Aula - Jornalismo Opinativo_Interpretativo_2015

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GÊNEROS JORNALÍSTICOS OPINATIVO E INTERPRETATIVO Prof. Marcos Paulo da Silva ([email protected])

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Opinativo

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GÊNEROS JORNALÍSTICOS OPINATIVO E

INTERPRETATIVO

Prof. Marcos Paulo da Silva ([email protected])

Três gêneros clássicos no jornalismo:

• Informativo

• Opinativo

• Interpretativo

Três gêneros clássicos no jornalismo:

• Informativo

• Opinativo

• Interpretativo

O Gênero Opinativo surge

com o próprio jornalismo

brasileiro, sob a responsabilidade

de Hipólito Costa, que editava em

Londres, o Correio

Braziliense (1º de junho de 1808).

ORIGEM HISTÓRICA

“Os gêneros opinativos e os mecanismos usados pelos

agentes sociais a ele ligados interferem na direção ideológica dos fluxos

informativos” (MARQUES DE MELO, 2003, p.11), daí porque era interesse de Hipólito Costa defender as ideias liberais e a

emancipação da colônia brasileira.

ORIGEM HISTÓRICA

CHAPARRO (1998):

A dissociação entre os gêneros Informativo e

Opinativo é uma “fraude teórica e moralista”.

CRÍTICA À DEFINIÇÃO

GÊNERO

FORMATO

Jornalismo Informativo Nota, Notícia, Reportagem e Entrevista

Jornalismo Interpretativo Dossiê, Perfil, Enquete e Cronologia

Jornalismo Opinativo Editorial, Comentário, Artigo, Resenha, Coluna, Crônica,

Caricatura e Carta

Jornalismo Diversional História de interesse humano

Jornalismo Utilitário Indicador, Cotação, Roteiro, Serviço

(MARQUES DE MELO & ASSIS, 2010)

GÊNERO

FORMATO

Jornalismo Informativo Nota, Notícia, Reportagem e Entrevista

Jornalismo Interpretativo Dossiê, Perfil, Enquete e Cronologia

Jornalismo Opinativo Editorial, Comentário, Artigo, Resenha, Coluna, Crônica,

Caricatura e Carta

Jornalismo Diversional História de interesse humano

Jornalismo Utilitário Indicador, Cotação, Roteiro, Serviço

(MARQUES DE MELO & ASSIS, 2010)

A agência internacional de

classificação de risco Standard & Poor´s manteve

nesta segunda-feira (23) a nota de crédito do Brasil. O

país segue, assim, com o chamado grau de

investimento (selo de bom pagador).

A S&P acredita que a presidente Dilma

Rousseff manterá o apoio ao ajuste fiscal promovido

pela equipe econômica e que as medidas de

austeridade ganharão eventualmente o suporte do

Congresso.

Com isso, na avaliação da agência de

risco, a credibilidade do governo será "gradualmente

restaurada", pavimentando o caminho para um

crescimento mais robusto da economia a partir do ano

que vem. A nota de crédito do Brasil em moeda

estrangeira foi mantida em BBB- e a de curto prazo

em A-3.

"A S&P era uma das agências que

mais preocupavam, pois é aquela segundo a qual o

Brasil está apenas um grau acima do especulativo

[com elevado risco de calote]. Se a S&P rebaixasse

o país e fosse acompanhada de mais uma agência,

uma série de fundos que são obrigados a investir em

países com grau de investimento seriam forçados a

retirar seus investimentos do Brasil", afirma Fabio

Lemos, analista de renda variável da São Paulo

Investments.

Para Lemos, a manutenção do grau

de investimento do país pela S&P deve ter sido

motivada por alguma informação do governo

envolvendo o balanço auditado da Petrobras. "Sem

isso, o governo poderia ter que capitalizar a

empresa, o que prejudicaria o ajuste fiscal

prometido", diz.

A agência internacional de

classificação de risco Standard & Poor´s manteve

nesta segunda-feira (23) a nota de crédito do Brasil. O

país segue, assim, com o chamado grau de

investimento (selo de bom pagador).

A S&P acredita que a presidente Dilma

Rousseff manterá o apoio ao ajuste fiscal promovido

pela equipe econômica e que as medidas de

austeridade ganharão eventualmente o suporte do

Congresso.

Com isso, na avaliação da agência de

risco, a credibilidade do governo será "gradualmente

restaurada", pavimentando o caminho para um

crescimento mais robusto da economia a partir do ano

que vem. A nota de crédito do Brasil em moeda

estrangeira foi mantida em BBB- e a de curto prazo

em A-3.

"A S&P era uma das agências que

mais preocupavam, pois é aquela segundo a qual o

Brasil está apenas um grau acima do especulativo

[com elevado risco de calote]. Se a S&P rebaixasse

o país e fosse acompanhada de mais uma agência,

uma série de fundos que são obrigados a investir em

países com grau de investimento seriam forçados a

retirar seus investimentos do Brasil", afirma Fabio

Lemos, analista de renda variável da São Paulo

Investments.

Para Lemos, a manutenção do grau

de investimento do país pela S&P deve ter sido

motivada por alguma informação do governo

envolvendo o balanço auditado da Petrobras. "Sem

isso, o governo poderia ter que capitalizar a

empresa, o que prejudicaria o ajuste fiscal

prometido", diz.

LEAD CLÁSSICO

1) É o texto em que o jornal exprime de maneira formal suas opiniões. Nunca é assinado.

2) Os editoriais aparecem todos os dias na página A-2, em dois módulos à esquerda. Em casos excepcionais, a

critério da Direção de Redação, podem aparecer na primeira página, em local a ser definido em cada caso.

EDITORIAL

3) A opinião da Folha se expressa formalmente em seus editoriais. Os editoriais não dirigem o noticiário, mas a Redação deve procurar investir na produção de textos

sobre os temas abordados com frequência em editorial. O jornal estimula a produção de artigos assinados que

estejam em divergência com as posições dos editoriais. Nada impede que a Folha mude de opinião; em tais casos,

o jornal deve dizê-lo com clareza ao leitor.

EDITORIAL

4) O editorial da Folha deve ser enfático sem ser estridente, sereno sem ser pesado e desinteressante; deve expressar os pontos de vista do jornal de maneira aguda, sem tergiversar. Deve apresentar concisamente a questão de que vai tratar, desenvolver os argumentos que o jornal

defende, refutar os que a eles se opõem e finalizar condensando a posição adotada pela Folha. O editorial

deve dispensar a linguagem empolada, evitar a ironia e a interrogação, que nunca adotar a exclamação.

EDITORIAL

5) Exige um alto espírito de responsabilidade por parte dos que se envolvem em sua produção e edição, porque

ele expõe a imagem do jornal como um todo. Os editorialistas devem manter contato estreito com a

Redação. A Redação deve fornecer todo o material de subsídio que os editorialistas julgarem necessário. A

Redação pode sugerir temas aos editorialistas através da “Crítica da Edição”, depois de discutidos na reunião de

produção. O coordenador de Editoriais recebe cópias das pautas e da “Crítica”. Ele também participa ou se faz

representar nas reuniões diárias de edição.

EDITORIAL

Editorial: Nota de crédito

(Folha de S. Paulo, 25 de março de 2015, p. A2)

Em meio ao desânimo e à apreensão a

respeito do futuro que se disseminam entre os

brasileiros, surge um voto de confiança externo.

A empresa americana de classificação

de risco Standard & Poor´s (S&P) manteve a nota do

país na categoria de investimento seguro (BBB-),

ainda que apenas um degrau acima do nível que seria

considerado arriscado. Mesmo que já fosse esperada, a

decisão chamou a atenção pelo que a agência disse

sobre as perspectivas para o Brasil.

A S&P expressou a crença de que o

governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das

contas públicas, o que reforçará lentamente a

confiança de empresários e consumidores e, ao longo

do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento.

Considerou, além disso, uma surpresa positiva a

guinada de 180 graus na política econômica.

No ano passado, quando a agência

rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta:

os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)

se repetiriam no segundo.

A mudança de rota foi considerada mais

relevante do que o agravamento da conjuntura.

Recessão, inflação em alta, endividamento público

excessivo, risco de racionamento, contágio financeiro

ligado à Petrobras e ampliação da incerteza política já

eram preocupações desde o ano passado.

Não será fácil resolver nenhum desses

problemas, sobretudo no contexto de redução da

popularidade presidencial e aumento das escaramuças

entre Executivo e Legislativo. A S&P, contudo, ao menos

por ora, prefere apostar na força das instituições

brasileiras e na capacidade demonstrada no passado de

realizar ajustes necessários.

Espera-se, de fato, que as forças políticas

não coloquem interesses menores à frente da estabilidade

econômica. É desejável que o Congresso debata a

dosagem de algumas medidas anunciadas, mas não que

crie obstáculos intransponíveis ao conserto das contas.

O ajuste é condição necessária, mas não

suficiente. O maior desafio está no médio prazo. Os

investimentos devem desempenhar papel preponderante,

reforçados pelo aumento da competitividade externa

decorrente da desvalorização do real diante do dólar (o

que melhora a renda dos exportadores).

Outros pontos são a retomada dos leilões

de concessões de infraestrutura, com bons projetos e

rentabilidade adequada. Por fim, é necessário sair do

imobilismo e trabalhar pela simplificação dos impostos

que mais oneram a produção (PIS/Cofins e ICMS).

É fundamental separar a disputa política

da agenda necessária para o país sair do atoleiro. A

economia brasileira poderá surpreender mais uma vez se

houver clareza quanto aos rumos a serem seguidos.

Editorial: Nota de crédito

(Folha de S. Paulo, 25 de março de 2015, p. A2)

Em meio ao desânimo e à apreensão a

respeito do futuro que se disseminam entre os

brasileiros, surge um voto de confiança externo.

A empresa americana de classificação

de risco Standard & Poor´s (S&P) manteve a nota do

país na categoria de investimento seguro (BBB-),

ainda que apenas um degrau acima do nível que seria

considerado arriscado. Mesmo que já fosse esperada, a

decisão chamou a atenção pelo que a agência disse

sobre as perspectivas para o Brasil.

A S&P expressou a crença de que o

governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das

contas públicas, o que reforçará lentamente a

confiança de empresários e consumidores e, ao longo

do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento.

Considerou, além disso, uma surpresa positiva a

guinada de 180 graus na política econômica.

No ano passado, quando a agência

rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta:

os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)

se repetiriam no segundo.

A mudança de rota foi considerada mais

relevante do que o agravamento da conjuntura.

Recessão, inflação em alta, endividamento público

excessivo, risco de racionamento, contágio financeiro

ligado à Petrobras e ampliação da incerteza política já

eram preocupações desde o ano passado.

Não será fácil resolver nenhum desses

problemas, sobretudo no contexto de redução da

popularidade presidencial e aumento das escaramuças

entre Executivo e Legislativo. A S&P, contudo, ao menos

por ora, prefere apostar na força das instituições

brasileiras e na capacidade demonstrada no passado de

realizar ajustes necessários.

Espera-se, de fato, que as forças políticas

não coloquem interesses menores à frente da estabilidade

econômica. É desejável que o Congresso debata a

dosagem de algumas medidas anunciadas, mas não que

crie obstáculos intransponíveis ao conserto das contas.

O ajuste é condição necessária, mas não

suficiente. O maior desafio está no médio prazo. Os

investimentos devem desempenhar papel preponderante,

reforçados pelo aumento da competitividade externa

decorrente da desvalorização do real diante do dólar (o

que melhora a renda dos exportadores).

Outros pontos são a retomada dos leilões

de concessões de infraestrutura, com bons projetos e

rentabilidade adequada. Por fim, é necessário sair do

imobilismo e trabalhar pela simplificação dos impostos

que mais oneram a produção (PIS/Cofins e ICMS).

É fundamental separar a disputa política

da agenda necessária para o país sair do atoleiro. A

economia brasileira poderá surpreender mais uma vez se

houver clareza quanto aos rumos a serem seguidos.

I N T R O D U Ç Ã O /

P R O B L E M A

Editorial: Nota de crédito

(Folha de S. Paulo, 25 de março de 2015, p. A2)

Em meio ao desânimo e à apreensão a

respeito do futuro que se disseminam entre os

brasileiros, surge um voto de confiança externo.

A empresa americana de classificação

de risco Standard & Poor´s (S&P) manteve a nota do

país na categoria de investimento seguro (BBB-),

ainda que apenas um degrau acima do nível que seria

considerado arriscado. Mesmo que já fosse esperada, a

decisão chamou a atenção pelo que a agência disse

sobre as perspectivas para o Brasil.

A S&P expressou a crença de que o

governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das

contas públicas, o que reforçará lentamente a

confiança de empresários e consumidores e, ao longo

do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento.

Considerou, além disso, uma surpresa positiva a

guinada de 180 graus na política econômica.

No ano passado, quando a agência

rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta:

os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)

se repetiriam no segundo.

A mudança de rota foi considerada mais

relevante do que o agravamento da conjuntura.

Recessão, inflação em alta, endividamento público

excessivo, risco de racionamento, contágio financeiro

ligado à Petrobras e ampliação da incerteza política já

eram preocupações desde o ano passado.

Não será fácil resolver nenhum desses

problemas, sobretudo no contexto de redução da

popularidade presidencial e aumento das escaramuças

entre Executivo e Legislativo. A S&P, contudo, ao menos

por ora, prefere apostar na força das instituições

brasileiras e na capacidade demonstrada no passado de

realizar ajustes necessários.

Espera-se, de fato, que as forças políticas

não coloquem interesses menores à frente da estabilidade

econômica. É desejável que o Congresso debata a

dosagem de algumas medidas anunciadas, mas não que

crie obstáculos intransponíveis ao conserto das contas.

O ajuste é condição necessária, mas não

suficiente. O maior desafio está no médio prazo. Os

investimentos devem desempenhar papel preponderante,

reforçados pelo aumento da competitividade externa

decorrente da desvalorização do real diante do dólar (o

que melhora a renda dos exportadores).

Outros pontos são a retomada dos leilões

de concessões de infraestrutura, com bons projetos e

rentabilidade adequada. Por fim, é necessário sair do

imobilismo e trabalhar pela simplificação dos impostos

que mais oneram a produção (PIS/Cofins e ICMS).

É fundamental separar a disputa política

da agenda necessária para o país sair do atoleiro. A

economia brasileira poderá surpreender mais uma vez se

houver clareza quanto aos rumos a serem seguidos.

D E S E N V O L V I

M E N T O

/

A R G U M E N T O S

Editorial: Nota de crédito

(Folha de S. Paulo, 25 de março de 2015, p. A2)

Em meio ao desânimo e à apreensão a

respeito do futuro que se disseminam entre os

brasileiros, surge um voto de confiança externo.

A empresa americana de classificação

de risco Standard & Poor´s (S&P) manteve a nota do

país na categoria de investimento seguro (BBB-),

ainda que apenas um degrau acima do nível que seria

considerado arriscado. Mesmo que já fosse esperada, a

decisão chamou a atenção pelo que a agência disse

sobre as perspectivas para o Brasil.

A S&P expressou a crença de que o

governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das

contas públicas, o que reforçará lentamente a

confiança de empresários e consumidores e, ao longo

do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento.

Considerou, além disso, uma surpresa positiva a

guinada de 180 graus na política econômica.

No ano passado, quando a agência

rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta:

os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT)

se repetiriam no segundo.

A mudança de rota foi considerada mais

relevante do que o agravamento da conjuntura.

Recessão, inflação em alta, endividamento público

excessivo, risco de racionamento, contágio financeiro

ligado à Petrobras e ampliação da incerteza política já

eram preocupações desde o ano passado.

Não será fácil resolver nenhum desses

problemas, sobretudo no contexto de redução da

popularidade presidencial e aumento das escaramuças

entre Executivo e Legislativo. A S&P, contudo, ao menos

por ora, prefere apostar na força das instituições

brasileiras e na capacidade demonstrada no passado de

realizar ajustes necessários.

Espera-se, de fato, que as forças políticas

não coloquem interesses menores à frente da estabilidade

econômica. É desejável que o Congresso debata a

dosagem de algumas medidas anunciadas, mas não que

crie obstáculos intransponíveis ao conserto das contas.

O ajuste é condição necessária, mas não

suficiente. O maior desafio está no médio prazo. Os

investimentos devem desempenhar papel preponderante,

reforçados pelo aumento da competitividade externa

decorrente da desvalorização do real diante do dólar (o

que melhora a renda dos exportadores).

Outros pontos são a retomada dos leilões

de concessões de infraestrutura, com bons projetos e

rentabilidade adequada. Por fim, é necessário sair do

imobilismo e trabalhar pela simplificação dos impostos

que mais oneram a produção (PIS/Cofins e ICMS).

É fundamental separar a disputa política

da agenda necessária para o país sair do atoleiro. A

economia brasileira poderá surpreender mais uma vez se

houver clareza quanto aos rumos a serem seguidos.

C O N C L U S Ã O

1) Texto de interpretação ou

opinião do autor. Deve ser sempre assinado.

Pode ser escrito na primeira pessoa.

ARTIGO

2) A Folha só publica artigos inéditos. Pluralista, o jornal tem por norma editar artigos que expressem pontos de vista contraditórios sobre um mesmo tema. A Folha se

reserva o direito de não publicar artigos que, na opinião de sua assessoria jurídica, veiculem calúnia, injúria ou

difamação, ou possam, por qualquer outro motivo legal, dar margem a processo judicial com base na legislação em vigor. Embora a responsabilidade jurídica pelo artigo caiba a quem assina (e todos os artigos da Folha são assinados),

a responsabilidade jornalística e política cabe ao jornal.

ARTIGO

No entanto, centrais sindicais e movimentos sociais

malham e querem queimar o PT como Judas, para nem falar dos

parlamentares que ameaçam debandar, todos por causa de cortes sociais.

Para piorar, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foi ontem a

público negar que o governo vá maneirar no talho social a fim de

agradar a Lula, ao PT, a agregados e a simpatizantes.

Logo, vai sobrar ainda mais para os investimentos. A

recessão deve, assim, piorar. Obras vão parar ou ficar sem pagamento,

como já acontece, o que vai causar mais raiva entre empresas e

trabalhadores. Em um ano, a construção civil já demitiu uns 8% de sua

força de trabalho, quase 280 mil pessoas na rua.

Suponha-se que Calheiros e Cunha não queiram tocar

fogo no circo econômico (sabem que reduzir o ministério não rende

nada em termos fiscais). Pode ser então que estejam emparedando o

governo, ganhando mais território, talvez até reduzir Dilma Rousseff a

presidente do Vaticano ou de San Marino. Tendo ficado com mais poder

ou, quem sabe, tendo empurrado a presidente no precipício, farão o que

da massa falida, talvez caótica?

Até cortar gasto a machadadas está difícil, pois há muita

despesa protegida por lei, crescente, e a receita do governo não cresce.

O decerto lunático Orçamento federal prevê um AUMENTO real de uns

9% na receita, mas no primeiro bimestre do ano a receita CAIU 3% em

termos reais.

Enfim, esta é a malhação de Dilma com pauladas

econômicas. Há CPIs, polícia, procuradores, Justiça. Ninguém ainda se

arrisca a dar sentido a esta crise.

"Que fase." Quando o governo acerta uma no cravo,

martela duas na ferradura e leva três na canela. Na segunda-feira, teve a

satisfação triste e diminuta de saber que não levou ponto negativo em sua

nota de crédito, dada por uma dessas agências de avaliação de risco de

calote. Alegrias pobres duram pouco.

Ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros

(PMDB), disse a líderes empresariais da indústria que Dilma Rousseff vai

comer o pão que ela própria amassou antes de ver o pacote de corte de

gastos do governo aprovado no Congresso. Foi aplaudido.

Calheiros e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha

(PMDB) têm dito em público e a algumas lideranças empresariais

maiores que não vão colocar fogo no circo, não vão derrubar o corte de

gastos, o "ajuste fiscal". Mas a cada dois ou três dias demonstram também

que vão triturar politicamente o governo. Ameaçaram, mas enfim

recuaram, deixar correr projeto de lei que reajusta todos os benefícios do

INSS pelo valor do salário mínimo. Querem fazer valer logo,

regulamentar, a lei que reduz a dívida de Estados e municípios com a

União, mais um talho nas receitas federais.

Ontem, Calheiros cantou alto a ária preferida de

empresários e aliás de quase todo o mundo. Isto é, o governo tem de

cortar "seus gastos", não aumentar impostos, como pretende fazer no caso

da contribuição patronal para o INSS, medida que deixou o empresariado

em geral fulo. Mas o governo vai cortar onde?

Reduzir o número de ministérios rende apenas um troco.

Melhorar as contas do governo ora implica reduzir benefícios sociais,

investimento "em obras" ou fechar partes do governo (isso: fechar).

A malhação de Dilma

O ESTADO DE S. PAULO 10 DE ABRIL DE 2014

EDITORIAIS

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MATÉRIA

COMENTÁRIO

Opinativo, mas pode ser interpretativo

ALIÁS, um exemplo de jornalismo interpretativo

ALIÁS O Estado de S. Paulo

6 de maio de 2014

BELTRÃO, Luiz. Jornalismo Opinativo. Porto Alegre: Sulina, 1980. CHAPARRO, Manuel Carlos. Sotaques d’aquém e d’além mar: percursos e gêneros do Jornalismo português e brasileiro. Santarém: Jortejo, 1998. FERREIRA, Fábio Gonçalves. Gêneros jornalísticos no Brasil: estado da arte. Revista Bibliocom. Ano 4, N. 1, junho de 2012. FOLHA de S. Paulo. Manual de redação. São Paulo: Publifolha, 2001. MARQUES DE MELO, José & ASSIS, Francisco de. Gêneros jornalísticos no Brasil. São Bernardo do Campo: UMESP, 2010.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS