Aula 5 Drogas de Abuso Perfil Qu Mico

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É uma caracterização físico-química detalhada de uma determinada droga de abuso, que pode fornecer diversas informações às autoridades e

instituições voltadas ao estudo, controle e enfrentamento às drogas ilícitas.

Um perfil químico pode responder:

� Se duas ou mais amostras de drogas apreendidas têm alguma conexão oucorrelação;

� Se essa correlação pode ser caracterizada como uma relação traficante-usuário ouprodutor-traficante;

� Gerar informações para estabelecer correlação entre diferentes fornecedores eredes de distribuição envolvidas;

� Prever a origem geográfica e o laboratório específico;

� Identificar o método de produção da droga e os produtos químicos especificamenteutilizados na processo de fabricação.

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� Histórico da droga, formas de uso e de tráfico e legislação pertinente;

� Processos de obtenção da droga;

� Propriedades físico-químicas, efeitos farmacológicos e formas deapresentação da droga no mercado ilícito;

� Identificação dos principais componentes majoritários e minoritáriosrelacionados à droga – impurezas, derivados, produtos de degradação eoutros analitos como os principais adulterantes e diluentes;

� Aspectos analíticos técnicos voltados para a identificação dos analitos;

� Formas de tratamento e apresentação de dados.

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Cocaína

� A prática de mascar as folhas de cocaem ocasiões religiosas e sociais datamde milhares de anos atrás;

� A cocaína foi isolada pela primeira vezem 1859 pelo químico alemão AlbertNiemann e suas propriedades descritasapenas em 1880 por Von Anrep;

� A partir de 1884, Karl Koller e Sigmund Freud difundiram o uso clínico da cocaínarefinada na forma de seu sal cloridrato (efeito anestésico pontual);

� John Pemberton lançou no mercado uma bebida que continha cocaína, conhecidacomo Coca-Cola®;

� Em 1906, devido seus efeitos deletérios decorrentes do seu uso, a cocaína foi inseridana categoria de potencialmente prejudicial pela lei Pure Food and Drug Act, publicadapelo FDA (Food and Drug Administration)

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� A cocaína foi detectada em 23 espécies de Erythroxylum, porém, em apenas quatrovariedades é que se apresenta em maior quantidade (SAUVAIN et al, 1997);

Arbusto de Erythroxylum coca

var. coca. (a) fotografia e (b)

desenho esquemático.

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Derivados da ecgonina: cocaína, cinamoilcocaína, truxilinas, benzoilecgoninae metilecgonina;

Derivados da tropina: tropacocaína e valerina, diferenciados dos anteriorespela ausência do grupo carboxílico em C-2 e posição do grupo hidroxílico;

Derivados da higrina: higrina e cusco-higrina, que caracterizam-se pelo anelN-metil-pirrolidina monocíclico.

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� As truxilinas são produzidas naturalmente nas folhas de coca por meiode fotodimerização das cis e/ou trans-cinamoilcocaína;

� Essas substâncias formam um grupo de 11 estereoisômeros que sãoextraídas juntamente com a cocaína e as demais substâncias durante oprocesso de refino;

� Os isômeros mais abundantes são as α- e β-truxilinas, que foramisoladas e identificadas no final do século XIX.

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A síntese natural de truxilinas é um exemplo de reações de cicloadição, na qual duas moléculas

insaturadas se adicionam uma à outra, produzindo um produto cíclico

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DRAGER, 2002

� Os grupos éster da molécula de cocaína são particularmente importantespor serem facilmente hidrolisados nos processos de metabolismo eexcreção;

� De forma similar, a presença de umidade e/ou de substâncias alcalinas ouácidas, promovem também a hidrólise dos grupos éster.

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� A cocaína reage facilmente com o ácido clorídrico formando o sal cloridratode cocaína, conhecida forma apreendida em pó de coloração branca e decusto mais elevado devido aos processos químicos envolvidos.

Formas de apresentação da cocaína: (a) pasta base; (b) cloridrato de cocaína; (c) crack.

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� A cocaína pode ser absorvida a partir de todas as mucosas e membranas e quandoaplicada localmente, bloqueia o início da condução do impulso nervoso;

� O átomo de N (possivelmente na forma de cátion) combina-se com receptores damembrana celular e bloqueia a condução de íons Na+ e K+, impedindo assim ageração e a condução do impulso nervoso;

� Como estimulante do SNC, a cocaína inibe o transportador de dopamina, ligado amembrana (DAT). Inibe também a monoaminoxidade (MAO), aumentando anoradrenalina e a serotonina, causando midríase e vasoconstrição periférica;

� A estimulação central é rapidamente seguida por depressão;

� Em doses elevadas provoca paranoia, ansiedade, comportamento estereotipado,alucinações visuais, auditivas e táteis;

� Quando consumida via endovenosa, pode causar morte imediata por insuficiênciacardíaca, devido à ação tóxica direta sobre o músculo cardíaco.

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Adulterantes – substâncias com efeito farmacológico quepodem potencializar ou mimetizar algum dos efeitos da cocaínano usuário.

Benzocaína, cafeína, fenacetina, lidocaína, levamisol, diltiazem, hidroxizina, procaína, tetracaína, prilocaína, efedrina, dipirona, ácido acetilsalicílico,

paracetamol

Diluentes – são substâncias sem atividade farmacológica,adicionados apenas para diluir e aumentar a massa do produto.

Açúcares e derivados: lactose, sacarose, glicose, manitol, amido, sorbitolCompostos inorgânicos: NaHCO3, Na2CO3, CaCO3, CaSO4, MgSO4, Na2SO4,

NaCl, MgCl2, Na2B2O7, H3BO3

Produtos diversos: leite em pó, amido de milho, farinha.

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�Teor da cocaína (Quantificação)

� Identificação de substâncias minoritárias

�Teor total de truxilinas

�Análise de adulterantes ou diluentes

TÉCNICAS INSTRUMENTAIS

� Cromatografia gasosa (CG-DIC ou CG-EM);� Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE-UV-Vis ou CLAE-EM);� Espectrometria de massas (EM).

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REGRAS

� Cada grupo receberá uma folha com as sete palavras cruzadas e as setedicas;

� As palavras estão relacionadas às técnicas instrumentais utilizadas nostestes definitivos para a análise de drogas de abuso, com base nos textospassados para leitura e estudo;

� O tempo máximo para resolver as palavras cruzadas será de 30 a 40 min;

� Ganhará o jogo o grupo que terminar primeiro e acertar todas as palavraschaves

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É um método físico-químico de separação, mas também de identificação e quantificação de substâncias. Está fundamentada na migração diferencial dos

componentes de uma mistura de substâncias, que ocorre devido a diferentes interações entre duas fases imiscíveis, conhecidas como fase móvel e fase estacionária.

CROMATOGRAFIA GASOSA

É uma cromatografia que utiliza um gás de arraste como fase móvel e uma fase

estacionária dentro de uma coluna com diâmetro muito pequeno (capilar). As

substâncias a serem analisadas devem estar no estado gasoso ou serem substâncias

voláteis. A separação das substâncias ocorre devido às interações com a fase estacionária

e pela diferença de volatilidade.

CROMATOGRAFIA LÍQUIDA

É uma cromatografia que utiliza um líquido sob pressão como fase móvel (um solvente ou mistura de solventes), para conseguir se

difundir através da fase estacionária empacotada na coluna. A separação das

substâncias ocorre por meio das interações das substâncias ora com a fase estacionária ora com a fase móvel (solubilidade). A CLAE

é a técnica mais utilizada atualmente.

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Cromatograma do perfil químico da cocaína. Condições: coluna de sílica fundida (30 m x 0,25 mm com partículas de 0,25 µm); H2 (99,999 %) como gás de arraste com fluxo de 1,1 mL/min; Sistema

isotérmico em 250 °C por 7 min. Detecção: Ionização por chama. Identificação: 1 – Tropacocaína, 2 –Norcocaína, 3 – Cocaína, 4 – Isopropilcocaína, 5 – cis-cinamoilcocaína, 6 – trans-cinamoilcocaína.

PIÑERO e CASELE, 2006

Cocaína base

Cloridrato de Cocaína

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Curva de calibração para a análise quantitativa por CG-DIC para a cocaína

84,6 ± 0,58 % de cocaína nas amostras analisadas

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Cromatogramas obtidos para diferentes concentrações de cocaína: 1,0 , 5,0 , 10,0 , 20,0 , 30,0 e 40,0 ppm. Fase móvel: acetonitrila:água (95:5). Vazão: 1,0mL/min. Fase

estacionária: C18 (15 x 0,5 cm). Detecção: UV em 224nm.

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Os resultados indicaram a presença de cocaína em todas as 10 amostras analisadas, com teores compreendidos entre 37,4 a

95,6% (OLIVEIRA et al., 2006)

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Sobreposição de cromatogramas (CG) oriundos da análise de 4 amostras de cocaína base (VARGAS, 2012).

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Cromatograma de: 1- Cafeína (5,7 min); 2- Benzoilecgonina (6,1 min); 3- Lidocaína (6,7 min); 4- Cocaína (7,9 min); 5- Ácido benzoico (8,4 min); 6- Fenacetina (9,0 min); 7-

Benzocaína (10,5 min) e 8- Diltiazem (11,3 min). Condições: Fase estacionária – C18 (250 x 4,6 mm, 5 µm). Fase móvel – gradiente acetonitrila:formiato de amônio (2:98 a

100:0 em 13 min). Detecção – UV 224 nm. (FLORIANI, 2012).

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� A EM é uma técnica que permite a caracterização das moléculas pelamedida da relação massa/carga (m/z) dos íons formados;

� Esses íons são formados por diferentes métodos de ionização (energiasmais baixas e energias mais altas) e em seguida, são separados poranalisadores (diversos tipos) geralmente por aplicação de um campomagnético. As substâncias que apresentarem a menor razão m/z sãodetectadas primeiro;

� A técnica é usada para identificar compostos desconhecidos, paraquantificar compostos conhecidos e auxiliar na elucidação estrutural demoléculas. Isso porque os resultados obtidos mostram o valor da “massa

molar” do íon formado que se correlaciona com a massa molar dasubstância analisada;

� Se a energia para a ionização for alta, a substância pode sofrer algumasfragmentações, que também permitem caracterizar a amostra.

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Cromatograma dos isômeros de truxilinas por cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons (CG-DCE). A temperatura do forno permanece inicialmente a 100 °C por 5,0 min e em

seguida, a temperatura é elevada a 25 °C/min até 160 °C, depois a 4,0 °C/min até 245 °C e, finalmente, a 25 °C/min até 280 °C. Hélio é usado como gás de arraste a um fluxo de 1,0 mL/min. O

injetor mantido a 250 °C e o detector de captura de elétrons permanece a 300 °C.

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Os teores totais de truxilinas obtidos variaram de 0,28 a

11,89%, com média de 2,75% em relação ao teor de cocaína

(BOTELHO, 2011)