Aula 3 - Verbo

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PORTUGUÊS - CURSO REGULAR TEÓRICO PROFESSORA: CLÁUDIA KOZLOWSKI Português para concursos – Profª Claudia Kozlowski – AULA 3 - 1 - AULA 3 - VERBO Olá, amigos Hoje nossa aula vai tratar do “coração” da unidade oracional – o VERBO. Não é à toa que esse assunto vem logo após vermos os processos de formação das palavras e antes de qualquer outro. O verbo também fará parte das próximas aulas – concordância (nominal e verbal), regência (nominal e verbal) e até mesmo crase. Nesta aula, veremos a classificação dos verbos, sua forma de conjugação (que é um calo para muita gente), as flexões que o verbo pode sofrer (número, pessoa, tempo, modo e voz), a relação que os verbos têm em uma estrutura oracional e como manter essa relação harmônica, dentre tantas outras coisas. Bem, essa palavrinha é muito especial. O verbo não tem sintaticamente uma função que lhe seja privativa, pois, como veremos, o substantivo e o adjetivo também podem ser núcleos do predicado (veremos no módulo sobre Termos da Oração). Sua única função na estrutura oracional é a de participar do predicado. CONSTRUÇÃO DOS VERBOS Todas as formas do verbo se irmanam pelo RADICAL, a parte invariável que lhes dá a base comum de significação. São aceitas as seguintes flexões: de número (singular e plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª), modo, tempo ou vozes. Celso Cunha identifica uma outra flexão: aspecto, que, em suas palavras, “manifesta o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa pelo verbo”, por exemplo: pontual (“acabo de chegar”) ou durativa (“fico a esperar”), contínua (“vou andando pelas ruas”) ou descontínua (“voltei a fumar”) etc. Em relação ao processo de formação, como vimos, ao radical junta-se a terminação: vogal temática (define as três conjugações), desinências modo-temporal e número- pessoal. Alguns conceitos são importantes: Formas rizotônicas o elemento de composição grego riz(o)- significa “raiz”. Assim, nas formas RIZOTÔNICAS, a sílaba tônica (a que fomos apresentados em nosso primeiro encontro) recai no radical. verbo RECLAMAR Î radical RECLAM Î eu reclamo Como a sílaba tônica recai no radical, essa forma chama-se rizotônica. Formas arrizotônicas - quando a sílaba tônica recai fora do radical. Verbo CONSERVAR Î radical CONSERV Î nós conservaremos Como a sílaba tônica recai fora do radical, essa forma chama-se arrizotônica. CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS Os verbos classificam-se em regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes. 1. REGULARES - conservam o mesmo radical.

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AULA 3 - VERBO

Olá, amigos

Hoje nossa aula vai tratar do “coração” da unidade oracional – o VERBO. Não é à toaque esse assunto vem logo após vermos os processos de formação das palavras e antesde qualquer outro.

O verbo também fará parte das próximas aulas – concordância (nominal e verbal),regência (nominal e verbal) e até mesmo crase.

Nesta aula, veremos a classificação dos verbos, sua forma de conjugação (que é um calopara muita gente), as flexões que o verbo pode sofrer (número, pessoa, tempo, modo evoz), a relação que os verbos têm em uma estrutura oracional e como manter essarelação harmônica, dentre tantas outras coisas.

Bem, essa palavrinha é muito especial. O verbo não tem sintaticamente uma função quelhe seja privativa, pois, como veremos, o substantivo e o adjetivo também podem sernúcleos do predicado (veremos no módulo sobre Termos da Oração).

Sua única função na estrutura oracional é a de participar do predicado.

CONSTRUÇÃO DOS VERBOS

Todas as formas do verbo se irmanam pelo RADICAL, a parte invariável que lhes dá abase comum de significação.

São aceitas as seguintes flexões: de número (singular e plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª),modo, tempo ou vozes. Celso Cunha identifica uma outra flexão: aspecto, que, emsuas palavras, “manifesta o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressapelo verbo”, por exemplo: pontual (“acabo de chegar”) ou durativa (“fico a esperar”),contínua (“vou andando pelas ruas”) ou descontínua (“voltei a fumar”) etc.

Em relação ao processo de formação, como vimos, ao radical junta-se a terminação:vogal temática (define as três conjugações), desinências modo-temporal e número-pessoal.

Alguns conceitos são importantes:

Formas rizotônicas – o elemento de composição grego riz(o)- significa “raiz”. Assim,nas formas RIZOTÔNICAS, a sílaba tônica (a que fomos apresentados em nosso primeiroencontro) recai no radical.

verbo RECLAMAR radical RECLAM eu reclamo

Como a sílaba tônica recai no radical, essa forma chama-se rizotônica.

Formas arrizotônicas - quando a sílaba tônica recai fora do radical.

Verbo CONSERVAR radical CONSERV nós conservaremos

Como a sílaba tônica recai fora do radical, essa forma chama-se arrizotônica.

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

Os verbos classificam-se em regulares, irregulares, anômalos, defectivos eabundantes.

1. REGULARES - conservam o mesmo radical.

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eu canto, tu cantas, nós cantávamos, eles cantariam, ele cantasse

2. IRREGULARES - apresentam variação no radical ou nas desinências.

SABER (eu sei, ele soube) PERDER (perco) FAZER (fiz, faço)

Alguns autores consideram que alteração exclusivamente gráfica (PROTEGER –PROTEJO), em função da ortografia, não poderia levar à indicação de irregularidadeverbal. Assim, segundo eles, são considerados irregulares somente os verbos queapresentam alteração GRÁFICA E FONÉTICA. Se não houver alteração fonética (como noexemplo: g/j), não se classifica como verbo irregular, sendo chamado por algunsautores de “aparentemente irregular”.

3. ANÔMALO – são verbos irregulares que, por apresentarem profundas variações,recebem classificação autônoma. São só dois: SER e IR.

Curiosidade: Esses dois verbos são idênticos na conjugação dos seguintes tempos:pretérito perfeito do indicativo (fui, foste, ...), pretérito mais-que-perfeito do indicativo(fora, foras...), pretérito imperfeito do subjuntivo (fosse, fosses...) e futuro dosubjuntivo (for, fores...). Só dá para identificar se está sendo usado um ou outro a partirdo contexto.

4. ABUNDANTE - apresentam duas ou três formas em certos tempos, modos, pessoasou particípio. Por exemplo, no imperativo afirmativo, os verbos terminados em –zer,como o verbo fazer, na 2ª pessoa do singular, aceitam duas formas – faze e faz.

5. DEFECTIVOS - apresentam defeito, ou seja, não se conjugam em todas as formas(tempo, pessoas, modos).

Sempre que se falar em defeito verbal, estamos nos referindo à conjugação doPRESENTE DO INDICATIVO e aos tempos dele derivados (Presente do Subjuntivo eImperativo). O “defeito” existe apenas no presente, não existe no passado nem nofuturo. Por isso, mesmo defectivo, o verbo poderá ser conjugado inteiramente nosoutros tempos e modos verbais, como, por exemplo, no Pretérito do Perfeito doIndicativo, no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, Futuro do Subjuntivo etc.

Há dois tipos de defeitos:

1º) o verbo não possui a 1ª pessoa do singular, apenas. (explodir, abolir, colorir,delinquir);

2º) o verbo só apresenta as conjugações da 1ª e 2ª pessoas do plural (adequar,reaver).

Alguns autores definem como defectivos também os verbos que, de acordo com o seuemprego, só podem ser conjugados nas terceiras pessoas, como URGIR (ter urgência),DOER (no sentido de “sentir dor” - alguma coisa dói) e os unipessoais, que representamvozes de animais ou fenômenos da natureza, quando utilizados no sentido original(sentido denotativo, com “d” de “dicionário”; seu oposto é o sentido conotativo,também chamado de figurado, quando a palavra é usada em um significado diferente dooriginal).

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FLEXÕES DOS VERBOS

NÚMERO

Como as outras palavras variáveis, o verbo admite dois números: o singular e o plural.Dizemos que um verbo está no singular quando ele se refere a uma só pessoa ou coisae, no plural, quando tem por sujeito mais de uma pessoa ou coisa.

PESSOA

É a variação de forma que indica a pessoa do discurso a que se refere a ação verbal.

1ª pessoa - aquela que fala. Corresponde aos pronomes pessoais eu (singular) e nós(plural).

2ª pessoa - aquela a quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais tu (singular) evós (plural).

3ª pessoa - aquela de quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais ele/ela(singular) e eles/elas (plural).

MODO, TEMPO e VOZES

Essas modalidades de flexão merecem uma análise mais aprofundada.

MODOS E TEMPOS VERBAIS

A classificação dos verbos nos MODOS VERBAIS depende da relação que o falante temcom aquilo que enuncia – se constata um fato (indicativo); se apresenta uma hipótese,uma suposição (subjuntivo); se faz um pedido ou dá uma ordem (imperativo).

Em outras palavras, depende do modo com que enuncia a ação verbal (percebeu?“modo” verbal). São três modos verbais:

INDICATIVO - como sugere o nome, indica um fato real, que pode pertencer ao presente, ao passado ou ao futuro.

SUBJUNTIVO - enuncia um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível.

IMPERATIVO - expressa ideias de ordem, pedido, desejo, convite.

Enquanto que o modo INDICATIVO situa o fato no plano da realidade, da certeza, o SUBJUNTIVO coloca o fato no plano do que é provável, hipotético, possível, sem acerteza apresentada pelo modo indicativo. O modo SUBJUNTIVO também é bastanteusado com determinadas conjunções (embora, caso, que etc.)

Perceba a diferença entre as duas orações abaixo. O sujeito vai à farmácia e diz aobalconista:

Eu quero um remédio que acaba com a minha dor de cabeça.

Eu quero um remédio que acabe com a minha dor de cabeça.

Na primeira, o sujeito já sabe qual é o medicamento que vai pedir e produzir resultado.Já teve dor de cabeça outras vezes e sabe qual o remédio que surte efeito. O fato situa-se no plano da CERTEZA – modo INDICATIVO.

Na segunda, o sujeito não tem certeza de qual medicamento poderia surtir efeito.Certamente está pedindo uma indicação ao balconista. O resultado que o remédio trará(acabar com a dor de cabeça) ainda está no plano da hipótese. Por isso, está no modoSUBJUNTIVO.

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IMPERATIVO

Sobre a conjugação no imperativo, em vez de memorizar várias regras, vamos guardarapenas a exceção.

A REGRA: Em se tratando de imperativo, emprega-se o presente do subjuntivo. Sãoconjugados pelo presente do subjuntivo os verbos em todas as pessoas (2ª do singular edo plural, 3ª do singular e do plural e 1ª do plural) no imperativo negativo, e nas 3ªpessoas (singular e plural) e 1ª pessoa do plural no imperativo afirmativo. Essa é aregra.

1 - Venha para a Caixa você também 3ª pessoa do singular (O comercial estavaerrado e você não vai nem acreditar: uma banca examinadora explorou exatamenteesse fato em prova!!! Veremos nos exercícios de fixação.).

2 - Não nos deixeis cair em tentação 2ª pessoa do plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-sevós.)

Agora veremos a exceção, que deve ser memorizada por ser em menor número.

A exceção fica por conta das segundas pessoas (tu e vós) no imperativo afirmativo.Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o “s” final.

RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2ªs pessoas (singular e plural) buscam aconjugação do presente do indicativo e tiram a letra ‘s’. Todo o restante tem origem nopresente do subjuntivo. Exemplo:

1 - “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” - A forma “dize” é a reduçãodo presente do indicativo da 2ª pessoa do singular (dizes – [s] = dize). Esse verbo,aliás, é abundante. Aceita as formas “dize” e “diz”, no imperativo afirmativo.

2 – “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.” – A forma “fazei” é a conjugação nopresente do indicativo da 2ª pessoa do plural (vós fazeis), sem o “s”.

Os quadros abaixo resumem as conjugações dos verbos no modo imperativo.

PRESENTE DO SUBJUNTIVO

IMPERATIVONEGATIVO

eu fale -

tu fales não fales (tu)

ele fale não fale (você) (*)

nós falemos não falemos (nós)

vós faleis não faleis (vós)

eles falem não falem (vocês) (*)

PRESENTE DOINDICATIVO

IMPERATIVOAFIRMATIVO

PRESENTE DO SUBJUNTIVO

eu falo - eu fale

tu falas fala (tu) tu fales

ele fala fale (você) (*) ele fale

nós falamos falemos (nós) nós falemos

vós falais falai (vós) vós faleis

eles falam falem (vocês) (*) eles falem

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(*) Como o imperativo é o modo em que se determina ou pede algo à pessoa a quemse dirige (2ª pessoa), as terceiras pessoas se referem a “você / vocês”, e não a eles (3ªpessoa).

Os TEMPOS VERBAIS têm a função de indicar o momento em que são enunciados osfatos. No modo INDICATIVO, os tempos são:

PRESENTE

– fato ocorre no momento em que se fala (Ouço ruídos na cozinha.);

- fato que é comum de ocorrer (Eu morro de inveja dele. / Chove todos os dias em Belém.);

- apresenta um princípio, um conceito ou um dado (Todos os anos, muitascrianças morrem de desnutrição no Brasil.)

PRETÉRITO PERFEITO

– fato ocorrido e perfeitamente concluído antes do momento em que se fala(Todos souberam do assassinato de Celso Daniel.)

PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO

– denota repetição de um ato ou sua continuidade, com início no passado,chegando ao momento presente, em que falamos (Eu tenho cometido muitoserros na escolha dos meus namorados. / Eu tenho lutado contra váriospreconceitos.);

PRETÉRITO IMPERFEITO

– fato realizado e não concluído ou que apresenta certa duração (Ele buscavaa perfeição antes de morrer./ O tempo corria sem que ninguém notasse.);

– indica, entre ações simultâneas, a que ocorria no momento em quesobreveio a outra (Ele andava pela rua quando foi abordado pelos ladrões.);

– denota ação passada habitual ou repetida (imperfeito frequentativo) (Sempreque eu chegava, ela saía do recinto.)

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO

– fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte,ele pedira o perdão aos filhos.)

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO

– forma mais comum de expressar o fato realizado antes de outro fatotambém no passado (Antes de sua morte, ele tinha pedido perdão aos filhos.)

FUTURO DO PRESENTE

– fato posterior certo de ocorrer no futuro (Doarei todo o material de estudoapós a minha aprovação.);

– afirmação de valor categórico (De todas as mulheres do mundo, você será amais bela – o que se afirma é que “certamente você é a mais bela”).

FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO

– denota futura ocorrência de um fato que se iniciou no presente (Até opróximo ano, terei acumulado quase um milhão de reais em dívidas.)

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- indica uma ação futura que estará consumada antes de outra também nofuturo (Amanhã, quando você chegar, eu já terei assinado o contrato.)

- denota incerteza sobre fatos passados (Terá João sabido da traição?)

FUTURO DO PRETÉRITO

– fato posterior a um fato passado (Você me garantiu [FATO PASSADO] que onosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO PASSADO].);

– fato não chegou a se realizar (Eu iria à sua casa, mas tive um problema.);

– pode denotar incerteza (“Acharam um corpo que seria do chefe do tráfico.”)

– hipótese relacionada a uma condição (“Se você tivesse comprado o carro[CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo [HIPÓTESE].”)

– polidez (“Você poderia me passar o sal?”).

FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO

– o mesmo que o Futuro do Pretérito com relação aos três primeirosaspectos.

INDICATIVO

PRESENTE (só apresenta a formaSIMPLES)

Eu falo

PRETÉRITOPERFEITO

SIMPLES Eu falei

COMPOSTO Eu tenho falado (o auxiliar é conjugado nopresente do indicativo)

PRET.IMPERFEITO (só apresenta a formaSIMPLES)

Eu falava

PRET.MAIS-QUE-PERFEITO

SIMPLES Eu falara

COMPOSTO Eu tinha falado (o auxiliar é conjugado nopretérito imperfeito do indicativo)

FUTURO DOPRESENTE

SIMPLES Eu falarei

COMPOSTO Eu terei falado (o auxiliar é conjugado nomesmo tempo verbal)

FUTURO DOPRETÉRITO

SIMPLES Eu falaria

COMPOSTO Eu teria falado (o auxiliar é conjugado nomesmo tempo verbal)

SUBJUNTIVO

PRESENTE Eu fale

PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO Eu tenha falado (o auxiliar é conjugado no presentedo subjuntivo)

PRETÉRITO IMPERFEITO Eu falasse

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITOCOMPOSTO

Eu tivesse falado (o auxiliar é conjugado nopretérito imperfeito do subjuntivo)

FUTURO SIMPLES Eu falar

FUTURO COMPOSTO Eu tiver falado (auxiliar no mesmo tempo verbal)

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Observe que:

1) tanto no indicativo quanto no subjuntivo, o PRESENTE e o PRETÉRITO IMPERFEITO sóapresentam as formas simples – NÃO HÁ FORMAS COMPOSTAS;

2) tanto no indicativo quanto no subjuntivo, o PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO e oPRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO empregam o verbo auxiliar no tempoimediatamente anterior (pretérito perfeito auxiliar no presente / pretérito mais-que-perfeito auxiliar no pretérito imperfeito);

3) no FUTURO (tanto do indicativo – os dois: futuro do presente e futuro do pretérito –quanto no subjuntivo), o auxiliar fica no mesmo tempo verbal.

CUIDADO!

Algumas bancas, como a Fundação Carlos Chagas, costumam apresentar umaoração e exigir que o candidato assinale a opção cujo verbo se encontre nomesmo tempo e modo.

Havendo locução verbal de tempo composto no PRETÉRITO (pretérito perfeitocomposto, pretérito mais-que-perfeito composto, quer do indicativo, quer dosubjuntivo), não vacile: OS VERBOS AUXILIARES NÃO FICAM NO MESMOTEMPO VERBAL - buscam os tempos imediatamente anteriores (veja observaçãoacima).

Como devemos classificar o tempo verbal do CONJUNTO, ou seja, da LOCUÇÃOVERBAL, TODO CUIDADO É POUCO NA IDENTIFICAÇÃO DESSE TEMPO.

Veja só.

No PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO, o verbo auxiliar fica no PRESENTE:

- NO INDICATIVO: TENHO FEITO pret. perfeito composto do indicativo;

- NO SUBJUNTIVO: TENHA FEITO pret. perfeito composto do subjuntivo.

Já a locução verbal no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO apresenta overbo auxiliar no PRETÉRITO IMPERFEITO:

- NO INDICATIVO: TINHA FEITO pret.mais-que-perfeito comp. indicativo

- NO SUBJUNTIVO: TIVESSE FEITO pret.mais-que-perfeito comp. subj.

Cuidado para não classificar a locução verbal considerando apenas a conjugaçãodo verbo auxiliar!!!

Veja como isso já caiu em prova:

(ESAF / SUSEP – Agente Executivo / 2006)

Julgue o item a seguir:

- O tempo em que está flexionado “escolhera” (l.15) indica que a ação de escolheracontece antes de outra também mencionada no período; corresponde, por isso, ativera escolhido.

Item INCORRETO.

A descrição de emprego do pretérito mais-que-perfeito do indicativo está PERFEITA – ação ocorre antes de outra ação também passada. O problema é que o tempo compostocorrespondente seria TINHA ESCOLHIDO, com o verbo auxiliar no pretérito imperfeitodo indicativo, e não “tivera escolhido”.

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LOCUÇÕES VERBAIS

Sempre que se fala “locução”, temos a ideia de “mais de uma palavra” formando umaunidade.

Assim, em locuções verbais, mais de um verbo (ligados ou não por uma preposição)formam um conjunto.

Formam-se locuções verbais em:

tempos compostos, com os verbos auxiliares TER e HAVER (acabamos de falarsobre isso);

construções de voz passiva, principalmente com os verbos auxiliares SER eESTAR;

construções com auxiliares modais, que determinam com mais rigor o modocomo se realiza – ou deixa de se realizar - a ação verbal. Expressam circunstânciasde: início ou fim (comecei a estudar, acabei de acordar), continuidade (vaiandando), obrigação (tive de entregar), possibilidade (posso escrever), dúvida(parece gostar), tentativa (procura entender) e outras tantas.

Como num escritório, onde quem manda é o chefe e quem trabalha é o empregado (ouvocê já viu algum chefe trabalhando???), na locução verbal, quem exerce a função de“chefe” é o verbo principal – ele fica “paradão”, só mandando, e o pobre do auxiliar seflexiona de acordo com as suas ordens. Mais sobre o assunto, falaremos na aula sobreCONCORÂNCIA.

TEMPO COMPOSTO

É o tempo constituído por um verbo auxiliar flexionado, seguido do verbo principal noparticípio. Forma-se com os auxiliares TER e HAVER. Para simplificar, usamos nosexemplos somente o verbo auxiliar TER.

1) Modo Indicativo

TEMPO VERBAL EXEMPLO

presente falo bebo parto

pretérito

perfeito simples falei bebi parti

composto tenho falado tenho bebido tenho partido

imperfeito simples falava bebia partia

mais-que-perfeito simples falara bebera partira

composto tinha falado tinha bebido tinha partido

futuro

do presente simples falarei beberei partirei

composto terei falado terei bebido terei partido

do pretérito simples falaria beberia partiria

composto teria falado teria bebido teria partido

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FORMAS NOMINAIS

Denominam-se formas nominais as palavras, de origem verbal, que também podemser empregadas nas funções próprias de adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas:INFINITIVO, GERÚNDIO E PARTICÍPIO.

INFINITIVO:

Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo)

O pôr-do-sol é lindo nessa época do ano. (substantivo)

Causa-me agonia o seu ranger de dentes. (substantivo)

Precisamos colocar óleo na porta que está a ranger.(verbo)

O infinitivo divide-se em impessoal e pessoal.

O infinitivo impessoal não tem sujeito (pessoa) e, por isso, não se flexiona. É usado emsentido genérico (“o ato de”).

Amar se aprende amando.

Já o infinitivo pessoal tem sujeito e pode flexionar-se ou não. Os casos em que oinfinitivo pode, deve ou não pode se flexionar será objeto de estudo na aula sobreCONCORDÂNCIA.

GERÚNDIO:

O presidente fica persistindo na argumentação de que nada sabia. (verbo)

Persistindo os sintomas, o médico deverá ser consultado (advérbio de condição = “Caso persistam os sintomas...”)

PARTICÍPIO:

Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo)

O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo)

O particípio tem grande importância na construção de LOCUÇÕES VERBAIS.

Emprega-se com os auxiliares TER e HAVER para a formação de tempos compostos(“Temos feito grande progresso.”, “Nunca havia visitado este lugar antes.”), com overbo SER para formar os tempos da voz passiva de ação (“O trabalho foi feito portodos nós.”) e com o verbo ESTAR nos tempos de voz passiva de estado (“Estouchocada com essa notícia.”).

No particípio, a maior parte dos verbos só apresenta a forma regular (terminadas por“ado” / “ido”). Contudo, existem algumas exceções: alguns verbos apresentam mais deuma forma: a regular (“ado” / “ido”), usada com os verbos ter e haver (tempocomposto) e a irregular, ligada aos verbos ser e estar (voz passiva).

Dentre os irregulares, estão:

ACEITAR – (ter/haver) aceitado; (ser/estar) aceito

ELEGER – (ter/haver) elegido; (ser/estar) eleito

ENTREGAR - (ter/haver) entregado; (ser/estar) entregue

IMPRIMIR - (ter/haver) imprimido; (ser/estar) impresso

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SALVAR – (ter/haver) salvado; (ser/estar) salvo

SUSPENDIDO – (ter/haver) suspendido; (ser/estar) suspenso

Outras curiosidades:

• Apresentam somente a forma irregular do particípio os verbos abrir (aberto),cobrir (coberto), dizer (dito), escrever (escrito), fazer (feito), pôr (posto), ver(visto), vir (vindo) e seus derivados.

Observe que, neste último (vir), a forma participial é igual ao gerúndio, o mesmoocorrendo com os verbos dele derivados (intervir – intervindo). Essapeculiaridade costuma ser objeto de questões de prova.

Alguns verbos aceitam ambas as formas (regular e irregular) para qualquer doisverbos auxiliares – ou seja, não tem como errar - com qualquer verbo auxiliarpode-se usar qualquer forma participial. Segundo a maioria dos gramáticos, sãoquatro os verbos: pagar, pegar, ganhar e gastar (para memorizá-las, imaginea seguinte situação: no dia do pagamento, você ganha o salário e, nosupermercado, pega o produto, paga por ele e gasta o dinheiro – gostou dométodo mnemônico?).

O particípio do verbo CHEGAR é um só – o regular CHEGADO. A forma “chego” éa conjugação de 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (“Eu chego”).Não existe a forma de particípio irregular para esse verbo. Então: “Eu tinhachegado ao escritório bem cedo.”.

C O N J U G A Ç Ã O V E R B A L

Para ajudar a resolver questões de conjugação verbal, uma boa dica é a técnica doPARADIGMA.

Como funciona isso? Na dúvida com relação à conjugação de determinado verboregular (geralmente o examinador busca um verbo pouco utilizado no seu dia-a-dia),basta observar a conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR – 1ª conjugação, BEBER– 2ª conjugação, PARTIR – 3ª conjugação).

Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a terminação “ar”, “er” ou “ir”do infinitivo (exemplo: FAL(AR) = radical FAL-), e empregue as desinências, que sãoidênticas nos demais verbos regulares de mesma conjugação:

Por exemplo:

CONSUMAR (verbo regular de 1ª conjug.):

Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)

Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)

CONSUMIR (verbo regular de 3ª conjug.):

Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)

Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)

E aí, como você preencheu? Vamos buscar a desinência dos verbos “paradigmas”.

Infinitivo Pres.Indicativo Pres.Subjuntivo

Falar Eu falo (que) eu fale

Consumar Eu consumo (que) eu consume

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Partir Eu parto (que) eu parta

Consumir Eu consumo (igual) (que) eu consuma

Se o verbo for irregular, ou seja, apresenta alteração no radical em determinadasconjugações, procure outro verbo, também irregular, de mesma construção.

Por exemplo: COMPETIR (3ª conjugação) – Eu comp.... (???)

Esse verbo é irregular, ou seja, não mantém o radical nas conjugações. Normalmentenão conjugamos esse verbo (pelo menos, não com convicção) fora de uma locuçãoverbal. Mas usamos bastante outro verbo de idêntica estrutura. Já sabe qual é???REPETIR. Então, como fica a conjugação desse paradigma?

Eu repito Eu compito

E “ADERIR”? Como você conjugaria a primeira pessoa do singular do Presente doIndicativo? Está com dúvida? Busque um paradigma. Aceito sugestões.... Lembrou de algum? Eu conheço um – FERIR. Como fica a conjugação do paradigma?

Eu firo Eu adiro

A título de exemplo, observe o seguinte item de uma questão de prova da ESAF(TCU/2002):

O fato do patrimônio gerar empregos e receitas por meio do turismo não abule oparadoxo de que nativos e visitantes se distanciam do fenômeno cultural tanto quantopessoas que, longe daquelas paragens, pouco valor atribuem a heranças destituídas defamiliaridade.

Essa opção está errada. Você percebeu qual é o erro? O que significa “abule”? Ocontexto indica tratar-se do verbo ABOLIR.

Se não tivermos certeza da conjugação desse verbo, vamos fazer o quê??? Buscamos oparadigma.

Um verbo que apresenta a mesma forma de conjugação é o verbo ENGOLIR. Napassagem, o verbo “abolir” está na terceira pessoa do singular, no presente doindicativo (“O fato ... não abule...”). O verbo “engolir” ficaria “Ele engole”. Logo, aconjugação correta é abole (“O fato ... não abole...”).

IMPORTANTE: Guarde esse dica do PARADIGMA. Ela pode ser de grande valia em umaquestão de prova.

O quadro a seguir visa facilitar a compreensão e memorização das conjugaçõesdos verbos regulares.

Trata-se de um quadro resumo com todas as desinências regulares dos tempossimples (se preferir, imprima somente a próxima página e guarde paraeventuais consultas).

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VERBOS REGULARES - MODOS

Tempos INDICATIVO SUBJUNTIVO

1ª conj.(-AR)

2ª conj.(-ER)

3ª conj.(-IR)

1ª conj.(-AR)

2ª conj.(-ER)

3ª conj. (-IR)

Presente

o as aamosaisam

o es eemoseisem

o es eimosisem

e es eemoseisem

a as aamosaisam

a as aamosaisam

Pret. Imperfeito

avaavasavaávamosáveisavam

ia ias iaíamosíeisiam

ia ias iaíamosíeisiam

asseassesasseássemosásseisassem

esseessesesseêssemosêsseisessem

isseissesisseíssemosísseisissem

Pret. Perfeito

eiasteouamosastesaram

iesteeuemosesteseram

iisteiuimosistesiram

***** ***** *****

Pret.mais-que-

perfeito

araarasaraáramosáreisaram

eraeraseraêramosêreiseram

irairasiraíramosíreisiram

***** ***** *****

Futuro dopresente

areiarásaráaremosareisarão

ereieráseráeremoséreiserão

ireiirásiráiremosireisirã

araresararmosardesarem

erereserermoserdeserem

irires irirmosirdesirem

Futuro dopretérito

ariaariasariaaríamosaríeisariam

eriaeriaseriaeríamoseríeiseriam

iriairiasiriairíamosiríeisiriam

***** ***** *****

IMPERATIVO AFIRMATIVO NEGATIVO

- a eemosaiem

- e aamoseiam

- e aamosi am

- es eemoseisem

- as aamosaisam

- as aamosaisam

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DERIVAÇÃO VERBAL

Você já deve ter se deparado com dúvidas como: em “quando eu . ... o professor,passarei o seu recado”, devemos usar “ver” ou “vir”?

Para compreendermos a conjugação de alguns verbos, principalmente dos irregulares, énecessário conhecer a formação de alguns tempos derivados.

Abaixo, segue um quadro com a indicação das formas primitivas e das derivadas.

Salvo algumas poucas exceções (como o verbo SER, SABER e outros), basta que semantenha o radical das formas primitivas e a ele se acrescentem as desinências corres-pondentes.

FORMA PRIMITIVA FORMAS DERIVADAS

VERBO VER

presente do indicativo 1ª pessoa do singular

eu vejo presentedosubjuntivo

eu veja tu vejas ele veja nós vejamosvós vejaiseles vejam

presente do subjuntivo

eu veja tu vejas ele veja nós vejamosvós vejaiseles vejam

imperativonegativo

- não vejas (tu) não veja (você)não vejamos (nós)não vejais (vós)não vejam (vocês)

pret. perfeito do indicativo 3ª pessoa do plural

eles viram

pretérito mais-que-perfeito do indicativo

eu vira tu viras ele vira nós víramosvós víreiseles viram

pretérito imperfeito do subjuntivo

eu visse tu visses ele visse nós víssemosvós vísseiseles vissem

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pret. perfeito do indicativo 3ª pessoa do plural

futuro do subjuntivo

eu vir tu viresele vir nós virmosvós virdeseles virem

VERBO CABER

Infinitivoimpessoal

caber

Futuro do presente do indicativo

cabereicaberáscaberácaberemoscabereiscaberão

Futuro do pretérito doindicativo

caberiacaberiascaberiacaberíamoscaberíeiscaberiam

Infinitopessoal

cabercaberescabercabermoscaberdescaberem

Gerúndio cabendo

Particípio Cabido (nos verbos de2ª.conjugação, a vogal temáticapassou de “e” para “i”, porinfluência da vogal temática da3ª.conjugação - IR)

Agora, experimente com outros verbos irregulares, como os verbos trazer, vir, fazer,pedir, caber e outros.

TRAZER – TRAGO TRAGA

TROUXERAM TROUXERA /TROUXESSE /TROUXER

VIR - VENHO VENHA

VIERAM VIERA /VIESSE / VIER

FAZER - FAÇO FAÇA

FIZERAM FIZERA / FIZESSE / FIZER

PEDIR - PEÇO PEÇA

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PEDIRAM PEDIRA / PEDISSE / PEDIR

CABER - CAIBO CAIBA

COUBERAM COUBERA / COUBESSE / COUBER

CUIDADO COM A CONJUGAÇÃO DE ALGUNS VERBOS!!!

VERBOS PERIGOSOS

- REQUERER - não é derivado do QUERER. No presente do indicativo: requeiro,requeres, requer... e no presente do subjuntivo: requeira, requeiras, requeira...

Os demais tempos seguem o modelo do paradigma BEBER.

- PRECAVER-SE - não é derivado do VER. É defectivo. No presente do indicativo, só seconjuga nas 1ª e 2ª pessoas do plural: precavemos, precaveis. Consequentemente,por não haver a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, não há presente dosubjuntivo. Os demais tempos seguem o modelo do paradigma BEBER.

- REAVER - É derivado do HAVER, mas só se conjuga quando houver a letra V naconjugação do “haver”. Assim, no presente do indicativo, só existem as formas da 1ª e2ª pessoas do plural: reavemos, reaveis. Como não possui a 1ª pessoa do singular dopresente do indicativo, não apresenta presente do subjuntivo.

No pretérito perfeito, conjuga-se: reouve, reouveste, reouve, reouvemos,reouvestes, reouveram

- PROVER - Não é derivado do VER, apesar de coincidir na 1ª pessoa do singular dopresente do indicativo e do subjuntivo.

Pres.indicativo: provejo, provês, provê,...

Pres.subjuntivo: proveja, provejas, proveja,...

Pret. perfeito: provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram

- VIGER – É defectivo. Não possui, no pres.indicativo, a 1ª pessoa do singular. Logo,não há Pres.Subjuntivo nem Imperativo. Nas demais, conjuga-se como BEBER.

Vamos analisar outras conjugações especiais.

1. VERBOS TERMINADOS EM HIATO:

–UIR, exceto no caso dos defectivos (verbos que não possuem todas as formas deconjugação, como ruir), os verbos terminados em –UIR apresentam duas formas deconjugação:

1ª) O paradigma será POSSUIR (o radical é possu) – De acordo com esta regra,classificam-se praticamente todos os verbos com essa terminação. Nas 2ª e 3ª dosingular trocam a letra ‘e’ da conjugação regular (como em ‘partir’) pela letra ‘i’.Mantêm as demais conjugações inalteradas em relação à conjugação do verboparadigma ‘partir’: possuo, possuis, possui, possuímos, possuís, possuem.

Dessa forma, conjugam verbos como OBSTRUIR, AFLUIR, INFLUIR, ANUIR, ARGUIR(respeitada a acentuação), CONCLUIR, DISTRIBUIR, INCLUIR

2ª) CONSTRUIR (o radical é constru) e DESTRUIR (o radical é destru)– São verbosabundantes. Além da forma regular de conjugação (igual à do verbo POSSUIR: construo,construis, construi, construímos, construís, construem), mais comum em Portugal,

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apresenta também a conjugação irregular, bastante usada no Brasil, em que as 2ª e 3ªpessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo aberto “ói": construo,constróis, constrói, construimos, construís, constroem, da mesma forma que osverbos terminados em -OER.

–OER: As 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongoaberto ‘ói’. As demais pessoas, em todos os outros tempos verbais seguem o paradigma‘beber’, respeitadas as devidas acentuações tônicas.

Na hora de escolher um exemplo, lembrem que DOER (sentir dor) e SOER (costumar,ter hábito de) são defectivos (o primeiro, só se conjuga nas terceiras pessoas e o outro,não possui a 1a pessoa do singular do presente do indicativo).

(o radical é MO-): moo, móisExemplos: MOER , mói, moemos, moeis, moem

–EAR: recebem a letra ‘i’ nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical). Nas demais,segue o paradigma ‘falar’. Exemplo: pentear (radical PENTE-).

A sílaba tônica foi sublinhada.

Pres.indicativo - penteio, penteia, penteia, penteamos, penteais , penteiam

Pres.subjuntivo – penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, penteiem

Pret.perfeito: penteei, penteaste, penteou, penteamos, penteastes, pentearam

–IAR: os verbos dessa terminação são regulares, ou seja, seguem a conjugação doparadigma ‘falar’. Exemplos:

ADIAR (radical ADI-) – Pres.Indicativo: adio, adias, adia, adiamos, adiais, adiam

VARIAR (radical VARI-) - Pres.Indic.: vario, varias, varia, variamos, variais, variam

Dessa mesma forma, conjugam-se os verbos ARRIAR, MAQUIAR, VICIAR.

Por isso, nada de “VAREIA”, senão “VICEIA”!!! Como vimos, esses verbos são REGULARES.

Mas, então, por que será que tanta gente se engana? Porque ocorre uma“contaminação” com os verbos terminados em “EAR”, como “pentear”, apresentadoacima.

No entanto, há cinco verbos terminados em -IAR que recebem a letra ‘e’ nas formasrizotônicas (formas em que a sílaba tônica recai no radical), como no presente doindicativo e presente do subjuntivo. Suas iniciais formam o anagrama M-A-R-I-O:

Mediar (e derivados, como intermediar), Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar

Pres.Indicativo: intermedeio, intermedeias, intermedeia, intermediamos, intermediais,intermedeiam

Para facilitar, lembre-se da conjugação do verbo ODIAR, o mais comum deles.

2. VERBOS “DERIVADOS” DE ÁGUA (DESAGUAR, ENXAGUAR) E OUTROSTERMINADOS EM –UAR ( APAZIGUAR, AVERIGUAR) E –UIR (DELINQUIR)

Com o Acordo Ortográfico, passaram a ser aceitas duas formas de conjugação dosverbos terminados em –UAR / -UIR:

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a) com a pronúncia do “u”, sem acento: a-ve-ri-GU-e / en-xa-GU-e / de-lin-QU-em(com força no “u”, como se fosse escrita com “c”, no último caso);

b) com acento (e pronúncia tônica) nas vogais “a” e “i” dos radicais: a-ve-rí-gue /en-xá-gue / de-lín-quem

Além disso, lembre-se de que o trema foi abolido, mas a pronúncia do “u” átono, quandofor o caso, permanece: “averígue" (güe).

Outra mudança foi a supressão do acento agudo em “averigúe” e “argúi”, que agorapassam a ser registrados como “averigue" e “argui” (com o “u” tônico).

VOZES DO VERBO

Voz ativa

Sujeito pratica a ação expressa pelo verbo: sujeito agente (ativo).

O presidente decretou a reforma econômica.

Voz passiva

O verbo principal deve ser transitivo direto ou transitivo direto e indireto. Sujeito recebe(sofre) a ação expressa pelo verbo: sujeito paciente (passivo). A voz passiva pode ser:

a) Analítica: (análise é uma coisa demorada, longa, comprida...) É construída comverbo auxiliar (ser, estar) + particípio do verbo principal.

Por ser “longa” (analítica), possui locução verbal (que pode ser formada com dois ou atémesmo três verbos) e pode apresentar o agente da passiva, elemento que efetivamentepratica a ação verbal. Você notou como essa construção é grande?! Basta comparar coma seguinte – a voz passiva sintética.

A reforma econômica foi decretada pelo presidente.

b) Sintética: (síntese é uma coisa breve, resumida) É construída com verbo principal +SE (pronome apassivador ou partícula apassivadora).

Note que essa construção é tão resumida que emprega somente UM verbo e dispensa oagente da passiva.

Decretou-se a reforma econômica.

Como veremos na aula de concordância, são muitas as questões de prova que explorama concordância verbal em voz passiva sintética.

Voz reflexiva

Construída com o verbo e um pronome reflexivo. O sujeito é agente e paciente aomesmo tempo.

A jovem vaidosa olhava-se no espelho a todo momento.

Voz recíproca (destaque feito por Evanildo Bechara)

Construída com verbo e um pronome recíproco. Os sujeitos são agentes e pacientes, aomesmo tempo.

Mãe e filho fitavam-se carinhosamente.

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TRANSPOSIÇÃO DE VOZES VERBAIS

São muitas as questões de provas que abordam a transposição da voz ativa para apassiva, ou vice-versa.

Por isso, vamos verificar o procedimento necessário para essa transformação.

O termo que exercia a função sintática de objeto direto na voz ativa será o sujeitoda voz passiva.

No lugar de um verbo (ou uma locução verbal), teremos uma locução verbal com ideiade passividade (inclusão do verbo SER/ESTAR).

O elemento que exercia a função de sujeito da voz ativa será, na voz passiva analítica,o agente da passiva.

Não há alteração nos demais complementos, como objeto indireto, predicativo do objetoou complementos adverbiais, que continuarão a exercer as mesmas funções.

Veja o esquema abaixo:

VOZ ATIVA

O professor deu o livro ao aluno.

SUJEITO

(AGENTE)

VERBO OBJETO DIRETO

OBJETO INDIRETO

VOZ PASSIVA ANALÍTICA

O livro foi dado pelo professor ao aluno.

SUJEITO(PACIENTE)

LOCUÇÃOVERBAL

AGENTE DA PASSIVA

OBJETO INDIRETO

VOZ PASSIVA SINTÉTICA

O livro deu-se - ao aluno.

Na passiva sintética, normalmente o verbo antecede o sujeito,formando: Deu-se o livro ao aluno.

Cuidados que devem ser tomados na transposição:

- identificar corretamente o objeto direto da voz ativa, elemento queexercerá a função de sujeito da voz passiva e com o qual o verbo iráconcordar;

- realizar a concordância verbal corretamente;

- manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmotempo e modo do verbo apresentado na voz ativa.

Veja, agora, uma questão de prova em que a ESAF explorou brilhantemente esseassunto:

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(ESAF / ACE / 2002) Entre os males que afligem a sociedade brasileira o contrabando é, sem dúvida, um dosmais sérios, sobretudo porque dele decorrem inúmeros outros. Observa-se, no dia-a-dia,que o contrabando já faz parte da rotina das cidades, tanto nas atividades informaisquanto no suprimento da rede formal de comércio, tomando o lugar de produtoslegalmente comercializados. Os altos lucros que essas atividades ilícitas proporcionam,aliados ao baixo risco a que estão sujeitas, favorecem e intensificam a formação deverdadeiras quadrilhas, até mesmo com participação de empresas estrangeiras. Sãoorganizações de caráter empresarial, estruturadas para promover tais práticas nos maisvariados ramos de atividade.

(Adaptado de www.unafisco.org.br, 30/10/2000)

- A estrutura “Observa-se”(l.2) corresponde, semanticamente, a Foi observado.

Este item estava INCORRETO, pois o verbo originalmente, na voz passiva pronominal,apresentava-se no presente do indicativo (“Observa-se”), e na voz passiva analítica foiempregado no pretérito perfeito do indicativo (“Foi observado”). Erro na transposição davoz passiva sintética para a analítica, em virtude da alteração do tempo verbal.

DIFERENÇA ENTRE VERBOS REFLEXIVOS E VERBOS PRONOMINAIS

Os verbos reflexivos indicam que o sujeito ao mesmo tempo pratica e sofre a açãoverbal. O pronome exerce a função sintática de complemento verbal (objeto direto ouindireto).

Eu me cortei com a faca. Ele se veste muito bem.

Esses verbos podem ser usados sem o valor reflexivo, com outro objeto que não opronome:

Eu cortei o braço com a faca. Ele veste o seu filho muito bem.

Já os verbos pronominais apresentam o pronome como parte integrante do verbo.Esses verbos não admitem conjugação com outro objeto que não o pronome.

Eu me queixei do tratamento que recebi. Ele sempre se arrepende do que faz.

Os pronomes que acompanham esses verbos não exercem nenhuma função sintática naoração.

C O R R E L A Ç Ã O V E R B A L

CORRELAÇÃO VERBAL consiste na articulação entre as formas verbais no período. Osverbos estabelecem, assim, uma correspondência entre si.

Esse tipo de questão, normalmente, o candidato consegue acertar usando o “ouvido”.

Observe que alguma coisa parece estar errada na construção: “Se você se acomodassecom a situação, ela se tornará efetiva.”. Isso acontece porque não houve correlaçãoentre a forma verbal da primeira oração (acomodasse) – que indica hipótese,possibilidade - com a da segunda (tornará) – que indica certeza.

A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listas),seguem alguns exemplos de construções corretas sob o aspecto de correlação verbal:

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a) “Exijo que me diga a verdade.” - presente do indicativo + presente dosubjuntivo

b) “Exigi que me dissesse a verdade.” – pret.perf.indicativo +pret.imperf.subjuntivo.

c) “Espero que ele tenha feito uma boa prova.” - presente indic.+pret.perf.comp.subjuntivo.

d) “Gostaria que ele tivesse vindo.” – fut.pretérito.ind.+ pret.mais-que-perf.comp.subjuntivo

e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” – futuro do subjuntivo + fut.presenteindicativo

f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” - pret.imperf.subj.+ fut.pretérito doindicativo

Mais um exemplo de correlação entre os verbos. Veremos na aula sobre concordância oscasos em que o verbo haver é impessoal. Um deles: indicação do tempo decorrido. Issosignifica que o verbo ficará na terceira pessoa do singular, qualquer que seja o seucomplemento (plural ou singular).

Esse verbo deve estar em harmonia temporal com os demais do período, isto é, se aestrutura oracional aponta para um fato passado, o verbo haver também deverá serconjugado no passado.

Na edição da revista Veja sobre a morte de Cássia Eller, a manchete foi:

“A polícia suspeita que um coquetel de droga, álcool e remédios matou a cantora, quehavia dois anos lutava para se livrar da dependência de cocaína”

Na época, houve uma enxurrada de perguntas (inclusive para a redação da revista)sobre a correção dessa forma do verbo haver. Está CORRETÍSSIMA! Note que aafirmação se refere a um fato passado (afinal, infelizmente ela já não estava mais vivanaquele momento). Assim, o tempo decorrido se encontrava concluído no passado, oque justifica o emprego de “havia”, da mesma forma que a forma “lutava”.

Se a afirmação se referisse a um fato ainda atual: “Fulano há dois anos luta para selivrar das drogas.”, todos os verbos se conjugariam no mesmo tempo verbal – presentedo indicativo.

Lembre-se: se o fato ainda é atual, o verbo que indica o tempo decorrido permanece nopresente; se o fato já é passado, o verbo que indica o tempo decorrido também vai parao passado. Simples assim...

Vamos às questões de fixação. Mais uma vez, lembramos que são questões aplicadasnos mais diversos concursos públicos do país.

Bons estudos a todos.

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QUESTÕES DE FIXAÇÃO

(NCE UFRJ/ADMINISTRADOR PIAUÍ/2006)

TEXTO - A SAÚDE E O FUTURO

Dráuzio Varella – Reflexões para o futuro

Ficaremos sobrecarregados, pagando caro pela ignorância e irresponsabilidade dopassado. Acharemos inacreditável não havermos percebido em tempo, por exemplo, queo vírus da Aids, presente na seringa usada pelo adolescente da periferia para viajar aoparaíso por alguns instantes, infecta as mocinhas da favela, os travestis da cadeia, asgarotas da boate, o meninão esperto, a menininha ingênua, o senhor enrustido, a mãede família e se espalha para a multidão de gente pobre, sem instrução e higiene. Haverámilhões de pessoas com Aids, dependendo de tratamentos caros e assistênciapermanente. Seus sistemas imunológicos deprimidos se tornarão presas fáceis aosbacilos da tuberculose, que, por via aérea, irão parar nos pulmões dos que passarem porperto, fazendo ressurgir a tuberculose epidêmica do tempo dos nossos avós. Sífilis,hepatite B, herpes, papilomavírus e outras doenças sexualmente transmissíveis atacarãoos incautos e darão origem ao avesso da revolução sexual entre os sensatos.

No caldo urbano da miséria/sujeira/ignorância crescerão essas pragas modernas eoutras imergirão inesperadas. Estará claro, então, que o perigo será muito maisimprevisível do que aquele representado pelas antigas endemias rurais: doença deChagas, malária, esquistossomose, passíveis de controle com inseticidas, casas detijolos, água limpa e farta.

Assustada, a sociedade brasileira tomará, enfim, consciência do horror que será pôrfilhos em um mundo tão inóspito. Nessas condições é provável que se organize paraacabar com as causas dessas epidemias urbanas. Modernos hospitais sem finslucrativos, dirigidos por fundações privadas e mantidos com o esforço e a vigilância dascomunidades locais, poderão democratizar o atendimento público. Eficientes programasde prevenção, aplicados em parceria com instituições internacionais, diminuirão onúmero de pessoas doentes.

Então virá a fase em que surgirão novos rebeldes sonhadores, para enfrentar o desafiode estender a revolução dos genes para melhorar a qualidade de vida dos que moraremna periferia das grandes cidades ou na imensidão dos campos brasileiros.

1 - Como o texto tem um tom de profecia, a construção dessas previsões se apóiafundamentalmente:

(A) no emprego do futuro do presente;

(B) na abordagem de temas ainda desconhecidos;

(C) na antevisão de um futuro sombrio;

(D) na condenação do atraso social e cultural;

(E) na utilização de expressões de dúvida.

2 - (NCE UFRJ / INPI - ANALISTA MARCAS / 2005)

“... desses mesmos sentimentos que têm levado o Brasil à beira do abismo,...”; a formaverbal têm levado indica uma ação:

(A) que já terminou;

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(B) anterior a outra ação passada;

(C) habitual no passado;

(D) iniciada no passado que continua no presente;

(E) iniciada no presente que continua no futuro.

3 - (NCE UFRJ / Inspetor de Polícia / 2001)

TEXTO - DROGAS: A MÍDIA ESTÁ DENTRO

Eugênio Bucci

Há poucos dias, assistindo a um desses debates universitários que a gente pensa quenão vão dar em nada, ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça. Ouvi-o de umprofessor – um professor brilhante, é bom que se diga.

Ele se saía muito bem, tecendo considerações críticas sobre o provão. Aliás, o debateera sobre o provão, mas isso não vem ao caso. O que me interessou foi um comentáriomarginal que ele fez – e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário. Primeiro,ele disse que a publicidade não pode tudo, ou melhor, que nem todas as atitudeshumanas são ditadas pela propaganda. Sim, a tese é óbvia, ninguém discorda disso,mas o mais interessante veio depois. Para corroborar sua constatação, o professorlembrou que muita gente cheira cocaína e, no entanto, não há propaganda de cocaínana TV. Qual a conclusão lógica? Isso mesmo: nem todo hábito de consumo é ditado pelapublicidade.

A favor da mesma tese, poderíamos dizer que, muitas vezes, a publicidade tenta e nãoconsegue mudar os hábitos do público. Inúmeros esforços publicitários não resultam emnada. Continuemos no campo das substâncias ilícitas. Existem insistentes campanhasantidrogas nos meios de comunicação, algumas um tanto soporíferas, outras maisterroristas, e todas fracassam. Moral da história? Nem que seja para consumir produtosquímicos ilegais, ainda somos minimamente livres diante do poder da mídia. Temosalguma autonomia para formar nossas decisões.

Tudo certo? Creio que não. Concordo que a mídia não pode tudo, concordo que aspessoas conseguem guardar alguma independência em sua relação com a publicidade,mas acho que o professor cometeu duas impropriedades: anunciou uma tese fácildemais e, para demonstrá-la, escolheu um exemplo ingênuo demais.

Embora não vejamos um comercial promovendo explicitamente o consumo de cocaína,ou de maconha, ou de heroína, ou de crack, a verdade é que os meios de comunicaçãonos bombardeiam, durante 24 horas por dia, com a propaganda não de drogas, mas doefeito das drogas. A publicidade, nesse sentido, não refreia, mas reforça o desejo peloefeito das drogas. Por favor, não se pode culpar os publicitários por isso – eles, assimcomo todo mundo, não sabem o que fazem.

“A favor da mesma tese, PODERÍAMOS dizer que...”; o uso do futuro do pretérito, nessesegmento, indica:

a) uma hipótese;

b) uma forma polida de presente;

c) uma possibilidade não realizada;

d) ação posterior ao tempo em que se fala;

e) incerteza sobre fatos passados.

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4 - (NCE UFRJ / MPE RJ / 2001)

TEXTO - RACISMO

O Globo, 13/7/01

A imprensa brasileira vem noticiando uma proposta milionária do Lazio da Itália, que pretende adquirir o passe do zagueiro Juan por 10 milhões de dólares.

Este é o time cuja torcida já agrediu o jogador brasileiro Antonio Carlos, do Roma, eperdeu o mando de campo por incitamento racista em pleno estádio.

Aqui fica uma sugestão a este jovem negro, atleta brasileiro de 22 anos, com umbrilhante futuro profissional: recuse o convite e não troque o Brasil pela Itália, poismoedas não resgatam a dignidade. Diga não aos xenófobos e racistas.

Considerando que a ação de agredir o jogador brasileiro Antonio Carlos ocorreu antes deo Lazio perder o mando do campo, ação também passada, o verbo agredir deveria estarno:

a) mais-que-perfeito do indicativo;

b) imperfeito do indicativo;

c) futuro do pretérito;

d) imperfeito do subjuntivo;

e) presente do subjuntivo.

5 - (NCE UFRJ / ARQUIVO NACIONAL Agente Adm./2006)

TEXTO - Racismo, discriminação, preconceito... Colocando os pingos nos “is”

Maria Aparecida da Silva

Recentemente assisti ao programa esportivo Cartão Verde, da TV Cultura, no qual se discutia, de maneira tímida, a discriminação racial que um jogador branco do Palmeiras(Paulo Nunes) teria praticado contra dois jogadores negros, Rincón (Corinthians) eWagner (São Paulo), em momentos distintos. Havia controvérsias quanto à veracidadedos fatos, quanto à sinceridade dos protagonistas, quanto à oportunidade ouoportunismo das denúncias. Mas o que de fato despertou minha atenção foi arelativização do racismo presente no futebol brasileiro. Os cronistas utilizavam a todotempo a expressão preconceito, quando as situações em foco constituíam, na verdade,práticas de discriminação racial.

A autora não afirma com segurança, no primeiro parágrafo, que o jogador Paulo Nunescometeu um ato discriminatório; o meio lingüístico empregado para relativizar essaafirmação é:

(A) a adjetivação de “tímida”, dada à discussão;

(B) o emprego do futuro do pretérito composto “teria praticado”;

(C) o discurso indireto;

(D) a inversão dos termos da frase;

(E) a utilização dos parênteses.

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6 - (FUNDEC / PRODERJ / 2002)

ESBOÇO DE UMA CASA

Casa fria, de apartamento. Paredes muito brancas, de uma aspereza em que não dágosto passar a mão. Aí moram quatro pessoas, com a criada, sendo que uma daspessoas passa o dia fora, é menina de colégio.

Plantas, só as que podem caber num interior tão longe da terra (estamos em um décimoandar), e apenas corrigem a aridez das janelas. Lá embaixo, a fita interminável deasfalto, onde deslizam automóveis e bicicletas. E ao longo da fita, uma coisa enorme eestranha, a que se convencionou dar o apelido de mar, naturalmente à falta deexpressão sintética para tudo o que há nele de salgado, de revoltoso, de boi triste, decadáveres, de reflexos e de palpitação submarina.

Do décimo andar à rua, seria a vertigem, se chegássemos muito à janela, se nosdebruçássemos.

Mas adquire-se o costume de olhar só para a frente ou mais para cima ainda. Entãoaparecem montanhas, uma estátua de pedra que é às vezes cortada pelo nevoeiro,casas absurdas dançando - ou imóveis, após a dança - sobre precipícios. Há também umcoqueiro irreal, sem nenhum coco, despojado e batido de vento (que se diria um ventobêbedo), no alto do morro, quase ao nível da casa.

(ANDRADE, C. Drummond de. Confissões de Minas. In Poesia e Prosa. 5 ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979, p. 959.)

Na correlação entre os dois verbos sublinhados no trecho “Do décimo andar à rua, seriaa vertigem, se chegássemos muito à janela...” (linhas 15-16), o enunciador manifestauma atitude de:

A) certeza, pois sabe que o fato não pode acontecer;

B) subjetividade, pois não sabe se o fato tem possibilidade de acontecer;

C) dúvida quanto à possibilidade de um fato acontecer, pois não há hipótese de o outrotambém acontecer;

D) certeza quanto à possibilidade de um fato acontecer, na condição de também o outroacontecer;

E) descrença sobre a realização do fato, pois está condicionado à realização de outrofato.

7 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)

A forma “envoltas”, em “envoltas num cambiante véu de nuvens”, corresponde aoparticípio irregular do verbo “envolver”, que também possui a forma “envolvido”. Overbo abaixo que NÃO admite duplo particípio é:

(A) morrer;

(B) escrever;

(C) matar;

(D) pegar;

(E) eleger.

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8 - (NCE UFRJ / MPE RJ / 2001)

Noticiando é forma do gerúndio do verbo noticiar; a frase em que a forma verbaldestacada pode NÃO estar no gerúndio é:

a) As notícias estão chegando da Itália cada vez mais rapidamente;

b) Transformando-se o ódio em amor, acabam-se as guerras;

c) Vindo o resultado, os clientes começaram a protestar;

d) Os jogadores italianos estão reclamando dos estrangeiros;

e) O atleta viajou, completando sua missão.

9 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)

O emprego do particípio verbal está errado em

A. O menino tinha matado a fome.

B. O diretor havia suspendido alguns auxiliares.

C. O ônibus tinha chego atrasado.

D. As pessoas estavam salvas.

10 - (CETRO / TCM SP / 2006)

Milton Friedman, agora com 92 anos de idade, é um daqueles economistas que nãopode ser acusado de simpatias esquerdistas. Suas credenciais conservadoras incluem otítulo de papa do neoliberalismo, ferrenho defensor do mercado livre, republicano,membro do Instituto Hoover e o Prêmio Nobel de Economia de 1985. É com essasqualificações que Friedman tem defendido a polêmica proposta de legalização de todasas drogas.

Em entrevista exclusiva à Folha, o economista voltou a sustentar que, se há algo quedeve ser eliminado, não são as drogas, mas o programa antidrogas dos EUA. Com basenum estudo recém-divulgado pela Universidade Harvard, segundo o qual os EUAeconomizariam US$ 14 bilhões por ano se a maconha fosse legalizada (menos US$ 7,7bilhões de despesas com policiamento e mais US$ 6,2 bilhões com impostos),Friedman e outros 499 economistas enviaram a George W. Bush e ao Congresso norte-americano uma carta na qual pedem a liberação dessa droga.

Em termos filosóficos, a posição liberal do venerando economista é sustentável. Seacreditamos que a liberdade é um valor a respeitar e cultivar – e cremos nisso –, entãoa decisão sobre utilizar drogas, desde que tomada conscientemente, deveria serestritamente pessoal e intransferível. Se o Estado tem algum papel a exercer seria o deregulamentar o comércio e zelar para que as pessoas recebam toda a informaçãodisponível a respeito dos perigos do consumo.

(...)

Sobre o terceiro parágrafo do texto acima, levando-se em consideração asrecomendações da gramática normativa tradicional, JULGUE a afirmação que segue.

(A) no primeiro período, o termo “venerando” é forma verbal de gerúndio do verbo“venerar” e faz parte, no texto, de uma oração subordinada reduzida de gerúndio.

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11 - (ESAF/AFC SFC/2002)

Assinale a opção gramaticalmente correta.

a) Sob a ótica de um Estado em particular – a despeito de a “Guerra Fiscal” do ICMS serprejudicial à nação –, há ganhos a serem obtidos se ouvesse um aumento conjunturalde receita para o Estado.

b) Se todos os Estados parassem de conceder incentivos, todos ganhariam; mas se umEstado se abstesse de tal política e os demais continuassem a praticá-la, esse perderia.

c) Tendo em vista a análise histórica da “Guerra Fiscal”, alguns autores propuseram uma divisão de períodos que começam com a criação do ICM e chegam até a atualidade.

d) No primeiro período, o Governo Central tirou dos Estados a competência de instituir eaumentar alíquotas dos impostos, e ficou estabelecido que couberiam tais atribuiçõessomente ao Senado.

e) Pressionado pelas disputas inter-regionais, o Governo Federal interviu no incipientemecanismo de concessão de incentivos, e, por meio de lei complementar, criou oCONFAZ.

(Com base em artigo de André Eduardo da S. Fernandes & Nélio L. Wanderlei)

12 - (NCE UFRJ / ELETROBRÁS - Assistente Técnico Administrativo /2005)

“E tantas vezes vim aqui...”; a frase abaixo que apresenta uma forma INADEQUADA doverbo VIR é:

(A) Hoje vimos aqui para visitar a velha casa;

(B) Amanhã virão outros a visitar a mesma casa antiga;

(C) Quando virem outros, a casa não será a mesma;

(D) Antigamente vinha muito a esta casa;

(E) Eles não têm vindo a esta casa.

13 - (NCE UFRJ / CVM / 2005)

“Se ele trabalhar, eu também trabalharei!”; a alternativa que tem uma frase com essamesma estrutura, mas com forma verbal EQUIVOCADA é:

(A) Se ele for, eu também irei;

(B) Se ele ver, eu também verei;

(C) Se ele quiser, eu também quererei;

(D) Se ele requerer, eu também requererei;

(E) Se ele couber, eu também caberei.

14 – (NCE UFRJ / CVM / 2005)

“Se ele lesse, eu também leria”; a alternativa que apresenta uma frase com essamesma estrutura, mas com forma verbal EQUIVOCADA é:

(A) Se ele trouxesse, eu também traria;

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(B) Se ele aprovasse, eu também aprovaria;

(C) Se ele pusesse, eu também poria;

(D) Se ele viesse, eu também viria;

(E) Se ele mantesse, eu também manteria.

15 - (NCE UFRJ/ ANTT / 2005)

Do segmento “onde havia estado anteriormente e morara algum tempo”, sequiséssemos substituir a primeira forma verbal sublinhada a fim de que tivesse a mesmaforma simples da segunda, deveríamos escrever:

(A) estava;

(B) estaria;

(C) esteve;

(D) estivera;

(E) tinha estado.

16 - (FCC / TRE AP - Técnico Judiciário/ 2006)

Está corretamente flexionada a forma verbal sublinhada na frase:

(A) Se alguém propor medidas para economia de energia, que seja ouvido com atenção.

(B) Caso uma represa contenhe pouco volume de água, as turbinas da usina desligam-se.

(C) Seria preciso que refizéssemos os cálculos da energia que estamos gastando.

(D) Só damos valor às coisas quando elas já escasseiaram.

(E) Se não determos os desperdícios, pagaremos cada vez mais caro por eles.

17 - (NCE UFRJ / Guarda Municipal /2002)

“E agora passemos a outro programa”; se nesta frase empregássemos o verboPASSEAR em lugar do verbo PASSAR, a forma equivalente seria:

a) passeiemos;

b) passeamos;

c) passeiamos;

d) passeemos;

e) passeiam.

18 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)

O verbo "despedir-se" apresenta erro gráfico em:

A. Despedir-se-ão após o jantar.

B. Pedem que se despessam logo.

C. Não nos despediriam nessas circunstâncias.

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D. Despeço-me de todos amanhã.

19 - (Fundação José Pelúcio Ferreira / ICMS RO / 2006)

Há erro de conjugação verbal em:

a) Nas intervenções, sempre se apunham comentários maliciosos ao meu depoimento.

b) Trata-se de uma lei que vigiu na Primeira República e hoje revela-se anacrônica.

c) Encontrou-se ontem com a pessoa que delatara à polícia há dois meses.

d) Não se pode admitir que o Direito sobresteja o curso dos fatos sociais.

e) Disse-me ele que eu às vezes pretiro os limites do bom senso.

20 - (CESGRANRIO / BNDES – ADVOGADO / 2004)

Marque a opção em que a lacuna pode ser adequadamente preenchida com uma formasimples flexionada do verbo entre parênteses.

(A) É provável que muitas empresas _____ com as novas medidas econômicas. (falir)

(B) Atualmente, todos se _____ contra as oscilações decorrentes de planos mal sucedidos. (precaver)

(C) Nós _____ todos os documentos e contrato perdidos durante a mudança, na semana passada. (reaver)

(D) É uma pena que o vice-presidente da empresa _____ por causa de pequenos problemas. (explodir)

(E) Os funcionários ficarão mais bem dispostos caso a firma _____ as salas de cores claras. (colorir)

21 - (FUNDEC / TJ MG / 2002)

Tendo em conta a flexão verbal, é CORRETO afirmar que as formas PROVÉM, PROVEM,PROVÊEM E PROVÊM referem-se, respectivamente, aos

seguintes verbos:

a) prover, provir, provar e provir

b) provir, provar, prover e provir

c) provar, prover, provir e prover

d) provir, provar, provir e prover

22 - (FUNDEC / TJ MG / 2002)

Assinale a alternativa que complete CORRETAMENTE as lacunas das sentenças abaixo.

Caso haja qualquer irregularidade, __________ as eleições. (impugnar)

O condenado foi __________________ diante de uma multidão. (decapitar)

O governo quer que se _______________ as causas do acidente. (averiguar)

a) impúgno – decaptado – averigüe

b) impugno – decapitado – averigúem

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c) impuguino – decapitado – averígüem

d) impugno – decaptado – averigüem.

23 – (NCE UFRJ / INCRA / 2005)

Na frase – Vem pra CAIXA você também – há um erro gramatical que já foi bastantecomentado; o desvio da norma culta, neste caso, está:

(A) no uso de “pra” em lugar de “para”;

(B) na grafia em maiúsculas do vocábulo CAIXA;

(C) no tratamento íntimo “você” em lugar de “o senhor”;

(D) o uso do imperativo, com um tom inadequado de ordem;

(E) a mistura de tratamentos.

24 - (FUNDEC / TRT 1ª.Região / 2003)

Considere a flexão do verbo sublinhado no trecho "Os trabalhadores se submetem aformas mais ou menos intensas de desvalorização da força de trabalho..." (linhas 12-14)e, em seguida, analise o mesmo verbo flexionado nas frases abaixo.

Pode-se afirmar que o referido verbo está flexionado de forma INCORRETA na opção:

A) Trabalhador, jamais te submeta a formas mais ou menos intensas de desvalorizaçãoda força de trabalho.

B) Trabalhadores, não se submetam a formas mais ou menos intensas de desvalorizaçãoda força de trabalho.

C) Não somos trabalhadores que nos submetamos a formas mais ou menos intensas dedesvalorização da força de trabalho.

D) Jamais como trabalhador se submetera a formas mais ou menos intensas dedesvalorização da força de trabalho.

E) Constantemente submetemo-nos a formas mais ou menos intensas de desvalorizaçãoda força de trabalho.

25 - (FGV / ICMS MS - Fiscal de Rendas /2006)

Passando a fala "Adivinhe" para a forma de tratamento vós, obtém-se:

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(A) Adivinhais.

(B) Adivinhai.

(C) Adivinheis.

(D) Adivinhei.

(E) Adivinde.

26 - (NCE UFRJ / PCRJ / 2002)

Se a forma verbal Tenha estivesse na forma negativa da mesma pessoa do imperativo,sua forma correta seria:

a) não tem;

b) não tenhas;

c) não tende;

d) não tenha;

e) não tens.

27 - (FGV / ICMS MS – TTI / 2006)

Aqui há plantas que dão duas, três safras por ano.

Substituindo-se a forma verbal do trecho acima por outra, só não se respeitou a normaculta em:

(A) Aqui existem plantas que dão duas, três safras por ano.

(B) Aqui deve haver plantas que dão duas, três safras por ano.

(C) Aqui podem existir plantas que dão duas, três safras por ano.

(D) Aqui há de existir plantas que dão duas, três safras por ano.

(E) Aqui pode haver plantas que dão duas, três safras por ano.

28 - (ESAF / ACE / 1998) – Mantida grafia original da prova

A diplomacia econômica dos Estados Unidos consagrou a idéia de grandes mercadosemergentes (Big Emerging Markets). Países como a China, o Brasil, a Índia, a Coréia doSul ou a Indonésia, os maiores entre os grandes, reuniram oportunidades e vantagensexcepcionais. Deveriam tornarem-se(A) alvos de uma diplomacia econômica ofensiva einsistente cujos(B) objetivos incluiriam a abertura comercial e o aumento doinvestimento estrangeiro. Entre os grandes, a Índia é dos maiores. Há previsões decrescimento populacional que colocam(C) os indianos à frente(D) dos chineses em umhorizonte(E) de 25 anos.

(Baseado em Gilson Schwartz, Folha de São Paulo, 8/03/1998)

a) A

b) B

c) C

d) D

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e) E

29 - (FCC / TRE AP - Técnico Judiciário/ 2006)

Transpondo-se para a voz passiva a frase Ele gasta dinheiro que nem água, a formaverbal resultante será

(A) será gasta.

(B) foi gasta.

(C) está sendo gasto.

(D) será gasto.

(E) é gasto.

30 - (FUNDEC / TRT 2ª Região / 2003)

Passando-se para a voz ativa e mantendo-se o sentido original, a oração “Com verba doEstado, 18 composições já estão sendo reformadas” (linhas 5-6) deve ter a formaexpressa na opção:

A) Já estão reformando 18 composições com recursos do tesouro estadual.

B) O Estado, com recursos próprios, já está reformando 18 composições.

C) Já estão sendo reformadas pelo Estado, com recursos do tesouro, 18 composições.

D) 18 composições já estão sendo reformadas com recursos próprios do Estado.

E) Através da verba do Estado estão reformando 18 composições.

31 - (FUNDAÇÃO JOÃO GOULART/PGM RJ/2004)

“O martelo de percussão é confundido com um instrumento ameaçador.”

Em voz ativa, essa frase do texto seria escrita da seguinte maneira:

A) Confunde-se o martelo de percussão com um instrumento ameaçador.

B) Um instrumento ameaçador confundiu-se com o martelo de percussão.

C) Confundem o martelo de percussão com um instrumento ameaçador.

D) Um instrumento ameaçador é confundido com o martelo de percussão.

32 - (NCE UFRJ / Inspetor de Polícia / 2001)

“nem todo hábito de consumo é ditado pela publicidade.”; colocando-se esse segmentodo texto na voz ativa, temos como forma adequada:

a) a publicidade não dita todo hábito de consumo;

b) a publicidade dita todo hábito de consumo;

c) o hábito de consumo dita a publicidade;

d) o hábito de consumo não dita a publicidade;

e) nem toda publicidade dita todo hábito de consumo.

33 - (NCE UFRJ / TRE RJ Auxiliar Judiciário / 2001)

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Na voz passiva, a forma correta da frase “o lenhador quebrou o silêncio” é:

a) quebraram o silêncio;

b) quebrou-se o silêncio;

c) quebrou-se o silêncio pelo lenhador;

d) o silêncio foi quebrado pelo lenhador;

e) o silêncio era quebrado pelo lenhador.

34 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)

“Se você é assalariado... tem crédito”; a alternativa abaixo que mostra umaconcordância INADEQUADA entre os tempos verbais é:

(A) Se você fosse assalariado... teria crédito;

(B) Se você for assalariado... terá credito;

(C) Se você foi assalariado... teve crédito;

(D) Se você tivesse sido assalariado... teria tido crédito;

(E) Se você seja assalariado... tem crédito.

35 - (NCE UFRJ / CVM / 2005)

NÃO há a devida correlação temporal das formas verbais em:

(A) Seria conveniente que o time ficasse sem saber quem era o adversário;

(B) É conveniente que o time ficaria sem saber quem é o adversário;

(C) Era conveniente que o time ficasse sem saber quem foi o adversário;

(D) Será conveniente que o time fique sem saber quem é o adversário;

(E) Foi conveniente que o time ficasse sem saber quem era o adversário.

36 - (ESAF / AFC SFC / 2000)

Assinale a opção em que a correlação entre tempos e modos verbais constitui erro desintaxe.

a) Há pelo menos dois séculos, desde que Adam Smith inaugurou a profissão, oseconomistas consomem boa parte de seu tempo, enaltecendo os benefícios do livrecomércio e pregando a liberdade econômica.

b) O mundo perfeito, garantem, é aquele em que não há nenhum tipo de obstáculo aofluxo de mercadorias, pessoas e idéias.

c) Deixada sem amarras, a economia funcionaria de maneira harmoniosa, regida poruma mão invisível que a fazia viver sempre em equilíbrio.

d) Presa, seria como uma máquina com areia nas engrenagens, cujo atrito trariadesperdício de energia e empobreceria os cidadãos.

e) A virada do milênio reservou um paradoxo e tanto para os seguidores do economistaescocês. Nunca como agora o mundo aderiu com tanta garra a suas teses.

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37 - (ESAF/AFT/2006)

No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, não bastaabolir a necessidade de bens básicos. É necessário que o processo produtivo seja capazde continuar, com eficiência, a produção e a oferta de bens considerados supérfluos.

Em se tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia de prioridades devecolocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir como incentivo para a proposta decasar democracia, fim da apartação e eficiência econômica em geral é o fato de que opotencial econômico do país permite otimismo quanto à possibilidade de atender todasessas necessidades, dentro de uma estratégia em que o tempo não será muito longo.

(Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, p.29)

Julgue o item a seguir.

- Substituir o conectivo de valor condicional “se” (l.1) por caso, resultando em: casose.

38 - (CESPE UNB / AGU / 2002)

A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforçospara tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia deque a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos efraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas asinfluências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomascrescentes de dissolução social.

Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova Aguilar, 2000, p.148-51 (com adaptações).

Julgue a assertiva abaixo.

- As estruturas condicionais “se não fizermos” (l.1) e “se não tivermos” (l.2) podem sersubstituídas, respectivamente, por caso não façamos e caso não tenhamos, semprejuízo para a correção gramatical do texto.

39 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006)

Na frase “O autor do texto pensa que a Terra se tornará inviável”, criada a partir dotema do texto, a correspondência de tempos verbais INADEQUADA correspondente,respectivamente, a pensa e se tornará é:

(A) pensou / se tornaria;

(B) tinha pensado / se tornaria;

(C) pensava / tornará;

(D) pensará / se tornará;

(E) teria pensado / se tornaria.

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40 - (NCE UFRJ / MPE RJ AUXILIAR / 2001)

“Se houvesse uma lei que proibisse...”; se, em lugar de SE, escrevêssemos QUANDO, asformas verbais sublinhadas deveriam ser, respectivamente:

a) houver / proíba;

b) haver / proibisse;

c) haja / proibindo;

d) haver / proíba;

e) houver / proíbisse.

41 – (FUNRIO/PREF.CEL.FABRICIANO – Assistente Educacional / 2008)

Leia, atentamente, o seguinte fragmento de conferência do importante intelectualitaliano Umberto Eco, proferida na Universidade de Colúmbia (EUA), para comemorar oqüinquagésimo aniversário da Liberação da Europa.

"(...) Em 1942, quando tinha dez anos, recebi o Primeiro Prêmio Provincial do LudiJuvenile (uma competição voluntário-compulsória para jovens fascistas italianos, isto é,para todos os jovens italianos). Eu discorrera com destreza retórica sobre o tema"Deveríamos morrer pela glória de Mussolini e pelo destino imortal da Itália?" Minharesposta foi afirmativa. Eu era uma criança esperta.

Até que, em 1943, descobri o sentido da palavra Liberdade. Permitam-me contar essahistória no final da minha fala. Liberdade não significava Liberação.

Passei dois anos da minha infância entre soldados da SS, fascistas e comunistasatirando uns nos outros, e aprendi como me esquivar das balas (...)

Em abril de 1945, a Resistência ocupou Milão. Dois dias mais tarde, chegaram aovilarejo onde eu vivia por então. Foi um momento de alegria. A praça central estavatomada de gente cantando e agitando bandeiras, clamando por Mimo, o líderguerrilheiro da região. Mimo apareceu no balcão da Prefeitura, apoiado em sua bengala,pálido, e com uma das mãos tentava acalmar a multidão.

Eu estava ansioso por ouvir seu discurso, já que toda a minha infância tinha sidomarcada pelos discursos históricos de Mussolini - cujas passagens mais memoráveistínhamos que decorar na escola Silêncio. Mimo falava numa voz rouca, quase inaudível.Ele disse: "Cidadãos, amigos. Depois de tantos sacrifícios dolorosos... aqui estamos.Glória aos que tombaram pela liberdade".

E foi só. Ele entrou no edifício. A multidão gritava, os guerrilheiros levantavam suasarmas e disparavam rajadas festivas. Nós garotos corríamos para juntar as cápsulas,itens preciosos numa coleção, mas eu também havia aprendido que liberdade de palavrasignifica libertação de retórica (...)

(Tradução de Samuel Titan Jr. Transcrito do suplemento mais! Folha de São Paulo)

A expressão verbal tinha sido marcada, usada no primeiro período do quinto parágrafodo texto, designa:

A) o tempo passado em relação ao momento em que o autor profere a palestra.

B) o tempo passado em relação ao momento em que Mimo vai discursar.

C) o tempo passado em relação ao momento de liberação da Itália.

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D) o tempo passado em relação às lembranças de infância do autor .

E) o tempo passado em relação ao momento da chegada dos guerrilheiros ao vilarejo.

42 – (FUNRIO/PREF.MARICÁ – ANALISTA SISTEMAS/2007)

“Não percebi que o senhor tinha chego”. No contexto em que tal enunciado compareceno texto citado, aponta-se como erro a formação da locução verbal com o verboprincipal na forma de um suposto particípio irregular.

Assinale a única alternativa em que o verbo principal da locução verbal não admite oparticípio irregular:

A) Os amantes foram pegos pelo detetive.

B) O crime foi confesso pelos bandidos.

C) O candidato foi elegido, mas não assumiu o cargo.

D) Os nomes dos alunos são insertos na lista de chamada no primeiro dia de aula.

E) A documentação foi impressa assim que o funcionário chegou.

43 – (FUNRIO/FUNAI/2009)

Os verbos da frase "o mais honesto seria que os veículos da grande imprensa deixassemclaras suas preferências" (§ 6º) estão em suas formas simples. Uma das opções abaixotranspõe os dois verbos para as formas compostas equivalentes, mantendo o mesmosentido da frase original. Assinale-a.

A) terá sido – pudessem deixar.

B) deveria ter sido – houvessem deixado.

C) poderia ser – começassem a deixar.

D) haveria sido – tivessem deixado.

E) precisava ser – passassem a deixar.

44 – (FUNRIO/FURP SP/2009)

Na frase, “Gostaríamos que, daqui por diante, parassem de repisar o passado”, a formaverbal parassem

A) transmite a idéia de uma ação completamente concluída.

B) indica um fato incerto, praticamente impossível de acontecer.

C) anuncia uma ação que está ocorrendo no momento em que se fala.

D) contraria a ação proposta na oração principal.

E) expressa uma ação possível de se realizar no futuro.

45 – (ESAF/SUSEP – ANALISTA TÉCNICO/2010)

Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Correio Braziliense, Editorial,18/02/2010. Assinale a opção transcrita com erro gramatical.

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a) Operação destinada a facilitar a vida do contribuinte coloca a Receita Federal navanguarda das iniciativas que, ao longo dos últimos anos, objetivam reduzir aineficiência operacional de agências públicas. É o que se materializa agora com asmedidas que desobrigam cerca de 10 milhões de brasileiros de prestar declaração derenda.

b) A inovação é aplicável aos rendimentos auferidos em 2010 (ano-base 2009) e aosque serão obtidos em 2011 (ano-base 2010). Os principais beneficiários das novasregras são sócios de empresas ou pessoas que tenham patrimônio inferior a R$ 300 mil.Basta que os ganhos estejam dentro do limite de isenção (R$ 17.215,08, em 2009, e deR$ 22.487,25, em 2010).

c) Há outras condicionantes que, previstas nas mudanças, não chegam a alterar osefeitos práticos. Foram obrigadas a explicar-se ao fisco, por serem qualificadas comointegrantes de sociedades comerciais, em 2009, nada menos de 5 milhões de pessoas.Agora, estão livres da obrigação, segundo o supervisor nacional do Programa do IR.

d) Os trabalhadores com remuneração anual abaixo do teto de isenção previsto para2010 desde logo estão dispensados de entregar a declaração. Apenas deverão fazê-lo osque tivessem IR retido na fonte e pleiteam restituição.

e) Outra mudança importante: este ano será o último em que a Receita aceitaráformulários de papel. Também é decisão compatível com a necessidade de elevar ospadrões operacionais do órgão. Hoje, apenas 127 mil pessoas físicas optam porsemelhante forma de declarar a renda.

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GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO

1 – A

ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “apoia” não recebe mais acento agudo.

A expressão “um tom de profecia”, no enunciado, já dá a “deixa” para a resposta certa.A partir do título da matéria (“Reflexões sobre o futuro”) se verifica que o autorapresentará fatos que poderão ocorrer no futuro. Por isso, o texto se constróibasicamente com verbos no futuro do presente do indicativo, apresentando um certo arde previsão.

2 – D

O pretérito perfeito composto (tem levado) retrata fatos iniciados no passado queapresentam duração até o momento presente (o que justifica a conjugação do verboauxiliar nesse tempo verbal). Essa questão vem afirmar o conceito desse tempo verbalcomposto.

3 – B

Precisamos ler o texto para perceber o intuito no emprego do tempo verbal em questão.Em vez do futuro do pretérito, o verbo poderia se apresentar no presente do indicativo:“A favor da mesma tese, PODEMOS dizer que...”. Contudo, o autor optou por uma formamais educada, polida de se dirigir ao leitor: “PODERÍAMOS”.

Perceba que a banca explorou também algumas outras possibilidades de emprego dofuturo do pretérito (hipótese, incerteza sobre fatos passados), motivo pelo qual tornou-se necessária a transcrição do texto.

4 – A

O tempo que indica um fato passado ocorrido antes de outro fato também no passado éo pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Uma possibilidade de construção do períodoé: “A torcida do Lazio já agredira (ou a forma composta tinha agredido) o jogadorbrasileiro Antonio Carlos, do Roma, quando o time perdeu o mando de campo porincitamento racista em pleno estádio”.

5 – B

ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “linguístico” perdeu o trema.

Quando não se tem convicção acerca do que será pronunciado, pode-se usar o futuro dopretérito simples ou composto.

Essa foi a forma utilizada pela autora do texto ao empregar: “a discriminação racial queum jogador branco do Palmeiras (Paulo Nunes) teria praticado contra dois jogadoresnegros”.

Note que essa incerteza é confirmada no período seguinte: “Havia controvérsias quantoà veracidade dos fatos, quanto à sinceridade dos protagonistas, quanto à oportunidadeou oportunismo das denúncias.”.

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Para não afirmar categoricamente a ocorrência de um crime, a autora usa a formaverbal do futuro do pretérito composto e se mantém à margem de qualquer acusação,apenas relatando os fatos.

6 – D

É sempre bem-vinda a oportunidade de ler Drummond.

Nessa questão, a banca foi extremamente inteligente ao jogar com as palavras “certeza” e “condição”.

Uma das possibilidades de emprego do futuro do pretérito do indicativo é estabeleceruma hipótese (certeza de ocorrência) relacionada a uma condição (incerteza deocorrência). Desse modo, estabelece-se a relação entre o modo indicativo e subjuntivo.A “indicação” apresentada no futuro do pretérito (modo indicativo) apresenta uma certaincerteza, haja vista necessidade de a condição se realizar (modo subjuntivo).

No trecho “Do décimo andar à rua, seria a vertigem, se chegássemos muito à janela...”,afirma-se que, se chegássemos junto à janela [CONDIÇÃO], teríamos vertigem[HIPÓTESE].

O que define como correta a afirmação do item D (e não a opção E) é a certeza daocorrência do fato (ter vertigem) uma vez concretizada a condição (chegar junto àjanela).

7 – B

Abordaremos, agora, as formas nominais.

Como vimos, alguns verbos possuem mais de uma forma válida para o particípio:regular e irregular. Dentre os verbos apresentados na questão, o único que possuisomente uma forma (irregular) é o verbo escrever. Aliás, fizemos menção a ele nanossa aula.

As formas participiais dos demais verbos são:

- MORRER – morrido (regular) e morto (irregular)

- MATAR – matado (regular) e morto (irregular)

[CURIOSIDADE: o particípio irregular morto tanto pode se referir ao verbo matar como ao verbo morrer.]

- PEGAR – pegado (regular) e pego (irregular)

- ELEGER – elegido (regular) e eleito (irregular)

Lembrando que os particípios regulares são empregados nos tempos compostos com osverbos TER e HAVER, enquanto que os particípios irregulares são usados nas locuçõesverbais de voz passiva, com os verbos SER e ESTAR.

Os únicos verbos que admitem emprego indistinto (auxiliares TER, HAVER, SER ouESTAR) de qualquer forma participial (regular ou irregular) são GANHAR, GASTAR,PEGAR E PAGAR (dois com P e dois com G).

8 – C

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Como vimos em nossa aula, o verbo VIR (e seus derivados) apresentam uma únicaforma tanto para o gerúndio quanto para o particípio: VINDO (intervindo, convindo,advindo).

Por isso, a forma “Vindo o resultado” tanto pode estar no gerúndio como no particípio.

Note essa dupla possibilidade a partir da troca do verbo VIR por outro, como o RECEBER:

Recebido o resultado, os clientes começaram a protestar. – oração reduzida departicípio

Recebendo o resultado, os clientes começaram a protestar. – oração reduzida degerúndio

As demais formas apresentam-se no gerúndio e possuem forma participial distinta:chegando (chegado), transformando (transformado), reclamando (reclamado),completando (completado).

9 – C

Essa questão é para os que acharam um absurdo nosso comentário sobre a forma doparticípio do verbo CHEGAR. Não sei em relação às demais regiões do Brasil, mas no Suldo país é muito comum ouvir: “Ele não tinha chego ainda.”. Tanto isso deve ser comumque a banca da Fundação Getúlio Vargas, uma das melhores do país, explorou esseconceito.

Repetimos a lição: o verbo chegar apresenta uma ÚNICA forma de particípio: o regularCHEGADO.

Por isso, a forma correta da opção C seria: O ônibus tinha chegado atrasado.

10 – ITEM INCORRETO

É verdade que a forma venerando é o gerúndio do verbo venerar. Contudo, no texto(que transcrevemos apenas parcialmente), esse vocábulo tem valor adjetivo,equivalente a “venerável”, “respeitável”.

É por esse motivo que gerúndio, particípio e infinitivo são chamadas FORMASNOMINAIS. Derivam de verbos, mas podem ser usadas como adjetivos, advérbios ousubstantivos.

11 – C

A partir de agora, nosso assunto passou a ser CONJUGAÇÃO VERBAL.

Está correta a conjugação do verbo PROPOR em “alguns autores propuseram”, pois esseverbo é derivado do verbo PÔR e se conjuga por ele: eles puseram / eles propuseram.

Estão incorretas as formas verbais em:

a) “há ganhos a serem obtidos se ouvesse um aumento conjuntural” - houvesse,pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo HAVER.

b) “mas se um Estado se abstesse de tal política” – o verbo ABSTER é derivado do verboTER e se conjuga como ele: “se tivesse” “se abstivesse”.

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d) “ficou estabelecido que couberiam tais atribuições somente ao Senado” – o verboCABER se conjuga, no futuro do pretérito do indicativo, caberiam.

Aliás, essa é a diferença entre o futuro do subjuntivo (couber) e o infinitivopessoal (caber): o primeiro deriva da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito doindicativo (couberam), formando “quando eles couberem”; já o segundo, derivado infinitivo impessoal: “para eles caberem”.

Na maior parte das vezes, especialmente nos verbos regulares, essas formas sãografadas de modo idêntico: “quando eles chegarem” (fut.subjuntivo); “para eleschegarem”(infinitivo pessoal).

Em outras, as formas são diferentes: TRAZER (“quando eles trouxerem” / “paraeles trazerem”), VER (“quando eles virem” / “para eles verem”), dentre tantasoutras.

Essa distinção é muito importante, pois muitas vezes, na linguagem do dia-a-dia,nos verbos irregulares, acaba-se trocando uma pela outra.

e) “o Governo Federal interviu” – o verbo intervir é derivado do vir e se conjuga comoseu paradigma: ele veio / ele interveio.

12 – C

Dando sequência ao estudo das formas verbais primitivas e derivadas, vamos analisaroutra questão sobre o tópico. Está em foco, agora, o verbo VIR.

A forma verbal da opção C é o futuro do subjuntivo. Como revimos na questão anterior,esse tempo verbal deriva da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (elesvieram).

Assim, a forma correta seria: “Quando vierem outros, a casa não será a mesma.”.

Em caso de dúvidas, reveja o quadro de formas primitivas / formas derivadas.

A opção “a”, que pode ter deixado muita gente em dúvida, apresenta a 1ª. pessoa dosingular do presente do indicativo: “nós vimos”, tempo indicado pelo advérbio “hoje”.Não confundam com o pretérito perfeito desse verbo (viemos).

13 – B

O futuro do subjuntivo deriva da 3ª. pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo. Assim, no verbo VER, a forma primitiva será (eles) viram. Por isso, no futuro dosubjuntivo, a forma correta é “Se ele vir, eu também verei.”.

Veja como estão corretas as demais construções verbais:

VERBO FORMA PRIMITIVA FORMA DERIVADA

3ª.pessoa plural – pret.perfeito futuro do subjuntivo

IR ELES FORAM SE ELE FOR

QUERER ELES QUISERAM SE ELE QUISER

REQUERER ELES REQUERERAM SE ELE REQUERER

CABER ELES COUBERAM SE ELE COUBER

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14 – E

Essa questão é idêntica à anterior. A diferença está no tempo verbal a ser analisado.

Agora, será o pretérito imperfeito do subjuntivo. Como vimos, esse tempo tambémderiva da 3ª. pessoa do plural do pretérito perfeito, assim como o futuro do subjuntivo(visto anteriormente).

Então, vamos ao quadro.

VERBO FORMA PRIMITIVA FORMA DERIVADA

3ª.pessoa plural – pret.perfeito pretérito imperfeito do

subjuntivo

TRAZER ELES TROUXERAM SE ELE TROUXESSE

APROVAR ELES APROVARAM SE ELE APROVASSE

PÔR ELES PUSERAM SE ELE PUSESSE

VIR ELES VIERAM SE ELE VIESSE

MANTER ELES MANTIVERAM SE ELE MANTIVESSE

15 - D

O tempo verbal da locução verbal “havia estado” nada mais é do que o pretérito mais-que-perfeito composto, construção em que o verbo auxiliar se conjuga no pretéritoimperfeito. Assim, estão em perfeita correlação os verbos das duas orações. O que oexaminador sugere, em suma, é que se substitua a forma composta pela simples:estivera.

16 – C

Para não errar questões de conjugação verbal, devemos ter em mente sempre a dica doPARADIGMA. Um verbo normalmente se conjuga como um outro parecido. Assim, nadúvida, busque outro verbo (mais comum ao seu linguajar) cuja conjugação vocêconheça e aplique a desinência no verbo desconhecido.

Vamos à prática:

a) O verbo PROPOR se conjuga como o verbo PÔR. Assim: “se alguém puser” leva a “sealguém propuser”.

b) O verbo CONTER se conjuga como o verbo TER. Por isso: “caso uma represa tenha”leva a “caso uma represa contenha”.

d) O verbo ESCASSEAR (que dificilmente usamos) se conjuga como o verbo PASSEAR.Lembre-se de que esses verbos terminados em –EAR só recebem a letra “i” nas formasrizotônicas, ou seja, quando a sílaba tônica recaia no radical. Bem, então: “elas jápassearam” leva a “elas já escassearam”. Note que o radical do verbo ESCASSEAR éESCASSE-, e a sílaba tônica recai fora do radical (escassearam), não devendo receber aletra ‘i’.

e) O verbo DETER se conjuga como o verbo TER (novamente). Assim: “se nãotivermos” leva a “se não detivermos”.

Viu só como essa regra do paradigma é uma “mão na roda”?

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17 – D

Já falamos sobre a conjugação dos verbos terminados em –EAR na questão anterior,mas não custa nada repetir. Afinal, esses exercícios são de FIXAÇÃO.

As formas rizotônicas (sílaba tônica no radical) dos verbos terminados em –EAR recebema letra “i”. Por isso: eu passeio, tu passeias, ele passeia, nós passeamos, vós passeais,eles passeiam.

Vimos também que o presente do subjuntivo é um tempo verbal que busca o radical da1ª.pessoa do singular do presente do indicativo.

Assim, o radical “passe” de “eu passeio” forma todo o presente do subjuntivo. Não seesqueça de que continua valendo a regra da letra “i” nas formas rizotônicas.

A conjugação do verbo PASSEAR no presente do subjuntivo será: passeie / passeie /passeie / passeemos / passeeis / passeiem

18 – B

Sabe aquela regrinha do paradigma? Veja só como ela ajuda em questões como essa,de conjugação verbal.

O verbo DESPEDIR lembra muito um outro verbo. Com certeza você já adivinhou... overbo PEDIR. Então, sua conjugação segue a do seu paradigma: “que peçam” leva a“que despeçam”.

E olha lá na opção D uma dica dessa forma: o presente do subjuntivo (despeçam) derivade qual forma mesmo??? Deriva da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo:DESPEÇO.

Bela ajuda que a banca deu para que você não errasse essa questão, não é?

19 – B

Muita gente nunca deve ter ouvido falar dessa banca examinadora (eu, pelo menos, só aconheci agora). Ela foi a responsável pela prova para o ICMS de Rondônia,recentemente aplicada.

Essa questão é o nosso mote para começarmos a falar sobre VERBOS DEFECTIVOS.

Lembrando: esses verbos apresentam defeito, ou seja, não possuem todas as formas de conjugação. Esse defeito só aparece na conjugação do presente do indicativo e nasformas dele derivadas (presente do subjuntivo, imperativo).

Na opção B, há erro na conjugação do verbo “viger”, que é defectivo. Este verbo nãopossui a 1ª. pessoa do singular do presente do indicativo.

Nas demais formas, se conjuga como o verbo paradigma BEBER (ele bebeu / ele vigeu).

Assim, a forma correta seria: “Trata-se de uma lei que vigeu ...”.

As demais formas, que estão CORRETAS, são:

a) o pretérito imperfeito do indicativo do verbo APOR, que é derivado do verbo PÔR:“sempre se punham” leva a “sempre se apunham”. Provavelmente você achouHORROROSA essa forma ‘PUNHAM’, talvez até nunca a tenha usado. Mas está correta edeve fazer parte do seu cotidiano a partir de hoje. Afinal, não é assim que as crianças

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fazem? Quando elas aprendem uma palavrinha nova, ficam-na usando constantemente.Saia por aí falando “punham” pra lá, “apunham” pra cá...

c) A forma “delatara” é o pretérito mais-que-perfeito do verbo DELATAR.

d) O verbo “sobrestar”, que, no contexto, apresenta o sentido de “impedir”, “sustar”,“retardar”, é derivado do verbo ESTAR. Assim, “não se pode admitir que o Direitoesteja” leva a “não se pode admitir que o Direito sobresteja”.

e) Essa opção enganou muita gente. Os que se lembraram da dica do paradigmacertamente acertaram. A forma “pretiro”, que causou estranheza a muita gente, é aconjugação do verbo PRETERIR (deixar de lado), que se conjuga como seu paradigmaPREFERIR – eu prefiro eu pretiro.

20 – C

O verbo reaver é conjugado no presente do indicativo nas formas em que o verboHAVER apresenta a letra “v”.

Vejamos, inicialmente, a conjugação do verbo HAVER, no presente do indicativo:

Eu hei / tu hás / ele há / nós havemos / vós haveis / eles hão.

Assim, o verbo HAVER só apresenta conjugação, no presente do indicativo, nas 1ª e 2ªpessoas do plural.

O emprego do pronome “nós” na opção C fez com que essa fosse a resposta correta.“Nós reavemos todos os documentos e contrato perdidos durante a mudança...”.

Vamos analisar as demais opções:

a) O verbo falir é defectivo e, assim como o verbo REAVER, no presente do indicativo,só se conjuga com os pronomes NÓS e VÓS (nós falimos / vós falis).

b) O mesmo acontece com o verbo PRECAVER. Só existem as formas “nós nosprecavemos” e “vós vos precaveis”.

d) O verbo EXPLODIR não possui a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.Consequentemente, não possui nenhuma das formas do presente do subjuntivo. Assim,não é possível preencher a lacuna dessa opção com a forma simples do verbo, pois serianecessário conjugá-lo no presente do subjuntivo. Para confirmar isso, vamos trocar overbo EXPLODIR por outro, como ABORRECER-SE: “É uma pena que o vice-presidenteda empresa SE ABORREÇA por cauda de pequenos problemas”.

e) O verbo COLORIR também é defectivo, não apresentando a 1ª pessoa do singular dopresente do indicativo. Por isso, não possui também o presente do subjuntivo, tempoem que seria conjugado na construção da opção “e”. Poderia ser substituído por seucorrespondente COLORAR, que é regular e apresenta todas as formas verbais, oumesmo pelo verbo PINTAR:

“Os funcionários ficarão mais bem dispostos caso a firma COLORE / PINTE as salas decores claras”.

21 – B

Essa questão deve ter dado um nó na cabeça de muita gente boa. Isso porque explora aconjugação de verbos parecidos – PROVAR, PROVER e PROVIR.

Para solucionar essa questão, entra em jogo a maravilhosa dica do paradigma.

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Vamos começar pelo verbo PROVAR, que é regular e se conjuga como o paradigmaFALAR.

O radical de FALAR é FAL-, e o de PROVAR é PROV-. A esses radicais, devemosacrescentar a terminação, que é comum nos dois verbos. “Que eles falem” leva a “queeles provem.”, cuja sílaba tônica é “pro”. Assim, a segunda forma do enunciado é doverbo PROVAR. Com isso, já eliminamos as opções A e C (já temos 50% de chances deganhar o ponto).

Agora, vejamos a conjugação do verbo PROVER, cujo significado pode ser:

- “tomar providências, providenciar” (O síndico proverá tudo.);

- “nomear” (O governo proveu vários cargos.);

- “tomar providências”;

- a acepção mais comum, “abastecer” (Ele proveu a despensa com o que há de melhor.).

Como vimos no tópico “Verbos Perigosos” e de acordo com os significados que esseverbo pode apresentar, vemos que ele não é derivado do verbo VER, apesar deapresentar algumas formas de conjugação idênticas: provejo, provejas, provejas,proverá, proveria etc.

Uma dessas formas em que a conjugação de PROVER segue à do VER é na 3ª pessoa doplural do presente do indicativo: PROVEEM.

A partir dessa resposta, vemos que está correta a opção B.

O verbo PROVIR é derivado do verbo VIR e como este se conjuga. Por isso, apresentaduas das formas indicadas no enunciado: PROVÉM (3ª pessoa do singular no presentedo indicativo) e PROVÊM (3ª pessoa do plural do presente do indicativo).

A primeira pode ter causado surpresa, mas não se esqueça que as palavras oxítonasterminadas em A(s), E(s), O(s) e EM(ens) devem ser acentuadas. Exemplos: PROVÉM,também, mantém, convém.

A conjugação do verbo VIR na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo nãorecebe acento por ser um monossílabo terminado em “EM”. Exemplos: VEM, tem, cem,sem, bem.

Já na 3ª pessoa do plural, a regra de acentuação do verbo PROVIR segue o que falamossobre o ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO (Aula 1 – Ortografia e Semântica).

Por ser uma palavra oxítona terminada em EM, deve receber acento tanto a forma da 3ªpessoa do singular como a do plural. O que diferencia o plural do singular é que esterecebe acento agudo (provém), enquanto aquele recebe o acento circunflexo (provêm).Por isso, o acento desta última costuma ser chamado de diferencial de número.

Considero esta uma excelente questão de prova. Parabéns para a banca examinadora.

Agora, com o Acordo Ortográfico, as formas “ee” e “oo” deixaram de ser acentuadas. Com isso, os verbos LER, VER, CRER e DAR, na 3ª pessoa do plural do presente doindicativo, passam a ser leem, veem, creem e deem. O mesmo se aplica aos verbosderivados daqueles.

Os verbos terminados em –OAR, como abençoar, perdoar e voar, passam, na 1ª pessoado singular do presente do indicativo, a ser grafados como “abençoo", “perdoo" e “voo”.

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22 – B

1ª lacuna: O verbo impugnar é regular, devendo o “g” permanecer sempre mudo: euimpugno, tu impugnas, ele impugna etc.

Como a forma “impugno” é uma paroxítona terminada em “o”, dispensa acentuação.

2ª lacuna: Primeiramente, cabe esclarecer que não há consoante muda em decapitar.Este verbo apresenta, em sua etimologia, a palavra capita, como na expressão ‘percapita’, que grosso modo significa “por cabeça”. Assim, “decapitar” é literalmente “tirara cabeça”.

É um verbo regular e se conjuga pelo paradigma FALAR: eu decapito (Cuidado, não é“decapto”!!! É paroxítona, ou seja, a sílaba tônica recai no “pi”), tu decapitas, eledecapita etc.

Assim, o particípio é decapitado.

3ª lacuna: O verbo averiguar é um daqueles “perigosos”. Por isso, devemos semprelembrar as regras de formação dos verbos para não errar a conjugação verbal.

Para “piorar”, sofreu mudanças com o Acordo Ortográfico.

Antes, as formas do presente do subjuntivo de “eu”, “tu”, “ele” e “eles” recebiam acentoagudo (averigúe / averigúes / averigúe / averigúem) e as formas de “nós” e “vós”recebiam trema (averigüemos / averigüeis).

Agora, foram abolidos o acento agudo e o trema de todas essas conjugações.

Assim, a partir de 2009, passamos a conjugar da seguinte forma: (eu) averigue, (tu)averigues, (ele) averigue, (nós) averiguemos, (vós) averigueis, (eles) averiguem.

O Acordo possibilitou outra forma de conjugação desse e de outros verbos, comodelinquir e os derivados de “aguar”. A sílaba tônica recairia nas vogais “i” e “a”,acentuando essas vogais: averígue / deságua / delínque. Nesse caso, as formas seriamclassificadas, para acentuação gráfica, como paroxítonas terminadas em ditongoscrescentes.

23 – E

O assunto agora é conjugação verbal no imperativo.

O objetivo de uma propaganda é se aproximar ao máximo de seu público-alvo. Assim, acomunicação deve ser direta e rápida. Muitas vezes, para se aproximar da linguagemcoloquial, passa por cima de certas normas gramaticais.

No comercial da Caixa Econômica Federal, houve uma mistura de tratamentos. Aomesmo tempo em que flexiona o verbo como ‘VEM’, indicando o tratamento de segundapessoa do singular (no imperativo tu vens – “s” = vem tu), usa o pronome VOCÊ, queleva o verbo para a 3ª pessoa (no imperativo que ele venha = venha você).

Ainda que se alegue uma impropriedade no uso de “pra” em lugar de “para”, essa formajá encontra registro nos mais consagrados dicionários. Além disso, como indica oenunciado, o que mais se comentou em relação ao texto do comercial não foi o uso do“pra”, mas o emprego incorreto do verbo no imperativo.

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Por isso, a resposta foi letra E.

24 - A

Na opção a, houve o emprego do verbo ‘submeter’ no imperativo afirmativo. Como otratamento usado é de segunda pessoa (te), a regra indica que o verbo deve serconjugado pelo presente do indicativo, sem a letra “s” (pres.indicativo: tu te submetes

imperativo: submete [tu]). Assim, a forma correta seria: “Trabalhador, jamais tesubmete a formas ...”.

Certamente, alguém deve estar se perguntando: mas essa construção não está nonegativo, o que levaria o verbo para o imperativo negativo e, consequentemente, para aconjugação do presente do subjuntivo?

Essa foi uma maldade da banca: o advérbio jamais, ainda que apresente uma ideianegativa, é considerado um advérbio de tempo, equivalente a “em tempo algum”,devendo o verbo ser conjugado no imperativo afirmativo.

b) Note que, nesta opção, emprega-se o tratamento de terceira pessoa (não sesubmetam). Ainda que o tratamento fosse de segunda pessoa, a conjugação do verboseria no imperativo negativo, em virtude da presença do “não” e seguiria o presente dosubjuntivo (“Trabalhadores, não te submetam a formas...”).

c) Está correto o emprego do verbo SUBMETER no presente do subjuntivo, já que indicauma situação hipotética (“Não somos trabalhadores que nos submetamos...”).

d) O verbo nessa opção está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, indicando aocorrência de um fato anterior a outro fato também passado.

e) Essa questão seria passível de anulação em virtude de uma colocação pronominalindevida. Na aula apropriada (“Pronomes”), veremos que um advérbio antes do verbosem pausa (como uma vírgula) atrai o pronome. Nessa construção, para que estivessecorreta a colocação pronominal, deveria haver uma vírgula após “Constantemente”(“Constantemente, submetemo-nos...”) ou o pronome deveria vir antes do verbo(“Constantemente nos submetemos...”).

Como nosso assunto hoje é VERBO, vamos analisar a questão somente sob esteaspecto.

Quando os pronomes átonos nos e vos são empregados após uma forma verbalterminada em “s”, essa letra cai: submetemo-nos / submetei-vos. Por isso, emrelação à forma verbal, está correta a opção.

Contudo, Napoleão Mendes de Almeida (Gramática Metódica da Língua Portuguesa)justifica essa opção pela eliminação do “s” como hábito ou facilidade da pronúncia,afirmando que não se pode considerar errada a forma “queixamos-nos”.

Aliás, vamos aproveitar para explorar um pouco mais esse assunto.

Quando os pronomes o, a, os, as são empregados após o verbo cuja terminação seja r,s, z, ao pronome é agregada ao pronome a letra L (lo, la, los, las) e o r, s, z ‘caem’.Exemplo: “Comprei o jornal para procurar emprego.” = para procurá-lo.

Em relação à acentuação, já comentamos na aula de ortografia que este verbo éentendido como um vocábulo independente, devendo obedecer às regras: procurá =oxítona terminada em “a”.´

Se o pronome dividir o verbo em duas partes, cada parte será analisada, para fins deacentuação, como se um único vocábulo formasse.

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Exemplo: Nós distribuiríamos o medicamento.

Em mesóclise: DISTRIBUIRÍAMOS + O = DISTRIBUIR + O + ÍAMOS

A letra “r” cai e o pronome “o” vira “lo” = distribuí-lo-íamos.

Agora, vamos à acentuação:

No “pedacinho” distribui , a sílaba tônica recai no “i”. Como segunda vogal do hiato, deve ser acentuada = distribuí (com acento agudo no “i”)

O outro “pedaço” íamos recebe acento por ser uma proparoxítona.

Assim, a forma verbal correta é: distribuí-lo-íamos.

Quando o verbo termina de forma nasal (-m, -ão, -õe), aos pronomes o, a, os, as éacrescentada a letra “n”.

Exemplo: “Nossos destinos tomaram caminhos diversos.” = TOMARAM + OS =tomaram-nos

“Os caridosos dão o pão aos que têm fome.” – DÃO + O = dão-no

“Tem calma e põe a tua cabeça no lugar” – PÕE + A = põe-na no lugar

(Observe, nesse último exemplo, o emprego do imperativo em construção desegunda pessoa – tu)

Mais sobre o assunto será objeto da aula sobre PRONOMES.

Vamos, agora, ver mais algumas questões que envolvem conjugação do imperativo pararelembrar as regras.

25 – B

No imperativo afirmativo, a regra é o emprego do presente do subjuntivo. As únicasexceções (que, por ser em menor número, devem ser memorizadas) ficam por conta dassegundas pessoas – TU e VÓS, que buscam a conjugação do presente do indicativo sema letra “s”.

Assim, o verbo ADIVINHAR, na 2ª pessoa do plural (vós) no presente do indicativo éadivinhais. Sem a letra “s”, o imperativo é adivinhai.

26 – D

Agora, vamos relembrar a conjugação do imperativo negativo. Essa é mais fácil ainda. Todas seguem a conjugação do presente do subjuntivo.

Por isso, o verbo TER, na 3ª pessoa do singular (Tenha), fica no imperativo negativo:“não tenha”. Não houve alteração pelo fato de o verbo, no imperativo afirmativo, serconjugado pelo presente do subjuntivo.

Só há diferença entre as formas afirmativa e negativa para as segundas pessoas (tu evós).

27 – D

Agora nosso assunto será locução verbal.

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Em uma locução verbal, pode haver um ou mais verbos auxiliares e só um verboprincipal.

Quem manda é o principal, mas quem se flexiona é o primeiro (ou único) auxiliar, damaneira como o principal, se estivesse sozinho, faria.

Nessa questão, está em análise o verbo HAVER. No sentido de existência, esse verbo éIMPESSOAL, ou seja, não possui sujeito, por isso se mantém na 3ª pessoa do singular.

O mesmo não acontece com o seu “primo”, o verbo EXISTIR. Esse verbo possui sujeito ese flexiona.

Vamos analisar cada uma das opções para identificar a INCORRETA.

A) O sujeito do verbo existir é “plantas”, motivo que levou o verbo a se flexionar noplural: existem. Está certa!

B) Agora, o verbo principal é o HAVER. Como ele indica existência, é impessoal e não seflexiona. Ele dá essa ordem ao seu auxiliar, que deve permanecer na 3ª pessoa dosingular: “Deve haver plantas”. Certíssima!

C) Dessa vez, o verbo principal é o EXISTIR. Então, o verbo auxiliar deverá se flexionar,da mesma forma que o fez o verbo principal na opção A: “Podem existir plantas”. Certa!

D) Em “há de existir” temos os dois verbos: HAVER e EXISTIR. Então teremos de verquem é que manda nessa oração. O verbo haver é auxiliar e só obedece ao verboEXISTIR. Este se flexiona quando está sozinho. Então é essa a ordem que dá ao seuauxiliar: flexione-se. Em “Aqui há de existir plantas”, há um erro de concordância (overbo auxiliar da locução está em desacordo com o sujeito “plantas”. A forma corretaseria: “Aqui hão de existir plantas”. É essa a resposta.

Sobre esse ponto, costumo cantar uma linda canção de Gilberto Gil que exemplificamuito bem a flexão em verbos auxiliares. Chama-se “Estrelas”:

Há de surgir

Uma estrela no céu cada vez que ‘ocê sorrir

Há de apagar

Uma estrela no céu cada vez que ‘ocê chorar

Os verbos principais são “surgir” e “apagar”. “Uma estrela surgirá”, “Uma estrela seapagará”.

Como os verbos não estão “sozinhos”, mas acompanhados de um verbo auxiliarformando uma locução verbal, dão essa ordem para seus auxiliares.

Logo, “Uma estrela há de surgir” e “Uma estrela há de se apagar”.

Se o sujeito fosse para o plural, seria “Estrelas hão de surgir” e “Estrelas hão de seapagar”, assim como seria “Estrelas surgirão” e “Estrelas se apagarão”.

Quando uma locução apresenta mais de um verbo auxiliar (até dois), apenas o primeirose flexiona, devendo o segundo permanecer em uma forma nominal (normalmente oparticípio). Isso ocorre em construções de voz passiva que se originam de temposcompostos na voz ativa. O exemplo elucida a teoria.

VOZ ATIVA: Os usineiros têm explorado os trabalhadores. (tempo composto)

VOZ PASSIVA: Os trabalhadores têm sido explorados pelos usineiros.

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E) O verbo principal HAVER faz com que o verbo auxiliar não se flexione: “Pode haverplantas”. Também está certa.

28 - A

ACORDO ORTOGRÁFICO: As palavras “ideia” e “Coreia” não recebem mais acentoagudo.

Como vimos exaustivamente na questão anterior, em uma locução verbal, somente overbo auxiliar se flexiona, mantendo-se o principal inalterado na forma nominal.

Assim, está incorreta a flexão de “tornarem-se”, pois ele é o verbo principal da locuçãoverbal.

A forma corrigida seria: “Deveriam tornar-se alvos de uma diplomacia...”.

29 – E

Falaremos, agora, sobre transposição de vozes verbais.

Primeiro cuidado:

Passando da voz ativa para a passiva: identifique o objeto direto da voz ativa, queexercerá a função de sujeito na voz passiva;

Passando da voz passiva para a ativa: você deverá identificar o sujeito da vozpassiva e colocá-lo na posição de objeto direto da voz ativa; se não houver um agenteda passiva, não haverá sujeito na voz passiva, ou seja, será um caso de sujeitoindeterminado. O verbo ficará na terceira pessoa do plural, indefinindo o sujeito da açãoverbal.

Segundo cuidado: manter o verbo no mesmo tempo e modo verbais do original.

Nesta questão, a transposição será da voz ativa para a passiva.

O sujeito exercerá a função de agente da passiva.

O objeto direto será o sujeito da voz passiva.

O verbo se tornará uma locução verbal, respeitando-se o tempo e modo originais.

Assim, a voz passiva será: “Dinheiro é gasto por ele que nem água.”.

30 – A

Agora, a transposição parte da voz passiva para a ativa. Note que não há agente dapassiva, o que indica que, na voz ativa, teremos um caso de sujeito indeterminado.

Há duas formas de se construir sujeito indeterminado:

1ª. qualquer que seja a transitividade do verbo, este fica na terceira pessoa do plural;

2ª. verbos que não tenham objeto direto (ou seja, verbos de ligação, intransitivos ou transitivos indiretos), o verbo fica na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome“se”.

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Como, na voz passiva, o verbo TEM DE SER transitivo direto ou transitivo direto eindireto, ou seja, tem de ter objeto direto, não há possibilidade de se construir, navoz ativa, a segunda forma de sujeito indeterminado.

Assim, nos casos em que não há agente da passiva, na voz ativa o verbo ficará na 3ªpessoa do plural, formando o primeiro caso de sujeito indeterminado.

Vamos à questão.

“Com a verba do Estado, 18 composições já estão sendo reformadas.”

1º PASSO: Identificar o sujeito da voz passiva. O sujeito paciente é 18 composições este elemento será o objeto direto da voz ativa.

2º PASSO: Note que são três os verbos na voz passiva:

ESTÃO + SENDO + REFORMADAS – dois auxiliares (estão e sendo) e um principal(reformadas).

Isso indica que, na voz ativa, haverá DOIS verbos (ESTAR + REFORMAR). O segundoverbo auxiliar (o “do meio”: SENDO) é retirado.

Como não há agente da passiva, não haverá um sujeito na voz ativa. O verbo ficará naterceira pessoa do plural. Como se trata de uma locução verbal, isso acontecerá como verbo auxiliar. Originalmente, o primeiro verbo auxiliar estava no presente doindicativo, forma em que continuará na voz ativa.

Feitas essas alterações, a voz ativa seria: “Estão reformando 18 composições com averba do Estado.”.

31 – C

Mais uma vez, vamos treinar a transposição de voz passiva para a voz ativa.

VOZ PASSIVA – “O martelo de percussão é confundido com um instrumentoameaçador.”

1º passo: identificar o sujeito paciente – “O martelo de percussão” esse será o objetodireto da voz ativa.

2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais: é confundido, o verboauxiliar está no presente do indicativo.

Como não há agente da passiva, na voz ativa, teremos um caso de sujeitoindeterminado, devendo o verbo permanecer na terceira pessoa do plural.

Assim, a forma na voz ativa será: Confundem o martelo de percussão com uminstrumento ameaçador.

Alguém parece estar perguntando: e se eu resolvesse colocar o verbo na terceira pessoado singular acompanhado do pronome SE? Ainda assim não seria um caso de sujeitoindeterminado?

A resposta é não. Quando um verbo transitivo direto ou direto e indireto estáacompanhado do pronome SE, forma-se a voz passiva pronominal.

É isso o que ocorre na opção (A). Em “Confunde-se o martelo de percussão...”, foimantida a voz passiva, só que da forma pronominal. A expressão “o martelo de

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percussão” continua a exercer a função de sujeito paciente e o pronome “se” é chamadode pronome apassivador.

32 – A

Finalmente, um caso de construção de voz passiva com agente da passiva, para facilitara nossa vida!!!

1º passo: identificar o sujeito paciente – “nem todo hábito de consumo” esteelemento será o objeto direto da voz ativa.

2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais Em “é ditado”, o verboauxiliar está no presente do indicativo.

O agente da passiva é “pela publicidade”, elemento que será o sujeito da voz ativa.

Em virtude do valor negativo do “nem” no início da construção, a voz ativa assimpoderia ficar: “A publicidade não dita todo hábito de consumo.”.

33 – D

1º passo: identificar o objeto direto: “o silêncio” este será o sujeito da voz passiva.

2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais – “quebrou” está nopretérito perfeito do indicativo. Por isso, a forma correta será: foi quebrado.

O sujeito da voz ativa será o agente da voz passiva. Assim, a voz passiva analítica seria:

“O silêncio foi quebrado pelo lenhador.”.

Se se optasse pela voz passiva pronominal, sairia de cena o agente da passiva e entrariao pronome apassivador: “Quebrou-se o silêncio.”.

Voltaremos a falar sobre esse assunto nas aulas sobre “Concordância”.

34 – E

Vamos encerrar nosso estudo com CORRELAÇÃO VERBAL.

Como dissemos, não há necessidade de se decorar listas e mais listas de relações. Muitas vezes, esse tipo de erro você identifica com o seu ouvido.

Veja só esta questão.

a) Há uma clara relação entre “fosse” e “teria”. Estão os dois verbos no campo dasuposição.

b) Agora, ainda no campo da suposição, os fatos se reportam ao futuro: “for” e“terá”.

c) Nessa relação, o fato existiu e pertence ao passado. Por isso, os verbos estãorespectivamente no pretérito perfeito e pretérito imperfeito do indicativo.

d) Agora, temos uma locução verbal em tempo composto na primeira oração e umtempo composto correspondente na segunda.

e) Note que há alguma coisa errada em “Se você seja...”. Essa conjunção não leva overbo para o subjuntivo, ao contrário de sua “prima”, a conjunção “caso” (“Casovocê seja...”).

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35 – B

Estão em desarmonia os verbos do período. Enquanto que o primeiro situa o fato nocampo real (“É conveniente...”), o segundo está no plano da hipótese (“o timeficaria...”).

36 - C

ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “ideia” não recebe mais acento agudo.

Estamos diante de uma correlação inadequada na opção C. A forma “funcionaria”figura no plano da hipótese. Assim, a forma verbal do verbo fazer deve manter essalinha de raciocínio do fato contido em “funcionaria”:“(...) a economia funcionaria demaneira harmoniosa, regida por uma mão invisível que a faria viver sempre emequilíbrio”

A forma verbal empregada – fazia - transmite uma ideia de processo não concluído.Indica o que no passado era frequente ou contínuo, o que não encontra respaldo nocontexto.

37 – ITEM INCORRETO

Muitas vezes, o modo subjuntivo é uma exigência da construção. Note que a conjunção“se” aceita que o verbo seja conjugado no presente do indicativo: “...se se deseja umregime democrático...”.

A partir do momento em que se sugere a troca da conjunção “se” por sua equivalente, aconjunção “caso”, há necessidade de se alterar a conjugação do verbo a ela ligado,levando-o para o presente do subjuntivo: “caso se deseje um regime democrático...”.

O que torna incorreta a assertiva é a omissão da necessidade de se alterar a formaverbal.

38 – ITEM CORRETO

ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “ideia” não recebe mais acento agudo.

Ao contrário da questão anterior, dessa vez a banca examinadora já apresenta não só atroca da conjunção, como também a nova forma verbal, do futuro do subjuntivo (se nãofizermos/tivermos) para o presente do subjuntivo (caso não façamos/tenhamos).

39 – C

Mais uma questão envolvendo correlação verbal.

Está incorreta a relação dos verbos da opção C.

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Enquanto o primeiro apresenta um fato no pretérito imperfeito, indicando um fato decerta duração no passado, o segundo situa-o no campo da realidade futura, como seesse fato fosse certo de acontecer: “O autor do texto pensava que a Terra se tornaráinviável”.

A forma mais apropriada seria empregar o segundo verbo no futuro do pretérito,alocando o fato no campo das possibilidades, hipóteses: “O autor do texto pensava quea Terra se tornaria inviável”. Note que essa é a sugestão das opções a, b e e.

40 – A

Em “Se houvesse uma lei que proibisse...”, nota-se que essa lei não existe e não se temcerteza se ela existirá um dia. Assim, todos os fatos estão no campo da suposição.

Já na opção A, tanto o primeiro verbo (houver) como o segundo (proíba) situam os fatostambém como hipóteses, mas desta vez em relação ao futuro, entendendo-se que, noatual momento, tal lei efetivamente não existe, mas pode ser que ela venha a existir.

É por isso que está perfeita a relação entre esses dois verbos.

Não é possível a construção de “se haver”(b/d) e “se haja”(c).

Já a forma “proibisse”, além de apresentar erro de acentuação, não estabelece umarelação adequada com a forma “houver”, que se reporta ao futuro.

41 – B

A forma verbal TINHA SIDO MARCADA é uma locução verbal de voz passiva (verbo SERindica essa passividade) no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO (TER + SIDO+ VERBO PRINCIPAL), tempo que designa um momento passado anterior a outromomento também passado (daí o nome “mais-que-perfeito”, já que “perfeito” épassado).

No passado, está o momento do discurso de Mimo (líder guerrilheiro da região), fatolembrado pelo autor. Em um momento anterior a esse momento pretérito está suainfância e as lembranças dos discursos históricos de Mussolini. Por isso, está correta aindicação de que a expressão verbal foi usada para indicar um momento passado emrelação ao momento em que Mimo discursou.

42 – B

O enunciado dessa questão (muito mal redigido, a meu ver) pode ter confundido muitoscandidatos. Por não entender perfeitamente, muitos candidatos podem ter assinaladoopções que apresentam formas verbais incorretas, mas não era esse o objeto daquestão. O examinador quer que o candidato indique o verbo que possui somente oparticípio regular (cuja terminação é -do), não sendo possível sua forma irregular.

Vamos analisar cada uma das opções.

a) A rigor, o verbo PEGAR é um dos que admitem qualquer forma de particípio paraqualquer verbo auxiliar (TER/HAVER ou SER/ESTAR). Há quem assim não entenda, por

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limitar o emprego de PEGO para os verbos SER/ESTAR e PEGADO para TER/HAVER.Assim, em provas de múltipla escolha, analise todas as opções. Qualquer que seja aposição doutrinária do examinador, não seria essa a resposta, uma vez que o verboPEGAR possui as duas formas.

b) O verbo CONFESSAR somente admite o particípio regular, tanto para os verbosTER/HAVER (tempo composto), quanto para SER/ESTAR (voz passiva). Assim, em “Ocrime foi...”, só pode ser CONFESSADO.

A forma “confesso” pode ser a conjugação do verbo CONFESSAR na 1a pessoa dosingular do presente do indicativo (eu confesso) ou o adjetivo correspondente: “Ele eraréu CONFESSO.”. Por isso, a resposta é a opção B – não cabe (nem existe) particípioirregular para o verbo CONFESSAR.

c) Há um erro nessa opção, mas não era isso o que o examinador buscava (já vimoslogo no início deste comentário que ele queria saber qual forma só admitiria o particípioregular, sendo a resposta a letra B).

O verbo ELEGER aceita o particípio irregular para os verbos SER/ESTAR (O candidato foieleito) e o particípio regular para TER/HAVER (A população tinha elegido o candidato).Como deveria ser usado o particípio irregular, essa não seria a resposta da questão.

d) Com SER/ESTAR, usa-se o particípio irregular: foi inserto. Com TER/HAVER, usa-se oparticípio regular: “tinha inserido”. Está correta a forma apresentada.

e) O mesmo acontece com o verbo IMPRIMIR: SER/ESTAR = particípio irregular (foiimpresso); TER/HAVER = particípio regular (tinha imprimido).

43 – D

Esta questão trata de CORRELAÇÃO VERBAL. Como vimos, uma “dobradinha” comum éFUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO x PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO,como em “Gostaria que você estivesse aqui.”.

O examinador buscava a opção que apresentasse formas equivalentes a “seria” e“deixassem”, sem mudança de sentido. Essa última notação levava diretamente à opçãoD porque, ainda que alguma outra opção apresentasse formas verbais correlacionadascorretamente, não manteria o sentido da frase original, por alterar as indicaçõestemporais.

Observe que a única coisa que o examinador fez na opção D foi mudar os verbos deformas simples para formas compostas (agregando os auxiliares TER/HAVER):

- SERIA HAVERIA SIDO

- DEIXASSEM TIVESSEM DEIXADO

44 – E

O modo SUBJUNTIVO situa a ação verbal no campo da possibilidade, probabilidade. Naconstrução, a forma parassem indica uma ação incerta mas possível de acontecer nofuturo, por isso a resposta é a opção E.

45 - D

Encerramos a aula de hoje com uma questão de prova bem recente.

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Já vimos que os verbos terminados em - EAR recebem a letra ‘i’ nas formas rizotônicas(sílaba tônica no radical). Nas demais, segue o paradigma ‘falar’. Havendo dúvida, siga oparadigma “pentear”: eles penteiam eles pleiteiam.

Além do erro de conjugação, nesta opção há também problemas na correlação entre osdois verbos que compõem o período. No caso, como o primeiro está no modo subjuntivo(indicando uma suposição), devendo manter essa forma no segundo: “... os quetivessem IR retido na fonte e pleiteassem (agora sem a letra “i” na conjugação, como“penteassem”) restituição”.

Por hoje é só. Bons estudos e até a próxima aula.