equipamentos. Também está sendo estudada a implantação de câmeras nos pontos de aluguel. Além disso, as bikes não voltarão prateadas às ruas, mas com cores chamativas, para serem mais facilmente identificadas. Ao que tudo indica, o furto foi uma ação coordenada. Ladrões teriam usado a estrutura do próprio equipamento como alavanca para quebrar as travas de segurança nas estações, que, a não ser por isso, permaneceram intactas. “Tudo ia muito bem até esse incidente”, afirma Altamirando Moraes, subsecretário de meio ambiente da prefeitura. Segundo ele, agora o governo estadual concordou em dar maior atenção ao policiamento e ao controle das estações. Essa ação integrada das duas esferas de governo é uma providência útil para salvar uma boa ideia.

Maíra Magro. Será que dá pedal? In: Istoé online, 30/12/2009, p. 86 (com adaptações).

Questão 92: As expressões “empresa” (linha 12) e “central de operações” (linha 15) foram empregadas, no texto, com a finalidade de se evitar a repetição do vocábulo “concessionária” (linha 11). Comentário: Contextualmente, “empresa” e “concessionária” são palavras equivalentes, sinônimas. Já “central de operações” é um departamento específico que controla a segurança. Por isso, a questão está errada. Gabarito: E Questão 93: O vocábulo “demanda” (linha 3) poderia ser substituído por diligência, sem que se alterassem as informações apresentadas no texto. Comentário: O vocábulo “demanda” significa necessidade, procura; já “diligência” significa providência, medida. Por isso, não se pode substituir um vocábulo por outro, sem a mudança do sentido original. Gabarito: E

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Questão 94: No trecho “O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo” (linhas 7 e 8), a palavra “xeque” poderia ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso, seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original. Comentário: A expressão “colocou em xeque” significa pôr em dúvida o mérito, o valor de algo. Por isso, “xeque” não pode ser substituído por “cheque”. Gabarito: E Questão 95: A locução “a não ser” (linha 20) poderia, sem prejuízo sintático ou semântico para o texto, ser substituída por senão. Comentário: Um dos valores do “senão” é “a não ser”, “exceto”, “salvo”. Como no texto o sentido da expressão “a não ser” é de exceção, cabe a substituição. Gabarito: C Questão 96: A substituição de “maior” (linha 24) por mais não traria prejuízo para o sentido original do texto. Comentário: A ideia no texto é aumentar a atenção, por isso, cabe tanto o pronome indefinido “mais”, quanto o adjetivo “maior”, mantendo-se o sentido original. Gabarito: C Questão 97: SGA – AC / 2007 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, temia que me abordasse para conversar sobre o filho. A correção gramatical do texto seria mantida se o pronome “que”, em “que me escapavam”, fosse substituído por quê. Comentário: Da mesma forma que o vocábulo “porque” leva acento quando recebe artigo ou fica em final de frase, também ocorre o mesmo com o vocábulo “que”. Mas, no contexto, “que” é apenas um pronome relativo e não pode receber acento. Gabarito: E Questão 98: TRT 21ªR 2003 Analista (banca FCC) Está adequado o emprego da expressão sublinhada na frase: (A) Salvo melhor juízo, é indiscutível que partilhamos do mesmo julgamento:

teus argumentos vêm de encontro aos meus. (B) A menos que você retifique seu voto, passando a acompanhar-nos em

nossa decisão, não haverá como mantê-lo em nosso partido. (C) Em vista da notoriedade de seu mau caráter, ninguém se surpreendeu

quando assumiu a responsabilidade pela trapaça que havia feito. (D) Ele se mostra transigente apenas nos casos em que não lhe convém

arredar pé da posição que esteja defendendo com o habitual denodo. (E) A unanimidade na aprovação só foi alcançada porque a bancada de

oposição reviu seu voto, ratificando a decisão do líder, renitente adversário do projeto.

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Comentário: Na alternativa (A), o contexto nos mostra que o correto seria “ao encontro de”, pois transmite a ideia de “em favor de”. Já a expressão “de encontro a” transmite sentido de oposição. Na alternativa (B), “retifique” transmite o valor de “corrigir, mudar”, o que o contexto pede. Deve-se mudar o voto. Por isso, a alternativa (B) é a correta. Na alternativa (C), o adjetivo “mau” se liga a substantivo, significando o oposto de “bom”. Quanto à morfologia, esta palavra foi bem empregada. Porém, observando-se o contexto em que se encontra, o correto seria “bom” caráter, pois houve notoriedade de seu caráter, ninguém se surpreendeu por ele ter assumido algo de errado. Isso não seria normal para uma pessoa de caráter ruim. Por isso, o erro é semântico. O adjetivo correto seria “bom”. Na alternativa (D), o contexto mostra que alguém se mostra intolerante somente em determinados casos. Por isso o vocábulo correto seria “intransigente”. Transigente significa tolerante, o que não ocorre no contexto da frase. Na alternativa (E), o sentido necessário para a frase é o de corrigir, por isso o correto seria o vocábulo “retificando”. Gabarito: B

O que devo tomar nota como mais importante?

• LER as regras de ortografia. • Distinguir as regras de acentuação gráfica. • LER as regras de semântica e procurar diferenciar os sentidos. O melhor

macete é ler em voz alta. Não procure DECORAR, mas associar as palavras, marcar as mais difíceis e depois retornar lendo em voz alta.

Grande abraço!!!

Até a próxima semana!!!

Professor Terror

Lista de questões

Questão 1: CNJ / 2013 / Analista Judiciário (banca CESPE) A mesma regra de acentuação gráfica, justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída” e “possíveis”. Questão 2: CNJ / 2013 / Técnico Judiciário (banca CESPE) No terceiro parágrafo, as palavras “Políticas”, “âmbito”, “década” e “cônjuges” recebem acento gráfico com base em diferentes regras gramaticais. Questão 3: TRT 10ª R / 2013 / Analista Judiciário (banca CESPE) As palavras “países”, “famílias” e “níveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. Questão 4: Ancine / 2012 / Técnico (banca CESPE) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação gráfica.

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Questão 5: PRF 2012 Agente Administrativo (banca CESPE) As palavras “Polícia”, “Rodoviária” e “existência” recebem acento gráfico porque são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Questão 6: PRF 2012 Superior (banca CESPE) As formas “patrimônio” e “polícia” são acentuadas em decorrência da mesma regra de acentuação. Questão 7: IBAMA / 2012 / Técnico (banca CESPE) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. Questão 8: MPE-PI / 2012 / Superior (banca CESPE) De acordo com a ortografia oficial vigente, o vocábulo “órgãos” segue a mesma regra de acentuação que o vocábulo “últimos”. Questão 9: MPE-PI / 2012 / Superior (banca CESPE) Os verbos “comunicar”, “ensinar” e “comandar”, quando complementados pelo pronome a, acentuam-se da mesma forma que “constatá-las”, “designá-las” e “elevá-las”. Questão 10: TCE PB 2006 - Técnico de Controle Externo I (banca FCC) As palavras que recebem acento gráfico pela mesma norma gramatical estão reunidas em

(A) transferência, série, contrário. (B) fácil, veículos, tecnológica. (C) tecnológicos, médio, possível. (D) eletrônico, automóvel, rápido. (E) aderência, fábricas, irreversível.

Questão 11: TRT 24ªR 2006 Técnico (banca FCC) Palavras que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica na palavra jacarés estão reproduzidas em:

(A) negócios e únicos. (B) município e amazônica. (C) mantém e tamanduás. (D) tucunarés e santuários. (E) ecológicos e tuiuiús. Questão 12: TRE PE 2004 Analista (banca FCC) As palavras que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica em agrária e países são, respectivamente,

(A) sufrágio e possível. (B) média e obrigará. (C) domínio e saído. (D) constituída e salário. (E) histórico e torná-los. Questão 13: TCE AP 2012 Analista de Controle Externo (banca FCC) A frase que está em conformidade com a ortografia oficial é:

(A) Não interessa recaptular a indesejável dissensão, mas sim aliviar as tensões agudizadas pelo desnecessário enxerto de questões polêmicas.

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(B) Sempre quis ser assessora de moda em lojas, mas eram tantos os empecilhos, que acabou por vencer a ojeriza de coser sob encomenda e, com isso, tornou-se grande costureira.

(C) Endoidescia o marido com seus gastos extravagantes, pois acreditava que o tão desejado charme era questão de plumas e brilhos esplendorosos, de preferência, vindos do exterior.

(D) Quando disse que não exitaria em abandonar o emprego de sopetão e ir relaxar numa praia distante, lhe disseram que seria sandice, mas não conseguiram vencer o fascínio da aventura.

(E) Representava na peça um cafageste que tratava a todos com escárneo, mas sua atuação era sempre tão fascinante que diariamente angariava a simpatia de toda a platéia.

Questão 14: TCE SP 2012 Agente de Fiscalização Financeira (banca FCC) A frase que respeita a ortografia é:

(A) Antes de cochilar, era-lhe natural fazer um exame de consciência e reiterar a si próprio seu empenho em vencer a itemperança.

(B) O desleixo com que passou a manuzear os objetos da coleção fez o respeitado colecionador optar pela despensa do já antigo colaborador.

(C) O debate recrudesceu, mas os mais bem-intencionados foram hábeis em dirimir as provocações, às vezes pungentes, das lideranças que se confrontavam.

(D) Estava bastante ciente de que era à sua gulodice que podia creditar a desinteria que o abatera às vésperas do exótico casamento.

(E) O poder descricionário dos ditadores, responsável por tantas atrocidades em tantas partes do mundo, é analisado na obra com um rigor admirável.

Questão 15: TRE-SP 2012 Técnico Judiciário (banca FCC) É preciso corrigir deslizes relativos à ortografia oficial e à acentuação gráfica da frase:

(A) As obras modernistas não se distinguem apenas pela temática inovadora, mas igualmente pela apreensão do ritmo alucinante da existência moderna.

(B) Ainda que celebrassem as máquinas e os aparelhos da civilização moderna, a ficção e a poesia modernista também valorizavam as coisas mais quotidianas e prosaicas.

(C) Longe de ser uma excessão, a pintura modernista foi responsável, antes mesmo da literatura, por intênsas polêmicas entre artistas e críticos concervadores.

(D) No que se refere à poesia modernista, nada parece caracterizar melhor essa extraordinária produção poética do que a opção quase incondicional pelo verso livre.

(E) O escândalo não era apenas uma consequência da produção modernista: parecia mesmo um dos objetivos precípuos de artistas dispostos a surpreender e a chocar.

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Questão 16: TRT 4ªR 2011 – Analista (banca FCC) A redação correta é:

(A) A regente insistiu junto à auxiliar que caberia à ela falar com a imprensa e nós, não aquiecendo, impusemos que a mídia tem de lidar com nós mesmos, os funcionários.

(B) Diz-se que o tio é mais bom do que preparado, mas o convívio com a adolescente tem sido dulcíssimo, em que lhe pesem os excessivos maus humores da jovem.

(C) Pai extremoso, ele soe ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se o exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro.

(D) Em se cuidando dessa doença no início, não existe dúvidas de que haverá cura − é o que os Estados Unidos, recentemente, provou ao mundo.

(E) Desejando intensamente alçar-se diretor e ele passou a agir com zelo e discrição, não exitando em exceder suas funções e o horário do fim do expediente.

Questão 17: TCE AL 2008 Analista de Sistemas (banca FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras em:

(A) A inverossimilhança dos nossos enfáticos propósitos de Ano Novo constitui uma prova de que, via de regra, somos uns inconsequentes.

(B) Há quem formule com tanta desfaçateza seus propósitos de Ano Novo que acaba provocando em todos um mixto de irrisão e pena.

(C) Não há porquê imaginar que nos baste divizar imagens do futuro para que elas venham a se tornar uma inextricável realidade.

(D) O dilema que constitue nosso desejo de liberdade diante de amarras entrincadas está diretamente associado à questão da liberdade.

(E) É prazeirosa a experiência de quem formula propósitos e promove ações que vão de encontro aos mesmos.

Questão 18: Sec Faz SP 2006 - Fiscal de rendas SP (banca FCC) A frase que está totalmente de acordo com o padrão culto da língua é:

(A) As reflexões do iminente estudioso, insertas em texto bastante acessível ao leigo, nada têm daquele teor iracível e tendencioso que se nota em algumas obras polêmicas.

(B) Disse adivinhar o que alguns detratores diriam acerca de questões polêmicas como a de rever o significado assente de fatos históricos: “é mera questão de querer auferir prestígio”.

(C) Todos reconheceram que Vossa Senhoria, a despeito da exigüidade do vosso tempo, sempre recebeu os estudiosos do assunto e lhes deu grande apôio.

(D) Sob a rubrica de “As grandes explorações”, o autor leu muito do que lhe sucitou interesse pelo tema e desejo de pôr em discussão algumas questões.

(E) Certas pessoas consideram ultrage a hesitação em associar o início da modernidade à Descartes, mas a questão não pára por aí: há pontos mais complexos em discussão.

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Questão 19: Prefeitura São Paulo 2007 - Auditor-Fiscal (banca FCC) Está correta a grafia de todas as palavras na frase:

(A) Não constitui uma primasia dos animais a satisfação dos impulsos instintivos: também o homem regozija-se em atender a muitos deles.

(B) As situações de impunidade infligem sérios danos à organização das sociedades que tenham a pretenção da exemplaridade.

(C) É difícil atingir uma relação de complementaridade entre a premênsia dos instintos naturais e a força da razão.

(D) Se é impossível chegarmos à abstensão completa da satisfação dos instintos, devemos, ao menos, procurar constringir seu poder sobre nós.

(E) A dissuasão dos contraventores se faz pela exemplaridade das sanções, de modo que a cada delito corresponda uma justa punição.

Questão 20: TCE AM 2008 - Analista Técnico de Controle Externo (banca FCC) O emprego e a grafia de todas as palavras estão corretos na frase:

(A) É difícil haver uma recepção concensual do sentido das palavras: Helvétius surprendeu-se com o atribuído a amor-próprio.

(B) O mal entendimento do termo amor-próprio concitou Helvétius a investir contra os detratores de La Rochefoucauld.

(C) Mesmo o mais exitoso filósofo tem de enfrentar os empecilhos criados por pessoas sem qualquer envergadura intelectual.

(D) La Rochefoucauld, celebrizado por seu verve de humor, criou máximas que transporam as fronteiras do tempo e do espaço.

(E) As pessoas indignadas, que assacavam as idéias de La Rochefoucauld, justificavam o fato alegando ser o filósofo um nilista impedernido.

Questão 21: TCE PB 2006 - Técnico de Controle Externo I (banca FCC) Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase:

(A) O uso indiscriminado e criminoso de redes de arrasto em alto-mar constitui uma ameaça ambiental preocupante.

(B) Quilômetros abaixo da superfície marinha, na ausência de luz solar, animais retiram energia de orifícios vulcânicos.

(C) A suspensão provisória de redes de arrasto no mar profundo conta com o respaldo de países em desenvolvimento.

(D) É necessária a prevenção da ocorrência de danos irreversíveis ao equilíbrio ambiental existente no mar profundo.

(E) Alguns países querem restrinjir a expanção da pesca no fundo do mar, porém essa atividade parece ampliar-se por interesses comerciais.

Questão 22: TRF 2ªR 2007 Técnico (banca FCC) Quanto ao emprego e à forma ortográfica das palavras, a frase inteiramente correta é:

(A) Obsecado pelo mito da eterna juventude, o homem contemporâneo não deixaria de viver as experiências de que cada fase da vida se constitue naturalmente?

(B) Na expressão sólido esteio indica-se o papel que se atribue o mercado junto a quem ansia pelo desfrute eterno da juventude.

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(C) Quem idolatriza a juventude acaba por não viver plenamente os encantos que nos propisciam as outras fases da nossa vida.

(D) Quando se vive o que é extemporânio em relação às experiências determinadas pela natureza, deixa-se de usufluir os encantos de cada idade.

(E) Se apraz a um surfista valer-se da linguagem que compartilha com outros jovens, por que haveriam as velhinhas de dissimular a que lhes é própria?

Questão 23: TRF 5R 2008 Técnico (banca FCC) A frase em que se encontram palavras escritas de modo INCORRETO é: (A) Observou-se um repentino comportamento agressivo em um dos

integrantes do grupo, sem que se soubesse por que ele agia de modo tão estranho.

(B) Na sociedade moderna, as regras são produzidas como em uma linha de montagem industrial e recheiam os manuais de auto-ajuda.

(C) A insegurança no relacionamento dentro de uma equipe em situação de trabalho pode gerar graves conseqüências na produtividade.

(D) A complexidade do mundo moderno exige sençatez diante dos dezafios do convívio social, que aumentam em proporção geométrica.

(E) Por que se tornou tão necessário haver regras de convivência harmoniosa, não só nas empresas, mas também nos relacionamentos pessoais?

Questão 24: Prefeitura Salvador 2008 Técnico (banca FCC) Todas as palavras estão corretamente escritas na frase: (A) Ganhar a vida no mar exige audácia e coragem diante da magnitude

propissiada pela natureza, em contraste com a umildade do homem. (B) Para quem nunca viu o mar, a imagem de marés que vão esvaziando e

enchendo auternadamente é inesplicável e perturbadora. (C) É grandioso o espetáculo que o mar proporciona, com o extrondo e a

espantoza beleza das grandes ondas que explodem nos rochedos. (D) Caminhar pela praia significa catar conchas e búzios, converçar com

banhistas e observar pescadores que concertam suas redes. (E) A visão do mar, com o incessante vaivém das ondas, exerce fascínio

sobre as pessoas, que permanecem horas a fio a observá-lo.

Questão 25: TRT 16ªR 2009 Técnico (banca FCC) A frase em que há palavras escritas de modo INCORRETO é: (A) A aridez que sempre caracterizou as paisagens do Nordeste brasileiro

aparece agora, para assombro de todos, na região Sul, comprometendo as safras de grãos.

(B) Alguns estudiosos reagem com sensatez às recentes explicações, considerando se o papel da bomba biótica é realmente crucial na circulação do ar.

(C) Se for comprovada a correção da nova teoria, a preservação das florestas torna-se essencial para garantir a qualidade de vida em todo o planeta.

(D) O desmatamento indescriminado, que reduz os índices de chuvas e altera o ciclo das águas, pode transformar um continente em um estenso e inabitável deserto.

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(E) Com ventos mais próximos ao mar, o ar úmido resultante da evaporação da água do oceano é puxado para o continente, distribuindo a chuva ao redor do planeta.

Questão 26: TRT 20ªR 2006 Técnico (banca FCC) Há palavras escritas do modo INCORRETO na frase:

(A) Gozar a vida com qualidade é objetivo de muitos profissionais que não hesitam em deixar seu país de origem, para trabalhar no exterior.

(B) Países emergentes têm apresentado desenvolvimento consistente em produção científica, indicador seguro dos benefícios trazidos pela globalização.

(C) Produção científica está deixando de ser previlégio dos países mais ricos, pois dados rescentes apontam salto qualitativo em ciência e tecnologia na Ásia.

(D) Observa-se um aspecto reverso em relação ao fenômeno de migração: profissionais altamente habilitados e capazes emigram do primeiro mundo, atualmente.

(E) A capacidade de um país de produzir sua própria tecnologia torna-se excelente instrumento de percepção da solidez de seu desenvolvimento.

Questão 27: TRT 24ªR 2006 Técnico (banca FCC) Há palavras escritas de forma INCORRETA na frase:

(A) Os proprietários, conscientes da necessidade de preservar o equilíbrio ecológico, criaram regras rígidas de controle das atividades de turismo.

(B) Os emprendimentos turísticos da região Centro-Oeste são divercificados, desde atividades culturais até a prática de esportes náuticos e radicais.

(C) As atividades turísticas no Pantanal devem adaptar-se às condições climáticas da região, que permanece alagada e intransitável metade do ano.

(D) A exploração não predatória das maravilhas naturais da região Centro-Oeste constitui um itinerário bastante atraente para o turismo ecológico.

(E) O turismo ecológico é seletivo e oferece atrações, como o lazer urbano e rural, que não comprometem o equilíbrio do meio ambiente.

Questão 28: TRT 18ªR 2008 Analista (banca FCC) Está correta a grafia de todas as palavras da frase:

(A) Muitos se deixam embalar por um mixto de torpor e devaneio, quando se entretém à janela do ônibus.

(B) Tentou convencer o jovem a desligar a engenhoca, mas não obteve sucesso nessa tentativa de dissuazão.

(C) Que temos nós a haver com o relatório que deixou frustado aquele executivo?

(D) Por que não se institue a determinação de por um fim ao abuso dos ruídos no interior de um ônibus?

(E) É difícil explicar o porquê de tanta gente sentir-se extasiada diante das iniqüidades de um filme violento.

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Questão 29: BB 2011 Escriturário (banca FCC) Todas as palavras estão escritas corretamente na frase:

(A) Os esforsos para entender os fenômenos da natureza nem sempre conseguem hêsito, como, por exemplo, algumas pesquisas sobre aves.

(B) O crecente desenvolvimento tecnológico permitiu aos pesquisadores analizar as reações provocadas pelo fluxo de sangue no bico do tucano.

(C) O imenso tamanho do bico do tucano sempre causou estranheza naqueles que costumam observar os exemplos oferecidos pela natureza.

(D) Com o tamanho imprecionante de seu bico, o tucano é considerado por estudiosos uma das aves brasileira mais exquizitas.

(E) Os cientistas que se puzeram a estudar os tucanos concluíram que existem diverças funções para o enorme bico dessa ave.

Questão 30: TRF 1ªR 2011 Técnico (banca FCC) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte frase:

(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aeroportos.

(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês.

(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio.

(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise.

(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios ilegítimos.

Questão 31: TRF 3ªR 2007 Analista (banca FCC) Está correta a grafia de todas as palavras na frase:

(A) A presunção de verossimilhança é inerente aos escritos ficcionais, mesmo aos que exploram as rotas e as sendas mais fantasiosas da imaginação.

(B) Deprende-se do texto que, no futuro, as civilizações adotarão paradigmas que substituirão com vantajem aqueles que regeram a vida do século XX.

(C) Distila-se nesse texto o humor sutil de Mário Quintana, um autor gaúcho para quem a poesia e a vida converjem de modo inelutável.

(D) A apreenção humana diante das forças da natureza deriva de épocas préhistóricas, quando o homem não dispunha de recursos técnicos para enfrentá-las.

(E) As obsessões humanas pelo progresso parecem ignorar que as leis da natureza não sofrem nenhum processo de obsolecência, e custam caro para quem as transgrida.

Questão 32: TJ PE 2007 Superior (banca FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:

(A) Para muitos, as regras da norma culta não são fortuítas, pois elas reinteram as raízes mesmas da língua.

(B) A extorção a que se refere o autor no final do texto corresponde a uma espécie de recaida em um pecado.

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(C) Quem fala e escreve na estrita observância da norma culta não recai nos deslises que acometem a linguagem espontânea.

(D) O que mais obstrue a comunicação de muitos são a impropriedade lexical e a sintaxe mal cozida, desarticulada.

(E) Concisa é a linguagem de quem não se mostra subserviente às falácias de um estilo artificioso.

Questão 33: Pol Civ MA 2006 Médio (banca FCC) Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase:

(A) O desrespeito aos objetos que testemunham o progresso cultural da humanidade culminou com saques e contrabando de obras raríssimas.

(B) O caos provocado por situações e conflito entre países atinge seu ápice quando se destrói um acervo de importantes documentos históricos.

(C) Autores de relevo foram perseguidos em todas as épocas, acusados de disseminar idéias revolucionárias contra o sistema vigente.

(D) Tropas invasoras nem sempre agem com a sencibilidade necessária quando se trata de preservar tezouros culturais da humanidade.

(E) Obras valiosas foram destruídas em imensas fogueiras ateadas por líderes, cegos pelo radicalismo de suas convicções.

Questão 34: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. O termo “sanções” (linha 5) está empregado em sentido conotativo. Questão 35: TSE / 2006 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática. As expressões “folheia a gramática política” (linha 4) e “tem a gramática na mão” (linhas 5 e 6) estão sendo empregadas em sentido denotativo. Questão 36: MRE / 2008 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: O boom no preço das commodities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também produz efeitos adversos, não neutralizados pela política econômica. A palavra “fôlego” (linha 2) está sendo empregada em sentido conotativo e tem o mesmo significado de força, resistência.

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Questão 37: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. Nessa hipótese, as normas jurídicas sobre o voto pertenceriam à categoria das normas imperfeitas, o que redundaria em fazer do sufrágio simples dever cívico ou moral. Somente quando se torna obrigatório, o voto assume verdadeiro caráter de dever jurídico. Tal obrigatoriedade foi estabelecida por alguns países, menos pelos argumentos sobre a natureza do voto do que pela abstenção de muitos eleitores — fato prenhe de consequências políticas, inclusive no sentido de desvirtuar o sistema democrático. Nos pleitos eleitorais com alta porcentagem de abstenção, a minoria do eleitorado poderia formar os órgãos dirigentes do Estado, ou seja, governo e parlamento.

Eleições e sistemas eleitorais. In: Revista de Jurisprudência – Arquivos do tribunal de alçada do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1.º trim./1981, p. 66 (com adaptações).

Pertencem ao mesmo campo de significação, no texto, as palavras: “voto” (linha 1); “sufrágio” (linha 7) e “eleitorado” (linha 13). Questão 38: Tribunal de Justiça – RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Fragmento do texto: A divulgação científica, as informações e os conhecimentos que podemos oferecer à educação são elementos que contribuem para formar a opinião, a capacidade de crítica e de decisão dos diferentes setores da sociedade. O termo “elementos” funciona como hiperônimo de “divulgação científica”, “informações” e “conhecimentos”. Questão 39: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia) Questão 40: TRE TO - 2011 – Analista (banca FCC) ... capaz de fornecer as mais diferentes soluções para questões humanas eminentes.

Considerando-se o par de palavras eminentes / iminentes, é correto afirmar que se trata de exemplo de

(A) antonímia. (B) sinonímia. (C) paronímia. (D) homonímia. (E) homofonia. Questão 41: DPE RS 2010 - Analista (banca FCC) Fragmento do texto: O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se

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livrar de excessos na vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em extinção e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais. A palavra animais estabelece ligações com espécies que estão em extinção. Qual a propriedade semântica dessa relação?

(A) Hiperonímia. (B) Sinonímia. (C) Homonímia. (D) Paronímia. (E) Antonímia. Questão 42: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Julgue a afirmativa em que a palavra grifada mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: O crime já foi definido como toda conduta humana que infringisse a lei penal. Nesse sentido, o indivíduo que transgredisse essa lei deveria ser punido. (homonímia) Questão 43: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: Além de apresentarem certa precocidade na aquisição do hábito de ingerir álcool, os adolescentes paulistas bebem frequentemente, exageram nas doses e, em muitos casos, agem assim com anuência familiar. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse o vocábulo “frequentemente” (linha 2) por diuturnamente. Questão 44: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento do texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. O sentido do advérbio “primordialmente” (linha 1) equivale ao do adjetivo “primordial” na frase: O conceito primordial da arte encerra a ideia de equilíbrio. Questão 45: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: A expansão do agronegócio, segundo as Contas Regionais do Brasil 2004-2008, divulgadas pelo IBGE, foi um notável vetor de crescimento das regiões menos desenvolvidas. A cana-de-açúcar, a soja e o café ajudaram Rondônia; as lavouras temporárias empurraram o Acre; o Amazonas sofreu percalços na área industrial, mas ganhou com a criação de gado, o café e o cultivo de frutas cítricas. Mantém-se a informação do segundo período, ao se substituir o vocábulo “percalços” (linha 5) por qualquer uma das seguintes palavras: dificuldades, transtornos, contratempos. Questão 46: TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa decepção: não conseguiu produzir um documento tornando obrigatórias as metas de redução da emissão de poluentes, mas houve consensos. A expressão “sob o signo da” poderia, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por sob a influência da.

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Questão 47: PC - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: Recentemente, a Coreia do Norte, mais uma vez, atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas pelos sulistas em águas sob sua jurisdição. A tensão na fronteira é grande. O governo de Seul ameaça com uma retaliação que pode desencadear um confronto de proporções catastróficas, não só para os coreanos de ambos os lados, mas para todo o planeta. Mantêm-se a coerência textual e as informações originais do texto ao se substituir a palavra “retaliação” (linha 9) por represália. Questão 48: TRE - PA / 2007 / Analista (banca CESPE) Fragmento do texto: A partir da diplomação, os deputados federais eleitos só podem ser presos em caso de incontestável crime. A regra vale para todos os membros do Congresso Nacional, conforme dispõe o texto constitucional em vigor. Enquanto não forem diplomados, os eleitos continuam sujeitos às penalidades da lei, como qualquer cidadão, podendo, inclusive, ser presos, mesmo se não se tratar de crime evidente. O artigo 53 da Constituição Federal expressa que, a partir da posse, com a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos. Ainda de acordo com o texto constitucional promulgado em 1988, a diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A mesma norma legal estabelece que deputados e senadores, a contar da expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Considerando os sentidos das palavras empregadas no texto, há relação de sinonímia contextual entre

A “incontestável” (linha 2) e imponderável. B “diplomados” (linha 4) e reformados. C “evidente” (linha 6) e indubitável. D “invioláveis” (linha 10) e permanentes. E “expedição” (linha 12) e envio. Questão 49: TRE - TO / 2007 / Analista (banca CESPE) Fragmento do texto: O debate sobre as deficiências na legislação penal brasileira, as falhas na justiça e a crise do sistema penitenciário oscila em função do noticiário policial. Cada crime de impacto, como as ondas de violência deflagradas, no Rio e em São Paulo, de dentro de penitenciárias, produz clamores por leis mais duras e prisões com rigidez absoluta. Os críticos desse tipo de reação argumentam que mais eficaz do que qualquer agravamento de penas ou aperto extremo nos presídios é o cumprimento da legislação vigente, para se acabar com a perigosa sensação de impunidade que existe na criminalidade. Essa posição é bastante razoável, por ter uma

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sólida fundamentação. É certo que muitas leis podem até ser formalmente bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se forem mal aplicadas. A expressão “clamores” (linha 5) está sendo empregada no sentido de rejeições. Questão 50: TRE - TO / 2007 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: Na movimentação em curso, uma das preocupações predominantes é a de fugir de partidos que, nos estados representados pelos parlamentares, não conseguiram eleger governador. A outra justificativa é a de que não há como ficar de fora da ampla coalizão de apoio ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em fase de montagem no Congresso. A palavra “coalizão” (linha 4) está sendo empregada com o sentido de oposição.

TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) 1 5

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No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.” Era o reconhecimento de um direito. Restava regulamentar a forma pela qual esse direito seria garantido. Em novembro de 2003, o presidente da República assinou o Decreto n.º 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.º: “Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.” E, logo em seguida, o parágrafo primeiro do mesmo artigo reafirma e esclarece: “Para os fins deste decreto, a caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade.” Essa regulamentação resultou naquilo que o professor Denis Rosenfield descreveu como “ressemantização da palavra quilombo”; segundo ele, “o quilombo já não significaria um povoado formado por escravos negros (...), mas uma identidade cultural.”

O Estado de S.Paulo, 29/11/2010 (com adaptações).

Questão 51: O vocábulo ‘presunção’ (linha 10) é empregado no texto com o sentido de suposição que se tem como verdadeira. Questão 52: Mantêm-se as informações do período ao se substituir a palavra ‘remanescentes’ (linha 7) por descendentes. Questão 53: De acordo com os sentidos do texto, a palavra ‘ressemantização’ (linha 17) pode, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por ressignificação.

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Questão 54: TSE / 2006 / Analista (banca CESPE) Fragmento do texto: Muitos defendem o federalismo, quando se encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia política. A palavra “manietados” (linha 3) está sendo empregada com o sentido de mobilizados. Questão 55: TSE / 2006 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: Uma sociedade democrática vive de suas clivagens, que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político. Cada partido tem o direito de fazer suas próprias propostas, procurando mostrar para a opinião pública a sua viabilidade, a sua pertinência e a sua importância. A palavra “clivagens” (linha 1) está sendo empregada com o sentido de convergências, uniões. Questão 56: SEPLAG - MG/ 2008 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: O programa Fica Vivo, carro-chefe da SEDS, tem como objetivo a prevenção da violência e é focado em jovens de 12 a 24 anos. Criado em 2002, em Belo Horizonte, atualmente atende a mais de 13 mil jovens de onze municípios mineiros. O programa Fica Vivo consiste na atuação de várias esferas do poder público em comunidades marcadas pela violência. A palavra “esferas” (linha 5) está sendo empregada com o sentido de instâncias. Questão 57: Prefeitura VV – ES / 2008 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Eu tinha todas as outras liberdades, preso no porão — de pensar, de xingar meus captores, de ter uma religião (caso quisesse uma), de escolher minhas convicções políticas. Tinha liberdade de sonhar. Contudo, de que me adiantava isso, se estava preso dentro de um porão? O sentido do texto seria mantido se o vocábulo “convicções” fosse substituído por crenças.

SEDUES – ES / 2010 / Técnico (banca CESPE) Fragmento do texto: Existe um problema que tende a ser minimizado na elaboração e divulgação das campanhas de preservação ambiental, sobretudo naquelas que enfocam, especificamente, o relacionamento do ser humano com o meio onde vive e ao qual está diretamente relacionado. Trata-se da chamada poluição urbana, observada, sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento demográfico. Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu nos últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos, a situação resulta da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de mínimas noções de higiene. Questão 58: A palavra “proliferação” (linha 7) está sendo empregada com o sentido de liberação.

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Questão 59: Com o emprego da palavra “consumismo” (linha 7), confere-se à ideia de consumo a noção de exagero. Questão 60: SEDAP – PB / 2009 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: O fato é que, antes da atual crise, nem todos os mutuantes foram predadores e nem todos os mutuários foram idiotas. Mas alguns empréstimos foram imprudentes e outros foram fraudulentos. Alguns investidores correram riscos que não entendiam. Muito poucos estavam dispostos a aprender com as evidências dos projetos de microcrédito bem-sucedidos em todo o mundo; então, agora, teremos todos que aprender com as evidências de nossos erros. A substituição da palavra “fraudulentos” (linha 3) pela palavra fraudadores não altera o sentido nem a adequação gramatical do período em que a palavra está inserida. Questão 61: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: Na verdade, idealiza-se o que fazer (e que dificilmente acontece), esquecendo-se do presente. Geralmente, as expectativas centradas nesse futuro refletem uma insatisfação com a situação presente, tanto no nível pessoal como no profissional. Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (linhas 3 e 4) fosse reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho.

PM ES / 2010 / Médio (banca CESPE) 5 10 15 20

A democracia é o único regime que permite ao cidadão ser contra, dentro da lei. Os demais regimes recusam ou reprimem esse direito e permitem ao cidadão apenas ser a favor ou neutro, jamais ser contra. Portanto, para funcionar bem, a democracia precisa garantir ao cidadão aquilo que a distingue dos demais regimes: o direito legal de ser contra. Eleições no mundo todo são feitas somente com o voto a favor e não há como distinguir a democracia da ditadura, pois esta também permite o voto a favor. Muitos ditadores do mundo submeteram-se a eleições e foram “reeleitos”, sempre com votos a favor. No Brasil, há muitos políticos que, embora rejeitados por muitos, acabam sendo eleitos por poucos, lamentavelmente com votos suficientes para ganhar o cargo. O voto a favor, sozinho, não garante a democracia. As eleições atuais não detectam verdadeiramente a vontade da maioria dos cidadãos — um dos traços da democracia —, pois não levam em conta a rejeição dos eleitores ao candidato. É uma democracia pela metade. Para que uma eleição seja democrática, cada eleitor deveria receber duas cédulas, uma para o voto a favor do candidato preferido e outra para o voto contrário ao candidato que ele não quer. Seriam apurados os votos a favor, os contrários e o saldo de votos. Assim, estaria eleito o candidato com o maior saldo de votos. Puro, simples e democrático. A primeira eleição seria talvez um pouco confusa para o eleitor e

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para o candidato, mas as vantagens seriam tão grandes que ambos aprenderiam logo para a eleição seguinte. De início, a vantagem seria a imediata exclusão de políticos “profissionais”, picaretas, enganadores, populistas, marqueteiros, tudo de acordo com as regras democráticas, pelo voto; nesse caso, tanto o voto a favor quanto o contrário. Mas a principal vantagem seria fazer funcionar plenamente a democracia, ao dar ao eleitor aquilo que a distingue, o direito de oposição legal.

Milton Nogueira. Voto a favor, voto contrário. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

Questão 62: A expressão “Puro, simples e democrático” (linha 21) qualifica o processo eleitoral verdadeiramente democrático proposto pelo autor do texto. Questão 63: O vocábulo “confusa” (linha 22) foi empregado no texto com sentido denotativo. Questão 64: O vocábulo “populistas” (linha 26) poderia ser substituído, sem prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto, por populares. Questão 65: A conjunção “ou” (linha 3) é empregada, no texto, com o objetivo de ligar termos sinônimos. Questão 66: Os vocábulos “democracia” e “ditadura”, ambos na linha 7, são antônimos. Questão 67: MRE / 2008 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: O boom no preço das commodities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também produz efeitos adversos, não neutralizados pela política econômica. A palavra “neutralizados” (linha 4) está sendo empregada com o sentido que compreende as seguintes ideias: eliminados, solucionados, resolvidos.

MRE / 2008 / Superior (banca CESPE) 5 10

O afastamento de Fidel Castro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta para o fim de uma singular experiência revolucionária no hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevida melancólica nas condições de hoje, ao nascer incendiou romanticamente a imaginação de muitos de nós e nos mobilizou. Eram os tempos provavelmente mais quentes da Guerra Fria, e a fantasia de uma alternativa socialista e revolucionária atraía muitos jovens generosos, estimulados pela visão sartriana de um furacão benigno sobre Cuba, protagonizado igualmente por jovens abnegados e heróicos. A movimentação resultante concorreu, naturalmente, para que o processo político brasileiro desaguasse no desastre de 1964, enquanto em plano mundial se evidenciava a face bárbara da experimentação com o socialismo e se engendrava a dinâmica

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que terminaria por inviabilizá-lo. Felizmente, as circunstâncias do presente permitem, quando nada, evocar com bom humor algo do clima do imediato pós-Revolução Cubana — e quem sabe procurar refletir de novo sobre importantes e perenes temas políticos.

Fábio Wanderley Reis. Valor Econômico, 24/2/2008 (com adaptações). Questão 68: A palavra “incendiou” (linha 5) está sendo empregada em sentido conotativo, com o significado de estimulou. Questão 69: A expressão “se engendrava” (linha 13) está sendo empregada com o sentido de rejeitava, recusava. Questão 70: TRE TO - 2011 - Analista (banca FCC) ... por que nos darmos o trabalho de lê-lo?

A expressão que contém o mesmo sentido do segmento grifado acima é:

(A) entediarmos ao. (B) esforçarmos para. (C) preservarmos de. (D) pouparmos de. (E) resguardarmos em. Questão 71: TRT 1ªR - 2011 - Analista (banca FCC) Fragmento do texto: Compartilhar o espaço com estranhos é uma condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. A presença ubíqua de estranhos é fonte de ansiedade, assim como de uma agressividade que volta e meia pode emergir. Faz-se necessário experimentar, tentar, testar e (espera-se) encontrar um modo de tornar a coabitação palatável. Essa necessidade é “dada”, não-negociável. Mas o modo como os habitantes de cada cidade se conduzem para satisfazê-la é questão de escolha. E esta é feita diariamente. ... condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir.

Mantendo-se a correção e a lógica, o verbo grifado acima pode ser substituído, sem qualquer outra alteração na frase em que se encontra, APENAS por

(A) escapar. (B) afastar. (C) evadir. (D) evitar. (E) prevenir. Questão 72: TRF 1ªR - 2006 – Analista (banca FCC) Fragmento do texto: Um editorial da respeitada revista britânica The Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma polêmica com pesquisadores latino-americanos. O texto da revista sugeriu que o país pode mergulhar num caos após a morte do ditador Fidel Castro, que sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do Leste Europeu após a queda de seus regimes comunistas. E conclamou os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária para os cubanos. De quebra, a publicação insinua que há dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano fazer frente a esse quadro. Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo do texto, ao editorial da

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revista britânica The Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar.

Considerando-se o contexto, não haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido empregados, respectivamente,

(A) ensejar − aventar − convocar − sugerir (B) instigar − propor − reiterar − infiltrar (C) dirimir − conceder − atribuir − insuflar (D) solapar − retificar − conceder − induzir (E) conduzir − insinuar − proclamar − confessar Questão 73: DPE - SP – 2010 Superior (banca FCC) Fragmento do texto: Não se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar um termo técnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o vocabulário especializado; trata-se, sim, de evitar o exagero das linguagens opacas, cifradas, que pedem “tradução” para a própria língua a que presumivelmente pertencem. O exemplo de Graciliano diz tudo: quando o propósito da comunicação é honesto, quando se quer clareza e objetividade no que se escreve, as palavras devem expor à luz, e não mascarar, a mensagem produzida. No caso desse honrado prefeito alagoano, a ética rigorosa do escritor e a ética irrepreensível do administrador eram a mesma ética, assentada sobre os princípios da honestidade e do respeito para com o outro. Na construção Não se trata de ir contra (...), de não reconhecer (...), de abolir, os elementos sublinhados têm, na ordem dada, o sentido de

(A) contrariar - desconhecer - procrastinar (B) ir ao encontro - ignorar - suspender (C) contradizer - desmerecer - extinguir (D) contraditar - discordar - reprimir (E) ir de encontro - rejeitar - suprimir Questão 74: Infraero – 2010 Superior (banca FCC) Fragmento do texto: Mais do que um marinheiro de primeira viagem, o passageiro de primeiro voo leva consigo os instintos e os medos primitivos de uma espécie criada para andar sobre a terra. As águas podem ser vistas como extensão horizontal de caminhos, que se exploram pouco a pouco: aprende-se a nadar e a navegar a partir da segurança de uma borda, arrostando-se gradualmente os perigos. Mas um voo é coisa mais séria: há o desafio radical da subida, do completo desligamento da superfície do planeta, e há o momento crucial do retorno, da reconciliação com o solo. Se a rotina das viagens aéreas banalizou essas operações, nem por isso o passageiro de primeira viagem deixa de experimentar as emoções de um heroico pioneiro. Na frase a rotina das viagens aéreas banalizou essas operações, o sentido do verbo banalizar é equivalente ao sentido que assume o verbo sublinhado em:

(A) O progresso trivializou experiências que eram vistas como temerárias. (B) A nova diretoria restringiu algumas das iniciativas programadas. (C) A agência de turismo fez de tudo para popularizar seus planos de viagem.

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(D) O comandante vulgarizou-se ao se dirigir daquele modo à tripulação. (E) A companhia apequenou seus novos projetos diante da crise. Questão 75: TRE TO – 2011 Analista (banca FCC) Fragmento do texto: Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.

A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por:

(A) pessoalmente. (B) de modo incisivo. (C) apontando. (D) entre outras coisas. (E) cuidadosamente. Questão 76: PGM RR/ 2010 / nível médio (banca CESPE) Fragmento do texto: Assim, a noção de capacidade é essencialmente um regime de liberdade — o leque de opções que uma pessoa tem para decidir que tipo de vida levar. Preservam-se a coerência e a correção gramatical ao se substituir “tem” por dispõe, com a vantagem de tornar o texto mais de acordo com o padrão culto da língua. Questão 77: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio (banca CESPE) Fragmento de texto: O governo do estado de São Paulo lançou um programa que fechará o cerco ao consumo de álcool por crianças e adolescentes. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse a expressão “fechará o cerco” (linha 2) pela forma verbal coibirá. Questão 78: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação. (sinonímia)

Questão 79: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos não houve ato algum de descriminação. (paronímia)

TRE - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE) Questão 80: Julgue os próximos itens, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por que e por quê. Se me perguntam por que sou favorável ao voto distrital, qual o motivo porque defendo tal sistema, explico de pronto: porque com ele diminui a briga interna dos partidos em cada distrito. Além disso, porque o voto distrital dá ao eleitor a possibilidade de controlar quem foi por ele eleito.

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Questão 81: Alguns prefeitos se reelegem com extrema facilidade. Por que isso ocorre? Por que prefeitos de municípios recém-criados se reelegem com muito mais facilidade do que os demais? Provavelmente, porque têm mais liberdade para gastar e amplas possibilidades de contratar novos funcionários para compor a burocracia local. Questão 82: Em cada eleição se manifesta o desejo de permanência ou mudança. Mudar por quê? Nem todos os porquês são razoavelmente justificáveis. É preciso que cada um reflita seriamente para saber por que quer mudar, ou por que quer a continuidade de determinado grupo no poder. Questão 83: Pref. Santos 2005 - Fiscal de Tributos Municipais (banca FCC) (...) que carregamos sem saber por que, apenas porque nos deram para carregar.

As formas sublinhadas preencherão corretamente, na mesma ordem, as lacunas da frase:

(A) Queria saber o ...... de os filhos se esquecerem dos pais; será ...... é uma lei da natureza?

(B) Não se sabe ...... razão se esquecem os filhos dos pais, qual o ...... de os deixarem de lado.

(C) A mãe é mais importante ...... ela é absolutamente necessária nos primeiros anos do filho, não há ...... o pai ficar enciumado.

(D) ...... o cronista não explica seu ceticismo? o leitor fica se perguntando, sem atinar com o ...... de tamanha melancolia.

(E) Embora o cronista não diga ...... se tornou tão melancólico, o leitor deixa-se abater um pouco, ...... suspeita quais sejam as razões.

Questão 84: TCE AM 2008 - Analista de Controle Externo (banca FCC) A forma por que preenche corretamente a lacuna da frase:

(A) Os cearenses expandiram as fronteiras ...... movidos pelas mais duras necessidades.

(B) Um dos motivos ...... Hélio Pólvora se agradou desse romance é a visão original do autor.

(C) Márcio Souza decidiu-se pelo humor ...... se dispôs a fazer de seu livro uma sátira histórica.

(D) O livro de Márcio Souza fez sucesso pela inteligência e pelo humor, não há outro ...... .

(E) Muitos se escandalizaram com romance, mas se recusaram a dizer o .......

Questão 85: TRT 24ªR - 2006 – Analista (banca FCC) Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

(A) As alterações porque sofrem as instituições podem ser necessárias. (B) Os caminhos porque percorrem os valores humanos são, por vezes,

indevassáveis. (C) Se há rigor e ética nas instituições, algumas não funcionam mesmo

porquê?

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(D) Há que se investigar o porquê de as instituições serem tão manipuláveis. (E) Não se sabe o por que das instituições serem falhas, mesmo quando bem

arquitetadas. Questão 86: TRT 6ªR 2006 Técnico (banca FCC) Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

(A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber porquê. (B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança a imagem ilusória

das pessoas. (C) Não sei porque razão os outros querem nos impor a imagem que têm de

nós. (D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória traz alguma

compensação. (E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por quê nossa imagem

não está lá. Questão 87: BAHIA GÁS - 2010 – Analista (banca FCC) Está correta a forma de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) Ela não nos disse por que razão tornou-se uma otimista; e se ela tornar ao seu pessimismo, será que nos explicará por quê?

(B) A razão porque muitos se tornam pessimistas está no mundo violento de hoje; por quê outra razão haveriam de se desenganar?

(C) “Por que sim”: eis como respondem os mais impacientes, quando lhes perguntamos porque, de repente, se tornaram otimistas.

(D) Sem mais nem porquê, ele passou a ver o mundo com outros olhos, dizendo que isso aconteceu por que encontrara a verdade na religião.

(E) Não sei o por quê do seu pessimismo; porque você não me explica? Questão 88: DPE RS 2011 – Analista (banca FCC) Assinale a alternativa que contém erro gramatical.

(A) Os porquês dos conceitos de sujeito e predicado na gramática. (B) Por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema? (C) Os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Por quê? (D) Os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Porquê? (E) Não se sabe por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Questão 89: TRT - RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Nas camadas mais pobres, se podem distinguir famílias se esforçando para ascender e outras tantas soterradas cada vez mais na pobreza, na delinquência e na marginalidade. A palavra “ascender” poderia ser corretamente grafada, nesse contexto, também como acender.

Questão 90: INCA / 2010 / nível médio (banca CESPE) Fragmento do texto: Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da criança monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de 6 anos de idade...”

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Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de” por acerca de. Questão 91: TCE MG 2007 - Técnico de Controle Externo I (banca FCC) O equívoco quanto ao sentido exato de uma palavra ou expressão torna necessário corrigir seu emprego na seguinte frase: (A) Inteirado das questões que recebera, optou o professor pela forma do

diálogo, abdicando da formalidade de uma palestra. (B) Durante a palestra, o professor ficou feliz ao ver que o seu fascínio pelo

assunto ia de encontro à legítima curiosidade dos alunos. (C) Não é dada a todos os professores a faculdade de afinar seu interesse real

pelo que seus alunos também mantêm vivo. (D) As perguntas essenciais são como aquelas leis que jamais prescrevem:

estão em todas as culturas e em todos os tempos. (E) Quem não se provê de boas perguntas jamais chega a respostas de fato

satisfatórias.

SERPRO / 2010 / Técnico (banca CESPE) 1 5 10 15 20 25

Incentivar o uso de transportes que desafoguem o trânsito e diminuam a poluição é uma necessidade urgente nas metrópoles. Sintonizado com essa demanda, o Rio de Janeiro seguiu o exemplo de cidades europeias e implantou um serviço de aluguel de bicicletas públicas, o Pedala Rio, há um ano. A iniciativa louvável, porém, esbarrou em um velho problema dos grandes municípios brasileiros: o furto. Em menos de duas semanas, cinquenta e seis unidades foram roubadas. O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo em uma cidade que sofre com a falta de segurança pública e a atuação de gangues criminosas. Incapaz de operar sem quase um terço da frota, a concessionária responsável cancelou o serviço temporariamente. A empresa prometeu reativá-lo, mas agora com novas precauções para tentar driblar os gatunos. Para isso, usará mecanismos como travas mais resistentes nas estações e dispositivos eletrônicos que permitam comunicar à central de operações a retirada forçada dos equipamentos. Também está sendo estudada a implantação de câmeras nos pontos de aluguel. Além disso, as bikes não voltarão prateadas às ruas, mas com cores chamativas, para serem mais facilmente identificadas. Ao que tudo indica, o furto foi uma ação coordenada. Ladrões teriam usado a estrutura do próprio equipamento como alavanca para quebrar as travas de segurança nas estações, que, a não ser por isso, permaneceram intactas. “Tudo ia muito bem até esse incidente”, afirma Altamirando Moraes, subsecretário de meio ambiente da prefeitura. Segundo ele, agora o governo estadual concordou em dar maior atenção ao policiamento e ao controle das estações. Essa ação integrada das duas esferas de governo é uma providência útil para salvar uma boa ideia.

Maíra Magro. Será que dá pedal? In: Istoé online, 30/12/2009, p. 86 (com adaptações).

Questão 92: As expressões “empresa” (linha 12) e “central de operações” (linha 15) foram empregadas, no texto, com a finalidade de se evitar a repetição do vocábulo “concessionária” (linha 11).

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Questão 93: O vocábulo “demanda” (linha 3) poderia ser substituído por diligência, sem que se alterassem as informações apresentadas no texto. Questão 94: No trecho “O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo” (linhas 7 e 8), a palavra “xeque” poderia ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso, seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original. Questão 95: A locução “a não ser” (linha 20) poderia, sem prejuízo sintático ou semântico para o texto, ser substituída por senão. Questão 96: A substituição de “maior” (linha 24) por mais não traria prejuízo para o sentido original do texto. Questão 97: SGA – AC / 2007 / Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, temia que me abordasse para conversar sobre o filho. A correção gramatical do texto seria mantida se o pronome “que”, em “que me escapavam”, fosse substituído por quê. Questão 98: TRT 21ªR 2003 Analista (banca FCC) Está adequado o emprego da expressão sublinhada na frase:

(A) Salvo melhor juízo, é indiscutível que partilhamos do mesmo julgamento: teus argumentos vêm de encontro aos meus.

(B) A menos que você retifique seu voto, passando a acompanhar-nos em nossa decisão, não haverá como mantê-lo em nosso partido.

(C) Em vista da notoriedade de seu mau caráter, ninguém se surpreendeu quando assumiu a responsabilidade pela trapaça que havia feito.

(D) Ele se mostra transigente apenas nos casos em que não lhe convém arredar pé da posição que esteja defendendo com o habitual denodo.

(E) A unanimidade na aprovação só foi alcançada porque a bancada de oposição reviu seu voto, ratificando a decisão do líder, renitente adversário do projeto.

GABARITO

1. E 2. E 3. E 4. C 5. C 6. C 7. E 8. E 9. C 10. A 11. C 12. C 13. B 14. C 15. C 16. B 17. A 18. B 19. E 20. C 21. E 22. E 23. D 24. E 25. D 26. C 27. B 28. E 29. C 30. A 31. A 32. E 33. D 34. E 35. E 36. C 37. C 38. C 39. E 40. C 41. A 42. E 43. E 44. C 45. C 46. C 47. C 48. C 49. E 50. E 51. C 52. C 53. C 54. E 55. E 56. C 57. C 58. E 59. C 60. E 61. E 62. C 63. C 64. E 65. E 66. C 67. C 68. C 69. E 70. B 71. A 72. A 73. E 74. A 75. E 76. E 77. E 78. E 79. C 80. E 81. C 82. C 83. E 84. B 85. D 86. B 87. A 88. D 89. E 90. E 91. B 92. E 93. E 94. E 95. C 96. C 97. E 98. B