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9/12/12 1 Métodos da Biologia Estrutural RPA-B RPA-AB RPA-A Fluorescence Intensity Ratio of T-ag/RPA Expressão/ Mutações Análises Bio=sicas Cristalografia NMR Computação Biologia Estrutural de alta resolução – técnicas clássicas Cristalografia de raios X e RMN – técnicas experimentais de alta resolução determinação de posições atômicas Cristalografia de Raios X Raios X Padrão de difração Detecção direta das posições atômicas Cristais NMR RF Sinais de RF H0 Detecção indireta das distâncias HH Em solução Biologia Estrutural de alta resolução – técnicas clássicas Clonagem do gene Expressão e purificação do produto gênico Cristalização e difração de raios X Aquisição de dados de RMN Determinação estrutural e refinamento do modelo refinamento do modelo por restrições espaciais. Cristalografia de raios X vs. RMN: compeOdores ou complementares? Cristalografia de raios X NMR Vantagens Desvantagens Sem limite de tamanho Proteínas menores que aproximadamente 40 kDa Estruturas podem ser muito precisas Estruturas Opicamente menos precisas que as de cristal Rápido Demorado Desvantagens Vantagens Necessário cristais Proteína em solução Densidade eletrônica é uma média de todas as moléculas no cristal – imagem estáOca Possibilidade de acompanhar processos dinâmicos Possível influência estrutural devido à rede cristalina Estrutura determinada da proteína naOva em solução – possibilidade de detectar diferentes conformações Juntamente com métodos computacionais, cristalografia e RMN são métodos complementares NMR Cristalografia Computação Cada técnica fornece uma contribuição única e complementares para a compreensão dos fenômenos biológicos estudados Outras técnicas bio=sicas fornecem importantes informações complementares IdenOficação de elementos de estrutura secundária – enovelamento Mudanças conformacionais Estabilidade protéica etc... Dicroísmo Circular (CD)

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Métodos  da  Biologia  Estrutural  

RPA-B

RPA-AB

RPA-A

Fluo

resc

ence

Inte

nsity

Ratio of T-ag/RPA

Expressão/Mutações  

Análises  Bio=sicas   Cristalografia  

NMR   Computação  

Biologia  Estrutural  de  alta  resolução  –  técnicas  clássicas  

Cristalografia  de  raios  X  e  RMN  –  técnicas  experimentais  de  alta  resolução    determinação  de  posições  atômicas    

Cristalografia  de  Raios  X  

Raios  X  Padrão  de  difração  

Ø   Detecção  direta  das  posições          atômicas  Ø   Cristais  

NMR  

RF  Sinais  de    RF  

H0  

Ø   Detecção  indireta  das    distâncias  H-­‐H  

Ø   Em  solução  

Biologia  Estrutural  de  alta  resolução  –  técnicas  clássicas  

Clonagem  do  gene  

Expressão  e  purificação  do  produto  gênico  

Cristalização  e  difração    de  raios  X  

Aquisição  de  dados  de  RMN  

Determinação  estrutural  e  refinamento  do  modelo  

refinamento  do  modelo  por  restrições  espaciais.  

Cristalografia  de  raios  X  vs.  RMN:  compeOdores  ou  complementares?  

Cristalografia  de  raios  X   NMR  

Vantagens   Desvantagens  -­‐  Sem  limite  de  tamanho   -­‐  Proteínas  menores  que  

aproximadamente  40  kDa  

-­‐  Estruturas  podem  ser  muito  precisas   -­‐  Estruturas  Opicamente  menos  precisas  que  as  de  cristal  

-­‐ Rápido   -­‐  Demorado  

Desvantagens   Vantagens  

-­‐  Necessário  cristais   -­‐  Proteína  em  solução  

-­‐  Densidade  eletrônica  é  uma  média  de  todas  as  moléculas  no  cristal  –  imagem  estáOca  

-­‐  Possibilidade  de  acompanhar  processos  dinâmicos  

-­‐  Possível  influência  estrutural  devido  à  rede  cristalina  

-­‐  Estrutura  determinada  da  proteína  naOva  em  solução  –  possibilidade  de  detectar  diferentes  conformações  

Juntamente  com  métodos  computacionais,  cristalografia  e  RMN  são  métodos  complementares  

  NMR Cristalografia

Computação

Cada  técnica  fornece  uma  contribuição  única  e  complementares  para  a  compreensão  dos  fenômenos  biológicos  estudados  

Outras  técnicas  bio=sicas  fornecem  importantes    informações  complementares  

•   IdenOficação  de  elementos  de  estrutura  secundária  –  enovelamento  •   Mudanças  conformacionais  •   Estabilidade  protéica  •   etc...  

Dicroísmo  Circular  (CD)    

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Outras  técnicas  bio=sicas  fornecem  importantes    informações  complementares  

•   Proteína  em  solução  –  testar  diferentes  condições  •   Distribuição  de  distâncias  inter-­‐moleculares  •   Modelo  3D  ab  ini&o  de  baixa  resolução  –  envelope  molecular  •   Mudanças  conformacionais  

Espalhamento  de  raios  X  a  baixo  ângulo  (SAXS)  

Outras  técnicas  bio=sicas  fornecem  importantes    informações  complementares  

•   Mesmo  príncipio  do  NMR  –  ve  elétrons  desemparelhados  •   Muito  poderosa  para  estudos  de  centros  metálicos  em  proteínas  •   Técnica  de  marcação  com  spin  label  –  interação  com  membranas,  dinâmica...  •   Medidas  de  distâncias  entre  dois  marcadores  -­‐  DEER  

Ressonância  ParamagnéOca  eletrônica  (EPR)  

Outras  técnicas  bio=sicas  fornecem  importantes    informações  complementares  

•   Medidas  de  estados  oligoméricos  de  proteínas  em  solução  •   Constantes  de  dissociação  •   Parâmetros  energéOcos  

Ultracentrifugação  analíOca  (AUC)  

Outras  técnicas  bio=sicas  fornecem  importantes    informações  complementares  

•   Medidas  de  parâmetros  energéOcos  e  constantes  de  afinidade  entre  proteína-­‐ligante  e  proteína-­‐proteína  •   Ensaio  enzimáOco  •   Número  de  síOos  de  ligantes  

Calorimetria  de  Titulação  Isotérmica  (ITC)  

Outras  técnicas  bio=sicas  fornecem  importantes    informações  complementares  

•   Medidas  de  massa  absoluta  de  pareculas  em  solução  •   Estado  oligomérico  •   Rápida  e  fácil  

Espalhamento  de  luz  a  múlOplos  ângulos  acoplado  a  cromatografia  de  exclusão  

molecular  (SEC-­‐MALS)  Cristalografia  de  proteínas  na  práOca  

•   Obtenção  da  amostra  –  expressão  heteróloga  •   Cristalização  •   Coleta  e  processamento  dos  dados  de  difração  •   Resolução  da  estrutra  –  problema  das  fases  •   Construção  do  modelo  e  refinamento  •   Avaliação  da  estrutura  

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Produção  heteróloga  de  proteínas    

-­‐  O  que  é?  

Por  que  é  importante  produzir  proteínas  heterólogas?    

Primeira  etapa  –  clonagem  do  gene  de  interesse    

CaracterísOcas  de  um  vetor  de  expressão    

Crescimento  da  cultura  transformada  -­‐  expressão    

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Como  controlar  a  expressão?  Indução  química  IPTG    

Análise  e  acompanhamento  da  expressão  protéica  SDS-­‐PAGE  

 

Purificação  –  métodos  cromatográficos    

•   Separação  devido  a  propriedades  diferentes  das  proteínas  -­‐   Tamanho  (SEC)  -­‐   Carga  superficial  (troca  iônica)  -­‐   Hidrofobicidade  

Expressão  heteróloga  –  possibilidade  de  produzir  proteína  modificada  (fusão)  

 

Cristalização  de  proteínas    

Fatos  históricos  

Friedrich  Ludwig  Hünefeld  

“I  have  occasionally  seen  in  almost  dried  blood…  rectangular  crystalline  structures  which  under  the  microscope  had  sharp  edges  and  were  bright  red.”  

(1840  –  foi  o  1º  relator  de  um  cristal  proteico)   John  H.  Northrop   James  B.  Sumner   Wendell  M.  Stanley  

Cristalização  proteica:  Nobel  em  1946  

1a.  Est.  Crist.  Biomolecular  (B12;  1957):  Nobel  em  1964  

Max  Perutz   John  Kendrew  Nobel  em  1962.  Hemoglobina/Mioglobina  

122  anos!  

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Modelo  original  da  molécula  de  mioglobina  de  Kendrew   Princípios  da  Cristalização  de  Proteínas:  

1.  Proteína  pura  e  homogênea  2.  Solubilidade  proteica  e  precipitação  

•  Contatos  hidrofóbicos;  san&ng  in  e  sal&ng  out  3.  Supersaturação  

•  Nucleação  4.  Crescimento  do  cristal  5.  Qualidade  cristalina  

•  padrão  de  difração  e  limite  de  resolução  

Proteína  Pura  e  Homogênea  

Fontes  mais  comuns  de  heterogeneidade  

•  Contaminadas  por  DNA  ou  proteínas  não  relacionadas  •  Oxidação  das  cisteínas  •  Modificações  pós-­‐traducionais  •  Estados  de  oligomerização  •  Isoformas  •  População  de  moléculas  mal  enoveladas  •  Flexibilidade  estrutural  

Mas  o  que  significa  cristalização?  É  um  fenômeno  de  transição  de  fase!  

Proteína  sai  da  solução  para  uma  fase  cristalina,  através  da  indução  de  supersaturação  (depende  da  solubilidade  da  proteína).  Como?    •  Adição  de  agente  precipitante  (batch)  •  Remoção  de  água  (difusão  de  vapor)  •  Troca  de  solvente  (diálise)  •  Difusão  livre  por  uma  interface  •  Mudança  de  pH  •  Combinaçao  

Remover  água  da  camada  de  solvatação   Diagrama  de  Fase  para  a  Solubilização  

Referência:  Biomolecular  Crystallography  –  Bernhard  Rupp  (Capítulo  3)  

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Parâmetros  que  afetam  solubilidade  proteica  

•  pH  •  Temperatura  •  Força  iônica  •  Solventes  orgânicos  •  Polímeros  orgânicos  

Dependência  da  solubilidade  proteica  em  relação  à  alguns  parâmetros  -­‐  pH  

Dependência  da  solubilidade  proteica  em  relação  à  alguns  parâmetros  -­‐  pH  

Dependência  da  solubilidade  proteica  em  relação  à  alguns  parâmetros  -­‐  Temperatura  

Dependência  da  solubilidade  proteica  em  relação  à  alguns  parâmetros  -­‐  Sais  

Forca  ionica  =   ! = 12 ! !!!!2!

!=1

Log(S)  =  β  –  Ks(I)  

Dependência  da  solubilidade  proteica  em  relação  à  alguns  parâmetros  –  Polímeros  Orgânicos  (PEGs)  

Log(S)  =  β  –  KscPEG  •  Não  existe  pegging  in  •  Compe&ção  pelas  

moléculas  de  água  

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Nucleação  e  Crescimento  

A  colisão  entre  moléculas  podem  induzir  a  formação  de  agregados  cristalinos  

Distância  (Å)  

supersaturação  

Tamanho

 méd

io  da  agregação  

Nucleação  críOca  

Metaestável  è  zona  de  nucleação  

Crescimento  cooperaOvo    

Separação  (centro)  

Separação  média  

Diâmetro  molecular  médio  de  40  Å  

A  formação  de  uma  massa  críOca  que  permita  o  crescimento  cristalino  

Concentração  de  lisozima  (mg/mL)  

O  processo  de  cristalização  procede  em  duas  fases:  Nucleação  e  Crescimento  

Termodinâmica  da  Cristalização  

Métodos  de  Cristalização  Difusão  de  vapor:  gota  sentada  

[ppt]gota  =  [ppt]reservatório  2  

A  concentração  no  reservatório  mantem-­‐se  praOcamente  a  mesma  

[ppt]gota  =  [ppt]reservatório  

Reservatório  

Reservatório  

O  equilíbrio  acontece  com  a  difusão  de  vapor  

O  volume  da  gota  diminui,  aumentando  a  concentração  de  ambos  precipitante  e  proteína  

Gota  contém:  proteína  +  sol.  reservatório  +  adiOvos  +  ligantes  +  etc...    

Reservatório  contém:  agente  precipitante  +  solução  tamponante  +  adiOvos,  etc...  

Proteína  +  sol.  reservatório:  normalmente  1:1,  2:1  e  1:2    

§  

§  Exceção  para  os  precipitantes  voláteis  

Ao  final  do  processo  (na  gota):  a)  Aumento  na  [ppt]  b)  Aumento  na  [proteína]  

Energia  de  aOvação  para  vencer  a  barreira  da  nucleação  

Equilíbrio  da  solução  

Na  maioria  das  vezes  é  um  processo  rápido    

horas   dias  (3  a  5)  

Independente  do  precipitante,  o  processo  inicia-­‐se  rapidamente  e  desacelera  de  acordo  com  a  diferença  de  concentração  de  precipitante  entre  a  gota  e  o  reservatório    

O  equilíbrio  é  dependente  da  temperatura  

Tempo  (horas)  

%  equ

ilíbrio  

Dados  experimentais  +  4˚C  ∆  25˚C  

Adaptado  de  Fowlis  et  al  1988.  J.  Cryst.  Growth  90:117.  

O  equilíbrio  cessa  no  momento  em  que  a  pressão  osmóOca  das  duas  soluções  se  igualam  

Diagrama  de  Cristalização  para  Difusão  de  Vapor  

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Diagrama  de  Cristalização  para  Difusão  de  Vapor  

Matriz  Esparsa  

•  Condições  de  cristalização  são  baseadas  em  um  número  limitado  de  soluções  e  agentes  precipitantes  (screens),  escolhidos  de  acordo  relatos  cieneficos  de  sucesso  na  cristalização  de  macromoléculas  

•  Muitos  diferentes  Opos  de  screenings  são  disponíveis  no  mercado  

•  Os  screenings  cobrem  uma  vasta  gama  de  soluções  tamponantes,  pH,  adiObos  e  agentes  precipitantes    

•  Nota:  screenings  do  Opo  “matrizes  esparsas”  envolvem  um  “erro”  intencional  no  tocante  às  possíveis  combinações  de  condições  que  funcionaram  anteriormente  

Exemplo  do  espaço  3D  de  Cristalização   Propensão  para  cristalização  de  alguns  reagentes    

OOmização  da  Condição  de  Cristalização  

hit  

hit  

Sal  contra  PEG  screen  

Sal  contra  PEG  screen  

pH  contra  PEG  screen  

pH  contra  PEG  screen  

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Materiais  usados  em  cristalização  de  Proteínas  

mosquito  

HoneyBee  

Cristalização  em  larga  escala  

Cristalização  manual  

+  

ALGUNS  EXEMPLOS  DE  CRISTAIS  DE  PROTEÍNAS: