Aula 5 Análise da Flexibilidade - Prof. Sandro de Souza · A mobilidade de uma articulação...

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Aula 5 – Análise da Flexibilidade

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Aula 5 – Análise da Flexibilidade

Conceito:

Qualidade Física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de lesão.

Hallmann e Hettinger (1983)

É a aptidão máxima para mover uma articulação por uma variação de movimento. É a amplitude articular máxima e uma ou mais articulações.

Anderson e Burke (1991)

Componentes da Flexibilidade:

• MOBILIDADE: Refere-se ao grau de liberdade

de movimento da articulação;

• ELASTICIDADE: Refere-se ao estiramento

elástico dos componentes musculares;

• PLASTICIDADE: É o grau de deformação

temporária que estruturas musculares e

articulações devem sofrer, para possibilitar o

movimento. Existe um grau residual de

deformação que se mantém após cessada a

força aplicada, conhecida como histeresis;

• MALEABILIDADE: Modificação das tensões

parciais da pele, fruto das acomodações

necessárias no segmento considerado.

Quanto aos métodos:

Estático – habilidade de alcançar determinado ponto no arco de movimento.

Estático & Dinâmico

Dinâmico - habilidade em mover uma articulação através de sua amplitude com pouca resistência ao movimento.

Método Estático

Consiste em assumir uma posição e assim permanecer por determinado período de tempo. Pode ser realizado sozinho ou com ajuda de um companheiro ou máquina (ativo e passivo)

Vantagens: O alongamento realizado de forma lenta e gradual – minimiza o

reflexo de estiramento

Garante um maior controle sobre o movimento diminuindo o risco de lesão muscular

Maior segurança – indivíduos sedentários e iniciantes

Desvantagens: Não é específico para as atividades dinâmicas

Método Estático

Intensidade

Muito difícil de quantificar - Subjetividade

A intensidade do alongamento deve ser tal que leve a um desconforto moderado – evitar dor muscular aguda

A posição deve ser mantida por 10 a 30 segundos

Madding et al. (1987) 15=45=120

Borms et al. (1987) 10=20=30

Bandy & Irion (1994) 15<30=60

Bandy et al. (1997) 30=60

Feland et al. (2001) 30<60 - IDOSOS

Método Dinâmico (Balístico)

Envolve a realização do movimento desejado de forma rápida e vigorosa. Não existe sustentação de determinada amplitude de movimento.

Bastante utilizado pelas artes marciais

Vantagens:

Como o nome sugere, desenvolve a flexibilidade dinâmica

É específico para a grande maioria das modalidades esportivas

É motivante para os atletas

Método Dinâmico (Balístico)

Desvantagens:

Não permanece na posição de maior amplitude o tempo adequado para haver adaptação

O alongamento muito rápido ativa o reflexo de estiramento levando a uma contração muscular reflexa

Maior potencial de lesão associado ao movimento rápido e vigoroso – maior energia a ser absorvida por unidade de tempo

A sessão de alongamento balístico deve ser precedida de aquecimento e a amplitude e a velocidade do movimento devem ser progressivamente elevadas

Pode-se utilizar a própria atividade esportiva para o desenvolvimento da flexibilidade dinâmica

Quanto a Forma de execução:

Ativo A amplitude máxima é obtida sem auxílio externo.

Ativo ou Passivo

Passivo A amplitude máxima é obtida com auxílio externo.

A mobilidade de uma articulação depende diretamente das estruturas que a compõem e circundam. Rodrigues, 1998.

Cápsulas Articulares – 47%

Musculatura – 41%

Tendões e Ligamentos – 10%

Pele – 2%

Johns e Wright (1962)

Fatores que influenciam a Flexibilidade

1. hora do dia

2. Temperatura ambiente

3. Sexo

4. Especificidade do treinamento

5. Idade

6. Situação do atleta

Por que alongar?

Flexibilidade e Prevenção de Lesões

A limitada flexibilidade é frequentemente associada a uma maior incidência de lesões musculares.

A hipermobilidade aumenta a instabilidade articular aumentando o risco de lesões – esportes de contato

Pouca base científica para suportar tais afirmações...

1998

2000

PREVENÇÃO

DE LESÕES?

HERBERT e GABRIEL BMJ 15: 1-5, 2002.

Pope et al. (2000) Med Sci Sport Exerc

1538 recrutas do exército

Realizaram durante 12 semanas de treinamento militar – corrida, calistenia, lutas......

Metade dos sujeitos realizou antes de cada sessão 1 série de 20 seg em 6 exercícios

• A incidência de lesões não foi diferente para os dois

grupos. Cada recruta teria que alongar 5 minutos por 3100

sessões de treinamento para prevenir a ocorrência de uma

única lesão!!!!!

Pope RP, Herbert RD, Kirwan M, ID, Grahan BJ. A randomized trial of preeexercise stretching for prevention of lower-limb injury. Med Sci Sports Exerc 2000;32:271-277.

Shrier I. (2004) Clin J Sport Med

Shrier I. Does stretching improve performance? A systematic and critical review of the literature. Clin J Sport Med 2004;14:267-273.

Analisou 32 estudos

Alongamento melhora o desempenho muscular?

Nenhum estudo sugeriu que o alongamento era benéfico para o desempenho de força, torque e salto.

20 estudos relataram que o alongamento agudo diminuía a performance

Avaliação da Flexibilidade

Os testes para a avaliação da Flexibilidade podem ser divididos em três grupos:

Teste

Angular

Teste

Linear

Teste Adimencional

Teste Angular:

São os testes que possuem os resultados expressos em ângulos (formados entre dois segmentos que se opõem na articulação.

Goniometria

É um método que permite a avaliação da variação angular das articulações.

Goniômetros

Flexão Horizontal da Articulação do Ombro

Rotação da Coluna Cervical Abdução da Articulação do Ombro

Flexão da Articulação do Quadril

Flexão da Articulação do Joelho

Teste Linear:

São os testes que se caracterizam por expressarem os seus resultados em escalas de distância.

Sentar – e – alcançar (Wells e Dillon, 1952)

É o método mais difundido para se medir a Flexibilidade. Mede a flexibilidade da articulação do quadril e avalia os músculos paravertebrais e posteriores da coxa.

Banco de Wells

Posicionamento Inicial Posicionamento Final

Posicionamento das Mãos

Procedimentos para a realização do teste: O avaliado deve-se sentar em frente à caixa, apoiar os pés no local indicado e manter os joelhos estendidos. A partir do ponto de apoio dos pés, a fita métrica deve-se posicionar a 38 cm para os adultos e 22 para as crianças. • O avaliado pode fazer até dois movimentos para

familiarização; • Os pés ficam na linha do quadril; • O resultado será o melhor de três tentativas com um

intervalo de 30 segundos.

Índice /Idade 18 – 25 26 – 35 36 – 45 46 – 55 56 – 65 > 65

Excelente >51 >51 >48 >48 >43 >43

Boa 47-51 46-51 44-48 40-45 36-43 33-42

Média + 42-46 41-45 39-43 35-39 31-35 28-32

Média 37-41 36-40 34-38 30-34 25-30 23-27

Média - 33-36 31-35 29-33 24-29 20-25 20-22

Pequena 26-30 26-30 23-28 18-23 13-19 13-17

Muito pequena <26 <25 <22 <18 <12 <12

Valores de referência para o teste sentar-e-alcançar em homens (Banco de Wells)

Fon

te:

Mo

rro

ws

et a

l. (2

003)

Índice /Idade 18 – 25 26 – 35 36 – 45 46 – 55 56 – 65 > 65

Excelente >61 >58 >56 >53 >53 >51

Boa 53-61 51-58 48-56 46-53 46-53 46-51

Média + 51-52 48-50 44-47 43-45 43-45 41-45

Média 46-50 46-47 41-43 38-42 38-42 36-40

Média - 43-45 41-45 36-40 36-37 33-37 30-35

Pequena 35-42 36-40 27-35 28-35 25-32 23-29

Muito pequena <34 <34 <26 <27 <24 <22

Valores de referência para o teste sentar-e-alcançar em mulheres (Banco de Wells)

Teste Adimensional:

São os testes que constituem-se na interpretação dos movimentos articulares, comparando-os com uma folha de gabarito.

Flexiteste (Araújo e Pavel, 1986)

O teste requer muita prática e é um teste um pouco longo. O teste consiste na apreciação da flexibilidade passiva fisiológica máxima de vinte movimentos em sete grupos articulares: • Tornozelo, Joelho, Quadril, Tronco, Punho, Cotovelo e Ombro. Oito movimentos pelos membros inferiores, três pelo tronco e nove pelos membros superiores. A medida é obtida pela comparação da amplitude alcançada em cada um dos movimentos com mapas de avaliação, nos quais são retratadas em gradações que vão de 0 a 4 em escala crescente e descontínua, perfazendo cinco valores possíveis. Somente números inteiros podem ser atribuídos, de forma que amplitudes intermediárias são consideradas pelo valor inferior.

Sequência recomendada

Cinco alterações de posição, da seguinte forma: a) I, II e V (deitado em decúbito dorsal) b) III, VI, X, XI, XVII, XVIII, XIX e XX (deitado em decúbito ventral) c) VIII (deitado em posição lateral) d) IX e VII (sentado) e) XVI, XII, XIII, XIV, XV e IV (em pé)

Cada cotação é associada a um julgamento de valor em relação a amplitude alcançada, como segue: Valor 0 – muito pequena Valor 1 – pequena Valor 2 – média Valor 3 – grande Valor 4 – muito grande

Flexíndice

Escala Conceito

20 Flexibilidade muito pequena

Entre 21 e 30 Flexibilidade pequena

Entre 31 e 40 Flexibilidade média (-)

Entre 41 e 50 Flexibilidade média (+)

Entre 51 e 60 Flexibilidade grande

60 Flexibilidade muito grande

Obtido através da soma dos escores obtidos nos vinte movimentos. Há uma tendência a indivíduos não atléticos adotarem um comportamento central, exibindo escores 2 para a maioria dos movimentos e um flexíndice variando entre 30 e 50 pontos.

Flexíndice Modificado

Escala Conceito

8 Flexibilidade muito pequena

9-12 Flexibilidade pequena

13-16 Flexibilidade média (-)

17-20 Flexibilidade média (+)

21-24 Flexibilidade grande

25 Flexibilidade muito grande

Flexiteste Modificado

Realização de apenas 8 movimentos: V , VI, VIII , IX, XI, XVI, XVII e XVIII

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